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Um dos problemas que deve ser resolvido pela Geodésia é a determinação de altitudes
de pontos da superfície terrestre. Esta altitude se define como a distância desde a superfície do
geóide até um ponto considerado, medida sobre a vertical do referido ponto.
Três são os métodos principais de nivelamento:
Nivelamento trigonométrico;
Nivelamento geométrico ou de precisão;
Nivelamento através do GPS
B
A
Z
D H
ZA
A B0
K
Figura 1.1
B0 e H
R = 6378 km
O
Figura 1.2
Claramente observamos que o desnível é obtido com a mesma expressão anterior
(t = BB1 = D cos ZA), não corresponde ao desnível verdadeiro BB0.
É fácil comprovar que em princípio este valor BB1 que calculamos, és praticamente
igual a BB’. Por exemplo, suponhamos uma distância (D = 40 km), que corresponde a um
ângulo , que formam as verticais AO e BO, um valor de = 0° 40’, com o que
comprovaríamos que para um ãngulo zenital (ZA = 98°) nos daria um valor de BB1 =
1256,43m. A partir do valor BB1, teríamos:
BB1
BB' 1256,46m
cos
onde observa-se que podemos considerar BB’ = BB1 sem prejuízo de precisão. Nota-se na
Figura 1.2 que para o cálculo correto do desnível, necessita-se acrescentar B’B0 = e, que
denominamos de correção de curvatura ou de esfericidade.
Por potência de um ponto em relação a uma circunferência, escrevemos:
D2
e (1.3)
2R
que somando a t nos dará o verdadeiro desnível entre os vértices, se não fosse pelo efeito
que é produzida na nossa visada pela refração que vamos calcular a seguir.
ZA
Zv B’ B”
ZA
D
r
B
A
R’
R R
R’
Figura 1.3
O’
O
O comportamento da atmosfera atua de diferentes formas dependendo do local onde
esteja os pontos, sendo assim é importante que os vértices onde estamos calculando os
desníveis estejam em locais com condições atmosféricas semelhantes e com um índice de
refração similar à trajetória do raio. Nestas condições demonstra-se pela Física que a trajetória
descrita por um raio ao passar de um ponto A para B, és praticamente circular.
O raio R’ do arco de circunferência é muito inferior ao da Terra (R), que, para o
desenvolvimento que estamos fazendo a consideramos esférica de raio R = 6378 km.
O triângulo retângulo AB’O’ (Figura 1.3) se deduz que:
D2
r (1.5)
2R '
A dificuldade de conhecer o valor de R’, nos obriga a introduzir um fator K que vamos
calcular. Chamamos:
R
2K onde, (1.6)
R'
R
R' (1.7)
2K
que substituindo em (1.5), nos dá um novo valor para a correção r da refração:
D2
r K (1.8)
R
O valor K, importante neste estudo é chamado de coeficiente de refração que vamos
calcular, mas não confundir com o ângulo que chamamos refração , cujo valor, segundo a
Figura 1.3, corresponde a:
r r
; " 206264,8062
D D
substituindo r de (1.5) teremos para de :
D2 D
(1.9)
2R ' D 2R '
De outra forma, da Figura 1.4 se deduz:
= (180 – (ZA + )
= (180 – (ZB + )
e como:
= 180 – ( + )
substituindo os valores de e teremos:
= ZA + + ZB + – 180
onde, inserindo o valor de 2, temos:
2 = + 180 – (ZA + ZB)
Se dividirmos os membros desta equação por 2, obtemos:
2 180 ( Z A Z B )
2 2
1 1
180 (Z A Z B ) (1.10)
2 2
Uma vez obtido os dois valores de correções que acabamos de estudar, sempre que
buscamos o desnível entre dois pontos por este procedimento de nivelamento trigonométrico
com visadas separadas, terá que aplicar as duas correções antes calculadas.
D2 D2 D2
er K (0,5 K) (1.12)
2R R R
que se substituirmos para valor de K igual a 0,08, chegamos finalmente a expressão
D2
e r 0,42 (1.13)
R
que se aplica a todos os desníveis obtidos por nivelamento trigonométrico.
O quadro seguinte apresenta a correção e e r que se aplica nos desníveis em função da
distância D, assim como a correção conjunta (e – r). Considera-se K=0,08 e R = 6370 km.
D (km) 0,4 1 2 4 8 15 20
e (m) 0,01 0,08 0,31 1,26 5,02 17,66 31,4
r (m) 0,00 0,01 0,05 0,20 0,80 2,83 5,02
(e – r) m 0,01 0,07 0,26 1,06 4,22 14,83 26,38
0” 6” 16” 32” 64” 1’ 20” 2’
Como pode-se observar os valores de e são sempre superiores aos dos r, sendo que a
correção da esfericidade terá que somar sempre ao desnível obtido H, a correção e – r será
sempre positiva (Figura 10.6).
Podemos observar também que no quadro somente a partir de 400 m que a correção da
esfericidade e refração passa a ser sensível ao centímetro. Portanto a expressão que se obtém
um desnível verdadeiro no caso de apenas uma visada é:
B
H A BT D. cos Z' A e r (1.14)