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Educação Física Adaptada e Inclusão no meio

Escolar

EDUCACAO-FISICA
O presente trabalho aborda pesquisa e reflexões bibliográficas com discussões sobre a
inclusão de alunos com algum tipo de Necessidade Especial em âmbito escolar. Tem
como objetivo mostrar uma percepção de conceitos e novas ideais. Priorizou relatar as
vivências de especialistas no assunto para adaptação de professores perante a
Necessidade de Alunos Especiais, em suas aulas. Vimos que nosso sistema de ensino
ainda é meio obsoleto e não busca capacitação dos profissionais que trabalham com tal
público. Mas espera-se que as experiências de sucesso e de empenho, apresentadas em
meio científico possam ajudar para que se busquem novas visões de ensino, para
disseminar a educação e a interação de todos em um ambiente escolar mais saudável e
menos discriminatório na sociedade, visando sempre em primeiro lugar o ser humano e
o respeito entre todos.

No atual sistema educacional nos deparamos com uma proposta de


ensino/aprendizagem, priorizando a diversidade e a inclusão. Nos dias de hoje é comum
encontrar pessoas com necessidades especiais nas escolas regulares. Este novo sistema
educacional requer conhecimentos, e idéias novas que tenham o objetivo maior de
incluir todos, independente de qualquer de condição física.

Segundo James citado por Brandão (1995, p. 20):

já afirmava que a educação é a organização dos recursos biológicos do indivíduo, de


todas as capacidades de comportamento que fazem adaptável ao meio físico e mental.
Se indivíduos são seres adaptáveis, as formas de integração de qual quer meio e
situação, com certeza podem ser adaptadas.

Sendo assim defende-se que a Educação Física é uma ferramenta educacional de


interação e cooperação, deve ser trabalhado a fim de atender a todos os alunos;
desenvolvendo atividades físicas, recreativas e psicomotoras que desenvolvam as
habilidades, que socializem as potencialidades individuais.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’S, 1997) o ensino da Educação


Física deve respeitar o que a criança traz em si mesma, uma educação que priorize
poderes sobre ela, desafiando-a a que lhe dê autodomínio, autoconfiança e autonomia.

O profissional de Educação Física é repleto de desafios na postura frente sua classe.


Nesse sentido, por trás dessa questão é necessária a intervenção de um profissional
capacitado, consciente e responsável, que principalmente tratando-se de crianças com
alguma necessidade especial.

Sendo assim, a inclusão escolar é um processo que está para além de uma ideal
identificação dos alunos, e é segundo Correia (2003, p. 21):

[...] a inserção do aluno com necessidades educativas especiais na classe regular onde,
sempre que possível, deve receber todos os serviços educativos adequados, contando-se
para esse fim, com o apoio apropriado (de docentes especializados, de outros
profissionais, de pais [...] as suas características e necessidades.

Na vida profissional de um professor ele recebe vários alunos especiais, formam a


classe com alunos chamados de normais, apesar dessa circunstância, se não forem
oferecidas condições de ensino, cursos de capacitação e materiais alternativos e/ou
adaptados para que possa exercer melhores condições de ensino a situação dos
professores fica fragilizada. Se o investimento na qualidade de ensino não se tornar uma
ação constante, pode intensificar a rejeição já existente nas escolas e resultar em
maiores dificuldades desses educando de estudarem juntos aos outros alunos.
(MantoaN, 2006).

Segundo Sampaio (1946, p. 104) “A deficiência pressupõe um vazio a ser preenchido”.


Viver o corpo é a exigência de se viver o mundo, é a possibilidade de ocupar o vazio de
deficiência do corpo com o vazio maior da alteridade da existência.

A Educação Física é fundamental, desenvolve o processo educativo como um todo,


associando o corpo e a mente, aprimorando as habilidades físicas, morais e sociais do
educando; se bem aplicada é uma excelente forma de inclusão. Segundo os PCN’S
(1997, p. 30) “Na escola, portanto, quem deve determinar o caráter de cada dinâmica
coletiva é o professor, a fim de viabilizar a inclusão de todos os alunos. Esse é um dos
aspectos que diferencia a prática corporal dentro e fora da escola”.

Ainda segundo o documento:

Por desconhecimento, receio ou mesmo preconceito, a maioria dos portadores de


deficiências físicas foram (e são) excluídos das aulas de Educação Física. A
participação nessa aula pode trazer muitos benefícios a essas crianças, particularmente
no que diz respeito ao desenvolvimento das capacidades afetivas, de integração e
inserção social (PCN’S, 1997, p.31)

Espera-se através desse trabalho contribuir com a formação acadêmica no sentido de


apontar a relevância trabalharmos em defesa de pessoas com necessidades especiais,
pois se defende que assim é possível colaborar para mudar um pouco essa imagem
preconceituosa da sociedade perante essas pessoas.

Esse pode ser um papel desempenhado pelo professor de Educação Física:


A aula de Educação Física pode favorecer a construção de uma atitude digna e de
respeito próprio por parte do deficiente e a convivência com ele pode possibilitar a
construção de atitudes de solidariedade, de respeito, de aceitação, sem preconceitos
(PCN’S, 1997, p. 31).

Como futuros professores pretendem-se buscar subsídios para a discussão sobre a


inclusão, pois entendesse que é relevante desmitificar esse assunto mostrando que é
possível trabalhar com todos e conviver harmoniosamente, respeitando os limites de
cada ser humano.

E por fim fazer que o aluno com necessidades especiais tenha as mesmas oportunidades
de desfrutar de suas habilidades e vencer seus limites durante suas aulas práticas. E
fornecer uma qualidade de vida ao aluno com necessidades especiais, interagindo
diretamente nas aulas de Educação Física. E assim desenvolvendo uma confraternização
entre alunos regulares e os alunos com necessidades especiais. 

Podemos dizer que hoje com a força da mídia e de resultados cada vez mais expressivos
estamos convivendo um pouco mais com pessoas com algum tipo de deficiência, porém
estamos os considerando “normais perante a sociedade” e dando o mesmo tratamento
que as pessoas sem deficiência? Esta é a grande pergunta que tentaremos responder
durante este estudo, assim como soluções para melhor inclusão destas pessoas no nosso
meio.

Afirma-se então que o objetivo geral deste trabalho foi apresentar subsídios
bibliográficos que facilitem a convivência com pessoas que possuem algum tipo de
deficiência incluindo-as e buscando sua interação com os demais colegas, funcionários e
professores, tanto nas aulas de Educação Física quanto no ambiente escolar.

Já os específicos foram colaborar com a discussão que visa mudar um pouco a imagem
preconceituosa da sociedade perante as pessoas com necessidades especiais; demonstrar
que para promover a inclusão é preciso respeito, carinho, compromisso social e
formação permanente.

Metodologia

Para a realização deste estudo utilizou-se a pesquisa bibliográfica, artigos científicos e


pesquisa na web, para obter como principal objetivo desenvolver e esclarecer conceitos
e idéias, para a conscientização de desenvolvimentos de estudos posteriores, e assim
levando-o há importância do estudo bibliográfico para a primeira etapa do projeto, pois
melhora o entendimento do assunto explorado.

Segundo Gil (2009) o estudo é de cunho exploratório e tem como objetivo de mostrar
uma percepção de novas idéias, assim respeitando sua relação ao objeto de estudo.

O autor destaca ainda que as fontes bibliográficas sejam em grande número e podem ser
assim classificadas em livros de leitura corrente; (obras literárias, obras de divulgação);
livros de referências (informativa, remissiva) que por sua vez podem ser dicionários,
enciclopédias, anuários, almanaques; publicações periódicas (jornais, revistas);
impressos diversos, entre outros (idem, 2009).
Dessa forma, após o realizado o levantamento bibliográfico preliminar, foi executado os
seguintes passos: formulação do problema; elaboração do plano provisório do assunto;
busca das fontes; leitura do material; fichamento; organização lógica do assunto e a
redação do texto (idem, 2009).

O primeiro passo seguido foi pensar um tema inquietante para os acadêmicos, chegando
ao assunto partiu-se para uma busca por livros, artigos especializados, dissertações e
teses que possuíssem informações preliminares.

Depois de realizado o levantamento e separação de material teórico, foram feitas


leituras mais aprofundadas buscando as informações relevantes para o estudo.

De posse do material escolhido, foi feito registros com as principais idéias de cada texto
para posteriormente fazer uma correlação entre os diversos autores.

O cruzamento dos resultados e conclusões apresentados por cada estudo possibilitou


uma visão sobre os caminhos que as pesquisas vêm seguindo sobre o tema.

Por fim se organizou de maneira lógica os estudos e foi iniciada a redação do texto.
Discussões e resultados

A seguir serão apresentados os estudos relevantes para responder as questões dessa


pesquisa. 

Definindo termos e apresentando documentos importantes

Segundo Itani (1998) é necessário considerar que as representações sociais não são
estáticas, há sempre uma reconstrução de idéias, noções e valores como resultados das
constantes e dinâmicas interações. E porque não são estáticas, ‘’desajetivar a deficiência
é um caminho‘’ (AMARAL, 1995, p. 148).

Por tanto não precisamos dar um nome, rotular, buscar um adjetivo ou quem sabe
excluir estas pessoas, mas sim tratá-las como pessoas normais que possuem dificuldades
como qualquer outra e que com um pouco mais de atenção, carinho e respeito podem
sim interagir com o grande grupo se sentindo parte dele.

A expressão necessidades educativas especiais (NEE), usada para definir esses alunos
que chegam as classes da escola regular segundo Mittler (2008) e Rodrigues (2003), foi
criada para denominá-los com o objetivo de amenizar a ênfase nas deficiências e
déficits das crianças, para uma designação de uma necessidade individual única,
desqualificando os rótulos trazidos pelos escolher diagnósticos e procurando situar o
processo educativo nas “necessidades” e não nas dificuldades, ainda que não livre por
completo de associações preconceituosas.

Por outro lado, o desafio da inclusão, mais do que definir termos é a busca da reforma
do sistema educacional, para que a mesma possa responder a uma infinidade de
necessidades educativas especiais (MITTLER, 2008).

Documentos internacionais e nacionais oferecem diretrizes e orientam políticas públicas


que são elaboradas para assegurar os direitos de todos principalmente das crianças e de
pessoas com algum tipo de deficiência.

A Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CDPD) aparece com uma
conquista das pessoas com deficiência.

Todavia, há divergências com relação à sua necessidade, uma vez que já existe uma
Convenção dos Direitos Humanos (ONU, 1948) que deveria ser suficiente para qualquer
grupo social. De qualquer forma, a CDPD é um documento fundamental para
impulsionar as mudanças que vão assegurar seus direitos, conforme estabelecido nos
princípios gerais da Convenção.

São pontos importantes do documento:

1° Respeito pela dignidade inerente e autonomia individual incluindo a liberdade para


fazer as próprias escolhas e independências das pessoas.

2° Não- discriminação.

3° Participação total e efetiva e inclusão na sociedade.

4° Respeito pela diferença e aceitação das pessoas com deficiências como parte da
diversidade humana e na humanidade.

5° Igualdade de oportunidades.

6° Acessibilidade.

7° Igualdade entre as mulheres e homens.

8° Respeito pelas capacidades em desenvolvimento das crianças com deficiência e


respeito do direito das crianças com deficiência de preservar suas identidades.

Sendo assim temos o dever de exigir que seus direitos sejam cumpridos sem exceção.

Segundo Miranda (2003) a integração no cenário mundial teve seu maior impulso a
partir dos anos 80, reflexo dos movimentos de luta pelos de PNE. No Brasil, essa
década representou também um tempo marcado por muitas lutas sociais empreendidas
pela população. A autora confirma que as mudanças sociais, ainda que mais nas
intenções do que nas nações, foram se manifestando em diversos setores e contextos e,
sem dúvida alguma, o envolvimento legal nestas mudanças foi de fundamental
importância.

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 208, estabelece a integração escolar


enquanto preceito constitucional, preconizando o atendimento aos indivíduos que
apresentam Necessidades Especiais, preferencialmente na rede regular de ensino.
Podemos dizer que ficou assegurado pela Constituição Brasileira (1988) o direito de
todos à Educação, garantindo assim, o atendimento educacional de pessoas que
apresentam Necessidades Educativas Especiais.
Outro documento importante para o tema em questão é a “Declaração de Educação para
Todos: Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem” organizada em
Jomtiem, 1990. 

Esta Declaração foi aprovada na conferência mundial sobre educação para todos e vem
reiterar o direito de todos à educação, consagrado pela Declaração Universal dos
Direitos Humanos, sendo que conforme o próprio documento expressa na ocasião em
que foi proclamado, muitos grupos continuavam excluídos da escola e meio a uma
situação problemática mundial que consistiu em alguns aspectos dentre eles: muitos
países com dívida em ascendência, estagnação e decadência econômica, diferenças
econômicas crescentes entre nações que resultaram em conflitos e guerras civis,
violência e morte em massa de crianças e degradação do meio ambiente.

O artigo 4º no 5° parágrafo propõe que as necessidades básicas de aprendizagem das


pessoas portadoras de deficiências requerem atenção especial, sendo necessárias
medidas que garantam a igualdade de acesso à educação aos portadores de todo e
qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do sistema educativo.

Diante deste contexto, a Declaração estabelece, entre outros objetivos, que cada pessoa
(criança, jovem e adulto) deve estar em condições para aproveitar as oportunidades
educacionais voltadas para satisfazer as suas necessidades básicas de aprendizagem.

Deve-se destacar que neste documento a educação é idealizada como a base para o
desenvolvimento humano permanente e como fator de enriquecimento dos valores
culturais e morais comuns, acreditando-se que é nesses valores que os indivíduos e a
sociedade encontram sua identidade e sua dignidade. 

Dessa forma além de universalizar o acesso à educação e promover a equidade, são


também objetivos da Declaração concentrar a atenção na aprendizagem, ampliar dos
meios e o raio de ação da educação básica, propiciar um ambiente adequado à
aprendizagem e fortalecer as alianças.

Para que estes objetivos sejam efetivados, são estabelecidos como requisitos: o
desenvolvimento de uma política contextualizada de apoio, a mobilização de recursos, e
o fortalecimento da solidariedade internacional.

Os países signatários desta Declaração, entre eles o Brasil, comprometem-se com as


seguintes metas a serem realizadas na década de 1990:

Expansão dos cuidados básicos e atividades de desenvolvimento infantil, principalmente


àqueles direcionados às crianças pobres, desassistidas e com deficiência; Acesso
universal e conclusão da educação fundamental até o ano 2000; Melhoria dos resultados
de aprendizagem; Redução da taxa de analfabetismo adulto à metade, com preocupação
especial a condição da mulher; Ampliação dos serviços de educação básica e
capacitação em outras habilidades essenciais necessárias aos jovens e adultos; Aumento
da aquisição, por parte dos indivíduos e famílias, dos conhecimentos, habilidades e
valores necessários a uma vida melhor e um desenvolvimento racional e constante,
através de todos os canais da educação.

Outro importante documento é a declaração de Salamanca (1994) que proclama que


dentre outros aspectos: toda criança tem direito fundamental à educação e deve ser dada
a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem; toda criança é
única e isto não é diferente em termos de características, interesses, necessidades e
estilos de aprendizagens.

Segundo Miranda (2003) no intuito de reforçar a obrigação do país em promover à


educação, é publicada, em dezembro de 1996, Leis de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional 9.394/96. Essa lei expressa em seu conteúdo alguns avanços significativos,
podemos citar a extensão da oferta da educação especial na faixa etária de zero a seis
anos: a ideia de melhoria na qualidade de vida dos serviços educacionais para alunos e a
necessidade de o professor estar preparado e com recursos adequados de forma a
compreender e atender à diversidade dos alunos.

Os documentos apresentados demonstram que existe preocupação social e políticas para


há inclusão, passaremos a seguir ás contribuições necessárias da área de Educação
Física.

Escola inclusiva

Para abordar o tema escola inclusiva vejamos algumas considerações sobre o papel da
mesma enquanto instituição social.

Segundo Rodrigues (2003) o processo de implementação e desenvolvimento no século


XIX na Europa da escola “universal, laica e obrigatória” buscou dar à totalidade da
população um alicerce comum de ferramentas de cultura que permitissem nivelar
grandes diferenças socioculturais dos alunos. A tal "escola universal seria assim como
que um elemento compensatório que, dando a todos os alunos um conjunto de
conhecimentos comuns, lhes permitiria com mais equidade o acesso à competição de
onde sobressairiam os melhores" (p. 67).

Nesse sentido pode-se dizer que a escola buscava uma homogeneidade entre seus
freqüentadores e segundo o autor "não era previsto que os alunos com qualquer
necessidade especial de educação originada, por exemplo, por uma deficiência, fossem
integrados nela" (p. 68).

Com o propósito então de manter esse grupo agregado, surgem às escolas especiais:

É neste contexto que surgem as escolas especiais, organizadas majoritariamente por


categorias de deficiência, com a convicção de que agrupando os alunos com a mesma
categoria e as mesmas características se poderia aspirar a desenvolver um ensino
homogéneo, segundo o modelo da escola tradicional (idem, p. 67).

Sendo assim percebe-se que são "dois tipos de escolas públicas os alunos com
necessidades educativas “normais” e os alunos com necessidades educativas “especiais”
(p. 69).

Por outro lado o documento já apresentado aqui com proclamação da “Declaração de


Salamanca” (UNESCO, 1994) é uma verdadeira “magna carta” da mudança de
paradigma desta escola que separava os grupos, caminhando para a educação inclusiva.
As escolas regulares seguindo esta orientação inclusiva, constituem os meios mais
capazes para combater as atitudes discriminatórias, criando comunidades abertas e
solidárias construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos [...]
(UNESCO, 1994)

Portando é importante resgatar o conceito de escola inclusiva segundo Hegarty, (1994)


citado por Rodrigues (2003 p. 70): “o desenvolvimento de uma educação apropriada e
de alta qualidade para alunos com necessidades especiais na escola regular”.

Nesse caso a escola pública deve acolher a todos, buscando formação permanente para
dar um atendimento de qualidade a toda e qualquer criança e jovem que a procure. Ou
seja:

A escola inclusiva procura responder, de forma apropriada e com alta qualidade, não só
à deficiência mas a todas as formas de diferença dos alunos (culturais, étnicas, etc.).
Desta forma, a educação inclusiva recusa a segregação e pretende que a escola não seja
só universal no acesso mas também no sucesso (RODRIGUES, 2003, p. 70-71).

Esse é um conceito fundamental para que a discussão sobre inclusão seja qualificada e
para que todos os profissionais que atuam no âmbito escolar possam se apropriar desse
tema compreendendo que possuem um papel desafiador e fundamental para a efetivação
da inclusão. 

O papel da Educação Física no processo de inclusão escolar

A Abordagem sobre a inclusão de crianças com necessidades especiais na Educação


Física no âmbito escolar envolve aspectos de uma cultura educacional e social, e traz
diversos problemas de inclusão na Educação Física Escolar.

Segundo Góes (2005) os estudos apresentam pequena inserção de crianças com


necessidades especiais na classe regular. A pergunta que pode ser realizadas na
sequencia é: se na classe regular há pouca inclusão, como está a realidade quando se
trata da Educação Física na escola ? Outro destaque inicial se volta para a escassez de
estudos da área da Educação Física e inclusão escolar, bem como a necessidade atual de
estudos nessa área ao considerar os aspectos legais e educacionais.

Por outro lado a importância da Educação Física para a construção da educação


inclusiva passa por um processo de adaptação, as atividades desenvolvidas que
apresentam um grau de determinação menor do que outras disciplinas, desenvolvendo a
interação do aluno para as práticas propostas pelo professor (RODRIGUES, 2003).

O professor de Educação Física deve ir além do seu próprio conhecimento, ensinar ao


desconhecido estimulando sempre, a criatividade dos alunos, e perante a si mesmo,
desafiando–se a resolução de problemas, com a cooperação no desenvolvimento de
tarefas, criando uma ampla descoberta de movimentos (idem, 2003).

É necessário que o professor coloque seus alunos como prioridade, e assim utilizando
técnicas de aprendizado para adequar a demanda. Que seus alunos vivenciam e
aprendam durante suas aulas. Segundo Rodrigues (2003, p. 77): “Assim, aparentemente
a EF seria uma área curricular facilmente inclusiva devido á flexibilidade inerente aos
seus conteúdos o que conduziria a uma maior facilidade de diferenciação curricular”.

Ou seja, o professor de Educação Física é visto perante aos seus alunos com um símbolo
de ações positivas, do que o restante dos outros professores. Devido às atividades
propostas com êxito e planejamento atendendo a necessidade da turma, e que levam os
alunos a terem uma vivência prazerosa por parte da Educação Física, com atitudes
favoráveis à inclusão que ajudam a resolução de problemas e encontram soluções mais
facilmente para casos difíceis (idem, 2003).

Com esta imagem positiva do professor de Educação Física defende-se que ele tem um
papel fundamental para sanar a exclusão, e introduzir a inclusão de alunos portadores de
necessidades especiais no âmbito escolar, por isso, mais freqüentemente o professor é
solicitado para participar de projetos de inovação na escola, atendendo assim às
necessidades.

Ações necessárias para a promoção da inclusão com qualidade

Segundo Caputo e Ferreira (2000, p. 49) “a inclusão tem sido objeto de preocupação dos
profissionais de Educação Física; dos órgãos governamentais e universidades no que diz
respeito à formação de recursos humanos para atuar junto a esse público”.

Segundo a autora a grande dificuldade, todavia, tem sido o despreparo do corpo docente
nas universidades para a formação destes recursos humanos, além das carências de
referências bibliográficas, pois até a década de 70, não existiam, nos cursos de
graduação em Educação Física uma disciplina específica cujo conteúdo programático
abordasse a atividade física direcionada a portadores de necessidades especiais.

Segundo Caputo e Ferreira (2000 p. 50):

Na década de 80, no Brasil, de forma acanhada, foram desencadeadas discussões a


respeito da EFA, tendo como fonte provocadora uma realidade concreta advinda do
desporto já então praticado por PNE e que remetia às Instituições de Ensino Superior a
necessidade de fundamentação teórica, calcada no conhecimento científico
indispensável para professores de EF licenciados, que se encontram diante de uma
perspectiva de trabalho até então desconhecida.

Nesta década, de forma institucionalizada, foram realizados estudos, pesquisas,


discussões científicas que tinham como objetivo a aquisição de conhecimento
especializado e troca de experiências.

Algumas pessoas tiveram sucesso com a inclusão nos primórdios dos anos: Frade Ponce
de León (1509 – 1584) educou 12 crianças surdas com surpreendente êxito, e escreveu o
livro Doctrina para los mudos-sordo e criou o método oral. Juan Pablo Bonet (1579 –
1633) publicou Reducción de las letrasy arte de enseñar a hablar a los mudos. Charles
Michel de I’Epée (1712 – 1789) criou a primeira escola para surdos que,
posteriormente, converteu-se no intuito Nacional Sordo-mudos. Valentín Haiiy (1806-
1852) criou em Paris um Instituto para Crianças Cegas. Louis Braille (1806-1852) foi
ex-aluno de Valentin Haiiy e criador do Sistema Braille.

Com a presença de tal fragilidade é inevitável a pergunta: Como adequar á metodologia


de ensino ao portador de necessidades especiais sem ferir a diversidade que há em sala
de aula? E passar o conteúdo de forma que não perca a qualidade de ensino para
nenhum dos alunos?

Segundo Glat; Machado e Braun (2006, p. 5), responder a tais perguntas não é algo
simples:

[...], pois para oferecer uma educação de qualidade para todos os educandos, inclusive
os que têm necessidades especiais, a escola precisa reorganizar sua estrutura de
funcionamento, metodologia e recursos pedagógicos e, principalmente, conscientizar e
capacitar seus profissionais para essa nova realidade.

Para isso cada vez mais devemos estar preparados e incumbidos de perpetuar os
conhecimentos e discussões sobre o assunto. Buscar sempre o conhecimento de novos
métodos de ensino assim como promover a inclusão na escola e na sociedade.

Glat; Machado e Braun (2006, p. 8), sobre os desafios pedagógicos no momento de


inclusão, afirmam:

Um currículo na perspectiva da Educação Inclusiva considera que os conteúdos a serem


trabalhados em classe não são apenas um fim em si, mas um meio para o
desenvolvimento das estruturas afetivo-cognitivas dos alunos. [...] Adaptações
curriculares, portanto, envolvem determinar o que o aluno deve aprender, como e
quando aprender, que formas de organização do ensino são mais eficientes para o
processo de aprendizagem; e como e quando avaliar o aluno.

Como poderemos incluir os educandos com e sem deficiência visando á prática de


esportes? “Ao oportunizar a prática esportiva para os alunos com deficiência, os
professores de Educação Física estarão rompendo e substituindo muitos paradigmas: da
incapacidade pela capacidade, da baixa estima pela auto-estima, da exclusão pela
inclusão” (SENATORE, 2006, p. 9)

Para isso o CPB (COMITÊ PARAOLÍMPICO BRASILEIRO), tem um projeto onde:


pretende tornar o movimento paraolímpico ainda mais conhecido em toda a rede de
escolas do ensino fundamental e médio. “Para isso, pretende executar ações de
sensibilização e capacitação dos dirigentes e dos profissionais de Educação Física
atuantes no sistema de ensino”.

Esse projeto reforça o paradigma da educação inclusiva. No contexto atual de escola


inclusiva, na qual alunos com e sem deficiência estudam juntos, o Paraolímpicos do
Futuro vem preencher importante lacuna: apresentar à comunidade acadêmica o esporte
adaptado, torná-lo ferramenta de integração e, ainda, garimpar futuros talentos
(CONDE; SOUZA SOBRINHO; SENATORE, 2006).

Conclusão

A pesquisa teve por prioridade relatar, evidenciar conceitos, experiências e estudos para
adaptação de professores perante aos alunos com necessidades especiais em suas aulas.
Uma necessidade na prática educativa regular da escola e da Educação Física.
Ao se pensar na Educação Física direcionada para Portadores de Necessidades Especiais
torna-se importante um compromisso do educador com elementos de adaptação para
suas aulas. É fundamental o conhecimento de programas destinados há Portadores de
Necessidades Especiais, seja ela física ou mental; contendo conteúdos que englobem os
aspectos relacionados a cada necessidade e suas possibilidades de intervenção no que se
refere ao processo de educação escolar.

Considera-se que o movimento de inclusão escolar pesquisado não é o suficiente para a


demanda existente. Existe a necessidade de uma conscientização por parte de sociedade,
não apenas campanhas na mídia, mas trabalhos de formação, permanente, com quem
lida diretamente com a causa.

Este estudo indicou que a qualificação de professores necessita urgentemente ser


intensificada, visto que é necessário estar convicto de metodologia de ensino para
desenvolver uma melhora de fato de assunto em questão. O professor de Educação
Física pode ser e/ou é muito importante no processo de desenvolvimento da inclusão
escolar.

E assim, a Educação Física com a Educação Especial possa desenvolver uma


massificação e valorização dos conteúdos educativos para construção humanizadora e
social do ser humano perante todos.

O objetivo durante a pesquisa foi demonstrar que é importante fazer essa discussão já na
graduação, pois é necessário estarmos devidamente preparados para a inclusão e o
trabalho com as diferenças. Vimos que nosso sistema de ensino ainda é meio obsoleto e
não busca capacitação dos profissionais que trabalham com tal público. Mas espera-se
que as experiências de sucesso e de empenho, apresentadas em meio científico possam
ajudar para que se busquem novas visões de ensino, para disseminar a educação e a
interação de todos em um ambiente escolar mais saudável e menos discriminatório na
sociedade, visando sempre em primeiro lugar o ser humano e o respeito entre todos.

Referências

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Prof. Mateus Gisan de Moura Costa

Prof. Michel de Lemos Henrich

Prof. Rodrigo Barbosa Rosa

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