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Escolar
EDUCACAO-FISICA
O presente trabalho aborda pesquisa e reflexões bibliográficas com discussões sobre a
inclusão de alunos com algum tipo de Necessidade Especial em âmbito escolar. Tem
como objetivo mostrar uma percepção de conceitos e novas ideais. Priorizou relatar as
vivências de especialistas no assunto para adaptação de professores perante a
Necessidade de Alunos Especiais, em suas aulas. Vimos que nosso sistema de ensino
ainda é meio obsoleto e não busca capacitação dos profissionais que trabalham com tal
público. Mas espera-se que as experiências de sucesso e de empenho, apresentadas em
meio científico possam ajudar para que se busquem novas visões de ensino, para
disseminar a educação e a interação de todos em um ambiente escolar mais saudável e
menos discriminatório na sociedade, visando sempre em primeiro lugar o ser humano e
o respeito entre todos.
Sendo assim, a inclusão escolar é um processo que está para além de uma ideal
identificação dos alunos, e é segundo Correia (2003, p. 21):
[...] a inserção do aluno com necessidades educativas especiais na classe regular onde,
sempre que possível, deve receber todos os serviços educativos adequados, contando-se
para esse fim, com o apoio apropriado (de docentes especializados, de outros
profissionais, de pais [...] as suas características e necessidades.
E por fim fazer que o aluno com necessidades especiais tenha as mesmas oportunidades
de desfrutar de suas habilidades e vencer seus limites durante suas aulas práticas. E
fornecer uma qualidade de vida ao aluno com necessidades especiais, interagindo
diretamente nas aulas de Educação Física. E assim desenvolvendo uma confraternização
entre alunos regulares e os alunos com necessidades especiais.
Podemos dizer que hoje com a força da mídia e de resultados cada vez mais expressivos
estamos convivendo um pouco mais com pessoas com algum tipo de deficiência, porém
estamos os considerando “normais perante a sociedade” e dando o mesmo tratamento
que as pessoas sem deficiência? Esta é a grande pergunta que tentaremos responder
durante este estudo, assim como soluções para melhor inclusão destas pessoas no nosso
meio.
Afirma-se então que o objetivo geral deste trabalho foi apresentar subsídios
bibliográficos que facilitem a convivência com pessoas que possuem algum tipo de
deficiência incluindo-as e buscando sua interação com os demais colegas, funcionários e
professores, tanto nas aulas de Educação Física quanto no ambiente escolar.
Já os específicos foram colaborar com a discussão que visa mudar um pouco a imagem
preconceituosa da sociedade perante as pessoas com necessidades especiais; demonstrar
que para promover a inclusão é preciso respeito, carinho, compromisso social e
formação permanente.
Metodologia
Segundo Gil (2009) o estudo é de cunho exploratório e tem como objetivo de mostrar
uma percepção de novas idéias, assim respeitando sua relação ao objeto de estudo.
O autor destaca ainda que as fontes bibliográficas sejam em grande número e podem ser
assim classificadas em livros de leitura corrente; (obras literárias, obras de divulgação);
livros de referências (informativa, remissiva) que por sua vez podem ser dicionários,
enciclopédias, anuários, almanaques; publicações periódicas (jornais, revistas);
impressos diversos, entre outros (idem, 2009).
Dessa forma, após o realizado o levantamento bibliográfico preliminar, foi executado os
seguintes passos: formulação do problema; elaboração do plano provisório do assunto;
busca das fontes; leitura do material; fichamento; organização lógica do assunto e a
redação do texto (idem, 2009).
O primeiro passo seguido foi pensar um tema inquietante para os acadêmicos, chegando
ao assunto partiu-se para uma busca por livros, artigos especializados, dissertações e
teses que possuíssem informações preliminares.
De posse do material escolhido, foi feito registros com as principais idéias de cada texto
para posteriormente fazer uma correlação entre os diversos autores.
Por fim se organizou de maneira lógica os estudos e foi iniciada a redação do texto.
Discussões e resultados
Segundo Itani (1998) é necessário considerar que as representações sociais não são
estáticas, há sempre uma reconstrução de idéias, noções e valores como resultados das
constantes e dinâmicas interações. E porque não são estáticas, ‘’desajetivar a deficiência
é um caminho‘’ (AMARAL, 1995, p. 148).
Por tanto não precisamos dar um nome, rotular, buscar um adjetivo ou quem sabe
excluir estas pessoas, mas sim tratá-las como pessoas normais que possuem dificuldades
como qualquer outra e que com um pouco mais de atenção, carinho e respeito podem
sim interagir com o grande grupo se sentindo parte dele.
A expressão necessidades educativas especiais (NEE), usada para definir esses alunos
que chegam as classes da escola regular segundo Mittler (2008) e Rodrigues (2003), foi
criada para denominá-los com o objetivo de amenizar a ênfase nas deficiências e
déficits das crianças, para uma designação de uma necessidade individual única,
desqualificando os rótulos trazidos pelos escolher diagnósticos e procurando situar o
processo educativo nas “necessidades” e não nas dificuldades, ainda que não livre por
completo de associações preconceituosas.
Por outro lado, o desafio da inclusão, mais do que definir termos é a busca da reforma
do sistema educacional, para que a mesma possa responder a uma infinidade de
necessidades educativas especiais (MITTLER, 2008).
A Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CDPD) aparece com uma
conquista das pessoas com deficiência.
Todavia, há divergências com relação à sua necessidade, uma vez que já existe uma
Convenção dos Direitos Humanos (ONU, 1948) que deveria ser suficiente para qualquer
grupo social. De qualquer forma, a CDPD é um documento fundamental para
impulsionar as mudanças que vão assegurar seus direitos, conforme estabelecido nos
princípios gerais da Convenção.
2° Não- discriminação.
4° Respeito pela diferença e aceitação das pessoas com deficiências como parte da
diversidade humana e na humanidade.
5° Igualdade de oportunidades.
6° Acessibilidade.
Sendo assim temos o dever de exigir que seus direitos sejam cumpridos sem exceção.
Segundo Miranda (2003) a integração no cenário mundial teve seu maior impulso a
partir dos anos 80, reflexo dos movimentos de luta pelos de PNE. No Brasil, essa
década representou também um tempo marcado por muitas lutas sociais empreendidas
pela população. A autora confirma que as mudanças sociais, ainda que mais nas
intenções do que nas nações, foram se manifestando em diversos setores e contextos e,
sem dúvida alguma, o envolvimento legal nestas mudanças foi de fundamental
importância.
Esta Declaração foi aprovada na conferência mundial sobre educação para todos e vem
reiterar o direito de todos à educação, consagrado pela Declaração Universal dos
Direitos Humanos, sendo que conforme o próprio documento expressa na ocasião em
que foi proclamado, muitos grupos continuavam excluídos da escola e meio a uma
situação problemática mundial que consistiu em alguns aspectos dentre eles: muitos
países com dívida em ascendência, estagnação e decadência econômica, diferenças
econômicas crescentes entre nações que resultaram em conflitos e guerras civis,
violência e morte em massa de crianças e degradação do meio ambiente.
Diante deste contexto, a Declaração estabelece, entre outros objetivos, que cada pessoa
(criança, jovem e adulto) deve estar em condições para aproveitar as oportunidades
educacionais voltadas para satisfazer as suas necessidades básicas de aprendizagem.
Deve-se destacar que neste documento a educação é idealizada como a base para o
desenvolvimento humano permanente e como fator de enriquecimento dos valores
culturais e morais comuns, acreditando-se que é nesses valores que os indivíduos e a
sociedade encontram sua identidade e sua dignidade.
Para que estes objetivos sejam efetivados, são estabelecidos como requisitos: o
desenvolvimento de uma política contextualizada de apoio, a mobilização de recursos, e
o fortalecimento da solidariedade internacional.
Escola inclusiva
Para abordar o tema escola inclusiva vejamos algumas considerações sobre o papel da
mesma enquanto instituição social.
Nesse sentido pode-se dizer que a escola buscava uma homogeneidade entre seus
freqüentadores e segundo o autor "não era previsto que os alunos com qualquer
necessidade especial de educação originada, por exemplo, por uma deficiência, fossem
integrados nela" (p. 68).
Com o propósito então de manter esse grupo agregado, surgem às escolas especiais:
Sendo assim percebe-se que são "dois tipos de escolas públicas os alunos com
necessidades educativas “normais” e os alunos com necessidades educativas “especiais”
(p. 69).
Nesse caso a escola pública deve acolher a todos, buscando formação permanente para
dar um atendimento de qualidade a toda e qualquer criança e jovem que a procure. Ou
seja:
A escola inclusiva procura responder, de forma apropriada e com alta qualidade, não só
à deficiência mas a todas as formas de diferença dos alunos (culturais, étnicas, etc.).
Desta forma, a educação inclusiva recusa a segregação e pretende que a escola não seja
só universal no acesso mas também no sucesso (RODRIGUES, 2003, p. 70-71).
Esse é um conceito fundamental para que a discussão sobre inclusão seja qualificada e
para que todos os profissionais que atuam no âmbito escolar possam se apropriar desse
tema compreendendo que possuem um papel desafiador e fundamental para a efetivação
da inclusão.
É necessário que o professor coloque seus alunos como prioridade, e assim utilizando
técnicas de aprendizado para adequar a demanda. Que seus alunos vivenciam e
aprendam durante suas aulas. Segundo Rodrigues (2003, p. 77): “Assim, aparentemente
a EF seria uma área curricular facilmente inclusiva devido á flexibilidade inerente aos
seus conteúdos o que conduziria a uma maior facilidade de diferenciação curricular”.
Ou seja, o professor de Educação Física é visto perante aos seus alunos com um símbolo
de ações positivas, do que o restante dos outros professores. Devido às atividades
propostas com êxito e planejamento atendendo a necessidade da turma, e que levam os
alunos a terem uma vivência prazerosa por parte da Educação Física, com atitudes
favoráveis à inclusão que ajudam a resolução de problemas e encontram soluções mais
facilmente para casos difíceis (idem, 2003).
Com esta imagem positiva do professor de Educação Física defende-se que ele tem um
papel fundamental para sanar a exclusão, e introduzir a inclusão de alunos portadores de
necessidades especiais no âmbito escolar, por isso, mais freqüentemente o professor é
solicitado para participar de projetos de inovação na escola, atendendo assim às
necessidades.
Segundo Caputo e Ferreira (2000, p. 49) “a inclusão tem sido objeto de preocupação dos
profissionais de Educação Física; dos órgãos governamentais e universidades no que diz
respeito à formação de recursos humanos para atuar junto a esse público”.
Segundo a autora a grande dificuldade, todavia, tem sido o despreparo do corpo docente
nas universidades para a formação destes recursos humanos, além das carências de
referências bibliográficas, pois até a década de 70, não existiam, nos cursos de
graduação em Educação Física uma disciplina específica cujo conteúdo programático
abordasse a atividade física direcionada a portadores de necessidades especiais.
Algumas pessoas tiveram sucesso com a inclusão nos primórdios dos anos: Frade Ponce
de León (1509 – 1584) educou 12 crianças surdas com surpreendente êxito, e escreveu o
livro Doctrina para los mudos-sordo e criou o método oral. Juan Pablo Bonet (1579 –
1633) publicou Reducción de las letrasy arte de enseñar a hablar a los mudos. Charles
Michel de I’Epée (1712 – 1789) criou a primeira escola para surdos que,
posteriormente, converteu-se no intuito Nacional Sordo-mudos. Valentín Haiiy (1806-
1852) criou em Paris um Instituto para Crianças Cegas. Louis Braille (1806-1852) foi
ex-aluno de Valentin Haiiy e criador do Sistema Braille.
Segundo Glat; Machado e Braun (2006, p. 5), responder a tais perguntas não é algo
simples:
[...], pois para oferecer uma educação de qualidade para todos os educandos, inclusive
os que têm necessidades especiais, a escola precisa reorganizar sua estrutura de
funcionamento, metodologia e recursos pedagógicos e, principalmente, conscientizar e
capacitar seus profissionais para essa nova realidade.
Para isso cada vez mais devemos estar preparados e incumbidos de perpetuar os
conhecimentos e discussões sobre o assunto. Buscar sempre o conhecimento de novos
métodos de ensino assim como promover a inclusão na escola e na sociedade.
Conclusão
A pesquisa teve por prioridade relatar, evidenciar conceitos, experiências e estudos para
adaptação de professores perante aos alunos com necessidades especiais em suas aulas.
Uma necessidade na prática educativa regular da escola e da Educação Física.
Ao se pensar na Educação Física direcionada para Portadores de Necessidades Especiais
torna-se importante um compromisso do educador com elementos de adaptação para
suas aulas. É fundamental o conhecimento de programas destinados há Portadores de
Necessidades Especiais, seja ela física ou mental; contendo conteúdos que englobem os
aspectos relacionados a cada necessidade e suas possibilidades de intervenção no que se
refere ao processo de educação escolar.
O objetivo durante a pesquisa foi demonstrar que é importante fazer essa discussão já na
graduação, pois é necessário estarmos devidamente preparados para a inclusão e o
trabalho com as diferenças. Vimos que nosso sistema de ensino ainda é meio obsoleto e
não busca capacitação dos profissionais que trabalham com tal público. Mas espera-se
que as experiências de sucesso e de empenho, apresentadas em meio científico possam
ajudar para que se busquem novas visões de ensino, para disseminar a educação e a
interação de todos em um ambiente escolar mais saudável e menos discriminatório na
sociedade, visando sempre em primeiro lugar o ser humano e o respeito entre todos.
Referências