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Paul Stamets

Muito grato, estou honrado por estar aqui e sou grato ao meu anfitrião brasileiro, sou
grato pelo convite, sou grato ao Ali e sou grato aos meus ancestrais, sou uma pessoa que vem
de uma linhagem de experts, interessados em fungos através das eras. É minha voz hoje, mas
essa é a voz de muitas gerações no passado e serão muitas gerações no futuro.
Alguns de vocês devem estar se perguntando o porque deste chapéu. Este chapéu foi
feito, na verdade, a partir deste cogumelo. Este cogumelo é chamado de “orelha de pau da
bétula” (birch polypore), fomes fomentarius. Este cogumelo é um dos motivos pelo qual
estamos aqui hoje. Não existe dúvida que viemos da África, somos todos africanos de
coração. Entre 100 mil e 200 mil anos atrás, os humanos migraram da África para a Europa e
descobrimos algo novo, chamado de inverno e este cogumelo possibilitou a portabilidade do
fogo. Este é um cogumelo que permite dar início ao fogo. Pode-se colocar fogo neste
cogumelo e carregar fogo por dias. A pessoa encarregada de manter aceso o fogo em seus clãs,
quando migraram para latitudes mais ao norte, eram essenciais à sobrevivência de seu povo e
vocês podem imaginar como seria se não houvesse fogo durante o inverno. Nosso clã
morreria. Este cogumelo também revolucionou a guerra. Quando se ferve este cogumelo e o
amassa com pilão, ele se transforma em uma fibra. Este cogumelo revolucionou a guerra
porque mesmo tendo os chineses descoberto a pólvora, os europeus inventaram o rifle, que
possibilitou com que a faísca ateasse fogo a este tecido e à pólvora, o que foi um enorme
avanço tecnológico. Da mesma forma vou mostrar alguns avanços tecnológicos que acho
críticos para a sobrevivência humana. Esse chapéu hoje é feito por mulheres, na Transilvânia,
onde é uma tradição de longa data, há mais de 2 mil anos e quando você pila esse cogumelo,
após cozinhá-lo, ele vira um tecido e podem ser feitos chapéus, bolsas, etc. Esse chapéu é bem
quente e se você passar gordura animal ele fica impermeável. Essa é uma das tecnologia quase
perdidas utilizando-se fungos. Há 10 mil anos atrás nós éramos todos povos da floresta e ao
deixarmos a floresta perdemos muitos dos conhecimentos ancestrais, mas uma parte desse
conhecimento ainda sobrevive hoje. Então vou tirar meu chapéu.
Esta é minha esposa, ela não está aqui mas é minha melhor amiga e “parceira no crime”
e aqui é onde vivemos no estado de Washington, ao sul de Seattle, onde há belas florestas
virgens muito anciãs. Eu acredito na inteligência da natureza e ouvindo à natureza nós
podemos descobrir ou redescobrir muitas soluções para os problemas que enfrentamos hoje.
O que muitas pessoas desconhecem é todas as plantas tem fungos injetados em sua
estrutura. São micorrizas, associadas às raízes das plantas que aumentam a absorção de
nutrientes em centenas de vezes, como também previnem doenças. Há fungos parasitas que
matam árvores, que é como um urso caçando um animal ferido, ou como um leão que elimina
um indivíduo fraco, mantendo o grupo forte. Existem fungos saprófagos que crescem em
matéria morta e um novo grupo, isso é muito interessante, este conhecimento veio desta área,
são os fungos endofíticos, que injetam os caule e as folhas das plantas. Os fungos endofíticos
são criticamente importantes. Pesquisas provenientes das águas termais de Yellowstone, na
América do Norte, onde a temperatura da água chega a 60º, extremamente quente, e ainda
assim plantas podem viver naquela água. Cientistas retiraram aquelas plantas da água,
cultivaram em laboratório e encontraram um fungo que pensaram ser um contaminante, então
eles retiraram os fungos e replantaram as plantas, que morreram em temperaturas de 40º. Ao
colocarem os fungos de volta, as plantas sobreviviam em água de 60º. Isso confirma a termo-
tolerância. Os fungos endofíticos do gênero cornularia são essenciais para possibilitar que
uma planta sobreviva a condições adversas: altas temperaturas, secas e também conferem a
propriedade de repelir insetos, prevenindo que insetos comam as plantas.
Essas espécies são nomeadas por 3 brasileiros, chamadas agaricus brasiliensis, um
cogumelo-botão portabello, a maioria de vocês está acostumado a ver cogumelos com caule,
lamelas, os esporos vêm das lamelas, e têm um chapéu e um anel no caule. Há uma estimativa
que existam 1 a 2 milhões de espécies de fungos no mundo. 10% são fungos que formam
cogumelos. Das 150 mil espécies de cogumelos estimadas no reino dos fungos, nós só
identificamos 14 mil, o que significa que 90% das espécies ainda não foi identificada.
Nós somos mais próximos do reino fungi do que de qualquer outros reinos. No Jornal de
Microbiologia Eucariótica, em dezembro do ano passado, um novo super-reino surgiu, o reino
Opisthokontum, este reino une os animais e fungos em um mesmo grupo. Nós exalamos
dióxido de carbono, assim como os fungos, nós inalamos oxigênio, assim como os fungos.
Nós nos separamos dos fungos há cerca de 600 milhões de anos atrás, nós nascemos dos
fungos. Então o que fazemos em nossa empresa? Temos uma companhia, “fungi.com” Fungi
Perfecti, eu também quero fazer um reconhecimento aos meus 25 funcionários, tem sido uma
longa e dura estrada e seu apoio faz muita diferença. Temos 900m2 de “salas limpas”. Aqueles
que sabem o que é uma bancada de fluxo laminar, nós temos 23 dessas. Nós produzimos 10
mil Kg de micélios por semana. A maioria dos micélios que produzimos são de fungos
saprófitos, fungos que crescem em matéria morta. Em essência, pegamos serragem,
adicionamos micélios, essa coisa branca, muitas coisas acontecem e no final nós criamos solo.
Fungos são os grandes desmontadores moleculares da natureza. Eles são os organismos que
fazem a interface entre a vida e a morte, e no curso de seu ciclos de decomposição, o solo é
gerado. Então fungos criam solo e a perda de solo por todo o mundo está causando um enorme
impacto, no sentido negativo. Eu era lenhador, cortei floresta anciãs por alguns anos e inventei
um óleo de motoserra cheio de esporos. Um óleo biodegradável, que quando você corta uma
árvore ela se torna inoculada com esporos. Este é um micélio de cogumelo-ostra de um óleo de
motoserra. A idéia é que quanto mais rápido se decompõe a madeira, mais rápido o carbono
volta pra natureza e a madeira seca, suspensa acima do solo permanece fora dos ciclos de
carbono.
Este é um exemplo de micélio, essa coisa branca que todos já viram. Se você ainda não
viu é só ir lá fora e procurar um pedaço de madeira, quebrar uma ponta e você verá essa massa
branca. O micélio tem incrível capacidade de retenção. É capaz de reter 35 mil vezes sua
massa. Então o micélio cresce em um habitat que eu chamo de habitat miceliado e ele segura o
solo e previne a erosão. Aqui temos cogumelos-ostra crescendo em um talo, 21 dias após a
inoculação, 23 dias, 25 dias. O cogumelo-ostra pode reciclar e converter a maioria dos
substratos de celulose em um alimento rico em proteínas, vitamina B, anti-cancerígena.
Alimento. Cogumelos são verdadeiros alimentos medicinais.
Sou fascinado pela maneira como os cogumelos apodrecem. Cogumelos têm sistemas
imunológicos bem fortes. Até eles soltarem seus esporos. Após a produção dos esporos eles se
entregam e começam a apodrecer através da ação de outros organismos, especialmente
bactérias. E apresento a vocês a idéia que chegou até mim, durante muitos anos: os cogumelos
pré-selecionam as comunidades de bactérias que são essenciais para as plantas crescerem e
produzir o que servirá de alimento aos fungos e auxiliar os cogumelos se espalharem e auxiliar
outras plantas.
Aqui temos um cogumelo liberando seus esporos, depois os esporos germinando, e
existem outros organismos aqui e rapidamente os micélios entram para o subsolo. Este é a
proverbial ponta do iceberg. Micélios de cogumelos vivem dezenas, às vezes centenas de anos
antes de algum cogumelo ser produzido. Muitos deles são anuais e surgem como consequência
das chuvas, mas em apenas um cm2 de solo pode haver mais de 12 Km de micélios. Pense
nisto!
Passei muitos anos em frente a um microscópio então vou mostrar algumas de minhas
imagens. Este é um micélio magnificado. O micélio tem apenas a espessura de uma membrana
celular, nós temos 5 ou 6 camadas de pele que nos protege de infecções, enquanto o micélio
possui apenas uma célula. À medida que o micélio cresce em seu habitat, ele secreta micro-
cavidades que são preenchidas com água e depois que a água sai, à medida que perde a água.
São pequenas bolsas de água que aos poucos são liberadas, dessa forma retêm umidade.
Dentro dessas micro-cavidades todos tipo de micro-organismos crescem em abundância.
Comunidades de bactérias, protoprotozela, etc. todos fazem morada.
Micélios são pilares da cadeia alimentar. Passei muitos anos tirando milhares de
micrografias, então deixem-me mostrar 5 ou 6. Mas olhando para os micélios, fiquei
maravilhado de ver como são articulados. Então compreendi que são membranas de micro-
filtragem. São filtros, eles capturam nutrientes ao atravessarem, nessas redes, e se não há água
suficiente, o micélio procura a água. Eles podem canalizar centenas de litros de água por estas
fibras, através de grandes distâncias, em pequeno espaço de tempo.
Olhando para os micélios, através dos anos. Existem algumas idéias na vida que
recomendam a si mesmas. Eu comecei a ver estas imagens como paisagens neurológicas. Este
é o micélio crescendo, eu olho o que está acontecendo aqui. Estes são chamados nodos de
cruzamento. Os micélios são uma corrente que conquistam grandes áreas e depois ele se torna
uma rede. Eu proponho que os micélios são a internet natural da Terra. Em 1984 eu recebi
críticas por isso e tenho a felicidade de dizer que ano passado dois artigos foram escritos por
pesquisadores da Escócia e de Oxford falando a respeito da matemática da internet e usando a
mesma matemática da teoria da internet e olhando para os nodos de cruzamento dos micélios,
encontraram as curvas de otimização matematicamente, tanto do micélio quanto da otimização
da internet. Elas se sobrepõe perfeitamente.
No micélio existe uma retro-alimentação biomolecular que permite ao micélio
customizar suas defesas e enzimas antes de qualquer contato.
Esta é uma representação diagramática da internet publicada na Scientific American. Ela
compartilha do mesmo arquétipo que o micélio. Ele é encontrado através de toda a natureza
em diferentes ordens de magnitude. Eu acredito e sei que a natureza constroi baseada em seus
sucessos e a invenção da internet era inevitável. Era uma consequência inevitável de uma
experiência de sucesso de modelo evolutivo já testada anteriormente. Estes são neurônios
cerebrais que também seguem o mesmo modelo de rede. Esta é uma explosão de super-nova
fotografada pelo telescópio Hubble. A matéria forma correntes. Indo mais adiante nas galáxias,
sou um astrônomo amador, até 97% da matéria do universo é considerada “matéria negra”, que
forma uma estrutura assim como o arquétipo do micélio. Estas são galáxias, este é o caminho.
Eu imagino, se este é o arquétipo da consciência universal.
Vamos voltar no tempo. 13,7 bilhões de anos atrás ocorreu o Big-Bang, eu chamo de a
centelha de Deus. 4,5 bilhões de anos atrás, a Terra se formou a partir de poeira estelar.
Sabemos de 2 impactos severos de asteróides, 250 milhões de anos atrás houve um impacto
catastrófico de um asteróide que atingiu a Terra, levantando uma enorme quantidade de poeira
que se espalhou por toda a atmosfera. O sol foi bloqueado e os fungos herdaram a Terra, por
décadas e talvez por séculos. As plantas que se uniram aos fungos, foram recompensados pela
seleção natural. Daí chegamos até 65 milhões de anos atrás e acontece novamente, outro
impacto de asteróide e os dinossauros foram extintos. O ar ficou repleto de poeira, o sol foi
bloqueado novamente e os fungos herdaram novamente a Terra. Através deste dois impactos,
organismos que se uniram aos fungos sobreviveram na escuridão. Nós estamos presentes aqui
hoje, por causa de um sucesso evolucionário, devemos todos brindar, nós conseguimos chegar
até aqui, até agora. Somos composições simbióticas de organismos, não é apenas Paul Stamets
falando pra vocês, são colônias de micróbios utilizando de uma voz em comum e vocês estão
me ouvindo e sua colônia de micróbios está ouvindo a voz que a minha colônia está
projetando.
Estamos entrando agora na 6ª X, a sexta grande extinção do mundo, conforme sabemos.
50% das espécies conhecidas serão extintas nos próximos 100 anos. Eu frequentemente penso
que se houvesse uma OOU, Organização dos Organismos Unidos, e se cada organismo tivesse
o direito de voto, os seres humanos seriam eleitos para ficar na Terra ou não. Nós estamos
participando desta votação neste momento, e nossa própria extinção está em jogo.
Micélios foram os primeiros organismos a dominar a terra, há 1.3 bilhões de anos atrás,
os primeiros organismos terrestres. As plantas foram os próximos, 600 milhões de anos depois.
Fungos devoram rochas. Como eles fazem isso? O micélio produz uma rede, como foi visto,
mas também produzem ácido oxálico. Este ácido em contato com a rocha extrai cálcio dela,
produzindo cristais de oxalato de cálcio. Estes são muito interessantes. Após o cálcio ser
extraído da rocha, o magnésio é extraído e a rocha se esfacela. É por isso que micologistas são
contratados por fundações de preservação de monumentos, governos, Roma, por exemplo,
para prevenir a destruição de monumentos, porque os fungos ainda fazem isto. Ácido oxálico,
é na verdade duas moléculas de dióxido de carbono unidas e o oxalato de cálcio, depois
combina-se com o cálcio e outro oxigênio. O micélio é composto de mais de 95% de
polissacarídeos, açucares de alto peso molecular, cobertos por oxalato de cálcio. Desta forma
pode ser verdade que a solução para o aquecimento global é o uso de micélios para gerar
húmus, sequestrando dióxido de carbono da atmosfera. Mesmo que os micélios exalem
dióxido de carbono, 50% deste dióxido metabolizado fica nas redes do micélio. A ausência de
micélios em solos resulta em solos compactados, anaeróbicos, sujeitos à erosão e o oposto,
evidentemente são solos ricos de vida.
No mês passado, este artigo foi publicado no “Journal of Geology”, e quero dar o crédito
ao Dr. Boyce pela publicação. Este é um organismo muito interessante, foi fossilizado,
descoberto em 1958 e tem 420 milhões de anos de idade, Prototaxites. Era um grande mistério
até um grupo de micologistas e cientistas se reunirem e descobrirem que isto é na realidade um
cogumelo. Esta é uma imagem artística de como a Terra deveria se parecer há 420 milhões de
anos atrás. Este eram cogumelos de 10 a 15 metros de altura. As plantas mais altas na Terra,
naquela época mediam no máximo 50 cm de altura. Estes fungos são extremamente adaptáveis
à catástrofes. Quando elas ocorrem, estes fungos são espertos na maneira com que eles
respondem e acredito que podemos nos espelhar na inteligência deles para lidarmos com os
problemas que enfrentamos atualmente. O cogumelo mais antigo até hoje descoberto, estava
em um pedaço de âmbar, e tem entre 15 e 20 milhões de anos. O cogumelo mais antigo
encontrado tem 100 milhões de anos. Antes da extinção dos dinossauros. Se você voltar 100
milhões de anos atrás e andar através de uma floresta paleolítica você iria reconhecer os
cogumelos, mas se você visse umas criaturas andando pelo chão, você iria reconhecer que
aqueles são os ancestrais dos humanos? Não. Estes são organismos altamente desenvolvidos.
Bem mais desenvolvidos e o que eu encaro como um problema ao comunicar este
conhecimento é uma forma de racismo biológico contra os cogumelos. Quando se fala de
cogumelo, você logo pensa de cogumelos portobelo, em cogumelos-botões ou cogumelos
mágicos. Mas, quantas pessoas sabiam que os fungos foram os primeiros organismos na terra?
E isso é o que eles fazem, eles são os responsáveis pela restauração dos habitats. Liderando o
caminho para as espécies subsequentes, que surgem após os fungos criarem o solo. Aqui é
onde eu vivo, nesta área, este é o Rio Columbia, o estado de Washington, estado de Oregon. O
maior organismo da Terra fica no norte de Oregon, é uma teia de micélios de 890 hectares. Ele
matou as árvores, que se tornaram cinzentas, altamente inflamáveis, então tiveram que cortá-
las. Mas este é contorno de um único organismo, de 890 hectares de extensão, com mais de 2
mil anos de idade e com apenas a espessura de uma parede celular, rodeado de centenas de
milhares de microorganismos que tentam comer isso. Como é possível que o micélio atinja
esta enorme massa?
Esta aqui é uma cultura incomum de micélios, eu admito, as culturas que utilizamos são
como as lentes de um telescópio ou de um microscópio, somos limitados pelo campo de visão.
E então eu me deparei com estas imagens de micélios de cogumelos-mel, crescendo em
Montana, um estado na América do Norte, nos EUA e o micélio, quando desobstruído também
produz este espirais, acho que os permacultores sabem onde quero chegar com isso, é
extraordinariamente interessante. O micélio, então, sob as condições favoráveis tipicamente
com a presença repentina de água, o micélio sobe até a superfície do solo e então, exposto à
luz, o micélio não precisa de luz para crescer, mas a maioria das espécies de cogumelos
responde à luz e então produz um cogumelo, porque está acima do solo e a exposição à luz
desencadeia a formação de um cogumelo. Então aqui está um cogumelo-bebê se formando, os
cogumelos são tão poderosos que podem emergir através do asfalto ou do concreto. Este é um
cogumelo “shaggy mane”, uma matriz espiral de células se forma, se torna multi-nuclear e as
células se expandem com uma força hercúlea que pode quebrar asfalto e concreto e ao mesmo
tempo você pode esmigalhar estes cogumelos com suas mãos. Acho que é um belo exemplo de
quão poderosa e quão delicada a natureza é.
Me envolvi com a limpeza de sistema de águas dos Laboratórios Batelle, usando
micélios. Eu vivo em uma pequena baía, no estado de Washington, bem ao lado de estuários
de mariscos, ostras e crustáceos. É um habitat marinho. Eu comecei com os canteiros de
micélios, e como as galinhas, vacas ou porcos, eles mais que duplicaram em quantidade em
um ano. Cada propriedade naquela baía recebeu intimação do poder local para substituir seus
sistemas de tratamento de esgoto, pois havia contaminação por ecoli (coliformes) naquela
baía. Eu construí canteiros de micélios e quando eles voltaram no ano seguinte e foi detectada
redução de mais de 100 vezes nos coliformes e eles queriam saber o que eu havia feito. Eu
havia feito simplesmente canteiros múltiplos de micélios com serragens e talos de madeira. O
micélio é um filtro. Isso chamou a atenção dos Laboratórios Batelle, uma ONG multi-
milionária e eles me deram suporte por 4 ou 5 anos e eu testei 26 espécies de fungos de minha
biblioteca. Esses são pequenos montes de terra saturados de diesel em Bellingham,
Washington. São PAHs, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, diesel de navios. O solo
estava tão encharcado de óleo que era necessário lavar as mãos várias vezes após lidar com
ele. Cheirava a diesel. Então havia 4 montes, e nós inoculamos esse monte, era uma
competição de estratégias ambientais para combater a contaminação do solo, um monte era o
monte-controle, um outro foi tratado com bactérias, outro com enzimas, e nosso monte foi
inoculado com micélios de cogumelos oyster. O micélio é como uma esponja, ele absorve o
óleo. O micélio está produzindo enzimas extra celulares, chamadas lignases e celulases, estas
enzimas quebram as ligações entre hidrogênio e carbono, que mantêm unidas a celulose e a
lignina. Estas são as mesmas ligações que mantêm unidos os hidrocarbonetos. Os micélios
suam grandes quantidades destas gotas, excretadas de maneira específica, de acordo com o que
estão querendo digerir, então estes fungos podem ser treinados. Nós retornamos 4 semanas
mais tarde, o 1º monte estava descoberto, era o monte-controle, preto, fedido, sem vida, o 2º
monte, bactérias, a mesma coisa, 3º monte, a mesma coisa. Todos ainda tinham altos níveis de
PAHs, então chagamos ao nosso monte, na presença de vários oficiais do governo, nós
retiramos a cortina e nosso monte estava coberto com centenas de quilos de cogumelos oyster.
Estes cogumelos ficaram bem grandes. É o que chamamos de cogumelos contentes, eles
ficaram bem grandes.
Eles foram capazes de metabolizar os hidrocarbonetos e transformá-los em carboidratos,
polissacarídeos. Nós analisamos os cogumelos e eles se apresentaram totalmente livres de
qualquer traço de petróleo, perfeitamente comestíveis. Os cogumelos esporularam e então algo
mais aconteceu. Nós retornamos 8 semanas depois e os outros 3 montes estavam mortos, sem
vida alguma e então eu vi isso. Uma epifania pra mim! Ao esporularem os cogumelos atraíram
insetos, os insetos botaram ovos que viraram larvas, os pássaros vieram em busca das larvas e
trouxeram sementes e em 10 meses nosso monte era um oásis verdejante de vida, enquanto as
3 outros montes estavam mortos, escuros e sem vida.
Os fungos são os organismos-chave para a restauração ambiental, abrindo a paisagem
para uma pluralidade de outros organismos.
Você pode pegar um kit de cogumelos oyster, nós vendemos muitos deles. Você pode
pegar diesel de seu carro e derramar por cima do kit, depois de ter feito umas 4 colheitas, pois
os cogumelos não produzirão mais que isso, porque os talos já estarão decompostos. Você dá
uma dose de óleo queimado de seu carro e os cogumelos crescerão novamente.
Eu desenvolvi uma série de aplicações em meu livro “Micelio Running” está descrito em
detalhes, micélios adoram tecidos, estes são organismos de interconexões. Isto é chamado de
reconhecimento de estrutura própria, o micélio gosta de tecidos semelhantes ao seu próprio
tecido. Então eu criei os “bunker spawn” (tanque de germinação), sacos cheios de serragem
injetados com micélios para micofiltragem de bactérias, e-coli, para tratar lixo tóxico.
Como sei que permacultores adoram diagramas, aqui temos tanques de germinação em
uma fazenda ou uma fábrica e os efluentes geram poluição, então utilizando este material
pode-se gerar solo e habitat e dessa forma pode recuperar cursos d’água.
Das minhas 26 linhagens de micélios, 2 delas decompuseram “VX”, elemento que Sadam
Hussein utilizou contra os Curdos, matando mais de 20 mil pessoas. O VX tem uma molécula
constituinte chamada DMMP e é uma neurotoxina potente, matando instantaneamente, o
DMMP também foi utilizado no metrô, no Japão. Tem sido uma grande preocupação dos
militares americanos e também internacionalmente. Nós treinamos nossas culturas de
cogumelos, aumentando gradativamente a quantidade de VX nas culturas, e diminuindo os
outros nutrientes disponíveis, até que após 4 meses a única fonte de nutrientes era o VX, uma
neurotoxina potente. E existem 2 espécies em minha biblioteca que transformaram o VX em
substâncias não tóxicas. Isto foi publicado em “Jane’s Defense Weekly” e o Departamento de
Defesa Americano imediatamente colocou numa caixa preta e eu não sei o que aconteceu
depois disso.
Cogumelos também sequestra metais pesados, não se pode destruir metais pesados ou
radioativos, mas apenas transferi-los para outros locais. Tenho 24 destas tabelas em meus
livros, é um index cruzado de espécies de cogumelos contra diferentes tipos de metais, arsênio,
cádmio, cobre, chumbo, mercúrio, e o radioativo, césio. Após Chernobyl os cientistas
monitoraram os cogumelos pois os ucranianos estavam colhendo e se alimentando deles.
Havia o medo do alastramento da radioatividade, e sabiam que os cogumelos concentravam as
metais. Um cogumelo, aqui, chamado Gomphidius glutinosus, aqui está, hiperacumulou césio
137 dez mil vezes em relação aos níveis normais. A hiperacumulação do césio beneficiou os
seres vivos e a ambiente, transformando aquele cogumelo em alvo, reduzindo os índices de
radiação nos outros locais, assegurando que a floresta e o ecossistema sobreviva. Este fungo
realiza uma tarefa a longo prazo, que não inclui somente seu próprio ciclo de vida, mas ciclos
de vida de muitas gerações, então penso ser a maneira da natureza, sabiamente descontaminar
ambientes contaminados com metais pesados para que a pluralidade de organismos
sobrevivam.
Formigas cultivam cogumelos. Este é um cogumelo parasol, chamado lapiota prosera.
As formigas cultivam cogumelos como parte de sua tática de defesa, prevenindo infecções.
Um grupo de cientistas liderados pelo Dr. Joe Spatafora, descobriu que formigas e cupins
cultivam os cogumelos para selecionar uma bactéria que produz um antibiótico que impede
que um fungo, escovopsis, parasite e mate seus ninhos. Então as formigas aprenderam há
muito tempo que se aliando a fungos benéficos elas podem se prevenir de doenças que outros
fungos podem provocar.
Então começamos a criar fungos lapiota em nossa empresa, e a única coisa que fiz foi
inocular um pequeno formigueiro em nosso laboratório com micélios e no 1º ano apareceram
alguns cogumelos lá, no ano seguinte apareceram centenas. Aqui são alguns de nossos
funcionários, alguns cogumelos comestíveis lapiota prosera, deliciosos. Quando
pertubávamos essas formigas elas ficavam muito bravas, mas assim que era colocado um
micélio em contato com a colônia, elas imediatamente, em 10 ou 15 minutos, paravam de nos
atacar e se acalmavam, pagavam pedaços dos micélios e reconstruíam o formigueiro em 4 ou 8
horas, incorporando os micélios ao formigueiro pois haviam reconhecido imediatamente.
Estou fascinado com a evolução dos fungos, como podem ver, e com sua relação com
outros organismos. Eu moro, como disse um amigo meu, na pior casa que ele já viu na
América do Norte, ela foi construída nos anos 60, em Washington, com o teto plano, o que não
faz o menor sentido, com buracos por todo o telhado e formigas carpinteiras por toda parte,
que estavam destruindo a casa. Elas são como cupins. E essas formigas todos os dias faziam
um monte de serragem em um local da casa e como sou um bom marido e passo o aspirador e
lavo a louça, da maneira que minha mãe me ensinou, então, esta é minha tarefa. Então todo dia
aspirava a casa e lá estava este monte de serragem das formigas. À noite tem uma festa em sua
casa, quando você dorme. Então fui até o site da Agência de Proteção Ambiental e descobri
um fungo que não é patogênico para as abelhas, a consideração nº 1, mas ataca cupins e
formigas que comem madeira, chamado metarhizium. Mais de 200 cientistas e mais de 100
milhões de dólares foi gasto com este fungo pela indústria de pesticidas para evitar que cupins
e formigas comam as casas. Mas todos os outros cientistas, esses são esporos sendo
produzidos, esporos verdes, como um mofo de penicilina, e a idéia deles era que quanto mais
esporos, mais mísseis, mais morte, então eles queriam aumentar a quantidade de esporulação
nessas culturas, mas os insetos não são estúpidos, quando eram colocados os esporos em
armadilhas pela casa, os insetos iam até lá e sentiam o cheiro, identificando como organismos
patogênicos, eles simplesmente iam embora. Então esse insetos sociais são governados por
uma rainha e os ninhos são como fortalezas, tem guardas nas entradas, e qualquer formiga que
trouxesse um esporo deste fungo, seria impedida de entrar no ninho, para proteger a rainha, era
literalmente decapitada e levada a um cemitério onde os próprios guardas também se
sacrificariam, não retornando ao formigueiro. Isso também acontece com as formigas
cortadeiras aqui da Amazônia. Então pensei, a natureza é muito mais inteligente que isso e
então encontrei esses pedaços brancos se formando, não esporulando, olhei na literatura
científica, e todos diziam que aquilo era ruim, sem esporos, sem mísseis, sem morte. Mas eu
não queria mais esporos voando em meu laboratório, então eu peguei o sentido oposto. Esse
fungo em cultura, posso transformar nesta forma, em 2 ou 3 meses, caçando esses pedaços
brancos que vocês viram, então eu atraso a esporulação e falei pra minha filha e pra minha
esposa: vamos enganar as formigas. Então aqui está o lugar com o monte de serragem que
aparecia toda noite e então eu peguei o pratinho de brinquedo da minha filha, como eu queria
algo raso em que as formigas pudessem subir, então coloquei o micélio branco com arroz e
estimulei minha filhinha a se inspirar em ciências dizendo: vamos trapacear as formigas
carpinteiras. Isso foi às 9 da noite e ela teve que ir ao banheiro por volta da meia noite e ela foi
ver o pratinho e não acreditou no que ela viu, ela veio nos acordar dizendo que a gente
precisava ver aquilo, então fomos olhar e estava coberto de formigas, pegando os grão de
arroz, cobertos de micélios, levando pra dentro do formigueiro. Uma semana, duas semanas
depois, não havia mais nenhuma pilha de serragem em minha casa. As formigas
desapareceram, então contei pra um amigo e ele ficou impressionado com o resultado que a
indústria não conseguiu, eliminando a característica repelente dos esporos. Este é um exemplo
de como os esporos, o fungo quando produz esporos repele os insetos, enquanto o micélio os
atrai. Eu consegui modificar as culturas nessa forma pré-esporulação, que outros cientistas me
disseram que não ocorre na natureza. Então as formigas carregaram até a rainha e a colocaram
em um trono deste micélio, metarhizium, é como um grande salão de ópio, nunca estive em
um salão de ópio, mas é o que parece que a colônia faz, elas começam a comer o micélio,
ficam letárgicas, não cuidam da limpeza. Todas as trabalhadoras se tornaram disseminadoras
do micélio. Então as formigas ficaram mumificadas e então um cogumelo brotou de sua
cabeça.
Este fungo (?), do Dr. Lawrence Gilbert. Estes cogumelos são dimórficos, têm o estado
de bolor e têm o estado de cogumelo. O estado de bolor se reproduz muito rápido, mas não
sobrevive por muito tempo, até ele matar o inseto e produzir o cogumelo, neste cogumelo
estão os esporos, que garantem que a colônia sobreviva por muito mais tempo. Muito, muito
interessante. Então a casa desabou, e esporos e poeira se espalharam pelo ar, não os esporos de
metarhizion, mas outros esporos que estavam também na casa. Eu recebi minha 1ª patente em
dezembro de 2003, aceita pelo Departamento de Patentes Norte Americano, para formigas
carpinteiras, formigas de fogo, cupins subterrâneos e cupins (molson?). Eu continuei esta
pesquisa e atualmente trabalho com 12 tipos de insetos. Começamos a fazer extratos, testes de
escolha, água e etanol, outros micélios sem esporos, este são testes de escolha, 3 controles, 1
teste com o extrato de micélio, este é água, arroz e etanol, água, arroz, etanol e o micélio e
cupins. Assim que descobriram isso, que é chamado de estímulo de alimentação e
comportamento de seguir a trilha e os cupins seletivamente vão até o extrato. Descobrimos
que o diluindo 500 vezes ele se torna mais potente, então a diluição foi a solução para a
lucratividade, pois simplesmente adicionamos água, são tão sensíveis às frequências emitidas
pelo micélio, que ao diluir a tornamos mais potente.
Então avançamos mais um pouco e tenho a felicidade de dizer que em 17 de outubro de
2006, o Escritório de Patentes me conferiu a Patente Grand Bell, aplicável a todos os insetos
sociais, 200 mil espécies. Eu carrego esta responsabilidade de maneira muito séria e em meus
livros eu publiquei os princípios que guiam a licença destas patentes. O princípio-guia nº1: não
existe guerra contra os insetos, nós queremos a biodiversidade de insetos e a protegemos, só
não quero cupins e formigas-carpinteiras em minha casa, o resto da natureza, tudo bem. Nº 2:
esta patente não pode ser conferida a empresas que vendam pesticidas químicos e não tragam
esta tecnologia ao mercado e existe outros princípios também, respeitando os direitos dos
povos indígenas e dos genomas de suas terras. Posso passar uma hora contando o que
aconteceu. Eu trabalhei... oh impossível... 5 minutos? A platéia quer que eu pare em 5 minutos,
ou não? (a platéia se manifesta: não!) Ahh, mutação, mutação!!
Então a indústria de pesticidas, após 4 ou 5 anos que começamos a trabalhar juntos, tudo
que eu tinha medo a respeito desta indústria se mostrou verdadeiro. Eles não têm incentivo
para substituir seus pesticidas por algo que é muito barato, cerca de R$ 0,25 por casa, que
destruiria o poço de lucros que foi criado, rendendo bilhões de dólares ao longo do tempo.
Então parei de me envolver com qualquer uma destas indústrias, sou um soldado solitário.
Isto é mais fácil de produzir que um kit de cogumelos, podemos enviar por correio, então
tentarei colocar no mercado por conta própria. Vou lhes dizer que minha vida foi ameaçada por
várias vezes, nos últimos anos e recentemente, há apenas algumas semanas. Isto distrói os
minas de lucro da maiores indústrias, alguns estavam inclusive no mesmo hotel em que eu
estava hospedado! Muito interessante... Tentarei aplicar agora aos insetos não-sociais, não
terei tempo de entrar em detalhes, mas agora passarei ao reino dos fungos inteiro. Isto pode
substituir todos os pesticidas químicos do mundo. Pode ser localizado especificamente nos
genomas onde as espécies ocorrem, em seu ecossistema. Não é necessário importar fungos
alienígenas, esses fungos estão por toda parte. Metharizium é o fungo mais comum presente
no solo dos trópicos. Tudo que preciso é de uma formiga morta, um cupim morto para cultivar
este fungo. Vamos pular agora, (“Ali vou andar mais rápido”).
Este são cogumelos shitake, aqui do Brasil, você pode coletá-los. É um cogumelo muito
benéfico. Fiz uma pesquisa primeiro, após ter uma dicas em 2 artigos da literatura científica.
Mas shitakes crescem no escuro, esta é vitamina D, uma IU de vitamina D são 4 microgramas
e sua falta é um grande co-fator do surgimento de câncer e o mesmo cogumelo têm muito
pouca vitamina D, 134 IUs quando não exposto à luz do sol. Cogumelos provenientes do
mesmo bloco de serragem, expostos à luz do sol por 2 dias, têm a quantidade de vitamina D
aumentada para 46 mil IU. Cogumelos são a maior fonte de vitamina D entre qualquer
organismo terrestre. Aqueles entre vocês com comprometimento do sistema imunológico ou
sofrendo de qualquer outras doenças, especialmente mulheres africanas vivendo em latitudes
ao norte, perdendo muito cálcio, com osteoporosis, a vitamina D mitiga a perda de cálcio, mas
pessoas nas latitudes norte não adquirem vitamina D, pela falta de sol entre outubro e abril,
desenvolvendo imensos déficits de vitamina D. Vocês não têm esse problema aqui. Então um
médico, amigo meu utiliza contra câncer, bactérias, vírus. Muitos destes fungos podemos
encontrar em florestas antigas, tenho uma enorme coleção destes fungos. Este é o Ganoderma
applanatum, e ao invés de tirar este fungo da floresta, eu coletei um pedaço de tamanho de um
ponto de laser e este fungo ainda existe na floresta, dessa forma se houver uma catástrofe
natural esta espécie será preservada.
Da mesma maneira que algumas pessoas coletam sementes, em banco de sementes,
minha paixão, que já me fez gastar muito dinheiro, é coletar e armazenar espécies de fungos
de ecossistemas ameaçados.
Fomos aprovados pela NIH (Istituto Nacional de Saúde), nos primeiros estudos clínicos
nos Estados Unidos, com cogumelos medicinais contra o câncer de mama, usando este
cogumelo, turkey tail (rabo de peru), Trametes versicolor. Temos 2 frentes de pesquisa,
fervemos este cogumelo em água, colocamos em cápsulas, versus o uso do micélio. Os
estudos clínicos começam no próximo mês, existem outras 6 empresas competindo, na
verdade era um co-pesquisador mas teve que se tornar um fornecedor, por causa de um
conflito de interesses, obviamente. Então começamos os testes clínicos como um tratamento
adjunto contra o câncer de mama. Estes cogumelos têm inibidores de aromatase, enzimas de
aromatase, associadas com o crescimento do câncer de mama. Estes cogumelos inibem estas
enzimas perigosas, prevenindo o crescimento do câncer, aromatase é uma enzima associada ao
câncer de mama, enquanto a 5-alpha redutase é associada ao câncer de próstata. Este
cogumelo reduz ambas as enzimas, reduzindo a velocidade de crescimento do câncer,
permitindo que a terapia convencional funcione melhor.
Um cogumelo que foi utilizado para fazer este chapéu tem uma estória interessante. Na
fronteira da Áustria e Itália, em 1991, o famoso Homem do Gelo foi encontrado. Os restos
humanos mais bem preservados já encontrados, com 5.300 anos de idade e quero agradecer ao
Dr. que cedeu estas imagens. O Homem do Gelo trazia consigo dois cogumelos polyporus, um
deles, este aqui, é o que foi usado para fazer este chapéu, este é o “fomes fomentarius”, e este
o (pectaporus pectulinus, o “birch polipore”?), que tem propriedades anti-bacterianas muito
fortes. Estes cogumelos permitiam que ele carregasse fogo consigo, durante dias. Esta é a
aparência destes cogumelos nas florestas, vocês têm espécies similares aqui. Este era o tecido
que o Homem do Gelo estava carregando, tecido para dar início ao fogo, o mesmo tecido. O
micélio dá origem a um cogumelo e quando o cogumelo se desmancha, retorna o micélio. Este
é o tecido que pode se transformar em um chapéu e que revolucionou a guerra.
Vou concluir em 10 ou 15 minutos. Este é o cogumelo pelo qual sou apaixonado, se
chama “agaricon”, Fomitopsis officinalis, é exclusivo das antigas florestas do estado de
Washington, Oregon, norte da Califórnia e Colômbia Britânica. Foi descrito pela 1ª vez por
Dioscorides no ano de 65,como tratamento contra a “consumption” (consumo), chamada
posteriormente de tuberculose, por causa da destruição destas florestas na Europa, este
cogumelo está extinto. Nós ainda temos antigas florestas no estado de Washington, Oregon,
norte da Califórnia e Colômbia Britânica, apenas 5% do que eram originalmente. Este
cogumelo cresce como uma espécie perene. Nas farmacopeias antigas era associado
principalmente à saúde feminina, e utilizado por elas em emplastros. Este é meu estranho
irmão Bill, e esta é a margem de uma antiga floresta na Ilha Cortes, este é o maior agaricon
que já vi, pesa cerca de 45 Kg. Esta foto foi feita com uma lente de 16mm, para os fotógrafos
na audiência. É um polipore perene, fixado em um galho que está apodrecendo. Este cogumelo
não mata a árvore, por muito, muito tempo. Esta é minha esposa, Dusty, ela estava com 37
anos, a mesma idade desta orelha de pau, estou focando nesta espécie por seu uma espécie
indicadora de boa saúde da floresta.
O programa “BioShield” (escudo biológico) do Departamento de Defesa Americano
entrou em contato comigo por terem conhecimento de meu envolvimento com os Laboratórios
Batelle e com o “VX”. Em minha biblioteca, com 100 variantes que na maioria vêm das
antigas florestas, a maior ameaça que o Departamento de Defesa vê no terrorismo é o
bioterrorismo. Eles podem rastrear o movimento de materiais radioativos, mas não podem
rastrear vírus. O cogumelo apodrece do topo da árvore descendo até a base, então a árvore
sucumbe de uma doença que espero que nenhum de vocês nunca experimente. De qualquer
forma, a árvore vem abaixo e o cogumelo se forma. Agora utilizamos esse tubo de aço
inoxidável para pegar a cultura e deixar o cogumelo na floresta. Estes são tecidos no tubo, que
levamos de volta ao laboratório e existem 4 variantes distintas, mostramos que essas variantes
são incompatíveis, isso é que são essas barreiras, resistência, as variantes não combinam pois
se fossem a mesma variante não haveria essa linha divisória aqui, na verdade essas linhas
divisórias mostram que existem 4 variantes.
Então, me envolvi com o programa BioShield (escudo biológico) do Departamento de
Defesa Americano e já foram submetidas 300 amostras. O Departamento de Defesa está
preocupado principalmente com a varíola. Aqueles entre vocês nascidos após 1980, alguns
países após 1963, não têm imunização contra varíola. Se pensava que a varíola estivesse
erradicada, mas a Al Qaeda adquiriu varíola das Repúblicas Russas. Sabemos agora
infelizmente que isso é verdade, eles realmente têm o vírus da varíola. O governo americano
estava envolvido com o bioterrorismo, contra os povos indígenas, assim como os britânicos.
Eles concluíram que esses povos não têm imunização natural contra o vírus da varíola. Os
descendentes de europeus e africanos que beberam leite de vacas se expondo à varíola
bovina (na realidade um grupo de africanos que trouxe primeiramente este conhecimento ao
Dr. Jenkins, um pesquisador britânico, na década de 50) mostrou que essas pessoas não
contraíam a varíola. A varíola chegou ao Brasil também. Vírus não ligam para fronteiras, ou
política. Mas como os índios não foram expostos à varíola bovina, eles não adquiriram
imunidade. Se houvesse uma epidemia de varíola hoje, 95% dos indígenas seriam mortos em
algumas semanas, 30% de nós descendentes de europeus e africanos sobreviveriam, outros
30% sobreviveriam terrivelmente afetados. 30% ficariam cegos e 10% sobreviveriam. Os
missionários cristãos concluíram que se pegassem as crostas das feridas causadas pela varíola
bovina ou a “vaccinia” (os vírus) e os aplicassem na pele como um emplastro, seu sistema
imunológico teria tempo para reagir. Então os convertidos ao cristianismo recebiam um
emplastro e isso fez o poder da medicina cristã superior ao da medicina nativa. Como um
nativo disse: caso soubéssemos desses medicamentos não teríamos passado de 50 mil pessoas
para menos de 500 indivíduos. Foi utilizado belicamente contra os indígenas. Esta é uma parte
da história que nunca devemos esquecer. Então o Programa Escudo Biológico... (fim da
gravação)

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