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Mesmo que ao bispo de Maura faltem de todo razões - razões de qualquer

espécie - para a atitude que assumiu, o problema ferido por S. Revma. existe.
Existe e deve ser enfrentado, vasculhado e esclarecido para bem da Igreja e
bem do Brasil e da América. E não afastado como invenção de "comunistas",
"agitadores" e, agora, de "gente nervosa" e "sem razão", ao mesmo tempo
que "sem razões". Fonte: FREYRE, Gilberto. Mais desassombro e menos
prudência. Rumo. Rio de Janeiro, n. 1, p. 2, p. 13-16, jul./set. 1943.

AS RAZÕES DE UM BISPO SEM RAZÕES?

Lamentável que muitos parecem – ou não embora se possa ignorar – mas não é possível

querem - compreender certos abafos de negar.

opinião honesta e respeitável em nome de um

Desejo tão somente apresentar fatos não para
"respeito à autoridade" e de um "acatamento à
provocar ou contestar, mas para estimular e
Igreja". Ou então para não se desgostar algum
revisionar a história desse incomparável e
chefe ilustre; para nem sequer arranhar-se de
valoroso brasileiro, martirizado e injustiçado
leve em qualquer dos seus melindres de pessoa
Dom Carlos Duarte Costa, também conhecido
distinta investida de autoridade religiosa.
como São Carlos do Brasil. Afirmo
Porém contra fatos e verdades históricas -
peremptoriamente não querer justificar a

inexistência de comemorações e celebrações
alusivas as principais datas da vida desse
santo, tais como: 88 anos da participação na
revolução constitucionalista ou 75 anos de
fundação da ICAB.
Aproximam dias de comemorações que
marcaram a vida de São Carlos do Brasil. Nasceu
a 21 de Julho de 1888; fez sua primeira
comunhão no dia 24 de julho de 1897; no dia 4
de julho de 1924, o Papa Pio XI, elegia o segundo
Bispo diocesano de Botucatu, o qual com
apenas 36 anos de idade;
Revolução Constitucionalista, ocorrida em 9 de
julho de 1932, um movimento contra o primeiro
governo de Getúlio Vargas; Em 10 de julho de
1944, foi proibido de pregar o Evangelho de
Cristo e confessar os fiéis, decisão essa
proferida pela Câmara Eclesiástica em
retaliação aos pronunciamentos proferidos pelo
Bispo de Maura; 06 de junho de 1944, Dom
Carlos é preso em sua residência; funda a Igreja
Católica Apostólica Brasileira a 06 de julho de
1945; 24 de julho de 1946, Dom Carlos foi
“excomugado vitando”;
A vida de Dom Carlos Duarte Costa está repleta
de controvérsias e maldosas mentiras. Sempre
soubemos das razões canônicas e mentiras que
o indispuseram com o vaticano. No entanto o
que percebemos ao estudar melhor sobre a vida
deste grande brasileiro é que os motivos que o
afastaram da Igreja Romana foram
eminentemente políticos Dom Carlos sempre
foi muito comprometido com as causas do
povo, não só as causas religiosas como teu bem
as causas e motivos sociais e políticos. O
compromisso dele com a nação brasileira
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perpassava as razões e necessidade do povo.
Naquela época Dom Carlos havia se colocado
ombro a ombro com as mais expressivas
autoridades políticas paulistas e nacionais com
objetivo de reivindicar uma nova constituição
que atendesse as necessidades do povo.
É necessário entender o período político pelo
qual passava o Brasil na ocasião com o chamado
governo provisório de Getúlio Vargas. Esse
governo havia assumido poder com o objetivo
de trazer para o povo uma nova constituição
que resolvesse as questões trabalhistas,
eleitorais e algumas outras pendencias da vida
nacional. No entanto esse governo provisório
de Getúlio não deu nenhum procedimento e se
tornou um governo ditador que esbulhou
absurdamente o poder pertencente ao povo e
que em seu nome (do povo) deveria ser
exercido. Foi assim que apoiado por forças
políticas e militares, Dom Carlos organizou o
conhecido “batalhão do bispo” disposto a lutar
sem armamento algum, composto por
voluntários civis católicos da diocese de
Botucatu em São Paulo, para ajuntar com as
forças revolucionarias.
No centro do Estado de São Paulo, destaca-se a
região de Botucatu, onde inclusive a Igreja
Católica participou ativamente das atividades
revolucionárias, que começou com a coleta de
fundos na campanha ouro para o bem do Brasil,
até o envio de enfermeiras e paramédicos para
as frentes de batalha, tendo Dom Carlos Duarte
Costa, doado parte do tesouro da Diocese,
chegando mesmo a doar sua "Cruz Peitoral" e
organizado um batalhão que ficou conhecido
como o "Batalhão do Bispo".
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"Afim de tratar da oficialização de um batalhão diocesano que desejava organizar

em Botucatu, esteve na Capital o bispo d. Carlos Duarte da Costa, que ontem
regressou para sua diocese (...). Ontem, finalmente, o batalhão diocesano de
Botucatu foi reconhecido tendo sido feita a seguinte comunicação do MMDC, ao
major dr. Luiz Antonio Fleury de Assunção, delegado técnico de Botucatu: ‘Pedimos
a v.s. dispensar todo o apoio e coadjuvação que estejam no seu alcance, ao
batalhão diocesano de Botucatu, ali organizado sob o patrocínio de d. Carlos Duarte
da Costa, bispo da diocese...’", Correio de S. Paulo, 1932

Contexto Político representantes dessa aliança alternavam no

Para entender melhor o que foi a Revolução
Constitucionalista de 1932, devemos
primeiramente conhecer e entender o que
estava acontecendo na política do Brasil
daquela época.
Durante a Primeira República (1889-1930)
formou-se uma aliança entre os estados que
mais se destacavam economicamente, São
Paulo e Minas Gerais. Dessa maneira,
poder, criando assim a “política café com
leite”.
No entanto, em 1930, o presidente
Washington Luís, representante dos
paulistas, rompeu o acordo com os
mineiros, e indicou como seu sucessor o
então governador de São Paulo, Júlio
Prestes, que venceu as eleições.
Contudo, os mineiros não aceitaram o
resultado e se juntaram com os estados do

Rio Grande do Sul e da Paraíba, e colocaram
Getúlio Vargas no poder. O novo presidente
fechou o congresso, depôs governadores de
vários estados e anulou a constituição de
1891.
Essas medidas desagradaram a elite
paulista tradicional, que passou a trabalhar
como oposição ao governo de Vargas. Em
1931, se junta à elite um grupo mais
moderno, que exige do governo a criação de
Causas da Revolução
Constitucionalista de 1932
Aconteciam várias brigas de rua entre os
elitistas contra o governo e os tenentistas.
Mas, no dia 23 de maio, os dois grupos se
encontraram e se enfrentaram, causando a
morte de quatro estudantes, que ficaram
famosos com a sigla MMDCA, que era a
junção do nome de cada um.
Além disso, criou-se um grupo secreto que
pretendia destituir Getúlio Vargas, cujo
nome era a sigla dos quatro estudantes
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uma carta magna que regesse a legislação
do país e as eleições gerais para presidente
da república.
Ao mesmo tempo em que formava o
movimento contra o governo, se fortalecia
em São Paulo, um movimento a favor de
Vargas, chamado Tenentismo. Esse grupo
era constituído não só por militares, como
também por civis que agiam sob a liderança
dos militares.
mortos. A morte desses jovens foi o estopim
para o início da Revolução.
No dia 9 de julho de 1932 começou a
Revolução Constitucionalista de 1932,
contra o governo de Getúlio Vargas. Os
elitistas paulistas contaram com o apoio de
35 mil pessoas, contra 100 mil soldados do
lado dos tenentistas.
Consequências da Revolução
Constitucionalista de 1932. O movimento
durou cerca de três meses, e acabou com a
derrota de São Paulo. Os insurgentes

assinaram suas rendições, em 1º de outubro
de 1932, e as principais lideranças do
movimento foram exiladas em Portugal.
No entanto, pode-se considerar que São
Paulo foi derrotado apenas moralmente, já
que em termos de denúncia logo após o
término da guerra civil, o presidente
convocou eleições para uma Assembleia
Constituinte.
Essa Assembleia promulgou a Constituição
do Brasil de 1934. Foi também nessa
Diocese de Belo Horizonte
https://acontecebotucatu.com.br/geral/o-que-foi-revolucao-constitucionalista-de-1932-
entenda-guerra-dos-paulistas/
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Assembleia que as mulheres participaram
pela primeira vez do processo eleitoral.
Nessa constituição promulgada em 1934, foi
incluso a representação classista de
empregados, empregadores, profissionais
liberais e funcionários públicos, no
Congresso Nacional.
Apesar da derrota, São Paulo continuou
sendo o estado mais forte do país
economicamente, e a valorização do café
por meio do estoque e queima do produto
continuou a ser adotada nacionalmente.