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Cláusula de força maior

Nos dia de hoje, o que temos vivido é essencialmente uma situação de força
maior, e o que tem sido invocado a nível domestico, mas também a nível
internacional, tem sido a chamada força maior decorrente de uma epidemia,
que para alem de per si bloquear a economia, a capacidade das pessoas
agirem e desempenharem a sua atividade, e tem provocado que os Estados
emitam ordens de confinamento, estados de emergência, bloqueios de
fronteiras e aeroportos. Enfim, as coisas não podem acontecer, e portanto, é
impossível ao devedor executar e cumprir as suas obrigações nos termos do
programa obrigacional.

Em certas circunstâncias tem havido uma procura na força maior uma forma de
permitir às partes essencialmente uma situação de suspensão do cumprimento.
O Covid-19 é uma situação de natureza temporária e que determina
incumprimentos de natureza temporária. Não sabemos qual o tempo, esta
impossibilidade temporária tem feito com que muitas partes, no âmbito das
suas relações contratuais, invoque uma suspensão do cumprimento das suas
obrigações.

Por exemplo: na construção, não é possível em Portugal invocar força maior,


porque atividades conexas com construção não estão proibidas. O empreiteiro
não pode invocar clausula de força maior. Também não é possível nas
situações de cumprimento de contratos de promessa. Na indústria, nos centros
comerciais, o seu encerramento, faz com que as demais atividades, lojistas,
tenham que encerrar, deixando de ver cumprir a sua obrigação de estar
abertos e de funcionar. Isto faz com que não estejam sujeitos a nenhuma
consequência pelo não cumprimento das suas obrigações. Já a obrigação de
pagar as rendas não está suspenso. Cria-se uma situação desequilibrada, pois
os lojistas não podem exercer a sua atividade, mas não podem invocar a força
maior para suspender o pagamento de rendas pois não está incluído no
diploma de força maior.

Já no crédito à habitação, o banco está a permitir moratórias.

A clausula de força maior é comum, natural em todos os contratos


internacionais. A força maior tem tratamentos diferentes nos diversos países,
por exemplo, na common law é altamente restritiva, no direito português tem
tratamento do art.º 791.º CC. Se há coisa que não podemos confiar é no
tratamento de força maior em cada um dos sistemas jurídicos. E portanto, os
operadores nos contratos internacionais, procuram recorrer à lex mercatoria e a
clausulas que inserem nos contratos e que regularão a clausula de força maior,
e portanto, não se sujeitando à incerteza e dificuldade que pode ser colocada
em cada um dos estados se formos aplicar a clausula de força maior de cada
um dos estados.

A experiencia da lei inglesa é que estas situações não são de força maior,
porque quando foi o 11 setembro, e com todo o terramoto económico, nunca os
tribunais ingleses declararam força maior, depois quando houve as outras
epidemias, também não o fizeram, essencialmente porque para os ingleses a
força maior tem que ser uma situação de frustation, ou seja, por causa dessa
força maior fica irremediavelmente frustrada essa finalidade do contrato. O que
não é o caso, pois mais uma vez é uma situação que recuperará porque é
temporária.

Deixar a situação de força maior à sorte das regras locais pode-nos dar
dissabores, como é o caso da lei inglesa, onde a força maior é uma situação
restritiva. Portanto, quando falamos de força maior é muito recomendável que
se adota clausulas standard do comercio internacional.
PROCEDÊNCIA PARCIAL

1. O contrato de concessão comercial é um “contrato de distribuição


comercial” tal como os contratos de agência, comissão, mediação e
franquia.
2. O contrato de concessão comercial é o acordo pelo qual uma das
partes (o concedente) se obriga a vender os produtos por si
produzidos ou distribuídos à contraparte (o concessionário), a qual
se obriga a comprá-los e a (re)vendê-los a terceiros, por sua conta e
de modo estável, numa determinada circunscrição.
3. É um contrato inominado, não tipificado na lei, não dispondo, por
isso, de regulamentação específica, pelo que se lhe aplicam as
cláusulas acordadas entre as partes, as regras gerais dos contratos
e ainda as normas dos contratos nominados, sempre que a analogia
das situações o justifique, designadamente o de agência, sobretudo
em matéria de cessação do contrato.
4. Enquanto que o agente é um colaborador autónomo da empresa,
por conta da qual se obriga a promover a celebração de contratos e,
algumas vezes a concluí-los ele próprio, mas em nome e por conta
do principal, o concessionário atua em seu nome e por conta própria,
e, em regra, obriga-se a comprar uma quantidade mínima de
produtos durante um certo período de tempo e/ou a revender uma
quantia mínima.
5. No contrato de concessão, as partes vinculam-se a outro tipo de
obrigações - além da obrigação de compra para revenda -, sendo
através delas que verdadeiramente se efetua a integração do
concessionário na rede ou cadeia de distribuição do concedente,
mas não é necessário, por exemplo, que exista uma fiscalização e
controlo apertados do concedente sobre o concessionário, e também
não é essencial que este se obrigue a adquirir uma “determinada
quantia mínima”.
6. Existe um contrato de concessão comercial quando o cessionário
exerce uma atividade de compra e venda dos produtos fornecidos
pelo cedente em regime de exclusividade em todo o território
nacional, durante vários anos, comparticipando o cedente nas
despesas de promoção e publicidade dos produtos vendidos e
prestando regularmente assistência ao concessionário.
7. Prevendo-se nos artigos 33º e 34º do DL 178/86, na redação dada
pelo DL nº 118/93, de 13.04., a indemnização de clientela, em
termos explícitos, para o agente, no regime jurídico do contrato de
agência, é entendimento unânime que a função desempenhada pelo
concessionário, no contrato de concessão, reclama, em abstrato,
tutela semelhante, atento o leque e a amplitude das tarefas
assumidas e o nexo funcional que une os sujeitos, pois,
prosseguindo o concessionário objetivos relacionados com a
distribuição ou venda dos produtos ou com a prestação de serviços,
a sua atividade é suscetível de se projetar também positivamente na
esfera do concedente.
8. Com efeito, entre os dois contratos existe uma grande analogia
nesta parte: tanto o agente como o concessionário promovem os
produtos do “principal”, assim contribuindo para a sua divulgação. E,
tal como sucede num contrato de agência, o concessionário adquire
e fideliza determinada clientela, daqui resultando uma certa
afinidade entre o contrato de agência e o contrato de concessão
comercial, não só quanto à atividade desenvolvida pelo agente e
pelo concessionário, mas ainda quanto à situação de dependência
económica em que ambos se encontram relativamente à outra parte.

9. Portanto, o regime da indemnização por clientela previsto no


citado artigo 33º é aplicável por analogia aos contratos de
concessão comercial, com as devidas adaptações.
10. Tem-se entendido que não se trata em rigor de uma verdadeira
indemnização devida ao agente (não tendo função reparadora) até
porque não está dependente de prova, a fazer por este, dos danos
sofridos. O que conta são os benefícios que podem ser
proporcionados pelo agente ao principal, benefícios esses que, na
vigência do contrato, eram comuns, e que, após o seu termo, irão
aproveitar apenas a este.
11. Não é qualquer acréscimo de clientela ou qualquer beneficio que
daí resulte para o principal que justifica a atribuição ao agente de
uma “indemnização” de clientela; há-de tratar-se de um acréscimo e
de um benefício de proporções minimamente relevantes para o
efeito: um acréscimo “substancial” do volume de negócios do
principal donde resulte para este um beneficio “considerável”.
12. Nos casos em que a respetiva atividade vem sendo exercida
pelo concessionário, em regime de total exclusividade, em todo o
território nacional, é de presumir que toda a clientela tenha sido
angariada durante esse longo período de tempo. E daí que seja mais
difícil falar em angariação de novos clientes e/ou no aumento
substancial de volume de negócios.
13. Não é necessário que os benefícios para o concedente já
tenham ocorrido, bastando que, de acordo com um juízo de
prognose, seja bastante provável que eles se venham a verificar, isto
é, que a clientela angariada pelo agente constitua em si mesma uma
chance para o principal; o mais importante é que o principal fique em
condições de continuar a usufruir da atividade desenvolvida pelo ex-
concessionário,
14. Sendo a indemnização de clientela uma compensação devida ao
agente após a cessação do contrato pelos benefícios de que o
principal continue a auferir com a clientela angariada ou aumentada
pelo agente, o que é necessário é apurar se, e em que medida, após
a cessação do contrato, o cedente pode ficar a beneficiar da
atividade desenvolvida pelo concessionário.
15. É da experiência comum que, em princípio, sendo o
concessionário o único vendedor dos produtos do cedente durante
vários, após a cessação do contrato esta está em condições de
beneficiar consideravelmente da atividade desenvolvida por aquela;
a não ser assim entendido, deverá a cedente invocar as razões
pelas quais não teria beneficiado dessa atividade e imputáveis à
outra parte.

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