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ETEC Profa. Dra.

Doroti Quiomi Kanashiro Toyohara

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CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO


TRABALHO

PREVENÇÃO E COMBATE A SINISTROS – PCS

Professor Murilo Jose Jareno

3° Módulo – Noite

1° semestre 2020
Prevenção e Combate a Sinistros

CAPÍTULO 1 - INFLUÊNCIA HISTÓRICA DO FOGO

Antes de entrarmos no estudo do fenômeno da combustão, faremos um breve


relato sobre o fogo, sua origem e evolução no tempo.
A história contemporânea assegura que o fogo provavelmente foi descoberto pelo
homem primitivo que o conhecia como força misteriosa, servindo apenas como
iluminação e meio de aquecimento da caverna.
Às vezes o homem primitivo sentia pelo fogo verdadeiro pavor. Surgia ele das
descargas elétricas, produzindo um relâmpago e um raio.
Posteriormente, vencendo esse medo, dele se aproximou e o conquistou, levando-
o para dentro das cavernas, a fim de afugentar os animais ferozes que disputavam, com o homem, um lugar na
caverna; e a escuridão era fator favorável ao animal na luta contra o
homem.
O primeiro fogo utilizado pelo homem teria surgido de um fenômeno
meteorológico até que um dia o homem conseguiu produzi-lo através
de prolongadas horas de operação atritando um pedaço de madeira
com outro. A Segunda teoria antecedeu a Idade Média, por volta do
Século XVII, denominada “Fluogístico”, de autoria de Stall, segundo a
qual a matéria possuía um elemento extremamente leve, o Fluogístico,
e que o fogo era apenas a perda ou liberação desse elemento.
A terceira teoria teve início na Idade Média, quando os alquimistas, os
curiosos da química, desenvolveram vários estudos, entre eles o estudo do fogo. A conclusão, a que chegaram na
época os pesquisadores, asseguravam que o fogo era um elemento básico, juntamente com a terra, a água e o ar.
Esta conclusão hoje não é mais aceita, é óbvio, de quando ainda não se conhecia a estrutura da matéria.
Finalmente, no Século XVIII os franceses conseguem conquistar a Química moderna, quando Lavoisier, por volta de
1777, conclui suas experiências químicas. A descoberta de Lavoisier joga por terra todas as teorias anteriores sobre
o fogo, ou melhor dizendo, a combustão.
Lavoisier desenvolveu várias reações químicas, entre elas uma com características especiais, isto é, tendo como
resultante o aparecimento de energia térmica e energia luminosa.
Segundo a teoria de Lavoisier, fogo é o resultado de um combustível reagindo com o oxigênio submetidos à ação de
um agente ígneo. É portanto, a teoria do triângulo da combustão.
Essa teoria é, até hoje, de fundamental importância, tanto para os estudos de prevenção quanto para combate a
incêndio. O fogo foi intensamente estudado por ocasião da descoberta dos motores de combustão interna, mas o
objetivo a alcançar não era fogo nem calor e, sim, a força propulsora.
O calor apresentava-se como um fator adverso ao fenômeno. Voltou a ser estudado na descoberta dos motores a
jato, motores de combustão externa, com o objetivo de produção do empuxo.
O efetivo controle e extinção de um incêndio requerem um entendimento da natureza química e física do fogo. Isso
inclui informações sobre calor, composição e características dos combustíveis e as condições necessárias para a
combustão.
Combustão é uma reação química de oxidação, autossustentável, com liberação de luz, calor, fumaça e gases.
Fogo é uma forma de combustão, caracterizada por uma reação química que combina materiais combustíveis ao
oxigênio do ar, com desprendimento de energia luminosa e térmica.
Para efeito didático, adota-se o tetraedro ou quadrado do fogo (quatro faces) para exemplificar e explicar a
combustão, atribuindo-se, a cada face, um dos elementos essenciais da combustão.
A figura abaixo representa a união dos quatro elementos essenciais do fogo, que são:

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FOGO OU INCÊNDIO

Agora vamos estabelecer a diferença entre fogo e incêndio que para alguns parecem palavras sinônimas, mas
tecnicamente não tem o mesmo significado.
O fogo, na concepção da palavra, é um elemento de grande utilidade na vida moderna como também o foi aos
nossos antepassados. Sua aplicação é mais intensificada à medida que caminhamos em direção ao progresso. E ele
acompanha, passo a passo, o desenvolvimento de uma nação, figurando como um dos principais fatores de
propulsão do progresso.
O fogo, para ser útil, construtor e amigo, deverá estar sob o controle do homem, entretanto, quando o homem perde
o seu controle, ele se transforma em verdadeiro monstro, com ilimitada capacidade de destruição, que é o incêndio.
Incêndio é, portanto, um fogo descontrolado, um fogo nocivo, um fogo destruidor.
O que caracteriza o incêndio não é a intensidade ou o estágio de desenvolvimento e, sim o objetivo de sua ação. O
fogo, mesmo bem pequeno, mas nocivo, caracteriza um principio de incêndio.

OS GRANDES INCÊNDIOS NA HISTÓRIA

Os incêndios sempre foram acontecimentos trágicos, que deixaram, nas pessoas envolvidas, marcas indeléveis em
sua memória. Os grandes incêndios ocorrem, em sua maioria, devido a falhas durante o processo de prevenção e/ou
na execução do combate inicial. Diversos incêndios ocorreram nas últimas décadas e até hoje deixaram marcas de
desespero, dor, horror e morte. Os brasileiros vêm aprendendo, com o decorrer do tempo, a lidar com aquele que se
fez e está presente na história da humanidade, ou seja, o incêndio.
Abaixo estão relacionados algumas das principais ocorrências de incêndio no mundo, suas causas e consequências:
a) – Roma, ano 64, durou 8 dias, devastou 10 dos seus 14 distritos;
b) – Londres, ocorreram vários incêndios (ano de 798, ano de 982 e ano de 1212) mas o mais significativo ficou
conhecido como o Grande Incêndio de Londres ( The Great Fire) em 1666, o incêndio iniciou numa casa de madeira
e perdurou por quatro dias, consumindo cerca de 13.000 casa, 87 igrejas e capela, além de outras edificações,
deixou desabrigados mais de 100.000 pessoas (25% da população), devastou quase 75% da cidade causando 6
mortes. Este incêndio causou grande causou grande indignação na população obrigando os seus governantes a
implantar uma serie de medidas que repercutiram no mundo todo e serviram de embrião para as atuais legislações
contra incêndio. São elas:
- A implementação do sistema de seguros, na forma moderna;
- Origem da regulamentação precursora de segurança contra incêndio no ocidente;
- Desenvolvimento de equipamentos de combate a incêndios mais eficientes;
- Formação dos primeiros grupos de bombeiros pelas seguradoras.
c) – Constantinopla, no ano 1750 - 10.000 casa foram destruídas;
d) – Chicago, no ano de 1871 – O acelerado processo de urbanização da cidade e verticalização dos edifícios sofreu
interrupção devido ao incêndio, o qual provocou 250 mortes e aproximadamente 100.000 desabrigados;
e) – Egito, no ano de 1994 – Um trem com oito tanques cheios de combustível e óleo, começou a pegar fogo ( uma
das versões diz que um raio atingiu os depósitos de combustível) e foi levado pela força das águas, incendiando
todas as casas pelo caminho, morreram 557 pessoas.

No Brasil, não temos ainda dados detalhados em relação a incêndios, provavelmente devido a suas características:
desenvolvimento e ocupação urbana recente. No decorrer de nossa história foram registrados alguns incêndios,
relacionados a seguir:
a) - Salvador, em 1743 – Um grande incêndio, onde funcionava uma fábrica com depósito de munição, no largo dos
aflitos, destruindo a Casa do Trem;
b) – Rio de Janeiro, em 1825 – O Teatro São João, atual João Caetano, incendiou-se pela terceira vez, sendo que, a
1ª vez em 25 de março de 1825 e a 2ª vez em 1851. Então D. Pedro II resolveu criar a 2 de julho de 1856, através de
Decreto Imperial nº 1775, o Corpo de Bombeiros Provisório da Corte ( atual Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro),
com jurisdição apenas na cidade do Rio de Janeiro;
c) – São Paulo, em fevereiro de 1972, um incêndio no Edifício Andraus, de 31 andares, matou 16 pessoas e feriu
outras 375. Localizado na Av. São João na região central de São Paulo, a edificação de concreto armado abrigava
escritórios e uma loja de departamentos, e o incêndio foi exemplo inusitado de propagação exterior de incêndio em
prédios elevados.
d) – São Paulo, em fevereiro de 1974, um incêndio que começou em um aparelho de ar condicionado localizado
numa janela do 12º andar do Edifício Joelma, de 25 andares, localizado no centro de São Paulo – o fogo propagou
rapidamente pelo exterior do edifício, causando 189 mortes 300 feridos e destruição total das dependências internas.

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CAPÍTULO 2 - ESTATÍSTICAS E CAUSAS MAIS COMUNS DE INCÊNDIO

Estudos mostram as porcentagens extraídas da prática do estudo de 25.000 incêndios ocorridos em industrias
durante a década de 70 em várias partes do mundo, que apontaram como as principais causas conhecidas de
incêndios os seguintes fatores:

23% - Elétricos;
10% - Atrito;
8% - Cigarros e fósforos;
8% - Materiais superaquecidos;
7% - Superfícies quentes;
7% - Combustão aberta;
5% - Combustão devido a faíscas;
5% - Combustão espontânea;
5% - Processos de corte e solda;
22% - Outras causas.

Causas de Incêndio
É de enorme interesse para a Corporação saber a origem dos incêndios quer para fins legais, quer para fins
estatísticos e prevencionistas. Daí a importância de preservar-se o local do incêndio, procurando não destruir
possíveis provas nas operações de combate e rescaldo. Dessa forma, os peritos poderão determinar com maior
facilidade a causa do incêndio.

Classificação das causas de incêndios


a) - Naturais
b) - Artificiais: Acidentais e Propositais

Causas Naturais

Quando o incêndio é originado em razão dos fenômenos da natureza, que agem


por si só, completamente independente da vontade humana.

Causas Artificiais
Quando o incêndio irrompe pela ação direta do homem, ou poderia ser por ele
evitado tomando-se as devidas medidas de precaução.

a) Acidental: - Quando o incêndio é proveniente do descuido do homem,


muito embora ele não tenha intenção de provocar o acidente. Esta é a
causa da maioria dos incêndios.

b) Proposital: - Quando o incêndio tem origem criminosa, ou seja,


houve a intenção de alguém em provocar o incêndio.

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Principais Causas de Incêndio

Eletricidade:
a) Excesso de Carga: Utilização de conexão múltipla (Benjamim) para alimentar vários aparelhos elétricos,
provocando superaquecimento dos condutores que não foram calculados para suportar cargas excessivas.
b) Curto-circuito: Instalação defeituosa, estabelecendo contato entre a fase positiva e a negativa, gerando centelhas,
altíssima temperatura e superaquecimento do condutor.
c) Contato Imperfeito (mau contato): Conexões imperfeitas com produção de centelhas ou superaquecimento.
d) Fusíveis: São dispositivos para proteger a instalação elétrica. Sua ausência ou o seu dimensionamento incorreto
podem acarretar incêndios.
e) Superaquecimento: Aparelhos elétricos deixados em funcionamento, que atingindo materiais de fácil combustão,
provocam incêndio.
Chama Exposta:
É o contato da chama com qualquer material, provocando aquecimento capaz de gaseificar o combustível, iniciando
a combustão. Aí se enquadram as pontas de cigarros, velas, palitos de fósforos acesos, balões, fogos de artifícios,
entre outros.
Centelha ou Faísca:
Partícula que salta de uma substância candente ou em atrito com outro corpo; fenômeno luminoso que acompanha
uma descarga elétrica.
Atrito:
Transformação de energia mecânica em calor, através de fricção de dois materiais. Ocorre em mancais, rolamentos,
esteiras, polias, etc, desde que não estejam suficientemente lubrificados.
Reações Químicas:
Podem liberar calor excessivo: Ex: Sódio + água, Ácido + água, Cal viva + água.
Combustão Espontânea:
As fibras de juta, resíduos de algodão, feno, carvão, panos ou estopas impregnados de óleo vegetal, pólvora e certos
produtos químicos estão sujeitos a inflamar-se sem o contato de uma fonte externa de calor. Para reduzir os riscos,
deve-se obedecer às normas de estocagem e exercer fiscalização e controle.
Vasilhames de Líquidos Inflamáveis Abertos ou Mal Fechados:
Os vapores desprendidos podem espalhar-se por uma grande área até atingir uma fonte de ignição, causando
explosão e/ou incêndio.
Pós em Suspensão em Ambiente Confinado:
O excesso de pós e poeira em suspensão em ambientes confinados é explosivo quando em contato com a chama ou
centelha.
Gás de Cozinha:
Acidentes, normalmente, causados por vazamentos em instalações irregulares ou defeituosas, ou ainda por reparos
feitos por pessoal não especializado.
Convergência Luminosa:
A luz e o calor solar incidente, em uma lente convergente, concentra-se em um só ponto, podendo ser uma causa de
incêndio. Incêndios Florestais podem ter origem em cacos de vidro lançados na mata, que funcionam como lentes
convergentes ao sofrer ação da luz solar. A luz concentrada pode incidir sobre a vegetação seca, irrompendo o
incêndio.

CAPÍTULO 3 - QUIMICA E FISICA DO FOGO

O fogo é a parte visível de uma reação química chamada de combustão; Que é uma oxidação que se processa
rapidamente, em que há o desprendimento de energia na forma de luz e/ou calor.
Uma oxidação pode ser:
Lenta: - Velocidade de propagação praticamente nula Ex. papel, ferrugem.
Rápida: - Velocidade de propagação inferior a 1m/s (pode ocorrer a combustão)

Tipos de combustão:

Combustão viva: - É aquela que produz chama de imediato e sua temperatura se eleva rapidamente, como o fogo
produzido por líquidos inflamáveis (gasolina, removedor, tinta, etc.) ou por combustíveis sólidos (linho, papel, etc.).
Combustão lenta: - É aquela que não produz chama de imediato e a sua temperatura não se eleva com rapidez.

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Combustão espontânea: - Quando se produz a oxidação lenta de uma substância provocada por temperaturas
baixas, que demoram em produzir o ponto ou a temperatura de ignição. Exemplos: estopa ou trapos, acumulados,
embebidos em óleo; monte de feno úmido em fermentação; fardo de estopa ou de algodão úmido; etc.
Combustão incompleta: - Quando a combustão se produz com insuficiência de oxigênio. Ao dar-se este fenômeno,
primeiramente se reduz a velocidade da combustão e, ao ser atingido o ponto crítico do teor de oxigênio, a chama se
extingue. A combustão incompleta é geralmente acompanhada de forte formação de fumaça.
Combustão violenta ou Instantânea: - Ocorre quando a reação química de oxidação libera energia e calor numa
velocidade muito rápida com elevado aumento de pressão no ambiente. Podendo ser:
a) – Deflagração: Velocidade superior a 1m/s e inferior a 400m/s, ex. pós e vapores de líquidos inflamáveis.
b) – Detonação: Velocidade superior a 400m/s e elevação de pressão até 100 vezes a inicial, ex. explosivos.

Princípios básicos da combustão

O conhecimento das condições que determinam a ocorrência ou não da oxidação de um material é essencial para a
compreensão dos princípios em que se baseia a ciência de prevenção e combate a incêndios.
Como a combustão é uma reação química, são necessários, no mínimo, dois elementos que reajam entre si,
envolvidos por circunstâncias que favoreçam tal reação.

Para fins didáticos, utiliza-se a figura de um quadrado para representar os


elementos essenciais à ocorrência da combustão. Esta figura é denominada
“Quadrado do Fogo”.

Até alguns anos só eram considerados três elementos como influentes na química
do fogo: comburente, combustível e fonte de ignição, constituindo o conhecido
“triângulo do fogo”. Com a aceitação da reação em cadeia como elemento
essencial à combustão, desenvolveu-se o conceito do “quadrado do fogo”.

1 - Comburente (Oxigênio)

É qualquer substância que mantém uma combustão; no caso, é o gás que envolve o combustível.
O comburente mais comum é o oxigênio, pois é o mais abundante. O ar é composto de
aproximadamente 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1% de outros gases.
Para que haja combustão, é necessário que o oxigênio contido no ar atmosférico esteja na concentração mínima de
13%. Abaixo dessa concentração, até atingir o limite mínimo de 6%, não haverá mais chama, e a combustão de um
material pode se manifestar de maneira lenta.
Observe na figura a concentração de oxigênio para que ocorra a combustão.

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Observação: - Certas substâncias químicas que facilmente liberam oxigênio em condições favoráveis, como o nitrato
de sódio e o cloreto de potássio, são comburentes. Alguns materiais combustíveis, como o plástico piroxilínico,
contêm oxigênio combinado nas suas moléculas, de tal forma que a combustão pode ocorrer sem suprimento de
fonte externa.
A combustão pode também ocorrer numa atmosfera de cloro, gás carbônico, nitrogênio.
Por exemplo: o pó de zircônio pode ser inflamado no gás carbônico.

Limite de Inflamábilidade ou Explosividade:


Para que ocorra combustão é necessário que a mistura ar (oxigênio) x combustível (vapores ou gases) se misturem
em um percentual volumétrico adequado, tornando a mistura gasosa explosiva ou inflamável, na presença de uma
fonte de ignição.
Essas misturas são expressas em percentagens em relação ao volume de gás ou vapor no ar, e são determinados a
pressão e temperaturas normais para cada substância.
São definidos dois limites:

Limite Inferior de Explosividade (LIE): É a menor concentração de uma substância que misturada com o ar forma
uma mistura inflamável.

Limite Superior de Explosividade (LSE): É a maior concentração de uma substância que misturada com o ar forma
uma mistura inflamável.

Uma mistura abaixo do limite inferior é dita "pobre" e uma mistura acima do limite superior é dita "rica". Tanto a
mistura "rica" como a "pobre" estão fora dos limites para poderem queimar ou explodir.

Exemplo dos limites de algumas substâncias:

SUBSTÂNCIA LIMITE MINIMO LIMITE MAXIMO


Acetileno 2,5% 80,0%
Álcool 3,0% 19,0%
Benzina 1,2% 6,0%
Éter 1,7% 48,0%
Gasolina 1,3% 6,0%
Hidrogênio 4,1% 74,0%
Querosene 1,1% 6,0%
GLP 2,0% 10,0%

2 - Combustível

É toda substância capaz de queimar, servindo de campo de propagação do fogo. Para efeito prático as substâncias
foram divididas em combustíveis e incombustíveis, sendo a temperatura de 1000º C para essa divisão, ou seja, os
combustíveis queimam abaixo de 1000º C, e os incombustíveis acima de 1000º C, isto se deve ao fato de,
teoricamente, todas as substâncias poderem entrar em combustão (queimar). A determinação se um material pode
ou não ser oxidado depende da constituição química dele. Entretanto, podemos dizer que qualquer material
constituído primariamente de carbono e hidrogênio pode ser oxidado.

Estados Físicos dos Combustíveis

Combustíveis Sólidos ...............................Queimam em superfície e profundidade.


Combustíveis Líquidos ............................. Queimam somente em superfície.
Combustíveis Gasosos ............................ Queimam totalmente, após sua mistura com o O 2

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Observação:- Os combustíveis podem ser sólidos, líquidos ou gasosos, mas para poderem queimar, a grande
maioria precisa passar para estado gasoso, para então combinar com o oxigênio. A velocidade da queima de um
combustível depende de sua capacidade de combinar com o oxigênio sob ação do calor e da fragmentação (área de
contato com o oxigênio).

Combustíveis sólidos:

A maioria dos combustíveis sólidos transforma-se em vapores e, então reagem com o oxigênio. Outros sólidos (ferro,
parafina, cobre, bronze) primeiro transformam-se em líquidos, e posteriormente em gases, para então se queimarem.
Quanto maior a área exposta, mais rápido será o aquecimento do material e, consequentemente, o processo de
combustão. Como exemplo: uma barra de aço exigira muito calor para queimar, mas, se transformada em palha de
aço, queimara com mais facilidade. Assim sendo, quanto maior a fragmentação do material, maior será a velocidade
da combustão.

Combustíveis líquidos:

Os combustíveis líquidos têm algumas propriedades físicas que dificultam a extinção do calor, aumentando o perigo
para os combatentes.
Os líquidos assumem a forma do recipiente que os contém. Se derramados os líquidos tomam a forma do piso, fluem
e se acumulam nas partes mais baixas.
Tomando como base o peso da água, cujo litro pesa 1 Kg, classificamos os demais líquidos como mais leves ou mais
pesados. É importante notar que, a maioria dos líquidos inflamáveis são mais leves que a água e, portanto flutuam
sobre esta.
Outra propriedade a ser considerada é a solubilidade dos líquidos derivados do petróleo (conhecidos como
hidrocarbonetos) têm pouca solubilidade, ao passo que líquidos como álcool, acetona (conhecidos como solventes
polares) tem grande solubilidade, isto é podem ser diluídos até um ponto em que a mistura (solvente polar + água)
não seja mais inflamável.
A volatilidade que é a facilidade com que os líquidos liberam vapores, também é de grande importância, porque
quanto mais volátil for o liquido, maior a possibilidade de haver fogo, ou mesmo explosão. Chamamos de volátil os
líquidos que liberam vapores a temperaturas menores que 20ºC.

Combustíveis Gasosos:

Os gases não têm volume definido, tendendo, rapidamente, a ocupar todo o recipiente em que estão contidos. Se o
peso do gás é menor que o do ar, o gás tende a subir e dissipar-se. Mas, se o peso do gás é maior que o do ar, o gás
permanece próximo ao solo e caminha na direção do vento, obedecendo aos contornos do terreno.

3 - Fonte de Ignição (Calor)

É a energia térmica responsável pelo inicio da combustão. O calor é responsável pela produção de vapores
inflamáveis nos corpos combustíveis. A temperatura que vai provocar a produção dos vapores inflamáveis varia de
um combustível para outro. O calor é o componente que serve para dar início ao fogo; que mantém e que incentiva a
propagação.

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Os combustíveis em geral, precisam ser transformados em gases para queimar, e a quantidade de calor necessário
para vaporiza-los varia de um corpo para corpo. Assim, a gasolina vaporiza a temperatura bem baixa, enquanto que
a madeira, o carvão, etc..., exigem mais calor, e assim sucessivamente. Variando o calor, podemos vaporizar quase
todos os combustíveis. Por outro lado, a temperatura de vaporização do combustível não é suficiente para queima-lo,
pois, para isto, precisamos após a vaporização, continuar a aquecê-los até determinada temperatura variável para
cada corpo.

Ponto de fulgor

No Ponto de Fulgor o combustível já está produzindo vapores


inflamáveis, mas a quantidade é ainda insuficiente para sustentar a
combustão. Ao aproximarmos uma chama junto ao combustível ele
queima-se momentaneamente e, logo a seguir, a chama do
combustível se apaga, por falta do vapor inflamável.

Ponto de combustão

No Ponto de Combustão o combustível está produzindo vapores


inflamáveis em quantidade suficiente para sustentar a combustão. Ao
aproximarmos uma chama junto ao combustível ele queima-se
continuamente, mesmo que retiremos a chama inicial.

Ponto de auto-ignição

Neste ponto o combustível está produzindo vapores inflamáveis e


esses vapores estão tão aquecidos que, ao simples contato com o
oxigênio do ar entram em combustão, sem necessidade da chama
inicial.

4 - Reação em Cadeia

As reações químicas que ocorrem quando as moléculas iniciais de um combustível, ao se combinarem com o
oxigênio, oxidam-se numa série de etapas intermediárias sucessivas até que sejam atingidos os produtos finais da
combustão são denominadas “Reação em Cadeia”. Em cada etapa formam-se moléculas instáveis, denominadas
“Radicais Livres”, cuja duração é muito curta. A formação e a extinção quase que simultânea de tais radicais
representam a duração da chama. A reação destes radicais com as moléculas do com-bustível produz o calor que
sustenta a reação de combustão, ativando a reação entre o combustível e o oxigênio que estão disponíveis.
A reação em cadeia torna a queima auto-sustentavel. O calor irradiado das chamas atinge o combustivel e este é
decompostp em particulas menores, que se combinam com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor par o
combustivel formando um ciclo constante.

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CAPÍTULO 4 - O COMPORTAMENTO DO CALOR


1 - O Calor:

Forma de energia que eleva a temperatura, gerada da transformação de outra


energia, através de processo físico ou químico. Pode ser descrito como uma
condição da matéria em movimento, isto é, movimentação ou vibração das
moléculas que compõem a matéria. As moléculas estão constantemente em
movimento. Quando um corpo é aquecido, a velocidade das moléculas aumenta
e o calor (demonstrado pela variação da temperatura) também aumenta.
Calor é uma forma de energia, denominada energia térmica ou calórica. Essa
energia é transferida sempre de um corpo de maior temperatura para o de
menor temperatura, até existir equilíbrio térmico. Unidades de medida: Caloria
(Cal), BTU, Joule (J).
“Temperatura é uma grandeza primitiva, não podendo, por isso, ser definida. Podemos considerar a Temperatura de
um corpo como sendo a medida do grau de agitação de suas moléculas”. Escalas: Celsius (ºC), Kelvin (K) e
Fahrenheit (ºF).
Ao receber calor, o combustível se aquece até chegar a uma temperatura que começa a desprender gases (os
combustíveis inflamáveis normalmente já desprendem gases a temperatura ambiente). Esses gases se misturam
com o oxigênio do ar e em contato com uma chama ou até mesmo uma centelha, dá início à queima.
Face a este fenômeno, é de extrema importância o controle da temperatura em ambientes com combustíveis, pois
cada combustível emana gases numa temperatura específica, podendo desta forma, em contato com uma simples
centelha dar início a um princípio de incêndio.

O calor é gerado pela transformação de outras formas de energia, quais sejam:

energia química (a quantidade de calor gerado pelo processo de


combustão);
energia elétrica (o calor gerado pela passagem de eletricidade através de
um condutor, como um fio elétrico ou um aparelho eletrodoméstico);
energia mecânica (o calor gerado pelo atrito de dois corpos);
energia nuclear (o calor gerado pela fissão (quebra) do núcleo de átomo).

1.2 - Os Efeitos do Calor:

O calor é uma forma de energia que produz efeitos físicos e químicos nos corpos e efeitos fisiológicos nos seres
vivos. Em consequência do aumento de intensidade do calor, os corpos apresentarão sucessivas modificações,
inicialmente físicas e depois químicas. Assim, por exemplo, ao aquecermos um pedaço de ferro, este, inicialmente,
aumenta sua temperatura e, a seguir, o seu volume. Mantido o processo de aquecimento, o ferro muda de cor, perde
a forma, até atingir o seu ponto de fusão, quando se transforma de sólido em líquido. Sendo ainda aquecido,
gaseifica-se e queima em contato com o oxigênio, transformando-se em outra substância.

1.3 - Elevação da temperatura

Este fenômeno se desenvolve com maior rapidez nos corpos considerados bons
condutores de calor, como os metais; e, mais vagarosamente, nos corpos tidos como
maus condutores de calor, como por exemplo, o amianto. Por ser mal condutor de calor,
o amianto é utilizado na confecção de materiais de combate a incêndio, como roupas,
capas e luvas de proteção ao calor. (O amianto vem sendo substituído por outros
materiais, por apresentar características cancerígenas)
O conhecimento sobre a condutibilidade de calor dos diversos materiais é de grande
valia na prevenção de incêndio. Aprendemos que materiais combustíveis nunca devem
permanecer em contato com corpos bons condutores, sujeitos a uma fonte de
aquecimento.

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Prevenção e Combate a Sinistros

1.4 - Aumento de volume

Todos os corpos – sólidos, líquidos ou gasosos – se dilatam e se contraem conforme o aumento ou diminuição da
temperatura. A atuação do calor não se faz de maneira igual sobre todos os materiais. Alguns problemas podem
decorrer dessa diferença. Imaginemos, por exemplo, uma viga de concreto de 10m exposta a uma variação de
temperatura de 700 ºC. A essa variação, o ferro, dentro da viga, aumentará seu comprimento cerca de 84mm, e o
concreto, 42mm.
Com isso, o ferro tende a deslocar-se no concreto, que perde a capacidade de sustentação, enquanto que a viga
“empurra” toda a estrutura que sustenta em, pelo menos, 42mm.
Os materiais não resistem a variações bruscas de temperatura. Por exemplo, ao jogarmos água em um corpo
superaquecido, este se contrai de forma rápida e desigual, o que lhe causa rompimentos e danos.
Pode ocorrer um enfraquecimento deste corpo, chegando até a um colapso, isto é, ao surgimento de grandes
rupturas internas que fazem com que o material não mais se sustente. (Mudanças bruscas de temperatura, como as
relatadas acima, são causas comuns de desabamentos de estruturas).
A dilatação dos líquidos também pode produzir situações perigosas, provocando transbordamento de vasilhas,
rupturas de vasos contendo produtos perigosos, etc.
A dilatação dos gases provocada por aquecimento acarreta risco de explosões físicas, pois, ao serem aquecidos até
273 ºC , os gases duplicam de volume; a 546 ºC o seu volume é triplicado, e assim sucessivamente. Sob a ação de
calor, os gases liquefeitos comprimidos aumentam a pressão no interior dos vasos que os contêm, pois não têm para
onde se expandir. Se o aumento de temperatura não cessar, ou se não houver dispositivos de segurança que
permitam escape dos gases, pode ocorrer uma explosão, provocada pela ruptura das paredes do vaso e pela
violenta expansão dos gases. Os vapores de líquidos (inflamáveis ou não) se comportam como os gases.

1.5 - Mudança do estado físico da matéria

Com o aumento do calor, os corpos tendem a mudar seu estado físico: alguns sólidos transformam-se em líquidos
(liquefação), líquidos se transformam em gases (gaseificação) e há sólidos que se transformam diretamente em
gases (sublimação). Isso se deve ao fato de que o calor faz com que haja maior espaço entre as moléculas e estas,
separando-se, mudam o estado físico da matéria. No gelo, as moléculas vibram pouco e estão bem juntas; com o
calor, elas adquirem velocidade e maior espaçamento, transformando um sólido (gelo) em um líquido (água).

1.6 - Mudança do estado químico da matéria

Mudança química é aquela em que ocorre a transformação de


uma substância em outra. A madeira, quando aquecida, não
libera moléculas de madeira em forma de gases, e sim outros
gases, diferentes, em sua composição, das moléculas
originais de madeira. Essas moléculas são menores e mais
simples, por isso têm grande capacidade de combinar com
outras moléculas, as de oxigênio, por exemplo. Podem
produzir também gases venenosos ou explosões.

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“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”


Lei de Lavoisier

Quando duas substâncias reagem quimicamente entre si, se transformam em outras substâncias. Estes produtos
finais resultantes da combustão, que dependerão do tipo do combustível, normalmente são: Gás Carbônico (CO2),
Monóxido de Carbono (CO), Fuligem, Cinzas, Vapor d’água, mais Calor e Energia Luminosa. Dependendo do
combustível poderemos ter vários outros produtos, inclusive tóxicos ou irritantes.

Exemplos:
PVC ........................................................................... CO e Ácido Clorídrico (HCI)
Isopor e Outros Plásticos ............................................ CO
Poliuretano.................................................................. CO e Gás Cianídrico (HCN)

Reação Química da Combustão

Riscos dos Produtos da Combustão:


CO2: Em alta concentração provoca asfixia.
CO: Venenoso, podendo provocar morte.
Gás cianídrico: Altamente venenoso, provoca morte.
1.7 - Efeitos fisiológicos do calor

Em relação aos efeitos fisiológicos do calor, sabe-se que ele desempenha importante papel tanto na vida animal
como na vegetal, pois é absolutamente necessário permanecer dentro de um limite de temperatura. O calor em níveis
muito elevado ou muito baixos ocasiona distúrbios em vários níveis que podem levar até a morte, a saber:
a) – Exaustão pelo calor: - Os indivíduos submetidos ao calor perdem grandes quantidades de eletrólitos pela
transpiração, podendo em pouco tempo sofrer desmaio (estado de choque).
b) – Danos no sistema respiratório: - São queimaduras internas, assemelhando-se a queimaduras químicas, pela
inspiração do ar aquecido e/ou vapores aquecidos.
c) – Vaso dilatação periférica: - Quando a quantidade de calor que o corpo perde por condução, convecção ou
radiação é menor que o calor ganho, a primeira ação corretiva que se processa no organismo é a vasodilatação
periférica, que implica num maior fluxo do sangue na superfície do corpo e num aumento da temperatura da pele,
estas alterações resultam em um aumento da quantidade do calor perdido ou em uma redução do calor ganho.
d) – Desidratação: - No estágio inicial reduz o volume de sangue e promove a exaustão. Em casos extremos produz
distúrbios na função celular, provocando até a deterioração do organismo, uremia temporária, febre que pode levar
ao óbito.
e) – Distúrbios visuais: - Geralmente ocorrem com indivíduos que trabalham com exposição direta ao calor, como por
exemplo a catarata dos vidraceiros.
f) – Envelhecimento precoce: - O calor acelera as reações químicas, portanto, organismos expostos por longos e
contínuos períodos ao calor apresentam envelhecimento precoce, pois o metabolismo é acelerado, acelerando o
envelhecimento.
g) – Queimaduras: - Afecções resultantes da atuação do calor sobre o revestimento cutâneo, podendo ser térmicas,
químicas, elétricas ou resultante de radiações que nos casos mais graves (1º, 2º e 3º graus) podem levar até a morte.
h) – Choque térmico: - É devido a um distúrbio do mecanismo termorregulador, que fica impossibilitado de manter um
adequado equilíbrio térmico entre o individuo e o meio.

2 - Propagação do Calor
O calor pode se propagar de três diferentes maneiras: condução, convecção e irradiação. Como tudo na natureza
tende ao equilíbrio, o calor é transferido de objetos com temperatura mais alta para aqueles com temperatura mais
baixa. O mais frio de dois objetos absorverá calor até que esteja com a mesma quantidade de energia do outro.
2.1 - Convecção

É a transferência de calor pelo movimento ascendente de massas de gases ou de líquidos dentro de si próprios.
Quando a água é aquecida num recipiente de vidro, pode -se observar um movimento, dentro do próprio líquido, de
baixo para cima. À medida que a água é aquecida, ela se expande e fica menos densa (mais leve) provocando um
movimento para cima.
Da mesma forma, o ar aquecido se expande e tende a subir para as partes mais altas do ambiente, enquanto o ar frio
toma lugar nos níveis mais baixos.

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Em incêndio de edifícios, essa é a principal forma de propagação de calor para andares superiores, quando os gases
aquecidos encontram caminho através de escadas, poços de elevadores, etc.

2.2 - Condução
Condução é a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a molécula. Colocando-se, por exemplo,
a extremidade de uma barra de ferro próxima a uma fonte de calor, as moléculas desta extremidade absorverão
calor; elas vibrarão mais vigorosamente e se chocarão com as moléculas vizinhas, transferindo-lhes calor.

Essas moléculas vizinhas, por sua vez, passarão adiante a energia calorífica, de modo que o calor será conduzido ao
longo da barra para a extremidade fria. Na condução, o calor passa de molécula a molécula, mas nenhuma molécula
é transportada com o calor.
Quando dois ou mais corpos estão em contato, o calor é conduzido através deles como se fossem um só corpo.
.
2.3 – Irradiação

É a transmissão de calor por ondas de energia calorífica que se deslocam através do espaço. As ondas de calor
propagam-se em todas as direções, e a intensidade com que os corpos são atingidos aumenta ou diminui à medida
que estão mais próximos ou mais afastados da fonte de calor.

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Um corpo mais aquecido emite ondas de energia calorífica para um outro mais frio até que ambos tenham a mesma
temperatura. O bombeiro deve estar atento aos materiais ao redor de uma fonte que irradie calor para protegê-los, a
fim de que não ocorram novos incêndios. Para se proteger, o bombeiro deve utilizar roupas apropriadas e água
(como escudo).

CAPÍTULO 5 - MÉTODOS OU PROCESSOS DE EXTINÇÃO DO FOGO

Já conhecido o tetraedro do fogo, este só existirá quando estiverem presentes


os quatro elementos essenciais da combustão. Calcado neste conhecimento é
que se baseiam os métodos modernos de combate a incêndiop. Portanto,
para extigui-lo, basta desfazer o tetraedro, isto é, retirar um de seus lados.
Logo, existem quatro possibilidades básicas para a extinção de um incêndio.

Os três primeiros métodos são bem conhecidos: retirada do combustivel ou


isolamento, abafamento e resfriamento.

O quarto método, com o qual forma-se o elemento geométrico figurativo,


tetraedro do fogo, que utiliza-se da supresão dos radicais químicos livres ou
extinção química. Embora já seja usado na prática há algum tempo, somente
há alguns anos teve sua conceituação determinada e explicada pelos
quimicos e fisicos.

1 - Isolamento:

A retirada do material ou controle do combustível, é o método de extinção mais simples na sua realização, pois, não
exige aparelhos especializados, consistindo na retirada, diminuição ou interrupção do campo de propagação do fogo,
ou seja, do material ainda não atingido pelo incêndio. Como exemplo do emprego deste tipo de extinção, citamos o
acero praticado nos casos de incêndios florestais, que interrompem a continuidade do fogo, facilitando o seu
domínio. O esvaziamento, por bombas, de um tanque de armazenamento de líquido inflamável ou combustivel
incendiado, assim como, o transvazamento do gás contido em um vaso de pressão incendiado, costituem exemplos
da aplicação desta principio.

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2 - Resfriamento:

O resfriamento ou o controle do calor, é o método de extinção mais usado. Consiste em retirar calor do material
incendiado até o um ponto determinado, abaixo do qual ele não queima ou não emite mais vapores que, por efeito do
calor, reagem com o oxigênio produzindo a combustão. O agente usado comumente para combater incêndio por
resfriamento é a água. Esta substância além de existir em grande abundância na natureza, devido as suas
características e propriedades, é simples sua utilização pelos bombeiros. Também é a substância com maior
capacidade de absorver calor (seu calor específico e o seu calor latente são os mais altos do que o de outros
agentes extintores).

3 - Abafamento:

O abafamento ou controle do comburente, é o método de extinção mais difícil, pois somente os pequemos incêndios
podem ser abafados com tampas de vasilhames, panos, cobertores, etc., enquanto que para outros de maiores
proporções, são necessários equipamentos e produtos específicos para se conseguir o abafamento.
Consiste na eliminação do oxigênio das propriedades imediatas do combustível, e deste modo, interrompendo o
quadrado do fogo e, consequentemente, a combustão. A eliminação do oxigênio para extinção da combustão, não
precisa ser total, basta diminuir sua porcentagem. Segundo experiências em laboratórios, verificou-se que as chamas
existem somente em ambientes com mais de 13% de oxigênio, portanto, qualquer meio de abafamento empregado e
que consiga reduzir a porcentagem de oxigênio abaixo desta taxa, dominará as chamas. Como consequência, todos
os incêndios em corpos líquidos ou gasosos ficarão completamente extintos. Se o combustível for sólido, o fogo
permanecerá sob a forma de combustão lenta, sem chamas, e assim permanecerá até que a concentração de
oxigênio atinja a proporção de 6%, abaixo da qual nenhuma forma de combustão existirá.
A extinção mediante abafamento não pode ser realizada em certos compostos, como por exemplo, o nitrato de
celulose, o qual contém o seu próprio suprimento de oxigênio em sua composição química.

4 - Quebra da Reação em Cadeia ou Extinção Química

Desde há algum tempo, tem sido do conhecimento dos especialistas, que a eficiência de certos hidrocarbonetos
halogenados e sais inorgânicos, como agentes extintores, devem-se a alguma propriedade especial destes agentes.
Quando foi desenvolvido pela primeira vez o pó químico seco (a base de bicarbonato de sódio) como agente extintor,
os especialistas pensavam que sua eficiência era devido ao fato de que, quando o pó se aquecia, um dos seus
produtos principais era o dióxido de carbono (CO2) gerado. Esta hipótese foi abandonada quando se demonstrou que
o pó químico seco era, aproximadamente, duas vezes mais eficiente que um volume de dióxido de carbono.
As pesquisas recentes vieram de encontro à teoria da extinção química, a qual atribui à eficiência da extinção dos
hidrocarbonetos halogenados e dos sais orgânicos, a uma reação química que interfere na cadeia de reações que se
realiza durante a combustão. A citada reação rompe a cadeia e assim, interrompe a combustão. Essa reação só
ocorre quando há chamas visíveis.

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CAPÍTULO 6 - CLASSES DE INCÊNDIOS

Para a prevenção de incêndios é fundamental o conhecimento das classes de incêndios, permitindo assim uma
melhor análise dos riscos existentes e também para podermos adequar as formas de proteção. Os incêndios são
classificados de acordo com o tipo de material combustível.
Para fins didáticos e para facilitar os estudos de prevenção e combate a incêndios, considera-se a existência de
quatro classes gerais de incêndios: A, B, C e D.

“Essa classificação é feita para determinar o agente extintor adequado para o tipo de incêndio específico”

Incêndios da Classe A

São os que ocorrem em materiais de fácil combustão com a propriedade de queimarem em sua superfície e
profundidade, e que deixam resíduos. Ex.: tecidos, madeira, papel, fibra, etc.
Necessitam, para sua extinção, do efeito do resfriamento, isto é, a água ou as soluções que a contenham em grande
proporção, a fim de reduzir a temperatura do material em combustão abaixo do seu ponto de ignição.

Incêndios da Classe B

São os que ocorrem em produtos considerados inflamáveis, que queimam somente em sua superfície, não deixando
resíduos. Ex.: óleos, graxas, vernizes, tintas, gasolina, etc.
Exigem para sua extinção o princípio do abafamento, que isola o material combustível do ar, ou o princípio da
interferência na reação em cadeia.

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Incêndios da Classe C

São os que ocorrem em equipamentos elétricos energizados. Ex.: motores, transformadores, quadros de distribuição,
fios, etc. Exigem para sua extinção um agente extintor não condutor de eletricidade.

Observação: Verifica-se que os incêndios das Classes A e B se caracterizam pelo modo como queimam; os
incêndios da Classe C, pelo risco de vida que pode oferecer ao operador.

Incêndios da Classe D

São os que ocorrem em metais pirofóricos (magnésio, selênio, antimônio, lítio, cádmio, potássio, zinco, titânio, sódio
e zircônio) e que exigem para sua extinção agentes extintores especiais. Estes tais agentes se fundem em contato
com o metal combustível, formando uma capa que os isola do ar atmosférico, interrompendo a combustão.

Pictograma das Classes de Incêndio

Classe A Classe B Classe C Classe D

Simbologia das Classes de Incêndio

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CAPÍTULO 7 - AGENTES EXTINTORES

Agentes extintores são produtos usados na prevenção e extinção de incêndios e na prevenção ou supressão de
explosões. Habitualmente são utilizados através de equipamentos especializados, móveis ou fixos, com finalidade de
projetar os mesmos contra o fogo ou no ambiente a fim de prevenir, combater ou suprimir incêndios ou explosões.
Os agentes extinguem o fogo física ou quimicamente, podendo, às vezes, combinar estas duas ações. São
armazenados e utilizados nos estados: sólidos, líquido ou gasoso. Existem aqueles que executam a extinção nos
estados líquido e gasoso, outros são aplicados líquidos, entretanto sua ação só é efetivada quando no estado
gasoso, ou vaporizado. Os sólidos, mesmo atuando neste estado, geralmente recebem tratamento para que se
comportem com fluidos, com a finalidade de serem empregados através dos equipamentos e instalações de combate
ao fogo.
Os agentes extintores mais conhecidos e utilizados para a prevenção, combate ou supressão de incêndio ou
explosão, são os seguintes:

1) - Água;
2) - Espuma;
3) - Dióxido de Carbono (CO2);
4) - Hidrocarbonetos Halogenados;
5) - Pós Químicos.

1 - ÁGUA

A água é o agente extintor de incêndios mais antigo e mais utilizado através dos tempos, sendo a substância mais
difundida na natureza e de valor financeiro irrelevante em relação aos outros agente extintores. Portanto, é de grande
importância a quem cabe prevenir, controlar e extinguir os incêndios; para tanto, é necessário conhecer suas
propriedades para um bom emprego como principal ferramenta nos trabalhos de combate a incêndio. A água
extingue o fogo por três maneiras distintas: Resfriamento, Abafamento, Emulsificação e Diluição.

Propriedades físicas e químicas da água

A água pode ser encontrada na natureza sob os três estados físicos fundamentais da matéria, ou seja, líquido sólido
ou gasoso. Seja qual for o seu estado físico, a sua constituição química é invariável, possuindo a seguinte fórmula
molecular: H2O. Em condições normais de pressão e temperatura, a água é líquida, solidificando-se a temperatura de
0º C e vaporizando-se a 100º C. As temperaturas citadas variam de acordo com a pressão e esta em conformidade
com a altitude. No estado gasoso mantém-se incolor e transparente até o inicio do processo de sua condensação,
quando se apresenta como uma nuvem branca e visível devido à perda de calor. Sua vaporização é na proporção de
1 litro de liquido para a produção de 1.700 litros de vapor.
A água é um dos principais solventes da natureza, possui uma excelente estabilidade química, porém pode ser
decomposta em seus componentes pela ação da corrente elétrica, e por temperaturas acima de 1.200º C, produzindo
o perigoso gás hidrogênio e o comburente oxigênio.

Formas de emprego

Nos serviços de prevenção e combate a incêndios se faz necessário conhecer as formas de emprego da água,
objetivando uma utilização criteriosa e eficiente por parte dos elementos que se encontram envolvidos diretamente no
combate ao fogo. A água pode ser aplicada no estado líquido através de jato compacto, de neblina, nebulizada ou
pulverizada, e no estado gasoso na forma de vapor.
No estado sólido a água pode causar transtorno para os equipamentos de combate a incêndio, destruindo-os ou
impedindo o seu uso devido, pois há um aumento de cerca de 10% no seu volume inicial. Por este motivo, nos locais
sujeitos a temperaturas que implicam no congelamento da água, raros no Brasil, empregam-se ante-congelantes
para proteção e funcionamento do equipamento.

a) - Jato compacto: - É empregado com a água em seu estado líquido, sendo sua ação extintora por resfriamento.
Constitui uma boa opção quando se precisa atingir maiores distâncias e um maior volume de água a ser empregado.
Recomenda-se sua utilização em incêndios da classe A. Porém deve-se verificar as condições de segurança do
operador, uma vez que o jato compacto não protege com eficiência o operador contra o calor e a fumaça.

b) - Neblina: - É empregada com a água no seu estado líquido. Sua utilização surgiu com o avanço da tecnologia dos
equipamentos de combate a incêndio, principalmente dos esguichos e “sprinklers” (chuveiros automáticos). Sua ação
extintora se dá por resfriamento e emulsificação nas classes A e B respectivamente, e um pouco por abafamento. É
uma ótima opção quando se pretende atingir uma maior área com quantidade menor de água. Ao contrário do jato
sólido, a neblina protege o operador com maior eficiência contra o calor e a fumaça, permitindo sua aproximação ao
fogo. Pode também ser utilizada na retirada de fumaça em ambientes fechados.

c) - Vapor: - É empregado com a água no seu estado gasoso. Extingue incêndio através da exclusão do ar ou
redução do conteúdo do oxigênio do ar atmosférico, chamado processo de abafamento, de maneira similar ao gás

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carbônico (CO2) ou outros gases inertes. É difícil extinguir incêndio em combustíveis cuja combustão forme brasas,
em virtude do seu baixo poder resfriador. Em alguns tipos de incêndios, como por exemplo em nitrato de amônia e
materiais oxidantes similares, o vapor é completamente ineficaz. O vapor é utilizado como agente extintor em
estabelecimentos com finalidades industriais, com emprego ininterrupto, como, por exemplo, em navios e inúmeras
indústria que se utiliza de caldeiras. Onde for possível o seu aproveitamento, deverá ser estudado um sistema de
distribuição do vapor sobre os locais mais perigosos, principalmente em compartimentos fechados, pois, precisam ser
tomadas providências para que o vapor não atinja pessoas. Há também, determinados processos industriais que
trabalham a quente, onde o vapor é o único meio seguro de extinção de incêndio.

d) - Nebulizada: - O conhecimento técnico da água nebulizada ou pulverizada na proteção de incêndios é recente, as


primeiras experiências datam dos anos 50 nos Estado Unidos. A eficiência extintora da água nebulizada fundamenta-
se na pulverização da água utilizada, que otimiza os efeitos de resfriamento, atenuação do calor irradiante e
deslocamento do oxigênio na base do fogo. Contudo, para se poder aproveitar estes efeitos é preciso que a água
nebulizada penetre nas chamas, alcançando sua base.

Propriedade Extintora da Água

As propriedades extintoras da água são: resfriamento, abafamento, diluição e emulsificação. Estas propriedades
estão relacionada direta ou indiretamente com a forma qual a água é empregada.
A extinção somente é obtida quando o efeito do agente extintor alcança o ponto onde a combustão ocorre. Por
centenas de anos, o principal método de extinção se limitava ao uso de jatos sólidos à base do fogo e aplicados de
uma distância segura. Este mesmo método, com a utilização de jatos através de esguichos, continua ainda hoje
como o mais convencional de extinção de incêndio, entretanto, modernamente verificou-se a melhor eficiência da
água na forma de neblina e adotou-se esguichos combinados para os jatos compactos e neblina. Outros
equipamentos têm sido descobertos para aplicação da água em várias formas de neblina, chuveiros e “sprays”, os
quais têm sido cada vez mais utilizados em aparelhos e instalações de combate a incêndios.

a) - Extinção por Resfriamento: - O fogo é extinto, normalmente, quando a superfície do material em combustão é
resfriado a fim de que sua temperatura fique abaixo do ponto de combustão. O resfriamento superficial, em geral, não
é eficiente na extinção de incêndios em gases e em líquidos inflamáveis, com ponto de fulgor abaixo da temperatura
da água aplicada, portanto, não é recomendada para líquidos inflamáveis com ponto de fulgor abaixo de 38ºC.
A quantidade de água necessária à extinção dependerá da quantidade de calor a ser absorvido. A velocidade de
extinção dependerá da proporção de aplicação de água em relação à quantidade de calor produzido, do grau de
cobertura possível e da forma e característica de aplicação da água. A melhor maneira é aplicar a água de tal modo
de consiga o máximo efeito de resfriamento pela absorção de calor. Para isto, é necessário que a água aplicada seja
aquecida até a temperatura de ebulição (100ºC), e seja transformada em vapor. Este efeito é obtido com maior
facilidade quando a água é aplicada em forma de neblina ou nebulizada ou pulverizada, em vez de jato compacto.
A gotícula precisa ter tamanho suficiente para que atinja a energia necessária para o ponto certo da combustão,
vencendo a oposição da gravidade e o movimento inverso do ar causado pelas correntes térmicas ascendentes ou
outras correntes de ar. Determinados materiais decompõem-se quimicamente com a elevação da temperatura,
nestes casos a água pode ser normalmente utilizada para resfriá-los abaixo da sua temperatura de decomposição, a
menos que o material que queime reaja quimicamente com a água. Em um número limitado de casos, a água acelera
a combustão, isto, às vezes, também é desejável para redução do tempo de queima destes materiais.
Um método de prevenção da combustão bastante empregado é a utilização umidificação de materiais combustíveis
em áreas atingidas pelo fogo. A absorção da água pelos combustíveis retarda a ignição destes, pois a água precisa
ser evaporada antes que a temperatura de ignição destes combustíveis seja alcançada.

b) - Extinção por Abafamento: - A extinção realizada pela água por meio do abafamento é feita quando esta encontra-
se vaporizada. Quando o vapor é gerado em quantidade suficiente, o ar pode ser deslocado ou mesmo excluído da
zona de combustão. Incêndios de classe B podem ser extintos pela ação de abafamento, a qual é facilitada pelo
confinamento do vapor gerado na zona da combustão. O processo de absorção de calor só terminará quando o vapor
começar a condensar. Esta situação é evidenciada pela formação de nuvens de vapor de água.
A condensação ocorrendo acima da zona de combustão, não tem efeito de resfriamento no material que queima,
entretanto, o vapor leva o calor para fora da referida zona, que é inofensivamente dissipado nas nuvens de vapor de
água que se deslocam na área do fogo. Incêndios em materiais comuns, classe A, são extintos normalmente por
resfriamento da água e não por abafamento criando pela geração do vapor de água, embora este tenha ação de
supressão das chamas, não a de combater completamente o fogo em profundidade destes materiais.
A água pode ser utilizada para abafar incêndios em líquidos inflamáveis que têm o ponto de fulgor acima de 38ºC
(100ºF), peso especifico igual ou acima de 1,1 e não seja solúvel em água.

c) - Extinção por Emulsificação: - A emulsificação ocorre toda vez que líquidos imiscíveis são agitados juntos, e um
dos líquidos se dispersa através do outro em forma de pequenas gotículas. Pode-se obter, pela aplicação da água, a
extinção de incêndios em líquidos inflamáveis viscosos, pois o efeito de resfriamento que será proporcionado na
superfície de tais líquidos impedirá a liberação dos vapores inflamáveis. Normalmente na emulsificação, gotas de
inflamáveis ficam envolvidas individualmente por gotas de água, ficando, no caso dos óleos, com aspecto leitoso. Em
alguns líquidos viscosos, a emulsificação apresenta-se na forma de uma espumação que retarda a liberação dos

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Prevenção e Combate a Sinistros

vapores inflamáveis. É necessário cuidados redobrados na utilização deste método em líquidos com grande
profundidade, pois o efeito de espumação pode ser violento a ponto de derramar liquido para fora do recipiente que o
contém. O efeito de emulsificação é obtido por meio de neblina de alta velocidade com partículas pesadas, devendo
os jatos compactos serem evitados nos líquidos inflamáveis viscosos, pois podem provocar violenta efervescência
com grande espumação (superebulição).

d) - Extinção por Diluição: - A diluição pode ser utilizada, em alguns casos, para a extinção de incêndios em materiais
solúveis em água. A porcentagem de diluição necessária à extinção varia de acordo com o volume de água e o
tempo necessário a extinção. Por exemplo, a diluição técnica pode ser usada com sucesso em incêndios envolvendo
álcool etílico ou metílico, derramado e espalhado no solo, onde for possível estabelecer-se uma adequada mistura de
água e álcool, não inflamável. A adição de água para alcançar a diluição não deve ser considerada uma técnica a ser
utilizada em incêndios envolvendo tanques, pois existe o risco de transbordamento e derramamento de material
ainda inflamado, devido a grande quantidade de água necessária para se obter a extinção por diluição. Existe ainda o
risco da espumação, se a mistura estiver aquecida acima do ponto de ebulição da água, que poderia causar
derramamento de material ainda inflamado. Estes fatores tornam este método, na prática, bastante difícil e perigoso,
sendo indicado somente após consulta a técnicos especializados.

Condutividade elétrica da água

Desde o aparecimento da eletricidade, considera-se inadequado o uso da água como agente extintor para
incêndios de Classe C, devido a condutividade elétrica que a água apresenta, tendo em vista as substâncias
usadas em seu processo de potabilidade, causando danos à segurança do operador.
O meio mais comum de combate a incêndios desta classe, é a eliminação da fonte de corrente elétrica para,
só depois, promover a extinção utilizando água, ou simplesmente, utilizar um outro agente extintor que não seja
condutor de corrente elétrica.

Água molhada

A tensão superficial da água é relativamente alta, causando a diminuição de sua capacidade de penetração nos
combustíveis incendiados, impedindo que ela se espalhe no interior das embalagens, fardos ou materiais
empilhados. A solução deste problema seria a imersão do material que queima na água, o que na prática
raramente se consegue. Quando um incêndio tem origem no interior de uma massa combustível, para extingui-lo é
necessário abrir e desmontar a massa combustível, atingindo assim, os focos no interior da mesma, ou então
empregar-se um aditivo umectante (água molhada), que diminui a tensão superficial da água, fazendo-a penetrar
na massa combustível e facilitando a extinção.
O uso da água molhada é de grande valor para o combate a incêndios em materiais da Classe A, penetrando
através da superfície porosa e, como também, permitindo que a solução alcance áreas ocultas dos materiais, que
encontram-se fortemente prensados, como fardos de algodão, pilhas de capim, papel, madeira, etc., evitando a
reignição de incêndios. Quando utilizada, propicia grande economia de água, inclusive em rescaldos, sendo
indicada para o combate a incêndios florestais. Possui ação de penetração também em corpos que repelem a
água como a lã virgem e outros materiais hidrófogos.

Água viscosa

A água apresenta uma baixa viscosidade, isto limita sua capacidade de penetração na massa do material
incendiado, fazendo com que escorra rapidamente das superfícies em que é aplicada, diminuindo a possibilidade
de se fazer uma cobertura nas superfícies dos combustíveis na forma de uma barreira. Foram desenvolvidos
aditivos, denominados água viscosa, com a finalidade de tornar a água mais grossa ou viscosa, os quais a tornam
mais eficiente no combate de determinados tipos de incêndios. Estudos preliminares em sistemas fixos revelaram
que com a utilização de água viscosa o domínio do fogo é mais rápido e utiliza-se menor quantidade de água.
Também foi verificado que as áreas destruídas diminuem em relação aos sistemas com água pura. Durante os
testes os sistemas fixos sofreram várias modificações para acomodar aditivos.
Atualmente o maior emprego da água viscosa é no combate de incêndios florestais e incêndios em grandes
estruturas onde se produz muita energia calorífica e muito calor de irradiação.

Água rápida

Água rápida é o nome dado aos aditivos utilizados na alteração das características do fluxo da água. A perda de
carga por fricção é um problema sempre presente nos equipamentos de combate a incêndio. Influenciam na
perda de carga o comprimento das canalizações e mangueiras e a quantidade de água bombeada. O combate a
incêndio exige jatos de alta velocidade que geram turbulências, resultando, em troca, na fricção entre as
partículas de água. Esta fricção contribui com cerca de 90 % da perda de pressão nas mangueiras e
canalizações de boa qualidade. A perda de pressão por fricção entre as paredes das mangueiras e tubos e a
água que flui no seu interior contribui com apenas 5 a 10 % da perda.
Pesquisas realizadas a partir do ano de 1948 revelaram que polímeros lineares (polímeros que formam uma
cadeia reta sem braços) são os aditivos mais eficientes para a redução da perda de fricção nestes casos.

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Água no combate a incêndios em líquidos inflamáveis e combustíveis derivados do petróleo

Os líquidos derivados do petróleo (óleos pesados combustíveis, óleos lubrificantes, e outros) de alto ponto de fulgor,
não produzem vapores inflamáveis a menos que sejam previamente aquecidos. Uma vez aquecidos e incendiados,
o calor do fogo proporcionará suficiente vaporização para continuação da combustão. Com a aplicação de água em
forma de neblina na superfície destes líquidos, o resfriamento provocará a queda da vaporização e, se a aplicação
for continuada, haverá suficiente resfriamento para a extinção do fogo. A água tem sua capacidade extintora
limitada em líquidos inflamáveis derivados do petróleo de baixo ponto de fulgor. A água aplicada na superfície de um
destes líquidos acondicionado em um tanque, incorrerá em riscos, onde poderão existir a ocorrência do “slip-
over”, fenômeno que se caracteriza pela formação de uma espécie de espuma e possível vaporização da água
em contato com as camadas superiores do líquido inflamado, podendo ainda ocorrer o “boil-over”, devido ao
acúmulo de água nas camadas mais profundas do líquido, quando este estiver aquecido a mais de 100ºC,
causando a vaporização instantânea da água, a expansão violenta dos vapores formados (aumento de 1700
vezes) e uma saída em forma de erupção, arrastando consigo o líquido em combustão.
Em função do “boil-over”, nunca se deve utilizar jato compacto nestes tipos de ocorrências e a água em forma de
neblina somente poderá ser usada na superfície do líquido em combustão, no início do incêndio onde as camadas
inferiores ainda não foram aquecidas. A água na forma nebulizada (pulverizada) pode extinguir incêndios em
pequenas extensões de líquidos inflamáveis, tendo como princípio de extinção o resfriamento das chamas
abaixo da temperatura mínima de combustão.

Água em metais combustíveis

Quando se combate incêndio em metais combustíveis, deve-se evitar o uso de água, pois a reação pode gerar
riscos para o Bombeiro.

2 - ESPUMA

Definição

Em termos de combate a incêndios, a espuma é definida como um sistema físico-químico constituído de três
elementos fundamentais: água, ar ou CO2 e agente formador de espuma. A espuma formada por estes elementos
possui densidade bem baixa, flutuando sobre líquidos inflamados, contornando obstáculos e, desta forma,
formando um lençol compacto. O lençol formado impede a passagem de gases aquecidos, isolando o
combustível do contato com o ar.

Princípio de extinção

Como se pode deduzir da definição, a espuma apaga o fogo primariamente por abafamento ou isolamento e,
secundariamente, por resfriamento causado pela água resultante da decomposição da espuma.
As espumas são especialmente indicadas para extinção de incêndios em combustíveis ou inflamáveis líquidos, isto é,
pertencentes à Classe B, onde, cobrindo totalmente a superfície do líquido inflamado, isola-o do oxigênio
extinguindo o fogo. As espumas também podem ser usadas para extinção de incêndios em materiais de Classe A,
tais como madeira, pano, etc., pois, cobrindo estes materiais, os isolam do oxigênio, havendo extinção do
incêndio. Entretanto, será sempre necessário resfriar estes materiais com água após sua extinção com espuma,
para que sua temperatura seja levada abaixo do seu ponto de ignição.
As espumas jamais deverão ser usadas na extinção de materiais Classe C (equipamentos energizados), por
serem condutoras de eletricidade, existindo, entretanto, aplicação de espumas em Classe C através de sistemas
automáticos de alta expansão sem a presença humana.

Vantagens sobre outros agentes extintores

a) É o único agente extintor que flutua sobre os combustíveis inflamados;


b) É o único agente extintor que, em ambiente aberto, permanece isolando o combustível por períodos
prolongados; e.
c) Pelas características anteriores, é o único agente extintor capaz de extinguir incêndios de Classe B em
grandes áreas abertas.

Tipos de espuma

Quanto ao processo de formação, as espumas podem ser tipificadas em química e mecânica.

a) - Espuma Química: - É aquela formada a partir da reação química entre bicarbonato de sódio e sulfato de
alumínio, obtendo-se uma proteína hidrolisada que funciona como agente estabilizador da espuma, e dióxido de
carbono que permanece dentro das bolhas. Em extintores portáteis, a pressão para a expulsão da espuma (gás
propelente) é gerada pela própria reação química.

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Prevenção e Combate a Sinistros

A partir de 1904 e durante muitos anos, utilizou-se a espuma química em larga escala, para o combate a incêndios
em inflamáveis líquidos, entretanto, seu emprego hoje encontra-se em desuso, razão pela qual deixaremos de
abordá-la de forma mais significativa.

b) - Espuma Mecânica: - As espumas mecânicas se baseiam em líquidos geradores de espuma (LGE), tensoativos
de origem proteínica ou sintética, contendo, no interior de suas bolhas, ar atmosférico ao invés de gás carbônico
como na espuma química.
O proporcionador de espuma é constituído de um tubo do tipo venturi que aspira o líquido gerador de espuma,
misturando-o com o fluxo de água. Pelo mesmo princípio, no esguicho, o ar é arrastado misturando-se com a
solução gerando a espuma mecânica.

- Tipos de Espuma Mecânica

Com relação à sua composição química a espuma mecânica divide-se em: proteínica e sintética.

▪ Espuma Proteínica

É obtida a partir de líquidos geradores de espuma, compostos basicamente de proteína hidrolisada (origem
animal). A espuma proteínica divide-se em três tipos segundo a sua formulação: sendo proteínica regular, proteínica
resistente a solventes polares (anti-álcool) e fluorproteínica. Estes tipos de espumas encontram-se em desuso.

▪ Espuma Sintética

- Espuma de Alta Expansão

A espuma de alta expansão é aquela cujo LGE foi obtido a partir da sintetização de álcoois graxos, estabilizados
para altas temperaturas. Foram desenvolvidas em 1950, na Inglaterra, para extinção de incêndios em minas de
carvão. A dificuldade de levar os agentes extintores às profundas galerias ensejou o desenvolvimento do método de
entupir as galerias com espuma de alta expansão, bloqueando, desta maneira, o acesso do oxigênio à zona de
combustão, abafando o incêndio. Hoje é utilizada em áreas confinadas de difícil acesso, onde a formação de
gases venenosos impede o acesso do bombeiro, como incêndios em minas de carvão, dentro de galerias,
túneis, corredores longos, porões de navios, etc.
Este LGE pode ser aplicado também em baixa e média expansão.

- Espuma AFFF (Aqueous Forming Film Foam)

Esta espuma apresenta líquidos geradores baseados em tensoativos sintéticos, semelhantes àqueles utilizados
no LGE da espuma de alta expansão e aos quais são adicionadas pequenas quantidades de “Fluortensid”
(tensoativos fluoretados). A espuma formada por este LGE tem a propriedade de formar um filme aquoso que
sobrenada o combustível, possuindo fluidez que proporciona grande velocidade de extinção.
O LGE desta espuma é, entretanto, específico para hidrocarbonetos (derivados do petróleo) e a espuma formada
pode ser aplicada pelo processo de injeção subsuperficial.

- Espuma AFFF Resistente a Solventes Polares

A espuma sintética resistente a solventes polares (não derivados do petróleo) é formada a partir de extratos AFFF,
com adição de um tensoativo especial para a formação de uma membrana polimérica que isola os vapores do
líquido inflamável e dá sustentação às bolhas de espuma. Esta camada polimérica é formada pela destruição das
bolhas de espuma em contato com o álcool. Sabendo-se disto, a espuma deve ser aplicada com suavidade,
senão grande parte será destruída pelo próprio álcool.
Esta espuma é considerada polivalente, porque tanto pode ser usada na extinção de solventes polares a uma
concentração de 6%, como em derivados de petróleo a 3%.

Classificação das espumas quanto à expansão

Em função da taxa de expansão, as espumas se classificam em:

a) Baixa expansão: taxa de expansão até 20 vezes;


b) Média expansão: taxa de expansão de 20 a 200 vezes;
c) Alta expansão: taxa de expansão acima de 200 vezes.

A taxa de expansão é definida como volume de espuma obtido a partir de um litro da mistura água e líquido
gerador de espuma. Por exemplo: tendo-se uma espuma com taxa de expansão de 100, isto quer dizer que obtém-
se 100 litros de espuma pela incorporação de 99 litros de ar a um litro da mistura água mais LGE.
A expansão de um LGE é conseguida através de duas características: a primeira a partir da estabilidade atingida
pelas bolhas no nível de expansão, que é decorrente das características físico- químicas do extrato, e a segunda
diz respeito à capacidade do equipamento de incorporar ar à mistura LGE-água.

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Classificação das espumas quanto à aplicação

a) Convencionais: são aquelas que os LGE podem ser aplicados pelos processos convencionais de baixa
expansão, isto é, através de esguichos de espuma, câmaras de espuma, etc.;
b) Injeção sub-superficiais: somente as espumas com os LGE Fluorproteínicos e o AFFF podem ser
utilizadas através deste processo de aplicação; e
c) Alta expansão: somente espuma sintética de alta expansão.

3 - DIÓXIDO DE CARBONO

Definição

O dióxido de carbono (CO2) é um agente extintor de grande eficiência no combate a incêndios classes B e C. Para
utilizá-lo, deve-se armazená-lo em cilindros especiais de aço, liquefazendo-se a uma pressão de aproximadamente
60 atm. Ao ser aliviado da compressão, ocorre uma rápida vaporização, e expansão acompanhada de uma violenta
queda de temperatura, até cerca de -78ºC, solidificando parte do gás em pequenas partículas, formando na
superfície do combustível uma neve carbônica (gelo seco).

Propriedades físicas e químicas

O dióxido de carbono, também conhecido por bióxido de carbono, anidrido carbônico e gás carbônico, é um gás
inerte, inodoro e incolor.
O dióxido de carbono apresenta as seguintes características:

a) Composição: uma molécula de carbono e duas moléculas de oxigênio (CO2);


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b) Densidade: 28,783Kg/0,0283m a uma temperatura de -16,60ºC e 9,15Kg/0,0283m à temperatura de
26,6 C;
c) Toxidade: a partir de uma concentração de 9%, o gás carbônico causa inconsciência e até a morte por
sufocação, não podendo, assim, ser considerado um gás tóxico; e
d) Produtividade: 1,0 Kg de CO2 liquefeito produz 500 litros do gás.

OBS.: comparado com ar a 0ºC e a 1,0 atm., a densidade relativa do gás carbônico é de 1,529, ou seja,1,5 vezes
maior que a do ar.

Métodos de extinção

a) - Abafamento: - Ao ser liberado de seu reservatório, o gás carbônico envolve o combustível incendiado e dilui a
concentração de oxigênio ou reduz os produtos gasosos do mesmo na atmosfera a níveis que impedem a
combustão.

b) - Resfriamento: - Este efeito é obtido pela neve carbônica, que cobre a superfície do combustível com um calor
latente de 246,4 BTU por libra. Em virtude de apenas parte do gás carbônico se converter em neve (a 26,6ºC
apenas 25% é convertido em neve), seu poder de resfriamento é bem menor que o da água, 1 (uma) libra de gás
produz gelo seco para absorver 100 BTU, e a mesma quantidade de água, se totalmente evaporada, poderá
absorver até 1000 BTU.

Eficiência do gás carbônico

a) - Incêndios de classe A: - Apesar de ser efetivo na extinção das chamas por abafamento, o gás carbônico
torna-se ineficiente para incêndios Classe A, em função de sua falta de penetração e do pouco poder de
resfriamento na superfície do combustível, permitindo sua reignição. Para contornar este problema, é necessária
uma concentração de CO2 capaz de reduzir a concentração de O2 no ambiente para níveis abaixo de 6%, até o
resfriamento total do combustível.

b) - Incêndios de classe B: - Em virtude do CO2 ser eficiente na ação de abafamento e ter razoável poder de
resfriamento superficial, ele se transforma em um agente extintor eficaz em incêndios de Classe B. O único
problema é cobrir a superfície do líquido combustível com gás em incêndios com grande área superficial e
ambientes abertos.

c) - Incêndios de classe C: - O CO2 é o mais eficiente agente extintor para incêndio Classe C, pois não é condutor
de corrente elétrica e não deixa resíduos que danificam equipamentos elétricos e eletrônicos.

d) - Materiais que Contém Oxigênio: - Os agentes oxidantes (nitrato de celulose, permanganato de potássio, etc.)
que contém oxigênio em sua estrutura, quando incendiados, não podem ser extintos por CO2, pois têm seu
próprio suprimento de comburente.

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e) - Produtos Químicos Reagentes: - Os produtos químicos reagentes (sódio, potássio, magnésio, titânio, zircônio e
hidretos metálicos) têm a característica de decompor o dióxido de carbono, fazendo com que seu uso como agente
extintor seja ineficaz.

4 - HIDROCARBONETOS HALOGENADOS

Os hidrocarbonetos halogenados são compostos resultantes de reações químicas de substituição entre


hidrocarbonetos altamente inflamáveis, preferencialmente o metano (CH4) ou o etano (C2H6), e os elementos
químicos da família dos Halogênios, como geralmente: o cloro (Cl), o bromo (Br), o flúor (F) e o iodo (I). Apresenta
como resultado uma nova família química denominada de Hidrocarbonetos Halogenados, mais conhecida como
halon, abreviatura da denominação inglesa de “Halogenated Hydrocarbon”, a qual possui excelentes qualidades
extintoras de incêndios. Porém nem todo halon é agente extintor, existindo a necessidade de investigação da
capacidade extintora do halon criado.
Pelo que foi exposto acima, percebe-se que, para chegar a um halon ideal como agente extintor, é necessário
saber equilibrar e distinguir as propriedades de cada elemento da família dos halogênios. É importante salientar
que os compostos que apresentam iodo não são utilizados em virtude de suas características tóxicas e de
instabilidade. Os halons, devido às características de suas ligações moleculares covalentes, não possuem
tendência a se ionizar ou a tornar-se eletricamente condutivos, portanto, são recomendados para uso em incêndios
elétricos, visto sua baixa condutividade elétrica.

Mecanismo de Extinção do Fogo

O mecanismo pelo qual o halon extingui o fogo não é completamente conhecido, contudo, acredita-se que se
trata de uma inibição físico-química da reação de combustão, ou seja, atribuí-se as qualidades de um agente
“quebra cadeia”, pois atua interrompendo a reação em cadeia do processo de combustão (extinção química).

Risco às Pessoas

No ambiente em que for usado na forma de uma descarga para extinção de incêndio, o halon, como regra
geral, pode criar um risco às pessoas presentes, devido ao próprio gás e aos produtos de sua decomposição,
resultantes de seu contato com o fogo e superfícies aquecidas. A exposição ao gás é, geralmente, de menor
consequência que a exposição aos produtos de sua decomposição, devendo ambos serem evitados.
Como regra geral, as pessoas não devem permanecer nos locais em que houver descarga de halon em
concentrações acima de 7%, e nos locais em que a concentração for abaixo de 7% não devem permanecer por
mais de quatro a cinco minutos. Dentro dos primeiros trintas segundos de exposição, mesmo que as
concentrações inaladas sejam de 10 a 15%, os efeitos notados são pequenos, embora, a estes níveis e neste
tempo, o corpo humano já pode absorver suficiente quantidade de gás para iniciar o ataque e produzir
vertigens, diminuição na coordenação motora e redução da acuidade mental. Em altas concentrações o ataque
é imediato e os sintomas podem ocorrer dentro de alguns segundos. O indivíduo pode ser rapidamente
incapacitado por estes altos níveis de concentração, os quais não devem superar a 15% nos locais onde houver
qualquer possibilidade de exposição.
Os efeitos consequentes de uma exposição ao halon podem persistir por algum tempo, mas a recuperação deverá
ser rápida e completa. Este agente não se acumula no corpo humano mesmo com repetidas exposições. As
vítimas dos vapores do gás devem ser imediatamente removidas para locais de ar fresco.

5 - PÓ QUÍMICO SECO (PQS)

Definição e histórico

O pó químico seco (PQS) é um material finamente pulverizado, não condutor de eletricidade, com característica de
fluido, tratado para ser repelente a água, resistente a aglomeração, resistente à vibração e com propriedades
extintoras variadas de acordo com o tipo e a classificação. Embora conhecido desde antes da 1ª Guerra Mundial, o
PQS só passou a ser usado eficientemente na década de cinqüenta, quando os equipamentos para utilizá-los foram
implementados. Antes o seu uso era manual, fato que dificultava o emprego.
Os primeiros PQS foram à base de bórax e bicarbonato de sódio, evoluindo, na década de sessenta, para os de
fosfato de magnésio (ABC ou multiporpose), bicarbonato de potássio (Purple K), cloreto (Super K), e uréia-
bicarbonato de potássio.

Propriedades físicas e químicas

a) - Composição: - O PQS pode ser composto por bicarbonato de sódio (NaHCO3), bicarbonato de potássio
(KHCO3), cloreto de potássio (KCl), uréia-bicarbonato de potássio (KC2N2H3O3) e fosfato de amônia (NH4H2PO4)
misturados com aditivos (esteratos metálicos, triclorato de fosfato e polímero de silicone) que lhe dão as
características necessárias para o acondicionamento e o emprego.

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b) - Estabilidade: - O PQS é um produto estável a temperaturas de até 60ºC, acima desta margem dissocia-se,
exercendo sua função extintora.

c) - Toxidade: - O PQS não é tóxico para o ser humano, porém em grandes quantidades e/ou áreas fechadas pode
causar dificuldade respiratória momentânea e irritação nos olhos e na pele.

d) - Tamanho da partícula: - Varia de 10 a 75 micras, mostrando-se mais eficiente na ordem de 20 a 25 micras.

Classificação do PQS

Pode-se classificar de acordo com o combustível, em:


a) Pó Químico Regular (Comum): empregado em incêndios Classe B e C;
b) Pó Químico para Múltiplos Propósitos: empregado em incêndios Classes A, B e C; e
c) Pó Químico Especial: empregado em incêndios de metais combustível.

Propriedades extintoras

Suas várias propriedades extintoras, devidamente combinadas, transformam o PQS em um eficiente agente
extintor para quase todas as classes de incêndios.

a) - Abafamento: - Quando aquecido, o bicarbonato libera dióxido de carbono e vapor de água, auxiliando na ação
extintora do PQS (se completamente decomposto, o PQS produzirá apenas 26% de seu peso em CO2). O pó
apresenta a característica, quando aquecido, de criar um resíduo fundido e pegajoso formando uma camada
selante na superfície do combustível, isolando-o do comburente.

b) - Resfriamento: - A capacidade de extinção por resfriamento é menor no PQS. Estudos comprovam que o PQS
com 95% ou mais de bicarbonato de sódio absorve 259 calorias por grama, e o bórax com 2% de estearato de
zinco absorve 463 calorias por grama.

c) - Proteção Contra Radiação: - O PQS possui pouca eficiência quanto à proteção contra radiação. Sua
descarga de pó produz uma nuvem entre a chama e o combustível, protegendo o mesmo por algum tempo do calor.

d) - Quebra da Cadeia de Reação: - A principal e mais importante propriedade extintora do PQS é a sua capacidade
de quebrar a cadeia de reação da combustão, impedindo que os radicais livres reajam entre si, dando continuidade à
reação. A presença de PQS interfere nos radicais livres (CH3, OH, O e H) produzidos no início da cadeia,
impedindo as reações da propagação. A interferência do PQS nas reações dos radicais livres se faz de duas
maneiras:
a) Pela combinação dos radicais livres com as partículas do PQS, através da diminuição do seu tamanho
médio e, consequentemente, o aumento de sua superfície ativa.
b) Pela formação de espécies químicas capazes de reagir com os radicais livres.

Tipos de PQS

a) - À Base de Bicarbonato de Sódio: - Os pós a base de bicarbonato de sódio são eficientes na extinção de
incêndios Classe B e C, especialmente em óleos e gorduras, pois ele reage formando uma espécie de sabão na
superfície do combustível. Apesar de eficiente em Classe C, o pó em maquinários pode provocar danos nos
equipamentos devendo ser evitado o seu emprego. Para incêndios Classe A possui ação eficiente nas chamas,
mas o seu pouco poder de resfriamento o torna não recomendado.

b) - À Base de Sais de Potássio: - Utilizados em incêndios Classe B, são duas vezes mais eficientes no combate a
incêndios em líquidos inflamáveis, exceção a óleos e gorduras, que os sais de sódio, apesar de ter um fluxo no
esguicho 10% menor. Para incêndios de Classes A e C os sais de potássio apresentam as vantagens e as
mesmas contraindicações que os pós a base de bicarbonato de sódio. Sua composição pode ser à base de
bicarbonato de potássio, cloreto de potássio ou uréia- bicarbonato de potássio.

c) - Tipo ABC: - A base de monofosfato de amônia, e também conhecido por “multipurpose”, age com as mesmas
características do pó a base de sais de potássio em incêndios Classes B e C, com as mesmas vantagens e
contraindicações. Ao contrário dos outros, o pó ABC, apresenta considerável eficiência em incêndios de Classe
A, pois quando aquecido se transforma em um resíduo fundido, aderindo à superfície do combustível e isolando-o
do comburente. Os pós tipo ABC e a base de bicarbonato, quando acondicionados, não podem ser misturados, pois
reagem entre si formando o CO2 e, consequentemente, elevando perigosamente a pressão interna do recipiente.

d) - Para incêndios Classe D: - Nos incêndios Classe D, também conhecidos como incêndios em materiais
pirofóricos ou metais combustíveis, não é recomendável a utilização dos pós químicos comuns usados nas Classes
A, B e C, mas sim os chamados pós químicos especiais. O pó químico especial é normalmente encontrado em
instalações industriais, que utilizam estes tipos de metais ou em seus depósitos. Tendo em vista a peculiaridade
dos diferentes materiais pirofóricos, agentes extintores específicos devem ser pesquisados para cada caso.

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Prevenção e Combate a Sinistros

CAPÍTULO 8 - EXTINTORES DE INCÊNDIO

Extintores são recipientes metálicos que contém em seu interior agente extintor para o combate imediato e rápido a
princípios de incêndios. Tal limitação operacional é consequência de sua carga útil reduzida. Os extintores devem
conter uma carga mínima de agente extintor em seu interior, chamada de “Unidade Extintora”, a qual ira determinar
a sua “Capacidade Extintora” e que é especificada em norma.
Podem ser portáteis ou sobre rodas, conforme o tamanho e a operação. Os extintores portáteis também são
conhecidos simplesmente por extintores e os sobre rodas, por carretas.
Classificam-se conforme a classe de incêndio a que se destinam: “A”, “B”, “C”, e “D”. Para cada classe de incêndio
há um ou mais extintores adequados. Todo extintor possui, em seu corpo, rótulo de identificação facilmente
localizável. O rótulo traz informações sobre as classes de incêndios para os quais o extintor é indicado e instruções
de uso.

O êxito no emprego dosa extintores dependerá de:


 Fabricação de acordo com as normas técnicas (ABNT e INMETRO);
 Distribuição apropriado dos aparelhos;
 Inspeção periódica da área a proteger;
 Manutenção adequada e eficiente dos aparelhos;
 Pessoal habilitado no manuseio correto

Tipos

a) Quanto ao Gênero
Dentro de suas particularidades os extintores se dividem em portáteis e sobre rodas.
→ Portáteis: são aqueles empregados e operados por uma só pessoa.
→ Sobre rodas: também chamados de carretas, são aparelhos com maior capacidade de armazenamento de
agente extintor, montados sobre um dispositivo de transporte com rodas, exigindo para seu emprego mais de um
operador.

b) Quanto à Nomenclatura
Os extintores de incêndio recebem geralmente o nome do agente extintor que utilizam.

c) Quanto à Propulsão.
Para que o agente extintor possa ser expelido do recipiente, há a necessidade de um agente propelente que crie
pressão suficiente para o uso do aparelho, possibilitando eficiência, dando-lhe alcance, penetração, distribuição da
carga extintora no foco de incêndio, além de proteger o operador contra os efeitos das chamas. Dessa forma, os
aparelhos extintores podem ser pressurizados, a pressurizar ou propulsão química.

→ Extintores Pressurizados
▪ Comprimindo-se o próprio agente extintor como é o caso do CO2 e dos compostos halogenados.
▪ Por compressão de um outro gás propelente dentro do próprio cilindro do extintor, como ocorre nos aparelhos
de PQS e água pressurizada, que são pressurizados, normalmente, com nitrogênio.

→ Extintores a Pressurizar
Por pressão injetada, ou seja, o gás propelente não fica em contato permanente com o agente extintor, mas em um
cilindro auxiliar separado. Só ocorrendo a injeção no momento da abertura da válvula do cilindro auxiliar, para uma
eventual operação.

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Prevenção e Combate a Sinistros

Extintor pressurizado Extintor a Pressurizar

→ Extintores Químicos

Por intermédio de uma reação química, em decorrência das substâncias que compõem o extintor, fazendo-as entrar
em contato provoca-se uma reação química, sendo liberando um gás como produto da reação, gás este utilizado
como agente propelente.

Extintor obsoleto

Os extintores de soda-ácido, carga líquida e espuma química, apesar de ainda encontrados, não
mais são fabricados por causa das seguintes desvantagens:

• Após iniciada, a descarga do extintor não pode ser interrompida.


•Agente é corrosivo.
•Esses extintores são potencialmente perigosos para o operador durante o uso. Se a descarga do
jato for bloqueada, a pressão interna do cilindro poderá exceder 20 Kg/cm2 (300 lb/pol2) e,
eventualmente, explodir, causando sérias lesões ou morte ao operador.

Manutenção e inspeção de extintores

O extintor de incêndio tem uma longevidade que está ligada diretamente a sua manutenção e a sua correta
utilização. O item segurança reputa-se como essencial, e a vistoria periódica é a melhor maneira de otimizar o uso do
aparelho, além de ser fundamental para a segurança do operador. Como todo cilindro submetido à pressão, os
extintores de incêndio estão sujeitos a uma possível ruptura de sua carcaça, devido a tal problema a sua vistoria e
manutenção tornam-se preponderantes.
A ABNT-NBR 12962, define ensaio hidrostático como: “aquele executado em alguns componentes do extintor de
incêndio, sujeitos à pressão permanente ou momentânea, utilizando-se normalmente a água como fluido, que tem
como principal objetivo avaliar a resistência dos componentes às pressões superiores a pressão normal de
carregamento ou de funcionamento do extintor de incêndio, em suas respectivas normas de fabricação”.
A ABNT-NBR 12962 regulamenta, ainda, a inspeção, manutenção e recarga de extintores de incêndio. Na inspeção
pode ser utilizado um BPC que recebe orientação básica para fazê-la, entretanto, a manutenção e a recarga só
devem ser feitas por empresas certificadas por um Organismo Certificador (OC) credenciado pelo INMETRO, além
CBMMG, que irá utilizar ferramentas, peças e materiais adequados.

a) Inspeção de Extintores: - Exame periódico que se realiza no extintor de incêndio, com a finalidade de verificar se
este permanece em condições originais de operação. É realizada através de inspeções, onde são verificados:
localização, acesso, visibilidade, rótulo de identificação, lacre e selo da ABNT, peso, danos físicos, obstrução no bico
ou na mangueira, peças soltas ou quebradas e pressão nos manômetros. A Associação Brasileira de Normas
Técnicas fixa as condições mínimas exigidas para vistoria de extintores de incêndio de alta e de baixa pressão. A
ABNT entende por extintores de baixa pressão aqueles cuja pressão de trabalho é inferior a 30Kgf/cm2, e por
extintores de alta pressão aqueles cuja pressão é superior ao valor anteriormente citado.

A ABNT-NBR 12962 define que a inspeção deverá ser realizada na frequência abaixo:

Semanais: Verificar acesso, visibilidade e sinalização.


Mensais: Verificar se o bico ou a mangueira estão obstruídos. Observar a pressão do manômetro (se houver), o lacre
e o pino de segurança.

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Prevenção e Combate a Sinistros

Semestrais: Verificar o peso do extintor de CO2 e do cilindro de gás comprimido, quando houver. Se o peso do
extintor estiver abaixo de 90% do especificado, recarregar.
Anuais: Verificar se não há dano físico no extintor, avaria no pino de segurança e no lacre. Recarregar o extintor.
Quinquenais: Fazer o teste hidrostático, que é a prova a que se submete o extintor a cada 5 anos ou toda vez que o
aparelho sofrer acidentes, tais como: batidas, exposição a temperaturas altas, ataques químicos ou corrosão. Deve
ser efetuado por pessoal habilitado e com equipamentos especializados. Neste teste, o aparelho é submetido a uma
pressão de 2,5 vezes a pressão de trabalho, isto é, se a pressão de trabalho é de 14 kgf/cm2, a pressão de prova
será de 35 kgf/cm2. Este teste é precedido por uma minuciosa observação do aparelho, para verificar a existência de
danos físicos.

A NR 23 (Norma regulamentadora do Ministério do Trabalho) fixava em mensal as inspeções nos extintores, devendo
serem evidenciadas na “Ficha de Controle de Inspeção”.

b) Manutenção de Extintores: - Serviço efetuado no extintor de incêndio, com a finalidade de manter suas
condições originais de operação após sua utilização ou quando requerido por uma inspeção.
A manutenção começa com o exame periódico e completo dos extintores e termina com a correção dos problemas
encontrados, visando um funcionamento seguro e eficiente.

1 - Extintores de Água

Apresentam-se divididos em extintores de água pressurizada (conhecidos como AP), somente portáteis e extintores
de água-gás (conhecidos como AG), portáteis e sobre rodas.

a) Extintores Portáteis de Água Pressurizada (AP): - Disponível em conteúdo de 10 litros,


possui, no seu interior, um tubo sifão que quase alcança o fundo, possibilitando a saída da
água. Sua pressão nominal de 11,50 Kgf/cm 2 é obtida por CO2, N2 ou ar atmosférico. Seu uso
é feito através do simples acionamento de sua válvula (gatilho), sendo dotado, ainda, de
indicador de pressão, evidenciando a situação do gás propelente.
Este tipo de extintor possui um alcance entre 9 e 15 metros e seu tempo de descarga fica na
faixa de 40 a 60 segundos.

1. Lacre 12. Tubo sifão


2. Suporte da trava 13. Recipiente
3. Mangueira de descarga 14. Porca
4. Anel de empatação 15. Parafuso do gatilho
5. Bico de saída 16. Espiga
6. Trava de segurança 17. Anel o’ring
7. Anel de vedação da haste 18. Corpo da válvula
8. Haste 19. Gatilho da válvula
9. Arruela da haste 20. Cabo da válvula
10. Mola da válvula 21. Indicador de pressão
11. Bucha do tubo sifão 22. Pêra da haste

b) Extintores de Água-Gás (AG): - Extintores portáteis de água-gás consistem de um cilindro com


as mesmas especificações dos extintores de água pressurizada e disponível em conteúdo de 10
litros. Provido de uma tampa de alumínio fundido na sua parte superior, dotada de válvula de alívio.
A pressurização é efetuada através de um cilindro contendo 80g de CO2, em tubo de aço, sem
costura. Válvula de pressurização do tipo abertura lenta, construída em latão forjado e dimensionada
para funcionar a 18 kgf/cm2 e provido de disco de segurança em bronze fosforoso, mangueira
plástica com características idênticas ao de água pressurizada. O extintor de água gás do tipo portátil
não possui manômetro, seu alcance varia de 9 a 15 metros e seu tempo de descarga fica na faixa de
40 a 60 segundos.

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c) Extintores de Água Sobre Rodas: - Extintores de água-gás sobre rodas consistem de


um cilindro de chapa de aço soldado eletronicamente. A Tampa de alumínio fundido e
dotada de válvula de alívio. Seu volume pode chegar a 150 litros e o alcance de seu jato
varia de 10m a 12m. A pressurização é efetuada através de um cilindro externo de aço
sem costura contendo CO2.

A Válvula de pressurização é do tipo abertura lenta, construída em latão forjado, provido


de disco de segurança em bronze. Mangueira plástica com trama, ou de borracha com
trama de rayon com comprimento de 10m a 12m, contendo na extremidade uma válvula
de descarga de nylon ou esguicho regulável em latão, ambos do tipo intermitente.

2 - Extintores de Gás Carbônico - CO2

Podem ser portáteis, que são aqueles com até 6Kg de carga e 25Kg de peso total, ou sobre rodas, que são aqueles
acima de 6Kg de carga extintora e mais de 25Kg de peso total do conjunto. São constituídos, essencialmente, de um
cilindro aço sem costura, pintado com tinta de proteção anticorrosiva e uma demão de tinta de acabamento, na cor
vermelha, a base de poliuretano. Possui tubo sifão, punho, alça de transporte, gatilho, mangueira de descarga e
esguicho difusor.

Todo extintor de gás carbônico com capacidade de carga acima de 2Kg terá, obrigatoriamente, mangueira de
descarga ligando a válvula ao esguicho difusor. Os extintores com menos de 2Kg são normalmente construídos com
o fundo redondo, necessitando de um suporte para manter-se na posição de pé, e os extintores maiores são
construídos com o fundo chato.

Portátil Sobre Rodas

1. Trava 14. Disco de Segurança


2. Mangueira 15. Arruela de Cobre
3. Punho 16. Cinta Plástica
4. Suporte do punho 17. Porca do parafuso
5. Difusor 18. Parafuso de fixação do gatilho
6. Suporte da Trava 19. Gatilho da válvula
7. Lacre 20. Cabo da válvula
8. Miolo da Válvula 21. Haste
9. O’ring sup. do miolo 22. Mola
10. O’ring inf. do miolo 23. Corpo da válvula
11. O’ring da haste 24. Tubo Sifão
12. Quebra Jato 25. Cilindro
13. Bujão

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3 - Extintores de espuma mecânica

Para formação da espuma mecânica são necessários a água, o ar atmosférico e o extrato de Aqueous Film Forming
Foam (AFFF), composto à base de carbono e flúor, que quando agregados entre si formam uma massa estável de
pequenas bolhas que podem flutuar sobre os líquidos inflamáveis na forma de um colchão de espuma ou de filme
aquoso, que bloqueia os vapores dos líquidos inflamáveis extinguindo ou prevenindo os incêndios de classe B. Além
disso, aumenta as propriedades umectantes e o poder de penetração da água, conseguindo ótimos resultados na
extinção de incêndios também da classe A.

a) Portáteis: - Extintores de espuma mecânica portáteis consistem de


um recipiente externo construído em chapa de aço, soldado
eletronicamente, volume de solução formadora do proporção de
8,190l de água para 0,810l de AFFF. Este extintor pode ser
encontrado em dois modelos: o de pressurização direta, com
indicador de pressão e de pressurização indireta, com ampola
externa.

A válvula de descarga destes extintores é do tipo interruptora de jato


para pressurização direta ou indireta, sendo confeccionada em latão
forjado, com cabo e gatilho bicromatizados. São dotados de esguicho
especial para jato de espuma. Seu jato pode alcançar até 10m e durar
por 70s, com comprimento de mangueira de 0,80cm.

Pressurização Indireta Pressurização Direta

b) Sobre Rodas: - Extintores de espuma mecânica sobre rodas consistem de um


recipiente com características idênticas aos portáteis. Todavia, seu volume total
pode chegar até 150 litros. Este extintor pode ser encontrado em dois modelos: de
pressurização direta e de pressurização indireta. A válvula de descarga é
semelhante a dos portáteis.

4 - Extintores de Hidrocarbonetos Halogenados

Todos estes tipos de extintores, também chamados de halon, são


pressurizados permanentemente pela pressão do próprio agente
extintor, que é um gás liqüefeito. Os recipientes dos extintores
atendem à norma que define os vasos para o armazenamento e
transporte de gases a alta pressão, de forma que o cilindro
suporte até duas vezes e meia a pressão nominal de carga sem
apresentar vazamento ou deformação aparente, já a pressão de
ruptura não pode ser inferior a cinco vezes a pressão nominal de
carga.
As demais características são similares aos extintores de gás
carbônico.

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5 - Extintores de Pó Químico Seco

Apresentam-se divididos em extintores de pó químico seco pressurizados, somente portáteis, e extintores de pó


químico seco a pressurizar, portáteis e sobre rodas. A escolha do extintor de pó químico mais adequado à proteção
de um determinado risco exige uma cuidadosa análise de seu emprego, devido às diferentes destinações do
aparelho e aos vários tipos de pó químico que podem ser encontrados em sua carga.

a) Extintores de Pó Químico Seco Pressurizado: - Extintores portáteis obedecem às mesmas especificações


anteriores definidas para os extintores de baixa pressão. Disponível nas capacidades de 4Kg, 6Kg, 8Kg, 10Kg e
12Kg. Possuem tempo de descarga que varia de 10s a 30s, conforme a sua capacidade. O alcance de seu jato está
compreendido entre 5m e 8m. Utiliza o N2 como gás propelente, que está contido no próprio bojo do extintor. Sua
pressão é medida através de um indicador de pressão existente na válvula. Incluem- se nesta classificação os
produzidos exclusivamente para utilização veicular, que possuem carga mínima de 1 Kg, devendo seu funcionamento
atender a faixa de temperatura compreendida entre -10ºC e 85ºC.

b) Extintores de Pó Químico Seco a Pressurizar

Portáteis: - Extintores portáteis de pó químico a pressurizar são providos de uma tampa de alumínio
fundido e dotados de válvula de alívio. Sua pressurização é efetuada através de um cilindro
contendo 80g de CO2. Válvula de pressurização do tipo abertura lenta, construída em latão forjado e
dimensionada para funcionar a 18kgf/cm2 provida de disco de segurança em bronze fosforoso, e
seguindo as demais especificações do item anterior. Este tipo de extintor pode também ser
encontrado com uma pistola na ponta da mangueira, com resistência mecânica igual à das ligas
metálicas não ferrosas.

Sobre Rodas: - O cilindro deste extintor segue as mesmas especificações dos extintores
de baixa pressão. Possui tampa de alumínio ou latão fundido e dotado de válvula de
alívio, sua capacidade pode variar de 20Kg a 70Kg e o alcance de seu jato varia de 10m a
12m. A pressurização é efetuada através de um cilindro de CO2 ou de N2 com massa de
até 2.000g e pressão de serviço de 14Kgf/cm2 e de ruptura de 70 Kgf/cm2.
Neste cilindro, é acoplada uma válvula de abertura lenta de latão laminado forjado, e
provida de disco de segurança de bronze fosforoso. Para os modelos pressurizados com
N2 há uma válvula reguladora de pressão dotada de dispositivo de alívio, o que
confere maior confiabilidade ao aparelho.
As mangueiras utilizadas são de borracha ou de plástico com trama, e em sua
extremidade existe uma válvula de descarga do tipo intermitente onde, para os modelos
de 20Kg, 30Kg e 50Kg é construída em nylon, para os de capacidade de 70Kg e 100Kg a
válvula é de alumínio fundido, conhecida como tipo metralhadora.

FUNCIONAMENTO DOS EXTINTORES

Funcionamento dos extintores de água:

a) Água Pressurizada
→ Transportar pela alça, que faz parte do corpo da válvula, até a proximidade do fogo.
→ Soltar a trava de segurança, apontando a mangueira para a direção do fogo.
→ Apertar o gatilho localizado na válvula de saída, direcionando o jato d’água para a base do fogo.

b) Água-Gás (portátil)
→ Transportar pela volante superior até a proximidade do fogo.
→ Romper o lacre de segurança da ampola externa.
→ Com uma das mãos apontar a mangueira para a direção do fogo.
→ Com a outra mão, abrir a válvula da ampola externa.
Observação: Logo após a abertura da ampola externa de gás propelente, a água começará a sair, devendo ser
direcionada para a base do fogo.

c) Água-Gás (sobre-rodas)
→ Transportar o extintor até a proximidade do fogo.
→ Este aparelho exige, pelo menos, 02 (dois) operadores seguintes para realizarem as operações, as quais serão
análogas as descritas para os tipo portáteis.

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Funcionamento dos extintores de gás carbônico:

a) Gás carbônico portáteis


→ Transportar o extintor pela alça, até a proximidade do fogo.
→ Com o extintor sobre o chão, retirar o pino de segurança do gatilho de acionamento.
→ Com uma das mãos empunhar o difusor pelo punho próprio para este fim, direcionando-o para o fogo.
→ Com a outra mão erguer o aparelho na vertical e, ao aproximar-se do foco de incêndio, apertar o gatilho,
executando um movimento de vai e vem do difusor, ao direcionar o jato para a base do incêndio.

Observação: Quando utilizar estes aparelhos em líquidos inflamáveis ou


combustíveis, nunca direcionar o jato perpendicularmente à superfície
em combustão. O jato deve ser feito segundo um ângulo aproximado de
45°, conforme mostra a figura.

b) Gás carbônico (sobre-rodas)


→ Transportar o extintor até a proximidade do fogo.
→ Este aparelho exige, pelo menos, 02 (dois) operadores para realizarem as operações seguintes, as quais serão
análogas as descritas para os tipo portáteis.

Funcionamento dos extintores de halon:

Estes extintores possuem seu funcionamento análogo aos de gás carbônico.

Funcionamento dos extintores de espuma:

a) Espuma Química
→ Transportar o extintor pelo volante superior na vertical e sem sacudi-lo, até a proximidade do fogo.
→ Para iniciar o funcionamento do extintor de espuma química basta invertê-lo e dirigir o jato na direção do fogo,
aplicando a espuma, preferencialmente, em um anteparo.

Observação: Se após o extintor ser virado a espuma não sair por seu bico, leve-o para um lugar distante, pois o
cilindro estará sujeito ao rompimento por aumento de sua pressão interna. Por este motivo se deve usar extintores de
espuma química com bico de plástico, que funciona como válvula de segurança prevenindo acidentes pela sua má
condição de utilização.

b) Espuma Mecânica pressurizados (somente portáteis)


→ Transportar o extintor pela alça, até a proximidade do fogo.
→ Com o extintor sobre o chão, retirar o pino de segurança do gatilho de acionamento.
→ Com a mão empunhar o aplicador de espuma, sem obstruir os furos ali existentes, direcionando-a para o fogo.
→ Com a outra mão erguer o aparelho na vertical e, ao aproximar-se do foco de incêndio, apertar o gatilho,
executando um movimento de vai e vem com o aplicador, direcionando a espuma, preferencialmente, em um
anteparo.

c) Espuma Mecânica a pressurizar (portáteis)


→ Transportar o extintor pela alça, até a proximidade do fogo.
→ Com o extintor sobre o chão, retirar o lacre de segurança da ampola externa.
→ Com a mão empunhar o aplicador de espuma, sem obstruir os furos ali existentes, direcionando-a para o fogo.
→ Com a outra mão abrir a ampola externa, executando um movimento de vai e vem com o aplicador, direcionando a
espuma, preferencialmente, em um anteparo.

d) Espuma Mecânica a pressurizar (sobre-rodas)


→ Transportar o extintor até a proximidade do fogo.
→ Este aparelho exige, pelo menos, 02 (dois) operadores para realizarem as operações seguintes, as quais serão
análogas às descritas para os tipo portáteis.

Funcionamento dos extintores de PQS:

a) PQS pressurizado (somente portáteis)


→ Transportar pela alça, que faz parte do corpo da válvula, até a proximidade do fogo.
→ Soltar a trava de segurança, apontando a mangueira para a direção do fogo.
→ Apertar o gatilho localizado na válvula de saída, direcionando o jato de PQS para a base do fogo, executando
movimentos laterais alternados.

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b) PQS a pressurizar (portátil)


→ Transportar o extintor pela alça superior até a proximidade do fogo.
→ Romper o lacre de segurança da ampola externa.
→ Com uma das mãos apontar a mangueira para a direção do fogo.
→ Com a outra mão, abrir a válvula da ampola externa.

Observação: Logo após a abertura da ampola externa de gás propelente, O PQS não começará a sair, devendo ser
acionado o gatilho existente na extremidade da mangueira, direcionando o jato de PQS para a base do fogo,
executando movimentos laterais alternados.

c) PQS a pressurizar (sobre-rodas)


→ Transportar o extintor até a proximidade do fogo.
→ Este aparelho exige, pelo menos, 02 (dois) operadores para realizarem as operações seguintes, as quais serão
análogas às descritas para os tipo portáteis.

Cuidados na Compra:

É importante que, ao comprar o extintor de incêndio, você exija a nota fiscal. Além de proteger seus direitos de
consumidor, o prazo de garantia do produto é contado a partir da data de aquisição e não da data de fabricação.

- Garantia e Validade - Lembre-se sempre que a garantia é o que lhe possibilita a troca do extintor em caso de defeito
de fabricação, por exemplo. Por validade entende-se o prazo que deve ser obedecido para se efetuar as
manutenções necessárias no extintor. Assim, o agente extintor (espuma, água pressurizada, pó químico ou gás
carbônico) pode permanecer válido, ou seja, eficiente, mesmo depois de expirado o prazo de garantia dado pelo
fabricante, já que nem todos os extintores precisam ser recarregados todo ano, a menos que tenha sido usado.

- Marca de Conformidade - Você fica sabendo que o extintor de incêndio é certificado pela presença do Selo de
Conformidade do INMETRO, que reage à luz ultravioleta, dificultando a falsificação.

Para os extintores novos, o selo é vermelho e apresenta as inscrições:

- a logomarca do INMETRO
- o número de série do selo
- a identificação do fabricante
- o número de licença do fabricante
- a identificação do Organismo de Certificação de Produto

Novo: Tonalidade avermelhada Recarga: Tonalidade azulada esverdeada

Cuidados na Manutenção:

a) Exija o Anel de Identificação de manutenção de extintores

O processo de identificação consiste em um anel, fabricado em polipropileno H503 na cor


amarela com gravações em baixo relevo, conforme a norma ABNT-NBR 12962 e regra
específica para empresas de manutenção de extintores de incêndio, NIE - DINPQ - 70 do
INMETRO, o qual deverá ser colocado entre a válvula e o recipiente (cilindro) do extintor com
identificação do mês e do ano em que o equipamento foi submetido à manutenção através de
perfuração do anel.

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Ao efetuar a manutenção, verifique:

- Se o anel está perfurado/marcado visivelmente com o mês e o ano que foi realizado a
manutenção.
- Se houve sinais de que o anel foi colocado de forma forçada, analisando se o mesmo não
está trincado, empenado, torto, violado ou reconstituído com cola.
- Se o diâmetro está compatível em relação ao gargalo do extintor, apresentando folga
exagerada.

b) Marca de Manutenção

Após ser submetido à manutenção, o selo de conformidade é substituído por um selo de cor azul esverdeada,
contendo:

- a logomarca do INMETRO
- o número de série do selo
- a identificação da empresa que realizou a manutenção
- a data da realização da manutenção
- a identificação do Organismo de Certificação de Produto

Capacidade Extintora:

Conforme o item 3.1 da NBR 12.693/2010, capacidade extintora é a medida do poder de extinção de fogo de um
extintor de incêndio, obtida em ensaio prático normalizado.

A capacidade extintora é facilmente localizada nos rótulos dos extintores de incêndio, onde o numeral corresponde a
um dos graus atribuídos a capacidade que o agente possui de extinguir o fogo. Já a letra imediatamente seguinte,
corresponde a classe de incêndio a que o agente se destina, podendo ser A, B, C ou a combinação de duas ou mais
classes de incêndio.

Exemplo: Capacidade extintora 2A: 10B: C

Refere-se a um extintor de incêndio capaz de combater incêndios de classes A, B e C e que possui uma capacidade
extintora de grau 2 para incêndios de classe A e de grau 10 para incêndios de classe B.

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CAPÍTULO 9 - SISTEMA DE HIDRANTES PREDIAIS PARA COMBATE A INCÊNDIOS

O Sistema de Hidrante é um tipo de proteção instalado em edifícios e utiliza como meio de combate a incêndio,
sendo composto basicamente por a) Reserva Técnica de Incêndio, b) Bomba de Recalque, c) Tubulação, d) Hidrante,
e) Abrigo de Mangueira e f) Registro de Recalque.
O Sistema de Hidrantes tem como objetivo dar continuidade na ação de combate a incêndio até o seu domínio e
possível extinção. O agente extintor utilizado é a água, portanto o Método de Extinção a ser aplicado será o
Resfriamento. Ao utilizar o Sistema de Hidrante é fundamental que seja desligada a chave principal de entrada de
energia da edificação e/ou do setor onde esteja sendo efetuado o combate, a fim de evitar acidentes (descargas
elétricas).

a) Reserva de Incêndio: - Compartimento construído na edificação, em concreto armado ou em metal apropriado,


destinado a armazenar uma quantidade de água que, efetivamente, deverá ser fornecida e destinada para o uso
exclusivo de combate a incêndio. As reservas de incêndio poderão, quanto a sua localização, ser:

 Elevadas;
 Ao nível do solo;
 Semi-enterradas;
 Subterrâneas.

Deverá ser observadas a exigências nas Normas técnicas oficiais (NBR 13714) quanto às características
construtivas. Sua localização deverá ser, dentro das possibilidades, acessível aos veículos do Corpo de Bombeiros.
A capacidade da reserva de incêndio deverá ser suficiente para garantir o suprimento dos pontos de hidrantes,
considerados em funcionamento simultâneo, durante o tempo solicitado nas especificações técnicas.

Elevado Nível do Solo Semi-enterrado

b) Bomba de Recalque: - A Bomba de Recalque tem a finalidade de efetuar o deslocamento da água no interior das
tubulações. Entra em funcionamento mediante acionamento manual, botoeira tipo liga-desliga próxima ao hidrante,
ou automático, através de chave de fluxo para reservatórios elevados ou pressostatos/manômetros (existência de
bomba principal e bomba jockey) para reservatórios subterrâneos, no nível do piso ou semi-enterrados.

As bombas de recalque deverão possuir motor


elétrico ou motor a explosão, este obrigatório
para proteção de tanques de líquidos e gases
combustíveis ou inflamáveis.

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Deverão ser observadas as seguintes condições durante a instalação da bomba de recalque, além das demais
exigências previstas nas Normas Técnicas Oficiais (NBR 13714).

 Devem ser utilizadas somente para este fim;


 Devem ser protegidas contra danos mecânicos, intempéries, agentes químicos, fogo ou umidade;
 A automatização da bomba deve ser executada de maneira que, após a partida do motor, seu desligamento
seja obtido somente por acionamento manual, localizado dentro da casa de bombas e em um ponto
estratégico da edificação ou no prédio de maior risco;
 O funcionamento automático é iniciado pela simples abertura de qualquer ponto de hidrante da instalação;
 No caso de bombas elétricas, a alimentação deverá ser independente do consumo geral, de forma a permitir
o desligamento geral da energia elétrica, sem prejuízo do funcionamento do motor;
 Os condutores e suas derivações (tipo não propagante a chamas) devem sempre ser embutidos em
eletrodutos rígidos. No caso de serem externos, com instalação aparente, devem também ser metálicas
(pintados na cor vermelha);
 A bomba de recalque, acionada por motor elétrico, pode ser alimentada por um gerador diesel (dentro das
exigências técnicas), na falta de energia da concessionaria;
 Os fios elétricos de alimentação do motor, quando dentro da área protegida pelo sistema de hidrantes,
devem ser protegidos contra danos mecânicos e químicos, fogo e umidade;
 As chaves elétricas de alimentação das bombas devem ser sinalizadas com a inscrição “ALIMENTAÇÃO DA
BOMBA DE INCÊNDIO – NÃO DESLIGUE”;
 Um painel de sinalização da bomba elétrica deve ser instalado onde haja vigilância permanente, com
sinalização ótica e acústica indicando: a) bomba em funcionamento, b) falta de fase, c) falta de energia no
comando de partida;
 As bombas a motor de explosão deverão dispor de meios de operação manual; possuir condições de operar
a plena carga durante 6 (seis) horas ininterruptas; o escapamento de gases do motor deve ser provido de
silencioso, direcionado para que a eliminação ocorra fora da casa de bombas, sem que os gases possam
retornar ao seu interior; o tanque de combustível (protegido por dique de contenção e extintores, no mínimo)
do motor deve conter o volume suficiente para manter o conjunto moto-bomba operando a plena carga
durante no mínimo duas vezes o tempo de funcionamento dos abastecimentos de água, para cada sistema
da edificação;
 Botoeiras de acionamento manual da bomba de recalque instalada junto aos hidrantes ou próximo à bomba
deverão estar sinalizadas;
 As bombas de recalque devem possuir uma placa de identificação na qual poderá ser constatada a sua
potência etc..

c) Tubulação: - A tubulação consiste em um conjunto de tubos, conexões, acessórios e outros materiais destinados
a conduzir a água, desde a reserva de incêndio até os pontos de hidrantes. Todo e qualquer material previsto ou
instalado deve ser capaz de resistir ao efeito do calor, mantendo seu funcionamento normal. O meio de ligação entre
tubos, conexões e acessórios diversos deve garantir a estanqueidade e a estabilidade mecânica da junta, e não deve
sofrer comprometimento de desempenho se for exposto ao fogo.

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Os materiais termoplásticos, na forma de tubos e conexões, somente


devem ser utilizados enterrados e fora da projeção da planta da
edificação, satisfazendo a todos os requisitos de resistência à pressão
interna e a esforços mecânicos necessários ao funcionamento da
instalação.

Conforme a NBR 13714, nenhuma tubulação de alimentação dos


pontos de hidrantes pode ter diâmetro nominal inferior a 65 mm. A
tubulação aparente deverá ser pintada na cor vermelha.

d) Hidrante: - Hidrante é um ponto de tomada de água provido de dispositivo de manobra (registro) e união de
engate rápido para combate a incêndio sob comando. Os hidrantes poderão ser de coluna ou de parede (interior de
abrigo) e com uma única expedição (simples) ou duas (duplos). Quando instalados no interior da edificação, serão
denominados de hidrantes internos; caso contrário, serão denominados hidrantes externos. Os registros dos
hidrantes deverão ter conexões iguais às adotadas pelo Corpo de Bombeiros (tipo engate rápido – diâmetro nominal
de 40 mm ou 65 mm).

Todos os pontos dos hidrantes devem receber sinalização que permitam sua rápida localização, também não
podendo ficar obstruídos. A utilização do sistema de hidrantes não deve comprometer a fuga dos ocupantes da
edificação: portanto, deve ser projetado de forma a proteger toda a área da edificação, sem que obstrua as rotas de
fuga.

Observação: A sinalização de solo só será obrigatória nos locais destinados a fabricação, depósito, movimentação de
mercadorias etc.

e) Abrigo de Mangueira: - Compartimento (cor vermelha), embutido ou aparente, dotado de porta, destinado a
armazenar mangueiras, esguichos e outros equipamentos de combate a incêndio, capaz de proteger contra
intempéries e danos diversos. Deverá ser instalado a não mais de 5 (cinco) metros da cada hidrante de coluna, em
lugar visível e de fácil acesso, com os dístico “INCÊNDIO” na porta.

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- Esguicho: - O esguicho consiste de peça metálica adaptada na extremidade das mangueiras, destinado a dar forma,
direção e controle ao jato, podendo ser do tipo regulável ou não. Os mais utilizados nos edifícios são: esguicho
agulheta(13/16/19/25 mm) e esguicho regulável (DN 40/65mm). O esguicho agulheta, mais comum, aumenta a
velocidade da água em razão de seu orifício ser de diâmetro menor que o da mangueira. O esguicho regulável passa
de jato sólido a neblina de alta velocidade pelo simples giro do bocal. Esse esguicho produz jato ou cone de neblina,
de ângulo variável de abertura, em razão da existência de um disco no interior do tubo da saída; o ângulo máximo de
abertura chega a 180º.

Pistola Agulheta Regulável

- Mangueira: - Equipamento para combate a incêndio constituído essencialmente por um duto flexível dotado de
união tipo engate rápido. As mangueiras mais utilizadas nos edifícios são as de DN 40mm ou 65mm de diâmetro, em
comprimento de 15, 20 ou 30 metros. As mangueiras deverão estar acondicionadas no abrigo na forma aduchada ou
em zig zag. Especial atenção deverá ocorrer durante a compra e consequente instalação de mangueiras nos abrigos,
ou seja: a mangueira do tipo 1 é conhecida como mangueira predial, porém um prédio de escritório não é de
ocupação residencial, portanto, a mangueira correta neste caso é o tipo 2, mesmo se a pressão de trabalho é menor
que 10Kgf/cm2. Isso se deve ao fato de que a Norma leva em consideração não só a pressão de trabalho, mas
também a resistência à abração e outras características mais adequadas a cada caso.
O revestimento interno do duto é um tubo de borracha vulcanizada diretamente ao tecido externo, que
impermeabiliza a mangueira evitando que a água saia do seu interior. A capa do duto flexível é uma lona,
confeccionada de fibras sintéticas, que permite à mangueira suportar alta pressão de trabalho e de resistência à
abrasão. Uniões “storz” são peças metálicas, fixadas nas extremidades das mangueiras, que servem para unir lances
entre si ou ligá-los a outros equipamentos hidráulicos.

 Empatação de mangueira é o nome dado à fixação, sob pressão, da união de engate rápido no duto.
 Lance de mangueira é a fração de mangueira que vai de uma a outra junta de união.
 Linha de mangueira é conjunto de mangueiras acopladas, formando um sistema para conduzir a água.

- Classificação das mangueiras: - Conforme determinado na norma ANT-NBR 11861 – Mangueiras de incêndio –
Requisitos e métodos de ensaio, da ABNT, as mangueiras são classificadas conforme sua característica de
construção e sua pressão máxima de trabalho, a saber:

Mangueira Características de construção Pressão de trabalho


Tipo 1 Construída com um reforço têxtil 980 kPa (10 kgf/cm2)
Tipo 2 Construída com um reforço têxtil 1370 kPa (14 kgf/cm2)
Tipo 3 Construída com dois reforços têxteis sobrepostos 1470 kPa (15 kgf/cm2)
Construída com um reforço têxtil, acrescida de uma
Tipo 4 1370 kPa (14 kgf/cm2)
película externa de plástico
Construída com um reforço têxtil, acrescida de um 1370 kPa (14 gf/cm2)
Tipo 5
revestimento externo de borracha
A escolha do tipo da mangueira é função do local onde será utilizada, a sua pressão de trabalho e sua resistência à
abrasão.

a) Mangueira tipo 1: destina-se a edifícios de ocupação residencial;


b) Mangueira tipo 2: destina-se a edifícios comerciais, industriais e Corpo de Bombeiros;
c) Mangueira tipo 3: destina-se a área naval, industrial e Corpo de Bombeiros, onde é desejável uma maior
resistência a abrasão;
d) Mangueira tipo 4: destina-se á área industrial, onde é desejável uma maior resistência a abrasão; e
e) Mangueira tipo 5: destina-se a área indl., onde é desejável uma alta resistência a abrasão e a superfícies quentes.

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- Conservação das mangueiras: - Para maior durabilidade da mangueira, a ABNT-NBR 12779 – Inspeção,
manutenção e cuidados com mangueiras de incêndio, recomenda-se evitar as seguintes situações:

a) Evitar arrastar por cantos vivos ou pontiagudos;


b) Evitar contato direto com fogo, brasas, superfícies quentes (exceto indicado pelo fabricante).
c) Arraste da mangueira e uniões (cuidado com o arraste sem pressão);
d) Queda de uniões;
e) Contato com produtos químicos (exceto indicado pelo fabricante);
f) Permanecer com a mangueira conectada no hidrante;
g) Evitar manobras violentas de derivantes ou fechamento abrupto de esguichos ou registros, ou entrada repentina
de bomba, que causam golpes de aríete na linha (segundo a NFPA 1962 a pressão pode atingir sete vezes ou mais a
pressão estática de trabalho). Isto pode romper ou desempatar uma mangueira;
h) Evitar curvar acentuadamente a extremidade conectada ao hidrante. Isto pode causar o desempatamento da
mangueira.
i) Não utilizar a mangueira para nenhum outro fim (lavagem de garagens, pátios, etc.), que não seja o combate a
incêndio.
j) Para maior segurança, não utilizar as mangueiras das caixas/abrigos em treinamento de brigadas, evitando danos
e desgaste. As mangueiras utilizadas em treinamento de brigadas devem ser mantidas somente para este fim.

- Inspeção e manutenção das mangueiras: - A ABNT-NBR 12779 regulamenta que a frequência de inspeção e
manutenção para todas as mangueiras de incêndio instaladas deve ser de 6 (seis) e 12 (doze) meses
respectivamente. Esta inspeção e manutenção deverá ser realizada por empresa capacitada, conforme a referida
norma.

- Acondicionamento das mangueiras: - Segundo a ABNT-NBR 12779, existem várias formas de acondicionar as
mangueiras de incêndio, entretanto no Estado do Rio de Janeiro as mangueiras deverão se enroladas na forma
aduchada conforme orientação do Corpo de Bombeiros.

- Procedimento para acondicionar a mangueira de forma "aduchada"

a) A mangueira deve ficar totalmente estendida no solo e as torções, que porventura ocorrerem, devem ser
eliminadas.
b) Uma das extremidades deve ser conduzida e colocada de modo que fique sobre a outra, mantendo uma distância
de 1 (um) metro entre as juntas de união, ficando a mangueira sobreposta.

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- Transporte e manuseio: - Deve ser transportada sobre o ombro ou sob o braço, junto ao corpo. Para transportar
sobre o ombro, o profissional deve posicionar o rolo em pé, com a junta de união externa voltada para si e para cima.
Abaixado, toma o rolo com as mãos e o coloca sobre o ombro, de maneira que a junta de união externa fique por
baixo e ligeiramente caída para a frente, firmando o rolo com a mão correspondente ao ombro.
No transporte sob o braço, o rolo deve ser posicionado de pé, com a junta de união voltada para frente e para baixo,
mantendo o rolo junto ao corpo e sob o braço.
Para estender a mangueira aduchada, colocar o rolo no solo e expor as juntas de união. Pisar sobre o duto, próximo
à junta externa, e impulsionar o rolo para a frente com o levantamento brusco da junta interna. Acopla-se a união
que estava sob o pé e, segurando a outra extremidade, caminha-se na direção do estendimento.
Ao término da operação, após desacoplar a linha de mangueira, a água deverá ser retirada do interior da mesma,
para secagem.

- Chave de mangueira: - Destina-se a complementar o acoplamento


e desacoplamento das juntas de união das mangueiras com o
esguicho e o hidrante. É constituída de uma haste metálica
apresentando numa extremidade um ramo curvo com um aluado
transversal, encimado por um pequeno ressalto retangular.

f) Registro de Recalque: - O sistema deve ser dotado de registro de recalque, constituído em uma prolongação da
tubulação, com diâmetro nominal de 65mm até a entrada principal da edificação, cujos engates são compatíveis aos
utilizados pelo Corpo de Bombeiros.
Quando o recalque estiver no passeio, este deverá ser enterrado em caixa de alvenaria, com tampa (recomenda-se a
pintura na cor vermelha com faixa dos lados amarela) articulada e requadro em ferro fundido, identificada pela
palavra “INCÊNDIO”, com dimensões de 0,40m x 0,60m, afastada 0,50m da guia do passeio: a introdução (65mm de
diâmetro no mínimo e com tampa) tem de estar voltada para cima em ângulo de 45º e posicionada, no mínimo, a
0,15m de profundidade em relação ao piso do passeio. O volante de manobra da válvula deve estar situado a, no
mínimo, 0,50m do nível do piso acabado. É viável que no interior da caixa do registro de recalque exista dreno para
escoamento de água.

O dispositivo de recalque pode ser instalado na fachada da edificação, ou no muro da divisa com a rua, com a
introdução – 65mm de diâmetro nominal mínimo e com tampão – voltada para a rua e para baixo em ângulo de 45
graus e a uma altura entre 0,60m e 1 metro em relação ao piso do passeio. A localização do dispositivo de recalque
sempre deve permitir a aproximação da viatura apropriada para o recalque da água, apartir do logradouro público,
sem que exista qualquer obstáculo que dependa de remoção para o livre acesso dos bombeiros.

CAPÍTULO 10 – REDE DE CHUVEIROS AUTOMÁTICOS DO TIPO “SPRINKLER”

Definição:

É um sistema fixo e integrado, constituído de tubulações fixas, subterrâneas e/ou aéreas, onde são dispostos
regularmente sobre as áreas a serem protegidas, bicos de sprinkler ligados a um ou mais abastecimentos de água,
possibilitando, na ocorrência de um princípio de incêndio, a aplicação de água direta e automaticamente sobre o local
do sinistro, através do rompimento do elemento termossensível do bico, permitindo a passagem da água, com
acionamento simultâneo de um dispositivo de alarme.

1 - ELEMENTOS DE UMA REDE DE “SPRINKLER”

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Sprinkler:- Também chamados de BICOS ou CHUVEIROS AUTOMÁTICOS,


são dispositivos dotados de elemento termossensível, que colocados sobre a
área a ser protegida, permitem a passagem da água para controle ou
extinção dos incêndios, espargindo-a, quando a temperatura alcança o valor
nominal pré- determinado para funcionamento.
Normalmente é fabricado em corpo metálico com terminação rosqueada
(rosca macho), para sua ligação ao sistema de canalização, apresentando
elemento difusor sob o ponto de expulsão da água, de modo a permitir maior
área de ação ou cobertura.

a) Classificação dos sprinklers quanto a sua finalidade

→ Abertos:- São aqueles que não possuem elemento termossensível.

→ Fechados:- São aqueles dotados de um elemento termossensível (ampola de vidro ou solda eutética), que os
mantém hermeticamente fechados, entrando em funcionamento pela própria ação do calor de um incêndio.

b) Classificação dos sprinklers quanto ao posicionamento

Comum ou Convencional Pendente (pendent) Para cima (upright) Parede ou Lateral (sidewall)

c) Classificação das temperaturas e codificação das cores dos sprinklers

Geralmente a escolha da temperatura de acionamento do chuveiro automático é de mais ou menos 20ºC a 30ºC
acima da temperatura máxima ambiente. Para cada temperatura de disparo foi estipulada uma cor para o líquido
contido nos bulbos ou para a solda eutética.

→ Classificação para o elemento termossensível tipo ampola

TEMPERATURA MÁXIMA NO TEMPERATURA COR DO LÍQUIDO DA


AMBIENTE (ºC) RECOMENDADA DO BICO (ºC) AMPOLA
38 57 Laranja
49 68 Vermelha
60 79 Amarela
74 93 Verde
121 141 Azul
152 182 Roxa
238 260 Preta

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→ Classificação para o elemento termossensível tipo solda eutética

TEMPERATURA MÁXIMA NO TEMPERATURA COR DOS BRAÇOS DO


AMBIENTE (ºC) RECOMENDADA DO BICO (ºC) CORPO DO BICO
38 57 a 77 Incolor
66 79 a 107 Branca
107 121 a 149 Azul
149 163 a 191 Vermelha
191 204 a 246 Verde
246 260 a 302 Laranja
329 343 Laranja

d) Estoque de sprinklers sobressalentes

Para qualquer instalação de sprinkler deverá haver, em lugar acessível e protegido (normalmente armários
destinados a este fim), uma quantidade de bicos sobressalentes, cujo objetivo é atender a uma reposição imediata.
Tal estoque deverá ser composto dos diferentes tipos e temperaturas dos bicos utilizados na instalação considerada.
Segundo a National Fire Protection Association (NFPA) o quantitative é o seguinte:

Nº DE BICOS INSTALADOS Nº DE BICOS SOBRESSALENTES


Até 300 06
De 301 a 1.000 12
Acima de 1.000 24

Tubulação:- Conduto forçado destinado a conduzir a água, sob pressão, aos diferentes chuveiros automáticos
constituintes da rede.

a) Denominações

As tubulações que formam uma rede de chuveiros automáticos possuem as seguintes denominações:

a) Ramais;
b) Tubo de distribuição (subgeral);
c) Tubo de distribuição principal (geral);
d) Tubo de subida ou descida;
e) Subida principal.

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b) Tubulação aparente e subterrânea

→ Tubulação aparente (aérea ou exposta)

Poderão ser de aço-carbono, com ou sem costura, aço preto ou galvanizado, com rosca cônica padrão NPT (NFPA e
NBR 10.867) ou padrão BSP (FOC), com extremidades bisseladas para solda ou com sulcos para juntas mecânicas.

Geralmente, para diâmetros até duas polegadas utiliza-se rosca e, a partir deste diâmetro, utiliza-se solda.

As tubulações deverão ser adequadamente suportadas, de forma que as suas conexões não fiquem sujeitas a
tensões mecânicas, e os tubos propriamente ditos sujeitos à flexão; assim como não devem ser instaladas em áreas
não protegidas por chuveiros automáticos, exceto quando forem montadas ao nível do solo, dentro de valetas ou
galerias totalmente fechadas com tijolos ou concreto e no interior de “shafts” próprios.

→ Tubulação subterrânea (enterrada)

Poderão ser de ferro fundido centrifugado, com ou sem revestimento interno de cimento, ou de aço carbono com ou
sem costura, desde que as tubulações estejam convenientemente protegidas contra corrosão.

Esta tubulação não poderá estar embutida em lajes de concreto.

Válvula de governo e alarme (VGA):- Válvulas especiais, cuja função básica é dividir uma rede de chuveiros
automáticos em diferentes zonas de proteção. Sua instalação deverá se dar em local de fácil acesso,
preferencialmente fora da área protegida. Os diversos componentes de uma VGA estão demonstrados na figura
abaixo.

a) Funcionamento

Estando a rede chuveiros automáticos instalada e pressurizada, a pressão após a VGA (a jusante) é ligeiramente
maior ou igual a pressão antes (a montante) desta, que por ser de retenção, permite o fluxo d’água somente na
direção dos chuveiros automáticos. Quando um ou mais bicos se abrem, a pressão após a VGA cai, até que a
pressão antes da VGA seja superior, abrindo a sede da válvula, permitindo o fluxo d’água.

Quando a água passa através da VGA, flui também para uma derivação que vai ao gongo de alarme. A água, ao
entrar no gongo, passa pelas pás da turbina hidráulica localizada no seu interior, fazendo com que um pequeno
martelete fique girando e batendo na tampa, denunciando, assim, o funcionamento do sistema através de um alarme
sonoro. Outro recurso de envio de sinalização é aquele realizado através de pressostato ou válvula de fluxo,
entretanto, este destina-se a emitir sinais que denunciem o funcionamento da VGA a locais remotos, distantes do
posicionamento da VGA, normalmente na sala de brigada de incêndio e/ou portaria.

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Ponto de teste:- Cada instalação de uma rede de chuveiros automáticos de tubo molhado, deverá ser provida de
uma conexão de ensaio (ponto de teste), a qual será composta de uma tubulação de diâmetro nominal nunca inferior
a 25mm, e de um bocal com orifício, não corrosivo, de diâmetro nominal igual ao do chuveiro utilizado na instalação,
devendo obedecer as seguintes condições:

a) Deve ser situada no ponto mais desfavorável de cada instalação, levando-se em conta que haverá um ponto de
teste para cada VGA do sistema;

b) Em edificações de múltiplos pavimentos ou em instalações divididas em setores controlados cada um por uma
válvula de fluxo d’água secundária, o ponto de teste de cada setor pode ser situado em qualquer ponto da
instalação;

c) Deve estar situado em local de fácil acesso, onde possa ser verificada a descarga d’água;

d) A válvula globo deverá estar posicionada a 2,10 m acima do piso.

Hidrante de recalque:- Dispositivo que deverá ser instalado no logradouro público, com o objetivo de possibilitar o
recalque de água na rede de chuveiros automáticos, com o auxílio de uma fonte externa. Suas características serão
as mesmas do HR exigido para a rede de hidrantes.

2 - CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE CHUVEIROS AUTOMÁTICOS

a) Sistemas de chuveiros automáticos de tubo molhado:

Compreende uma rede de tubulação fixa, permanentemente com água sob pressão, onde os bicos de sprinkler
desempenham os papéis de detectar e combater o fogo. Neste sistema, a água somente é descarregada pelos bicos
que tiverem o elemento termossensível acionado pelo fogo.

b) Sistemas de chuveiros automáticos de tubo seco:

Compreende uma rede de tubulação fixa, permanentemente seca, mantida sob pressão de ar comprimido ou
nitrogênio. Tão logo um ou mais bicos tenham o elemento termossensível acionado pelo fogo, o ar comprimido ou
nitrogênio é liberado, fazendo abrir automaticamente a válvula de tubo seco instalada na entrada do sistema, a qual
permite a passagem da água para as tubulações do sistema. Este sistema normalmente é utilizado em locais sujeitos
a temperaturas de congelamento da água.

c) Sistema de ação prévia:

Compreende uma rede de tubulação fixa, permanentemente seca, contendo ar que pode ou não estar sob pressão.
Na mesma área protegida pelos bicos de sprinkler são instalados detectores dos efeitos do fogo, os quais estarão
ligados a uma válvula especial (p/ex.: solenoide) instalada na entrada da rede de chuveiros automáticos. Como a
operação de detecção é muito mais sensível que o elemento termossensível dos bicos de sprinkler, os detectores
atuarão em primeiro lugar, fazendo com que a válvula da entrada da rede seja aberta, permitindo a entrada da água
na rede de chuveiros automáticos. Com o aumento da temperatura, os elementos termossensíveis dos bicos serão
acionados, proporcionando a aplicação da água na área sinistrada. Ressalta-se, ainda, que a ação prévia do sistema
de detecção faz soar um alarme, antes que se processe a abertura de quaisquer dos chuveiros automáticos.

d) Sistema dilúvio:

Compreende uma rede de tubulação seca, onde são instalados bicos de sprinkler abertos, ou seja, sem o elemento
termossensível. Na mesma área protegida pelos chuveiros abertos, é instalado um sistema de detecção dos efeitos
do fogo, ligado a uma válvula de dilúvio instalada na entrada da rede de sprinkler. A atuação de quaisquer dos
detectores, motivada por um princípio de incêndio, ou ainda a ação manual de um controle remoto, provoca a
abertura da válvula de dilúvio; proporcionando a entrada da água, a qual é descarregada através de todos os
chuveiros abertos. Automática e simultaneamente, soa um alarme de incêndio.

e) Sistema combinado de tubo seco e ação prévia:

Compreende uma rede de tubulação fixa, permanentemente seca, mantida sob pressão de ar comprimido. Na
mesma área protegida pelos chuveiros, é instalado um sistema de detecção dos efeitos do fogo, de operação muito
mais sensível que o elemento termossensível dos bicos de sprinkler, o qual estará ligada a uma válvula de tubo seco
instalada na entrada da rede de tubulação. A atuação de quaisquer um dos detectores provoca, simultaneamente, a

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abertura da válvula de tubo seco sem que ocorra a perda da pressão do ar comprimido contido na rede de chuveiros
automáticos. A atuação do sistema de detecção provoca, ainda, a abertura de válvulas de alívio de ar instaladas nos
extremos das tubulações gerais da rede de chuveiros automáticos, o que facilita o enchimento com água de toda a
tubulação do sistema, precedendo, geralmente, a abertura de quaisquer dos bicos de sprinkler.

3 - LOCAIS DISPENSADOS DE PROTEÇÃO POR “SPRINKLERES”

Serão dispensados da adoção de rede de chuveiros automáticos, os seguintes locais:

- Interiores de banheiros, lavatórios e instalações sanitárias;


- Compartimentos ocupados exclusivamente por subestações elétricas, construídas de material incombustível, sem
nenhuma comunicação com locais protegidos;
- Abrigos de bicicletas e motos.
- Saunas;
- CTI e UTI (substituir por outro sistema de combate não nocivo à saúde).

4 - MARCA DE CONFORMIDADE DA ABNT

POSIÇÃO DE MONTAGEM
H = Pendente
F = Para Cima (UpRight)

ANO DE FABRICAÇÃO

IDENTIFICAÇÃO ABNT TEMPERATURA

A legislação exige que os “sprinkleres” possuam a marca de conformidade da ABNT, buscando, com isso, que
aqueles sejam fabricados segundo normas especificas, possibilitando seu pleno funcionamento.

5 - SISTEMA DE PRESSURIZAÇÃO

Sempreque por gravidade os requisitos hidráulicos de pressão e vazão não


puderem ser atendidos, as redes de hidrantes e “sprinkleres” deverão ser
dotadas de um sistema de pressurização, visando o atendimento daqueles
requisitos. A composição deste sistema, ou seja, quantidade de bombas,
depende da classificação de risco da edificação, entretanto, de forma geral, se
pode afirmar que as edificações possuem composições descritas a seguir.

a) Edificações de risco pequeno:

Esta classificação de risco compreende as edificações residenciais multifamiliares e unifamiliares, assim como as
mistas (comercial X residencial multifamiliar) com a peculiaridade de possuir comércio apenas no pavimento térreo.
Para essas edificações, deverá ser adotada 01 (uma) eletrobomba para pressurizar a rede de hidrantes e outra para
pressurizar a rede de “sprinkler”, quando houver. Entretanto, existe a possibilidade de existir apenas 01 (uma)
eletrobomba para pressurizar tanto a rede de hidrantes como a rede de “sprinkler”, desde que dimensionada
hidraulicamente para atender aos requisitos hidráulicos das duas redes.

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b) Edificações de risco médio:

Esta classificação de risco compreende a maioria das edificações, como por exemplo: comerciais, escolares,
residenciais transitórias (hotéis, motéis, etc.), hospitalares, laboratoriais, reunião de público, indústrias com risco
reduzido, dentre outros. Para essas edificações, deverão ser adotadas 02 (duas) eletrobombas (uma principal e uma
reserva) para pressurizar a rede de hidrantes e outras 02 (duas), principal e reserva, para pressurizar a rede de
“sprinkler”, quando houver. Entretanto, existe a possibilidade de existir apenas 02 (duas) eletrobombas para
pressurizar tanto a rede de hidrantes como a rede de “sprinkler”, desde que dimensionada hidraulicamente para
atender aos requisitos hidráulicos das duas redes. Outra hipótese possível, é a adoção de 03 (três) eletrobombas.
Neste caso, 01 (uma) seria principal para a rede de hidrantes, 01 (uma) seria principal para a rede de “sprinkler” e a
última seria a reserva e comum às duas redes.

c) Edificações de risco grande:

Esta classificação de risco compreende as indústrias com maior grau de risco ou galpões que apresentem estocagem
de material combustível. Para essas edificações, deverão ser adotadas 02 (duas) bombas, sendo 01 (uma)
eletrobomba principal e 01 (uma) moto bomba reserva para pressurizar a rede de hidrantes e outras 02 (duas),
principal e reserva, para pressurizar a rede de “sprinkler”, quando houver. Entretanto, existe a possibilidade de existir
apenas 02 (duas) bombas para pressurizar tanto a rede de hidrantes quanto a rede de “sprinkler”, desde que
dimensionada hidraulicamente para atender aos requisitos hidráulicos das duas redes, sendo mantida a configuração
de 01 (uma) eletrobomba principal e 01 (uma) moto bomba reserva. Outra hipótese possível, é a adoção de 03 (três)
bombas. Neste caso, 01 (uma) eletrobomba seria principal para a rede de hidrantes, 01 (uma) eletrobomba seria
principal para a rede de “sprinkler” e a última seria uma moto bomba reserva e comum às duas redes.

Observação: A moto bomba pode ser substituída por eletrobomba, desde que exista na edificação gerador à
explosão.

d) Testando o sistema de pressurização:

Para testar o funcionamento das bombas de incêndio, basta abrir o dreno que está instalado junto às bombas,
normalmente de diâmetro reduzido e ligado a um ralo, que a ele entrará em funcionamento pela despressurização do
sistema. Quando o sistema é composto por 02 (duas) bombas, ao drená-lo, a bomba principal que entrará em
funcionamento. Para efetuar o teste na bomba reserva, o quadro elétrico deverá ser comutado, significando que a
bomba reserva é quem entrará em funcionamento, assim como, manobras nos registros deverão ser feitas, ou seja,
fechar os registros da bomba principal e abrir os da bomba reserva, em seguida é só drenar o sistema novamente.
Depois de feito o teste, a condição original deverá ser restabelecida.

e) Definição do sistema de pressurização:

Todas as edificações, exceto as unifamiliares quando isoladas, deverão possuir aprovação junto ao Corpo de
Bombeiros. O primeiro passo é a aprovação de um projeto de segurança contra incêndio e pânico, o qual caracteriza-
se pela emissão do respectivo Laudo de Exigências. Neste documento, o Corpo de Bombeiros define a composição
do sistema de pressurização, além de formular todas as demais exigências cabíveis à edificação. Após o projeto de
segurança ser executado, uma vistoria é solicitada aos bombeiros e, estando tudo em perfeito estado de
funcionamento, ou seja, o Laudo de Exigências fora plenamente cumprido, será expedido o respectivo Certificado de
Aprovação.

CAPÍTULO 11 – SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO

Objetivo:- Reduzir o risco de ocorrência de incêndio, alertando para os riscos existentes, e garantir que sejam
adotadas ações adequadas à situação de risco, que orientem as ações de combate e facilitem a localização dos
equipamentos e das rotas de escape da edificação, proporcionando um abandono seguro em casos de incêndio. Tal
sinalização faz uso de símbolos, mensagens e cores, definidos na ABNT-NBR 13434-2.
Os diversos tipos de sinalização de segurança contra incêndio e pânico devem ser implantados em função de
características específicas de uso e dos riscos, bem como em função de necessidades básicas para a garantia da
segurança contra incêndio da edificação.

CLASSIFICAÇÃO DA SINALIZAÇÃO

A sinalização de segurança contra incêndio e pânico é classificada como básica e complementar.

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1 - Sinalização básica:

a) Sinalização de proibição:- Tem como função primordial proibir ou coibir ações capazes de conduzir ao início do
incêndio ou ao seu agravamento. Deve ser instalada em local visível e a uma altura mínima de 1,80 m, medida do
piso acabado até a base da sinalização. Tais sinalizações devem estar distribuídas pela área de risco, possibilitando
que, pelo menos, uma delas seja claramente visível, além de distarem entre si no máximo 15 m.

Exemplos: Proibido fumar, proibido produzir chamas, não utilize o elevador em caso de incêndios, etc.

b) Sinalização de alerta:- Tem como função alertar para áreas e materiais com potencial de risco. As características
de instalação são as mesmas descritas para a sinalização de proibição.

Exemplos: Cuidado, risco de incêndio; cuidado risco de explosão; cuidado, risco de choque elétrico; etc.

c) Sinalização de orientação e salvamento:- Tem por função indicar as rotas de escape e ações necessárias para seu
sucesso. Deve ser instalada de forma a indicar todas as mudanças de direção ou sentido, saídas, escadas, etc.,
observando-se o seguinte:

→ A sinalização de portas de saídas de emergência deve ser localizada imediatamente acima destas ou, na
impossibilidade, diretamente na folha da porta, centralizada a uma altura de 1,80 m, medido do piso acabado à base
da sinalização.

→ A sinalização de orientação das rotas de escape deve ser localizada de modo que a distância de percurso de
qualquer ponto da rota de saída até a sinalização seja de, no máximo, 7,5 m. Adicionalmente, esta sinalização
também deve ser instalada de forma que, no sentido de saída de qualquer ponto, seja possível visualizar o ponto
seguinte, distanciados entre si no máximo 15 m. A sinalização deve ser instalada a uma altura mínima de 1,80 m,
medida do piso acabado até a base da sinalização.

→ A sinalização de identificação dos pavimentos, no interior da caixa de escadas de emergência, deve estar a uma
altura de 1,80m, medida do piso acabado até a base da sinalização, instalada junto à parede, sobre o patamar de
acesso de cada pavimento.

→ Se existirem rotas de saídas específicas para deficientes, estas devem ser sinalizadas para tal uso.

Exemplos: Saída de emergência, Escada de emergência, n° do pavimento, etc.

d) Sinalização de equipamentos de combate e alarme a incêndio: Tem por finalidade indicar a localização e os tipos
de equipamentos de combate e alarme a incêndio. Deve ser instalada em local visível e a uma altura mínima de
1,80m, medida do piso acabado até a base da sinalização, e imediatamente acima do equipamento sinalizado.

Exemplos: Alarme sonoro, comando manual de alarme, extintor de incêndio, abrigo de mangueiras e hidrante, etc.

2 - Sinalização complementar:

É composta por faixas de cor ou mensagens, devendo ser empregadas nas seguintes situações:

a) Indicação continuada de rotas de escape, as quais devem ser implantadas sobre o piso acabado ou sobre as
paredes das rotas de escape. O espaçamento de instalação deve ser no máximo 3 m entre cada sinalização e a cada
mudança de sentido. Quando aplicada sobre o piso, a sinalização deve estar centralizada em relação à largura da
rota de escape, dando o sentido de fluxo. Quando aplicada nas paredes, a sinalização deve estar a uma altura
constante entre 0,25 m e 0,50m, do piso acabado à base da sinalização, podendo ser aplicada, alternadamente, à
parede direita e esquerda da rota de escape.

b) Indicação de obstáculos e riscos de utilização das rotas de escape, como: pilares, arestas de paredes, vigas,
desnível de piso, rebaixo de tetos, etc.

c) Mensagens escritas específicas que acompanham a sinalização básica, onde for necessária a complementação da
mensagem dada pelo símbolo. Estas devem se situar imediatamente adjacente à sinalização que complementa,
escritas em português (caso seja necessária a utilização de um outro idioma, este nunca deverá substituir o original,
mas ser incluso adicionalmente.

Manutenção:- A sinalização sujeita a intempéries, agentes físicos e químicos deve ser vistoriada a cada 06 (seis)
meses, efetuando-se a recuperação ou substituição, quando necessário.

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CAPÍTULO 12 – SISTEMA DE ILIMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

Definição:- É aquela que, na falta de iluminação normal, deve clarear áreas escuras de passagens, horizontais e
verticais, incluindo áreas de trabalho e áreas técnicas de controle de restabelecimento de serviços essenciais e
normais. A intensidade da iluminação deve ser suficiente para evitar acidentes e garantir a evacuação das pessoas,
levando em conta a possível penetração de fumaça nas áreas.

A - CLASSIFICAÇÃO DA ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

Iluminação de ambiente ou aclaramento:- É aquela com intensidade suficiente para garantir a saída segura de
todas as pessoas do local em caso de emergência.

Iluminação de balizamento ou de sinalização:- É aquela que indica, com símbolos e/ou letras, a rota de saída que
pode ser utilizada.

B - TIPOS DE SISTEMAS

Conjunto de blocos autônomos:- São aparelhos de iluminação de emergência constituídos de um invólucro


adequado, contendo lâmpadas incandescentes, fluorescentes ou similares, possuindo fonte própria de energia, com
carregador e controles para supervisão, assim como, dispositivo necessário para colocá-lo em funcionamento no
caso de interrupção de alimentação da rede elétrica da concessionária, ou na falta de uma iluminação adequada.

Sistema centralizado com baterias:- São aqueles dotados de baterias de acumuladores elétricos, com recarga
automática, de modo a garantir a autonomia do sistema de iluminação de emergência. Este sistema não pode ser
utilizado para alimentar quaisquer outros circuitos ou equipamentos. No caso de adoção de baterias ventiladas, pelo
fato de haver uma constante liberação de gases, o painel de controle deve ser instalado em local separado das
baterias, proporcionando-se, ainda, uma ventilação adequada para evitar possíveis acúmulos de gases na área das
baterias. No caso de adoção de baterias reguladas por válvula, onde os gases liberados são recombinados nos
elementos para formar novamente água, o painel de controle pode ser instalado no mesmo ambiente das baterias,
entretanto, recomenda-se que o local das baterias seja ventilado, objetivando dissipar um eventual escape de gases.

Grupo moto gerador:- São aqueles dotados de um motor a explosão, com partida automática, o qual irá gerar a
energia elétrica necessária ao funcionamento da iluminação de emergência. O local de instalação do moto gerador
deverá ser ventilado, assim como, os gases oriundos da combustão interna do motor deverão ser exauridos para o
exterior da edificação. Os tanques de armazenamento de combustíveis, quando igual ou superior a 200 L, deverão
possuir diques de contenção, objetivando represar o combustível em casos de vazamentos. As baterias para partida
do motor deverão ser dotadas de carregador flutuador, além de permitirem 10 (dez) partidas de 10 (dez) segundos,
intercaladas em intervalos de 30 (trinta) segundos.

Equipamentos portáteis:- São aqueles que podem ser transportados manualmente (como lanternas), estando
situados em locais definidos. Este tipo de equipamento não substitui a sinalização de emergência.

C - LUMINÁRIAS

As luminárias adotadas nos sistemas de iluminação de emergência, além de satisfazerem as normas específicas,
devem obedecer aos seguintes requisitos:

a) Possuir boa resistência ao calor, de forma que, no ensaio de temp. a 70°C, a luminária funcione no mínimo por 1h.
b) Possuir ausência de ofuscamento, ou seja, não poderão resplandecer diretamente ou por iluminação refletida,
dificultando o deslocamento das pessoas em situações emergenciais.
c) Possuir proteção contra fumaça, impedindo a entrada da mesma no seu interior, para não prejudicar seu
rendimento luminoso.
d) O material para fabricação da luminária deve impedir a propagação de chamas.
e) Todas as partes metálicas, em particular os condutores e contatos elétricos, devem ser protegidos contra corrosão.

D - AUTONOMIA

As luminárias de emergência deverão possuir autonomia mínima de 2 h (duas horas), conforme dispõe o artigo 3° do
Decreto n° 35.671 de 09/06/2004 e inciso V do artigo 29 da Resolução SEDEC n° 279 de 11 /01/2005.

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Prevenção e Combate a Sinistros

CAPÍTULO 13 – SISTEMA DE DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO

Definição:- É aquela constituído de conjuntos de elementos planejadamente dispostos e adequadamente


interligados, que fornecem informações de princípio de incêndio, por meio de indicações sonoras e visuais
localizadas em uma central de controle, além de, quando projetados para tal, controlarem os dispositivos de
segurança e de combate automáticos instalados na edificação.

A - TIPOS DE DETECTORES

Detectores de temperatura:- Seu princípio de funcionamento baseia-se na transmissão de corrente elétrica gerada
por intermédio do aumento rápido do gradiente de calor, em um espectro ainda invisível aos sentidos humanos, a
uma central de alarme. Os tipos mais utilizados são:

a) Térmicos: Instalados em ambientes onde a ultrapassagem de determinada temperatura indique, seguramente, um


princípio de incêndio.

b) Termovelocimétricos: Instalados em ambientes onde a rapidez no aumento da temperatura indique,


inequivocamente, um princípio de incêndio.

Detectores de fumaça:- Seu princípio de funcionamento baseia-se na transmissão de corrente elétrica gerada por
intermédio da passagem de partículas oriundas da combustão, em um espectro ainda invisível aos sentidos
humanos, a uma central de alarme. Os tipos mais utilizados são:

a) Iônicos: Instalados em ambientes onde, num princípio de incêndio, haja formação de combustão ou fumaça, antes
da deflagração do incêndio propriamente dito.

b) Óticos: Instalados em ambientes onde, num princípio de incêndio, haja expectativa de formação de fumaça, antes
da deflagração do incêndio propriamente dito.

Detectores de chama:- Seu princípio de funcionamento baseia-se na transmissão de corrente elétrica gerada por
intermédio da presença de radiação luminosa, em um espectro ainda invisível aos sentidos humanos, a uma central
de alarme. São instalados em ambientes onde a primeira consequência imediata de um princípio de incêndio seja a
produção de chamas. Sua instalação deve ser efetuada de forma que seu campo de utilização não seja prejudicado
por obstáculos.

B - ACIONADORES MANUAIS

Definição:- É aquele destinado a transmitir a informação de um princípio de incêndio a uma central de alarme,
quando acionado pelo elemento humano.

Características de instalação

a) Deve ser instalado em locais de maior probabilidade de trânsito de pessoas em caso de emergência.

b) Sua altura de instalação deve ficar entre 1,20 m e 1,60 m do piso acabado, tanto na forma embutido quanto na de
sobrepor.

c) A distância máxima a ser percorrida, livre de obstáculos, por uma pessoa, em qualquer ponto da área protegida até
o acionador manual mais próximo, não deve ser superior a 16 (dezesseis) metros.

d) A distância máxima entre dois acionadores manuais consecutivos não pode ser superior a 30 (trinta) metros.

e) Na separação vertical, cada pavimento deverá ser dotado de, pelo menos, 01 (um) acionador manual.

f) No máximo 20 (vinte) acionadores manuais poderão estar interligados a uma mesma linha, laço ou circuito de
detecção.

g) O local escolhido para instalação do acionador manual, não pode dificultar a circulação das pessoas.

h) Os acionadores manuais deverão ser fixados de forma a resistirem a choques ocasionais.

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Prevenção e Combate a Sinistros

CAPÍTULO 14 – PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO

A prevenção de incêndio envolve uma série de providências e cuidados, cuja aplicação e desenvolvimento visam
evitar o aparecimento de um princípio de incêndio, ou pelo menos limitar a propagação do fogo caso ela surja.
Verifica-se que a causa material da maioria absoluta dos incêndios é sempre acidental, isto é, reflete o resultado de
falhas humanas. Daí concluir-se que praticamente os incêndios que destroem edificações industriais, comerciais e
residenciais, têm origem em condições e atos inseguros perfeitamente evitáveis, numa flagrante demonstração de
que a todos cabe uma parcela de responsabilidade.

A prevenção contra incêndio é um dos tópicos mais importantes na avaliação e planejamento da proteção de uma
edificação. O termo “prevenção de incêndio” expressa tanto a educação pública como as medidas de proteção.

A implantação da prevenção de incêndio se faz Poe meio de atividades que visam a evitar o surgimento do sinistro,
possibilitar sua extinção e reduzir seus efeitos antes da chegada dos bombeiros.
As atividades relacionadas com a educação consistem no preparo da população por meio da difusão de ideias que
divulgam as medidas de segurança para prevenir o surgimento de incêndios nas ocupações. Buscam, ainda, ensinar
os procedimentos a serem adotados pelas pessoas diante de um incêndio, os cuidados a serem observados com a
manipulação de produtos perigosos e também os perigos das práticas que geram risco de incêndio.

Os principais objetivos da prevenção de incêndios são:

1 – Garantir a segurança e a vida das pessoas que se encontram no interior de uma edificação, quando da
ocorrência de um incêndio;
2 – Prevenção da conflagração e propagação do incêndio, envolvendo toda edificação;
3 – Proteção do conteúdo e da estrutura da edificação;
4 – Minimizar os danos materiais de um incêndio.

O corpo de bombeiros, para atuar na área de prevenção utiliza-se do embasamento jurídico definido pela constituição
federal art. 24 inciso I “O estado pode legislar concorrentemente com a união, a respeito do direito urbanístico, na
área de prevenção de incêndio.”

Porém quando a prevenção falha, se faz necessária à proteção.

CAPÍTULO 15 – PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

Mesmo que a prevenção de incêndio seja bem feita, ainda assim eles podem ocorrer. São necessárias então
medidas para proteger a vida e a saúde das pessoas, bem como os bens materiais.
A maior ameaça para os seres humanos são os gases tóxicos e a fumaça e para os bens materiais a exposição às
altas temperaturas. É usual dividir-se a proteção contra incêndio entre proteção passiva, referente às características
de construção, e proteção ativa, referente aos equipamentos de detecção e combate a incêndios.
O melhor é entender a segurança contra incêndio como um sistema composto, na representação mais simples, por
três partes:

1 – Gerenciamento  Pessoas e suas ações.

2 – Proteção Passiva  Características da construção.

3 – Proteção Ativa  Equipamentos de detecção e combate a incêndio.

1 - GERENCIAMENTO:

A observação das regras de segurança diminui sensivelmente a probabilidade de incêndio, mas ainda assim, eles
podem ocorrer e deve-se estar preparado para agir adequadamente. Por essa razão é de extrema importância que a
resposta ao incêndio seja adequada, é necessário que se elabore um plano de emergência que defina um conjunto
mínimo de providencias a serem tomadas, envolvendo as pessoas. Estas medidas são:

a) – Alarme  deve haver um sistema de alarme de modo que todas as pessoas possam tomar ciência de que está
havendo uma situação de emergência;

b) – Definição clara das atribuições  numa situação de emergência cessam as atividades normais e as pessoas
devem tomar providências extraordinárias para as quais devem ter sido treinadas e que basicamente são:

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Prevenção e Combate a Sinistros

1 - combater o principio de incêndio (brigadistas);


2 - abandonar a edificação (todas as demais pessoas);
3 - socorrer e retirar possíveis vitimas (socorristas);
4 - acionar o corpo de bombeiros (normalmente a portaria).

c) – Distribuição dos brigadistas  os componentes da brigada devem estar distribuídos por todos os locais da
empresa 24 horas por dia;

d) – Treinamento  os treinamentos práticos, tanto de abandono como os de combate a incêndio, devem ser feitos
com regularidade;

e) – Riscos específicos  os principais riscos devem ser objeto de planejamento e treinamento especifico;

f) – Condições de abandono  a desobstrução das rotas de escape e das saídas de emergência, a adequação da
sinalização e o funcionamento das luzes de emergência devem ser objeto de inspeções regulares.
Devemos enfatizar a importância dos treinamentos e simulações de emergência, porque aquilo que não tiver sido
treinado não irá funcionar na hora de uma emergência real.
O decreto estadual torna obrigatório que determinados tipos de edificações elaborem seus “Plano de Intervenção de
Incêndio” (IT11). Já a IT-12 estabelece uma série de critérios para formação das brigadas.
A ocorrência de um incêndio deve ser encarada como uma realidade e as pessoas devem estar preparadas para
saber como reagir nesta situação para a sua própria preservação, das demais pessoas e do patrimônio.

2- PROTEÇÃO PASSIVA:

Podemos definir como proteção passiva às medidas incorporadas à edificação e que não necessitam de um
acionamento para desempenharem sua função num incêndio.
Existem duas ideias básicas, a compartimentação e a estabilidade. A compartimentação basicamente consiste em
conter o incêndio dentro de um determinado espaço por meios de barreiras físicas como paredes, portas e lajes. A
estabilidade consiste na capacidade dos elementos estruturais suportarem as cargas para que foram projetados
mesmo às altas temperaturas de um incêndio.

A) - Meios de Proteção Passiva

Isolamento do Risco:- A propagação do incêndio entre edifícios isolados pode se dar através dos seguintes
mecanismos:

1) radiação térmica, emitida:

a) através das aberturas existentes na fachada do edifício incendiado;


b) através da cobertura do edifício incendiado;
c) pelas chamas que saem pelas aberturas na fachada ou pela cobertura;
d) pelas chamas desenvolvidas pela própria fachada, quando esta for composta por materiais combustíveis.

2) convecção, que ocorre quando os gases quentes emitidos pelas aberturas existentes na fachada ou pela cobertura
do edifício incendiado atinjam a fachada do edifício adjacente;

3) condução, que ocorre quando as chamas da edificação ou parte da edificação contígua à outra atingem a esta
transmitindo calor e incendiando a mesma.

Dessa forma há duas maneiras de isolar uma edificação em relação à outra. São:

1) por meio de distanciamento seguro (afastamento) entre as fachadas das edificações e


2) por meio de barreiras estanques entre edifícios contíguos.

Com a previsão das paredes corta-fogo, uma edificação é considerada totalmente estanque em relação à edificação
contígua.
O distanciamento seguro entre edifícios pode ser obtido por meio de uma distância mínima horizontal entre fachadas
de edifícios adjacentes, capaz de evitar a propagação de incêndio entre os mesmos, decorrente do calor transferido
por radiação térmica através da fachada e/ou por convecção através da cobertura.
Em ambos os casos, o incêndio irá se propagar, ignizando através das aberturas os materiais localizados no interior
dos edifícios adjacentes e/ou ignizando materiais combustíveis localizados em suas próprias fachadas.

Compartimentação Vertical e Horizontal:- A partir da ocorrência de inflamação generalizada no ambiente de


origem do incêndio, este poderá propagar-se para outros ambientes através dos seguintes mecanismos principais:

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Prevenção e Combate a Sinistros

1) convecção de gases quentes dentro do próprio edifício;


2) convecção dos gases quentes que saem pelas janelas (incluindo as chamas) capazes de transferir o fogo para
pavimentos superiores;
3) condução de calor através das barreiras entre compartimentos;
4) destruição dessas barreiras.
Diante da necessidade de limitação da propagação do incêndio, a principal medida a ser adotada consiste na
compartimentação, que visa a dividir o edifício em células capacitadas a suportar a queima dos materiais
combustíveis nelas contidos, impedindo o alastramento do incêndio.

Os principais propósitos da compartimentação são:

1) conter o fogo em seu ambiente de origem;


2) manter as rotas de fuga seguras contra os efeitos do incêndio;
3) facilitar as operações de resgate e combate ao incêndio.

A capacidade dos elementos construtivos de suportar a ação do incêndio denomina-se “resistência ao fogo” e se
refere ao tempo durante o qual conservam suas características funcionais (vedação e/ou estrutural).
O método utilizado para determinar a resistência ao fogo consiste em expor um protótipo (reproduzindo tanto quanto
possível às condições de uso do elemento construtivo no edifício), a uma elevação padronizada de temperatura em
função do tempo.
Ao longo do tempo são feitas medidas e observações para determinar o período no qual o protótipo satisfaz a
determinados critérios relacionados com a função do elemento construtivo no edifício.
O protótipo do elemento de compartimentação deve obstruir a passagem do fogo mantendo, obviamente, sua
integridade (recebe por isso a denominação de corta-fogo).
A elevação padronizada de temperatura utilizada no método para determinação da resistência ao fogo constitui-se
em uma simplificação das condições encontradas nos incêndios e visa reproduzir somente a fase de inflamação
generalizada.
Deve-se ressaltar que, de acordo com a situação particular do ambiente incendiado, irão ocorrer variações
importantes nos fatores que determinam o grau de severidade de exposição, que são:

1) duração da fase de inflamação generalizada;


2) temperatura média dos gases durante esta fase;
3) fluxo de calor médio através dos elementos construtivos.

Os valores de resistência ao fogo a serem requeridos para a compartimentação na especificação foram obtidos
tomando-se por base:

1) a severidade (relação temperatura x tempo) típica do incêndio;


2) a severidade obtida nos ensaios de resistência ao fogo.

A severidade típica do incêndio é estimada de acordo com a variável ocupação (natureza das atividades
desenvolvidas no edifício).
A compartimentação horizontal se destina a impedir a propagação do incêndio de forma que grandes áreas sejam
afetadas, dificultando sobremaneira o controle do incêndio, aumentando o risco de ocorrência de propagação vertical
e aumentando o risco à vida humana.

A compartimentação horizontal pode ser obtida através dos seguintes dispositivos:

1) paredes e portas corta-fogo;


2) registros corta-fogo nos dutos que traspassam as paredes corta-fogo;
3) selagem corta-fogo da passagem de cabos elétricos e tubulações das paredes corta-fogo;
4) afastamento horizontal entre janelas de setores compartimentados.

A compartimentação vertical se destina a impedir o alastramento do incêndio entre andares e assume caráter
fundamental para o caso de edifícios altos em geral.
A compartimentação vertical deve ser tal que cada pavimento componha um compartimento isolado, para isso são
necessários:

1) lajes corta-fogo;
2) enclausuramento das escadas através de paredes e portas corta-fogo;
3) registros corta-fogo em dutos que intercomunicam os pavimentos;
4) selagem corta-fogo de passagens de cabos elétricos e tubulações, através das lajes;
5) utilização de abas verticais (parapeitos) ou abas horizontais projetando-se além da fachada, resistentes ao fogo e
separando as janelas de pavimentos consecutivos (nesse caso é suficiente que estes elementos mantenham suas
características funcionais, obstruindo dessa forma a livre emissão de chamas para o exterior).

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Prevenção e Combate a Sinistros

Resistência ao Fogo das Estruturas:- Uma vez que o incêndio atingiu a fase inflamação generalizada, os
elementos construtivos no entorno do fogo estarão sujeitos á exposição de intensos fluxos de energia térmica.
A capacidade dos elementos estruturais de suportar por determinado período tal ação, que se denomina de
resistência ao fogo, permite preservar a estabilidade estrutural do edifício.
Durante o incêndio a estrutura do edifício como um todo estará sujeita a esforços decorrentes de deformações
térmicas, e os seus materiais constituintes estarão sendo afetados (perdendo resistência) por atingir temperaturas
elevadas.
O efeito global das mudanças promovidas pelas altas temperaturas alcançadas nos incêndios sobre a estrutura do
edifício traduz-se na diminuição progressiva da sua capacidade portante.
Durante esse processo pode ocorrer que, em determinado instante, o esforço atuante em uma seção se iguale ao
esforço resistente, podendo ocorrer o colapso do elemento estrutural.

Os objetivos principais de garantir a resistência ao fogo dos elementos estruturais são:

1) possibilitar a saída dos ocupantes da edificação em condições de segurança;


2) garantir condições razoáveis para o emprego de socorro público, onde se permita o acesso operacional de
viaturas, equipamentos e seus recursos humanos, com tempo hábil para exercer as atividades de salvamento
(pessoas retidas) e combate a incêndio (extinção);
3) evitar ou minimizar danos ao próprio prédio, a edificações adjacentes, à infra-estrutura pública e ao meio
ambiente.

Em suma, as estruturas dos edifícios, principalmente as de grande porte, independentemente dos materiais que as
constituam, devem ser dimensionadas, de forma a possuírem resistência ao fogo compatível com a magnitude do
incêndio que possam vir a ser submetidas.

Revestimento dos Materiais:- Embora os materiais combustíveis contidos no edifício (mobiliário, matérias primas,
etc.) possam ser responsáveis pelo inicio do incêndio, muito frequentemente são os materiais contidos no edifício que
se ignizam em primeiro lugar.
À medida que as chamas se espalham sobre a superfície do primeiro objeto ignizado e, talvez, para outros objetos
contíguos, o processo de combustão torna-se mais fortemente influenciado por fatores característicos do ambiente.
Se a disponibilidade de ar for assegurada, a temperatura do compartimento subirá rapidamente e uma camada de
gases quentes se formará abaixo do teto, sendo que intensos fluxos de energia térmica radiante se originarão,
principalmente, a partir do teto aquecido. Os materiais combustíveis existentes no compartimento, aquecidos por
convecção e radiação, emitirão gases inflamáveis. Isso levará a uma inflamação generalizada e todo o ambiente
tornar-se-á envolvido pelo fogo, sendo que e os gases que não queimam serão emitidos pelas aberturas do
compartimento.

A possibilidade de um foco de incêndio extinguir-se ou evoluir em um grande incêndio (atingir a fase de inflamação
generalizada) depende de três fatores principais:

1) razão de desenvolvimento de calor pelo primeiro objeto ignizado;


2) natureza, distribuição e quantidade de materiais combustíveis no compartimento incendiado;
3) natureza das superfícies dos elementos construtivos sob o ponto de vista de sustentar a combustão a
propagar as chamas.

Os dois primeiros fatores dependem largamente dos materiais contidos no compartimento. O primeiro está
absolutamente fora do controle do projetista. Sobre o segundo é possível conseguir, no máximo, um controle parcial.
O terceiro fator está, em grande medida, sob o controle do projetista, que pode adicionar minutos preciosos ao tempo
da ocorrência da inflamação generalizada, pela escolha criteriosa dos materiais de revestimento. Quando os
materiais de revestimento são expostos a uma situação de início de incêndio, a contribuição que possa vir a trazer
para o seu desenvolvimento, ao sustentar a combustão, e possibilitar a propagação superficial das chamas,
denomina-se “reação ao fogo”. As características de reação ao fogo dos materiais, utilizadas como revestimento dos
elementos construtivos, podem ser avaliadas em laboratórios, obtendo-se assim subsídios para a seleção dos
materiais na fase de projeto da edificação.
Os métodos de ensaio utilizados em laboratório para essas avaliações estipulam condições padronizadas a que os
materiais devem ser expostos, que visam a reproduzir certas situações críticas, características dos incêndios antes
de ocorrência de inflamação generalizada. O desempenho que a superfície de um elemento construtivo deve
apresentar, para garantir um nível mais elevado de segurança contra incêndio, deve ser retirado de uma correlação
entre os índices ou categorias obtidos nos ensaios e a função do elemento construtivo (consequentemente, sua
provável influência no incêndio). A influência de determinado elemento construtivo na evolução de um incêndio se
manifesta de duas maneiras distintas. A primeira delas se refere à posição relativa do elemento no ambiente, por
exemplo, a propagação de chamas na superfície inferior do forro é fator comprovadamente mais crítico para o
desenvolvimento do incêndio do que a propagação de chamas no revestimento do piso, pois a transferência de calor,
a partir de um foco de incêndio, é, em geral muito mais intensa no forro; neste sentido o material de revestimento do
forro deve apresentar um melhor desempenho nos ensaios de laboratório. O outro tipo de influência se deve ao local
onde o material está instalado: por exemplo, a propagação de chamas no forro posicionado nas proximidades das

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Prevenção e Combate a Sinistros

janelas, em relação ao forro afastado das janelas, a fator acentuadamente mais crítico para a transferência do
incêndio entre pavimentos, pois além de sua eventual contribuição para a emissão de chamas para o exterior, estará
mais exposto (quando o incêndio se desenvolver em um pavimento inferior) a gases quentes e chamas emitidas
através das janelas inferiores. Algo semelhante se dá em relação à propagação do incêndio entre edifícios, onde os
materiais combustíveis incorporados aos elementos construtivos nas proximidades das fachadas podem facilitar a
propagação do incêndio entre edifícios.
Os dois métodos de ensaio básicos para avaliar as características dos materiais constituintes do sistema construtivo,
sob o ponto de vista de sustentar a combustão e propagar as chamas, são os seguintes:

1) ensaio de incombustibilidade que possibilitam verificar se os materiais são passíveis de sofrer a ignição e,
portanto, esses ensaios possuem capacidade de contribuir para a evolução da prevenção de incêndio;

2) ensaio da propagação superficial de chamas, por meio do qual os materiais passíveis de se ignizarem
(materiais combustíveis de revestimento) podem ser classificados com relação à rapidez de propagação
superficial de chamas e a quantidade de calor desenvolvido neste processo.
Outra característica que os materiais incorporados aos elementos construtivos apresentam diz respeito à fumaça que
podem desenvolver à medida que são expostos a uma situação de início de incêndio. Em função da quantidade de
fumaça que podem produzir e da opacidade dessa fumaça, os materiais incorporados aos elementos construtivos
podem provocar empecilhos importantes à fuga das pessoas e ao combate do incêndio.
Para avaliar essa característica deve-se utilizar o método de ensaio para determinação da densidade ótica da fumaça
produzida na combustão ou pirólise dos materiais.
O controle da quantidade de materiais combustíveis incorporados aos elementos construtivos apresenta dois
objetivos distintos. O primeiro é dificultar a ocorrência da inflamação generalizada no local em que o incêndio se
origina. O segundo, considerando que a inflamação generalizada tenha ocorrido, é limitar a severidade além do
ambiente em que se originou.
Com relação ao primeiro objetivo, a utilização intensiva de revestimentos combustíveis capazes de contribuir para o
desenvolvimento do incêndio ao sofrerem a ignição e ao levar as chamas para outros objetos combustíveis além do
material / objeto onde o fogo se iniciou.
Com relação ao segundo objetivo, quanto maior for à quantidade de materiais combustíveis envolvidos no incêndio
maior severidade este poderá assumir, aumentando assim o seu potencial de causar danos e a possibilidade de se
propagar para outros ambientes do edifício.
O método para avalizar a quantidade de calor com que os materiais incorporados aos elementos construtivos podem
contribuir para o desenvolvimento do incêndio é denominado “ensaio para determinação do calor potencial”.

B) - Meios de Fuga

Saída de Emergência:- Para salvaguardar a vida humana em caso de incêndio é necessário que os edifícios sejam
dotados de meios adequados de fuga, que permitam aos ocupantes se deslocarem com segurança para um local
livre da ação do fogo, calor, fumaça, a partir de qualquer ponto da edificação, independente do local de origem do
incêndio. Além disso, nem sempre o incêndio pode ser combatido pelo exterior do edifício, decorrente da altura do
pavimento onde o fogo se localiza ou pela extensão do pavimento (edifícios térreos).
Nesses casos, há a necessidade da brigada de incêndio ou do corpo de bombeiros de adentrar ao edifício pelos
meios internos a fim de efetuar ações de salvamento ou combate.

Número de Saídas:- O número de saídas difere para os diversos tipos de ocupação, em função da altura,
dimensões em planta e características construtivas. Normalmente o número mínimo de saídas consta de códigos e
normas técnicas que tratam do assunto.

Distância a Percorrer:- A distância máxima a percorrer consiste no caminhamento entre o ponto mais distante de
um pavimento até o acesso a uma saída nesse mesmo pavimento. Da mesma forma como o item anterior, essa
distância varia conforme o tipo de ocupação e as características construtivas do edifício e a existência de chuveiros
automáticos como proteção. Os valores máximos permitidos constam dos textos de códigos e normas técnicas que
tratam do assunto.

Largura das Escadas de Segurança e das Rotas de Fuga Horizontais:- O número previsto de pessoas que
deverão usar as escadas e rotas de fuga horizontais é baseado na lotação da edificação, calculada em função das
áreas dos pavimentos e do tipo de ocupação. As larguras das escadas de segurança e outras rotas devem permitir
desocupar todos os pavimentos em um tempo aceitável como seguro. Isso indica a necessidade de compatibilizar a
largura das rotas horizontais e das portas com a lotação dos pavimentos e de adotar escadas com largura suficiente
para acomodar em seus interiores toda a população do edifício. As normas técnicas e os códigos de obras estipulam
os valores da largura mínima (denominado de Unidade de Passagem) para todos os tipos de ocupação.

Localização das Saídas e das Escadas de Segurança:- As saídas (para um local seguro) e as escadas devem ser
localizadas de forma a propiciar efetivamente aos ocupantes a oportunidade de escolher a melhor rota de escape.
Mesmo havendo mais de uma escada, é importante um estudo e a previsão de pelo menos 10 m entre elas, de forma
que um único foco de incêndio impossibilite os acessos.

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Prevenção e Combate a Sinistros

Descarga das Escadas de Segurança e Saídas Finais:- A descarga das escadas de segurança deve se dar
preferencialmente para saídas com acesso exclusivo para o exterior, localizado em pavimento ao nível da via pública.
Outras saídas podem ser aceitas, como as diretamente no átrio de entrada do edifício, desde que alguns cuidados
sejam tomados, representados por:

1) sinalização dos caminhos a tomar;


2) saídas finais alternativas;
3) compartimentação em relação ao subsolo e proteção contra queda de objetos (principalmente vidros)
devido ao incêndio etc.

Projeto e Construção das Escadas de Segurança:- A largura mínima das escadas de segurança varia conforme os
códigos e normas técnicas, sendo normalmente 2,20 m para hospitais e entre 1,10 m a 1,20 m para as demais
ocupações, devendo possuir patamares retos nas mudanças de direção com largura mínima igual à largura da
escada.
As escadas de segurança devem ser construídas com materiais incombustíveis, sendo também desejável que os
materiais de revestimento sejam incombustíveis.
As escadas de segurança devem possuir altura e largura ergométrica dos degraus, corrimãos corretamente
posicionados, piso antiderrapante, além de outras exigências para conforto e segurança.
É importante a adequação das saídas ao uso da edificação, como exemplo pode ser citado a necessidade de
corrimão intermediário para escolas ou outras ocupações onde há crianças e outras pessoas de baixa estatura.

Escadas de Segurança:- Todas as escadas de segurança devem ser enclausuradas com paredes resistentes ao
fogo e portas corta-fogo. Em determinadas situações essas escadas também devem ser dotadas de antecâmaras
enclausuradas, de maneira a dificultar o acesso de fumaça no interior da caixa de escada. As dimensões mínimas
(largura e comprimento) são determinadas nos códigos e normas técnicas. A antecâmara só deve dar acesso à
escada e a porta entre ambas, quando aberta, não deve avançar sobre o patamar da mudança da direção, de forma
a prejudicar a livre circulação. Para prevenir que o fogo e a fumaça desprendidos por meio das fachadas do edifício
penetrem em eventuais aberturas de ventilação na escada e antecâmara, deve ser mantida uma distância horizontal
mínima entre essas aberturas e as janelas do edifício.

Corredores:- Quando a rota de fuga horizontal incorporar corredores, o fechamento destes deve ser feito de forma a
restringir a penetração de fumaça durante o estágio inicial do incêndio. Para isso suas paredes e portas devem
apresentar resistência ao fogo. Para prevenir que corredores longos se inundem de fumaça, é necessário prever
aberturas de exaustão e sua subdivisão com portas à prova de fumaça.

Portas nas Rotas de Fuga:- As portas incluídas nas rotas de fuga não podem ser trancadas, entretanto devem
permanecer sempre fechadas, dispondo para isso de um mecanismo de fechamento automático. Alternativamente,
essas portas podem permanecer abertas, desde que o fechamento seja acionado automaticamente no momento do
incêndio. Essas portas devem abrir no sentido do fluxo, com exceção do caso em que não estão localizadas na
escada ou na antecâmara e não são utilizadas por mais de 50 pessoas.
Para prevenir acidentes e obstruções, não devem ser admitidos degraus junto à soleira, e a abertura de porta não
deve obstruir a passagem de pessoas nas rotas de fuga. O único tipo de porta admitida é aquele com dobradiças de
eixo vertical com único sentido de abertura. Dependendo da situação, tais portas podem ser à prova de fumaça,
corta-fogo ou ambas. A largura mínima do vão livre deve ser de 0,8 m.

Elevador de Segurança:- Para o caso de edifícios altos, adicionalmente à escada, é necessária a disposição de
elevadores de emergência, alimentada por circuito próprio e concebida de forma a não sofrer interrupção de
funcionamento durante o incêndio.

Esses elevadores devem:

1) apresentar a possibilidade de serem operados pela brigada do edifício ou pelos bombeiros;


2) estar localizados em área protegida dos efeitos do incêndio.

O número de elevadores de emergência necessário e sua localização são estabelecidos levando-se em conta as
áreas dos pavimentos e as distâncias a percorrer para serem alcançados a partir de qualquer ponto do pavimento.

Acesso a Viaturas do Corpo de Bombeiros:- Os equipamentos de combate devem-se aproximar ao máximo do


edifício afetado pelo incêndio, de tal forma que o combate ao fogo possa ser iniciado sem demora e não seja
necessária a utilização de linhas de mangueiras muito longas. Muito importante é, também, a aproximação de
viaturas com escadas e plataformas aéreas para realizar salvamentos pela fachada. Para isso, se possível, o edifício
deve estar localizado ao longo de vias públicas ou privadas que possibilitam a livre circulação de veículos de
combate e o seu posicionamento adequado em relação às fachadas, aos hidrantes e aos acessos ao interior do
edifício. Tais vias também devem ser preparadas para suportar os esforços provenientes da circulação,
estacionamento a manobras desses veículos. O número de fachadas que deve permitir a aproximação dos veículos
de combate deve ser determinado tendo em conta a área de cada pavimento, a altura e o volume total do edifício.

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Prevenção e Combate a Sinistros

Sinalização de Emergência:- A sinalização de emergência utilizada para informar e guiar os ocupantes do edifício,
relativamente a questões associadas aos incêndios, assume dois objetivos:

1) reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndio;


2) indicar as ações apropriadas em caso de incêndio.

O primeiro objetivo tem caráter preventivo e assume as funções de:

1) alertar para os riscos potenciais;


2) requerer ações que contribuam para a segurança contra incêndio;
3) proibir ações capazes de afetar a segurança contra incêndio.

O segundo objetivo tem caráter de proteção e assume as funções de:

1) indicar a localização dos equipamentos de combate;


2) orientar as ações as de combate;
3) indicar as rotas de fuga e os caminhos a serem seguidos.

A sinalização de emergência deve ser dividida de acordo com suas funções em seis categorias:

1) sinalização de alerta, cuja função é alertar para áreas e materiais com potencial de risco;
2) sinalização de comando, cuja função é requerer ações que condições adequadas para a utilização das
rotas de fuga;
3) sinalização de proibição, cuja função é proibir ações capazes de conduzir ao início do incêndio;
4) sinalização de condições de orientação e salvamento, cuja função é indicar as rotas de saída e ações
necessárias para o seu acesso;
5) sinalização dos equipamentos de combate, cuja função é indicar a localização e os tipos dos
equipamentos de combate.

Processo de Controle da Fumaça:- O processo de Controle de Fumaça necessário em cada edifício para garantir a
segurança de seus ocupantes contra o fogo e fumaça é baseado nos princípios de engenharia. O processo deve ter a
flexibilidade e a liberdade de seleção de método e da estrutura do sistema de segurança para promover os requisitos
num nível de segurança que se deseja. Em outras palavras, o objetivo do projeto da segurança de prevenção ao fogo
(fumaça) é obter um sistema que satisfaça as conveniências das atividades diárias, devendo ser econômico,
garantindo a segurança necessária sem estar limitado por método ou estruturas especiais prefixados. Existem vários
meios para controlar o movimento da fumaça, e todos eles têm por objetivo encontrar um meio ou um sistema
levando-se em conta as características de cada edifício.

Como condições que têm grande efeito sobre o movimento da fumaça no edifício, podem-se citar:

1) momento (época do ano) da ocorrência do incêndio;


2) condições meteorológicas (direção e velocidade e coeficiente de pressão do vento e temperatura do ar);
3) localização do início do fogo;
4) resistência ao fluxo do ar das portas, janelas, dutos e chaminés;
5) distribuição da temperatura no edifício (ambiente onde está ocorrendo o fogo, compartimentos em geral,
caixa da escada, dutos e chaminés).

Devem-se estabelecer os padrões para cada uma dessas condições.

Entende-se como momento de ocorrência do incêndio a época do ano (verão/inverno) em que isso possa ocorrer,
pois, para o cálculo, deve-se levar em conta a diferença de temperatura existente entre o ambiente interno e o
externo ao edifício. Essa diferença será grande, caso sejam utilizados aquecedores ou ar condicionado no edifício.
As condições meteorológicas devem ser determinadas pelos dados estatísticos meteorológicos da região na qual
está situado o edifício, para as estações quentes e frias. Pode-se determinar a temperatura do ar, a velocidade do
vento, coeficiente de pressão do vento e a direção do vento. O andar do prédio onde se iniciou o incêndio deve ser
analisado, considerando-se o efeito da ventilação natural (movimento ascendente ou descendente da fumaça)
através das aberturas ou dutos durante o período de utilização, ou seja, no inverno o prédio é aquecido e no verão,
resfriado. Considerando-se esses dados, os estudos devem ser levados a efeito nos andares inferiores no inverno
(térreo, sobreloja e segundo andar) ou nos andares superiores e inferiores no verão (os dois últimos andares do
prédio e térreo). Em muitos casos, existem andares que possuem características perigosas, pois propiciam a
propagação de fumaça caso ocorra incêndio neste local. Em adição, para tais casos, é necessário um trabalho mais
aprofundado para estudar as várias situações de mudança das condições do andar, por exemplo, num edifício com
detalhes especiais de construção.

Com relação ao compartimento de origem do fogo, devem-se levar em consideração os seguintes requisitos para o
andar em questão:

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Prevenção e Combate a Sinistros

1) compartimento densamente ocupado, com ocupações totalmente distintas;


2) o compartimento apresenta grande probabilidade de iniciar o incêndio;
3) o compartimento possui características de difícil controle da fumaça.

Quando existirem vários compartimentos que satisfaçam essas condições, devem-se fazer estudos em cada um
deles, principalmente se as medidas de controle de fumaça determinadas levarem a resultados bastante diferentes.
O valor da resistência ao fluxo do ar das aberturas à temperatura ambiente pode ser facilmente obtido a partir de
dados de projeto de ventilação, porém é muito difícil estimar as condições das aberturas das janelas e portas numa
situação de incêndio.
Para determinar as temperaturas dos vários ambientes do edifício, deve-se considerar que os mesmos não sofreram
modificações com o tempo. A temperatura média no local do fogo é considerada 900ºC com o incêndio totalmente
desenvolvido no compartimento.

SPDA Sistema de Proteção de Descargas Atmosféricas:- É o sistema de proteção utilizado nas edificações para
evitar que os relâmpagos não danifiquem a estrutura da edificação ou causem incêndios, também é conhecido como
Para-Raios.

É formado por três elementos:

a) – Captores  interceptam as descargas atmosféricas;


b) – Descidas  conduzir a corrente de descarga atmosférica desde o elemento captor para o aterramento;
c) – Aterramento  conduzir e dispersar a corrente de descarga atmosférica na terra. Pode também estar
embutido na estrutura.

São denominados pelo seu tipo de captor (método de proteção)

a) – Ângulo de proteção (método Franklin);


b) – Esfera rolante ou fictícia (modelo eletromagnético);
c) – Condutores em malha ou gaiola (método Faraday);
d) – Iônico (método radioativo) uso proibido pela legislação

Brigada de Incêndio:- O dimensionamento da Brigada de Incêndio deve atender às especificações contidas nas
normas técnicas adotadas pelo Corpo de Bombeiros, por meio de Instrução Técnica. A população do edifício deve
estar preparada para enfrentar uma situação de incêndio, quer seja adotando as primeiras providências no sentido de
controlar o incêndio e abandonar o edifício de maneira rápida e ordenada.
Para isso ser possível é necessário, como primeiro passo, a elaboração de planos para enfrentar a situação de
emergência que estabeleçam, em função dos fatores determinantes de risco de incêndio, as ações a serem adotadas
e os recursos materiais e humanos necessários. A formação de uma equipe com esse fim específico é um aspecto
importante desse plano, pois permitirá a execução adequada do plano de emergência.

Essas equipes podem ser divididas em duas categorias, decorrentes da função a exercer:

1) Equipes destinadas a propiciar o abandono seguro do edifício em caso de incêndio;


2) Equipe destinada a propiciar o combate aos princípios de incêndio na edificação.

Em um edifício pode ocorrer que haja esta equipe distinta ou executada as funções simultaneamente.Tais planos
devem incluir a provisão de quadros sinóticos em distintos setores do edifício (aqueles que apresentem parcela
significativa da população flutuante como, por exemplo, hotéis) que indiquem a localização das saídas, a localização
do quadro sinótico com o texto “você está aqui” e a localização dos equipamentos de combate manual no setor. Por
último, deve-se promover o treinamento periódico dos brigadistas e de toda a população do edifício.

Planta de Risco:- É fundamental evitar qualquer perda de tempo quando os bombeiros chegam ao edifício em que
está ocorrendo o incêndio. Para isso é necessário existir em todas as entradas do edifício (cujo porte pode definir
dificuldades às ações dos bombeiros) informações úteis ao combate, fáceis de entender, que localizam por meio de
plantas os seguintes aspectos:

1) ruas de acesso;
2) saídas, escadas, corredores e elevadores de emergência;
3) válvulas de controle de gás e outros combustíveis;
4) chaves de controle elétrico;
5) localização de produtos químicos perigosos;
6) reservatórios de gases liquefeitos, comprimidos e de produtos perigosos;
7) registros e portas corta-fogo, que fecham automaticamente em caso de incêndios e botoeiras para acionamento
manual desses dispositivos;
8) pontos de saída de fumaça;

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9) janelas que podem ser abertas em edifícios selados;


10) painéis de sinalização e alarme de incêndio;
11) casa de bombas do sistema de hidrantes e de chuveiros automáticos;
12) extintores etc.;
13) sistema de ventilação e localização das chaves de controle;
14) sistemas de chuveiros automáticos e respectivas válvulas de controle;
15) hidrantes internos e externos e hidrantes de recalque e respectivas válvulas de controle.

CAPÍTULO 16 – LEGISLAÇÃO E NORMAS CONTRA INCÊNDIO

No Brasil não existe nenhum órgão de âmbito federal com a preocupação especifica na segurança contra incêndio, o
que dispomos são normas técnicas e regulamentações dispersas a nível federal temos a NR23 Ministério do
trabalho, NBRs, da ABNT, INMETRO e Tarifa Seguro de Incêndio do Brasil, do IRB, a nível estadual temos o Decreto
estadual e as instruções técnicas do corpo de bombeiros e a nível do município temos o os códigos de obras dos
municípios.

COE - Código de Obras e Edificações:- Dispõe sobre as regras gerais e especificas a serem obedecidas no
projeto, licenciamento, execução e manutenção das edificações no âmbito do município. Em Uberlândia o COE é
regulamentado através da lei nº 4808 de 26 de outubro de 1988.

Seguro contra incêndio:- É o mais seguro terrestre obrigatório, privado e patrimonial que se tem conhecimento.
Surgiu na Inglaterra por volta de 1680, após ter ocorrido o grande incêndio de Londres em 1666, onde 18.000
edificações foram destruídas e mais de 100.000 pessoas ficaram desabrigadas. No Brasil, surgiu por volta de 1850
incentivado pela promulgação do Código Comercial Brasileiro.
Sua obrigatoriedade surgiu com o decreto-lei nº 1183 de 03/04/1939 para comercio e industrias. Posteriormente,
através da lei nº 4591 de 16/12/1964, tornou obrigatório para as edificações em condomínio e finalmente com o
decreto-lei nº 73 de 21/11/1966, que criou o Sistema Nacional de Seguros Privados SNSP, estabeleceu que o seguro
de incêndio seria obrigatório para todas as pessoas jurídicas. Originalmente o seguro incêndio indenizava apenas
prejuízos ou danos materiais ou tangíveis.

IRB – Instituto de Resseguros do Brasil:- Como o nome sugere, resseguro é o seguro do seguro. Quando uma
companhia assume um contrato de seguro superior à sua capacidade financeira, ela necessita repassar esse risco,
ou parte dele, a uma resseguradora.
Foi criado em 1939 pelo então presidente Getúlio Vargas com o objetivo de fortalecer o desenvolvimento do mercado
segurador nacional. A medida preventiva ainda aumentar a capacidade seguradora das companhias nacionais
retendo maior volume de negócios em nossa economia, ao mesmo captaria mais poupança interna e que
transformou o IRB hoje na maior resseguradora da América Latina.
O IRB também estabeleceu regras para obtenção de desconto no seguro incêndio que serviram de base para atual
legislação (circular nº6).

Lei Estadual 14130/2001 - Prevenção contra incêndio e Pânico:- A constituição federal de 1988 através do art. 24
inciso I, da poderes aos Estados para legislar concorrentemente com a união a respeito do direito urbanístico, que
compreende a área de prevenção de incêndio. Em Minas Gerais a que dispõe sobre o assunto é a citada acima.

Decreto 44.746/2008:- Regulamenta a Lei nº 14.130, de 19 de dezembro de 2001, que dispõe sobre a prevenção
contra incêndio e pânico no Estado de Minas Gerais e da outras providencias.

IT – Instruções Técnicas:- É da competência comando geral do CBMMG a homologação, por meio de portarias, a
elaboração de instruções técnicas referentes a segurança contra incêndio, que que serão expedidas pelo diretor de
atividades técnicas. Atualmente são 37 ITs que devem ser observadas por todas para regulamentação da edificação
junto ao corpo de bombeiros e demais órgão de regulamentação. Abaixo estão relacionadas as atuais ITs.

IT01 - Procedimento Administrativo


IT02 - Terminologia de Proteção Contra Incêndio e Pânico
IT03 - Símbolos Gráfico para Projetos de Segurança Contra Incêndio e Pânico
IT04 - Acesso de Viatura nas Edificações e Áreas de Risco
IT05 - Separações entre Edificações (Isolamento de Risco)
IT06 - Segurança Estrutural das Edificações
IT07 - Compartimentação Horizontal e Compartimentação Vertical
IT08 - Saídas de Emergência em Edificações
IT09 - Carga Incêndio nas Edificações e Áreas de Risco
IT10 - Pressurização de Escada de Segurança
IT11 - Plano de Intervenção de Incêndio

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Prevenção e Combate a Sinistros

IT12 - Brigada de Incêndio


IT13 - Iluminação de Emergência
IT14 - Sistema de Detecção e Alarme de Incêndio
IT15 - Sinalização de Emergência
IT16 - Sistema de Proteção por Extintores de Incêndio
IT17 - Sistema de Hidrantes e Mangotinhos para Combate a Incêndio
IT18 - Sistema de Chuveiros Automáticos
IT19 - Sistema de Resfriamento para Líquidos e Gases Inflamáveis e Combustíveis
IT20 - Sistema de Proteção por Espuma
IT21 - Sistema Fixo de Gases para Combate a Incêndio
IT22 - Armazenamento de Líquidos Inflamáveis e Combustíveis
IT23 - Manipulação, Armazenamento, Comercio e Utilização de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)
IT24 - Comercialização, Distribuição e Utilização de Gás Natural
IT25 - Fogos de Artifícios e Pirotecnia
IT26 - Heliponto e Heliporto
IT27 - Medidas de Segurança para Produtos Perigosos
IT28 - Cobertura de Sapê, Piaçava e Similares
IT29 - Hidrante Público
IT30 - Subestações Elétricas
IT31 - Pátio de Contêineres
IT32 - Proteção Contra Incêndio em Cozinhas Profissionais
IT33 - Eventos Temporários
IT34 - Credenciamento de Empresas e Responsáveis Técnicos
IT35 - Segurança Contra Incêndio em Edificações Históricas
IT36 - Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
IT37 - Centros Esportivos e de Exibição

NR - Normas Regulamentadoras:- As normas regulamentadoras do ministério do trabalho, são utilizadas nas


atividades de segurança e medicina do trabalho,> Cabe a sua aplicação obrigatória pelas empresas privadas e
públicas e pelos órgãos de administração direta ou indireta, bem como pelos órgãos dos poderes legislativo e
judiciário que possuam empregados regidos pelo CLT. A NR-23 trata de proteção contra incêndio nos locais de
trabalho.

NBRs da ABNT:- A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização
técnica no País, tendo sido fundada em 1940 para fornecer a base necessária ao desenvolvimento tecnológico
brasileiro. A ABNT é uma entidade privada, sem fins lucrativos, e tem como objetivos elaborar e fomentar o uso de
normas técnicas, conceder certificados de qualidade e representar o Brasil em entidades internacionais de
normalização técnica, como ISO e IEC.
Norma é o documento técnico que estabelece as regras e características mínimas que determinado produto, serviço
ou processo deve cumprir, permitindo uma perfeita ordenação e a globalização dessas atividades ou produtos.
As Normas são fatores vitais para que a evolução tecnológica nacional acompanhe com sucesso o processo de
globalização mundial. Com as normas, é possível trabalhar com um padrão tecnológico, pois elas permitem que haja
consenso entre produtores, governo e consumidores. Isso facilita o intercâmbio comercial e aumenta a produtividade
e as vendas não só no mercado interno como também no mercado externo, pois ficam eliminadas as barreiras
técnicas criadas pela existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e serviços em diferentes países.
Na ABNT existe o Comitê Brasileiro nº 24, responsável pelo estudo de normas referentes à segurança contra
incêndio, conhecido como CB-24. Abaixo alguns exemplos de NBR e sua aplicações:

NBR 5667/80 Hidrantes urbanos de incêndio - Especificação


NBR 6125/92 Chuveiros automáticos para extinção de incêndio – Método de ensaio
NBR 6135/92 Chuveiro automático para extinção de incêndio – Especificação
NBR 6479/92 Portas e vedadores – Determinação da resistência ao fogo - Método de ensaio
NBR 8654/92 Pó para extinção de incêndio – Determinação da massa específica aparente - Método de ensaio
NBR 9077/01 Saídas de emergência em edifícios
NBR 9441/98 Execução de sistemas de detecção e alarme de incêndio - Procedimento
NBR 9443/92 Extintor de incêndio classe A - Ensaio de fogo em engradado de madeira - Método de ensaio
NBR 9444/92 Extintor de incêndio classe B - Ensaio de fogo em líquido inflamável - Método de ensaio
NBR 9654/97 Indicador de pressão para extintores de incêndio - Especificação
NBR 9694/92 Pó para extinção de incêndio - Verificação da propriedade extintora - Método de ensaio
NBR 9695/98 Pó para extinção de incêndio – Especificação
NBR 12693/93 Sistemas de proteção por extintores de incêndio - Procedimento
NBR 12710/01 Proteção contra incêndio por extintores, no transporte rodoviário de produtos perigosos
NBR 12779/92 Inspeção, manutenção e cuidados em mangueiras de incêndio - Procedimento
NBR 12962/98 Inspeção, manutenção e recarga em extintores de incêndio - Procedimento
NBR 12992/93 Extintor de incêndio classe C - Ensaio de condutividade elétrica - Método de Ensaio
NBR 13418/95 Cabos resistentes ao fogo para instalações de segurança

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NBR 13434/95 Sinalização de segurança contra incêndio e pânico - Formas, dimensões e cores - Padronização
NBR 13435/95 Sinalização de segurança contra incêndio e pânico - Procedimento
NBR 13436/95 Líquido gerador de espuma de película aquosa (AFFF) a 3% para uso aeronáutico - Especificação
NBR 13437/95 Símbolos gráficos para sinalização contra incêndio e pânico - Simbologia
NBR 13485/99 Manutenção de terceiro nível (vistoria) em extintores de incêndio - Procedimento
NBR 13714/00 Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio
NBR 13768/97 Acessórios destinados à porta corta-fogo para saída de emergência - Requisitos
NBR 13848/97 Acionador manual para utilização em sistemas de detecção e alarme de incêndio - Especificação
NBR 13859/97 Proteção contra incêndio em subestações elétricas de distribuição - Procedimento
NBR 13860/97 Glossário de termos relacionados com a segurança contra incêndio
NBR 14023/97 Registro de atividades de bombeiros
NBR 14096/98 Viaturas de combate a incêndio
NBR 14100/98 Proteção contra incêndio - Símbolos gráficos para projeto
NBR 14276/99 Programa de brigada de incêndio
NBR 14277/99 Campo para treinamento de combate a incêndio
NBR 14323/99 Dimensionamento de estruturas de aço de edifícios em situação de incêndio - Procedimento
NBR 14349/99 União para mangueira de incêndio - Requisitos e métodos de ensaio
NBR 14432/01 Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações - Procedimento
NBR 14518/00 Sistemas de ventilação para cozinhas profissionais
NBR 14561/00 Veículos para atendimento a emergências médicas e resgate
NBR 14608/00 Bombeiro profissional civil

INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial:- É uma autarquia federal
(entidade administrativa que atua independentemente do poder central). O INMETRO trabalha junto com o Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Na prática, funciona como uma secretaria do Conselho Nacional
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, cuja sigla é Conmetro. A principal missão do INMETRO é
analisar as condições técnicas e qualidade de determinados produtos por meio de medições que seguem rígidos
processos de metrologia e avaliação.
Dentre as competências da instituição podemos destacar a execução de políticas nacionais de metrologia e
qualidade; observações sobre as normas técnicas e legais vigentes, estando estas relacionadas com as às unidades
de medida, métodos de medição, medidas materializadas, instrumentos de medição e produtos pré-medidos; Visa
também a manutenção de padrões de unidade de medida e a implantação de sistemas de rastreabilidade de padrões
de tais unidades. O INMETRO ajuda a manter o Brasil atuante em atividades internacionais referentes a metrologia e
qualidade, promovendo intercâmbio com instituições que atuam no mesmo setor em países estrangeiros.
Na área de incêndio o INMETRO fiscaliza, credencia e regulamenta a fabricação manutenção e recarga de extintores
e mangueiras de incêndio e outros equipamentos de combate a incêndio.

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