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HABEAS CORPUS

Se alguém te perguntar: “- adivinha qual é um procedimento importantíssimo em


um Estado Democrático de Direito que preza pela liberdade do indivíduo – direito
fundamental estampado no artigo 5º, XVIII, da Constituição Federal?” você vai
responder o quê? Não tenha dúvidas e responda: “Habeas Corpus. Tenho certeza e
aposto até.”
Agora se te perguntarem qual a natureza jurídica você vai responder o quê? Se
responder Natureza Penal estará errado.

Errado?
Sim! Errado porque muito embora a gente sempre associe Habeas Corpus com
Ação Criminal, este instituto na verdade tem natureza constitucional. É uma
espécie de Ação Constitucional. Qual a sua função? Coibir qualquer ilegalidade que
venha constranger a liberdade de ir, vir e ficar.

Quem labuta com a advocacia criminal cedo ou tarde vai se deparar com a
necessidade de impetrar um Habeas Corpus, então vamos dar algumas dicas
rápidas, mas bastante úteis.

Pontos importantes sobre o Habeas Corpus:


 Visa coibir constrição, seja na esfera Cível ou Penal;

 Não é um recurso, mas ação autônoma – por isso não há prazo para o seu
ajuizamento;

 O polo ativo pode ser singular: o impetrante e o paciente são as mesmas


pessoas; ou pode ser complexo: impetrante e paciente são pessoas diversas. O
polo passivo é quem fere o direito à liberdade, também chamado de coator.

Espécies
O habeas corpus é composto das seguintes espécies: Libertatório e Preventivo.
Libertatório é o mais comum, que é justamente o que faz cessar o
constrangimento ilegal que priva alguém da liberdade. Nesta espécie, quando o
referido Remédio Constitucional é concedido, haverá expedição de alvará de
soltura. Por outro lado, quando há Habeas Preventivo o que se tenta é impedir que
alguém seja preso, e nesse caso a concessão da ordem acarreta a expedição de
salvo-conduto. Quem estiver de posse deste documento não poderá ser preso.

Condições da Ação
Como já falamos que o Habeas Corpus visa proteger o direito de liberdade do
indivíduo em um Estado Democrático de Direito, já podemos dizer que a primeira
condição de ação é verificar a possibilidade jurídica do pedido. Isto é: é preciso
mostrar que alguém está preso ou na iminência de ser. Além do mais, tem que ser
líquido e certo – que não desperte nenhuma dúvida.

Fundamento Jurídico
Muito embora o Habeas Corpus não seja uma Ação Penal, mas Constitucional,
no Código de Processo Penal encontramos, a partir do Artigo 647 até o 667, tudo o
que diz respeito a este Remédio.

Como saber quando cabe o Habeas Corpus?


Artigo 648 apresenta as hipóteses – lembrando que estes exemplos não são
taxativos.

Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:

I – quando não houver justa causa;

II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;

III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;

IV – quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;

V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a
autoriza;

VI – quando o processo for manifestamente nulo;


VII – quando extinta a punibilidade.

Agora, muito importante: Como proceder?


Por petição inicial
Requisitos: Artigo 654 do Código do Processo Penal.

Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor
ou de outrem, bem como pelo Ministério Público.

§ 1o A petição de habeas corpus conterá:

a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o


de quem exercer a violência, coação ou ameaça;

b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de


coação, as razões em que funda o seu temor;

c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não


puder escrever, e a designação das respectivas residências.

Ao fazer a petição inicial você jamais pode esquecer do que preceitua o


artigo 654, § 1, b, do Código de Processo Penal, pois é justamente o fundamento
da Petição – onde você declarará a espécie do constrangimento ou, em caso de
simples ameaça de coação, as razões em que você funda o seu temor.

O QUE É HABEAS CORPUS?

O habeas corpus — previsto na Constituição de 1988 — trata-se de um


dos remédios constitucionais, como são chamados instrumentos que visam a
garantir algum direito fundamental do indivíduo.
Ele pode ser acionado sempre que alguém sofrer ou se sentir ameaçado de sofrer
violência, ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder. É o que diz o inciso LXVIII do artigo 5º da Constituição. Em outras palavras,
o habeas corpus é uma forma de prevenir ou anular a prisão arbitrária, feita por
motivos outros que não o estrito cumprimento da lei.
O Código de Processo Penal, entre os artigos 647 e o 667, estabelece praticamente
tudo o que diz respeito a este remédio constitucional.

O habeas corpus tem origem na antiga common law inglesa, ainda no século XII.


Hoje está presente nos ordenamentos jurídicos de diversos países, como Estados
Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, boa parte da Europa, Paquistão e Filipinas.

HABEAS CORPUS PREVENTIVO E LIBERATÓRIO


O habeas corpus pode ter duas formas, concedido em duas situações distintas:
Habeas corpus preventivo: quando ainda existe apenas uma ameaça ao direito.
Nesse caso, qualquer pessoa física que se achar ameaçada de sofrer lesão a seu
direito de locomoção tem direito de fazer um pedido de habeas corpus. Essa pessoa
é chamada de “paciente” no processo. O acusado de ferir seu direito é denominado
“coator”.
Habeas corpus liberatório: é o tipo mais comum, usado depois que o cidadão já
teve sua liberdade restringida, por exemplo, por prisão preventiva. Se o tribunal ou
juiz considerar que a prisão não tem justificativa, ou possui alguma ilegalidade, a
pessoa é solta.

QUEM PODE PEDIR HABEAS CORPUS?


As leis brasileiras garantem que qualquer cidadão pode impetrar
uma petição de habeas corpus. Para fazer isso, basta elaborar o documento
contendo o nome da pessoa que sofreu a coação ou ameaça, a espécie de
constrangimento sofrida ou as razões pelas quais se sente ameaçado e
a assinatura (tudo isso está no Código de Processo Penal, Art. 654, § 1o).
É um direito tão amplamente garantido que até a presença de um advogado é
dispensável (ainda que possa ser desejável). O Ministério Público também se
encarrega de elaborar pedidos de habeas corpus em favor de cidadãos. A própria
Constituição garante que as ações de habeas corpus são gratuitas.
E ainda tem mais: o habeas corpus não é um recurso que protege o cidadão apenas
da prisão. Esse recurso pode ser usado em diversas outras situações. Confira quais
no vídeo abaixo, produzido pela Advocacia-Geral da União (AGU):

QUEM JULGA HABEAS CORPUS?


Sessão plenária do STF. Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF (15/02/201
A competência de julgar um habeas corpus é da autoridade judiciária
hierarquicamente superior àquela que determinou a coação. No caso de Temer,
por exemplo, quem determinou sua prisão — ou seja, o coator da ação — foi o Juiz
Federal Marcelo Bretas. Superior a um Juiz Federal, na hierarquia do Poder
Judiciário, está o Tribunal Regional Federal (TRF). Por isso o habeas corpus  do ex-
presidente foi julgado por um TRF.
Quando o coator da ação for Tribunal Superior, por outro lado, compete julgar
o habeas corpus o Supremo Tribunal Federal (STF). O STF também julga habeas
corpus de Presidente e Vice-presidente da República, Ministros de Estado e
membros do Congresso Nacional, por exemplo.

LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar


ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
por ilegalidade ou abuso de poder;

            O autor da ação constitucional de habeas corpus recebe o nome de impetrante; o indivíduo em


favor do qual se impetra, paciente (podendo ser o próprio impetrante), e a autoridade que pratica a
ilegalidade ou abuso de poder, autoridade coatora ou impetrado.

            O impetrante, portanto, poderá ser qualquer pessoa física (nacional ou estrangeira) em sua


própria defesa, em favor de terceiro, podendo ser o Ministério Público ou mesmo pessoa jurídica (em
favor de pessoa física). Já o magistrado, na qualidade de Juiz de Direito, no exercício da atividade
jurisdicional, a Turma Recursal, o Tribunal poderão concedê-lo de ofício, em exceção ao princípio da
inércia do órgão jurisdicional.

            O Juiz de Direito, o Desembargador, Ministros, quando não estiverem exercendo a atividade


jurisdicional, impetrarão, e não concederão de ofício, naturalmente, o habeas corpus, já que atuando
como pessoa comum.

            Pode ser formulada sem advogado, não tendo de obedecer a qualquer formalidade processual
ou instrumental, sendo  gratuita.

            Pode ser interposto para trancar ação penal ou inquérito policial, bem como em face de
particular, como no clássico exemplo de hospital psiquiátrico que priva o paciente de sua liberdade de ir
e vir, ilegalmente, atendendo a pedidos desumanos de filhos que abandonam os pais.

Competência para apreciação de ação de Habeas


Corpus
            O órgão competente para apreciar a ação de habeas corpus será determinado de acordo com a
autoridade coatora, sendo que a Constituição prevê algumas situações atribuindo previamente a
competência a tribunais, em razão do paciente:

  Coator ou Paciente
 Presidente e Vice da República
 Membros do Congresso
 Ministros do STF
 Procurador-Geral da República
 Ministro de Estado
 Comandantes das Forças Armadas
 Membros dos Tribunais Superiores
STF  Membros do TCU
 Chefes de missão diplomática de caráter permanente
Ou
 Quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for
autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição
do STF, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única
instância
 Julgar, em recurso ordinário, habeas corpus decidido em única instância pelos
Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
 Governadores
 Desembargadores dos TJs
 Membros dos TCEs
 Membros dos TRF, TRE e TRT
 Membros dos Tribunais de Contas dos Municípios
STJ
 Membros do MPU
Ou
 Julgar, em recurso ordinário, habeas corpus  decididos em única ou última
instância pelos TRFs ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão for denegatória;
 Juiz Federal
Ou
TRF
 Em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes
estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição;
 Em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento
Juiz Federal provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra
jurisdição
 

Espécies de Habeas Corpus


            O habeas corpus será preventivo quando alguém se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder (a restrição à locomoção
ainda não se consumou). Nessa situação poderá obter um salvo-conduto, para garantir o livre trânsito
de ir e vir.

            Quando a constrição ao direito de locomoção já se consumou, estaremos diante do habeas


corpus liberatório ou repressivo, para cessar a violência ou coação.

Habeas Corpus e Punições disciplinares militares


            O art. 142, § 2.º, estabelece não caber habeas corpus em relação a punições disciplinares
militares. Trata-se da impossibilidade de se analisar o mérito de referidas punições, não abrangendo,
contudo, os pressupostos de legalidade

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