Sie sind auf Seite 1von 114

QUÍMICA | FRENTE B

7
ENSINO
MÉDIO
QUÍMICA FRENTE B

Martha Reis

EQUILÍBRIOS QUÍMICOS I
1 Equilíbrios moleculares – estudo gráfico . . . . . . . . . . 4
2 Análise quantitativa do equilíbrio . . . . . . . . . . . . . . . 10
3 A constante de equilíbrio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4 Cálculo da constante de equilíbrio
Kp e relação entre Kc e Kp . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
5 Cálculo do grau de equilíbrio – a. . . . . . . . . . . . . . . . 30
6 Cálculo de Kp e Kc a partir do grau de equilíbrio . . . . 33
7 Deslocamento de equilíbrios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
8 Exercícios sobre deslocamento de equilíbrio . . . . . . 45
9 Constante de ionização e de dissociação . . . . . . . . . 48
10 Teoria ácido-base de Brönsted-Lowry . . . . . . . . . . . 53
11 Lei da diluição de Ostwald . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
12 Deslocamento de equilíbrios iônicos. . . . . . . . . . . . 63
13 Produto iônico da água: pH e pOH . . . . . . . . . . . . . . 71
14 Exercícios sobre cálculo
de pH e pOH de soluções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
15 Hidrólise de íons . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
16 Constante de hidrólise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89

2137810 (PR)
MÓDULO
Equilíbrios químicos I

A água da chuva é naturalmente ácida (pH = 5,6) devido à reação


da água com o gás carbônico do ar, formando ácido carbônico.
CO2(g) 1 H2O(I) F H2CO3(aq) F H3O11(aq) + HCO12 3
(aq)
A água ácida vai aos poucos se introduzindo nos poros das rochas
calcárias, alargando os vazios, abrindo canais e, às vezes, cavando grandes
espaços ocos (as cavernas) pela transformação do carbonato de cálcio
(sólido) em bicarbonato de cálcio (solúvel em água).
CaCO3(s) 1 2 H3O11(aq) F Ca(HCO3)2(aq) + 2 H2O(I)
Com o tempo e o aumento de temperatura característico dos salões
subterrâneos, ocorre a decomposição do bicarbonato de cálcio, que
volta à forma de carbonato de cálcio cristalino (calcita), liberando o
gás carbônico no local.
Ca(HCO3)2(aq) F CaCO3(s) 1 H2O(I) + CO2(g)
Os cristais de carbonato de cálcio formados na parte superior das
cavernas são estalactites, já as formações que parecem brotar do chão
são estalagmites.
HEMIS/EASYPIX BRASIL
REFLETINDO SOBRE A IMAGEM

1 A reação de formação de calcário é reversível,


como foi visto. Cite fatores que favoreçam a
dissolução e a precipitação do carbonato de
cálcio.
2 A acidificação das águas de chuva muda o
processo de formação de cavernas? Justifi-
que sua resposta.

www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO

1 Equilíbrios moleculares –
estudo gráfico

Veja, no Guia do Professor, o quadro de competências e habilidades desenvolvidas neste módulo.

Objetivos: Existem dois tipos de equilíbrio: o equilíbrio es-


tático e o equilíbrio dinâmico.
c Conceituar e Geralmente, quando nos dizem que algum
caracterizar
objeto ou algum fenômeno entrou em equilíbrio,
equilíbrio químico.
imaginamos imediatamente que esse objeto ou
c Interpretar gráficos de fenômeno está cercado de forças que se anulam
reações em equilíbrio mutuamente e, portanto, ficará parado inde-
(concentrações em finidamente até sofrer alguma perturbação.
quantidade de matéria Esse conceito primário de equilíbrio
de reagentes refere-se especificamente ao equilíbrio es-
e produtos em função tático, que pode ser aplicado, por exemplo,
do tempo). quando medimos a massa de um objeto
utilizando uma balança de dois pratos.
c Compreender que o
No equilíbrio dinâmico o objeto ou
equilíbrio químico é um
fenômeno em estudo está sempre em cons-
processo dinâmico.
tante movimento. Existem duas ou mais
ações que ocorrem contínua e ininterrupta-
Fig. 1 – Pratos em equilíbrio estático.
mente. Nesse caso, a situação de equilíbrio é
atingida quando as taxas de desenvolvimento dessas ações se igualam.
Para entender o que isso significa, podemos fazer a seguinte analogia: imagine o estacionamento
de um grande centro de compras no fim de semana que antecede o Natal. As vagas do estacio-
namento estão todas ocupadas, porém há pessoas que já fizeram compras e estão indo embora,
enquanto outras estão chegando e circulando com o carro à procura de uma vaga.
À medida que uma pessoa desocupa uma vaga e vai embora, imediatamente outra pessoa
estaciona o carro e a ocupa novamente.
Essa situação se repete continuamente ao longo de todo o dia. Se for constatado que os dois
fenômenos – pessoas indo embora e pessoas chegando – ocorrem com a mesma taxa de desen-
volvimento, teremos um exemplo de equilíbrio dinâmico.

ILUSTRAÇÕES: LUIS MOURA/ARQUIVO DA EDITORA

Fig. 2 – Equilíbrio dinâmico em um estacionamento.

4 Equilíbrios químicos I
EQUILÍBRIOS MOLECULARES
Muitas reações químicas, em determinadas condições, são reversíveis, ou seja, ao mesmo tem-
po que os reagentes se transformam nos produtos (reação direta), os produtos se transformam nos
reagentes (reação inversa).
Quando as taxas de desenvolvimento das reações direta e inversa se igualam, a reação entra
em equilíbrio dinâmico.
Um exemplo é a reação entre gás hidrogênio e gás iodo feita em recipiente fechado. Os reagen-
tes produzem gás iodeto de hidrogênio, cujas moléculas, em determinado momento, começam a
reagir entre si formando novamente gás hidrogênio e gás iodo.
Reações reversíveis como essa são representadas por uma dupla seta, que indica a reação direta
e a reação inversa.
Legenda:
reação direta
1 H2(g) 1 1 I2(g) 2 HI(g)
reação inversa

Hidrogênio

reação direta
1
reação inversa

Fig. 3 – As esferas apresentadas são um modelo, não possuem existência física real. Iodo
O tamanho dos átomos está fora de escala, e as cores são apenas ilustrativas.

A tabela a seguir fornece dados experimentais para a concentração de reagentes e produtos em


mol/L envolvidos nessa reação, em determinadas condições, medida em determinados intervalos de
tempo, desde o início até o sistema entrar em equilíbrio:

Concentração/mol ? L21

Tempo/s [H2] [I2] [HI]

t0 1,00 1,00 0

t1 0,80 0,80 0,40

t2 0,60 0,60 0,80

t3 0,40 0,40 1,20

t4 0,20 0,20 1,60

t5 0,20 0,20 1,60

t6 0,20 0,20 1,60

Observe na tabela acima que, a partir do instante t4, a reação entra em equilíbrio dinâmico,
FRENTE B
ou seja, sob temperatura constante, continua ocorrendo nos dois sentidos com a mesma taxa de
desenvolvimento.
Vamos entender agora, por meio de um esquema, como esse fenômeno ocorre, etapa por etapa.
Em t0: No início temos um recipiente fechado (já que todas as substâncias se encontram na fase
QUÍMICA

gasosa) contendo apenas os reagentes à temperatura constante T.


No esquema ao lado, que é um modelo do momento em que a reação tem início, estão represen-
tadas: 4 moléculas de H2(g) e 4 moléculas de I2(g). (Total de átomos: 8 H; 8 I.)
Como a concentração de reagentes é máxima, a taxa de desenvolvimento da reação direta é máxima, Fig. 4 – Comportamento das
e como a concentração de produtos é zero, a taxa de desenvolvimento da reação inversa é zero. moléculas em t0.

Equilíbrios químicos I 5
Entre t1 e t3: Os reagentes começam a colidir com energia igual ou superior à energia de ativação da rea-
ção e dão início à formação dos produtos. A concentração de reagentes começa a diminuir, assim como
a taxa de desenvolvimento da reação direta. Entretanto, à medida que a concentração de produtos vai
aumentando, a reação inversa tem início, e sua taxa de desenvolvimento vai aumentando também.
No esquema ao lado estão representadas: 3 moléculas de H2(g), 3 moléculas de I2(g) e 2 moléculas
de HI(g). (Total de átomos: 8 H; 8 I.)
De t4 em diante: Se a temperatura for mantida rigorosamente constante (igual a T), chegará um mo-
mento em que a taxa de desenvolvimento da reação direta (formação de produtos) será igual à taxa
Fig. 5 – Comportamento das
de desenvolvimento da reação inversa (formação de reagentes). Nesse ponto, dizemos que a reação
moléculas entre t1 e t3. entrou em equilíbrio dinâmico, ou seja, as reações direta e inversa continuam ocorrendo ininterrup-
tamente com a mesma taxa de desenvolvimento (desde que seja mantida a temperatura T).
No esquema ao lado estão representadas: 2 moléculas de H2(g), 2 moléculas de I2(g) e 4 moléculas
de HI(g). (Total de átomos: 8 H; 8 I.)
No equilíbrio, as reações direta e inversa ocorrem ininterruptamente com a mesma taxa de
desenvolvimento:
Tddireta 5 Tdinversa
Generalizando, podemos dizer que o equilíbrio químico é característico de qualquer reação
química reversível e se estabelece quando as taxas de desenvolvimento das reações direta e inversa
se igualam, e quando a temperatura é mantida constante.
Fig. 6 – Comportamento das reação direta
moléculas de t4 em diante. a A 1 b B cC1dD
reação inversa

reagentes produtos

O equilíbrio químico é dinâmico e fica caracterizado quando as taxas de desenvolvimento


das reações direta e inversa se igualam sob temperatura constante.
Equilíbrio químico (temperatura constante):
Tdreação direta 5 Tdreação inversa

Estudo gráfico do equilíbrio dinâmico


Considere ainda a reação entre gás hidrogênio e gás iodo formando gás iodeto de hidrogênio.
A partir da análise do gráfico a seguir, construído com base na taxa de desenvolvimento das
reações direta e inversa fornecidas na tabela da página 5, poderemos chegar às conclusões apresen-
tadas em destaque abaixo.

No instante inicial, t0, a taxa


de desenvolvimento da
Taxa de desenvolvimento da reação

reação direta, Tddireta, À medida que [H2] e [I2] diminuem, Tddireta diminui.
é máxima, pois as H2(g) 1 I2(g) **( 2 HI(g)
concentrações de H2(g)
e de I2(g) são máximas.
Tddireta

Tddireta 5 Tdinversa

Tdinversa
No instante inicial, t0, a taxa
de desenvolvimento da 2 HI(g) **( H2(g) 1 I2(g)
reação inversa, Tdinversa, é À medida que [HI] aumenta, Tdinversa aumenta.
nula, pois a concentração de
HI(g) é nula.
0 t1 t2 t3 t4 t5 ... Tempo/s

No instante t4, as taxas de desenvolvimento das reações direta e inversa


se igualam: as reações direta e inversa continuam a ocorrer ininterruptamente
com a mesma taxa de desenvolvimento. As concentrações de H2(g), I2(g) e
HI(g) se mantêm constantes (desde que a temperatura se mantenha constante).
A reação entra em equilíbrio dinâmico.

6 Equilíbrios químicos I
As competências e habilidades do
Enem estão indicadas em questões
diversas ao longo do módulo. Se ne-
Observações: cessário, explique aos alunos que a uti-
1a) O equilíbrio químico só pode ser atingido em sistemas fechados (em que não há troca de matéria lidade deste “selo” é indicar o número
da(s) competência(s) e habilidade(s)
com o meio ambiente). abordada(s) na questão, cuja área de co-
2a) Em sistemas fechados, toda reação química é reversível, em maior ou menor grau. nhecimento está diferenciada por cores
3a) As propriedades macroscópicas de um sistema em equilíbrio químico, como concentração, (Linguagens: laranja; Ciências da Nature-
densidade, massa e cor, permanecem constantes. za: verde; Ciências Humanas: rosa; Ma-
temática: azul). A tabela para consulta
4a) As propriedades microscópicas de um sistema em equilíbrio químico, como colisão entre par- da Matriz de Referência do Enem está
tículas, formação de complexo ativado e transformação de uma substância em outra, permane- disponível no portal.
cem ocorrendo, pois o equilíbrio químico é dinâmico.
5a) O equilíbrio químico de uma reação só se manterá estável enquanto o sistema em reação for
Atividade
mantido isolado (sem trocar matéria ou energia com o meio ambiente). Se houver troca de energia Experimental
(variação de temperatura), o sistema vai se ajustar a um novo estado de equilíbrio, e as propriedades
macroscópicas desse sistema vão sofrer alguma variação até se estabilizarem novamente. Acesse o Material Comple-
6a) A adição de um catalisador em um sistema em equilíbrio químico aumenta igualmente as taxas mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto.
de desenvolvimento das reações direta e inversa, sem favorecer nenhuma das reações.

EXERCÍCIO RESOLVIDO
m
Ene-5
C 7
(Uesc-BA) A partir da análise desse gráfico, é correto afirmar:
H-1
a) A concentração inicial de NO é 4,0 ? 10−3 mol ? L−1.
NO(g)
4,0 ? 1022 b) A constante de equilíbrio, Keq, é igual a 2,0 mol ? L−1.
c) A concentração de NO2(g), no estado de equilíbrio quími-
Concentração (mol/L)

co, é a metade da concentração de NO(g).


d) O equilíbrio químico é inicialmente estabelecido no tem-
O2(g)
po X, representado no gráfico.
2,0 ? 1022 e) A constante de equilíbrio, Keq, possui valores iguais quan-
do o sistema atinge o tempo representado por Z e por Y,
NO2(g)
8,0 ? 1023 no diagrama.

Z Y X Tempo RESOLUÇÃO:

O gráfico representa a variação da concentração de reagen- A partir do tempo X (assinalado no gráfico), reagentes e pro-
te e de produtos, durante a reação química representada pela dutos são formados com a mesma velocidade. Isso faz com
equação química 2 NO2(g) 2 NO(g) 1 O2(g), que ocor- que as concentrações das espécies participantes do proces-
re no interior de um recipiente fechado, onde foi colocado ini- so não se modifiquem.
cialmente NO2(g), e após ter sido atingido o equilíbrio químico. Alternativa d.

1. Um sistema em reação atinge o equilíbrio quan-


do a taxa de formação dos produtos é igual à
taxa de formação dos reagentes.
PARA CONSTRUIR

1 (PUC-MG) Numa reação química, o equilíbrio é estabelecido seguida, fechou o recipiente deixando-o sobre a mesa. Nes-
m quando: b se sistema, o equilíbrio será atingido quando a(o): d
Ene-5
FRENTE B
C 4
H-2 a) o catalisador da reação foi totalmente consumido. a) condensação se iniciar.
b) os reagentes e produtos são consumidos na mesma velocidade. b) processo de evaporação for finalizado.
c) a temperatura da reação atinge um mínimo. c) quantidade de líquido for igual à de vapor.
d) a temperatura da reação atinge um máximo.
QUÍMICA

d) velocidade da evaporação for igual à de condensação.


2 (Cefet-MG) Durante um experimento, um estudante preen- e) quantidade de vapor for o dobro da quantidade de
m cheu metade do volume de uma garrafa com água e, em água.
Ene-7
C 4
H-2

2. No início, a taxa de evaporação é maior que a de condensação (há muita água líquida e pouco vapor de água). À medida que vai se for-
mando vapor de água na parte superior interna da garrafa, a taxa de evaporação diminui enquanto a de condensação aumenta. A partir do
momento em que essas duas taxas (a de evaporação e a de condensação) se igualam, o sistema entrou em equilíbrio.
Equilíbrios químicos I 7
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA

b)
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR

1 (UFRGS-RS) O gráfico a seguir representa a evolução de um sis-


m
Ene-7
tema onde uma reação reversível ocorre até atingir o equilíbrio.
C 4
H-2 V
c)
m
Ene-6
C 4
H-2

d)

t1 t

Sobre o ponto t1, nesse gráfico, pode-se afirmar que indica:


a) uma situação anterior ao equilíbrio, pois as velocidades
das reações direta e inversa são iguais. PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
b) um instante no qual o sistema já alcançou o equilíbrio.
c) uma situação na qual as concentrações de reagentes e 1 (UFG-GO) Os seguintes gráficos representam variáveis de
produtos são necessariamente iguais. m uma reação química.
Ene-7
d) uma situação anterior ao equilíbrio, pois a velocidade da C 4
H-2
reação direta está diminuindo e a velocidade da reação
m
inversa está aumentando. Ene-6
C 4
H-2
e) um instante no qual o produto das concentrações dos rea-
Concentração

gentes é igual ao produto das concentrações dos produtos. 1

2 (UFMG) A figura representa dois recipientes de mesmo volu-


m
Ene-5
me, interconectados, contendo quantidades iguais de I2(g) e
C 7
H1
- H2(g), à mesma temperatura. 2
Inicialmente, uma barreira separa esses recipientes, impedin-
0 t1 t2
do a reação entre os dois gases. Tempo
Retirada essa barreira, os dois gases reagem entre si, até que
o sistema atinja um estado de equilíbrio, como descrito na
equação
H2(g) 1 I2(g) 2 HI(g)
Considerando o conceito de equilíbrio químico e as proprie-
Velocidade

3
dades de moléculas gasosas, assinale a alternativa que con-
tém a representação mais adequada do estado de equilíbrio 4
nessa reação.

0 t1 t2 Tempo

Os gráficos indicam que:


a) no instante t1, a velocidade da reação direta é igual a da
inversa.
b) após t2, não ocorre reação.
a)
c) no instante t1, a reação atingiu o equilíbrio.
d) a curva 4 corresponde à velocidade da reação inversa.
e) no ponto de interseção das curvas 3 e 4, a concentração
de produtos é igual à de reagentes.

8 Equilíbrios químicos I
2 (UFJF-MG) Assinale a alternativa que melhor representa a va- Diante da relevância do contexto e da vontade de valo-
m riação com o tempo, das velocidades v1 e v2 de uma reação rizar o nosso povo nativo, “o índio”, foi selecionada a área
Ene-5
C 7
H-1 reversível, no sentido direto e inverso respectivamente, até temática cultura e as questões foram construídas com base
que o sistema atinja o equilíbrio. na obra Os primeiros habitantes do Rio Grande do Sul.
CUSTÓDIO, L. A. B. (Org.). Santa Cruz do Sul: EDUNISC; IPHAN, 2004.
a) Velocidade
Nos “sambaquis”, elevações formadas por acúmulo de ali-
mentos, compostos predominantemente de conchas e mo-
luscos, o composto químico predominante é o carbonato de
cálcio. O gráfico que representa a reação de decomposição
v1
v2 do carbonato de cálcio CaCO3(s) CaO(s) + CO2(g),
v2
v1
desde o início da decomposição até atingir o equilíbrio, é:
Tempo a)

b) Velocidade

Velocidade
v1
v2
v1
v1 Þ v2

v2

Tempo

Tempo b)
c) Velocidade

Velocidade
v2
v1 1 v 2

v1 Tempo

Tempo
c)
d) Velocidade
Velocidade

v1 v1 5 v2

v2 Tempo

Tempo
d)
e) Velocidade
Velocidade

v1
v1 5 v2
v1 5 v2

v2

Tempo
Tempo

FRENTE B
e)
3 (UFSM-RS)
v1
Velocidade

e m
En -5
C 7
A história da maioria dos municípios gaúchos coinci-
H-1 de com a chegada dos primeiros portugueses, alemães,
QUÍMICA

v2
italianos e de outros povos. No entanto, através dos vestí-
gios materiais encontrados nas pesquisas arqueológicas,
sabemos que outros povos, anteriores aos citados, prota-
Tempo
gonizaram a nossa história.

Equilíbrios químicos I 9
CAPÍTULO

2 Análise quantitativa do
equilíbrio

Objetivos: CONCENTRAÇÃO DE REAGENTES E PRODUTOS


c Apresentar a expressão Como vimos, um momento antes do início da reação, a concentração em quantidade de ma-
de Kc de um sistema téria de reagentes é máxima, e a de produtos é zero.
em equilíbrio químico Com o passar do tempo, a concentração de reagentes vai diminuindo, e a de produtos, aumen-
em função das tando, até que no instante te o equilíbrio é atingido, e as concentrações de reagentes e produtos se
concentrações, em
estabilizam.
quantidade de matéria,
Logo, o equilíbrio químico fica caracterizado quando as taxas de desenvolvimento das rea-
das espécies envolvidas.
ções direta e inversa se igualam e se mantêm constantes (à temperatura constante).
c Interpretar gráficos que As concentrações de reagentes e produtos permanecem estáveis no sistema em equilíbrio; no
envolvam as variações entanto, dificilmente são iguais. Aliás, os casos em que reagentes e produtos apresentam a mesma
das concentrações, em concentração em mol/L no equilíbrio são extremamente raros.
quantidade de matéria,
de reagentes e produtos No estado de equilíbrio dinâmico, à temperatura constante, as taxas de desenvolvimento
e calcular a constante das reações direta e inversa são iguais, e as concentrações de reagentes e produtos são estáveis,
de equilíbrio, Kc.
mas dificilmente iguais.

Desse modo, quando o equilíbrio químico é atingido, podemos verificar uma das situações
descritas na tabela a seguir, em relação às concentrações de reagentes [r] e de produtos [p].

Concentração de reagentes e de produtos no equilíbrio

Concentração no equilíbrio Reação predominante: tendência ao equilíbrio Gráfico: concentração 3 tempo


[r] 5 [p]
As concentrações de reagentes e de
Concentração/
mol ? L21

produtos no equilíbrio são iguais. A taxa de reação [Reagentes] 5 [Produtos]


desenvolvimento da reação direta é igual à taxa direta
Reagentes Produtos
de desenvolvimento da reação inversa. reação
inversa
0 te Tempo

[r] . [p]
A concentração de reagentes no equilíbrio é
Concentração/
mol ? L21

maior do que a concentração de produtos. reação [Reagentes]


direta
As taxas de desenvolvimento das reações direta Reagentes Produtos [Produtos]
reação
e inversa são iguais. inversa
0 te Tempo

[r] , [p]
A concentração de produtos no equilíbrio é
Concentração/

maior do que a concentração de reagentes. As reação [Produtos]


mol ? L21

direta
taxas de desenvolvimento das reações direta e Reagentes Produtos [Reagentes]
reação
inversa são iguais. inversa
0 te Tempo

10 Equilíbrios químicos I
ANÁLISE QUANTITATIVA
Vimos que, quando uma reação é reversível, as reações direta e inversa ocorrem simultanea- Fig. 1 – Líquidos puros, como a água,
mente. O equilíbrio químico fica caracterizado quando as taxas de desenvolvimento das reações possuem concentração constante cujo
valor é incluído no próprio valor de Kc.
direta e inversa se igualam.
As concentrações de reagentes e produtos, no entanto, dificilmente são iguais num sistema
em equilíbrio.
Para sabermos, quantitativamente, se em uma reação na qual se estabelece um equilíbrio mo-
lecular a concentração dos produtos é maior ou menor do que a concentração dos reagentes, é
definida uma constante de equilíbrio, K, que só depende da temperatura.
A constante K pode ser calculada em termos de concentração em quantidade de matéria,
Kc, ou em termos de pressão parcial, Kp, conforme a fase de agregação das substâncias partici-
pantes.

Constantes de equilíbrio Kc e Kp
Considere a seguinte reação genérica, elementar e reversível, na qual todas as substâncias
participantes se encontram na fase gasosa:

TISCHENKO IRINA/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES


reação direta
aA 1 bB reação inversa
cC 1 dD

Reação direta e expressão da taxa de desenvolvimento:


aA 1 bB → cC 1 dD
Tddireta 5 kdireta ? [A] ? [B]
a b

Reação inversa e expressão da taxa de desenvolvimento:


cC 1 dD → aA 1 bB
Tdinversa 5 kinversa ? [C]c ? [D]d
No equilíbrio: Tddireta 5 Tdinversa, então

kdireta ? [A]a ? [B]b 5 kinversa ? [C]c ? [D]d

Se dividirmos kdireta pelo kinversa, teremos:

k direta ? [A]a ? [B]b k [C]c ? [D]d


c d
5 1 ⇒ direta 5
kinversa ? [C] ? [D] kinversa [A]a ? [B]b
Por definição, a constante de equilíbrio em termos de concentração em quantidade de matéria,
Kc, é igual ao quociente entre o kdireta e o kinversa:

k direta [C]c ? [D]d


Kc 5 ⇒ Kc 5
kinversa [A]a ? [B]b

A definição da constante de equilíbrio, K, em termos de pressão parcial, Kp, é análoga à de Kc. FRENTE B
Para a mesma reação genérica mostrada acima, temos:
QUÍMICA

(pC )c ? (pD )d
Kp 5
(p A )a ? (pB )b

em que p indica a pressão parcial das substâncias A, B, C e D no equilíbrio.

Equilíbrios químicos I 11
Em relação às constantes de equilíbrio Kc e Kp, devemos observar:
Só devem fazer parte da expressão de Kc as concentrações em quantidade de matéria que podem
sofrer variações, como é o caso de substâncias em solução (líquidas ou gasosas).
A concentração em quantidade de matéria de uma substância no estado sólido é constante, e
Projeto de Pesquisa assim seu valor está incluído no próprio valor de Kc.
Na expressão de Kp entram apenas as substâncias que se encontram no estado gasoso, pois a
Acesse o Material Comple-
mentar disponível no Portal e pressão parcial de sólidos e líquidos é desprezível.
aprofunde-se no assunto. A constante de equilíbrio é característica de cada reação e também da temperatura, ou seja, o valor
de Kc ou Kp para uma mesma reação só deve variar se a temperatura variar.

O conceito de equilíbrio
GE
O químico e físico irlandês Robert Boyle OR
GI
OS
(1627-1691) foi provavelmente um dos KO
LL
ID
primeiros cientistas a perceber que

AS
/S
uma transformação química pode-

HU
TT
ria ser revertida. O experimento

ER
ST
que o levou a essa conclusão foi

OC
K/G
a decomposição do salitre (ni-

LO
trato de potássio) por aqueci-

WI
MAG
mento, proveniente da quei-

ES
ma de carvão vegetal.
A queima do carvão produz
vapor de água e gás car-
bônico. Essas substâncias
reagem com o salitre em
decomposição, formando
o que ele chamou na época
“nítron volátil”, HNO3(v), e “ní-
tron fixo”, K2CO3(s).
2 KNO3(s) 1 1 H2O(v) 1
1 1 CO2(g) → 2 HNO3(v) 1
1 1 K2CO3(s)
Boyle observou que o “nítron volá-
til” era capaz de reagir com o “nítron
fixo” reconstituindo o salitre e que,
portanto, a reação era reversível.
2 HNO3(v) 1 1 K2CO3(s) → 2 KNO3(s) 1
1 H2O(v) 1 1 CO2(g) Fig. 2 – Robert Boyle.
Mais tarde, Péan de Saint-Gilles (1862-1912) estu-
dou a reação entre um ácido e um álcool formando
éster e água (esterificação).
Ácido 1 Álcool Éster 1 Água
Péan observou que, em determinado instante, essa reação estagnava, ou seja, ela não chegava
a se completar, mas aproximava-se de um “limite”, que correspondia ao “equilíbrio”. Ele deter-
minou, então, a cada intervalo de tempo, a quantidade de ácido que ainda não havia se trans-
formado. Com base nos valores encontrados, calculou a quantidade de éster formado a cada
instante, o que o levou à seguinte conclusão: “a quantidade de éster formado a cada instante
é proporcional ao produto das massas das substâncias reagentes e inversamente proporcional
ao volume”.
Foi com base nessas observações que os químicos Guldberg e Waage chegaram ao primeiro
enunciado da Lei da Ação das Massas:
“A rapidez de uma transformação química é proporcional às concentrações (em mol/L) das
substâncias reagentes”.

12 Equilíbrios químicos I
EXERCÍCIO RESOLVIDO
m
Ene-7 (UFS-SE) A 250 °C, PCl5 se decompõe em PCl3 e Cl2. Quando se RESOLUÇÃO:
C 4
H-2
estabelece o equilíbrio, [PCl5] 5 4 ? 1024 mol/L. Qual o valor Equilíbrio:
de [PCl3]? PCl5(g) PCl3(g) 1 Cl2(g)
4 ? 1024 mol/L n n
Dado: a 250 °C, a constante de equilíbrio PCl5(g) PCl3(g) 1
[PCI3 ] ? [CI2 ]
1 Cl2(g) vale 4 ∙ 1022. Kc 5
[PCI5 ]
a) 4 ? 103 mol/L 4 ? 10 5 n ? n24
22

b) 4 ? 102 mol/L 4 ? 10
c) 4 ? 1021 mol/L n 5 16 ? 1026
2

d) 4 ? 1022 mol/L n 5 4 ? 1023 mol/L


e) 4 ? 1023 mol/L Alternativa e.

PARA CONSTRUIR

1 (UFMG) Na fase gasosa ocorre a reação descrita pela equação O valor da constante de equilíbrio, nessas condições, é de: e
1
m
Ene-5 A1B C1D a) . d) 4.
C 7
H-1 8
O gráfico representa a variação das concentrações das espé- e) 8.
cies em função do tempo. O equilíbrio é atingido em t2. Em t1 b) 1 .
(instante em que o equilíbrio ainda 4
Concentração (mol/L) não foi atingido), a velocidade da rea-
ção direta é maior do que a velocida-
c) 2.
de da reação direta em t2. [NO2 ]2
3 Kc 5
[N2O4 ]
22
Kc 5
2 [A] ou [B] 0,5
Kc 5 8

1 [C] ou [D]

3 (Fuvest-SP) A altas temperaturas, N2 reage com O2 produzin-


0 Tempo
m
Ene-7
do NO, um poluente atmosférico:
t1 t2 t3 C 5
H2
-
N2(g) 1 O2(g) 2 NO(g)
Considerando essas informações, todas as alternativas estão
À temperatura de 2 000 kelvins, a constante do equilíbrio
corretas, exceto: a
acima é igual a 4,0 ? 1024. Nessa temperatura, se as con-
a) A velocidade da reação direta em t1 é menor que em t2.
centrações de equilíbrio de N2 e O2 forem, respectivamen-
b) As concentrações das espécies em t3 são as mesmas em t2.
te, 4,0 ? 1023 e 1,0 ? 1023 mol/L, qual será a de NO? d
c) No equilíbrio a reação está deslocada no sentido da for-
a) 1,6 ? 1029 mol/L
mação dos reagentes.
b) 4,0 ? 1029 mol/L
d) O sistema atinge o equilíbrio em t2.
c) 1,0 ? 1025 mol/L
e) O valor da constante de equilíbrio, Kc, é 0,25.
d) 4,0 ? 1025 mol/L
2 (Vunesp) Para aumentar a demanda de energia elétrica no e) 1,6 ? 1024 mol/L
Brasil, o Governo Federal pretende instalar termelétricas a gás FRENTE B
m
Ene-7
[NO]2
C 6 Kc 5
H2
- natural. Porém a instalação dessas termelétricas acarretariam [N2 ] ? [O2 ]
um acréscimo nas descargas de óxidos de nitrogênio na at- [NO]2
4 ? 1024 5
4 ? 1023 ? 1 ? 1023
mosfera. Nas condições ambientais de pressão e temperatu-
QUÍMICA

[NO] 5 4 ? 1025 mol/L


ra, verificou-se que 0,5 mol/L de N2O4 está em equilíbrio com
2 mol/L de NO2 segundo a equação:
N2O4(g) 2 NO2(g)

Equilíbrios químicos I 13
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA

Sabendo-se que a concentração do N2 é igual a 0,30 mol/L e


PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR
do NH3 é igual a 0,70 mol/L, e que a constante de equilíbrio
é igual a 7,56 L2/mol2, marque a opção que indica o valor da
1 (Vunesp) A indústria de fertilizantes químicos, para a obten- concentração de H2.
m
Ene-3
ção dos compostos nitrogenados, utiliza o gás amônia (NH3)
C 8
que pode ser sintetizado pela hidrogenação do nitrogênio, a) 0,20 mol/L
H-

segundo a equação química: b) 0,30 mol/L


c) 0,60 mol/L
N2(g) 1 3 H2(g) 2 NH3(g) K 5 1,67 ? 1023 mol22 ? L2 d) 0,70 mol/L
Num procedimento de síntese, no sistema, em equilíbrio, e) 0,10 mol/L
as concentrações de N2(g) e de H2(g) são, respectivamente,
iguais a 2,0 mol/L e 3,0 mol/L. Nessas condições, a concentra- 2 (OQRJ) O ácido sulfúrico é um dos responsáveis pela forma-
ção de NH3(g), em mol/L será igual a: m
Ene-7
ção da chuva ácida. O primeiro equilíbrio envolvido na for-
C 4
a) 0,30. H-2 mação desse ácido na água da chuva é representado pela
b) 0,50. equação:
c) 0,80. 2 SO2(g) 1 O2(g) 2 SO3(g)
d) 1,00.
O equilíbrio foi estabelecido em determinadas condições e
e) 1,30.
está representado no gráfico abaixo, com as concentrações
2 (FEI-SP) Um dos processos industriais de obtenção do gás hi- no eixo das ordenadas, em mol/L, e o tempo na abscissa, em
m
Ene-7
drogênio é representado a seguir: segundos.
C 4
H2
- Evolução da reação
3 Fe(s) 1 4 H2O(g) Fe3O4(s) 1 4 H2(g) (ς H . 0)
A 300 °C, coloca-se 5 mol de Fe e 10 mol de vapor d’água. Ao 7
se atingir o equilíbrio, observa-se a presença de 6 mol de va- 6
por d’água. A constante de equilíbrio Kc, para a temperatura 5
dada, vale aproximadamente: 4 SO3
[]
a) 0,20. 3 O2
b) 1,00. 2 SO2
c) 2,00. 1
d) 6,50. 0
e) 3,05. 0 10 20 30 40 50 60 70 80
Tempo
teq
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
Pela análise do gráfico, o valor numérico da constante de
1 (UFRR) O equilíbrio químico pode ser descrito por relações equilíbrio para esse sistema é de:
m matemáticas e, através de equações, é possível analisar o a) 0,66.
Ene-7
C 4
H-2 comportamento da reação. A reação entre o gás nitrogênio e b) 0,75.
o gás hidrogênio na formação do gás amônia pode ser des-
c) 1,33.
crita através da equação abaixo:
d) 1,50.
N2(g) 1 3 H2(g) 2 NH3(g) e) 3,00.

ANOTAÇÕES

14 Equilíbrios químicos I
CAPÍTULO

3 A constante de equilíbrio

Objetivos: INTERPRETANDO O VALOR DE Kc E DE Kp


c Interpretar a expressão Podemos ter uma das três situações a seguir:
de Kc de um sistema Valor de Kc ou de Kp menor do que 1
químico em equilíbrio. Indica que, no sistema em equilíbrio, a quantidade de reagentes é maior do que a quantidade
de produtos.
c Realizar cálculos que
envolvam o Kc e as
Por exemplo: a reação reversível entre gás nitrogênio, N2(g), e gás oxigênio, O2(g), formando gás
concentrações de monóxido de nitrogênio, NO(g), feita em recipiente fechado, apresenta Kc 5 4,1 ? 1024 a 1 700 °C.
reagentes e produtos. Como o valor de Kc é menor do que 1, concluímos que a concentração de gás monóxido de
nitrogênio, [NO], é baixa.
[NO]2 ↓
↓ Kc 5
[N2 ] ? [O2 ]

Kc e Kp menor do que 1: no equilíbrio, a concentração dos reagentes é maior do que a


concentração dos produtos.

Valor de Kc ou de Kp maior do que 1


ZELJKO RADOJKO/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

Indica que, no sistema em equilíbrio, a quantidade de


produtos é maior do que a quantidade de reagentes.
Por exemplo: a reação reversível entre gás eteno,
C 2H 4(g), e gás hidrogênio, H 2(g), formando gás eta-
no, C 2H 6(g), feita em recipiente fechado, apresenta
Kc 5 4,75 ? 1017 a 25 °C.
Como o valor de Kc é maior do que 1, concluímos
que a concentração de gás etano, [C2H6], é igualmente alta.

[C 2H6 ] ↑
↑ Kc 5
[C 2H4 ] ? [H2 ]

Kc e Kp maior do que 1: no equilíbrio, a con-


centração dos reagentes é menor do que a concen-
tração dos produtos.

FRENTE B
Valor de Kc ou de Kp igual a 1
Nesse caso, concluímos que a concentração em quan-
tidade de matéria ou a pressão parcial de reagentes e pro-
QUÍMICA

dutos é a mesma no equilíbrio.

Fig. 1 – Planta petroquímica para a


produção de eteno (etileno).

Equilíbrios químicos I 15
Considere a reação genérica, elementar e reversível, na qual todas as substâncias participantes
se encontram na fase gasosa:
a A  1 b B     c C 1  d D
[C]c ? [D]d
Kc 5 sendo Kc 5 1 a determinada temperatura T.
[A]a ? [B]b
Para que Kc seja igual a 1 na temperatura T, é necessário que:
[C]c ? [D]d 5 [A]a ? [B]b

Kc e Kp igual a 1: no equilíbrio, a concentração dos reagentes é igual a concentração dos


produtos.

Valores de Kc ou de Kp iguais a 1 são extremamente raros na prática.


Resumindo: a análise do valor numérico de Kc ou de Kp de uma reação pode oferecer uma
estimativa da concentração de reagentes e produtos no equilíbrio, como mostra o esquema a seguir.

Produto
Kc , 1 Kc . 1

Reagente

[Produtos] , [Reagentes] [Produtos] . [Reagentes]

Kc 5 1

[Produtos] 5 [Reagentes]

[Produtos]
K5
[Reagentes]

Observe que os três exemplos anteriores caracterizam sistemas em equilíbrio dinâmico, a dife-
rentes temperaturas, que são constantes em cada caso:
Tdreação direta 5 Tdreação inversa

16 Equilíbrios químicos I
Lâmpadas fluorescentes
O problema com as lâmpadas incandescentes e as halógenas é a dissipação de energia na forma de calor. Para tentar resolver esse
problema, foram desenvolvidas as lâmpadas fluorescentes.
Essas lâmpadas são formadas de um tubo de vidro cujas paredes internas são revestidas com uma substância fluorescente (em
geral, um sal de fósforo como clorofluorfosfato de cálcio).
No interior desse tubo coloca-se um gás inerte (normalmente argônio) a
LUIS MOURA/ARQUIVO DA EDITORA

Revestimento
Filamento baixa pressão e uma pequena quantidade de mercúrio metálico.
fluorescente
Sabemos que sob pressão normal os gases são maus condutores de corrente
Luz ultra-
elétrica, mas a pressões reduzidas se tornam bons condutores.
violeta Em cada extremidade do tubo de vidro existe um eletrodo com a forma de
um filamento e revestido com um óxido. Quando se liga a lâmpada, os filamentos
Elétrons se aquecem e produzem corrente elétrica, dando início à ionização do gás argônio,
Átomos de Luz visível
mercúrio
que passa a conduzir os elétrons por toda a extensão da lâmpada. Com o aqueci-
mento, o mercúrio vaporiza.
Os elétrons provenientes do filamento e conduzidos pelo argônio ionizado chocam-se com o vapor de mercúrio, ionizando esses
átomos que entram em um estado ativado (excitado).
O retorno dos átomos de mercúrio ao estado fundamental ocorre com a emissão de fótons de energia correspondentes às radia-
ções visíveis e ultravioleta (invisíveis). A radiação ultravioleta, ao se chocar com o revestimento fluorescente do tubo, também produz
luz visível.
Empregando-se misturas de materiais fotoluminescentes diversos, é possível obter diferentes tons de luz branca.
A composição do revestimento das lâmpadas fluorescentes é cuidadosamente estudada de modo a fornecer o tom de branco
mais adequado para lojas, escritórios ou residências.
A tabela a seguir fornece a quantidade de mercúrio nos diversos tipos de lâmpada.

Quantidade média
Tipo de lâmpada Potência
de mercúrio

Fluorescentes tubulares 15 W a 110 W 0,015 g

Fluorescentes compactas 5 W a 42 W 0,004 g

Luz mista 160 W a 500 W 0,017 g


Vapor de mercúrio 80 W a 400 W 0,032 g
Vapor de sódio 70 W a 1 000 W 0,019 g
Vapor metálico 35 W a 2 000 W 0,045 g

Geralmente as lâmpadas queimadas são descartadas diretamente no lixo comum. Isso ocorre tanto em residências como nos
setores público e industrial.
Constatou-se que as empresas privadas e órgãos públicos, de um modo geral, desconhecem os efeitos adversos causados
pelo mercúrio e, em decorrência da ausência de uma legislação específica, não sabem como gerenciar os resíduos desse
metal. Em 1998, 48,5 milhões de unidades de lâmpadas de mercúrio foram descartadas, com uma carga poluidora de uma
tonelada de Hg (média de 20,6 mg/lâmpada). Já no ano de 2001, esse descarte passou a 80 milhões de unidades, em virtu-
de do plano de racionamento de energia elétrica que motivou a troca de lâmpadas incandescentes por fluorescentes com-
pactas mais eficientes, principalmente no setor residencial. O foco da contaminação está localizado na região Sudeste, que FRENTE B
concentra 60% da economia brasileira. Do descarte total, somente 3% têm destinação ambientalmente adequada por meio
do processo de destruição e descontaminação.
QUÍMICA

ZANICHELI, Claudia et al. Reciclagem de lâmpadas: aspectos ambientais e tecnológicos.


Disponível em: <www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/L%E2mpadas/reciclagem_de_lampadas_aspectos_ambientais_e_
tecnologicos.pdf>. Acesso em: 21 out. 2013.

Equilíbrios químicos I 17
EXERCÍCIO RESOLVIDO
m
Ene-3 (Faap-SP) Atualmente, o processo industrial utilizado para a SO3:
C 8
H-
fabricação de H2SO4 é chamado “processo de contato”. Nesse 400 L 200 mol
processo, o enxofre é queimado originando SO2(g). Esse gás, 1L x
juntamente com O2(g), é introduzido num conversor catalíti- x 5 0,5 mol ? L21
co, quando ocorre a reação:
SO2:
2 SO2(g) 1 O2(g) 2 SO3(g) 400 L 80 mol
Supondo que o espaço livre do conversor seja de 400 litros 1L y
e nele estejam confinados 80 mol de SO2, 120 mol de O2 e y 5 0,2 mol ? L21
200 mol de SO3 sob dadas condições de pressão e tempera- O2:
tura, o valor de Kc para a reação acima representada é: 400 L 120 mol
a) 20,8. 1L z
b) 4,8 ? 1022. z 5 0,3 mol/L
c) 8,33.
[SO3 ]2
d) 0,12. Kc 5
[SO 2 ]2 ? [O2 ]
e) 0,05.
0,52
Kc 5
RESOLUÇÃO: 0,22 ? 0,3
Cálculo da concentração em quantidade de matéria de cada Kc 5 20,8
gás no equilíbrio: Alternativa a.

PARA CONSTRUIR

1 (Cesgranrio-RJ) Um grupo de pesquisadores químicos apre- 2 (UEL-PR) Para o equilíbrio químico N2(g) 1 O2(g) 2 NO(g)
m
Ene-5
sentou um relatório contendo resultados de estudos sobre m
Ene-7
foram encontrados os seguintes valores para a constante Kc,
C 8 C 4
H- processos alternativos para a produção de substância de vital H2
- às temperaturas indicadas: e
importância para a população. Considerando as constantes
de equilíbrio, usadas como critério de escolha e apresenta- Temperatura (K) Kc (1024)
das a seguir para cada processo, espera-se que o responsável
opte pelo processo: e I 1 800 1,21

Processo Kc II 2 000 4,08


a) I 0,01
III 2 100 6,86
b) II 0,1
IV 2 200 11,0
c) III 1
d) IV 10 V 2 300 16,9
e) V 100
O valor mais elevado da constante de equilíbrio indica que, nesse Há maior concentração molar do NO(g) em:
processo, o equilíbrio está mais deslocado no sentido da formação a) I.
dos produtos. Portanto, obtêm-se produtos com um rendimento mais b) II.
elevado. c) III.
d) IV.
e) V.
A 2 300 K, a constante de equilíbrio assume o valor mais alto. Isso
indica que nessa temperatura o equilíbrio está deslocado mais para a
direita e, portanto, há maior concentração de monóxido de nitrogênio.

18 Equilíbrios químicos I
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA

a) 3 ? 1024.
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR
b) 0,9.
c) 1,1.
1 (Uece) São colocados 8,0 mol de amônia num recipiente fe-
d) 3,2.
m
Ene-5
chado de 5,0 litros de capacidade. Acima de 450 °C, estabele-
C 7 e) 3 ? 1014.
H-1 ce-se, após algum tempo, o equilíbrio:
Nota da autora: 103 M, 3 ? 1024 M e 1024 M correspondem,
m
Ene-6 2 NH3(g) 3 H2(g) 1 N2(g) respectivamente, a 103 mol/L, 3 ? 1024 mol/L e 1024 mol/L.
C 5
H2
-
Sabendo que a variação do número de mol dos participantes
está registrada no gráfico, podemos afirmar que, nestas con- PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
dições, a constante de equilíbrio, Kc, é igual a:
1 (Cefet-MG) Em um recipiente de 1 litro é adicionado 5,52 g
10
m
Ene-7
de N2O4 e, em seguida, é fechado. Com o passar do tempo,
C 4
H2
- a reação de formação do NO2 atinge o equilíbrio químico,
obtendo-se 4,6 g desse óxido.
8
N2O4(g) 2 NO2(g)
Se a temperatura e a pressão do sistema são mantidas cons-
Número de mols

6 H2 tantes no equilíbrio, então a constante Kc da reação é igual a:


a) 0,2.
4 NH3
b) 0,5.
c) 1,0.
d) 2,0.
2 N2
e) 10,0.

0 2 (Vunesp) Leia a notícia publicada em janeiro de 2013.


Tempo m
China volta a registrar níveis alarmantes de poluição
Ene-7
C 6
H-2
atmosférica.
a) 27,00.
Névoa voltou a encobrir céu de cidades chinesas,
b) 5,40.
como a capital Pequim.
c) 1,08.
d) 2,16. Governo chinês emitiu alerta à população para os
próximos dias.
2 (Unitau-SP) Uma mistura de SO2, O2 e SO3 atinge o equilíbrio a 852 K. Disponível em: <g1.globo.com>.

m As concentrações neste equilíbrio são [SO2] 5 3,61 ? 10 mol/L, 23 O carvão mineral é a principal fonte de poluição do ar na
Ene-7
C 4
H-2 [O2] 5 6,11 ? 1024 mol/L e [SO3] 5 1,01 ? 1022 mol/L. A cons- China. Diariamente, o país queima milhões de toneladas de
carvão para produzir energia elétrica, aquecer as casas e pre-
tante de equilíbrio Kc da reação é de:
parar alimentos. Além do carvão, o aumento do número de
2 SO2(g) 1 O2(g) 2 SO3(g) carros movidos a gasolina tem papel significativo no agrava-
mento da poluição atmosférica.
a) 1,28 ? 104.
Entre as substâncias que poluem o ar da China estão o SO2 e
b) 2,56 ? 105.
compostos relacionados. Considere as equações seguintes:
c) 1,00 ? 102.
d) 2,50 ? 103. (1) 2 SO2(g) 1 O2(g) 2 SO3(g)
e) 5,6 ? 103. (2) SO3(g) 1 H2O(g) H2SO4(g) FRENTE B
Escreva a equação química que expressa a constante de equi-
3 (Unitau-SP) Uma cultura de células de linfossarcoma apresenta líbrio para a reação (1).
m uma mistura de adenilato total constituído de [ATP] 5 1023 M, Sabendo que uma usina de geração de energia elétri-
QUÍMICA

Ene-7
C 4
H-2 [ADP] 5 3 ? 1024 M e [AMP] 5 1024 M. ca movida a carvão liberou SO2 suficiente para formar 1 kg
de SO3 e considerando a reação (2), calcule a massa de
Considerando: 2 ADP ATP 1 AMP e que os nucleo- H2SO4, em g, que se forma quando há vapor de água su-
tídeos estão em equilíbrio dinâmico para a reação acima, a ficiente para reagir completamente com a quantidade
constante de equilíbrio da reação apresenta valor de: de SO3 liberada pela usina.

Equilíbrios químicos I 19
3 (UFTM-MG) Uma forma de obter ferro metálico a partir do 100
200 °C
m
Ene-7
óxido de ferro (II) é a redução desse óxido com monóxido de
C 4 °C
H-2 carbono, reação representada pela equação: 300

% de NH3 no equilíbrio
FeO(s) 1 CO(g) Fe(s) 1 CO2(g) ΔH° . 0 C

40
a) Escreva a expressão da constante de equilíbrio (Kc) da rea- 50
ção apresentada. Como varia essa constante em função C

50
da temperatura? 30
°C
b) De que forma a adição de FeO e o aumento de pressão 600
interferem no equilíbrio representado? Justifique.

4 (Unimontes-MG) Algumas indústrias têm sua produção ba-


0 500 1 000
m
Ene-5
seada em reações químicas com a finalidade de escolher as Pressão (atm)
C 7
H-1 condições mais adequadas para se obter o melhor rendi-
mento. Se uma indústria tem interesse em produzir amônia, Considerando as informações fornecidas, é incorreto afirmar
NH3, deve-se conhecer a reação dada pela equação que:
a) o estado de equilíbrio é atingido mais rapidamente a 600 °C.
N2(g) 1 3 H2(g) 2 NH3(g)
b) o rendimento da reação é maior em pressões mais elevadas.
e outras informações que fornecem o rendimento da reação c) o valor da constante de equilíbrio, Ke, é maior a 600 °C.
realizada em diferentes temperaturas e pressões, como mos- d) o rendimento obtido a 500 °C e a 350 atm é próximo
tra a figura a seguir. de 30%.

ANOTAÇÕES

20 Equilíbrios químicos I
CAPÍTULO
Cálculo da constante de
4 equilíbrio Kp e relação entre
Kc e Kp

Objetivos: As substâncias reagem entre si em quantidades estequiométricas definidas, proporcionais aos


coeficientes da equação química corretamente balanceados.
c Conhecer a expressão Porém, quando se trata de uma reação reversível em situação de equilíbrio, apenas uma parte
de Kp.
da quantidade inicial de reagentes se transforma em certa quantidade de produtos.
c Entender os valores de É sempre a partir dessa quantidade de reagentes que restou em equilíbrio e da quantidade de
Kc e Kp e relacioná-los produtos formados que é feito o cálculo das constantes de equilíbrio Kc ou Kp na temperatura T.
ao sentido das reações. Observe, no entanto, que:

c Realizar cálculos que A quantidade de reagentes e a quantidade de produtos que permanecem em equilíbrio
envolvam Kp e as
geralmente não se encontram em proporção estequiométrica.
pressões parciais de
reagentes e produtos
no estado gasoso. Por se tratar de cálculos essencialmente experimentais, usaremos alguns exemplos práticos para
demonstrá-los.
c Compreender a relação
entre as expressões de
Kp e Kc.
CÁLCULO DA CONSTANTE DE EQUILÍBRIO Kc
Considere que em um laboratório seja feito o seguinte experimento:
Um químico coloca em um recipiente fechado, de volume igual a 5 litros, à temperatura T,
uma quantidade de matéria igual a 2 mol de gás nitrogênio, N2(g), e 4 mol de gás hidrogênio, H2(g).
Após certo tempo, verificou-se que a reação havia entrado em equilíbrio e que havia se formado
1,5 mol de gás amônia, NH3(g).
Com esses dados, como podemos calcular o valor da constante de equilíbrio Kc à temperatura T?
A primeira providência para solucionar esse tipo de problema é construir uma tabela rela-
cionando os dados fornecidos pelo problema com os coeficientes das substâncias na equação
balanceada.
Observe:

1 N2(g) 1 3 H2(g) 2 NH3(g)

I. Quantidade de
2 mol 4 mol zero
matéria no início
II. Quantidade de
matéria que reage 0,75 mol 2,25 mol 1,50 mol
e que é produzida

FRENTE B
III. Quantidade de
matéria que
2 2 0,75 5 1,25 mol 4 2 2,25 5 1,75 mol 1,50 mol
permanece no
equilíbrio
QUÍMICA

IV. Concentração
em quantidade
1,25 1,75 1,50
de matéria no 5 0,25 mol ? L21 5 0,35 mol ? L21 5 0,30 mol ? L21
5 5 5
equilíbrio

Equilíbrios químicos I 21
Analisando os dados esquematizados na tabela, percebemos que:
A linha I considera a quantidade inicial de gás amônia, NH3(g), igual a zero porque não foi mencio-
nado que havia sido introduzida uma quantidade inicial desse gás no recipiente.
A linha II foi obtida a partir do cálculo estequiométrico, considerando-se que as quantidades de
matéria de gás nitrogênio e de gás hidrogênio que reagiram devem ser proporcionais a 1,5 mol de
gás amônia que se formou, de acordo com os coeficientes da equação balanceada.
1 N2(g) 1 3 H2(g) 2 NH3(g)
Como a reação ocorre na proporção:
1 N2(g) : 3 H2(g) : 2 NH3(g) e como a quantidade de matéria de amônia formada é 1,5 mol,
concluímos:
1 mol de N2(g) 2 mol de NH3(g)
x 1,5 mol de NH3(g)
x 5 0,75 mol de N2(g)
A quantidade de N2(g) que reagiu efetivamente é de 0,75 mol.
3 mol de H2(g) 2 mol de NH3(g)
y 1,5 mol de NH3(g)
y 5 2,25 mol de H2(g)
A quantidade de H2(g) que reagiu efetivamente é de 2,25 mol.
Na linha III foi feito o cálculo da quantidade de matéria de cada substância que permanece em
A amônia é encontrada equilíbrio.
em quantidade muito pequena Na linha IV foi feito o cálculo em termos de concentração em quantidade de matéria, dividindo-se
na natureza, mas é sintetizada a quantidade de matéria de cada gás pelo volume do recipiente (o gás ocupa todo o volume do
em larga escala pela indústria recipiente que o contém).
química para atender à deman- Desse modo, a constante de equilíbrio Kc terá o seguinte valor à temperatura T:
da mundial de fertilizantes, en-
tre vários outros produtos. [NH3 ]2 (0,3)2
Kc 5 3
⇒ Kc 5 ⇒ K c . 8,40
[N2 ] ? [H2 ] (0,25) ? (0,35)3
De acordo com o conceito de atividade, Kc é um número puro (sem unidades).
Esse fato é mais bem compreendido quando deduzimos a constante do equilíbrio a partir da
Termodinâmica, mas como os cálculos matemáticos necessários para chegar a essa dedução vão um
pouco além dos objetivos do Ensino Médio, preferimos adotar o conceito de atividade.
A atividade de determinada substância – conceito adotado atualmente em muitos livros
de Ensino Superior que pode ser justificada pela Termodinâmica – pode ser considerada uma
quantidade empírica de módulo igual à sua concentração ou à sua pressão parcial. Para todo
sólido ou líquido puro, a 5 1. Isso explica por que a água (solvente) e os sólidos em geral não
participam da expressão de Kc (na realidade participam, mas como o valor é igual a 1, não
interferem no valor da constante).
Como a atividade é adimensional, consequentemente, a constante de equilíbrio (seja Kc ou
Kp) calculada a partir das atividades dos reagentes e produtos também é, a rigor, adimensional.
Questões de vestibular e outros livros podem trazer as constantes de equilíbrio de outra ma-
Fig. 1 – O gás amônia foi observado na
Via Láctea. neira, no entanto, nesta obra, tratamos essas constantes como números adimensionais.

ALEX MIT/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

22 Equilíbrios químicos I
Cálculo de Kc quando reagentes e produtos estão presentes
desde o início
Mas e se o químico colocasse no recipiente, logo no início, todas as substâncias participantes
da reação, ou seja, reagentes e produtos? Como ficaria o cálculo de Kc?
Nesse caso, vamos imaginar a seguinte situação: em um recipiente fechado de capacidade
igual a 5 litros, o químico adiciona 2 mol de gás hidrogênio, 3 mol de gás iodo e 4 mol de iodeto
de hidrogênio. À determinada temperatura T, a reação entra em equilíbrio e verifica-se a presença de
1 mol de gás hidrogênio no recipiente. Vamos calcular para essa situação a constante de equilíbrio
Kc à temperatura T.
A primeira providência sempre é fazer uma tabela com os dados do experimento.

1 H2(g) 1 1 I2(g) 2 HI(g)


I. Quantidade de matéria
2 mol 3 mol 4 mol
no início
II. Quantidade de matéria que
1 mol 1 mol 2 mol
reage e que é produzida
III. Quantidade de matéria que O iodeto de hidrogênio,
2 2 1 5 1 mol 3 2 1 5 2 mol 4 1 2 5 6 mol
permanece no equilíbrio HI(g), é um gás incolor e de
cheiro penetrante.
IV. Concentração em quantidade Dos ácidos halogenídri-
1 2 6
de matéria no equilíbrio 5 0,2 mol ? L21 5 0,4 mol ? L21 5 1,2 mol ? L21
5 5 5 cos (não oxigenados, da família
dos halogênios), é o mais forte.
Analisando os dados esquematizados na tabela: É usado como redutor, isto é,
A linha II parte deste princípio: se foi encontrado 1 mol de H2(g) no equilíbrio, é porque dos 2 mol substância capaz de doar elé-
que havia no início apenas 1 mol reagiu. A quantidade de matéria de I2(g) que reage e a de HI(g) trons em uma reação química
que é formada é calculada com base nos coeficientes da equação balanceada. (conhecido como redutor de
Na linha III faz-se o seguinte cálculo: os reagentes H2(g) e I2(g) foram consumidos; então, parte da Berthelot), principalmente em
quantidade inicial desapareceu. sínteses orgânicas.
A quantidade que resta em equilíbrio é a diferença entre o que havia no início e o que foi
consumido.
O produto HI(g) foi formado. Sendo assim, a quantidade inicial de iodeto de hidrogênio au-
mentou.
A quantidade de HI(g) que resta em equilíbrio é a soma do que havia no início com o que se
formou.
[HI]2 (1,2)2
Kc 5 ⇒ Kc 5 ⇒ K c 5 18
[H2 ] ? [I2 ] (0,2) ? (0,4)

Logo, a constante de equilíbrio da reação de síntese do iodeto de hidrogênio à temperatura T


é igual a 18.

Cálculo da concentração em mol/L de reagentes e produtos a


partir de Kc FRENTE B

Também é possível fazer o contrário, ou seja, calcular as concentrações em mol/L de subs-


tâncias em equilíbrio químico a partir do valor de Kc. Para ver como isso é feito, imagine a
QUÍMICA

seguinte situação:
Um químico mistura em um recipiente de 500 mL, à determinada temperatura T, 28 g de mo-
nóxido de carbono, CO(g), com 46 g de dióxido de nitrogênio, NO2(g). A reação ocorre formando
Dados: C 5 12 g/mol,
dióxido de carbono, CO2(g), e monóxido de nitrogênio, NO(g). Nessa temperatura, o equilíbrio é
N 5 14 g/mol e O 5 16 g/mol.
atingido quando o valor da constante Kc é igual a 4.

Equilíbrios químicos I 23
Para determinar as concentrações em mol/L das substâncias no equilíbrio, devemos construir
uma tabela com os dados do experimento:

1 CO(g) 1 1 NO2(g) 1 CO2(g) 1 1 NO(g)

I. Q uantidade de matéria no
1 mol 1 mol zero zero
início

II. Quantidade de matéria que


x mol x mol x mol x mol
reage e que é produzida

III. Q uantidade de matéria que


(1 2 x) mol (1 2 x) mol x mol x mol
permanece no equilíbrio

IV. C oncentração em quantidade


de matéria no equilíbrio ( )
1 2 x mol ? L21
V ( )
1 2 x mol ? L21
V ()
x mol ? L21
V ()
x
V
mol ? L21

A partir da equação balanceada, é possível obter a equação da constante de equilíbrio, Kc:


[CO2 ] ? [NO]
Kc 5
[CO] ? [NO2 ]
Substituindo os valores encontrados na tabela na linha III:
x ? x
45 V V ⇒ 3x 2 2 8x 1 4 5 0
(1 2 x) (1 2 x)
?
V V
Para encontrar o valor de x, aplicamos a equação de Bhaskara:

x 5 2b ± b2 2 4 ? a ? c ⇒ x' 5 2 e x" . 0,667


2 ?a
O resultado x 5 2 deve ser desprezado porque no início havia apenas 1 mol de cada reagente,
e essa quantidade diminui porque o reagente foi consumido.
Logo, a quantidade de cada substância em mol/L no equilíbrio é:
1 2 0,667
CO(g) e NO2(g): 5 0,666 mol/L
0,5
0,667
CO2(g) e NO(g): 5 1,334 mol/L
0,5

CÁLCULO DA CONSTANTE DE EQUILÍBRIO Kp


Agora, vamos pensar sobre um experimento envolvendo apenas substâncias no estado gasoso.
Nesse caso, é importante recordar que, para uma mistura de gases, vale a seguinte relação, em que
X é a fração em quantidade de matéria da substância no estado gasoso:

% em pressão parcial 5 % em volume parcial 5 X


Lei das pressões parciais (lei
de Dalton):
“A pressão total exercida Imagine que um químico introduziu em um recipiente fechado, mantido à temperatura cons-
por uma mistura gasosa é igual tante T, gás monóxido de carbono, CO(g), e gás oxigênio, O2(g), cujas pressões parciais foram de-
à soma das pressões parciais dos terminadas respectivamente em 2,4 atm e 1,8 atm. A reação se processou formando gás dióxido de
gases que compõem a mistura”. carbono, CO2(g), e, após certo tempo, quando o equilíbrio químico foi atingido, o químico observou
que a pressão parcial do gás oxigênio era de 0,75 atm.

24 Equilíbrios químicos I
O cálculo da constante de equilíbrio Kp à temperatura T, nessa situação, é feito da mesma maneira
que fizemos para encontrar o valor da constante Kc, ou seja, vamos construir uma tabela relacionando
os dados fornecidos pelo problema com os coeficientes das substâncias na equação balanceada.

2 CO(g) 1 1 O2(g) 2 CO2(g)

I. Pressão parcial no início 2,4 atm 1,8 atm zero

II. Pressão parcial da


substância que reage e 2 ? 1,05 5 2,1 atm 1,8 2 0,75 5 1,05 atm 2 ? 1,05 5 2,1 atm
da que é produzida

III. Pressão parcial no equilíbrio 2,4 2 2,1 5 0,3 atm 0,75 atm 2,1 atm

ZURIJETA/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
Conforme a lei de Dalton, a pressão parcial que um gás exerce em uma mistura gasosa é pro-
porcional à quantidade de matéria desse gás na mistura. Para um gás A:
pA n
5 A
Ptotal ntotal

Assim, podemos fazer os cálculos em termos de pressão parcial da mesma forma que faríamos
para o cálculo da constante Kc, em relação à quantidade de matéria das substâncias.
O valor de Kp, à temperatura T, será então:

(pCO2 )2
Kp 5
(pCO)2 ? (pO2 )
(2,1)2
Kp 5 ⇒ K p . 65,3
(0,3)2 ? (0,75)

Relação entre as constantes Kc e Kp


Observe as expressões de Kc e de Kp para uma reação genérica, elementar e reversível, na qual
Fig. 2 – Barômetro que informa a pressão
todas as substâncias participantes se encontram no estado gasoso: de recipientes fechados em laboratório.
reação direta
aA 1 bB reação inversa
cC 1 dD

[C]c ? [D]d (p )c ? (pD )d


Kc 5 a b
e Kp 5 C a
[A] ? [B] (p A ) ? (pB )b
Da equação de Clapeyron, temos:

P?V5n?R?T ∴ n ?R?T
P5
FRENTE B
V
n
Como 5[ ], então P 5 [ ] ? R ? T.
V
Assim:
QUÍMICA

pC 5 [C] ? R ? T
pD 5 [D] ? R ? T
pA 5 [A] ? R ? T
pB 5 [B] ? R ? T

Equilíbrios químicos I 25
Substituindo essa igualdade na expressão de Kp:
([C] ? R ? T)c ? ([D] ? R ? T)d [C]c ? [D]d ? (R ? T)c ? (R ? T)d
Kp 5 ⇒ K p 5 ⇒
([A] ? R ? T)a ? ([B] ? R ? T)b [A]a ? [B]b ? (R ? T)a ? (R ? T)b
⇒ K p 5 K c ? (R ? T)(c 1 d) 2 (a 1 b)
Portanto:

∆n
Kp 5 Kc ? (R ? T)Δn e Kc 5 Kp ?  1 
R ? T

Δn envolve apenas os coeficientes das substâncias que participam da reação no estado


gasoso:
Δn 5 soma do coeficiente dos produtos – soma do coeficiente dos reagentes

Vamos ver um exemplo de como podemos aplicar essa relação? Imagine que em um recipiente
vazio, cuja capacidade é de 4,0 litros, um químico introduza 20,85 g de PCl5(g) a 127 oC e verifique
que, quando o equilíbrio é estabelecido, a pressão atingida pelo sistema é igual a 1,23 atm:
1 PCl5(g) 1 PCl3(g) 1 1 Cl2(g)
Admitindo que o comportamento do sistema seja o de um gás ideal, podemos calcular a cons-
tante Kc nesse equilíbrio com base no cálculo da pressão parcial do PCl5(g):
m 20,85
nPCl5 5 ⇒ nPCl5 5 ⇒ nPCl5 5 0,1 mol
M 208,5

Dados:
T t
R 5 0,082 atm ? L ? mol21 ? K21; massas molares (g/mol): P 5 31 e Cl 5 35,5; 5 1 273.
K °C

Pela equação de Clapeyron:


P ? V 5 n ? R ? T  ⇒ P ? 4 5 0,1 ? 0,082 ? 400  ⇒ P 5 0,82 atm
Construímos, então, uma tabela com os dados do experimento:

1 PCl5(g) 1 PCl3(g) 1  1 Cl2(g)

I. Pressão parcial no início 0,82 atm zero zero

II. Pressão parcial das substâncias que reagem


p atm p atm p atm
e da que é produzida

III. Pressão parcial no equilíbrio (0,82 2 p) atm p atm p atm

Como Ptotal 5 1,23 atm, temos:


(0,82 – p) 1 p 1 p 5 1,23  ⇒ p 5 1,23 – 0,82  ⇒ p 5 0,41 atm
Então:
pPCl3 ? pCl2 0,41 ? 0,41
Kp 5 ⇒ Kp 5 ⇒ K p 5 0,41
pPCl5 0,41
Como Kp 5 Kc ? (R ? T)Δn e Δn 5 2 2 1, temos:
0,41 5 Kc ? (0,082 ? 400)1  ⇒ Kc 5 1,25 ? 1022

26 Equilíbrios químicos I
A síntese da amônia
A amônia, NH3(g), é um dos principais compostos produzidos pela indústria química. Ocorre na natureza em quantidades bem
pequenas, quase que totalmente como produto da putrefação de materiais orgânicos que contêm nitrogênio, como as proteínas.
A síntese industrial da amônia foi desenvolvida pelo químico alemão Fritz Haber (1868-1934) durante a Primeira Guerra Mundial,
quando o bloqueio naval à Alemanha, imposto pelos ingleses, impediu o acesso alemão às minas de salitre do Chile (nitrato de sódio,
NaNO3(s)), utilizado como fonte de nitratos para a fabricação de fertilizantes e explosivos.
Em busca de uma saída, Haber desenvolveu um processo de síntese, submetendo o gás nitrogênio, obtido do ar atmosférico, e o
gás hidrogênio, obtido da água, à temperatura e à pressão elevadas, produzindo amônia.
1 N2(g) 1 3 H2(g) 2 NH3(g)
ΔH 5 –46,1 kJ/mol
A reação da amônia com oxigênio, catalisada pela platina, leva à produção de ácido nítrico, HNO3(aq). O ácido nítrico, ao ser neutra-
lizado com amônia, produz o nitrato de amônio, que substitui perfeitamente o nitrato de sódio na fabricação de fertilizantes e explosivos.
4 NH3(g) 1 5 O2(g) 4 NO(g) 1 6 H2O(v)
2 NO(g) 1 1 O2(g) 2 NO2(g)
2 NO2(g) 1 1 H2O(v) 1 HNO3(aq) 1 1 HNO2(aq)
1 HNO3(aq) 1 1 NH3(g) 1 NH4NO3(aq)
Carl Bosch (1874-1940) levou esse processo à

FOTOKOSTIC/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
escala industrial. Essa descoberta, utilizada até hoje,
permitiu à Alemanha resistir ao cerco dos aliados
durante a Primeira Guerra Mundial.
Assim, a amônia é utilizada até hoje como
uma matéria-prima básica para a fabricação de
fertilizantes, ureia, ácido nítrico, explosivos, plás-
ticos, fibras e resinas, e a maior parte da amônia
empregada na indústria é fabricada pela síntese
direta a partir dos gases nitrogênio e hidrogênio.

Fig. 3 – Aplicação de
fertilizantes.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

m
Ene-7 (Vunesp) A produção de grafita artificial vem crescendo significativamente, uma vez que grafita natural de boa qualidade para uso
C 5
H-2 industrial é escassa. Em atmosferas ricas em dióxido de carbono, a 1 000 °C, a grafita reage segundo a reação:
C(grafita) 1 CO2(g) F 2 CO(g)
A 1 000 °C, no estado de equilíbrio, as pressões parciais de CO e CO2 são 1,50 atm e 1,25 atm, respectivamente. Calcule o valor da
constante de equilíbrio (Kp) para a reação nessa temperatura.

RESOLUÇÃO:
FRENTE B
[pCO]2
Kp 5
[pCO2 ]
QUÍMICA

(1,50)2
Kp 5
1,25

Kp 5 1,8

Equilíbrios químicos I 27
PARA CONSTRUIR

1 (Unirio-RJ) Os óxidos de nitrogênio desempenham um pa- A alternativa que completa, corretamente, os espaços é: e
m
Ene-7
pel chave na formação de “smog fotoquímico”. A queima de a) endotérmica; 2 atm.
C 5
H-2 combustíveis a alta temperatura é a principal fonte de óxidos b) exotérmica; 2 atm.
de nitrogênio. Quantidades detectáveis de óxido nítrico são c) endotérmica; 7 atm.
produzidos pela reação em equilíbrio: d) exotérmica; 7 atm.
N2(g) 1 O2(g) 2 NO(g); ΔH 5 1 180,8 kJ e) exotérmica; 5 atm.
O aumento de temperatura provoca uma diminuição da constante
Supondo o sistema em equilíbrio e que numa determinada de equilíbrio. Isso indica que a reação, no sentido em que o N2O4 é
temperatura as pressões parciais dos gases em equilíbrio são formado, é exotérmica.
iguais a: pNO 5 0,1 atm; pN 5 0,2 atm; pO 5 0,01 atm, indique pN2O4
2 2 Kp 5
(pNO2 )2
o valor correto da constante de equilíbrio (KP). c
a) 0,2 A 293 K: 10,0
pN O
b) 4 ∴ 10,0 5 2 42 ⇒ pN O 5 5,0 atm
0,71 2 4
c) 5
d) 40
e) 50
2
pNO
Kp 5
pN2 ? pO2

Kp 5
0,12 3 (Uepa) Até o início do século XX, a principal fonte natural de
0,2 ? 0,01
m
Ene-5
compostos nitrogenados era o NaNO3 (salitre do Chile), que
Kp 5 5 C 7
H-1 resultava da transformação de excrementos de aves mari-
nhas em regiões de clima seco, como acontece no Chile. O
salitre natural não seria suficiente para suprir a necessidade
atual de compostos nitrogenados. Assim, a síntese do amo-
níaco, descrita abaixo, solucionou o problema da produção
2 (Furg-RS) Para a reação
de salitre:
m
Ene-7
C 5
2 NO2(g) N2O4(g)
H-2 N2(g) 1 3 H2(g) 2 NH3(g)
o gráfico abaixo mostra a variação da sua constante de equi-
líbrio Kp com a temperatura absoluta. Considerando que, em um sistema, a mistura dos gases tem
pressões parciais de 0,01 atm, 0,1 atm e 0,5 atm para o NH3,
H2 e N2, respectivamente, em altas temperaturas, o valor de
26,3
Kp é igual a: c
a) 0,15.
22,2 b) 0,18.
c) 0,20.
Kp 18,2
d) 0,24.
14,1 e) 0,25.
(pNH3 )2
Kp 5
10,0 (pN2 ) ? (pH2 )3

5,9 (0,01)2
Kp 5
280 285 290 293 295 300 (0,5) ? (0,1)3
Kp 5 0,20
T (K)

À temperatura de 293 K, encontrou-se que a pressão de equi-


líbrio do NO2(g) era de 0,71 atm. Baseado nestas informações,
pode-se afirmar que a reação considerada é e
o valor da pressão de equilíbrio do N2O4(g) à 293 K vale apro-
ximadamente .

28 Equilíbrios químicos I
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA

Observações:
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR
Kp 5 constante de equilíbrio em termos de pressões parciais.
Kc 5 constante de equilíbrio em termos de concentração.
1 (Fuvest-SP) No gráfico estão os valores das pressões parciais
de NO2 e de N2O4 para diferentes misturas desses dois gases, Kp
m
Ene-7
C 4 3 (Cesgranrio-RJ) Assinale, entre as opções abaixo, a razão
H-2 quando, à determinada temperatura, é atingido o equilíbrio: Kc
m
Ene-7
relativas à reação:
C 4
m 2 NO2(g) N2O4(g) H-2
Ene-6
C 5
2 NaHCO3(s) Na2CO3(s) 1 CO2(g) 1 H2O(g)
H-2
a) 1.
8,0
b) 2.
Pressão de H2O4 (atm)

6,0 c) RT.
d) (RT)2.
4,0 e) (RT)3.

2,0 PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
0
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1 (Vunesp) Bicarbonato de sódio sólido é usado como fermen-
Pressão de NO2 (atm) m
Ene-7
to químico porque se decompõe termicamente formando
C 5
H-2 gás carbônico, de acordo com a reação representada pela
Com os dados desse gráfico, pode-se calcular o valor da equação química:
constante (Kp) do equilíbrio atingido, naquela temperatura.
Seu valor numérico é próximo de: 2 NaHCO3(s) Na2CO3(s) 1 CO2(g) 1 H2O(g)
a) 1. a) Escrever a expressão matemática para a constante de
b) 2. equilíbrio expressa em termos de concentração (Kc).
c) 4. b) A constante de equilíbrio, expressa em termos de pres-
d) 8. sões parciais (Kp), é igual a 0,25, à temperatura de 125 °C,
e) 12. quando as pressões parciais são medidas em atmosferas.
Calcule as pressões parciais de CO2 e H2O quando o equi-
2 (UEL-PR) Dentre os equilíbrios químicos líbrio for estabelecido nessa temperatura.
m
Ene-7 I. N2(g) 1 3 H2(g) 2 NH3(g)
C 4
H-2
2 (Unimep-SP) O valor de Kp para o equilíbrio:
II. N2O4(g) 2 NO2(g)
m
III. PCl3(g) 1 Cl2(g) PCl5(g) Ene-7
C 4
2 SO2(g) 1 O2(g) 2 SO3(g)
H2
-
IV. H2(g) 1 I2(g) 2 HI(g) é 2,8 ? 10 a 10 K.
2 3

V. NO(g) 1 2 H2(g) N2(g) 1 2 H2O(g) O valor de Kc nessa temperatura será aproximadamente


aquele com Kp 5 Kc é: igual a:
a) I. a) 5,6 ? 105.
b) II. b) 2,8 ? 106.
c) III. c) 3,6 ? 103.
d) IV. d) 8,2 ? 102.
e) V. e) 2,3 ? 104.

ANOTAÇÕES

FRENTE B
QUÍMICA

Equilíbrios químicos I 29
CAPÍTULO

5 Cálculo do grau de
equilíbrio – a

Objetivos: Denomina-se grau de equilíbrio aeq de uma reação química em relação a um reagente o quociente
entre a quantidade de matéria consumida desse reagente e a quantidade de matéria que havia no início.
c Conceituar grau de
equilíbrio de uma Quantidade de matéria consumida de um reagente
reação. α eq 5
Quantidade de matéria inicial desse reagente
c Determinar o grau
de equilíbrio de um Para reações do tipo:
sistema químico.
AB(g) A(g) 1 B(g),
denominadas reações de dissociação, define-se o grau de dissociação (a):

Quantidade de matéria que sofreu dissociação


α5
Quantidade de matéria inicial

Analogamente ao grau de ionização de ácidos e de dissociação de bases (vistos no Módulo


"Polaridade, forças intermoleculares e Química inorgânica"), o grau de dissociação é um número puro
(adimensional), cujo valor está compreendido entre 0 e 1, e que pode ser expresso em porcentagem:
0% , a% , 100%
Enquanto a constante de equilíbrio K de uma reação química depende apenas da temperatura, o
grau de equilíbrio, a, depende da temperatura e das concentrações em quantidade de matéria das subs-
tâncias participantes da reação e da pressão – quando houver pelo menos uma substância na fase gasosa.
Veremos agora alguns exemplos práticos de cálculos experimentais envolvendo o grau de equi-
líbrio ou grau de dissociação a e as constantes de equilíbrio Kc e Kp .

CÁLCULO DO GRAU DE DISSOCIAÇÃO aeq


Considere o seguinte experimento: aqueceu-se em um recipiente fechado 0,80 mol de iodeto
de hidrogênio, HI(g), de modo a decompô-lo em gás hidrogênio, H2(g), e gás iodo, I2(g).
À temperatura de 500 °C, o equilíbrio químico foi atingido e verificou-se a presença de 0,30 mol
de gás iodo no sistema.
Para determinar o grau de equilíbrio do iodeto de hidrogênio nessas condições, devemos ini-
cialmente construir uma tabela com os dados do experimento:

2 HI(g) 1 H2(g) 1 1 I2(g)


I. Quantidade de matéria no início 0,80 mol zero zero
II. Quantidade de matéria que sofre dissociação 0,60 mol 0,30 mol 0,30 mol
III. Quantidade de matéria que permanece no equilíbrio 0,20 mol 0,30 mol 0,30 mol

Então:
Quantidade de matéria dissociada 0,60
α eq 5 α eq 5
Quantidade de matéria inicial 0,80
⇒ aeq 5 0,75 ou ⇒ aeq% 5 75%

30 Equilíbrios químicos I
EXERCÍCIO RESOLVIDO
m
Ene-7 Um químico adicionou 10 mol de trióxido de enxofre, SO3(g), RESOLUÇÃO:
C 4
H-2
em um reator previamente evacuado. No reator, o SO3(g) so- A quantidade de matéria de SO3(g) que reage até que o equilíbrio
freu dissociação produzindo SO2(g) e O2(g), conforme a rea- seja estabelecido é a quantidade de matéria de SO3(g) inicial me-
ção abaixo: nos a quantidade de matéria de SO3(g) encontrada no equilíbrio.
Quantidade de matéria de SO3(g) que reage:
2 SO3(g) 2 SO2(g) 1 O2(g)
10 mol 2 3,5 mol 5 6,5 mol
Quando o equilíbrio químico foi atingido em determinada Grau de equilíbrio:
temperatura T constante, o químico observou que no reator
havia 3,5 mol de SO3(g) em equilíbrio com SO2(g) e O2(g). a 5 Quantidade de matéria que sofreu dissociação
Quantidade de matéria inicial
Em relação a esse experimento, explique como o químico de- 6,5mol
veria proceder para calcular o grau de equilíbrio, aeq, da reação. a 5 10 mol 5 0,65

PARA CONSTRUIR

1 (FEI-SP) 3,4 g de NH3(g) (17 g/mol) são aquecidos a 727 °C significativas em atmosferas poluídas, são bastante reativos
m num recipiente indeformável de 0,82 L. nesse meio e apresentam propriedades toxicológicas im-
Ene-7
C 4
H-2
portantes, sendo que o NO2 é muito mais tóxico que o NO.
Estabelecendo o equilíbrio, verifica-se que a pressão total no
Em nível ambiental, esses compostos participam da forma-
sistema é 21,2 atm.
ção do smog fotoquímico, contribuem para o aumento da
2 NH3(g) N2(g) 1 3 H2(g) concentração do ozônio troposférico e para a diminuição
O grau de dissociação térmica do NH3(g) nas condições aci- dessa concentração em nível estratosférico, interferindo as-
ma é aproximadamente: b sim no aquecimento da superfície terrestre.
a) 12%.
b) 6%. Os níveis atmosféricos de NO2 observados em am-
c) 18%. bientes externos urbanos variam com a hora do dia, com
d) 24%. a estação do ano, com a proximidade e natureza das fontes
e) 90%. locais de poluição e com fatores meteorológicos. Em geral,
Pressão inicial de NH3, em atm: as concentrações máximas ocorrem duas vezes por dia, em
P ?V 5 n ? R ?T horários matinais e vespertinos, e são atribuídas às emis-
P ? 0,82 5
3,4
? 0,082 ? 1 000 sões provenientes do tráfego de veículos. [...]
17 KURIYAMA, G. S.; MOREIRA, J. C.; SILVA, C. R. S.
P 5 20 atm
Exposição ocupacional ao dióxido de nitrogênio (NO2) em policiais
2 NH3(g) N2(g) 1 3 H2(g) de trânsito na cidade do Rio de Janeiro. Cad. Saúde Pública.
Rio de Janeiro, v. 13, n. 4, out. 1997. p. 677-83.
Proporção estequiométrica 2 1 3 Disponível em: <www.scielo.br/pdf/csp/v13n4/0151.pdf>.
Acesso em: 19 mar. 2015.
Início 20 atm
Num recipiente apropriado colocou-se 0,4 mol de NO2(g).
Reagem e formam 20 ? a 10 ? a 30 ? a Uma vez estabelecido o equilíbrio constatou-se a presença
Equilíbrio 20 2 20 ? a 10 a 30 a de 0,08 mol de NO2(g).
Pressão total do sistema 5 21,2 atm ∴ a) Equacione a reação de decomposição do NO2(g).
20 2 20a 1 10a 1 30a 5 21,2 b) Determine o grau de equilíbrio do NO2(g).
a 5 0,06 a) 2 NO2(g) 2 NO(g) 1 O2(g)
FRENTE B
a% 5 6,0% Quantidade de matéria que sofreu dissociação
b) a 5
Quantidade de matéria inicial
0,08 mol
 a 5
2 Os óxidos de nitrogênio são normalmente encontrados nos 0,4 mol
QUÍMICA

a 5 0,2
gases de exaustão de processos envolvendo a queima de
m
Ene-7 a% 5 20%
C 6
combustíveis fósseis e, dentre eles, o NO e o NO2 são consi-
H-2
derados os de maior importância ambiental/toxicológica na
baixa troposfera. Ambos estão presentes em concentrações

Equilíbrios químicos I 31
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA

PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 (PUC-SP) O gás incolor N2O4 foi aprisionado em um frasco fe- 1 Os catalisadores usados em automóveis visam diminuir a
m
Ene-5
chado sob temperatura constante. Em seguida, observou-se m
Ene-2
liberação de gases tóxicos para a atmosfera, provenientes
C 7 C 6
H-1 o aparecimento de uma coloração castanha no interior do H- da queima incompleta do combustível. Entre os gases libe-
tubo, atribuída à reação de dissociação do N2O4, com a for- rados estão os óxidos de nitrogênio, NOx, e o monóxido de
mação do gás NO2. carbono CO. Uma das reações que ocorre nos catalisadores é:
N2O4(g) 2 NO2(g) 2 CO(g) 1 2 NO(g) 2 CO2(g) 1 N2(g) ΔH , 0
O acompanhamento das concentrações das substâncias en-
que, embora seja espontânea, é muito lenta.
volvidas no equilíbrio está representado no gráfico a seguir.
Para acelerar a reação, a mistura gasosa passa por condutores
0,13
0,12 de cerâmica impregnados de óxido de alumínio, Al2O3, e uma
0,11 [NO2] liga de paládio e ródio.
Concentração (mol ? L21)

0,10
0,09 Em relação a esse equilíbrio, responda aos itens abaixo.
0,08 Dado: R 5 0,082 atm ? L ? K21 ? mol21.
0,07
0,06
0,05
a) Em um recipiente de 10 L a 27 °C foram colocados 5 mol
0,04 de CO(g) e 2 mol de NO(g). O equilíbrio foi estabelecido
0,03 [N2O4]
0,02
quando 90% de NO(g) reagiu.
0,01
0,00 Qual é a pressão parcial de cada gás no sistema em equi-
0 20 40 60 80 100 líbrio?
Tempo (s)
b) Calcule a constante de equilíbrio em função das pressões
Sobre o sistema, foram feitas as seguintes afirmações: parciais.
I. Nas condições do experimento, a extensão da reação de
dissociação é de 60%. c) Calcule a constante de equilíbrio em função das concen-
II. Nas condições do experimento, Kc 5 0,36, no sentido da trações.
formação do gás NO2.
2 O tetróxido de dinitrogênio se decompõe em dióxido de ni-
III. O equilíbrio foi atingido entre 20 e 30 segundos após o
m
Ene-7
trogênio gasoso. Essa transformação, depois de algum tem-
início do experimento. C 4
H-2 po, atinge o equilíbrio, que pode ser representada por:
IV. Se a concentração inicial de N2O4 no frasco fechado fosse de
0,04 mol/L, nas mesmas condições de temperatura e pres- N2O4(g) 2 NO2(g)
são do experimento realizado, não haveria formação de NO2.
Admita que no início foi colocado para reagir 1,0 mol de te-
Estão corretas somente as afirmações:
tróxido de dinitrogênio. Ao atingir o equilíbrio, constatou-se
a) I e II.
que a pressão dos gases a 27 °C num recipiente de 10 L era
b) I e III.
de 3,0 atm.
c) II e III.
d) II e IV. Dado: R 5 0,082 atm ? L ? K21 ? mol21.
e) III e IV. Com base nesses dados, determine o grau de equilíbrio.

2 (Fesp) O composto A2B4(g) dissocia-se a 200 oC em AB2(g) ANOTAÇÕES


m
Ene-7
exclusivamente com um Kc 5 14. Colocando-se 1 mol de
C 4
H-2 A2B4(g) em um recipiente de 1 litro e aquecendo-se a 200 oC,
após atingir o equilíbrio, a porcentagem de A2B4(g) dissocia-
da é aproximadamente igual a:
a) 60%.
b) 81%.
c) 40%.
d) 85%.
e) 45%.

32 Equilíbrios químicos I
CAPÍTULO

6
Cálculo de Kp e Kc a partir do
grau de equilíbrio

Objetivos: Considere agora que a uma temperatura constante de 1 000 oC, um químico aqueceu 1,2 mol
de gás trióxido de enxofre, SO3(g), em um recipiente fechado de capacidade igual a 5 litros. Atingido
c Determinar as
o equilíbrio, ele observou que o grau de dissociação do trióxido de enxofre a gás dióxido de enxofre,
concentrações, em
SO2(g), e gás oxigênio, O2(g), foi de 65%.
quantidade de matéria,
Dado: R 5 0,082 (atm ? L ? mol21 ? K21), para calcular o valor de Kc e de Kp dessa reação, deve-
de reagentes e de
produtos, a partir de
mos observar que se:
suas concentrações Quantidade de matéria dissociada
a eq 5
iniciais e do grau de Quantidade de matéria inicial
equilíbrio.
Então:
c Compreender como se Quantidade de matéria dissociada 5 a ? Quantidade de matéria inicial
calculam as pressões
Vamos então construir uma tabela com os dados do experimento:
de reagentes e de
produtos no estado
gasoso a partir de suas 2 SO3(g) 2 SO2(g) 1 1 O2(g)
pressões iniciais e do
grau de equilíbrio. I. Quantidade de matéria no
1,2 mol zero zero
início
c Calcular as constantes
de equilíbrio Kp e Kc de II. Quantidade de matéria que
1,2 ? 0,65 mol 5 0,78 mol 0,78 mol 0,39 mol
sistemas que tiveram sofre dissociação
as concentrações das
substâncias envolvidas III. Quantidade de matéria que
0,42 mol 0,78 mol 0,39 mol
determinadas por meio permanece no equilíbrio
do grau de equilíbrio.
IV. Concentração em quantidade 0,42 0,78 0,39
5 0,084 mol ? L21 5 0,156 mol ? L21 5 0,078 mol ? L21
de matéria no equilíbrio 5 5 5

A expressão de Kc para a reação de dissociação do SO3(g) é:

[SO2 ]2 ? [O2 ]
Kc 5
[SO3 ]2
(0,156)2 ? (0,078)
Kc 5 K c . 0,269 (mol/L)
(0,084)2

Para calcular a constante em termos de pressão parcial Kp, podemos usar a relação: Kp 5 Kc ? (R ? T)Δn,
lembrando que Δn é calculado por: FRENTE B
Δn 5 S coeficientes dos produtos 2 S coeficientes dos reagentes ⇒
⇒ Δn 5 (2 1 1) 2 (2) ⇒ Δn 5 1
QUÍMICA

E que devemos converter a temperatura de oC para K:


T t T T
5 1 273 ⇒ 5 1 000 1 273 ⇒ 5 1 273 K
K °C K K
Logo: Kp 5 KC ? (R ? T)Δn ⇒ Kp 5 0,269 ? (0,082 ? 1 273)1 ⇒
⇒ Kp 5 0,269 ? 104,386 ⇒ Kp . 28 atm

Equilíbrios químicos I 33
EXERCÍCIO RESOLVIDO
m
Ene-5 (Fatec-SP) Em um recipiente de 1,0 L de capacidade, manti- As informações fornecidas permitem concluir que o valor da
C 7
H1
-
do à temperatura T, introduz-se 1 mol do gás A, incolor, que constante Kc desse equilíbrio à temperatura T é:
se transforma no gás B, castanho, estabelecendo-se, após al- a) 0,27. b) 1,8. c) 2,4. d) 3,6. e) 16.
gum tempo, o equilíbrio representado pela equação
A(g) 2 B(g) RESOLUÇÃO:
O gráfico a seguir mostra como varia a concentração do gás A(g) 2 B(g)
A em função do tempo. Proporção estequiométrica 1 mol 2 mol
[A] Início 1 mol
mol/L1
1 Reagem e formam 0,6 mol 1,2 mol
0,8 Equilíbrio 0,4 mol 1,2 mol
2
0,6 K c 5 [B]
[A]
0,4
1,22
Kc 5
0,2 0, 4
Kc 5 3,6
0 2 4 6 8 10 12 14 Tempo (s) Alternativa d.

PARA CONSTRUIR

1 (Faap-SP) Sob determinadas condições, um mol de HI gasoso 2 Um flavorizante artificial que tem sabor próximo ao de ma-
m
Ene-7
encontra-se 20% dissociado em H2 e I2, segundo a equação m
Ene-7
çãs, o acetato de etila, pode ser formado pela reação equa-
C 4 C 5
H-2 de reação: H-2 cionada abaixo:
2 HI(g) H2(g) 1 I2(g) C2H4O2 1 C2H6O C4H8O2 1 H2O
O valor da constante de equilíbrio da reação (em termos de Para a obtenção do flavorizante de maçã, utilizou-se 1 mol
concentrações) é, aproximadamente, igual a: e de cada reagente. O equilíbrio foi atingido depois de algum
a) 1,25 ? 10−1. tempo (grau de equilíbrio 66%). Determine o valor da cons-
b) 2,5 ? 10−1. tante de equilíbrio.
c) 4. C2H4O2 1 C2H6O C4H8O2 1 H 2O
d) 80.
Proporção este- 1,00 mol 1,00 mol 1,00 mol 1,00 mol
e) 1,56 ? 10−2. quiométrica
2 HI H2(g) 1 I2(g) Início 1,00 mol 1,00 mol
Proporção estequiométrica 2 mol 1 mol 1 mol Reagem e 0,66 mol 0,66 mol 0,66 mol 0,66 mol
Início 1,0 mol formam
Equilíbrio 0,34 mol 0,34 mol 0,66 mol 0,66 mol
Reagem e formam 0,2 mol 0,1 mol 0,1 mol
[C4H8O2 ] ? [H2O]
Kc 5
Equilíbrio 0,8 mol 0,1 mol 0,1 mol [C2H4O2 ] ? [C2H6O]
0,1 mol 0,1 mol 0,66 mol 0,66 mol
? ?
K5 V V V V
( )
2 Kc 5
0,8 0,34 mol 0,34 mol
?
V V V
K 5 0,0156 ⇒ 1,56 ? 10−2 Kc 5 3,8

34 Equilíbrios químicos I
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA

PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 (PUC-RS) Um equilíbrio envolvido na formação da chuva ácida 1 (UFPA) Em um recipiente de 1 L, colocou-se 1,0 mol de PCl5.
m está representado pela equação: Suponha o sistema homogêneo e em temperatura tal que o
Ene-7 m
Ene-7
C 5 C 4
H-2 2 SO2(g) 1 1 O2(g) 2 SO3(g) H-2 PCl5(g) esteja 80% dissociado. A constante de equilíbrio para
Em um recipiente de 1 litro, foram misturados 6 mol de dió- esse sistema é:
xido de enxofre e 5 mol de oxigênio; o número de mol de
PCl5(g) PCl3(g) 1 Cl2(g)
trióxido de enxofre medido foi 4. O valor aproximado da
constante de equilíbrio é: a) 0,48 mol/L.
a) 0,53. b) 0,82 mol/L.
b) 0,66. c) 1,65 mol/L.
c) 0,75. d) 3,20 mol/L.
d) 1,33.
e) 6,40 mol/L.
e) 2,33.

2 (PUC-SP) Em um recipiente fechado estão contidos 495 g de 2 (Uece) Quando se introduzem 2,0 mol de I2 molecular em um
m COCl2 (99 g/mol), à temperatura de 27 °C, apresentando uma m
Ene-7
recipiente de 4,0 L, a 1 200 °C, ocorre dissociação de 40% em
Ene-7 C 4
C 4
H-2 pressão de 1,23 atm. O sistema é aquecido até 327 °C, quan- H-2 átomos de iodo.
do ocorre a reação:
I2(g) 2 I(g)
COCl2(g) CO(g) 1 Cl2(g)
O valor da constante de equilíbrio, Kc, nessa mesma tempera-
Atingindo o equilíbrio, verifica-se a existência de 30% (em
tura, é aproximadamente igual a:
quantidade de matéria) de CO(g) na mistura gasosa formada.
Calcule a constante de equilíbrio da reação acima em termos a) 2,13.
de concentrações na temperatura em que se encontra o b) 1,87.
sistema. c) 0,82.
Dado: R 5 0,082 atm ? L ? mol−1 ? K−1. d) 0,53.

ANOTAÇÕES

FRENTE B
QUÍMICA

Equilíbrios químicos I 35
CAPÍTULO

7 Deslocamento de equilíbrios

Objetivos: O equilíbrio de um sistema pode ser perturbado caso haja uma variação na concentração dos
reagentes ou dos produtos, na pressão ou na temperatura do sistema.
c Identificar os fatores O químico francês Le Chatelier, estudando o comportamento de sistemas em equilíbrio quando
que afetam um sujeitos à variação de um desses três fatores, chegou à seguinte conclusão experimental:
sistema em equilíbrio
químico.
Quando um sistema em equilíbrio sofre uma perturbação, este se desloca no sentido de
c Aprender a determinar anular essa perturbação para voltar ao estado de equilíbrio anterior, ou para criar um novo
o sentido de estado de equilíbrio caso a perturbação sofrida seja a variação de temperatura.
deslocamento de
equilíbrio utilizando o
A indústria química utiliza o conhecimento desse fenômeno para aprimorar a obtenção de
princípio de Le Chatelier.
diversos produtos de grande interesse, como amônia, ácido nítrico ou ácido sulfúrico, minimizando
c Relacionar o conceito as perdas de reagentes e maximizando os lucros.
de deslocamento de No caso das reações reversíveis, a adição de um catalisador aumenta igualmente as taxas de
equilíbrio com alguns desenvolvimento das reações direta e inversa. Assim, o catalisador pode fazer com que o equilíbrio
fatos cotidianos. seja atingido mais rapidamente, mas, como não favorece nenhuma das reações (direta ou inversa),
não pode ser utilizado para favorecer a obtenção de determinado produto em processos industriais.

O catalisador não desloca o equilíbrio de uma reação reversível.

BIOGRAFIA
Henri Louis Le Chatelier
Nascido em Paris, na França, em 1850, filho de um
SPL/LATINSTOCK

grande engenheiro, Louis Le Chatelier foi estudar Ciências


e Engenharia de Minas na Escola Politécnica de Paris.
No período de 1877 a 1898, foi professor de Química
da Escola de Minas de Paris e, em 1908, foi professor titular
da Sorbonne (Universidade de Paris).
Os passos iniciais para a formulação do Terceiro Prin-
cípio da Termodinâmica foram dados por Le Chatelier em
1888, quando procurava descobrir as mudanças que ocor-
rem na energia livre de cada reagente ao participar de uma
reação química.
Durante o período de sua maior atividade, de 1884 a
1890, publicou vários trabalhos sobre equilíbrios químicos,
sobre o comportamento dos materiais a altas temperatu-
ras e sobre a constituição das ligas hidráulicas.
Fig. 1 – Henri Louis Le Chatelier. Trabalhou ainda nas áreas de Química aplicada à me-
talurgia, à metalografia (estrutura dos metais e das ligas), aos cimentos, aos vidros e aos combus-
tíveis, publicando vários livros sobre esses assuntos, sempre mostrando a necessidade da união
entre a Química pura e a Química aplicada na resolução de problemas industriais.
Le Chatelier faleceu na França em 1936.

36 Equilíbrios químicos I
VARIAÇÃO DE CONCENTRAÇÃO
Considere a reação reversível, em equilíbrio químico, entre gás hidrogênio e gás carbônico for-
mando água e monóxido de carbono, feita sob determinada temperatura T constante:
Tddireta
1 H2(g) 1 1 CO2(g) 1 H2O(g) 1 1 CO(g)
Tdinversa

(Tddireta 5 Tdinversa)
[H2O] ? [CO]
sendo Kc 5
[H2] ? [CO2]
Se, por exemplo, aumentarmos a concentração das substâncias H2(g) e/ou CO2(g), o equilíbrio
químico será alterado, e se deslocará no sentido de neutralizar essa perturbação, aumentando a taxa
de desenvolvimento da reação direta. Nesses casos, dizemos que o equilíbrio foi deslocado no sentido
de formação dos produtos: H2O(g) e CO(g).

O aumento da concentração em mol/L de reagentes desloca o equilíbrio no sentido de


formação dos produtos.

Essa alteração é representada na equação da reação química reversível da seguinte maneira:


1 H2(g) 1 1 CO2(g) 1 H2O(g) 1 1 CO(g)
Esse estado de perturbação de equilíbrio vai durar até que o equilíbrio químico seja alcançado
novamente.
Observe o esquema a seguir:

Carbono

Oxigênio

Hidrogênio

Equilíbrio inicial (temperatura T). Perturbação: adição de H2(g) e CO2(g).

Equilíbrio final (temperatura T).

Considerando que o volume do recipiente é constante e que cada molécula no esquema repre-
senta 1 mol de moléculas da substância em equilíbrio, podemos calcular Kc inicial e Kc final:
[H2O] ? [CO]
Kc 5
[H2] ? [CO2]

FRENTE B
1? 1
Kc ⇒ Kc
5 5 0,5
2 ?1
inicial inicial

2?2
Kc 5 ⇒ K c 5 0,5
final 4?2 final
QUÍMICA

Note que o valor de Kc permanece constante no equilíbrio inicial e no equilíbrio final porque o
valor da temperatura permaneceu constante, e o valor de Kc só muda com a temperatura.
Observe que durante a perturbação do equilíbrio:
A reação inversa continua ocorrendo; porém, momentaneamente, com taxa de desenvolvimento
menor que a da reação direta.

Equilíbrios químicos I 37
Imediatamente após cessar a perturbação, o sistema retorna ao estado de equilíbrio anterior de

SPL/LATINSTOCK
modo a manter constante a razão que havia entre as concentrações de produtos e reagentes, já
que, se a temperatura não muda, o valor de Kc também não muda.
Se diminuirmos a concentração das substâncias H2(g) ou CO2(g), o equilíbrio químico será
alterado e se deslocará no sentido de neutralizar a perturbação, que nesse caso será diminuindo a
taxa de desenvolvimento da reação direta. Dizemos, então, que o equilíbrio químico será deslocado
no sentido de formação dos reagentes.

A diminuição da concentração em mol/L de reagentes desloca o equilíbrio no sentido de


formação dos reagentes.

Essa alteração do equilíbrio pode ser representada por:


1 H2(g)  1  1 CO2(g)    1 H2O(g)  1  1 CO(g)
O mesmo ocorre em relação aos produtos H2O(g) e CO(g), ou seja, se aumentarmos a concen-
tração de H2O(g) e/ou de CO(g), a taxa de desenvolvimento da reação inversa vai se tornar maior, e
Fig. 2 – A qualidade do ar é muito o equilíbrio químico será deslocado no sentido de formação dos reagentes.
prejudicada pela presença de monóxido
de carbono, consequência da queima O aumento da concentração em mol/L de produtos desloca o equilíbrio no sentido de
incompleta de combustíveis fósseis.
formação dos reagentes.

Se diminuirmos a concentração de H2O(g) e/ou de CO(g), a taxa de desenvolvimento da reação


inversa vai se tornar menor, e o equilíbrio será deslocado para a direita.

A diminuição da concentração em mol/L de produtos desloca o equilíbrio no sentido de


formação dos produtos.

Em todos os casos, assim que a perturbação cessa, o equilíbrio retorna à situação anterior, e a
constante de equilíbrio Kc permanece constante.
Concluindo:
O aumento da concentração de uma substância que participa de uma reação química em equilí-
brio desloca o equilíbrio no sentido de consumo dessa substância.
A diminuição da concentração dessa substância desloca o equilíbrio no sentido de sua formação.
Mas lembre-se, essas conclusões só são válidas se a temperatura e a pressão do sistema forem
mantidas constantes.

VARIAÇÃO DE PRESSÃO
O efeito da pressão sobre uma reação só pode ser considerado quando substâncias no estado
gasoso participam da reação.
Equilíbrios que envolvem apenas substâncias nos estados líquido e/ou sólido sofrem muito
pouco a influência da variação de pressão.
De modo geral, um aumento da pressão sempre aumenta a taxa de desenvolvimento da reação,
pois provoca uma diminuição no volume e, portanto, um aumento na concen­tração das substâncias.
De acordo com a lei volumétrica de Gay-Lussac, os coeficientes da reação balanceada são
proporcio­nais à quantidade em volume de substâncias no estado gasoso que reagem e que são produzidas.
O enunciado da lei volumétrica de Gay-Lussac ou a lei das proporções volumétricas constantes diz:
“Os volumes das substân­cias gasosas que reagem e que são pro­duzidas nas mesmas condi­­­ções
de temperatura e pressão guar­­­dam entre si uma relação de números inteiros e pequenos”.
Assim, se considerarmos, por exemplo, a seguinte reação em equilíbrio químico, vamos observar
que a reação direta ocorre com contração de volume e a reação inversa ocorre com expansão de volume:
Tddireta
1 PCl3(g) 1 1 Cl2(g)    1 PCl5(g)
Tdinversa
1 volume 1 1 volume 1 volume
2 volumes 1 volume
(Expansão de volume) (Contração de volume)

38 Equilíbrios químicos I
O aumento da pressão de um sistema em equilíbrio favorece sempre a reação que ocorre com
contração de volume.
No exemplo, o aumento de pressão favorece a reação direta:
Tddireta
PCl3(g) 1 1 Cl2(g) 1 PCl5(g)
Tdinversa

O aumento da pressão em um sistema em equilíbrio desloca o equilíbrio no sentido de


contração de volume.

Observe o esquema a seguir:

Fósforo

Cloro

Fig. 3 – A fabricação de medicamentos


pode ser afetada por variações de pressão.

( )
Equilíbrio inicial (P; V; T; Kc).
Equilíbrio final P' 5 3P; V' 5 V ; T; K .
3
Como a temperatura T permaneceu a mesma, o valor de Kc do equilíbrio também permaneceu
o mesmo. Se considerarmos que cada molécula no esquema anterior representa um mol de molé-
culas da substância, teremos:
PCl5 
Kc 5
PCl3  ? Cl2 
2 2
Kc 5 V ⇒ Kc 5 V ⇒ Kc 5V
inicial 3?4 12 inicial 6
V V V2
3 HYWIT DIMYADI/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

V 9
3 V V
Kc 5 ⇒ Kc 5 ⇒ Kc 5
f inal 2 3 54 f inal 6
?
V V V2
3 3
Já a diminuição da pressão de um sistema em equilíbrio favorece a reação que ocorre com
expansão de volume.
No exemplo, a diminuição da pressão favorece a reação inversa:
Tddireta
PCl3(g) 1 1 Cl2(g) Tdinversa
1 PCl5(g)

A diminuição da pressão em um sistema em equilíbrio desloca o equilíbrio no sentido de


expansão de volume.
FRENTE B

Industrialmente, a variação da pressão afeta a fabricação de diversos produtos químicos, por


exemplo, a do ácido sulfúrico, H2SO4(conc.) – usado na fabricação de fertilizantes, filmes, fibras de
QUÍMICA

raiom, medicamentos, corantes, tintas, explosivos, baterias de automóvel, entre outros. Uma das eta-
pas de formação desse ácido consiste na reação do SO2(g) com o gás oxigênio para formar o SO3(g):
2 SO2(g) 1 1 O2(g) 2 SO3(g) ΔH 5 1 22,6 kcal/mol
Como essa reação ocorre com contração de volume, o aumento de pressão favorece a forma-
ção do produto.

Equilíbrios químicos I 39
Observe que, caso não haja contração ou expansão de volume na reação reversível, o aumento
ou a diminuição da pressão não provocará o deslocamento do equilíbrio da reação.
A reação abaixo, por exemplo, não terá seu equilíbrio afetado pela variação da pressão:
Tddireta
1 H2(g) 1 1 Cl2(g)    2 HCl(g)
Tdinversa
2 volumes 2 volumes

VARIAÇÃO DE TEMPERATURA
Sabemos que o aumento de temperatura impli­ca no aumento de energia cinética das substân-
cias reagentes e, portanto, no aumento do número de choques efetivos, o que leva a uma maior taxa
de desenvolvimento da reação.
Assim, numa reação reversível, o aumento de temperatura, de modo geral, eleva as taxas de
desenvolvimento das reações direta e inversa, isto é, faz com que o equilíbrio seja atingido mais
Esquematizando: rapidamente.
Porém, uma vez atingi­do o equilíbrio, ele pode ser des­locado no sentido da reação direta ou
no sentido da reação inversa, por meio de variações de temperatura, desde que dois fatores sejam
considerados:
As reações endotérmicas ocorrem com absorção de energia, enquanto as reações exotérmicas
ocorrem com liberação de energia.
Equilíbrio inicial (temperatura T).
Uma variação na temperatura provoca uma varia­ção da energia total envolvida na reação.
Desse modo, concluímos que o aumento de temperatura eleva a energia total envolvida na
reação e desloca o equilíbrio no sentido da reação endotérmica.
Considere a seguinte reação reversível em equilí­brio químico:
endotérmica
1 N2(g) 1 1 O2(g)  exotérmica
 2 NO(g)  ΔH 5 143,2 kcal

O aumento de temperatura favorece a reação direta, que é endotérmica.


Equilíbrio final (temperatura T’ Þ T).
Tddireta
Neste caso: Kc Þ Kc 1 N2(g) 1 1 O2(g)    2 NO(g)   ΔH 5 143,2 kcal
inicial final Tdinversa

Nitrogênio

O aumento da temperatura em um sistema em equilíbrio desloca o equilíbrio no sentido


Oxigênio
da reação endotérmica.

É o que ocorre, por exemplo, no equilíbrio de formação do gás ozônio, O3(g), em que o aumento
de temperatura, por causa da incidência de radiação ultravioleta sobre moléculas de gás oxigênio,
favorece a formação do ozônio.
E também nas lâmpadas halógenas, em que o aumento de temperatura favorece a reação de
decomposição do iodeto de tungstênio, reconstituindo o tungstênio metálico do filamento.
Já a redução de temperatura diminui a energia total envolvida na reação e desloca o equilíbrio
no sentido da reação exotérmica.
No exemplo, a redução de temperatura favorece a reação inversa, que é exotérmica.
Tddireta
1 N2(g) 1 1 O2(g)  Tdinversa
 2 NO(g)  ΔH 5 143,2 kcal

A diminuição da temperatura em um sistema em equilíbrio desloca o equilíbrio no sentido


da reação exotérmica.

A variação de temperatura em um sistema em equilíbrio químico provoca a mudança no valor


da constante de equilíbrio Kc ou Kp.

40 Equilíbrios químicos I
A tabela a seguir apresenta um resumo dos fatores que deslocam o equilíbrio de um sistema.

Sentido do deslocamento do equilíbrio


Fator
Reação: 1 PCl3(g) 1 1 Cl2(g) 1 PCl5(g) 1 calor

O aumento da concentração em mol/L de reagentes desloca o equilíbrio no sentido de formação dos produtos.
Aumento na concentração
A adição de PCl3(g) ou Cl2(g) desloca o equilíbrio no sentido de formação de PCl5(g).
de reagentes
1 PCl3(g) 1 1 Cl2(g) 1 PCl5(g)

A diminuição da concentração em mol/L de reagentes desloca o equilíbrio no sentido de formação dos reagentes.
Diminuição na concentração
A retirada de PCl3(g) ou Cl2(g) desloca o equilíbrio no sentido de formação de PCl3(g) e Cl2(g).
de reagentes
1 PCl3(g) 1 1 Cl2(g) 1 PCl5(g)

O aumento da concentração em mol/L de produtos desloca o equilíbrio no sentido de formação dos reagentes.
Aumento na concentração
A adição de PCl5(g) desloca o equilíbrio no sentido de formação de PCl3(g) e Cl2(g).
de produtos
1 PCl3(g) 1 1 Cl2(g) 1 PCl5(g)

A diminuição da concentração em mol/L de produtos desloca o equilíbrio no sentido de formação dos produtos.
Diminuição na concentração
A retirada de PCl5(g) desloca o equilíbrio no sentido de formação de PCl5(g).
de produtos
1 PCl3(g) 1 1 Cl2(g) 1 PCl5(g)

O aumento da pressão em um sistema em equilíbrio – envolvendo substâncias no estado gasoso – desloca o equilíbrio no
sentido de contração de volume.
Aumento O aumento da pressão desloca o equilíbrio no sentido de formação de PCl5(g).
da pressão 1 PCl3(g) 1 1 Cl2(g) 1 PCl5(g)

2 volumes 1 volume

A diminuição da pressão em um sistema em equilíbrio – envolvendo substâncias no estado gasoso – desloca o equilíbrio no
sentido de expansão de volume.
Diminuição A diminuição da pressão desloca o equilíbrio no sentido de formação de PCl3(g) e Cl2(g).
da pressão 1 PCl3(g) 1 1 Cl2(g) 1 PCl5(g)
2 volumes 1 volume

O aumento da temperatura em um sistema em equilíbrio desloca o equilíbrio no sentido da reação endotérmica.


Aumento da temperatura O aumento da temperatura desloca o equilíbrio no sentido de formação de PCl3(g) e Cl2(g).
1 PCl3(g) 1 1 Cl2(g) 1 PCl5(g) 1 calor
FRENTE B

A diminuição da temperatura em um sistema em equilíbrio desloca o equilíbrio no sentido da reação exotérmica.


QUÍMICA

Diminuição da temperatura A diminuição da temperatura desloca o equilíbrio no sentido de formação de PCl5(g).


1 PCl3(g) 1 1 Cl2(g) 1 PCl5(g) 1 calor

Equilíbrios químicos I 41
EXERCÍCIO RESOLVIDO
m
Ene-2 ((FMTM-MG) O gás N2O, óxido nitroso, é uma substância que c) I, III e IV.
C 6
H-
apresenta efeito anestésico, podendo ser utilizado no consul- d) II e IV.
tório odontológico. O paciente inala, por meio de uma más- e) III e IV.
cara, uma mistura de até 70% de óxido nitroso em oxigênio.
Quando o gás chega aos pulmões, através dos alvéolos pul- RESOLUÇÃO:
monares, alcança a corrente sanguínea e rapidamente atinge I. A reação indicada no enunciado é endotérmica (ΔH >
o sistema nervoso central, onde o óxido nitroso passa a agir 0). Nesse sistema, com o aumento da temperatura, o
cerca de 5 minutos após ter sido inalado. equilíbrio é deslocado para a direita (formação do óxi-
O óxido nitroso é formado a partir da reação dos gases nitro- do nitroso).
gênio e oxigênio, cujo sistema em equilíbrio é representado II. A adição de O2 faz com que o equilíbrio se desloque para a
pela equação: direita (sentido de formação dos produtos).
2 N2(g) 1 O2(g) 2 N2O(g) ΔH 5 180 kJ/mol III. No equilíbrio, os 3 mols de gases de reagentes leva a for-
Nesse sistema, foram feitas as seguintes alterações: mação do óxido nitroso, 2 mols de gases como produtos.
I. aumento da temperatura; O aumento da pressão desloca o equilíbrio no sentido da
II. adição de O2; formação dos produtos (menor quantidade de matéria no
III. aumento de pressão com redução de volume; estado gasoso).
IV. adição de catalisador. IV. A adição de um catalisador aumenta a taxa de desenvol-
O aumento na concentração do N2O no sistema ocorreu so- vimento da reação, ou seja, faz com que o equilíbrio seja
mente com as alterações: atingido mais rapidamente. Ele não desloca o equilíbrio
a) I, II e III. no sentido de formação de produtos ou reagentes.
b) I, II e IV. Alternativa a.
2. O catalisador aumenta a taxa de desenvolvimento
de uma reação, isto é, faz com que o equilíbrio
seja atingido em menos tempo. O catalisador não
PARA CONSTRUIR desloca o equilíbrio em nenhum sentido.

1 (UEL-PR) O odor de muitas frutas e flores deve-se à presença de ésteres voláteis. Alguns ésteres são utilizados em perfumes, doces
m e chicletes para substituir o aroma de algumas frutas e flores. Como exemplos, podemos citar o acetato de isopentila, que dá o
Ene-7
C 5
H2
- odor característico de banana e o acetato de etila, que dá o odor das rosas. Este último provém da reação entre o ácido acético e
o álcool etílico, como demonstrado na reação à 100 °C.
CH3COOH(l) 1 CH3CH2OH(l) CH3COOCH2CH3(l) 1 H2O(l) Kc 5 3,8
Se as concentrações de CH3COOCH2CH3(l) e H2O(l) forem dobradas em seus valores no equilíbrio, na mesma temperatura, então o
valor de Kc será igual a: b A constante de equilíbrio se man-
a) 7,6. c) 1,9. e) 1,27. tém constante em uma mesma
temperatura. Ela se altera com a
b) 3,8. d) 0,95. variação de temperatura. A adição
de reagentes ou de produtos ape-
2 (UFU-MG) O papel de um catalisador em um equilíbrio químico é: d nas faz o equilíbrio se deslocar e
m
Ene-7 a) aumentar a energia da reação, gerando uma quantidade maior de produto em um menor tempo de reação. mantém invariável
C 5 o valor da constante
H-2 b) alterar o valor da constante de equilíbrio, favorecendo a reação química. de equilíbrio.
c) inverter os produtos pelos reagentes, modificando a velocidade da reação química.
d) diminuir o intervalo de tempo necessário para o estabelecimento do equilíbrio da reação química.

3 (Fatec-SP) O metanol, utilizado como combustível, pode ser obtido pela interação entre monóxido de carbono (CO) e gás hidrogênio (H2):
m
Ene-7 CO(g) 1 2 H2(g) CH3OH(g) 1 92 kJ
C 5
H-2
Para aumentar o rendimento da formação de metanol, o procedimento adequado seria: b
a) aumentar a agitação do sistema. d) diminuir a pressão sobre o sistema.
b) aumentar a concentração de CO(g) no sistema. e) adicionar um catalisador ao sistema.
c) aumentar a temperatura do sistema.

O aumento da concentração de um dos reagentes (CO) fará com que o equilíbrio se desloque no sentido de consumir esse reagente (princípio de
Le Chatelier). Haverá, portanto, aumento do rendimento da formação de metanol.
42 Equilíbrios químicos I
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA

c) em temperaturas altas a produção de amônia é preju-


PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR dicada.
d) valores altos de Kc indicam que, no equilíbrio da reação,
1 (PUC-RJ) Podemos afirmar que o equilíbrio químico da rea- ocorre pequeno consumo de nitrogênio e hidrogênio.
m
Ene-7
ção de obtenção de cloreto de hidrogênio a partir dos gases e) valores altos de Kc indicam que, no equilíbrio da reação, há
C 4
H-2 hidrogênio e cloro, dada abaixo, pode ser deslocado no sen- pouca formação de amônia.
tido da formação do produto pelo seguinte recurso:
H2(g) 1 Cl2(g) 2 HCl(g) PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
a) aumentando-se a pressão do sistema.
b) diminuindo-se a pressão do sistema. 1 (Vunesp) Os corais, animais marinhos encontrados unica-
c) diminuindo-se a pressão parcial de Cl2. m mente em mares tropicais, são dotados de um esqueleto for-
Ene-3
d) aumentando-se a pressão parcial de Cl2. C 8
H- mado por carbonato de cálcio. O carbonato de cálcio é capaz
e) adicionando-se um catalisador ao meio reacional.
de reagir com água e com gás carbônico nela dissolvido para
2 (Ifsul-RS) No antigo Egito, por aquecimento do esterco de ca- formar o sal solúvel bicarbonato de cálcio.
m
Ene-7
melo, era obtido um sal que ficou conhecido como sal amo- a) Escreva a equação balanceada de dissolução do carbona-
C 5
H-2 níaco (NH4Cl), em homenagem ao deus Amon. Na decom- to de cálcio, segundo a reação mencionada, indicando o
posição desse sal, forma-se a amônia (NH3), que é utilizada estado físico de cada reagente.
como matéria-prima para a fabricação de, entre outras coisas, b) Sabendo que a dissolução de dióxido de carbono em
produtos de limpeza, fertilizantes, explosivos, náilon e espu- água é um processo exotérmico, justifique por que não
mas para colchões. A síntese da amônia se dá pelo seguinte existem corais em mares frios.
processo:
2 (FGV-SP) A produção de suínos gera uma quantidade mui-
N2(g) 1 3 H2(g) 2 NH3(g) ΔH 5 −91,8 kJ
m
Ene-3
to grande e controlada de dejetos, que vem sendo empre-
Em relação ao equilíbrio acima, é correto afirmar que: C 8
gada em bioconversores para geração de gás metano. O
H-
a) se aumentarmos a pressão sobre o sistema, diminuiremos metano, por sua vez, pode ser utilizado para obtenção de
o rendimento da reação. gás H2. Em uma reação denominada reforma, o metano
b) se adicionarmos catalisador, deslocaremos o equilíbrio fa- reage com vapor d’água na presença de um catalisador for-
vorecendo a reação direta. mando hidrogênio e dióxido de carbono de acordo com o
c) ao reagirmos 6 mol de gás hidrogênio, produziremos 34 g equilíbrio.
de amônia.
d) a formação de NH3 é favorecida pela diminuição da tem- CH4(g) 1 H2O(g) 3 H2(g) 1 CO2(g) ΔH° . 0
peratura do sistema. O deslocamento do equilíbrio no sentido da formação do H2
é favorecido por:
3 (Cefet-PR) A seguir é indicada uma reação muito utilizada I. aumento da pressão;
m
Ene-5
na indústria química pesada (a síntese da amônia), além da II. adição do catalisador;
C 7
H-1 constante de equilíbrio para algumas temperaturas sob pres- III. aumento da temperatura.
são constante de 100 atm. É correto apenas o que se afirma em:
N2(g) 1 3 H2(g) 2 NH3(g) a) I.
b) I e II.
Temperatura (°C) Kc c) II.
200 6,5 ? 1022 d) II e III.
e) III.
300 1,1 ? 1022
Texto para as questões 3 e 4.
400 6,2 ? 1024 FRENTE B
No mundo atual, são produzidas milhões de toneladas de
500 7,4 ? 1025 compostos nitrogenados, entre os quais os fertilizantes
são os mais importantes pelo papel que desempenham
Com base na tabela pode-se afirmar (em termos de equilí-
QUÍMICA

na produção de alimentos. Esses adubos agrícolas nitroge-


brio) que:
nados são fabricados a partir da amônia, que é produzida
a) em temperaturas baixas a produção de amônia é prejudi-
industrialmente através da síntese de Haber-Bosch, descri-
cada.
ta pela seguinte equação:
b) valores pequenos de Kc indicam que, no equilíbrio da rea-
ção, ocorre grande consumo de nitrogênio e hidrogênio. N2(g) 1 3 H2(g) 2 NH3(g) ΔH 5 2113 kJ/mol

Equilíbrios químicos I 43
3 (UFPB) Considerando a equação e a condição de equilíbrio do sistema, é correto afirmar que o rendimento da produção de amônia:
m
Ene-7
C 4
a) diminui com a remoção de NH3.
H-2
b) aumenta com a elevação da temperatura.
c) aumenta com o aumento da concentração de H2.
d) permanece inalterado com a diminuição da concentração de N2.
e) permanece inalterado com a redução do volume do reator.

4 (UFPB) A variação das concentrações do produto e dos reagentes da síntese de Haber-Bosch, em um reator mantido à temperatura
m
Ene-5
constante, é mostrada no gráfico a seguir.
C 7
H-1

Concentração (mol/L)
X
Y

t1 t2
Tempo (s)

Com base nesse gráfico, é correto afirmar:


a) As curvas X, Y e Z referem-se a NH3, H2 e N2 respectivamente.
b) As curvas X, Y e Z referem-se a H2, NH3 e N2 respectivamente.
c) As curvas X, Y e Z referem-se a N2, NH3 e H2 respectivamente.
d) A concentração do produto, em t1, é maior do que a dos reagentes.
e) O sistema, em t2, está em equilíbrio.

ANOTAÇÕES

44 Equilíbrios químicos I
CAPÍTULO

8 Exercícios sobre
deslocamento de equilíbrio

Objetivos:
EXERCÍCIO RESOLVIDO
c Exercitar a
identificação dos
m
(Ufscar-SP) Em 1912, o químico alemão Fritz Haber desenvolveu um processo para sinteti-
fatores que afetam um Ene-7
C 5
H-2
zar amônia diretamente dos gases nitrogênio e hidrogênio. Esse processo é muito impor-
sistema em equilíbrio
tante economicamente porque a amônia é bastante utilizada, por exemplo, na indústria
químico.
de fertilizantes. Considere a reação em equilíbrio químico num sistema fechado.
c Determinar o sentido N2(g) 1 3 H2(g) 2 NH3(g)
de deslocamento de
Mantendo-se a temperatura constante, algumas modificações podem ser realizadas nes-
equilíbrio utilizando
se sistema:
o princípio de Le
I. introdução de N2(g);
Chatelier.
II. aumento da pressão do sistema;
c Relacionar o conceito III. adição de catalisador.
de deslocamento de As modificações que irão provocar o deslocamento do equilíbrio, favorecendo a forma-
equilíbrio com alguns ção de NH3, são:
fatos cotidianos por a) I e II, apenas.
meio de diferentes b) I e III, apenas.
exercícios. c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

RESOLUÇÃO:
1. O equilíbrio é favorecido no sentido de
formação de produtos quando: I. A adição de N2(g) favorecerá o equilíbrio no sentido em que o N2(g) é consumido
Há o aumento da concentração de (sentido em que a amônia é produzida).
NO(g); II. O aumento de pressão favorece o equilíbrio no sentido em que há o menor número
Há o aumento da concentração de
O2(g);
de moléculas no estado gasoso, a formação da amônia.
Há a diminuição da concentração de III. A adição de um catalisador faz com que o equilíbrio seja atingido em menos tempo.
NO2(g); Não provoca, entretanto, nenhum deslocamento desse equilíbrio.
Há o aumento da temperatura, uma
Alternativa a.
vez que a reação é endotérmica no
sentido da formação de NO2(g);
Há o aumento da pressão, uma vez
que há menor número de moléculas
gasosas do lado do produto da reação. PARA CONSTRUIR

FRENTE B
1 (Uece) O óxido nítrico é um gás incolor que pode resultar de a) adicionar um catalisador.
m uma reação no interior de máquinas de combustão interna e, b) aumentar a pressão.
Ene-3
C 8
H- ao ser resfriado no ar, é convertido em dióxido de nitrogênio, c) elevar a temperatura.
um gás de cor castanha, que irrita os pulmões e diminui a d) retirar oxigênio.
QUÍMICA

resistência às infecções respiratórias, conforme a reação: 2 (UFRGS-RS) Monóxido de carbono e hidrogênio reagem para
2 NO(g) 1 O2(g) 2 NO2(g) ΔH , 0 m formar metano e água, de acordo com o equilíbrio
Ene-7
C 4
Considerando o sistema acima em equilíbrio, é correto afir- H-2 CO(g) 1 3 H2(g) CH4(g) 1 H2O(g) ΔH 5 −206,1 kJ
mar-se que a produção de dióxido de nitrogênio será favore- Esse equilíbrio pode ser deslocado no sentido da formação
cida quando se: b do metano: b
2. Aumentando a pressão sobre o sistema, o equilíbrio é deslocado no sentido da formação dos produtos (sentido em que há menor número de moléculas
no estado gasoso).
Equilíbrios químicos I 45
3. O aumento da umidade faz com que o equilíbrio seja favorecido no sentido de consumo da água e formação de Co(H 2O)6Cl2, de coloração rosa,
deslocando o equilíbrio para a esquerda.
a) utilizando um catalisador adequado. Com relação a esse equilíbrio, assinale a alternativa correta. c
b) aumentando a pressão do sistema. a) A diminuição da temperatura, juntamente com aumento
c) aumentando a temperatura. da umidade, desloca o equilíbrio para a direita, tornando
d) diminuindo a concentração do monóxido de carbono. azul a superfície do objeto.
e) aumentando a concentração do vapor de água. b) O aumento da umidade faz com que a concentração dos
íons cloreto diminua, deslocando, assim, o equilíbrio para
3 (Udesc) Considere a seguinte reação química em equilíbrio: a direita.
m
Ene-2
C 6

Co(H2 O)6 Cl2 1 2 NaCl 
 Na2 CoCl4 1 6 H2 O H.0 c) O aumento da umidade do ar faz com que o equilíbrio se
H- Rosa Azul
desloque para a esquerda, tornando rosa a cor do objeto.
Esta equação representa a reação química na qual se ba- d) A diminuição da temperatura, mantendo a umidade
seiam alguns objetos decorativos que indicam alteração no constante, torna o objeto azul.
tempo, principalmente com relação a mudanças na umidade e) O aumento da temperatura, mantendo a umidade cons-
relativa do ar. A superfície do objeto é revestida com sais à tante, faz com que haja evaporação da água da superfície
base de cloreto de cobalto II, que apresenta coloração azul. do objeto, tornando-o rosa.

Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA

PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR 2 (Fatec-SP) O gráfico a seguir mostra como varia a constante
m
Ene-6
de equilíbrio (Kc) em função da temperatura para a reação de
C 4
H-2 síntese da amônia.
1 (Ufop-MG) O químico alemão Fritz Haber, em um momento
m
Ene-5
de sorte, encontrou uma maneira econômica de colher o ni- m
Ene-7 Kc
C 7 C 4
H-2 N2(g) 1 3 H2(g) 2 NH3(g)
H-1 trogênio do ar, descobrindo assim uma fonte abundante de
0,30
compostos de interesse para a agricultura, tais como os fer-
tilizantes sintéticos. A produção industrial desses fertilizantes 0,25
depende da amônia como reagente inicial, sendo a mesma
0,20
produzida pela reação em equilíbrio entre os gases nitrogê-
nio e hidrogênio. 0,15
Analisando a figura abaixo, indique a alternativa correta.
0,10
70
300 °C
0,05
60
0,00
% NH3 na mistura

50

40 350 °C
700 750 800 850 900 950 1 000 T (K)
30 450 °C
20 500 °C A respeito dessa transformação química, as seguintes afirma-
10 ções foram feitas:
0 I. a diminuição da temperatura aumenta o rendimento da
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 reação;
Pressão total (atm) II. a elevação da temperatura diminui a velocidade da
reação;
a) A utilização de catalisador altera a temperatura da reação. III. a reação de síntese da amônia é exotérmica;
b) A reação de obtenção da amônia é um processo endo- IV. a elevação da temperatura favorece o consumo de N2 e H2.
térmico, pois o rendimento aumenta com o aumento da
Dessas afirmações, são corretas apenas:
temperatura.
c) A reação de obtenção da amônia é um processo exotér- a) I e II.
mico, pois o rendimento aumenta com a diminuição da b) I e III.
temperatura. c) III e IV.
d) O aumento da pressão não altera o rendimento da reação d) II e III.
de obtenção da amônia. e) II e IV.

46 Equilíbrios químicos I
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR 2 (UFPB) Considere que a reação de produção do metanol é
m
Ene-7
uma reação elementar que ocorre a certa velocidade nas
C 4
Texto para as questões 1 a 3. H-2 CNTP. Se, nessas condições, apenas a concentração de H2 for
O metanol é uma importante matéria-prima da indústria. duplicada, a velocidade dessa reação:
Além disso, é usado como combustível puro ou misturado a) não será alterada.
à gasolina em alguns países, como a China e os Estados Uni- b) será duplicada.
dos. Recentemente, esse álcool vem sendo empregado em c) será quadruplicada.
células de combustível gerando energia para o funciona- d) será reduzida à metade.
mento de notebooks e celulares. e) será triplicada.
A síntese do metanol envolve o seguinte equilíbrio:
CO(g) 1 2 H2(g) CH3OH(g) ΔH , 0 3 (UFPB) A respeito dos fatores que alteram o equilíbrio de uma
reação, o procedimento correto, para aumentar o rendimen-
1 (UFPB) Em um reator de 5 L, são colocados 10 mols de CO e m
Ene-7
C 5
H-2 to da produção do metanol, é:
m
Ene-7
15 mols de H2. Quando a reação atinge o equilíbrio, tem-se a
C 4
H-2 formação de 5 mols de metanol. Considerando que o reator a) remover CO do sistema.
é um sistema fechado, as concentrações de equilíbrio de CO b) comprimir o sistema.
e H2 (em mol/L) são respectivamente: c) diminuir a pressão total do sistema.
a) 1 e 2. c) 2 e 1. e) 2 e 3. d) aumentar a temperatura.
b) 1 e 1. d) 5 e 5. e) adicionar CH3OH ao sistema.

ANOTAÇÕES

FRENTE B
QUÍMICA

Equilíbrios químicos I 47
CAPÍTULO

9 Constante de ionização e
de dissociação

Objetivos: Todo equilíbrio químico que envolve a participação de íons é denominado equilíbrio iônico.
A ionização de um composto covalente na água, formando um ácido, ou a dissociação de uma
c Aprender a representar base em meio aquoso são exemplos de processos reversíveis que dão origem a equilíbrios iônicos.
as equações de
Como, a partir de agora, iremos trabalhar com vários conceitos definidos em Módulos anterio-
ionização dos ácidos
res, vamos iniciar o estudo com uma breve recordação desses conceitos.
e de dissociação das
bases.
FORÇA ÁCIDA E FORÇA BÁSICA
c Conhecer as constantes
Vimos que a ionização é uma reação química na qual ocorre a formação de íons que não
de ionização ou
dissociação, Ka e Kb.
existiam anteriormente; e a dissociação é a separação de íons preexistentes em determinado meio
(geralmente meio aquoso).
c Compreender como se De modo geral, segundo o conceito de Arrhenius, podemos dizer que ácidos são compostos
relaciona os valores covalentes que sofrem ionização em meio aquoso, e bases são compostos iônicos que sofrem dis-
das constantes sociação em meio aquoso.
de ionização ou A força de um ácido e de uma base depende, respectivamente, do grau de ionização, a, do
dissociação, Ka e Kb, ácido ou do grau de dissociação, a, da base, calculado pela expressão:
com a força dos ácidos
e das bases.
Quantidade de matéria ionizada ou dissociada
a5
c Conhecer a relação Quantidade de matéria inicialmente dissolvida
entre grau de ionização
e a força dos ácidos e
bases. Quanto maior o valor de a, mais forte será o ácido ou a base, e vice-versa.
Força de ácidos quanto ao valor de a
Ácido forte: a% > 50%
Ácido moderado: 5% , a% , 50%
Ácido fraco: a% < 5%
Força de bases quanto ao valor de a
Bases fortes: são as bases de metais alcalinos e de alguns metais alcalinoterrosos, como Ca(OH)2 ,
Sr(OH)2 e Ba(OH)2. O a de muitas dessas bases, em geral, é maior do que 50%, podendo chegar
(conforme a temperatura e a diluição) a aproximadamente 100%.
Bases fracas: são as bases dos metais de transição, dos metais das famílias 13, 14 e 15 da tabela
periódica, de alguns metais alcalinoterrosos, como o Mg(OH)2, o NH4OH ou NH3(aq). O a% dessas
bases é, em geral, igual ou inferior a 5%.
Visto isso, podemos iniciar o estudo das constantes de ionização e de dissociação.
DR. TIM EVANS/SPL/LATINSTOCK

Fig. 1 – Modelo da molécula de amônia. Alguns


pesquisadores questionam a existência do hidróxido de
amônio, NH4OH(aq), considerando que o que existe é uma
solução de gás amônia dissolvido em água.

48 Equilíbrios químicos I
Considere, por exemplo, uma reação genérica de ionização de um

MARTYN F. CHILLMAID/SPL/LATINSTOCK
ácido qualquer:
reação direta
HA 1 H2O(l) reação inversa H3O11(aq) 1 A12(aq)
Se HA for um ácido forte, no equilíbrio a concentração de íons
(produto) será maior do que a concentração do ácido (reagente). Po-
rém, se HA for um ácido fraco, a concentração de íons será menor do
que a concentração do ácido.
Como os equilíbrios iônicos ocorrem em soluções (em geral aquo-
sas), a constante de ionização, Ki, é igual à constante de equilíbrio, Kc:
[H3O11 ] ? [A12 ]
Ki 5 K c 5
[HA] ? [H2 O]
Como a atividade da água é igual a 1, e seu valor não interfere no
cálculo da constante de equilíbrio, temos:
[H3O11 ] ? [A12 ]
K c ? [H2 O] 5
[HA]
Considere agora a dissociação de uma base qualquer:
reação direta
COH reação inversa C11(aq) 1 OH12(aq)
Se COH for uma base forte, no equilíbrio a concentração de íons
(produto) será maior do que a concentração de base (reagente). Porém,
se COH for uma base fraca, a concentração de íons será menor do que
a concentração de base. Novamente, como os equilíbrios iônicos ocor-
rem em soluções (em geral aquosas), a constante de dissociação, Kd, é
igual à constante de equilíbrio, Kc: Fig. 2 – Cloreto de hidrogênio gasoso,
11 12 HCl(g), sendo liberado em uma reação
[C ] ? [OH ] química.
Kd 5 Kc 5
[COH]
Em relação aos equilíbrios iônicos, é importante observar que:
Quanto maior o valor de Ka, maior a ionização do ácido e, portanto, maior o valor de a e a sua
força e vice-versa.
Observe os exemplos na tabela a seguir:

Ácido Fórmula a% 1a Ki t/°C Força ácida

Clorídrico HCl(aq) 92,5 1,00 ? 107 25 forte


Sulfúrico H2SO4(aq) 61 4,00 ? 1021 20 forte

Sulfuroso H2SO3(aq) 30 1,66 ? 1022 18 moderado

Fluorídrico HF(aq) 8,5 6,70 ? 1024 25 moderado A constante de ionização


pode ser simbolizada por Ki ou Ka,
Sulfídrico H2S(aq) 0,076 9,10 ? 1028 20 fraco e a constante de dissociação pode
Cianídrico HCN(aq) 0,008 4,79 ? 10210 18 fraco ser simbolizada por Kd ou Kb. FRENTE B

Quanto maior o valor de Kb, maior a dissociação da base e, portanto, maior o valor de a e a sua
força e vice-versa.
QUÍMICA

Os valores de Ka e de Kb, assim como os valores de Kc, só variam com a temperatura.

Quanto maior o valor da constante de ionização Ki ou Ka


ou Kb, maior a força ácida ou básica da substância.

Equilíbrios químicos I 49
POLIÁCIDOS E POLIBASES
Poliácidos são ácidos com mais de um hidrogênio ionizável e polibases são bases que, ao sofre-
rem dissociação, liberam mais de um ânion hidroxila. Como nesses casos as reações de ionização e
de dissociação ocorrem em etapas, para cada etapa são calculados valores de constante de equilíbrio
e de grau de ionização ou de dissociação.
Considere, por exemplo, o ácido genérico, H3A, com três hidrogênios ionizáveis. A ionização
desse ácido ocorrerá segundo as etapas:

1: H3 A 
1 H2O  11
1 H2 A12 (Ki1i1,,,a
(K a11)))
 H3O (K
(K i1 , aa 1)
(K
(K i2 ,,a
i1
a2 ))
1
H2 A12 
 11
HA 22 (K
2: 1 H2O  H3O 1 , a 22)))
a
i2 2
(K i2 ,, a
(K
i2
(Ki3i3 , a
(K a33 )
3: HA 22 
1 H2O 
 H3O
11
1 A 32 (K i3i3 ,,,aa33)))
MOLEKUUL.BE/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

(K
(Kinin , ann))
(K
(K inin ,, aa nn )

H3 A 1 3 H2O 
 3 H3O
11
1 A 32

A etapa 1 parte do H3A, uma molécula neutra. O primeiro hidrogênio é


liberado como um próton, H11, que estabelece uma ligação covalente com
a água. O processo ocorre com certa facilidade.
A etapa 2 parte do H2A12, um ânion monovalente. O segundo hidrogê-
nio é mais difícil de ser liberado, pois existe a atração elétrica entre o ânion
e o próton, H11.
Fig. 3 – O número de hidrogênios A etapa 3 parte do HA22, um ânion bivalente. O terceiro hidrogênio é
ionizáveis não está relacionado à força do muito mais difícil de ser liberado, pois a atração elétrica entre esse ânion e
ácido. O ácido bórico (representado no o próton, H11, é bem mais intensa.
modelo acima), por exemplo, apresenta
três hidrogênios ionizáveis e é um ácido Conclusão:
fraco.

Ki1 . . . Ki2 . . . Ki3 e a1 . . . a2 . . . a3

Sendo:
[H2 A12 ] ? [H3O11 ] [HA 22 ] ? [H3O11 ]
K i1 5 ; K i2 5 ;
[H3 A] [H2 A12 ]
[A 32 ] ? [H3O11 ] [A 32 ] ? [H3O1 1 ]3
K i3 5 e K in 5
[HA 22 ] [H3 A]

prova-se que: Ki1 ? Ki2 ? Ki3 5 Kin; sendo Kin a constante de equilíbrio associada à equação global.
Acompanhe:

[H2 A12 ] ? [H3O11 ] [HA 22 ] ? [H3O11 ] [A 32 ] ? [H3O11 ]


K i1 ? K i2 ? K i3 5 ? ?
[H3 A] [H2 A12 ] [HA 22 ]
[A 32 ] ? [H3O11 ]3
K i1 ? K i2 ? K i3 5
[H3 A]

Ki1 ? Ki2 ? Ki3 5 Kin

Dessa forma, o valor da constante de ionização global de um poliácido ou de dissociação de


uma polibase representa o produto das constantes de ionização ou dissociação de cada etapa indi-
vidual do processo.

50 Equilíbrios químicos I
EXERCÍCIO RESOLVIDO

m
(Vunesp) Considerando o papel do mármore na construção c) o experimento 1 ocorre mais rapidamente que o 4, por-
Ene-5
C 7
H-1
civil, é de suma importância conhecer a resistência desse ma- que a concentração de íons H1 em 1 é maior que no ex-
terial frente a desgastes provenientes de ataques de ácidos perimento 4.
de uso doméstico. Em estudos de reatividade química, foram d) o experimento 4 ocorre mais lentamente que o 5, porque
realizados testes sobre a dissolução do mármore (carbonato quanto maior for a temperatura, menor será a probabi-
de cálcio) utilizando ácidos acético e clorídrico. As concen- lidade de ocorrer colisões efetivas entre os íons dos rea-
trações e os volumes utilizados dos ácidos em todos os ex-
gentes.
perimentos foram iguais a 6 mol/L e 15 mL, respectivamente,
e) o experimento 3 ocorre mais lentamente que o 6, porque
assim como a massa de mármore foi sempre igual a 1 g, va-
riando-se a temperatura de reação e o estado de agregação quanto maior for a concentração dos reagentes, maior
do mármore, conforme a tabela a seguir: será a velocidade de uma reação química.

Estado de RESOLUÇÃO:
Experimento Temperatura
Ácido Ka agregação do
no (°C) Para a resolução desse exercício devemos considerar que:
mármore
Quanto maior a superfície de contato do mármore, maior a
1 Clorídrico 1,0 ? 107 Pó 60
taxa de desenvolvimento da reação, dessa forma, os expe-
2 Clorídrico 1,0 ? 107 Pó 10 rimentos que contêm mármore em pó aconteceram mais
rapidamente.
3 Clorídrico 1,0 ? 107 Pedaço maciço 10
O aumento da temperatura eleva a taxa de desenvolvimen-
4 Acético 1,8 ? 1025 Pó 60 to da reação, pois aumenta a energia cinética das espécies
químicas envolvidas e, consequentemente, o número de co-
5 Acético 1,8 ? 1025 Pó 10
lisões envolvidas.
6 Acético 1,8 ? 1025 Pedaço maciço 10 Quanto maior a constante de ionização, maior a disponibi-
lidade de H1 e maior a taxa de desenvolvimento da reação.
Com relação aos experimentos, pode-se afirmar que: Portanto: Os experimentos 1 e 4 são feitos com o mármore
a) os experimentos 5 e 6 apresentam a mesma velocidade
no mesmo estado de agregação (pó) e sob mesma tempe-
de dissolução do mármore porque a superfície de con-
ratura. O experimento 1 ocorre mais rapidamente porque
tato de um sólido não afeta a velocidade de uma rea-
ção química. utiliza ácido clorídrico (eletrólito mais forte – maior constante
b) o experimento 1 ocorre mais lentamente que o 2, porque de ionização) do que o experimento 4, que é feito com ácido
quanto maior for a temperatura, menor será a velocidade acético (eletrólito fraco – menor constante de ionização).
de uma reação química. Alternativa c.

PARA CONSTRUIR

1 (Udesc – Adaptada) O grau de ionização (a) indica a porcen- 2 A partir dos dados fornecidos na tabela abaixo, coloque os
m tagem das moléculas dissolvidas na água que sofreram ioni- nem ácidos em ordem crescente de força.
Ene-7 E 5
C 4
H-2 zação, sendo que a constante de ionização Ka indica se um CH--17 Quanto maior o valor de Ka,
ácido é forte, moderado ou fraco. Ácido Ka maior a força do ácido.
Partindo desses pressupostos, escolha a alternativa abai-
HF(aq) 6,7 ? 1024 Dessa forma, a ordem
FRENTE B
xo que apresenta a ordem de ionização dos ácidos
HCN (Ka 5 6,1 ? 10210); HF (Ka 5 6,3 ? 1024); CH3COOH (Ka 5 crescente de força ácida é:
H3CCOOH(aq) 1,8 ? 1025
51,8 ? 1025) e HClO4 (Ka 5 39,8): e HCN(aq) , H2CO3(aq) ,
a) HCN . CH3COOH . HF . HClO4. Quanto maior a constante HCN(aq) 4,0 ? 10210 H3CCOOH(aq) , HF(aq) ,
QUÍMICA

b) HClO4 . CH3COOH . HF . HCN. de ionização de um ácido H SO3(aq).


c) HF . CH3COOH . HClO4 . HCN. mais ionizado ele se encon- H2SO3 (1a) 1,7 ? 1022 2

tra em solução.
d) HCN . HClO4 . HF . CH3COOH.
H2CO3 (1a) 4,4 ? 1027
e) HClO4 . HF . CH3COOH . HCN.

Equilíbrios químicos I 51
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA

a) Supondo uma solução equimolar (mesma quantidade de


PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR
matéria) dos dois ácidos, coloque em ordem crescente de
1 (UFMT) Analise a tabela abaixo: abundância os ânions. HCO23 ; CO 322; HC2O24 e C2O22
4
.
b) Qual dos ácidos é mais forte? Justifique.
m
Ene-6
C 4
H-2 Substância Kb / mol/L 2 (UEL-PR) Observe a tabela a seguir:
m m
Ene-7 NH4OH 1,8 ? 10
25 Ene-5
C 4 C 7
H-2 H-1
Ácidos Ka (25 oC)
CH3NH3OH 5,0 ? 1024
Zn(OH)2(aq) 1,2 ? 1027 I Fluorídrico, HF 6,5 ? 1024

H2N NH3OH 9,8 ? 1027 II Benzoico, C6H5 COOH 6,5 ? 1025

Com base nos valores de suas constantes de dissociação, Kb, III Acético, CH3 COOH 1,8 ? 1025
podemos dizer que:
a) o Zn(OH)2(aq) e o H2N NH3OH (hidróxido de hidrazina) IV Propiônico, C2H5 COOH 1,4 ? 1025
têm a mesma força básica.
b) o H2N NH3OH é mais básico que o CH3NH3OH (hidróxi- V Cianídrico, HCN 4,9 ? 10210
do de metilamônio).
c) o hidróxido de metilamônio é a base mais forte. Das soluções aquosas de concentração 0,1 mol/L desses áci-
d) o NH4OH é uma base mais fraca que o Zn(OH)2(aq). dos, a que apresenta maior [H3O1] é:
e) o hidróxido de hidrazina é a base mais forte. a) I.
b) II.
2 (ITA-SP) Numa solução aquosa 0,100 mol/L de um ácido
monocarboxílico, a 25 °C está 3,7% dissociado após o equi- c) III.
m
Ene-7
C 4
líbrio ter sido atingido. Assinale a opção que contém o va- d) IV.
H-2
lor correto da constante de dissociação desse ácido nessa e) V.
temperatura.
3 (UFT-TO) Dentre os conservantes antimicrobianos mais utili-
a) 1,4
b) 1,4 ? 1022 m
Ene-7
zados pela indústria alimentícia figura o benzoato de sódio,
C 4
c) 1,4 ? 1024 H2
- obtido pela reação do ácido benzoico (HC7H5O2) com o hi-
d) 3,7 ? 1022 dróxido de sódio.
e) 3,7 ? 1024 Se uma solução aquosa 0,072 mol/L de ácido benzoico, no
equilíbrio apresenta uma concentração de íons hidrônio
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR [H3O1] de 2,1 ? 10−3 mol/L, qual é o valor de Ka (constante de
ionização ácida) deste ácido?
1 (Fuvest-SP) As constantes de equilíbrio de ionização dos áci-
a) 6,3 ? 1025
m
Ene-7
dos carbônico e oxálico são:
C 5 b) 2,9 ? 1022
H2
-
K1 5 4,3 ? 1027 K1 5 5,9 ? 1022 c) 5,8 ? 1022
H2 CO3 H2 C 2 O4 d) 6,1 ? 1025
K 2 5 7,0 ? 10211 K 2 5 6,4 ? 1025
e) 2,1 ? 1023

ANOTAÇÕES

52 Equilíbrios químicos I
CAPÍTULO

10 Teoria ácido-base de
Brönsted-Lowry

Objetivos: PAR CONJUGADO ÁCIDO-BASE


c Conhecer o conceito Em 1923, trabalhando independentemente, o físico e químico dinamarquês Johannes Nicolaus
de ácido e base de Brönsted (1879-1947) e o químico inglês Thomas Martin Lowry (1874-1936), chegaram coinciden-
Brönsted-Lowry. temente a uma definição de ácido e base que inclui e amplia a teoria de Arrhenius.
Segundo Brönsted e Lowry:
c Relacionar a força de
um ácido com a força
de sua base conjugada Ácido é toda espécie química, íon ou molécula, capaz de doar um próton, H11; e base é
e a força de uma base toda espécie química, íon ou molécula, capaz de receber um próton, H11.
com a força de seu
ácido conjugado. Assim, se tomarmos, por exemplo, a reação de ionização do ácido clorídrico
reação direta
c Relacionar a força HCl(g) 1 H2O(l) H3O11(aq) 1 Cl12(aq)
de um ácido ou de reação inversa
teremos:
uma base com sua
constante de ionização
ou dissociação. Doa próton, H11 Recebe próton, H11

HCl Cl12 H2O H3O11


e
Ácido Base Base Ácido

Recebe próton, H11 Doa próton, H11

As espécies químicas que em uma reação ácido-base de Brönsted-Lowry diferem entre si por
apenas 1 próton, H11, são denominadas par conjugado.
No exemplo acima, as espécies HCl e Cl12 formam um par conjugado ácido-base. O mesmo
ocorre com as espécies H2O e H3O11.

Em um par conjugado, quanto mais forte o ácido, mais fraca a base conjugada e, quanto
mais forte a base, mais fraco o ácido conjugado.

Segundo Brönsted e Lowry, um ácido forte é aquele que doa prótons com facilidade. Sua
base conjugada é fraca, pois apresenta dificuldade em receber novamente o próton para voltar
à forma de ácido.
Da mesma forma, uma base forte é aquela que recebe prótons com facilidade. Seu ácido con-
jugado é fraco, pois apresenta dificuldade em doar novamente o próton para voltar à forma de base. FRENTE B
Desse modo, quando o equilíbrio químico é atingido, a concentração de ácido fraco e de
base fraca será sempre maior do que a concentração dos respectivos pares conjugados (ácido
forte e base forte).
QUÍMICA

Logo, para a reação entre um ácido forte e uma base forte em equilíbrio, como a reação abaixo,
a concentração de produtos é maior do que a concentração de reagentes.
HCl(g) 1 H2O(l) H3O11(aq) 1 Cl12(aq)
Ácido forte Base forte Ácido fraco Base fraca

Equilíbrios químicos I 53
Na teoria de Brönsted-Lowry, as substâncias são classificadas como ácidos ou como bases em
SCIENCEPHOTOS/ALAMY/LATINSTOCK

determinada reação, pois, de acordo com a reação que participam, podem assumir papéis diferentes.
Substâncias que ora se comportam como base e ora se comportam como ácido, dependendo
da substância com a qual estão interagindo, são denominadas anfipróticas. Um exemplo de subs-
tância anfiprótica é a água:
reação direta
NH3(g) 1 H2O(l) NH411(aq) 1 OH12(aq)
reação inversa
Base forte Ácido forte Ácido fraco Base fraca
reação direta
HCl(g) 1 H2O(l) H3O11(aq) 1 Cl12(aq)
reação inversa
Ácido forte Base forte Ácido fraco Base fraca
Note que não há necessidade da presença de água para classificarmos um composto como
ácido ou como base pela teoria de Brönsted-Lowry:

NH3(g) 1 HCl(g) reação direta NH4Cl(s)


reação inversa
Base forte Ácido forte Base fraca Ácido fraco

Fig. 1 – Aerossol sólido de cloreto de


amônio formado dos vapores de amônia
e de cloreto de hidrogênio.

BIOGRAFIA
Thomas Martin Lowry

WIKIPEDIA/WIKIMEDIA COMMONS
Lowry estudou Química no Central Technical College, em Londres, onde trabalhou durante 17
anos como assistente de Henry Edward Armstrong, um conceituado químico que se especializou no
estudo da Química orgânica e no comportamento dos íons em soluções aquosas.
Lowry descreveu, pela primeira vez, em 1898, o fenômeno da mutarrotação (termo elaborado por
ele para expressar a mudança gradativa da rotação ótica até um ponto de equilíbrio que ocorre com
determinados compostos orgânicos).
Em 1906, tornou-se professor de Química no Westminster Training College e, em 1913, passou
a chefiar o Departamento de Química do Guy’s Hospital Medical School.
Em 1923, elaborou a teoria protônica de ácidos e bases de forma simultânea e independen-
temente da elaborada por Brönsted.
Faleceu em 1936 aos 62 anos de idade.
Fig. 2 – Lowry.

BIOGRAFIA
Johannes Nicolaus Brönsted
SPL/LATINSTOCK

Brönsted teve uma infância traumática. Perdeu sua mãe ao nascer, e seu pai, um engenheiro civil,
faleceu quando ele tinha 14 anos.
Apesar dos problemas, formou-se Engenheiro químico na Universidade de Copenhague, obtendo o
grau de Ph.D. em 1908.
Lecionou Química inorgânica e Físico-Química nessa universidade, publicando trabalhos importantes
sobre a determinação de afinidades químicas, de calores específicos e de solubilidades. Trabalhou ainda
com a cinética de reações, principalmente com catalisadores.
Em 1923, apresentou sua teoria protônica de ácido-base.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Brönsted opôs-se ao Partido Nazista e foi eleito para o parla-
mento dinamarquês em 1947, mas ele estava muito doente para ocupar seu cargo político e morreu logo
após a eleição.
Fig. 3 – Brönsted.

54 Equilíbrios químicos I
EXERCÍCIO RESOLVIDO

m
((FGV-SP) A água participa em reações com diversas espécies químicas, o que faz com que ela seja empregada como solvente e
Ene-7
C 4
H-2
reagente; além disso, ela toma parte em muitos processos, formando espécies intermediárias e mais reativas.
I. HNO2 1 H2O NO22 1 H3O1
II. NH3 1 H2O NH14 1 OH2
III. O 1 H2O
22
OH2 1 OH2
De acordo com a teoria de ácidos e bases de Brönsted-Lowry, a classificação correta da água nas equações I, II e III é, respectiva-
mente:
a) base, base e ácido.
b) base, ácido e ácido.
c) base, ácido e base.
d) ácido, base e ácido.
e) ácido, base e base.

RESOLUÇÃO:
Segundo a teoria de Brönsted-Lowry:
Na reação I, a água age como base: receptora de próton (H1).
Na reação II, a água age como ácido: doadora de próton.
Na reação III, a água age como ácido: doadora de próton.
Alternativa b.

PARA CONSTRUIR
Quanto maior o valor de Ka maior a força ácida e, portanto, menor a
1 (Odonto-Diamantina-MG) Tendo em vista a tabela: força básica da base conjugada: CH3COO2 , HCO23 , CN2.
m
Ene-7
C 4
H-2
Ácido H2CO3 CH3COOH HCN
Ka 4,4 ? 1027 1,8 ? 1025 4,0 ? 10210

Coloque os ânions, HCO32, CH3COO2 e CN2 em ordem crescente de força básica. e


a) CN2 . CH3COO2 . HCO23 . d) CH3COO2 . CN2 . HCO32.
b) HCO32 . CN2 . CH3COO2. e) CH3COO2 , HCO23 , CN2.
c) CN2 , HCO32 , CH3COO2.

2 (ITA-SP) Considere as informações seguintes, todas relativas à temperatura de 25 °C.


m
Ene-7
C 5
1. NH14 (aq) NH3(aq) 1 H1(aq) Kc . 10210
H2
-
2. HNO2(aq) H1(aq) 1 NO22 (aq) Kc 5 1024
3. OH2(aq) H1(aq) 1 O22(aq) Kc , 10236
Examinando essas informações, alunos fizeram as seguintes afirmações:
I. OH2 é um ácido muitíssimo fraco.
II. O ânion NO22 é a base conjugada do HNO2.
III. HNO2 é o ácido conjugado da base NO22. FRENTE B

IV. NH14 é um ácido mais fraco do que HNO2.


V. Para NH14 (aq) 1 NO22 NH3(aq) 1 HNO2(aq), devemos ter Kc , 1.
QUÍMICA

Das afirmações acima está(ão) correta(s): a


a) Todas. d) I, II, III e IV.
b) I. e) II e III.
c) I, II e III.

Equilíbrios químicos I 55
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA

b) Dentre as bases conjugadas dos ácidos relacionados, qual


PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR a mais forte?
m O quadro de gota é tão característico que o diagnós-
Ene-1
C 3
H- tico dispensa muitos exames. Geralmente, o paciente acor- PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
da no meio da noite com uma dor lancinante, muito fre-
quente no hálux, o dedão do pé, podendo ocorrer em O sulfeto de hidrogênio é um composto incolor, inflamá-
m
outras articulações. Ele não suporta a colcha em contato Ene-7
C 4 vel, muito tóxico e irritante, que apresenta solubilidade de
com o dedo e, muitas vezes, procura o pronto-socorro no H-2
672 mg/100 mL de água.
meio da noite por não suportar a intensidade da dor. O
dedo ou a articulação comprometida geralmente ficam in- Ele tem cheiro de ovo podre a baixas concentrações, mas ini-
chados e arroxeados devido ao processo inflamatório. be o olfato em concentrações altas.
[...] A temperatura de fusão do H2S é 260,4 °C e a exposição pro-
O diagnóstico do problema é feito através das com- longada a ele pode acarretar perda da sensibilidade ao seu
plicações que ele causa aliadas a um exame de sangue, que odor. A tolerância do sulfeto de hidrogênio é de 8 ppm com
revela os níveis de ácido úrico no organismo. Hiperurice- sintomas mais leves, a partir de 500 ppm leva a inconsciência
mia, ou ácido úrico alto, não é sinônimo de gota. Mesmo
e pode levar a morte.
com níveis de ácido úrico um pouco elevados, muitas pes-
soas jamais terão gota. Com base nas informações do texto acima e em seus conhe-
[...] cimentos de Química, responda às seguintes questões:
LANZOTTI, S. B. Dores fortes nas articulações têm nome: gota.
Disponível em: <http://minhavida.uol.com.br/saude/materias/12163-
a) Qual o estado físico do sulfeto de hidrogênio a 25 °C e
dores-fortes-nas-articulacoes-tem-nome-gota>. Acesso em: 30 abr. 2015. pressão de 1 atm?
a) Com base na tabela abaixo, compare a força do ácido úri- b) Qual a massa de sulfeto de hidrogênio, H2S, em gramas,
co, substância que, em excesso, pode causar gota, com as presente em 400 mL de solução saturada?
forças dos ácidos acético e metanoico.
c) O sulfeto de hidrogênio reage com a água segundo a
Ácido Ka equação: H2S 1 H2O HS2 1 H3O1.
Acético 1,8 ∙ 10−5
Com base no conceito de ácido-base de Brönsted-Lowry,
Metanoico 1,8 ∙ 10−4 identifique, nessa equação, o ácido, a base, o ácido conjugado
Úrico 1,3 ∙ 10−4 e a base conjugada.

ANOTAÇÕES

56 Equilíbrios químicos I
CAPÍTULO

11 Lei da diluição de Ostwald

Objetivos: O químico letão Friedrich Wilhelm Ostwald (1853-1932), estudando os equilíbrios iônicos, de-
duziu a lei conhecida atualmente como lei da diluição de Ostwald:
c Compreender a
relação da constante
de ionização, grau Em uma dada temperatura, à medida que a concentração em quantidade de matéria de
de equilíbrio e um eletrólito (ácido, base, sal) diminui, seu grau de ionização ou de dissociação a aumenta.
concentração em
quantidade de matéria, Se chamarmos a quantidade de matéria ionizada ou dissociada de nd e a quantidade de matéria
pela lei da diluição de inicial de ni, teremos:
Ostwald.
Quantidade de matéria ionizada ou dissociada (nd )
a5
c Calcular a constante de Quantidade de matéria inicial (ni )
equilíbrio, concentração
em mol/L e grau
de ionização dos
nd 5 a ? ni
eletrólitos fracos, por
meio da expressão Considere o eletrólito genérico CA, dissolvido em um volume V de solução:
da lei da diluição de
Ostwald. Quantidades envolvidas 1 CA (s) 1 C11(aq) 1 1 A12(aq)

I. Quantidade de matéria no início n mol zero zero


II. Quantidade de matéria ionizada ou
a ? n mol a ? n mol a ? n mol
dissociada e a que se formou
III. Quantidade de matéria que permanece
n 2 a ? n mol a ? n mol a ? n mol
no equilíbrio
IV. Concentração em quantidade de n 2a ? n a ?n a ?n
Fig. 1 – A diluição é feita pela adição do
mol ? L21 mol ? L21 mol ? L21
matéria no equilíbrio V V V
ácido à água, nunca o contrário.
CHARLES D. WINTERS/PHOTORESEARCHERS/LATINSTOCK

[C11 ] ? [A21 ]
Para o equilíbrio acima: Ki 5 , então:
[CA]
a ?n ? a ?n a2 ? n2
Ki 5 V V Ki 5 V2
n2a ?n n ? (1 2 a)
V V
FRENTE B
2 2
a ? n V a2 ? n
Ki 5 ? K i 5
V2 n ? (1 2 a) V ? (1 2 a)

Mas, como n 5 [ ] mol , então:


QUÍMICA

V L

a2
Ki 5 ?[ ]
(1 2 a)

Equilíbrios químicos I 57
Observando a fórmula ao lado, percebemos que, sendo Ki constante a uma dada temperatura, se
a 2
a concentração em quantidade de matéria do eletrólito fraco, [ ], tender a zero, o produto a2 ? [ ] vai
Ki 5 ?[ ]
(1 2 a) tender a zero. Para manter Ki constante, a diferença (1 2 a) também deve tender a zero, o que vai
ocorrer quando a tender a 1, seu valor máximo.

[ ] → zero; a → 1

Quando trabalhamos com eletrólitos fracos, ou seja, ácidos e bases fracos ou sais pouco solúveis,
como o valor de a é muito pequeno, a diferença (1 2 a) é . 1. Assim, podemos considerar:

Ki 5 a2 ? [ ](eletrólito fraco)

BIOGRAFIA
Wilhelm Ostwald
Wilhelm Ostwald nasceu em Riga, capital da Letônia (país da Europa oriental e integrante
da ex-União Soviética).
Entre 1885 e 1888, Ostwald escreveu e publicou um livro universitário de Química e, em
1887, com Arrhenius e Van’t Hoff, lançou o primeiro número do periódico Zeitschrift für Physi-
kalische Chemie, considerado atualmente o marco do nascimento da Físico-Química.
Os estudiosos do século XIX não admitiam ligação entre a Física e a Química. Por isso, não
conseguiam compreender diversos fenômenos químicos.
A contribuição de Ostwald nesse aspecto possibilitou não só o desenvolvimento teórico
de uma nova disciplina, como também a passagem da Indústria química da fase artesanal em
que se encontrava para uma fase de produção em larga escala, em razão da descoberta de novos
métodos de produção e da possibilidade de dominar os parâmetros físicos das reações químicas,
ou seja, a Físico-Química forneceu os processos necessários para racionalizar a Indústria química.
Ostwald teve alguns problemas em relação à política da Universidade de Riga e acabou
aceitando o convite para lecionar na Universidade de Leipzig, na Alemanha, onde permaneceu
de 1887 a 1906.
Ostwald realizou experimentos sobre o ar líquido, seguidos por investigações a respeito do
fenômeno da catálise, que culminaram com a descoberta, em 1901, da reação de oxidação do
amoníaco para obtenção do ácido nítrico, HNO3.
Esse processo, que apresentou diver-

WIKIPEDIA/WIKIMEDIA COMMONS
sas aplicações práticas, foi imediatamente
explorado em escala industrial.
A indústria ganhou muito dinheiro
com o resultado de suas pesquisas; ele, po-
rém, não ganhou nada, pois não conseguiu
patentear sua descoberta. Em compensa-
ção recebeu, por esse trabalho, o prêmio
Nobel de Química de 1909.
Ostwald publicou ao todo 22 livros e
120 memórias científicas, sem contar inú-
meros artigos em revistas e conferências
universitárias.

Fig. 2 – Wilhelm Ostwald.

58 Equilíbrios químicos I
Síntese do ácido nítrico
O ácido nítrico é um ácido líquido, muito forte (a% . 92% a 20 °C), incolor, com ponto de fusão igual a 242 °C, ponto de ebulição
igual a 86 °C e densidade de aproximadamente 1,52 g/cm3. É comercializado sob a forma de solução aquosa e em altas concentrações
libera gases castanhos de dióxido de mononitrogênio, NO2(g). É a matéria-prima mais utilizada na fabricação de substâncias nitrogenadas,
como os nitratos (sais solúveis em água).
Em laboratório, o ácido nítrico é obtido fazendo-se reagir, a quente, na capela de exaustão, ácido sulfúrico concentrado e nitrato
de sódio (salitre do Chile), que dá origem a duas reações simultâneas:
1 NaNO3(s) 1 1 H2SO4(conc.) *( 1 NaHSO4(aq) 1 1 HNO3(conc.)
1 NaNO3(s) 1 1 NaHSO4(aq) *( 1 Na2SO4(aq) 1 1 HNO3(aq)
A utilização do NaNO3 como matéria-prima para a preparação do ácido nítrico era antieconômica em escala industrial; foi quando
Ostwald desenvolveu um método de preparação desse ácido a partir da amônia, NH3(g), cuja produção em larga escala já havia sido
viabilizada a baixo custo pelo método Haber e Bosch.
Atualmente, o ácido nítrico é obtido na indústria pela oxidação parcial da amônia na presença do oxigênio atmosférico.
A primeira fase do método consiste em aquecer entre 800 °C e 1 000 °C a mistura de NH3(g) e O2(g), em presença de platina
metálica, Pt(s), finamente dividida, que atua como catalisador da reação, produzindo, em uma primeira etapa, monóxido de
nitrogênio, NO(g), e água:
4 NH3(g) 1 5 O2(g) *( 4 NO(g) 1 6 H2O(v)
Em seguida, o NO(g) sofre oxidação, formando dióxido de nitrogênio, NO2(g).
2 NO(g) 1 1 O2(g) *( 2 NO2(g)
Saindo do reator, o gás formado passa a um trocador de calor, onde se resfria e é introduzido em um condensador para reagir
com vapor de água, formando ácido nitroso e ácido nítrico:
2 NO2(g) 1 1 H2O(v) *( 1 HNO2(aq) 1 1 HNO3(aq)
À medida que aumenta a acidez da solução aquosa da mistura de ácido, o ácido nitroso sofre decomposição, produzindo ácido
nítrico, água e monóxido de nitrogênio:
3 HNO2(aq) *( 1 HNO3(aq) 1 2 NO(g) 1 1 H2O(v)
O ácido nítrico é obtido, ao final do processo, sob a forma de solução aquosa com concentração entre 50% e 70% em massa.
Processos posteriores, como a destilação, permitem elevar o teor de ácido nítrico na solução.
De todo o ácido nítrico produzido anualmente, cerca de 70% a 85% dele é destinado à fabricação de nitrato de amônio, NH4NO3(s),
utilizado como fertilizante. Trata-se de uma das sínteses mais importantes da Indústria química, feita a partir da reação entre o ácido
nítrico, HNO3(aq), e o hidróxido de amônio, NH4OH(aq).
Fig. 3 – Fertilizante à base de nitrogênio utilizado em plantação de arroz.

PAUL PRESCOTT/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

FRENTE B
QUÍMICA

Equilíbrios químicos I 59
CÁLCULOS DA CONSTANTE DE IONIZAÇÃO
Os cálculos experimentais envolvendo a constante de ionização ou dissociação Ki ou Kd seguem
um raciocínio semelhante ao que foi visto para o cálculo de Kc.
A diferença é que nesse caso podemos aplicar a lei da diluição de Ostwald na resolução de
proble­mas envolvendo eletrólitos fracos.
Por se tratar de cálculos experimentais, usaremos um exemplo prático para de­monstrá-los.
Considere que um químico precise calcular a concentração de íons hidrônio, [H3O11], em
uma solução de ácido cianídrico com concentração em quantidade de matéria de HCN(aq) igual a
0,1 mol/L sabendo que a solução encontra-se à temperatura constante de 25 °C e apresenta a% igual
a 8,0 ? 1023 % (o ácido cianídrico é um ácido fraco).
Como ele poderia proceder?
E se fosse necessário calcular também o valor da constante de ionização do HCN nessa tem-
peratura? Como ele faria?
O primeiro passo é escrever a reação de ionização do ácido cianídrico, corretamente balanceada:
1 HCN(g) 1 1 H2O(l) 1 H3O11(aq) 1 1 CN12(aq)
Como a reação ocorre na proporção de 1 mol de cada substância participante, é possível con-
cluir que a concentração de íons hidrônio, [H3O11] é igual à concentração de ácido cianídrico, que
efetiva­mente sofreu ionização, [HCN]ionizado.
Como o grau de ionização a do ácido nas condições do problema é conhe­cido, podemos
calcular [H3O11] partindo da expressão:
0,1 mol/L 100% ionizado
[HCN]ionizado 8,0 ? 1023% ionizado
23
[HCN]ionizado 5 8,0 ? 10 ? 0,1 ⇒
100
⇒ [HCN]ionizado 5 8,0 ? 1026 mol/L
[HCN]ionizado 5 [H3O11]  ⇒ [H3O11] 5 8,0 ? 1026 mol/L
Para calcular a constante de ionização (Ki ou Ka), basta aplicar a lei da diluição de Ostwald:
a2 ? [ ]
Ki 5 ; portanto:
(1 2 a)
a2
Ki 5 ? [HCN]inicial
12a
Para eletrólitos fracos, a diferença (1 2 a) é . 1.
Observe que: (1 2 a) 5 (1 2 8,0 ? 1025) ⇒
⇒ (1 2 a) 5 0,99992 . 1, então:

PIOTRWZK/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
Ki 5 a2 ? [HCN]inicial ⇒
⇒ Ki 5 (8,0 ? 1025)2 ? 0,1 ⇒
⇒ Ki 5 6,4 ? 10210 mol/L

Fig. 4 – Campo de concentração em


Auschwitz, na Polônia. O gás utilizado
nas câmaras de gás era o cianeto de
hidrogênio, HCN, que se combina com a
hemoglobina do sangue bloqueando o
transporte de oxigênio pelo corpo.

60 Equilíbrios químicos I
EXERCÍCIO RESOLVIDO

m
O ácido acetilsalicílico é utilizado como princípio ativo em Dado: o valor de Ki do ácido acetilsalicílico é 3,2 ? 1024.
Ene-7
C 5 remédios para dores de cabeça. Trata-se de um monoácido
H-2 RESOLUÇÃO:
orgânico fraco. Calcule a concentração em quantidade de
matéria de uma solução de ácido acetilsalicílico que apre- K 5 a2 ? [ ]
senta em determinada temperatura um grau de dissociação 3,2 ? 1024 5 (5,7 ? 1022)2 ? [ ]
igual a 5,7 ? 1022. [ ] 5 0,098 mol/L

PARA CONSTRUIR

1 (Fameca-SP) Qual o valor de Ka para o HCN, sabendo-se que 3 (Uespi) A fadiga muscular, comum quando se executa um
m
Ene-7
o ácido em solução 0,10 mol/L encontra-se 0,006% ioniza- m
Ene-1
grande esforço físico, é causada pelo acúmulo do ácido lác-
C 4 C 3
H-2 do? d H- tico (HC3H5O3) nas fibras musculares de nosso organismo.
a) 1,2 ? 1024 Considerando que, em uma solução aquosa 0,100 M, temos
b) 3,6 ? 1028 3,7% do ácido láctico dissociado, determine o valor da cons-
c) 3,6 ? 1025 tante de acidez (Ka). b
d) 3,6 ? 10210 Dados de massas atômicas: H 5 1; O 5 16; C 5 12.
e) 6,0 ? 1025 a) 1,0 ? 1021
Como para um ácido fraco, como o HCN, vale a relação: (1 2 a) . 1, b) 1,4 ? 1024
Ka 5 a2 ? [ ] c) 2,7 ? 1022
Ka 5 (6 ? 1025)2 ? 0,1 d) 3,7 ? 1022
Ka 5 3,6 ? 10210
e) 3,7 ? 1023
Nota da autora: A concentração 0,100 M corresponde a
0,100 mol/L.
Ionização do ácido láctico:
HC3H5O3 H1 1 C3H5O23 (aq)
0,100 mol/L 0,100 mol/L 5 0,037
[0,10 2 (0,10 ? 0,037)] mol/L (0,10 ? 0,037) mol/L (0,10 ? 0,037) mol/L
2 O ácido bórico, H3BO3, é um ácido fraco usado em colírios [H1] ? [C3H5O23 ]
Ka 5
m
Ene-7
e como antisséptico. Uma solução de H3BO3(aq) à tempera- [HC3H5O3 ]
C 5
H-2 tura de 20 °C apresenta grau de ionização a% 5 0,075% e (0,10 ? 0,037) ? (0,10 ? 0,037)
Ka 5
constante de ionização, Ka, 5,27 ? 10210 mol/L. A concentra- [0,10 2 (0,10 ? 0,037)]
ção em quantidade de matéria do ácido bórico em solução Ka 5 1,4 ? 1024
na temperatura indicada é: e
a) 9,37 ? 1023.
b) 3,22 ? 1024.
c) 5,47 ? 1025.
d) 1,41 ? 1022.
e) 9,37 ? 1024.
Para eletrólitos fracos, como o ácido bórico: Ka 5 a2 ? [ ]
5,27 ? 10210 5 (0,075 ? 1022)2 ? [ ]
[ ] 5 9,37 ? 1024 mol/L FRENTE B
QUÍMICA

Equilíbrios químicos I 61
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA

Dado: o valor de Ki do CH3COOH é 1,8 ? 1025.


PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR
CH3COOH(l) 1 H2O(l) H3O1(aq) 1 CH3COO2(aq)
a) 3,2 ? 10 , 5,6 ? 10 , 1,8 ? 10 .
21 210 24
1 (UFPA) O grau de dissociação iônica do hidróxido de amô-
b) 3,2 ? 1021, 5,6 ? 1022, 1,3 ? 1021.
m
Ene-7
nio, NH4OH, em solução 2 mol/L, é 0,283% à temperatura
C 4 c) 1,0 ? 1023, 2,4 ? 1025, 1,3 ? 1022.
H-2 de 20 °C.
d) 1,0 ? 1023, 5,6 ? 1022, 1,8 ? 1022.
A constante de ionização da base, nessa temperatura, é e) 1,0 ? 1023, 5,6 ? 10212, 1,7 ? 1024.
igual a:
a) 1,6 ? 1025.
b) 1,0 ? 1023. PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
c) 4,0 ? 1023.
d) 4,0 ? 1022. 1 (UFMG) O hidróxido de amônio, NH4OH(aq), em solução
e) 1,6 ? 1021. m
Ene-7
10−2 mol/L, apresenta grau de dissociação 1% à temperatura
C 5
H2
- ambiente.
2 (UFPI) Qual o grau de dissociação de uma solução de concen-
Sua constante de dissociação valerá, aproximadamente, nes-
m
Ene-7
tração 1 mol/L de ácido acético?
C 5 sa temperatura:
H-2
Dado: o valor de Ki do ácido acético é 1,8 ? 1025.
a) 1022.
a) a% , 0,50%.
b) 106.
b) 0,5% , a% , 1%.
c) 103.
c) 1% , a% , 5%.
d) 1026.
d) 5% , a% , 20%.
e) 1023.
e) a% , 20%.
2 Ao se dissolver 0,1 mol de ácido acético (massa molar igual a
3 Uma amostra de vinagre foi diluída com água até se obter
m
Ene-7
60 g/mol) em água suficiente para completar 1 litro de solu-
m
Ene-7
uma solução com [H3O1] igual a 1023 mol/L. Para essa solu- C 5
C 5 H-2 ção, constata-se que 0,06 grama do ácido acético se ioniza.
H2
- ção, indique: a concentração de ânion acetato, CH3COO2; a
concentração de ácido acético, CH3COOH; e o grau de disso- a) Qual o grau de ionização do ácido nessas condições?
ciação do ácido acético. b) Qual o valor de Ki do ácido nessas condições?

ANOTAÇÕES

62 Equilíbrios químicos I
CAPÍTULO

12 Deslocamento de equilíbrios
iônicos

Objetivos: Como os equilíbrios iônicos geralmente ocorrem em solução (na maior parte das vezes em meio
aquoso), eles praticamente não sofrem deslocamento com a variação de pressão.
c Compreender como Lembre-se de que a variação de pressão só afeta sensivelmente os equilíbrios que envolvem
se processa o
substâncias na fase gasosa.
deslocamento dos
Já o aumento de temperatura favorece mais a reação que ocorre com absorção de calor (endo-
equilíbrios iônicos
térmica), modificando o valor de Ki.
utilizando o princípio
Assim, se considerarmos a temperatura constante, o fator que pode deslocar um equilíbrio
de Le Chatelier.
iônico é a variação nas concentrações dos reagentes e dos produtos.
c Analisar como a Essa variação pode ocorrer de duas maneiras: pela adição de substâncias ou íons que estão em
adição de um ácido equilíbrio ou pela adição de substâncias ou íons que reagem consumindo as espécies que estão
ou uma base a um em equilíbrio.
sistema pode deslocar
o equilíbrio no sentido
de formação dos
ADIÇÃO DE ESPÉCIES QUÍMICAS QUE ESTÃO EM
produtos ou no sentido EQUILÍBRIO
de formação dos Pelo princípio de Le Chatelier, concluímos que o equilíbrio será deslocado no sentido da reação
reagentes. em que a substância ou o íon que foi acrescentado seja consumido, de modo que anule ou minimize
a perturbação sofrida.
Considere a dissolução em meio ácido dos sais cromato de potássio, K2CrO4(s) (solução de cor
amarela), e dicromato de potássio, K2Cr2O7(s) (solução de cor laranja), representada pela equação:
laranja
2 CrO422(aq) 1 2 H3O11(aq) amarelo
1 Cr2O722(aq) 1 3 H2O(l)

Os íons potássio, K11(aq), não foram representados porque eles não interferem no equilíbrio.
[Cr2O22 7
]
Assim, temos: Kc 5
[CrO224
]2 ? [H3O11]2

Ac FRENTE B
rés
FOTOS: STEVE GREEN/
SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

cimo de íon )
s H3O1 (aq
1

Per
turb
a ç ão
QUÍMICA

(Temperatura T) (Temperatura T)

Equilíbrios químicos I 63
Se adicionarmos um ácido, como o clorídrico, HCl(aq), a esse sistema, ele vai se ionizar forman-
do íons hidrônio, H3O11(aq).
1 HCl(aq) 1 1 H2O(l) 1 H3O11(aq) 1 1 Cl12(aq)
O equilíbrio, então, vai se deslocar no sentido da reação direta, de modo que consuma o excesso
de íons H3O11(aq).
Note na figura da página anterior que a coloração final do sistema é diferente da coloração inicial
porque, apesar de KC permanecer constante (a temperatura permaneceu constante), a quantidade
de cada íon no equilíbrio foi alterada.
Os íons cloreto, Cl12(aq), também não interferem no equilíbrio do sistema porque tanto nos
reagentes como nos produtos eles aparecem da mesma forma, Cl12(aq). (Lembre-se de que o ácido
nos reagentes está ionizado.)

ADIÇÃO DE ESPÉCIES QUÍMICAS QUE REAGEM COM


AS QUE ESTÃO EM EQUILÍBRIO
Aplicando o princípio de Le Chatelier, concluímos que o equilíbrio será deslocado no
sentido de formação da substância ou do íon consumido, de modo que anule ou minimize a
perturbação sofrida.
Por exemplo, considere ainda o equilíbrio entre os íons cromato, CrO422 (aq), e dicromato,
Cr2O7 (aq), em meio ácido:
22
laranja
2 CrO422(aq) 1 2 H3O11(aq) amarelo
1 Cr2O22
7
(aq) 1 3 H2O(l)
[Cr2O 7 ]
22

Sendo: Kc 5
[CrO224
]2 ? [H3O11]2
Se adicionarmos uma base como o hidróxido de sódio, NaOH(s), a esse sistema, ela vai se dis-
sociar formando íons hidróxido, OH12(aq).
1 NaOH(s) 1 Na11(aq) 1 1 OH12(aq)
Os íons hidróxido, OH (aq), vão reagir com os íons hidrônio, H3O11(aq), do equilíbrio, forman-
12

do água (neutralização).
1 H3O 11(aq) 1 1 OH12(aq) 2 H2O(l)
O equilíbrio, então, vai se deslocar no sentido da reação inversa, de modo que forme íons
H3O11(aq) consumidos pela base.
Note que os íons sódio, Na11(aq), da mesma forma que os íons potássio, K11(aq), no exemplo
anterior, não foram representados porque não interferem no equilíbrio do sistema.
Observe que, nas duas situações apresentadas, a temperatura foi mantida constante. Por isso:

Ki 5 Ki
inicial final

FOTOS: STEVE GREEN/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

C on
sumo
de íons H3O11 (aq)
P e rt
urbaçã
o

(Temperatura T) (Temperatura T)

64 Equilíbrios químicos I
Fenômenos do cotidiano que envolvem equilíbrios
Equilíbrio químico em lentes fotossensíveis
Lentes fotossensíveis que escurecem ou clareiam conforme a luminosidade local são feitas de um vidro fotocromático que con-
tém cristais de cloreto de prata aprisionados entre os tetraedros de sílica que constituem o vidro, além de uma pequena quantidade
de íons cobre I.
Nesse tipo de lente ocorrem os seguintes equilíbrios:
1o) 2 Ag11 1 2 Cl12 2 Ag0 1 Cl2
Lente clara Lente escura
Quando a luz incide sobre a lente, o equilíbrio se desloca no sentido de formação de prata metálica, e a lente fica escura. Ao mesmo
tempo, os íons Cu11 reagem com o Cl2 regenerando os íons Cl12:
2 ) 2 Cu11 1 Cl2
o
2 Cu21 1 2 Cl12
Longe da exposição direta à luz, a lente volta a ficar clara, pois os íons Cu21 reagem com a prata metálica produzindo íons Ag11:
3 ) 2 Cu21 1 2 Ag0
o
2 Cu11 1 2 Ag11, que se unem aos íons cloreto formando novamente cristais de AgCl, restabelecendo
o primeiro equilíbrio.

Y/OTHER IMAGES
R/ALAM
INGE
D E GG
IL
PH

Fig. 1 – Óculos com lentes


fotossensíveis. A lente da
esquerda não foi exposta à luz
artificial em um teste, e a lente da
direita foi exposta.

Equilíbrio químico nos dentes


O principal constituinte do esmalte dos dentes é a hidroxiapatita, Ca5OH(PO4)3(s). Por estar em meio aquoso (saliva), a hidroxia-
patita entra em equilíbrio de dissociação de seus íons:
Ca5OH(PO4)3(s) 5 Ca21(aq) 1 1 OH12(aq) 1 3 PO432(aq)
O consumo de alimentos ou bebidas ácidas (como refrigerantes) desloca o equilíbrio de dissociação da hidroxiapatita no sentido
direto, fragilizando o esmalte dos dentes. Escovar os dentes com uma pasta alcalina (de pH . 7) desloca o equilíbrio no sentido inverso,
ajudando a torná-los mais resistentes.
Pastas que contêm íons fluoretos, F12, também podem tornar o esmalte dos
dentes mais resistentes porque os íons F12 têm a propriedade de substituir os íons
OH12 na hidroxiapatita, formando fluorapatita, cujo equilíbrio de dissociação não
se desloca no sentido direto tão facilmente na presença de ácidos.
Ca5F(PO4)3(s) 5 Ca21(aq) 1 1 F12(aq) 1 3 PO32 4
(aq)
Isso ocorre porque os ácidos que seriam formados para consumir os íons
F12(aq) (ácido fluorídrico, HF) ou PO432 (ácido fosfórico, H3PO4) são respecti-
PAUL HAKIMATA PHOTOGRAPHY/
SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

vamente forte e semiforte e tendem a permanecer ionizados.

FRENTE B
QUÍMICA

Fig. 2 – Cremes dentais com


íons fluoreto tornam o esmalte
dos dentes mais resistentes.

Equilíbrios químicos I 65
Equilíbrio químico na ingestão de remédios
O ácido acetilsalicílico (AAS) é um medicamento tomado por milhões de pessoas para aliviar as dores (e geralmente sem prescrição
médica, o que é muito perigoso).
E por que é perigoso? Por ser um ácido, o AAS sofre ionização em meio aquoso, estabelecendo o seguinte equilíbrio químico:
HAAS(s) 1 H2O(l) AAS12(aq) 1 H3O11(aq)
Assim, quando se toma um medicamento que contém o AAS com um pouco de água, a maior parte do medicamento encontra-se
na forma ionizada e, na forma de ânion, ela não passa através da camada protetora das paredes do estômago.
Como o estômago é um meio muito ácido, ele desloca o equilíbrio descrito no sentido inverso, reconstituindo a forma neutra do
AAS. Na forma neutra, ele pode atravessar a camada protetora das paredes do estômago, causando hemorragia em algumas pessoas,
o que pode gerar graves consequências.

S
E
AG
IM
LO W
S T O C K/ G
UTTER
/S H
IT Z L

Fig. 3 – O meio muito ácido do estômago desloca


AU K

AN
TI
AS
o equilíbrio de ionização do AAS podendo causar
SEB sérias consequências em alguns indivíduos.

Equilíbrio químico nas cavernas


A formação das estalactites e das estalagmites, como vimos na abertura deste módulo, está relacionada ao equilíbrio químico:
CaCO3(s) 1 CO2(aq) 1 H2O(l) Ca21(aq) 1 2 HCO12 3
(aq)
que depende do efeito da pressão sobre a solubilidade dos gases.
A água subterrânea, submetida a alta pressão, contém uma grande quantidade de gás carbônico, CO2(g), dissolvido. Quando essa
água passa por terrenos que contêm calcário, CaCO3(s), o equilíbrio acima é deslocado no sentido direto de dissolução do calcário.
Mas, quando essa água goteja dentro de uma caverna, onde a pressão é menor, ocorre liberação de CO2(g), e o equilíbrio se desloca
no sentido inverso, de formação de CaCO3(s), que dá origem às estalactites no teto e às estalagmites no chão.

HANGINGPIXELS/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

Fig. 4 – As estalactites
e as estalagmites
são formadas em
razão do equilíbrio
químico estabelecido
nas cavernas.

66 Equilíbrios químicos I
Equilíbrios na previsão de tempo
O cobalto é um metal de transição do grupo 9 da Tabela periódica e, como a maioria dos metais de transição, tem a propriedade
de formar espécies químicas (sais, íons) coloridas. A cor varia conforme o número de coordenação do cátion metálico (número de
ânions que o cercam em um arranjo cristalino) ou o grau de hidratação do sal (número de moléculas de água que o cercam em um
arranjo cristalino).
No íon [CoCl4]22(aq), o número de coordenação do cátion cobalto II é 4.
No íon [Co(H2O)6]21(aq), o número de coordenação do cátion cobalto II é 6.
Assim, por exemplo, dissolvendo-se o cloreto de cobalto II anidro, CoCl2, em solução alcoólica hidratada, verifica-se o estabeleci-
mento do seguinte equilíbrio químico:
Azul Rosa
[CoCl4]22(aq) 1 6 H2O(l) [Co(H2O)6]21(aq) 1 4 Cl12(aq)

A mudança de cor está relacionada ao número de coordenação do íon cobalto II que muda de 4 (no íon tetraclorocobalto II, azul,
cuja estrutura é tetraédrica) para 6 (no íon hexa-aquocobalto II, rosa, cuja estrutura é octaédrica).
No que diz respeito à “previsão do tempo”, o equilíbrio anterior pode ser “perturbado” por uma variação de umidade relativa do
ar ou de temperatura e vai responder de acordo com o princípio de Le Chatelier.
Variação da umidade relativa do ar
Quando a umidade relativa do ar está baixa, ou seja, em tempo seco, a concentração de água na atmosfera é baixa. Nesse caso, o
equilíbrio desloca-se no sentido da reação inversa, de formação do [CoCl4]22(aq), aparecendo a cor azul.
Azul Rosa
[CoCl4]22(aq) 1 6 H2O(l) [Co(H2O)6]21(aq) 1 4 Cl12(aq)
Quando a umidade relativa do ar está alta, ou seja, em tempo úmido, a concentração de água na atmosfera é alta. Nesse caso, o
equilíbrio desloca-se no sentido da reação direta, de formação do [Co(H2O)6]21(aq), aparecendo a cor rosa.
Azul Rosa
[CoCl4]22(aq) 1 6 H2O(l) [Co(H2O)6]21(aq) 1 4 Cl12(aq)
Variação da temperatura
Quando a temperatura aumenta, o equilíbrio desloca-se no sentido da reação endotérmica (que ocorre com absorção de calor),
ou seja, no sentido dos reagentes, formando o [CoCl4]22(aq), aparecendo a cor azul.
Azul exotérmica Rosa
[CoCl4]22(aq) 1 6 H2O(l) endotérmica [Co(H2O)6]21(aq) 1 4 Cl12(aq)
Quando a temperatura diminui, o equilíbrio desloca-se no sentido da reação exotérmica (que ocorre com liberação de calor), ou
seja, no sentido dos produtos, formando o [Co(H2O)6]21(aq), aparecendo a cor rosa.
Azul exotérmica Rosa
[CoCl4]22(aq) 1 6 H2O(l) endotérmica [Co(H2O)6]21(aq) 1 4 Cl12(aq) FOTOS: ALEXANDRE TOKITA-
KA/PULSAR IMAGENS

FRENTE B

Fig. 6 – A cor
Fig. 5 – A cor azul do rosa indica
QUÍMICA

galinho do tempo tempo ruim


indica tempo bom (frio, com
(calor, sem previsão possibilidade de
de chuva). chuva).

Equilíbrios químicos I 67
EXERCÍCIO RESOLVIDO

m
(UPE)
(U II. Dois dos fatores que determinam a estabilidade da apa-
Ene-1
C 3
H- O esmalte do dente é constituído de um material muito tita na presença da saliva são as concentrações dos íons
pouco solúvel em água, cujo principal componente é a hidro- cálcio e fosfato em solução.
xiapatita, Ca5(PO4)3OH. Durante a formação do dente, dentro III. A velocidade da desmineralização pode ser maior que a
do osso, ocorre somente o processo de mineralização, para da mineralização, quando a concentração de ácidos se
que essa substância seja produzida. Quando o dente é expos- torna muito elevada sobre a superfície do esmalte.
to ao meio bucal, a desmineralização passa a ocorrer, ou seja, Está correto apenas o que se afirma em:
uma quantidade muito pequena de hidroxiapatita passa a se a) I. d) I e III.
dissolver. Esse processo de mineralização/desmineralização é b) II. e) II e III.
descrito pela equação mostrada a seguir: c) III.
Ca(PO 4 ) 3 OH(s) 1 H 2 O(l) 5 Ca 21 (aq) 1
1 3 PO4 (aq) 1 OH (aq)
32 2 RESOLUÇÃO:
O pH normal da boca é em torno de 6,8; a desmine- I. Falsa. A hidroxiapatita é um sal hidroxilado e não um óxi-
ralização torna-se predominante a um pH abaixo de 5,5. do básico.
SILVA, R. R. et. al. A química e a conservação dos dentes. II. Verdadeira.
Química Nova na Escola, 13, 3-8, 2001. Adaptado. III. Verdadeira. Concentrações elevadas de ácidos tornam o
Em relação ao processo de mineralização/desmineralização, meio rico em íons H1(aq). Esses íons reagem com OH2(aq)
são feitas as afirmativas a seguir: do equilíbrio favorecendo o equilíbrio no sentido da des-
I. A hidroxiapatita é um óxido básico resistente a grandes mineralização.
variações de pH. Alternativa e.

PARA CONSTRUIR

1 (UFRN) Nutricionistas têm afirmado que alimentos ricos em vores como bigorna, numa referência à base sobre a qual
m ácido oxálico (H2C2O4), como acelga, soja e cacau, dificultam se malham metais.
Ene-1
C 3
a absorção dos íons Ca21 pelo intestino.

T. FALOTICO/ETHOCEBUS PROJECT
H-

Considere a informação acima e o equilíbrio a seguir:


Ca21(aq) 1 C2O422(aq) CaC2O4(s)
Forma Forma
assimilável não assimilável

Esse equilíbrio está relacionado com as formas do cálcio as-


similável pelo intestino humano e com as do não assimilável.
Uma quantidade elevada de alimentos ricos em oxalato difi-
culta a absorção de Ca21 porque: c
a) o ácido oxálico reage com os íons C2O242(aq), deslocando
o equilíbrio para os produtos.
b) o ácido oxálico dissolve o CaC2O4(s), deslocando o equilí-
brio para os reagentes.
c) o aumento da concentração dos íons oxalato (C2O 24 2(aq))
desloca o equilíbrio, aumentando a quantidade de CaC2O4(s). Pesquisa Fapesp. n. 135. Maio 2007. p. 48. Adaptado.
d) o aumento da concentração dos íons (C2O 422(aq)) desloca o
equilíbrio no sentido de aumentar a quantidade de Ca21(aq). As pedras utilizadas como ferramentas pelos macacos po-
dem ser constituídas por minérios, como a siderita (FeCO3). A
2 (PUCC-SP) reação desse minério com ácidos pode resultar num estado
m
Ene-7 O macaco-prego ocorre em ambientes tão variados de equilíbrio representado por:
C 5
H-2quanto a amazônia, o cerrado, a caatinga e a mata atlânti- FeCO3(s) 1 2 H1(aq) Fe21(aq) 1 H2CO3(aq)
ca. Esse animal usa pedras como martelo e troncos de ár- Fe (aq) 1 H2O(l) 1 CO2(g)
21

68 Equilíbrios químicos I
2. A adição de solução de ácido clorídrico faz com que o meio apresente maior concentra- 3. Os íons H11, provenientes do ácido cítrico do limão, reagem com
ção de H1(aq), o que faz com que o equilíbrio seja favorecido no sentido da formação OH1− formando água. A retirada de OH1− faz com que o equilíbrio
de ácido carbônico (H2CO3). O aumento da concentração de ácido carbônico faz com fique favorecido no sentido de sua formação, consumindo parcial-
que o equilíbrio da direita seja favorecido no sentido da formação do gás carbônico. mente H3C NH2(g), substância responsável pelo cheiro de peixe.
Nesse sistema, o equilíbrio se desloca no sentido de produzir Numa das alternativas abaixo, está corretamente explicado o
gás carbônico quando: a porquê dessa diminuição ou saída do odor. Assinale-a. a
a) se adiciona solução de ácido clorídrico. a) Ao colocar gotas de limão, os íons H11 reagiram com os
b) a pressão é aumentada. íons OH1− do sistema, deslocando o equilíbrio para a di-
c) se adiciona água. reita, consequentemente diminuindo a concentração de
d) se adiciona FeCO3. H3C NH2.
e) os íons H1 são neutralizados.
b) O ácido do limão vai tornar a solução mais diluída, expul-
3 (IFPE) O cheiro característico de peixe é proveniente das sando, assim, o cheiro do peixe.
m
Ene-7
aminas, principalmente a metilamina (H3C NH2), que é c) A adição de gotas de limão favorecerá o aumento do pH
C 4
H-2 formada a partir da decomposição de proteínas. Uma ma- do sistema, responsável pelo odor.
neira que as donas de casa utilizam para tirar esse cheiro, é d) A amina se dissolve no suco de limão, formando a trimeti-
colocando limão no peixe. Abaixo tem-se a reação ocorrida lamina, composto que não tem cheiro.
nesse processo.
e) O ácido acético, contido no limão, reage com a metilami-
H3C NH2(g) 1 H2O(l) H3C NH11
3
(aq) 1 OH12(aq) na, liberando gás amoníaco, responsável pelo mau cheiro.

Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA

a) aumenta / consumir íons H1.


PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR
b) aumenta / produzir íons bicarbonato.
c) diminui / elevar a concentração dos íons H1.
1 (UFJF-MG) Com base no equilíbrio representado pela equa-
d) diminui / aumentar a concentração de HCO23 .
m
Ene-7
ção abaixo, assinale a alternativa correta.
C 4 e) diminui / diminuir a concentração de gás carbônico.
H-2 Cr2O722(aq) 1 3 H2O (l) 2 CrO422(aq) 1 2 H3O1(aq)
Alaranjado Amarelo
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
a) A adição de base torna a solução alaranjada.
b) O deslocamento de equilíbrio não depende do pH.
1 (UEFS-BA) A metabolização do açúcar pelas bactérias leva
c) A adição de ácido torna a solução amarela.
m
Ene-7
à formação de ácidos orgânicos responsáveis pelas cá-
d) A solução é alaranjada se o pH é menor que 7,0. C 4
H-2 ries, tais como o ácido láctico, CH 3CH(OH)COOH, e o áci-
e) O pH maior que 7,0 favorece a formação de dicromato.
do succínico, HOOCCH2CH2COOH, em pequenas quanti-
2 (Ifsul-RS) A cárie pode ser provocada pela desminera- dades. O esmalte dos dentes é constituído de material
m
Ene-1
lização do esmalte dos dentes. Esse esmalte é formado pouco solúvel em água, formado principalmente pela
C 3
H- principalmente pela hidroxiapatita, que sofre a seguinte hidroxiapatita, Ca5(PO4) 3OH, cujo processo de dissolução
decomposição: pode ser representado por:
Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca21 1 6 PO432 1 2 OH2
Ca5(PO4)3OH(s) 1 H2O(l) 5 Ca21(aq) 1 3 PO432(aq) 1
Considerando essa reação, é correto afirmar que, ao boche- 1 OH12(aq)
char com:
a) leite de magnésia, ocorre a desmineralização. sendo que esse equilíbrio sofre influência direta do pH da
b) salmoura, ocorre desmineralização. saliva. Considerando-se essas informações e as propriedades
c) suco de limão, não ocorre desmineralização. das substâncias, é correto afirmar:
d) vinagre, ocorre desmineralização. a) Bebidas com alto teor de açúcar aceleram o processo de
dissolução dos dentes, por promover, de imediato, au-
FRENTE B
3 (Cefet-MG) As reações reversíveis seguintes ocorrem dentro mento na concentração dos íons OH1−(aq).
m
Ene-7
de um frasco de refrigerante fechado.
C 4 b) A dissolução da hidroxiapatita é uma reação de oxirredu-
H-2
CO2(g) 1 H2O(l) H2CO3(aq) H1(aq) 1 ção, devido ao aumento do NOX do cálcio e à redução do
1 HCO32(aq) NOX do oxigênio do grupo hidroxila.
QUÍMICA

Ao abrir o frasco de refrigerante, o pH , pois o equi- c) Aumentando-se a concentração dos ácidos orgânicos na
líbrio é deslocado no sentido de . saliva, desloca-se, posteriormente, o equilíbrio da disso-
Os termos que completam, corretamente, as lacunas da frase lução da hidroxiapatita no sentido de formação dos íons
acima são: Ca21(aq), PO432(aq) e OH12(aq).

Equilíbrios químicos I 69
d) O ácido láctico possui dois hidrogênios facilmente ionizáveis, sendo, portanto, um ácido diprótico tão forte quanto o ácido
succínico.
e) O consumo excessivo de frutas, como laranja e limão, provoca aumento do pH da saliva.

2 (Unicamp-SP) Refrigerantes possuem grandes quantidades de gás carbônico dissolvido. A equação a seguir representa, simplifica-
damente, o equilíbrio envolvendo esse gás em solução aquosa.
CO2(g) 1 2 H2O(l) HCO32 (aq) 1 H3O1(aq)
A dissolução de gases em líquidos é favorecida pelo aumento da pressão e diminuição da temperatura. Por outro lado, a concen-
tração de íons hidrogênio no estômago é elevada. À luz desses fatos, explique a eructação (arroto) provocada pela ingestão do
refrigerante.

3 (Unicamp-SP) Do repolho roxo pode-se extrair, por fervura com água, uma substância que é responsável pela sua coloração carac-
m
Ene-7
terística. Essa substância é um ânion de um ácido fraco cuja dissociação pode ser escrita como:
C 5
H-2
HR H1 1 R2
Amarelo Roxo

Utilizando esse equilíbrio, explique por que a adição de vinagre ou limão (ácidos) a esse extrato faz com que ele mude de cor.

ANOTAÇÕES

70 Equilíbrios químicos I
CAPÍTULO

13 Produto iônico da água:


pH e pOH

Objetivos: A água sofre autoionização em escala muito pequena, ou seja, a água é um eletrólito fraco que
apresenta valores baixos de a e de Kc, o que explica a baixa condutibilidade elétrica da água pura.
c Conhecer a equação A equação que representa a autoionização da água é:
de autoionização da reação direta
água e identificar as 2 H2O(l) reação inversa
1 H3O11(aq) 1 1 OH12(aq)
espécies (H3O+, OH– e
Expressando Kc para essa reação, temos:
H2O) que participam
desse equilíbrio [H3O11 ] ? [OH12 ]
químico.
Kc 5
[H2 O]2
c Entender que os Como estamos trabalhando com o conceito de atividade, e a atividade da água (líquido puro)
valores de Kw e, é igual à unidade aágua 5 1, seu valor não interfere no valor da constante Kc:
portanto, do pH, variam Kc 5 [H3O11] ? [OH12]
com a temperatura. O produto [H3O ] ? [OH ] é denominado produto iônico da água e é simbolizado por Kw
11 12

c Estabelecer relações de (em que w se refere a water, água em inglês).


valores de pH e de pOH
a materiais presentes Kw 5 [H3O11] ? [OH12]
no cotidiano como
alimentos, cosméticos, Assim como Kc e Ki, o produto iônico da água, Kw, varia apenas com a temperatura, conforme
medicamentos, etc. mostra a tabela abaixo.
c Calcular os valores de
pH e pOH das soluções
t/°C 0 10 20 25 30 40 60 80
a partir dos valores
Kw 0,11 ? 10214 0,29 ? 10214 0,69 ? 10214 1,01 ? 10214 1,48 ? 10214 3,02 ? 10214 9,33 ? 10214 23,40 ? 10214
das concentrações em
quantidade de matéria
de H3O+(aq) e vice-
Em função dos valores extremamente baixos de Kw e, portanto, da baixa concentração de íons
-versa. hidrônio, H3O11(aq), e de íons hidróxido, OH12(aq), na água, a melhor maneira de expressar a con-
centração desses íons é pelo seu respectivo cologaritmo decimal na base dez.
O cologaritmo de um número é igual ao seu logaritmo com sinal contrário ou, ainda, o inverso
de seu logaritmo.
Seja, por exemplo, um número x:
1
colog x 5 2log x 5
GLOSSÁRIO

Eletrólito log x
Substância que, ao se dissolver na água,
O bioquímico dinamarquês Peter Lauritz Sorensen (1868-1939) propôs em 1909 que essa rela-
forma uma solução que conduz corren-
te elétrica (como o NaCl); não eletróli- ção, referente ao número x, passasse a ser designada apenas por px (em que p 5 operador potência).
FRENTE B
to – substância que forma com a água Assim:
uma solução que não conduz corrente 1
elétrica, por exemplo, o açúcar. px 5 colog x 5 2log x 5
log x
QUÍMICA

Aplicando a notação de Sorensen para expressar a concentração em quantidade de matéria de íons


H3O11(aq) em uma solução, estamos definindo o potencial hidrogeniônico, pH, dessa solução, em que:

pH 5 2log [H3O11], portanto, [H3O11] 5 102pH

Equilíbrios químicos I 71
Lembre-se de que, por definição, o logaritmo de um número real e positivo a, na base 10,
é o expoente x ao qual se deve elevar o 10 para se obter a.
forma logarítmica: log10 a 5 x
forma exponencial: 10x 5 a
Operações com log na base 10:
log 1 5 0
log (x ? y) 5 log x 1 log y
log xy 5 y ? log x
log x 5 log x – log y
y

Solução neutra
Uma solução é considerada neutra se a concentração em quantidade de matéria de íons hi-
drônio, H3O11(aq), é igual à concentração em quantidade de matéria de íons hidróxido, OH12(aq).

Solução neutra: [H3O11] 5 [OH12]

A água quimicamente pura (água destilada) é considerada neutra, qualquer que seja a tempe-
ratura, e utilizada como padrão de neutralidade.
À temperatura ambiente, 25 °C, temos:
Kw 5 [H3O11] ? [OH12] ⇒ Kw 5 1,01 ? 10214
Uma vez que [H3O ] 5 [OH ], então, a 25 °C, temos:
11 12

[H3O11] 5 [OH12] 5 x
x2 5 1,01 ? 10214 ⇒ x 5 1,01 ? 1024 ⇒
⇒ x 5 1,004 ? 1027 ⇒ x q 1,0 ? 1027
Logo, [H3O11] 5 [OH12] 5 1,0 ? 1027
Calculando o pH e o pOH, nessas condições:
pH 5 2log [H3O11] ⇒ pH 5 2log 1,0 ? 1027 ⇒ pH 5 7
pOH 5 2log [OH12] ⇒ pOH 5 2log 1,0 ? 1027 ⇒ pOH 5 7

Solução neutra: pH 5 pOH


KATRINA LEIGH/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

Na temperatura de 25 °C o pH e o pOH de uma solução neutra são iguais a 7.


Note que, em outra temperatura, os valores de pH e de pOH para uma solução neutra serão
outros pois o valor do produto iônico da água muda com a temperatura:

Produto iônico da água


t/°C Kw [H3O11] [OH12]
0 0,11 ? 10214 0,33 ? 1027 0,33 ? 1027
10 0,29 ? 10214 0,54 ? 1027 0,54 ? 1027
20 0,69 ? 10214 0,83 ? 1027 0,83 ? 1027
Fig. 1 – A água destilada a 25 °C é
neutra e possui pH igual a 7. 25 1,01 ? 10214 1,00 ? 1027 1,00 ? 1027
30 1,48 ? 10214 1,22 ? 1027 1,22 ? 1027
40 3,02 ? 10214 1,74 ? 1027 1,74 ? 1027
60 9,33 ? 10214 3,05 ? 1027 3,05 ? 1027
80 23,40 ? 10214 4,84 ? 1027 4,84 ? 1027

72 Equilíbrios químicos I
Solução ácida
Uma solução é considerada ácida se a concentração de íons hidrônio,
H3O (aq), é maior que a concentração de íons hidróxido, OH12(aq).
11

YENYU SHIH/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES


Solução ácida: [H3O11] . [OH12]

Soluções ácidas podem ser obtidas pela adição de um ácido à água. Ve-
jamos como a adição de um ácido perturba o equilíbrio químico da autoio-
nização da água:
Ionização de um ácido:
reação direta
HA(l) 1 H2O(l) H3O11(aq) 1 A12(aq) Fig. 2 – A medida de pH também pode
reação inversa ser feita por meio de um aparelho
Autoionização da água: denominado ph-metro.
reação direta
H2O(l) 1 H2O(l) reação inversa
H3O11(aq) 1 OH12(aq)
A adição de um ácido à água aumenta a concentração de íons H3O11(aq). Isso faz com que o
equilíbrio da autoionização da água se desloque no sentido inverso, diminuindo a concentração de
íons OH12(aq). Como para uma solução neutra a 25 oC, a concentração de íons H3O11(aq) é igual
a 1 ? 1027 mol/L e o pH é igual a 7, se essa concentração é aumentada (o que ocorre no caso das
soluções ácidas), o valor do pH é reduzido.
[H3O11] . 1,0 ? 1027 mol/L ∴ pH , 7
Exemplos: 1,0 ? 1026 mol/L ∴ pH 5 6
1,0 ? 1025 mol/L ∴ pH 5 5
1,0 ? 1024 mol/L ∴ pH 5 4
1,0 ? 1023 mol/L ∴ pH 5 3
Analisando as expressões acima, concluímos que a cada decréscimo de uma unidade de pH a
concentração de íons hidrônio é multiplicada por 10.
Para que o produto iônico da água, K w , permaneça constante em determinada temperatura, a
concentração de íons H3O11(aq) deve aumentar e a concentração de íons OH12(aq) diminuir.
(constante) Kw 5 [H3O11] ? [OH12]
[OH12] , 1,0 ? 1027 mol/L ∴ pH . 7
Exemplos: 1,0 ? 1028 mol/L ∴ pOH 5 8
1,0 ? 1029 mol/L ∴ pOH 5 9
1,0 ? 10210 mol/L ∴ pOH 5 10

FOTOS: SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES


1,0 ? 10211 mol/L ∴ pOH 5 11

Quanto maior for a [H3O11], menor será


o pH da solução e maior será seu pOH, pois
o produto iônico [H3O11] ? [OH12] é sempre
constante e igual a 10214 a 25 oC.

Nas soluções ácidas, o pH é menor do que o pOH. Na FRENTE B


temperatura de 25 °C, o pH é menor do que 7 e o pOH é maior
do que 7.
QUÍMICA

Fig. 3 – Exemplos de alimentos ácidos, ou seja, com pH , 7:


limão, leite, café, tomate e refrigerante à base de cola.

Equilíbrios químicos I 73
Solução básica

FOTOS: ALAMY/OTHER IMAGES/


SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
Uma solução é considerada básica se a concentração de íons hidrônio,
H3O11(aq), for menor que a concentração de íons hidróxido, OH12(aq).

Solução básica: [H3O11] , [OH12]

Soluções básicas podem ser obtidas pela adição de uma base à água. Vejamos
como a adição de uma base perturba o equilíbrio químico da autoionização da água:
Autoionização da água:
reação direta
H2O(l) 1 H2O(l) H3O11(aq) 1 OH12(aq)
reação inversa
Dissociação de uma base:
H2O(l), reação direta
COH(s) C11(aq) 1 OH12(aq)
reação inversa
A adição de uma base à água aumenta a concentração de íons OH12(aq); o
equilíbrio da autoionização da água se desloca no sentido inverso, diminuindo a
concentração de íons H3O11(aq). Para uma solução neutra a 25 °C, a concentração
de íons H3O11(aq) é igual a 1 ? 1027 mol/L e o pH é igual a 7, se essa concentração é
Fig. 4 – Exemplos de materiais básicos
reduzida (o que ocorre no caso das soluções básicas), o valor do pH é aumentado.
ou alcalinos, ou seja, com pH . 7: [H3O11] , 1,0 ? 1027 mol/L ∴ pH . 7
tintura para cabelo, sabão em barra,
desinfetante à base de hidróxido de Exemplos: 1,0 ? 1028 mol/L ∴ pH 5 8
amônio e ovos. 1,0 ? 1029 mol/L ∴ pH 5 9
1,0 ? 10210 mol/L ∴ pH 5 10
1,0 ? 10211 mol/L ∴ pH 5 11
Analisando as expressões acima, observamos que, a cada aumento de uma unidade de pH, a
concentração de íons hidrônio é dividida por 10. Para que o produto iônico da água, Kw, permaneça
constante em determinada temperatura, a concentração de íons H3O11(aq) deve diminuir e a con-
centração de íons OH12(aq) aumentar.
(constante) Kw 5 [H3O11] ? [OH12]
[OH12] . 1,0 ? 1027 mol/L ∴ pOH , 7
Exemplos: 1,0 ? 1026 mol/L ∴ pOH 5 6
YENYU SHIH/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

1,0 ? 1025 mol/L ∴ pOH 5 5


1,0 ? 1024 mol/L ∴ pOH 5 4
1,0 ? 1023 mol/L ∴ pOH 5 3
Para toda solução, a 25 oC, vale a relação:

pH 1 pOH 5 14

Observe que [H3O11] ? [OH12] 5 1,0 ? 10214


Aplicando o fator (2log) nos dois lados da equação:
2log ([H3O11] ? [OH12]) 5 2log 1,0 ? 10214
2log [H3O11] 2 log [OH12] 5 14
pH 1 pOH 5 14

Fig. 5 – Ph-metro utilizado para medir


o pH de emissões de um vulcão.

74 Equilíbrios químicos I
Os exemplos na tabela abaixo apresentam valores de pH e pOH bem próximos ao indicado (não
exatos). Por exemplo, o pH da urina de uma pessoa saudável varia entre 5,0 e 5,9, mas uma pessoa
com alguma disfunção pode ter urina com pH igual a 8,0.

Valores de pH Exemplos de soluções com


[ ]/mol . L21 a 25 °C Caráter da solução
e pOH pH e pOH próximos ao indicado

[H3O11] 5 1,0 ? 100 pH 5 0 solução de ácido forte, 1 mol/L, 100%


ácida
[OH ] 5 1,0 ? 10
12 214
pOH 5 14 ionizado

[H3O11] 5 1,0 ? 1021 pH 5 1 solução de ácido muriático, HCL(aq),


ácida para limpeza e solução de bateria de
[OH12] 5 1,0 ? 10213 pOH 5 13 carro
[H3O11] 5 1,0 ? 1022 pH 5 2
ácida suco gástrico, limão e vinagre
[OH12] 5 1,0 ? 10212 pOH 5 12
[H3O11] 5 1,0 ? 1023 pH 5 3 refrigerantes (à base de cola, guaraná),
ácida
[OH12] 5 1,0 ? 10211 pOH 5 11 maçã, laranja e vinho

[H3O11] 5 1,0 ? 1024 pH 5 4


ácida tomate e banana
[OH12] 5 1,0 ? 10210 pOH 5 10
[H3O11] 5 1,0 ? 1025 pH 5 5
ácida café preto, pão, batata e urina
[OH12] 5 1,0 ? 1029 pOH 5 9
[H3O11] 5 1,0 ? 1026 pH 5 6
ácida água da chuva, leite e café com leite
[OH12] 5 1,0 ? 1028 pOH 5 8
[H3O11] 5 1,0 ? 1027 pH 5 7
neutra água destilada
[OH12] 5 1,0 ? 1027 pOH 5 7
[H3O11] 5 1,0 ? 1028 pH 5 8 saliva, ovos, sangue, esperma, solução
básica
[OH ] 5 1,0 ? 10
12 26
pOH 5 6 de NaHCO3(aq) e água do mar

[H3O11] 5 1,0 ? 1029 pH 5 9


básica preparado para tintura de cabelo
[OH12] 5 1,0 ? 1025 pOH 5 5
[H3O11] 5 1,0 ? 10210 pH 5 10 leite de magnésia, água de cal e solução
básica
[OH ] 5 1,0 ? 10
12 24
pOH 5 4 de sabão em água

[H3O11] 5 1,0 ? 10211 pH 5 11


básica solução de amoníaco (uso doméstico)
[OH12] 5 1,0 ? 1023 pOH 5 3
[H3O11] 5 1,0 ? 10212 pH 5 12
FRENTE B
solução de amoníaco de uso
básica
[OH12] 5 1,0 ? 1022 pOH 5 2 farmacêutico

[H3O11] 5 1,0 ? 10213 pH 5 13 produto limpa-forno, solução de


básica
QUÍMICA

[OH12] 5 1,0 ? 1021 pOH 5 1 NaOH(aq) ou KOH(aq) a 0,1 mol/L

[H3O11] 5 1,0 ? 10214 pH 5 14 solução de base forte, 1 mol/L, 100%


básica
[OH12] 5 1,0 ? 100 pOH 5 0 dissociada

Equilíbrios químicos I 75
EXERCÍCIO RESOLVIDO

m
(Cesgranrio-RJ) Constatou-se que uma amostra de suco de laranja possui pH 5 4. As concentrações, em mol/L, de H1 e OH− no
Ene-7
C 5
H-2
suco são respectivamente:
a) 1022 e 10212
b) 1024 e 10210
c) 1026 e 1028
d) 1027 e 1027
e) 1028 e 1028

RESOLUÇÃO:
pH 5 2log[H1]
2log[H1] 5 4;
[H1] 5 1024 mol/L
[H1] ? [OH2] 5 10214
[OH2] 5 10210 mol/L
Alternativa b.

1. O abaixamento do pH da água das chu-


vas significa um aumento de acidez e,
portanto, da concentração dos íons H1.
PARA CONSTRUIR

1 (UFMG) Tem-se notado um abaixamento do pH da água das


Sucos pH
m
Ene-7
chuvas em muitas regiões do mundo. Uma das causas é a
C 7
H-2 emissão de dióxido de enxofre, SO2, feita por certas indús- Abacaxi 3,4
trias, o qual é oxidado e hidrolisado na atmosfera. Em relação
ao exposto, qual das seguintes alternativas é errada? d Laranja 3,5
a) Uma chuva com pH 5 4,6 é dez vezes mais ácida do que
uma chuva com pH 5 5,6. Limão 2,3
b) A oxidação e a hidrólise do SO2 na atmosfera levam à for-
Tomate 4,2
mação de ácido sulfúrico.
c) Ácidos fortes podem dissociar-se na água das chuvas, Grapefruit 3,0
abaixando seu pH.
d) O abaixamento do pH da água das chuvas significa uma
diminuição na concentração dos íons hidrogênio. a) Abacaxi. Dentre os sucos de frutas apresentados, o
b) Laranja. de limão apresenta o menor pH. Tem, por-
e) Estátuas e monumentos de mármore, CaCO3, expostos tanto, maior concentração de H1 (ou H3O1).
a chuvas de baixo pH, podem ser eventualmente des- c) Limão.
truídos. d) Tomate.
e) Grapefruit.
2 (Uerj) Na “guerra” do mercado de sabonetes infantis, é co-
m mum a expressão: “pH neutro não agride a pele do bebê”. Esta 4 (UFJF-MG) Pacientes com gastrite são desaconselhados a to-
Ene-1
C 3
H- frase estará quimicamente correta quando o valor do pH, a m
Ene-1
mar sucos ácidos. A maioria dos sucos naturais de laranja tem
C 3
25 °C, for igual a: c H- pH ao redor de 4. Entretanto, a laranja-serra-d’água aparece
como uma alternativa para esses pacientes, em virtude da
a) 14. b) 10. c) 7. d) 0.
sua menor acidez. Sabendo-se que uma amostra de suco de
3 (Uespi) Beber suco faz muito bem à saúde. Entretanto, deve- laranja-serra-d’água apresentou pH igual a 6, a concentração
m -se ter cuidado com o consumo exagerado de alguns deles, de OH− nesse suco é: b Para uma solução que apresen-
Ene-7
C 4 ta pH 5 6, a concentração de
H2
- que podem, em algumas pessoas, causar certo desconforto a) 10210 mol ? L21. H1 deve ser 1026 mol ? L21.
gástrico devido a sua acidez. De acordo com a tabela a seguir, b) 1028 mol ? L21. [H1] ? [OH2] 5 10214
qual dos sucos apresenta uma maior concentração de íons c) 1027 mol ? L21. 1026 ? [OH2] 5 10214
[OH2] 5 1028 mol ? L21
H 1? c d) 1026 mol ? L21.

76 Equilíbrios químicos I
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA

d) quanto maior o pOH de uma calda de compota, menor


PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR será sua concentração hidrogeniônica.
e) uma amostra de calda, com concentração de oxidrilas de
1 (Fatec-SP) A acidez do suco de laranja é devida ao ácido cítri- 1023 mol/L, tem pH igual a 3,0.
m
Ene-1
co nele presente e cuja estrutura é assim representada:
C 3
H-
4 (Univali-SC) A coloração das hortênsias, muito comuns no Sul
H
m
Ene-1
do nosso país, depende da acidez do solo, podendo ser azuis
O C 3
H- em solo ácido e rosadas em solo básico. Assim, se adicionar-
H C C
OH mos calcário (CaCO3) ao solo onde as flores forem plantadas,
O de modo que uma análise do mesmo revele uma concentra-
HO C C
OH
O ção hidrogeniônica de 1028 mol/L, as hortênsias nascerão:
H C C a) azuis, já que o pH do solo será 1,8.
OH
H b) rosadas, já que o pH do solo será 10,8.
c) brancas, já que o pH do solo será neutro.
Medidas experimentais indicam que o pH do suco de laranja d) rosadas, já que o pH do solo será 8.
é 4. Sendo assim, é correto afirmar que, no suco de laranja, a e) azuis, já que o pH será 4.
concentração de íons H1, em mol/L, é:
a) 1,0 ? 1024.
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
b) 3,0 ? 1024.
c) 1,0 ? 104.
d) 4,0 ? 1021. 1 (Ufop-MG) A figura abaixo apresenta uma escala relativa
e) 1,2 ? 1023. m
Ene-7
de pH de diversas misturas e soluções aquosas bastante
C 5
H-2 comuns.
2 (FEI-SP) Com ou sem açúcar, o cafezinho é consumido por 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
m
Ene-7
milhões de brasileiros. Sabendo-se que no cafezinho a con-
C 4 Suco gástrico Sangue
H2
- centração molar de íons H1 é 1,0 ? 1025 mol/L, o seu pOH a Alvejante
Suco de limão Água do mar
25 °C e o caráter do meio são, respectivamente:
Suco de tomate Leite de magnésia
a) 7; neutro. Leite Amoníaco de
limpeza
b) 5; ácido.
c) 9; básico.
d) 5; básico. Tomando por base essa escala relativa e considerando a
e) 9; ácido. [H3O1] como critério de acidez, é correto afirmar que:
a) o suco gástrico é cerca de três vezes mais ácido que o
3 (UFPEL-RS) A indústria de conservas de frutas e hortaliças é suco de tomate.
m
Ene-7
a base da economia de Pelotas. Entre os diversos produtos b) o suco de limão é cerca de 100 vezes mais ácido que o
C 5
H-2 industrializados no município, destacam-se as compotas de suco de tomate.
pêssego e figo. c) o sangue é cerca de quatro vezes mais básico que o leite
de magnésia.
Nas compotas de pêssego, o pH da calda está em torno de
d) o alvejante é cerca de 100 vezes mais básico que o amo-
4,0 e, nas compotas de figo, está em torno de 5,0. O pH mais
níaco de limpeza.
alto da calda, na compota de figo, faz com que ocorra a pos-
sibilidade de proliferação do Clostridium botulinum, que se 2 (Vunesp) Uma água mineral gasosa, de grande aceitação em
desenvolve em meios com pH acima de 5,0. m
Ene-7
todo o mundo, é coletada na fonte e passa por um processo
C 5
no qual água e gás são separados e recombinados – o gás
FRENTE B
Considerando uma calda de compota de pêssego com pH 5 H-2

5 4,0 e uma calda de compota de figo com pH 5 5,0, pode- é reinjetado no líquido – na hora do engarrafamento. Esse
mos afirmar que: tratamento permite ajustar a concentração de CO2, numa
a) o pOH da calda da compota de pêssego é 9,0 e o da calda amostra dessa água, em 7 g/L.
QUÍMICA

da compota de figo é 8,0. Com base nessas informações, é correto afirmar que:
b) a calda da compota de figo é mais ácida que a da compo- a) a condutividade elétrica dessa água é nula, devido ao ca-
ta de pêssego. ráter apolar do dióxido de carbono que ela contém.
c) a concentração hidrogeniônica da calda com pH 5 4,0 é b) uma garrafa de 750 mL dessa água, posta à venda na pra-
1024 mol/L e da calda com pH 5 5,0 é 1025 mol/L. teleira de um supermercado, contém 3 L de CO2.

Equilíbrios químicos I 77
c) essa água tem pH na faixa ácida, devido ao aumento da a) 5.
concentração de íons [H3O]1 formados na dissolução do b) 3.
CO2. c) 2.
d) o grau de pureza do CO2 contido nessa água é baixo, pois d) 5,0 ? 1025.
o gás contém resíduos do solo que a água percorre antes e) 5,0 ? 1023.
de ser coletada.
e) devido ao tratamento aplicado no engarrafamento dessa 5 (UFRJ) O gráfico a seguir representa a solubilidade de CO2 na
água, seu ponto de ebulição é o mesmo em qualquer lo- m
Ene-5
água em diferentes temperaturas.
C 7
cal em que seja colocada a ferver. H-1
0,4

3 (Uerj) A água sanitária é um agente desinfetante que contém

g do soluto em 100 mL de água


m
Ene-1
a substância hipoclorito de sódio. A equação química a se- 0,3
C 3
H- guir representa o equilíbrio do íon hipoclorito com o ácido
hipocloroso, um agente desinfetante ainda mais eficiente.
0,2
ClO−(aq) 1 H2O(l) HClO(aq) 1 OH−(aq)
Em um processo de limpeza, quantidades iguais de água sa-
nitária foram adicionadas a volumes iguais de líquidos com 0,1
diferentes valores de pH a 25 oC, de acordo com a tabela.

Líquido pH
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
Temperatura/°C
1 5
2 7 Após a dissolução, o CO2 reage com a água segundo a equação:
CO2(g) 1 H2O(l) H2CO3(aq) H1(aq) 1
3 9 1 HCO3 (aq)

4 11 a) Determine a concentração, em mol L−1, de uma solução


saturada de CO2 em água a 10 °C.
O líquido no qual a água sanitária apresenta maior ação de- b) Explique o efeito do aumento de temperatura na concen-
sinfetante é o de número: tração de CO2 dissolvido e no pH do sistema.
a) 1.
b) 2. 6 (UFRJ) A acidez de um determinado suco de fruta industria-
c) 3. m lizado deve-se ao ácido cítrico (cujo mol é 192 g), presente
Ene-7
C 4
d) 4. H2
- em concentração 1 mol/L. Para se preparar 10 L de refresco é
necessário 1 L de suco.
4 (Fatec-SP) O ácido cítrico é utilizado como acidulante nos re-
m frigerantes. Determinou-se experimentalmente que em 5 mL a) Determine a concentração, em g/L, de ácido cítrico no
Ene-7
C 5
H-2 de suco de limão encontram-se 5,0 ? 1025 mol de íons H3O1 refresco.
provenientes da ionização do ácido cítrico. Sendo assim, o b) Determine o pH do refresco, sabendo que sua concentra-
valor do pH do suco de limão deve ser: ção hidrogeniônica é 1023 mol/L.

ANOTAÇÕES

78 Equilíbrios químicos I
CAPÍTULO

14 Exercícios sobre cálculo de


pH e pOH de soluções

Objetivos:
EXERCÍCIO RESOLVIDO
c Determinar os valores
de pH e pOH de
m
(IFSudeste-MG) Uma solução é preparada dissolvendo 4 g de hidróxido de sódio (NaOH)
soluções aquosas, a Ene-7
C 5
H-2
em água pura até o volume de 1 L. Sabendo que o grau de dissociação da base é 100%,
partir dos valores das
qual o pH dessa solução?
concentrações, em
quantidade de matéria,
a) pH 5 1 b) pH 5 13 c) pH 5 4 d) pH 5 11
de H3O1 e OH2. RESOLUÇÃO:
c Estabelecer os valores 40 g NaOH 1 mol
de pH e pOH a
materiais presentes
4 g NaOH x
no cotidiano como x 5 0,1 mol
alimentos, cosméticos, c 5 0,1 mol/L (NaOH)
medicamentos, etc. [OH2] 5 0,1 mol/L 5 1021 mol/L
[H1] ? [OH−] 5 10214
[H1] ? 1021 5 10214
[H1] 5 10213 mol/L
pH 5 13
Alternativa b.

PARA CONSTRUIR

1 (UFPI) Além da destruição direta da vegetação, a chuva ácida 2 (Uerj) Em um reservatório contendo água com pH igual a 7,
m
Ene-3
causa danos, também, por tornar solúveis algumas substân- m
Ene-5
houve um descarte acidental de ácido sulfúrico. Em seguida,
C 0 C 7
H1
- cias. Nesse processo, o hidróxido de alumínio do solo reage H-1 foi adicionada uma determinada substância de caráter bási-
produzindo Al31, que penetra nas raízes provocando efeito co, em quantidade suficiente para neutralizar a acidez.
tóxico, conforme representação abaixo. O gráfico que representa o comportamento do pH durante
1 Al(OH)3(s) 1 3 H3O1(aq) 1 Al31(aq) 1 6 H2O(l) esse processo é: c
Considerando que a chuva ácida em regiões industrializadas a) 14
tem em média pH 5 4, indique a quantidade de Al31 produ-
zida pela precipitação de 600,0 mL dessa chuva. b
a) 0,3 mg pH 5 4; [H3O1] 5 1024 mol/L 7 FRENTE B
pH

b) 0,5 mg 1 L ––– 1 000 mL 10−4 mol de H3O1


c) 0,9 mg 600 mL x
d) 1,2 mg x 5 6 ? 10−5 mol de H O1
QUÍMICA

0
3 Tempo
e) 1,6 mg
3 mol H3O1 1 mol Al31(aq) 27 g Al31 27 000 mg Al31
6 ? 10 25
mol H3O
1
y
y 5 0,5 mg

Equilíbrios químicos I 79
2. Ao receber o descarte acidental contendo ácido sulfúrico, o pH do reservatório deve diminuir. A neutralização da água com uma
substância de caráter básico faz com que o pH volte novamente ao valor correspondente ao meio neutro (pH 5 7).

b) 14 viamente que eram soluções aquosas, aproximadamente


0,1 mol/L, de ácido acético, ácido clorídrico, hidróxido de
sódio, hidróxido de amônio e cloreto de sódio, o químico
pH 7 resolveu fazer medidas de pH, para auxiliar na distinção des-
sas soluções. Os resultados das medidas de pH, em valores
aproximados, são mostrados na tabela.
0
Tempo

c) 14 Solução pH

1 1
7
pH

2 3
3 7
0
Tempo 4 11
d) 14
5 13

Com base nesses resultados, o químico concluiu que as solu-


7
pH

ções de 1 a 5 correspondiam respectivamente a: d


a) CH3COOH, HCl, NaOH, NaCl e NH4OH.
b) HCl, CH3COOH, NaCl, NaOH e NH4OH.
0
Tempo c) CH3COOH, HCl, NH4OH, NaOH e NaCl.
d) HCl, CH3COOH, NaCl, NH4OH e NaOH.
3 (UFPB) Um químico resolveu implementar um programa de e) NH4OH, NaCl, CH3COOH,HCl e NaOH.
m
Ene-3
gerenciamento de resíduos no laboratório de sua empresa, Nota da autora: a substância ácido acético, conhecida
C 0
H1
- começando pela identificação de soluções antigas cujos também por ácido etanoico, é representada pela fórmula
rótulos estavam danificados ou ilegíveis. Sabendo-se pre- CH3COOH.

Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA

a) A concentração de íons hidroxila no suco de limão é igual


PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR
a 10−2 mol/L.
b) A concentração de íons hidrogênio no refrigerante é
1 (Unicentro-PR) De acordo com a tabela a seguir, assinale a
maior que no café.
m
Ene-5
alternativa correta.
C 7 c) A coloração obtida do vinagre, na presença de indicador
H-1
ácido-base fenolftaleína, é róseo-avermelhada.
Produto pH
d) A água pura apresenta diferentes concentrações de íons
Suco de limão 2,0 hidrogênio e hidroxila.
Vinagre 3,0 e) A substância mais alcalina é o bicarbonato de sódio.

Vinho 3,5 2 (Unioeste-PR) O pH de alguns sucos de frutas são mostrados


Refrigerante 4,0 m
Ene-1
abaixo.
C 3
H-
Café 5,0
Suco pH
Leite 6,0
Água pura 7,0 Maracujá 3
Bicarbonato de sódio 8,5 Manga 4
Leite de magnésia 10
Limão simples 3
Amônia líquida 11
Revelador de filme 12 Limão concentrado 2

3. A solução de pH mais baixo corresponde à de um ácido forte: HCl(aq); a solução de pH 5 3 corresponde à de um ácido fraco:
CH3COOH(aq); a solução neutra (pH 5 7) corresponde à de cloreto de sódio, NaCl; a solução de pH ligeiramente básico corres-
80 Equilíbrios químicos I ponde a uma base fraca: NH4OH; a solução de pH mais elevado corresponde à de base forte: NaOH.
Por estes resultados podemos afirmar como correto.
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
a) Todas as frutas possuem pOH acima de 11.
b) O suco de limão concentrado é 50% mais ácido que o
suco de limão simples. 1 (UFGD-MS) Considere as soluções:
c) A concentração hidrogeniônica do suco de limão con- m
Ene-7
C 4 Soluções [H1]
H-2
centrado é 10 vezes maior que o de limão simples.
d) O suco de manga é mais ácido que o de maracujá. I Urina 1 ? 1026
e) A concentração hidrogeniônica do suco de limão con- II Clara de ovo 1 ? 1028
centrado é a metade do de suco de manga. III Refrigerante 1 ? 1025
3 (UFRN) O pH é um dos parâmetros da qualidade da água IV Soro fisiológico 1 ? 1027
m
Ene-3
doce para consumo. Os valores dos parâmetros da qualidade
C 8 Com base nos dados da tabela, pode-se afirmar que apenas:
H- da água para consumo são regulados pelo Conselho Nacio-
a) I e III são soluções alcalinas.
nal do Meio Ambiente (Conama), entre outros órgãos regu-
b) II é uma solução alcalina.
ladores. Na Resolução no 357/2005 do Conama, em relação
c) III é uma solução alcalina.
ao pH para águas doces, definem-se valores aceitos, como os
d) I e IV são soluções neutras.
apresentados no quadro abaixo.
e) II é uma solução ácida.
Classe de água doce Usos principais pH 2 (Vunesp)
Destinadas ao abastecimento Cores nas lagoas
m
Ene-3
C 8
H-
para consumo humano, após

KLEBER RENAN DE SOUZA SANTOS/ INSTITUTO DE


1 6a9
tratamento simplificado, e à pro-
teção de comunidades aquáticas.
Destinadas ao abastecimento

BOTÂNICA DE SÃO PAULO, SP.


para consumo humano, após
tratamento convencional, à pro-
2 6a9
teção de comunidades aquáticas
e à recriação de contato primário,
entre outras.
Destinadas ao abastecimento O listrado multicor que se desenha na areia quando
para consumo humano, após o nível da água baixa nas lagoas do Pantanal da Nhecolân-
3 6a9 dia, conhecidas como salinas, em Mato Grosso do Sul, por
tratamento convencional ou
avançado. muito tempo foi um mistério para observadores. A expli-
cação está numa cianobactéria que sobrevive nas condi-
Em um laboratório de análise de águas, obtém-se os seguin- ções dessas águas de pH entre 9 e 11. Na época seca, essas
tes valores de [H3O1] para quatro amostras de águas, identifi- bactérias se reproduzem em profusão e pintam as lagoas
cadas como IAD, IIAD, IIIAD e IVAD. com substâncias de sua própria decomposição.
Pesquisa Fapesp, fevereiro de 2012. Adaptado.
Amostra [H3O1] me mol/L Águas que apresentam pH entre 9 e 11 são:
IAD 10 24 a) ácidas, com [H1] que varia de 1025 a 1023 mol/L.
b) ácidas, com [H1] que varia de 1022 a 1024 mol/L.
IIAD 1025 c) alcalinas, com [OH2] que varia de 1022 a 1024 mol/L.
d) alcalinas, com [OH2] que varia de 1025 a 1023 mol/L.
IIIAD 1027
e) neutras, com [H1] que se iguala a [OH2], de 1027 mol/L.
IVAD 10210 FRENTE B
3 (FGV-SP) A constante de ionização do ácido ascórbico, tam-
Em relação à qualidade da água, a amostra adequada para m
Ene-7
bém conhecido como vitamina C, é igual a 8,0 ? 10−5. A dis-
C 4
consumo humano é a: H2
- solução de um comprimido de ácido ascórbico em um copo
QUÍMICA

a) IIIAD. de água resulta em uma solução contendo 0,0125 mol L−1


b) IIAD. desse ácido. O pH dessa solução será igual a:
c) IVAD. a) 2. c) 4. e) 6.
d) IAD. b) 3. d) 5.

Equilíbrios químicos I 81
CAPÍTULO

15 Hidrólise de íons

Objetivos: Ao entrarem em contato com a água, todos os sais se dissociam liberando íons, em maior ou
c Conhecer a definição menor quantidade.
de hidrólise. Considere, por exemplo, um sal genérico de fórmula CxAy:

c Compreender os 1 CxAy(s) 1 x ? y H2O(l) *( x C y1(aq) 1 y A x2(aq)


processos envolvidos Conforme as características dos íons formados na dissociação do sal, eles podem ou não reagir
na hidrólise. com a água.
Comumente essa reação é denominada hidrólise de sais; mas como muitas vezes apenas um
dos íons provenientes da dissociação do sal, o cátion, Cy1(aq), ou o ânion, Ax2(aq), reage efetivamente
com a água (e não ambos), optamos por chamar essa reação de hidrólise de íons.

Hidrólise de íons (ou de sais) é a reação que ocorre entre a água e pelo menos um dos íons
formados na dissociação do sal.

Os sais são formados pela reação entre um ácido e uma base (reação de neutralização):
y HxA(aq) 1 x C(OH)y(aq) *( CxAy(aq) 1 (x ? y) HOH(l)

Cátion vem da base Ânion vem do ácido


Se o cátion e/ou o ânion do sal reagirem com a água (reação de hidrólise) constituindo no-
vamente o ácido e/ou a base, teremos a formação de um equilíbrio dinâmico entre a hidrólise e a
neutralização.
cátion 1 ânion 1 H3O11(aq) 1 OH12(aq) ácido 1 base
Fig. 1 – Toda reação entre um ácido e
uma base forma um sal e água. Abaixo sal água
temos o produto da reação entre
ácido sulfúrico, H2SO4, e hidróxido de Para sabermos se o cátion e/ou o ânion de um sal reagem ou não com os íons H3O11 ou OH12
sódio, NaOH. provenientes da autoionização da água, devemos analisar a força do ácido ou da base em questão.
Com base na informação sobre a força da base ou do ácido, teremos:
DAVID HUGHES/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

Se o cátion do sal for proveniente de base fraca, ele vai reagir com a água para
formar essa base:

Cy1(aq) 1 y HOH(l) 1 y HOH(l) *( C(OH)y (aq) 1 y H3O11(aq)

Se o ânion do sal for proveniente de ácido fraco, ele vai reagir com a água para
formar esse ácido:

Ax2(aq) 1 x HOH(l) *( HxA(aq) 1 x OH12(aq)

Se o cátion do sal for proveniente de base forte, ele não vai reagir com a água
para formar essa base. A hidrólise não ocorre porque uma base forte tende a
permanecer dissociada.
Se o ânion do sal for proveniente de ácido forte, ele não vai reagir com a água
para formar esse ácido. A hidrólise não ocorre porque um ácido forte tende a
permanecer ionizado.

82 Equilíbrios químicos I
ÍONS DE BASES E DE ÁCIDOS FRACOS
Vamos ver agora alguns exemplos práticos de como ocorre a reação de hidrólise de íons.

Cátions provenientes de base fraca


Quando uma base fraca entra em contato com a água, ela se mantém predominantemente na
forma agregada (as bases fracas são praticamente insolúveis em água).
Assim, concluímos que os cátions que formam bases fracas possuem grande afinidade por íons
hidróxido, OH12(aq). Portanto, tendem a reagir com a água para formar a base.
Exemplo: dissociação do hidróxido de amônio, NH4OH(aq), base fraca.
H2O(l)
NH4OH(aq) NH411(aq) 1 OH12(aq)
O cátion amônio, NH411(aq), tem grande afinidade por íons hidróxido, OH12(aq), e reage com
a água.

NH411(aq) 1 HOH(l) 1 HOH(l) *( NH4OH(aq) 1 H3O11(aq)

Note que essa reação dá origem a um meio ácido pois a solução fica com excesso de íons
hidrônio, H3O11(aq), livres.

Ânions provenientes de ácido fraco

VOYAGERIX/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
Da mesma forma, se um ácido é fraco, ao entrar em contato com a água, ele se
mantém predominantemente na forma molecular, pois o grau de ionização a de ácidos
fracos é muito baixo.
Concluímos que os ânions que formam ácidos fracos possuem grande afinidade por
prótons, H11. Portanto, tendem a reagir com a água para formar o ácido.
Exemplo: ionização do ácido cianídrico, HCN(aq), ácido fraco.
H2O(l)
HCN(g) 1 H2O(l) H3O11(aq) 1 CN12(aq)
O ânion CN12(aq) tem grande afinidade por prótons, H11, e reage com a água.
CN12(aq) 1 HOH(l) *( HCN(aq) 1 OH12(aq)

Note que essa reação dá origem a um meio básico pois a solução fica com excesso
de íons hidróxidos, OH12(aq), livres.
Dessa forma, é fácil concluir que, no caso de um sal que possua simultaneamente um
cátion proveniente de base fraca e um ânion proveniente de ácido fraco – por exemplo,
o cianeto de amônio, NH4CN(s) –, a dissolução desse sal em água dará origem a um meio
neutro, pois tanto o cátion como o ânion vão reagir com a água em igual extensão.

Fig. 2 – Tinturas permanentes para cabelo contêm


hidróxido de amônio (solução aquosa de amônia) em sua
composição.

ÍONS DE BASES E DE ÁCIDOS FORTES


FRENTE B
E o que ocorre no caso de íons provenientes de base fortes ou de ácidos fortes? Vamos observar
dois exemplos a seguir.

Cátions provenientes de base forte


QUÍMICA

Se uma base é forte, ao entrar em contato com a água ela se mantém predominantemente
dissociada, pois, como sabemos, o que define a força de uma base é seu grau de dissociação a.
Assim, concluímos que os cátions que formam as bases fortes praticamente não têm afinidade
por íons hidróxido, OH12(aq), logo, não reagem com a água.

Equilíbrios químicos I 83
Exemplo: dissociação do hidróxido de sódio, NaOH(s), base forte.

SHI YALI/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES


H2O(l)
NaOH(s) Na11(aq) 1 OH12(aq)
O cátion sódio, Na11(aq) praticamente não tem afinidade por íons hidróxido, OH12(aq), logo, não
reage com a água (a reação inversa praticamente não ocorre).
Na11(aq) 1 HOH(l) *( não ocorre reação

Ânions provenientes de ácido forte


Da mesma forma, se um ácido é forte, ao entrar em contato com a água, ele se mantém predo-
minantemente ionizado (ácidos fortes possuem grau de ionização a elevados).
Concluímos, então, que os ânions que formam os ácidos fortes praticamente não têm afinidade
por prótons, H11, portanto, não reagem com a água.
Exemplo: ácido clorídrico, HCl(aq), ácido forte.
H2O(l)
HCl(g) 1 H2O(l) H3O11(aq) 1 Cl12(aq)
O ânion Cl12(aq) praticamente não tem afinidade por prótons, H11. Logo, não reage com a água.
Fig. 3 – Cristais de NaCl, um sal cujo cátion Cl12(aq) 1 HOH(l) *( não ocorre reação
é proveniente de uma base forte e o
ânion, de um ácido forte.
Resumindo:
Se o sal possui um cátion proveniente de uma base fraca e um ânion proveniente de um ácido
fraco, como o cianeto de amônio, NH4CN(s), ambos os íons sofrem hidrólise e o meio fica neutro.
Se o sal possui um cátion proveniente de uma base fraca e um ânion proveniente de um ácido
Desafio forte, como o cloreto de amônio, NH4Cl(s), apenas o cátion sofre hidrólise e o meio fica ácido.
Se o sal possui um cátion proveniente de uma base forte e um ânion proveniente de um ácido
Acesse o Material Comple- fraco, como o cianeto de sódio, NaCN(s), apenas o ânion sofre hidrólise e o meio fica básico.
mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto.
Se o sal possui um cátion proveniente de uma base forte e um ânion proveniente de um ácido
forte, como o cloreto de sódio, NaCl(s), os íons não sofrem hidrólise e o meio fica neutro.

Tratamento de água de piscinas


A água de piscina é um meio propício para o desenvolvimento de microrganismos, muitos deles patogênicos e, por isso, necessita
de tratamentos constantes para que se mantenha limpa e desinfetada.
Uma das etapas do tratamento de água de piscina é a cloração, que pode ser feita de três modos.

Adição de “cloro líquido”


Trata-se de uma solução aquosa de hipoclorito de sódio, NaClO(aq), a 15%, utilizada na piscina todos os dias na proporção de
. 30 mL/m3 de água. O hipoclorito de sódio é um sal muito solúvel e se dissocia facilmente:
NaClO(s) Na11(aq) 1 ClO12(aq)
Parte dos íons hipoclorito, ClO12(aq), reage com a água formando o ácido hipocloroso.
ClO12(aq) 1 H2O(l) HClO(aq) 1 OH12(aq)
Tanto o ácido hipocloroso, HClO(aq), como o íon hipoclorito atuam como desinfetantes e bactericidas; no entanto, a ação do
ácido hipocloroso é cerca de oitenta vezes mais eficiente (nesse aspecto) do que a do ânion hipoclorito.
O pH da água também precisa ser bem controlado para que a ação desinfetante dos íons hipoclorito e do ácido hipocloroso seja
otimizada. O pH ideal da água da piscina é 7,2 (igual ao da lágrima), mas pode variar até 7,6.

Adição de “cloro granulado”


São grânulos de hipoclorito de cálcio, Ca(ClO)2(s), a 65%, utilizados na piscina a cada dois dias na proporção de 4 g/m3 de água.
A ação do hipoclorito de cálcio é basicamente a mesma do hipoclorito de sódio: o sal dissocia-se na água e libera íons hipoclorito,
dos quais boa parte reage com a água formando HClO(aq).
Ca(ClO)2(s) Ca21(aq) 1 2 ClO12(aq)
ClO12(aq) 1 H2O(l) HClO(aq) 1 OH12(aq)

84 Equilíbrios químicos I
Adição de “cloro em pastilhas”
Trata-se de pastilhas de um composto organoclorado, o tricloro-S-triazina-triona (CNOCl)3.
Esse composto dissolve-se lentamente na água liberando íons hipoclorito, ClO12(aq), dos quais uma parte sofre hidrólise forman-
do ácido hipocloroso, que deve ser colocado dentro de um recipiente próprio (margarida), que fica boiando na piscina e mantém o
chamado nível residual de cloro constante por um período de 10 a 14 dias.
Qualquer que seja o produto utilizado, vai se estabelecer na água da piscina o equilíbrio:
HOCl(l) 1 H2O(l) H3O11(aq) 1 ClO12(aq)
O nível residual de cloro (medido pela concentração de íons hipoclorito) considerado ideal para combater e prevenir eventuais
contaminações da água da piscina é de 1 ppm a 3 ppm. Concentrações menores do que 0,5 ppm podem gerar contaminação.
Uma reclamação constante de pessoas que frequentam piscinas públicas é o forte “cheiro de cloro” que elas apresentam, principal-
mente quando são cobertas. Na realidade, o ser humano não consegue sentir o cheiro do ácido hipocloroso em concentrações de até
20 ppm; portanto, o cheiro forte não é de “cloro” ou de “ácido hipocloroso”, mas sim de compostos denominados “cloroaminas”, forma-
dos pela reação entre o ácido hipocloroso e o cátion amônio, NH411(aq), liberado pela urina ou pelo suor dos banhistas:
NH411(aq) 1 HClO(l) NH2Cl(l) 1 H3O11(aq)
NH2Cl(l) 1 HClO(l) NHCl2(l) 1 H2O(l)
NHCl2(l) 1 HClO(l) NCl3(l) 1 H2O(l)

ANDREY ARMYAGOV/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES


EXERCÍCIO RESOLVIDO

m
Ene-1
(Udesc) Um dos principais tipos de solo no Brasil é o latossolo Assinale a alternativa correta.
C 4
H- vermelho-amarelo, que apresenta óxidos de ferro e de alu- a) Somente as proposições II e III são verdadeiras.
mínio na sua composição. Uma amostra desse tipo de solo b) Somente a proposição I é verdadeira.
apresentou pH 5 4,0. c) Somente a proposição II é verdadeira.
Analise as proposições abaixo em relação a esses dados. d) Somente as proposições I e III são verdadeiras.
e) Somente a proposição III é verdadeira.
FRENTE B
I. O aumento do pH pode ser realizado pela adição de cal-
cário, porque o carbonato, CO322, em contato com a umi- RESOLUÇÃO:
dade do solo hidrolisa, produzindo bicarbonato, HCO32, e I. Verdadeira.
hidróxido, OH2. CO3221 H2O HCO23 1 OH2
QUÍMICA

II. O aumento do pH pode ser realizado pela adição de sali- II. Falsa. O nitrato de sódio, NaNO3, não sofre hidrólise.
tre, que é composto, principalmente, por nitrato de sódio. III. Verdadeira.
III. O íon alumínio (Al31) é um dos componentes responsá- Al31 1 3 H2O Al(OH)3 1 3 H1
veis pela acidez no solo, porque na hidrólise gera íons H1. Alternativa d.

Equilíbrios químicos I 85
3. O cianeto de potássio é um sal de base forte
e ácido fraco. O íon cianeto sofre hidrólise, em 4. O ânion bicarbonato, HCO−3 , sofre hidrólise em
água, tornando o meio básico: água gerando um meio levemente básico:
CN− 1 H2O(l) HCN(aq) 1 OH−(aq). HCO23 1 H2O → H2CO3 1 OH−.
PARA CONSTRUIR

1 (Vunesp) Em um estudo sobre extração de enzimas vegetais para uma indústria de alimentos, o professor solicitou que um estu-
m
Ene-7
dante escolhesse, entre cinco soluções salinas disponíveis no laboratório, aquela que apresentasse o mais baixo valor de pH.
C 5
H-2
Sabendo que todas as soluções disponíveis no laboratório são aquosas e equimolares, o estudante deve escolher a solução de: e
a) (NH4)2C2O4.
b) K3PO4.
c) Na2CO3.
d) KNO3.
e) (NH4)2SO4.
A solução de mais baixo pH (mais ácida) corresponde ao sal derivado de ácido forte e base fraca: (NH4)2SO4 (sulfato de amônio).

2 (Uerj) Um laboratório realiza a análise de células utilizando uma solução fisiológica salina com pH neutro. O laboratório dispõe de
m
Ene-7
apenas quatro substâncias que poderiam ser usadas no preparo dessa solução: HCl, NaCl, NaOH e NaHCO3.
C 5
H-2
Dentre elas, a que deve ser escolhida para uso na análise está indicada em: b
a) HCl.
b) NaCl.
c) NaOH.
d) NaHCO3.
HCl – confere caráter ácido à solução.
NaOH – confere caráter alcalino à solução.
NaHCO3 – sal de ácido fraco e base forte; em solução aquosa o íon bicarbonato (HCO−3) sofre hidrólise, aumentando o pH da solução.
NaCl – sal de ácido forte e base forte; não sofre hidrólise e, portanto, não altera o pH da solução.

3 (UFTM-MG) O cianeto de hidrogênio em solução aquosa é um ácido muito fraco. O hidróxido de potássio é uma base muito forte.
m
Ene-7
O produto iônico da água, Kw, a 25 oC, é igual a 1 ? 10214. Logo, as soluções aquosas de cianeto de potássio, nessa temperatura,
C 5
H-2 apresentam: c
a) [H1] . 1 ? 1027 e, portanto, são básicas.
b) [H1] . 1 ? 1027 e, portanto, são ácidas.
c) [H1] , 1 ? 1027 e, portanto, são básicas.
d) [H1] , 1 ? 1027 e, portanto, são ácidas.
e) [H1] 5 1 ? 1027 e, portanto, são neutras.

4 (UFU-MG) O bicarbonato de sódio é um produto de larga aplicação doméstica: na culinária, para diminuir a acidez de molhos;
m
Ene-5
como medicamento, no combate à azia e para neutralizar a acidez bucal; em desodorantes, para neutralizar a ação de ácidos que
C 8
H-1 causam o cheiro de suor, entre outras aplicações.
Essa variedade de aplicações é devida à: c
a) decomposição do ácido carbônico gerado, formando água e gás carbônico.
b) elevada força básica do sal, que reage com ácidos para neutralizá-los.
c) hidrólise do ânion em água, formando soluções levemente básicas.
d) formação do ácido carbônico em água, que diminui o pH da solução.

5 (Urca-CE) Assinale a opção que contém a substância que, em solução aquosa, apresenta pH abaixo de 7: e
m
Ene-7
C 5
a) KCN.
H-2
b) NaCl.
c) NH4OH.
d) K2CO3.
e) NH4Cl.
O cloreto de amônio, NH4Cl, é um sal de ácido forte e base fraca. Em solução aquosa, o íon amônio, NH14 , sofre hidrólise gerando um meio
ácido (pH , 7).

86 Equilíbrios químicos I
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA

PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR 3 (PUC-RJ) Sobre uma bancada, há cinco frascos de solu-
m
Ene-7
ções aquosas de um ácido, bases e sais na temperatura de
C 5
H-2 25 oC. Nessa temperatura, o produto iônico da água (Kw) é
1 (UFRN) Durante o processo da digestão, o estômago pro- 1,0 ? 10−14. Assim, a concentração de H1, em mol L21, repre-
m
Ene-5
duz ácido clorídrico (HCl). Quando essa produção supera o sentada por [H1], na solução de:
C 8
H-1 necessário, ocorre a hipercloridria, normalmente conhecida a) ácido acético é menor que 1027.
como “azia”. Para combatê-la, são usados alguns antiácidos à b) cloreto de amônio é maior que 1027.
base de bicarbonato de sódio, NaHCO3. Esse efeito deve-se c) hidróxido de amônio é maior que 1027.
ao fato de que: d) cloreto de potássio é maior que 1027.
a) o bicarbonato é um composto pertencente à função base e) hidróxido de potássio é maior que 1027.
sendo, portanto, capaz de neutralizar o ácido clorídrico do 4 (USJT-SP) Brócolis, escarola, vagens, etc., quando cozidos, per-
estômago. m dem parcialmente sua coloração verde. A causa da perda da
Ene-5
b) o bicarbonato é um composto de caráter ácido superior C 7
H1
- cor deve-se à seguinte reação:
ao ácido clorídrico, sobrepondo-se a este.

C55H72 O5N4Mg 1 2 H1 
 C55H74 O5N4 1 Mg
21
c) o bicarbonato de sódio, também chamado carbonato áci- Verde Incolor
do de sódio, na verdade não combate a acidez.
d) o bicarbonato, apesar de ser um sal, apresenta caráter Com base na equação iônica dada, o que seria mais adequa-
básico quando em solução e, por isso, neutraliza o ácido do adicionar ao vegetal, durante o cozimento, para não ocor-
clorídrico do estômago. rer uma mudança de cor?
a) vinagre
2 (UFPR) Em uma plantação de pupunha para palmito na ro- b) água filtrada
dovia Alexandra-Matinhos, foi feita a adubação do solo com c) sal de cozinha
m
Ene-5 sulfato de amônio nos primeiros dois anos, para aumentar d) suco de limão
C 7
H-1 a quantidade de nitrogênio do solo, e também foi adiciona- e) bicarbonato de sódio
do calcário dolomítico (carbonato de cálcio) no solo aos 4 5 (FEI-SP) Os compostos cianeto de sódio, NaCN, cloreto de
anos de idade das plantas. A tabela abaixo mostra os valores m zinco, ZnCl2, sulfato de sódio, Na2SO4, e cloreto de amô-
Ene-7
de pH do solo em uma determinada área experimental da C 5
H-2 nio, NH4Cl, quando dissolvidos em água, tornam o meio
plantação. respectivamente:
a) básico, ácido, ácido, neutro.
Período pH b) ácido, básico, neutro, ácido.
c) básico, neutro, ácido, ácido.
Antes do plantio 4,6 d) básico, ácido, neutro, ácido.
e) ácido, neutro, básico, básico.
24 meses 4,5

39 meses 3,9 PARA


PARA APRIMORAR
PRATICAR

48 meses 4,6 1 O papel de tornassol é um indicador ácido-base amplamente


m
Ene-5
utilizado em laboratórios de Química por ser prático, econô-
Fonte: Neves e Santos, Pesquisa Florestal Brasileira, 56, jan./jun. 2008. C 8
H-1 mico e eficiente para medir pH. O tornassol – substância im-
A hidrólise de determinados íons promove o aumento ou pregnada ao papel poroso – é extraído de uma planta líquen
a diminuição do pH de solos ou soluções aquosas. Assina- originária da Holanda.
le a alternativa que indica o íon e o produto que promo- O papel tornassol se apresenta em três diferentes cores: ver- FRENTE B
veram as mudanças de valores de pH aos 39 e 48 meses, melha, azul ou neutra.
respectivamente. O papel tornassol vermelho muda para azul na presença de
soluções básicas.
QUÍMICA

a) O sulfato produz H1 e o carbonato produz OH2.


b) O amônio produz OH2 e o cálcio produz H1. O papel tornassol azul muda para vermelho na presença de
c) O amônio produz H1 e o carbonato produz OH2. soluções ácidas.
d) O sulfato produz OH2 e o cálcio produz H1. O papel tornassol neutro fica vermelho na presença de áci-
e) O sulfato produz H1 e o cálcio produz OH2. dos e azul na presença de bases.

Equilíbrios químicos I 87
O sal que, em solução aquosa, não produz efeito sobre o pa- odor característico de vinagre. Para auxiliar nas demais iden-
pel tornassol é: tificações, os alunos mediram o pH das soluções, conforme
a) CuSO4, sulfato de cobre. mostram as figuras.
b) Na2CO3, carbonato de sódio.
c) NaCl, cloreto de sódio.
d) CH3COONa, acetato de sódio.
e) NH4Cl, cloreto de amônio.
A B C
2 O papel indicador universal é uma mistura de indicadores
m
Ene-5 de pH com pontos de viragem bem distintos, impregnados
C 8 pH 5 3 pH 5 9 pH 5 5
H-1 em tiras de papel absorvente. Geralmente contém solventes
(água, metanol, propan-1-ol) e os indicadores propriamente
a) Identifique as soluções B e C. Justifique sua resposta.
ditos, normalmente:
b) Determine a concentração da solução A, em mol/L, dada
fenolftaleína: pH de viragem de incolor para rosa-escuro a constante de equilíbrio K 5 2 ? 1025.
entre 8,2 e 9,8;
vermelho de metilo: pH de viragem de vermelho para ama- Texto para questões 4 e 5.
relo entre 4,4 e 5,2;
azul de bromotimol: pH de viragem de amarelo para azul Chuva ácida é toda chuva que tem pH abaixo de 7, o
entre 6,0 e 7,6; índice normal da água. Ao pé da letra, toda chuva é con-
azul de timol: pH de viragem de amarelo para azul entre siderada ácida, já que sempre existe alguma concentração
8,0 e 9,6. de ácidos nas torrentes. Quando o pH é 5,6 ou menos, ela
se torna capaz de matar peixes, destruir o solo e corroer
Comparando-se a tonalidade que o papel adquire na presen-
materiais sólidos. O fenômeno ocorre porque as nuvens
ça da solução testada com a escala reproduzida na caixa, con-
não são formadas apenas por vapor d’água, mas também
segue-se determinar com relativa precisão o pH da solução.
por gases diversos. Os componentes gasosos da poluição,
como o dióxido de carbono (CO2), o dióxido de enxofre
pH
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 (SO2) e o dióxido de nitrogênio (NO2) se misturam à água
e podem, inclusive, viajar com o vento e contaminar a
chuva de outras cidades.
Revista Mundo Estranho, setembro de 2013, p. 49. Adaptado.
Papel indicador universal de pH, as cores da escala
indicam pH de 1 a 14 4 (Senac-SP) O índice normal da água, ou seja, pH 5 7, a 25 oC,
Com base nas informações fornecidas, indique a solução m
Ene-7 corresponde à concentração de íons OH2 igual a:
C 4
aquosa salina na qual o papel indicador universal adquire co- H-2
Dado: Kw, a 25 oC 5 1,0 ? 10214.
loração esverdeada:
a) 1027 mol ? L21, indicando meio ácido.
a) KI(aq).
b) 1027 mol ? L21, indicando meio neutro.
b) (NH4)2SO4(aq).
c) 1027 mol ? L21, indicando meio básico.
c) MgCl2(aq).
d) 10214 mol ? L21, indicando meio neutro.
d) Zn(NO3)2(aq).
e) 10214 mol ? L21, indicando meio ácido.
e) Na2CO3(aq).

3 (Famerp-SP) Um professor inseriu soluções aquosas de acetato 5 (Senac-SP) Para elevar o pH da água da chuva, pode-se adi-
m
Ene-7 de sódio (CH3COONa), de cloreto de amônio (NH4Cl) e de ácido m
Ene-7 cionar a substância:
C 5 C 4
H2
- H-2
acético (CH3COOH) em três diferentes recipientes, sem identi- a) HCl.
ficar cada um pelo respectivo conteúdo, apenas rotulando-os b) NaHCO3.
como A, B e C. Em seguida, solicitou aos alunos que identi- c) NaCl.
ficassem cada uma das soluções. A solução de ácido acético d) NH4Cl.
foi facilmente identificada como sendo a solução A, pelo seu e) HClO.

88 Equilíbrios químicos I
CAPÍTULO

16 Constante de hidrólise

Objetivos: Vimos que somente sofrem hidrólise os sais solúveis – que liberam seus íons para reagir com a
c Conceituar hidrólise. água – formados por um cátion proveniente de uma base fraca e/ou um ânion proveniente de um
ácido fraco.
c Analisar as condições Sais formados pela reação entre um ácido forte e uma base forte não sofrem hidrólise.
necessárias para que Para o equilíbrio químico relacionado à hidrólise de um sal, define-se uma constante denomi-
um íon sofra ou não nada constante de hidrólise, simbolizada por Kh.
hidrólise.
Veremos agora como deduzir a expressão dessa constante.
c Equacionar as reações
de hidrólise. SAL ORIGINADO DE ÁCIDO FRACO E DE BASE FRACA
c Analisar o efeito da
Considere, por exemplo, a reação entre o ácido hipocloroso (ácido fraco) e o hidróxido de
hidrólise de íons no amônio (base fraca) formando hipoclorito de amônio e água representada na equação a seguir:
pH da solução aquosa HClO(aq) 1 NH4OH(aq) **( NH4ClO(aq) 1 HOH(l)
em que esse íon está
Como o cátion amônio, NH (aq), possui afinidade pelo íon hidróxido, OH12(aq), e o ânion
11
4
presente.
hipoclorito, ClO12(aq), possui afinidade pelo próton, H11. Dessa forma, ocorre a reação:

NH11
4
(aq) 1 ClO12(aq) 1 HOH(l) **( HClO(aq) 1 NH4OH(aq)

dando origem ao seguinte equilíbrio químico:


NH411(aq) 1 ClO12(aq) 1 HOH(l) HClO(aq) 1 NH4OH(aq)
Como não há presença de íons H3O (aq) ou de íons OH12(aq) livres no equilíbrio, concluímos
11

que a solução não sofre variação de pH devido à hidrólise.


O valor do pH de soluções de Expressando Kc para esse equilíbrio:
sais formados de ácido fraco e base [HClO] ? [NH4 OH]
fraca depende do Ka do ácido e do Kc 5
NH141 ? [ClO12 ] ? [HOH]
Kb da base que formaram o sal.
Para o hipoclorito de amônio, Como estamos trabalhando com o conceito de atividade e a atividade da água é igual à unidade,
NH4ClO: aágua 5 1, temos:
Ka HClO 5 3,2 ? 1028 mol/L [HClO] ? [NH4 OH]
Kc 5
Kb NH OH 5 1,71 ? 1025 mol/L NH141 ? [ClO12 ]
4

Como o valor de Kb é maior Uma vez que se trata de uma constante de hidrólise, é costume chamar Kc de Kh. Logo:
do que o valor de Ka, a rigor a so- [HClO] ? [NH4 OH]
lução final será levemente básica; a Kh 5
NH141 ? [ClO12 ]
variação de pH, no entanto, é prati- FRENTE B
camente imperceptível. Concluímos que a constante de hidrólise de um sal originado de ácido fraco e de base fraca
pode ser calculada pela relação:
QUÍMICA

[ácido fraco] ? [base fraca]


Kh 5
[ânion do ácido] ? [cátion da base]

Outra forma de calcular Kh é a partir de Kw.

Equilíbrios químicos I 89
Matematicamente, sabemos que se multiplicarmos simultaneamente o numerador e o deno-
minador de uma fração por um mesmo número, a fração não se altera.
Considere, então, o seguinte artifício matemático: multiplicar o numerador e o denominador
dessa expressão de Kh por [H3O11] ? [OH12].
[HClO] ? [NH4 OH] ? H3O11 ? [OH12 ]
Kh 5
H3O11 ? [ClO12 ] ? NH141 ? [OH12 ]

Agora, vamos dividir o numerador e o denominador dessa fração pelo produto


[HClO] ? [NH4OH]. Temos:
HClO ? NH4 OH ? H3O11 ? [OH12 ]
HClO ? NH4 OH
Kh 5 ⇒
H3O11 ? [ClO12 ] ? NH141 ? [OH12 ]
[HClO] ? [NH4 OH]
Kw
H3O11 ? [OH12 ]
⇒ Kh 5
H3O11 ? [ClO12 ] NH141 ? [OH12 ]
?
[HClO] [NH4 OH]
Ka Kb

Concluímos, então, que a constante de hidrólise de um sal formado pela reação entre um ácido
fraco e uma base fraca é calculada pela relação:

Kw
Kh 5
K a ? Kb

De forma análoga e, sabendo que apenas os íons provenientes de ácido fraco ou de base fraca
sofrem hidrólise, chegamos às conclusões estabelecidas na tabela abaixo.

Sal de Hidrólise do íon proveniente do ácido Caráter da Constante


Exemplo
ácido base ou da base fraca solução de hidrólise

Kw
fraco fraca NH4CN NH411 1 CN12 1 H2O NH4OH 1 HCN neutra Kh 5
Ka ? Kb

Kw
fraco forte NaCN CN12 1 H2O OH12 1 HCN básica Kh 5
Ka

Kw
forte fraca NH4Cl NH411 1 H2O 1 H2O NH4OH 1 H3O11 ácida Kh 5
Kb

forte forte NaCl não ocorre neutra

Para equilíbrios químicos envolvendo a hidrólise de sais, definimos também o grau de hidrólise,
ah, pela relação:

Quantidade de matéria hidrolisada do sal


αh =
Quantidade de matéria inicialmente dissolvida do sal

sendo ah um número compreendido entre 0 e 1, ou: 0% , ah% < 100%.

90 Equilíbrios químicos I
ÁCIDO FRACO E SAL SOLÚVEL DO MESMO ÂNION
Considere uma solução aquosa de um ácido genérico HA(aq) em equilíbrio:
HA(aq) 1 H2O(l) H3O11(aq) 1 A12(aq)
H3O11 ? [A12 ]
e cujo Ka pode ser expresso por: K a 5
[HA]
Adicionando à solução aquosa desse ácido um sal CA(s) que possua em comum com o ácido
HA(aq) o mesmo ânion A12(aq), vai ocorrer, segundo o princípio de Le Chatelier, um deslocamento
do equilíbrio no sentido de diminuir a ionização do ácido HA(aq).
H2O(l)
Adição de A12(aq) ao equilíbrio: CA(s) C11(aq) 1 A12(aq)
Aumenta [A12]: HA(aq) 1 H2O(l) H3O11(aq) 1 A12(aq)
O equilíbrio de ionização do ácido se desloca no sentido inverso.
Desse modo, o valor de Ka permanece constante, desde que a temperatura também permaneça
constante, pois, à medida que a concentração de ânions A12(aq) aumenta pela adição do sal CA(aq),
a concentração de moléculas HA(aq) aumenta pelo deslocamento do equilíbrio.
H3O11 ? [A12 ] (produto aumenta)
(permanece constante) Ka 5
[HA] (aumenta)

BASE FRACA E SAL SOLÚVEL DO MESMO CÁTION


Considere uma solução aquosa de uma base genérica COH(s), em equilíbrio:
H2O(l)
COH(s) C 11(aq) 1 OH12(aq)
[C11 ] ? [OH12 ]
e cujo Kb pode ser expresso por: K b 5
[COH]
Adicionando à solução aquosa dessa base um sal CA(s), que possua em comum com a base
COH(aq) o mesmo cátion C11(aq), vai ocorrer um deslocamento do equilíbrio no sentido de dimi-
nuir a dissociação da base COH(aq).
H2O(l)
Adição de C11(aq) ao equilíbrio: CA(s) C11(aq) 1 A12(aq)
H2O(l)
Aumenta [C11]: COH(s) C11(aq) 1 OH12(aq)
O equilíbrio de dissociação da base se desloca no sentido inverso.
Desse modo, o valor de Kb permanece constante, desde que a temperatura também permaneça
constante, pois, à medida que a concentração de cátions C11(aq) aumenta pela adição do sal CA(aq),
a concentração de moléculas COH(aq) aumenta pelo deslocamento do equilíbrio.
[C11 ] ? [OH12 ] (produto aumenta)
(permanece constante) Kb 5
[COH] (aumenta)

FRENTE B
EXERCÍCIO RESOLVIDO

m
Ene-7
Calcule as constantes de hidrólise dos sais relacionados abaixo.
C 4
H-2 Dados: Ka (HNO2) 5 7,0 ? 1024 Kb (NH4OH) 5 1,7 ? 1025 Kw 5 1,0 ? 10214
QUÍMICA

a) Nitrito de sódio, NaNO2.


b) Cloreto de amônio, NH4Cl.
c) Nitrito de amônio, NH4NO2.

Equilíbrios químicos I 91
RESOLUÇÃO: 1,0 ? 10214
a) Nitrito de sódio: Kh 5
1,7 ? 1025
K
Kh 5 w
Ka Kh 5 5,9 ? 10210
1,0 ? 10214 c) Nitrito de amônio:
Kh 5
7,0 ? 1024 K
Kh 5 w
Kh 5 1,4 ? 10211 Ka ? Kb
1,0 ? 10214
b) Cloreto de amônio: Kh 5
7,0 ? 1024 ? 1,7 ? 1025
Kw
Kh 5 Kh 5 8,4 ? 1027
Kb

PARA CONSTRUIR

1 (UEL-PR) A adição de cianeto de sódio sólido em água esta- 3 (Ufes) Com base nos seguintes dados: K a 5 1,8 ? 1025 e
m
Ene-7
belece o equilíbrio químico: m
Ene-7
Kw 5 1,0 ? 10214, a constante de hidrólise do acetato de
C 4 C 4
H2
-
CN−(aq) 1 H2O(l) HCN(aq) 1 OH−(aq) H2
- sódio em uma solução 0,1 mol/L é: c
A constante de equilíbrio é conhecida como: e a) 2,3 ? 10210. Kh 5
Kw
b) 4,5 ? 10210. Ka
a) produto iônico da água, Kw.
1,0 ? 10214
b) produto de solubilidade, Kps. c) 5,6 ? 10210. Kh 5
1,8 ? 1025
c) constante de ionização do ácido, Ka. d) 6,5 ? 10210.
Kh 5 5,6 ? 10210
d) constante de dissociação da base, Kb. e) 6,8 ? 10210.
e) constante de hidrólise do sal, Kh.

2 Indique o caráter (ácido, básico ou neutro) que apresentam


m
Ene-7
separadamente as soluções aquosas de ácido metanoi-
C 4
H-2 co, HCOOH(aq), amônia, NH3(aq) e metanoato de amônio,
NH4(OOCH)(aq).
Dados a 25 °C:
HCOOH(l) 1 H2O(l) H3O1(aq) 1 HCOO2(aq)
Ka 5 1,8 ? 1024
NH3(g) 1 H2O(l) NH14 (aq) 1 OH2(aq)
Kb 5 1,8 ? 1025
HCOOH(aq): caráter ácido.
NH3(aq): caráter básico.
NH4(OOCH)(aq): caráter ácido, pois Ka . Kb

92 Equilíbrios químicos I
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA

a) a constante de hidrólise;
PARA PRATICAR
b) o pH a 25 °C. Dado: log 2 5 0,3.

1 Uma solução aquosa de concentração em quantidade de 2 Em naves espaciais, o gás carbônico produzido na respiração
m
Ene-7
matéria igual a 0,1 mol/L de nitrito de potássio, KNO2, apre- m
Ene-5
dos astronautas é eliminado por meio da reação com o hi-
C 4 C 8
H-2 senta grau de hidrólise, ah%, igual a 1% a 25 oC. H-1 dróxido de lítio.
O pH dessa solução nessa temperatura é: CO2(g) 1 2 LiOH(s) Li2CO3(s) 1 H2O(g)
a) 8,0. A respeito dos compostos envolvidos nesse equilíbrio quími-
b) 7,0. co, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
c) 9,0. a) O carbonato de lítio forma com a água uma solução de
d) 11. caráter ácido.
e) 12. b) A hidrólise do carbonato de lítio pode ser representada
pela equação:
2 Em relação às substâncias: cloreto de amônio, NH4Cl, cloreto
Li2CO3(aq) 1 2 H2O(l) 2 Li1(aq) 1 2 OH2(aq) 1
m
Ene-7
de potássio, KCl, ácido sulfúrico, H2SO4, cianeto de potássio,
C 4 1 H2CO3(aq)
H-2 KCN, hidróxido de sódio, NaOH:
c) A constante de hidrólise do carbonato de lítio pode ser
a) Coloque-as em ordem crescente de acidez. calculada pela expressão:
b) Uma solução aquosa de cianeto de potássio 0,1 mol/L
Kw
tem grau de ionização, ah%, 0,5%. Determine sua cons- Kh 5
Kb
tante de hidrólise, Kh.
d) Sabendo-se que após dissolver 0,5 mol de Li2CO3(s)
3 Uma solução aquosa de concentração em quantidade de em água para obter 1 litro de solução, foi constatada a
m
Ene-7
matéria igual a 0,5 mol/L de brometo de amônio, NH4Br, formação de H2CO3(aq), na concentração de 0,1 mol/L.
C 4
H-2 apresenta grau de hidrólise, ah%, igual a 0,8% à temperatura Pode-se afirmar que o grau de hidrólise, a, foi igual a
25 oC. Calcule: 0,4 ou 40%.
a) a constante de hidrólise;
3 Uma solução aquosa de concentração em quantida-
b) o pH à t °C. Dado: log 4 5 0,60.
m
Ene-7
de de matéria igual a 0,8 mol/L de cianeto de amônio,
C 4
H-2 NH4CN(aq), apresenta grau de hidrólise, a%, igual a 0,25%
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR à temperatura t oC.
Para essa solução, calcule:
1 Uma solução de concentração em quantidade de matéria
m igual a 0,01 mol/L de acetato de potássio, H3CCOOK, apresen- a) a constante de hidrólise;
Ene-7
C 4
H-2 ta grau de hidrólise, ah%, igual a 2% a 25 oC. Para essa solução, b) sabendo que: Kh (NH4OH) 5 1,7 ? 1025; Kh (HCN) 5 4,8 ? 10210,
calcule: podemos afirmar que a solução final terá pH 5 7? Justifique.

ANOTAÇÕES

FRENTE B
QUÍMICA

Equilíbrios químicos I 93
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALLINGER, N. L. et al. Química Orgânica. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1978.
ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química: questionando a vida moderna. São Paulo: Bookman, 2006.
BRADY, J. E.; HUMISTON, G. E. Química geral. Rio de Janeiro: LTC, 1986. v. I e II.
BRUCE, P. Y. Química Orgânica. Rio de Janeiro: Prentice Hall Brasil, 2006. v. 1 e 2.
BUENO, W. A.; LEONE, F. A. Química geral. São Paulo: McGraw-Hill, 1978.
CHAGAS, A. P. Como se faz Química: uma reflexão sobre a Química e a atividade do químico. 2. ed. Campinas:
Ed. da Unicamp, 1992.
EBBING, D. D. Química geral. Rio de Janeiro: LTC, 1998. v. 1.
KOTZ, J. C.; TREICHEL JR., P. Química e reações químicas. Rio de Janeiro: LTC, 1998. v. 1 e 2.
LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa. 4. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1996.
LOURENÇO, M. G. Química, ciências físico-químicas. Porto: Porto Editora, 1996.
MCMURRY, J. Química Orgânica: combo. Rio de Janeiro: LTC, 2004. v. 1 e 2.
MORRISON, R. T.; BOYD, R. N. Química Orgânica. 13. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996.
PERRY, R. H.; GREEN, D. W. Perry’s Chemical Engineer’s Handbook. 6. ed. Kansas: McGraw-Hill, 1984.
(Chemical Engineering Series).
PIMENTEL, G. C. (Org.). Química: uma ciência experimental. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,
1963.
ROCHA, J. C.; ROSA, A. H.; CARDOSO, A. Introdução à Química ambiental. Porto Alegre: Bookman, 2004.
SNYDER, C. H. The Extraordinary Chemistry of Ordinary Things. 2. ed. New York: John Wiley & Sons, 1995.
SPENCER, J. N.; BODNER, G. M.; RICKARD, L. H. Química: estrutura e dinâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2007.

94 Equilíbrios químicos I
MAIS ENEM
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias

Texto para as questões 1 e 2. Texto para as questões 3 e 4.


[...] Por que pão italiano é azedo? O sangue humano é um sistema tamponado, ou seja, o seu pH
O gosto azedo desse tipo de pão se deve à ação dos fermen- é mantido em torno de 7,4. Isso é alcançado graças ao que os
tos. Em primeiro lugar, na receita do pão italiano há um proces- bioquímicos chamam de sistema tampão, ou seja, um sistema
so de fermentação diferente da do pãozinho francês. No caso do capaz de manter o pH dentro de uma determinada faixa, sem
pão francês, a levedura é apenas um ingrediente da massa adi- grandes alterações. Para isso é necessário que o sistema con-
cionado aos demais. No pão do tipo italiano é feita uma massa tenha um ácido fraco e sua base conjugada. O bicarbonato é
que os italianos batizaram de biga e que serve como uma espécie responsável pela manutenção do pH sanguíneo.
de cultura de leveduras. [...] As leveduras, como a Saccharomyces No sangue, graças à ação de uma enzima, ou seja, um catalisador
cerevisae, entram em ação quando cruzam com moléculas como biológico, presente nas hemácias, o CO2 é convertido a ácido carbô-
as da glicose, obtidas a partir do açúcar da receita. nico, que se dissocia em bicarbonato e H1. Além de manter o pH do
Elas têm a capacidade de “queimar” essa glicose e trans- sangue, o bicarbonato tem um papel importante no transporte de
oxigênio. Em regiões do organismo em que a quantidade de CO2 é
formá-la em gás carbônico. Com a ajuda do forno, o gás dará
maior, a formação do bicarbonato e sua ligação à proteína transpor-
origem às bolhinhas que farão a massa crescer. A fermentação
tadora de O2, a hemoglobina, leva a liberação desse gás ao tecido.
também produz ácido láctico e ácido acético – como se trata
de um processo longo, as quantidades serão maiores do que 3 Sobre os catalisadores, é possível afirmar que: d
em um pão comum. O pH do pão fica mais baixo, deixando-o a) eles alteram a velocidade da reação direta, mas não a inversa.
com o sabor azedo. [...] Na receita clássica de pão italiano, a b) eles não alteram a velocidade da reação.
biga representa um oitavo da massa total. [...] c) eles aumentam a energia de ativação de uma reação.
O processo de fermentação do pão italiano produz ácidos d) eles não levam a modificação da constante de equilíbrio, pois
que alteram o sabor da sua massa. [...] aumentam tanto a velocidade da reação inversa, quanto da
DANTAS, Rui. A importância das massas. Superinteressante. reação direta.
Disponível em: <http://super.abril.com.br/alimentacao/importancia- e) eles levam a modificação da constante de equilíbrio, pois au-
massas-443892.shtml>. Acesso em: 14 maio 2015. mentam a velocidade da reação inversa.
1 Sobre o processo de preparação do pão italiano, é correto afir- 4 Quando a taxa de consumo dos reagentes e a taxa de apareci-
mar que: e mento dos produtos são iguais, ou seja, quando as velocidades
a) Para a preparação de 1 kg de massa de pão italiano são neces- das reações direta e inversa são iguais, é caracterizado o equilí-
sários 200 g de biga. brio químico. Sobre o sistema tampão, podemos afirmar que: b
b) A massa do pão italiano possui maior concentração de base a) Pode ser representado pela equação CO2 1 H2O HCO23 1 H1
quando comparado ao pão francês. HCO23 ? [CO2 ]
c) O pH mais baixo está associado com a elevação da quantidade e a constante de equilíbrio é dada por: K 5 .
[H2O] ? [H1 ]
de bases de Arrhenius presente na massa.
d) De acordo com a teoria de Brönsted-Lowry, o ácido láctico é o b) Pode ser representado pela equação CO2 1 H2O HCO23 1 H1
par conjugado do ácido acético. HCO23 ? [H1 ]
e a constante de equilíbrio é dada por: K 5 .
e) O ácido láctico e o ácido acético originados do processo de [H2O] ? [CO2 ]
fermentação são ácidos, pois, de acordo com a teoria de c) Pode ser representado pela equação CO2 1 H2O HCO23 1 H1
Brönsted-Lowry, são capazes de doar um próton.
HCO23
e a constante de equilíbrio é dada por: K 5 .
2 Sobre o ácido acético, é incorreto afirmar que: a [CO2 ]
a) É um ácido fraco, pois doa prótons com facilidade.
d) Pode ser representado pela equação CO2 1 H2O HCO23 1 H1
b) Sua base conjugada é uma base forte.
HCO23
c) O acetato é a base conjugada do ácido acético. e a constante de equilíbrio é dada por: K 5 .
d) Assim como o ácido lático, o ácido acético é um ácido fraco. [CO2 ] ? [H2CO3 ]
e) O ácido acético é um ácido que possui baixo grau de ioni- e) Pode ser representado pela equação CO2 1 H2O HCO23 1
zação. H e não é possível deduzir a constante de equilíbrio.
1

95
QUADRO DE IDEIAS Direção editorial: Renata Mascarenhas
Coordenação editorial: Tatiany Renó
Edição: Camila De Pieri Fernandes (coord.), Tatiane
Godoy; Colaboração: Eliete Bevilacqua
Coordenação de produção: Fabiana Manna, Daniela
Equilíbrios químicos Carvalho
Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Letícia Pieroni
(coord.), Danielle Modesto, Marília Lima, Marina Saraiva,
Tayra Alfonso, Vanessa Lucena.
Taxa de desenvolvimento da reação Edição de Arte: Kleber de Messas
Iconografia: Sílvio Kligin (supervisão), Ellen Colombo
Finta; Colaboração: Fábio Matsuura, Fernanda Siwiec,
Fernando Vivaldini
Licenças e autorizações: Patrícia Eiras
Reação direta: Reação inversa: Ilustrações: Paulo Manzi
sentido de formação sentido de formação Projeto gráfico de miolo: Daniela Amaral, Talita
dos produtos dos reagentes Guedes
Colaboraram para esta Edição do Material:
Projeto Sistema SESI de Ensino
Gestão do Projeto: Thiago Brentano
Coordenação do Projeto: Cristiane Queiroz
Equilíbrio iônico Equilíbrio molecular Coordenação Editorial: Simone Savarego, Rosiane
Botelho e Valdete Reis
Revisão: Juliana Souza
Diagramação: lab 212
Ka e Kb: Concentração dos Kc em termos de Capa: lab 212
força ácida e básica reagentes e produtos quantidade de matéria Ilustração de capa: Aurielaki/ Golden Sikorka/
Sentavio/ Macrovector/ Shutterstock
Consultores:
Coordenação: Dr. João Filocre
Química: Dra. Marciana Almendro David
Teoria ácido-base de Variação Kp em termos de SESI DN
Brönsted-Lowry de pressão pressão parcial Superintendente: Rafael Esmeraldo Lucchesi
Ramacciotti
Diretor de Operações: Marcos Tadeu de Siqueira
Gerente Executivo de Educação: Sergio Gotti
Gerente de Educação Básica: Renata Maria Braga
Lei da diluição Variação de aeq, grau de dos Santos
de Ostwald Temperatura equilíbrio Todos os direitos reservados por SOMOS Educação S.A.
Avenida das Nações Unidas, 7221
Pinheiros – São Paulo – SP
CEP: 05425-902
pH e Ki, constante Deslocamento (0xx11) 4383-8000
© SOMOS Sistema de Ensino S.A.
pOH de ionização de equilíbrio
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Reis, Martha
Sistema de ensino ser : ensino médio, cadernos de 1 a
Hidrólise 12 : química : frente B : professor / Martha Reis. --
de íons 2. ed. -- São Paulo : Ática, 2017.

1. Química (Ensino médio) I. Título.

16-08168 CDD-540.7

Índice para catálogo sistemático:


1. Química : Ensino médio 540.7

2016
ISBN 978 85 08 18354 8 (AL)
ISBN 978 85 08 18360 9 (PR)
2ª edição
1ª impressão

Impressão e acabamento

Uma publicação
QUÍMICA FRENTE B

GUIA DO PROFESSOR

MARTHA REIS MARQUES DA FONSECA


Bacharel e licenciada em Química pela Faculdade de Ciências
Exatas, Filosóficas e Experimentais da Universidade Presbiteriana
Mackenzie.
Foi professora dos colégios Mackenzie e Objetivo e do curso prepa-
ratório para vestibulares Universitário, tendo atuado também como
editora de livros didáticos.

FRENTE B
QUÍMICA

MÓDULO
Equilíbrios químicos I (16 aulas)

Equilíbrios químicos I
1. EQUILÍBRIOS MOLECULARES –
ESTUDO GRÁFICO
MÓDULO
Objeto do conhecimento
Equilíbrios químicos I Reações químicas.
Equilíbrio químico.
Objeto específico
Plano de aulas sugerido Equilíbrio dinâmico.

Carga semanal de aulas: 2


AULA 1 Páginas: 4 a 9
Número total de aulas do módulo: 16
Equilíbrios moleculares – estudo gráfico

Objetivos
Competências Habilidades
Conceituar equilíbrio químico.
cc Compreender o conceito de cc Estudar as características de Interpretar gráficos de quantidade de matéria de reagentes e produ-
equilíbrio químico, do ponto um sistema em equilíbrio tos de um sistema reversível, tendendo ao equilíbrio, em função do
de vista qualitativo e do ponto químico. tempo.
de vista quantitativo. cc Relacionar o valor numérico
Avaliar se um dado sistema em equilíbrio contém maior quantidade
cc Analisar o significado do valor da constante de equilíbrio de produtos ou de reagentes.
numérico da constante de com a maior ou menor
equilíbrio. tendência à formação de Estratégias
cc Compreender como os produtos. Inicialmente, pergunte aos alunos em que pensam quando ouvem
sistemas em equilíbrio são cc Determinar o valor do pH de
a palavra equilíbrio. Selecione as ideias relacionadas a equilíbrios físi-
modificados por ação de uma solução aquosa. cos e anote na lousa. A partir daí, faça uma diferenciação entre equilí-
agentes externos. cc Estudar os fatores que podem brio estático e equilíbrio dinâmico: o estático pode ser exemplificado
cc Associar a acidez ou a fazer com que um equilíbrio pelo equilíbrio que se obtém em uma balança de dois pratos; o di-
alcalinidade de um meio seja favorecido no sentido nâmico, por meio de uma analogia com uma situação em que várias
aquoso a seu valor de pH. da formação de produtos ou abelhas se encontravam sobre uma poça de mel quando alguém cria
cc Analisar como ocorre a no sentido da formação de uma segunda poça (menor) de mel, ao lado da primeira, e então
hidrólise de um sal e quais as reagentes. algumas abelhas saem da poça maior para a poça menor e algumas
condições necessárias para cc Estudar como a hidrólise de voltam. É interessante que você apresente a situação e deixe os alunos
que ela ocorra. um sal pode alterar o pH de chegarem às suas próprias conclusões acerca do que pode ocorrer
uma solução aquosa. nessa situação que leve à ideia de equilíbrio estático e à ideia de
equilíbrio dinâmico. Eles podem discutir em pequenos grupos e
registrar as condições que garantem a existência de um equilíbrio
As competências e habilidades do Enem estão indicadas em dinâmico no exemplo. As conclusões podem ser socializadas e você
questões diversas ao longo do módulo. Se necessário, explique pode corrigir alguma ideia equivocada que aparecer. Dois aspectos
importantes que os alunos devem entender, para depois transferi-las
aos alunos que a utilidade deste “selo” é indicar o número da(s)
ao contexto químico, são: (a) o equilíbrio se estabelece quando o
competência(s) e habilidade(s) abordada(s) na questão, cuja
número de abelhas que voam da poça 1 à poça 2, em certo interva-
área de conhecimento está diferenciada por cores (Linguagens: lo de tempo, se mantém igual ao número de abelhas que voam da
laranja; Ciências da Natureza: verde; Ciências Humanas: rosa; Ma- poça 2 à 1, nesse mesmo tempo; (b) não é necessário que o número
temática: azul). A tabela para consulta da Matriz de Referência de abelhas sobre a poça 1 seja igual ao número de abelhas sobre a
do Enem está disponível no portal. poça 2 para garantir o equilíbrio.
Apresente agora um sistema químico simples em que as concen-
trações de reagentes e produtos são conhecidas em diferentes mo-
mentos, tal como a reação entre os gases H2 e I2 mostrada na página 5
SESI
Educação do Caderno do aluno. Analise a situação, incluindo a tabela, e vá
www.sesieducacao.com.br
pedindo aos alunos que associem aspectos desse sistema à analogia
Na abertura deste módulo, trabalhe das abelhas: o que seriam as abelhas da poça 1? E as da poça 2? O
com os alunos o objeto educacional que representa o voo da abelha? Como transpor para o sistema quí-
digital Ácido e base. mico os dois aspectos importantes apontados no parágrafo anterior?
E uma questão fundamental: o que existe no sistema químico que

2 GUIA DO PROFESSOR
impõe que a taxa da reação direta se mantenha igual à taxa da reação Deduza a expressão de equilíbrio, para uma reação genérica, partindo
inversa a partir do instante em que as taxas se igualam? Existe algo da igualdade das leis cinéticas que expressam as taxas de reação. Após
equivalente no caso das abelhas? a dedução, volte aos três gráficos representados na lousa e pergunte
Construa um gráfico das taxas de reação (direta e inversa) em fun- aos alunos em qual condição a constante de equilíbrio é menor, igual
ção do tempo, para a reação química apresentada, e evidencie os ou maior que 1. Pergunte o significado de uma constante que tivesse
aspectos já discutidos, agora sob esta representação. Ressalte que um valor altíssimo e de outra com valor baixíssimo. Peça afinal que
o que caracteriza um sistema em equilíbrio é o fato de as taxas de escrevam o que a constante de equilíbrio de certa reação nos indica.
reação permanecerem iguais entre si e, como consequência, as con-
centrações das substâncias permanecerem constantes. Tarefa para casa
Para verificar se os alunos estão compreendendo o assunto, você Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá-
pode pedir que escrevam em uma folha sobre o que foi discutido na gina 14) e do “Para aprimorar” (página 14) deste capítulo.
aula e recolher. Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
em classe.
Tarefa para casa
Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (página 8)
e do “Para aprimorar” (páginas 8 e 9) deste capítulo. 3. A CONSTANTE DE EQUILÍBRIO
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
em classe. Objeto do conhecimento
Reações químicas.
Equilíbrio químico.
2. ANÁLISE QUANTITATIVA DO Objeto específico
EQUILÍBRIO Constante de equilíbrio.
Objeto do conhecimento
Reações químicas. AULA 3 Páginas: 15 a 20
Equilíbrio químico.
A constante de equilíbrio
Objeto específico
Constante de equilíbrio. Objetivos
Relacionar o valor numérico da constante de equilíbrio com o favo-
AULA 2 Páginas: 10 a 14 recimento do equilíbrio no sentido de formação dos reagentes ou
no sentido de formação dos produtos da reação.
Análise quantitativa do equilíbrio Calcular a constante de equilíbrio a partir das concentrações das
Objetivos espécies envolvidas.
Analisar tipos de gráficos de concentração em função do tempo, Estratégias
para sistemas reversíveis tendendo ao equilíbrio químico.
O conceito de equilíbrio químico e o de constante de equilíbrio
Determinar a expressão da constante de um sistema em equilíbrio
são muito abstratos, por envolver uma visão microscópica do fe-
químico em termos de concentração e em termos de pressões par-
nômeno (moléculas em reação), uma visão dinâmica (os sentidos
ciais dos componentes gasosos.
direto e inverso da reação, que ocorrem continuamente e que são
Relacionar o valor da constante de equilíbrio com a maior ou menor
interdependentes) e uma visão representacional (equação quími-
tendência à formação dos produtos.
ca, expressão algébrica, representação gráfica). Torna-se impor-
Estratégias tante que esses aspectos sejam bastante relacionados durante as
Recorde o conceito de equilíbrio dinâmico visto na aula anterior. aulas, tanto nas explicações do professor quanto nas atividades
Solicite a participação dos alunos no sentido de verbalizar por que as mentais propostas aos alunos.
características macroscópicas de um sistema em equilíbrio permane- Retome o significado da constante de equilíbrio a partir de
cem inalteradas. exemplos químicos reais: um que apresente baixo valor de Kc e
Para uma reação genérica, construa três gráficos de concentração outro exemplo, alto valor de Kc. Para tanto, apresente a reação FRENTE B
em função do tempo, exemplificando: uma situação em que a con- química de baixo valor de Kc (sob certa temperatura) e peça aos
centração dos produtos é maior do que a dos reagentes, uma situação alunos que escrevam a expressão do Kc dessa reação em particular,
em que ocorre o inverso e uma situação em que a concentração dos partindo da dedução genérica feita na aula anterior. Pergunte o
QUÍMICA

reagentes é igual à concentração dos produtos. É importante que os que indica o fato de a constante ter valor muito baixo e como isso
alunos entendam que as três situações são possíveis em um equilíbrio e se justifica a partir da expressão de Kc.
que não confundam isso com o gráfico das taxas de reação em função Uma questão que pode mobilizar certa discussão na classe é se,
do tempo, em que o equilíbrio somente é concebível quando as taxas no instante em que as taxas de reação direta e inversa se igualaram,
das reações direta e inversa se igualam. as concentrações dos reagentes haviam diminuído muito ou não.

Equilíbrios químicos I 3
E se as concentrações dos produtos haviam aumentado muito ou ção estequiométrica dada pelos coeficientes; as quantidades iniciais
não. Faça esses questionamentos após escrever na lousa a expressão das substâncias, em mol ou mol/L; as quantidades consumidas e
de igualdade entre as taxas de reação. Finalmente, pergunte como produzidas na reação; e as quantidades que permanecem em equi-
podemos comparar as duas constantes cinéticas, a da reação direta líbrio. Caso os valores lançados até aqui sejam de quantidade de
(kd) e a da inversa (ki). É conceitualmente relevante notarem que, matéria, inclua mais uma linha para escrever as concentrações em
justamente pelo fato de a constante cinética da reação inversa ser quantidades de matéria.
mais alta, bastam concentrações baixas de produtos para que o valor Resolva um exemplo, também utilizando a tabela, em que há
ki ? [produtos] se torne igual ao valor kd ? [reagentes], o que corrobora certa quantidade inicial de produtos para ressaltar que, havendo
afinal o baixo rendimento da reação. consumo de reagentes, a quantidade de produto em equilíbrio é
Apresente agora a reação química de alto valor de Kc (sob certa a soma do que havia no início e daquilo que se formou na reação.
temperatura) e encaminhe uma análise semelhante, permitindo Uma situação mais difícil se apresenta aos alunos quando se co-
que os alunos realizem o raciocínio e o escrevam ou falem. nhece o valor da constante de equilíbrio e se pedem as quantidades
Resolva no quadro alguns exercícios como exemplos para calcular das substâncias em equilíbrio. Aqui é interessante evidenciar aos
a constante de equilíbrio químico em termos de concentração em alunos que existe um número infinito de conjuntos numéricos que,
quantidade de matéria, lembrando sempre que a constante de equi- lançados na expressão de constante, podem resultar no valor dado
líbrio depende exclusivamente da temperatura. de Kc. Porém, somente um conjunto numérico específico resolve
Proponha que os alunos resolvam um determinado exercício indi- o problema tendo em vista as quantidades iniciais de reagentes e
vidualmente e depois convide um voluntário para mostrar a resolu- produtos. A montagem da tabela usa valores incógnitos e ao final
ção na lousa. Os colegas podem acompanhar a resolução e ajudar o chega-se a uma equação de 2o grau em x. É comum que haja uma
amigo se observarem algo errado. simplificação de tal forma que a equação se reduza ao 1o grau.
Proponha uma reação em que todos os participantes sejam ga-
Tarefa para casa sosos. Retome o conceito de pressão parcial de um gás em uma
Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pági- mistura gasosa e evidencie que cada gás tem certa parcela de con-
na 19) e do “Para aprimorar” (páginas 19 e 20) deste capítulo. tribuição para a pressão total, que é proporcional à sua quantidade
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões de matéria. Dessa forma, a pressão parcial pode ser usada para ca-
em classe. racterizar a concentração constante de certo gás em equilíbrio quí-
mico. Apresente a expressão da constante em termos de pressões
parciais, Kp, e resolva um exercício. Chame atenção ao fato de que:
4. CÁLCULO DA CONSTANTE DE (a) é possível se propor e calcular o valor de Kp para qualquer reação
EQUILÍBRIO Kp E RELAÇÃO ENTRE química cujo equilíbrio apresenta ao menos uma substância gasosa;
Kc E Kp (b) no cálculo de Kp, ignoram-se as substâncias líquidas e sólidas.
Apresente aos alunos a expressão que permite calcular o valor
Objeto do conhecimento de Kp se conhecemos o valor de Kc e vice-versa. É importante es-
Reações químicas.
clarecer o significado de cada termo da expressão, em particular de
Equilíbrio químico.
Δn. A depender do tempo e do grupo de alunos, pode ser feita a
dedução dessa expressão, porém recomenda-se que seja indicada
Objeto específico para leitura extraclasse para os alunos que tiverem interesse.
Constante de equilíbrio Kp.
Tarefa para casa
AULA 4 Páginas: 21 a 29 Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá-
gina 29) e do “Para aprimorar” (página 29) deste capítulo.
Cálculo da constante de equilíbrio Kp e Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
relação entre Kc e Kp em classe.
Objetivos
Calcular a constante de equilíbrio a partir das pressões parciais dos ANOTAÇÕES
gases envolvidos.
Relacionar a constante de equilíbrio em função das concentrações
em quantidade de matéria com a constante de equilíbrio em função
das pressões parciais dos gases presentes no sistema em equilíbrio.

Estratégias
Inicie a aula retomando uma atividade envolvendo o cálculo da
constante de equilíbrio em função das concentrações em quan-
tidade de matéria. Aproveite o exemplo para revisar os conceitos
envolvidos e construir a tabela que traz as quatro linhas: a propor-

4 GUIA DO PROFESSOR
5. CÁLCULO DO GRAU DE EQUILÍBRIO – a 6. CÁLCULO DE Kp E Kc A PARTIR DO
Objeto do conhecimento
GRAU DE EQUILÍBRIO
Reações químicas.
Objeto do conhecimento
Equilíbrio químico.
Reações químicas.
Objeto específico Equilíbrio químico.
Grau de equilíbrio.
Objeto específico
Constante de equilíbrio; grau de equilíbrio.
AULA 5 Páginas: 30 a 32
AULA 6
Cálculo do grau de equilíbrio – a Páginas: 33 a 35

Objetivo Cálculo de Kp e Kc a partir do grau de equilíbrio


Determinar o grau de equilíbrio de um sistema químico. Objetivos
Determinar as concentrações (ou pressões parciais) de substâncias
Estratégias
em equilíbrio, a partir do grau de equilíbrio.
Os alunos devem lembrar-se dos conceitos de grau de ionização Calcular a constante de equilíbrio, Kc ou Kp , a partir do grau de equi-
e grau de dissociação estudados na teoria de ácidos e bases de
líbrio.
Arrhenius. No entanto, naquela ocasião não se associavam esses
processos a reações de equilíbrio, o que pode ser feito agora para
Estratégias
ressignificar a ideia de que a ionização de um ácido nunca era de
100% justamente por se tratar de um equilíbrio químico, cuja rea- Apresente uma situação em que haja gases envolvidos no equilíbrio
ção inversa sempre garante certa quantidade de ácido não ionizado. e construa a tabela para a resolução. Escreva as quantidades iniciais
Pergunte como era definido o grau de ionização a de ácido. Es- e, a partir do grau de equilíbrio fornecido no enunciado, determine a
creva a expressão em termos de ionização. Agora, pensando de quantidade de cada reagente que foi consumida. Complete a tabela e
forma reversa, é de se esperar que qualquer reação de equilíbrio determine o valor da constante de equilíbrio Kc. Peça aos alunos que
possa ter um grau de equilíbrio associado. Peça então que o ajudem determinem o valor de Kp usando a expressão apresentada na aula an-
a reescrever a expressão do grau de equilíbrio de forma geral, que terior, que relaciona os dois tipos de constante. Proponha ao alunos que
sirva para qualquer reação reversível. formem duplas ou trios e resolvam uma série de exercícios do Caderno,
Informe que na próxima aula irão estudar a relação matemática previamente selecionados de acordo com a dificuldade crescente.
entre o grau de equilíbrio e a constante de equilíbrio, mas que antes
deverão resolver exercícios sobre o grau. Tarefa para casa
Proponha que os alunos resolvam, em grupos pequenos, os exer- Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá-
cícios da seção “Para construir”. Incentive a cooperação entre os co- gina 35) e do “Para aprimorar” (página 35) deste capítulo.
legas do grupo. Faça um levantamento das principais dificuldades Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
encontradas na resolução dessas atividades para apoiar os alunos em classe.
no momento oportuno.

Tarefa para casa 7. DESLOCAMENTO DE EQUILÍBRIOS


Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá-
gina 32) e do “Para aprimorar” (página 32) deste capítulo. Objeto do conhecimento
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões Reações químicas.
em classe. Equilíbrio químico.
Objeto específico
Deslocamento de equilíbrios; princípio de Le Chatelier.
ANOTAÇÕES

AULA 7 Páginas: 36 a 44 FRENTE B

Deslocamento de equilíbrios
QUÍMICA

Objetivo
Conceituar o princípio de Le Chatelier e usá-lo para prever como um
equilíbrio é influenciado pelos seguintes fatores: variação de tempe-
ratura, variação de pressão e variação da concentração de uma das
substâncias envolvidas.

Equilíbrios químicos I 5
Estratégias
8. EXERCÍCIOS SOBRE DESLOCAMENTO
Discuta com os alunos a importante ideia de perturbação sobre um
equilíbrio dinâmico e sua possível reacomodação justamente por ser
DE EQUILÍBRIO
dinâmico. Você pode fazer alusão a outros processos complexos e di-
Objeto do conhecimento
nâmicos, tais como a química de um ser vivo, o clima no planeta ou a
Reações químicas.
economia mundial; evidencie como certa perturbação nesses proces-
sos (ingestão de um grande pedaço de doce; o desmatamento em uma Equilíbrio químico.
região; a diminuição de oferta de carne bovina decorrente do adoe- Objeto específico
cimento de grandes rebanhos) desencadeia respostas de forma que, Deslocamento de equilíbrios; princípio de Le Chatelier.
depois de um tempo, tende a haver uma reacomodação do processo
às novas condições, mantendo-se porém o dinamismo inerente a ele. AULA 8 Páginas: 45 a 47
Pergunte aos alunos qual é a condição fundamental para que se
tenha um sistema químico em equilíbrio e permita que discutam e Exercícios sobre deslocamento de equilíbrio
apresentem ideias. É possível que alguns citem a constância das con-
centrações como uma condição, mas é importante instigá-los a pensar Objetivo
o que no processo permite que as concentrações não variem mais. Ao Conceituar o princípio de Le Chatelier e usá-lo para prever como um
retomarem que, de fato, é a igualdade entre as taxas de reação direta equilíbrio é influenciado pelos seguintes fatores: variação de tempe-
e inversa que garante a instalação de um equilíbrio dinâmico, deverão ratura, variação de pressão e variação da concentração de uma das
assumir que qualquer perturbação do equilíbrio (não importando por substâncias envolvidas.
qual fator) decorre da perda dessa igualdade: a taxa direta aumentou
ou diminuiu, ou foi a taxa inversa que se alterou. Da mesma forma, o Estratégias
reequilíbrio após a perturbação implica uma nova situação de igual- No início da aula, reserve certo tempo para que os alunos levantem
dade entre as duas taxas. Essa discussão exemplifica um dos aspectos eventuais dúvidas quanto aos exemplos da aula anterior. Em seguida,
que o psicólogo cognitivista David Ausubel aponta como importantes peça que se agrupem em trios para a resolução de exercícios. Escolha
para a aprendizagem significativa, ou seja, que os conhecimentos vão se uma opção de aula configurada por: grupos espontâneos, em que os
especificando e diferenciando com o avanço do curso, mas que perio- alunos se agrupam por suas escolhas; ou por grupos homogêneos
dicamente é preciso retomar ideias já estudadas e buscar sua integração compostos previamente por você, de modo que os alunos estejam
com os conceitos novos, pois isso auxilia o aluno a entender e fixar o agrupados de acordo com seu desempenho na disciplina, o que per-
que é novo e a dar novos significados ao que já sabia. mite que você dedique maior tempo de atendimento aos grupos
Analise como cada um dos fatores (alteração da concentração, alte-
com mais dificuldades na resolução dos exercícios; ou por grupos
ração da pressão e alteração da temperatura) pode influir no equilíbrio
heterogêneos, em que cada grupo tenha ao menos um aluno com
químico e como este responde até sua retomada. Associe essas obser-
bom desempenho, favorecendo a troca entre eles e garantindo que
vações ao princípio de Le Chatelier: qualquer perturbação no sistema
aqueles com dificuldades tenham apoio durante toda a aula.
irá provocar um deslocamento do equilíbrio no sentido que tende
Os exercícios a serem propostos devem abarcar todos os fatores de
a reestabelecer as condições anteriores à perturbação. É muito útil nes-
te momento a análise de gráficos que mostram o estabelecimento do influência nos equilíbrios e devem ser colocados em ordem crescente
equilíbrio original, o momento da perturbação, a resposta do sistema de dificuldade.
e o novo equilíbrio, pois isso ajuda a entender que, embora o sistema Tarefa para casa
tenda a voltar às condições anteriores à perturbação, a nova composição
química difere da original. Pergunte aos alunos como é possível que uma Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá-
nova composição do sistema em equilíbrio (ou seja, novos valores de gina 46) e do “Para aprimorar” (página 47) deste capítulo.
concentrações) pode resultar no mesmo valor de constante de equilíbrio. Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
O aluno deve reconhecer que o deslocamento provocado pela em classe.
mudança de concentração das substâncias participantes, ou da pres-
são, não altera o valor da constante, ao passo que a alteração da ANOTAÇÕES
temperatura leva a um reequilíbrio sob novo valor de constante.
Proponha que os alunos façam alguns exercícios em grupos pe-
quenos incentivando a cooperação entre eles. As dúvidas podem
ser encaminhadas para discussão por todos os alunos da sala, com
mediação do professor.

Tarefa para casa


Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pági-
na 43) e do “Para aprimorar” (páginas 43 e 44) deste capítulo.
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
em classe.

6 GUIA DO PROFESSOR
ionização resulta em uma constante de ionização global associada à
9. CONSTANTES DE IONIZAÇÃO equação global de ionização.
E DE DISSOCIAÇÃO Sobre o deslocamento de equilíbrio, o princípio de Le Chatelier é
aplicado da mesma maneira; a diferença é a possibilidade de adição
Objeto do conhecimento de substâncias e íons que reagem consumindo as espécies que estão
Reações químicas. em equilíbrio químico.
Equilíbrio químico.
Objeto específico Tarefa para casa
Constante de ionização; constante de dissociação. Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá-
gina 52) e do “Para aprimorar” (página 52) deste capítulo.
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
AULA 9 Páginas: 48 a 52
em classe.
Constantes de ionização e de dissociação
Objetivos
10. TEORIA ÁCIDO-BASE DE BRÖNSTED-
-LOWRY
Revisar a representação de equações de ionização de ácidos fracos e
de dissociação de bases fracas. Objeto do conhecimento
Expressar as constantes de ionização de ácidos ou dissociação de Ácidos e bases.
bases.
Relacionar o valor numérico da constante de ionização de um ácido Objeto específico
com sua força. Teoria ácido-base de Brönsted-Lowry.
Relacionar o valor numérico da constante de dissociação de uma
AULA 10 Páginas: 53 a 56
base com sua força.

Estratégias Teoria ácido-base de Brönsted-Lowry


Retome rapidamente o que foi discutido, em uma das aulas ante- Objetivos
riores, sobre o grau de equilíbrio e sua relação com grau de ionização
Conceituar ácido e base segundo Brönsted-Lowry.
de um ácido ou grau de dissociação de uma base. Revise também as
Identificar o par conjugado ácido-base.
faixas de valores convencionados para o grau de ionização/dissocia-
Comparar a força de um ácido com a de sua base conjugada e a força
ção em função da força do ácido ou base.
de uma base com a de seu ácido conjugado.
Partindo da equação que representa a ionização de um ácido, peça
aos alunos que escrevam a expressão da constante de equilíbrio, que Estratégias
passa a ser representada por Ka para indicar que se trata da constante Inicie a aula com uma retomada da teoria de Arrhenius sobre áci-
de ionização de um ácido, embora não seja diferente de uma cons- dos e bases, com a ajuda dos alunos, e informe-os que há outras
tante de equilíbrio Kc quanto à conceituação fundamental. Pergunte duas teorias, a de Brönsted-Lowry e a de Lewis. Faça um diagrama
aos alunos se um ácido forte deve apresentar valor de Ka alto ou bai- de conjuntos para mostrar que todo ácido (base) de Arrhenius é um
xo. E os ácidos fracos? Você pode pedir a um aluno que vá ao quadro ácido (base) segundo as outras duas teorias, mas não o contrário; e
e demonstre aos colegas a relação conceitual entre Ka, a equação de que todo ácido (base) de Brönsted-Lowry é também um ácido (base)
ionização e o conceito de força de ácido. de Lewis, mas não o contrário.
Após essa discussão, esquematize no quadro que tanto a constante Após apresentar a definição de ácido de Brönsted-Lowry, discuta
Ka quanto o grau de ionização a indicam a força de um ácido, porém, alguns exemplos de equilíbrio de ionização para que os alunos iden-
enquanto o valor de Ka varia apenas com a natureza do ácido e a tifiquem o ácido e a base. Informe em cada exemplo se no equilíbrio
temperatura, o valor de a varia com a natureza do ácido, a tem- predominam reagentes ou produtos. Conceitue par conjugado e
peratura e a concentração do ácido em solução, pois quanto mais peça que apontem cada par conjugado nos exemplos analisados.
água se adiciona à solução mais se favorece a ionização do ácido. Sugira que os alunos, dois a dois, conversem brevemente e decidam
Pergunte aos alunos, qual destes parâmetros, Ka e a, é um melhor o que deve ser um ácido ou base forte segundo Brönsted-Lowry.
indicador da força de certo ácido e por quê. Em seguida, peça que apontem suas conclusões e componha com FRENTE B
Apresente a ionização de um poliácido, por exemplo, o ácido bóri- eles uma definição formal. Agora os alunos podem retomar cada par
co, H3BO3, ou o ácido fosfórico, H3PO4. Peça aos alunos que escrevam conjugado e apontar qual espécie é forte e qual é fraca.
a expressão da constante de ionização para cada etapa do processo
QUÍMICA

e explique que a primeira ionização ocorre com maior extensão do Tarefa para casa
que a segunda ionização e assim por diante. Peça que representem os Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar”
diferentes íons presentes na solução e indiquem qual dos três ânions (página 56) e do “Para aprimorar” (página 56) deste capítulo.
se encontra em maior concentração. Finalmente, informe (demons- Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as ques-
trando, se julgar adequado) que o produto das três constantes de tões em classe.

Equilíbrios químicos I 7
11. LEI DE DILUIÇÃO DE OSTWALD 12. DESLOCAMENTO DE EQUILÍBRIOS
IÔNICOS
Objeto do conhecimento
Reações químicas. Objeto do conhecimento
Equilíbrio químico. Reações químicas.
Objeto específico Equilíbrio químico.
Equilíbrio iônico. Objeto específico
Equilíbrio iônico; efeito do íon comum.
AULA 11 Páginas: 57 a 62
AULA 12 Páginas: 63 a 70
Lei de diluição de Ostwald
Deslocamento de equilíbrios iônicos
Objetivos
Estabelecer a relação entre constante de ionização, grau de equilí- Objetivos
brio e concentração do eletrólito. Aplicar os conceitos envolvendo deslocamento de equilíbrios a
Aplicar a lei de diluição de Ostwald para determinar a constante de sistemas envolvendo equilíbrios iônicos.
equilíbrio de eletrólitos fracos a partir da concentração e do grau Analisar deslocamento de equilíbrios em fenômenos conhecidos
de ionização. no cotidiano.

Estratégias Estratégias
Embora o foco do estudo neste capítulo seja a lei de diluição de O princípio de Le Chatelier é aplicado a equilíbrios iônicos da mes-
Ostwald, muitos dos conceitos abordados já foram mencionados em ma forma que a equilíbrios moleculares. O que precisa ser considera-
capítulos anteriores. É importante, entretanto, fazer a dedução da do como algo novo é o fato de que quando uma substância é adicio-
relação entre constante de ionização, grau de equilíbrio e concentra- nada a um sistema em equilíbrio poderá perturbá-lo, por interferir em
algum dos íons em solução. Há duas possibilidades de perturbação:
ção, para que os alunos entendam as simplificações que a expressão
(a) se a substância adicionada contiver um íon igual a um dos que
pode sofrer.
estão em solução (efeito do íon comum); (b) se a substância adicio-
Construa a tabela de equilíbrio para um ácido genérico HA. Em- nada reagir com algum dos íons em solução. Exemplifique cada uma
bora seja possível pensar em poliácidos, a expressão assumiria um dessas situações, pedindo aos alunos que respondam, concluam ou
grau de complexidade alto. Após a dedução, peça que considerem expliquem durante sua exposição.
um ácido fraco, de forma que o denominador da expressão possa ser Discuta, sempre com a ajuda dos alunos, alguns fenômenos co-
cancelado: 1 2 a . 1, se a for muito baixo. Proponha que resolvam nhecidos por eles, cuja explicação se fundamenta no deslocamento
exercícios variados nos quais a incógnita ora é a constante de equilí- de equilíbrios iônicos:
brio, ora o grau de ionização, ora a concentração. alternância de cor em lentes fotossensíveis;
desmineralização dos dentes;
Tarefa para casa risco na ingestão de ácido acetilsalicílico para a mucosa estomacal;
Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá- formação de espeleotemas (estalactites e estalagmites) em cavernas.
gina 62) e do “Para aprimorar” (página 62) deste capítulo.
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões Tarefa para casa
em classe. Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá-
gina 69) e do “Para aprimorar” (páginas 69 e 70) deste capítulo.
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
ANOTAÇÕES em classe.

ANOTAÇÕES

8 GUIA DO PROFESSOR
13. PRODUTO IÔNICO DA ÁGUA: pH 14. EXERCÍCIOS SOBRE CÁLCULO DE pH
E pOH E pOH DE SOLUÇÕES
Objeto do conhecimento Objeto do conhecimento
Reações químicas. Reações químicas.
Equilíbrio químico. Equilíbrio químico.
Objeto específico Objeto específico
pH e pOH. pH e pOH.

AULA 13 Páginas: 71 a 78 AULA 14 Páginas: 79 a 81

Produto iônico da água: pH e pOH Exercícios sobre cálculo de pH e pOH de


soluções
Objetivos
Associar as diferentes concentrações dos íons H3O1(aq) e OH2(aq) Objetivos
a um meio neutro, a um meio ácido e a um meio alcalino. Associar as diferentes concentrações dos íons H3O1(aq) e OH2(aq)
Calcular e interpretar os valores de pH ou pOH de um meio aquoso, a um meio neutro, a um meio ácido e a um meio alcalino.
associando-os com a acidez, neutralidade ou alcalinidade do meio. Calcular e interpretar os valores de pH ou pOH de um meio aquoso,
associando-os com a acidez, neutralidade ou alcalinidade do meio.
Estratégias
Inicie a aula conversando com os alunos sobre o equilíbrio iônico da Estratégias
água. Mostre que, como toda constante de equilíbrio, Kw só depende Faça uma breve revisão dos conceitos da aula, deixando os registros
da temperatura. É importante que os alunos associem o baixo valor de na lousa para que os alunos os consultem durante a resolução de exer-
Kw à baixa concentração, em quantidade de matéria, dos íons H3O1(aq) cícios. Retome: (a) a expressão de Kw; (b) os valores de concentração
e OH2(aq). de íons H3O1(aq) e OH2(aq), a 25 °C, em diferentes meios aquosos; (c)
Partindo do produto iônico da água, aborde os três tipos de meio: as definições de pH e pOH; (d) os valores de pH e pOH em diferentes
básico, neutro e ácido. É essencial dar a palavra aos alunos para avaliar meios aquosos.
o que eles pensam e observam e como podem explicar esses três tipos Peça que os alunos se agrupem em trios homogêneos ou hetero-
de soluções, partindo dos valores das concentrações em quantidade gêneos, a depender da forma que se pretende dispor o atendimento
de matéria de H3O1(aq) ou OH2(aq). Componha uma tabela em que aos alunos com maiores dificuldades (veja aula de exercícios sobre
se resumam as concentrações desses íons nos três tipos de meio. Deixe deslocamento de equilíbrio). Os exercícios a serem propostos devem
um espaço para depois complementar com os valores de pH e pOH. ser colocados em ordem crescente de dificuldade e abarcar os diversos
Explique que a escrita e leitura de valores típicos dessas concentrações tipos de problema:
são um pouco complicadas devido ao uso das potências de 10 e que calcular a concentração de H3O1 a partir da concentração de OH2 e
para simplificar foi criado um indicador que aponta apenas o expoente vice-versa;
dessa potência de 10, com sinal trocado, e assim já passar a ideia de calcular o pH (ou pOH) a partir da concentração de H3O1 (ou OH2);
acidez e basicidade. Matematicamente, a obtenção de tal valor “simpli- calcular o pH a partir do pOH e vice-versa;
ficado” corresponde a efetuar a logaritmação do valor da concentração calcular a concentração de H3O1 (ou OH2) a partir do pH (ou pOH).
e multiplicar por 21.
Neste momento é necessário fazer a revisão do conceito de logaritmo Tarefa para casa
e de algumas das suas propriedades (logaritmo da potência, logaritmo Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pági-
do produto e logaritmo da divisão). nas 80 e 81) e do “Para aprimorar” (página 81) deste capítulo.
Após definir pH e pOH, demonstre o cálculo para alguns exemplos Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
de meios ácido, básico e neutro. Retome a tabela-resumo e preencha-a em classe.
com a ajuda dos alunos.
Comente os valores de pH e pOH de materiais que estão presentes ANOTAÇÕES FRENTE B
em nosso cotidiano, enquanto os alunos acompanham pela tabela da
página 75 do Caderno do aluno.
QUÍMICA

Tarefa para casa


Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pági-
na 77) e do “Para aprimorar” (páginas 77 e 78) deste capítulo.
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
em classe.

Equilíbrios químicos I 9
15. HIDRÓLISE DE ÍONS 16. CONSTANTE DE HIDRÓLISE
Objeto do conhecimento
Reações químicas. Objeto do conhecimento
Equilíbrio químico. Reações químicas.
Equilíbrio químico.
Objeto específico
Hidrólise de íons. Objeto específico
Constante de hidrólise.
AULA 15 Páginas: 82 a 88
AULA 16 Páginas: 89 a 93
Hidrólise de íons
Constante de hidrólise
Objetivos
Entender e representar a reação de hidrólise de íons. Objetivos
Associar a hidrólise de íons à acidez ou à alcalinidade de suas soluções. Relacionar a constante de hidrólise de um sal, o produto iônico da
água e a constante de ionização do ácido correspondente.
Estratégias Relacionar a constante de hidrólise de um sal, o produto iônico da
A conhecida reação entre ácido e base que forma sais e é denominada água e a constante de ionização da base correspondente.
neutralização leva os alunos a assumirem que o sal formado tem sem-
pre caráter neutro. Somente a partir do conceito de equilíbrio químico Estratégias
e do efeito do íon comum é que poderão entender que há também Inicie a aula revisando brevemente o fenômeno da hidrólise de sais,
sais que acidificam ou alcalinizam o meio aquoso. Para desestabilizar o do ponto de vista qualitativo, e informe que irão discutir o aspecto
que os alunos sabem, mencione o uso, por exemplo, de bicarbonato de quantitativo. Pergunte como julgam que se possa indicar se um de-
sódio (um sal) como antiácido ou o emprego de carbonato de cálcio
terminado íon sofreu muita ou pouca hidrólise, ou ainda se muitos
para neutralizar a acidez de alguns tipos de solo. Questione como isso é
ou poucos íons de fato reagiram com água até o processo atingir o
possível. Por que o bicarbonato de sódio e o carbonato de cálcio teriam
caráter básico se não apresentam o íon hidroxila? equilíbrio. É provável que após algumas respostas se chegue à ideia
Equacione, de forma genérica, a possível reação entre o cátion gené- de usar uma constante de equilíbrio para isso.
rico C1 e a água, evidenciando a “quebra da água” (hidrólise) e o caráter Apresente a reação global de hidrólise dos íons amônio e hipo-
ácido resultante. Repita o procedimento para a reação entre o ânion clorito, a partir da dissolução do hipoclorito de amônio em água, e
genérico A2 e a água, apontando para o caráter básico resultante. Peça escreva a expressão da constante de equilíbrio.
que os alunos deem destaque, em seus cadernos, a essas reações. Deduza a expressão da constante de hidrólise até a seguinte ge-
Apresente em seguida os quatro casos possíveis quando pensamos em neralização:
soluções salinas: (a) hidrólise somente do cátion; (b) hidrólise somente do Kw
ânion; (c) hidrólise de ambos os íons; (d) hidrólise de nenhum dos íons. Ka  Kb
O caso (a), por exemplo, deve ser entendido a partir da reação:
Refaça a dedução para o hipoclorito de sódio e o cloreto de amô-
de dissociação do sal em água;
nio, para chegar respectivamente às expressões:
de autoionização da água;
entre o cátion do sal e o íon hidroxila da água; Kw Kw
K h5 K h5
global, somando as etapas anteriores. Ka Kb
Deve-se evidenciar que, quanto mais fraca for a base que resultar da A dedução para o caso do cloreto de sódio não resultará em uma ex-
reação entre o cátion e a hidroxila, mais o equilíbrio estará deslocado pressão de Kh, ou seja, não há hidrólise a ser quantificada quando o cátion
para a direita, provocando o consumo de hidroxila. Isso desloca a au- e o ânion do sal provêm de eletrólitos fortes e, logo, não sofrem hidrólise.
toionização da água também para a direita, o que por sua vez torna Proponha a resolução de alguns exercícios sobre os três casos em
maior a concentração de íons H1. que há hidrólise.
Analise os demais casos com esse mesmo procedimento, que embora Durante a correção, ressalte em um exercício que traga simulta-
seja demorado permite uma compreensão significativa da hidrólise, à luz
neamente hidrólise do cátion e do ânion como o fato de Ka . Kb (ou
do deslocamento de equilíbrio por efeito do íon comum, em vez de uma
Ka , Kb) irá determinar o pH da solução.
memorização de regras baseadas na força de ácidos e bases.

Tarefa para casa Tarefa para casa


Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá-
Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pági-
gina 93) e do “Para aprimorar” (página 93) deste capítulo.
na 87) e do “Para aprimorar” (páginas 87 e 88) deste capítulo.
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
em classe. em classe.

10 GUIA DO PROFESSOR
RESPOSTAS

não interfere no equilíbrio já que a proporção entre as quan-


CAPÍTULO 1 – EQUILÍBRIOS MOLECULARES – tidades de matéria de gases nos reagentes e produtos é
ESTUDO GRÁFICO de 1 para 1.
4. c.
PARA PRATICAR – página 8
1. d.
2. d. CAPÍTULO 4 – CÁLCULO DA CONSTANTE DE
PARA APRIMORAR – páginas 8 e 9
EQUILÍBRIO Kp E RELAÇÃO
ENTRE Kc E Kp
1. d.
2. d. PARA PRATICAR – página 29
3. d. 1. d.
2. d.
3. d
CAPÍTULO 2 – ANÁLISE QUANTITATIVA DO
EQUILÍBRIO PARA APRIMORAR – página 29
1. a) Kc 5 [CO2] [H2O]
PARA PRATICAR – página 14
b) Como a quantidade de matéria de CO2 é igual à de H2O, estas
1. a.
substâncias apresentam a mesma pressão parcial.
2. a. Kp 5 pCO ? pH O
2 2

PARA APRIMORAR – página 14 0,25 5 x ? x


x 5 0,5 atm
1. c. pCO 5 pH O 5 0,5 atm
2. c. 2 2
2. e.

CAPÍTULO 3 – A CONSTANTE DE EQUILÍBRIO CAPÍTULO 5 – CÁLCULO DO GRAU DE


EQUILÍBRIO – a
PARA PRATICAR – página 19
1. c. PARA PRATICAR – página 32
2. a. 1. d.
3. c. 2. b.
PARA APRIMORAR – páginas 19 e 20 PARA APRIMORAR – página 32
1. c. 1. a) p(CO) 5 7,9 atm; p(NO) 5 0,49 atm; p(CO2) 5 4,4 atm; p(N2) 5

2. (1) K 5
[SO ] 3
2
5 2,2 atm.
b) Kp 5 2,84
[SO ] [ O ]
2
2
2
c) Kc 5 69,9
(2) x 5 1 225 g
2. O grau de equilíbrio é 0,2.

3. a) K c 5
[ CO ]2

[ CO ] CAPÍTULO 6 – CÁLCULO DE Kp E Kc A FRENTE B


O equilíbrio é endotérmico no sentido da reação direta. Por- PARTIR DO GRAU DE
tanto, um aumento de temperatura favorece o equilíbrio no
sentido do aumento da concentração de CO2 e diminuição
EQUILÍBRIO
QUÍMICA

da concentração de CO, o que faz com que o valor de Kc au-


PARA PRATICAR – página 35
mente.
b) A adição de FeO(s) não interfere no equilíbrio, uma vez que se 1. d.
trata de uma substância sólida. O aumento de pressão também 2. KC 5 6,4 ? 1023

Equilíbrios químicos I 11
PARA APRIMORAR – página 35
CAPÍTULO 10 – TEORIA ÁCIDO-BASE DE
1. d. BRÖNSTED-LOWRY
2. d.
PARA PRATICAR – página 56
CAPÍTULO 7 – DESLOCAMENTO DE a) O ácido úrico é mais forte que o ácido acético (tem maior
constante de ionização) e mais fraco que o ácido metanoico
EQUILÍBRIOS
(tem menor constante de ionização).
PARA PRATICAR – página 43 b) O ácido mais fraco (acético) é o que forma a base conjugada
mais forte (acetato).
1. d.
2. d. PARA APRIMORAR – página 56
3. c. a) A 25 °C o sulfeto de hidrogênio é encontrado no estado gasoso.

PARA APRIMORAR – páginas 43 e 44 b) 2,69 g H2S


c) H2S 1 H2 O  3 HS23 1 H3O1
1. a) CO2(g) 1 H2O(l) 1 CaCO3(s) Ca(HCO3)2 1 Calor Ácido Base Base Ácido
conjugada conjugado
b) Como a reação acima é exotérmica, a retirada de calor (baixa tem-
peratura) desloca o equilíbrio para a direita com a consequente
dissolução do carbonato de cálcio. Essa dissolução impede a
CAPÍTULO 11 – LEI DE DILUIÇÃO DE
formação dos esqueletos de corais, constituídos por CaCO3(s). OSTWALD
2. e. PARA PRATICAR – página 62
3. c.
1. a. 2. a. 3. d.
4. b.
PARA APRIMORAR – página 62
CAPÍTULO 8 – EXERCÍCIOS SOBRE 1. d.
DESLOCAMENTO DE 2. a) a% 5 1%
EQUILÍBRIO b) K 5 1,0 ? 1025

PARA PRATICAR – página 46 CAPÍTULO 12 – DESLOCAMENTO DE


1. c. EQUILÍBRIOS IÔNICOS
2. b.
PARA PRATICAR – página 69
PARA APRIMORAR – página 47 1. b. 2. d. 3. d.
1. b. PARA APRIMORAR – páginas 69 e 70
2. c.
1. c.
3. b.
2. O meio ácido (excesso de H3O1) e o aumento da temperatura
deslocam o equilíbrio da reação para a esquerda, com liberação
CAPÍTULO 9 – CONSTANTES DE IONIZAÇÃO E de gás carbônico (que provoca o arroto).
DE DISSOCIAÇÃO 3. O vinagre ou o limão são materiais que contribuem para aumen-
tar a acidez do meio. Isso implica o aumento da concentração de
PARA PRATICAR – página 52 H1(aq), que faz com que o equilíbrio seja deslocado no sentido
1. c. de formação da espécie HR (de cor amarela).

2. c.
CAPÍTULO 13 – PRODUTO IÔNICO DA ÁGUA:
PARA APRIMORAR – página 52 pH E pOH
1. a) A maior abundância dos ânions na solução está relacionada à
força do ácido, que aumenta com o aumento do valor de Ka. PARA PRATICAR – página 77
Assim, temos: CO 232 , HCO23 , C 2 O 242 , HC 2 O24 .
1. a.
b) O ácido oxálico, H2C2O4, que possui maior valor de constante
2. e.
de ionização.
2. a. 3. c.
3. d. 4. d.

12 GUIA DO PROFESSOR
PARA APRIMORAR – páginas 77 e 78 4. e.
5. d.
1. b.
2. c. PARA APRIMORAR – páginas 87 e 88
3. a. 1. c.
4. c. 2. a.
5. a) Concentração de CO2 na solução saturada a 10 °C: 0,05 mol L21. 3. a) A hidrólise do íon amônio contribui para o aumento da aci-
b) Diminui a concentração de H3O1(aq) e, portanto, aumenta o pH. dez do meio.
6. a) 19,2 g/L b) [CH3COOH] 5 0,05 mol/L
b) pH 5 3 4. b.
5. b.
CAPÍTULO 14 – EXERCÍCIOS SOBRE CÁLCULO
DE pH E pOH DE SOLUÇÕES CAPÍTULO 16 – CONSTANTE DE HIDRÓLISE

PARA PRATICAR – páginas 80 e 81 PARA PRATICAR – página 93


1. d.
1. b.
2. a) NaOH , KCN , KCI , NH CI , H2SO4
2. c. Base forte Sal de cátion proveniente Sal que
4
Sal de cátion proveniente Ácido forte
de base forte e ânion não sofre de base fraca e ânion
3. a. proveniente de ácido fraco hidrólise proveniente de ácido forte

b) Kh 5 2,5 ? 1024
PARA APRIMORAR – página 81
1. b. 3. a) Kh 5 3,2 ? 1025

2. d. b) pH 5 2,4

3. b. PARA APRIMORAR – página 93


1. a) Kh 5 4,1 ? 1024 mol/L
CAPÍTULO 15 – HIDRÓLISE DE ÍONS b) pH 5 10,3

PARA PRATICAR – página 87 2. b.


3. a) Kh 5 6,3 ? 1026
1. d.
b) Não. A solução final será alcalina porque a constante de
2. c. dissociação da base é maior que a constante de ionização
3. b. do ácido.

As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

FRENTE B
QUÍMICA

Equilíbrios químicos I 13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Teoria
ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química: questionando a vida moderna. São Paulo: Bookman, 2006.
BALL, D. W. Físico-Química. São Paulo: Thomson, 2005.
BERGIER, J. Os impérios da Química moderna. São Paulo: Hemus, 2007.
BRADY, J. W.; RUSSELL, J. W.; HOLUM, J. R. Química: a matéria e suas transformações. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. v. 1.
BROWN, T.; LEMAY, H. E.; BURSTEN, B. E. Química: a ciência central. 9. ed. Nova Jérsei: Prentice-Hall, 2005.
CHAGAS, A. P. Como se faz Química: uma reflexão sobre a Química e a atividade do químico. 2. ed. Campinas: Unicamp, 1992.
COTTON, A.; WILLKINSON, G. Advanced inorganic Chemistry. 6. ed. Hoboken: John Wiley Profesior, 1999.
KOTZ, J. C.; TREICHEL JUNIOR, P. M. Química geral e reações químicas. 5. ed. São Paulo: Thomson, 2005. v. 1.
LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa. São Paulo: Edgard Blucher, 2003.
LEHNINGER, A.; NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de bioquímica. 4. ed. São Paulo: Sarvier, 2006.
LOURENÇO, M. G. Química: ciências físico-químicas. Porto: Porto editora, 1996.
LUTFI, M. Os ferrados e os cromados. Ijuí: Unijuí, 1992.
MCMURRY, J. Química orgânica. 6. ed. Boston: Cengage Learning, 2005. v. 1-2.
MENDES, A. Elementos de química inorgânica. Fortaleza, 2005.
OGA, S. Fundamentos de toxicologia. São Paulo: Atheneu, 1996.
PERRY, R. H.; GREEN, D. W. P. Perry’s Chemical engineer’s handbook. 6. ed. Kansas: Mcgraw-Hill, 1997. (Chemical engineering series)
PIMENTEL, G. C. (Org.). Química: uma ciência experimental. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1991.
PORTO, P. A. Van Helmont e o conceito de gás: Química e Medicina no século XVII. São Paulo: Educ, 1995.
POSTMA, J. M.; HOLLENBERG, J. L. Química no laboratório. São Paulo: Manole, 2009.
ROCHA, J. C.; ROSA, A. H.; CARDOSO, A. A. Introdução à química ambiental. Porto Alegre: Bookman, 2004.
. Introdução à química ambiental. São Paulo: Bookman, 2009.
RUSSELL, J. B. Química geral. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, Makron Books, 2000. v. 1-2.
SIENKO, M. J.; PLANE, R. A. Química. 7. ed. São Paulo: Nacional, 1981.
SKOOG, D.; WEST, D.; HOLLER, F. Fundamentos de Química analítica. Boston: Cengage learning, 2005.
SNYDER, C. H. The extraordinary chemistry of ordinary things. 2. ed. Nova York: John Wiley & Sons, 1995.
SOLOMONS, T. W. G.; FRYHLE, C. B. Química orgânica. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. v. 1-2.
SPENCER, J. N.; BODNER, G. M.; RICKARD, L. H. Química: estrutura e dinâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
Pedagogia
ABRAHÃO, M. H. M. B. et al. Avaliação e erro construtivo libertador: uma teoria-prática includente em educação. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000.
BERNARDO, G. Educação pelo argumento. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.
CAMARGO, A. L. C. Mudanças na avaliação da aprendizagem escolar na perspectiva da progressão continuada: questões teórico-práticas. In: Formação do educador e
avaliação educacional. São Paulo: Unesp, 1999.
COLL, C. et al. Os conteúdos na reforma: ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes. Porto Alegre: Artmed, 1998.
ENRICONE, D.; GRILLO, M. Avaliação: uma discussão em aberto. 2. ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.
FAZENDA, I. (Org.). Metodologia da pesquisa educacional. São Paulo: Cortez, 1994.
FREIRE, P. A importância do ato de ler. 12. ed. São Paulo: Cortez, 1982.
. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 22. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
HERNANDEZ, F.; VENTURA, M. A organização do currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
HOFFMANN, J. M. L. Avaliação, mito & desafio: uma perspectiva construtivista em avaliação. 10. ed. Porto Alegre: Educação e Realidade, 1993.
. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Educação e Realidade, 1994.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
. Adeus professor, adeus professora?: novas exigências educacionais e profissão docente. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
LIMA, A. O. Avaliação escolar: julgamento ou construção? Petrópolis: Vozes, 1994.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
MARQUES, M. O. Escrever é preciso: o princípio da pesquisa. Ijuí: Unijuí, 2003.
MENEZES, H. C.; FARIA, A. G. Utilizando o monitoramento ambiental para o ensino de Química. Pedagogia de Projeto. Química nova, v. 26, n. 2. São Paulo,
2003. p. 287-90.

14 GUIA DO PROFESSOR
ANOTAÇÕES

FRENTE B
QUÍMICA

Equilíbrios químicos I 15
ANOTAÇÕES

16 GUIA DO PROFESSOR
PROFESSOR

Das könnte Ihnen auch gefallen