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Da Caverna a Luz, Uma Breve Visão do Todo

Por Rodrigo M.Lehnemann


Veiga Neto, Varela, Nogueira, Comenius, Kant, Dewey e Anísio Teixeira, muitas foram as mentes as
quais visitamos, muitas foram as sombras que observamos e que lentamente nos guiaram, dos tolos
e cegos perdidos na escuridão das cavernas de Platão, aos iluminados pelo calor do conhecimento,
libertador como já dizia Freire. Passamos a compreender que embora o aprender tenha sido
naturalizado o ensinar tivera que ser imaginado, concebido e praticado. Que emergimos da reflexão
filosófica para um novo campo chamado pedagogia, construída e edificada ao longo das politicas de
seu tempo, assim como fora uma vez inventada, fora novamente reinventada através dos séculos,
emergindo das mudanças sociais para então retornar a sociedade de mudá-la novamente.

Inventamos o tempo, o classificamos e buscamos compreendê-lo em suas diferente épocas espaço-


temporais e como este se relacionou com a formação do sujeito, conforme avançávamos passo a
passo pela genealogia da educação. Mudamos ao longo deste espaço-tempo a maneira como
olhávamos para o futuro de nossa sociedade, emergindo do deformado adulto ao reconhecido jovem
infantil, ávido por conhecimento e pleno para ser moldado dentro de um eficiente panóptico, onde o
sensação da vigia valia tal qual a mesma, sem que se fosse necessária sua real presença.
Serializamos o nosso ensino, de maneira que estes reconhecidos jovens, pudessem agora constituir-
se de saberes juntos valorizando suas faixa etárias e entendo que o formativo deveria ser
prescindido de um processo, este fatiado e disciplinarizado, encaixotado mediante a sua natureza de
forma a melhor aprofundá-lo ao longo do processo.

Compreendemos também a não uniformidade de nosso processos constitutivos, como o saber


manifestou-se sobre diferentes faces em diferentes culturas, do produtivismo norte americano ao
isolacionismo colombiano. E percebemos que desafios maiores nas barreiras metodológicas
tradicionalistas do que nas meras questões linguísticas, para então em meios diferenças
percebermos que a pedagogia que todos une é a ciência da metologia, dedicada a estudar o processo
de apropriação do conhecimento, seja ele a partir do indivíduo em sua aprendizagem, ou do
processo externo em seu ensino.

E em Comenius aprendemos que todos podem aprender tudo, que o acompanhamento do


desenvolvimento do discente, são os ossos do ofício docente. Buscamos perceber que para ele a
aprendizagem e o divino deixavam suas pegadas no mesmo caminho, que a todos para ele
naturalmente bons eram agraciados com o direito sagrado ao saber. Vimos nele a ideia do
conhecimento redentor, que separava os homens da barbárie passional de uma existem sem saber. E
assim traçou regras, de tempo, ingresso, descanso e ação, que junto a muitas outras, ainda hoje se
fazem presentes de maneiras recontextualizadas.

E seguimos nossa trajetória, passando a ver compreender como os homens de outrora viam no saber
a distinção entre a tola selvageria e a dita civilidade, trançando no saber a linha onde termina o
animal e começa o homem. Entendemos a importância da disciplinaridade, como ela nos prepara
nos instrui para uma vida social, onde a liberdade é por vezes nos sequestrada e onde a razão deve
imperar sobre as vontades do corpo. Percebemos que a disciplina é o primeiro caminho a instrução,
e que a edução deve emergir de nós homens racionais, pois é na distinção entre os bem e os mau
educados que compreendemos a sociabilidade de cada indivíduo. Entendemos que devemos sempre
educar para o futuro como o presente uma vez foi educado no passado, evitando assim criar no hoje
o cidadão estagnado do amanhã.

Passamos então a compreender a criança, em sua primeira infância, entender os caminhos a serem
trilhados e guidados, de forma que possamos socializar com ela os saberes necessários a sua
formação sem nunca contaminá-la com o aquilo da vida ainda que ainda não lhe pertence ou não lhe
é cabível no seu momento. Passamos a visualizar a sua imagem e refigurá-la compreendendo a
beleza infantil que lhe cabe, deixando de lado a visão de deformados adultos que a tanto trazíamos
conosco. Compreendemos que neste primeiro espaço consta-se o momento para o cultivo
cuidadoso, afastando os vícios e evitando enraizarem de forma a não ser mais possível retirá-los e
plantando aqui, as sementes essenciais da virtude a da humanidade que permitirão a ela se tornar
um adulto qual a sociedade tanto almeja. Observamos o mundo da criança e seus momentos, a
importância de valorá-lo e de questionarmos a excessiva carga posta sobre elas nos dias atuais, pois
trata-se esse de um momento único de sua vida, essencial ao sua formação e que precisa ser
guardado e protegido. Porém compreendemos embora o respeito seja necessário a imposição do
limite do conceito de regra jamais deve ser deixado de lado, que não devemos criar nem jovens
adultos, nem pequenos reis e que o ponto certo está no equilíbrio da intervenção, não sendo esta
direcional mas correcional, mostrando ao jovem onde começa o seu espaço e onde este termina.

Logo passamos a perceber a quais são os fios conectam a educação e democracia, desta trazendo-
nos a ideia de função social direcionada ao preparo do cidadão para a vida em meio a sociedade e
sua cultura. Assim a educação passa a emergir do meio social democrático para o mesmo,
influenciando-o e sendo influenciado por ele, tornando no processo de interação entre grupos livres
um meio de enriquecimento e estímulo do conhecimento produzido neste meio social. Desta forma
passamos a compreender que a educação assim como a sociedade vive um processo de constante
mudança, transformação e reinvenção, um liga-se ao outro, de forma que a ambos dançarem em um
fluxo contínuo mudanças e revalorações socio-culturais, pois através da escola muda-se a sociedade
e através das mudanças sociais novamente mudamos a escola.

Pensamentos estes que nos levaram a trilhar os caminhos de uma filosofia educacional, que
defendia o livre acesso de todos a uma educação de qualidade, pública, gratuita e laica que
promovesse a democracia e a cidadania. A educação reflexiva que nos convidava democraticamente
a pensar e dialogar, envolvendo-nos tanto na condição de educadores como de educandos, e
apresentando-nos a ideia de que que através da discussão e reflexão dos assuntos fosse então
produzido o conhecimento, experiência esta que não fora apenas lida e ensinada, mas vivida dentro
contexto acadêmico, nos oportunizando compreender a importância das falas de Anísio Teixeira
enquanto vivíamos os conceitos por ele defendidos, conceitos poderosos e perigosos o levaram a
um trágico e misterioso fim.

E assim trilhamos nosso caminho, ao longo de um semestre inteiro, abruptamente separados de


nosso convívio físico por questões adversas, frente a crise advinda que quebra as expectativas
edificadas no passado. Ainda assim estivemos presentes e unidos no conhecimento, nas discussões e
no desenvolvimento, trouxemos a vida para a aula e nela percebemos a leitura na vida. Belo fora
este nosso trajeto, de questões, de discussões, de diálogos onde transformamos dúvidas em saberes
e compartilhamos livremente as ontologias que nos constituíram, fazendo da soma o resultado
maior do que a fração das partes, indiferentemente das distâncias geográficas prostradas entre si.

E foi nesta riqueza que muitas vezes encontramos um espaço, onde as adversidades da vida davam
lugar aos saberes, produzindo assim refúgio intelectual aos achismos que estão devastar aquilo que
chamamos de ciência. Saberes esses que estão a nos preparam, para uma vez mais descermos as
cavernas das correntes, mas desta vez não buscando a ilusão nas sobras projetas em suas paredes,
mas a procura daqueles que ainda veem nelas algo, para então podermos assim como pregava
Platão, guiá-los a luz como os constituídos educadores pensantes que estamos a nos tornar, cada vez
mais raros e necessários nesse adverso e amorfo mundo.

Bibliografia:
• VEIGA-NETO, Alfredo. Algumas raízes da Pedagogia moderna. In: ZORZO, Cacilda;
SILVA, Lauraci D. & POLENZ, Tamara (org.). Pedagogia em conexão. Canoas: Editora da
ULBRA, 2004. p. 65-83. ISBN: 85-7528-104-6.

• VARELA, Julia. Categorias espaço-temporais e socialização escolar: do individualismo ao


narcisismo. In: COSTA, Marisa Vorraber (Org.). Escola básica na virada do século: cultura,
política e currículo. São Paulo: Cortez, 1999. p. 73-106.

• Noguera-Ramírez, C. y Marín-Díaz, D. (2019). La pedagogia considerada como campo


discursivo. Pedagogía y Saberes, 50, 29–49.

• PEREIRA, Meira Chaves. Educação e didática em Comenius. Revista de Formación e


Innovación Educativa Universitaria. Vol. 9, Nº 2, 104-115 (2016)

• Kant (*1724/+1804) KANT, Immanuel. Sobre a Pedagogia. Piracicaba: UNIMEP, 1996.


P.11-38.

• Dalbosco, C. A., & Martins, M. R. (2012). Rousseau e a primeira infância. Filosofia e


Educação, 4(2), 82-99.

• BIESTA, Gert. O déficit democrático de Dewey: educação e democracia revisitadas.

• CUNHA, Marcus Vinicius. John Dewey e o pensamento educacional brasileiro: a


centralidade da noção de movimento.

• PAGNI, Pedro Angelo. Anísio Teixeira. Experiência reflexiva e projeto democrático: a


atualidade de uma filosofia da educação.

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