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E seguimos nossa trajetória, passando a ver compreender como os homens de outrora viam no saber
a distinção entre a tola selvageria e a dita civilidade, trançando no saber a linha onde termina o
animal e começa o homem. Entendemos a importância da disciplinaridade, como ela nos prepara
nos instrui para uma vida social, onde a liberdade é por vezes nos sequestrada e onde a razão deve
imperar sobre as vontades do corpo. Percebemos que a disciplina é o primeiro caminho a instrução,
e que a edução deve emergir de nós homens racionais, pois é na distinção entre os bem e os mau
educados que compreendemos a sociabilidade de cada indivíduo. Entendemos que devemos sempre
educar para o futuro como o presente uma vez foi educado no passado, evitando assim criar no hoje
o cidadão estagnado do amanhã.
Passamos então a compreender a criança, em sua primeira infância, entender os caminhos a serem
trilhados e guidados, de forma que possamos socializar com ela os saberes necessários a sua
formação sem nunca contaminá-la com o aquilo da vida ainda que ainda não lhe pertence ou não lhe
é cabível no seu momento. Passamos a visualizar a sua imagem e refigurá-la compreendendo a
beleza infantil que lhe cabe, deixando de lado a visão de deformados adultos que a tanto trazíamos
conosco. Compreendemos que neste primeiro espaço consta-se o momento para o cultivo
cuidadoso, afastando os vícios e evitando enraizarem de forma a não ser mais possível retirá-los e
plantando aqui, as sementes essenciais da virtude a da humanidade que permitirão a ela se tornar
um adulto qual a sociedade tanto almeja. Observamos o mundo da criança e seus momentos, a
importância de valorá-lo e de questionarmos a excessiva carga posta sobre elas nos dias atuais, pois
trata-se esse de um momento único de sua vida, essencial ao sua formação e que precisa ser
guardado e protegido. Porém compreendemos embora o respeito seja necessário a imposição do
limite do conceito de regra jamais deve ser deixado de lado, que não devemos criar nem jovens
adultos, nem pequenos reis e que o ponto certo está no equilíbrio da intervenção, não sendo esta
direcional mas correcional, mostrando ao jovem onde começa o seu espaço e onde este termina.
Logo passamos a perceber a quais são os fios conectam a educação e democracia, desta trazendo-
nos a ideia de função social direcionada ao preparo do cidadão para a vida em meio a sociedade e
sua cultura. Assim a educação passa a emergir do meio social democrático para o mesmo,
influenciando-o e sendo influenciado por ele, tornando no processo de interação entre grupos livres
um meio de enriquecimento e estímulo do conhecimento produzido neste meio social. Desta forma
passamos a compreender que a educação assim como a sociedade vive um processo de constante
mudança, transformação e reinvenção, um liga-se ao outro, de forma que a ambos dançarem em um
fluxo contínuo mudanças e revalorações socio-culturais, pois através da escola muda-se a sociedade
e através das mudanças sociais novamente mudamos a escola.
Pensamentos estes que nos levaram a trilhar os caminhos de uma filosofia educacional, que
defendia o livre acesso de todos a uma educação de qualidade, pública, gratuita e laica que
promovesse a democracia e a cidadania. A educação reflexiva que nos convidava democraticamente
a pensar e dialogar, envolvendo-nos tanto na condição de educadores como de educandos, e
apresentando-nos a ideia de que que através da discussão e reflexão dos assuntos fosse então
produzido o conhecimento, experiência esta que não fora apenas lida e ensinada, mas vivida dentro
contexto acadêmico, nos oportunizando compreender a importância das falas de Anísio Teixeira
enquanto vivíamos os conceitos por ele defendidos, conceitos poderosos e perigosos o levaram a
um trágico e misterioso fim.
E foi nesta riqueza que muitas vezes encontramos um espaço, onde as adversidades da vida davam
lugar aos saberes, produzindo assim refúgio intelectual aos achismos que estão devastar aquilo que
chamamos de ciência. Saberes esses que estão a nos preparam, para uma vez mais descermos as
cavernas das correntes, mas desta vez não buscando a ilusão nas sobras projetas em suas paredes,
mas a procura daqueles que ainda veem nelas algo, para então podermos assim como pregava
Platão, guiá-los a luz como os constituídos educadores pensantes que estamos a nos tornar, cada vez
mais raros e necessários nesse adverso e amorfo mundo.
Bibliografia:
• VEIGA-NETO, Alfredo. Algumas raízes da Pedagogia moderna. In: ZORZO, Cacilda;
SILVA, Lauraci D. & POLENZ, Tamara (org.). Pedagogia em conexão. Canoas: Editora da
ULBRA, 2004. p. 65-83. ISBN: 85-7528-104-6.