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O documento discute a cultura do uso de indicadores bacteriológicos para avaliar a qualidade da água e argumenta que critérios mais amplos devem ser adotados. Ele explica que os trabalhos de Theodor Escherich estabeleceram parâmetros para identificar poluição fecal na água, mas esses parâmetros têm fragilidades. A abordagem deve considerar todo o sistema de abastecimento de água, não apenas pontos isolados, para caracterizar adequadamente a qualidade microbiológica.
O documento discute a cultura do uso de indicadores bacteriológicos para avaliar a qualidade da água e argumenta que critérios mais amplos devem ser adotados. Ele explica que os trabalhos de Theodor Escherich estabeleceram parâmetros para identificar poluição fecal na água, mas esses parâmetros têm fragilidades. A abordagem deve considerar todo o sistema de abastecimento de água, não apenas pontos isolados, para caracterizar adequadamente a qualidade microbiológica.
O documento discute a cultura do uso de indicadores bacteriológicos para avaliar a qualidade da água e argumenta que critérios mais amplos devem ser adotados. Ele explica que os trabalhos de Theodor Escherich estabeleceram parâmetros para identificar poluição fecal na água, mas esses parâmetros têm fragilidades. A abordagem deve considerar todo o sistema de abastecimento de água, não apenas pontos isolados, para caracterizar adequadamente a qualidade microbiológica.
A qualidade da água, em seu aspecto microbiológico, tem sido avaliada apenas
em seu caracter bacteriológico, ainda que a ciência da Microbiologia, aplicada ao Saneamento, tenha avançado de forma exponencial nestes últimos anos. Isto se deve ao processo histórico de estabelecer um indicador bacteriano para o comprometimento da água de abastecimento por matéria fecal.
Os trabalhos do médico e bacteriologista Theodor Escherich, em 1885,
possibilitaram a identificação de um parâmetro que caracterizasse a poluição fecal da água de consumo. Esse parâmetro se mantém, até os dias de hoje, com o uso de micro-organismos do grupo coliforme e está tão incorporado ao hábito da comunidade técnica que sua reversão deverá exigir um longo caminho até esclarecer as inequívocas fragilidades e incertezas desse critério.
Atualmente, não sem esforço de sua implementação, o uso da espécie
Escherichia coli como parâmetro tem permitido otimizar a identificação de perigo ao abastecimento de água. Esse parâmetro, extremamente útil e frágil, tem provocado uma inversão de valores em sua aplicação. Seu uso é devido na caracterização da poluição fecal e inadequado para a avaliação da qualidade da água que passa pelo processo produtivo.
A E. coli enquadra-se em todos os quesitos para um bom indicador de qualidade
da água de consumo, excetuando-se a equivalência de sua persistência ambiental e resistência aos processos de inativação aos micro-organismos patogênicos, notadamente os vírus entéricos e os protozoários patogênicos. Seu Ct é cerca de dez vezes inferior aos vírus entéricos e milhares de vezes aos oocistos de Cryptosporidium e Toxoplasma. A partir das orientações emanadas dos Guias (WHO, 2011) da Organização Mundial da Saúde, novos critérios devem ser adotados para a caracterização da qualidade microbiológica da água. A abordagem do controle de processo ganha ênfase, em lugar do controle do produto. A nova ordem é assegurar a qualidade da água incorporando os conceitos e instrumentos das barreiras múltiplas e da avaliação do risco.
Parâmetros bacteriológicos são importantes mas não soberanos. Pode-se dizer
que, em se tratando de definir a qualidade microbiológica da água de um sistema de abastecimento, cada caso é um caso. Água potável é uma meta universal, mas seu controle deve ser local e relativo. Isso vai de encontro a uma tendência comum de indexação na gestão do controle, quando busca-se o padrão simplista do valor máximo permitido de ausência de micro-organismos indicadores.
Portanto, a abordagem de controle da qualidade microbiológica da água não deve
ser fracionada, seccionada em cada etapa do processo de captação, produção, abastecimento e consumo. A qualidade microbiológica da água de um ponto de consumo não deve ser a qualidade bacteriológica, baseada em indicadores e restrição de amostras. A caracterização da qualidade nesse ponto deve considerar e incorporar a avaliação do risco em todo o sistema de abastecimento.
Em outras palavras e explicitando o usual, não deve ser a presença ou ausência
de bactérias do grupo coliforme, em um determinado ponto da distribuição e/ou consumo da água, o critério suficiente para a caracterização da qualidade microbiológica da água. A água, naquele ponto deve ser avaliada desde suas características na fonte e nas eficiências dos processos de tratamento em remover e/ou inativar os possíveis micro-organismos que o grau de poluição permitiria.
Excetuando-se a presença de E. coli na água de consumo, ausências de bactérias
coliformes e heterotróficas na água de consumo não são critérios seguros e suficientes para garantir a qualidade microbiológica da água de um sistema de abastecimento, independente das características de poluição da fonte e fragilidade ou eficiência do tratamento. Esses parâmetros, na prática, são quesitos muito mais ligados à garantia da integridade do sistema de distribuição que indicadores do comprometimento da qualidade sanitária da água de consumo.