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(ou quase)
LUCIANO GUERRA
Livros publicados:
Contabilidade Descomplicada (2ª Ed); Editora Saraiva;
A Nova Contabilidade (2ª Ed); Editora Atlas.
Manual de Custos para o Exame de Suficiência; Editora
Atlas.
Cursos Online:
Entendendo o Fluxo de Caixa;
Entendendo Balanços;
Entendendo a Demonstração do Valor Adicionado (DVA);
Guia Prático para Consolidação de Balanços.
e-mail: lucianoguerra@contabilidadedescomplicada.com.br
Contabilidade é para mim?
Será que só se deve ensinar contabilidade para quem quer ser contador?
Nada disso. Contabilidade fala de dinheiro e dinheiro é uma coisa que
interessa para todo mundo.
Dinheiro é um bicho arisco, se você vacilar, ele dá no pé. Você precisa
entender como ele se comporta, onde ele está, de onde veio e para onde
vai.
Fazer contabilidade é registrar movimentos de dinheiro.
Esse livro vai te ajudar a entender melhor os números produzidos pela
contabilidade. É só um começo, mas a gente tem que começar por algum
lugar.
Assista ao vídeo abaixo para saber como utilizar melhor todos os
recursos deste livro:
Gabarito do capítulo 1
Você quer ser um empresário?
Bom, já conversamos bastante até aqui, mas, e o seu carro? Não desistiu,
não é?
Um jeito de ganhar dinheiro é montando um negócio. Nós vamos colocar
em prática isso tudo que estamos aprendendo aqui.
A partir de agora, vamos ser sócios, eu e você. Vamos montar uma empresa
e vamos usar a contabilidade para administrá-la em cima de números.
Abaixo o "eu acho"!
Primeiro, vamos entender bem como funciona um negócio. Um negócio é
um patrimônio que é colocado para trabalhar e gerar riquezas.
Por exemplo, como é que uma empresa comercial cria riquezas? Ela
compra mercadorias do fabricante por um preço e revende para os clientes
por um preço maior. Essa diferença é o lucro na venda, que é a riqueza
gerada para os proprietários.
Ora, às vezes pode aparecer um cliente achando ruim por ter de pagar mais
caro. Ele precisa entender que a gente foi buscar a mercadoria lá na fábrica,
que pode ser no interior, ou até no exterior.
Isso quer dizer que nós trabalhamos para colocar essa mercadoria aqui,
pertinho da casa dele, com estacionamento em frente e ar-condicionado.
Como vai ser o mesmo preço?
Não tem como, o lucro é o pagamento do trabalho do empresário, mas não
só. Tem que recompensar também o risco que ele corre. E se ninguém
quiser comprar a mercadoria? É prejuízo.
Se não houvesse o lucro, ninguém ia querer produzir nem vender nada. A
sociedade como a conhecemos não existiria. Ia ser cada um por si.
Continuando com a nossa empresa, vamos resolver que tipo de empresa vai
ser e quanto a gente vai precisar investir. Veja só, para ganhar dinheiro tem
que gastar dinheiro. Precisamos definir quanto vai ser o capital da nossa
empresa. Os recursos dos sócios são chamados de capital e é por isso que os
empresários são chamados de capitalistas.
Antes disso vamos definir que tipo de empresa vamos ter. Podemos ter uma
indústria, uma empresa comercial ou prestadora de serviços ou, ainda, fazer
um pouco de cada coisa.
Uma indústria é uma empresa que compra ingredientes, dá uma misturada e
vende um produto totalmente novo. Por exemplo, uma padaria ou uma
montadora de automóveis.
Uma empresa comercial é aquela que simplesmente compra um produto e
revende o mesmo produto. Por exemplo, uma sapataria ou um
supermercado.
A empresa prestadora de serviço, por seu lado, é aquela que faz um trabalho
a pedido do cliente. Por exemplo, um salão de beleza ou um hospital.
Eu proponho uma empresa que seja comercial e também prestadora de
serviços. Assim a gente aprende a fazer os dois tipos de registro. Por
exemplo, uma empresa que vende computadores e presta assistência
técnica.
Vamos fazer os registros dos fatos que forem ocorrendo na vida da nossa
empresa e depois a gente monta o balanço. Com essas informações na mão,
vai ser mais fácil administrar nossa riqueza.
Você vai ver.
Check-up
1) Quando a gente diz "abaixo o 'eu acho'", quer dizer que:
a) Para decidir os rumos da empresa é preciso olhar os
números.
b) Fazer as coisas cegamente, por impulso, pode levar a
empresa ao desastre.
c) Os números da contabilidade ajudam o trabalho do
administrador.
d) Todas as alternativas acima.
2) Um negócio é um patrimônio que é colocado para trabalhar e
gerar lucro para seus proprietários. O que é o lucro?
a) É o pagamento do trabalho do empresário.
b) É a recompensa pelo risco que o empresário corre.
c) É o retorno do investimento.
d) Todas as alternativas acima.
3) Observe as alternativas abaixo e diga em qual delas há um exemplo
de uma empresa comercial:
a) Uma fábrica de sapatos.
b) Uma sapataria.
c) Um sapateiro.
d) Nenhuma das alternativas acima.
4) Observe as alternativas abaixo e diga em qual delas há um exemplo
de uma empresa industrial:
a) Uma fábrica de sapatos.
b) Uma sapataria.
c) Um sapateiro.
d) Nenhuma das alternativas acima.
5) Observe as alternativas abaixo e diga em qual delas há um exemplo
de uma empresa prestadora de serviços:
a) Uma fábrica de sapatos.
b) Uma sapataria.
c) Um sapateiro.
d) Nenhuma das alternativas acima.
Gabarito do capítulo 2
Como funciona a Contabilidade?
A contabilidade se preocupa com o conjunto de riquezas de uma
pessoa (Esse é o patrimônio, lembra?).
Para fazer uma espécie de desenho dessa riqueza a contabilidade se
baseia na lógica do dinheiro. A lógica do dinheiro é essa, se você
tem, você gasta, se não tem, não gasta.
Se alguém usou dinheiro, de algum lugar esse dinheiro saiu. Se o
dinheiro entrou, alguma coisa foi feita dele.
Imagine que você e seus amigos moram em um condomínio há
muitos anos. Todo mundo se conhece desde criança e ninguém ali é
rico. De repente, alguém da turma começa a aparecer com roupas de
marca e um smartphone supermoderno. Qual é a pergunta que não
quer calar?
De onde saiu esse dinheiro?
Todo mundo ficaria na maior curiosidade. Isso é porque se sabe que
se houve aplicação de recursos (a compra dos objetos de luxo),
então esse dinheiro teve uma origem (Loteria? Herança? Virou
YouTuber?).
Imagine agora que a turma do condomínio resolveu combinar uma
viagem para passar o Carnaval na praia. Um dos amigos recolheu o
dinheiro de todo mundo e se encarregou de alugar a van e a casa na
praia. Só que no sábado de Carnaval ficou todo mundo no meio-fio
esperando e nada de van. Qual é a pergunta que não quer calar?
Para onde foi nosso dinheiro?
Se o dinheiro teve uma origem (a turma), onde foi usado, onde foi
feita a aplicação ? (fomos roubados?)
Toda aplicação de recursos tem uma origem e toda origem tem uma
aplicação.
Isso é pura Contabilidade!
Não dá para usar dinheiro sem que esse dinheiro exista, então não é
possível ter mais aplicações do que origens.
Da mesma forma, se o dinheiro existe, para algum lugar ele foi. Não
é possível ter uma origem e não ter a aplicação correspondente. Em
“contabilês” a gente fala que o balanço tem que "bater", isto é, os
dois lados tem que ter o mesmo tamanho.
O lado das fontes é chamado de Passivo e o lado das aplicações é
chamado de Ativo . Todo uso de recursos corresponde a uma fonte.
Se estou falando dos mesmos recursos, então o total dos dois lados
tem de ser igual.
Em Contabilidade as fontes são os créditos e as aplicações são os
débitos . Então diz-se que:
Gabarito do capítulo 3
O que é escrituração?
O patrimônio é algo vivo, que trabalha e se movimenta. Nós temos
que ser bem organizados, do contrário vamos perder dinheiro.
À medida que as coisas vão acontecendo na vida da empresa, é
preciso ir fazendo os registros desses fatos.
Esse processo é chamado de escrituração.
Tudo que mexer com nossa riqueza, para mais ou para menos, tem
que ser devidamente escriturado.
Mesmo que o caixa tenha sido a origem do recurso para essa compra,
só de olhar o balanço a gente vê que o dinheiro que está aplicado em
imóveis veio dos sócios. O caixa foi apenas uma parada que o
recurso fez antes de ser aplicado no imóvel.
Agora sim, temos um lugar para trabalhar. Vamos encher as
prateleiras de mercadorias e vamos começar a vender.
Mas, estamos com pouco dinheiro. No caixa tem somente um
cubinho, se a gente gastar tudo vai ficar difícil, a empresa não vai ter
dinheiro nem para um café.
Precisamos de novas fontes de recursos. A gente pode ir num banco
pegar empréstimo, ou pode negociar com o fornecedor da
mercadoria. Ele pode nos dar um prazo.
Se o fornecedor nos vende a prazo, é como se ele nos emprestasse
dinheiro para comprar a mercadoria dele mesmo. Significa que ele
será a fonte do recurso para que a operação seja realizada. Tanto isso
é verdade que no final do prazo ele quer receber dinheiro e não a
mercadoria de volta.
A empresa vai contrair uma dívida com seu fornecedor no valor de
um cubinho. Portanto, ele é a fonte do recurso e a aplicação será feita
em nosso estoque de mercadorias para revenda.
Veja que o empréstimo aumentou o patrimônio da empresa, o
conjunto de riquezas sob seu controle, lembra?
Gabarito do capítulo 4
Valeu a pena esse trabalho todo?
O patrimônio é algo vivo, que se movimenta e trabalha. Esse trabalho
produz resultados, que tanto podem ser positivos como negativos.
Se o resultado provocar uma entrada de recursos na empresa, representa
uma origem de recursos, é um resultado positivo que chamamos de “receita
”. Por exemplo, se a gente consertar um computador do cliente, ele paga
por isso.
Se o resultado provocar uma saída de recursos da empresa, representa o uso
de recursos, é um resultado negativo que chamamos de “despesa ”. Por
exemplo, pagar o salário de um funcionário ou pagar uma conta de luz.
Nossa empresa já tem uma estrutura montada. Temos um patrimônio que
está pronto para trabalhar. Será necessário pagar salários, água, energia,
telefone, e tudo o mais que for necessário para manter a empresa em
atividade. Tudo isso é despesa .
Mas, calma lá! Nem todo gasto é uma despesa.
Quando você consome alguma coisa, isso é uma despesa. Por exemplo, se
você compra um sanduíche e o come, você consumiu um pedaço de seu
patrimônio. É um valor que não dá pra recuperar, não tem como você pegar
seu dinheiro de volta.
Gabarito do capítulo 5