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Maringá
2015
ii
Maringá
2015
iii
BANCA EXAMINADORA
Orientador: _____________________________
Profa. Bacharel, Grasiele Aparecida de Alencar
UniCESUMAR
Avaliador: _____________________________
Titulação, Bruno Camolezi
UniCESUMAR
Avaliador: _____________________________
Titulação, Gustavo Shirano
UniCESUMAR
iv
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Antônio e Beatriz, minha
irmã Alessandra, meu esposo Marcelo e
sua família e aos meus amigos que sempre
me apoiaram e acreditaram em mim.
v
AGRADECIMENTOS
Aos meus queridos amigos, em especial Gisele, Carlos, Rafael e Robson, com quem
compartilhei diversos momentos, que me apoiaram e me ajudaram diversas vezes.
Principalmente quero agradecer a Gisele, por ser essa pessoa incrível, um exemplo
de força, coragem, uma amiga excepcional que tenho certeza que Deus colocou em
minha vida.
Aos meus pais, que com muito esforço e às vezes com sacrifícios fizeram de tudo
para que minha irmã e eu tivéssemos uma boa educação, que sempre acreditaram
em mim e mesmos nas dificuldades que passamos sempre demonstrando seu amor
e carinho. Ao meu esposo e sua família que com muito amor e paciência estiveram
comigo nesse momento.
Eleanor Roosevelt
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 07 - Estimativa da capacidade de carga pelo método de Van der Veen ........ 24
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS .................................................................................................. v
Sumário ....................................................................................................................... x
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12
2 OBJETIVOS........................................................................................................ 13
4 METODOLOGIA ................................................................................................. 22
6 CONCLUSÕES ................................................................................................... 33
7 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 34
12
RESUMO: A pesquisa buscou certificar a confiabilidade das estacas hélice contínua (EHC), através da
comparação de métodos de previsão de capacidade de carga com o ensaio de prova de carga estática.
Utilizando os métodos Aoki e Velloso (1975), Décourt e Quaresma (1978), Alonso (1996) e Antunes e Cabral
(1996), os quais obtiveram valores menores que os da prova de carga, atestando a confiabilidade de seu uso.
Para a análise de viabilidade fez-se um estudo das possibilidades de fundações entre EHC, tubulões à céu
aberto (TCA) e estacões, porém descartou-se a utilização dos TCA pela presença de lençol freático. Para os
estacões foi realizado um dimensionamento mantendo as características da fundação e utilizando o método
considerado pelo estudo como mais conservador, que constatou ser impossível. Além disso, foram realizados
levantamentos quantitativos pelas empresas A, B e C para as EHC, estacões e TCA com os diâmetros presentes
no projeto de fundações. Os TCA mesmo com diferenças menores de valores sua análise foi impossibilitada,
pois esses não englobam o preço da abertura da base. Já para os estacões a diferença de preços em relação às
EHC é exorbitante com 403,18%, 375,60% e 354,48 % consecutivamente para os diâmetros de 80, 90 e 100 cm,
tornando as EHC economicamente mais viáveis.
ABSTRACT: The research sought to ensure the reliability of the continuous flight auger piles (EHC), by
comparing the carrying capacity forecasting methods with the static load test run. Using the methods Aoki and
Velloso (1975), Décourt and Lent (1978), Alonso (1996) and Antunes and Cabral (1996), which had lower values
than those of the load test, attesting to the reliability of its use. For the feasibility analysis was done a study of
the possibilities of EHC among foundations, caissons to open (TCA) and autoservice stations, but ruled out the
use of TCA by the presence of ground water. For autoservice stations was carried out keeping the foundation
design characteristics and using the method considered by the study as more conservative, which found
impossible. In addition, quantitative surveys were conducted by companies A, B and C for EHC, exciting and
TCA with diameters present in the foundations of design. The same TCA with smaller values differences his
analysis was impossible because these do not include the price of the opening of the base. As for the
autoservice stations the price difference compared to EHC is exorbitant with 403.18%, 375.60% and 354.48%
consecutively to the diameters of 80, 90 and 100 cm, making EHC more economically viable.
1 INTRODUÇÃO
A construção civil vem crescendo de forma exponencial nos últimos anos e desde o
princípio os métodos construtivos vão sendo aprimorados, superando os existentes. De mesma
maneira com o passar dos anos tem-se a expansão dos entendimentos das estruturas envolvidas na
construção (vigas, pilares, lajes e fundação) e sobre o solo sob o qual essa será edificada.
13
As estacas hélice contínua (EHC) surgiram nos Estados Unidos ainda na década de 50 e
se espalhou primeiramente para Alemanha em 1970 e depois por toda a Europa e Japão, chegando
ao Brasil em 1987. Segundo Mucheti (2008) embora introduzidas no Brasil em 1987, apenas em 1993
houve uma expansão no número de empresas executoras deste tipo de serviço, devido ao aumento
na importação de equipamentos.
Conforme Almeida Neto (2002) isso ocorreu, pois antes de 1993 uma parte de seus
processos executivos era realizada manualmente e com equipamentos ajustados, tais como o uso de
guindastes adaptados com torre acoplada e dotados de mesa giratória com torque de 35 KN.m, com
possíveis diâmetros de 275, 350 e 450 mm e atingindo uma profundidade máxima de 15 m.
Posteriormente a essa data e com as importações de novos equipamentos esses valores
passaram a torques de 85 KN.m, com possibilidade de diâmetro de até 800 mm e comprimento
máximo de 24 metros, sendo que atualmente esses valores já foram superados (ALMEIDA NETO,
2002, p. 6).
Embora este tipo de fundação seja realizado no Brasil desde 1987, os trabalhos acadêmicos
e científicos mais encontrados são de outras regiões como os de Magalhães (2005) e de Almeida
Neto (2002), além de que sobre este tipo de estaca existe muita especulação e poucos dados
apresentados sobre a viabilidade econômica e também poucos dados sobre a confiabilidade de seu
uso se comparado aos outros tipos de fundação.
Este tipo de estaca apresenta inúmeras vantagens, dentre elas o processo executivo que é
totalmente monitorado, pois os equipamentos são dotados de instrumentos para essa finalidade e a
velocidade de execução.
Com a introdução deste método recentemente no município de Maringá e sem dados
científicos deste tipo de projeto realizado anteriormente no município não existem dados de
referência para uso na região, uma pesquisa realizada sobre o tema agregaria dados para futuras
utilizações.
2 OBJETIVOS
• Analisar projeto estrutural para verificar as cargas aplicadas na fundação da obra estudada;
• Comparar diversos métodos de previsão de capacidade de carga com os dados coletados nos
ensaios;
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 FUNDAÇÕES
Segundo Andrade et al. (2013) a fundação de uma obra é a parte responsável por dar
sustentação a construção, suportando todo o carregamento vindo da mesma, ou seja, desde as
cargas de lajes, alvenarias vigas, pilares e sobrecargas vindo da ocupação e uso.
Várias literaturas separam as fundações em superficiais (diretas/ rasas) ou profundas
(indiretas) incluindo a norma ABNT NBR 6122 (Projeto e execução de fundações) de 2010 que
também faz a subdivisão dessas de acordo com seus métodos executivos e dimensões.
Segundo a ABNT NBR 6122 (2010) as estacas são um tipo de fundação profunda, podendo
ser de concreto pré-moldado, concreto moldado "in situ", mistos, aço ou madeira, executadas
inteiramente por equipamentos ou ferramentas e diferente do tubulão, sem decida de operário. As
estacas podem ser executadas por cravação ou serem escavadas, sendo essas separadas em: estacas
escavadas mecanicamente e em estacas escavadas com fluido estabilizante.
As estacas executadas por cravação, ou estacas cravadas são aquelas que têm sua inserção
no solo feita através de um processo dinâmico por meio de golpes de martelo de gravidade,
hidráulico, vibratório ou de explosão.
As estacas escavadas mecanicamente são executadas de forma que primeiramente há a
perfuração do solo através de um trado mecânico, sem uso de revestimento e fluido estabilizante e
posteriormente a concretagem (ABNT NBR 6122, 2010).
As escavadas com fluido estabilizante pela definição da ABNT NBR 6122 (2010) são:
Estaca moldada in loco, sendo a estabilidade da parede da perfuração assegurada
pelo uso de fluido estabilizante ou água quando tiver revestimento metálico.
Recebendo a denominação de estaca escavada quando a perfuração é feita por
uma caçamba acoplada a uma perfuratriz, e estaca barrete quando a seção for
retangular e escavada com utilização de clam-shell.
Há ainda tipos de estacas com características e métodos executivos específicos, tais como a
estaca Raiz, a estaca tipo Franki, a tipo Strauss, estacas metálicas, entre outras, indicadas de acordo
com a situação de necessidade e sendo essas ilustradas, junto a outros tipos de fundações profundas,
na Figura 2.
16
FIGURA 2: Alguns tipos de fundações profundas: estacas (a) metálicas, (b) pré-moldadas de concreto vibrado,
(c) pré-moldada de concreto centrifugado, (d) tipo Franki e tipo Strauss, (e) tipo raiz, (f) escavadas; tubulões (g)
a céu aberto, sem revestimento, (h) com revestimento de concreto e (i) com revestimento de aço.
FONTE: (LOPES; VELLOSO, 1998).
A estaca Hélice Contínua é uma estaca de concreto moldada “in loco”, executada por meio
de trado contínuo e injeção de concreto, sob pressão controlada, através da haste central do trado
simultaneamente a sua retirada do terreno (ANTUNES; TAROZZO, 1998, p.345).
De acordo com a ABNT NBR 6122 (2010), as estacas hélice contínua (EHC) são um tipo de
fundação profunda, definidas como sendo estacas de concreto armado moldadas in loco onde a
armadura é colocada depois da concretagem e para isto há primeiramente a perfuração do solo por
trado helicoidal contínuo e em seguida a injeção de concreto através da própria haste central do
trado.
As EHC existem desde a década de 50 e como todo processo, este tipo de fundação sofreu
várias mudanças no decorrer dos anos principalmente do tipo tecnológicas em seus equipamentos e
na execução. Segundo Caputo et al. (1997) apud Mucheti (2008), dentre as principais tem-se a
substituição da argamassa pelo uso de concreto usinado, o desenvolvimento de sensores
(equipamentos) que permitiram uma melhor monitoração durante todo o processo de execução,
aprimoramento dos equipamentos tendo estes suas potências aumentadas (uso em qualquer tipo de
solo) e capacidade de alcançar maiores profundidades e diâmetros.
17
Tanto Almeida Neto (2002), Antunes e Tarozzo (1998), quanto à norma de fundações (ABNT
NBR 6122, 2010) separam o método executivo deste tipo de estaca em perfuração, concretagem e
colocação da armadura e os quais estão ilustrados na Figura 3.
3.2.1.1 Perfuração
A perfuração é realizada pela rotação de um trado em formato de hélice, que possui uma
haste central (com tampa metálica fechando a ponta para evitar que o solo entre) através de um
torque e sem interrupção, ou seja, sem que haja a retirada da hélice, até atingir a cota
(profundidade) de projeto.
A máquina perfuratriz utilizada no processo é um equipamento constituído por uma torre
metálica (com altura conforme a profundidade prevista pelo projeto), no qual a torre contém duas
guias em suas extremidades, podendo a guia inferior ser substituída pelo limpador de trado; que
possui mesa rotativa (com acionamento hidráulico e torque de acordo com o diâmetro e
profundidade da estaca) e guincho compatível com especificações de projeto (ANTUNES; TAROZZO,
1998, p.346). Uma exemplificação do equipamento utilizado para a perfuração pode ser visualizada
na Figura 4.
18
O torque é aplicado através de uma mesa rotativa localizada no topo da hélice e tem a
intensidade necessária para vencer a resistência do solo. A única força vertical atuante no processo é
o peso próprio da hélice e o solo contido nela (ALMEIDA NETO, 2008, p.10).
Segundo Mucheti (2008) os parâmetros profundidade, velocidade de avanço da perfuração,
pressão do sistema hidráulico e velocidade de rotação da hélice são registrados instantaneamente o
que permite o cálculo do torque aplicado. Além de que devido suas características de perfuração
este tipo de estaca pode ser utilizado em solos com valores de SPT acima de 50.
3.2.1.2 Concretagem
A colocação da armadura para estacas do tipo hélice contínua ocorre após a sua
concretagem e podendo ocorrer manualmente por gravidade ou por auxílio de um peso (pilão) ou
por vibração, sendo o auxílio de um pilão o método mais usual.
As estacas quando solicitadas a compressão ou por tensões limitadas pela norma (ABNT
NBR 6122, 2010), podem ser executadas sem a presença de armadura, ou seja, em concreto não
armado, contento apenas a armadura de ligação do elemento com o bloco.
19
E quando possuem armadura essa tem formato de "gaiola" e para evitar sua
deformação durante o processo é constituída de barras grossas, estribo helicoidal soldado
(ponteado) e deve possuir a extremidade inferior levemente afunilada (ANTUNES; TAROZZO, 1998, p.
346).
3.3 INVESTIGAÇÕES
Magalhães (2005) define a capacidade de carga em uma estaca como a somatória das
máximas cargas suportadas pelo atrito lateral e pela ponta (resistência de ponta), podendo ser
determinada através de métodos teóricos, métodos semi-empíricos e por ensaios como o de prova
de carga estática.
Por Damasceno (2013) ao se aplicar uma carga vertical comprimindo uma estaca se tem
uma solicitação que será resistida parte pelo atrito lateral, ou seja, pela resistência ao cisalhamento
ao decorrer do fuste e parte pela resistência de ponta, com a somatória das cargas máximas
resistidas tem-se a capacidade de carga dessa estaca, ou seja, a máxima resistência apresentada pelo
conjunto solo-estaca.
Por Lopes e Velloso (2010) quando não há ruptura ou deslocamento que caracterize
ruptura na prova de carga há a opção da tentativa de extrapolação da curva carga x recalque através
de uma equação matemática ajustada ao trecho que se possui da curva, sendo que uma das mais
usada no Brasil é a função exponencial proposta por Van der Veen.
Através de uma observação de Aoki (1996) apud Lopes e Velloso (2010) percebesse que a
reta obtida não passa pela origem do gráfico e devido a isso houve uma mudança na fórmula usada.
Ainda há o problema quanto à confiabilidade do método, pois extrapolações a partir de
curvas que não passam do trecho elástico geram valores de capacidade de carga exagerados. Porém,
se o recalque máximo atingido pela prova de carga não for inferior há 1% do diâmetro da estaca, os
valores obtidos extrapolação podem ser aceitáveis (LOPES; VELLOSO, 2010, p. 433).
21
Segundo Magalhães (2005) o método originalmente foi feito para ter como parâmetro o
ensaio de CPT, no qual as tensões limites de ponta e de atrito lateral são avaliadas em função da
tensão de ponta obtida no ensaio, posteriormente suas fórmulas foram adaptadas para o uso do SPT,
correlacionando os valores do CPT com o SPT.
Para a utilização do método faz-se necessário o uso de coeficientes: F1, F2, K e α, os quais
têm seus valores tabelados de acordo com o tipo de estaca e o tipo de solo. Conforme Damasceno
(2013) no princípio o método não tinham os fatores F1 e F2 para as estacas escavadas, só após
contribuições de outros autores no decorrer dos anos que o método passou a ter esses coeficientes
contemplando outros tipos de estacas.
Este método foi elaborado com o intuito de estimar o valor da capacidade de carga se
baseando exclusivamente nos valores obtidos no ensaio de SPT e para se utilizar em estacas cravadas
(de deslocamento). Posteriormente foram acrescentados ao método outros tipos de estacas e
coeficientes para a resistência de ponta e atrito lateral, respectivamente α e β (ALMEIDA NETO,
2002, p. 129).
A carga última da estaca é determinada pela soma das parcelas de resistência de ponta e
pelo atrito lateral e para seu cálculo tem-se o uso dos coeficientes α, β e C, que possuem seus valores
tabelados de acordo com o tipo de solo e o tipo de estaca.
3.4.2.3 Método de Antunes e Cabral (1996)
O método também foi desenvolvido especificamente para uso em estacas do tipo hélice
contínua, sendo baseado no ensaio de SPT-T, ou seja, o ensaio de SPT com a medição do torque e
reavaliado em 2000.
Barros (2012), afirma que através de correlações entre os valores do SPT e do SPT-T é
possível usar uma fórmula geral para o método disponibilizando apenas do ensaio de SPT e utilizando
no método um coeficiente β tabelado de acordo com o tipo de solo tem-se o valor da carga de
ruptura definido como a soma das parcelas da resistência de ponta e do atrito lateral.
22
4 METODOLOGIA
Para a coleta de dados foi elaborado um ofício, no qual continha a solicitação dos dados
pertinentes à pesquisa, tais como a locação e carga dos pilares, o projeto de fundações, relatórios
23
dos ensaios de sondagem (SPT) e do ensaio de prova de carga estática e que será levado
pessoalmente à construtora responsável pela obra.
Através da locação dos pilares e suas respectivas cargas (projeto de fundação – Anexo E)
foram analisados seus picos, ou seja, os locais onde as solicitações são maiores e onde são menores.
Com isso foi possível verificar a pior situação (maior carregamento) e averiguar a utilização da estaca
que recebe esta carga no ensaio de prova de carga estática como referência para comparações.
Para a aplicação nos métodos utilizados na pesquisa foram observados, através dos
relatórios de sondagem (Anexos A ao G), o tipo de solo e o NSPT de cada camada, além de que pela
sondagem foi possível caracterizar o solo da obra e verificar a presença ou não de lençol freático.
Os relatórios gerados pelo ensaio são gráficos de deformação (recalque) por carga aplicada
e através desses foi possível definir a carga última e a tensão admissível da estaca em análise. Para
critério de comparação foi utilizado pela pesquisa às tensões admissíveis calculadas pelos métodos e
a obtida pelo ensaio.
Para a previsão da capacidade de carga (carga última) pelo método de Van der Veen
originalmente foi utilizada a Equação 1 e 2, sendo modificada posteriormente adotando-se
atualmente sua forma generalizada definida na Equação 3 mantendo a Equação 2:
[
Pi = Pr . 1 − e − (a.w ) ] Eq. [1]
p
− ln 1 − i
α= Pr
Eq. [2]
w
[
Pi = Pr . 1 − e − (a.w+b ) ] Eq. [3]
Onde:
Pi = a carga aplicada;
Pr = a carga última;
w = o recalque devido à carga Pi;
α = coeficiente de ajuste;
b = o ponto de intersecção da reta procurada com o eixo das abcissas;
24
Para a utilização do método é preciso fazer uma correlação com o ensaio de SPT, onde as
parcela de atrito lateral (RL) e de resistência de ponta (Rp) são dadas respectivamente pelas Equações
4 e 5 e para cálculo da carga última (Qult) e de tensão admissível (σadm) as Equações 6 e 7
respectivamente:
α .k .N l
RL = U .∑ rl .∆ l = U .∑ .∆ l
F2 Eq. [4]
k .N P
R P = rp . A p = .Ap Eq. [5]
F1
Qult
σ adm = Eq. [7]
2
Onde:
RL = parcela de atrito lateral (KN);
RP = parcela da resistência de ponta (KN);
Qult = carga última (KN);
σadm = tensão admissível (KN);
U = perímetro da seção transversal da estaca (m);
Δl = espessura da camada a ser considerada (m);
α = coeficiente de acordo com o tipo de solo (%), apresentados na Tabela 1;
k = coeficiente de acordo com o tipo de solo (KPa), apresentados na Tabela 1 e convertidos pela
Equação 8;
1 Kgf/cm² = 100 KPa Eq. [8]
Tipo de Estaca F1 F2
Franki de fuste apiloado 2,3 3,0
Franki de fuste vibrado 2,3 3,2
Metálica 1,75 3,5
Pré-moldada de concreto cravada a percussão 2,5 3,5
Pré-moldada de concreto cravada por prensagem 1,2 2,3
Escavada com lama bentonítica 3,5 4,5
Raiz 2,2 2,4
Strauss 4,2 3,9
Hélice contínua 3,0 3,8
FONTE: MONTEIRO (1997) apud LOPES e VELLOSO (2010).
26
N
RL = U .L.β .rl = U .L.β . l + 1.10 Eq. [9]
3
RP RL Qult
σ adm ≤ + ; Eq. [12]
4,0 1,3 2
Onde:
RL = parcela de atrito lateral (KN);
RP = parcela da resistência de ponta (KN);
Qult = carga última (KN);
σadm = tensão admissível (KN);
U = perímetro da seção transversal estaca (m);
L = comprimento da estaca (m);
Ap = área da seção transversal da estaca (m²);
β = coeficiente de acordo com o tipo de solo e o tipo da estaca, apresentado na Tabela 3;
α = coeficiente de acordo com o tipo de solo e o tipo da estaca, apresentado na Tabela 4;
C = coeficiente de acordo com o tipo de solo (KN/m²), apresentado na Tabela 5;
Nl = NSPT médio do fuste, ou seja, a média dos NSPT ao longo do fuste excluindo os valores utilizados
para o Np e com limites 3≥Nl≤50;;
Np = NSPT médio da ponta, ou seja, a média dos NSPT da ponta, do imediatamente a cima e do
imediatamente abaixo.
Solo/ Estaca Escavada (em Escavada (com Hélice Raiz Injetadas sob altas
geral) bentonita) Contínua pressões
Argilas 0,80 0,90 1,0 1,5 3,0
Solos
0,65 0,75 1,0 1,5 3,0
intermediários
Areias 0,50 0,60 1,0 1,5 3,0
Solo/ Estaca Escavada (em Escavada (com Hélice Raiz Injetadas sob altas
geral) bentonita) Contínua pressões
Argilas 0,85 0,85 0,30 0,85 1,0
Solos
0,60 0,60 0,30 0,60 1,0
intermediários
Areias 0,50 0,50 0,30 0,50 1,0
FONTE: DÉCOURT (1998).
Qult
σ adm = Eq. [14]
2
Onde:
Qult = carga última (KN);
σadm = tensão admissível (KN);
U = perímetro da estaca (m);
Δl = espessura da camada a ser considerada (m);
Ap = área da seção transversal da estaca (m²);
β1 = coeficiente utilizado para cálculo da parcela do atrito lateral de acordo com o tipo de solo,
apresentado na Tabela 6;
β2 = coeficiente utilizado para cálculo da parcela da resistência de ponta de acordo com o tipo de
solo, apresentado na Tabela 6;
Nl = NSPT médio da camada analisada;
Np = NSPT da ponta da estaca;
28
As equações utilizadas pelo método estão descritas nas Equações 15 a 21, sendo que as
Equações 18 e 19 são correlações do ensaio de SPT-T com o ensaio de SPT de acordo com Magalhães
(2005).
rl = α . f s Eq. [15]
Tmax
fs = Eq. [16]
0,18
Tmin(1) + Tmin( 2)
rp = β . Eq. [17]
2
Qult
σ adm = Eq. [21]
2
Onde:
rl = parcela de atrito lateral (KPa);
α = coeficiente de correção do fs obtido através de provas de carga carregadas até próximo à
ruptura. Para estacas hélice contínua adotar α = 0,65 (KPa/Kgf.m);
fs = adesão calculada a partir do torque máximo (Kgf.m);
rp = parcela da resistência de ponta (KPa);
β = coeficiente de acordo com o tipo de solo, apresentado na Tabela 7;
Tmax = torque máximo obtido por correlação com ensaio de sondagem a percussão;
Tmin = torque mínimo obtido por correlação com ensaio de sondagem a percussão;
Tmin(1) = média aritmética dos valores de torque mínimos ao longo de 8.d acima da ponta da estaca
(Kgf.m), sendo d o diâmetro da estaca;
Tmin(2) = média aritmética dos valores de torque mínimos ao longo de 3.d abaixo da ponta da estaca
(Kgf.m), sendo d o diâmetro da estaca;
29
Solo β
Areia 200
Silte 150
Argila 100
FONTE: LOPES E VELLOSO (2010).
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi realizada uma prova de carga estática em uma estaca escavada de 100 cm de diâmetro
com 22 m de profundidade, sendo apresentada a curva carga x recalque na Figura 8. O ensaio foi
30
iniciado com uma carga de 600 KN sendo aumentada na segunda etapa uma carga de 600 KN
somada a anterior e, de acordo com a ABNT NBR 12131 (2006), mantida até a estabilização dos
deslocamentos por no mínimo 30 minutos. Nas etapas posteriores o carregamento foi feito de
mesma maneira até atingir uma carga máxima de 6000 KN, a qual foi mantida por 12 horas após a
estabilização dos deslocamentos. A descarga foi feita por estágios de descarregamento seguidos por
intervalos de 15 minutos até a estabilização dos deslocamentos.
Durante o ensaio foi alcançada uma carga máxima de 6000 KN, possibilitando adotar uma
tensão admissível de 3000 KN para comparação com os outros métodos. Porém para o
dimensionamento atual da fundação adotaram uma capacidade de carga de até 4500 KN por estaca.
Os resultados dos métodos de Van der Veen (1953), Aoki e Velloso (1975), Décourt e
Quaresma (1978), Antunes e Cabral (1996), Alonso (1996) e o resultado da prova de carga estática
estão apresentados no Quadro 1 e no Gráfico 1, o que permiti a comparação entre os métodos,
sendo os cálculos realizados encontrados nas planilhas dos Apêndices A, B, C , D e E.
Estaca Van der Veen Aoki e Décourt e Antunes e Cabral Alonso Prova de
Velloso Quaresma carga
P17 * 2232,63 1576,76 2048,32 – 2234,85 2274,12 3000
FONTE: Acervo pessoal.
* Como a pesquisa procura certificar a confiabilidade das EHC, este método não será utilizado, pois para a
utilização dele é necessária primeiramente à realização de prova de carga, que já torna possível a determinação
da tensão admissível uma vez que o ensaio de prova de carga estática ocorreu sem ser interrompido.
GRÁFICO 1: Porcentagem dos métodos semi-empíricos de estimativa de carga em relação à prova de carga
estática
FONTE: Acervo pessoal.
Pelo Gráfico 1 fica evidente essa diferença, com o método de Décourt e Quaresma (1978)
tendo uma porcentagem de 52,56 % em relação à prova de carga e o de Alonso (1996) com 75,80 %,
tornando o método de Décourt e Quaresma (1978) a pior situação de cálculo para dimensionamento
e o de Alonso (1996) o mais perto do real para a obra em estudo.
Assim como na pesquisa de Oliveira (2014), que utilizou os métodos de Décourt e
Quaresma (1978), Alonso (1996) e Antunes e Cabral (1996) entre comparações de métodos de
estimativa de carga para EHC em Brasília e que obteve como resultado o método de Alonso (1996)
sendo a melhor aproximação com a prova de carga e o de Décourt e Quaresma (1978) o mais
distante.
Outro exemplo é o estudo de Barros (2012) em São Paulo, no qual foi feita comparações
dos métodos Aoki e Velloso (1975), Décourt e Quaresma (1978), Antunes e Cabral (1996) e Alonso
(1996) com as provas de carga estáticas realizadas em EHC. Sendo como resultado o método que
mais se aproxima da prova de carga o método de Alonso (1996).
5.3 QUANTITATIVO
Como foi constatada presença de água pela sondagem a trado foi descartada a possiblidade
da utilização de fundações em tubulões a céu aberto, deixando como opção de fundação para a
construtora A, a utilização de estacões ou estacas tipo hélice contínua.
Devido à carga dos pilares, espaçamento entre eles e ao tamanho do terreno foi levado
como única opção para a construtora A, a utilização das EHC. Para comprovação será realizado o
dimensionamento para a fundação em estacões da parte do edifício tida como torre, mantendo as
profundidas e diâmetros das estacas alterando apenas as quantidades por bloco. Foi utilizado o
método de tensão admissível mais baixa em relação aos outros, ou seja, a pior situação de
dimensionamento, que no caso é o método de Décourt e Quaresma, sendo os resultados
apresentados nos Apêndices F, G e H.
32
* Nas estacas escavada do tipo tubulão à céu aberto, o valor é referente apenas a perfuração do fuste, não
contemplando a abertura da base, neste caso tendo que contratar uma outra equipe ou outras empresas.
6 CONCLUSÕES
7 REFERÊNCIAS
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2010.
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α
Tmax Tmin β fs
Profundidade (m) Tipo de Solo NSPT (Kpa/Kgf.
(KPa/Kgf.m) (Kgf.m)
Tmin(1) (Kgf.m) Tmin(2) (Kgf.m) rp (Kpa) rl (Kpa) Δl (m) Qult (KN) σadm (KN)
(Kgf.m) (Kgf.m)
m)
0 argila 0 0 0 0,65 100 0,00 0 0 0 0,00 0 0,00 0,00
1 argila 4 4,8 4 0,65 100 26,67 0 2,67 133,33 17,33 1 159,17 79,59
2 argila 4 4,8 4 0,65 100 26,67 0 2,00 100,00 17,33 1 187,45 93,72
3 argila 2 2,4 2 0,65 100 13,33 0 2,00 100,00 8,67 1 214,68 107,34
4 argila 2 2,4 2 0,65 100 13,33 0 2,00 100,00 8,67 1 241,90 120,95
5 argila 2 2,4 2 0,65 100 13,33 0 2,67 133,33 8,67 1 295,31 147,65
6 argila 2 2,4 2 0,65 100 13,33 0 3,33 166,67 8,67 1 348,72 174,36
7 argila 2 2,4 2 0,65 100 13,33 0 4,00 200,00 8,67 1 402,12 201,06
8 argila 4 4,8 4 0,65 100 26,67 0 5,00 250,00 17,33 1 495,85 247,92
9 argila 4 4,8 4 0,65 100 26,67 2,75 6,67 470,83 17,33 1 723,74 361,87
10 argila 4 4,8 4 0,65 100 26,67 2,75 9,33 604,17 17,33 1 882,92 441,46
11 argila 7 8,4 7 0,65 100 46,67 2,75 12,33 754,17 30,33 1 1096,02 548,01
12 argila 9 10,8 9 0,65 100 60,00 3,38 17,00 1018,75 39,00 1 1426,35 713,17
13 argila 12 14,4 12 0,65 100 80,00 4,25 24,00 1412,50 52,00 1 1735,60 867,80
14 argila 16 19,2 16 0,65 100 106,67 5,50 33,33 1941,67 69,33 1 2532,39 1266,19
15 argila 23 27,6 23 0,65 100 153,33 7,25 39,67 2345,83 99,67 1 3162,93 1581,46
16 argila 33 39,6 33 0,65 100 220,00 9,88 40,00 2493,75 143,00 1 3728,35 1864,18
17 argila 44 52,8 44 0,65 100 293,33 13,50 40,00 2675,00 190,67 1 4469,70 2234,85
18 argila 42 50,4 42 0,65 100 280,00 18,50 40,00 2925,00 182,00 1 5237,82 2618,91
19 argila 42 50,4 42 0,65 100 280,00 23,25 0,00 1162,50 182,00 1 4425,33 2212,66
20 0 0 0,65 0 0,00 27,63 0,00 0,00 0,00 1 3512,30 1756,15
Sendo os valores de Tmin(1) e Tmin(2) limitados em no máximo 40 Kgf.m.
PROVA DE CARGA
PROVA DE CARGA Nº 2
SETOR TORRE
PILAR 23
ESTACA 1
ESTACA TESTADA
TIPO DE ESTACA HELICE CONTINUA
MATERIAL CONCRETO
CARGA NOMINAL - tf 300
DIAMETRO-EST. TESTE - m 1,00
PROFUNDIDADE EST. TESTE m 22
REAÇÃ0
DIAMETRO - REAÇÃO m 1,00
PROFUND. EST DE REAÇÃO m 20
CONCRETAGEM - ARMADURA DE DYWIDAG 14/10/2014
BLOCO m
DIMENSÕES 1,0 X 1,0
CONCRETAGEM 17/10/2014
DEFORMAÇÕES - RECALQUES
CARGA NOMINAL - tf 300
DEFORMAÇÃO -RECALQUE - mm 1,728
CARGA 1,6 X CAR. NOM. - tf 480
DEFORMAÇÃO -RECALQUE - mm 3,243
CARGA MÁXIMA - (2 X C.N.) tf 600
DEFORMAÇÃO -RECALQUE = mm 5,070
DESCARGA - RETORNO tf 0
DEFORMAÇÃO RESIDUAL - mm 1,750