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Material Instrucional especialmente elaborado pelo

Prof. Newton para uso exclusivo do CETEB-CA.

Curso: Mecatrônica Módulo: I Carga Horária: 50h


Docente: Turno: Turma:
Discente:

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Sumário
Magnetismo 5
Cronologia 5
Introdução 5
Termos Magnéticos 5
Pólos dos Ímãs 6
Sentido das Linhas de Forças 6
Fragmentação de um Ímã 7
Lei de Atração e Repulsão dos Ímãs 7
Magnetismo Terrestre 7
Téoria Molecular 7
Permeabilidade Magnética 8
Relutância Magnética 8
Densidade Magnética 9
Fluxo Magnético 9
Blindagem Magnética 9
Indução 9
Eletromagnetismo 10
Experiencia de Orested 10
Linhas de Força Magnética 11
Sentido das Linhas de Força Magnéticas 11
Regra do Saca Rolhas 12
Condutores em Posição Paralela 12
Campo Magnético em Solenóide / Bobinas 13
Eletroímã 14
Disposição de Ímãs 15
Gerador Elementar 16
Introdução 16
Corrente Alternada 17
Freqüência 20
Conversão Eletromagnética de Energia 21
Introdução 21
Relação Entre Indução Eletromagnética e Força Eletromagnética 21
Lei de Farady da Indução Eletromagnética 22
Sentido da FEM Induzida – Regra de Fleming 23
Lei de Lenz 24
Força de Lorentz 25
Efeito Hall 25
Movimento de uma Carga num Campo Magnético 26
Força sobre uma Corrente 26
Gerador Corrente Alternada e Gerador de Corrente Contínua 27
Estudo de Vetores 27
Alternador 30
Gerador de Corrente Contínua 37
Descrição de Funcionamento de Gerador CC 38
Tipos de Geradores de CC 42
Curva de Saturação Gerador Auto-Excitado Tipo Série 44
Curva de Saturação Gerador Auto-Excitado Tipo Paralelo 44
Gerador Auto-Excitado do Tipo Compound 44
Motores Elétricos de Corrente Contínua 46
Motores Elétricos de Corrente Alternada 47
4
Introdução 47
Motores Monofásico 49
Motores de Indução Trifásicos 52
Máquina Síncrona 61
Motor Síncrono 61
Motor Síncrono sem Carga 62
Motor Síncrono com Carga 63
Gerador Síncrono (Alternador) 63
Transformador 64
Problema –1 64
Problema – 2 65
Problema – 3 66
Principio Básico do Transformador 66
Reator (Indutor) 66
Transformadores Trifásico 73
Transformador de Corrente TC 75
Referências Bibliográficas 81

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Magnetismo
Cronologia

 Séculos antes da Era Cristã: gregos conheciam um mineral chamado “lodestone", óxido de ferro, da
região de Magnésia;
 2700 A .C.: registros do uso de bússolas rústicas feitas de Lodestone pelos chineses;
 1000-1200 D.C: bússolas para navegação largamente utilizadas;
 1600: William Gilbert, considerado o pai do magnetismo, publica os primeiros conhecimentos
afirmando que a Terra é um grande ímã;
 1820: Oersted descobre a relação entre eletricidade e magnetismo; Ampere determinou que duas
bobinas carregando corrente elétrica agem como ímãs; Arago descobre que o ferro pode ser
magnetizado e Faraday afirma que eletricidade pode ser gerada trocando o fluxo magnético dentro de
uma bobina.
 1920: ímãs de maior capacidade magnética são desenvolvidos: o Alnico.
 1950: significantes desenvolvimentos de ímãs cerâmicos orientados (Ferrites)
 1970: impressionantes aumentos de forças magnéticas foram obtidas a partir de ligas de Samário
Cobalto (Terras Raras), porém com custos muito altos.
 1980: da família Terras Raras os ímãs de Neodímio Ferro Boro surgiram com capacidades
magnéticas ainda maiores e com menor custo, porém muito sensíveis à altas temperaturas.

Termos do Magnetismo:

 Ferromagnético: material que exibe fenômeno de histerese onde a permeabilidade magnética


depende da força de magnetização.
 Curva de Histerese: representação gráfica da relação entre força magnética e a magnetização
induzida resultante de um material ferromagnético.
 Fluxo magnético: manifestação física de um material quando submetido a influencias da
magnetização
 Indução magnética(β): número de linhas magnéticas por unidade de área na direção do fluxo.
 Força coercitiva(H): campo desmagnetizante necessário para reduzir a indução magnética a zero.
 Desmagnetização: a completa ou parcial redução da indução representada no segundo quadrante da
curva de Histerese.
 Produto de energia (Bhmáx): ponto da curva de desmagnetização no qual o produto da indução
magnética pelo campo desmagnetizante atingem o máximo valor.
 Anisotrópico: quando um ímã possui orientação preferencial de maneira que as características
magnéticas são melhores nesta direção.
 Isotrópico: material que não possui orientação preferencial apresentando características magnéticas
em qualquer direção ou eixo.
 Gap: porção do circuito magnético que não contém material ferromagnético.
 Permeabilidade: habilidade da indução magnética atravessar um material.
 Remanência(B): indução magnética que permanece em um circuito magnético após a remoção do
campo magnético externo aplicado.
 Saturação: um material magnético está saturado quando um aumento de força de magnetização
aplicada não resulta no aumento da indução magnética.
 Força atrativa: é a força exercida por um ímã em um objeto ferromagnético.

Introdução ao Magnetismo

Dá-se o nome de magnetismo à propriedade que certos corpos possuem de atrair materiais ferrosos.

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Em época bastante remota, os gregos descobriram que certo tipo de rocha, encontrada na cidade de
Magnésia, Ásia Menor, tinha o poder de atrair pequenos pedaços de ferro.
A rocha era constituída por um tipo de minério de ferro chamada magnetita (Óxido magnético de ferro) e por
isso o seu poder de atração foi chamado de magnetismo.
Mais tarde descobriu-se que se prendendo um pedaço dessa rocha ((óxido magnético de ferro) ímã natural)
na extremidade de um barbante ela se posicionava de tal maneira que uma das suas extremidades
apontavam sempre para uma mesma direção.
Esses pedaços de rocha, suspensos por um fio, receberam o nome de “pedra-guia” e foram usadas pelos
chineses há 2 mil anos, para viagens no deserto, e também pelos marinheiros, quando das primeiras
descobertas marítimas.
Assim sendo, descobriu-se que a terra é um grande ímã natural e o giro dos ímãs em direção ao norte é
causado pelo seu magnetismo.

Pólos dos Ímãs

Os pólos dos ímãs localizam-se nas extremidades


e são denominados de Norte e Sul.
Nos pólos, a força magnética do ímã é maior, por ser
esse local de maior concentração de linhas
magnéticas.

Para provar, praticamente, a existência das linhas de forças magnéticas do ímã, podemos fazer a experiência
do espectro magnético.
Para tal,coloca-se um ímã sobre uma mesa, sobre o ímã um
vidro plano e, em seguida derrama-se limalhas, aos poucos,
sobre o vidro. As limalhas se unirão pela atração do ímã,
formando um circuito magnético do ímã sobre o vidro, mostrando
assim, as linhas magnéticas.
A linha de força magnética é a unidade de fluxo magnético.
Podemos notar, através do espectro magnético, que as linhas
de força magnética caminham dentro do ímã; saem por um dos
pólos e entram pelo o noutro, formando assim um circuito
magnético.
Observa-se também, a grande concentração de linhas nos pólos
dos ímãs’ou seja, nas suas extremidades.

Sentido das linhas de força de um ímã

O sentido das linhas de força de um ímã, por convenção, é


sempre, externamente, do pólo norte para o pólo sul e
internamente do pólo sul para o pólo norte.

7
Fragmentação de um ímã

Se um ímã for quebrado, em três partes, por exemplo, cada uma das
partes constituirá um novo ímã.Os pólos de um ímã independente do
seu tamanho ocorrem em par N-S.

Campo Magnético do Ímã

Damos nome de campo magnético do ímã ao espaço ocupado por suas linhas de força magnética.

Lei de Atração e Repulsão dos Ímãs

No ímã, observa-se o mesmo princípio das cargas elétricas. Ao se aproximarmos uns dos outros, pólos de
nomes diferentes se atraem e pólos de nomes iguais se repelem.

Magnetismo Terrestre

O pólo norte geográfico da terra é, na realidade, o pólo sul magnético


e o pólo sul geográfico é o pólo norte magnético. Esta é a razão pela
qual o pólo norte da agulha de uma bússola aponta para o Pólo Norte
geográfico.
Outras causas do magnetismo terrestre são as correntes elétricas
(correntes telúricas) originadas na superfície do globo em sua rotação
do Oriente para o Ocidente, e a posição do eixo de rotação da Terra
em relação ao Sol.

Ímãs Artificiais

São aqueles fabricados pelo homem, e podem ser obtidos pelo contato ou atrito com outro ímã ou pela
influência de uma corrente elétrica.
Esses ímãs oferecem uma vantagem sobre os naturais, pois, alem de proporcionar maior força de atração,
podem ser fabricados em tamanho e formatos variados.

Teoria Molecular da Magnetização

Esta teoria presume que cada molécula de um material magnetizável constitui um diminuto ímã (ímã
elementar), cujos eixos encontram-se desalinhados entre si. Sem o alinhamento dos ímãs elementares, o
corpo na apresentará efeito magnético.

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Colocando-se uma barra desse metal sob efeito de um campo magnético externo, as moléculas alinhar-se-ão,
polarizando-a, formando um campo magnético conjunto.
Quando todos os ímãs elementares forem alinhados, o material tornar-se-á saturado. Nos aços de alto teor de
carbono, ao ser retirada a influencia do campo externo, os ímãs elementares permaneceram alinhados e, por
esse fator, são denominados ímãs permanentes.
Os melhores ímãs desse tipo são os aços ligados com níquel e cobalto e ainda com pequena porcentagem de
alumínio (Al = Alumínio; Ni = Níquel; Co = Cobalto).

Todo o ímã permanente pode perder total ou parcialmente o seu fator de imantação, isto é, ter seus
ímãs elementares novamente desalinhados, quando submetido a um campo alternado intenso ou a
temperaturas elevadas.

Os aços de baixo teor de carbono (ferro doce),ao ser retirado a


influencia do campo externo, os ímãs elementares tornam a
desalinhar-se, total ou parcialmente, daí a receber a denominação
de ímãs temporários. Quando o desalinhamento é parcial, o material
conserva o restante do magnetismo, que é chamado de
remanescência.
Existem substância que facilitam as passagens das linhas
magnéticas, assim como existem outras que dificultam a passagem.

Permeabilidade Magnética

Permeabilidade magnética é a condutibilidade magnética, ou seja, a facilidade que certos materiais


oferecem a passagem das linhas magnéticas.

Os materiais ferrosos, em geral, são bons condutores de linhas magnéticas.

Os materiais magnéticos são classificados da seguinte maneira:

Paramagnéticos: são materiais que tem imantação positiva,


porém constante. Exemplo: alumio, platina, ar e outros
materiais que são atraídos dentro do campo magnético.

Ferromagnéticos: são materiais que tem imantação positiva,


porém não constante, que depende do campo indutor. Exemplo:
ferro, níquel, cobalto e etc...

Diamagnéticos: são materiais que tem imantação negativa e


constante, como: bismuto, cobre, zinco e outros, que são
repelidos para fora do campo magnético.

Relutância Magnética

Dá-se nome de relutância magnética à propriedade de certas substâncias se oporem à circulação, nelas, do
fluxo magnético.
Pode-se comparar a relutância magnética à resistência elétrica, oposição à passagem da corrente elétrica em
um circuito elétrico.

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Densidade Magnética

Densidade magnética é o número de linhas magnéticas, ou o fluxo magnético produzido por um ímã, numa
unidade de superfície. Ela é representada pela letra grega beta (β)

Fluxo por unidade da área = a densidade magnética β

Fluxo Magnético

O fluxo de um campo magnético é o número total de linhas de força que compreende esse campo. Ele e
representado pela letra “Φ” que se pronuncia Fi.

A unidade do fluxo magnético é o Weber (Wb).

O fluxo magnético é o produto da indução magnética (densidade magnética) pela superfície do pólo de um
ímã. Portanto, a unidade de fluxo magnético é igual ao produtos das unidades de fluxo magnético ao produto
das unidades de indução e superfície.

Unidades de fluxo magnético

Blindagem Magnética

Blindagem magnética é o processo de isolamento de um corpo da ação de um campo magnético.


Existem equipamentos que podem sofrer a ação magnética por se danificarem ou fornecerem dados
incorretos.
Para blindarmos um corpo da ação de campo magnético, basta envolvê-lo com um material de alta
permeabilidade magnética.

Indução

Experiência 1:

Meios:
Bobina 12.000 espiras, ímã permanente e voltímetro (mV).

Execução:
Faça a ligação conforme a figura ao lado e movimente o ímã dentro da bobina.

Observação:
Pelo movimento de um ímã numa bobina é produzida uma corrente elétrica I, ou, podemos também dizer,
uma tensão U nas espiras. O mesmo efeito se obtém ao mover a bobina.

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Conclusão:

Pelo movimento do ímã, varia-se a grandeza e o sentido do fluxo


magnético nas espiras. Esta variação é responsável pela
geração de uma corrente ou tensão elétrica que chamamos de
tensão induzida. Esse processo é denominado por indução.
Como o magnetismo pode gerar eletricidade, bastaria um pouco
de imaginação para que se fizesse uma pergunta: será que a
eletricidade pode gerar campos magnéticos? A seguir, veremos
que isto realmente acontece.

Eletromagnetismo

Experiência de Oërsted
Execute o diagrama abaixo e análise as duas situações:

Primeira situação – Observe a Bússola com a Lâmpada apagada. Explique o que ocorre com o ponteiro da
bússola.
Secunda situação – Observe a Bússola com a Lâmpada acessa. Explique o que ocorre com o ponteiro da
bússola.

Materiais
Quantidade Unidade Discrição
1 pç Bússola
1 pç Fonte 127VAC
1 pç Interruptor unipolar
5 pç Suporte E-27
5 pç Lâmpada incandescente 100W 127VAC
3 m Condutor de cobre isolado # 2,5mm2
15 pç Grampo fixa fio
1 pç Voltímetro
1 pç Amperímetro
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Após as análises das duas situações o que podemos comprovar?

Meios: Condutor, acumulador ou fonte de alimentação e bússola.

Execução:
Posicione o condutor verticalmente e ligue-o a um acumulador ou fonte de alimentação conforme a figura ao
lado.

Experiência no 3:
Inverter os pólos do acumulador ou fonte de alimentação e, assim, inverter a direção da corrente elétrica.
Observação:

A bússola se posiciona na direção contrária.

Conclusão:
Para desviar o ponteiro da bússola, atraída normalmente pelo magnetismo da Terra, foi preciso outra força
magnética. Essa força aparece no condutor quando este é percorrido por uma corrente elétrica.
Sempre que um condutor for percorrido por uma corrente elétrica, a bússola posicionada corretamente terá a
agulha desviada pelo campo magnético formado no condutor.
Este é o efeito magnético da corrente ou eletromagnetismo.

Linhas de Força Magnética

Experiência no 4:

Meios: Condutor, chapa de acrílico, limalha de ferro, pilha ou acumulador ou fonte de alimentação e
interruptor.
Execução:
Conecte por intermédio de uma chave de fenda um fio grosso de cobre em série com o acumulador ou fonte
de alimentação. Introduza as chapas de acrílico na posição horizontal, perpendicular ao condutor. Ligue o
interruptor e espalhe e espalhe a limalha de ferro. A seguir, bata levemente nas chapas de acrílico para
ajudar o alinhamento da limalha.

Conclusão:
A figura formada chama-se espectro magnético. Esta experiência é utilizada para demonstrar a existência de
um campo magnético ao redor de um condutor, quando percorrido por uma corrente elétrica.

Sentido das Linhas de Força Magnéticas no Condutor

No circuito ao lado, constatamos o sentido das linhas de força


magnéticas nas posições indicadas pela bússola. Lembre-se que,
na bússola, os pólos são conforme a figura abaixo.

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A bússola indica o sentido das linhas de força.

Vamos agora inverter o sentido da corrente elétrica.


O sentido das linhas de força também será
invertido.

Regra para determinar o sentido do campo magnético, através do sentido da corrente


elétrica.

Regra dos Saca-Rolhas

Compare o sentido da corrente e das linhas de força com o sentido de penetração e


sentido de giro dos saca-rolhas.
O sentido de penetração corresponde ao sentido da corrente elétrica, o sentido de
giro corresponde ao sentido das linhas de força.
Podemos também definir sentido do campo magnético através da regra da mão
direita para condutores.
Envolvendo um condutor com a mão direita, os polegares voltando no sentido da
corrente, as pontas dos dedos indicarão o sentido do campo magnético.

Condutores em Posição Paralela

Correntes no mesmo sentido

Ao lado, temos dois condutores em paralelo. Por eles passam correntes de mesmo
sentido e mesma intensidade, produzindo campos magnéticos de mesma densidade e
fluxo no mesmo sentido.
Observando os campos magnéticos dos condutores verificamos que as linhas de forcas
dos campos magnéticos, entre os condutores estão em sentidos contrários. Logo não
existirá campo magnético entre os condutores. Neste caso, as linhas de força
magnéticas formam um único campo em torno dos dois condutores.

Correntes em sentidos Opostos

Ao lado, temos dois condutores percorridos por correntes de mesma


intensidade e sentidos opostos, produzindo campo magnético da
mesma densidade, porém com fluxo em sentido contrário.
Observando os campos magnéticos dos condutores, verificamos que
as linhas de força dos campos magnéticos entre os condutores estão
no mesmo sentido. Logo o campo magnético entre os condutores será
mais intenso.
Neste caso, as linhas de força magnéticas serão concentradas entre
os condutores, formando um fluxo magnético mais intenso.

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Solenóide / Bobina
Se um pedaço de fio, quando atravessado por uma corrente elétrica, gera um campo magnético suficiente
para deflexionar a agulha de uma bússola, e se enrolássemos várias voltas desse o fio, o que aconteceria?
Simples: aumentamos a intensidade do campo gerado! Então, foram criados o que chamamos hoje de
solenóides, que nos permitem diminuir, aumentar, extinguir ou implementar um campo magnético, pela
variação das características desses solenóides. Denomina-se solenóide a um enrolamento com fio de
condutor isolado sobre uma forma isolante.

No interior de um solenóide reto, percorrido por uma corrente elétrica i, estabelece-se um campo de indução
magnética uniforme.
Observe que as linhas de força se unem e formam um único campo magnético. Cada espira contribui com
uma parcela para a composição do campo magnético. Assim, as linhas de força atuaram no solenóide da
mesma maneira que agem nos ímãs. As linhas de força passam por dento do solenóide e retornam por fora.

Bobina

É o conjunto enrolado em muitas espiras, em camadas sucessivas, umas


sobre as outras. Na bobina também existe um só campo magnético de
maior intensidade.
A cada volta dada pelo condutor ao redor da forma isolante denominamos
de espira.Quando circula uma corrente por esse solenóide ou bobina,
haverá formação de um campo magnético também ao seu redor.
O campo individual de cada espira se soma e reflete-se nos extremos da bobina
determinando polaridade à mesma, como mostra a fig. ao lado:
A quantidade de linhas de força ao redor desse solenóide pode aumentar em função
do aumento das espiras ou da corrente circulante.
Chamado de Ф o número de linhas do campo magnético que atravessam
perpendicularmente uma superfície F (área da forma isolada)em cm2, e β a
densidade do campo magnético, podemos saber o número de linhas que atravessam
1cm2 pela relação:

Onde a unidade de β será 1 linha de campo por cm2, que é conhecida por Gauss e Ф será o fluxo
magnético medido em Maxwells. Dizemos que o campo é homogêneo quando β tiver o m esmo valor em
todos os pontos. Temos um exemplo de campo homogêneo no caso de campo magnético da terra em locais
onde não existam objetos ferrosos. Outro exemplo seria o espaço interno ocupado pelas linhas de força que
passam no enrolamento da fig. 1.2.2. Este solenóide representado nessa mesma figura apresenta as mesmas
propriedades de um imã permanente. Se suspenso por um fio, orientar-se-á na direção norte-sul tendo o seu
pólo norte apontando para o pólo sul geográfico da terra. Segurando-se a bobina com a mão direita e com os
dedos apontando o sentido da corrente, o polegar nos indicará sempre o pólo norte (fig. 1.2.3 abaixo).

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A experiência mostra que a densidade do campo é diretamente proporcional ao produto da corrente pelo
número de espiras (Produto medido em ampére-espiras) e inversamente proporcional ao comprimento da
bobina.Dessa forma podemos escrever: ``

D = densidade do campo em ampére-espiras/cm


I = corrente em ampéres
n = número de espiras
λ= comprimento da bobina em cm.
Sendo assim podemos afirmar que:
onde:

µ = fator de permeabilidade magnética


β = densidade de campo em Gauss

Quando o enrolamento não possui núcleo de ferro ou outra substância magnética, será sempre constante e
igual a:

O número de ampére-espiras de uma bobina também é conhecido como “força magneto/motriz” da bobina.
Por exemplo, a f.m.m. de uma bobina de 20 espiras, quando por ela circulam 2A de corrente, vale 20 x 2 =
40ampéres-espiras.
Se o mesmo enrolamento da fig. abaixo tivesse sido efetuado sobre um núcleo de aço ou ferro, teríamos
então um eletroímã.

Ao passar uma corrente pela bobina, esse núcleo torna-se altamente magnetizado, durando essa ação
enquanto a corrente estiver presente pelo enrolamento.

Eletroímã

Um eletroímã é constituído de uma ou duas bobinas de fio de cobre e um


núcleo de ferro, com o respectivo fecho. Ele tem, portanto, o circuito elétrico
das bobinas e o circuito magnético do núcleo. A corrente passando nas
bobinas cria um campo magnético no núcleo, que atrai fortemente o fecho
móvel. O fecho de ferro é atraído pelos pólos do eletroímã e, quanto mais o
fecho se aproximar, mais violenta é a atração.
A força de atração depende dos elementos seguintes:

 Área de seção do núcleo;


 Número total de espiras das bobinas;
 Intensidade da corrente.

15
Os pólos no Eletroímã

Nos aparelhos elétricos, muitas vezes torna-se necessário saber qual o sentido do campo magnético,
isto é, onde ficam os pólos norte e sul.

Para determinar os pólos N e S aplicamos a Regra da Mão Direita. Tomando-se o


solenóide na mão direita, como na figura ao lado, as pontas dos dedos indicarão o
sentido da corrente e o dedo polegar indicará o sentido do fluxo interno das linhas
magnéticas do solenóide ou simplesmente, o seu pólo Norte.

Aplicações:

O eletroímã tem inúmeras aplicações em eletrotécnica, eletromecânica, eletrônica, mecatrônica e


principalmente nos comandos a distância. Algumas aplicações em sinalização:

Campanhia CC; Cigarra sincronizada CA; Transformadores;


Anuciador; Placa magnética; Geradores;
Relé de corrente de trabalho; Freio magnético; Máquinas Rotativas e etc..

Disposição dos Ímãs

No espectro magnético, as linhas de forças, como nós já


sabemos, saem do pólo norte e entram no pólo sul, na parte
externa do ímã e percorrem o trajeto do sul para o norte na
parte interna.

Seccionando um ímã em duas partes, mantém-se o


mesmo alinhamento.

Mudando-se a posição do ímã como mostra a figura, a trajetória


da linha de força continua sem alteração. Temos somente um
circuito magnético. Separando novamente os ímãs e adotando a
disposição ao lado, temos ainda o mesmo circuito magnético. O
circuito magnético é formado pelos ímãs e pelo ar.

Para facilitar a passagem das linhas de força usam-se duas


peças de ferro, que é constituída de material de alta
permeabilidade magnética.

Agora o circuito magnético tem uma parte comum pelos ímãs, e outra
parte que se divide em dois ramos do núcleo de ferro.

Também são possíveis outras disposições dos ímãs. No


lugar de ímãs, podem ser usados, também, eletroímãs.

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Ao lado, pode-se observar quatro eletroímãs. Seus pólos
externos estão ligados com material magnético para
facilitar a passagem das linhas de força. Esta figura é
parte de um motor com quatro pólos.

Gerador Elementar

Introdução

Colocando um fio de cobre entre dois ímãs como mostra a figura ao lado:

Ligando as duas pontas do fio a um galvanômetro (aparelho de alta sensibilidade, para medição de micro-
ampéres). Movimentar o fio para direita e para a esquerda; durante o movimento observar o ponteiro do
galvanômetro.

Observamos:
Ao movimentar o fio perpendicularmente entre os dois ímãs, haverá o corte das linhas de força pelo fio.
O fluxo magnético, ao ser cortado pelo fio de cobre, produz nele uma pressão magnética. Esta pressão faz
com que os elétrons se desloquem, gerando eletricidade.
Essa é a forma mais elementar de gerar tensão elétrica (U) – condutor, movimento e magnetismo. Também
chamado “princípio da indução” é p princípio de um gerador elementar.
O gerador elementar é idêntico aos geradores industriais quanto ao seu funcionamento, senão diferente
apenas na sua construção que consiste de uma espira de fio disposta de tal modo que pode ser girada dentro
de um campo magnético estacionário. Este movimento causa a indução de uma corrente na espira. Para ligar
a espira a um circuito externo que aproveite a tensão (U, em Volts) induzida, usam-se contatos deslizantes
(escovas).
Os pólos nortes e sul do ímã que fornece o campo magnético são denominados de peças polares. A espira
de fio que gira dentro do campo magnético é chamada de armadura ou induzido.
As extremidades da espira do induzido são ligadas aos anéis que giram com a armadura. As escovas fazem
contato com os coletores e transmitem para o circuito externo a eletricidade gerada na armadura.

17
Em 1830, Farady obteve a corrente elétrica induzida movendo um condutor no campo magnético permanente,
estabelecendo o princípio ou “Lei de Farady” que diz: “Todo condutor que cortar um campo magnético, induz
nele uma corrente elétrica”.
O sentido da corrente induzida em uma espira depende do seu
movimento e do sentido das linhas de força do campo magnético. A
intensidade da corrente induzida em uma espira depende da
velocidade do movimento e da intensidade do campo magnético. Para
que possamos analisar o sentido da corrente de uma espira, utilizamos
a “regra da mão direita”.

1. O dedo polegar indica o sentido do movimento da espira (condutor).


2. As pontas dos outros dedos indicam o sentido da corrente induzida.
3. As linhas do fluxo magnético sempre devem penetra perpendicularmente a palma da mão.

Lembre-se: A teoria eletrônica nos define o sentido


real da corrente: o fluxo dos elétrons flui do pólo
negativo para o pólo positivo. Porém, a teoria elétrica
utiliza o sentido convencional, que prevê o fluxo do
pólo positivo para o pólo negativo.

Se utilizarmos o sentido da corrente eletrônica (real), a regra da mão direita transforma-se na regra da mão
esquerda, mas o princípio será o mesmo.

Corrente Alternada

Supondo-se que o movimento da espira seja


da esquerda para direita dentro de um campo
magnético, demonstraremos a variação da
corrente elétrica em função desse movimento.
A isto chamamos de geração de corrente
elétrica alternada.

Posição 1: A espira não se deslocou. Os dois lados da espira não


estão cortando as linhas de força, portanto, não há produção de
tensão elétrica e por isso, não há fluxo de corrente. O ponteiro do
galvanômetro está na posição zero.

18
Posição 2: A espira se deslocou 45o a partir do ponto inicial.

Os condutores da espira estão começando a interferir nas


linhas de força do campo magnético. O ponteiro do
galvanômetro está indicando o surgimento de uma tensão
induzida nos condutores da espira.

Posição 3: A espira deslocou 90o a partir do ponto inicial.

A medida que a espira se aproxima do ponto “A” o ponteiro do galvanômetro desloca-se mais do que na
posição anterior.

Na posição “A”, as seções transversais aos condutores


estão cortando perpendicularmente as linhas de força
magnética (ângulo de 90o). Quanto maior a quantidade de
linhas de força cortada pela espira, maior é a tensão nela
induzida. Portanto, o ponteiro do galvanômetro esta
marcando a máxima quantidade de tensão produzida na
espira e, respectivamente, a máxima quantidade de
corrente.

Posição 4: A espira se deslocou 135o.

Agora o ponteiro do galvanômetro está indicando valor menor que o valor marcado anteriormente. Os dois
lados da espira estão, neste momento, em posição inclinada entre as peças polares. Nesta posição, apenas
parte do fluxo magnético está sendo interrompido pela espira, produzindo nesta uma tensão cada vez menor.
À proporção que a espira se afasta do ponto de maior convergência do fluxo magnético (ponto “A”), o
galvanômetro registra menor tensão induzida e, respectivamente, menor corrente elétrica.

O ponteiro do galvanômetro retornou novamente a posição


zero. Aqui, os dois lados da espira não estão cortando as
linhas de força. Não há indução de tensão nos condutores
da espira.

Posição 6: A espira se deslocou 225o. Agora, o ponteiro do galvanômetro está se deslocando para esquerda.
Lembre-se de que, até a 5 posição, a parte escura da espira estava cortando o fluxo magnético de cima para
baixo e, a parte clara, de baixo para cima.

A partir da 6 posição, a parte escura começou a deslocar-


se dentro do campo magnético de baixo para cima e, a
parte clara, de cima para baixo. Como o sentido de
deslocamento dos lados da espira ficou invertido, inverteu-
se também o sentido de deslocamento da corrente
elétrica. Por este motivo que o ponteiro do galvanômetro
mudou de sentido, ou seja, agora ele esta se deslocando
para esquerda.

19
Posição 7: A espira se deslocou 270o.

Neste momento, o ponteiro do galvanômetro está marcando


indução máxima da corrente elétrica na espira. Nesta
posição novamente, as seções transversais dos condutores
estão cortando perpendicularmente as linhas de força logo, o
máximo corte de linhas de força e, conseqüentemente, a
máxima tensão induzida.

Posição 8: A espira se deslocou 315o.

Novamente os valores medidos pelo aparelho estão


diminuindo. A corrente elétrica na espira está se reduzindo,
pois os dois lados da espira estão cortando um número cada
vez menor de linhas de força.

Posição 9: Finalmente, completou-se uma volta de 360o.

Segundo o ponteiro do aparelho, não há presença de


corrente na espira. Com isto, completamos uma volta do
deslocamento da espira dentro do campo magnético. Para
cada volta seguinte, os fenômenos da indução elétrica
serão idênticos aos demonstrados.

Vermos, a seguir, a demonstração gráfica das variações da corrente elétrica induzida na espira de um
gerador com anel coletor.

No gráfico está representada a curva senoidal (ou senóide). Ela demonstra a variação da corrente elétrica
induzida durante uma volta completa da espira.
No eixo horizontal é representado o movimento da espira em função de uma volta completa dentro do campo
magnético.
No eixo vertical é representada a intensidade da corrente elétrica induzida, de acordo com as indicações do
galvanômetro, nas várias posições.
Note que a tensão ou corrente elétrica parte de um ponto zero, desloca-se para o lado positivo (+) e volta
para o ponto zero; depois, desloca-se para o outro lado (-) e, assim, sucessivamente. A esse movimento
denominamos de Corrente Alternada (CA).

20
Definição:

Corrente alternada é aquela que varia periodicamente de intensidade e de sentido.

Freqüência

Supondo-se que o tempo gasto para a espira percorrer


os 360o tenha sido de 1 segundo, podemos representá-lo
graficamente. Se continuarmos girando a espira, o tempo
continuara sendo representado graficamente de acordo
com a figura ao lado:

Durante 0,5 segundos, a corrente circula no sentido


conforme o desenho abaixo.

De 0,5 segundos até 1 segundo, a corrente muda o sentido


conforme a figura acima.
Quando um gerador de corrente alternada com dois pólos completa
uma rotação, a tensão completa um ciclo.
Se essa rotação for completada no tempo de 1 segundo temos,
então 1 ciclo/s.
Na realidade, podem ser gerados mais ciclos por segundo; o
número de ciclos depende de dois fatores:

1. Rotação por segundo


2. Números de pólos do gerador

O número de ciclos é denominado “freqüência”, que tem como unidade de medida o “Hertz”.

Hertz = Hz

21
Definição:

Freqüência é o número de oscilações por segundo ou, simplesmente, ciclos por segundo (ciclos/s).
Exemplo:

Na sua casa a freqüência da corrente elétrica é de 60Hz. Isto


significa que a corrente elétrica completa 60 ciclos em 1 segundo.

Conversão Eletromagnética de Energia

Introdução

A primeira indicação da possibilidade de intercâmbio entre energia elétrica e mecânica foi apresentado por
Michael Faraday em 1831. Esta descoberta é considerada por alguns como o maior avanço individual no
progresso da ciência para atingir o aperfeiçoamento final da humanidade. Deu inicio ao gerador e ao motor
elétrico, ao microfone, ao alto-falante, ao transformador, ao galvanômetro e, de fato, a praticamente todos os
dispositivos cujos princípios e características serão considerados nesta disciplina.
A conversão eletromagnética de energia, como a entendemos hoje, relaciona as forças elétricas e magnéticas
do átomo com força mecânica aplicada à matéria e ao movimento. Como resultado desta relação, a energia
mecânica pode ser convertida em energia elétrica, e vice-versa, através das máquinas elétricas. Embora esta
conversão possa também produzir outras formas de energia como calor e luz, para a maioria dos usos
práticos avançou-se até o estágio onde as perdas de energia reduziram-se a um mínimo e uma conversão
relativamente direta é conseguida em qualquer das direções. Assim, a energia mecânica de uma queda-
d’água é facilmente convertida em energia elétrica através de um alternador; a energia elétrica produzida é
transformada por conversão eletromagnética de energia numa tensão mais elevada para transmissão a longa
distância e, em algum ponto terminal, é transformada novamente para distribuição numa subestação, onde, a
partir de um centro de cargas, se distribuirá energia elétrica a consumidores específicos como fazendas,
fábricas, residências, industrias, estabelecimentos comerciais dentre outros. Nestas aplicações individuais, a
energia elétrica pode, mais uma vez, ser convertida em mecânica através dos motores, em energia térmica
através de estufas elétricas, em energia luminosa através de lâmpadas elétricas e em energia química
através de uso de processos eletroquímicos; ou pode ser convertida em outras formas de energias elétrica,
pelo uso de conversores rotativos, retificadores e conversores de freqüência . A energia elétrica produzida
através desta conversão eletromecânica de energia pode ser reconvertida várias vezes através de
dispositivos apresentados neste módulo, antes que a energia seja finalmente convertida à forma que realizará
o trabalho útil.

Relações Existentes entre Indução Eletromagnética e Força Eletromagnética

Foram descobertos certos fenômenos eletromagnéticos naturais que relacionam as energias elétricas e
mecânicas. A relativa facilidade com que se processa tal conversão de energia é devida, de fato, ao
conhecimento dessas relações. Para a maioria das aplicações usuais, a conversão de energia elétrica em
mecânica, e vice-versa, pode ser considerada como uma reação reversível. À medida que o processo deixa
de ser completamente reversível e outras formas indesejáveis de energia são nele produzidas (tais como
energia térmica, luminosa e química), resultam perda de energia do sistema eletromecânico.

22
Lei de Faraday da Indução Eletromagnética

Anteriormente à descoberta de Faraday, uma tensão era gerada num circuito através de uma ação química,
como a que ocorre numa pilha ou numa bateria de acumuladores. A incomparável contribuição da descoberta
de Faraday, em 1831, foi à geração de uma tensão através do movimento relativo entre um campo magnético
e um condutor de eletricidade. Faraday chamou esta tensão de “, porque ocorria apenas quando havia
movimento relativo entre o condutor e um campo magnético, sem contato físico”efetivo entre eles. O princípio
da indução eletromagnética é talvez mais compreensível a partir dom
diagrama mostrado na abaixo

A afirmativa geral da lei de Faraday pode ser a que se segue.

O valor da tensão aplicada em uma simples espira de fio é


proporcional à razão das linhas de força que passam através
daquela espira (ou se concatenam com ela).

Neumann, em 1845, quantificou esta afirmativa em uma equação, na


qual o valor da força eletromotriz (fem) induzida gerada era diretamente proporcional à razão de variação do
fluxo concatenado.
Onde Emed é a tensão média gerada em uma única espira (volt/espira)
Ф é o número de Maxwells ou linhas de força magnética concatenadas pela espira durante
T o tempo em segundos no qual Ф linhas são “concatenadas”
108 é o número de linhas que uma espira deve concatenar por segundo para que seja induzida uma tensão
de 1 volt.
Do estabelecido acima e da equação, é bastante evidente que uma força eletromotriz (fem) gerada pode ser
aumentada através do aumento da força do campo magnético (isto é, do número de linhas do fluxo em
movimento com relação ao condutor), ou da diminuição do tempo durante o qual ocorre a variação do fluxo
concatenado (isto é, um aumento na velocidade ou no movimento relativo entre o condutor e o campo
magnético).

Fatores que afetam o valor da fem induzida

A quantificação de Neumann da lei de Faraday, como estabelecida na Eq. , mantém-se verdadeira apenas
quando o circuito magnético é fisicamente o mesmo do começo ao fim e durante o período em que ocorrem
as variações do fluxo concatenado. Em máquinas elétricas rotativas, entretanto, a variação do fluxo que
concatena cada espira individual devido à rotação (quer da armadura, quer do campo) não é claramente
definida ou facilmente mensurável. É mais conveniente, portanto, expressar esta razão de variação em
função de uma densidade média de fluxo (suposta constante) e da velocidade relativa entre este campo e um
condutor singelo movendo-se através dele. Na fig. 1-1, para o condutor de comprimento ativo λ, a fem
induzida instantânea pode ser expressa como.

Onde β é a densidade de fluxo em gauss (linhas/cm2) ou em linhas/pol2


λ é o comprimento da porção ativa do condutor que concatena o fluxo em cm ou em polegadas
v é a velocidade relativa entre o condutor e o campo em cm/s ou em pol/s

23
Em unidades práticas ou inglesas a Eq. (1-2) pode ser expressa como

Onde β é a densidade de fluxo em Gauss (linhas/cm2) ou em linhas/pol2


λ é o comprimento da porção ativa do condutor que concatena o fluxo em cm ou em polegadas
v é a velocidade relativa entre o condutor e o campo em cm/s ou em pol/s
10-8 é o número de linhas que um condutor simples deve concatenar por segundo, a fim de
induzir uma tensão de 1V.
Se ambas, a densidade de fluxo β e a velocidade relativa do condutor ou do campo, são uniformes e
constantes, então os valores instantâneo e médio da fem induzida são os mesmos. Tanto a Eq. (1-1) como a
Eq. (1-3) podem ser usadas levando aos mesmos resultados, como mostra o exemplo abaixo:

Exercício

Um condutor singelo de 18 polegadas de comprimento é movido por uma força mecânica perpendicularmente
a um campo magnético uniforme de 50.000 linhas/pol2, cobrindo uma distância de 720 polegadas em 1
segundo. Calcule:

a - A fem induzidas instantânea usando a Eq. (1-3).


b - A fem induzida média usando a Eq. (1-1)

Solução:

a -
= 50.000 linhas/pol2 x 18 pol x 720 pol/s x 60 s/min x 1pé/12pol x 10-8V

Na sua maior parte, as máquinas comerciais são projetadas de modo que as duas primeiras suposições
possam ser consideradas verdadeiras para todos os casos práticos. Mesmo quando houver alteração na
condição da carga, tão logo esta ocorra, pode-se imaginar que as novas densidades de fluxo e velocidade
permaneceram constantes enquanto a dada condição de carga permanecer constante.

Sentido da FEM Induzida – Regra de Fleming

Deve-se notar que, quando um condutor se movimenta num sentido ascendente, como se mostra na figura 1-
2c, a partir de uma posição abaixo à direita para uma posição acima à esquerda de maneira que θ seja menor
90o, a fem induzida “e” terá a mesma direção ( e
polaridade) que mostrada na figura 1-2d, onde θ é maior
que 90o. Desde que sen θ é positivo para todos os
ângulo entre ) e 180o, “e”da eq. (1-4) é positiva para
todos os sentidos com relação a B, de 0o a 180o, isto é
para um movimento ascendente genérico do condutor.
Semelhantemente, se a força aplicada ao condutor tende
a movê-lo descendentemente, como mostra a figura 1-
3b, o sentido da fem induzida será oposto ao mostrado
na figura 1-2. Uma vez que sen θ é negativo para todos
os ângulos entre 180o e 360o, θ da eq.(1-4) é negativo
para todos os sentidos genericamente descendentes.

24
Se o campo magnético, entretanto, fosse invertido, também o seriam as polaridades. Assim, a referência
básica para a polaridade e para o ângulo θ na eq.(1-4) é o sentido do campo magnético
A relação entre os sentidos da fem induzida, do campo magnético e do movimento do condutor é
convenientemente representada e relembrada pela regra de Fleming, mostrada na Fig. 1-3a. Quando
empregada corrente convencional para determinar-se o sentido da fem gerada, pode-se chamar a regra de
Fleming de “regra da mão direita”, como mostra a abaixo.

A regra de Fleming da mão direita pressupõe que o campo está estacionário e que o condutor se move em
relação a este campo estacionário (de referência). Uma vez que a fem induzida depende do movimento
relativo entre o condutor e o campo, ela pode ser aplicada no caso de um condutor estacionário e um campo
móvel, mas fazendo a suposição de que o condutor se movimenta em sentido oposto. Desde que o polegar
na Fig.1-3a mostre o sentido do movimento relativo ascendente apenas do condutor, o sentido da fem
induzida na figura representará o movimento descendente de um campo em relação a um condutor
estacionário. Usando o polegar para representar o movimento do condutor, o indicador para representar o
sentido do campo magnético, e o dedo médio para representar a fem induzida, o leitor pode verificar o sentido
da fem induzida da Fig.1-3b, que é oposta à da Fig.1-3a devido ao fato de ter invertido seu sentido.

Lei de Lenz

Sumariamente, deve-se notar que a lei de Faraday, da indução eletromagnética, é apenas um dos efeitos
eletromecânicos que relaciona a força mecânica aplicada a um corpo com o campo eletromagnético,
conforme se discutiu na Séc 1-2. Enquanto, nos parágrafos anteriores, se deu ênfase ao movimento de um
condutor e ao sentido do movimento, deve-se atentar que o movimento de um condutor no campo magnético
é o resultado de uma força mecânica (trabalho) aplicada ao condutor. A energia elétrica produzida pela
indução eletromagnética requer, pois, um dispêndio de energia mecânica de acordo com a lei da conservação
da energia. A energia para indução eletromagnética não é fornecida pelo campo magnético, como se poderia
supor, uma vez que não se altera nem se destrói o campo durante o processo.

Os sentidos da fem e da corrente induzida no condutor, representadas nas Fig 1-2 e 1-3, guardam uma
relação definida com a variação no fluxo concatenado que as induz. Esta relação é estabelecida pela lei de
Lenz:

Em todos os casos de indução eletromagnética, uma fem induzida fará


com que a corrente circule em um circuito fechado, num sentido tal que
seu efeito magnético se oponha à variação que a produziu.

Esta formulação da lei de Lenz implica em ambos (1) uma causa e (2) um efeito opondo-se a causa. A causa
envolvida não é necessariamente o movimento do condutor resultante de uma força mecânica, mas uma
variação do fluxo concatenado. O efeito envolvido é uma corrente (devida a uma fem induzida) cujo campo se
opõe à causa. Assim, em todos os casos de indução eletromagnética, sempre quando ocorre uma variação
no fluxo concatenado, uma tensão é induzida, a qual tende a estabelecer uma corrente numa direção tal que
produza um campo em oposição à variação do fluxo que concatena as espiras do circuito.

25
Encarado desta maneira surgirá um conceito da lei de Lenz que satisfaz todos os casos de fem induzida,
aplicando-se inclusive a transformadores e motores de indução, bem como da fem induzida em motores e
geradores de CC.
Pode-se também mostrar que a propriedade da indutância é um efeito e um resultado da lei de Lenz (que
estabelece que a tensão gerada em um condutor pela variação do fluxo concatenado estabelecerá uma
corrente, cujo campo magnético associado tende à variação do fluxo que concatena o condutor). De fato,
quando um circuito ou seu componente possui a propriedade de opor-se a qualquer variação de corrente
entre si, esta propriedade é chamada de indutância e a fem induzida é chamada fem de auto-indução.

Força de Lorentz

Se uma carga de prova q estiver em movimento ela gera um determinado campo magnético. Todavia se essa
mesma carga elétrica estiver se movimentando dentro de uma região de campo magnético, o campo gerado
por ela irá interagir com o campo existente, ficando a carga q sujeira á ação de uma força de origem
magnética. É o que ocorre quando aproximamos um ímã de um tubo de raios catódico, o feixe de elétrons
dentro do tubo é desviado de sua posição original.

O mesmo fenômeno ocorre quando aproximamos da TV, o ímã de um alto-falante. A


imagem sofre uma alteração. Na verdade a tela da TV é um TRC - Tubo de raios
catódicos - e a imagem é formada por um feixe de elétrons que varre a tela.
Em um campo magnético B, este exerce uma força sobre uma carga, q, em
movimento, dada por

onde v é a velocidade da carga. A força magnética é nula em duas circunstâncias:


Carga estacionaria (v = 0);
Velocidade paralela ao vetor campo magnético.
No caso geral, em que temos um campo elétrico, E, e um campo magnético, a força sobre uma carga em
movimento é dada por

A força expressa em (1.2) é conhecida como força de Lorentz.

O efeito HALL

A expressão (1.2) também permitiu a descoberta do efeito Hall que, como veremos, é extremamente útil na
indústria microeletrônica.
A figura 8.2 esquematiza o arranjo experimental para o estudo do efeito Hall. Tem-se uma fita condutora com
seção reta A (=Ld) através da qual circula um feixe de elétrons com velocidade v.

Aplicando-se um campo magnético na direção horizontal, conforme indicado na figura 8.2, resulta numa força
magnética na direção perpendicular ao movimento eletrônico, no sentido de cima para baixo. Esta força fará
com que o movimento dos elétrons seja desviado para baixo. Com o tempo, cargas negativas acumulam-se
na face inferior, e cargas positivas na face superior. O excesso de cargas positivas e negativas funciona como
um capacitor de placas paralelas, com um campo elétrico conhecido como campo Hall. Chegará um momento

em que a força Hall equilibra a força magnética,


26
Usando a eq. , e a definição da densidade de corrente, , obtém-se

Por outro lado, Resulta daí que

Tendo em conta que a seção reta é dada por A=Ld, obtém-se

O efeito Hall permite a obtenção de dois resultados importantes. Em primeiro lugar, é possível determinar o
sinal da carga dos portadores, bastando medir a diferença de potencial entre as superfícies, superior e
inferior. Em segundo lugar, a eq. (1.4) fornece o valor da densidade de portadores.
Esses dois resultados são de extrema importância na indústria eletrônica, pois permite a fabricação de
dispositivos que dependem do tipo (elétrons ou lacunas) e da quantidade de portadores.

Movimento de uma Carga num Campo Magnético

A eq. (1.1) mostra que se a velocidade da partícula tiver a mesma direção do campo magnético, a força será
nula, resultando num movimento retilíneo uniforme. Por outro lado, se o ângulo entre o vetor velocidade e o
vetor campo magnético for diferente de zero, podemos decompor o vetor velocidade em duas direções: uma
na direção de B, e outra perpendicular. Isto é,

Portanto, o movimento de uma partícula, de massa m e carga q, numa região do espaço onde existe um
campo magnético, é sempre composto de um movimento retilíneo uniforme e de um movimento circular. Este
tipo de movimento é esquematizado na figura abaixo. Como se vê a força centrípeta, que proporciona o
movimento circular, é igual à força magnética.

Assim, a partícula movimenta-se num círculo com raio.


(1.5a)
Da relação v=ωr, obtém-se a velocidade angular.

(1.5b)
Da relação ω=2πf, obtém-se a freqüência.
(1.5c)
e o período

(1.5d)

Força sobre uma Corrente

Se um campo magnético exerce uma força sobre uma carga em movimento, é óbvio que ele exercerá uma
força sobre uma corrente elétrica. Vejamos como calcular esta força.
A força sobre um elétron é dada por

27
Supondo que existam N elétrons no segmento L do fio (seção reta A), tem-se que a densidade eletrônica será

Sabemos que J=nev, logo,

A partir desses resultados, temos que a força sobre um elétron será

Portanto, a força sobre o segmento de fio será

A expressão geral é dada por


(1.6)
O sentido da força é obtido pela regra da mão direita para o produto vetorial. No caso da Figura 8.4, a força
aponta para baixo.

Neste aplicativo você pode visualizar o efeito de um campo magnético sobre uma corrente elétrica. A força
sobre o fio é conseqüência da força de Lorentz sobre cada elétron que compõe a corrente. Use a equação 8.6
e verifique a força que age sobre o fio em diferentes situações (invertendo o sentido da corrente e a
polaridade do ímã).

Gerador de Corrente Alternada e Gerador de Corrente Contínua

Estudo dos Vetores

É muito importante no estudo de corrente alternada que se tenha uma noção sobre vetores, ângulos
formados, para o estudo de defasagem, e que se conheçam também os rendimentos necessários de
trigonometria para o entendimento das funções seno e cosseno de um ângulo.
Iniciaremos com um rápido estudo dos vetores.

Vetor e suas Coordenadas

Para se analisar a resultante da combinação de forças precisamos do


valor absoluto das mesmas e uma referência de direção ou ângulo de
fase. Podemos apresentar o vetor AB indica a amplitude do sinal, ou da
força, a ponta da seta nos fornece o sentido de aplicação da força e o
ângulo θ indica a direção em relação à referência (ângulo de fase)
(fig.1.6.1) Indica-se graficamente os vetores utilizando-se um sistema de
coordenadas, como é visto na fig. 1.6.2.

28
O eixo X representa a abscissa (horizontal) e o eixo Y
a ordenada (vertical).
Os eixos X e Y são perpendiculares entre si, isto é,
formam um ângulo de 90o.
As regiões I, II, III e IV são conhecidas como
quadrantes.

Representação Vetorial de uma Onda Senoidal:

O ângulo de fase define um ponto da onda senoidal


com relação à referencia zero graus.

Essa referencia zero é de onde a onda senoidal


apresenta valor zero. A fig. 1.6.3 mostra uma onda
senoidal sobre uma linha de referência de tensão
nula.

Os graus indicam os vários ângulos de fase da onda.


Assim, qualquer ponto da onda senoidal pode ser
identificado por um ângulo de fase, relativo ao mesmo, e
que pode variar entre 0 e 360o. O ciclo completo
representa 360o.
Podemos, portanto, representar o ângulo de fase relativo
pelo ângulo compreendido entre a referência 0o e o vetor.
Logo, o ângulo de 45o da senóide da fig. 1.6.3 (linha
pontilhada) é representado pelo ângulo de 45o no
diagrama vetorial da fig. 1.6.3a.

O comprimento do vetor OA é o valor máximo da onda senoidal.


A tensão instantânea da onda senoidal vale o valor máximo multiplicado pelo seno do ângulo de fase.

e = valor instantâneo
Emáx = valor máximo
θ = ângulo de fase relativo

A linha pontilhada AB mede o valor instantâneo da


senóide, para um ângulo de 45o. O semiciclo
positivo possui ângulos de fase entre 0 e 180o e 0
negativo de 180o a 360o.
Comparação de Duas Ondas Senoidais
Na fig. 1.6.4 são vista duas ondas senoidais.

29
Percebe-se que a onda A está adiantada em relação à B, isto é, ela inicia e completa seu ciclo antes da
mesma.
As ondas A e B são ditas fora de fase.
No instante t1 indicam-se as duas ondas vetorialmente sendo a amplitude máxima de cada onda representada
pelo comprimento de cada vetor.
Como as duas ondas possuem iguais amplitudes, os comprimentos dos vetores também são iguais.
No instante t1, A possui θ = 90o e B possui θ = 45o.
No instante t2, A possui θ = 180o e B possui θ = 135o.
No instante t1 x t2, a diferença de fase entre A e B é constante e igual a 45o. Este fato deve-se às ondas terem
a mesma freqüência. Quando a freqüência varia, a diferença de fase também varia.
Ao passarem pelos seus valores máximos e mínimos no mesmo instantes, as ondas são ditas em fase.

Soma de Vetores:

Duas formas básicas são empregadas para


somar vetores.

Forma Geométrica:

Somam-se os vetores A e B da fig. acima

Vemos que A possui θ = 45o e B possui θ = 290o


Constrói-se um novo sistema de coordenadas
desenhando no mesmo um dos dois vetores, por
exemplo, o vetor A Na sua extremidade traçamos o
vetor, B (Note-se que mantemos os ângulos de fase
inalterados).
O vetor que une o início do vetor A com o final do
vetor B é considerado vetor resultante R

Forma dos Paralelogramos

Somam-se agora A e B da fig. 1.6.6

Da mesma forma anterior, A possui θ = 45o e


B possui θ = 290o.
Constrói-se um novo sistema de coordenadas
traçando os 2 vetores. Da extremidade de A
traçamos um segmento de reta paralelo ao
vetor B. Traça-se outro segmento de reta
paralelo ao vetor A. A resultante (R) será o
vetor que une as origem dos 2 vetores com o
ponto de cruzamento dos 2 segmentos
traçados paralelamente a cada um dos
vetores.

30
Alternador

O alternador é um aparelho destinado a gerar f.e.m. alternada.


Na fig. abaixo (2.1) vemos esquematicamente um alternador.

Aí temos um ia de campo (a), uma bobina (b), ligada aos anéis (c) montados num eixo girante sob ação de
uma força externa.
As escovas, que são peças de carvão fixas, encostam-se aos anéis transmitido a ligação externamente (e).
Nos alternadores mais sofisticados existem bastantes bobinas, sendo o conjunto delas denominado de
armadura ou simplesmente induzido.
O gráfico da fig. 1.5.2 mostra a forma de onda gerada nas diversas posições.

A freqüência da corrente é o número de ciclos completos que ela realiza no tempo de 1 seg.
A bobina do gerador de C A girando a 3.600 rotações por minuto (rpm) gera uma freqüência de 60 Hertz (Hz)
(1 Hertz equivale a 1 ciclo por seg).
No Brasil atualmente a freqüência dos geradores de C A das empresas de eletricidade é de 60 Hz.
Devemos lembrar que a corrente alternada vai e volta no circuito em cada ciclo, conforme o gráfico da fig.
abaixo
No ciclo completo representado na fig. 1.5.3 os valores que realmente nos interessam são:

31
Valor efetivo ou eficaz (Vef): é o que produz o mesmo efeito de calor produzido pela mesma corrente continua
(CC), ou seja, 7,5A CA efetivos equivalem a 10A de CC.

Valor máximo ou de pico (Vmáx. ou Vp): é sempre igual a Por exemplo, 110Vef = 155Vmáx.
Esses valores estão indicados no gráfico e a eles voltaremos mais adiantes.
De um modo geral um alternador pode ter um número de pólos que se desejar. Dispõem-se os pólos em
pares (norte e sul).
Um alternador com um par de pólos ou com 2 pólos é chamado de alternador bipolar. Com mais pólos
denominam-se multipolares. Os magnetos usados em telefonia podem constituir-se como exemplos de
alternadores bipolares. Nesse caso, em cada giro de 360o o número de ciclos formado. No caso dos
geradores multipolares, o número de ciclos numa rotação é igual ao número de pares de pólos da máquina,
sendo que o número de graus elétricos percorridos numa rotação é 360 vezes o número de pares de pólos.
A freqüência em hertz, de uma CA, é obtida então se multiplicando o número de pares de pólos pelo número
de rpm do rotor e dividido esse produto por 60 (1 minuto possui 60 segundos).

Se, por exemplo, um alternador possuir 30 pares de pólos, e trabalha girando 100 rpm, sua freqüência será:

Conforme o número de tensões geradas os alternadores podem ser: monofásicos, bifásicos, trifásicos, e
hexafásicos. Logicamente o monofásico produz apenas uma f.e.m. (fig abaixo)

O bifásico gera 2 f.e.m. com uma defasagem de 90o(fig. Abaixo)

O trifásico apresenta 3 f.e.m. defasadas de 120o (fig. Abaixo)

32
O hexafásico gera 6 f.e.m. defasadas de 60o (fig. abaixo)

Esses alternadores com mais de uma fase chamam-se polifásicos, sendo que o número de fases é
conseguido através de ligações apropriadas no induzido.
Os alternadores monofásicos em geral são usados para iluminação. Os bifásicos já são mais eficientes sendo
que os trifásicos são os mais aconselháveis devido aos fatores de economia e eficiência

Tipo de Alternadores

Basicamente podemos considerar dois tipos de alternadores: o de Armadura Giratória (Pólos Externos) e o de
Campo Giratório (Pólos Internos).

Os do tipo de Armadura Giratória (Induzido Giratório)


assemelham-se aos dínamos de corrente contínua uma vez que
o induzido gira dentro do campo magnético e a tensão gerada é
transmitida ao circuito externo pelas escovas.

Esse tipo de alternador é de baixa potência e não muito utilizado.

A acima fig ao lado mostra esquematicamente esse tipo de alternador. Pólos Externos

Nos alternadores de campo giratório, a grande vantagem é que tomamos a tensão gerada entre extremos das
bobinas da armadura e diretamente, evitando passar-se pelo coletor e escovas, o que elimina o problema do
faiscamento e centelhas, não muitos recomendados especialmente se
tivermos alta tensão a ser coletada.

Ao induzido nesse caso é aplicada uma tensão baixa de corrente


contínua através das escovas e do coletor (Excitação).

Pólos Internos

33
Saída de CA Armadura

Excitação do campo

Quanto aos valores máximos de corrente que podem fornecer, os alternadores dependem das perdas por

efeito Joule que irão ter no seu enrolamento. A expressão representa a perda em potência em
função da corrente circulante pelo enrolamento, ou armadura, no caso do alternador de campo giratório, e da
resistência do mesmo.
A potência dos alternadores é medida em volt-ampère ou kilovolt-ampère ou megavolt-ampére e a sua
construção é sempre feita em função da sua tensão de saída.
O valor kilovolt-ampère - kV A sempre consta de uma placa que vai colocada junto ao alternador e onde se
inclui também a sobrecarga admissível, o fator de potência, a voltagem, a corrente, a velocidade, a
freqüência, o número de fases, a tensão e corrente de excitação e também a elevação de temperatura da
máquina.
Em geral, fabricam-se alternadores para as tensões de 110V, 120V, 220V, 240V, 380V, 480V, 600V, 2.400V,
4.160V, 6.900V, 11.500V, 13.800V e 25.000V, e de acordo com as normas estabelecidas, os mesmos podem
trabalhar numa faixa de tolerância de i: 5% do valor especificado.
Na construção do alternador deve-se dar atenção especial à sua carcaça, pois será a mesma que irá resistir
às várias forças aplicadas à máquina. Geralmente ela é feita de aço ou ferro fundido.
O induzido será de aço laminado com canais ou ranhuras onde se colocam as bobinas.
As escovas são de carvão grafitado.

Alternadores Monofásicos

Nesse tipo de ligação todas as bobinas do induzido são


conectadas em série, portanto, a tensão total por ele produzida
equivalerá aproximadamente à soma das tensões de cada
enrolamento.
Esquematicamente podemos representá-lo conforme a fig. ao
lado, onde R representa o alternador monofásico e C representa
a carga.
Esse tipo de ligação é empregado em estradas de ferro eletrificadas (tração elétrica).
A potência no circuito monofásico pode ser determinada pela fórmula:
P= E x I x cos Φ
onde E = Tensão, I = Intensidade da corrente e Φ = Fator de Potência.

O fator de potência é a relação entre a resistência R e a impedância Z do circuito. Ou também podemos


considerar a relação Potência Ativa / Potência Aparente, como o fator de potência, onde a Potência Ativa é
medida em watts e a Potência Aparente é a fornecida pelo produto E x I em volt-ampére.

Temos então:

FP = Fator de Potência Pap = Potência Aparente


Pa = Potência Ativa P = Potência Ativa Medida

34
Normalmente representamos no triângulo retângulo a hipotenusa como impedância, e os catetos como
resistência e reatância. Ao ângulo formado entre a resistência R e a reatância X, representa o ângulo de fase.
Nesse caso 90o. (fig. abaixo):

onde Φ representa também o fator de potência. Logo, justifica-se o uso da fórmula:

Para a determinação da potência ativa utilizada num circuito de C.A.

Alternadores Bifásicos

Neste tipo de alternador as ligações do induzido são feitas com dois enrolamentos separados (fig. 3.1.5).

O enrolamento 1 está ligado de tal forma a alimentar a carga R1


e o 2 alimenta a carga R2. A diferença de fase entre esses dois
enrolamentos é de 90o.
Pode ocorrer que as correntes e o defasamento, entre ambas as
fases, sejam idênticos. O sistema será então equilibrado, caso
contrário, desequilibrado.
Se aproveitarmos o mesmo condutor nessa ligação como comum
às duas fases, teremos o esquema da figura 3.1.6.

Nesse caso denominaremos o condutor JK de neutro ou


comum a ambas as fases A e B.
A corrente por esse fio é igual à corrente das duas fases.
No sistema equilibrado teremos, (abaixo);

Pois se o sistema está em equilíbrio I fase A = I fase B

A Potência será então:

35
Nesse sistema quando nos referimos à tensão, falamos da tensão entre o neutro e qualquer uma das fases, e
a corrente será também a corrente em cada fase e não a do neutro.

Alternadores Trifásicos

O enrolamento desse tipo de alternado r está constituído por 3 conjuntos de bobinas de tal modo que cada
uma delas produz uma tensão em defasagem de 120o.
Esses três enrolamentos podem ser conectados entre si de duas maneiras:

Ligação em estrela, y ou circuito aberto

Nesse caso obedecem-se as relações:

Potência Total do Sistema = Potência da 1 Fase x 3;

Tensão entre as Linhas = Tensão de 1 Fase - ( ≈1,732);


Corrente de Linha = Corrente de Fase

Ligação Delta, Triângulo ( ∆ ) ou circuito fechado

Nesse caso obedecem-se as relações:

Potência Total do Sistema = Potência da 1 Fase x 3;


Tensão entre as Linhas = Tensão de Fase;
Corrente de Linha = Corrente de 1 Fase x - ( ≈1,732).

Notamos que no Sistema Trifásico a potência total é sempre a mesma no sistema triângulo ou estrela.

As tensões da linha podem ser variadas de acordo com as ligações e com a conveniência da distribuição.

O fator 1,732 aproximadamente a e representa o comprimento da diagonal de um cubo tendo como


aresta a unidade de comprimento.

A potência no sistema trifásico é calculada pela fórmula:

onde
P = Potência em kW;
E = Tensão entre as linhas em V;
I = Corrente de uma linha em A;
ou 1,732 fator do Sistema Trifásico.

Exercício:

Um gerador trifásico apresenta nos dados de placa as seguintes informações:

Ligação em Estrela:
Tensão de Linha = 220V e Corrente de Linha = 10A, calcule a potência na linha em quilowatts?

36
Ligação em Triângulo
Tensão entre as linhas 127V e Corrente de Linha 17,32A, calcule a potência em quilowatts?

Após comparar os resultados, analise e justifique as respostas.

A partir da fórmula básica da potência pode-se obter por transposição a tensão e a corrente.

Regulação de Tensão e Freqüência

Já vimos que a freqüência da CA produzida pelo alternador


está em função da quantidade de pólos e da velocidade do

rotor, através da fórmula

A tensão gerada é função da intensidade do campo, que


por sua vez depende da corrente que circula pelo mesmo.
Sabemos que nos alternadores a tensão de saída varia
conforme a carga, da mesma forma que nos dínamos de
corrente contínua.
Além da queda de tensão R x I, temos nos enrolamentos uma queda I XL devido à reatância indutiva do
mesmo.
Com o aumento da carga (consumo) logicamente essas resistências (R e XL reduzem o valor da mesma. A
variação que se dá desde carga mínima à carga máxima é chamada regulação de voltagem do alternador).
A tensão de saída pode ser mantida constante fazendo-se variar apenas a intensidade do campo, atendendo
assim o consumo da carga.
A maioria dos alternadores utiliza-se de ligações trifásicas, triângulo ou estrela, devido ao rendimento ser
maior.
Transformadores são utilizados em conjunto com esses alternadores, os quais são ligado também nas
configurações triângulo ou estrela, segundo mostra o esquema das figuras abaixo.

São transformadores monofásicos ligados da mesma forma que o alternador.

Se ligarmos primário e secundário em estrela, o transformador é chamado "estrela-estrela" e se o ligarmos


em triângulo, o mesmo será "triângulo-triângulo".

37
A regulação de um gerador é dada pela relação:

Onde:
Reg = Regulação, em porcentagem;
E0 = Tensão sem carga (em vazio) = mínima;
E = Tensão à plena carga = máxima.

De um modo geral a regulação deve ser pequena, ou ainda, a diferença entre Eo e E deve ser a menor
possível, para que o mesmo seja pouco sensível à aplicação da carga. A figo 3.1.12 mostra roto r e um
estator de um alternador típico.

Gerador de Corrente Contínua

Gerador de Corrente Contínua

Antes de iniciarmos o estudo de como são montados e as características dos geradores reais, vamos
relembrar o funcionamento de um gerador de corrente contínua elementar. Podemos verificar pela fig. 2.2.1
quando uma espira exerce um movimento de rotação dentro de um campo magnético, irá surgir nos terminais
do condutor uma variação do fluxo.

Considerando-se o lado preto da espira que gera


dentro do campo magnético podemos verificar o
seguinte:

38
Na primeira figura, a espira está na posição vertical, portanto o fluxo magnético induzido na espira é nulo,
porém ao exercer um giro de 90o o lado preto da espira fica voltado para o pólo sul do imã, tornando-se
positivo. Prosseguindo o movimento rotativo, vamos para posição 180o onde a espira está na posição vertical
tornando o fluxo nulo; porém na posição seguinte, 270o, o lado preto está voltado para o pólo norte, tornando-
se negativo.
Na realidade a variação para (+) 0u para (-) dá-se regularmente, pois da posição vertical até chegar à posição
horizontal, a espira dentro do fluxo magnético foi virando e ao mesmo tempo aumentando a f.e.m. induzida no
condutor sob a forma de espira. Ela vai de zero até atingir o ponto máximo de força eletromotriz e depois de
completar ½ volta, ela retorna a zero novamente.

Descrição de Funcionamento de um Gerador CC

Tendo-se uma bobina gerando em um campo magnético, as variações de fluxo do pólo norte e do pólo sul
sucedem-se na rotação, isso faz com que seja gerado na bobina uma f.e.m. alternada senoidal.

Ficou evidente que é impossível gerar f.e.m. contínua diretamente por intermédio de bobinas que giram
dentro de um campo magnético. Por esse motivo usa-se um coletor formado por lâminas de cobre isoladas
entre si, para retificar a f f.e.m. alternada induzida.
Como podemos ver na fig. abaixo, os terminais da bobina são ligados a dois semicírculos isolados entre si.
Dessa forma a escova A será sempre positiva e a escova B sempre negativa, enquanto for mantida a rotação
indicada e o sentido do campo magnético. Mesmo quando a parte branca tocar a escova ª
A fig. Abaixo mostra mais detalhadamente o que acontece durante uma rotação completa do rotor.

39
Posição I – A força eletromotriz induzida é E = 0, pois além das escovas estarem curtocircuitando o coletor,
as duas partem da bobina recebem o mesmo efeito do campo magnético.
Posição II – Nesse ponto a bobina sofreu um giro de 90o e a parte preta que é positiva, devido à f.e.m.
induzida correr e a parte preta que positiva, devido à f.e.m.induzida correr no sentido inverso do campo
magnético, fazendo contato somente com a escova B, esta será positiva e a f.e.m. induzida será máxima
Posição III – A bobina sofreu um giro de 180o fazendo que a bobina ficasse na posição horizontal, porém ao
inverso da posição I. As escovas tanto A quanto B têm força induzida igual, E = 0.
Posição IV – A bobina sofreu um giro de 270o e a parte branca da bobina, totalmente virada para direita, faz
com que o seu coletor entre em contato com a escova B, que fica positiva e a escova A negativa.
Posição V – Idêntica à posição I quando o rotor completou um giro de 360o.

Pelo que podemos observar na fig. acima, a força eletromotriz induzida faz com que houvesse uma carga
conectada entre as escovas A e B, a corrente que circularia através da carga seria contínua porém pulsativa.
Um gerador desse tipo não tem muitas aplicações na prática. O que necessitamos é que o gerador forneça
uma tensão e que esta tenha polaridade constante e seu valor seja, pelo menos aproximadamente constante.

Esse problema foi resolvido da seguinte maneira:

Utilizando-se do gerador elementar, acrescenta-se


mais uma bobina fazendo 90o com a primeira, divide-
se o coletor em 4 partes ou em 4 comutadores.
Dessa forma quando a força eletromotriz induzida
numa bobina for nula a outra será máxima, assim
teremos em uma volta completa, ou durante a
rotação de 360o, 4 valores máximos por ciclo, como
mostra a fig. ao lado.

Usando 4 bobinas ao invés de 2 e dividindo-se o coletor em oito comutadores, teremos 8 valores máximos por
ciclos. Com isso a tensão apresentada às escovas se aproximará cada vez mais de uma tensão contínua
pura.
No estudo das máquinas elétricas, fala-se normalmente dos geradores e dos motores conjuntamente, pois a
diferença fundamental entre ambos é que o gerador recebe energia mecânica através de seu eixo e
transforma em energia elétrica. Essa energia mecânica pode ser fornecida por turbinas hidráulicas, motores a
combustão, ou mesmo motores elétricos.
Temos nos motores elétricos justamente o inverso dos geradores, pois recebem a energia elétrica e
transformam em energia mecânica que transmitida pelo eixo do motor.
Tanto o motor como o gerador, possuem duas partes fundamentais.

Estator – este é responsável pelo fornecimento de campo magnético constante e uniforme. Anteriormente
visto como imã permanente no gerador elementar.
Rotor – é a parte móvel do gerador a qual é fixa a um eixo.

Nos geradores o campo magnético não é produzido pelo imã permanente, mas por bobinas que podem ser
duplas ou quádruplas que recebem o nome de bobinas de campo.

40
Para que a bobina de campo mantenha um campo constante e uniforme ao seu redor, necessitamos que o
bobinado seja alimentado por uma corrente continua e que seu valor seja constante.
Nos geradores reais essa alimentação é proporcionada por outro gerador de corrente contínua ou como
normalmente por uma unidade mecânica acoplada ao gerador principal ou ainda pela própria força
eletromotriz gerada por ele.
A carcaça do gerador serve como parte do circuito magnético onde são fixadas as peças que servem como
extensão polar, e estas são envolvidas por bobinas, cuja função é produzir um campo magnético.
Verificamos na fig. abaixo o conjunto estator montado, sendo que a peça polar da esquerda foi desenhada
sem bobina, para melhor representação.

Observação: A peça polar é também conhecida por sapata polar.

A bobina de campo recebe cuidados especiais quando da sua confecção.

Utilizando-se de um fio de cobre com revestimento de verniz, algodão ou nayon, posteriormente a bobina é
recoberta com tiras de algodão. Nesse ponto de confecção o conjunto é levado a um estufa, com temperatura
moderada para que a umidade que por ventura exista no condutor ou no algodão seja eliminada após ficar
um determinado tempo dentro da estufa, a bobina é mergulhada em verniz isolante e novamente levada à
estufa.
As dimensões da bobina, depois de pronta, devem ser tais, que caiba entre a peça polar e a carcaça sem
folga. Temos na fig. 2.1.6 uma bobina de campo, após receber este tratamento.

Nos extremos da carcaça temos duas tampas de


ferro fundido, em cujo centro acha-se uma abertura,
na qual são colocados os mancais que sustentam o
eixo do rotor.

Em uma das tampas é confeccionada de forma a permitir a instalação do par de portas-escovas que fazem
contato com o coletor do rotor.
A fig. abaixo. mostra detalhadamente um gerador desmontado visto em explosão.
Os portas-escovas são dotados de mola que pressiona a escova ao coletor, pois o contato entre ambos deve
ser firme e constante.
O carvão utilizado tem características especificas como: deve ser compacto, homogêneo e ter dureza relativa;
em certos casos usam-se escovas de grafite.
Dentro do gerador, entre os pólos magnéticos de estator, gira o rotor que é composto de armadura ou
induzido e coletor que são mantidos centralizados por um eixo que, por sua vez, é encaixado nos mancais, e
que permite apenas o movimento de rotação do conjunto.

41
O nosso gerador elementar apresenta uma única espira formada pelo próprio condutor. Na realidade o
induzido é formado de um eixo de aço temperado, um núcleo de ferro laminado com ranhuras longitudinais,
nas quais são enrolados os bobinados, para cada ranhura a sua bobina e respectivo coletor.
O coletor tem em sua construção peças de cobre endurecido, separados entre si e do eixo do rotor por
laminas de mica.
O rotor ao se movimentar dentro do campo magnético induz uma força eletromotriz no embobinado, que é a
f.e.m. que temos na saída. Entretanto, o núcleo induzido é composto de material condutor, e por este motivo
nele também é induzida uma f.e.m induzida cria correntes parasitas que, por sua vez, produzem calor.
Supondo que o núcleo do induzido fosse constituído de uma única peça, a resistência do mesmo seria baixa,
fazendo com que a corrente nele fosse alta, produzindo bastante aquecimento, já que este cresce com o
quadrado de corrente ( P=R.I² ).
Tendo em vista que o aquecimento do induzido reduziria o tempo de vida do gerador isso iria danificar a
isolação dos condutores dos embobinados. Por estes motivos, o núcleo do induzido é composto por várias
camadas de ferro doce isolada umas das outras, fazendo com que as correntes parasitas sejam bastante
reduzidas.
A maioria dos motores e geradores de corrente continua utilizam um tipo determinado de “tambor”. O tambor
tem forma cilíndrica e na sua periferia existem ranhuras no sentido longitudinal, na qual são enroladas as
bobinas.
A colocação da bobina no núcleo do induzido (tambor) feita da seguinte
forma. Na superfície interna da ranhura é colocado um papelão isolante que
ficará assentado entre a bobina e as partes da ranhura. Quando em uma
única ranhura são colocadas duas bobinas, entre ambas irá um pedaço de
papelão isolante.
Existe outra maneira de se fazer às bobinas para colocação nas ranhuras.
Uma máquina faz as bobinas com os números de espiras determinados e nos
moldes certos para que a fixação seja perfeita.

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Após a maquina enrolar a bobina, esta é enrolada com fita de algodão ou
plástico e envernizada para posterior colocação nas ranhuras. Este processo
de confecção é utilizado somente para geradores de grande porte.

No induzido ainda temos de observar uma das características


mais importantes que é o passo. Defini-se passo como sendo
o ângulo entre as ranhuras em que se encontram os dois
lados da bobina. Conforme o numero de ranhuras do tambor
determina-se o ângulo.
A figura 2.1.10 nos mostra um gerador de dois pólos; os
passos no induzido são calculados de forma que quando a
ranhura estiver no centro de um dos pólos a outra extremidade
também esteja o centro do pólo contrario ao anterior.

O mesmo acontece com um gerador de 4 pólos como podemos


verificar na figura abaixo

Tipos de Geradores de CC

Temos vários tipos de geradores de C.C. Esta divisão é feita de acordo com a forma como são alimentados as
bobinas indutoras dos pólos magnéticos com respeito ao fornecimento de corrente continua.

Excitação independente

Os geradores de alimentação independente são formados basicamente por dois circuitos distintos,
onde o primeiro é o circuito de alimentação do indutor, e o segundo é o do induzido e pela carga a ele
ligada.
A figura 2.1.12 mostra uma bateria que alimenta o indutor e o induzido que fornecerá a corrente a ser
consumida pela carga.

Auto-excitação

Auto-excitação: a) serie;
b) paralelo;
c) mista.

Nos geradores auto-excitados, uma parte da tensão gerada é utilizada para alimentar os indutores do mesmo.

No decorrer da leitura, o leitor pode vir a perguntar: como é gerado o primeiro pulso de tensão se,
aparentemente, com a máquina parada não há nenhum campo magnético presente?

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O ferro-doce, que compreende o núcleo da bobinas de campo, atua dessa forma quando a corrente deixa de
circular pela bobina. Este apesar de incapaz de reter suas propriedades magnéticas teoricamente, quando
deixa de ter corrente na bobina, permanece ligeiramente, magnetizado. Este campo magnético é chamado de
campo remanescente; apesar de fraco, é suficiente para que na partida do gerador apareça uma tensão nos
terminais. Esta tensão através de ligações internas do gerador vai a bobina de campo, produzindo um campo
magnético que se somara ao campo remanescente, provocando um aumenta da tensão de saída, e isto se
repete até que o operador atinja seu valor nominal de trabalho.

Gerador de auto-excitação serie

Como mostra a figura 2-1-13, a carga que o gerador alimentara


está ligada em serie com a bobina de campo. Neste caso toda
a corrente que circular pela carga circulara pela bobina de
campo; com isso o fio que forma o enrolamento da bobina de
campo é mais grosso, portanto a bobina terá menos espiras.

Gerador de auto-excitação paralelo

Como mostra a figura 2-1-14, a bobina de campo esta ligada em


paralelo com a carga que o gerador irá alimentar. Neste caso
parte da corrente que é fornecida pelo gerador irá pela carga e
parte para a bobina de campo. Esta ligação é conhecida como
“em paralelo”, “derivação” ou “shunt”. O condutor que compõe a
bobina de campo é de diâmetro pequeno para que a resistência
desse não seja elevada e para que o mesmo consuma pouca
corrente. Quando o gerador não tiver carga, haverá sempre uma
f.e.m nos terminais do mesmo, pois esse tipo de ligação faz com
que a bobina de campo esteja sempre alimentada.

Gerador de auto-excitação do tipo misto (serie e paralelo)

Este tipo de gerador é conhecido por Composto ou “compound”


por apresentar os dois tipos de ligações. A figura 2.1.15 mostra
como é feita a ligação. Uma das bobinas é ligada em paralelo
com a carga e a outra é ligada em serie com a carga. Dessa
forma ocorre que o bobinado que está ligado em serie com a
carga é percorrido pela corrente que a carga necessita. Por este
motivo, quanto maior for a corrente solicitada pela carga, maior
será a corrente através do bobinado, provocando assim um
aumento do campo magnético.

Como já sabemos, os circuitos magnéticos dependem do número de espiras-ampére e da relutância do


circuito magnético; porém, nos geradores comerciais, o fabricante determina o número de espiras do
bobinado e a relutância do circuito magnético. Temos assim só a corrente que circula através do mesmo
como grandeza variável.
A f.e.m induzida é proporcional a intensidade de campo magnético e à velocidade do rotor em r.p.m. Se por
algum motivo a corrente que circula pelas bobinas aumentar, haverá como conseqüência um aumento da
f.e.m induzida. Este aumento da f.e.m é proporcional em até certos limites, pois a permeabilidade do
material magnético é diminuída quando aumenta o fluxo magnético através do mesmo, com isto aumenta a
relutância do circuito. Dá-se o nome de saturação do material magnético a este fenômeno.

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Curva de saturação do gerador auto-excitado tipo série.

A curva de saturação da figura ao lado, mostra a variação da tensão


de saída de um gerador tipo serie (C.C.) em função da corrente
solicitada pela carga Aumentando-se a corrente consumida pela
carga, aumentará o campo magnético do estator aumentando em
conseqüência a tensão nos terminais da escova. Como foi visto este
aumento quase proporcional sofre grandes variações a medida que
se atinge o ponto de saturação do material magnético utilizado no
estator.
Quando chegar ao ponto limite de saturação não haverá mais o
aumento da f.e.m. induzida, pois o fluxo magnético no bobinado
chegou ao seu ponto máximo (A).
A partir do ponto “A” já se faz presente no gerador o fator saturação.
Com o aumento da corrente de carga, e o gerador trabalhando na
zona de saturação, haverá a queda de tensão I.R. provocada na
bobina de campo sem que haja um aumento de tensão de saída que
compense a queda de tensão I.R. (ponto B).
Com isto a tensão de ainda decresce rapidamente sem que haja um
aumento excessivo da corrente de carga. Entre os pontos B e C a
tensão cai quase que verticalmente.

Este tipo de ligação para geradores apresenta grande dificuldade para regular a tensão de saída. Dessa
forma a única utilidade do mesmo é como gerador de corrente constante, utilizando-se do trecho BC da curva
de saturação de um gerador auto-excitado do tipo serie.

Curva de saturação de um gerador auto-excitado do tipo paralelo.

Como já foi visto anteriormente este tipo de ligação para geradores


C.C. fornece constantemente uma tensão de excitação para as
bobinas de campo, e estas consomem pouca corrente devido ao
pequeno diâmetro dos fios que a enrolam e seu maior número de
espiras.
A curva de saturação da figura 2.1.17 mostra, conforme a carga passa
a consumir mais corrente, que a tensão de saída do gerador vai
caindo. Esta queda de tensão é devido ao fator I.R.da bobina de
campo que vai aumentando. Entre os pontos A e B da curva de
saturação, a tensão de saída é quase constante, desde que a carga
não consuma uma corrente maior que o valor especificado pelo
fabricante, pois alem do ponto B, um consumo maior da carga,
ocasionará uma diminuição na tensão de saída.

Devido ao pequeno consumo de corrente no bobinada de campo, pode se colocar um reostato em serie com
a bobina, podendo-se assim regulara a tensão no bobinado, que por sua vez irá exercer um controle de
tensão de saída.

Gerador auto-excitado do tipo compound

Nos geradores do tipo compound, tempo dois tipos de ligações.

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a) Circuito Compound tipo paralelo curto, como
mostra a figura a baixo 2.1.19, cujas nas ligações
são feitas diretamente nas terminais de saída.

b) Circuito Compound do tipo paralelo comprido como mostra a


figura 2.1.20, onde tempos uma bobina ligada diretamente ao
terminal de saída e do outro extremo da mesma temos uma
derivação em paralelo entre a carga e a outra bobina. Quanto à
relação dos campos das bobinas, temos dois tipos também.

a) anticompound-diferencial (fig.a baixo2.1.21).

Este tipo apresenta campos separados e opostos, ou seja, eles se opõem mutuamente. Normalmente
este tipo de ligação é usado nos locais onde se aplicam cargas rápidas. Exemplo: a solda elétrica ou por
arco utiliza-se desse sistema, pois com a intensidade de carga, o induzido é obrigado a formar uma
corrente elevada, e esta atravessa. Por serem os campos em serie, enrola em oposição. Temos o
seguinte funcionamento:

O campo serie induz no sentido contrario do campo que está em paralelo. Antes de aplicar a tensão sobre
a carga, somente o enrolamento que está em paralelo induz. No momento em que é feito o contato com a
carga, devido a grande diferença de potencial, temos a criação do arco voltaico. Com a criação do arco
voltaico a corrente que circula pela bobina em serie é elevada ma devido ao fato de seu enrolamento ser
oposto ao outro, os dois campos magnéticos oposto fazem com o que a f.e.m. induzida diminua; dessa
forma a corrente diminui no induzido, no momento em que há a sobre carga.

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Podemos dizer que o gerador anticompound-diferencial contém controle automático.

b) Gerador ccompound-adicional (fig abaixo)

Este tipo de gerador é utilizado nos locais em que a voltagem


deve ser constante levando-se em consideração os aumentos de
carga.
Como neste tipo de gerador, as bobinas estão dispostas de
maneira a criar um campo adicional.
Exemplo de funcionamento (fig. Ao lado):

Supondo que o gerador esteja fornecendo uma tensão e uma carga determinada, em um dado momento há
um aumento de carga ocasionado o aumento da corrente. No enrolamento que se encontra em paralelo com
a carga, o aumento da corrente provocará uma queda de tensão do bobinado em paralelo que ocasionara
uma diminuição do fluxo magnético provocado pela bobina de campo disposta em paralelo. Com este efeito a
tensão de saída cairia. Porem isto não acontece, pois sendo o enrolamento em serie com a carga e com o
induzido, o campo desta bobina aumenta junto com aumento da corrente.
Com o aumento do campo em série e com a diminuição do paralelo proporcionalmente, resultara um campo
igual ao original. Ele ainda pode apresentar um reostato de campo para regular a saída.

Principais Características dos Geradores de Corrente Contínua


TIPO VANTAGENS DESVANTAGENS
Excitação Dispendioso
Ótima regulação
independente Volumoso
Excitação
------------------------------- A regulação não é boa
em série
Utiliza-se em alguns caso
Excitação em paralelo ---------------------------
reostato para regular a saída.
“Compound”
Apresenta fator de segurança
para o caso de cargas
1o. Anticompound diferencial Não possui boa regulação
pesadas, reduzindo a corrente
do induzido.
Regulação ótima.
2o. Compound adicional Utiliza reostato de campo para ----------------------------
regular saída.

Motores de Corrente Contínua

São motores que precisam de alimentação em corrente contínua para o seu correto funcionamento. Seu
custo de aquisição e de manutenção é elevado e, além disso, precisam de uma fonte de corrente contínua, ou
de um dispositivo que converta a corrente alternada comum em contínua. O seu uso é restrito aos casos em
que estas exigências compensam o custo muito mais alto de sua instalação.
Possuem facilidade no controle de velocidade e elevados torques a baixas rotações. Essas características
garantem sua aplicação em sistemas de tração elétrica (locomotivas, bondes, troleibus) e em processos
industriais como laminadores e acionadores para cargas mecânicas (sistemas automatizados e robôs). Uma
aplicação bastante comum deste tipo de motor é na partida de motores de combustão, onde são exigidos
grandes torques a baixas rotações.

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Utilizam escovas, o que torna sua manutenção mais cara e trabalhosa, além de gerar perdas no seu
funcionamento normal.
Para o funcionamento de um motor, é necessário que haja alimentação nos dois conjuntos de bobinas
(estator e rotor). De acordo com o tipo de alimentação nesses dois conjuntos, podemos classificar os motores
cc em quatro grupos:
- Motores cc de excitação independente (figura a);
- Motores cc de excitação série (figura b);
- Motores cc de excitação em paralelo ou shunt (figura c);
- Motores cc de excitação composta ou mista (série-paralelo) (figura d).

Observação: O motor com excitação série que funciona tanto com corrente contínua como com corrente
alternada é chamado motor universal. Este tipo de motor é utilizado em quase todos os aparelhos
eletrodomésticos.

Motores Elétricos de Corrente Alternada

Introdução

Motor elétrico é a máquina destinada a transformar energia elétrica em energia mecânica, através da
interação dos campos eletromagnéticos internos. Esses campos internos são gerados por dois grupos
principais de enrolamentos (bobinas): um que é estacionário e outro que é rotativo. A atração /repulsão entre
esses campos e a forma de construção do motor é que originam o movimento rotativo dessas máquinas. O
enrolamento estacionário é chamado de estator e o rotativo é chamado de rotor.

48
49
Introdução

O motor de indução é o mais usado de todos os tipos de motores, pois combina as vantagens da utilização de
energia elétrica sem transformação, baixo custo, facilidade de transporte, limpeza e simplicidade de comando
com sua construção simples, custo reduzido, grande versatilidade de adaptação às cargas dos mais diversos
tipos e melhores rendimentos. Os tipos mais comuns de motores elétricos são:

Motores de Corrente Alternada

De uma forma geral funcionam da mesma maneira que os motores de corrente contínua apresentando
algumas vantagens sobre os mesmos.

Têm como principal característica poderem trabalhar em velocidades constantes uma vez que a mesma está
determinada pela freqüência da corrente alternada a ele aplicada. Funcionam em redes monofásicas ou
polifásicas sendo o princípio de funcionamento o mesmo para ambos os casos.

Dividem-se genericamente em dois tipos: monofásicos e trifásicos.

Monofásicos: São os motores que vão ligados aos circuitos de fase e neutro. Classificam-se em:

a) Motor universal

50
São os que podem ser ligados ou em CC
ou CA.
São utilizados em máquinas de costura,
liquidificadores, enceradeiras, aspiradores
e eletrodomésticos em geral.
Seu rotor e estator são vistos na figura ao lado.
Suas bobinas do estator ligam-se
eletricamente ao rotor, através das
escovas. (fig. 3.2.2).
Esses motores permitem a variação de
velocidade através de um reostato na linha
de alimentação do mesmo. Suas principais
características são:

Potência: de 1/20 HP a 1/6 HP


Velocidade: 1.500 rpm a 15.000 rpm
Reversão: Só é possível quando são modificadas as ligações internas das bobinas.

b) Motor de Campo Distorcido

É também conhecido como motor de anel em curto.


Compreendem a classe dos motores empregados em
ventiladores, toca-discos, secadores, etc.
O seu estator possui semelhança com o motor
universal, com a diferença que na sapata polar existe
uma espira em curto.

O rotor apresenta um enrolamento de barras em curto-


circuito chamado "gaiola de esquilo".

As figuras ao lado mostram o rotor e o estator desse


motor.
Nesse caso não existe ligação elétrica entre o rotor e o
estator. Os mesmos não possuem escovas. As ligações
são feitas nas bobinas instaladas no estator.

Características:
Potência: de 28 W a 120 W. Velocidade: 1.000 rpm a 3.400 rpm para 60 Hz constante e não possuem
regulagem.
Reversão: Só é possível quando são modificadas as ligações internas das bobinas.

51
c) Motor de Fase Auxiliar

São os que encontram a maior aplicação, tais


como: compressores, máquinas de lavar, bombas
de água, exaustores, etc.

A figura ao lado mostra o estator e o rotor desse


tipo de motor.

O estator consta de dois enrolamentos: principal


(fio grosso) e auxiliar ou de partida (fio fino).

Esses motores possuem um dispositivo especial


para acioná-los (partida) geralmente montado
sobre o mesmo. Esse automático aciona o
enrolamento auxiliar o qual põe o enrolamento
principal em serviço também.

Em certos tipos de motores encontra-se o capacitor, que fornece uma partida mais possante.

Os motores podem possuir 2, 4 ou 6 terminais de saída. Os motores de 2 terminais de saída só admite uma
tensão 110 ou 220V e um sentido de rotação. Os demais admitem mais de uma tensão e dois sentidos de
rotações (inversão).

Características:

Potência: de 1/6 HP a 1 HP
Velocidade: 1.710 rpm a 3.515 rpm em 60 Hz
constante. Reversão: Possível.

d) Motor de Repulsão

Possui alta capacidade de arranque são utilizados


em refrigeradores industriais, compressores,
bombas, etc.

A figura ao lado mostra esse tipo de motor.


Aqui se percebe no estator apenas o enrolamento
de serviço. As bobinas do rotor são
convenientemente ligadas sobre o coletor através
de escovas, que se elevam do coletor ao atingir
certa velocidade.

Características:

Potência: 1/10 HP a 20 HP
Velocidade: 1.000 rpm a 3.400 rpm em 60 Hz com velocidade constante.
Reversão: Em condições especiais

52
Motores de Indução Trifásicos

São motores para serem ligados em sistemas elétricos que apresentam três fases Na máquina elementar, se
o enrolamento do estator for alimentado com corrente alternada teremos então um campo pulsante, isto é, um
campo que muda de polaridade mantendo fixo o eixo de simetria. Se imerso neste campo tivermos o rotor
com seu enrolamento em curto-circuito, teremos o princípio de um motor de indução monofásico. Os motores
elétricos são os mais usados de todos os tipos de motores, pois combina as vantagens da utilização da
energia elétrica com uma construção relativamente simples, custo reduzido e grande adaptabilidade às mais
diversas cargas.
São largamente empregados nas indústrias e são mais vantajosos por não apresentarem necessidade de
ajuda para partida e, além disso, apresentam rendimento bem maior em relação aos monofásicos.

Princípio de funcionamento

Basicamente os motores de indução são compostos de uma parte fixa (estator) e uma parte rotativa (rotor).

Campo pulsante

Consideremos um enrolamento distribuído no estator de um motor de indução monofásico. A corrente


monofásica que percorre o enrolamento gera um campo magnético que acompanha a variação senoidal da
corrente, formando sempre um par de pólos N-S, cuja posição depende o sentido da corrente. Diz-se que o
campo é pulsante, isto é, o campo muda de polaridade, mantendo fixo o eixo de simetria.

Campo girante

Se em vez de um motor monofásico considerarmos um trifásico, as correntes trifásicas que percorrem os


enrolamentos (fases) do estator vão gerar, em cada fase, campos pulsantes, defasados de um ângulo igual
ao da defasagem entre as tensões aplicadas, cujos eixos de simetria são fixos no espaço, mas cuja resultante
é um campo que gira num determinado sentido, denominado campo girante.
Consideremos o estator de um motor de indução trifásico. As três fases (1), (2) e (3), alojadas nas ranhuras
do estator, são deslocadas uma da outra de , e ligadas, (em estrela ou em triângulo), a uma fonte de
alimentação trifásica. Os enrolamentos iniciam em , e e terminam em , e , respectivamente.
As tensões aplicadas de acham defasadas de graus elétricos, e nas três fases resultam correntes iguais,
defasadas entre si de elétricos, as quais geram campos magnéticos pulsantes, que se combinam dando
um campo resultante de valor constante; este campo gira com uma velocidade constante que depende da
freqüência da fonte e o número de pólos para os quais o estator foi enrolado.
A velocidade de rotação do campo é a velocidade síncrona, cuja expressão é:

sendo:
η = velocidade em rpm f = freqüência da rede p = número de pares de pólos

O sentido de rotação do campo, que determina o sentido de rotação do motor, depende da seqüência das
tensões e das ligações das três fases, que na prática poderá ser invertido invertendo as ligações de duas
fases quaisquer do estator com a linha de alimentação.

Note-se que as três fases do estator podem atuar como o primário de um transformador trifásico quando se
introduz um segundo grupo de enrolamentos (rotor), acoplados indutivamente com os enrolamentos do
estator.

53
O motor de indução trifásico é o motor de corrente alternada mais comum e de mais simples e robusta
construção. Seu nome deriva do fato de que a corrente no rotor não provém diretamente de uma fonte de
alimentação, mas é induzida nele pelo movimento relativo dos condutores do rotor e do campo girante
produzido pelas correntes no estator. O motor de indução consiste de duas partes principais:

O estator, a parte fixa, que consiste de enrolamentos alojados nas ranhuras existentes na periferia interna de
um núcleo de ferro laminado (carcaça). Os enrolamentos do estator são alimentados com tensão trifásica, que
produz um campo magnético que gira com velocidade síncrona.
O rotor, que é construído em dois tipos: (a) rotor bobinado; e (b) rotor em curto-circuito, ou gaiola de esquilo
(ou simplesmente gaiola). Os núcleos magnéticos de ambos os tipos são de ferro laminado.

O rotor bobinado consta de um núcleo em tambor, provido de ranhuras onde são alojados enrolamentos
semelhantes ao do estator, e produzindo o mesmo número de pólos. No motor trifásico estes enrolamentos
são geralmente ligados em estrela, e as três extremidades livres dos enrolamentos são ligadas a três anéis
coletores montados no eixo, permitindo a inserção de resistor variável em série em cada fase.
O rotor tipo gaiola consta de um núcleo em tambor, providos de ranhuras, nas quais são alojados fios ou
barras de cobre curto-circuitados nos extremos por anéis.
O princípio de funcionamento do motor de indução é o seguinte: o rotor se acha imerso no campo girante
produzido pelas corrente no estator. Nos condutores do rotor, cortados pelo fluxo do campo girante, são
induzidas f.e.m. que dão origem a correntes de valor igual ao quociente da f.e.m. pela respectiva impedância.
Estas correntes reagem sobre o campo girante produzindo um conjugado motor que faz o rotor girar no
mesmo sentido do campo.
A velocidade do rotor nunca pode atingir a velocidade do campo girante, isto é, a velocidade síncrona. Se
esta velocidade fosse atingida, os condutores do rotor não seriam cortados pelas linhas de força do campo
girante, não se produzindo, portanto, correntes induzidas, sendo então nulo o conjugado motor. Por isso,
estes motores são também chamados assíncronos.
Quando o motor funciona sem carga, o rotor gira com velocidade quase igual à síncrona; com carga o rotor se
atrasa mais em relação ao campo girante, e correntes maiores são induzidas para desenvolver o conjugado
necessário.
Chama-se escorregamento, a seguinte relação:

sendo:
s = escorregamento
η = velocidade síncrona
ηr = velocidade do rotor

O escorregamento é geralmente expresso em porcentagem, variando em plena carga, conforme o tamanho e


o tipo do motor, de 1 a 5%.
A freqüência da corrente no rotor, é o produto do escorregamento pela freqüência da corrente no estator, isto
é:

fr = sf
fr = freqüência do rotor s = escorregamento f = freqüência do estator

54
Classificação:

a) Motor assíncrono com rotor em curto.


É o mais empregado de todos.

b) Motor assíncrono com rotor bobinado

c) Motor sincrônico

Os três tipos de motores basicamente possuem constituição idêntica quanto ao estator, residindo às
diferenciações apenas nos rotores.

O estator apresenta três enrolamentos (um para cada fase) ligados de tal modo a dar condições do rotor girar.

O estator também é ligado à rede através de 3, 6 , 9 ou 12 condutores de saídas (terminais).

A figura acima mostra o estator comum aos 3 tipos de motores trifásicos.

O rotor “gaiola de esquilo" não é ligado


eletricamente a nenhum dispositivo, portanto
não possui anel coletor.

O roto bobinado do assíncrono


permite regulagem de corrente por
meio de um reostato e possui três
anéis coletores.

O rotor do sincrônico possui dois


anéis coletores sendo alimentado
por corrente contínua.

55
Os esquemas da figura ao lado
mostram os diferentes modos de
ligação desses motores, sendo que
em nenhum deles deve-se ligar o
rotor à rede e sim o estator.

Características Gerais dos Motores Trifásicos

a) Assíncrono com rotor em curto:


Velocidade: Variável entre 3 a 5% de vazio à carga plena. É projetado para 2 ou mais velocidades fixas, não
possuindo controle para as mesmas.

Arranque: Baixo e médio.

Aplicações: Serviços que não requeiram velocidades variáveis (prensas, moinhos, ventiladores, bombas,
centrífugas, etc.).

b) Assíncrono com rotor bobinado:

Velocidade: Com reostato em curto apresenta as mesmas características do anterior.

O Reostato reduz até 50% e é variável com o inverso da sua resistência.

Arranque: Alto
Aplicações: Velocidade variável - compressores, guindastes, pontes rolantes, elevadores.

c) Sincrônico:

Velocidade: Constante Arranque: Muito baixo


Aplicações: Para correção do fator de potência da rede ou serviços que demandem velocidade constante.

Os motores trifásicos são em geral confeccionados para 220, 380 e 440 volts, em 50 ou 60 Hz.

Como exemplo fornecemos um modelo dos dados de placa que aparecem num motor de indução trifásico.
P - Potência (kW, CV ou HP)
E - Tensão (V)
f - Freqüência (Hz)
η - Velocidade (rpm)
B3 - Tipo padronizado de construção (aberto)
- Rendimento
cos cp - Fator de potência

A corrente nominal pode ser determinada através da fórmula:

56
Características Elétricas

A potência de saída é a potência mecânica no eixo do motor, que é a potência nominal, geralmente expressa
em CV ou kW (eventualmente em HP); a potência de entrada é a potência nominal dividida pelo rendimento.
A potência de entrada (elétrica) PE, pode ser dada (em kW) pelas seguintes expressões, em função da
potência nominal PN (em CV, kW ou HP) e do rendimento :

A corrente nominal ou corrente de plena carga de um motor, IN, é a corrente consumida pelo motor quando
ele fornece a potência nominal a uma carga.
Para os motores de corrente alternada as correntes podem ser determinadas pelas seguintes expressões:
Monofásico

Trifásico

sendo VN a tensão nominal (de linha) e o fator de potência nominal.


A corrente consumida por um motor varia bastante com as circunstâncias. Na maioria dos motores, a corrente
é muito alta na partida, caindo gradativamente (em alguns segundos) com o aumento da velocidade.
Atingidas as condições de regime, isto é, motor com velocidade nominal, fornecendo a potência nominal a
uma carga, ela atinge o seu valor nominal - aumentando, porém, se ocorrer alguma sobrecarga.
Em princípio, nenhum motor deve ser instalado para fornecer uma potência superior à nominal. No entanto,
sob determinadas condições, isso pode vir a ocorrer, acarretando um aumento de corrente e de temperatura,
que dependendo da duração e da intensidade da sobrecarga, pode levar à redução da vida útil do motor ou
até mesmo a sua queima. Define-se o fator de serviço de um motor como sendo o fator que aplicado à
potência nominal, indica a sobrecarga admissível que pode ser utilizada continuamente. Assim, por exemplo,
um motor de 50 CV e fator de serviço 1,1 pode fornecer continuamente a uma carga a potência de 55 CV.
Na partida um motor solicita da rede elétrica uma corrente muitas vezes superior à nominal; a relação entre a
corrente de partida, IP e a corrente nominal, IN varia com o tipo e o tamanho do motor, podendo atingir valores
superiores a 8. Esta relação depende também do tipo de carga acionada pelo motor. Os motores de corrente
alternada de ``filosofia'' norte-americana e potência igual ou superior a 1/2HP levam a indicação de uma letra-
código, que fornece a relação aproximada dos kVA consumidos por HP com rotor bloqueado; evidentemente,
o motor nunca funciona nessas condições (rotor bloqueado), porém, no instante da partida ele não está
girando e, portanto, essa situação é válida até que ele comece a girar. A Tabela fornece a relação kVA/HP
para as diversas letras-código. Seja por exemplo, um motor de indução trifásico de 3 HP, 220 V, fator de
potência 0,83, rendimento 78% e letra-código J. Pelas expressões correspondentes, determinamos corrente
nominal de 9 A. Da Tabela 1 determina-se a relação kVA/HP, que fica na faixa de 7,10 a 7,99. Tomando-se o
valor médio, 7,55, determinamos a corrente de partida de 59,6 A. Assim, a relação de correntes será 6,62.
Os tipos de motores mais utilizados são os de indução. No Brasil, conforme relatórios estatísticos da ABINEE
- Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, no período de 1981 a 1990, foram vendidos mais de
2000 motores por dia, os quais estão distribuídos, percentualmente, nas seguintes faixas conforme tabela:

57
Tabela 1 : Utilização de motores de indução por faixa de potência.

- Conjugado
O enrolamento do rotor do motor trifásico é distribuído por todo o seu perímetro. Cada condutor atravessado
por corrente, deste enrolamento, está sujeito a uma força de repulsão do campo magnético. Todas as forças
são aplicadas perimetralmente e em direção tangencial. Produzirão, portanto, um momento tangencial,
conforme mostrado na Figura 6. O momento devido aos pares de forças com linha de ação paralelas, de
mesma intensidade e sentido opostos é chamado de binário ou conjugado (de torção)
As correntes no rotor defasam de um ângulo , em atraso, sobre as f.e.m. induzidas no rotor ( ), em
virtude da impedância dos enrolamentos ou barras do rotor.
O conjugado desenvolvido no rotor é proporcional ao produto do fluxo, pela corrente e pelo cosseno do
ângulo de defasagem:

sendo
- constante
- fluxo no entreferro
No instante da partida forma-se no rotor, em virtude do escorregamento 100%, a f.e.m. mais elevada possível,
e com isso, uma corrente muito elevada e um campo intenso. O motor de indução nesta situação, equivale
a um transformador com secundário curto-circuitado; a corrente de partida é, por isso, igual a corrente de
curto-circuito e resulta assim de 3 a 8 vezes a corrente nominal. Simultaneamente, porém, o enrolamento do
rotor possui alta reatância no momento da partida, pois, a freqüência da f.e.m. induzida no rotor é igual à da
rede. Como conseqüência, no momento da partida, a corrente do rotor está atrasada da f.e.m. induzida de
quase . Nestas condições o motor de indução tipo gaiola apresenta baixo torque de partida.

Identificação dos motores

Os motores elétricos possuem uma placa identificadora, colocada pelo fabricante, na qual pelas normas, deve
ser fixada em local bem visível.
Para instalar adequadamente um motor, é imprescindível que o instalador saiba interpretar os dados de
placa. Estes dados são:
nome e dados do fabricante
modelo (MOD)
potência (cv, HP, kW)
número de fases (por exemplo, TRIFÁSICO ou 3FAS)
tensões nominais (V)
frequência nominal (Hz)
categoria (CAT)
correntes nominais (A)
velocidade nominal (RPM)
fator de serviço (FS)
classe de isolamento (ISOL. CL.)
letra-código (COD)

58
regime (REG)
grau de proteção ( PROTEÇÃO IP)
ligações

- Categoria
Conforme as suas características de conjugado em relação à velocidade e corrente de partida, os motores
são classificados em categorias, cada uma adequada a um tipo de carga. Estas categorias são definidas em
norma, e são as seguintes:
Categoria A -
Conjugado de partida normal; corrente de partida alta; baixo escorregamento (cerca de 5%). Motores usados
onde não há problemas de partidas nem limitações de corrente.
Categoria B -
Conjugado de partida normal; corrente de partida normal; baixo escorregamento. Constituem a maioria dos
motores encontrados no mercado e prestam-se ao acionamento de cargas normais, como bombas, máquinas
operatrizes, etc.
Categoria C -
Conjugado de partida alto; corrente de partida normal; baixo escorregamento. Usados para cargas que
exigem maior conjugado na partida, como peneiras, transportadores carregados, cargas de alta inércia, etc.
Categoria D -
Conjugado de partida alto; corrente de partida normal; alto escorregamento (mais de 5%). Usados em
prensas excêntricas e máquinas semelhantes, onde a carga apresenta picos periódicos. Usados também em
elevadores e cargas que necessitam de conjugados muito altos e corrente de partida limitada.
Categoria F -
Conjugado de partida baixo; corrente de partida baixo; baixo escorregamento. Pouco usados, destinam-se a
cargas com partidas freqüentes, porém sem necessidade de altos conjugados e onde é importante limitar a
corrente de partida.
- Fator de serviço
O fator de serviço, é um fator que aplicado à potência nominal, indica a carga permissível que pode ser
aplicada ao motor. Esse fator refere-se a uma capacidade de sobrecarga contínua, ou seja, uma reserva de
potência que dá ao motor uma capacidade de suportar melhor o funcionamento em condições desfavoráveis.

Classe de isolamento

A classe de isolamento, indicada por uma letra normalizada, identifica o tipo de materiais isolantes
empregados no isolamento do motor. As classes de isolamento são definidas pelo respectivo limite de
temperatura; são as seguintes, de acordo com a ABNT:

Classe A = 105º C
Classe E = 120º C
Classe B = 130º C
Classe F = 155º C
Classe H = 180º C

Letra-código

A letra-código (código de partida) indica a corrente de rotor bloqueado, sob tensão nominal ( Tabela 1)

59
Regime

O regime é o grau de regularidade da carga a que o motor é submetido. Os motores normais são projetados
para regime contínuo, isto é, um funcionamento com carga constante, por tempo indefinido, desenvolvendo
potência nominal. São previstos, por norma, vários tipos de regimes de funcionamento.

Grau de proteção

O grau de proteção é um código padronizado, formados pelas letras IP seguidas de um número de dois
algarismos, que define o tipo de proteção do motor contra a entrada de água ou de objetos estranhos,
conforme mostrado no Quadro ``Os graus de proteção''.

Ligações

A placa de identificação do motor contém um diagrama de ligações, a fim de permitir a ligação correta do
motor ao sistema.

Partida de motores

Sempre que possível, a partida de um motor trifásico tipo gaiola deve ser direta (a plena tensão), por meio de
um dispositivo de controle, geralmente um contator. Entretanto este método como já vimos, exige da rede
elétrica uma corrente muito elevada.
Caso a partida direta não seja possível, quer pela exigência da concessionária (que no caso da instalação de
baixa tensão exige, geralmente, que motores acima de 5 CV a partida seja por tensão reduzida), quer pela
imposição da própria instalação, utilizam-se sistemas de partida indireta.

Partida com chave estrela-triângulo:

A utilização deste método, que pode ser manual ou automática, pressupõe que o motor tenha a possibilidade
de ligação em dupla tensão, por exemplo, 127/220 V, 220/380 V, 380/660 V ou 440/760 V; os motores
deverão ter no mínimo seis bornes de ligação.

Partida com chave compensadora:

Neste método a tensão é reduzida através de um autotransformador, que possui normalmente derivações de
50, 65 e 80% da tensão nominal.

Potência necessária de um motor

A escolha de um motor para uma determinada aplicação é uma tarefa que exige o conhecimento de inúmeros
dados relativos à operação que se tem em vista. Assim, por exemplo, podemos necessitar de uma operação
variável com carga contínua (casos de bomba d' água) ou operação contínua com carga variável (casos de
compressores de ar); também podemos ter operações descontínuas, com variação e inversão de rotação; em
suma, é um problema que deve ser estudado em detalhe pelo instalador.

Para exemplificar, calculemos a potência necessária para motor de guincho, de acordo com os dados abaixo.

Dados:
- Relação de engrenagens = 1/10 = 0,1;
- Rendimento de transmissão mecânica: 45%;

60
- Carga = 800 kg (incluindo o peso do cabo e roldana);
- Velocidade do cabo = 45 metros por minuto (a da carga será a metade);
- Diâmetro do tambor: 0,40 m;
- Diâmetro do volante: 0,60 m;
- Diâmetro da polia do motor: 0,15 m.
Aplicando os dados na equação correspondente, temos:
F' = 800/2 = 400 kg
F = 400/0,45 = 890 kg
P = (890x45)/(75x60) = 8,9 cv
Cálculo da rotação necessária do motor:
- Rotação do tambor:
n1 = 45/(3,14x0,40) = 36 rmp
- Rotação do volante:
n2 = 36/0,1 = 360 rpm
- Rotação do motor:
n = 360X0,60/0,15 = 1440 rpm
Motor escolhido: 10 HP - 1440 rpm - 4 pólos de indução

Regras práticas para escolha de um motor

Embora o assunto mereça um estudo mais profundo, em espacial para grandes potências, podemos sugerir a
seguinte seqüência, para a escolha de um motor:

a) Dados sobre a fonte de energia: contínua ou alternada, monofásica ou trifásica e freqüência;


b) Potência necessária: deverá ser a mais próxima possível da exigência da carga.

Fórmulas:

sendo:
- potência em cv
- força em kg
- velocidade em m/s
- conjugado em kgm
- rotação em rpm

sendo:

- potência em HP
- conjugado ou torque em lb-ft
- rotação em rpm
c) Elevação de temperatura: na placa do motor, obtém-se dados sobre a elevação de temperatura
permissível, em geral . Caso não haja indicação, não permite elevação. Os motores a prova de pingos
permitem sobretemperatura de e os à prova de explosão, . Um aumento de acima do
permitido diminui 50% da vida do isolamento.
d) Fator de serviço: tendo em vista a economia, pode-se escolher um motor com potência um pouco inferior à
máquina operatriz, sem o mesmo risco, desde que a tensão, número de fases e a freqüência sejam nominais.

61
e) Velocidade do motor: precisamos saber se o acoplamento do motor à máquina acionada é direto ou
indireto (engrenagens, caixas redutoras, polias com correias ou cabos). Os dados de placa do motor referem-
se à rpm em plena carga; em vazio, a rotação dos motores de indução é ligeiramente superior. A maioria dos
motores, emprega-se a rotação constante. (Ex. bombas, compressores, ventiladores, tornos, etc.) Quando há
necessidade de variar a rotação pode-se usar: para pequenas potências (fração de HP), reostato divisor de
tensão, e para potências maiores, motores de corrente contínua ou de indução com rotor bobinado. Se o
motor aciona a máquina operatriz por meio de correia, deve-se manter a correia razoavelmente frouxa, pois
correias muito apertadas se estragam, além de danificar os mancais e o motor; elas aumentam a potência
necessária à máquina. A Tabela 2 ajudará na escolha das polias para diferentes velocidade na máquina
operatriz. Esta Tabela é para um motor de f) Torque ou conjugado: precisamos saber se o motor parte em
vazio ou em carga, para escolhermos um motor de baixo ou alto conjugado de partida. Segundo a ABNT os
motores de baixo conjugado de partida são da categoria B e os de alto conjugado de partida , categoria C
(vide item Categoria). Deve-se escolher sempre um motor com um conjugado máximo pelo menos 30% maior
que os picos de carga. A Tabela 3 fornece os conjugados máximos dos motores de 60 Hz, com uma
velocidade.
É evidente que, para escolha mais criteriosa do motor necessitamos conhecer o comportamento da carga;
durante a fase de partida, isto é, desde o repouso até a velocidade nominal, o motor deverá desenvolver um
conjugado, que deverá ser a soma do conjugado da carga e do conjugado de aceleração.

sendo
- conjugado motor
- conjugado da carga
- conjugado da aceleração
Na rotação nominal e na desaceleração é negativo.

g) Tipo de carcaça: conforme o ambiente em que vai ser usado, o motor deve ser especificado com as
seguintes características:

1 - A prova de explosão: destina-se a trabalhar em ambiente contendo vapores etílicos de petróleo, gases
naturais, poeira metálica, explosiva, etc.

2 - Totalmente fechados: em ambientes contendo muita poeira, corrosivos e expostos ao tempo.

3 - A prova de pingos: para ambientes normais de trabalho razoavelmente limpos, tais como residências,
edifícios, indústrias, etc.

Máquina Síncrona

A máquina síncrona é um dispositivo essencialmente reversível, isto é, sem nenhuma modificação, tanto pode
operar como motor ou como gerador.

Motor Síncrono

Como os motores de indução, os motores síncronos possuem enrolamentos no estator que produzem o
campo magnético girante, mas, o circuito do rotor de um motor síncrono é excitado por uma fonte de corrente
contínua proveniente de uma excitatriz, que é um pequeno gerador de corrente contínua. A Figura abaixo
mostra o desenho da estrutura básica de um motor síncrono.

62
O motor síncrono não tem partida própria, necessitando,
portanto, que o rotor seja arrastado até a velocidade
síncrona por um meio auxiliar. Existem motores em que a
partida é dada por condutores em gaiola embutidos na face
dos pólos do rotor. Inicia-se a partida como motor de
indução e no momento certo se excita os pólos do rotor e o
motor entra em sincronismo.

Efeito da carga e da corrente de excitação

Motor síncrono sem carga

No motor síncrono o rotor engata-se


magneticamente para acompanhar o campo
girante, criado no estator, e deve continuar a girar
em sincronismo qualquer que seja a carga. A
figura abaixo mostra a posição do rotor sem carga.

Consideremos um motor sem carga com velocidade síncrona. A corrente de excitação poderá ser ajustada
para que a fem induzida (fcem) seja praticamente igual à tensão aplicada ( ). Neste caso nenhuma
corrente é absorvida da rede. A Figura abaixo mostra os fasores das tensões.

A variação da corrente de excitação dá ao motor síncrono a capacidade de poder funcionar com fator de
potência unitário, ou em avanço ou em atraso, sendo esta propriedade uma das notáveis vantagens que este
motor apresenta, permitindo que ele funcione no sistema comportando-se como um reator ou um capacitor.

Se a corrente de excitação for insuficiente para gerar um fluxo capaz de produzir nos condutores do estator
uma fem igual e oposta à tensão aplicada, uma corrente irá circular nos condutores do estator tal que o
campo por ela produzido combinado com o campo produzido pela corrente de excitação possam gerar nos
condutores do estator uma fem igual e oposta à tensão aplicada. A Figura seguinte mostra os fasores para
esta situação.

A corrente fica defasada de (em atraso) da tensão , pois o circuito é indutivo. Em relação a
tensão aplicada esta corrente também fica atrasada de . Assim, podemos dizer que um motor síncrono
subexcitado se comporta como um indutor.
Se, agora, considerarmos o motor síncrono sobrexcitado a fem induzida se tornará maior do que a tensão

aplicada ; e, nesta hipótese, inverte o seu sentido, como mostra a figura seguinte.

63
Em relação a tensão aplicada a corrente fica adiantada de , e nesta situação o motor síncrono se
comporta como um capacitor.
Vê-se, portanto, que o campo produzido pela corrente no estator ou ajuda ou se opõe ao campo criado pela
corrente de excitação de modo a manter constante o fluxo no entreferro.
Devida a esta versatilidade o motor síncrono é utilizado em sistema de potência para controle da tensão.

Motor síncrono com carga

A velocidade do motor síncrono não diminui quando funciona com carga, pois sua velocidade é
essencialmente constante e igual à velocidade síncrona.
Considerando V = E e colocando carga no motor síncrono, a sua velocidade tende a diminuir
momentaneamente e ocorrerá um deslocamento angular entre os pólos do rotor e o estator de um ângulo
(chamado de ângulo de torque), como mostra a figura abaixo.

As tensões e não mais estarão em sentidos opostos. A tensão resultante fará com que uma
corrente flua no enrolamento do estator e estará defasada de aproximadamente , devido a alta indutância
dos enrolamentos do estator. A figura abaixo mostra os fasores nesta situação.

Um aumento da carga resulta num grande ângulo de torque, que produz um aumento de e . O rotor
perde o sincronismo caso uma carga excessiva seja imposta ao eixo do motor, causando a sua parada.

Gerador síncrono (alternador)


O gerador síncrono tem os mesmos componentes do motor síncrono. A diferença é que impõe-se uma
rotação constante no seu eixo. O campo produzido nos pólos do rotor corta os condutores dos enrolamentos
dos estatores, gerando neles as tensões induzidas.
Este tipo de máquina tem uma importância fundamental na geração da energia elétrica, sejam em usinas
hidroelétricas ou em termoelétricas com qualquer capacidade.

64
TRANSFORMADOR
Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica

Por motivos técnico-econômicos os geradores de energia elétrica, por maiores que sejam, são projetados
para gerar tensões de até no máximo 25 kV.
Outro fato é que as usinas hidroelétricas são construídas longe dos grandes centros consumidores, o que
implica em transmitir a energia elétrica a longas distâncias.

Problema n 1:

Como transmitir a potência de 50 MW com fator de potência de 0,85, por meio de uma linha de transmissão
trifásica com condutores de alumínio, desde a usina hidroelétrica, cuja tensão nominal do gerador é 13,8 kV,
até o centro consumidor situado a 100 km?

Admitindo-se uma perda por efeito Joule de 2,5 % na linha, determine o diâmetro do cabo, para:

a.- transmissão em 13,8 kV


b.- transmissão em 138 kV

Considerando a transmissão em 13,8 kV:

A corrente de linha é calculada pela fórmula .

Substituindo os valores de P, V e cos resulta uma corrente de 2.461,0 A.

A perda de 2,5% significa uma potência dissipada de 1.250 kW. Tendo-se a corrente e a potência dissipada

podemos determinar a resistência do condutor pela fórmula , obtendo-se o valor de 0,2064 .

Tendo-se a resistência, a resistividade do alumínio (0,02688 ) e o comprimento, podemos determinar

a seção reta do condutor pela fórmula , obtendo-se 13.028,0 . Esta seção corresponde a um
cabo cujo diâmetro é de 130,0 mm.

Considerando a transmissão em 138 kV:

Seguindo-se os mesmos passos obtem-se um cabo com diâmetro de 13,0 mm.

A figura abaixo (a) e (b) mostra as dimensões dos cabos, para os dois casos.

Por este exemplo simples podemos notar que é impraticável transmitir a energia elétrica a longa distância
com a tensão de geração.

Assim sendo, após a geração é necessário que a tensão seja elevada para a transmissão (no nosso exemplo
de 13,8 kV para 138 kV).

A elevação da tensão é feita por um equipamento denominado TRANSFORMADOR. A Figura 2 mostra um


diagrama unifilar simplificado dos sistemas de geração e transmissão.

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Problema n 2:

Como distribuir a energia elétrica que chega das usinas através das linhas de transmissão, para os centros
consumidores?

Como já vimos, a transmissão da energia elétrica é feita em alta tensão. Para distribuir esta energia é
necessário reduzir a tensão para um valor compatível, por exemplo: 13,8 kV ou 11,95 kV. Esta redução é feita
pelo TRANSFORMADOR instalado na subestação abaixadora, geralmente localizada na periferia dos centros
urbanos. Após a redução a energia elétrica é transmitida através das linhas de distribuição, que formam a
rede primária, conforme mostrado na Figura 3.

66
Problema n 3:

Como distribuir a energia elétrica, que chega pela rede primária, para os consumidores finais (casas,
apartamentos, casas comerciais e pequenas indústrias)?
A distribuição da energia elétrica para estes consumidores é feita pela rede secundária (por exemplo: 220 V
e/ou 127 V). A redução de tensão da rede primária para a tensão da rede secundária é feita pelo
TRANSFORMADOR de distribuição (instalado no poste). A Figura 4 mostra este sistema.

Princípios básicos do transformador

Na seção anterior vimos que o transformador desempenha uma função importante na transmissão e
distribuição de energia elétrica, elevando e abaixando as tensões para níveis compatíveis. No nosso exemplo
podemos notar as seguintes tensões: 13,8 kV, 138 kV, 11,95 kV e 220/127 V, entretanto, no sistema elétrico
brasileiro temos outros níveis de tensão, tais como: 750 kV, 500 kV, 440 kV, 345 kV, 220 kV, 88 kV, 69 kV,
34,5 kV, 22 kV, 6,9 kV, 480 V, 380 V, etc. Imagine quantos transformadores são necessários !!!

O reator (ou indutor)

Consideremos inicialmente as idéias básicas do reator (indutor) e, em seguida, do transformador.


O reator (ou indutor, pois os termos são sinônimos) consiste em um certo número de espiras de um condutor
enrolado convenientemente sobre um núcleo de ferro especialmente preparado, arranjados de modo a
produzir fluxo magnético quando conduz corrente.

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A sua resistência é mínima, pois o reator é feito para se comportar como uma indutância, sendo a resistência
um inconveniente. O reator é apresentado como na figura abaixo, mostrando o enrolamento e o circuito
magnético.

Consideremos o que acontecerá se ligarmos aos terminais do reator, de N espiras, uma bateria de tensão E e
resistência interna desprezível.
A corrente começará a circular, crescendo a partir de zero. Ela produzirá a força magnetomotriz (fmm) ,
portanto, um fluxo . Em qualquer instante,

onde é a relutância do circuito magnético. A fmm de valor total Ni ficará distribuída ao longo do
enrolamento. (O valor dos amperes-espiras deve ser considerado igual à corrente total, medida em amperes,
que passa em torno do eixo da bobina e, portanto, concatenada com o fluxo. A fmm total é medida em
amperes, reduzindo as espiras a um simples número). A fmm manterá o fluxo em todas as regiões possíveis,
da mesma forma que uma bateria, com alguns resistores ligados a seus terminais, impõe corrente através de
todos eles. Embora a maior parte do fluxo se estabeleça no núcleo (circuito magnético de baixa relutância),
uma pequena porção se estabelecerá no ar. A primeira componente de fluxo é chamado fluxo principal e a
última fluxo de dispersão.
O fluxo concatenado é o produto do fluxo pelo número de espiras com ele concatenados, , supondo-se
que todo o fluxo se concatena com todas as espiras. À medida que a corrente e o fluxo aumentam, o fluxo
concatenado cresce continuamente. De acordo com a lei de Faraday, uma tensão é induzida na bobina e a
cada instante esta tensão é proporcional à taxa de variação do fluxo concatenado e conforme a lei de Lenz,
esta tensão induzida terá um sentido tal que se oporá à causa que lhe deu origem, qual seja, o aumento de
corrente.
Estas duas leis são formalizadas pela equação:

Pelas equações aanteriores, temos:

A equação acima mostra que a f.e.m. gerada por uma bobina se opõe à variação da corrente.
A propriedade de uma bobina se opor à variação da corrente através dela é chamada indutância. A unidade
da indutância, no SI, é o Henry.

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Assim, a última equação pode ser reescrita como:

onde L é o símbolo da indutância, em Henry. O sinal menos significa apenas que a tensão induzida é uma
fcem e está em oposição à tensão aplicada.
Assim, a indutância pode ser formalizado pela equação:

Substituindo a relutância na equação:

Modelo de circuito equivalente do reator

Nos equipamentos eletromagnéticos, tais como reatores, transformadores e máquinas (motores e geradores),
freqüentemente precisamos prever o seu comportamento. É conveniente - de fato essencial - representá-los
por modelos de circuitos simplificados que se comportem aproximadamente como os dispositivos reais. Um
mesmo dispositivo requer diferentes modelos para diferentes condições de trabalho e diferentes propósitos.
Um modelo é válido se, para a faixa de condições de interesse, seu comportamento for o mais próximo do
real.
O reator é um intrincado dispositivo de parâmetros distribuídos (resistência e indutância combinam-se ao
longo de sua bobina), tendo um núcleo de ferro. Entretanto, podemos representá-lo adequadamente por uma
única resistência em série com uma única reatância. Representando o reator, a Figura 6 mostra um modelo
de circuito equivalente com parâmetros concentrados.

Reator ligado à fonte de tensão alternada


Vamos, agora, considerar o reator sendo alimentado por uma tensão alternada . O valor da
corrente (após o período transitório subsequente à ligação) será quase inteiramente determinado pela sua
indutância. Desprezando-se a resistência, os valores instantâneos da corrente serão inteiramente
determinados pela imposição de igualdade entre a tensão aplicada e a tensão induzida pela contínua
variação do fluxo concatenado. A tensão induzida é proporcional à taxa de variação da corrente; portanto, se
a forma de onda da tensão for senoidal, a da corrente será cossenoidal.
O valor de depende da máxima fmm requerida para produzir o necessário fluxo máximo, , no circuito
magnético, isto é, depende da relutância do circuito magnético. O valor de , requerido para desenvolver
a cada instante uma tensão induzida igual à tensão aplicada, depende somente do número de espiras da
bobina.

69
então

Portanto,

Expressando a tensão eficaz em termos de f, N e :

Se desprezarmos a resistência, evidentmente deverá ter variação cossenoidal, de modo a induzir uma
tensão senoidal. A corrente também será cossenoidal, contudo, isso ocorre somente se o fluxo for
proporcional até , o que implica considerar L como constante. Caso ocorra a saturação magnética do
núcleo, a onda de corrente tornar-se-á, necessariamente, não cossenoidal.
A corrente requerida, em cada instante, para produzir o fluxo é chamado corrente de magnetização , que
podemos escrever:

O fluxo alternado em núcleo de ferro dará origem as perdas por histerese e perdas devidas a correntes
parasitas. Estas perdas no ferro requerem introdução de potência, isto é, uma componente adicional de
corrente, em fase com a tensão aplicada, que chamaremos de . Então, a corrente de perdas no ferro será:

A corrente total é chamada corrente em vazio, . Em valores instantâneos, teremos

Quando representadas por fasores, e , eles têm uma diferença de fase de .


Um modelo de circuito equivalente do reator real com núcleo de ferro é mostrado na Figura 7. Neste modelo,
o resistor dissipa potência igual às perdas no ferro. Deve ficar claramente estabelecido que o modelo
descreve o reator real apenas de modo aproximado; pode ser correta somente para um valor particular da
tensão aplicada; para outras tensões as perdas podem ter valores diferentes.

70
Transformador
Suponhamos que o reator da Figura 5 tenha um segundo enrolamento em torno do núcleo, com espiras,
de modo que o fluxo principal se concatene com os dois enrolamentos, como mostrado na Figura 8. Estamos
agora diante de um TRANSFORMADOR. Seja o número de espiras do primeiro enrolamento. Dizemos
então que as duas bobinas estão mutuamente acopladas.
Cada uma das bobinas possui uma indutância (ou auto-indutância), uma vez que cada uma é capaz de
produzir uma tensão induzida em seu próprio enrolamento como resultado da variação de seu próprio fluxo.
Devido ao acoplamento mútuo, a tensão é induzida na segunda bobina como resultado da variação de fluxo
na primeira bobina.

Funcionamento sem carga (em vazio)

Se o segundo enrolamento permanecer aberto, sua presença não altera o comportamento do dispositivo;
portanto, ele não modifica a essência do que foi anteriormente discutido para o reator. Podemos representar a
situação pela figura abaixo, na qual o primeiro enrolamento está excitado como antes. Este primeiro
enrolamento pode ser chamado enrolamento primário, porque recebe a corrente de excitação que produz o
fluxo. O enrolamento que se concatena com este fluxo é chamado enrolamento secundário. Entretanto, qual
dos dois deva ser excitado é uma questão puramente de conveniência e qualquer dos dois pode ser primário
ou secundário.

Se ligarmos o enrolamento primário a uma fonte de tensão alternada o fluxo produzido no núcleo induzirá
tensão tanto no enrolamento primário como no secundário. Considerando-se a resistência desprezível, como
na análise do reator, a tensão induzida no enrolamento primário será igual, em cada instante, à tensão
aplicada. A tensão induzida no enrolamento secundário será dada pela equação:

A diferença entre a tensão induzida no primário e no secundário deve-se ao diferente número de espiras. Se
é maior que , o dispositivo é um transformador elevador, onde a tensão induzida no secundário é maior
do que a do primário, na proporção do número de espiras. Dizendo isto, estamos supondo que a dispersão de
fluxo no enrolamento primário é muito pequena comparada com o fluxo principal e isto é verdade para fmm
muito baixa, presente nesta condição de circuito aberto. A proporcionalidade entre tensões e espiras pode ser
escrita por:

onde a é chamado de relação de espiras ou relação de transformação.

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Funcionamento com carga
Suponhamos que uma impedância seja ligada entre os terminais do enrolamento secundário, de modo que
a tensão induzida imponha uma corrente de carga , que irá circular pelo enrolamento secundário de
espiras. Esta configuração é mostrada na Figura abaixo.

Quando a corrente de carga circula no enrolamento secundário, a fmm que ela gera é cancelada por uma
fmm igual e oposta no enrolamento primário, produzida por um aumento apropriado da corrente primária.
Assim, igualando as fmm devido às correntes de carga:

ou

finalmente,

Das equações anteriores, temos:

Pela equação anterior, podemos concluir que a elevação da tensão é acompanhada pela diminuição da
corrente e vice-versa. Assim, podemos obter a relação:

O significado da última equação é que a potência aparente fornecida ao primário é igual à potência aparente
fornecida à carga (transformador ideal).

Modelo de circuito equivalente do transformador


Podemos identificar o fluxo produzido pelo indutor com o fluxo principal, estabelecido no circuito
magnético principal e concatenando-se com qualquer enrolamento que o envolva - por exemplo, com o
enrolamento secundário. Quando circula corrente no enrolamento secundário (imposta pela carga), a fmm
atuará não somente no circuito magnético principal, mas também na região de dispersão, originando fluxos de
dispersão. A exemplo do que ocorre no enrolamento primário, o enrolamento secundário possui uma
indutância de dispersão. Analogamente ao que foi feito para o enrolamento primário, é conveniente
representá-la no modelo por uma indutância concentrada, junto à resistência secundária e fora do
transformador. O fluxo principal concatenar-se-á agora com os dois enrolamentos.

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Podemos considerar as correntes magnetizante e de perdas no ferro do enrolamento primário separadas da
corrente de carga. A corrente magnetizante é que produz o equilíbrio de fmm com o secundário. Estes são
previstos para absorver correntes iguais às de magentização e de perdas no ferro. Todas as “imperfeições”
foram removidas do transformador propriamente dito, restando um transformador ideal (mostrado dentro do
retângulo tracejado), sem fluxo de dispersão e sem perdas, efetuando tão-somente transformações nos
valores das tensões e correntes

Transformador ideal

A Terminologia Brasileira da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define o transformador como:
Um dispositivo que por meio da indução eletromagnética, transfere energia elétrica de um ou mais circuitos
(primário) para outro ou outros circuitos (secundário), usando a mesma freqüência, mas, geralmente, com
tensões e intensidades de correntes diferentes.
Os transformadores são equipamentos eletromagnéticos que apresentam rendimento elevado, principalmente
aqueles de grande porte utilizados em sistema de potência. Assim, para muitas análises podemos admiti-los
como sendo ideais, o que implica em algumas simplificações no modelo, ou seja:
não há fluxo de dispersão: o fluxo está todo contido no núcleo e se concatena totalmente com as espiras do
primário e do secundário;
as resistência ôhmicas dos enrolamentos não são consideradas;
as perdas no ferro (núcleo) são ignoradas;
a permeabilidade do núcleo é considerada elevada.

73
Transformadores em sistema trifásico

No sistema elétrico de potência os transformadores, por motivos óbvios, devem ser ligados para operar no
sistema trifásico.
Há duas maneiras de se obter a ligação trifásica:
transformador trifásico, construído para esta finalidade;
banco trifásico de transformadores (três transformadores monofásicos convenientemente ligados para permitir
a transformação trifásica).
As ligações dos enrolamentos do primário e do secundário de um transformador trifásico ou banco trifásico
podem ser em estrela ou em triângulo. Assim, na prática podemos ter quatro tipos de ligações:
Triângulo / Estrela (D/y)
Estrela / Triângulo (Y/d)
Triângulo / Triângulo (D/d)
Estrela / Estrela (Y/y)
As ligações trifásicas e as respectivas grandezas nos lados primário e secundário são mostradas nas Figuras
abaixo. As indicações referentes ao primário devem ser feitas com letras maiúsculas e com referência ao
secundário devem ser feitas com letras minúsculas.

Ligação Trifásica Triângulo /Estrela

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Ligação Trifásica Estrela/Triângulo

Ligação Trifásica Triângulo/Triângulo

75
Ligação Trifásica Estrela/Estrela

Transformador Corrente – TC

Destina-se a evitar a conexão direta de medidores e relés, nos circuitos de corrente alternadas de alta-tensão
e Baixa-tensão, bem como a adaptar a grandeza a ser medida às faixas usuais da aparelhagem.
O enrolamento primário, possui poucas espiras, as vezes uma única> Ao contrário, o enrolamento secundário
tem maior número de espiras e são ligadas as bobinas dos diversos medidores e ou relés (instrumentos de
baixa impedância).

Características dos TC’s são:


1 – Classe de Exatidão;
2 – Corrente Secundária;
3 – Corrente Primária;
4 – Carga Nominal;
5 – Fator Térmico;
6 – Corrente Térmica Nominal;
7 – Polaridade;
8 – Classe de Tensão de Isolamento;
9 – Freqüência.

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1 – Classe de Exatidão – É o valor máximo do erro expresso em porcentagem do TC ( erro de relação e
ângulo de fase ) que não deve ultrapassar ao valor determinado pelo fabricante.
Quando a 100% e 10% de carga nominal e apresentar os seguintes valores:

a) – A classe de exatidão 0,3: é empregada para medições especiais; medição de laboratório; TC


padrão e medição de energia elétrica a consumidor.
b) - A classe de exatidão 0,6: é empregada para medição de energia elétrica sem a finalidade de
faturamento.
c) – A classe de exatidão 1,2 é empregada para medição de amperímetro, wattímetro, fasímetro, etc.

2 – Corrente Secundária. – Geralmente, a corrente secundária nominal é 5A em casos especiais, é de 2,5A,


utilizada para proteção.

3 – Corrente Primária. É o valor de corrente que o TC suporta. Para especificá-lo é necessário determinar a
corrente máxima do circuito, em que o TC vai ser instalado.
São encontrado no mercado TC’s para:

- Casse de 0,6kV – 100/5A,150/5A, 200/5A, 300/5A, 400/5A e etc.


- Classe de 15kV – 5/5A, 10/5A, 20/5A, 25/5A, 50/5A, 100/5A, 200/5A, 300/5A, 400/5A e etc.
- Classe de 34,5kV - 10/5A, 20/5A, 25/5A, 50/5A, 100/5A e etc.
- Classe de 69kV - 50/5A, 100/5A, 200/5A, 300/5A, 400/5A e etc.

4 – Carga Nominal. É a carga, na qual se determina a exatidão do TC.

5 – Fator Térmico. É um valor, o qual multiplicamos a corrente nominal primária do TC, e o mesmo em
regime permanente de trabalho, permanece dentro de sua classe de exatidão. No Brasil, são especificados
cinco valores: 1,0; 1,2; 1,3; 1,5 e 2,0. Em outros países já existem TC com fator Térmico 4,0.

6 – Corrente Térmica Nominal ou Corrente de Curta Duração. Consiste em aplicar no TC, durante um
segundo, 45 a 75 vezes o valor de sua corrente primária nominal com o secundário curto-circuitado, isso para
equipamento acima de 69kV.

7 – Polaridade. A polaridade do TC, para equipamentos de medição, tais como: medidores de energia
elétrica, wattímetro e fasímetro devem ser de polaridade subtrativa, ou seja, a corrente primária I, percorre o
enrolamento de P1 para P2, no mesmo instante a corrente secundária, percorre o enrolamento de S1 para
S2. Conforme a disposição externa dada aos terminais de mesma polaridade, os transformadores podem ser
de polaridade aditiva ou subtrativa:
a)- A polaridade é aditiva, quando os terminais de mesma polaridade
não são adjacentes, isto é, quando eles estão colocados
externamente em diagonal.

b)- A polaridade é subtrativa, quando os seus terminais de


mesma polaridade são adjacentes, isto é, os terminais são
colocados externamente do mesmo lado.

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8 – Classe de Tensão de isolamento Nominal. É definido pela tensão do circuito, ao qual o TC vai ser
conectado (em geral, a tensão máxima de serviço).

9 – Freqüência Nominal. É o numero de ciclos por segundo nominal que a rede deve ter para que o TC tenha
um funcionamento normal. No Brasil 50Hz e/ou 6oHz.

Classificação dos TC,s

Os TC’s podem ser classificados nos seguintes tipos:

1 – Tipo Barra. – É um TC cujo o enrolamento primário


é constituído de uma barra, montada
permanentemente através do núcleo do transformador.

2 – Tipo Janela. – É um TC sem primário próprio, constituído com


uma abertura, através do núcleo, por onde passará um condutor
do circuito primário, formado por uma ou mais espiras.

3 – Tipo Bucha. – É um tipo especial de TC Janela, projetado


para ser instalado sobre uma bucha de um equipamento elétrico,
fazendo parte integrante deste.

4 – Tipo Enrolado. – É um TC cujo enrolamento primário é


constituído de uma ou mais espiras; envolve
mecanicamente o núcleo do transformador.

5 – Tipo Núcleo Dividido. – É um tipo especial de TC


Janela, em que parte do núcleo é separável ou
basculante, para facilitar o enrolamento do condutor
primário.

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6 – TC de Vários Núcleos. – É utilizado geralmente em alta
tensão. Trata-se de um TC com vários enrolamentos isolados, no
secundário, um dos enrolamentos é para proteção e outro para
medição. Os demais enrolamentos que não estiverem alimentando
instrumento elétrico deverão permanecer curto-circuitados.

O primário é formado de um conjunto com um único enrolamento, cuja (s) espira (s) entrelaçam em todo
secundário.

TC com múltipla Relação de Transformação

Tipos:

TC com vários enrolamentos no primário – Ligação série/paralelo.

Apresenta o secundário com um número fixo, N2 de espiras e o primário com várias bobinas idênticas entre
si, permitindo várias relações de transformações, fazendo as ligações série/paralelo, no primário.

O número de ampéres espiras permanece constante em todas ligações.

TC com várias derivações no secundário. – Neste tipo o primário tem um número fixo de bobinas e o
secundário tem duas variações, que permite a utilização do TC em duas relações. Neste caso, o número de
ampéres espiras não são os mesmos em todas as relações.

TC com vários enrolamentos no primário e várias derivações no secundário. Neste TC tem grandes
possibilidades, quando a relação de transformação, pois engloba o tipo dos dois itens anteriores.

79
Não se pode utilizar duas ou mais derivações para alimentar instrumentos elétricos, utiliza-se, somente uma
das derivações, permanecendo as outras abertas, não curto-circuitadas.

TC com vários enrolamentos no secundário – Ligação série / paralelo.

Este TC é empregado para fins de proteção, fabricado somente sob solicitação específica do cliente. A classe
de exatidão, é de 10% e sem limite o erro de ângulo de fase. Exceto quando funciona com o maior número de
espiras.

Dimensionamento

Quando se tem no primário, uma corrente menor ou maior que a corrente nominal do secundário, tem uma
corrente menor ou maior que 5A, mas na mesma proporção das correntes nominais do TC.

Cálculo da relação de transformação do TC – RTC

Exemplo: Um TC com corrente nominal primária de 200A, e a corrente nominal secundária de 5A.

ou Quarenta para Um.

Se o primário do TC é de 200/5 é percorrido por uma corrente de 160A, no secundário terá?

Is = 160/40 = 4A.

80
Como foi dito anteriormente, o TC de medição deve ser utilizado exclusivamente para alimentar os medidores
de energia elétrica, para fins de faturamento em consumidor.

Cálculo da corrente primária do consumidor para dimensionar adequadamente os TC’s:

Usa-se a fórmula:

I = Intensidade máxima da corrente primária em ampéres, que será solicitada pela carga do consumidor.
P = Carga em kW ou kVA, declarada pelo consumidor.
Cosθ = Fator de potência que pode ser estimado, medido ou calculado. A COELBA estima um fator de
potência 0,80 0u 0,85 no cálculo da máxima corrente primária.

O secundário de um TC, nunca deve ficar aberto, quando o primário de um TC está alimentado.

No caso de se necessitar retirar o instrumento do secundário do TC, este enrolamento deve ser curto-
circuitado, através de um fio de cobre de baixa impedância, pois a corrente primária é fixada pela carga ligada
ao circuito externo e o TC com o secundário aberto, a corrente secundária será zero. Então não haverá o
efeito desmagnetizante desta corrente, e a corrente de exitação será a própria corrente de carga, originando
um fluxo muito elevado no núcleo do TC, tendo as seguintes conseqüências:

1 – Aquecimento excessivo, causando a


destruição do isolamento, podendo provocar
contato do circuito primário com o secundário e
com a terra.

2 – Origina uma força eletromotriz induzida de


valor elevado no secundário, com grande
perigo para o operador.

3 – Mesmo que o TC não se danifique a este


fluxo elevado, corresponderá uma
magnetização forte no núcleo, o que alterará
as suas características de funcionamento e
precisão

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Referências Bibliográficas
- ARNOLD, R. e STEHR, W., Máquinas Elétricas 1, E.P.U. - Editora Pedagógica e Universitária Ltda. São
Paulo, 1976.
- CREDER, H. Instalações Elétricas, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1984.
- COTRIM, A., Como dimensionar os circuitos de motores. Eletricidade Moderna, n. 90, p. 10-19, Jan. 1981.
- COGO J. R. et. al., Análise de desempenho dos motores trifásicos nacionais. Eletricidade Moderna, n. 227,
p. 26-39, Fev. 1993.
- MAGALDI, M., Noções de Eletrotécnica, Guanabara Dois, 1981.
- NEGRISOLI, M. E. M. Instalações Elétricas - Projetos prediais de baixa tensão, Editora Edgard Blucher
Ltda., 1981.
- ELETRA, Romano e Toddai
- Máquinas Elétricas – Fitzgerald
- Máquinas Elétricas - Kosow
- Manual do Engenheiro eletricista – Editora HEMUS
- Apostila do Prof. Ariovaldo V. Garcia
- Apostila Eletricidade Básica – SENAI

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