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ARTIGO

A Mineralogia e alguns de seus


minerais raros ou de gênese exótica

Pércio de Moraes Branco


CPRM - Serviço Geológico do Brasil
Porto Alegre–RS
pmbranco@pa.cprm.gov.br
Mario Luiz de Sá Carneiro Chaves
Centro de Pesquisas Prof. Manoel Teixeira da Costa
Instituto de Geociências – Univ. Federal de Minas Gerais
Pesquisador CNPq
mchaves@igc.ufmg.br

RESUMO O estudo da gênese dos minerais envolve um amplo espectro


com mais de 4.000 espécies válidas, podendo apresentar aspectos especiais e únicos, na
medida em que grande parte dessas espécies constitui raridades, e algumas em particular
possuem um modo de formação inteiramente exótico. Por exemplo, existem minerais de
formação sazonal, aparecendo em estações secas e logo depois destruídos nas épocas úmidas;
ou minerais formados pela oxidação de amostras de material carbonático, somente quando
o mesmo encontra-se guardado dentro de caixas de madeira; ou originados pela reação
de serpentinitos com certo líquen desenvolvido em suas superfícies; ou ainda formados
pela ação da água sobre objetos de estanho afundados junto com uma canoa. Esses casos,
do mesmo modo que outros mostrados neste trabalho, demonstram a possibilidade de
existência de condições ambientais que são muito distintas das usualmente encontradas
na natureza.
PALAVRAS-CHAVE Mineralogia, minerais raros, mineralogênese

ABSTRACT Mineralogy, rare minerals, and species of exotic


genesis. The knowledge of the mineral genesis includes a large list with over than
4.000 valid species, can present some special aspects which made those processes different
of the normal ones. There are, for instance, seasonal mineral species, which appear in
* Este documento deve ser dry seasons and are destructed in wet epochs; or minerals formed by oxidation of carbonatic
referido como segue:
material samples, only when stored within wooden cases; or a species that is formed by
Branco P.M., Chaves M.L.S.C. reaction between serpentinite and a licken developed on its surface; or other, whose
2006. A Mineralogia e alguns
de seus minerais raros ou de formation begun since a centennial ship sunk in a river, by water action on tin tools.
gênese exótica. Terræ Didatica, Such examples, related with others in this paper, show mineral genesis in which time
2(1):75-85. <http:// and environmental conditions are quite different of those usually found.
www.ige.unicamp.br/
terraedidatica/> KEYWORDS Mineralogy, rare minerals, mineralogenesis

TERRÆ DIDATICA 2(1):75-85, 2006


P.M. Branco, M.L.S.C. Chaves TERRÆ DIDATICA 2(1):75-85, 2006

Introdução aparecendo somente em um local de ocorrência,


tem feito com que a própria utilidade da Minera-
A Mineralogia, como parte das geociências que logia tenha já sido questionada. Certamente a maior
trata dos minerais, abrange um universo de mais parte de tais espécies foi descrita ao longo dos últi-
que 4.000 espécies distintas, número este que vem mos 40 anos, com as facilidades que resultaram do
crescendo a cada ano em 40-50 novas espécies. uso rotineiro e acadêmico da microssonda eletrô-
Nesse vasto contexto, somente cerca de 10% dessas nica. Não obstante a existência do questionamento
espécies ocorrem de modo mais abundante na citado, essas descobertas podem ter desdobramen-
crosta terrestre, de tal forma que a grande maioria tos úteis tendo em vista outras aplicações na evo-
delas é constituída de raridades ou mesmo espéci- lução do conhecimento científico.
es de origem extremamente incomum. Na forma- Das 40 a 50 novas espécies minerais descritas a
ção de alguns desses minerais interferem variáveis cada ano, a grande maioria ocorre somente em
tão particulares que determinam processos bastante grãos muito finos, a maior parte das vezes em es-
diferentes dos modelos genéticos usualmente cala submilimétrica, bem como em quantidades
encontrados na natureza, o que certas vezes pode ínfimas. Além disso, tais espécies normalmente não
tornar questionável a inclusão do produto final possuem qualquer importância nos processos
como uma espécie mineral válida. Tais variáveis petrogenéticos. Pring (1994), discutiu a questão,
podem ir desde a simples presença de matéria realçando que a descrição de um novo mineral
orgânica em determinado ambiente, até um acon- necessita de uma razoável síntese de dados que
tecimento fortuito e imprevisível como o naufrá- abrange uma listagem ampla de métodos experi-
gio de uma embarcação carregada com objetos con- mentais, modernos e/ou clássicos. Contudo, ape-
feccionados em estanho. sar de tal trabalho requerer um considerável esfor-
Constitui objetivo deste trabalho o relato de di- ço intelectual e científico, uma certa parcela da clas-
versos desses casos que mostram como a combina- se geocientífica parece considerar tal esforço de
ção de processos inorgânicos com a ação antrópica pouca utilidade prática. Segundo Pring (1994) uma
ou com a presença de matéria orgânica animal/ve- das razões para tal descrédito, é o fato de ser muito
getal, pode resultar na formação de espécies mine- difícil desenvolver um programa de pesquisa de
rais incomuns. Outro caso absolutamente exótico, longo prazo, onde o objetivo central é a descrição
cuja origem permanece como um enigma para a de um ou mais minerais. Desta forma, levando-se
ciência, é o modo de formação da variedade car- ainda em conta de que a descrição de um novo
bonado do diamante, na realidade um agregado de mineral em geral se associa a um certo fator de ca-
microdiamantes. Entretanto, deve-se salientar que sualidade, não constitui prioridade básica para uma
por mais insólitas sejam as circunstâncias envolvi- agência de fomento científico fornecer apoio a pro-
das nos processos da gênese dos minerais aqui abor- jetos semelhantes.
dados, todos os produtos finais obtidos a partir de Ao mesmo tempo, os estudiosos da Mineralo-
tais processos são considerados como espécies vá- gia, podem também ser em parte considerados res-
lidas pela International Mineralogical Association ponsáveis pela pouca estima a que a disciplina foi
(IMA). Deve-se salientar que os limites da defini- relegada. Em geral, existe a tendência de conside-
ção de um mineral encontram-se atualmente esta- rar os minerais somente em termos químico-
belecidos em Nickel e Grice (1998). mineralógicos, e não mostrá-los como um produ-
to resultante de processos de formação de mate-
Minerais raros – os “minerais comuns” riais inorgânicos. Afinal, minerais são componen-
tes inorgânicos de ocorrência natural, e alguns des-
Conforme pode ser observado nos modernos ses minerais podem ser ainda novos compostos
compêndios mineralógicos (eg., Nickel e Nichols inorgânicos. Tais compostos possivelmente inclu-
1991, Mandarino e Back 2004), a imensa maioria em propriedades físicas características – eletrôni-
das espécies minerais comuns ao meio geocientí- cas, ópticas ou magnéticas – passíveis de aplicações
fico encontra-se envolvida em meio a tantas outras tecnológicas. Em conseqüência, entre os novos
espécies de nomes invulgares e modos de forma- minerais descritos a cada ano certos deles devem
ção parcial ou inteiramente desconhecidos. O gran- também possuir propriedades de interesse
de número desses minerais raros, muitos deles tecnológico (Pring 1994).

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Exemplos bastante recentes, que ilustram o en- formam pela alteração de outros materiais (orgâ-
foque anteriormente citado, são os das descobertas nicos ou inorgânicos), até os que podem se crista-
da coutinhoíta e da lindbergita por pesquisadores lizar sob condições extracrosta terrestre ou mesmo
da Universidade de São Paulo (Atencio et al. 2004a, extraterrestre.
2004b) e de suas possíveis aplicações (Atencio
2004). Ambos os minerais foram descritos a partir Fairchildita e bütschliíta – K2Ca(CO3)2
de amostras provenientes de lavras em pegmatitos – hexagonal e trigonal
de Galiléia, a leste de Governador Valadares (Mi-
Em certos locais do sudoeste norte-americano
nas Gerais). A coutinhoíta, um silicato hidratado
(Kaniksu National Forest, Bonner, Idaho e Grand
de Th-uranila, tem importância não só como mine-
Canyon National Park, Coconino, Arizona), des-
ral de urânio, como também para aplicações am-
de a década de 1920 se tem observado que muitas
bientais em jazidas que explorem esse elemento
árvores queimadas, principalmente abetos e cicutas,
químico. Os silicatos de uranila (eg., uranofânio,
contêm presas em seus troncos algumas “pedras”
haiweeíta, weeksita etc.) são normalmente abun-
de tamanhos e quantidades variáveis, apresentan-
dantes em depósitos de lixo nuclear, devido à alte-
do uma cor branca e estrutura fibrosa (Milton e
ração de combustível nuclear e vidro de composi-
Axelrod 1947). No entanto, enquanto diversas des-
ção borossilicática, em presença de sílica que é de-
sas árvores continham somente umas poucas de tais
rivada das rochas hospedeiras desses depósitos.
“pedras”, outras mostravam dezenas de quilos do
Deste modo, o conhecimento da estrutura cristali-
material. E ainda, se em algumas elas mediam pou-
na dos silicatos de uranila pode ser a chave para
cos centímetros, em outras tinham quase 50 cm de
entender-se o desempenho, a longo prazo, de um
diâmetro. Constatou-se também que as árvores
repositório para lixo nuclear (Jackson e Burns 2001,
queimadas depois de já estarem caídas e nos tron-
in Atencio 2004).
cos onde o fogo só atingia zonas acima de uma certa
A lindbergita é um oxalato de manganês diidra-
porção apodrecida, não mostravam aquele materi-
tado (Atencio et al. 2004b). O estudo de oxalatos
al estranho. Tais fatos indicam ser necessário que a
pouco solúveis está relacionado ao seu uso como
árvore estivesse viva, à época em que ocorreu a
precursores na síntese de materiais cerâmicos super-
queima, para a formação de tal material.
condutores a altas temperaturas, bem como à pre-
Diversas hipóteses foram logo apresentadas
paração de nanomateriais e inúmeros outros novos
para explicar a origem daquelas substâncias, tais co-
materiais, devido aos processos de precipitação pro-
mo doença das árvores, excessiva evaporação de sei-
piciarem o controle das propriedades físicas e quí-
va, fusão de cinzas por ação de raios e fusão de cal-
micas dos produtos finais (Atencio 2004). Além dis-
cário. Uma outra hipótese, apresentada com grande
so, os sistemas oxálicos são também tradicional-
repercussão na imprensa da época, dizia que tais
mente usados para a separação e concentração de
“pedras” poderiam ser meteoritos e que a queda
certos elementos, especialmente terras raras e tran-
dos mesmos teria provocado a combustão da ma-
surânicos (Donkova et al. 2004, in Atencio 2004).
deira. Analisando-se a questão, raios ou meteoritos
dificilmente explicariam a freqüência com que tais
Minerais de gênese exótica “pedras” eram encontradas. De outro modo, doen-
ças ou excessiva evaporação de seiva não explicariam
Nesta síntese, serão relatados os modos de for- facilmente sua presença em algumas árvores e to-
mação de diversos minerais, nem todos de desco- tal ausência em outras da mesma espécie e região.
berta recente, os quais envolvem processos inusi- Por último, a fusão de calcário não poderia expli-
tados e pouco conhecidos até mesmo no meio aca- car, por exemplo, a presença de exemplares de gran-
dêmico das geociências. As fórmulas químicas, jun- de tamanho nas partes mais altas de uma árvore.
tamente com os sistemas cristalinos fornecidos, es- Milton e Axelrod (1947) ao estudarem o mate-
tão de acordo com a relação oficial da International rial, verificaram tratar-se de dois carbonatos de po-
Mineralogical Association (Mandarino e Back tássio e cálcio, de mesma composição mas com es-
2004). Os minerais serão apresentados em ordem truturas cristalinas distintas – hexagonal e trigonal
não rigorosa, procurando descrever de início os que – até então desconhecidos na natureza. Além des-
se desenvolvem com ligação direta ou indireta a ses dois carbonatos, calcita também foi identificada
seres vivos, passando aos sazonais e pelos que se como constituinte essencial do material analisado.

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Tais autores verificaram ainda que o material con- conforme se verificou pelo estudo das árvores atu-
tinha inclusões de carvão vegetal ou áreas ais da região. Posteriormente, os troncos afloraram
carbonáceas escuras, bem como estruturas fluidais pela remoção do colúvio devido à ação das águas
e cavidades arredondadas, possivelmente formadas superficiais. Segundo Guild (1920, in Strunz e
pela ação de gases. A partir desses indícios, conclu- Contag 1965), o modo de ocorrência e a associa-
íram que as substâncias se formavam por combus- ção com resina vegetal parecem mostrar de modo
tão das árvores e posterior cristalização das cinzas. claro que o mineral deriva de algum processo de
Eles determinaram também que inicialmente se oxidação ou hidratação, possivelmente a partir de
cristalizou o carbonato hexagonal, que chamaram resinas naturais das próprias árvores.
de fairchildita, o qual, por ação da umidade do ar,
transformou-se na forma trigonal, designada de Whewellita – Ca(C2O4).H2O – monoclínico
bütschliíta. Por lixiviação posterior desses mine-
rais, formou-se ainda a calcita. Weddellita – Ca(C2O4).2H2O – tetragonal
Os cálculos são concreções inorgânicas (prin-
Flagstaffita – C10H22O3 – ortorrômbico cipalmente sais de cálcio, fósforo e amônio) ou mais
A flagstaffita é uma terpina hidratada que forma raramente orgânicas (como ácido úrico, aminoáci-
pequenos cristais incolores de peso específico 1,09, dos e sulfas), originadas principalmente no apare-
fortemente piroelétricos (Strunz e Contag 1965). lho urinário de certos animais. O mecanismo de
Os cristais, descritos a primeira vez em 1920, no formação dos mesmos na maioria das vezes é difí-
Arizona (EUA), medem 1,0 x 1,5 mm, têm dureza cil de ser estabelecido, pois embora certas doenças
muito baixa e ponto de fusão entre 99 e 100,5ºC. possam explicar sua presença, nem sempre ela é
Reagindo com ácido sulfúrico, o mineral dá uma devida a fenômenos patológicos. Gibson (1974),
forte solução de cor laranja-amarela, sendo ainda analisando 15.000 amostras desse material, mostrou
muito solúvel em álcool e benzeno quentes, me- que os minerais mais comuns nessas concreções
nos solúvel em éter e insolúvel em água. Seu pro- são oxalatos de cálcio (whewellita e weddellita), fos-
cesso de formação tem algumas semelhanças com fatos de cálcio (apatita, brushita e whitlockita) e
aqueles da fairchildita e da bütschliíta. Como es- fosfatos de magnésio (struvita e newberyíta). No
ses dois minerais, a flagstaffita ocorre em fendas mesmo estudo, foram ainda identificados arago-
radiais de troncos de uma espécie de pinheiro ame- nita, calcita, gipsita, halita, hannayíta, hexaidrita,
ricano, onde forma drusas tomando, às vezes, as- monetita e vaterita, de ocorrências esporádicas.
pecto de delgados veios maciços. Desses minerais, merecem especial atenção a
A diferença principal no seu processo de forma- whewellita e a weddellita porque, embora sejam
ção está no fato de que os troncos onde a flagstaffita comuns nos cálculos, onde ocorrem associados, são
se formou estiveram soterrados por material muito raros em ambientes geológicos.
coluvionar após a queima das árvores. Esse soter- A whewellita mostra hábito predominante-
ramento teve uma duração de pelo menos 500 anos, mente botrioidal ou globular, com estrutura radial,

a b

Figura 1 – Fotos ilustrativas de minerais que ocorrem em cálculos renais, (a) whewellita (República Tcheca) e (b)
weddelita (EUA). Fotos de Weissman e Nikischer (1999)

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em geral de cores marrom e verde-oliva, podendo


ser amarelada até preta, dependendo do teor de ma- a
téria orgânica (Fig. 1a). Quando se deposita nas pa-
pilas renais (pequenas protrusões dentro dos rins),
quase sempre tem um núcleo relativamente pe-
queno constituído pelos fosfatos de cálcio apatita,
brushita ou whitlockita. A weddellita ocorre de mo-
do típico na forma de cristais bipiramidados tetra-
gonais ou agregados de cristais simples, transpa-
rentes e sem clivagem (Sterling 1965). Tem dure-
za em torno de 4, peso específico 1,94 e fratura con-
choidal (Fig. 1b). As cores variam de amarelo a
branco ou incolor, refletindo também, como no
caso da whewellita, diferentes porcentagens de
matéria orgânica. b

Glushinskita – Mg(C2O4).2H2O – monoclínico


A glushinskita forma cristais muito pequenos
(2-5 mm), piramidais distorcidos, freqüentemente
com faces curvas e estriadas (Fig. 2a). Seu modo
de ocorrência é bastante original, pois é encontra-
do na interface rocha-líquen de um serpentinito
do nordeste da Escócia, sobre o qual o líquen se
desenvolveu (Wilson et al. 1980). Os líquens são
organismos resultantes da associação simbiótica c
entre cogumelos filamentosos e algas clorofíceas
(mais raramente cianofíceas) unicelulares, forman-
do um único talo. É uma associação bastante ínti-
ma que permite a ambos os indivíduos viverem em
locais onde nenhum dos dois teria condições de
sobrevivência se isolados. O conjunto de filamentos
entrelaçados designa-se de hifa. A glushinskita
ocorre exatamente na hifa do líquen Lecanora atra,
onde aparece formando uma camada branco-cre-
mosa. Sua formação resulta da reação do ácido
oxálico excretado pelo líquen com minerais mag-
nesianos do serpentinito. Processo semelhante foi Figura 2 – Fotos ilustrativas de minerais que ocorrem
descrito também sobre basaltos, onde o ácido oxá- associados a liquens, (a) glushinskita (EUA), ou
lico do líquen Pertusaria corallina decompõe a labra- a excrementos de animais, (b) struvita
(Austrália) e (c) sasaíta (Áustria). Fotos de
dorita, resultando em oxalato de cálcio cristalino
Weissman e Nikischer (1999)
(Wilson e Jones 1984).

muito ácida, reagindo com minerais argilosos do


Struvita – (NH4)Mg(PO4).6H2O – ortorrômbico solo da caverna, originando alguns fosfatos comuns
Sasaíta – (Al,Fe)6(PO4,SO4)5(OH)3.35H2O – ortorrômbico como apatita e variscita, além de outros mais raros
como leucofosfita, strengita, fosfossiderita e struvi-
A oxidação de material orgânico proveniente de ta. Por outro lado, minerais como sasaíta, montgo-
excrementos de morcegos no interior de cavernas meryíta, hannayíta, crandallita, brushita, gipsita e
leva à formação de vários íons, como o (PO4)3-. A óxidos de manganês, embora também possam ser
água que lixivia a matéria orgânica geralmente é encontrados em cavernas, originando-se do guano

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dos morcegos, não aparecem no solo mas no pró- Hidrocloroborita – Ca2B4O4(OH)7Cl.7H2O – monoclínico
prio guano ou sobre espeleotemas.
A struvita, um fosfato hidratado de amônio e Sinjarita – CaCl2.2H2O – tetragonal
magnésio (Whitaker e Jeffery 1970), é incolor ou Antarcticita – CaCl2.6H2O – trigonal
amarela, de brilho vítreo e constituição frágil, com
dureza próxima de 2 e peso específico 1,74 (Fig. Acetamida – CH3CO.NH2 – trigonal
2b). É transparente a translúcida, piroelétrica e
A hidrocloroborita, um cloro-borato de cálcio,
piezoelétrica. Ocorre não apenas no guano, mas
foi descoberta em 1965 em algum local não espe-
também em cálculos renais. Foi descoberta debai-
cificado da China e descrita em periódico local
xo de uma velha igreja construída sobre uma
(Ch’ien e Chen 1965, in Hurlbut Jr. et al. 1977).
turfeira, em Hamburgo (Alemanha). Depois, foi
Ela se apresenta em cristais euédricos incolores de
encontrada em um depósito de esterco bovino e
até 13 mm, com clivagem basal perfeita, dureza 2,5
em dentes de mamute no Yukon (Canadá). A
e peso específico 1,9 (Fig. 3a). Em 1966, foi repor-
struvita se forma em locais onde soluções de
magnésia agiram sobre um fosfato na presença de tada uma segunda ocorrência na localidade de Salar
amônia, processo que pode ter lugar, por exemplo, Carcote, em Antofagasta (Chile), onde os cristais
em depósitos de guano que permaneceram longo apareciam em uma camada contínua e irregular
tempo sem sofrer perturbações. com cerca de 15 cm de espessura. Entretanto,
A sasaíta, um dos minerais que se formam em Hurlbult Jr. et al. (1977) ao procurarem depois o
cavernas, foi descoberta a partir do guano de mor- mineral naquela localidade, não o acharam. Esses
cegos (Fig. 2c). No fim da década de 1970, mem- autores verificaram que o nível freático estava ape-
bros da South African Speleological Association nas 15 cm abaixo da camada que continha o mine-
(SASA), examinando o interior de uma caverna em ral, cota superior à da época em que o mesmo ha-
dolomito, em West Driefontein, no Transvaal (Re- via sido descrito de início. Esse fato demonstrou
pública Sul-Africana), observaram a existência de que a hidrocloroborita é um mineral sazonal, que
nódulos brancos de até 2 cm no solo, com consis- se dissolve nas estações úmidas, voltando a crista-
tência de giz, formados de uma substância que lizar em estações secas.
podia ser encontrada também como eflorescências Vários outros minerais se formam sazonalmen-
e em gretas de ressecamento. Posterior exame te. Um deles é a sinjarita, um cloreto hidratado de
mineralógico e químico do material mostrou que cálcio granular, que aparece como cristais prismá-
se tratava de uma espécie mineral nova, denomi- ticos alongados, rosa-claros, de brilho vítreo a re-
nada sasaíta em homenagem àquela associação sinoso, e com dureza muito baixa (1,5). Esse mi-
(Martini 1978). O mineral é um fosfato-sulfato neral foi descrito por Aljubouri e Aldabbagh (1980),
básico hidratado de alumínio e ferro, que cristaliza no leito seco de um rio intermitente de Sinjar
em placas de 0,01-0,02 mm, com peso específico (Iraque), onde precipitou em sedimentos recentes
1,75. Se colocado em atmosfera saturada em água, por evaporação lenta de água subterrânea saturada
se reidrata totalmente em duas semanas. em Ca2+ e Cl-. Como tal substância é altamente

a b

Figura 3 – Fotos ilustrativas de minerais de ocorrência sazonal, (a) hidrocloroborita (Antofagasta, Chile), ou formados
pela corrosão de outros materiais, como a (b) paratacamita (Austrália). Fotos de Weissman e Nikischer (1999)

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higroscópica, ela pode exibir diferentes graus de Mackinawita – FeS – tetragonal


hidratação. A antarcticita (descoberta na Terra de
Vitória, continente antártico) constitui uma forma Paratacamita – Cu2Cl(OH)3 – trigonal
mais hidratada, que funde a 30ºC e, por isso, é A mackinawita é um sulfeto de ferro, sempre
destruída nas estações secas, caso a temperatura com alguma quantidade variável de níquel, ainda
atingir aquele valor (Torii e Ossaka 1965). Formas pouco estudado. Certos autores, inclusive, inclu-
menos hidratadas que a antarcticita e mais hidra- em o níquel na composição química do mineral –
tadas que a sinjarita são conhecidas sinteticamen- (Fe,Ni)9S8 (Nickel e Nichols 1991), o que não é
te, mas ainda não foram encontradas na natureza. referendado pela International Mineralogical
Outro interessante mineral sazonal é a aceta- Association (IMA). Esse material já havia sido des-
mida, uma amida cristalina derivada do ácido crito junto com ligas metálicas em meteoritos, mas
acético (Shebrodol’skii 1975, Fleischer et al. 1976).
foi encontrado também fora desse ambiente na
Esse mineral forma cristais de até 5 mm, incolores
mina de Snohomish, em Mackinaw (daí seu no-
ou cinza (devido à matéria orgânica), com dureza
me), Washington (EUA), onde se formou pela cor-
1,0-1,5, peso específico 1,2 e fratura conchoidal.
rosão bacteriana de chaminés e canos de ferro
Foi descoberto em rejeitos de uma mina de carvão
(Evans et al. 1962). Analisando o trabalho dos au-
da antiga URSS, onde se formou durante estações
tores que “descobriram” o mineral, Fleischer
secas em áreas enriquecidas em amônia e isoladas
(1963) julgou serem os dados apresentados como
do contato com oxigênio e luz solar. Se exposto ao
insuficientes para caracterizá-lo como uma espé-
sol, o mineral volatiliza-se em algumas horas.
cie nova. Todavia, o mineral foi aprovado pela IMA.
A paratacamita é um hidroxicloreto de cobre
Calclacita – Ca(CH3COO)Cl.5H2O – monoclínico (Fig. 3b), constituindo uma série isomórfica com
Embreyíta – Pb5(CrO4)2(PO4)2.H2O – monoclínico a atacamita (ortorrômbica) e a botallackita (mo-
noclínica). O mineral, originalmente descrito em
A calclacita, um cloreto-acetato de cálcio, costu- 1906 em amostras provenientes das minas Hermi-
ma surgir como eflorescências sobre rochas calcá- nia e Generosa, em Sierra Gorda (Chile), foi re-
rias, fósseis e peças de cerâmica guardadas em mu- conhecido como uma espécie diferente da ata-
seus (Tassel 1958). O interesse na origem desse mi- camita por Frondel (1950, in Fleet 1975). Fleet
neral é que ele só se forma se os materiais carboná- (1975) definiu a estrutura cristalina do mineral. Ele
ticos ou a cerâmica estiverem acondicionados em tem cor verde, brilho vítreo, sendo translúcido a
caixas de madeira; caso estiverem guardadas em reci- quase opaca, com fratura conchoidal a irregular,
pientes de vidro, por exemplo, as eflorescências não dureza 3,0 e peso específico 3,7. Embora se forme
se desenvolvem, indicando que o ácido acético ne-
comumente pela alteração da nantokita (CuCl), da
cessário à sua formação é proveniente da madeira.
eriocalcita (CuCl2.2H2O) e da tenorita (CuO),
Alguns outros minerais se formam também a
pode-se formar também por um outro processo,
partir de peças de museus. Pirita e marcassita en-
muito semelhante ao que origina a mackinawita.
contradas como concreções ou preenchendo fis-
Assim, a corrosão do cobre, bronze ou latão,
suras em camadas de carvão de Santa Catarina,
usados na fabricação de objetos antigos que esti-
podem sofrer oxidação quando trazidas para a su-
veram submetidos à ação de ar salino, leva ao sur-
perfície, formando sulfatos em poucos meses. Um
gimento de uma pátina ou crosta pulverulenta so-
testemunho de sondagem de siltito com pequena
bre aqueles objetos, de cor verde, constituída de
lâmina de pirita da coleção de um dos autores
paratacamita.
(PMB), oito meses após a conclusão do furo onde
foi obtido mostrava um “tufo” extremamente de-
licado com cerca de 2 cm de altura, constituído de Romarchita – SnO – tetragonal
um sulfato do grupo da halotriquita. Hidrorromarchita – Sn3O2(OH)2 – tetragonal
Outro exemplo afim é a embreyíta (Williams
1972), um mineral alaranjado, fosco e quebradiço, Dois minerais de origens absolutamente in-
apresentando dureza baixa (3,5). Esse fosfato- sólitas são os óxidos de estanho romarchita (pro-
cromato hidratado de chumbo, foi descrito origi- nuncia-se romarquita) e a hidrorromarchita
nalmente sobre antigas amostras do museu de (Organ e Mandarino 1971). Entre 1801 e 1821,
Berezov, na região da Sibéria (Rússia). uma canoa que levava utensílios constituídos de

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estanho afundou no rio Winnipeg, em Ontário, Lonsdaleíta e chaoíta – C – hexagonais


Canadá. Aqueles objetos ficaram submersos desde
aquela data até o início da década de 1970, quando O diamante, embora reconhecido há mais de
foram recuperados a uma profundidade de 4,5 m. 2.000 anos na Índia, teve sua constituição química
Ao serem retirados da água, verificou-se que con- identificada como carbono puro somente no sé-
tinham em sua superfície uma crosta fina de cris- culo XVIII pelo célebre cientista francês Lavoisier,
tais brancos, aos quais se associavam outros cris- ao calcinar uma amostra do mineral e verificar que
tais, de cor preta. O estudo do material mostrou o gás resultante do processo era o CO2. Diamantes
tratar-se de dois novos minerais, designados de cristalizam no sistema cúbico e o outro polimorfo
romarchita (o preto) e hidrorromarchita (o bran- comum do mesmo elemento, a grafita (sistema
co). As circunstâncias estranhas que deram origem hexagonal), foi também identificada há muitos sé-
à formação dessas espécies geraram controvérsias culos. Entretanto, existem dois outros polimorfos
no âmbito da IMA, onde alguns membros da co- constituídos de carbono na forma hexagonal –
missão que aprova novos minerais julgaram não lonsdaleíta e chaoíta – de descrições relativamente
serem espécies válidas. Entretanto, submetido o mais recentes, que possuem modos peculiares de
assunto a votação, elas foram aprovadas pela asso- formação, uma vez que resultam de fenômenos
ciação, por dez votos contra quatro. com influências extraterrestres. Não obstante, ainda
existem controvérsias interessantes a respeito des-
ses minerais, conforme será discutido a seguir.
Armalcolita – (Mg,Fe)Ti2O5 – ortorrômbico Hanneman et al. (1967) descreveram “diaman-
tes hexagonais” no meteorito férrico Canyon Dia-
Tranqüilidita – Fe8(Zr,Y)2Ti3Si3O24 – hexagonal blo, encontrado na cratera Meteor, em Coconino,
Piroxferroíta – (Ca,Fe)(Fe,Mn)6(Si7O21) – triclínico Arizona (EUA)1 . Frondel e Marvel (1967) descre-
veram esse material com o nome de lonsdaleíta,
Três minerais são de especial interesse não só que foi logo aprovado pela IMA (Fleischer 1967).
científico como também para a história da mi- As circunstâncias então verificadas indicavam que
neralogia: armalcolita, tranqüilidita e piroxferroíta o mineral poderia ter se formado por conversão de
(Embrey e Fuller 1980). Os três, apesar de per- fase a partir de diamante, durante o choque do bó-
tencerem a classes ou grupos distintos, têm em co- lido extraterrestre com a superfície do planeta. Qua-
mum a mesma procedência, pois constituem es- se na mesma época, El Goresy e Donnay (1968)
pécies encontradas originalmente na Lua, de onde identificaram um material semelhante, aparecen-
foram trazidas pelas missões espaciais norte- do como lamelas na grafita na cratera Ries, em
americanas Apolo XI e Apolo XII, no final da dé- Möttingen, região da Bavária (Alemanha). Nesse
cada de 1960. local, o impacto do meteorito teria ocorrido con-
A armalcolita é um mineral semelhante à pseu- tra grafitagnaisses, e assim, naturalmente foi supos-
dobrookita, mas com ferro divalente. É cinza, opaco to que o mineral se formaria pela transformação
e forma grãos geralmente de contorno retangular, da grafita presente naquelas rochas crustais.
com 0,1-0,3 mm na maior dimensão. Encontra-se Paralelamente, El Goresy (1969) designou esse
comumente intercrescido com ilmenita, possuindo último material como chaoíta (Fig. 4b), nome apro-
peso específico 4,94. A tranqüilidita ocorre em ro- vado pela IMA, embora com restrições (Fleischer
chas basálticas, onde forma cristais micrométricos 1969). Observando-se a simetria cristalina de am-
quase opacos, de peso específico 4,7 associados com bos os minerais e seus modos de formação, des-
feldspato alcalino, cristobalita, piroxferroíta e troi- confia-se de imediato que eles possam constituir
lita, desenvolvendo-se nos últimos estágios de cris- uma única espécie. Lonsdaleíta e chaoíta foram
talização do magma. A piroxferroíta, um piroxe- descritas originalmente em revistas “concorrentes”:
nóide amarelo (Fig. 4a), forma uma série isomórfica
com a piroxmanguita, constituindo pequenos agre- 1 Interessante lembrar que um dos primeiros estudos minera-
gados em microgabros ou diabásios junto com lógicos sobre esse meteorito foi efetuado pelo “pai” da geologia
clinopiroxênio, plagioclásio e ilmenita. Posterior- brasileira, Orville A. Derby, que inclusive fez comparações
entre o mesmo com o meteorito “Bendengó”, encontrado na
mente, armalcolita e piroxferroíta foram também Bahia (Derby 1895), e hoje exposto no Museu Nacional do
encontrados na Terra. Rio de Janeiro.

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TERRÆ DIDATICA 2(1):75-85, 2006 P.M. Branco, M.L.S.C. Chaves

a primeira na Nature e a outra


na Science, as quais não iriam a b
abrir mão da prioridade de suas
descobertas. Fica assim a questão
– um ou dois minerais – que ne-
cessita ainda de estudos esclare-
cedores. A estrutura cristalina
hexagonal “compactada” dos
mesmos, na realidade uma fase
transitória entre diamante e gra-
c
fita, permite que eles (ou ele)
em princípio possam se formar
a partir de qualquer um desses
dois minerais. No entanto, na
listagem oficial da IMA (2006),
ambas as espécies encontram-
se regularmente aprovadas.

Diamante carbonado – C – cúbico


Embora na atualidade a
maioria dos processos termodi-
nâmicos que levam à formação
do diamante no manto terres-
tre esteja razoavelmente bem
esclarecida (eg., Bulanova 1995),
de modo contrário uma de suas Figura 4 – Fotos ilustrativas de minerais que podem se associar a
fenômenos ou processos extraterrestres, como a (a) piroxferroíta
variedades, o carbonado, tem
(Japão), (b) chaoíta (Cratera Ries, Alemanha) e (c) carbonado (Serra
ainda sua gênese alvo de inten- do Espinhaço, Minas Gerais, Brasil). Fotos (a) e (b) de Weissman e
sos debates e muitas controvér- Nikischer (1999), e foto (c) de Chaves e Brandão (2004)
sias. O carbonado é uma varie-
dade policristalina incomum
do diamante, de cor cinza-escura ou preta, de as- tismo kimberlítico ou lamproítico, e a posterior
pecto feio e irregular, apresentando alta porosidade agregação desses cristalitos na superfície terrestre,
(Fig. 4C). Um grande número de minerais dife- em meio radioativo; (4) stress hidrodinâmico gerado
rentes, muitos deles de origem crustal, bem como acusticamente por uma grande explosão na crosta.
ligas metálicas complexas, já foram identificadas Na região da Serra do Espinhaço, em Minas
como inclusões nos carbonados. Nesse material, Gerais e Bahia, onde tal variedade foi descrita pela
os cristalitos de diamante atingem as menores pro- primeira vez na literatura e que constitui a maior
porções naturalmente conhecidas (menores que 20 produtora do material a nível mundial, os citados
micra de diâmetro), sendo que essas dimensões ín- autores apontam a terceira hipótese, acima mencio-
fimas têm estimulado incessantes pesquisas a fim nada, como a mais plausível de ser suportada pelo
de produzir material sintético similar, que teria for- conhecimento geológico atualmente disponível pa-
te aplicação na indústria de materiais abrasivos. ra aquela região. Entretanto, os mesmos autores ad-
Em Chaves e Brandão (2004), encontra-se uma mitem que ainda se está longe de conhecer, de fato,
síntese dos diferentes modelos genéticos já propos- todas as condições que levaram ao desenvolvimen-
tos para explicar a formação dos carbonados: (1) to desse estranho material carbonoso, e assim as
impacto de bólidos extraterrestres sobre rochas car- influências extraterrestres não podem ser descar-
bonáceas; (2) influência direta de radioatividade tadas. Na verdade, para a Geologia o carbonado
crustal sobre rochas ricas em carbono; (3) em dois deveria ser considerado uma rocha (e não uma va-
estágios, com a formação dos cristalitos no manto, riedade mineral) constituída de diamantes – e as-
colocação dos mesmos na crosta durante magma- sim ser melhor designado como um “diamantito”.

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P.M. Branco, M.L.S.C. Chaves TERRÆ DIDATICA 2(1):75-85, 2006

Considerações finais El Goresy A., Donay G. 1968. A new allotropic form


of carbon from the Ries crater. Science, 161:363-
O estudo de novos minerais, mesmo sendo a 364.
maioria deles raríssimos na natureza, ou de gênese El Goresy A. 1969. Eine neue Kohlnestoff-
peculiarmente exótica, tem constituído um desa- Modifikation aus dem Nördlinger Ries.
fio para a nova geração de mineralogistas. Sem Naturwissenschaften, 56:493-494.
dúvidas, diversos centros de pesquisa internacio-
El Goresy A., Chao E.C.T. 1976. Identification and
nais dedicam-se a tal intento, por motivos tão vari-
significance of armalcolite in the Ries glass. Earth.
ados como o desenvolvimento tecnológico de no- Planet. Sci. Letters, 30:200-208.
vos materiais, a obtenção do diamante sob baixas
condições de temperatura/pressão, ou mesmo a Embrey P.G., Fuller J.P. 1980. A manual of new mineral
cura de certas doenças. Ressalta-se assim o fato de names 1892-1978. London: British Museum,
que a Mineralogia e seus conhecimentos gerados 467p.
devem permanecer constituindo, como sempre Evans H.T., Berner R.A., Milton C. 1962. Valleriite
foram, a verdadeira base fundamental das ciências and macknawite. In: 1962 Ann. Meet. Geol. Soc.
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Fleet M.E. 1975. The crystal structure of paratacamite,
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Agradecimentos
Fleischer M. 1963. New mineral names. Mackinawita.
O co-autor (MLSCC) agradece à FAPEMIG – Am. Mineral., 48:511.
Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais,
pelo apoio a diversos projetos de pesquisa na área Fleischer M. 1967. New mineral names. Lonsdaleíta.
Am. Mineral., 52:1579.
de Mineralogia básica e aplicada, desenvolvidos ao
longo dos últimos anos no IGC/UFMG (Proces- Fleischer M. 1969. New mineral names. Am. Mineral.,
sos EDT-2244/05, CRA-443/04 e CRA-582/02). 54:326.
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Encontros

Submetido em 26 de abril de 2006.


Aceito em 15 de dezembro de 2006.

ENCONTROS DO Relatos
Textos dos encontros que antecederam a criação do Fórum publicados
FÓ RUM NACIONAL DE na revista Terræ Didatica:
Sobreira F. 2005. Relato Final do I Seminário Nacional sobre Cursos de

CURSOS DE GEOLOGIA Graduação em Geologia. Salvador, maio de 2001. Terræ Didatica,


1(1):51-54. <http://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/>.
Carneiro C.D.R. 2005a. Relato Final do II Seminário Nacional sobre
Cursos de Graduação em Geologia. Campinas, abril de 2002. Terræ
Encontros Didatica, 1(1):55-63. <http://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/>.
O Fórum Nacional de Cursos de Relatos de encontros do Fórum publicados na revista Terrae Didatica:
Geologia foi criado em Campinas (SP),
em abril de 2002, durante a segunda Carneiro C.D.R. 2005. Relato Final do I Encontro do Fórum Nacional
reunião de coordenadores de cursos de de Cursos de Geologia. João Pessoa, setembro de 2002. Terræ
graduação em Geologia. A primeira Didatica, 1(1):70-73. <http://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/>
reunião dessa natureza ocorreu em Carneiro C.D.R., Assis J.F.P. 2005. Relato Final do II Encontro do
Salvador, em maio do ano de 2001. Fórum Nacional de Cursos de Geologia. Belém, maio de 2003. Terræ
A partir de então, o Fórum promoveu Didatica, 1(1):74-83. <http://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/>.
sucessivos encontros nos locais e Carneiro C.D.R., Nummer A.R., Assis J.F.P., Pinho F.E.C. 2005. Relato
anos / meses a seguir indicados: Final do III Encontro do Fórum Nacional de Cursos de Geologia.
1. 2002 / setembro – João Pessoa (PR) Diamantina, junho de 2004. Terræ Didatica, 1(1):84-96.
2. 2003 / maio/junho – Belém (PA) <http://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/>.
3. 2004 / junho – Diamantina (MG) Estão incluídos neste número de 2006 da revista Terrae Didatica os
4. 2004 / outubro – Araxá (MG) seguintes relatos de encontros do Fórum:
5. 2005 / junho – Cuiabá (MT) Carneiro C.D.R., Assis J.F.P. 2006. Relato Final do IV Encontro do Fórum
6. 2006 / junho – Rio de Janeiro (RJ) Nacional de Cursos de Geologia. Araxá, outubro de 2004. Terræ
s/n 2006 / setembro – Aracaju (SE) Didatica, 2(1):86-90. <http://www.ige.unicamp.br/ terraedidatica/>.
Estão marcadas as seguintes reuniões: Assis J.F.P., Lazzarotto A. 2006. Relato Final do V Encontro do Fórum
7. 2007 / maio – São Paulo (SP) Nacional de Cursos de Geologia. Cuiabá, junho de 2005. Terræ
2008 / novembro – Curitiba (PR) Didatica, 2(1):91-104. <http://www.ige.unicamp.br/ terraedidatica/>.

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