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Todos os anos, do dia 18 ao dia 25 de Janeiro, festa da Conversão de São Paulo, a Igreja
dedica oito dias a uma oração mais intensa para que todos aqueles que crêem em Jesus Cristo
cheguem a fazer parte da única Igreja fundada por Ele.
Leão XIII, em 1897, na Encíclica Satis cognitum, dispôs que fossem consagrados a esta
intenção os nove dias que vão da Ascensão ao Pentecostes. No ano de 1910, São Pio X
transferiu a celebração para os dias que decorrem entre a antiga festa da Cátedra de São
Pedro, que se celebrava no dia 18 de Janeiro, e a da Conversão de São Paulo.
O Concílio Vaticano II, no Decreto sobre o ecumenismo, insta os católicos a rezar por esta
intenção, “conscientes de que este santo propósito de reconciliar todos os cristãos na unidade
de uma só e única Igreja de Cristo excede as forças e capacidades humanas” (Decr.Unitatis
redintegratio, 24).
Por sua vez, a doutrina dos Padres da Igreja sempre levou a defender esta
unidade querida por Cristo; para eles, a separação do tronco comum era o pior
dos males17. Nos nossos dias, em face das pretensões de um falso
ecumenismo, que considera todas as confissões cristãs igualmente válidas e
rejeita a existência de uma Igreja visível herdeira dos Apóstolos, em que se
realiza, portanto, a vontade de Cristo, o Concílio Vaticano II declarou para
nosso ensinamento que “Cristo Senhor fundou uma só e única Igreja. Todavia,
são muitas as Comunhões cristãs que se apresentam aos homens como a
verdadeira herança de Jesus Cristo; todos se confessam discípulos do Senhor,
mas têm pareceres diversos e andam por caminhos diferentes, como se o
próprio Cristo estivesse dividido. Esta divisão, sem dúvida, contradiz
abertamente a vontade de Cristo, e constitui-se em escândalo para o mundo,
como também prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a todas
as criaturas”18.
O amor a Deus deve levar-nos a pedir, de modo especial nestes dias, por
esses nossos irmãos que ainda mantêm muitos vínculos com a Igreja.
Contribuiremos eficazmente para a edificação desta união na medida em que
nos esforçarmos por procurar a santidade pessoal nas coisas correntes de
todos os dias e aumentarmos o nosso espírito apostólico.
O fiel católico deve ter sempre um coração grande e deve saber servir
generosamente os seus irmãos os homens – os outros católicos e os que têm a
fé em Cristo sem pertencerem à Igreja ou que professam outras religiões ou
nenhuma. Deve mostrar-se aberto e sempre disposto a conviver com todos.
Temos que amar os homens para levá-los à plenitude de Cristo e assim torná-
los felizes. Senhor – pedimos com a liturgia da Missa –, infundi em nós o vosso
Espírito de caridade e [...] fazei com que todos os que cremos em Vós vivamos
unidos num mesmo amor23.
(1) Símbolo Niceno-Constantinopolitano, Denz. 86 (150); (2) Jo 17, 21; (3) cfr. Paulo
VI, Alocução, 19-I-1977; (4) Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 8; (5) cfr. Jo 19, 23; (6) cfr.
Santo Agostinho,Tratado sobre o Evangelho de São João, 118, 4; (7) Jo 10, 16; (8) Mt 12, 25;
(9) Mt 16, 19; (10) Mt 16, 18; (11) Jo 17, 11.20-21; (12) cfr. Conc. Vat. II, Decr. Unitatis
redintegratio, 1; (13) Act 15, 1-30; (14) Act 20, 28-35; (15) cfr. 1 Tim 4, 1-16; 6, 3-6; etc.; (16)
cfr. 1 Pe 2, 1-9; 2 Pe 1, 12-15; Jo 2, 1-25; Ti 4, 11-12; etc.; (17) Santo Agostinho, Contra os
parmenianos, 2, 2; (18) Conc. Vat. II, Decr.Unitatis redintegratio, 1; (19) idem, Const. Lumen
gentium, 15; (20) cfr. ib.; (21) Tertuliano, Apologético, 39; (22) João Paulo II, Alocução para a
união dos cristãos, 23-I-1981; (23) Oração depois da Comunhão, Missa pela unidade dos
cristãos, 3, ciclo B.