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HC 184.499
Paciente: Davangilson José da Silva
Coator: Superior Tribunal de Justiça
COLENDA TURMA
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DEFENSORIA PÚBLICA-GERAL DA UNIÃO
2. TEMPESTIVIDADE
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sem que haja, ao menos, previsão de data para prolação da sentença, está ferido de
morte o princípio da razoável duração do processo, previsto na Constituição Federal,
o que ocasiona notório constrangimento ilegal suportado pelo réu.
Calha, agora, refutar o entendimento esposado pelo STJ, ao negar
provimento ao recurso ordinário em habeas corpus, invocando, para tanto, o disposto
no enunciado da Súmula 52 da Corte: “Encerrada a instrução criminal, fica superada
a alegação de constrangimento por excesso de prazo.”
O anacronismo do enunciado mencionado acima dispensa grandes
comentários. Lamentavelmente, quando um entendimento jurisprudencial acaba
sendo consolidado em súmula, ele passa a ser repetido por longo tempo, sem que
haja reflexão sobre sua adequação ao presente. O caso em análise é um ótimo
exemplo do alegado. A ementa do julgado do Tribunal Superior estabeleceu que
superada a instrução, não há mais que se falar em excesso de prazo. Prevalecendo
tal entendimento, se um julgador ficar 1 (um) ano com os autos conclusos para proferir
uma sentença em processo com acusado preso, nada poderá ser feito pela defesa,
além de reclamações disciplinares contra o Magistrado que, como se sabe, demoram
muito até gerarem efeitos.
Atento à demora que muitas vezes atinge os processos judiciais
brasileiros, o Congresso Nacional promulgou a Emenda Constitucional nº 45, que,
entre outras coisas, tornou expresso na Carta Maior o direito fundamental à razoável
duração do processo. Certa demora no trâmite processual pode ser admissível, mas
o excesso, no caso em exame, é flagrante, principalmente em se tratando de feito
singelo em que há acusado preso.
Em especial no processo penal, o princípio da razoável duração do
processo deve ser fielmente respeitado, tendo em vista que um dos bens mais
importantes do homem é a liberdade. Mantendo-se, assim, o encarceramento
preventivo do paciente transforma-se a medida cautelar em verdadeira antecipação
de pena – pena inexistente, aliás, uma vez que sequer condenação provisória há.
Com efeito, o paciente está segregado cautelarmente há bastante
tempo, sem que haja justificativa plausível para tanto, daí a imprescindibilidade de
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4. DO PEDIDO
Nestes termos,
Pede deferimento.
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