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Cresce, na Suécia, o desejo por um Svexit
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Author : Bruno Veillard - Colaborador Voluntário Júnior

Categories : ANÁLISES DE CONJUNTURA, BLOCOS REGIONAIS, Cooperação Internacional,


EUROPA

Date : 17 17UTC fevereiro 17UTC 2017

No período posterior a Segunda Guerra Mundial, as nações do continente europeu


estavam destruídas economicamente e possuíam frágeis Governos. Diante deste fato,
dois projetos foram de fundamental importância para a reconstrução da Europa: o Plano
Marshall e a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). O primeiro abrangeu
financiamentos aos Estados europeus via Governo dos Estados Unidos (EUA), cujo
interesse político central visava afastar os governos locais de influências de ideais
socialistas, e dar a estes Estados alternativas de promoção de seus matrizes econômicos;
o segundo projeto representa a cooperação supranacional entre França e Alemanha no
âmbito do usufruto de carvão e aço, o qual originou a CECA, em 1952, cuja relevância
para a política econômica fez aderirem a instituição os Estados do Benelux e a Itália.

Em 1958, os Estados europeus criaram a Comunidade Econômica Europeia (CEE), a qual


ampliou as relações comerciais entre os signatários do Tratado de Roma, por meio da
formação de um mercado comum entre os países da CECA e do Reino Unido, Irlanda e
Dinamarca (1973), Grécia (1981), Portugal e Espanha (1986).

Em 1993, os países da CEE assinaram o Tratado de Maastricht que constituiu a União


Europeia (UE), o maior projeto de integração regional já feito no globo, cuja principal
inovação foi a implantação da cidadania europeia e a preparação para a união monetária,
que se tornou realidade em 2002 e, atualmente, é utilizada por 19 dos 28 Estados-
Membros.

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Em 1995, a Suécia ingressou na UE, juntamente com a Áustria e a Finlândia, mas sem
aderir ao Euro, e constitui uma das maiores vozes do Bloco na defesa dos valores
democráticos e dos direitos humanos, todavia, na atualidade, parte dos suecos encontra-
se insatisfeita com os rumos políticos da Organização Internacional na qual observam
entraves aos interesses sociais, sobretudo com o distanciamento entre o cidadão e as
instâncias decisórias, cujas ações transparecem aos eleitores como não legítimas.

Durante o verão de 2016, os suecos foram convidados a responderem via web a seguinte
indagação: Você acha que a Suécia deve realizar um Referendo sobre a adesão a UE? A
pesquisa feita pela empresa de consultoria Inizio entrevistou 1.102 pessoas maiores de 18
anos e o resultado revelou que 41% são favoráveis ao Referendo, 50% não são favoráveis
e 9% demonstraram incerteza. O quantitativo de descontentes com a permanência sueca
na UE vem crescendo vertiginosamente e, a nível de comparação com a pesquisa da
Inizio, observa-se um aumento de 8% em relação a junho de 2015, quando somente 33%
do eleitorado tinha como opinião o Svexit.

A pressão política começa a aquecer os debates em Estocolmo sobre um futuro Svexit* e


já mobiliza parlamentares do Miljöpartiet Gröna, o Partido Verde sueco (MP), e
especialmente dos Sverigedemokraterna, Democratas da Suécia (SD), cujo líder, Jimmie
Åkesson, entende que a estrutura da UE tornou-se uma espécie de monstro, visto que
cada setor dos governos locais possui um alto grau de intervenção a favor das operações
e diretivas do Bloco e, conforme a Associação Sueca de Autoridades Locais e Regionais
(SKL), muitas destas ações, de implementação dos ideais da UE, chegam a ultrapassar
50% das atividades. Desta forma, o parlamentar Åkesson afirmou: “Eu diria que a União
Europeia tomou uma posição completamente diferente do que vinha a desenvolver. A
partir de uma cooperação mais limitada, temos visto durante décadas como mais e mais
poder foi transferido para Suécia a partir de Bruxelas”, ou seja, a Suécia tem perdido
soberania com a redução de suas próprias decisões.

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A composição desta análise centra na observação das principais razões que levaram a
sociedade sueca a rejeitar cada vez mais o projeto europeu e afirmar um Svexit, e
compreende-se a questão por meio de dois fatores conjunturais: a crise de refugiados e o
despertar do nacionalismo. No tocante a crise entende-se que o âmago da tensão está
relacionado ao recebimento do alto contingente de pessoas no território sueco, mediante a
política de cotas da UE, ou mesmo do ingresso dos milhares de refugiados que buscavam
a Suécia como destino final de jornada. Estas ações resultaram de um acolhimento sueco
aos refugiados, o que é positivo, porém, o acréscimo de circulação de pessoas poderia ter
atiçado sensações de desconforto e de insegurança por parte dos nacionais, visto que a
obrigação legal com os Tratados de Direitos Humanos no âmbito do Bloco europeu os
impedia de não permitir a entrada dos refugiados, além, é claro, das inúmeras situações
de choques culturais, sobretudo religiosos, que as populações sofreram e cujo conteúdo
pode ter ampliado ainda mais o desejo de saída da UE.

O fator do nacionalismo é basicamente um desdobramento da situação atípica que a


Suécia experimentou durante os grandes fluxos de refugiados pedindo asilo, e pode ser
mensurado a partir do descontentamento social presente nos momentos de ápice da crise,
quando centenas de pessoas permaneciam nas ruas; todavia, a grande relevância do
crescer do nacionalismo pode ser melhor compreendida por meio da já existente realidade
cotidiana dos suecos em referência aos choques políticos entre o ser Europa e o ser
Suécia, ou seja, o nacionalismo nada mais é que o desejo pela afirmação da soberania
sueca sobre os rumos de seu próprio futuro.

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O Svexit possui influências externas que trazem ânimo a causa manifestas nos diversos
movimentos de caráter soberano na Europa os quais também tem interesses divergentes
com as políticas europeias a exemplo do Brexit**, que representou a atenção para com o
direito do cidadão de escolher seus próprios caminhos e, por extensão, de sua nação.
Diante de todos estes anseios populares, especialmente, o Svexit possui ligações com
várias facetas políticas, todavia o que se busca analisar é a relação de perda de cidadania
frente a estrutura global da EU, cujas ações começam a dar sinais de desgaste e de perda
de coesão interna.

É desta maneira que se compreende a rejeição do projeto europeu pelo líder do SD,
Jimmie Åkesson, pois a questão não é finalizar com o processo de cooperação e de
integração da Europa, visto que o mundo atual é globalizado e hipóteses isolacionistas
configurariam em fiascos para os interesses de quaisquer Estados-Nação, e, sim, manter
um espaço maior de decisão para o cidadão local. Entende-se que esta é a razão para a
exortação do líder do SD para a convocação de um novo Referendo sobre a UE para o
Primeiro-Ministro, Stefan Löfven, ou seja, a opção de dar ao cidadão sueco a decisão de
implementar ou não um Svexit.

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Notas e Fontes consultadas, para maiores esclarecimentos:

* Svexit: é um termo híbrido cujo significado é saída da Suécia (Sverige).

** Brexit: é um termo híbrido cujo significado é saída do Reino Unido.

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Imagem 1 “Bandeira da Suécia” (Fonte):

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/44/Sweden_flag_waving_icon.svg/1280px-
Sweden_flag_waving_icon.svg.png

Imagem 2 “Bandeira da União Europeia (UE)” (Fonte):

https://pt.wikipedia.org/wiki/Europa#/media/File:European_flag_in_Karlskrona_2011.jpg

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3 “Jimmie Åkesson – Líder dos Democratas da Suécia” (Fonte):
Imagemhttp://www.jornal.ceiri.com.br/pt

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jimmie_%C3%85kesson_inf%C3%B6r_slutdebatten.jpg

Imagem 4 “Vista aérea de Estocolmo” (Fonte):

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/4b/The_Outskirts_of_Stockholm.jpg/640px-
The_Outskirts_of_Stockholm.jpg

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