Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
ADRIANO FURINI
Aos parentes, que depositaram confiança e paciência, e à empresa em que trabalho por ter
garantido estabilidade suficiente na busca deste objetivo.
i
SUMÁRIO
1 Introdução....................................................................................................1
1.1 Objetivos......................................................................................................2
2 Vasos de Pressão .........................................................................................2
2.1 Projeto de Vasos de Pressão ........................................................................2
2.2 Avaliação da Integridade Estrutural ............................................................3
2.3 Diagrama FAD ............................................................................................4
3 Teste Hidrostático .......................................................................................5
3.1 Falhas de Vasos de Pressão durante a aplicação do TH..............................8
3.2 Entrada em Serviço e Degradações ...........................................................9
3.3 Caracterização da Propagação de Descontinuidades ..................................11
4 Materiais e Métodos.....................................................................................14
5 Conclusão......................................................................................................23
Referências........................ ................................................................................24
Apêndice
ii
RESUMO
Vasos de pressão são equipamentos que contêm fluídos pressurizados e são muito usados em
todos os tipos de indústrias. Por serem equipamentos de alta responsabilidade, o projeto, a
fabricação e a inspeção de equipamentos novos, são baseados na aplicação de códigos e
normas de construção consolidadas. Porém, para os equipamentos que se encontram em
operação, já não existem regras tão definidas, os equipamentos podem apresentar
descontinuidades em suas estruturas, originadas durante o processo de fabricação ou devido
ao uso do equipamento e são comumente detectadas em serviço, podendo seu reparo
significar grandes prejuízos econômicos devido à paralisação de operação. Para garantir sua
integridade física são realizados periodicamente testes hidrostáticos, para o cumprimento da
NR-13 [10] . Considera-se que após entrarem em serviço e serem submetidos a mecanismos
de danos, estes equipamentos se portarão diferentemente quando forem submetidos a novos
testes hidrostáticos. Procura-se discutir sobre os benefícios e desvantagens da aplicação de
testes hidrostáticos. São mostrados situações em que se torna possível haver a propagação de
descontinuidades durante um teste hidrostático periódico e busca-se conhecer as metodologias
que possam avaliar com segurança, a criticidade de defeitos na integridade estrutural dos
equipamentos.
iii
ABSTRACT
Pressure vessels are equipment that contains pressurized fluids and are very used in all the
types of industries. For being equipment of high responsibility, the project, the new
equipment manufacture and inspection are based on the application of codes and consolidated
norms of construction. However, for the equipment that if finds in operation, already so
definite rules do not exist; the equipment can present discontinuities in its structures,
originated during the which had process of manufacture or to the use of the equipment and
generally they are detected in service, having been able its repair to mean great economic
damages due to stop of the operation. To guarantee its physical integrity hydrostatic tests are
carried through periodically, for the fulfilment of the NR-13 [10]. It is considered that after to
enter in service and to be submitted the mechanisms of damages, these equipment will be
behaved differently when they will be submitted the new hydrostatic tests. It is looked to
argue on the benefits and disadvantages of the application of hydrostatic tests. Situations are
shown where if it becomes possible to have the propagation of discontinuities during a
periodic hydrostatic test and searchs to know the methodologies that can evaluate with
security, the criticality of defects in the structural integrity of the equipment.
iv
1 INTRODUÇÃO
2
mecânica do material, como o limite de escoamento, limite de resistência, tenacidade a fratura
ou a deformação por fluência.
Os primeiros códigos baseavam-se em modelos geométricos bastante simples, associ-
ados a elevados coeficientes de segurança e apenas aproximavam-se das condições reais nas
áreas do equipamento afastadas de mudanças geométricas, onde não há atuação de tensões
secundárias nem concentração de tensões. A espessura de parede era calculada para suportar a
máxima tensão atuante e exigia que o material possuisse ductilidade suficiente para acomodar
tensões mais elevadas geradas em descontinuidades ou regiões de alteração geométrica. Com
o avanço dos conceitos da mecânica da fratura e da teoria de análise de tensões, surge a
abordagem do projeto alternativo, em oposição ao projeto convencional e suas soluções
extremamente conservadoras, onde uma rigorosa e criteriosa análise de tensões faz-se
necessária para permitir a adoção de maiores tensões de projeto.
3
A norma API-579 “Recomendad Practice for Fitness for Service” é uma metodologia
que busca desenvolver uma avaliação de adequação-ao-uso do equipamento para determinar
se, mesmo apresentando descontinuidades, ele poderá operar com segurança
durante certo período de tempo, onde apresenta como avaliar a integridade de equipamentos
quando submetidos :
• À possibilidade de ocorrerem falhas frágeis;
• À perda uniforme e localizada de espessura;
• À desvio de forma;
• À trincas, fluência e fadiga.
Os métodos de avaliação usados na API-579 usam um ou mais dos métodos de
aceitação descritos:
• Tensão ou Valor de Tensão Admissível, baseado no cálculo de tensões resultantes de
diferentes condições de carregamento e comparando-se as tensões calculadas com um valor
admissível.
• Diagrama de aceitação da falha, FAD, que é usado para tratar componentes que tem defeito
tipo trinca, onde são usadas duas avaliações limites , a falha frágil (a partir da ponta da trinca)
ou colapso plástico (que considera o esgotamento da plasticidade da seção reduzida);
• RSF, remaining strenght factor ou fator de resistência remanescente, é a razão entre a
resistência a falha determinadas para o elemento com defeito e o elemento sem defeito.
O diagrama FAD é uma ferramenta que nos permite a avaliação de componentes com
defeitos a fim de se definir se estes defeitos são aceitáveis ou não. Este método consiste na
construção de um gráfico no qual são representados dois parâmetros. O primeiro é o KR, que
mede o risco da fratura através da mecânica da fratura linear elástica e tem sua forma como a
razão entre a intensidade de tensões na região de uma descontinuidade e a tenacidade do
material. O outro parâmetro é o LR, que mede o risco de ocorrer um colapso plástico e este é a
razão entre a tensão localizada na região da descontinuidade e a tensão de colapso do
material.
Na figura 1 é representado um diagrama FAD. A curva atualmente aplicada deste
diagrama utiliza valores de LR um pouco superiores a 1, onde considera o encruamento dos
materiais.
4
Fig. 1 – Diagrama FAD e regiões características.
3 TESTE HIDROSTÁTICO
5
Ocasiões de Aplicação de Testes Hidrostáticos
Em geral, THs são aplicados, por exigência do código de projeto, ao término da fabri-
cação do equipamento e após a realização de reparos ou alterações em que houver realização
de soldagem. Dependendo da legislação do país, também são aplicados periodicamente como
meio para aferição de integridade e atendimento de requisição legal.
No Brasil, a realização de THs periódicos em vasos de pressão é um requisito legal
obrigatório, descrito pela norma regulamentadora NR-13[10].
Esta prevista na NR-13 situações em que o TH periódico pode ser dispensado por ra-
zões técnicas, onde destaca-se, a influência prejudicial do teste sobre defeitos subcríticos.
Porém esta norma não estabelece um critério objetivo para caracterizar o defeito subcrítico,
gerando grande polêmica entre os profissionais da área de inspeção de equipamentos.Verifica-
se que, embora seja permitida a não realização do TH quando houver a possibilidade de
propagação subcrítica de defeitos, os profissionais não costumam fazer uso desta permissão,
exatamente por não saber o que considerar como defeito subcrítico, já que a maioria, se não
todas as estruturas e equipamentos, possuem defeitos, que caso não se comportem de forma
crítica, comportar-se-ão de maneira subcrítica. PEREIRA (2004) [11].
Salienta-se que os THs periódicos não possuem qualquer função estrutural, já que todas
as deformações e rearranjos de tensões ocorreram no TH de fábrica. Novas deformações
ocorreriam apenas caso o TH periódico fosse realizado em pressões superiores a do TH de
fábrica, não sendo isto uma prática recomendável. DONATO (2007) [6].
6
vaso esta pressão estará adicionada à altura de carga hidráulica. Recomenda-se usar no
mínimo dois manômetros aferidos para acompanhamento do teste, sendo um próximo ao
sistema de pressurização de maneira a facilitar o controle da velocidade de pressurização e o
outro no topo do vaso.
A velocidade de pressurização recomendada não deve ser superiores a 20% da pressão
de teste PTH até o primeiro patamar de 50% da PTH, e após, de 5 a 10% da PTH até o patamar
final. A execução do teste hidrostático poderá seguir a sequência mostrada no gráfico da
figura 2.
Fig. 2 – Curva típica para realização do teste hidrostático.
A temperatura de teste, por sua vez, deve ser selecionada de modo compatível com a
temperatura de projeto do equipamento com o objetivo de evitar a ocorrência de fratura frágil
durante a realização do teste. Para equipamentos com espessura de parede maior ou igual a
50,8 mm, o código ASME(2004) [3] exige que a temperatura do metal seja mantida a pelo
menos 17 ºC acima da temperatura mínima de projeto ou, no mínimo, 15 ºC, o que for maior.
Caso o equipamento tenha espessura de parede menor que 50,8 mm, a temperatura do metal
deve ser mantida a pelo menos 6 ºC acima da temperatura mínima de projeto ou, no mínimo,
15 ºC, o que for maior.
Estas medidas devem ser tomadas porque, em temperatura ambiente, aços carbono,
baixa liga e ferríticos podem estar susceptíveis a fratura frágil. Um recurso muito utilizado
para minimizar a probabilidade de fratura frágil é a realização do teste em temperaturas
7
superiores a temperatura ambiente, com aquecimento da água para aumentar a tenacidade. No
entanto, o API não recomenda que a temperatura de teste exceda 50 ºC, exceto se houver
informações sobre características de fragilidade do material do vaso, indicando que uma
temperatura de teste elevada é necessária. (API 510, 2006) [1].
O parágrafo UG-99 do ASME seção VIII estabelece que a pressão de teste hidrostático
padrão para equipamento novo deve ser conforme indicado:
PTH ≥ 1,5 x PMTA x (Sf/Sq) , para vasos fabricados antes de 1998 (3.1)
PTH ≥ 1,3 x PMTA x (Sf/Sq) , para vasos fabricados depois de 1998 (3.2)
Onde:
PMTA = Pressão Máxima de Trabalho Admissível
Sf = Tensão Admissível do Material na Temperatura de Teste
Sq = Tensão Admissível do Material na Temperatura de Operação
PTH = Pressão de Teste Hidrostático
Outra questão importante é que para a condição de teste hidrostático, a tensão máxima
atuando na parede de um vaso de pressão pode atingir 80% do limite de escoamento do
material na temperatura ambiente, nas partes pressurizadas. (DONATO 2007) [6]. Segundo
este autor é conveniente que a pressão do teste hidrostático de fábrica seja a mais elevada
possível, compatível com a segurança da parte mais fraca do equipamento, capaz de
identificar falhas no controle de qualidade. Em muitas ocasiões, acaba-se definindo condições
de testes periódicos iguais aquelas especificadas para o teste de fábrica, sendo que essa
definição pode ser inadequada, uma vez que desconsidera que o equipamento já foi submetido
a determinado tempo de operação, com provável desgaste de suas dimensões, que devem ser
considerada na nova condição de teste.
8
não revelando nenhuma informação em relação a integridade estrutural do objeto ensaiado,
portanto, é recomendável o uso adicional de uma ferramenta de avaliação de integridade.
A literatura indica que embora sejam raras, grande parte das falhas em vasos de pressão
registradas ocorreram durante a realização de testes hidrostáticos. As três principais causas de
falhas frágeis durante o TH são as seguintes:
• Controle de qualidade deficiente ou inexistente, que não identifica descontinuidades de
tamanho crítico, capazes de propagar de modo instável durante o TH;
• Presença de tensões que não estavam previstas, como tensões residuais de soldagem;
• Fluído de teste em temperatura inferior a recomendada, que causa redução da tenacidade a
fratura dos materiais usados na fabricação dos vasos.
A presença de um destes três fatores, ou a combinação deles, pode levar o vaso de
pressão a falhar durante o primeiro carregamento.
Houve tempos em que a grande preocupação dos engenheiros quando da realização de
THs de fábrica era a ocorrência de fratura frágil dos equipamentos devido aos métodos de
ENDs menos precisos na detecção de descontinuidades, das grandes espessuras e da pior
qualidade dos materiais utilizados, fatores que levam os materiais a trabalhar em baixos
patamares de tenacidade, elevando a probabilidade de fratura frágil. Com o avanço
tecnológico, os fatores descritos acima foram substancialmente melhorados. Freire (2007) [7]
afirma que a ocorrência de fratura frágil com materiais modernos tem probabilidade mais
restrita, devido a maior tenacidade que estes materiais apresentam. Podem ocorrer em
situações específicas sob baixas temperaturas, quando em partidas ou paradas de
equipamentos são aplicadas combinações de temperatura e pressão inadequadas ou quando
ocorre vazamento com resfriamento localizado.
Uma outra situação ocorre quando se optam por realizar THs nas paradas apenas como
meio de evitar falhas e vazamentos nas partidas, e selecionam pressões inferiores ao
recomendado, guiados pelo objetivo de minimizar esforços. Kiefner (2000) [8], alerta que,
quando excessivamente conservativo, o TH periódico pode ser um método de avaliação
ineficiente, deixando que permaneçam na estrutura defeitos que seriam detectados por ENDs
e que podem crescer subcriticamente, causando falhas durante serviço.
9
condições de serviço impõem aos equipamentos degradação de diversos tipos. Podemos
classificá-las em:
• Afinamentos: podem apresentar-se de forma generalizada ou localizada;
• Trincamentos: ocorrência de novas trincas, ou propagação de descontinuidades geradas na
fabricação e não reparadas;
• Alteração de propriedades mecânicas por envelhecimento ou reação com o meio corrosivo:
queda de tenacidade, limite de escoamento e limite de resistência.
Estas degradações são progressivas e irreversíveis, agravando-se com o tempo.
A aplicação das mesmas condições do teste hidrostático de fabricação para o teste
hidrostático periódico exigido pela NR-13, seria influenciada pelos efeitos acima citados,
conforme as situações a seguir descritas:
Situação 1: Equipamento que não apresenta mecanismos de danos significativos ao
longo do tempo.
Sendo aprovados no teste hidrostático ao término da fabricação, estes equipamentos não
sofreram qualquer alteração geométrica, de propriedades mecânicas e possivelmente não
tiveram qualquer alteração em descontinuidades remanescentes de fabricação. Um novo TH
aplicado será uma mera reprodução do primeiro TH, e não provocará qualquer alteração como
escoamentos ou propagações.
Situação 2: Equipamentos que sofreram afinamentos.
Quando o equipamento é aprovado no TH inicial onde tensão aplicada não foi
suficiente para tornar as descontinuidades críticas. A redução de espessuras de forma
progressiva de acordo com a taxa corrosão atuante tenderá a incrementar os níveis de tensão
na condição de operação e na condição de TH. Um novo TH, se realizado neste equipamento
nas mesmas condições do inicial, resultará em uma tensão superior à tensão originalmente
aplicada que poderá ser responsável tanto por uma propagação crítica, quanto por uma
propagação subcrítica durante a pressurização periódica.
Situação 3: Equipamentos em que se verificaram crescimento de descontinuidades.
Observa-se novamente uma situação em que um TH não mais será reproduzido. Por
ação de mecanismos de danos como fadiga, fluência, corrosão sob tensão, ação do hidrogênio,
etc., descontinuidades de fabricação poderão ter aumentado de dimensão. A aplicação de um
novo TH no equipamento nestas novas condições poderá gerar um arredondamento da ponta
da descontinuidade, uma propagação subcrítica ou mesmo uma propagação crítica.
Situação 4: Equipamentos em que surgiram novas descontinuidades tipo trinca
Considerando uma trinca surgida por ação dos mecanismos de danos, caímos na mesma
condição do item anterior. A nova trinca surgida em serviço será submetida a uma tensão
10
superior à tensão gerada pela condição operacional, poderão ocorrer arredondamentos,
propagações subcríticas ou mesmo críticas.
Situação 5: Perda de propriedades mecânicas
Alguns mecanismos de danos relacionados a temperaturas elevadas ou ação dos meios
corrosivos podem resultar em envelhecimento metalúrgico e alterações em suas propriedades
mecânicas. Pode ocorrer a queda da tenacidade à fratura em alguns casos, e em outros a
redução do limite de resistência e escoamento (especialmente quando ocorre a grafitização, a
esferoidização da perlita ou descarbonetação), em ambos os casos, os TH’s poderão gerar
propagações das descontinuidades.
Situação 6: Mudanças de geometria
Há ainda a possibilidade de mudanças de geometria pela presença de empolamentos ou
reduções de espessura localizada como corrosão alveolar, pois estes são fatores que alteram
os campos de tensões em torno de descontinuidades remanescentes e onde o TH periódico
poderá vir a gerar propagações.
11
determinado valor de tenacidade, que relaciona de modo esquemático os tamanhos de defeito
crítico para condições de operação (as) e teste hidrostático (aTH). A medida que a pressão
aumenta, diminui o tamanho crítico de defeito. O princípio por trás do TH está baseado no
fato de que o tamanho de defeito crítico no nível de pressão do teste (aTH) é inferior ao
tamanho de defeito crítico para o nível de pressão em condições normais de operação (as).
Dessa forma acreditava-se que a sobrevivência ao TH garantia ausência de defeitos cujo
tamanho fosse superior a (aTH) e representava uma prova irrefutável da integridade do
equipamento e da sua aptidão em resistir a condições normais de operação.
12
Fig. 4 - Gráfico de pressão x profundidade de defeito para materiais de alta tenacidade,
mostrando a ocorrência de crescimento subcrítico em função do Teste Hidrostático.
13
4 MATERIAIS E MÉTODOS
14
Dados do Equipamento
• Tensão Admissível (σad ) : 137,7 MPa (ASME seç.VIII div.1 tab. UCS-23)
• Radiografia : Total
• Eficiência de Solda : 1
15
1º Passo: Foi utilizado o critério de aceitação para descontinuidades do tipo trinca pelo
nível 1 do API-579. A análise pelo nível 1 é a mais simples e por isso bastante conservativa.
Na figura 6 entramos com o valor da espessura da chapa que é 31,7mm, para obter-se o
valor da temperatura de referência, Tref , e a partir da qual determina-se o valor da expressão
“T – Tref – 55,6” que será posteriormente considerada na figura 7 , então:
Para curva D: Tref = -30 ºC logo T – Tref – 55,6 = 0 - (-30) + 55,6 = 85,6 ºC
16
Então, o tipo da curva determina-se pela posição da descontinuidade que está localizada
na ZTA e pela relação a/t = 4/31,75 = 0,126 que é menor que 0,25, e sendo profundidade da
trinca inferior a 6,3 mm, portanto curva B sólida para ZTA com TTAT e curva C sólida para
ZTA sem TTAT.
• para o aço normalizado a trinca não se propagaria para um comprimento “2c” de até
200mm na ZTA ou na chapa;
• para a condição sem TTAT nas soldas o comprimento “2c” está limitado em 50mm no aço
normalizado e 5 mm no aço sem normalização (curva C sólida).
17
Portanto, considerando a trinca existente no comprimento “2c” igual a 100mm, é
adequado realizar uma avaliação mais criteriosa conforme o nível 2 do API RP-579 para as
situações de aço não-normalizado e de solda sem TTAT.
Para cálculo do fator intensidade de tensão foi utilizada a solução do Anexo C do API-
579:
(4.3)
18
Assumindo uma distribuição de tensão uniforme ao longo da espessura do casco
cilíndrico então G2=G3=G4=0, assumindo também que não há pressão sobre as faces da trinca
(pc=0), a equação acima simplifica-se para :
Onde,
a: profundidade da trinca, m;
Para cálculo da tensão de referência foi utilizada a seguinte solução equação simplificada:
onde,
Pm: tensão primária de membrana ;
Ms : fator de forma = 1 (raio grande)
19
A razão de carregamento, ou o valor da abscissa no FAD, é calculada pela seguinte
equação:
(4.7)
(4.8)
20
Tabela 3- Resultados obtidos para Lr e Kr.
21
Fig. 8 - Diagrama FAD. Apresentação dos resultados obtidos.
22
Para a condição de aço não normalizado, que foi reprovada pela análise nível 1,
constatou-se pela avaliação do diagrama de análise de falhas FAD nível 2 representado na
figura 8, que a descontinuidade encontrada não é crítica na condição de operação de menor
temperatura (T=0ºC) e portanto, também não necessitaria ser reparada e permitiria realizar-se
o teste hidrostático no equipamento. Adicionalmente, considero que a descontinuidade
superficial situada na margem da solda, por ser mais crítica, deve preferencialmente ser
removida por esmerilhamento para evitar sua propagação desde que sua profundidade seja
inferior ao limite de 6,3 mm e seja operacionalmente exequível.
Observado no diagrama FAD da figura 8, que o incremento de pressão aplicado no teste
hidrostático pode deslocar significativamente a posição das variáveis Lr e Sr no diagrama para
uma região de menor segurança.
A avaliação para o caso de solda sem TTAT provocou a maior a situação de fragilidade
do material, observado nos pontos 12,18,21 e 24 da figura 8, portanto tornou-se inadequado a
realização do teste hidrostático nestes casos. A aplicação dos fatores de segurança (PSF)
recomendados pela norma API-579 devido às incertezas dos dados utilizados (COV) tornou a
avaliação mais conservativa.
Confirmou-se que a margem de segurança à falha do aço normalizado é elevada e
adequada para a aplicação avaliada, por tratar-se de material de boa resistência mecânica e
com tenacidade a fratura relevante, onde a posição das variáveis Lr e Sr situam-se em uma
região favorável no diagrama FAD que é a região de transição.
5 CONCLUSÃO
23
REFERÊNCIAS
[1] API 510, Pressure Vessel Inspection Code: In-Service Inspection, Rating, Repair,
and Alteration, NINTH EDITION, JUNE 2006
[3] ASME – American Society of Mechanical Engineers. Boiler and Pressure Vessel
Code, section VIII, divisions 1, 2 and 3. New York, 2004.
[4] BS-7910, Guide on Methods for Assessing the Acceptability of Flaws in Metallic
Structure, British Standard Institution, 2005.
[8] KIEFNER, John F., MAXEY Willard A., Benefits and limitations of Hydrostatic tests,
Presented at API's 51st Annual Pipeline Conference & Cybernetics Symposium, New Orleans,
Louisiana (April 18-20, 2000).
[9] NJO, D. H., Stable Crack Growth During Overstressing or Proof Testing of
Pressure Vessels, CSNI Report N. 113, Committee on Safety of Nuclear Instalations, Paris,
France, Julho de 1985.
[11] PEREIRA, Jorge dos Santos, Análise de Efeitos de Teste Hidrostático em Vasos de
Pressão, Dissertação de Mestrado Profissional,UFSC, 2004.
[14] TEIXEIRA, J.C.G. Avaliação de defeitos planares em dutos, Relatório Técnico TMEC
015/2003, Cenpes/Petrobras.
[15] TELLES, P.C.S. Vasos de Pressão 1996, 2a edição, Rio de Janeiro, RJ, Livros Técnicos e
Científicos.
24
APÊNDICE
Tensão de referencia
Razão de carregamento
Lr 0,38 0,499
pressão de projeto PP
TH = 1,3 PP
Kp 18,59 18,59 18,59
1
Kp+ΦKrs 24,89 24,89 51,53
TH = 1,5 PP
Kp 21,45 21,45 21,45
2
Apêndice 2 - Localização do Defeito Avaliado
3
Apêndice 3 - LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
ABREVIATURAS
SÍMBOLOS
4
Mm – Fator geométrico para tensões de membrana
P – Pressão interna aplicada
Pb – Tensão primária devida à flexão
Pm – Tensão primária de membrana
PSF – Partial Safety Factor (Fator de Segurança Parcial)
PT H – Pressão de Teste Hidrostático
Q – Tensões Secundárias
Qb – Tensão secundária de flexão
Qm – Tensão secundária de membrana
R – Raio interno do equipamento
S – Tensão admissível do material
Sf – Tensão Admissível na Temperatura Ambiente
Sq – Tensão Admissível na Temperatura de Operação
Sr – Limite de resistência do material
Sy – Limite de escoamento do material
T – temperatura de TH
Y – Fator geométrico para cálculo do fator de intensidade de tensões (Yσ)
p – Fatores geométricos e tensões primárias (Yσ)
s – Fatores geométricos e tensões secundárias
∆a – Extensão da trinca
σ – tensão nominal aplicada
σy – Tensão de escoamento do material
σLE – Tensão de Escoamento do Material.
σref – Tensão de referência para cálculo do Lr
5
Anexo 1 - Fator de Segurança Parcial - PSF
Para aplicaçao do Fator PSF , utilizou-se as relações do item 9.4.3e, Level 2 Assessment
do API-597, conforme abaixo indicado.
6
7
Anexo 2 – Coeficiente de Variação - COV
8
Anexo 3 – Tabela para Designação de Materiais na Figura 6
9
10