Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Não é porque Deus sabe, que alguma coisa será, que ela há-de ser; mas, porque
há-de ser, é que é conhecida por Deus antes que seja”. (AQUINO, Tomás de.
Summa Theologiae, I, q.14, a.8, arg. 1.)
“Ora, é manifesto que Deus, pela sua inteligência, causa as coisas, pois, o
seu ser é a sua ciência; donde, é necessário seja esta a causa das coisas,
enquanto junta com a vontade. Por isso, a ciência de Deus, enquanto causa
das coisas, costuma chamar-se ciência de aprovação”. (AQUINO, Tomás de.
Summa Theologiae, I, q.14, a.8, co.)
o “Orígenes exprimiu-se atendendo à noção da ciência, com a qual não
convém a noção da causalidade, senão com a vontade adjunta, como
se disse. Mas, quando diz que Deus tem presciência de alguns seres,
porque hão-de existir, isso se deve entender relativamente à causa de
conseqüência e não, de ser. Donde se segue, que se alguns seres hão-
de existir, Deus tem deles presciência; contudo, não são os seres
futuros a causa de Deus conhecê-los”. (AQUINO, Tomás de. Summa
Theologiae, I, q.14, a.8, ad. 1.)
Santo Tomás define a ação de Deus como causa total das coisas existentes.
o diferença das causas adjuntas à vontade divina.
o Doutor Universal não nega o argumento temporal de Orígenes, mas
somente quanto à causalidade. Sua argumentação se divide em dois
momentos que delimitam os conceitos e conduzem à solução.
dado que Deus tem a presciência, um fato que acontecerá implica Nele o
saber (como obrigação de consequência, não no sentido de mudar Deus, que é
imutável). Todavia, o saber deste fato não o atribui ser, mas é somente
consequência deste, uma vez dada as duas realidades, a coisa e a presciência.
profecia de Jonas,
o a subversão de Nínive era um futuro contingente, afinal, não aconteceu.
o Como se funda então esta revelação da presciência?
o para os fatos do atual presente durante o momento deste determinado
saber, que seriam as causas, Nínive seria subvertida, o que seria o efeito.
Nestas condições, a causalidade conferiria a Nínive o fim sabido pela
presciência e afirmado pela profecia.
o Todavia, diante do fato de que os anteriores mudaram, mudou-se
também o posterior e não houve, portanto, a subversão.
o quando há mudança da causa, também há mudança do efeito.
Dessa forma, considera-se que o homem é dotado de livre arbítrio, ou seja, tem a
capacidade de escolher, por si, entre mais de uma possibilidade de atos.
o Este não é um ato do homem, mas uma potência que há em cada um e
permite que estes elejam entre uma coisa e outra.
o o livre arbítrio é uma potência, vontade, própria do ser humano
enquanto ser racional, não ligado à moralidade, mas à capacidade
interna do ser humano de eleger aquilo que deseja em prol de um
fim. Ou, é a potência de assumir ou rechaçar algo segundo sua
própria vontade.
Deus é a causa primeira motora, tanto das causas naturais como das voluntárias.
Ora, se Deus é a causa motora das causas voluntárias, então o homem não pode
ser livre.
o “Assim como, movendo-as, não faz com que os atos delas deixem de ser
naturais; assim também, movendo as voluntárias, não faz com que os
seus atos deixem de ser voluntários, mas antes, causa-lhes essa
qualidade, porque obra, em cada ser, conforme a propriedade deles”.
(AQUINO, Tomás de. Summa Theologiae, Ia, q.83, a.1, ad. 3.)
ainda pode parecer que se o Criador conhece o que se sucederá então tudo é
necessário e, portanto, o homem não tem livre arbítrio.
Santo Tomás afirma que a presciência não implica uma realidade no sabido, mas
naquele que sabe, uma vez que está ativamente no cognoscente e passivamente
no sabido.
o Isto porque a presciência não está nas coisas que constituem seu objeto,
mas é uma razão existente no intelecto do provisor.