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ELETRO
Eletrocardiograma de um jeito fácil
ELETROFISIOLOGIA
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Facilitando Eletro
Eletrocardiograma de um jeito fácil
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por Matheus de Freitas
Este material é componente do curso de eletrocardiograma Facilitando Eletro. Conheça mais em nossas redes sociais acima.
RESUMO – ELETROFISIOLOGIA
Ciclo elétrico
A atividade do coração passa pelo acoplamento perfeito entre dois
ciclos concomitantes: um ciclo elétrico e um ciclo mecânico.
Eletrocardiograma é o estudo do ciclo elétrico do coração e também
de suas alterações em resposta a possíveis patologias mecânicas.
Cada cardiomiócito possui uma função específica no coração.
Podemos separar essas funções em dois grandes espectros, de modo
que as células estão mais especializadas em um ou em outro polo
desse espectro: de um lado, células mais especializadas em geração e
condução elétrica e do outro, células mais especializadas em
contração muscular. Vale lembrar que toda célula possui o potencial
de gerar um estímulo elétrico, no entanto, outras são melhores no
desempenho desse papel, com um potencial maior de automatismo na
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geração do estímulo elétrico ou mesmo, maior velocidade de
condução desse estímulo elétrico dentro do miocárdio.
O ciclo elétrico começa com a despolarização do nó sinusal, um
aglomerado de células próximo a veia cava superior, no átrio direito.
Essas células são as mais especializadas na geração automática de
estímulo elétrico. Assim, as demais células vão sofrer despolarização
em decorrência do estímulo vindo do nó sinusal.
Em seguida, o átrio direito começa a se despolarizar (acompanhe o
esquema abaixo para facilitar o entendimento). Esse estímulo elétrico
percorre o átrio direito até chegar no átrio esquerdo através do Feixe
de Bechmann, despolarizando toda essa câmara. Durante esse tempo,
o estímulo elétrico também chega até o nó átrio ventricular. Existem
feixes celulares que conduzem rapidamente o estímulo elétrico entre
o nó sinusal (NS) e nó átrio ventricular (NAV), chamados de feixes
internodais.
Teoria do Dipolo
(Se possível, assista as aulas de eletrofisiologia para ter uma compreensão muito mais clara sobre esse
assunto).
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Preste atenção no ponto de encontro da área despolarizada e a
(ainda) polarizada: existe a formação de um dipolo na face externa da
membrana celular.
Esse dipolo vai percorrendo toda a célula até que ela esteja
totalmente despolarizada, assim as cargas intracelulares ficam
positivas e extracelular negativas.
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Eletrodo explorador (E) e referência (R).
As ondas
A ativação atrial gera um vetor resultante que aponta da direita
para a esquerda e de cima para baixo. Isso gera a onda P. Essa onda
será registrada de forma positiva ou negativa conforme for a
localização do eletrodo explorador em referência a onda. Se o vetor da
despolarização atrial (vetor resultante atrial) apontar/se dirigir para o
eletrodo explorador, ele registrará uma onda P positiva e, negativa,
caso o eletrodo esteja posicionado numa área em que o vetor “foje” do
eletrodo.
No ECG, temos eletrodos exploradores em vários lugares. Logo,
teremos ondas P positivas e negativas, mas é a mesma onda P! Mesma
atividade atrial!
Após a onda P – despolarização atrial, existe um tempo em que o
nó AV segura o estímulo elétrico, momento em que não há atividade
elétrica, portanto, sem registro! Sem vetores sendo formados! Logo
após, os ventrículos se despolarizam – primeiro o septo, depois as
paredes ventriculares, seguido pela última parte dos ventrículos
(partes basais – subindo as paredes livres, já chegando próximo aos
átrios).
A despolarização ventricular como um todo gera a formação de
ondas chamadas de complexo QRS. Depois de um período de
recuperação, o ventrículo se repolariza, originando a onda T.
Ativação ventricular
Se colocarmos um eletrodo explorador na ponta do ventrículo
esquerdo, teremos, nesta sequência, o seguinte registro:
1 – Um vetor formado pela ativação septal, que gera uma pequena
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onda negativa formada pela ativação septal que ocorre da esquerda
para direita, uma vez que o ramo esquerdo despolariza mais rápido e,
também, porquê o VE (ventrículo esquerdo) possui maior massa
ventricular. Surge assim a onda q, representando a despolarização
septal. A onda q é registrada negativa porque o eletrodo explorador
está à esquerda. O vetor resultante septal foge do eletrodo explorador
(vai da esquerda para a direita – aponta para a direita).
2 – Uma onda positiva de grande amplitude – onda R, resultante do
registro de um vetor importante que se dirige de cima para baixo e da
direita para esquerda. Esse vetor possui essa direção e sentido pelo
fato de o ventrículo esquerdo ter maior massa. Portanto, o vetor da
ativação de paredes livres aponta para o ventrículo esquerdo.
3 – Por último, uma onda negativa de pequena amplitude – onda s,
resultado do registro da ativação das porções basais dos ventrículos.
A despolarização ventricular gera uma sequência de ondas
chamadas genericamente de “QRS”.
Vale lembrar que essa mesma atividade elétrica teria
representação gráfica diferente caso o eletrodo explorador estivesse à
direita do coração. O eletrodo explorador capta e registra uma onda
positiva caso o vetor resultante se dirija para ele e negativa caso essa
mesma atividade elétrica se dirija em diração contrádia a dele.
Após a despolarização, ocorre a repolarização.
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Muita atenção agora – esse conceito exige um pouco mais de
concentração. A despolarização das paredes ventriculares se inicia no
endocárdio e se direciona para o epicárdio. Como está havendo
DESpolarização, o vetor e atividade elétrica possuem o mesmo
sentido.
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Portanto, a onda T fica positiva para o eletrodo “X”, com mesma
polaridade que o QRS. A onda T invertida pode representar uma
isquemia maior no epicárdio que no endocárdio, simbolizando um
achado possivelmente patológico.
Potencial de ação
Como já mensionamos, existem dois grandes protótipos de
grupos celulares: um formado por células mais especializadas por
geração e condução de estímulo elétrico e outro por contarção celular.
Ocorre que o potencial de ação desses dois grandes grupos também
podem ser estudados de forma diferente.
Nesse ponto, vamos apenas relembrar você somente o que mais
pode ser relevante no estudo desses potenciais de ação. Há muito o
que discutir, mas nem tudo possui implicação clínica. Assim, nos
deteremos ao estudo apenas do fundamental.
As células mais especializadas em contração muscular também
são chamadas de “células de resposta rápida”, uma vez que se
despolarizam rapidamente em resposta de algum estímulo elétrico. As
demais, “células de resposta lenta”, já que seu potencial de ação se
eleva gradativamente até que haja uma despolarização automática,
numa frequência pré determinada (Ex: nó sinusal despolariza numa
frequência de 50 a 100 vezes em um minuto, determinando a FC do
coração. Em caso de falha, outro grupo celular pode assumir o
comando, porém com frequência menor, já que essas células não são
tão especializadas em geração de estímulo – como o nó AV, com
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frequência de 40 – 60 estímulos em um minuto.)
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- Não existe Fase 0 (entrada de Na). A despolarização ocorre pela
entrada lenta de Ca por canais especializados (canais Funny).
- O potencial se eleva gradativamente após cada despolarização,
provocando automatismo.
ANOTAÇÕES
Este resumo é vinculado ao curso ECG Fundamental – Facilitando Eletro (contatos na pág
2).
Idealizado por Matheus de Freitas, interno do 6ºano do curso de medicina da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Supervisão e referência: Dr Nestor Rodrigues – ECG Ciência e Aplicação Clínica, 2016.
Referência recomendada:
NETO O. N. R. ECG - Ciência e aplicação clínica. 1. ed. São Paulo:
Sarvier, 2016
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