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Tratamentos Térmicos dos Metais

Disciplina: Tecnologia dos Materiais


Carga Horária: 60h

Aula 8 Professora: Cléa Albuquerque


Polimorfismo
• Polimorfismo - Fenômeno que alguns metais apresentam de possuírem
mais de uma estrutura cristalina. Quando encontrado em sólidos
elementares é chamado de Alotropia

Ex: Ferro

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Alotropia do Ferro
 Ferro puro ao ser aquecido experimenta 2 alterações na sua
estrutura cristalina:

1) α com estrutura
À temperatura ambiente, a forma estável é o Feα
cristalina CCC

2) α experimenta uma transformação polimórfica para Feγγ a


O Feα
912ºC, com estrutura CFC

3) O Feγγ se transforma por volta de 1400ºC em Feδ


δ, com estrutura
CCC, que se funde por volta de 1500ºC

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Ferro α

 Da temperatura ambiente até 910º C – CCC

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Ferro γ
 De 910º C até 1400º C – CFC

 Acima de 1400ºC - CCC (Ferro δ)

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Diagrama Ferro Carbono

Ferro
fundido
Aço

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Observações
 Eixo vertical esquerdo descreve todas as alterações que ocorrem
com o ferro puro
 Eixo das composições varia de 0 a 6,7%p C (formação do
carboneto de ferro ou cementita – Fe3C)
 Diagrama é dividido em 2 partes:
1) 0 a 6,7% p C
2) 6,7 a 100%p C
 Por conveniência, o diagrama é conhecido como Fe- Fe3C
Logo, para 6,7%p C há 100% de Fe3C
 Por convenção, o diagrama é conhecido como Fe-C.

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Observações
 O Carbono é uma impureza intersticial no ferro, formando uma
solução sólida com o Feα (ferrita), com a Feγ (austenita) e Feδ
(Ferrita), conforme indicado nos campos monofásicos
 A adição de C promove alterações nas temperaturas de
transformações alotrópicas;
A Solubilidade do C no Fe varia com a temperatura:

 Na Feα, a solubilidade máxima do C é 0,022%p a 727ºC


 Na Fe γ , a solubilidade máxima do C é 2,14%p a 1147ºC

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(a) (b)

Figura 1 - (a) Ferrita (b) Austenita.

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b c
a
a

Figura 2 – Sistema Fe-C


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Exemplo 1: Liga Eutetóide

 Resfriamento de uma Liga Eutetóide (0,76%p C) a partir de 800ºC –


ponto “a” (Figura 8)

 Reação ao cruzar a isoterma a 727ºC:


resfriamento
Feγ (0,76%C) Feα (0,0022%C) + Fe3C(6,7%C)
aquecimento

 Feα + Fe3C = Perlita

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Figura 3 - Aço eutetóide. 1000x

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Exemplo 2: Liga Hipoeutetóide
 Resfriamento de uma Liga Hipoeutetóide (0,022 e 0,76%p C) a partir de
875ºC – ponto “b”

 A 775ºC coexistirão 2 fases (Feα + Feγ):

1) A quantidade de C aumenta mais para a fase Feγ


2) A Feα se formará nos contornos de grão da Feγ

 Abaixo da isoterma, a 727ºC, a Feγ se transformará de acordo com a reação


anterior, em perlita

1) Fase Feα que antes existia permanecerá sem qualquer alteração abaixo de
727ºC
2) A ferrita estará presente na perlita (ferrita eutetóide) e também como a fase
que se formou quando se resfriava ao longo da região das fases Feα + Feγ
(ferrita proeutetóide)
3) A ferrita aparecerá como a fase matriz ao redor das colônias de perlita
isoladas
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Figura 4 – Aço hipoeutetóide, com 0,5%C. 800x

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Exemplo 3: Liga Hipereutetóide
 Resfriamento de uma Liga Hipereutetóide (0,76 a 2%p C) a partir de 875ºC –
ponto “c”
 A 775ºC coexistirão 2 fases (Feγ + Fe3C):

1) A quantidade de C diminui para a fase Feγ


2) A Fe3C se formará nos contornos de grão da Feγ

 Abaixo da isoterma, a 727ºC, a Feγ se transformará de acordo com a reação


anterior, em perlita

1) Fase Fe3C que antes existia permanecerá sem qualquer alteração abaixo de
727ºC
2) A cementita estará presente na perlita (cementita eutetóide) e também como a
fase que se formou quando se resfriava ao longo da região das fases Feγ +
Fe3C (cementita proeutetóide)
3) A cementita aparecerá como a fase matriz ao redor das colônias de perlita
isoladas

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Figura 5 – Aço hipereutetóide. 730x

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Tratamento Térmico

Definição: O processo de aquecer e resfriar um material visando modificar


suas propriedades mecânicas;

É feito em 3 fases distintas:

 Aquecimento;
 Manutenção da temperatura;
 Resfriamento.

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Tipos de Tratamentos Térmicos

 Modificam as propriedades de todo o material: Recozimento, Têmpera e


Revenido;

Figura 6 – Ilustração esquemática dos tipos de tratamentos térmicos

 Modificam somente uma fina camada superficial: Cementação e Nitretação;

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Recozimento

 Objetivo: Recuperar a textura de um material deformada por tratamentos


térmicos ou mecânicos anteriormente submetidos;

 De que forma? Ao passar pela zona crítica, este se recristaliza sobre a


forma de grãos normais de austenita, qualquer que seja a textura que
apresente antes de atingir a referida zona no aquecimento;

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Transformações dentro da Zona Crítica

O resfriamento lento proporciona os mecanismos de difusão do carbono,


favorecendo 2 transformações:

 Separação da ferrita e da cementita durante a travessia da zona crítica;

 Transformação da austenita remanescente com 0,8%pC em perlita lamelar


ao ser atingida a linha inferior da zona crítica;

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Para ser bem feito, observar:

 Aquecimento: aquecer as peças uniformemente, para evitar distorções e


trincamentos;

 Temperatura de recozimento: Depende do % de carbono, da ordem de


50ºC acima do limite superior da zona crítica;

 Tempo de Permanência: 20 minutos de permanência para cada cm de


espessura da peça;

 Atmosfera do forno: diminuir o acesso de ar , em caso de atmosfera


oxidante para evitar a formação de cascas de óxido e descarbonetação
superficial;

 Resfriamento lento: deve ser tanto mais lento quanto maior for o teor de
carbono (> 0,3%pC);

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Efeitos do Recozimento

 Elimina a dureza de uma peça temperada, laminada ou estirada a frio, a


textura de uma peça de aço fundido (bruta de fusão ou com granulação
grosseira), fazendo-a voltar a sua dureza normal;

 Torna o aço mais homogêneo;

 Melhora sua ductilidade;

 Torna-o mais facilmente usinável;

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Descuidos
 Aquecimento ou resfriamento desigual pode distorcer ou trincar as peças;

 O aquecimento deve ser feito dentro da faixa de temperatura


recomendada, caso contrário será ineficiente, a não ser no caso de aços
extra-doces encruados, cuja ductilidade pode ser restaurada a 600ºC;

 Aquecimento dentro da zona crítica conduz a texturas em que a perlita


toma um aspecto esboroado;

 Temperaturas excessivas ou longos tempos de permanência produzem


uma granulação grosseira (superaquecimento);

 Aquecimento em meio oxidante, principalmente acima de 700ºC, pode


causar descarbonetação superficial (mais pronunciado em aços ricos em
carbono);
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Normalização

 É o recozimento com resfriamento ao ar e os aços assim tratados, são ditos


normalizados;

 No estado normalizado, a dureza, bem como os limites de escoamento e de


resistência à tração são um pouco mais elevados que no estado recozido,
isso porque obtem-se uma granulação mais fina

 A causa para isto é que não ocorre completamente a separação da ferrita


e da cementita dentro da zona crítica; a austenita transforma-se então em
uma perlita lamelar muito fina, com mais ferrita e cementita que a
proporção normal;

 A faixa de temperatura adequada está acima da adequada ao


recozimento, uma vez que com este tratamento se busca uma maior
homogeneização da austenita, para que a granulação seja mais uniforme
(ver Figura 7)

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Normalização

Figura 7 – Temperaturas mais adequadas à normalização, recozimento e têmpera


em função do teor de carbono do aço ao carbono

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Influência do Resfriamento Rápido

 A quantidade de ferrita ou de cementita separadas inicialmente diminui


com o aumento da velocidade de resfriamento, até um ponto em que se
anulam, de forma que o aço atinge a linha inferior da zona crítica ainda
inteiramente austenítico;

 A austenita abaixo dessa linha se transforma em perlita de lamelas cada


vez mais finas e mais próximas, chegando ao ponto de se tornarem
indiscerníveis ao microscópico;

 Para velocidades de resfriamento ainda maiores, a austenita não se


transforma em perlita, mas a temperaturas mais baixas em um constituinte
denominado “martensita”, considerada como sendo uma solução sólida
supersaturada de carbono no ferro α com uma estrutura tetragonal de
corpo centrado;

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Figura 8 – Ilustração esquemática da microestrutura de um aço em função da velocidade de
resfriamento após austenitização.

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Avaliação das Microestruturas

 Diagramas TTT - (Transformação tempo-temperatura) estabelecem a


temperatura e o tempo em que ocorre uma determinada transformação.
Só tem validade para transformações a temperatura constante;

 Diagramas TRC (Transformação sob resfriamento contínuo) – evolução da


microestrutura em função do tempo e temperatura de transformação

Os tratamentos térmicos comuns não são tratamentos isotérmicos, uma vez


que envolvem um resfriamento contínuo, com maior ou menor velocidade,
desde a temperatura de austenitização até a temperatura ambiente.

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Diagramas TTT

Temperatura de γ
austenitização

α+Fe3C

Martensita
Perlita

Figura 8 – Diagrama de transformação isotérmica

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Diagramas TRC

Figura 9 – Ilustração esquemática de um diagrama TRC que resulta na formação


de uma microestrutura (A) martensítica.(B) ferritico-perlítica

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Têmpera

 Tratamento aplicado aos aços com quantidade de carbono igual ou


superior a 0,4%, visando a formação da martensita;

 Fases da tempera:

 Aquecimento: A peça é aquecida em forno até uma temperatura


recomendada para obter uma estrutura austenítica(ver Figura 7);

 Manutenção da temperatura: Deve ser mantida a temperatura por


algum tempo a fim de uniformizar o aquecimento;

 Resfriamento: A peça temperada pode ser resfriada rapidamente em


água, óleo ou sais fundidos.

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Meios de Têmpera

 Quanto maior a severidade de têmpera, mais rápido é o refriamento,


entretanto o risco de distorções e trincamentos é maior;
Meio de Têmpera Severidade de
Têmpera (H)
Óleo sem agitação 0,2
Óleo moderadamente 0,5
agitado
Óleo violentamente 0,7
agitado
Água sem agitação 1,0
Água fortemente agitada 1,5
Salmoura sem agitação 2,0
Salmoura fortemente 5,0
agitada 32
Efeitos da têmpera

 Aumento considerável da dureza do aço;

 Aumento da fragilidade;

 O aço torna-se muito quebradiço;

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Revenimento

 Tratamento que se faz nos aços já temperados, para diminuir a sua


fragilidade;

 As temperaturas de revenimento para os aços ao carbono variam de 210


a 320oC;

 Fases do Revenimento:

 Aquecimento: Produz uma coloração que varia com a temperatura.


Essas cores identificam a temperatura de revenimento;
 Manutenção da temperatura: Uniformizar o aquecimento;
 Resfriamento: Pode ser lento ou rápido (água ou óleo).

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Cores do Revenido

 No caso dos aços carbono, pode-se avaliar a temperatura em que o


revenimento foi feito pela coloração atingida que permanece após o
resfriamento;

Castanho
Amarelo claro 210oC 270oC
avermelhado
Amarelo palha 220oC Violeta 280oC

Amarelo 230oC Azul escuro 290oC

Amarelo escuro 240oC Azul marinho 300oC

Amarelo ouro 250oC Azul claro 310oC


Azul
Castanho claro 260oC 320oC
acinzentado

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Efeitos do Revenimento

 A têmpera modifica profundamente as propriedades dos aços, algumas


delas tomam valores altos como a dureza e a resistência à tração; Por
outro lado a resistência ao impacto e o alongamento caem a valores muito
baixos, além de ficar com tensões internas apreciáveis;

 O revenido corrige esses inconvenientes restituindo ao aço as


propriedades perdidas, sem afetar as propriedades obtidas com a
têmpera

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Cementação

 Muitas peças precisam ter elevada dureza externa para resistirem ao


desgaste, permanecendo "moles“ internamente, caso dos dentes de
engrenagem, matrizes para estampagem, pinos móveis, eixos, articulações,
etc;

 Essas peças são usinadas em aço de baixa teor de carbono;

 A cementação é um tratamento que consiste em aumentar a porcentagem


de carbono em uma fina camada externa;
 As partes externas adquirem elevada dureza enquanto as partes internas
permanecem sem alterações;

 É feita aquecendo-se a peça de aço de baixo teor de carbono, junto com um


material rico em carbono (carburante). Quando a peça atinge alta temperatura
750 a 1.000oC passa a absorver o carbono do carburante;

 Quanto mais tempo a peça permanecer aquecida com o carburante, mais espessa
se tornará a camada.
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Fases da Cementação

 Aquecimento:
 Cementação em caixa: As peças são colocadas em caixas com o
carburante, fechadas e aquecidas até a temperatura recomendada;

 Cementação em banho: As peças são mergulhadas no carburante


líquido aquecido, através de cestas ou ganchos.

 Manutenção da temperatura: Varia com a espessura da camada que se


deseja e a qualidade do carburante (0,1 mm a 0,2 mm/h);

 Resfriamento: A peça é esfriada lentamente dentro da própria caixa;

 Após a cementação as peças são temperadas.

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Figura 10 – Penetração da cementação em função do tempo

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Nitretação

 Processos semelhantes à cementação, cujo aquecimento se dá entre 500 e 550oC na


presença de amônia;

 Obtém-se uma fina camada, extremamente dura, não havendo necessidade de se


temperar a peça;

 A Nitretação forma uma camada muito fina (0,5 mm após 40 h) e de transição


brusca para o material;

 Na cementação pelo carbono, essa transição é mais gradativa;

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