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Capitulo 3 Fundamentos dos Sistemas de Protecao Neste capitulo é apresentado o processo de modernizagito do sistema elétrico de po- téncia, com a entrada das fontes de GD. as normas de regularizagao do mercado de energia para esta nova configuracao, as caracteristicas de um ilhamento e as técnicas de protegao passiva, dando-se énfase as protegdes de sobrecorrente e sub/sobretensio, 3.1 Modernizacao do Sistema Elétrico de Poténcia © sistema eléteico de potéucia tipico brasilsive é caracterizado pela centralizagio da geragdo de energia, comumente composto por geradores sincronos de alta poténcia e loca~ lizados distantes dos centros consumidores. Porém, este cenério vem modificando-se com a integragio de geradores distribuidos ao sistema elétrico (Figura 3.1). A GD é definida como 0 uso integrado ou isolado de recursos modulares de pequeno porte por concessi- ondrias, consumidores e terceiros em aplicagées que beneficiam o sistema elétrico e/ou consumidores especificos (BARBOSA; AZEVEDO, 2014). Conforme a Figura 3.1, 08 geradores distribuidos surgem como uma altemativa para o crescimento dos centros con~ sumidores, permitindo a descentralizagao da energia, levando a geragdo de energia mais préxima ao consumidor final, diminuindo, assim, o custo e perdas elétricas na transmissio da energia. Essa nova altemativa energética vem atraindo o interesse tanto das concessio- nérias quanto dos consumidores de energia, que tomam-se produtores e, em alguns casos, fomecedores de cnergia a rede clétrica (XU; MAUCTI: MARTEL, 2004). Os geradores distribuidos so caracterizades pela proximidade com a regio de con- sumo, produgao em pequena escala, conexao a rede de alta, média e baixa tensdo, potén- cia de geracdo reduzida e o emprego de diversas tecnologias (BARBOSA: AZEVEDO, 2014). Os geradores distribuidos também ganham forga devido as questées ambientais, como 0 esgotamento dos recursos nao-renovaveis pelas usinas convencionais que utili- zam combustiveis fosseis (GOMEZ; MORCOS, 2005), e para redugdo da dependéncia CAPITULO 3. FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE PROTECAO 2 Rede elétrica atual eo Rede elétrica futura - ia rede ie Figura 3.1: Modemizagao da rede elétrica (OZIMEK, 2011). em uma tinica fonte de energia, a exemplo das hidroelétricas no Brasil. Devido aos seus beneficios e as diferentes tecnologias ¢ tamanhos, 0 niimero de geradores distribuidos conectados as redes de distribuigao tem aumentado significativamente. Entretanto, esta nova tecnologia requer sistemas mais sofisticados de controle, operagao e protegao a rede (TRINDADE: NASCIMENTO; VIEIRA, 2013). Um dos principais problemas desta nova tecnologia é a protegao anti-ilhamento, IIha- mento ocorre quando parte da rede elétrica & desconectada do alimentador principal do sistema elétrico mas continua energizada pelo gerador distribuido, Os métodos de detec sao de ilhamento variam de acordo com o tipo do gerador distribuido. O uso de cada metodo ird depender do compromisso entre custo e simplicidade, ou maximizar a con- fiabilidade dos métodos de detecgio de ilhamento, para maximizar a disponibilidade de energia do gerador distribuido (XU; MAUCH; MARTEL, 2004). Por isso, virias estta- tégias para lidar com as questdes de protegao anti-lhamento, a exemplo a integragao dos geradores distribuidos a rede de energia elétrica, sto necessétias. 3.2 Regularizacao do Mercado de Energia Em dezembro de 2012 entrou em vigor a resolugao normativa n? 482, de 17 de abril de 2012, da ANEEL (Agéncia Nacional de Energia Eléttica), com o objetivo de estabelecer as condigdes gerais para acesso de microgeracio e minigeragao distribuida aos sistemas de distribuigao de energia elétrica e ao sistema de compensagio de energia elétrica. CAPITULO 3. FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE PROTECAO 23 A resolucdo normativa defini microgeragao como uma central geradora de energia com poténcia instalada menor ou igual a 100 kW e que utilize fontes com base em energia hidréulica, solar, edlica, biomassa ou cogeracdo qualificada conectada rede de distribui- sao. Minigeragao é definida como uma central geradora com poténcia instalada superior 100 KW e inferior a 1 MW para as mesmas fontes bases citadas anteriormente. A resolugio normativa n° 482 trata do acesso ao sistema de distribuigtio de energia elétrica, do sistema de compensagio de enetgia, da medigao de energia eléttica e das responsabilidades por dano ao sistema elétrico. Sistemas de compensagao de energia elétrica sio sistemas no qual a energia ativa injetada por unidade consumidora com microgeragao ou minigeragao distribuida é cedida, por meio de empréstimo gratuito, a distribuidora local, sendo posteriormente compensada (ANEEL, 2012). 3 Caracteristicas de um [hamento A seguir serio apresentadas as formas de ilhamento em um sistema de distribuigio e as técnicas utilizadas para deteccAo de ithamentos no sistema elétrico de poténcia. 3.3.1. Formagao de Ihamentos por Gerador Distribuido ‘Na Figura 3.2 ¢ilustrado um sistema com GD, formado por uma subestagdo de 230 kV com dois transformadores e alguns alimentadores. O G1 e 0 G2 sio geradotes distribuidos de indugao e sincrono, respectivamente, que sao tipicamente conectados a rede primiria devido ao seu tamanho, © G3 é um inversor baseado em sistemas fotovoltdico, conectado a baixa tensio de alimentadores secundétios. Duas situagées de ilhamento sao ilustradas na Figura 3.2, Thal e IIha2. A Thal forma- se a partir da abertura do disjuntor C, devido a uma falta (Falta 1) em um alimentador préximo ao Gl, que leva a abertura do disjuntor C que , por sua vez, leva a desconexio da rede principal de energia do G1, Entretanto, em virtude de problemas de coordena- sniprotesio. a protectin de G1, par mein da disjumtar D, nae ata Devide a nin ahertra do disjuntor D, 0 G1 continua fornecendo energia as cargas a ele conectadas, e também fomece energia a falta nao extinta, tornando-se um risco para as regides proximas. Outro caso ilustrado ¢ a formagto da Tiha2, em fimeio da queima do fusivel F, devido a uma falta (Falta 2), isolando 0 G3 do sistema principal de energia. Assim como na Tihal, na Tiha2 a protegio do G3 no atuou, e este passa a fornecer energia as cargas a ele conecta- das, Entretanto, neste caso, a poténcia de geragio do G3 ¢ inferior a poténcia consumida CAPITULO 3. FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE PROTECAO 24 230 kV. Falta 2 = F cow AP BoA f+ Shag! Figura 3.2: Sistema de distribuigto com 1rés geradores distribuidos (XU; MAUCH: MAR- TEL, 2004). 14.6 Thal pelas cargas, 0 que resulta na sobrecarga do G3 e na perda da QEE fomecida as cargas constmidoras. ‘Uma situagdo de ilhamento, assim como ilustrado na Figura 3.2, ¢ irregular, apresen- tando um comportamento imprevisivel devido as diferengas entre as cargas e os geradores ea auséncia de reguladores de tensio e corrente_ As principais preocupagées relacionadas A condigao de ithamento so (XU; MAUCH; MARTEL. 2004: PEREIRA, 2007: VIEIRA, 2011): «* a tensio e a frequéncia fomecida aos consumidores finais que se encontram no sis- tema ithado podem softer variagdes significativas se os geradores distribuidos nilo ossnirem reguladores de tenso e frequéncia. Isto pode provocar danos aos equipa- mentos dos consumidores finais. Nesse caso, 0 proprietirio do gerador distribuido pode ser considerado responsavel pelas consequéncias; ¢ 0 ilhamento pode construir uma situacdo de perigo quando realiza-se manutengio em alimentadores, por parte da concessionéria, que encontram-se energizados pelos geradores distribuidos: + no processo de reconexdo do gerador distribuido ao sistema, este pode danificar-se devido a falta de sincronismo entre 0 gerador distribuido e o restante do sistema. CAPITULO 3. FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE PROTECAO 2s Este religamento pode injetar uma corrente de amplitude elevada nos geradores, podendo também resultar em uma nova desconexio do sistema; ‘¢ 0 ilhamento pode interfetir no reabastecimento, manual ou automético, do sistema a consumidores proximos. A pritica da industria atual é de desconexio imediata de todos os geradores distribui- dos, prevenindo assim danos avs equipamentos, amo do proprietario do gerador, como das concessionarias e dos consumidores finais, além de eliminar riscos a vida humana e de animais em geral (XU; MAUCH; MARTEL, 2004; PIGAZO et al., 2009). 3.3.2. Detecgio de Ihamento em um Sistema de Energia Para identificacio de ilhamentos & necessitio que 0 esquema de deteccio opere para qualquer posstvel formaco de ilha e no menor tempo possivel. Cada formagio de ilha pode ser resultado de diferentes combinasdes de cargas e geradores distribuidos, assim, cada ilha apresenta um comportamento difereute (XU; MAUCH: MARTEL, 2004). Os religadores dos esquemas de protecdo anti-ithamento devem operar para todos os poss{- veis cenérios de ilhamento. O esquema de protecio deve detectar a ocoméncia de um fihamento no menor tempo posstvel, preventndo os geradores distributdos do religamento sem sincronismo (PIGAZO et al.. 2009). As técnicas anti-ilhamento podem ser classificadas em duas categorias: esquemas de detecgo remota e local, como ilustrado na Figura 3.3 (MAHAT; CHEN: BAK-JENSEN, 2008). Os esquemas de detecgtio remota utilizam-se das telecomunicagdes como meio de alertar e enviar comandos de trip para os geradores distribuidos na ocorréncia de um ilhamento, independente do tipo de gerador envolvido. Os esquemas de deteccao local utilizam-se de medidas dos sinais de tensao e corrente para deteceao de ilhamentos. A detece4o ocorre quando estes sinais ultrapassam os linti- ares estabelecidos de funcionamento nonmal. A detecgao local, como ilustrado na Figura 3.3, € dividida em trés subtipos: método de deteceto passivo, que baseia-se apenas nas medidas dos sinais de tensio e corrente; método de deteccio ativo, no qual injetam-se perturbagdes no sistema e detectam-se as condigdes de ilhamento baseadas na resposta do sistema; e os métodos hibridos, que combinam a eficécia de abordagens ativas e passivas, podendo ser aplicado como uma alternativa (PIGAZO et al., 2009). ‘As técnicas passivas sao bascadas em medidas de tensdo e corrente no PCC (Point of ‘Common Coupling) entte o gerador distribuido e a concessionéria. Uma situacao de illa- mento ¢ detectada quando estas magnitudes ultrapassam os limiares de normalidade do sistema, sendo assim, o gerador distribuido deve ser desconectado da rede. Os métodos CAPITULO 3. FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE PROTECAO 26 Esquemas Antiellhamento | Deteceao Remota Detecgdo Local | Métodos Métodos Métodos Passivos Ativos Hibridos Figura 3.3: Classificago dos esquemas anti-ilhamento, baseados nas técnicas passivas sao os que apresentam menor custo e maior simplicidade (MAHAT et al. 2011). Os esquemas de detece4o local variam de acordo com o tipo de gerador distribuido, podendo ser um gerador sincrono ou baseado em inversores. Neste trabalho sero propostos e avaliados protegdes que possam ser utilizadas para detecgo de illamentus (proweyao de sobiecorteute & sub/subretensdy) que enquadrinese ut denoni= nagio de técnicas passivas. 3.4 Protecao de Sobrecorrente Sobrecorrentes sto eventos comuns que ocorrem no sistema elétrico de uma forma geral, sendo divididos em dois diferentes niveis: sobrecargas e curtos-circuitos. Sobre- cargas so variacBes moderadas da corrente que flui no sistema elétrico, enquanto curtos- circuitos sao variagdes extremas da corrente que flui no sistema elétrico de poténcia (MA~ MEDE; MAMEDE, 2013). Quando estas correntes anormais ultrapassam a comrente mi- nima de atuagao, o relé de sobrecorrente ¢ sensibilizado, enviando, assim, 0 comando de abertura ao disjuntor a ele associado. Os estudos de protegao contra sobrecorrente objeti- vam a méxima seguranca de pessoas ¢ animais, em casos de faltas que envolvam a terra, assim como a seguranga dos equipamentos e materiais dos sistemas elétricos de poténcia (CIPOLL, 1993). ‘Na Figura 3.4 6 ilustrada uma corrente com falta e 0 médulo dos coeficientes de Fou- rier normalizados com o regime permanente pré-falta, sendo o instante de ocorréncia da falta representado pela varidvel kj. Uma sobrecorrente é caracterizada pelo aumento abrupto na magnitude da corrente em que, neste caso, 0 valor chega a quase 3 pu do CAPITULO 3. FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE PROTECAO 27 regime permanente pré-falta, Um aumento abrupto de corrente pode ocasionar danos gra- ves aos equipamentos do sistema elétrico e por em risco a vida das pessoas. Quando uma sobrecorrente surge no sistema, o aumento do valor dos coeficientes de Fourier nto ocorre instantaneamente, demandando um certo intervalo de tempo até atingir 0 seu valor maximo. Corrente (pu) Coeficientes de Fourier (pu) 0 & 4 6 8 10 Niimero de ciclos ) Figura 3.4: Sinal de sobrecorrente de falta: (a) corrente: (b) coeficientes de Fourier. A presenca de GD em sistemas elétricos aumenta o risco de falhas nos esquemas de protecio convencionais. Um dos esquemas de protectio mais afetado é a n: de protegtio de sobrecorrente, pois a presenca de geradores distribufdos, em alimentadores de distri- buigdo, pode levar a falhas na operagao dos indicadores de corrente de falta (BOLLEN: HASSAN, 2011). Quando considera-se 0 impacto da GD em redes de distribuigao, diversas mudangas devem set realizadas no sistema, como por exemplo (BOLLEN: HASSAN, 2011): ‘+ mudangas nas configuragdes de protesio: uma nova coordenagao de protesio é re- comendada sempre que um gerador for conectado a rede de distribuigao de maneira que problemas de coordenagio sejam minimizados: « intervalo de tempo adicional na coordenarao da protesao: quando em um alimenta- dor sao conectados grandes quantidades de GD, superior a 25-50% da classificagao dos transformadores, problemas de coordenacio ocorrem, necessitando-se a intro- dugao de novos intervalos de tempo. Entretanto, a adigao de novos intervalos de tempo podem causar problemas relacionados ao limite da corrente de falta supor- tada pelos transformadores ou cabos e questdes de seguranca pessoal. Neste caso, necessitam-se de transformadotes dedicados para 0 geradores: CAPITULO 3. FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE PROTECAO 28 ‘ disjuntores adicionais: para alimentadores longos, a diferenga entre a corrente mais alta de carga ea mais baixa de falta deve tomar-se pequena para um religador de protesdo, Isto requer a instalagao de disjuntores ao longo do alimentador. Para alimentadores proximos do seu comprimento maximo, uma quantidade de carga crescente deve também resultar na necessidade de disjuntores extras; ‘¢ novos conceitos de protego: quando dois ou mais alimentadores conectados a um ‘mesmo transformador, tém uma quantidade significativa de geradores, nao é possi- vel obter seletividade com apenas a protesao de sobrecorrente, Outras solugdes sao necessirias como protecio direcional e comunicagao entre os relés. Devido a grande importincia da protecto de sobrecorrente nos sistemas de geraciio de energia e da necessidade de estudos de protegao e coordenagao com a entrada das novas fontes de geragio. faz-se necessirio o estudo destes esquemas de protegao com o objetivo de tomar o sistema mais confidvel 3.4.1 Curvas Caracteristicas As caracteristicas de tempo de atuagdo dos relés de sobrecorrente so representadas Por suas curvas tempo versus corrente, que varlam de acordo com 0 tpo de relé (disco de indugao, estatico, digital). Na época dos relés de inducdo, a escolha das caracteristicas do equipamento era feita no momento da compra, nao podendo ser posteriormente alterada Atualmente, fabricam-se relés digitais que em sua maioria permitem a escotha do tempo de atuagao apenas alterando-se os parimetros do préprio relé (MARDEGAN, 2010). Os relés de sobrecorrente possuem dois tipos de curvas caracteristicas, curva de tempo definido e curva de tempo dependente, Na Figura 3.5 é ilustrada a curva de tempo defi- ‘ido, que possui o mesmo tempo de atuagao (Tarua) para qualquer valor acima da corrente minima de atuago (Iymy). Este tipo de modelo é geralmente utilizado quando a corrente de curto-circuito é bastante elevada e necessita da ripida atuagdo do sistema de protegao. ‘Nas curvas de tempo inverso, o tempo de atuacao é inversamente proporcional & am- plitude da corrente de curto-circuito, ou seja, 0 tempo de atuacio diminui a medida que amplitude da corrente de curto-circuito aumenta e vice-versa, Os modelos mais usados pelos relés digitais sto as curvas de acordo com a norma IEC 60255-3 (curvas IEC) ou de acordo com a norma IEEE C37.112 (curvas ANSI), sendo que estas curvas diferem nas equacdes e nos parimetros que as constroem (SILVA, 2008). ‘As curvas de tempo dependente sto classificadas comumente em trés grupos: inversa (D, muito inversa (MI) e extremamente inversa (EI). Na Figura 3.6 so ilustradas as in- clinagdes de cada curva. A escotha da curva depende das caracteristicas e condigdes de CAPITULO 3. FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE PROTECAO 29 as) Iran WA) Figura 3.5: Curva caracteristica de tempo definido, coordenagao dos relés. Estas curvas so definidas pela norma IEEE C37.112, a partir de equacdes exponenciais do tipo (IEEE, 1997): A Tea = Ga +2)», Gy sendo, aati, 62) L nas quais as constantes A, Be P dependem do tipo de curva conforme a Tabela 3.1 (IEEE, 1997). 0 Tirua corresponde ao valor de tempo em que o relé itd atuar, as correntes Te Tp comrespondem a corrente media e a corente de star, respectivamente, n comesponde a0 valor do TMS (Time Multiplier Settings) que permite 0 deslocamento das curvas ao longo do eixo dos tempos e M corresponde ao miiltiplo da comrente de operaco. ‘Tabela 3.1: Tipos de curvas e suas constantes segundo a norma IEEE C37.112, TipodeCuna A P 1 0.0515 0.1140 0,02 MI 1961 0491 20 EI 2820 01217 2.0 3.4.2, Unidades 50/50N e 51/51N As unidades de sobrecorrente instantdneas de fase e neutto (50/50N) pode atuar ins- tantaneamente ou segundo um tempo previamente definide quando a coment que esta sendo medida ultrapassa o limiar estabelecido, Estes relés atuam com dois parmetros: corrente minima de atuacao ¢ tempo de atuag4o (MAMEDE: MAMEDE, 2013), O tempo CAPITULO 3. FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE PROTECAO 30 1000 ‘Tempo (5) OL 1 10 100 Miltiplo da corrente de operacao (M) Figura 3.6: Inelinagdes das curvas de tempo dependent. de atuagao depende do tipo do relé, da fabricagio e do projeto de protegao. AS unidades 51/S1N (sobrecorrente temporizadas de fase e neutro, respectivamente) tem dois parimetros: a corrente minima de atuagto (pickup) ¢ 0 tempo de atuaco (HO- ROWITZ; PHADKE, 2008). A corrente minima de atuago coresponde ao ajuste de partida que sera responsavel pela atuagao do relé. Nos relés temporizados, 0 tempo de atuagdo € determinado de acordo com as curvas caracteristicas, que tem uma relagao tempo-corrente. Além disso, a configuraciio do tempo de atuagio permite a coordenagao entre relés ou entre relés e outros dispositivos de protegao do sistema elétrico ao qual esta conectado. 3.4.3 Parametrizagao de um Relé de Sobrecorrente ‘A parametrizagdo de um relé de protecdo consiste na obtengao dos limiares que irto sensibilizar 0 sistema de protegto. As parametrizagdes das unidades de protectio de um relé de sobrecorrente temporizada e instantanes devem satisfazer As caracteristicas pecu- liares do elemento a ser protegido. Para realizagdo da parametrizagao dessas unidades 6 necessirio a determinagao da relagdo de transformagao do TC (RTC) ao qual o relé CAPITULO 3. FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE PROTECAO 31 ser conectado, A RTC que alimenta um relé deve atender as seguintes especificagdes (MAMEDE: MAMEDE, 2013; HOROWITZ: PHADKE, 2008): mS, (G3) Ga) sendo I a corrente do TC, Jag a maxima corrente de curto-circuito simétrica, FS 0 fator de sobrecorrente de saturagdo, J, a corrente nominal do sistema e Jnyygq @ comrente de carga do sistema. Na Equacio 3.3, I deve ser maior que a razio entre I, (corrente passante no TC) e FS. Na Equacdo 3.4, a corrente nominal do sistema é igual a comrente de carga do sistema. A RTC deve ser o maior valor entre as equagdes 3.3 e 3.4. Os ajustes da corrente minima de atuagio de relés de sobrecorrente devem obede- cer os critérios de ajustes de cada unidade de fase (50/51) e de neutro (SON/SIN). Os critérios de ajuste das unidades temporizadas de fase devem atender a seguinte equacao (HOROWITZ: PHADKE, 2008): Klearga ere G5) sendo Js) a corrente de partida (tap) da unidade $1 e ky 0 fator de sobrecarga do sistema. Dessa maneira, Is) deve ser um valor maior que a razo entre Iearge NO trecho protegido a RTC, multiplicada pelo ky. Segundo Mamede Mamede (2013), 0 calculo da corrente de partida (tap) da unidade SIN (Isix) € desctito a seguir por: I> i Jsin > 3.6) RIC? sendo fy 0 valor da corrente de desequilibrio do sistema. O valor da constante fy deve ficar compreendido entre 0,1 e 0,3, que corresponde a maxima taxa de desequilibrio admitida nos condutores de fase (HOROWITZ; PHADKE, 2008) © célculo da corrente de partida (tap) da unidade de sobrecorrente instanténea (Tea) & dado por (MAMEDE: MAMEDE, 2013): sq > Is\F, G.7) em que F & descrito como: Fee Gs) CAPITULO 3. FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE PROTECAO 2 sendo Jas a corrente de assimetria de curto-circuito trifisico, Sendo assim, F deve ser uum valor menor que a razio entre Ja, € Js). A cottente Ja; & definido por (HOROWITZ; PHADKE, 2008): Tas = fales G.9) senda fi, 0 fator de assimetria A corrente minima de atuagao da unidade 50 de neutro deve ser inferior a menor cor- rente assimétrica de curto-circuito monopolar no trecho protegido. A corrente de partida (tap) da unidade SON (Igoy) & dado por (MAMEDE: MAMEDE, 2013): Tsay > Taw (3.10) ‘no qual a corrente /spy deve ser um valor maior que o produto de (Fs,y) pela constante F Sendo F dado por: Salecotmn Is? sendo ccgrmn 4 comrente de curto-circnito fase-terra minimo. O curto-circuito é dito minimo quando existe resisténcia de falta entre a fase e a tetra, bm que # é um valor menor que 0 produto do fz por Jec;ermin dividido pela corrente minima de atuagao da unidade 51 de neutro (Ist) ‘Neste trabalho foi adotada a parametrizacao apresentada por Horowitz e Phadke (2008) Mamede e Mamede (2013). Entretanto, outras parametrizacdes podem ser utilizadas para verificagao do desempenho do método proposto. F Gu) 3.5 Protecao de Tensao As unidades de sub/sobretenstio so destinadas protegdo de sistemas elétricos sub- metidos a niveis de tensdo inferiores ou superiores aos valores minimos, de forma a ga- rantir a integridade dos equipamentos elétricos em operagao. 3.5.1 Prote¢gdo de Subtensao A protegao de subtensdes (fungi 27) tem por finalidade proteger miquinas elétricas, principalmente motores ¢ geradores, das quedas de tensio que possam danificar esses equipamentos. Além disso, esta protegao também ¢ responsdvel por retirar grandes gera- dores elétticos quando estio na iminéncia da perda de estabilidade, Segundo as normas CAPITULO 3. FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE PROTECAO 3 IEFE 1159-1995 (IEEE, 1995) e IEC 61000-4-30 (IEC, 2008), 0s limiares de afindamen- tos de tensdo esto na faixa de 85% a 90% da tensao de referéncia do sistema, Nos sistemas de transmissao e distribuicao, as subtensoes sto principalmente devido as faltas (COSTA; DRIESEN, 2013). As subtensdes também podem ser decorrentes de carregamento excessivo dos circuitos alimentadores, da conexaio de grandes cargas a rede elétrica, do desligamento de banco de capacitores e, consequentemente, do excesso de re- ativo transportado pelos circuitos de distribuigao, o que limita a capacidade do sistema no fomecimento de poténcia ativa e, ao mesmo tempo, eleva a queda de tensdo (PAULILO: TEIXEIRA, 2013) Segundo Paulilo e Teixeira (2013), os principais problemas ocasionados por afunda- mentos de tensiio de longa duragio sao: ‘© possivel interrupgaio de operagao de equipamentos eletronicos, como computadores e controladores eletrénicos; ‘© diminuigdo da poténcia reativa fornecide pelos bancos de capacitores do sistema elétrico de poténcia; ¢ diminuigao da iluminancia nos circuitos de iluminagao incandescente: ‘© aumento do intervalo de tempo de partida das méquinas de indugao, 0 que pode provocar aquecimento nos enrolamentos da méquina. ‘Normalmente, os sistemas elétricos convencionais toleram tensdes em niveis entre 85% ¢ 90% do valor nominal por perfodos de aproximadamente 2 s. Entretanto, a norma IEEE Std 1547-2003 apresenta os tempos de desconexo aceitiveis para sistemas com GD (IEEE, 2003). De acordo com a norma, as fungies de protecdo dos sistemas de interconexiio devem detectar 0 valor eficaz ou o valor da frequéncia fundamental da tensio de fase. Quando 0 valor de tensio encontra-se na faixa da Tabela 3.2, 0 gerador distribuido deve ser desconectado da rede elétrica principal de acordo com os intervalos de tempo da Tabela 3.2. © tempo de desconexio é 0 intervalo de tempo entre 0 inicio da condicaio anormal do sistema e a desconexio do gerador distribuido da rede principal de energia, Para geradores distribuidos com poténcias inferiores a 30 KW, os valores da Tabela 3.2 sa0 6s valores maximos admissiveis de tempo de desconexio. Sendo a tensio de referéncia 7 dada por (COSTA: DRIESEN, 2013): (3.12) em que k> 2Ak—2, sendo Ak=f,/f, fy a frequéncia de amostragem e f a frequéncia do sinal: V = {Vq,V%,Ve} so os valores médios em um ciclo de tensio RMS (Root Mean CAPITULO 3. FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE PROTECAO 34 (va, %b,ve} para as trés Square) ves = (Vans, hws, Yerus} 40s sinais de tensio v fases de um sistema trifasico. Tabela 3.2: Tempo de desconexao dos sistemas com GD para sub/sobretensées. ore Tenet Tas © De acordo com a Tabela 3.2, a unidade de protesaio 27 iré atuar quando valor de vaws for inferior a 88% de . A unidade 59 de protego ser sensibilizada quando a tenstio vpys medida for superior a 110% de ‘Na Figura 3.7 ¢ ilustrado a tensio de fase na ocorréneia de uma subtensio, em um. sistema submetido a uma falta, eo seu valor RMS. © instante inicial da falta é represen tado pela varidvel fj. As variiveis Vay e ko7 representam o limiar de um afundamento de tensio de 88% do valor da tensfio nominal e o instante em que a protecao detecta 0 afundamento de tensio, respectivamente. Quando a subtensio ocorre no sistema, o valor RMS necesita de um certo intervalo de tempo ((ky7 — ki)/f) até que o sistema de pro- tegiio seja sensibilizado, no qual esta ilustrado na Figura 3.7(b). De acordo com a Tabela 3.2.0 tempo que o esquema de protegao contra subtensdes iré demandar, para desconexao do sistema, sera de T3}y=2 ap6s ky7/ fe. Instante > inicial da fata g 0 Bo é 0 Ki 4 6 8 10 (a) Gon Kile ‘Valor RMS. da tensio (pu) 6 8 hr 10 Numero de ciclos (b) Figura 3.7: Céleulo do valor RMS para tensio: (a) tensAo; (b) valor RMS. CAPITULO 3. FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE PROTECAO 35 3.5.2. Protegao de Sobretensao Sobretensao, de acordo com a norma IEEE 1159-1995 (IEEE, 1995) e a norma IEC 61000-4-30 (IEC, 2008), inicia quando 0 valor da tenséo RMS ultrapassa o limiar de 110% da tenséo nominal do sistema elétrico de poténcia. Quando o valor da tensao ul- trapassa um valor pré-ajustado, a protegaio contra sobretensdes (fungaio 59) deverd atuar. Qs relds de sobretensio podem ser classificadas de acorde com 0 aspecto consteutiva ¢ 0 tempo de atuagio (KINDERMANN, 2005). As sobretensGes posstiem diferentes origens, podendo aparecer nos sistemas elétricos partir de (MAMEDE: MAMEDE, 2013): ‘¢ descargas atmosféricas: sao descargas elétricas de grande extensdo ¢ intensidade. As redes agreas podem ser submetidas as sobretensdes devido as descargas atmos- féricas de forma direta ou indireta. As sobretensdes por descargas atmosféricas sto eventos que podem envolver todas as fases do sistema ou apenas uma fase: ‘¢ operagdes de chaveamento: decorrem normalmente da rejeigao de grandes blocos de cargas, desligamentos intempestivos de alimentadores, perda de sincronismo en- tre dois subsistemas, eliminagao de correntes de curto-circuitos, energizagao de linhas de transmissio, chaveamento de bancos de capacitores, dentre outros: ‘© curtos-circuitos monofisicos: em sistemas aterrados sob impedncia elevada, quando ocorre um defeito monofisico, sungem sobretensdes entre a fase e a terra que podem chegar ao valor de tensao de fase do sistema. ‘As sobretensGes nos sistemas elétricos de poténcia podem provocar problemas como formago de arcos elétricos entre os condutores ¢ nos isoladores, aumento da corrente de fuga dos para-raios, aumento dos esforgos 1a isolagao de transformadores, geradores sincronos e equipamentos elétricos. ‘No sistema elétrico de poténcia convencional, a protegao de sobretensfo, assim como 4 protegdo de sobrecorrente, possui unidade instanténea e temporizada. Entretanto, de acordo com a norma IEEE Std 1547-2003, os sistemas elétricos de poténeia levam em consideragio o valor de tempo apresentado na Tabela 3.2, com as mestnas consideracdes apresentadas para os relés de subtensio (IEEE, 2003). Entio, a proteco de sobretensio convencional s6 detecta sobretensdes sustentadas, ou seja, para sobretensdes de maior duragao. 3.5.3 Parametrizagao de um Relé de Sub/Sobretensao Os relés de tenso stio conectados ao sistema por meio de transformador de potencial (TP), para 0 qual necessita-se determinar a relagtio de transformago do TP (RTP), como CAPITULO 3. FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE PROTECAO 36 segue (HOROWITZ; PHADKE, 2008): RIP AIS + G3) ‘em que a RTP serd igual a razao entre a tensio nominal do sistema (V), a0 qual o TP ser conectado, e a tensao do secundario do TP (¥;), geralmente 115 V (ABNT, 1993). 3.6 Sintese do Capitulo ‘Neste capitulo apresentou-se uma fundamentagao teérica sobre a entrada da GD no sistema elétrico de energia, seu crescimento e suas problemiticas, © principal problema apresentado por essa nova forma de geragao descentralizada ¢ a formagao de ilhamentos nos locais de instalagio dos geradores distribuidos, Muitas téenicas de detecgao de ilha- mento tém sido propostas. Cada técnica apresenta suas préprias vantagens ¢ limitagdes. A escola de uma técnica anti-ilhamento depende do tipo de GD e das préprias caracte- risticas do sistema, Atualmente, tem-se necessidade de desenvolvimento de téenicas anti- ilhamento mais eficazes para melhorar a confiabilidade e a qualidade do fornecimento de energia pelos geradores distribuidos, Foram descritas também as técnicas de protecio contra sub/sobretenstio e sobrecom rentes que serio utitizadas neste trabalho. A protecio de sobrecorrente foi descrita junto com as curvas caracteristicas e unidades de protegdo. A protegdo de sub/sobretensiio foi também descrita em conformidade com a norma IEEE Std 1547-2003 para os sistemas com a presenga de geradores distribuidos.

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