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Tomo refúgio no Guru, o Buda da Medicina, em quem as Três Joias se unem, e

incito a bodicita para o benefício dos seres. (três vezes)

HUNG A forma não fabricada de estar é isenta das limitações da elaboração, o


solo-morada do ser, o supremamente bem-aventurado Buda da Medicina.

Azul-negro escuro, pacífico e sorridente, brilhando numa auréola de luz.

Sua mão direita segura o rei dos medicamentos no gesto da perfeita


generosidade; e a esquerda, uma tigela de mendicante no gesto do equilíbrio
meditativo. Completo com todas as marcas maiores e menores da perfeição,
ele veste trajes do nirmanakaya.

Ele está sentado sobre um lótus e um disco de lua na postura vajra. Em seu
coração, sobre um lótus e um disco de lua, está́ a silaba HUNG circundada
pelo mantra.

Enquanto o repito, o poço da existência cíclica é dragado desde suas


profundezas.

A sílaba Hung corresponde à sabedoria de todos os Budas e à capacidade de


olhar as aparências comuns e reconhecer imediatamente Dharmakaya,
Darmata, a lucidez.

A forma não fabricada de estar corresponde à kadag, ou a Grande


Vacuidade – a vacuidade que permeia todas as aparências.

Ainda que as aparências surjam, elas mudam constantemente. As aparências


são não-duais com a nossa própria mente. As aparências são experiências da
nossa própria mente, não-duais com a experiência dos sentidos físicos e com a
experiência ilusória da separação entre o objeto e o observador.

Enquanto as aparências surgem, e se sucedem, há uma base silenciosa da


mente que não tem nenhum conteúdo, que permanece incessantemente
disponível e presente. Veja isso.

Essa base é o aspecto mais profundo em nós. Essa base não é uma ausência,
ela é uma base lúcida, é a base de onde surgem todas as sabedorias de todos
os Budas. É a fonte silenciosa de onde, ao olharmos a nossa própria
experiência mental e as aparências, a lucidez surge.
O Prajnaparamita descreve essa base como a que origina Rigpa, que origina a
lucidez. Ele descreve essa base como a mãe de todos os Budas dos tempos
passados, também dos tempos presentes e dos tempos futuros. Essa base
corresponde ao Buda primordial, corresponde a Samantabadra ou
Kuntuzangpo. Essa base é a natureza verdadeira do Buda da Medicina.

Quando aflitos pelas enfermidades nós buscamos socorro, e procuramos de


um modo profundo qual a origem desse socorro que pode vir a nós, nós
terminamos descobrindo o Buda da Medicina.

Enquanto contemplamos o Buda da Medicina descobrimos que o Buda da


Medicina é a expressão em que nós podemos ver o Buda Primordial, quando
estamos sob a aflição da enfermidade.

A forma não fabricada de estar, é isenta das limitações das elaborações, o


solo-morada do ser, o supremamente bem-aventurado Buda da Medicina.

Azul-negro escuro, pacífico e sorridente…

A forma pacífica e sorridente do Buda da Medicina corresponde à nossa


experiência de paz e felicidade quando nós acessamos essa dimensão ampla,
inseparável do aspecto mais profundo em nós mesmos, inseparável de todos
os seres e de todos os Budas.

O acesso à experiência do Buda da Medicina nos traz diretamente a


experiência de paz e felicidade.

O Buda da Medicina brilha numa auréola de luz. A natureza primordial


manifesta a luminosidade incessante, a clara luz – que não é a luz do sol, é a
clara luz que surge dentro dos sonhos à noite, que manifesta todas as
aparências.

Assim, o Buda da Medicina manifesta essa luz incessante. Essa luz incessante
é também a qualidade que nós mesmos temos.

Quando nós reconhecemos esse aspecto pacífico e sorridente em nós,


reconhecemos a forma não fabricada de estar, que é isenta das limitações da
elaboração. Reconhecemos que esse é o solo-morada do Buda da Medicina,
aquele que libera todo o sofrimento. Quando nós percebemos isso e
reconhecemos a auréola de luz, isso corresponde à autovisualização.
A autovisualização corresponde ao fato de que não há separação entre o Buda
Primordial, o Buda da Medicina e a nossa natureza mais profunda e, portanto,
a natureza verdadeira de nós mesmos.

A auto visualização corresponde a liberação do engano de tomarmos refúgio


nas identidades construídas através dos Doze Elos da Originação Dependente,
nas identidades construídas a partir dos três venenos: da ignorância – avidya e
moha, da aquisitividade e da raiva.

Todas as ações criadas a partir dos três venenos conduzem às bolhas de


realidade e às identidades.

Aqui, quando nós reconhecemos a forma não fabricada de estar, que é


isenta das limitações da elaboração, reconhecemos isso como solo-morada
do ser, o supremamente bem-aventurado Buda da Medicina, quando
vemos o seu aspecto pacífico e sorridente como uma experiência inseparável
da nossa própria experiência e vemos o brilho da auréola de luz – essa é a
forma adequada de manifestarmos a visão do Buda da Medicina.

Sua mão direita segura o rei dos medicamentos no gesto da perfeita


generosidade

Nós estamos aqui falando, agora, dos meios hábeis do Buda da Medicina.

Quando surge a sabedoria natural do Buda da Medicina – que é a sabedoria


Rigpa brotando desde a natureza primordial – essa sabedoria se manifesta
inseparável de Bodhicitta para o benefício de todos os seres.

Então, essa é a perfeita generosidade, a generosidade que não pode ser


nomeada como generosidade. É a expressão natural da lucidez da mente do
Buda e da lucidez que é inseparável da lucidez de todos os seres.

E a esquerda, uma tigela de mendicante no gesto do equilíbrio meditativo.

A mente do Buda não oscila, e é inseparável da mente de todos os seres.

Completo com todas as marcas maiores e menores da perfeição


Ou seja, ele manifesta a condição completa de um Buda, ele veste os trajes
de Nirmanakaya, ele tem a aparência dos seres que ele busca beneficiar.

Ainda assim, a aparência que ele manifesta está livre dos três venenos, está
livre da ignorância – avidya, está livre da ignorância – moha; está livre da
aquisitividade e está livre da raiva. Ela está livre, também, das emoções
perturbadoras dos seis reinos. E está livre de cada um dos doze elos da
originação dependente e, por isso, o Buda da Medicina tem a aparência de
Nirmanakaya.

Ele está sentado sobre um lótus e um disco de lua na postura vajra

Ele senta sobre a lucidez de Bodicita que busca trazer benefícios a todos os
seres. Esse lótus tem mil pétalas, que correspondem a todos os meios hábeis
da manifestação do Buda. O disco de lua manifesta a luminosidade, a energia
natural que se originam da natureza primordial.

Em seu coração, sobre um lótus e um disco de lua, está a sílaba HUNG,


circundada pelo mantra

Essa é a expressão do meio hábil em ação. Então, nós temos a sílaba HUNG
que transforma a confusão em lucidez. No centro do nosso coração, que é a
união da mente e da energia, está a sílaba HUNG. Enquanto o mantra é
recitado, ele gira ao redor da sílaba HUNG – isso é a ação da nossa prática, é
a ação da recitação do mantra.

O princípio ativo do remédio que cura todas as aflições, que é o rei dos
medicamentos, é justamente a sílaba HUNG. A sílaba HUNG, quando se dirige
à multiplicidade de seres e à multiplicidade de dores em todas as direções,
elimina a ignorância, elimina avidya, elimina moha, elimina a aquisitividade e
também a raiva. A silaba HUNG elimina, ainda, as seis emoções
perturbadoras. Pelo poder da lucidez, todas essas aflições cedem.

Enquanto eu o repito, o poço da existência cíclica é dragado desde suas


profundezas

Quando nós conseguimos reconhecer esse aspecto da natureza ilimitada, da


forma não fabricada de estar que é isenta das limitações da elaboração, e
reconhecemos isso como solo-morada do Buda da Medicina, inseparável da
mente do Buda, inseparável da mente de todos os seres, brilhando numa
auréola de luz, segurando o rei dos medicamentos no gesto da perfeita
generosidade; quando nós vemos o mantra circundando a sílaba HUNG, e
tomamos isso como a visão do Buda da Medicina – que é inseparável da visão
do Buda Primordial, inseparável da nossa própria visão, inseparável do
potencial de liberação de todos os seres – então, nesse momento, nós
podemos recitar o mantra. E nós vemos diretamente que a natureza profunda
e livre de cada ser, que é não-dual com a mente de Buda, cura cada ser das
aflições do poço da experiência cíclica do samsara.

Então, enquanto repetimos o mantra, o poço da existência cíclica é dragado


desde suas profundezas.

[Lama faz a recitação do mantra]

OM NAMO BAGA WATE BEKA DZE GURU BE DURIA PRABA RADZAIA


TATA GATAIA ARHATE SAMIAK SAMBUDAIA | TADYATHA OM BEKA DZE
BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

Enquanto nós recitamos podemos olhar com a nossa mente os seres que
queremos beneficiar.

Todos os seres que buscamos beneficiar têm uma relação não-dual com o
solo-morada do ser. Eles são inseparáveis no aspecto original, são
inseparáveis da natureza primordial do Buda Primordial. Eles já são
inseparáveis, portanto, eles têm o poder de se liberar totalmente. Esse poder
de liberação é essencialmente a capacidade de reconhecer os aspectos
construídos como expressão luminosa do solo morada do ser, da natureza não
construída e livre. Ele vem da capacidade de reconhecer e purificar as
aparências como uma manifestação da clara luz, incessantemente manifesta a
partir da natureza primordial.

Então, nós adivinhamos isso. Nós olhamos para os nossos filhos, para os
nossos pais, para os nossos irmãos, para os nossos amigos – que podem estar
em aflição – e adivinhamos que eles podem, simplesmente, reconhecer todas
as aparências. E reconhecer a sua própria expressão luminosa, lúcida.
Reconhecer a sua própria inteligência condicionada como expressão de
darmata, darmakaya, tsal, lung, da energia incessantemente presente e
radiante da natureza primordial.

Quando nós recitamos, desse modo, é como se caminhássemos à frente


sinalizando o caminho aonde os outros podem se dirigir.
Se vocês estão visualizando pessoas que estão falecendo ou pessoas que
faleceram, é a mesma coisa. É como se vocês caminhassem na frente delas,
apontando o caminho pelo qual elas podem ir abandonando as aflições que
brotam dos três venenos – que brotam de um modo artificial dos três venenos –
reconhecendo o solo morada do ser, o lugar naturalmente livre e disponível.

E assim, nós podemos trazer benefícios aos seres vivos, aos seres que estão
em aflição, e aos seres que faleceram.

Nós podemos, não apenas olhar os seres humanos, mas olhar todos os seres.
Nós podemos olhar, também, todas as plantas, todas as expressões de vida
que se manifestam a partir da natureza primordial. Nós podemos olhar,
também, todas as bactérias e todos os vírus, que manifestam inteligência de
construção de outras realidades e de transformar seu próprio corpo físico em
outras expressões e, desse modo, se relacionarem à vida como um todo.

E nós ajudamos, produzimos essa experiência de trazer os benefícios a partir


da recitação do mantra e da visão correspondente ao Buda da Medicina e aos
seus meios hábeis.

[Lama faz a recitação do mantra]

OM NAMO BAGA WATE BEKA DZE GURU BE DURIA PRABA RADZAIA


TATA GATAIA ARHATE SAMIAK SAMBUDAIA | TADYATHA OM BEKA DZE
BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

Enquanto nós recitamos, vocês não pensem que a recitação é alguma coisa
mística. A recitação é uma forma de mantermos um eixo na mente,
que sustenta a visão correspondente ao Buda da Medicina.

O que cura, o que produz a transformação é a visão. Essa visão é simbolizada


pela sílaba HUNG – que é então um medicamento que cura todas as
aflições.

Então, aqui, nós estamos colocando a nossa mente na forma da sílaba HUNG,
e a partir da sílaba HUNG estamos olhando as expressões da ignorância. A
partir desse olhar, com a sílaba HUNG, nós reconhecemos o solo morada do
ser. E reconhecemos a luminosidade da mente e a vida existindo em todos os
lugares como uma expressão luminosa da natureza primordial.
[Lama faz a recitação do mantra]

OM NAMO BAGA WATE BEKA DZE GURU BE DURIA PRABA RADZAIA


TATA GATAIA ARHATE SAMIAK SAMBUDAIA | TADYATHA OM BEKA DZE
BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

Quando vocês se distraírem e a mente esvoaçar, perder o foco, é


simplesmente retornar, lembrar que podem retornar ao texto. Enquanto recitam
ainda, vocês retornam ao texto e lembram o que nós estamos fazendo –
lembram do aspecto primordial, lembram da sílaba HUNG que faz a transição
desde o aspecto condicionado ao reconhecimento da natureza luminosa,
incessantemente presente. E aí vocês, simplesmente, seguem a prática.

[Lama faz a recitação do mantra]

OM NAMO BAGA WATE BEKA DZE GURU BE DURIA PRABA RADZAIA


TATA GATAIA ARHATE SAMIAK SAMBUDAIA | TADYATHA OM BEKA DZE
BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

Enquanto fazemos a prática e não temos muita compreensão, nós podemos


passar por vários estágios.

O primeiro estágio da prática é quando nós buscamos preservar a própria vida.


Então nós temos uma sensação comum da vida e buscamos preservar a vida.
Essa é a forma pela qual o Buda da Medicina surge no contato conosco –
quando nós temos uma aflição comum do mundo, proveniente dos doze elos, e
nós queremos preservar a nossa própria vida.

[Lama faz a recitação do mantra]

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA
Enquanto nós recitamos, isso pode ser muito longo, pode ser um trajeto
espiritual de uma duração incerta, pode ser uma vida, podem ser várias vidas
também.

Em um certo momento, vamos perceber que a própria vida – como nós a


concebemos – ela é em si mesma a doença que nos afeta.

Nós reconhecemos a natureza livre da mente operando de um modo


condicionado, através dos doze elos, e produzindo a experiência comum da
vida – que é aquilo que nos afeta e inevitavelmente nos leva ao décimo
segundo elo: envelhecimento, decrepitude, doença e morte.

Nós reconhecemos que a própria vida, como nós estamos vendo, se expressa
através dos três venenos, das seis emoções perturbadoras. E assim nós temos
essa experiência de que a própria vida é um obstáculo. E nós seguimos
recitando:

[Lama faz a recitação do mantra]

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

Aí nós vemos todas as expressões de vida presas nessa circunstância, e


aparentemente não há solução. E nós seguimos praticando.

[Lama faz a recitação do mantra]

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

E nós vemos todos os seres com impulsos equivocados, porque eles buscam
resolver os problemas da vida simplesmente mudando de paisagem mental,
mudando de bolha, transmigrando numa outra direção e fixados à upadana,
tentando acumular e ganhar algum nível de solidez. E reconhecemos que isso
não vai produzir resultados.
[Lama faz a recitação do mantra]

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

E o que nos faz compreender melhor? O que nos faz compreender melhor é
justamente o fato de que nos aproximamos desse lugar amplo e livre – onde
não há conteúdos – e olhamos os conteúdos. Quando passamos a olhar os
conteúdos naturalmente purificamos esse lugar, progressivamente purificado,
que se aproxima do solo morada do ser aonde não há nenhuma limitação
proveniente da elaboração. Nos aproximamos da forma não fabricada de estar.

[Lama faz a recitação do mantra]

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

Nós reconhecemos que o processo que nos leva a compreender melhor é,


justamente, simbolizado pela sílaba HUNG.

[Lama faz a recitação do mantra]

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

Enquanto a nossa visão purifica reconhecemos que nós, assim como cada um
dos outros seres que estamos focando (esses seres, eles têm a natureza
luminosa dentro deles, que vai produzindo a partir de referenciais anteriores e
construídos – ou seja, vai construindo através do que nós chamamos de
originação dependente, vai construindo as expressões que eles mesmos
manifestam; é como o vírus, nesse momento, ele adquire uma outra forma) nós
também, incessantemente, adquirimos outras formas e outras formas.

Como que as nossas formas surgem? Elas surgem pela luminosidade da


mente. A luminosidade da mente é que faz com que as paredes que circundam
cada um de nós nas salas e nas casas, nos templos, onde nós estivermos
adquiram significados. Essa luminosidade da mente é o que vai nos permitir
olhar para as paredes e dizer: – Isso é minha casa! Esse é o templo onde eu
estou!

Na verdade, a casa não é explicada pelas paredes – a casa, é uma construção


da luminosidade da nossa mente. Outras pessoas chegarão naquele lugar,
olharão as mesmas paredes e vão reconhecer aquilo como a casa deles.

Com essa visão Guru Rinpoche previu que o templo de Samye, nos tempos de
degenerescência, se tornaria abrigo de animais selvagens e, também, local de
tortura para seres dos infernos.

Essa é a capacidade luminosa da mente da construção das realidades. E


assim, quando nós olhamos os vários seres, enquanto nós recitamos o mantra
e mantendo a sílaba HUNG ao centro, nós vemos que todas as expressões de
todos os seres são manifestações luminosas, incessantes, inseparáveis do
aspecto primordial.

E nós seguimos recitando.

[Lama faz a recitação do mantra]

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

E agora, abandonamos a noção de que a vida é a doença, que a vida é o


obstáculo. Reconhecemos a manifestação da vida como o aspecto luminoso. O
aspecto mágico, extraordinário, expressão direta da natureza primordial. E com
isso nós libertamos a vida, da vida e da morte.
A vida agora, como nós olhamos, é uma expressão luminosa incessantemente
presente, inseparável da natureza que não flutua.

Esse é o resultado final da manifestação do Buda da Medicina. Esse é o


processo de cura. Nesse momento, a vida está livre de vida e morte, a vida
está livre da ignorância, está livre da expressão de avidya e de moha –
ignorância. Ela está livre de aquisitividade, ela está livre da raiva, ela está livre
das seis emoções perturbadoras: orgulho, inveja, desejo e apego, ignorância,
moha, aquisitividade, carência, raiva.

E seguimos recitando.

[Lama faz a recitação do mantra]

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

Enquanto nós recitamos com essa clareza, entendemos por que o Buda da
Medicina é chamado o Supremamente Bem-Aventurado Buda da Medicina.
Nós sabemos por que ele é pacífico e sorridente, e porque ele brilha numa
auréola de luz, e porque ele tem esse HUNG circundado pelo mantra em seu
coração.

Nós nos sentimos também supremamente bem-aventurados, nos sentimos


pacíficos e sorridentes. E sentimos que não só nós temos esse potencial, mas
todos os seres podem se manifestar como supremamente bem-aventurados,
como pacíficos e sorridentes.

Todos os seres podem brilhar numa auréola de luz, porque essa é a condição
natural deles. Todos os seres podem repousar no equilíbrio meditativo e
podem manifestar todas as marcas maiores e menores da perfeição. E podem
se expressar como nirmanakayas.

E assim, nós seguimos recitando.

[Lama faz a recitação do mantra]


OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

E assim, encerramos a prática.

Eu comentei dentro de cada parte da sadana e recitei, aproximadamente, três


vezes. Vocês podem recitar o tempo que quiserem, mantendo a compreensão
correspondente. Temos aqui um roteiro de prática.

Agora, a parte final:

Homenagem! Ó Buda da Medicina, que tudo permeia, tudo conhece e tudo vê,
você dissipa nossos sofrimentos e enfermidades.

Você concede as qualidades dos kaias e o estado desperto atemporal. Curvo-


me diante de você e o louvo, você que é o esplendor da total perfeição.

O aspecto manifesto se dissolve no espaço básico.

Por meio dessa virtude, que todos os seres possam alcançar o estado búdico
rapidamente.

E assim, a prática do Buda da Medicina se encerra. Vocês precisam entender


que o Buda da Medicina, quando apresentado desse modo, é o Esplendor da
Total Perfeição. Ele é aquele que concede os kaias, os corpos da Iluminação e
o estado desperto atemporal.

Por quê? Porque o Buda da Medicina, é o próprio Buda Primordial. O Buda


Primordial não-dual com a nossa própria existência.

Então, nós entendemos a não-dualidade da nossa condição confusa originada


dos doze elos da originação dependente – nós a entendemos como expressão
luminosa da natureza última, inseparável do Buda Primordial. O Buda da
Medicina, portanto, é o veículo pelo qual nós, partindo de nossa enfermidade,
chegamos a isso – quando a fruição dessa visão se instala a prática está
completa.
O texto original da prática foi apresentado por Dudjom Rinpoche, as
liturgias para tomar refúgio/bodicita, dissolução, dedicação e aspiração
foram escritas por Chagdud Rinpoche.

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