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MECÂNICO DE REFRIGERAÇÃO DE

DOMICILIAR
Mecânico de Refrigeração de Domiciliar SERAE

SERAE - Serviço de Ensino de Refrigeração, Automação e Elétrica Ltda

SEDE: Rua Padre Telêmaco, 111 - Cascadura - Rio de Janeiro - RJ

Site: www.serae.com.br

Sumário
História da Refrigeração e Ar C ondicionado ...................................................................................4
1 Termodinâmica ..........................................................................................................................8
1.1. Matéria e mudança de estado físico ....................................................................................8
1.2. Transferência de calor .........................................................................................................9
1.3. Temperatura ..................................................................................................................... 10
1.4. Pressão.............................................................................................................................. 10
1.5. Fluídos refrigerantes.......................................................................................................... 11
Caracterís ticas necessárias aos fluídos:................................................................................. 11
Os C FCs: ............................................................................................................................... 11
1.6. Óleo lubrificante ................................................................................................................ 13
Caracterís tica dos lubrificantes ............................................................................................. 13
2 C iclo de Refrigeração................................................................................................................. 14
2.1. Funcionamento ................................................................................................................. 14
2.2. Função dos componentes .................................................................................................. 16
Compressor.......................................................................................................................... 16
Condensador........................................................................................................................ 16
Evaporador .......................................................................................................................... 16
Dispositivo de Expansão ....................................................................................................... 17
2.3. Inspeção da instalação....................................................................................................... 17
Refrigeradores ..................................................................................................................... 17
Condicionadores de ar.......................................................................................................... 18
3 C ompressores ........................................................................................................................... 19
3.1. Tipos e funcionamento ...................................................................................................... 19
Compressor alternativo ........................................................................................................ 19
Compressor Rotativo ............................................................................................................ 21
4 Noções Básicas de Elétrica ........................................................................................................ 23
4.1. Grandezas Elétricas ........................................................................................................... 23
Tensão elétrica ..................................................................................................................... 23
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Corrente elétrica .................................................................................................................. 23


Resistência elétrica............................................................................................................... 23
Potência elétrica .................................................................................................................. 24
4.2. C ircuito elétrico ................................................................................................................. 24
5 C omponentes Elétricos dos Refrigeradores e Bebedouros ......................................................... 25
5.1. Relé de partida .................................................................................................................. 25
Magnético ............................................................................................................................ 26
Relé térmico – PTC ............................................................................................................... 26
5.2. Protetor Térmico ............................................................................................................... 27
5.3. Termostato ....................................................................................................................... 27
De refrigerador .................................................................................................................... 28
De condicionador de ar ........................................................................................................ 28
6 Refrigerador Frost-Free ............................................................................................................. 29
6.1. Sensor ............................................................................................................................... 29
6.2. Resistência ........................................................................................................................ 29
6.3. Bimetal.............................................................................................................................. 29
6.4. Ventilador do evaporador.................................................................................................. 30
6.5. Damper ............................................................................................................................. 30
Time......................................................................................................................................... 30
6.6. Placa eletrônica ................................................................................................................. 31
7 Bebedouros .............................................................................................................................. 32
7.1. Evaporador........................................................................................................................ 32
7.2. Torneiras ........................................................................................................................... 32
7.3. Termostato ....................................................................................................................... 32
7.4. Placa Peltier ...................................................................................................................... 32
8 Elétrica dos C ondicionadores de ar de Janela (AC J).................................................................... 33
8.1. C omponentes elétricos ...................................................................................................... 33
Chave seletora ..................................................................................................................... 33
Termostato .......................................................................................................................... 33
Capacitor de fase.................................................................................................................. 33
Capacitor de partida (Eletrolítico) ......................................................................................... 34
Relé Voltimétrico ................................................................................................................. 35
9 Carga de Fluído Refrigerante ..................................................................................................... 36

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9.1. C onhecendo o manifold .................................................................................................... 36


9.2. C onhecendo o vacuômetro................................................................................................ 36
9.3. Tipos de fluídos refrigerantes ............................................................................................ 37
9.4. Recolhimento do fluído refrigerante .................................................................................. 37
9.5. Desidratação do sistema (vácuo) ....................................................................................... 37
9.6. Carga de fluído refrigerante ............................................................................................... 38
10 Solda ....................................................................................................................................... 39
10.1. C ortar e alargar tubos ...................................................................................................... 39
10.2. Soldar tubos .................................................................................................................... 39
10.3. Teste de vazamento ........................................................................................................ 39
Anexos ......................................................................................................................................... 40
Referências bibliográficas ............................................................................................................ 41

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História da Refrigeração e Ar Condicionado


Desde a pré-história, o homem tem a necessidade, ou a vontade, de obter formas de
resfriamento que façam com que alimentos ou outras substâncias alcancem temperaturas
inferiores à do ambiente.

Registro anteriores a 2.000 A.C indicam que os efeitos exercidos por baixas temperaturas
sobre a preservação de alimentos já eram conhecidos. Alexandre, O Grande, serviu bebidas
resfriadas com neve aos seus soldados por volta de 300 A.C

Já a civilização egípcia, que devido a sua situação geográfica e ao clima de seu país, não
dispunham de gelo natural, refrescavam a água por evaporação, usando vasos de barro,
semelhantes às moringas, tão comuns no interior do Brasil. O barro, sendo poroso, deixa passar um
pouco da água contida no seu interior, a evaporação desta para o ambiente faz baixar a
temperatura do sistema. Entretanto, durante um largo período de tempo, na realidade muitos
séculos, a única utilidade que o homem encontrou para o gelo foi a de refrigerar alimentos e
bebidas para melhorar seu paladar.

Os métodos mais antigos de produção do frio faziam uso do gelo natural ou de misturas de
sal e neve. Posteriormente descobriu-se que dissolvendo nitrato de sódio em água abaixa a
temperatura da mistura - pelo menos no século XIV esse fato já era conhecido.

O gelo natural era enviado dos locais de clima frio ou era recolhido durante o inverno e
armazenado em salas frias, bem isoladas termicamente. A menção histórica mais antiga a esse
respeito data de aproximadamente 1.000 A.C . num antigo livro de poemas chinês, chamado Shi
Ching. Essas casas de armazenamento eram feitas de diversos materiais isolantes, como a palha e
o esterco.

No século XVIII A.C . o gelo estava disponível apenas para os ricos e poderosos. Em 1806 um
homem chamado Frederick Tudor deu início a um negócio no qual blocos de gelo eram retirados
do rio Hudson (em Nova York) e mananciais próximos e vendido a grande parte da população, por
um preço bem acessível.

Tudor eventualmente despachava gelo para locais ao redor do mundo e sua primeira
empreitada foi um carregamento de 130 toneladas, para o porto de St. Pierre, na ilha da
Martinique, na região do Caribe. O gelo era desconhecido por lá e não havia instalações para
armazená-lo. A empreitada poderia ter sido um desastre caso Tudor não tivesse se associado a um
proprietário local do setor de alimentos com o qual produziu e comercializou sorvetes.

Um intenso movimento de cargas foi mantido para os estados do sul dos EUA até ser
suspenso pela guerra civil americana. Diversos empresários entraram no negócio do comércio de
gelo e começaram a trazê-lo de outras localidades. Dados históricos revelam que 156 mil toneladas
de gelo foram embarcadas em Boston, em 1854. As casas de gelo, ao longo dos EUA,
costumeiramente faziam uso de serragem como isolante térmico e muitas tinham paredes de até
1 metro de espessura.

O comércio de gelo natural continuou mesmo depois do desenvolvimento do gelo artificial,


estimulado pelo argumento que tinha qualidades superiores ao feito pela mão do homem pois era
crença geral que o gelo artificial era prejudicial à saúde humana. O negócio finalmente terminou
por volta de 1930.

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O principal método usado para produzir refrigeração baseia-se no processo de evaporação


de um líquido chamado refrigerante.

No ano de 1755 já se conhecia o efeito de resfriamento causado pelo éter ao se evaporar


sobre a pele. Naquele tempo, o professor de química, William C ullen, demonstrou a formação de
gelo na água em contato com um recipiente contendo éter; ao reduzir a pressão sobre o éter
promoveu sua ebulição a uma temperatura baixa o suficiente para proporcionar a formação do
gelo.

Metade do ciclo de refrigeração estava resolvido, entretanto, ainda restava achar uma
forma de recircular o éter evaporado, evitando desperdiçá-lo para o ambiente. Isso tornaria o
sistema inviável economicamente, pois o éter evaporado deveria ser reposto.

Informações sobre métodos de liquefação de gases através de compressão foram reunidas


na segunda metade do século 18. Em 1780, dois homens chamados J. F. C louet e G. Monge
liquefizeram o Dióxido de Enxofre, a Amônia foi liquefeita em 1787 por Van Marum e Van
Troostwijk.

A ideia de unir as técnicas de evaporação e condensação e criar um sistema cíclico parece


ter sido sugerida pela primeira vez por Oliver Evans, da Filadélfia, mas a primeira máquina cíclica
de refrigeração foi feita por Jacob Perkins. A sua descrição pode ser encontrada nas especificações
de uma patente de 1834.

Haviam patentes anteriores dadas a máquinas de refrigeração, a primeira datada de 1790,


mas Perkins parece ter sido o primeiro a tê-la construído e colocado em uso.

O sistema poderia ser usado com qualquer fluido volátil, especialmente éter e consiste de
quatro componentes principais: evaporador, compressor, condensador e válvula de expansão,
do ciclo de refrigeração mecânica.

O compressor bombeia o vapor para o condensador, que é basicamente um trocador de


calor. O vapor é aquecido pela compressão e resfriado ao longo do condensador por um fluido
externo como água ou ar, fazendo com que ele condense tornando-se líquido. Este líquido escoa
através da válvula de expansão, que é basicamente um trecho da tubulação que de alguma forma
oferece uma restrição à passagem do escoamento, criando com isso um diferencial de pressão
através dele. Esta súbita queda de pressão faz com que parte do escoamento entre em ebulição
gerando uma mistura de líquido mais vapor.

A energia necessária para promover esta ebulição é retirada da parte ainda líquida do
escoamento reduzindo a temperatura da mistura que se encaminha para o evaporador. O
evaporador, que é um trocador de calor, retira calor do meio que se deseja resfriar e usa esta
energia para promover a evaporação do restante do escoamento que ainda se encontra no estado
líquido. Ao final do evaporador, todo o escoamento já se tornou vapor e é conduzido para o
compressor, e o ciclo se inicia novamente.

Apesar de ter gerado grande repercussão, não há nenhum registro da invenção de Perkins
na literatura da época, e apenas casualmente Bramwell fez-lhe uma referência 50 anos depois.

O maior responsável por colocar máquinas de refrigeração em uso foi o escocês James
Harrison. Iniciou-se no assunto a partir de um breve treinamento técnico nas aulas de química
durante seu curso de tipografia na universidade. Ao perceber o efeito de resfriamento do éter,
inventou, em tomo de 1850, uma máquina acionada manualmente para produção de gelo. Nos

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anos de 1856 e 1857 solicitou patentes na Grã-Bretanha, e deu continuidade ao desenvolvimento


construindo máquinas ainda mais evoluídas na Inglaterra. Tais equipamentos foram enviados para
diversos lugares visando aplicações como produção de gelo e a cristalização de parafina.

As máquinas foram fabricadas regularmente até o advento dos sistemas com Amônia e
Dióxido de Carbono, chegando a se tornar populares na Índia.

O éter quando submetido à pressão de 1 atmosfera evapora à temperatura de 34,5°C .


Quando o objetivo é produzir gelo esta pressão deve ser bem mais baixa para que a evaporação
ocorra em temperaturas inferiores a 0°C A ocorrência de um vazamento permitiria então a
passagem de ar para dentro do equipamento, constituindo um ambiente de enorme potencial
explosivo.

Já o Dimetil Éter, com ponto de ebulição de -23,6°C introduzido por Caries Tellier em 1864
e o Dióxido de Enxofre, com ponto de ebulição de -10°C introduzido em 1874, não incorriam neste
problema.

Es tes dois refrigerantes possibilitavam a produção de gelo mantendo o sistema a uma


pressão acima da atmosférica. O Dimetil Éter nunca chegou a ser usado de forma generalizada,
entretanto, o Dióxido de Enxofre foi usado extensivamente por aproximadamente 60 anos.

Cari Von Linde foi o primeiro a introduzir Amônia como refrigerante em torno de 1870. Por
ter um ponto de ebulição de -33,3°C proporcionava temperaturas bem mais baixas do que as
disponíveis anteriormente, apesar de apresentar pressões em torno de dez atmosferas ou mais no
condensador, requerendo assim construções mais robustas.

Apesar do primeiro sistema de refrigeração por compressão ter sido desenvolvido em 1834
por Jakob Perkins, apenas uma década após o início da comercialização da máquina de refrigeração
por absorção de Carré, esse sistema somente passou a dominar o mercado na década de 1930. Essa
demora se deveu aos seguintes fatores:

 Alto custo da energia mecânica e elétrica.

 Elevado nível de ruído.

 Motores grandes, pesados e caros. Lembrando que até o início do século os motores
elétricos eram isolados por meio de tecido.

O domínio dos sistemas de refrigeração por compressão ocorreu devido a:

 Invenção dos C FCs (C loro-Fluor-Carbono). Os C FCs, usados como fluidos refrigerantes


em máquinas por compressão não podiam ser usados em máquinas por absorção por
não terem afinidade química com outras substâncias, apresentavam a vantagem de
serem atóxicos, não inflamáveis e menos corrosivos que os refrigerantes até então
empregados, como amônia, butano e outros. Naquela época desconhecia-se a ação
destruidora dos C FCs sobre a camada de ozônio troposférico que protege a Terra da
radiação ultravioleta vinda do Sol. Hoje devido a esse efeito os C FCs estão sendo
banidos;

 Barateamento da eletricidade;

 Introdução do verniz isolante que barateou e reduziu as dimensões dos motores


elétricos;

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 Logo após a 2ª Guerra Mundial a Tecumseh desenvolveu o compressor hermético para


refrigerante R12, o que popularizou definitivamente a refrigeração por compressão.

Na década de 1970 em razão da crise energética foram comercializados, por empresas com
Carrier, York e Trane, vários modelos de equipamentos de condicionamento ambiental por
absorção para uso em sistemas de cogeração, principalmente usando o par água e Brometo de lítio.

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1 Termodinâmica
1.1. Matéria e mudança de estado físico

Matéria é tudo que tem massa (peso) e ocupa lugar no espaço e pode ser encontrada em
três estados físicos: sólido, líquido ou gasoso.

Podemos alterar os estados físicos da matéria alterando sua temperatura ou pressão. Estas
mudanças ocorrem conforme figura abaixo.

a) FUSÃO: representa a passagem do estado sólido para o estado líquido. A temperatura


na qual ocorre recebe o nome de Ponto de Fusão. Por exemplo, o derretimento de um cubo de
gelo.

b) VAPORIZAÇÃO: representa a passagem do estado líquido para o estado gasoso. Uma


vaporização pode ocorrer de três modos distintos:

EVAPORAÇÃO: passagem do estado líquido para o estado gasoso que envolve


apenas a superfície do líquido. Por exemplo, a secagem de roupas em um varal.

EBULIÇÃO: passagem do estado líquido para o estado gasoso por meio de


aquecimento direto, envolvendo todo o líquido. Por exemplo, o aquecimento da água em uma
panela ao fogão.

CALEFAÇÃO: passagem do estado líquido para o gasoso de modo muito rápido,


quase instantâneo. Por exemplo, gotas de água sendo derramadas em uma chapa metálica
aquecida.

c) LIQUEFAÇÃO ou CONDENSAÇÃO: representa a passagem do estado gasoso para o


estado líquido. Por exemplo, a umidade do ar ao entrar em contato com uma garrafa gelada.

d) SOLIDIFICAÇÃO: representa a passagem do estado líquido para o estado sólido. Por


exemplo, o congelamento da água em uma forma de gelo levada ao refrigerador.

e) SUBLIMAÇÃO: representa a passagem do estado sólido para o estado gasoso ou o


processo inverso, sem passagem pelo estado líquido. Por exemplo, a sublimação do gás
carbônico sólido, conhecido por gelo seco, em exposição à temperatura ambiente.
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1.2. Transferência de calor

É a passagem de calor de um corpo para outro. Só ocorre transferência de calor quando


houver diferença de temperatura entre eles.

Há três mecanismos conhecidos para transferência de calor: radiação, condução e


convecção.

A RADIAÇÃO consiste de ondas eletromagnéticas viajando com a velocidade da luz. C omo


a radiação é a única que pode ocorrer no espaço vazio, esta é a principal forma pela qual o sistema
Terra-Atmosfera recebe energia do Sol e libera energia para o espaço. É própria de corpos
incandescentes.

A CONDUÇÃO ocorre dentro de uma substância ou entre substâncias que estão em contato
físico direto. Na condução a energia cinética dos átomos e moléculas (isto é, o calor) é transferida
por colisões entre átomos e moléculas vizinhas. O calor flui das temperaturas mais altas (moléculas
com maior energia cinética) para as temperaturas mais baixas (moléculas com menor energia
cinética). A capacidade das substâncias para conduzir calor (condutividade) varia
consideravelmente. Via de regra, sólidos são melhores condutores que líquidos e líquidos são
melhores condutores que gases. Num extremo, metais são excelentes condutores de calor e no
outro extremo, o ar é um péssimo condutor de calor. C onsequentemente, a condução só é
importante entre a superfície da Terra e o ar diretamente em contato com a superfície. C omo meio
de transferência de calor para a atmosfera como um todo a condução é o menos significativo e
pode ser omitido na maioria dos fenômenos meteorológicos.

A CONVECÇÃO somente ocorre em líquidos e gases. Consiste na transferência de calor


dentro de um fluído através de movimentos do próprio fluído. Quando aquecemos uma água em
uma panela, a que está no fundo, irá se aquecer primeiro. O fluido quente é menos denso (mais
leve) que a água fria de modo que uma massa de água mais fria descerá e a massa de água mais
quente subirá. Este processo será repetirá até que toda água da panela se aqueça.

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1.3. Temperatura

Para sabermos se um dia está muito frio ou muito quente, costumamos afirmar que está
ou não muito calor/frio. O Fato é que segundo a física, calor não é a melhor forma de representar
essa grandeza e sim Temperatura.

Assim como em todas as áreas do conhecimento, a Física também utiliza alguns critérios e
classificações. Para podermos dizer se o dia apresenta ou não uma temperatura elevada, devemos
medir o grau de agitação das moléculas que estão presentes no ar de uma determinada região.
Logo, temperatura nada mais é que a medida do grau de agitação das moléculas de um corpo ou
meio. Por exemplo:

Quando retiramos alguns cubos de gelo do congelador de nossa casa, percebemos que ele
é inflexível, ou seja, não tem um grau elevado de agitação (temperatura baixa).

Já se o deixarmos dentro de um copo por várias horas ele passara por uma transformação
e tornar-se-á água. C omo líquido, o grau de agitação é maior (temperatura ambiente).

E se por último, colocarmos essa água em uma caneca e levarmos ao fogo esperando alguns
minutos, teremos muita agitação no ponto de fervura da água (temperatura alta).

Com essa simples experiência podemos concluir duas coisas:

 Quando um corpo apresenta temperatura baixa, o grau de agitação de suas moléculas é


baixo;

 Quando um corpo apresenta temperatura alta, o grau de agitação de suas moléculas é alto;

Portanto podemos confirmar que, na física, temperatura é uma grandeza


escalar responsável por medir o grau de agitação das moléculas de um corpo ou meio.

1.4. Pressão

Pressão é uma força exercida sobre uma superfície. Pode também indicar o ato
de comprimir ou pressionar. Também corresponde a uma grandeza do contexto da Física.

Na Física, a pressão é uma grandeza que quantificada através da razão entre a força (F) e a
área (A) da superfície em questão, onde a força é aplicada. É possível determinar a pressão através
de alguns instrumentos, entre eles o manômetro, o barômetro e o vacuômetro.

Segundo o Sistema Internacional, a pressão é medida na unidade N/m² (Newton por metro
quadrado), unidade igualmente conhecida como pascal. Existem outras unidades utilizadas em
refrigeração como bar, PSI, atm, kgf/cm².

TABELA DE C ONVERSÃO

PSI Bar Kgf/cm² atm


PSI 1 0,06895 0,07031 0,06805
Bar 14,5 1 1,02 0,9869
Kgf/cm² 14,22 0,9807 1 0,9678
atm 14,7 1,013 1,033 1
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1.5. Fluídos refrigerantes

É um fluido que absorve calor, evaporando a uma baixa temperatura e a pressão, e cede
calor, condensando a uma alta pressão e temperatura.

O uso da refrigeração e do ar condicionado representa um dos mais importantes avanços


da civilização moderna, pois possibilitou a guarda e distribuição de alimentos e a oportunidade de
viver e trabalhar em climas diversos.

A água foi o primeiro refrigerante que o homem conheceu. C om o passar dos anos, o
homem inventou máquinas e vários tipos de fluídos refrigerantes, sendo os mais comuns a amônia,
o dióxido de carbono, dióxido de enxofre, cloreto de metila (gases tóxicos ou inflamáveis).

Características necessárias aos fluídos:

Um fluído refrigerante para ter uso prático em instalação de refrigeração, deve possuir
várias qualidades:

 Não ser tóxico ou inflamável, pois qualquer escapamento seria altamente prejudicial;

 Condensar-se a pressão moderada;

 Evaporar-se a pressão acima da pressão atmosférica;

 Ter pequeno volume específico (pequeno volume em relação ao seu peso);

 Ter um elevado calor latente de evaporação;

 Ser quimicamente estável (não se altera apesar de suas repetidas mudanças de estado físico
no circuito de refrigeração);

 Não ser corrosivo;

 Deve permitir fácil localização de vazamento;

 Não deve atacar o óleo lubrificante ou ter qualquer efeito indesejável sobre outros materiais
da unidade de refrigeração;

 Não atacar ou deteriorar os alimentos, no caso de vazamento.

Obs.: Os fluorcabono em contato com o fogo se torna altamente tóxico.

As pressões de trabalho e outras propriedades físicas, do fluído, são de grande importância.

Os CFCs:

Os C FCs revolucionaram o mercado da refrigeração e climatização, e foram utilizados por


muitos anos. Porém, com a descoberta da destruição da camada de ozônio provocada pelo cloro
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contido nos C FCs, houve um acordo (Protocolo de Montreal) para acabar com sua produção e
comercialização. Este acordo determina que para os países desenvolvidos, o prazo para acabar com
a produção de C FCs extinguiu-se em 1996, e para os países em desenvolvimento a data limite para
a fabricação e comercialização é até 2006. Porém, o governo do Rio de Janeiro, sancionou no dia
08/11/95 a lei n.º 2.457 que determina que as geladeiras e aparelhos de ar condicionados não
podem mais liberar gás clorofluorcarbono (C FCs), para o meio ambiente. O artigo 1º desta lei diz:
Fica proibido a emissão de gases de refrigeração a base de clorofluorcarbono (C FCs) nos seguintes
casos:

Manutenção de sistemas de refrigeração e ar condicionado;

Desativação dos sistemas de refrigeração e ar condicionado;

Transferência de vasilhames para comercialização.

Para substituir os CFCs, foram fabricados fluídos refrigerantes alternativos que não atacam
a camada de ozônio, os HFC.

Como existe uma série de C FCs, um para cada tipo de aplicação, também foram fabricados
diversos tipos de HFCs, conforme tabela seguinte.

Fluidos refrigerantes alternativos para equipamentos em uso


Produto Nomenclatura O que Substitui Óleo Aplicação
Suva MP-39 R- 401ª R-12 OM / AB Retrofit para baixa e média temperatura.
Suva 409A R- 409ª R-12 OM / AB Retrofit para baixa e média temperatura.
Suva MP-66 R-401B R-12 / R-500 OM / AB Retrofit para baixa temperatura e alta
capacidade
Suva HP-80 R- 402ª R-502 OM / AB Retrofit em refrigeração comercial
Suva 408A R-408 R-502 OM / AB Retrofit em refrigeração comercial
Suva HP-81 R-402B R-502 OM / AB Retrofit em máquina de fazer gelo
Suva 141b R-141b R-11 OM / AB Limpeza de sistema.

Fluido refrigerante para equipamentos novos


Produto Nomenclatura Óleo Aplicação
Suva 134a R- 134a POE Refrigerador, freezer, condicionador de ar automotivo etc.
Suva HP-62 R- 404A POE Câmara frigorífica comercial
Suva 507 R- 507 POE Câmara frigorífica de baixas temperaturas.
Suva 95 R-508B POE Equipamentos novos de baixa temperatura ( -40ºC )
Suva 407C R-407C POE Condicionadores de ar
Suva 410A R- 410A POE Condicionadores de ar.

OM = Óleo Mineral / AB = Alquilbenzeno / POE = Pólio Éster


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1.6. Óleo lubrificante

O óleo usado nos compressores de refrigeração difere apreciavelmente daqueles usados


em outros tipos de equipamentos. Embora o lubrificante seja exigido apenas no compressor, ele
também circula através de todo o sistema juntamente com o refrigerante, com o qual está em
contato íntimo durante as variações de temperatura e pressão que ocorrem no ciclo de
refrigeração.

O lubrificante, portanto, deve ser não somente adequado ao ambiente de alta temperatura
do compressor, como também evitar reações indesejável com o refrigerante no lado de baixa
temperatura do sistema, como o congelamento.

A escolha do lubrificante será feita pelo: tipo de unidade, tamanho e tipo de compressor e
o refrigerante empregado no sistema.

Característica dos lubrificantes

 Não congelar, mesmo com temperaturas bem baixas.


 Não formar espuma.
 Não conter umidade.
 Ter compatibilidade com os refrigerantes
 Possuir propriedades que impeçam a formação de carbonos e alteração da viscosidade.
 Ter boa viscosidade

Devido a estas características, só se pode utilizar o lubrificante recomendado pelo


fabricante. Se o óleo levado pelo refrigerante, para dentro do sis tema, formar depósitos aderentes
sobre as superfícies do condensador, ou se congelar, ou ainda formar depósitos semelhante à cera
no interior dos tubos do evaporador, prejudicará sensivelmente a transmissão de calor.

O óleo lubrificante utilizado é específico para o uso em refrigeração, possui baixo ponto de
congelamento e é isento de parafina. Nos compressores herméticos, o óleo lubrificante deve ter a
viscosidade 32.

Os óleos utilizados em sistemas que trabalham com C FCs são geralmente minerais e
possuem uma boa compatibilidade com estes. Entretanto, não são compatíveis com os
refrigerantes alternativos.

Tipo do fluido refrigerante Tipo de óleo


CFC / HC FC Mineral ou Alquilbenzeno
Blends substitutos Alquilbenzeno
HFC Poliól Éster

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2 Ciclo de Refrigeração

“ Refrigeração é a transferência do calor de um local onde


não é aceito para um local onde não sofra objeção. ”
Willis Carrier

Um ciclo de refrigeração tem por objetivo transferir o calor de um ambiente para outro e é
composto por quatro componentes básicos (compressor, condensador, evaporador e dispositivo
de expansão).

No ciclo de refrigeração o fluido refrigerante que está circulando absorve calor pelo
Evaporador do ambiente a ser refrigerado ao evaporar e libera este calor pelo condensador para o
ambiente externo ao se condensar.

2.1. Funcionamento

Todos os sistemas de refrigeração trabalham com dois níveis diferenciados de pressão.


Como mostrado abaixo, na linha que divide o desenho.

A linha em extremo passa através do dispositivo de expansão e no outro extremo na válvula


de descarga do compressor. Portanto, as válvulas de descarga e dispositivo de expansão, são os
dois pontos de divisão do sistema.

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O lado de alta do sistema inclui os componentes operando a pressão de condensação ou


acima dela. São os seguintes os componentes do lado de alta: o compressor, a linha de descarga, o
condensador e a linha de líquido quente.

Já, o lado de baixa do sistema, inclui o dispositivo de expansão, a linha de líquido frio, o
evaporador e a linha de sucção.

O compressor é considerado principal componente do lado de alta, assim como o


dispositivo medidor é considerado o principal componente do lado de baixa.

Vamos detalhar um pouco melhor, como se comporta o ciclo de refrigeração, tomemos


como exemplo, um sistema usando refrigerante R-22, o que é usado nos ares de janela (AC J), como
mostra a figura abaixo.

Refrigerante em estado gasoso


a baixa pressão e temperatura

Partindo da descarga do compressor, temos o refrigerante no estado de vapor


superaquecido na temperatura de 88ºC . Ao chegar ao condensador, o refrigerante fica em contato
com o ar externo que entra no condensador a 35ºC , saindo a 48ºC . A quantidade de calor sensível,
que o ar recebeu e fez com que aumentasse sua temperatura, vem do refrigerante que se
transforma de vapor em líquido.

Durante a condensação, a pressão se mantém e a temperatura diminui e nesta condição é


enviado para o dispositivo de expansão.

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Ao sair do dispositivo de expansão, o refrigerante ainda se encontra no estado líquido, mas


sua pressão e temperatura mudam passando a ser de 60 psi e com a temperatura em 1ºC . Cabe
salientar, que o espaço compreendido entre dispositivo de expansão e o evaporador, contém uma
mistura de líquido frio entre 70% a 80% e o vapor frio entre 20% a 30%.

Entretanto no evaporador, o refrigerante circulará e em contato com o ar a ser resfriado,


que entra em uma temperatura de 24ºC , e saindo a 14ºC , sendo o calor do ar transferido para o
refrigerante, provocando assim a evaporação do mesmo.

Na saída do evaporador, verificamos que a pressão permanece com o mesmo valor, porém
a temperatura passa para 9ºC . O refrigerante superaquecido na forma de vapor é aspirado pelo
compressor, é comprimido a seguir e descarregado na linha de descarga, iniciando-se novamente
o ciclo.

Em conclusão: será importante que o refrigerante mude de estado em dois locais do


sistema, condensador e evaporador.

No condensador ele muda de gás quente em líquido quente.

No evaporador ele muda de líquido frio em gás frio

2.2. Função dos componentes

Compressor – Aquece o fluido refrigerante


para que o mesmo se condense à uma
temperatura ambiente. Ele aspira refrigerante
na forma de vapor que vem do evaporador, a
baixa pressão e temperatura. Através da
compressão, a pressão e a temperatura são
elevadas e o refrigerante é descarregado para o
condensador, onde em contato com o ar é
condensado.

Condensador – Também conhecido como


trocador de calor da parte de alta, é o
componente que retira o calor do refrigerante.
Calor este que foi adquirido no evaporador e
na compressão do refrigerante.

Evaporador – Também conhecido como


trocador de calor da parte de baixa, é o
componente que absorve o calor do ambiente a
ser refrigerado.

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Dispositivo de Expansão – A principal função


é promover, através da diferença de área, a
queda da pressão do fluido refrigerante para que
o mesmo possa se evaporar à baixa
temperatura. É o componente que controla o
fluxo de refrigerante necessário ao evaporador.
O tubo capilar é um tubo extremamente fino e é
utilizado nos refrigeradores e condicionadores
de ar individual como dispositivo de expansão.
Na figura ao lado é demonstrado como ocorre a
expansão do fluido refrigerante na entrada do
evaporador.

NOTA: Não se deve alterar o diâmetro nem o comprimento do tubo capilar, pois isso irá alterar as
pressões e a vazão do fluido refrigerante provocando danos ao sistema de refrigeração.

2.3. Inspeção da instalação

Refrigeradores

É muito importante que o técnico verifique a correta instalação dos equipamentos, pois
uma má instalação ocasiona um mau funcionamento.

Observe as instalações abaixo.

Observe que na figura ao lado o refrigerador foi


instalado em um local onde não há espaço para
a circulação do ar no condensador.
Isso fará com que o fluido não se condense
normalmente provocando um baixo
rendimento e possível desarme do
compressor.
Outro problema muito comum de se encontrar
são roupas que são colocadas no condensador
para serem secas. Isto compromete o
funcionamento do refrigerador inclusive
podendo ocasionar problemas no compressor.

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Nesta instalação percebemos que houve a


preocupação em deixar espaços na lateral e
acima do refrigerador para circulação de ar no
condensador, o que está correto.

Condicionadores de ar

Normas Gerais para Instalação do Ar C ondicionado de Parede ou Janela

1. O aparelho deve ser instalado, em relação ao chão, a uma altura entre 1,50 m e 1,80 m.
2. Se não for possível, deve-se observar uma distância mínima de 0,50 m de qualquer
parede.

3. Procure instalar o aparelho o mais centralizado possível, de preferência voltado para a


maior área do quarto ou da sala, escritório, etc.

4. Se for colocar mais de um aparelho numa mesma parede mantenha uma distância
mínima de 1,5 m entre eles.

5. O buraco na parede deve permitir o encaixe perfeito de um caixilho para a fixação do


aparelho. A espessura dessa madeira deve ser de no mínimo 2,5 cm.

6. As aberturas laterais e superiores do aparelho devem ser sempre voltadas para o


exterior e totalmente desobstruídas para que a movimentação do ar no compressor e
condensador se processe normalmente.

7. A espessura máxima da alvenaria é de 17 cm.

8. Normalmente instala-se o ponto de força (a tomada) à esquerda ou à direita do


aparelho.

9. Não se deve cortar ou deixar cortar a fiação elétrica que vem de fábrica.
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10. Não importa o lado de saída do rabicho (fiação que liga aparelho a tomada): ele pode
ser reposicionado do lado que se queira, no momento da instalação, através da retirada
da frente plástica do aparelho de ar condicionado.

11. Se houver necessidade deve-se trazer a tomada exclusiva para mais perto do aparelho.

12. Os aparelhos devem ser instalados com uma pequena inclinação de 1 cm na base, para
facilitar o escoamento da água.

13. Pode-se fazer uma ligação simples (com um tubo de plástico) do ponto de dreno à rede
de drenagem ou a áreas por onde a água possa escoar (jardim, etc.), evitando o
pingamento em áreas não apropriadas.

14. É normal pingar água do ar condicionador.

3 Compressores
O compressor é uma bomba que aspira o refrigerante vaporizado a uma baixa pressão e
temperatura, que vem do evaporador. Através da compressão, pressão e temperatura são elevadas
e o refrigerante é descarregado para o condensador onde, em contato com o ar, ele é condensado.
Em resumo, o compressor é uma bomba destinada a elevar a pressão e temperatura do refrigerante
em forma de vapor, visando facilitar a sua condensação.

O compressor serve para dar movimento ao ciclo e tornar possível a condensação e,


logicamente, o reaproveitamento do refrigerante.

Os compressores usados em uma refrigeradores, freezers, bebedouros e ares de janela, são


compressores herméticos.

3.1. Tipos e funcionamento

Os compressores herméticos têm sua caracterís tica principal no fato de ter uma carcaça
totalmente blindada, onde o motor e o conjunto compressor estão encerrados num só corpo
impedindo o acesso. Isso resulta na redução de tamanho da carcaça e elimina o problema de
vazamento com o uso de um selo mecânico.

Quanto a maneira como se realiza a compressão, se dividem em:

 Alternativos
 Rotativos

Compressor alternativo

O compressor alternativo é o tipo mais amplamente usado em refrigeradores. Ele é


especialmente adaptável para uso com refrigerantes que requerem deslocamento relativamente
pequeno e com condensação a pressão relativamente alta.

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O compressor alternativo é uma bomba aspirante premente (jato contínuo). A bomba


compressora é construída pela estrutura principal, geralmente denominada de corpo do
compressor onde se encontra os cilindros, pistões, bielas, válvulas de admissão e descarga, árvore
de manivela ou virabrequim.

O motor elétrico faz o movimento circular da árvore de manivela, que se transforma em


movimento alternativo do pistão dentro do cilindro, de tal modo que uma volta completa do eixo
o pistão faz o movimento de “vem", no qual é aspirado o gás e portando chamado de curso de
aspiração e um movimento de “vai”, no qual o gás é comprimido e descarregado para a câmara de
descarga do compressor é, portanto, chamado de curso de compressão. Caso o compressor tenha
mais que um cilindro, cada um dos pistões fará esses dois movimentos.

Os pistões de um compressor alternativo recebem movimentos de diversos modos, o


excêntrico, usa um eixo reto com excêntrico enchavetado nele, e bielas para dar movimento aos
pistões. Algumas vezes os excêntricos fazem parte integrante do eixo.

Os pistões são ligados às bielas por meio de pinos.

Outro método de acionamento dos pistões nos compressores alternativos é o tipo de


manivela. Este consiste num eixo de manivela e bielas. O pistão é ligado a biela pelo pino do pistão.

No trabalho do compressor é importante ressaltar o funcionamento das placas de válvulas.


Comumente são usados dois tipos básicos de válvulas de compressor: válvula de disco e válvula de
anel.

As válvulas de disco são peças de aço fina e flexível. Parte da válvula cobre o orifício de
sucção ou descarga. A tensão da mola ligada à válvula tende a mantê-la na posição fechada. A
válvula é forçada a abrir quando o aumento da pressão é maior que a tensão da mola.

As válvulas de anel; são anéis metálicos mais pesados. A válvula é normalmente mantida
na posição fechada por meio de molas. Se a pressão na parte inferior das válvulas é superior a
tensão das molas, estas levantam das suas sedes.

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Funcionamento:

Quando o pistão desce cria no interior do cilindro uma pressão inferior à de sucção. A
pressão de sucção empurra a válvula de sucção, permitindo a admissão do refrigerante no cilindro.

Na descarga, o pistão desloca-se de encontro à placa de válvulas criando assim uma


compressão. Neste momento as válvulas estão fechadas. Essa sobre pressão empurra a válvula de
descarga liberando o refrigerante para o cabeçote.

As válvulas são mostradas numa placa, na parte superior dos cilindros, com as válvulas de
sucção na parte inferior e as de descarga na parte superior.

A capacidade dos compressores é influenciada por certos fatores. Esses fatores podem ser
divididos em dois grupos: fatores mecânicos e fatores de aplicação.

Os fatores mecânicos são aqueles ligados ao projeto do compressor e os quais não podem
ser alterados.

Os fatores mecânicos dividem-se em:

Deslocamento dos pistões – em função do diâmetro do cilindro, curso e número de


cilindros.

Espaço morto – é o espaço entre a cabeça do pistão e o fim do cilindro, quando o pistão
está no ponto máximo do seu curso.

Os fatores de aplicação são aqueles determinados pelas condições sob as quais o


compressor é utilizado e que são variáveis dentro de certos limites.

São fatores de aplicação:

 Pressão de sucção.

 Pressão de descarga.

 Tipo de refrigerante.

O deslocamento volumétrico do compressor em m³/h é o volume deslocado pelo pistão


quando ele se desloca de um ponto para o outro, multiplicado pelos números de cilindros.

Compressor Rotativo

Os compressores rotativos estão sendo usados de maneira crescente nas instalações de


refrigeração.

Projetado especialmente para condicionadores de ar, oferecendo diversas vantagens em


relação ao compressor alternativo, como melhor rendimento energético e menores dimensões.

Seu sistema de bombeamento rotativo possui avanços tecnológicos tanto no seu desenho
quanto no seu processo de fabricação.

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Com formato cilíndrico e dimensões reduzidas, torna o compressor rotativo menor que seu
equivalente alternativo.

Seu consumo de energia é menor.

Com menos partes moveis, os compressores têm nível de vibração menor e


consequentemente menor nível de ruído.

No compressor rotativo, o refrigerante vaporizado é comprimido pela rotação de um rolete


guiado por um eixo excêntrico fixo ao rotor do motor. A compressão e sucção do refrigerante
vaporizado ocorrem simultaneamente. A câmara de compressão e sucção, são separadas por uma
palheta fixa.

Cada evolução do eixo inclui um ciclo de trabalho completo.

Funcionamento de um compressor rotativo.

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4 Noções Básicas de Elétrica


4.1. Grandezas Elétricas

Na eletricidade básica existem quatro grandezas fundamentais que são a tensão elétrica, a
corrente elétrica, a resistência elétrica e a potência elétrica.

Tensão elétrica

Tensão elétrica é sinônimo de diferença de potencial (d.d.p.). C ompreende-se melhor o


significado de tensão elétrica a partir de uma analogia com uma situação conhecida de toda a gente.
É o que se passa com a água.

Se tivermos dois depósitos de água com a superfície ao mesmo nível e abrirmos a válvula
que liga os dois depósitos, não haverá passagem de água de um depósito para o outro, devido às
superfícies da água nos dois depósitos estarem ao mesmo nível. Se tivermos dois depósitos de água
com níveis diferentes e abrirmos a válvula que liga os dois depósitos, haverá passagem de água do
depósito com um nível superior para o depósito com o nível inferior, devido a haver uma diferença
de níveis entre os dois depósitos.

A unidade de tensão é o Volts e o instrumento para medição é o voltímetro.

Corrente elétrica

Corrente elétrica é o fluxo de elétrons que percorre um circuito elétrico quando este é
conectado a uma fonte de tensão elétrica. Sua unidade de medida é o ampére. Sua intensidade
varia de acordo com a carga, ou seja, para uma mesma intensidade de tensão, quanto maior a
carga, maior a corrente elétrica.

Uma fonte de tensão contínua, como a bateria, provoca uma corrente contínua no circuito,
enquanto que, uma fonte de tensão alternada, como a tomada, provoca no circuito uma corrente
alternada.

Resistência elétrica

Resistência elétrica é a dificuldade da passagem dos elétricos. Quanto maior a dificuldade,


maior será a resistência elétrica

A resistência elétrica está relacionada a três fatores:

1. Material – dependendo da composição atômica, o material poderá oferecer uma


grande dificuldade à passagem dos elétrons. Neste caso, são considerados
isolantes. Por exemplo, madeira, porcelana, plástico etc. Outros oferecem baixa
resistências e são considerados condutores. Por exemplo, alumínio, cobre prata
etc.

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2. Seção – quanto menor a seção maior será a resistência. Por exemplo, um fio de
1,5mm² oferecerá muito mais dificuldade à passagem dos elétrons do que um de
4,0mm², ou seja, no condutor de 4,0mm² poderá circular muito mais corrente do
que no de 1,5mm².

3. Comprimento – quanto maior o comprimento de condutor, maior será a dificuldade


de a corrente elétrica passar, ou seja, maior será a resistência elétrica.

Figura 4. Resistência em um condutor


Potência elétrica

Potência elétrica é a capacidade de um aparelho consumidor realizar trabalho, ou seja, uma


lâmpada incandescente de 100 W por ter mais potência do que outra de 60 W, ilumina mais.

A potência de aparelhos resistivos pode ser calculada multiplicando-se a tensão pela


corrente. Desta forma fica evidente que quanto maior a potência maior será a corrente elétrica
consumida.

P=VxA

Resumindo

Símbolo para efeito


Grandeza elétrica Unidade de medida Símbolo de unidade
de cálculo

Tensão Volt V U

Corrente Ampére A I

Resistência Ohm Ω R

Potência Watt W P

4.2. Circuito elétrico

Circuito elétrico é um conjunto de dispositivos interligados eletricamente de forma a


propiciar a circulação da corrente elétrica.

Os componentes do circuito elétrico são:

 Fonte geradora – fornece energia (ddp) ao circuito para que haja corrente elétrica.

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 Condutor – responsável em conduzir a corrente elétrica da fonte geradora até o


aparelho consumidor e deste à fonte novamente.

 Dispositivo de manobra – embora muitos autores não consideram um componente


do circuito está presente em quase todos. Sua função é abrir ou fechar o circuito
elétrico, em outras palavras, ligar ou desligar o aparelho consumidor.

 Aparelho consumidor – transforma a energia elétrica em outra forma de energia,


realizando trabalho. Por exemplo, uma lâmpada transforma energia elétrica em luz.
Um ferro de passar roupa transforma energia elétrica em calor.

A figura abaixo mostra um circuito onde a fonte geradora é a bateria, o interruptor e a


chave magnética os dispositivos de manobra e a lâmpada e o motor os consumidores. A esquerda
visão real e a direita o esquema representativo.

Figura 5 - Esquema de um circuito elétrico

5 Componentes Elétricos dos Refrigeradores e Bebedouros


5.1. Relé de partida

São dispositivos que dão partida aos motores dos compressores ligando e desligando o
enrolamento auxiliar.

Quanto a seu funcionamento encontramos dois tipos de rele de partida

 Magnético

 Térmico

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Magnético
A secção de partida do rele consiste de uma bobina de fio grosso isolado e uma armadura
móvel de metal. A armadura de metal está em posição vertical e mantém os contatos de partida
abertos.

A bobina do relê é ligada em série com o


enrolamento principal do motor. Quando a
máquina é ligada a alta corrente inicial através
da bobina e do enrolamento principal é
suficiente para elevar a armadura móvel por
meio da força magnética e então, fazer com
que os contatos de partida se fechem. C om os
contatos de partidas fechados. O enrolamento
de partida é conectado em paralelo com o
enrolamento principal para fazer funcionar o
motor. Tão logo o motor adquira velocidade
normal, a corrente inicial que era alta, decresce
e reduz a força magnética agindo na armadura
metálica permitindo que ela caia e abra os
contratos do enrolamento de partida
desligando-o.
Es te tipo de rele não tem dispositivo de
proteção do motor.

Relé térmico – PTC

Os termistores do tipo NTC ou PTC são semicondutores que podem ter a variação de
resistência de forma diretamente proporcional para os termistores do tipo PTC (positeve
temperature coeficient), onde a resistência elétrica irá se elevar a medida que se eleva a
temperatura e inversamente proporcional para os termistores do tipo NTC (negative temperature
coeficient) onde a resistência elétrica irá diminuir a medida que se eleva a temperatura.

Es te relé utiliza um termis tor PTC que enquanto frio permite


a passagem da corrente elétrica ao enrolamento Auxiliar e
quando aquecido pela passagem desta corrente, sua
resistência elétrica aumenta a um valor muito alto,
desligando o enrolamento Auxiliar.
Es te relé é considerado universal, pois pode ser aplicado em
diversos tipos de compressores de refrigerador. Para instalar
capacitor de partida é necessária utilização de um próprio
para este fim.

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5.2. Protetor Térmico

É um dispositivo térmico de proteção de motor elétrico que atua em razão da passagem


da corrente.

FUNC IONAMENTO:

O protetor de sobrecarga e constituído basicamente de uma lamina bi metálica (duas


lâminas com coeficiente de dilatação diferentes, soldadas conveniente uma sobre a outra) e um
resistor de aquecimento.

O resistor de aquecimento está ligando em serie com o enrolamento principal. C ircula por
ele também a corrente inicial de partida, que é elevada apenas momentaneamente não fazendo
por isso atuar o protetor.

Se por uma irregularidade qualquer uma corrente mais elevada que a corrente normal de
trabalho circular pelo resistor em tempo não instantâneo a lâmina bi metálica se curva e desligará
os contatos de sobre carga e, por conseguinte, o enrolamento principal parando o motor.

Quando a lâmina bi metálica se resfriar, voltara novamente a sua posição normal e então
fechara os contatos colocando o motor em funcionamento.

5.3. Termostato

Tem a finalidade de controlar a temperatura do ambiente a ser refrigerado, ligando e


desligando o compressor.

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Funcionamento:

Possui um sensor (7) que geralmente é


um tubo capilar. Dentro deste tubo existe um
fluido volátil que se expende ou contrai
dependendo da temperatura sentida.
Enquanto a temperatura estiver acima da
regulagem dele, o fluido expandido acionará
um fole (6) que fará com que os contatos
elétricos permaneçam fechados e o
compressor ligado.
Quando a temperatura abaixa, o fluido
contrai e faz com que os contatos elétricos se
abram, desligando o compressor.
Através da haste (10) podemos regular o set
point.
Os termostatos são selecionados de acordo com os equipamentos, ou seja, de acordo com
a temperatura de operação que devem controlar.

De refrigerador

Em refrigeradores de uma porta o sensor de temperatura do termostato é fixado no final


do evaporador. Em uma duplex, o sensor é fixado na placa fria. Por eles estarem sentindo a
temperatura do evaporador, só abrem os contatos com valores muito baixos, próximo de -15ºC .

Nas frost free, o sensor fica localizado no retorno de ar que vai ao evaporador.

De condicionador de ar

O sensor de temperatura fica localizado na frente do evaporador, entrada do ar e controla


a temperatura de retorno do ar.

NOTAS:

1. C uidado ao manusear estes termostatos, pois o tubo capilar se rompe com facilidade,
danificando-o.

2. Para testar o funcionamento dos termostatos de condicionadores de ar, podemos utilizar água
fria para desarmá-lo. Já com os utilizados em refrigeradores isso não é possível por causa da baixa
temperatura de atuação.

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6 Refrigerador Frost-Free
O refrigerador frost-free tem um sistema automático que não o deixa fazer gelo. Ele faz o
degelo de forma automática e periódica.

Componentes do sistema de degelo:

6.1. Sensor

O refrigerador frost-free possui dois sensores, um para medir a temperatura interna do


refrigerador e outro para controlar o degelo.

6.2. Resistência

O degelo dos refrigeradores frost-free são feitos através de uma resistência que fica
acoplada junto a serpentina evaporadora. Quando o sensor de degelo detecta que a serpentina
está com gelo o mesmo envia um sinal para a placa eletrônica que alimenta a resistência para fazer
o degelo. Em determinados refrigeradores o degelo é feito por tempo ao invés de temperatura
baixa no evaporador.

6.3. Bimetal

Tem por finalidade interromper o circuito da resistência, tão


logo o evaporador fique livre de gelo independentemente
de o tempo de degelo ter determinado pelo interruptor
horário. Esse bimetal está localizado junto ao evaporador no
lado direito superior, fixado ao mesmo tempo por uma haste
que o deixa em contato direto com o evaporador. O bimetal
abre o contato entre seus dois terminais no instante em que
sua temperatura de acionamento é atingida (+14ºC), só
voltando a liga-lo quando a temperatura atingir -8ºC .

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6.4. Ventilador do evaporador

O ventilador do evaporador faz com que o ar circule dentro do refrigerador.

6.5. Damper

Controla a temperatura do gabinete do refrigerador controlando o fluxo de ar do freezer


para este ambiente. Possui um termostato acoplado para esta finalidade conforme figura abaixo.

Time

É responsável por determinar os tempos de refrigeração e degelo. Em geral, deixa o


refrigerador 08h em refrigeração e 25min em degelo.

Esquema Frost Free

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6.6. Placa eletrônica

A placa eletrônica ou módulo de potência tem a mesma função do Time e além disso,
controla a temperatura no interior do refrigerador.

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7 Bebedouros
7.1. Evaporador

O evaporador do bebedouro é a parte onde o refrigerante que


entra em forma líquida se evapora retirando calor do recipiente
com água fazendo assim a água ficar gelada.

7.2. Torneiras

É onde a pessoa retira a água gelada para beber.

7.3. Termostato

É o dispositivo que regula a temperatura da água.

7.4. Placa Peltier

Também chamada de pastilhas termoelétrica, as placas


Peltier são pequenas unidades que utilizam tecnologia de
matéria condensada para operarem como bombas de
calor. Uma unidade típica tem espessura de alguns
milímetros e forma quadrada. Esses módulos são
essencialmente um sanduíche de placas cerâmicas
recheado com pequenos cubos conforme figura ao lado.

Quando uma corrente é aplicada, o calor move de um lado ao outro, onde ele deve ser
removido com um dissipador e auxiliado por um cooler.

A parte da pastilha que absorve calor fica fixado no reservatório de água, resfriando-a.

Os bebedouros que utilizam esta tecnologia são conhecidos no mercado como eletrônicos.
Es te tipo de sistema não é eficiente, pois consome muita energia elétrica e não rende como o
tradicional.

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8 Elétrica dos Condicionadores de ar de Janela (ACJ)


8.1. Componentes elétricos

Chave seletora

Um condicionador de ar possui várias funções, como por exemplo, ventilação baixa, alta,
refrigeração alta etc. A chave seletora tem por finalidade selecionar a função desejada pelo usuário
e fica localizada na máscara do aparelho.

Existem chave seletora com várias posições. Para


identificar os terminais é necessário tes tar
continuidade entre o terminal de entrada (fig. ao lado)
com os demais.
O terminal que der continuidade sozinho será uma
das velocidades.
Terminal de
entrada

Termostato

Como foi visto anteriormente, a função do termostato é controlar a temperatura do


ambiente, ligando e desligando o compressor.

O bulbo sensor de temperatura fica localizado na entrada do ar de retorno.

Capacitor de fase

Também conhecido como capacitor permanente, é constituído de dois condutores


(armaduras) separados por um material isolante (dielétrico). Aplicando se uma diferença de
potencial elétrico (tensão) entre suas placas ocorrerá o armazenamento de carga elétrica. Serve
para corrigir o fator de potência e a defasagem da energia elétrica do motor do compressor e do
ventilador.

Sua capacidade é dada em micro farad (µF) e é aplicado de acordo com o tipo e potência
do motor elétrico e previamente determinado pelo fabricante.

NOTA: Não é recomendado a utilização de capacitores com


capacitâncias diferentes das recomendadas pelos fabricantes
sob pena de danificar o motor elétrico.

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Ligações elétricas

Nos compressores, é ligado entre o


enrolamento marcha e auxiliar conforme figura
ao lado. E nos ventiladores, entre o auxiliar e
linha, conforme figura abaixo.

Capacitor duplo

O capacitor duplo é utilizado em substituição aos individuais.


Ele atende ao compressor e ventilador e a identificação dos bornes é
de acordo com o desenho abaixo.

Nos terminais do C omum, além de uma das fases entram o marcha do compressor e a linha
do ventilador.

Capacitor de partida (Eletrolítico)

Motores monofásicos, devido sua construção, possuem dificuldades para iniciar o


funcionamento.

Queda de tensão, pressões do sistema não equalizadas e


desgastes de componentes mecânicos dos compressores fazem com que
os compressores não iniciem o funcionamento e desarmem pelo protetor
térmico devido à alta corrente elétrica. Nestas situações podemos
instalar capacitor eletrolíticos para auxiliar a partida.

Seu tempo de funcionamento não pode ultrapassar três segundos, caso contrário,
“explode”. Por esta razão, precisamos instalar o relé voltimétrico para desligá-lo.

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Relé Voltimétrico

Sua finalidade é desligar o capacitor de partida após o início de funcionamento do


compressor.

Ele possui uma bobina entre os terminais 2


e 5 e um contato elétrico normalmente fechado
entre os terminais 1 e 2.
A tensão que faz a bobina atuar é na ordem
de 240 a 360V dependendo do compressor, mesmo
sendo a tensão de alimentação 220V.
Es ta tensão é encontrada no enrolamento
auxiliar, entre os terminais Comum e Auxiliar,
quando a velocidade do motor atinge 80% da
velocidade total.
Os contatos 1 e 2 abrem-se desligando o
capacitor eletrolítico do circuito

NOTA: A alta tensão no enrolamento auxiliar é


gerada pelo capacitor de fase.

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9 Carga de Fluído Refrigerante


9.1. Conhecendo o manifold

O manifold é o instrumento utilizado para:

 Verificar a pressão do fluído refrigerante;

 Verificar a temperatura de saturação do fluído refrigerante;

 Dar carga de fluído refrigerante no equipamento.

Manifold analógico Manifold Digital

9.2. Conhecendo o vacuômetro

O vacuômetro é o instrumento utilizado para medir o nível de vácuo no equipamento.

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9.3. Tipos de fluídos refrigerantes

Atualmente existem diversos tipos de fluídos refrigerantes no mercado. Vamos abordar


aqui os fluídos utilizados em geladeiras, bebedouros, freezers e condicionadores de ar de Janela.

Em geladeiras, bebedouros e AC J os fluídos mais utilizados são o MP-39 e o R-134a. Algumas


geladeiras também encontramos com R-600. Para saber o fluído que o equipamento está utilizando
basta verificar na etiqueta do equipamento ou do compressor.

ATENÇÃO! O fluído refrigerante R-600 é inflamável. Quando for executar qualquer serviço de
solda transfira todo o fluído para um cilindro adequado antes e só solde quando tiver certeza
que o sistema já está livre do fluído.

9.4. Recolhimento do fluído refrigerante

Quando for necessário abrir o sistema de refrigeração recolha o fluído refrigerante. Para
isso utilize a válvula perfuradora, uma recolhedora e um cilindro para armazenar o fluído. Quando
há queima do compressor o fluído fica contaminado e não poderá ser reaproveitado, o mesmo
deverá ser levado a um centro de reciclagem credenciado ao IBAMA. Para saber onde fica localizado
o centro de reciclagem de fluídos refrigerantes mais próximo de você consulte o IBAMA.

Nunca transfira o fluído refrigerante para garrafas descartáveis utilize os cilindros


apropriados para recolhimento.

9.5. Desidratação do sistema (vácuo)

A umidade dentro do sistema de refrigeração prejudica o sistema, pois como a temperatura


do fluído refrigerante é muito baixa a umidade condensa e congela entupindo o sistema e a
umidade em contato com o óleo deixa o óleo ácido o que ocasiona a corrosão do verniz da bobina
do compressor ocasionando a redução de sua vida útil e até mesmo a queima.

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9.6. Carga de fluído refrigerante

É o processo no qual abastecemos o sistema com o fluído refrigerante. No manual do


produto e em sua etiqueta vem descrito o tipo de fluído e a quantidade.

R-22 MP-39 R-600


134a

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10 Solda
10.1. Cortar e alargar tubos

São os procedimentos realizados em preparação dos tubos antes da solda.

Cortador de tubos. Alargador de tubos.

10.2. Soldar tubos

É o processo de união de dois tubos.

Maçarico portátil e refil.

10.3. Teste de vazamento

Após feita a solda, pressurize o sistema com nitrogênio até 150 PSI e com detergente líquido
e uma esponja ou uma trincha passe nos pontos onde foram soldados para verificar se não há
vazamento.

Em sistemas onde há vazamento e não se sabe onde está o mesmo utilize o detector de
vazamentos.

Detector de vazamentos de gás.

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Anexos

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Referências bibliográficas
 www.refrigeracao.net
 SANTOS, Marco Aurélio Da Silva. "Termodinâmica"; Brasil Escola. Disponível em
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2015.
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Paulo/SP, 2004. Ilustração:
http://www.profjoaoneto.com/quimicag/estadex.htm
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 http://www.infoescola.com/
 http://vagnerpossani.blogspot.com.br/
 https://www.chemours.com
 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ - C ENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNC IAS
EXATAS

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