Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Graduação
Lato Sensu
Módulo I
Direito Tributário
Obrigação Tributária
Hipótese de Incidência
Fato Imponível
Obrigação Tributária
Hipótese de Incidência
Fato Imponível
Base de Cálculo e Alíquota
Prof. José Marcelo Martins Proença
1. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Trata-se de obrigação que, como já fora dito, decorre de expressa previsão legal e,
por esse motivo, é dita ex lege.
Com efeito, há fenômenos que não interessam ao legislador e outros cuja ocorrência
é prevista em lei, devido a sua importância e repercussão no mundo jurídico. O legislador
enumera fatos lícitos e ilícitos no intuito de regular as relações entre os indivíduos e entre
estes e o Estado.
Diz-se que a obrigação tributária é obrigação legal (ex lege) e não voluntária (ex
voluntate), pois decorre invariavelmente da lei, sendo impossível derrogar qualquer
dispositivo previsto pela simples vontade das partes.
Ainda, além da exigência de que haja lei instituindo o tributo (arts. 150, inc. I, da
CF, e 97, inc. I, do CTN), há exigência mais específica: é necessário que haja competência
do ente tributante para que seja válida sua criação. No tocante a essa verificação, deve-se
utilizar o diploma constitucional que, nos artigos 153 a 156, traça as competências em
matéria tributária.
Assim, caso haja uma lei federal e outra estadual dispondo sobre o mesmo tributo, é
necessária a verificação dos artigos supramencionados, para constatar qual das leis deve
prevalecer, uma vez que não há hierarquia entre leis tributárias federais, estaduais, distritais
e municipais: há apenas divisão constitucional de competência, pois cada uma delas possui
campo próprio de atuação.
• sujeito passivo;
• hipótese de incidência;
• base de cálculo; e
• alíquota.
O polo ativo da obrigação tributária é normalmente ocupado pela pessoa política que
criou o tributo em abstrato, dotada de Poder Legislativo, a qual possui competência
tributária.
Assim, nada impede que uma terceira pessoa venha a arrecadar o tributo. A esta
prática é conferida a denominação de parafiscalidade.
• autarquias: têm capacidade tributária passiva e são imunes apenas aos impostos
(art. 150, § 2.º, da CF).
De acordo com expressa previsão legal (art. 121, § 1.º, incs. I e II do CTN), tem-se
que o sujeito passivo da relação tributária pode ser denominado contribuinte, quando tiver
relação pessoal e direta com o fato gerador do tributo ou responsável, quando não tiver
relação direta e pessoal com o fato gerador do tributo, mas a obrigação de saldar o débito
decorre de expressa determinação legal.
Ainda, a obrigação tributária pode ser principal e acessória, podendo ela ser cindida,
não sendo requisito de existência da obrigação acessória que a obrigação principal ainda
exista. A título de exemplo, tem-se o caso de contribuinte que paga o tributo (obrigação
principal) e continua com a obrigação de manter livros devidamente escriturados, emitir
notas, permitir que fiscal faça verificações em seu estabelecimento (obrigação acessória).
3. HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA
Por hipótese de incidência entende-se a descrição feita pela lei de um fato que, se
ocorrido no mundo dos fenômenos naturais, dará origem a uma obrigação tributária.
Com efeito, é previsão legal de um fato que, se ocorrido, originará uma obrigação
tributária. Pode-se afirmar que a hipótese de incidência guarda semelhança com o tipo
penal, pois este também é descrição legal de um fato que, se praticado, ocasiona
possibilidade de imputação de sanção penal.
Por fim, salientamos que, de acordo com a unanimidade dos autores, e de acordo
com o artigo 4.º do Código Tributário Nacional, cabe à hipótese de incidência distinguir
um tributo do outro, o que não deve ser feito com base na denominação que este tributo
recebe.
4. FATO IMPONÍVEL
A hipótese de incidência difere do fato imponível, uma vez que este caracteriza-se
pelo acontecimento daquela (fato que realiza o tipo tributário), e a hipótese de incidência é
o próprio “tipo tributário”.
A expressão “fato gerador” é equívoca, visto que pode proporcionar uma série de
interpretações, logo, deve ser evitada. A doutrina clássica faz a cisão da expressão fato
gerador da seguinte forma:
• Fato gerador in abstracto: Tem relação com a previsão legal do fato que,
ocorrido, gera direito subjetivo para o fisco proceder na cobrança do tributo.
Assim, é de se concluir que tal expressão faz referência à hipótese de incidência,
segundo a doutrina moderna.
• Fato gerador in concreto: Expressão que designa a ocorrência, no campo
concreto, do fato previsto pela lei tributária como passível de dar origem a um
tributo. Faz referência ao fato imponível, de acordo com a classificação dada
pela doutrina mais atual.
Para que haja o surgimento (nascimento) do tributo, é necessário que o fato se ajuste
rigorosamente à hipótese de incidência tributária. Trata-se do fenômeno denominado
“subsunção”, o qual se assemelha à tipicidade penal ou adequação típica, que se verifica na
esfera criminal.
É o valor sobre o qual será feito o cálculo do montante do tributo. Sobre ele incidirá
a alíquota para que seja apurado o valor devido. A base de cálculo deve, invariavelmente,
guardar correlação lógica com a hipótese de incidência do tributo, pois enquanto essa
hipótese determina o fato abstrato que, ocorrendo, possibilitará cobrança do tributo, a base
de cálculo determina, com base no fato previsto, a dimensão sobre a qual incidirá a
alíquota do tributo. A título de exemplo, verificamos que no Imposto sobre a Renda e
Proventos de Qualquer Natureza, a hipótese de incidência é obter rendimentos e a base de
cálculo é a renda líquida; já no ICMS, a hipótese de incidência é vender mercadorias, e a
base de cálculo é o valor da mercadoria.
5.2. Alíquota
É também elemento essencial que encontra-se apontado na lei que institui o tributo –
normalmente expresso em porcentagem e, como acima mencionado, conjugado à base de
cálculo –, permitindo que se verifique o quantum debeatur, quantia devida.