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Aula 6:
● Funções psíquicas compostas e suas alterações
parte 1/3
● Eu/Self
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Funções Psíquicas Compostas


Introdução

● Funções psíquicas resultam de vários agrupamentos de funções,


uma somatória de atividades e capacidades mentais e
comportamentais.

● A inteligência não pode ser compreendida como uma função


psíquica elementar, já que inclui o conjunto de habilidades,
talentos, limitações e capacidades cognitivas de um indivíduo.

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Funções Psíquicas Compostas


Introdução

● A personalidade é, por definição, a soma de:


● Traços e características psicológicas individuais formados ao
longo do desenvolvimento mental e físico do indivíduo
● Marcas pessoais
● Formas de sentir e reagir
● Relativamente estáveis no tempo

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Funções Psíquicas Compostas


Introdução

Chamamos essas “funções” de “compostas” para contrapô-las às


anteriores, mais elementares. Também poderiam, em certo nível, ser
vistas como “compostas”:
● Atenção
● Orientação
● Sensopercepção
● Pensamento

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Funções Psíquicas Compostas


Introdução

● De todos esses construtos, as noções de Eu, de Self, de


identidade e o domínio da personalidade são termos com
demasiada sobreposição entre si.

● As sobreposições e as eventuais definições vagas e/ou


contraditórias por vezes dominam nesse campo da
psicopatologia, dessa forma, estudiosos sobre o tema
demonstram dificuldades e conflitos para compreendê-lo.

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Funções Psíquicas Compostas


Introdução

Personalidade, por exemplo:

● Conceito complexo, controverso, amplo e com teorias


distintas (caráter, tipos humanos, temperamento, traços
individuais) - termos próximos que geram confusão e
sobreposição.

● As abordagens teóricas fundamentam-se em diferentes


concepções para compreender o ser humano, o que traz
implicações diretas na maneira de descrever o Self.

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Funções Psíquicas Compostas


Ontogenia: Origem e desenvolvimento do Eu

● A constituição e a delimitação do que muitos psicólogos e


psicopatólogos chamam de Eu.

● Noção do Eu pelo viés da psicologia

● O Eu se desenvolve na criança progressivamente ao longo do


primeiro ano de vida.

● Ao fim desse período, a imagem do Eu torna-se um tanto mais


nítida e consistente. (Papalia; Feldman, 2013)

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Funções Psíquicas Compostas


Ontogenia: Origem e desenvolvimento do Eu

● A criança se torna apta a perceber e a representar objetos


autônomos e estáveis em sua mente.

● O autoconceito e a visão de si mesma como um ser relativamente


autônomo e separado dos demais vão gradativamente ficando
mais claros e estáveis.

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Funções Psíquicas Compostas


Ontogenia: Origem e desenvolvimento do Eu

● A noção de que algo existe “fora” (o externo à criança) marca o


instante de singular significação para a formação do que se
entende por “consciência do Eu”. Desenvolve-se, assim, o
sentimento de oposição entre o Eu e o mundo, constituindo-se
progressivamente as dimensões subjetiva e objetiva da
experiência humana.

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Ontogenia: Origem e desenvolvimento do Eu

● A consciência do Eu pressupõe a tomada de consciência do


próprio corpo, do “Eu físico” .

● A esse Eu corporal, psíquico e somático a um só tempo, a


psicologia denominou imagem ou esquema corporal. (Schilder;
Wertman, 1994)

● Se a consciência do Eu também abrange o corpo, então nela se


entrelaçam o psíquico e o somático.

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A noção de Self e suas vicissitudes

● O termo Self, em português, significa: si mesmo - um construto


mais abrangente do que a noção de Eu.

● Em psicologia e psicopatologia, diversos autores desenvolveram


noções originais de Self, autores tão diversos como William James,
Pierre Janet, Carl G. Jung, Jacob L. Moreno, Erving Goffman, Carl
Rogers e George Herbert Mead são alguns dos mais influentes.

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A noção de Self e suas vicissitudes

● Em 1890, dá-se o início da análise científica do Self com a


publicação de The Principles of Psychology de William James.
(Ashmore & Jussim, 1997)

● A busca pelo termo Self na BVS Psicologia mostra 5813 resultados e


no PsycINFO mostra 641 resultados.

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A noção de Self e suas vicissitudes

Definição de Self Para William James (1842-1910):


● O Self de uma pessoa pode ser considerado a soma total de tudo
aquilo que ela possa chamar de “seu”, no sentido íntimo. Tal Self
se refere não apenas ao corpo e a traços psíquicos, mas também
aos sentimentos de relação referentes às pessoas mais
intimamente relacionadas ao indivíduo: a mãe, o pai, os amigos
mais íntimos, os filhos e, até mesmo, caso forem muito
significativos para o sujeito, a casa onde vive, seus papéis sociais
mais plenamente incorporados, seu trabalho e profissão.

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Funções Psíquicas Compostas


A noção de Self e suas vicissitudes

James propõe descrever o Self por meio de três dimensões:


1. O Self material - é constituído principalmente pelo corpo, a parte
mais interior e íntima do Self, denominado, então, Self corporal. No
corpo, nem tudo é igualmente “Self”; notamos bem mais alguns
órgãos e partes como marcadamente significativos e mais “nossos”
(por exemplo, o rosto, os olhos, a pele, os cabelos, os órgãos genitais,
as mãos, os seios, etc., com variações no grau de importância entre as
pessoas e os grupos socioculturais).

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A noção de Self e suas vicissitudes

James propõe descrever o Self por meio de três dimensões:


2. O Self social - diz respeito a como somos reconhecidos por nossos
pares e pela sociedade em geral. James diz que não somos apenas
animais gregários, que gostam de estar perto de outros humanos.
Temos, de fato, forte propensão e desejo de sermos notados,
reconhecidos e valorizados pelas pessoas com quem convivemos. Se
ninguém nos nota, reconhece e valoriza, podemos nos sentir mais que
arrasados – aniquilados, mortos, em termos psicossociais.

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A noção de Self e suas vicissitudes

James propõe descrever o self por meio de três dimensões:


3. O Self anímico ou psíquico (James o denomina spiritual Self, com o
sentido de Self anímico) - é o ser subjetivo, o ser interior de uma
pessoa, o conjunto de todas as faculdades e disposições psíquicas
(sensibilidade, afetividade, cognição, vontades e desejos, conscientes
e inconscientes). Segundo James, o Self anímico é vivenciado como a
dimensão mais íntima e interior de uma pessoa em oposição ao
mundo exterior.

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Funções Psíquicas Compostas


A noção de Self e suas vicissitudes

No Research Domain Criteria (RDoC):


● A noção de Self é colocada como um de seus construtos.
● A compreensão e a percepção do Self são definidas como os
processos e/ou representações implicados em ser consciente do
próprio Self, bem como em acessar conhecimentos e fazer
julgamentos sobre ele.
● Inclui os estados internos e os traços e habilidades tanto cognitivos
como emocionais.

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Funções Psíquicas Compostas


A noção de Self e suas vicissitudes

Research Domain Criteria (RDoC):


● O RDoC estabelece que o Self deve ser considerado tanto
isoladamente quanto em relação com os outros.

A noção de Self implica também os mecanismos nos quais se baseiam:


● A autoconsciência
● O auto monitoramento
● O autoconhecimento

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Funções Psíquicas Compostas
A noção de self e suas vicissitudes
Research Domain Criteria (RDoC):
As percepções e o conhecimento do Self são organizados de acordo
com os seguintes subconstrutos:
● Agência - é uma noção fundamental, que revela como e quanto o
indivíduo tem poder sobre sua própria vida, interferindo de forma
voluntária e autônoma sobre o que acontece consigo mesmo.

● Autoconhecimento - é a habilidade em fazer julgamentos sobre os


traços, as habilidades e os estados cognitivos e emocionais
internos.

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A representação do Eu na vida cotidiana


sob a ótica de Goffman

● Goffman recorre ao conceito de interacionismo simbólico para


comprovar essa situação, pois, para Goffman, o indivíduo é
dotado de um eu (Self), uma essência de personalidade.

● No livro intitulado “A representação do eu na vida cotidiana”, o


autor enfatiza essa questão.

GOFFMAN E. A representação do EU na vida cotidiana. Petrópolis. Ed. Vozes, 2007.


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A representação do Eu na vida cotidiana


sob a ótica de Goffman

É necessário destacar que a concepção adotada pelo autor tem como


foco que o indivíduo exerce múltiplos papéis:
O indivíduo influencia o modo que os outros o verão pelas suas
ações. Por vezes, agirá de forma teatral para dar uma
determinada impressão para obter dos observadores respostas
que lhe interesse, mas outras vezes poderá também estar atuando
sem ter consciência disto. Muitas vezes não será ele que moldará
seu comportamento, e sim seu grupo social ou tradição na qual
pertença. (Goffman, 2007, p. 67)

GOFFMAN E. A representação do EU na vida cotidiana. Petrópolis. Ed. Vozes, 2007.


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A representação do Eu na vida cotidiana
sob a ótica de Goffman

● O autor compreende a experiência em fazer do mundo um palco,


isso devido ao fato de observar o cotidiano além de suas meras
interpretações.
● Nessa perspectiva, Goffman demonstra que as configurações que
os indivíduos apresentam, a partir das interações, são passíveis de
transformação.
“O mundo é um palco; os homens e as mulheres, meros
artistas, que entram nele e saem. Muitos papéis cada um
tem no seu tempo: sete atos, sete idades.”

GOFFMAN E. A representação do EU na vida cotidiana. Petrópolis. Ed. Vozes, 2007.


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A representação do Eu na vida cotidiana


sob a ótica de Goffman

● O balanço entre o eu e a teatralização do cotidiano, mais tarde,


Goffman analisaria o estigma não limitado à dicotomia entre
normais e estigmatizados, mas como um processo social onde no
mínimo dois sujeitos assumem esses papéis.
● Assim, o criminoso só existe face aqueles que o julgam.
● E o louco somente existe quando rotulado assim.

GOFFMAN E. A representação do EU na vida cotidiana. Petrópolis. Ed. Vozes, 2007.


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A representação do Eu na Vida Cotidiana


sob a ótica de Goffman

● Com isso, Goffman e depois Howard Becker consolidaram a teoria


do etiquetamento (labelling approach).

● Basta “colar” uma etiqueta na pessoa que ela será vista e julgada
por todos que reconhecem e atribuem significados a essa
etiqueta.

● Mudar isso é difícil: fica o estigma.

GOFFMAN E. A representação do EU na vida cotidiana. Petrópolis. Ed. Vozes, 2007.


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A representação do Eu na vida cotidiana


sob a ótica de Carl Rogers

● O Self não é uma entidade estável, imutável.

● Para ele o Self é um processo constante e não pode ser


comparado a uma fotografia que apenas congela o momento.

● Rogers queria que o indivíduo entrasse em contato com sua


identidade, iniciando assim seu autoconhecimento e de forma
contínua.

FADIMAN, James; FRAGER, Robert. Teorias da personalidade. São Paulo: Harbra, 1986.
ROGERS, Carl R. Tornar-se Pessoa. 6ª ED. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
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A representação do Eu na vida cotidiana


sob a ótica de Carl Rogers

● O autoconhecimento só é viável quando se entra em contato


com o Self, sem subterfúgios ou dissimulações.
● Entretanto, o problema reside neste fator. O Homem não
consegue ser autêntico ou, como Rogers definiria, "congruente".
● Para ele pessoas congruentes são mais felizes, pois aliam o
autoconceito, o que sabem de si mesmas e se aceitam como são,
com o discurso e o comportamento (experiência).
● Veja por exemplo as crianças como são congruentes com o que
pensam e falam (FADIMAN; FRAGER, 1986).

FADIMAN, James; FRAGER, Robert. Teorias da personalidade. São Paulo: Harbra, 1986.
ROGERS, Carl R. Tornar-se Pessoa. 6ª ED. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
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Funções Psíquicas Compostas


Psicopatologia do Eu e do Self

O Eu e a consciência do Eu, segundo Karl Jaspers (1979)

● A consciência é dimensão fundamental da atividade psíquica


humana e apresenta duas dimensões fundamentais:
● A consciência do mundo e dos eventos e objetos contidos
nele.
● A consciência do Eu.

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Funções Psíquicas Compostas


Psicopatologia do Eu e do Self

O Eu e a consciência do Eu, segundo Karl Jaspers (1979)


● Para investigar as alterações psicopatológicas do Eu, Jaspers
propõe subdividir e compreender a consciência do Eu em quatro
aspectos:
1.Consciência de unidade do Eu
2.Consciência de identidade do Eu no tempo
3.Consciência da oposição do Eu em relação ao mundo
4.Consciência de atividade do Eu (consciência de existência e de
execução).

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Funções Psíquicas Compostas


Psicopatologia do Eu e do Self

O Eu e a consciência do Eu, segundo Karl Jaspers (1979)

● Alteração da unidade do Eu: não é metáfora. A vivência radical de


cisão do Eu, nessa alteração, constituem-se conjuntos de
percepções e sentimentos que se opõem radicalmente como
estranhos. Indivíduo profundamente dividido.

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Psicopatologia do Eu e do Self

O Eu e a consciência do Eu, segundo Karl Jaspers (1979)

● Consciência de identidade do Eu no tempo: trata-se da


consciência de ser o mesmo ao longo do tempo, na sucessão
temporal. Mudam aspectos da personalidade, mas o Eu nuclear é
normalmente vivenciado como o mesmo ao longo do tempo.

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Psicopatologia do Eu e do Self

O Eu e a consciência do Eu, segundo Karl Jaspers (1979)

● Consciência da oposição do Eu em relação ao mundo: a


consciência de evidente separação entre o Eu subjetivo e o
mundo é algo espontâneo, que no estado mental sadio nem é
questionado, é simplesmente aceito como algo natural.

● A alteração é a perda da sensação de fronteira e oposição entre o


Eu x mundo.

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Funções Psíquicas Compostas


Psicopatologia do Eu e do Self
O Eu e a consciência do Eu, segundo Karl Jaspers (1979)
● Consciência de atividade do Eu - há, em todas as atividades
psíquicas:
● Percepções
● Sensações corporais
● Lembranças
● Pensamentos
● Sentimentos
● Personalização é caracterizado por um tom especial de “meu”, de
“pessoal”, daquilo que é feito e vivenciado por mim mesmo.

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Psicopatologia do Eu e do Self
O Eu e a consciência do Eu, segundo Karl Jaspers (1979)
Ele subdivide as alterações da consciência de atividade do Eu em dois
grupos:
1. Alterações da consciência da existência: suspensão da sensação
normal de existência do próprio Eu, corporal e psíquico. Perde e/ou
diminui sua consciência do ser ele próprio, percebe um distanciamento
do mundo perceptivo e perde mesmo a consciência do sentimento do
Eu. O curioso desse fenômeno é a condição na qual o ser humano
existindo já não pode mais sentir sua existência.

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Psicopatologia do Eu e do Self
O Eu e a consciência do Eu, segundo Karl Jaspers (1979)
Ele subdivide as alterações da consciência de atividade do Eu em dois
grupos:
2. Alterações da consciência de execução: o paciente, ao pensar ou
desejar alguma coisa, sente, que foi outro que pensou ou desejou tais
pensamentos ou desejos e esse outro os impôs de alguma maneira.
Alguns pacientes psicóticos não apenas deixam de se sentir senhores
de seus pensamentos, impulsos, sentimentos, como passam a se sentir
possuídos por um poder estranho, externo e inapreensível.

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Funções Psíquicas Compostas


Despersonalização e desrealização

● A despersonalização e a desrealização são duas vivências que


passaram a ser descritas e utilizadas em psicopatologia desde o
fim do século XIX (Berrios, 1996).

● A primeira é o sentimento de estranheza de si mesmo, e a


segunda, o sentimento de estranheza, de perda de familiaridade,
em relação a ambientes bem conhecidos.

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Funções Psíquicas Compostas


Despersonalização

● A despersonalização é vivência geralmente muito perturbadora,


pois a experiência de perda ou transformação do Eu costuma
assustar e inquietar o paciente.

● O indivíduo se sente estranho, vive transformações, na qual seu Eu


familiar e cotidiano, inclusive seu próprio corpo, são vivenciados
como algo estranho, diferente, bizarro.

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Funções Psíquicas Compostas


Despersonalização

● Há frequentemente a sensação de que se está perdendo o


controle ou mesmo enlouquecendo.

● Há perda total ou parcial da relação empática básica, da


familiaridade inequívoca do Eu consigo mesmo.

● Há profundo estranhamento daquilo que nos é mais familiar,


nosso próprio Eu.

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Funções Psíquicas Compostas
Desrealização
● A desrealização que é a transformação e a perda da relação de
familiaridade com o mundo comum. O indivíduo passa a estranhar
muitas das coisas que sempre foram bem conhecidas, como sua
própria casa, seus móveis, suas roupas, os lugares que frequenta.

● Seu mundo, antes familiar, caseiro, passa a ser percebido como


muito estranho, mudado. As pessoas e os lugares, mesmo íntimos,
parecem alheios, os sons são percebidos com um timbre novo, as
cores têm características diferentes. Em geral, tanto a
despersonalização como a desrealização são vivenciadas com
muita angústia.

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Funções Psíquicas Compostas


Despersonalização e desrealização

● É comum a ocorrência de despersonalização e de desrealização


nas crises intensas de ansiedade, nas crises de pânico. Elas
ocorrem também nas psicoses tóxicas por alucinógenos e nos
episódios agudos de esquizofrenia, podendo ser vivenciadas,
inclusive, em formas graves de depressão.

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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS

Psicopatologia do Eu Corporal
Imagem Corporal

● Define-se imagem ou esquema corporal é a representação que


cada indivíduo faz de seu próprio corpo. Essa percepção do
próprio corpo é construída e organizada tanto pelos sentidos
corporais externos e internos como pelas representações
mentais, afetivas e cognitivas, referentes ao organismo. Assim, a
diferenciação entre o corpo físico, objetivo (corpo anatômico), e o
vivenciado, percebido subjetivamente pelo sujeito (esquema
corporal), é de suma importância.

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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS

Psicopatologia do Eu Corporal
Imagem Corporal por Merleau Ponty

Observo os objetos exteriores com meu corpo, eu os manejo, os


inspeciono, dou a volta em torno deles, mas, quanto ao meu
corpo, não o observo ele mesmo: para poder fazê-lo, seria preciso
dispor de um segundo corpo que não seria ele mesmo observável.
(MERLEAU-PONTY, 1994, p. 135)

Merleau-Ponty, M. (1994). Fenomenologia da percepção (C. Moura, Trad.). São Paulo: Martins Fontes.
(Texto original publicado em 1945)
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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS

Psicopatologia do Eu Corporal
Imagem Corporal

A imagem que a pessoa tem de si mesmo é formada pela inter-relação


entre três informações distintas:

1. Imagem idealizada ou aquela que se deseja ter;


2. Imagem representada pela impressão de terceiros
(informações externas);
3. Imagem objetiva ou a que a pessoa vê, olhando e sentindo seu
próprio corpo.

PONTES, Renata. Enxergar através do corpo. Rio de Janeiro, 2000. 41 f. Monografia (Especialização em Educação Inclusiva)
Universidade Cândido Mendes. Disponível em: <http://urece.org.br/novosite/sites/default/files/Enxergar_atraves.pdf>.
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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS

Psicopatologia do Eu Corporal
Imagem Corporal

• A imagem corporal é a figura de nosso próprio corpo que


formamos em nossa mente; o modo pelo qual representamos
mentalmente o nosso corpo. (SCHILDER, 1994)

SCHILDER, P. A Imagem do Corpo: as energias construtivas da psique. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS

Psicopatologia do Eu Corporal
Imagem Corporal
● O conceito de imagem corporal envolve três componentes:
● Perceptivo - que se relaciona com a precisão da percepção
da nossa própria aparência física, envolvendo uma
estimativa do tamanho corporal e do peso.
● Subjetivo - que envolve aspectos como satisfação com a
aparência, o nível de preocupação e ansiedade associada.
● Comportamental - que focaliza as situações evitadas pelo
indivíduo por experimentar desconforto associado à
aparência corporal.

SCHILDER, P. A Imagem do Corpo: as energias construtivas da psique. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS

Psicopatologia do Eu Corporal
Imagem Corporal

● Bruch desenvolveu a primeira teoria sistemática a respeito dos


distúrbios da imagem corporal.
Distúrbios: da consciência cognitiva do próprio corpo,
consciência das sensações corporais, senso de controle
sobre as funções corporais razões afetivas para a realidade
da configuração corporal. (BRUCH, 1971)

Bruch 1971 Apud SAIKALI, C. J. et al. Imagem corporal nos transtornos alimentares.
Revista de psiquiatria clínica, São Paulo, Universidade de São Paulo, v. 31, n. 4, 2004.
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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS

Psicopatologia do Eu Corporal
Imagem Corporal

● O distúrbio da imagem corporal é um sintoma nuclear dos


transtornos alimentares, caracterizado por uma auto-avaliação
dos indivíduos que sofrem desse transtorno, influenciada pela
experiência com o peso e a forma corporal. Cash e Deagle (1997)
(BRUCH, 1971)

Bruch 1971 Apud SAIKALI, C. J. et al. Imagem corporal nos transtornos alimentares.
Revista de psiquiatria clínica, São Paulo, Universidade de São Paulo, v. 31, n. 4, 2004.
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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS

Psicopatologia do Eu Corporal
Imagem Corporal

O modo como as pessoas percebem subjetivamente seu corpo difere


bastante do que se encontra nos livros de anatomia ou fisiologia.

Para Paul Schilder (Schilder; Wertman [1935], 1994), o esquema


corporal está sempre ligado à experiência afetiva, imposta pela relação
com o outro, além da história de vida e experiências culturais do
indivíduo.

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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS

Psicopatologia do Eu Corporal
Imagem Corporal

Um atleta, um bailarino, um trabalhador braçal e um


trabalhador intelectual percebem e representam o corpo de
forma bastante diferenciada, sendo que os diferentes grupos
sociais e culturais tendem a perceber, representar e valorizar
o corpo, suas partes e funções, de formas muito distintas
(Boltanski, 1984).

DALGALARRONDO, PAULO. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Artmed. Porto Alegre, 2019.
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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS

Cenestesia e cenestopatia

● A cenestesia: é a integração de diversas sensações corporais. A


cenestesia em uma pessoa sadia, sem doenças ou incômodos
físicos, produz um sentimento difuso de existência agradável,
vitalidade física e bem-estar.

● A cenestopatia, ao contrário da cenestesia normal, é o conjunto


de sensações incômodas, de mal-estar difuso. São geralmente
sensações corporais mais penosas e sofridas do que propriamente
dolorosas.

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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS

Cenestesia e cenestopatia

● É frequente que a cenestopatia tenda a se concentrar em um ou


alguns órgãos, como por exemplo, estômago, cérebro,
garganta/faringe, coração, intestinos, órgãos genitais, língua. O
órgão referido pelo paciente pode ou não corresponder ao órgão
anatômico exato.
● O mal-estar e as sensações ruins são, com certa frequência,
nomeados pelos pacientes como fraqueza, compressão, torção,
pressão, encolhimento, queimação, aperto, como gelo, como
pedra, etc. Frequente em TAG, pânico, depressão.

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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS


Alterações do esquema corporal em transtornos mentais
Depressão

● Paciente com depressão grave vive seu corpo como algo pesado,
lento, difícil, fonte de sofrimento, e não de prazer. Sente-se fraco,
esgotado, incapaz de fazer frente às exigências da vida (astenia).
● Seu corpo já não tem vida, é um peso morto; a pessoa se sente
impotente ou muito doente (cenestopatia).
● Podem ter alterações do esquema corporal, como no delírio de
negação de órgãos (delírio de Cotard), no qual o indivíduo sente,
por exemplo, que seu fígado, cérebro ou coração não estão mais
em seu corpo ou apodreceram.

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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS


Alterações do esquema corporal em transtornos mentais
Depressão

● Essas sensações de alterações do esquema corporal (com o delírio


de negação de órgãos), de expansão do corpo e/ou de
imortalidade são denominadas síndrome de Cotard.
● Paciente em mania pode vivenciar seu corpo como algo ativo,
poderoso, vivo, forte e ágil, não conseguindo parar e repousar por
um período prolongado.
● Quando questionado, responde que está muito bem, cheio de
vigor, “melhor do que nunca”.

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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS


Alterações do esquema corporal em transtornos mentais
Esquizofrênia

● Paciente com esquizofrenia experimenta diversas e profundas


alterações do esquema corporal.
● O sujeito pode apresentar vivências de influência sobre o corpo, a
sensação de que alguém, algo ou uma força externa desconhecida
age sobre seu organismo, manipulando-o ou controlando-o.
● Sensação de que uma entidade ou pessoa está manipulando os
genitais do paciente, aplicando agulhadas, beliscões, toques,
tendo relações sexuais com ele ou ela contra sua vontade.

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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS


Alterações do esquema corporal em transtornos mentais
Esquizofrênia

● O indivíduo sente, eventualmente, que seus movimentos são


controlados por essas forças externas.
● Também pode ocorrer a experiência de esvaziamento ou roubo
de partes do corpo, como o cérebro ou as vísceras.
● Delírios de negação ou de apodrecimento dos órgãos também são
observáveis.
● Alguns pacientes com esquizofrenia referem sentir que há
pequenos animais ou objetos dentro de seus corpos, por
exemplo, uma cobra, um rato, que se mexem, vão de um lado a
outro.

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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS

Alterações do esquema corporal em transtornos mentais


Transtorno do Pânico

● Em pacientes com crises de pânico são frequentes a


despersonalização corporal e a sensação de morte iminente, de
que o corpo irá entrar em colapso, desorganizar-se, de que irá ter
um “infarto no coração” ou “derrame cerebral”.

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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS

Alterações do esquema corporal em transtornos mentais


Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)

● Pacientes podem sentir o corpo como sujo ou contaminado, tendo


de esforçar-se constantemente para limpá-lo, purificá-lo ou
protegê-lo da contaminação.

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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS

Alterações do esquema corporal em transtornos mentais


Anorexia

● Pacientes com anorexia nervosa revelam alteração marcante do


esquema corporal (apesar de muito emagrecidas, percebem-se
gordas).

● Submetem-se a dietas e exercícios físicos que as emagrecem mais


e mais, podendo ocorrer, em alguns casos, estados extremos de
caquexia.

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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS

Alterações do esquema corporal em transtornos mentais

● Pacientes com dismorfofobia (ou transtorno dismórfico corporal)


percebem distorcidamente partes de seu corpo (nariz, orelhas,
face, seios, nádegas, mãos...).

● Eles afirmam que essas partes são horríveis, desproporcionais,


enormes e dignas de enorme vergonha.

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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS

Alterações do esquema corporal em transtornos mentais

● Pequenas variações físicas que passariam despercebidas pela


maioria das pessoas são consideradas horrorosas (revisão em
Berrios; Kan, 1996).

● Devido a tal percepção distorcida, insistem junto a cirurgiões


plásticos e dermatologistas para que os operem (e, às vezes,
conseguem), reduzindo, por meio de repetidas cirurgias, o
tamanho do nariz, das orelhas, etc.

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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS

A valoração do Eu: os conceitos de narcisismo


● No transtorno da personalidade narcisista a ilusão de
autossuficiência, sentimento de poder, de grandiosidade, de
desprezo pelo mundo exterior.
● O próprio Eu é tomado pelo indivíduo como sua grande paixão,
seu principal objeto de amor.
● O narcisismo não é, entretanto, necessariamente positivo ou
negativo, patológico ou saudável.
● Todo indivíduo necessita investir amorosamente em seu próprio
Eu para sobreviver, para cuidar de si mesmo e para poder amar
outras pessoas.

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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS
A valoração do eu: os conceitos de narcisismo e autoestima
Narcisismo:
● O fundamental aqui é o grau e a intensidade com que o amor é
investido em si mesmo ou em outras pessoas.
● O indivíduo totalmente narcísico não se relaciona, de fato, com o
mundo e, com isso, empobrece-se. Por sua vez, o sujeito sem
qualquer amor narcísico sente-se vazio, sem valor, sem qualidades
mínimas que o façam ser amado e digno de viver neste mundo.
● O transtorno da personalidade narcisista é um bom exemplo de
manutenção de um modo de funcionamento mental e de
investimento da libido no qual predomina o narcisismo.

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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS


A valoração do eu: os conceitos de narcisismo e autoestima

A Diminuição da valoração do Eu:

● Redução da autoestima e de autodepreciação

● O processo de autodepreciação é considerado central na


depressão.

● O indivíduo tende a se sentir sem valor, não merece viver e ser


amado, deve morrer para deixar de incomodar os outros.

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FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS


A Diminuição da valoração do Eu:

● Com frequência, a vivência do paciente é de perceber sua vida


como fracasso existencial.

● Em inúmeras situações relacionadas à doença mental, tem-se a


vivência de autodepreciação.

● Muitos indivíduos com dificuldades psicológicas e sociais


crônicas.

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Funções Psíquicas Compostas

Autoestima:

● Auto-imagem: distorção ou discrepância da percepção da imagem


corporal (como o indivíduo se vê)

● Autoconceito: problemas com a percepção do Eu/Self (o que o


indivíduo pensa sobre si mesmo)

● Auto-eficácia: problemas em relação ao desempenho e


capacidades (o que o indivíduo faz ou deixa de fazer)

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Funções Psíquicas Compostas

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Funções Psíquicas Compostas

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