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NEUROTICISMO
N1: Ansiedade Tenso, medroso, apreensivo vs. calmo, corajoso.
N2: Hostilidade Irritável, frustável e zangado vs. amigável, não se ofende.
N3: Depressão Sem esperança, triste vs com esperança, optimista.
N4:Auto Consciência Envergonhado, embaraçável vs. seguro, à vontade.
N5:Impulsividade Incapaz de resistir às tentações vs. resiste aos desejos
N6: Vulnerabilidade Nervoso, com stress vs. calmo, resistente.
EXTROVERSÃO
E1:Acolhimento Amigável, conversador, afectuoso vs. frio, formal.
E2: Gregariedade Gregário, alegre, social vs. evita multidões, solitário.
E3: Assertividade Dominante, confiante, decidido vs. evita afirmar-se.
E4: Actividade Enérgico, com ritmo rápido vs. sem pressa, deliberado.
E5: Procura Excitação Exibicionista, aprecia estimulos e riscos vs. cauteloso.
E6:Emoções Positivas Alegre, espirituoso, divertido vs. plácido, sério.
ABERTURA À EXPERIÊNCIA
O1: Fantasia Imaginativo, elabora fantasias vs. realista, prático.
O2: Estética Valoriza a experiência estética vs. Insensível à beleza.
O3: Sentimentos Emotivo, sensível, empático vs. leque limitado de emoções.
O4: Acções Procura a novidade e variedade vs. prefere o familiar.
O5: Ideias Curioso, orientado teoricamente, analítico vs. pragmático.
O6: Valores Horizontes largos, tolerante vs. dogmático, conformista.
AMABILIDADE
A1: Confiança Atribui intenções benevolentes aos outros vs. cínico.
A2: Rectidão Franco e frontal vs. maquiavélico, calculista.
A3: Altruísmo Altruísta vs. centrado em si próprio.
A4: Complacência Complacente, tolerante, brando vs. antagonista, contestador.
A5: Modéstia Humilde, modesto, simples vs. arrogante, narcisista.
A6: Sensibilidade Guiado por sentimentos ao ajuizar vs. realista, racional.
CONSCIENCIOSIDADE
C1: Competência Sente que é capaz e eficaz vs. Sente-se incapaz.
C2: Ordem Limpo, organizado, ordenado vs. desleixado.
C3: Obediência Dever Adesão a padrões de conduta vs. irresponsável.
C4: Luta Realização Atraído pelo êxito, diligente vs. não ambicioso.
C5:Auto disciplina Persistente vs. prostrado, desiste em face da frustração.
C6: Deliberação Cauteloso e ponderado, planificador vs. espontâneo.
Tabela 1. Os 5 domínios do NEO-PI-R, as suas 30 facetas e respectiva caracterização
1 Jocosamente, Block (1995) comenta esta afirmação, interrogando-se sobre a direcção em que os autores
esperam mudanças e progressos no FFM.
do iceberg das diferenças individuais (“a tip of the iceberg of individual
differences”; Halverson, 1994), “um modelo útil, uma taxinomia adequada às
necessidades duma jovem ciência” (“a serviceable model, a taxonomy adequate
for the needs of a young science”, Costa & McCrae, 1995, p. 217). Por
conseguinte “o modelo dos Big Five não está ainda completamente elaborado,
nem é perfeita a evidência a seu favor. É, no entanto, o mais compreensivo e
parcimonioso...” (Goldberg & Saucier, 1995, p.221). Neste sentido é que John
(1990, p.96) utilizou a bonita metáfora de OCEAN 2 , querendo com ela significar
que o FFM abarca o oceano das dimensões da personalidade.
O modelo dos cinco factores da personalidade que enquadra teoricamente o
Inventário de Personalidade — NEO-PI-R (objecto do capítulo 3) é, por
conseguinte, uma das mais debatidas propostas no domínio da psicologia da
personalidade na idade adulta. Com raízes na hipótese lexical, nos insights de
Sir Francis Galton, na antevisão de Thurstone sobre a estrutura da
personalidade, no legado de Cattell e nas análises seminais de Tupes e Christal,
surge (ou melhor reaparece), num momento histórico, em que a psicologia da
personalidade já tinha exaustivamente debatido as suas críticas e explorado al-
gumas das alternativas propostas. Apesar da sua longa e conturbada história o
modelo é, no presente, um conjunto útil de dimensões das diferenças indivi-
duais, que podem ser medidas com grande precisão e validade, proporcionando
uma boa resposta à questão da estrutura da personalidade (Digman, 1990;
Hogan, 1985; John, 1989; McCrae & Costa, 1989) e às solicitações de várias
áreas da psicologia.
O modelo dos cinco factores, cuja crescente aceitação tem marcado inegável e
profundamente o estudo científico da personalidade, é uma versão da teoria dos
traços que considera que as diversas expressões comportamentais podem ser
sintetizadas em cinco dimensões básicas: Extroversão, Neuroticismo,
Amabilidade, Conscienciosidade e Abertura à Experiência.
A robustez do modelo reside, sobretudo, na sua fundamentação empírica.
Efectivamente, as cinco dimensões, ao atravessarem as fronteiras dos métodos
2 As cinco letras da palavra inglesa OCEAN correspondem às iniciais dos Big Five.
e dos observadores, ao persistirem ao longo do tempo, ao aparecerem na
generalidade dos instrumentos derivados de fontes teoricamente diferentes, e ao
discriminarem entre medidas de personalidade e outras aptidões, como a
cognitiva, proporcionam, uma linguagem comum, através da qual, diferentes
resultados podem ser integrados, e a base para uma análise mais sistemática de
novas escalas propostas e para a avaliação compreensiva dos sujeitos. O mo-
delo pode ainda servir de ponte entre o psicólogo social e o da personalidade,
assim como entre o cientista e o leigo, quando confrontado com a descrição da
personalidade, ou seja, pode constituir um elo de comunicação, uma linguagem,
que congrega os diferentes investigadores. Baseando-se naquilo que foi
sedimentado na linguagem de todos os dias e naquilo que foi sistematizado por
diversas taxinomias da personalidade, pode reduzir a distância entre disciplinas
e a variabilidade entre diferentes avaliadores.
Apesar da sua fundamentação empírica e estatística ser suficiente para o
adoptar, nem que seja, como uma ferramenta, um contexto, ainda que inicial,
para a descrição compreensiva da personalidade, a proliferação recente de
perspectivas teóricas sobre o FFM veio enriquecer a proposta, lançando-o para
o centro das discussões sobre a personalidade e situando-o contextualmente.
Estas novas tendências, a precisar de refinamentos, vieram realçar que as
teorias futuras sobre a personalidade, mesmo que não tenham como fulcro os
cinco factores, têm que, certamente, os incluir.