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DELEGAÇÃO DE TETE
Curso de Direito
Tete, 2020
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
DELEGAÇÃO DE TETE
Curso de Direito
orientação do docente
Tete, 2020
Índice
1. Introdução ................................................................................................................................... 4
1.2. Metodologias............................................................................................................................ 4
3. Conclusão.................................................................................................................................. 15
1. Introdução
A sociedade moderna tem como característica o grande número de relações jurídicas que geram
obrigações. Desde o despertar até o repouso, adquirem-se deveres e direitos, na maior parte das
vezes, através dos contratos.
Destarte, faz-se necessária uma análise cuidadosa da teoria geral das obrigações para que tais
direitos e deveres possam ser entendidos de forma clara e precisa. Não obstante, esta análise
deve-se dar de maneira actual, observando as características da obrigação como processo.
1.1.Objectivos
➢ Este presente trabalho de Campo, tem como objectivo geral o desenvolvimento do tema
em pesquisa, procurando compreender ao nível académico no que concerne a Teoria
Geral do Imposto no Direito Fiscal Aduaneiro.
1.2.Metodologias
Este presente trabalho de pesquisa, para melhor compreensão e desenvolvimento do mesmo teve
se a necessidade de consultas em várias obras, artigos periódicos e actualmente com material
disponibilizado na internet PDFs e documental, manuais de publicidade, visitas em alguns sites
da internet e certos catálogos que bibliografam melhor a descrição do tema em pesquisa.
Todavia, Sendo assim, para uma maior e melhor abrangimento do seguinte trabalho, foi
necessário analisar e seleccionar os aspectos mas pertinentes ou essencial dos arquivos, de forma
a trabalha-los e sem perder a coerência fazer compreender ao nível Académico.
2.1.Conceito de obrigação
Conceituar obrigação é uma tarefa que tem sido feita ao longo de milénios de civilização.
Chegou-se ao ponto de acreditar que a obrigação era um direito que se tinha sobre o outro. A
preocupação com as obrigações remonta a lei das XII tábuas (que deram origem ao direito
romano).
No direito actual, entende-se a obrigação como processo, como algo que se desenvolve, em
várias fases, em direcção ao adimplemento. É um processo dinâmico onde as partes atuam em
conjunto, cooperativamente para o cumprimento da obrigação.
Ou seja, a obrigação pode ser conceituada como uma relação jurídica complexa, transitória, por
meio do qual o credor pode exigir determinada conduta do devedor, que responde com seu
património pelo adimplemento da obrigação.
➢ Relação complexa;
➢ Transitória;
➢ Carácter patrimonial;
➢ Eficácia relativa
A obrigação como processo apresenta cinco princípios gerais e fundamentais, sendo eles:
1) Da autonomia Privada
2) Do Ressarcimento dos danos
3) Da restrição do enriquecimento Injustificado
4) Da boa fé
5) Da responsabilidade Patrimonial
Por esse motivo, a autonomia privada não se confunde com o direito subjectivo, na autonomia
privada existe uma permissão genérica de conduta, porque a todos os sujeitos da ordem jurídica é
conhecida esta possibilidade de produção de efeitos jurídicos, não havendo nenhum que dela seja
excluído.
Pelo contrário, no direito subjectiva existe uma esfera de competência, já que relativamente a
certo bem, quando ele é objectivo de um direito subjectivo, efectua-se a sua atribuição
exclusivamente a uma pessoa, uma vez que todos outros sujeitos vêm a ser excluído dessa
atribuição, subjectivo existe uma permissão de beneficiar das utilidades que aquele bem produz.
Nos negócios jurídicos existe tanto liberdade de celebração como de estipulação, já que as partes
não apenas têm a possibilidade de decidir celebrar ou não o negócio, mas também podem
determinar quais são os seus efeitos jurídicos.
A simples promessa unilateral, sem que tenha ocorrido uma aceitação do seu benefício, que seja
idónea à constituição do contrato, é por isso normalmente irrelevante.
Por liberdade de celebração entende-se, as partes são assim livres de celebrar ou não o contracto,
podendo recusar arbitrariamente qualquer proposta contratual, por muito vantajosa que ela seja,
ou por muita necessidade que a outra parte tenha em relação a celebração do negócio.
Relativamente à liberdade de selecção do tipo negocial, esta consiste em as partes não estarem
limitadas aos tipos negociais reconhecidos pelo legislador (a enumeração dos contratos é
meramente exemplificativo). Consequentemente, as partes podem livremente escolher os
contractos que entenderem, mesmo que o legislador ignore totalmente a categoria escolhida
(contractos inominados) ou não lhes tenha estabelecido qualquer regime (contracto atípico).
Porém a igualdade jurídica não tem correspondência no plano económico, em certos contractos
uma das partes, tem maior força económica e maior domínio da informação do que a outra parte.
O princípio de igualdade, instituto pela Revolução Francesa, era hostil à protecção de certas
categorias de pessoas, por outro lado, na soberania, os interesses assegurados pelos contractos a
reconhecer, aparecessem por vezes como instrumento de exploração do mais fraco, o liberalismo
económico exigia liberdade de comércio e de indústria, não podendo assim impor restrições
baseadas nos direitos do contraente débil.
Hoje não pode aceitar-se que genericamente todo e qualquer contracto sejam sempre
efectivamente baseados na livre determinação de ambos os sujeitos. Tal só sucederá se as partes
estiverem constrangidas de forma idêntica à celebração daquele contracto, o que na nossa
sociedade é um fenómeno raro. Da actual ordem económica fazem com que celebrar contractos
para obter a satisfação das necessidades, a parte economicamente mais fraca é facilmente
constrangida à celebração do contracto, mesmo em condições que ela não aceitaria se tivesse
outra possibilidade de satisfação das suas necessidades económicas.
O fracasso dos sistemas que ensaiaram estas tentativas levou, porém, à atenuação da importância
desta função da obrigação de celebração dos contractos, que ficou regulada para situações
excepcionais.
Existem dois tipos de restrições a liberdade de estipulação, que são os contractos submetidos a
um regime imperativo e as clausulas contractuais gerais ou contratos pré-formulados.
Nessas cláusulas é manifestada a impossibilidade fáctica cujo uma das parte exerce a sua
liberdade de estipulação conduzindo assim a efeitos perversos, pois o contracto pode ser
celebrado sem que uma das partes se possa perceber do seu conteúdo, sendo confrontada com o
regime contratual que aceitou no momento em que surge um litigio, demasiado tarde para reagir,
também a possibilidade fáctica de serem introduzidas no contracto clausulas iníquas ou abusivas,
em benefícios de um dos contraentes.
Para evitar esses efeitos perversos a lei tem que intervir no sentido de restringir a liberdade de
estipulação, o que realiza-se essencialmente através de dois vectores que são, procurar evitar a
introdução no contracto de cláusulas de que o outro contraente não se apercebeu e impedir o
surgimento de cláusulas iníquas ou abusivas.
Além disso a lei tem que exigir o cumprimento de certas exigências específicas para permitir a
inclusão cláusulas contratuais gerais nos contractos singulares, essas exigências constam nos art.
5º a 7º LCCG que leva a três situações distintas que são:
A lei específica que a comunicação à outra parte deve ser integral de modo a se tornar possível o
conhecimento das cláusulas, caso contrário as cláusulas contratuais gerais consideram-se
excluída do contracto singular e ainda deve se exigir informar a outra parte de todos aspectos
existentes na cláusula e prestar todo esclarecimento razoável solicitado a cerca das cláusulas
contratuais gerais, consideram-se excluídas dos contractos singulares pode, porém o contracto
ser nulo quando essa exclusão conduzir a uma indeterminação insuprível de elementos essenciais
ou a um desequilíbrio das prestações gravemente atentatório da boa-fé. Porém é possível
visualizar ainda a possibilidade de a sua violação acarretar danos a outra parte.
Caso aconteça deve haver uma indemnização, mas a interpretação e integração das cláusulas
contratuais gerais é sujeitas a regras específicas desfavoráveis a quem as pré-dispõe pois a lei
determina que a sua interpretação e integração tem que ocorrer no contexto de cada contracto
singular em que se incluam (art 10 LCCG, art 11, no 1 LCCG) e (art 11 no 2 LCCG), para
Os contractos pré-formulados celebrados com os consumidores estabelece que ónus da prova que
uma cláusula contratual resultou de prévia negociação recai sobre quem pretenda prevalecer-se
do seu conteúdo, acrescida com a remição que o art 9 nos 2 e 3 da lei 24/96, de 31 de Julho,
estabelecida em relação aos contratos pré-formulados para o regime das cláusulas contratuais,
permita cabalmente a aplicação do regime da LCCG perante contractos pré-formulados
celebrados com os consumidores.
A intervenção legislativa deve, porém considerar-se como totalmente desastrada, uma vez que
estende a todos regimes dos diplomas a todos os contractos pré-formulados, mesmo que tenham
sido celebrados entre empresários e entidades equiparadas (Cfr: art 17 e ss. da LCCG), o que
implica no fundo de rogar o requisito da generalidade em relação as cláusulas contratuais gerais,
passando o diploma a ser indistintamente aplicável a todos contratos individualizados pré-
formulados, mas os contractos pré-formulados celebrados entre empresários e entidades
equiparadas deveram ser assim excluídos desse regime.
Esse princípio pode enunciado sempre que exista uma razão de justiça que o dano deve ser
suportado por outrem, que não o lesado, deve ser aquele e não este a suportar este dano, essa
transferência de responsabilização dos danos do lesado é feita mediante a constituição de uma
obrigação de indemnização mais, a injustiça do dano sofrido não é suficiente para se ter o direito
a indemnização.
Em muitas situações ocorre a imputação quando a lei, considera existir não apenas um dano
injusto para o lesado, mas também uma razão de justiça que justifica que esse dano seja
transferido para outrem.
A consequência dessa é a de que o lesado não teria direito a qualquer indemnização a menos que
demonstra-se a culpa do lesante. Em certos casos, a imputação de danos baseia-se em permissões
legais de sacrificar bens alheios no interesse próprio, que têm como contrapartida o
estabelecimento de uma obrigação de indemnização, esta situação denomina-se responsabilidade
por factos lícitos ou pelo sacrifício que passa por três títulos de imputação de danos que são:
imputação por culpa, imputação pelo risco e imputação pelo sacrifício.
Este principio já era expresso por POMPONIUS no Direito Romano, mas hoje encontra-se
formalmente consagrado na norma do art. 473º, no 1, do código civil, constituindo por isso num
princípio em forma de norma11, genericamente sempre que alguém obtenha um enriquecimento
à custa de outrem sem causa justificativa tem que restituir aquilo com que injustamente se
locupletou, por isso, que por vezes surjam posições a reclamar a não utilização deste principio, a
sua formulação genérica não é destituída de valor jurídico, funcionando como uma ideia jurídica
geral, que institui uma pauta de orientação segundo determinados pontos de vista, que cabe à
doutrina e jurisprudência concretizar em categoria jurídica especificas.
Definindo-se como a ignorância de estar a lesar direitos os direitos alheios, sendo esse sentido de
referência à posse de boa fé no art. 1260º. A obrigação consiste no dever de adoptar uma conduta
em benefícios de outrem. Então assim em causa no vínculo obrigacional regras de
comportamento que, adequadamente respeitadas, proporcionarão a satisfação do direito de
crédito mediante a realização da prestação pelo devedor, sem que daí resultem danos para
qualquer das partes.
Por esse motivo a lei vem estabelecer deveres de boa-fé para ambos os sujeitos da relação
obrigacional que visão por um lado permitir o integral aproveitamento da prestação em termos de
satisfação do interesse do credor e por outro lado evitar que a realização da prestação provoque
danos ao credor, quer ao devedor. A boa-fé concretiza-se assim em regras impostas do exterior,
que as partes devem observar na actuação do vínculo obrigacional, podendo servir para
complementação do regime legal das obrigações, através de uma valoração a efectuar pelo
julgador.
Mais tarde admitiu-se que, quando o devedor ainda possuísse bens, fosse decretada a apreensão
e venda desses bens para pagamento ao credor, em lugar de prisão do devedor. Admitiu-se que
fosse o próprio devedor a ceder os seus bens ao credor, evitando assim a intervenção do tribunal.
Quanto a situação dos bens do devedor não susceptíveis de penhora, eles aparecem referidos nos
arts. 822º à 824º - A do Código de Processo Civil. Trata-se de bens em que, por desempenharem
uma função uma função essencial à subsistência ou à dignidade do devedor, ou em virtude de
uma função a que estão afectos a ser superior à da garantia patrimonial dos créditos, a lei não
autoriza a execução para fins da satisfação dos direitos de crédito.
3. Conclusão
A importância da hermenêutica obrigacional à luz da obrigação como processo é clara: sem essa
ligação a relação obrigacional fica deficiente, não atinge sua máxima eficiência.
Como exposto no início deste artigo, o crescente número de relações obrigacionais, cada vez
mais complexas, exige um entendimento actual e em eficaz com relação ao direito obrigacional.
4. Referencias Bibliográficas
1. SILVA, Clóvis V. do Couto e. A obrigação como processo. Rio de Janeiro: FGV, 2007;
p.17
2. CASTRO NEVES, José Roberto de. Direito das Obrigações. 2ª Ed. GZ Editora, 2009;
p. 13-16.