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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DELEGAÇÃO DE TETE

Curso de Direito

PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Quentino Gomes Pensar

Tete, 2020
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DELEGAÇÃO DE TETE

Curso de Direito

PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Quentino Gomes Pensar

Trabalho de disciplina de Direito das


Obrigações

Princípios gerais em estudo sub

orientação do docente

Tete, 2020
Índice

1. Introdução ................................................................................................................................... 4

1.1. Objectivos ................................................................................................................................ 4

1.1.1. Objectivos Geral ................................................................................................................... 4

1.1.2. Objectivos Específicos .......................................................................................................... 4

1.2. Metodologias............................................................................................................................ 4

2. PRINCIPIOS GERAIS DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES .................................................... 5

2.1. Conceito de obrigação.............................................................................................................. 5

2.2. Os Princípios Gerais ................................................................................................................ 6

2.2.1. Princípio da autonomia privada ............................................................................................ 6

2.2.1.1. Restrições à liberdade de celebração ................................................................................. 8

2.2.1.2. Restrições a liberdade de estipulação ................................................................................ 9

2.2.1.3. Cláusulas contratuais gerais ............................................................................................... 9

2.2.2. O princípio do ressarcimento dos danos ............................................................................. 11

2.2.3. Princípios da restrição do enriquecimento injustificado ..................................................... 12

2.2.4. O princípio da boa-fé .......................................................................................................... 12

2.2.5. O princípio da responsabilidade patrimonial ...................................................................... 13

3. Conclusão.................................................................................................................................. 15

4. Referencias Bibliográficas ........................................................................................................ 16


……………………..……………Quebra de Paginas……………………………………………
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

1. Introdução

A sociedade moderna tem como característica o grande número de relações jurídicas que geram
obrigações. Desde o despertar até o repouso, adquirem-se deveres e direitos, na maior parte das
vezes, através dos contratos.

Destarte, faz-se necessária uma análise cuidadosa da teoria geral das obrigações para que tais
direitos e deveres possam ser entendidos de forma clara e precisa. Não obstante, esta análise
deve-se dar de maneira actual, observando as características da obrigação como processo.

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1.1.Objectivos

1.1.1. Objectivos Geral

➢ Este presente trabalho de Campo, tem como objectivo geral o desenvolvimento do tema
em pesquisa, procurando compreender ao nível académico no que concerne a Teoria
Geral do Imposto no Direito Fiscal Aduaneiro.

1.1.2. Objectivos Específicos

➢ Conceituar o Imposto no âmbito de Direito fiscal e Aduaneiro;


➢ Determinar os seus Objectivos;
➢ Apresentar os Elementos Subjectivos, objectivos e teleológicos;
➢ Determinar as características;
➢ Apresentar Momentos de vida do imposto.

1.2.Metodologias

Este presente trabalho de pesquisa, para melhor compreensão e desenvolvimento do mesmo teve
se a necessidade de consultas em várias obras, artigos periódicos e actualmente com material
disponibilizado na internet PDFs e documental, manuais de publicidade, visitas em alguns sites
da internet e certos catálogos que bibliografam melhor a descrição do tema em pesquisa.

Todavia, Sendo assim, para uma maior e melhor abrangimento do seguinte trabalho, foi
necessário analisar e seleccionar os aspectos mas pertinentes ou essencial dos arquivos, de forma
a trabalha-los e sem perder a coerência fazer compreender ao nível Académico.

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2. PRINCIPIOS GERAIS DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

2.1.Conceito de obrigação

Conceituar obrigação é uma tarefa que tem sido feita ao longo de milénios de civilização.
Chegou-se ao ponto de acreditar que a obrigação era um direito que se tinha sobre o outro. A
preocupação com as obrigações remonta a lei das XII tábuas (que deram origem ao direito
romano).

Ao decorrer do tempo, o conceito de obrigação sofreu inúmeras transformações principalmente


quanto à consequência do seu inadimplemento (antes quem devia poderia ser feito escravo, ter
pedaço da pele cortado e até mesmo morto). Essa ideia está superada desde a Lex Poetelia
Papiria– 326 a.c).

No direito romano, o direito obrigacional se baseava na responsabilidade física no


inadimplemento. Havia uma subordinação do devedor ao credor, onde aquele poderia perder sua
independência física ou até mesmo sujeitar-se à servidão. Ainda neste período, a obrigação era
entendida como um direito estático, onde credor e devedor assumiam posições antagónicas,
numa espécie de combate para o cumprimento da obrigação. (Silva, 2007)

No direito actual, entende-se a obrigação como processo, como algo que se desenvolve, em
várias fases, em direcção ao adimplemento. É um processo dinâmico onde as partes atuam em
conjunto, cooperativamente para o cumprimento da obrigação.

Ou seja, a obrigação pode ser conceituada como uma relação jurídica complexa, transitória, por
meio do qual o credor pode exigir determinada conduta do devedor, que responde com seu
património pelo adimplemento da obrigação.

Desse conceito retira-se as principais características da obrigação:

➢ Relação complexa;
➢ Transitória;
➢ Carácter patrimonial;
➢ Eficácia relativa

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2.2.Os Princípios Gerais

A obrigação como processo apresenta cinco princípios gerais e fundamentais, sendo eles:

1) Da autonomia Privada
2) Do Ressarcimento dos danos
3) Da restrição do enriquecimento Injustificado
4) Da boa fé
5) Da responsabilidade Patrimonial

2.2.1. Princípio da autonomia privada

A autonomia privada e negócio jurídico consistem na possibilidade que alguém tem de


estabelecer as suas próprias regras. Tecnicamente, porém, deve-se referir que as regras jurídicas
caracterizam-se pela generalidade e abstracção, pelo que elas não podem ser criadas por actos
privados. Efectivamente, o que os privados criam são comandos. A autonomia privada é assim a
possibilidade de alguém estabelecer os efeitos jurídicos que se irão repetir na sua esfera jurídica.

Por esse motivo, a autonomia privada não se confunde com o direito subjectivo, na autonomia
privada existe uma permissão genérica de conduta, porque a todos os sujeitos da ordem jurídica é
conhecida esta possibilidade de produção de efeitos jurídicos, não havendo nenhum que dela seja
excluído.

Pelo contrário, no direito subjectiva existe uma esfera de competência, já que relativamente a
certo bem, quando ele é objectivo de um direito subjectivo, efectua-se a sua atribuição
exclusivamente a uma pessoa, uma vez que todos outros sujeitos vêm a ser excluído dessa
atribuição, subjectivo existe uma permissão de beneficiar das utilidades que aquele bem produz.

Nos negócios jurídicos existe tanto liberdade de celebração como de estipulação, já que as partes
não apenas têm a possibilidade de decidir celebrar ou não o negócio, mas também podem
determinar quais são os seus efeitos jurídicos.

A simples promessa unilateral, sem que tenha ocorrido uma aceitação do seu benefício, que seja
idónea à constituição do contrato, é por isso normalmente irrelevante.

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A liberdade contratual é a parte mais importante da autonomia privada, enquanto princípio


fundamental do Direito das Obrigações. Conforme se referiu a liberdade contratual admite
tradicionalmente a liberdade de celebração, a liberdade de selecção do tipo negocial e a liberdade
de estipulação.

Por liberdade de celebração entende-se, as partes são assim livres de celebrar ou não o contracto,
podendo recusar arbitrariamente qualquer proposta contratual, por muito vantajosa que ela seja,
ou por muita necessidade que a outra parte tenha em relação a celebração do negócio.

Relativamente à liberdade de selecção do tipo negocial, esta consiste em as partes não estarem
limitadas aos tipos negociais reconhecidos pelo legislador (a enumeração dos contratos é
meramente exemplificativo). Consequentemente, as partes podem livremente escolher os
contractos que entenderem, mesmo que o legislador ignore totalmente a categoria escolhida
(contractos inominados) ou não lhes tenha estabelecido qualquer regime (contracto atípico).

Por liberdade de estipulação entende-se a faculdade de estabelecer os efeitos jurídicos do


contracto, ou seja, a possibilidade conferida pela ordem jurídica, às partes de, por mútuo acordo,
determinarem à sua vontade o conteúdo do conceito.

Porém a igualdade jurídica não tem correspondência no plano económico, em certos contractos
uma das partes, tem maior força económica e maior domínio da informação do que a outra parte.

O princípio de igualdade, instituto pela Revolução Francesa, era hostil à protecção de certas
categorias de pessoas, por outro lado, na soberania, os interesses assegurados pelos contractos a
reconhecer, aparecessem por vezes como instrumento de exploração do mais fraco, o liberalismo
económico exigia liberdade de comércio e de indústria, não podendo assim impor restrições
baseadas nos direitos do contraente débil.

Hoje não pode aceitar-se que genericamente todo e qualquer contracto sejam sempre
efectivamente baseados na livre determinação de ambos os sujeitos. Tal só sucederá se as partes
estiverem constrangidas de forma idêntica à celebração daquele contracto, o que na nossa
sociedade é um fenómeno raro. Da actual ordem económica fazem com que celebrar contractos
para obter a satisfação das necessidades, a parte economicamente mais fraca é facilmente

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constrangida à celebração do contracto, mesmo em condições que ela não aceitaria se tivesse
outra possibilidade de satisfação das suas necessidades económicas.

Assim, desigualdade económica das partes, a inovação da liberdade contratual torna-se


meramente formal. Liberdade contratual consiste na proibição de celebração de negócios
usuários, em que uma das partes consegue obter benefícios injustificados, outro tipo de
restrições, que envolvem mesmo um certo afastamento da liberdade de celebração ou da
liberdade de estipulação.

2.2.1.1. Restrições à liberdade de celebração

Restrição à liberdade de celebração consiste na obrigação de celebração do contracto,


efectivamente, uma das partes (ou ambas) pode estar vinculadas, por obrigação contratual ou
legal, à celebração do contracto com outra parte. A não celebração do contracto constitui, por
isso nesses casos, um ilícito obrigacional, que gera obrigações de indemnização.

Quando é, porém, a lei a impor obrigações de celebração de contratos, a autonomia privada


encontra-se restringida, podendo essa restrição considerar-se como abusos de uma das partes
que, em virtude de um maior poder económico poderia facilmente constranger a outra parte a
aceitar condições contratuais desvantajosas.

Os votos de consumidores levariam os fornecedores a alterar as suas condições contratuais, de


acordo com a lei da oferta e da procura, em casos de monopólio ou de oligopólio. Hoje
considera-se prática restritiva de comércio e como tal proíbe, “recusar a venda de bens ou a de
acordo com as disposições legais ou regulamentais aplicáveis, ainda que se trate de bens ou
serviços não essenciais e que da recusa não resulte prejuízo para o regular abastecimentos do
mercado”.

O fracasso dos sistemas que ensaiaram estas tentativas levou, porém, à atenuação da importância
desta função da obrigação de celebração dos contractos, que ficou regulada para situações
excepcionais.

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2.2.1.2. Restrições a liberdade de estipulação

As restrições a liberdade de estipulação são normalmente estabelecidas em virtude de uma


função de ordenação do actual direito privado, que pretende disciplinar a liberdade contratual de
forma a evitar que esta seja exercida em prejuízo da parte economicamente mais fraca. A
autonomia privada pode em certos casos parecer insusceptível um de obter um adequado
equilíbrio das prestações no contracto, o que leva o legislador a intervir em ordem a
desempenhar uma função correctiva da livre negociação particular.

Existem dois tipos de restrições a liberdade de estipulação, que são os contractos submetidos a
um regime imperativo e as clausulas contractuais gerais ou contratos pré-formulados.

Contractos submetidos a um regime imperativo - Diz respeito a imposição de uma disciplina


contratual rígida em certos contractos. Essa imposição justifica-se em razão da maior relevância
de certos contractos para satisfação das necessidades essenciais elementares que colocam uma
das partes não dependência económica da celebração, levando a que ela seja forçada mesmo a
aceitar condições iníquas, se a sua recusa em pedir a celebração do contracto.

A única forma nesses contractos se proibir a estipulação de condições iníquas e o consequente


abuso da economia privada que tal representa, consiste na imposição de uma disciplina injuntiva
para esses contractos, que e vedado as partes a afastar.

2.2.1.3. Cláusulas contratuais gerais

Consistem em situações típicas do tráfego negocial de massas em que as declarações negociais


de uma das partes se caracterizam pela pré-elaboração, generalidade e rígidez. Cláusulas
contratuais gerais caracterizam-se pela desigualdade entre as partes, pela complexidade e pela
natureza formularia, umas das partes tem uma posição social ou económica mais relevante, que
lhe serve de justificação para impor a situação à parte essas cláusulas são complexas e
exaustivas. Cláusulas contratuais gerais constam normalmente de formulários, letras reduzidas e
leitura difíceis, que o aderente não examina detalhadamente limitando-se a neles incluir os seus
elementos de identificação.

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Nessas cláusulas é manifestada a impossibilidade fáctica cujo uma das parte exerce a sua
liberdade de estipulação conduzindo assim a efeitos perversos, pois o contracto pode ser
celebrado sem que uma das partes se possa perceber do seu conteúdo, sendo confrontada com o
regime contratual que aceitou no momento em que surge um litigio, demasiado tarde para reagir,
também a possibilidade fáctica de serem introduzidas no contracto clausulas iníquas ou abusivas,
em benefícios de um dos contraentes.

Para evitar esses efeitos perversos a lei tem que intervir no sentido de restringir a liberdade de
estipulação, o que realiza-se essencialmente através de dois vectores que são, procurar evitar a
introdução no contracto de cláusulas de que o outro contraente não se apercebeu e impedir o
surgimento de cláusulas iníquas ou abusivas.

Além disso a lei tem que exigir o cumprimento de certas exigências específicas para permitir a
inclusão cláusulas contratuais gerais nos contractos singulares, essas exigências constam nos art.
5º a 7º LCCG que leva a três situações distintas que são:

➢ A comunicação das cláusulas contratuais gerais a outra parte (art. 5º LCCG);


➢ A pentenção de informação sobre os aspectos obscuros nelas compreendidas (art 6
LCCG);
➢ A existência de estipulações específicas de conteúdos distintos (7 LCCG).

A lei específica que a comunicação à outra parte deve ser integral de modo a se tornar possível o
conhecimento das cláusulas, caso contrário as cláusulas contratuais gerais consideram-se
excluída do contracto singular e ainda deve se exigir informar a outra parte de todos aspectos
existentes na cláusula e prestar todo esclarecimento razoável solicitado a cerca das cláusulas
contratuais gerais, consideram-se excluídas dos contractos singulares pode, porém o contracto
ser nulo quando essa exclusão conduzir a uma indeterminação insuprível de elementos essenciais
ou a um desequilíbrio das prestações gravemente atentatório da boa-fé. Porém é possível
visualizar ainda a possibilidade de a sua violação acarretar danos a outra parte.

Caso aconteça deve haver uma indemnização, mas a interpretação e integração das cláusulas
contratuais gerais é sujeitas a regras específicas desfavoráveis a quem as pré-dispõe pois a lei
determina que a sua interpretação e integração tem que ocorrer no contexto de cada contracto
singular em que se incluam (art 10 LCCG, art 11, no 1 LCCG) e (art 11 no 2 LCCG), para

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impedir as cláusulas iníquas ou abusivas cinge-se na proibição de certas cláusulas contratuais


gerais levando em conta a sistematização legislativa em três campos de regulação legislativas
diversas, que são: as disposições comuns por natureza (arts 15 2 16 LCCG); as relações entre
empresários ou profissionais liberais ou entre uns e outros, sejam pessoas singulares ou
colectivas, desde que intervenham apenas nessa qualidade e no âmbito da sua actividade
específica (art 17 a 19 LCCG); as relações com os consumidores finais, ou genericamente todas
as não abrangidas pelas referências anterior (art 20 a 22 LCCG).

Os contractos pré-formulados As proibições da LCCG deveriam aplicar-se não apenas em


relação as cláusulas contratuais gerais, mais genericamente a todos contractos pré-formulados. A
directiva 93/13/CEE veio assim estabelecer uma restrição a liberdade de estipulação: os
contractos pré-formulados na relação entre profissionais e consumidores.

Os contractos pré-formulados celebrados com os consumidores estabelece que ónus da prova que
uma cláusula contratual resultou de prévia negociação recai sobre quem pretenda prevalecer-se
do seu conteúdo, acrescida com a remição que o art 9 nos 2 e 3 da lei 24/96, de 31 de Julho,
estabelecida em relação aos contratos pré-formulados para o regime das cláusulas contratuais,
permita cabalmente a aplicação do regime da LCCG perante contractos pré-formulados
celebrados com os consumidores.

A intervenção legislativa deve, porém considerar-se como totalmente desastrada, uma vez que
estende a todos regimes dos diplomas a todos os contractos pré-formulados, mesmo que tenham
sido celebrados entre empresários e entidades equiparadas (Cfr: art 17 e ss. da LCCG), o que
implica no fundo de rogar o requisito da generalidade em relação as cláusulas contratuais gerais,
passando o diploma a ser indistintamente aplicável a todos contratos individualizados pré-
formulados, mas os contractos pré-formulados celebrados entre empresários e entidades
equiparadas deveram ser assim excluídos desse regime.

2.2.2. O princípio do ressarcimento dos danos

Esse princípio pode enunciado sempre que exista uma razão de justiça que o dano deve ser
suportado por outrem, que não o lesado, deve ser aquele e não este a suportar este dano, essa
transferência de responsabilização dos danos do lesado é feita mediante a constituição de uma

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obrigação de indemnização mais, a injustiça do dano sofrido não é suficiente para se ter o direito
a indemnização.

Em muitas situações ocorre a imputação quando a lei, considera existir não apenas um dano
injusto para o lesado, mas também uma razão de justiça que justifica que esse dano seja
transferido para outrem.

A consequência dessa é a de que o lesado não teria direito a qualquer indemnização a menos que
demonstra-se a culpa do lesante. Em certos casos, a imputação de danos baseia-se em permissões
legais de sacrificar bens alheios no interesse próprio, que têm como contrapartida o
estabelecimento de uma obrigação de indemnização, esta situação denomina-se responsabilidade
por factos lícitos ou pelo sacrifício que passa por três títulos de imputação de danos que são:
imputação por culpa, imputação pelo risco e imputação pelo sacrifício.

2.2.3. Princípios da restrição do enriquecimento injustificado

Este principio já era expresso por POMPONIUS no Direito Romano, mas hoje encontra-se
formalmente consagrado na norma do art. 473º, no 1, do código civil, constituindo por isso num
princípio em forma de norma11, genericamente sempre que alguém obtenha um enriquecimento
à custa de outrem sem causa justificativa tem que restituir aquilo com que injustamente se
locupletou, por isso, que por vezes surjam posições a reclamar a não utilização deste principio, a
sua formulação genérica não é destituída de valor jurídico, funcionando como uma ideia jurídica
geral, que institui uma pauta de orientação segundo determinados pontos de vista, que cabe à
doutrina e jurisprudência concretizar em categoria jurídica especificas.

2.2.4. O princípio da boa-fé

Definindo-se como a ignorância de estar a lesar direitos os direitos alheios, sendo esse sentido de
referência à posse de boa fé no art. 1260º. A obrigação consiste no dever de adoptar uma conduta
em benefícios de outrem. Então assim em causa no vínculo obrigacional regras de
comportamento que, adequadamente respeitadas, proporcionarão a satisfação do direito de
crédito mediante a realização da prestação pelo devedor, sem que daí resultem danos para
qualquer das partes.

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Por esse motivo a lei vem estabelecer deveres de boa-fé para ambos os sujeitos da relação
obrigacional que visão por um lado permitir o integral aproveitamento da prestação em termos de
satisfação do interesse do credor e por outro lado evitar que a realização da prestação provoque
danos ao credor, quer ao devedor. A boa-fé concretiza-se assim em regras impostas do exterior,
que as partes devem observar na actuação do vínculo obrigacional, podendo servir para
complementação do regime legal das obrigações, através de uma valoração a efectuar pelo
julgador.

2.2.5. O princípio da responsabilidade patrimonial

Este princípio consiste na `possibilidade de o credor, em caso de não cumprimento, executar o


património do devedor para obter a satisfação dos seus créditos. O credor poderia legitimamente
apoderar-se dele e inclusivamente vendê-los como escravos ou marra-lo. O devedor esta por isso
sujeito fisicamente ao poder dos credores que poderiam aplicar-lhe sanções físicas em caso de
não cumprimento, o devedor se vincula a cumprir. Assim, a execuções das obrigações realizava-
se de acordo com as seguintes fases:

➢ Confissão ou condenação judicial do devedor;


➢ Concessão de um prazo de trinta dias durante os quais o devedor ainda poderia cumprir a
obrigação;
➢ Prisão do devedor pelo credor (manus iniecto directa) ou pelo tribunal para entrega ao
credor (manus iniectio indirecta) que poderia ser evitada com o cumprimento.

Mais tarde admitiu-se que, quando o devedor ainda possuísse bens, fosse decretada a apreensão
e venda desses bens para pagamento ao credor, em lugar de prisão do devedor. Admitiu-se que
fosse o próprio devedor a ceder os seus bens ao credor, evitando assim a intervenção do tribunal.

O aprisionamento do devedor foi posteriormente perdendo importância como sanção para o


incumprimento das obrigações até desaparecer completamente. Hoje o credor apenas é apenas
reconhecida a possibilidade de executar o património do devedor para obter a satisfação do seu
crédito.

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Quanto a situação dos bens do devedor não susceptíveis de penhora, eles aparecem referidos nos
arts. 822º à 824º - A do Código de Processo Civil. Trata-se de bens em que, por desempenharem
uma função uma função essencial à subsistência ou à dignidade do devedor, ou em virtude de
uma função a que estão afectos a ser superior à da garantia patrimonial dos créditos, a lei não
autoriza a execução para fins da satisfação dos direitos de crédito.

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3. Conclusão

A importância da hermenêutica obrigacional à luz da obrigação como processo é clara: sem essa
ligação a relação obrigacional fica deficiente, não atinge sua máxima eficiência.

Como exposto no início deste artigo, o crescente número de relações obrigacionais, cada vez
mais complexas, exige um entendimento actual e em eficaz com relação ao direito obrigacional.

Ainda, com a constitucionalização do Direito e principalmente do Direito Civil, precisa-se de


uma teoria em compasso com esses acontecimentos. A obrigação como processo mostra-se uma
teoria moderna, completa, coerente, eficaz e principalmente, de acordo com a Constituição
moçambicana.

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4. Referencias Bibliográficas

1. SILVA, Clóvis V. do Couto e. A obrigação como processo. Rio de Janeiro: FGV, 2007;
p.17
2. CASTRO NEVES, José Roberto de. Direito das Obrigações. 2ª Ed. GZ Editora, 2009;
p. 13-16.

Outros artigos consultados:

Este artigo baseio se no seguinte modulo:

1. Módulo da ISCED (Instituto Superior de Ciência e Educação a Distancia) - Titulo: MANUAL


DO CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO_Direitos das Obrigações. Tete, 15 de Marco
de 2020;

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