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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE LINGUAGENS
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Professor: Paulo Rocha


Disciplina: Comunicação Comparada
Aluno: Mikhail Barros e Favalessa

Interatividade, televisão digital e tecnologias digitais

Interatividade é um termo muito recorrente nos dias atuais, seja na internet (ela
interativa em sua concepção), seja em campanhas publicitárias ou em programas
televisivos. No caso da televisão, o surgimento das tecnologias de TV digital abriu
caminho para uma interatividade muito mais próxima do verdadeiro significado da
palavra do que o uso que muitos programas fazem do termo. Este movimento, que é
chamado por Valdecir Becker de convergência tecnológica, traz muitas novas
possibilidades tanto na integração da internet com a televisão – com transferência de
dados, quanto na criação de novas relações entre produtores de conteúdo e
telespectadores. Isto não implica necessariamente no desaparecimento da tecnologia
analógica, a televisão como temos hoje continuará existindo, mas novos caminhos serão
abertos pelas tecnologias da comunicação “para suprir todas as necessidades pessoais de
lazer, entretenimento, educação, cultura, informação e comunicação”.

Toda essa convergência parte do princípio de que informações e dados podem ser
transformados em códigos, e dessa forma podem convergir num mesmo suporte, dando
amplas possibilidades de interação. Soma-se a isso a pulverização dos meios de emissão
e recepção de mensagem (computadores pessoais, televisões digitais, etc.), e então
temos um quadro que aponta para uma maior participação do receptor na criação da
própria mensagem.

O suporte tecnológico no qual a televisão digital opera é muito mais eficiente do que o
suporte analógico utilizado até então. Se antes em uma faixa de 6Mhz as emissores
tinha a possibilidade de transmitir somente um quadro de programação, com a
digitalização da TV existe a possibilidade deste número aumentar, no mínimo, para
quatro. O padrão MPEG2 codifica o sinal a 4 Mbps, por exemplo, fazendo com que
caibam quatro canais simultâneos. Isto implica em maior produção de conteúdo
audiovisual para ocupar todo este espaço, e/ou criação de serviços interativos utilizando
canais vagos. O conceito de televisão passa de um meio de comunicação de via única
para um meio essencialmente interativo, desde a escolha – pelo receptor – de qual faixa
assistir, de qual programa escolher, até se quer ou não participar de determinada enquete
em tempo real, ou comprar o produto que fez merchandising no programa. Televisão
digital é tudo aqui, tudo agora, tudo em tempo real. E essa dinâmica assusta.

As redes televisivas talvez não se sintam muito a vontade para implementar toda esta
interatividade em sua transmissão. Vemos já há algum tempo que a televisão digital de
alta definição já é uma realidade, porém os concessionários de redes públicas
pressionaram para que a parte interativa fosse aplicada somente em um segundo plano –
para elas, a boa notícia (de imediato, ao menos) era somente o aumento da qualidade da
transmissão com o sinal digital. A causa disto veremos a seguir.

Para a realização da interatividade, da mesma forma que são necessários softwares em


um computador para conectar-se à internet, a televisão digital faz uso das chamadas
‘aplicações’ – ou ‘aplicativos’. Elas podem estar ligadas diretamente ao conteúdo
audiovisual (como uma enquete que se inicia em determinada parte do programa e
acaba pouco tempo depois), indiretamente (um resumo do programa que fica disponível
no resto da semana) ou não ligadas ao conteúdo audiovisual – como é o caso de citação
de sites, correio eletrônico, compra on line e etc. Essa gama de possibilidades traz
dificuldades à concepção dos aplicativos, de modo que cada aplicativo deve ser
produzido especificamente para uma tarefa exata e os programas devem ser pensados
desde sua concepção já com modos de utilizar a interatividade. Isto custa dinheiro, custa
desestabilização mercadológica, custa desestabilização de relações políticas internas à
sociedade. Se cada uma das televisões presentes em 90% dos lares brasileiros deixarem
de ser analógicas e passarem para uma operação digital cheia de interatividade, as
pessoas terão de adaptar-se ao novo modo de relacionar-se com essa tecnologia e as
empresas terão de adaptar-se ao novo mundo mercadológico que surgirá. É por essas e
outras dificuldades que até o presente momento – não só o Brasil, mas países como
Estados Unidos e Japão também – a televisão digital limita-se ao aumento da qualidade
de detalhes na transmissão de imagens, ainda sem realizar todo seu potencial nas
relações de comunicação.

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