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CURSO DA EMATER
MANEJO DO SOLO EM SISTEMAS AGROECOLÓGICOS DE
PRODUÇÃO – PARTE 2
Lavras/MG
2015
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................7
2 SUSTENTABILIDADE DO USO DOS RECURSOS SOLO E ÁGUA NOS
SISTEMAS AGROECOLÓGICOS DE PRODUÇÃO................................................8
2.1 Conceitos de gestão e manejo em sistemas agroecológicos........................9
2.2 Sistemas agroecológicos ............................................................................10
3 Erosão hídrica e impactos ambientais................................................................11
4 PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS NOS SISTEMAS AGROECOLÓGICOS...12
4.1 Práticas Vegetativas.....................................................................................12
4.1.1 Florestamento e reflorestamento..........................................................12
4.1.2 Rotação de culturas..............................................................................13
4.1.3 Consórcio de culturas...........................................................................14
4.1.4 Culturas em faixas de rotação..............................................................15
4.1.5 Culturas em faixas de retenção............................................................15
4.1.6 Plantas de cobertura.............................................................................16
4.1.7 Cobertura morta (mulch).......................................................................17
4.1.8 Alternância de capinas..........................................................................18
4.2 Práticas mecânicas......................................................................................18
4.2.1 Cultivo em contorno ou plantio em nível...............................................18
4.2.2 Linhas de pedra....................................................................................20
4.2.3 Terraceamento......................................................................................20
4.2.4 Canais escoadouros, paralelos e divergentes......................................22
4.2.5 Estabilização de voçorocas..................................................................22
4.3 Práticas edáficas..........................................................................................23
4.3.1 Ajustamento da capacidade de uso......................................................24
4.3.2 Controle de queimadas.........................................................................24
4.3.3 Adubação verde....................................................................................25
4.3.4 Adubação orgânica...............................................................................26
4.3.5 Adubação química................................................................................27
4.3.6 Calagem................................................................................................28
4.3.7 Fosfatagem...........................................................................................29
4.3.8 Gessagem.............................................................................................30
5 SISTEMAS DE PREPARO E MANEJO DO SOLO EM SISTEMAS
AGROECOLÓGICOS.............................................................................................31
5.1 Cultivo mínimo.............................................................................................31
5.2 Plantio direto na palha.................................................................................32
5.3 Integração dos sistemas lavoura, floresta e pecuária .................................35
5.4 Sistemas agroflorestais................................................................................37
1 INTRODUÇÃO
O solo influencia até mesmo a vida nos oceanos, pois essa depende dos
nutrientes minerais trazidos pelas águas dos rios. Não é por acaso que a maior
parte dos animais marinhos está concentrada ao longo dos continentes, sendo a
parte central dos oceanos verdadeiros desertos. É justo, portanto, como já feito,
considerar o solo como o quarto reino da natureza, de igual importância aos
minerais, plantas e animais.
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4 PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS
NOS SISTEMAS AGROECOLÓGICOS
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Para certos solos muito inclinados, muito pobres ou muito erodidos, a cobertura
com floresta é a maneira mais econômica e segura de utilização. Nas regiões de
topografia acidentada, as florestas devem ser formadas no topo dos morros a fim
de reduzir as enxurradas que se formam nas cabeceiras, atenuando os problemas
de controle de erosão nos terrenos situados mais abaixo, e proporcionando, pela
maior infiltração, uma regularização das fontes de água (Bertoni & Lombardi Neto,
1990).
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A faixa de retenção é uma prática que diminui a erosão por obstruir o caminho
da enxurrada. Trata-se do plantio, geralmente de gramíneas como cana-de-açúcar,
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capim napier, erva cidreira, etc., que não sejam plantas invasoras, em faixas
com distância também definida como no caso de terraços. A faixa de retenção é
constituída de 3 a 5 linhas da planta protetora, em espaçamento bem mais reduzido
do que o geralmente recomendado no plantio convencional dessas espécies.
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Nos estudos conduzidos por Dias et al. (2013 o objetivo foi avaliar a influência
de três plantas de cobertura, em dois sistemas de manejo, no controle da erosão
hídrica em um Argissolo, no sul de Minas Gerais. As plantas de cobertura utilizadas
foram o feijão-guandu, feijão de porco e milheto, em dois sistemas de manejo (plantio
em nível e em desnível no sentido do declive). Segundo os autores O plantio em
nível proporcionou maior redução da erosão hídrica em comparação ao plantio
em desnível. O feijão de porco cultivado em nível obteve os menores valores de
perdas de solo, água, nutrientes e matéria orgânica. Resultados semelhantes foram
observados por Castro et al. (2011), Freitas et al. (2012) e Cardoso et al. (2012).
Estudos conduzidos por Silva et al. (1998), confirmaram uma melhor agregação
do solo na sucessão plantas de cobertura e a cultura do milho.
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4.2.3 Terraceamento
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Terraço é normalmente muito efetivo. Muitos terraços são tão velhos quanto
os Romanos na Europa, os Incas na América do Sul e os povos do sudeste asiático.
Esses e outros povos antigos fizeram muitos declives parecerem escadarias
gigantescas, construindo terraços de cima para baixo. Muitos desses terraços
eliminaram completamente o efeito do declive por meio de paredes de pedras
verticais. O terraceamento de áreas agrícolas tem por objetivo reduzir o comprimento
da rampa onde se processa o escoamento superficial, reduzindo a velocidade deste
e, consequentemente, a tensão de cisalhamento, que ocasiona a liberação e o
arraste das partículas de solo. Assim, a erosão do solo pode ser bastante reduzida
ou até mesmo evitada. O aumento da infiltração de água no solo também é um dos
objetivos visados quando da construção de terraços, principalmente dos terraços
em nível.
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O termo voçoroca (ou boçoroca) tem origem na língua Tupi Guarani que significa
“fenda cavada pelas enxurradas”. Esse termo é, portanto, apropriado para designar
a causa do problema que é o escorrimento superficial e concentrado da água ao
longo de uma encosta. Entretanto, mesmo aquele observador mais desatento
percebe que as voçorocas parecem ser mais abundantes em umas regiões do que
em outras. Esse fato leva à conclusão de que outros fatores, além da enxurrada,
estão envolvidos no processo. A maior ou menor facilidade de estabilização dessa
forma de erosão depende dos mesmos fatores envolvidos no processo de formação
das voçorocas. A dificuldade de estabilização é maior naquelas áreas com solos
mais susceptíveis a erosão hídrica (Ferreira et al. 2011).
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Estudo feito por Heringer et al. (2002) demonstrou que a queima frequente
e contínua das pastagens naturais promove a redução nos teores de magnésio,
aumenta a acidez potencial e reduz a cobertura e umidade nas camadas superficiais
do solo em relação às práticas de manejo sem queima.
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4.3.6 Calagem
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4.3.7 Fosfatagem
Essa prática deve ser adotada em solos arenosos (teor de argila < 25%), que
apresentam menor fixação de P, e com teores baixos desse nutriente (P resina <
10 mg DM-3), utilizando a mesma área total, após o preparo profundo do solo, antes
da gradagem de nivelamento. Utilizar como fonte de P2O5 o superfosfato simples
ou produtos equivalentes, como fosfatos reativos, superfosfato triplo, termofosfatos
ou multifosfato magnesiano, nas dosagens de 100 a 150 kg de P2O5 ha-1 (Vitti &
Mazza, 2002).
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4.3.8 Gessagem
O gesso pode ser utilizado como um restaurador dos atributos físicos benéficos
do solo, por agir como floculante da argila, o gesso dificulta a formação de crostas
na superfície do solo, contribuindo para o aumento da capacidade de infiltração de
água no seu perfil do solo, o que reduz o escoamento superficial e a erosão hídrica
(Pruski et al., 2006).
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5 SISTEMAS DE PREPARO E
MANEJO DO SOLO EM SISTEMAS
AGROECOLÓGICOS
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6.4 POLINIZAÇÃO
As abelhas são os principais agentes polinizadores das culturas. A polinização
das flores normalmente ocorre pela manhã. A presença de abelhas durante a fase
de florescimento é fundamental para aumentar a frutificação e a produtividade,
melhorando a qualidade dos mesmos e reduzindo o número de frutos defeituosos.
Recomenda-se evitar pulverizações com inseticidas durante a fase de florescimento,
principalmente pela manhã, e instalar de duas a três colmeias próximas à cultura,
quando houver escassez de abelhas no local. A polinização é mais efetiva quando
as colmeias forem distribuídas em toda a área, contudo, a distribuição destas pelo
perímetro é uma alternativa aceitável, podendo ser levadas ao campo quando as
plantas começarem a florescer.
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de cobertura morta - gramíneas - o corte das plantas poderá ser feito próximo ao
plantio, tomando-se o cuidado de fornecer nitrogênio suficiente nas covas, na forma
de compostos orgânicos, torta de mamona, biofertilizantes, etc., evitando-se uma
competição com as bactérias decompositoras que atuarão sobre a palhada.
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Existem vários tipos de biofertilizantes que podem ser utilizados e muitos são
formulados, diariamente, nas propriedades de acordo com as opções de materiais
existentes e com a criatividade do produtor. Como sugestão geral, adicionar aos
biofertilizantes sulfato de zinco, sulfato de cobre e molibdato de amônio. Um dos
biofertilizantes que apresenta grande facilidade de preparo e resultados satisfatórios
em uso é o Vairo (Dias et al. 2010).
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nas vias translaminar, sistêmica e de contato, nas dosagens 1%, 0,5% e 0,3%
respectivamente, bem como sobre os ovos, independente da idade dos mesmos.
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