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DESENHO

TÉCNICO II

autores
ANDERSON MANZOLI
ANA TERESA CIRIGLIANO VILLELA

1ª edição
SESES
rio de janeiro  2017
Conselho editorial  roberto paes e gisele lima

Autores do original  anderson manzoli e ana teresa cirigliano villela

Projeto editorial  roberto paes

Coordenação de produção  gisele lima , paula r. de a. machado e aline karina


rabello

Projeto gráfico  paulo vitor bastos

Diagramação  bfs media

Revisão linguística  bfs media

Revisão de conteúdo  denise cristina monetto da s ferreira

Imagem de capa  alphaspirit | shutterstock.com

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2017.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)

M296d Manzoli, Anderson


Desenho técnico II / Anderson Manzoli ; Ana Teresa Cirigliano Villela.
Rio de Janeiro: SESES, 2017.
144 p: il.

isbn: 978-85-5548-507-7

1. Desenho digital. 2. Representação arquitetônica. 3. Processos de


impressão. 4. Autocad. I. SESES. II. Estácio.
cdd 604.2

Diretoria de Ensino — Fábrica de Conhecimento


Rua do Bispo, 83, bloco F, Campus João Uchôa
Rio Comprido — Rio de Janeiro — rj — cep 20261-063
Sumário
Prefácio 7

1. Noções básicas do Ambiente Digital 7


Ambiente de trabalho 11

Conceito de armazenamento, processamento de informação e


periférico 16
Processamento de informação 18
Periféricos 19

Gerenciamento de dados 23

Interface dos sistemas de CAD 24

2. Fundamentos do Desenho Digital 29


Visualização da área de trabalho 33

Unidades de medida para criação de entidades vetoriais 34

Sistemas de coordenadas 38
As Coordenadas Absolutas 40
As Coordenadas Relativas Cartesianas 41
As Coordenadas Relativas Polares 42
As Coordenadas Cilíndricas e Esféricas 44

Criação de entidades 44

Sistema de organização em camadas 48

Ferramentas de Seleção 52
Clicando diretamente sobre o objeto 53
Seleção por janelas 53
3. Representação gráfica arquitetônica auxiliada
por meios digitais 59
A linha: tipos, traços, escalas 65
Tipos e traços 66

Representação de elementos construtivos 67

4. Reprodução de um projeto arquitetônico de


pouca complexidade 99
Planta baixa 100

Cortes longitudinais e transversais 104

Elevações 106

Situação e implantação 107

5. Processos de Impressão 115


Layout de impressão: pranchas padrão 118
Área de plotagem e área de impressão 119
Escala de impressão 120
Colocando a folha no layout 120
Plot 121
Configurar o layout para impressão 122
Page Setup 123
Configurações 123

Ajuste da escala do desenho no layout 126


Versões do AutoCAD 127
Viewports 128

Salvamento de arquivos PDF 132


Prefácio

Prezados(as) alunos(as),

O desenho técnico é a principal ferramenta da qual o engenheiro e o arquiteto


dispõem para se comunicar não apenas entre si, mas com todos os profissionais
que lidam com execução de objetos de precisão, seja este uma ponte, um edifício
ou uma peça mecânica. Se fizéssemos uma analogia com a língua portuguesa,
poderíamos aproximar os elementos gráficos de desenho às palavras que utiliza-
mos para identificar os objetos que estão à nossa volta. Mas não basta sabermos
palavras. Precisamos saber articular frases a partir delas e, acima de tudo, é preciso
encadeá-las em uma sequência lógica. Da mesma forma, procede-se na represen-
tação gráfica de projetos. O projeto é o texto que nós, arquitetos e engenheiros,
“escrevemos”. Cada um de seus elementos tem suas especificidades, mas sua rela-
ção com o conjunto do desenho é ainda mais importante.
Um projeto bem representado economiza tempo em obra e evita desgastes
com o cliente. Imprevistos na etapa de execução podem acontecer. No entanto, o
desenho técnico, quando bem feito, pode antecipar tais problemas, sendo possível
solucioná-los antes de se iniciar a obra. O desenho passa a ser, portanto, não ape-
nas o meio de comunicação dos profissionais construtores, mas também um meio
de resolução projetual. Logicamente que você só conseguirá resolver um problema
de projeto se dominar as regras e convenções de desenho técnico, do contrário
ambos se tornarão frágeis e sujeitos a dúvidas. Além disso, o desenho técnico é um
importante documento, por meio do qual você irá assegurar o seu trabalho. Toda
obra depende da folha de papel que você imprime ou produz à mão com todas
as peças gráficas necessárias à sua correta execução, independentemente da escala
com que se está lidando.
Neste livro, retomaremos alguns conceitos já apresentados no livro Desenho
Técnico I, dada sua importância para este segundo módulo. Especificamente, os-
capítulos que se seguem têm como objetivo fazer você aprender a aplicar todas as
regras e convenções pertinentes à representação técnica de projetos no ambiente
virtual do AutoCAD. O software é apenas uma plataforma que substitui o antigo
par lápis-papel. No entanto, o entendimento do desenho e a forma como ele é re-
presentado permanecem os mesmos. Por isso, não pense que o software fará tudo

5
com apenas um clique, pois quem o comanda é você, e as normativas permanecem
as mesmas tanto para o desenho feito manual quanto digitalmente.
Então, vamos começar a desenhar!

Bons estudos!
1
Noções básicas do
Ambiente Digital
Noções básicas do Ambiente Digital
Começar um projeto é como começar a escrever um livro. O fato de sabermos
escrever não nos torna escritores. Também o fato de saber os comandos de um
programa de desenho não nos torna bons projetistas. Então, para um bom dese-
nho técnico, não basta saber utilizar adequadamente as ferramentas de desenho de
um programa, devemos saber sobre o que vamos projetar.
Saber se expressar na forma escrita, falada ou gráfica, como é o caso de um
projeto, é o que torna a comunicação entre o emissor e o receptor um valor eco-
nômico no ambiente da Engenharia. Assim como um relatório mal escrito ou uma
frase mal formulada, um projeto pode da mesma forma ser de difícil entendimen-
to, não importando se a escrita tenha sido feita em um programa de edição de
texto, se a comunicação verbal tenha sido feita com belas palavras ou se o projeto
foi feito em um programa de computador, o bom projeto será aquele que transmi-
te com fidelidade a ideia do emissor. A ferramenta pode ajudar no processo, mas
não mais que isso.
O avanço tecnológico permitiu uma melhora nas ferramentas de projeto, an-
tes feitos à mão com pranchetas, réguas T, esquadros, etc. Isso foi substituído por
monitores, computadores, teclados e mouses cada vez mais exatos, precisos e de
fácil visualização. Porém, todo esse instrumental, que facilita o projetista, não
garante a qualidade do projeto, mas sim otimização do tempo, melhor qualida-
de de imagem, infinidade de repetições e outros facilitadores que tornam hoje a
utilização de computadores para a atividade projetual não mais um luxo, mas um
recurso econômico sem antecedentes.
Quando pensamos em iniciar um projeto utilizando ferramentas computa-
cionais, é preciso lembrar que, ao contrário do desenho técnico feito “à mão”,
utilizar um programa exige outra forma de pensar e fazer o projeto. O computador
permite copiar elementos, criar rotinas, gerar desenhos, cotas, renderizações, criar
modelos 3D, criar filmes e muito mais. Antes, esses recursos não existiam. Diante
dessa nova realidade, temos que utilizar esses facilitadores para ganhar tempo e
qualidade nos projetos.
Este capítulo tem como objetivo apresentar ao aluno a noção básica desse
novo ambiente, dessa nova forma de pensar o projeto, criando facilitadores e roti-
nas para dinamizar o tempo, sem deixar de manter a qualidade desejada.

capítulo 1 •8
Para ilustrar, vamos a um exemplo simples: desenhar um cilindro no AutoCAD.
Antes de apresentar a tela de trabalho, os menus, e seus principais comandos, va-
mos mostrar como o princípio do desenho informatizado deve ser repensado,
quando estamos no ambiente digital. Poderíamos desenhar manualmente com
o mouse o cilindro, como se a tela do AutoCAD fosse uma prancheta, e com al-
gumas construções geométricas depois, teríamos a forma dada. Porém, podemos
começar a pensar direto tal como funciona o desenho informatizado, que tem base
em primitivos básicos. Entender o desenho é importante para visualizar e otimizar
formas de desenhar e projetar mais rapidamente.

Figura 1.1  –  Um retângulo revolucionado pelo eixo da sua borda longitudinal pode gerar
um cilindro. Um círculo extrudado pelo seu eixo no sentido do seu plano, também gera um
cilindro, sem a necessidade de muitos traços ou construções geométricas. Fonte: autor.

Com poucos comandos, podemos fazer o cilindro como ele é na terceira


dimensão. Já usando comandos “manuais”, com construções similares a réguas,
compassos etc., poderíamos chegar a uma imagem parecida, porém não teríamos
o objeto em 3D. Não poderíamos ver o objeto de outras formas.
Essa visão espacial é importante para o projetista, se ele quiser ganhar tempo
nos projetos. Para ilustrar ainda mais, veja quantas figuras espaciais são geradas
por um retângulo, que muitas vezes não são “vistos” e entendidos pelos iniciados
na arte de usar a ferramenta computacional para fazer projetos.

capítulo 1 •9
Figura 1.2  –  Um retângulo revolucionado por diversos eixos, gerando objetos que sem aten-
ção, não seriam entendidos como iniciados por um “retângulo” revolucionado. Fonte: autor.

Antes de mais nada, é necessário saber qual o objetivo do projeto, quem fará
a leitura da planta e com que finalidade será feita essa leitura. Isso muda a forma
de desenhar, detalhar e apresentar o projeto. Por exemplo, se o objetivo é mostrar
ambientes, sem buscar muitas informações e detalhes, em duas dimensões apenas,
basta uma planta, à mão ou no AutoCAD. A diferença não será muito grande,
apenas a velocidade do desenho e a praticidade da sua continuidade.

Figura 1.3  –  Uma planta feita à mão e uma planta feita em AutoCAD. Disponível em:
<http://montesuacasa.com.br/tolleman/images/projetos/56fe072376c28464b5a-
d0993a3b56ce8_BIG.jpg>

capítulo 1 • 10
Quando buscamos fazer modelagens mais complexas, desenhos em 3D, deta-
lhes técnicos e projetos executivos, a diferença se torna marcante. Cada desenho
manual consome muito tempo e qualquer mudança no projeto obriga a recome-
çar o desenho, enquanto que o meio digital pode permitir a alteração de todas as
pranchas de forma automática.
Assim, o conceito de CAD (“Computer Aided Design”), ou Desenho
Auxiliado pelo Computador, é uma ferramenta que ajuda arquitetos e engenhei-
ros a criarem desenhos e projetos. Seria, para um escritor, a evolução da máquina
de escrever para um editor de texto como o Word. Porém, recentemente introdu-
ziu-se um conceito novo, que vem sendo considerado como a próxima geração
de CAD: trata-se do BIM (“Building Information Modeling”) – Modelagem de
Informação da Construção. A diferença básica é que no BIM os elementos de
projeto estão associados a dados e informações. Neste sistema tudo pode ser calcu-
lado, orçado e planilhado, gerando muitas informações que um sistema CAD não
consegue gerar. Porém, nosso objetivo é ensinar o CAD, uma ferramenta que deve
ser entendida e usada antes de se entrar no conceito de BIM.

OBJETIVO
• O objetivo deste capítulo é fazer o aluno compreender a importância que os sistemas
informatizados trouxeram nas áreas de Engenharia, Arquitetura e áreas afins, tornando a
elaboração de projetos e desenhos muito mais produtiva

Ambiente de trabalho

O AutoCAD é um software do tipo Computer Aided Design, o mais utilizado


no mundo, desenvolvido e comercializado pela Autodesk, Inc desde 1982. Ele
permite criar em ambiente bidimensional (comprimento e largura) e tridimensio-
nal (perspectivas, filmes) no computador. Desse modo, o aluno consegue visua-
lizar a forma e o espaço, os materiais, as texturas, as cores, as luzes e as sombras.
Ele pode ser baixado por estudantes gratuitamente pelo site <http://www.au-
todesk.com/education/free-software/all>.
A dinâmica do programa é parecida com as funções mais básicas do Windows
(Ctrl + C = copiar, Ctrl + V = colar, Esc = sair, Enter = prosseguir; Espaço = pros-
seguir etc.). Além dos comandos de chamada, ditos (F1, F2, F3, F4, F5, ..., F12),

capítulo 1 • 11
cada um com sua função. A seguir temos um resumo do significado das teclas de
controle e de função: F1: Ajuda; F2: Janela de Texto; F3: Liga e desliga Osnap; F6:
Mostrador de Coordenadas; F7: Liga e desliga a grade (Grid On / Off) F8: Liga e
desliga o travamento Ortogonal F9: Liga e desliga o SNAP (Snap On / Off). F10:
Liga e desliga o POLAR. Cada um desses comandos será explicado ao longo dos
capítuloss deste livro.
Quando você acabar seu trabalho, poderá abrir outro desenho ou fechar o
AutoCAD. Para fechar, use a opção Exit. Se houver alguma alteração no dese-
nho não salva até o momento, aparecerá a pergunta “Save changes?” Responda Yes
(Sim) ou No (Não) ou então cancele o comando.
Para cancelar um comando, basta pressionar a tecla <ESC> ou selecionar um
novo comando.
As principais extensões de arquivos de trabalho do AutoCAD são o DWG e o
DXF. O AutoCAD ainda permite a entrada e saída de arquivos de imagens raster,
ASCII, e outros softwares CAD e GIS.

Figura 1.4  –  Tela de trabalho do AutoCAD 2016. Fonte: autor

As ferramentas contidas no AutoCAD são autoexplicativas. O próprio pro-


grama trabalha junto a você, gerando lembretes que aparecem no command line,
uma barra horizontal no canto inferior da tela, que mostra qual a sequência de
comandos a que o programa obedece e são chamadas de “prompt”. A leitura cons-
tante no prompt de comando do software leva o profissional a adquirir domínio
sobre o programa.

capítulo 1 • 12
O AutoCAD 2016 traz uma tela – new tab, na qual o usuário pode iniciar
um projeto novo, clicando em Start Drawing, ou trabalhar em um projeto ante-
rior, escolhendo-o na coluna Recent Documents. Além disso, pode conectar-se ao
Autodesk 360 ou enviar feedbacks.

Figura 1.5  –  Tela inicial do AutoCAD. Fonte: autor

O sistema Ribbon funciona de forma similar ao utilizado atualmente em pa-


cotes da linha Office da Microsoft. Nele, os comandos estão divididos em painéis
de mesma função (Desenhos, Modificações, Anotações etc.), que por sua vez estão
divididos em abas. Clicar em um dos ícones corresponde a inserir um comando
na Caixa de Comando.

Figura 1.6  –  Interface Ribbon do AutoCAD 2016. Fonte: autor

A caixa de comando é o local de interatividade entre o usuário e os procedi-


mentos computacionais do programa. É por meio dela que o AutoCAD “conver-
sa” com o usuário. Ao inserir um comando inicia-se um diálogo com o programa,
em que o AutoCAD pede as informações necessárias para a execução daquela
função, por exemplo:

capítulo 1 • 13
Figura 1.7  –  Caixa de Comando e Diálogo do comando Circle. Fonte: autor.

É importante sempre estar atento às informações mostradas na Caixa de


Comando: ela pode tanto pedir informações quanto expor opções dentro do mes-
mo comando. Essas opções aparecem entre colchetes – [ ] e podem ser selecio-
nadas digitando a letra que estiver maiúscula (nem sempre é a inicial). Também
chamada de “prompt”.
A Barra de Status situa-se na parte inferior do programa, abaixo da caixa de
comando, e contém botões referentes ao funcionamento do AutoCAD, que po-
dem estar ligados (em azul) ou desligados (cinza).

Figura 1.8  –  Barra de Status. Fonte: autor.

O AutoCAD é dividido em duas grandes áreas: o Model Space e o Paper Space.


O Model Space é basicamente um espaço de três dimensões infinito, no qual o
usuário irá desenhar tudo que quiser, em duas ou três dimensões. Já o Paper Space
é a representação digital do papel em que esse desenho será impresso, por isso é
nele que se prepara o projeto para a impressão final, colocando suas legendas, ano-
tações, tabelas, entre outros. A alternância entre as duas áreas pode ser feita pelos
botões Model e Layout localizados na Barra de Status, canto inferior esquerdo da
tela. No Model Space à direita encontra-se a Navigation Bar que auxilia princi-
palmente a utilização do programa em notebooks e/ou com mouses sem Scroll,
pois traz ferramentas como Full Navegation Wheel, Pan (movimentação no plano),
Zoom e Orbit (navegação em 3D). E, finalmente, no canto superior direito o View
Cube, que auxilia também na navegação e alternância entre vistas.

capítulo 1 • 14
Figura 1.9  –  Área de desenho e área de impressão. Fonte: autor..

Para entender bem o AutoCAD, é necessário compreender o conceito de co-


mando. Comando é uma instrução dada ao programa, uma tecla ou uma sequên-
cia de teclas, que serão processadas definindo a ação desejada. Você pode entrar
em um comando usando o teclado ou um clique do mouse sobre o ícone do co-
mando. Alguns comandos também abreviaram nomes chamados pseudônimos de
comando. Por exemplo, a tecla L representa a função *LINE; Li significa *LIST;
E significa *ERASE etc.
Quando entrar com um comando, verá um conjunto de opções ou uma caixa
de diálogo. Por exemplo, quando você entrar no comando Circle na linha de co-
mando, o lembrete seguinte é exibido: Especifique ponto de centro para círculo
ou [3P/2P/Ttr (tangente, tangente, raio)]: você ou pode especificar o ponto de
centro entrando em coordenadas X,Y ou usando o mouse, clicando sobre um
ponto na tela. Você pode escolher uma opção diferente entre as anteriores, selecio-
nando uma das opções nos parênteses. Você pode entrar em maiúscula ou letras
minúsculas. Por exemplo, escolher a opção de três-pontos (3P), digite 3p.
Se você quiser repetir um comando que usou por último, dando ENTER ou
SPACEBAR o comando se repete.
A lista de comandos do AutoCAD é encontrada na pasta onde foi instalado o
programa ou no menu da barra flutuante Tools/Customize/Edit Program Parameters
(acad.pgp). O programa te dá condições de editar os comandos predefinidos. Pode
ser acessado também por: <https://knowledge.autodesk.com/support/AutoCad/
learn-explore?sort=score>. Para quem quiser um “Guia do Mochileiro” para o

capítulo 1 • 15
AutoCAD, pode acessar a própria página da Autodesk, que disponibiliza várias
aulas e dicas interessantes.

Figura 1.10  –  O Guia do Mochileiro para o AutoCAD Básico. Disponível em <https://


knowledge.autodesk.com/support/AutoCad/learn-explore/caas/CloudHelp/clou-
dhelp/2017/ENU/AutoCad-Core/files/GUID-2AA12FC5-FBB2-4ABE-9024-90D41FE-
B1AC3-htm.html?v=2017>.

Conceito de armazenamento, processamento de informação e


periférico

O AutoCAD pode salvar um arquivo em diferentes extensões. Isso depende da


finalidade para qual este arquivo será usado. O AutoCAD tem 4 principais tipos
de extensão de arquivos que podem ser salvos, o DWG, o DWT, o DXF e o DWS.
Dentre estes quatro, os mais usados são o DWG e o DXF. Os outros tipos não são
usuais nem acessíveis, pois se tratam, em sua maioria, de extensões especiais para
complementos do AutoCAD. Mas você pode, por exemplo, exportar arquivos em
CAD para pdf, permitindo que aqueles que não têm o programa instalado em seu

capítulo 1 • 16
computador possam vê-lo. Isso é bastante útil ao entregar cópias do projeto para
o cliente.
A extensão DWG, é o formato padrão no qual são feitos todos os desenhos bá-
sicos do AutoCAD, como planta baixa, cortes, fachadas, topografia, entre outros.
Por se tratar de uma extensão principal, outros programas similares ao AutoCAD
também utilizam este formado para os desenhos, ou pelo menos são capazes de ler
o formato em questão.
Não é necessário escolher esta extensão do formato DWG para salvar os arqui-
vos, porque o próprio programa, automaticamente, salva neste tipo de extensão
por padrão. Em alguns casos é necessário apenas mudar a versão de salvamento,
como por exemplo, quem usa o AutoCAD 2015 e precisa salvar com compatibili-
dade para o AutoCAD 2007, para que este consiga abrir o arquivo.
A extensão DXF é um formato de intercâmbio para modelos de CAD. Neste
formato, o arquivo pode ser aberto facilmente por outros programas como, Adobe
Illustrator, Corel Draw e outros.
Quando clicamos no ícone de salvar, abre-se uma janela que permite esco-
lher o local onde será armazenado o arquivo criado. Porém, existe uma opção de
salvar os arquivos na nuvem, de modo que o arquivo fique disponível para vários
dispositivos.

Figura 1.11  –  Como salvar os arquivos. Fonte: autor.

O A360 é uma ferramenta de colaboração que ajuda os profissionais a vi-


sualizar, compartilhar e localizar arquivos de projetos 2D e 3D em um espaço

capítulo 1 • 17
de trabalho central. Ele mantém seus projetos, arquivos e suas equipes atualiza-
dos, independentemente de você estar no escritório ou no campo. Os recursos
do AutoCAD 360 incluem uma interface fácil de usar e ferramentas móveis para
carregar, abrir e editar desenhos DWG.
Os serviços e o armazenamento na nuvem estão disponíveis mediante assina-
tura ou plano de manutenção de alguns softwares. Também é possível assinar sepa-
radamente determinados serviços em nuvem à medida que você precisar, ou com
os produtos e aplicativos Autodesk, sendo compatíveis com Dropbox, OneDrive e
Google Drive.

Processamento de informação

O AutoCAD é um programa que necessita de um computador ou notebook


mais modesto. Dependendo do tamanho dos arquivos e a finalidade do trabalho,
a configuração deve ser bem robusta.
Ninguém gosta quando o AutoCAD trava, até mesmo porque isso pode re-
sultar num temido Fatal Error. Para evitar travamentos, podemos alterar algumas
opções que exigem mais memória e vídeo do computador. Vejamos algumas delas:

•  Show rollover tool tips: esta opção está em Options, na aba Display. Quando paramos
o cursor sobre algum objeto, se esta opção estiver marcada, o AutoCAD irá exibir um pe-
queno quadro com um resumo das propriedades do objeto. O problema é que às vezes,
só de passarmos o cursor sobre o desenho, o AutoCAD trava, pois tenta processar as
informações de cada objeto que o cursor passou. Esse travamento é bem comum com
objetos grandes, como curvas de nível, por exemplo.

•  Aumente o tempo entre salvamentos automáticos, em Options, na aba Open and


Save, mas lembre-se de sempre salvar seus arquivos;

•  Desligue o realce dos objetos, em Options, na aba Selection, em Selection Preview;

•  Desligue o Dynamic Input, usando F12;

•  Não selecione objetos antes de usar um comando, selecione sempre quando já estiver
no comando.

capítulo 1 • 18
UMA MÁQUINA PARA USO MODERADO DO AUTOCAD, PARA AS
VERSÕES 2016/2017, DEVERIA TER NO MÍNIMO:
1. Processador Intel Core i7

2. 12 GB de memória DDR3

3. Uma placa de vídeo (GPU) de no mínimo 2 GB dedicado

4. Um monitor de 21 polegadas widescreen full HD

5. Um mouse de 2000 DPI

6. E um bom teclado com espaçamento ideal de teclas e teclado numérico

7. Microsoft® Windows® 7 Home Premium ou versões mais recentes (64 bits)

8. Internet Explorer ® 9.0 ou posterior

9. 10 GB para a instalação (arquivo baixado) e 6 GB para arquivos do programa

Periféricos

Antes de iniciar o uso dos comandos, deve-se ter familiaridade com o funcio-
namento do mouse e do teclado, afinal será por meio deles que serão enviados os
comandos para o programa.
No mouse:
• Botão esquerdo: utilizado para ações de seleção;
• Botão direito: abre menus flutuantes com opções variando conforme
o comando ativo;
• Scroll: um modo prático de aproximar ou afastar a visão (zoom) é ro-
lando o Scroll para frente ou para trás.

capítulo 1 • 19
Figura 1.12  –  Comandos do Mouse. Fonte: autor.

Existem também mouses adaptados e específicos para usar o AutoCAD, sendo


eles mais caros, mas igualmente mais produtivos.

Figura 1.13  –  Mouse com mais recursos de desenho. Página dos fabricantes de mouse.

Figura 1.14  –  Mouse com mais recursos de desenho. Página dos fabricantes de mouse.

O mouse tem que ter um tamanho confortável, pois mouses pequenos au-
mentam o esforço nas articulações da mão, podendo causar lesões. Com o intuito
de sempre tê-lo com a gente, acabamos optando por mouses pequenos que possa-
mos carregar sem problemas, até porque a utilização de notebooks e laptops para o

capítulo 1 • 20
trabalho cresceu bastante. Mas mesmo que pareça melhor ter um mouse pequeno
que se possa carregar, opte por um mouse maior e mais confortável.
Outra característica importante na hora de escolher um mouse é sua resolu-
ção – isso mesmo, mouse também tem resolução – então busque um mouse com
resolução acima de 2000 DPI, pois terá maior precisão nos movimentos e isso é
bem importante, pois facilita na hora de selecionar algo no CAD.
Optar por um mouse ergonômico também é uma boa pedida, porque pode
diminuir os efeitos nocivos dos movimentos repetitivos.

No teclado:
O teclado não tem muito segredo, pois a única preocupação é de caráter er-
gonômico – relacionado à sua altura relativa –, pois não existe um teclado mais
preciso que outro, existem sim teclas mais macias, com espaçamento melhor, mas
essa parte já depende mais da sua melhor adaptação. Algo que pode tornar mais
rápido o trabalho é a presença de um teclado numérico separado.

Figura 1.15  –  Teclados. Fonte: página dos fabricantes de teclados.

capítulo 1 • 21
No monitor:
Ter um monitor de bom tamanho é de extrema importância para um trabalho
mais confortável com o AutoCAD ou qualquer outro software CAD, mas monito-
res grandes demais causam uma movimentação muito intensa do pescoço. Então
um monitor com tamanho ideal seria de 21 até 30 polegadas.
Uma boa resolução é sempre importante, pois utilizar o CAD tendo à frente
um monitor embaçado, dando a sensação de que tem algo na vista não é nada
agradável, então busque monitores Full HD de 1920 x 1080 pixels, assim será
mais confortável observar as linhas de seu desenho no CAD.

Figura 1.16  –  Exemplo de monitores. Fonte: Página dos fabricantes de monitores.

capítulo 1 • 22
Gerenciamento de dados

A melhor forma de gerenciar os dados de desenho no AutoCAD é organizan-


do o desenho em camadas, também chamadas de layers.
Os layers são utilizados para agrupar informações em um desenho por função,
e para reforçar o tipo de linha, a cor e outros padrões. As camadas são equivalen-
tes às sobreposições utilizadas em rascunhos de papel e são uma das ferramentas
organizacionais principais usadas nos desenhos. Podem ser usadas para agrupar
informações por função e para aplicar o tipo de linha, a cor e outras normas.
Quando estamos projetando, utilizamos vários layers, um para cada determi-
nada representação. Cada profissional utiliza este recurso e trabalha melhor quan-
do se organizam os layers segundo a necessidade do projeto.

Figura 1.17  –  Exemplo de layers. Desenho dos autores.

Quando criamos os layers e os destinamos a cada objeto, podemos entender


melhor o que estamos desenhando. Outro grande diferencial é que o trabalho
em layers permite que ocultemos determinados elementos desenhados, para poder
trabalhar com outros. Por exemplo, podemos esconder as hachuras para inserir as

capítulo 1 • 23
linhas de cotas com maior precisão, isolar o layer de paredes para colocar hachuras,
ocultar representações desnecessárias etc.
Devemos ter o hábito de criar layers específicos, assim temos uma represen-
tação mais rica e fácil de se entender. Muitas pessoas pensam que muitos layers
sobrecarregam o projeto, mas na verdade não.
Outro fato com o qual muitos se preocupam é as cores das linhas. Elas são
utilizadas para a representação das espessuras, em que cada cor pode ter uma es-
pessura diferente da outra na hora de imprimir. Isso não é regra, mas existem
alguns padrões de cores e espessuras, dos quais arquitetos e engenheiros fazem uso.
Muitas vezes uma cor é utilizada para várias representações, mas isso não prejudica
o desenho desde que não sejam utilizadas demais. Na verdade, isso implica im-
primir elementos diferentes com espessuras iguais. O que não é problema algum.
Você verá algumas regras e convenções referentes às espessuras e tipos de traçado
no capítulo 3, quando você aprenderá a desenvolver uma planta baixa utilizando-
se dos comandos básicos do AutoCAD. Quando utilizamos outras cores, existe
ainda a opção de escolher se queremos que estas sejam impressas coloridas ou em
preto. Ou mesmo se queremos que elas sejam impressas, já que podemos “travar”
a opção de impressão, de modo que determinada layer só é vista em tela.
Devemos aproveitar ao máximo os recursos oferecidos pelos softwares de de-
senho, pois eles foram criados para auxiliar e facilitar nosso trabalho. Não tenha
receio de ter mais de dez ou quinze layers, pois facilitará a representação e a visua-
lização dos elementos contidos no projeto durante a sua criação.

Interface dos sistemas de CAD

A interface do AutoCAD 2016 é totalmente personalizável e você pode acres-


centar os comandos mais utilizados na Barra de Status, ou tirar algum que não
deseje. Você também pode acrescentar o Ribbon ou tirá-lo e deixar apenas a Barra
de Menus.
Para quem não utiliza muito o Ribbon nem a Barra de Menus Suspensos, é
possível deixar a Área de Desenho maior, ocupando toda a tela do monitor, ao
optar pela Clean Screen, ativada pelo ícone na Barra de Status ou pelo comando
Ctrl + 0.

capítulo 1 • 24
Figura 1.18  –  Clean Screen. Fonte: autor.

Você aprenderá a personalizar a interface da maneira mais fácil para as suas


necessidades de desenho, ganhar mais espaço na Área de Desenho ou ter menos
comandos na sua Barra de Status. Para tirar ou colocar o Ribbon, na Barra de
Menus Suspensos há uma seta, ao lado do último Menu. Ao clicar nele, pode ser
alterado para quatro modos diferentes.

Figura 1.19  –  Barra de Menus Suspensos. Fonte: autor

capítulo 1 • 25
Esta é uma boa opção para quem usa muito os comandos pelo teclado. Com
o comando ativo, o AutoCAD sobrepõe a Barra de Tarefas do sistema operacional
utilizando toda a área do monitor.

ATIVIDADES
01. Relacione os comandos de chamada a seguir e suas respectivas funções.
F1 ( ) Dynamic Input: os dados aparecem junto ao cursor e não no command line.
F2 ( ) Help: abre a biblioteca de ajuda do AutoCAD.
F3 ( ) Polar: usado para alinhar o objeto com outro objeto existente. Depende do
F11 ativo.
F4 ( ) Osnap: ativa as ferramentas de precisão.
F5 ( )Ortho: o cursor cria objetos na horizontal, vertical e perpendicular.
F6 ( ) Plano isométrico da vista, muda a inclinação do cursor.
F7 ( ) UCS dinâmico, o UCS pode orientar-se para onde for.
F8 ( ) Object Snap Tracking: usado para alinhar o objeto com outro existente. Não
depende do F10 ativo.
F9 ( ) Snap: restringe o movimento do cursor mover-se na horizontal e vertical apenas.
F10 ( ) Grid: malha de pontos.
F11 ( ) Tablet: usado para digitalização de uma área.
F12 ( ) Text Window: janela de texto que mostra o histórico dos comandos usados e
também os dados de um objeto listado.

02. A importância de se criar layers em um projeto do AutoCAD é exceto:


a) Arquivos organizados em layers permitem congelar e descongelar elementos de dese-
nho mais facilmente por grupos.
b) Arquivos organizados em layers permitem alteração de cor de todos elementos da ca-
mada, de uma vez.
c) Arquivos organizados em layers tornam o arquivo final menor, ocupando menos espaço
de armazenamento.
d) Arquivos organizados em layers permitem filtragens que otimizam e agilizam no proces-
so de criação do projeto.

03. Em relação ao AutoCAD, qual a alternativa incorreta?


a) A caixa de comando é o local de interatividade entre o usuário e os procedimentos com-
putacionais do programa.

capítulo 1 • 26
b) O sistema Ribbon funciona de forma similar ao utilizado atualmente em pacotes da linha
Office da Microsoft.
c) Os principais formatos de arquivos de trabalho do AutoCAD são o DWG e o DXF.
d) O Paper Space é basicamente um espaço de três dimensões infinito, em que o usuário
irá desenhar tudo que quiser, seja de duas ou três dimensões.

04. Em relação ao AutoCAD, qual a alternativa incorreta?


a) Comando é uma instrução dada ao programa, uma tecla ou uma sequência de teclas,
que serão processadas definindo o comando desejado.
b) O mouse de game pode ser configurado para executar comandos mais utilizados
do AutoCAD.
c) Monitores de baixa resolução podem ser usados para compensar computadores com
configuração inferior ao recomendado, para evitar o Fatal Error..
d) Se você quiser repetir um comando que usou por último, dando ENTER ou SPACEBAR
o comando se repete.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CHING, Francis D. K. Representação gráfica em arquitetura. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
BORGES, Gladys Cabral de Mello. Desenho geométrico e geometria descritiva: problemas e
exercícios. Porto Alegre: Sagra, 1999.
CHING, Francis D. K. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
SILVA, Arlindo et al. Desenho técnico moderno. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
FERREIRA, Patricia. Desenho de arquitetura. 2. ed. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2011.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MONTENEGRO, Gildo A. Desenho arquitetônico. 4. ed. São Paulo: Blücher, 2005.
OBERG, L. Desenho arquitetônico. 31. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1997.
BALDAM, Roquemar; COSTA, Lourenço. AutoCAD 2015. Utilizando totalmente. 1. ed. São Paulo:
Érica, 2012.

capítulo 1 • 27
capítulo 1 • 28
2
Fundamentos do
Desenho Digital
Fundamentos do Desenho Digital
O desenho técnico representa o que se quer tornar real e, por isso, é preciso
adotar a normatização para tais projetos, estabelecendo regras e conceitos de repre-
sentação gráfica, a partir de uma simbologia específica e predeterminada.
A normatização do desenho atende a padrões internacionais, como a ISO
(International Organization for Standardization). Porém, cada país tem nor-
mas próprias, como é o caso do Brasil, onde as normas são editadas pela ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas). Grande parte das recomendações des-
te trabalho tem base nessa norma, a fim de facilitar ao aluno usar a ferramenta
AutoCAD de forma otimizada e adequada.
De acordo com Ruggeri (2004), a adoção de recursos de informática no de-
senvolvimento de projetos de Engenharia e Arquitetura trouxe consigo avanços
em termos de custos, tempo, qualidade e intercambialidade dos trabalhos. No en-
tanto, a disseminação desorganizada destes recursos gerou uma série de problemas
de ordem gerencial no processo de produção dos serviços e produtos.
Antes dos avanços tecnológicos, todos os processos relacionados ao desenho
eram manuais, ou seja, não havia técnicas e recursos computacionais. Por exemplo,
na engenharia predial, os desenhos eram elaborados a partir de instrumentos sim-
ples (lápis, caneta e esquadros), respeitando-se normas técnicas preestabelecidas.
Os modos de representação funcionavam da seguinte forma: eram fixadas es-
pessuras para traçados conforme seus significados na representação gráfica, e cada
espessura de traçado correspondia a uma caneta. Sendo assim, independentemen-
te de quem fosse o desenhista, não eram possíveis muitas variações. Assim, antes
da informática na produção de projetos de engenharia e arquitetura, existia um
sistema de trabalho com poucos recursos, difundido e normalizado em seus aspec-
tos primordiais (RUGGERI, 2004).
Os trabalhos de desenho técnico foram evoluindo com a computação gráfica,
tornando-os computadorizados a partir de vários programas para tal finalidade.
Alguns desses programas ganharam espaço no mercado e se firmaram, passando
por atualizações e novas ferramentas. Este crescimento tornou altamente flexível
a utilização destes programas e cada usuário passou a criar seus trabalhos a partir
dos recursos que mais lhe agradavam ou eram úteis, da forma que melhor lhe
convinha, ou que lhe era ensinada. A organização na utilização dos recursos grá-
ficos computacionais dependia apenas da vontade de cada usuário, não seguindo
nenhuma regra (RUGGERI, 2004).

capítulo 2 • 30
Os problemas advindos dessa “livre organização” na utilização dos recursos
dos programas de desenho/projeto são diversos e atingem, principalmente, o pro-
cesso de comunicação que ocorre nos diferentes níveis e etapas de desenvolvimen-
to dos projetos que envolvem o desenho técnico.

LEITURA
Ruggeri (2004) apresentou um exemplo prático da questão: você é um engenheiro e
precisa de informações sobre o projeto arquitetônico para fazer os projetos complementares
para um edifício. O profissional responsável pelo projeto arquitetônico lhe passa uma mídia
digital com etiqueta “projeto1”. Ao chegar a seu escritório, você explora o conteúdo da mídia
e percebe que existem três arquivos denominados: “proj1.dwg”, “proj1a.dwg” e “proj1b.dwg”.
Seu interesse está a princípio nas plantas baixas dos pavimentos sem se importar em um
primeiro momento com cortes, fachadas etc. Intuitivamente você abre o arquivo “proj1.dwg”
e descobre que ali estão as 15 plantas necessárias. Por curiosidade você também abre o
arquivo “proj1a.dwg” e descobre outras plantas com ligeiras alterações. Pressupõe ser uma
opção de planta para o edifício em estudo e ainda, que o arquivo “proj1b.dwg” deva ser outra
alternativa para as plantas. Ao abri-lo percebe que se trata das demais representações do
projeto arquitetônico (fachadas, cortes, detalhes etc.). Liga para o “emissor” da mensagem e
questiona sobre a planta a ser adotada obtendo com resposta a alternativa contida no arqui-
vo “proj1a.dwg”. Ótimo! Ao iniciar o trabalho percebe que as definições internas do arquivo
estão de forma completamente diferente das utilizadas por você e, como era de se esperar,
existem muitas informações que não são necessárias nesse momento. Você está utilizando,
por exemplo, o AutoCAD e quando tenta desativar a ”camada” de textos contida no desenho
para melhor visualizá-lo descobre que não há qualquer camada intitulada TEXTOS ou algo
semelhante. Ao contrário, os nomes das camadas disponíveis são: 0, 1, 2, 3, P1, P2, P3,
P4, P01, P02, ..., alv-hatch, projeção, Vporta, e outros. Fica então a dúvida: o que fazer para
visualizar apenas as paredes e esquadrias no desenho? O que significam aqueles nomes
todos? Por fim, você necessita imprimir a planta baixa para usar de rascunho e para consulta,
deparando-se com o uso de cores que conflitam com os padrões utilizados por você. Estes
são apenas alguns dos diversos problemas enfrentados nos trabalhos em que há trocas de
informações por meio de recursos de informática.
Considerando que o problema esteja na etapa de codificação (e, consequentemente na deco-
dificação) do processo de comunicação, é preciso buscar uma solução nas definições de códigos.
Segundo Ruggeri (2004) é importante a definição de um código abrangente e que seja
sugestivo para melhor compreensão. Desse modo, a nomeação de arquivos deve ser feita a

capítulo 2 • 31
partir de um código que possa sintetizar o conteúdo prontamente. Além disso, deve ser efe-
tuada uma organização de camadas de desenho, em arquivos gráficos, a fim de possibilitar a
compreensão do conteúdo de cada uma por meio de seu nome etc.
Ruggeri (2004) também inferiu que para que o processo de codificação possa ser facil-
mente adotado, ele deve ser intuitivamente compreensível. Isso indica que sua definição pre-
cisa ter base em conceitos e termos correntes. Por outro lado, a codificação deve considerar
a mudança cultural incluída na adoção de recursos de informática.
No exemplo dado, os nomes dos arquivos seriam mais sugestivos se utilizassem có-
digos intuitivos e disseminados, por exemplo: o arquivo “proj1.dwg” poderia se chamar
“XXX-ARQ01.DWG”, em que XXX identificasse o edifício do qual tratasse; ARQ significasse
arquitetura; 01 significasse ser o primeiro arquivo e, obviamente, DWG significasse ser ar-
quivo gráfico do AutoCAD. O arquivo “proj1a.dwg” poderia se chamar “XXX-ARQ01a.DWG”
e o arquivo “proj2.dwg” poderia se chamar “XXX-ARQ02.DWG”. Nota-se que a adoção desse
código implica o desenvolvimento de uma cultura que permita a associação intuitiva dos
códigos do tipo ARQ (arquitetura) (RUGGERI, 2004).
Quanto aos nomes das camadas de desenhos, consideram-se as seguintes formas:
No lugar de 0, 1, 2, 3, P1, P2, P3, P4, P01, P02, ..., teríamos como nomes de camadas es-
quadrias, alvenarias, pisos, cotas, detalhes, pilares, títulos, textos etc., de forma a facilitar a
associação do nome da camada ao seu conteúdo. Os nomes de camadas também podem
ser abreviados na forma XXX-YYY-ZZZ..., em que XXX identifica a disciplina (arquitetura,
estrutura, hidráulica, paisagismo etc.), YYY identifica o conteúdo da camada (alvenarias, pi-
lares, esquadrias, pisos etc.) e ZZZ seria usado, se necessário, para complementar a codi-
ficação do conteúdo da camada. Assim, as camadas relativas às alvenarias normais seriam
nomeadas como: ARQ-ALVENARIAS, e as das alvenarias baixas seriam nomeadas como:
ARQ-ALVENARIAS-BAIXAS.
De acordo com o projeto, a nomenclatura deve ser fundamentada em itens que não se
alteram, independentemente do caso. Por exemplo, no edifício já mencionado, os nomes de
camadas de desenhos serão os mesmos e os nomes dos arquivos seguirão o mesmo padrão.
Uma possível padronização simplificada e recomendadas nesses casos de nome de camada,
é a de convencionar que todas as camadas do projeto sejam nomeadas em letra maiúscula,
sem espaços, sem acentos e no plural.
Portanto, ao estabelecer códigos generalizados, estamos adotando padrões de trabalhos
práticos, o que não torna o processo de codificação estático no tempo, mas adota uma pa-
dronização que proporciona uma organização do processo. A utilização dos mesmos padrões
conduzirá o aprimoramento daquele que pratica, adaptando e englobando novos recursos
(RUGGERI, 2004).

capítulo 2 • 32
OBJETIVOS
O objetivo deste capítulo é fazer o aluno compreender como o programa funciona, princi-
palmente o sistema de coordenada, as unidades de mensuração e a organização do desenho
em layers. O aluno deverá, ao término do capítulo, ser capaz de configurar a área de trabalho
para iniciar os projetos no AutoCAD, organizar seus arquivos salvos de forma organizada e
organizar os desenhos em camadas.

Visualização da área de trabalho

Diferentemente do processo tradicional, no qual o espaço do desenho está


limitado pelo tamanho da folha de papel, no desenho digital, a área gráfica não
tem tamanho definido, e seus limites podem ser configurados para qualquer tipo
ou organização de desenho. Esse recurso possibilita o desenho de objetos das mais
diferentes dimensões no mesmo espaço gráfico. Dessa forma, o desenhista pode
representar um detalhe do edifício, o próprio edifício, a quadra onde este se situa,
o entorno desta quadra, ou seja, objetos de diferentes escalas de medidas, em uma
mesma área ou um espaço de desenvolvimento do modelo.

Figura 2.1  –  Tela Gráfica. Apresenta zoom infinito e pode ser dividida em views. Fonte: autor.

Outra característica importante da área do ou espaço de desenho e/ou mode-


lagem é, no caso dos programas com suporte 3D, sua tridimensionalidade. Sendo

capítulo 2 • 33
o espaço tridimensional, os objetos podem ser representados não apenas por meio
de suas projeções em um único plano de trabalho (plano de desenho ou projeção),
mas por meio de suas alturas, larguras e profundidades, utilizando‐se um sistema
cartesiano triaxial de coordenadas. Para quem quiser um “Guia do Mochileiro”
para o AutoCAD, pode acessar a própria página da Autodesk, que disponibiliza
várias aulas e dicas interessantes.

Unidades de medida para criação de entidades vetoriais

O AutoCAD trabalha de forma adimensional, isto é, se você faz uma linha


com 200 unidades no AutoCAD 2015, será 200 mm caso o AutoCAD esteja con-
figurado para mm ou 200 inches (polegadas), caso o AutoCAD esteja configurado
para polegadas. A mudança de unidades tem real interferência na plotagem, na in-
serção de blocos, quando determinamos as escalas e quando utilizamos o arquivo
para levar alguma informação para outro software.
Para configurar as unidades e sua exibição utilizamos o comando Units, para
acessá-lo basta digitar Units na linha de comando do AutoCAD ou ir ao menu
format  Units, conforme a figura 2.2.

Figura 2.2  –  Janela Units. Fonte: autor.

Depois de executar o comando, a seguinte janela será exibida e nela você en-
contrará todas as configurações para colocar as unidades de seu desenho de acordo
com suas necessidades.

capítulo 2 • 34
A exibição também pode ser mudada, por exemplo, podemos utilizar o painel
propriedades para obter o comprimento de uma linha e podemos ter esse valor em
vários formatos disponíveis (figura 2.3). Veja como as unidades podem ser exibidas.
• Scientific  1.55E+01 • Architectural  1'-3 1/2'
• Decimal  15.50 • Fractional  15 1/2
• Engineering  1'-3.50'

Figura 2.3  –  Janela do Units. Fonte: autor.

É possível também colocar o número de casas significativas em que se deseja


que o AutoCAD trabalhe. Ele pode arredondar para o número de casas desejado.
Em geral, usa-se no Brasil a unidade decimal. Para desenhos mecânicos, usa-se
mais a configuração em milímetros, com duas casas decimais para os projetos,

capítulo 2 • 35
e para desenho na área de construção civil e mapas, deixa-se a configuração em
metros, com 3 casas decimais.
Na janela Units, podemos ver também que é possível configurar o ângulo (fi-
gura 2.4). As configurações de ângulo do AutoCAD podem ser:
•  Decimal Degrees  30.5000
•  Deg/min/sec  30d30’00”
•  Grads  33,8889
•  Radians  0,5323
•  Surveyor’s Units  N30d30’E (primeiro quadrante)

Figura 2.4  –  Janela do Units. Fonte: autor.

capítulo 2 • 36
A referência angular do AutoCAD é no sentido anti-horário. Porém, é possí-
vel tornar o sentido de referência angular do AutoCAD horário, basta acionar o
ClockWise (figura 2.5).

Figura 2.5  –  Janela do Units. Fonte: autor.

Caso esteja trabalhando com mapas ou arquivos topográficos, a referência pas-


sa a ser o Azimute, que é o ângulo horário formado a partir do Norte do desenho.
No caso, bastaria acionar o Clokwise, Direction... e clicar no North 270d.
Ainda na janela Units, podemos configurar a unidade de entrada dos blocos
que serão inseridos no projeto. Quando alguém cria um bloco, o faz em uma certa
unidade, à princípio desconhecida por nós. Se o bloco for feito em milímetros,

capítulo 2 • 37
e o seu projeto estiver configurado em metros, ao inserir o bloco, este virá 1000
vezes maior. Para acertar isso, bastaria um Scale no momento de inserção do bloco.
Porém, isso pode ser alterado também nessa janela. Recomenda-se deixar aqui sem
unidades, Unitless. Ou então milímetros para desenhos mecânicos ou metros para
desenhos na área de construção civil.

Figura 2.6  –  Janela do Units. Fonte: autor.

Sistemas de coordenadas

O AutoCAD é um programa que funciona vetorialmente, ou seja, cada ponto


na tela corresponde a um vetor com a origem em X= 0 e Y= 0, ou relativo a um
ponto já especificado na tela, com determinado comprimento e um ângulo em
relação ao eixo X. O AutoCAD também trabalha com coordenadas polares.
O plano de trabalho inicial do AutoCAD é o plano cartesiano no qual temos
a origem do sistema de coordenadas, que corresponde a origem do Sistema de
Coordenadas do Usuário (UCS) (figura 2.7). Aqui também o eixo X à direita é
positivo, à esquerda é negativo e o eixo Y para cima da origem é positivo e para
baixo é negativo.

capítulo 2 • 38
Y (+)

(-x,y) (x,y)
x (-) x (+)

(-x,-y) (x,-y)

Y (-)
Figura 2.7  –  Quadrantes do Plano Cartesiano. Disponível em: <https://site/tutoriai-
sautocad/coordenadas>.

A área de trabalho mostra (por default) sempre o primeiro quadrante, ou


seja, a área do plano em que X e Y são positivos e o UCS na origem do sistema.
Experimente ativar o modo grade, dar um zoom completo e deslocar o mouse em
torno do UCS, para verificar as mudanças de valores das coordenadas que ocorrem
simultaneamente na barra de status no lado esquerdo.
A vírgula só separa os pontos coordenados (X, Y) – em qualquer situação
dentro do AutoCAD e o ponto separa números “quebrados” (mantissa), (por uma
condição americana) EX. 54.87 – 12.14 – 34.69 etc.
• A orientação X sempre será na horizontal
• Para direita, valores positivos (+)
• Para esquerda, valores negativos (–).
• A orientação Y sempre será na vertical
• Para cima, valores positivos (+)
• Para baixo, valores negativos (–).

Nos pares ordenados, sempre X é o primeiro termo e Y sempre é o segundo.


(X,Y).
O ícone do Sistema de Coordenadas do Model Space é importante, pois ele
muda de acordo com a vista utilizada, indicando condições de desenho e sentido
dos eixos X, Y e Z. É possível ativar e desativar o ícone do UCS por meio de: View/
Display/UCS Icon/On.

capítulo 2 • 39
As Coordenadas Absolutas

As Coordenadas Absolutas cartesianas trabalham como se fossem a introdu-


ção de coordenadas de pontos num gráfico, adicionando-se um ponto na tela ou
teclando em pares coordenados X e Y, separados por vírgula.
Essas coordenadas têm como base o zero absoluto (canto inferior esquerdo da
tela gráfica) do AutoCAD (interseção do eixo X com o eixo Y).
Exemplo:
Command : L <ENTER>
From point: 0,0 <ENTER>
To point: 40,0 <ENTER>
To point: 40,10 <ENTER>
To point: 30,10 <ENTER>
To point: 30,30 <ENTER>
To point: 20,50 <ENTER>
To point: 10,30 <ENTER>
To point: 10,10 <ENTER>
To point: 0,10 <ENTER>
To point: 0,0 <ENTER> ou close
To point: <ENTER>
finalizando
y

(20 , 50)
50

40

(30 , 30)
30 (10 , 30)

20

(10 , 10) (30 , 10)


10 (40 , 10)
(0 , 10)
(40 , 0)
(0 , 0) 10 20 30 40 50 60 x

Figura 2.8  –  Exemplo de coordenadas absolutas. Fonte: autor.

capítulo 2 • 40
As Coordenadas Relativas Cartesianas

As Coordenadas Relativas Cartesianas são as coordenadas dos pontos em rela-


ção ao último ponto clicado. Para definir um ponto a partir das coordenadas rela-
tivas ao último clicado, durante a execução de um comando (por exemplo, linha),
basta digitar, na linha de comandos, o símbolo @ (arroba) seguido dos valores
separados por vírgula. Por exemplo, digitar @1,2 para entrar com as coordenadas
relativas delta X = 1 e deltaY = 2, em que delta X e deltaY são as diferenças entre
coordenadas absolutas (x e y) do novo ponto e do último ponto clicado.
Valor X caminha na Horizontal

Sentido para Sentido para


Direita Cima
Valor Y caminha na Vertical
Relativo ao ponto
@+ x, + y
clicado, está é a - -
origem ZERO.
Sentido para Sentido para
Esquerda Baixo

Figura 2.9  –  Códigos para inserção de coordenadas relativas. Fonte: autor

Exemplo:
Command : L <ENTER>
Command : _line Specify first point: P1 (selecione qualquer ponto da tela
com o mouse).
Specify next point or [Undo]: @50,0 < <ENTER> (P2)
Specify next point or [Undo]: @0,20 <ENTER> (P3)
Specify next point or [Close/Undo]: @-60,0 <ENTER> (P4)
Specify next point or [Close/Undo]: @80,30 <ENTER> (P5)
Specify next point or [Close/Undo]: @80,-30 <ENTER> (P6)
Specify next point or [Close/Undo]: @-60,0 <ENTER> (P7)
Specify next point or [Close/Undo]: @0,-20 <ENTER> (P8)
Specify next point or [Close/Undo]: @50,0 <ENTER> (P9)
Specify next point or [Close/Undo]: @0,-15 <ENTER> (P10)
Specify next point or [Close/Undo]: @-140,0 <ENTER> (P11)
Specify next point or [Close/Undo]: C <ENTER> (close fecha os pontos)

capítulo 2 • 41
80 80
P5

30
P4 P6
P3 P7
20 60 50

P2 P8 P9
P1
15

P1 P11 P10
140

Figura 2.10  –  Exemplo de coordenadas relativas. Fonte: autor.

Para percebermos a diferença entre as coordenadas relativas e as coordenadas


absolutas, vamos desenhar uma linha com os mesmos pontos, mas sem o “@”
antes do segundo par ordenado, isto é, com coordenadas absolutas. Podemos ver
o resultado na figura a seguir.
6,0
5,0
@(6 , 3) (5 , 4)

s (6 , 3)
tiva
s rela
3,0 n ada
rde as
coo solut
4,0
Y nad as ab 2,0
co orde

(-1 , 1)
(x , y)
X
7,0

Figura 2.11  –  Diferenças entre coordenadas relativas e absolutas. Fonte: autor

Como podemos ver, obtemos resultados diferentes usando diferentes sistemas


de coordenadas. Note que o comprimento da linha é diferente nos dois casos.
Com coordenadas relativas, o 2º ponto é distante 6,3 (x,y) do 1º ponto. Com
coordenadas absolutas, o 2o ponto é distante 7,2 (x,y) do 1º ponto. Sendo assim,
em x, temos: –1...6 = 7; em y, temos: 1...3 = 2.

As Coordenadas Relativas Polares

A coordenada polar pede uma distância relativa D e um ângulo direcional A.


Seu comando é: @D<A em que:

capítulo 2 • 42
90 Comprimento da Distância I
o
ent Ângulo medido a partir
prim do eixo 0(Zero)
Com
Orientação Anti-Horário
Ângulo
@ Distância < Ângulo
Relativo ao ponto
180 0 0 clicado, esta é a
Símbolo que só significa
Coord. Polar
origem ZERO.
270

Figura 2.12  –  Códigos para inserção de coordenadas relativas polares. Fonte: autor

Exemplo:
Command : L <ENTER>
Command : _line Specify first point: P1 (selecione qualquer ponto da tela
com o mouse).
Specify next point or [Undo]: @20<315 <ENTER> (P2)
Specify next point or [Undo]: @25<0 <ENTER> (P3)
Specify next point or [Close/Undo]: @10<30 <ENTER> (P4)
Specify next point or [Close/Undo]: @10<240 <ENTER> (P5)
Specify next point or [Close/Undo]: @25<180 <ENTER> (P6)
Specify next point or [Close/Undo]: @20<225 <ENTER> (P7)
Specify next point or [Close/Undo]: @20<90 <ENTER> (P8)
Specify next point or [Close/Undo]: @4<0 <ENTER> (P9)
Specify next point or [Close/Undo]: @5.6<90 <ENTER> (P10)
Specify next point or [Close/Undo]: @4<180 <ENTER> (P11)
Specify next point or [Close/Undo]: close <ENTER> (close
fecha os pontos)

20
135
o

P1

25
20

5,6

10

P11 P10 P2 P3
o
P8 0 P4
12
4 P9 P6
10

P5
20

25

P7

Figura 2.13  –  Exemplo de aplicação de coordenadas relativas polares. Fonte: autor

capítulo 2 • 43
As Coordenadas Cilíndricas e Esféricas

Por não serem de uso comum, não abordaremos as coordenadas cilíndricas e es-
féricas neste documento, apenas vamos citar como elas funcionam, respectivamente:
Definimos as coordenadas cilíndricas por uma distância, um ângulo no pla-
no XY e uma altura em relação ao eixo Z. Para exemplificar o uso de coordenadas
cilíndricas: Digite “point” (comando para inserir um ponto na área gráfica) <en-
ter>. Digite no prompt: 2<30, 1.5. Assim, 2 é a distância do ponto com relação às
coordenadas (0,0) do plano XY; 30 é o ângulo com relação ao plano XY; e 1.5 é a
altura com relação ao eixo Z.
Definimos as coordenadas esféricas por uma distância, um ângulo no plano
XY e um ângulo medido em relação ao plano XY. Para exemplificar o uso de coor-
denadas esféricas: Digite “point” <enter>. Digite no prompt: 2<30<30. Assim, 2 é
a distância do ponto com relação as coordenadas (0,0) do plano XY; 30 é o ângulo
medido no plano XY; e 30 é o angulo com relação ao plano XY.

Criação de entidades

Diferenças podem ser detectadas entre o desenho tradicional e o auxiliado por


computador, como a representação dos elementos repetitivos do desenho arquite-
tônico. No desenho digital, ao contrário do tradicional, não há necessidade da re-
presentação múltipla desses elementos, o que simplifica o processo. Por exemplo,
os programas CAD oferecem o recurso de uso de blocos ou gabaritos eletrônicos
(em analogia aos gabaritos do desenho tradicional), que nada mais são do que
estruturas geométricas compostas. Nessas estruturas, é possível agrupar diversas
entidades de qualquer tipo e atribuir‐lhes um nome de identificação e um ponto
para sua inserção em um ou mais desenhos. O trabalho com blocos permite uma
padronização do desenho entre arquivos e usuários. Evita‐se, com a utilização de
blocos, que cada usuário desenhe de forma distinta de certo padrão estabelecido.
Um elemento repetitivo, como um desenho de uma esquadria ou de um equipa-
mento sanitário, precisa ser representado uma única vez, podendo então ser estrutura-
do e armazenado como um bloco para ser utilizado em infinitos projetos várias vezes.
A possibilidade de organizar os blocos na forma de biblioteca permite aos
usuários dos programas CAD colecionarem blocos na forma de arquivos em dis-
co. Na web, por exemplo, é possível obter uma infinidade de blocos prontos. O
usuário, na medida de sua necessidade, poderá ampliar a sua biblioteca de blocos.

capítulo 2 • 44
Também existe a possibilidade de organizar a biblioteca de blocos na forma de
menu de ícones, o que torna a manipulação de uma quantidade relativamente
grande de blocos, algo bastante simples e organizado.
O uso de blocos de forma eficiente e correta demanda uma rígida padronização
das layers e das cores de seus elementos. O usuário, ao criar um bloco e, principal-
mente, ao utilizar um bloco feito por terceiros, deve verificar se as cores e as layers
se adaptam à sua metodologia e ao seu padrão de desenho. Como já foi citado, os
programas CAD, em geral, utilizam‐se do sistema de estilo de impressão vincula-
do à cor. Tal sistema determina que as espessuras de linhas sejam relacionadas às
suas cores. Dessa forma, pode ocorrer conflito entre as cores das geometrias e textos
presentes nos blocos e as utilizadas como padrão pelo usuário. Exemplificando: de-
terminado usuário utiliza por padrão a cor branca para representação das alvenarias
e, por conseguinte, a mesma está vinculada a uma espessura grossa de linha. Esse
usuário pretende utilizar um bloco de uma porta cuja representação foi feita com a
mesma cor. Tal situação gera um conflito de cores e espessuras.
No que se refere à nomenclatura das layers também pode haver conflito. Se
o usuário tem por padrão, por exemplo, utilizar a layer “ARQ‐Esquadrias” para
representação de portas e janelas no projeto arquitetônico, e pretende utilizar um
bloco de uma janela que foi criado na layer “Janelas”, igualmente ocorrerá um
conflito, desta vez na nomenclatura das layers. Assim, a incorporação de blocos
elaborados por terceiros na biblioteca de blocos exige uma prévia edição para pa-
dronização dos mesmos.
Para inserir um bloco, basta digitar o comando Block ou clicar no ícone Insert
Block. Uma caixa de diálogo vai aparecer.

Figura 2.14  –  Inserir Blocos. Fonte: autor.

capítulo 2 • 45
Por meio do Browse, você pode buscar onde baixou blocos e inseri-los no seu
desenho. O bloco poderá vir com layers diferentes do padrão, cores diferentes e
escalas diferentes. Mas tudo isso pode ser editado e otimizado no bloco, depois de
inserido ou mesmo antes de inserir o bloco. Você pode abrir o arquivo original do
bloco e alterar o padrão do bloco adquirido para os padrões do seu desenho. Salve
esse padrão e a partir daí, utilize-o sem problemas. Ou ainda, você pode, a cada
inserção do bloco, fazer as alterações que achar necessárias. Por exemplo, você vai
inserir um bloco de uma bacia com caixa acoplada da Deca no seu desenho. Na
página do fabricante, você pode acessar o arquivo para baixar e depois inseri-lo no
ambiente de trabalho do AutoCAD.

Figura 2.15  –  Blocos para download dos fabricantes. Disponível em:


<http://www.deca.com.br>

Feito o download do arquivo, para inseri-lo basta digitar Block no Comand,


e, no Browser, ir até a pasta na qual o arquivo foi salvo. Selecione-o e insira-o no
desenho.

capítulo 2 • 46
Figura 2.16  –  Blocos para download dos fabricantes. Fonte: autor.

Após inseri-lo, você nota que o vaso sanitário está maior do que a casa. Isso
ocorreu porque o fabricante desenhou o bloco dele em milímetros, e você dese-
nhou a casa em metros. Você pode corrigir este problema colocando fator de escala
no desenho. Isso pode ser feito depois de ter inserido o bloco ou na própria janela
de inserção, alterando a escala (X e Y) para 0.001. O bloco virá na dimensão corre-
ta em relação ao seu desenho. Porém, as camadas e cores não serão ajustadas. Para
isso, basta você dar um duplo clique no bloco e ele abrirá uma janela de edição:

Figura 2.17  –  Edição de blocos. Fonte: autor.

capítulo 2 • 47
Ao entrar na edição do bloco, você poderá editar as cores, as camadas, a escala
do bloco e tudo que achar necessário. Ao fechá-lo, aceite as alterações para que
você possa trabalhar com blocos sem perder padrões de desenho.

Figura 2.18  –  Salvar a edição de blocos. Fonte: autor.

Sistema de organização em camadas

Os programas CAD possibilitam a organização dos vários elementos de um


desenho de arquitetura em distintas camadas (layer). Esse recurso permite o agru-
pamento das geometrias de acordo com os elementos do desenho que representam,
ou seja, em temas. Assim, por exemplo, linhas, arcos, círculos e outros elementos
geométricos que representam as paredes de uma planta baixa, podem fazer parte
de uma única camada, nomeada de forma a identificar os elementos do desenho
que a compõe (paredes ou alvenarias).
A organização do desenho em camadas possibilita uma série de operações
que facilitam bastante o processo de representação. Além de facilitar o desenho, a
sobreposição de camadas (que podem a qualquer momento ser ligadas ou desliga-
das, bloqueadas e desbloqueadas) permite representar‐se sobre uma mesma base,
como a planta baixa de uma edificação, diversos temas referentes a essa edifica-
ção. Assim, por exemplo, podem‐se sobrepor informações dos diversos projetos
complementares, verificando‐se as compatibilidades e os reflexos de uns sobre os
outros.

capítulo 2 • 48
A cada camada criada pode ser atribuída uma cor diferente e, os elementos
nela desenhados, por configuração padrão, receberão a cor escolhida. O uso de
cores diversas tem mais de uma utilidade: em primeiro lugar, permite identifi-
car visualmente na tela do computador os elementos pertencentes à determinada
camada ou determinada categoria de informação e, em segundo, possibilita, nos
programas que se utilizam do estilo de impressão com base na cor (Color‐ depen-
dent plot style), diferenciar previamente as espessuras de impressão dos elementos.

Figura 2.19  –  Variedade de layers em um projeto. Fonte: autor.

Cabe ao desenhista e/ou projetista estabelecer metodologia própria, ou de


preferência utilizar um sistema padronizado para criar, nomear e atribuir cores
às camadas de seus desenhos, de forma a tornar possível a integração entre seus
diversos trabalhos e a troca de informação e integração com outros profissionais
que porventura interajam com o desenho/projeto da edificação.
A busca por uma padronização nos desenhos e projetos digitais de arquitetura,
que permita a intercambialidade na informação entre profissionais e projetos, já
gerou, no Brasil discussões, estudos, e trabalhos. O mais significativo deles é o da
AsBEA (Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura), a qual propõe, com
base no modelo das normas americanas/canadense e europeias, um sistema de
nomenclatura de layers, diretórios e arquivos de projetos.
A princípio, existe apenas a layer “0” (a layer “Defpoints” também será criada
automaticamente em seguida – usada para impressão e será explicada no capítulo
5). Para criar novas layers, é necessário clicar no botão New Layer ou clicar com

capítulo 2 • 49
o botão direito e escolher a opção New Layer. Será pedido então um nome para
essa nova layer.
A nova layer agora aparecerá na janela Layer Properties Manager. É aconselhá-
vel já se definir uma nova cor para a mesma e ressalta-se que é pela cor de uma
entidade que serão definidas as configurações de impressão (espessura de linha, cor
etc.). Portanto, recomenda-se deixar elementos que terão as mesmas configurações
de impressão em layers com a mesma cor.

Figura 2.20 – Janela para criar e editar layers. Fonte: autor.

Trocar um objeto de layer é bastante simples: seleciona(m)-se o(s) objeto(s) e


escolhe-se a nova layer à qual desejamos inseri-los diretamente no painel Layers no
Ribbon. Tanto na janela Layers Properties quanto no painel Layers, temos algumas
opções que definem as propriedades de cada layers.

Esse botão serve para ligar/desligar uma layer. Todos os objetos na camada
sumirão, mas ainda poderão ser rastreados.

Serve para congelar uma layer. Os objetos desaparecerão da tela e não pode-
rão ser mais rastreados.

Esse botão é utilizado para travar uma layer. Embora visível, nenhum objeto
poderá ser modificado.

capítulo 2 • 50
O botão serve para alterar a cor da layer em questão.

A pequena impressora é utilizada para permitir/impedir a impressão dos obje-


tos contidos na camada em questão. Costuma-se impedir a impressão da layer
Viewport, que será estudada mais adiante.

Tabela 2.1 – Simbologia e propriedades dos layers. Fonte: autor.

Isolando um layer
Ativar o comando é um processo bem simples, basta clicar no botão Isolate
e clicar sobre qualquer objeto e pressionar enter, para que a camada desse objeto
seja isolada. Porém, nem todo profissional sabe, mas a ferramenta Isolate permite
trabalharmos de duas maneiras:
• Deixar o layer escolhido ativo (current) e todos os outros desligados
(Off).
• Deixar o layer escolhido ativo (current) e todos os outros bloqueados
(Lock).

Vamos apresentar como alterar para cada uma das opções e como utilizar.

Isolate off (desligando os demais layers)


Geralmente, está opção já vem ativada, mas de qualquer forma, vamos ensinar
como ativar.
Na aba Home, localize o painel Layers, dentro do qual temos o botão Isolate
(Atalho LAYISO).

Figura 2.21 – Painel layers. Fonte: autor.

capítulo 2 • 51
Clique neste botão e, antes de clicar em qualquer objeto, observe que na linha
de comando temos a opção Settings. Clique nesta opção.

Figura 2.22  –  LAYISO na barra Command. Fonte: autor.

Agora temos duas opções: Off e Lock and Fade. Selecione a opção Off.

Figura 2.23  –  Configurações para isolar layers. Fonte: autor.

Dessa forma, quando a ferramenta Isolate for ativada, ao selecionar qualquer


objeto, a camada correspondente a este objeto será a camada ativa (current) e todas
as outras camadas estarão desligadas.
Essa opção deixa o ambiente de trabalho mais limpo, facilitando a edição dos
objetos que estão nesta camada, afinal apenas objetos que pertencem à camada se-
lecionada estão visíveis, todos os demais ficaram desligados. Pode conferir no cam-
po Layers.

Ferramentas de Seleção

Os comandos de seleção possibilitam que se selecione o elemento desejado,


podendo-se assim copiar, mover, alterar suas propriedades, entre outros.

capítulo 2 • 52
Clicando diretamente sobre o objeto

Clica-se na entidade que se deseja selecionar. A seleção se confirmará quando


o objeto mostrar suas linhas sombreadas em azul e marcadores de edição, chama-
dos Grips (azuis, por padrão). Retira-se a seleção apertando a tecla Esc uma vez.
Para selecionar mais de uma entidade, diferente de quando selecionamos vários
arquivos no Windows, não precisamos pressionar a tecla Shift, basta clicar sobre
os objetos de interesse. Para tirar da seleção apenas uma entidade de uma seleção
múltipla, clica-se sobre o objeto segurando a tecla Shift.

Figura 2.24  –  Selecionando um objeto usando o click sobre ele. Fonte: autor.

Seleção por janelas

Select Window

Uma forma prática de selecionar um ou mais elementos de uma só vez é uti-


lizar a Select Window. Clica-se na tela em um vértice da janela de seleção e abre-se
a janela, da esquerda para a direita. Todas as entidades completamente dentro do
retângulo azul serão selecionadas. Se a janela passar sobre um objeto apenas par-
cialmente, o mesmo não será selecionado.

capítulo 2 • 53
Figura 2.25  –  Selecionando um objeto da esquerda para direita. Fonte: autor.

Select Crossing

Parecida com a Select Window, porém seleciona também os elementos que


são “cortados” pela sua borda. Clica-se na tela em um vértice da janela de seleção e
abre-se a janela, da direita para a esquerda. Todas as entidades dentro do retângulo
verde, completamente ou parcialmente serão selecionadas.

Figura 2.26  –  Selecionando um objeto da direita para a esquerda. Fonte: autor.

capítulo 2 • 54
Lasso Selecting

A seleção em laço é um comando novo que surgiu no AutoCAD. Para utili-


zá-lo, clica-se na tela mantendo o botão esquerdo do mouse pressionado. Em vez
de formar janelas retangulares, nesse comando de seleção a forma dependerá do
caminho feito pelo cursor. De maneira similar ao que acontece no Select Window
e no Select Crossing, se o primeiro movimento for realizado da esquerda para a
direita, abrirá uma janela azul e se o primeiro movimento for realizado da direita
para a esquerda, abrirá uma janela verde.

Figura 2.27  –  Selecionando um objeto mantendo o botão esquerdo do mouse acionado.


Fonte: autor.

SAIBA MAIS
Outro trabalho que pode ser consultado é o Manual de Referência para Padronização de
Projetos em CAD, desenvolvido com base no trabalho da AsBEA pelo Sindicato da Indústria
da Construção no Estado de Goiás – Sinduscon‐GO, Federação das Indústrias do Estado de
Goiás – FIEG, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai, e Faculdade de Tecnolo-
gia Senai de Desenvolvimento Gerencial – Fatesg e publicado pelo Senai/Fatesg em 2007.

capítulo 2 • 55
ATIVIDADES
01. Desenhe no AutoCAD, usando coordenadas relativas, absolutas e polares os seguin-
tes desenhos:

15 15 10 15 10
33,5
25

25
8
15
15

15

16

20
12

5,98
30

20
15
20

25
30
8
10
30
25

5
21,0

75
15

o
30

5
72
o

25 25 15 10,4

20 20 55 45
10
5

20
10

12
20
25

30

30o
10
13

5 10 5

R5
10

10

20 10 5 40 20 P1

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CHING, Francis D. K. Representação gráfica em arquitetura. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
BORGES, Gladys Cabral de Mello. Desenho geométrico e geometria descritiva: problemas e
exercícios. Porto Alegre: Sagra, 1999.
CHING, Francis D. K. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
SILVA, Arlindo et al. Desenho técnico moderno. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
FERREIRA, Patricia. Desenho de arquitetura. 2. ed. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2011.
RUGGIERI, Rene. SOIP – Sistema de Organização de Informações de Projetos. 151 p. Disponível
em: <https://www.reneruggeri.com/artigos>. Acesso em: 15 mar. 2017.

capítulo 2 • 56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MONTENEGRO, Gildo A. Desenho arquitetônico. 4. ed. São Paulo: Blücher, 2005.
OBERG, L. Desenho arquitetônico. 31. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1997.
BALDAM, Roquemar; COSTA, Lourenço. AutoCAD 2015. Utilizando totalmente. 1. ed. São Paulo:
Érica, 2012.

capítulo 2 • 57
capítulo 2 • 58
3
Representação
gráfica
arquitetônica
auxiliada por meios
digitais
Representação gráfica arquitetônica auxiliada
por meios digitais

Este capítulo tem como objetivo apresentar ao aluno o passo a passo para
representação de projeções ortogonais em planta, a partir de um caso exemplar
com fins didáticos. Daremos início ao conteúdo com uma breve conceituação e
caracterização das plantas utilizadas para desenhar os planos horizontais de uma
dada edificação.

Planta: é a seção que se obtém fazendo passar um plano horizontal paralelo ao plano
de piso a uma altura tal que o mesmo venha a cortar as portas, janelas, paredes etc., e
assim ficam bem assinaladas todas as particularidades da construção (OBERG,1977).

Montenegro (1997) é ainda mais preciso ao definir que a planta é a represen-


tação do plano horizontal que corta uma edificação entre 1,20 m e 1,50 m de
altura, admitindo-se a remoção da parte superior para visualização apenas do que
está abaixo dessa linha de corte horizontal. Há alguns anos, era comum ouvirmos
a expressão “planta-baixa”, que caiu em desuso e passou a ser substituída por sim-
plesmente “planta”. Em projetos com mais de um pavimento, a nomenclatura
utilizada para cada uma das plantas traz a identificação do pavimento a que se
refere. Por exemplo, “planta do pavimento térreo”, “planta do primeiro pavimen-
to”, “planta do pavimento tipo” (no caso de prédios de múltiplos andares com a
mesma configuração interna) etc.

Figura 3.1  –  Planta baixa de uma residência, com a representação de todos os seus ele-
mentos construtivos (paredes, pisos, esquadrias etc.), cotas lineares, cotas de nível, nomen-
clatura de ambientes, demarcação de cortes e blocos de peças sanitárias. Fonte: autor.

capítulo 3 • 60
A planta é usada para representar elementos de vedação vertical – constituída
por materiais como alvenaria, madeira, gesso etc. – esquadrias (portas e janelas),
escadas, rampas, guarda-corpos, estruturas (pilares, vigas e lajes), dentre outros.
Além da representação gráfica desses elementos construtivos, existem informações
complementares necessárias ao entendimento do projeto e, por consequência, da
correta construção do mesmo. Essas informações dizem respeito ao dimensiona-
mento de ambientes – cotas lineares, à identificação dos níveis de piso – cotas de
nível, às especificações técnicas textuais – linhas de chamada, à humanização de
ambientes – blocos/layout, e às diversas simbologias convencionalmente emprega-
das para tornar o desenho legível. Veja a imagem a seguir:
legenda p/ quadro de esquadrias
representação de alvenaria
porta de abrir
P1 linha de piso

Nome do ambiente
área do ambiente P3

cota de nível
SUITE bloco representativo de
A = 10,54 m2 BANHEIRO peça sanitária
340

02 A = 3,77 m2
290

00

cotas lineares janela com peitoril


15 02 acima de 1,50m
310 130
P2

porta de correr

Figura 3.2  –  Planta de uma suíte com a representação de seus elementos construtivos:
paredes de alvenaria e esquadrias. Estão indicadas todas as informações complementares
necessárias à compreensão do projeto, tais como o nome e a área de cada ambiente, as
cotas de nível, as cotas lineares e as peças sanitárias do banheiro. Repare que as linhas são
diferenciadas pelo tipo de traço (contínuo e tracejado) e pela espessura, mais grossa para
representar a alvenaria e mais fina em elementos mais distantes do plano de corte, como as
linhas de piso, e nos textos. Fonte: autor.

Existem diferentes tipos de plantas, cada uma representando determinada ins-


tância da edificação. Pensemos nesta última de forma semelhante ao zoom de uma
câmera fotográfica. Imagine que você está sobrevoando o seu bairro. Chegamos ao
quarteirão onde está localizada a sua casa. Além dela, você avista também a casa
dos seus vizinhos e as ruas próximas. A essa planta damos o nome de planta de

capítulo 3 • 61
situação. Ela é a representação em plano horizontal do lote em relação ao quartei-
rão no qual se insere, indicando-se suas dimensões, a forma dos lotes adjacentes,
as ruas que o delimitam e a orientação geográfica. Para construções de pequeno
porte, como residências unifamiliares, costuma-se adotar a escala de 1:500. Em
áreas maiores, essa escala pode ser reduzida a 1:1000 ou 1:2000, desde que se
mantenham legíveis as informações mínimas anteriormente descritas (dimensões,
lotes, quarteirão e ruas). Nas plantas de situação, não há demarcação da edificação,
mas sim do lote onde ela será implantada, hachurado como na imagem a seguir.
RUA 24

N.M
4 6 7 8 9
15
RUA

RUA 14
19
2

1 14 13 12 11 10

RUA 23
PLANTA DA SITUAÇÃO
escala.............................1.500

Figura 3.3  –  Planta de situação da casa ilustrada na figura 3.1, com o terreno hachurado
e destacado dos demais lotes que compõem a quadra. O quarteirão e os lotes apresentam
numeração de acordo com o projeto urbanístico do loteamento. As ruas são nomeadas e a
orientação solar é dada a partir do símbolo do Norte, ao lado direito do desenho. Fonte: autor.

Agora nós iremos nos aproximar um pouco mais e fazer um “recorte” do quar-
teirão, referente à porção do terreno da sua casa. Passaremos a enxergar apenas
aquilo que está contido dentro do perímetro de seu terreno e sua relação com
as ruas confrontantes: se for um lote de meio de quadra, muito provavelmente
teremos apenas a rua da frente; se for um lote de esquina, duas serão as vias dese-
nhadas, e assim por diante. E não se esqueça de que a rua é composta pelo leito
carroçável, onde passam os veículos, motorizados ou não, e as calçadas, destinadas
aos pedestres, incluindo os eixos de passagem e possíveis canteiros.
A representação desses elementos é somada ao desenho do contorno da edifi-
cação sobre o lote. A essa peça gráfica chamamos de implantação. Também cha-
mada de planta de locação, ela representa a edificação inserida no lote. Ela tem
como objetivo a marcação do perímetro a ser construído no canteiro de obras.
Por isso, é de extrema importância que essa planta seja devidamente cotada para
que sejam respeitados os afastamentos mínimos em relação às testadas do lote e a
máxima ocupação permitida.

capítulo 3 • 62
Figura 3.4  –  Implantação da residência ilustrada nas figuras 3.1 e 3.3. São desenhados os
limites do terreno e os muros de divisa, a rua e a área a ser construída (hachurada). Essa
planta serve para a demarcação da edificação no lote. Fonte: autor.

A partir da implantação, derivamos a próxima peça gráfica: a planta de cober-


tura. Agora estarão traçados todos os elementos que compõem a vedação superior
da sua casa. Sabemos que as coberturas podem ser executadas com as mais diversas
técnicas e materiais. No Brasil, são populares os telhados cerâmicos, devido ao
seu bom desempenho térmico. Em geral aparentes, esses telhados também têm
sido executados com telhas de concreto. Além dos telhados aparentes, são comuns
telhados embutidos em platibandas, nas quais se usam telhas de menor inclina-
ção (entre 5 e 15%), como as metálicas e de fibrocimento. Existem ainda as lajes
impermeabilizadas e os tetos-jardins, que, além de cobrirem o interior das edifica-
ções, permitem o uso desses espaços.
A planta de cobertura é uma vista superior externa da edificação, no qual são
representados todos os planos de lajes ou telhados, indicação da torre de caixa-
d’água, tipo e inclinação da telha, sentido da queda de água, locação dos rufos,
calhas, cumeeiras, águas-furtadas, espigões e beirais. No caso de construções com
beirais, o perímetro da edificação é indicado com linha tracejada sobre o plano de
cobertura. Em plantas de cobertura, costuma-se adotar a mesma escala da planta
-baixa, ou seja, 1:50 ou 1:75. No entanto, em coberturas de menor complexidade,
pode-se adotar a escala de 1:100, desde que seus elementos compositivos estejam
legíveis e contendo as informações mínimas necessárias para a correta execução
da cobertura.

capítulo 3 • 63
Figura 3.5  –  Planta de cobertura da residência utilizada nas ilustrações anteriores. Nesse
caso, temos a representação de um telhado de fibrocimento embutido em platibanda. As
platibandas têm alturas diferentes marcando cada um dos volumes que compõem a casa.
Para cada área delimitada pelas platibandas, é indicado o material da telha, a inclinação e o
sentido da declividade. Fonte: autor.

Finalmente chegamos ao interior da edificação e retornamos ao conceito de


“planta baixa”. Da planta baixa derivam todas as plantas utilizadas na execução dos
projetos complementares, a exemplo das plantas de locação de pilares, de formas,
de pontos elétricos etc.

Figura 3.6  –  Projeto estrutural: planta com locação de pilares e vigas de uma edificação.
Fonte: autor.

capítulo 3 • 64
Basicamente, para a produção de plantas, bem como das demais peças gráficas,
precisamos de linhas, horizontais, verticais, diagonais, em arco etc. Essas linhas irão
compor todas as informações de um desenho técnico, sejam elas gráficas ou textuais.

OBJETIVOS
O objetivo deste capítulo é fazer o aluno desenvolver seus conhecimentos sobre norma-
tivas e convenções utilizadas na produção de desenhos técnicos, utilizando-se do software
AutoCAD 2016. Ao final deste capítulo, o aluno estará apto a desenvolver e compreender
uma planta arquitetônica, que servirá ainda de base para o conteúdo a ser exposto no capí-
tulo 4. Você aprenderá o passo a passo necessário para produzir uma planta, quais e como
os elementos construtivos devem ser representados e quais os comandos do software que
nos auxiliam nesse processo.

A linha: tipos, traços, escalas

Antes de iniciar o desenho, iremos retomar as normativas referentes aos dife-


rentes tipos de linhas e traços utilizados na confecção de plantas de arquitetura. A
NBR 8403 – aplicação de linhas em desenhos – tipos de linhas – largura de linhas,
estabelece uma série de tipos de linhas, com variações de espessura e traçado, di-
retamente relacionadas à sua aplicação (CHING, 2001). Para desenharmos uma
planta arquitetônica, as principais são:

Figura 3.7  –  Tipos de traçado, denominação, aplicação e espessura de linhas frequente-


mente empregadas na representação de projetos. ABNT, 1994 adaptado pelo autor.

capítulo 3 • 65
Na medida em que o desenho técnico se torna mais habitual, você irá se acos-
tumar a essa normalização. Mais do que memorizar valores e aplicações, é impor-
tante que você compreenda a lógica da hierarquização de linhas. Veja:

As linhas grossas e escuras são utilizadas para representar, nas plan-


TRAÇO tas baixas e nos cortes, as paredes e os elementos estruturais (pilares,
FORTE vigas, lajes) interceptados pelo plano de corte.

As linhas de espessura médias representam elementos em vista, ou


seja, tudo que esteja abaixo (planta baixa) ou a além (cortes) do plano
TRAÇO de corte, como peitoris, soleiras, mobiliário, ressaltos no piso, vãos de
MÉDIO aberturas, paredes em vista etc. Também são utilizadas para repre-
sentar elementos seccionados de pequenas dimensões, tais como
marcos e folhas de esquadrias.

As linhas finas são utilizadas principalmente para representar ha-


churas e texturas, tais como as que representam os elementos de
TRAÇO concreto e madeiras, e as que representam os pisos e paredes reves-
FINO tidas, por exemplo, com pedras e cerâmicas. Também são utilizadas
para representar as linhas de cotas e de chamadas. (XAVIER, 2011)

Tipos e traços

Como vimos, uma planta baixa representa todos os elementos que estão abai-
xo de uma linha imaginária posicionada entre 1,20 m e 1,50 m de altura. Esses
elementos são desenhados com linhas contínuas. As espessuras serão atribuídas às
linhas em função da proximidade que os elementos por elas representados estão
em relação à nossa linha imaginária de corte: quanto mais próximo, mais grossa, e
quanto mais distante, mais fina (CHING, 2001).
Veja na figura 3.8 o exemplo de um sobrado, apresentado em perspectiva. A
planta é gerada a partir de um corte horizontal feito sobre o objeto arquitetônico.
Todos os elementos cortados, como a alvenaria, as janelas e portas serão repre-
sentados com linhas mais espessas. Mas, veja que temos materiais distintos para
cada um desses elementos. Dentre eles, a alvenaria – hachurada na perspectiva – é
aquela que irá adquirir a maior espessura. Além dos elementos cortados, temos
ainda aqueles que estão em vista, situados num plano abaixo de 1,50 m, como as
linhas de piso. Logo, as linhas empregadas para a representação desses elementos
serão também mais finas.

capítulo 3 • 66
Repare ainda na mesma ilustração que temos uma “fatia” da casa que ficou
de fora, pois está situada acima da nossa linha de corte. Todos os elementos con-
tidos no pavimento térreo dessa porção removida serão representados em linha
tracejada, como os degraus da escada acima de 1,50 m, vigas e beirais. Já aqueles
que se encontram no pavimento superior serão desenhados na planta corresponde
ao mesmo.

Figura 3.8  –  Derivação da planta a partir do objeto tridimensional. Elementos cortados


são desenhados com espessura de linha mais grossa, enquanto que para aqueles em vis-
ta são usadas linhas mais finas. Disponível em: <http://www.aulascad.com/wp-content/
uploads/2012/02/Figura-1-planta-baixa.jpg>. Adaptado pelo autor.

Representação de elementos construtivos

Embora tenhamos a facilidade de utilizar softwares como meio de representa-


ção gráfica, há convenções do desenho manual que permanecem, de forma que a
leitura do projeto permanece a mesma. Vamos retomar algumas delas, já introdu-
zindo alguns comandos básicos de AutoCAD necessários à sua execução.
O primeiro e mais frequente elemento construtivo presente nos projetos de
engenharia é a alvenaria. Convencionou-se sua representação como duas retas
paralelas, cuja espessura varia em função do tipo de bloco utilizado. Em dese-
nhos de maior escala, e consequentemente, maior nível de detalhes, é comum

capítulo 3 • 67
encontrarmos, para além das linhas limites da alvenaria, também as linhas repre-
sentativas de emboço, reboco e revestimentos. Mas também existem outros tipos
de materiais e técnicas usados para executar as vedações verticais de um edifício
(XAVIER, 2011). A seguir, temos algumas delas. Note que a diferenciação tam-
bém pode ter base na hachura interna. Nós iremos aprender a inserir hachuras ao
final deste capítulo.

PAREDE DE ALVENARIA

PAREDE DE CONCRETO

PAREDE DE PEDRA REGULAR

PAREDE DE PEDRA IRREGULAR

PAREDE DE MADEIRA SIMPLES

PAREDE DE MADEIRA DUPLA

Figura 3.9  –  Tipos de parede e suas diferentes representações gráficas. Xavier, 2011.

Lembre-se de que as diferentes espessuras de linhas adotadas na representação


das vedações verticais têm relação não apenas com o material do qual elas são fei-
tas, mas também das respectivas alturas. Paredes em corte têm traço mais grosso.
Paredes em vista, abaixo da linha de corte, são desenhadas com traços mais finos.
Paredes cujas arestas não são visíveis, sobrepostas por elementos como bancadas,
por exemplo, além do traço mais fino, solicitam o uso de linha tracejada.
Parede de alvenaria
Parede de alvenaria cortada Parede de alvenaria cortada Bancada
não visível

Parede de alvenaria
em vista

Figura 3.10  –  Hierarquia de linhas para diferenciar alturas de paredes e contornos não vi-
síveis. Xavier, 2011.

Além das paredes, também temos elementos de piso cujas linhas, em geral,
são as mais finas do desenho, por estarem distantes do plano de corte. Novamente
utilizamos aqui dois padrões de hachuras que indicam modelos de piso distintos.
A especificação de dimensões, fabricante e rejuntes compete ao chamado projeto

capítulo 3 • 68
de paginação, desenvolvido pelo arquiteto ou pelas lojas representantes. A partir
desse projeto, faz-se o quantitativo de áreas e elabora-se o orçamento.

Figura 3.11 – Elementos de piso solicitam o uso do traço mais fino. Fonte: autor.

O terceiro elemento construtivo cuja atenção às especificações técnicas é de


extrema importância para a correta execução em canteiro, são as esquadrias. Portas
e janelas que podem ser executadas em alumínio, madeira, ferro e PVC. Existe
um projeto específico para o detalhamento de esquadrias, mas qualquer planta
arquitetônica deverá representar fielmente ao menos o sistema de abertura, as di-
mensões e o material do qual são feitas. Veja que no exemplo da figura 3.11, não
temos informado no desenho as dimensões da porta, no entanto, sabemos que se
trata de uma porta de abrir. O mesmo acontece com a janela, a linha tracejada
indica um peitoril alto. Na etapa de projeto executivo, essas esquadrias recebe-
rão uma legenda contendo tais informações, apresentadas nos chamados Quadros
de Esquadrias.
Agora que retomamos alguns elementos construtivos e normas gerais de de-
senho técnico, podemos dar início à apresentação dos procedimentos para produ-
zirmos uma planta em AutoCAD 2016. Abra o software e, na tela inicial, clique
no ícone Start Drawing.
Antes de começar o desenho, criaremos layers (camadas) para formar grupos
de elementos com atributos semelhantes.

A organização do desenho em camadas possibilita uma série de operações que faci-


litam muito o processo de representação. Além de facilitar o desenho, a sobreposição
de camadas (que podem a qualquer momento ser ligadas ou desligadas, bloqueadas e
desbloqueadas) permite representar-se sobre uma mesma base, como a planta baixa
de uma edificação, diversos temas referentes a esta edificação. Assim, por exemplo,
podem-se sobrepor informações dos diversos projetos complementares, verificando-
-se as compatibilidades e os reflexos de uns sobre os outros (XAVIER, 2011).

capítulo 3 • 69
Para criar e/ou modificar as propriedades dos layers, vá à aba Home e clique no
comando Layer Properties Uma nova janela será aberta e nela você verá a relação
de todos os layers do seu desenho. Os layers são diferenciados por nome (name),
cor (color), tipo de linha (linetype) e espessura de linha (lineweight). As demais pro-
priedades dizem respeito à visualização e ao congelamento dos mesmos na área de
trabalho e à impressão. Por enquanto, iremos nos atentar apenas às propriedades
pertinentes ao desenho na guia Model. Acompanhe na figura 3.12, o layer linha 1,
ao qual foi atribuída a cor verde (green). Ao lado, em Linetype vemos especificado
Continuos, ou seja, o tipo de linha aqui usado é a contínua. Se clicarmos sobre esse
campo, a janela Select Linetype será aberta com outras opções de linhas, conforme
reproduzido na figura 3.13a.
Veja que temos dois tipos de linha além daquele selecionado (em azul), sen-
do que uma é tracejada (DASHEDX2) e a outra do tipo traço-ponto (ACAD_
ISO04W100). Você pode carregar mais opções, clicando no botão Load, que, por
sua vez, abrirá uma nova janela (figura 3.13b). Selecione o tipo de linha desejada
de acordo com sua atribuição. Por exemplo, se for criado um layer chamado Linha
de Corte, no campo Linetype, deve-se selecionar algum modelo de linha do tipo
traço-ponto, para que atendamos às normas de desenho da ABNT.

Figura 3.12  –  Criação de layers para estabelecer tipos de linha. AutoCAD 2016.

capítulo 3 • 70
Figura 3.13  –  Acima, especificação de Linetype. Abaixo, carregando outras Linetypes.
AutoCAD 2016.

Uma vez definido o traçado, precisamos especificar a espessura da linha. Você


irá retomar essas especificações ao fazer as configurações de plotagem, mas aqui já
iremos preestabelecer a hierarquia de linhas do desenho. Na figura 3.12, no campo
Lineweight, temos selecionada a opção Default, ou seja, uma espessura padrão, que
você pode configurar ou adotar aquela pré-estabelecida pelo software. Ao clicar
sobre esse campo, a janela ilustrada na figura 3.14 aparecerá para que você defina
a espessura das linhas daquele layer.

capítulo 3 • 71
Figura 3.14  –  Janela Lineweight, usada para definir a espessura das linhas de um
Layer. AutoCAD 2016.

Embora possamos criar um layer para agrupar elementos semelhantes, que,


consequentemente, solicitarão tipos e espessuras de linhas próprios, também po-
demos configurar as linhas individualmente. Ao clicar sobre qualquer linha no
seu ambiente de trabalho, aparecerá ao lado esquerdo, a barra de propriedades,
contendo todas as informações sobre o elemento selecionado. Caso essa barra não
apareça automaticamente, vá ao comando Properties, como mostra a imagem a
seguir, e clique na seta do canto inferior direito da janela aberta. Por meio dela
é possível modificar o tipo de traço e espessura da linha, polilinha ou do objeto
selecionado, pois aqui temos os mesmos atributos encontrados na janela de layers.
Também podemos selecionar um grupo de linhas e modificá-las de uma só vez,
adotando o mesmo procedimento.

Figura 3.15  –  Alteração do tipo de traço de uma linha selecionada a partir da barra de pro-
priedades. Fonte: autor em AutoCAD 2016.

capítulo 3 • 72
Vamos dar início ao desenho de nossa planta, partindo da representação de
toda a alvenaria da casa. Utilizaremos apenas os comandos Line, Offset, Fillet
e Trim.
Passo 1: Na aba Home, selecione o layer em que você irá desenhar. Usaremos
o comando Line para desenhar a alvenaria de uma dada residência. Clique sobre a
área de trabalho e prolongue a linha. Cada par de linhas representa uma parede, e
por isso, haverá um afastamento de 15 cm entre elas referente à sua espessura. Para
isso, utilizaremos o comando Offset . Clique sobre a linha. Uma caixa de diálo-
go irá aparecer com a mensagem Specify offset distance. No nosso caso, essa medida
será equivalente à espessura da alvenaria adotada, ou seja, o valor a ser digitado
será 15, se estiver trabalhando com centímetros, ou 0.15, em metros. Posicione
o mouse no local em que a outra linha deverá aparecer. O mesmo comando será
usado para dar a dimensão de cada ambiente. Por exemplo, a sala terá uma largura
de 385 cm, logo, este passará a ser o valor do offset, como mostra a figura 3.16.

Figura 3.16  –  Uso do comando offset para definir a espessura das paredes e a dimensão
dos ambientes. Fonte: autor em AutoCAD 2016.

Se repetirmos o mesmo procedimento para cada cômodo da casa, chegaremos


ao desenho de uma malha semelhante ao apresentado na figura 3.17. Essa malha
é, na verdade, a representação da alvenaria da casa, que irá ser ajustada conforme
formos “lapidando” nosso desenho.

capítulo 3 • 73
Figura 3.17  –  Malha contendo as linhas geradoras da alvenaria, feita com o comando Line.
Fonte: autor em AutoCAD 2016.

Passo 2: Iremos usar o comando Fillet para aparar as quinas da edificação


(indicadas pelas setas vermelhas). Nós aqui iremos trabalhar com ângulo de 90º
entre as paredes, portanto, basta clicar no comando e depois sobre as duas linhas
(uma horizontal e outra vertical) que deseja unir. Clique sobre o trecho da linha
que deverá permanecer no desenho, senão o desenho ficará invertido.

Figura 3.18  –  Uso do Fillet para aparar as quinas da edificação. Fonte: autor em Auto-
CAD 2016.

capítulo 3 • 74
Passo 3: Usando o comando Trim , removeremos todos os “excessos” de
parede para além do perímetro da edificação. Clique no comando e depois sobre
a(s) linha(s) que será(ão) o(s) limite(s) do desenho, ou seja, todas os trechos de li-
nha para além desse limite serão removidos. Caso você queira, todos os elementos
do desenho podem ser transformados em limites. Basta clicar no comando e, em
seguida, pressionar a tecla Enter. Depois, clique nos trechos da linha que deseja
remover. Ao passar o mouse sobre a linha, esta sumirá e aparecerá um “X” ao lado.

Figura 3.19  –  Uso do Trim para aparar as sobras de linhas para além do perímetro da cons-
trução. Fonte: autor em AutoCAD 2016.

Passo 4: Com o comando Rectangle (em amarelo), definimos a forma e di-


mensões de cada ambiente, a partir da malha preexistente. Além da malha, você
também pode desenhar a alvenaria da casa desenhando cômodo a cômodo.

capítulo 3 • 75
Figura 3.20  –  Dimensionamento dos ambientes usando o comando Rectangle. Fonte: autor
em AutoCAD 2016.

Passo 5: Novamente usando o comando Trim, selecionamos como limite os


retângulos desenhados na etapa anterior, para que restassem apenas as paredes
divisórias dos ambientes. Sobras de linhas foram deletadas e o desenho adquiriu a
seguinte aparência:

Figura 3.21  –  Linhas representativas da alvenaria da edificação. Fonte: autor em


AutoCAD 2016.

capítulo 3 • 76
Passo 6: Usando linhas, foram posicionados os vãos e dimensionadas as res-
pectivas larguras, nos quais iremos, posteriormente, inserir blocos de portas e jane-
las. O Trim nos auxiliará de novo para removermos as linhas do interior dos vãos.

Figura 3.22  –  Posicionamento e dimensionamento dos vãos da alvenaria. Fonte: autor em


AutoCAD 2016.

Clique no comando Trim e depois nas linhas que serão os limites, no caso, as
laterais dos vãos. Pressione Enter e clique sobre as linhas que deverão desaparecer
da planta.

Passo 7: Uma vez permanecendo no desenho apenas a alvenaria e os respecti-


vos vãos, inserimos os blocos de esquadrias. As esquadrias são sempre desenhadas
com traços mais finos do que aqueles usados na alvenaria. Veja no desenho que
a cor do layer utilizado para alvenaria é o branco, enquanto as folhas das portas e
janelas são verdes e os peitoris e arcos de giro são em vermelho. Cores diferentes
de layers permitem o uso de diferentes espessuras.
No exemplo a seguir, temos dois tipos de portas: uma de abrir, na qual repre-
sentamos a folha da porta e o arco de giro de abertura, e outra de correr, sendo
estas de uma ou quatro folhas. Veremos como inserir esses blocos a seguir. Mas
também é possível desenhá-los. Para as portas de correr, bastam retângulos. Para
as portas de abrir, usamos um retângulo e um arco. Em relação às janelas, temos
uma janela com peitoril baixo e as demais com peitoril alto, por isso a linha trace-
jada. Veja os detalhes adiante que mostram o passo a passo para desenhar portas
e janelas.

capítulo 3 • 77
Figura 3.23  –  Desenho de esquadrias. Fonte: autor em AutoCAD 2016.

Para representar uma porta de abrir, selecione o comando Rectangle, destacado


na figura 3.24, e clique no ponto da tela onde a porta deverá estar posicionada.
Repare na mesma ilustração que temos predefinida a linha da alvenaria, então é mais
conveniente que a extremidade da alvenaria, no lado em que a porta estará afixada,
seja esse ponto. Nesse caso, optou-se pelo lado esquerdo. Uma caixa de diálogo irá
aparecer com dois campos a serem preenchidos. O desenho do retângulo tem base
na atribuição de valores para a medida horizontal (valor em X) e para a medida
vertical (valor em Y). Primeiro digite “@” e o valor em X. Para passar para o segun-
do campo, digite “,”. Uma vez liberado, preencha o campo com o valor em Y. Por
exemplo, @5,80: a folha da porta de 5 cm de espessura e sua largura é de 80 cm.

capítulo 3 • 78
Figura 3.24  –  Procedimentos para desenho de uma porta de abrir. Fonte: autor em
AutoCAD 2016.

Uma vez desenhada a folha da porta, fazemos a marcação do giro de aber-


tura. Para isso, utilizaremos o comando Arc . Clique no comando e depois
no ponto em que terá início o arco. Lembre-se de que o AutoCAD trabalha em
sentido anti-horário. Então, se o arco ficará no primeiro quadrante, clicaremos
no ponto conforme indicado na figura 3.24 (1. Início do Arco). Depois a caixa
de diálogo solicitará o segundo ponto desse arco. Nós iremos utilizar o centro do
arco para desenhá-lo de forma mais precisa. Digite “c”e clique no ponto indicado
(2. Centro do Arco). Por fim, clique no ponto em que se finalizará o arco, ou
seja, a extremidade da porta (3. Fim do Arco). No caso de portas de correr, não
se utiliza o arco, bastam retângulos. Portas sanfonadas, por exemplo, também se
restringem ao uso de retângulos só que rotacionados. Em geral, as esquadrias são
encontradas em blocos encontrados em sites liberados para download, o que torna
mais rápido esse processo. Mas é importante que você saiba desenhar aquelas es-
quadrias que têm particularidades inerentes ao projeto em que você trabalhando.

capítulo 3 • 79
Passo 8: Uma vez desenhadas as esquadrias, precisamos fazer as linhas de piso,
que indicam diferenças de nível no projeto. Mesmo em casas térreas, onde não há
escadas, os desníveis sempre existirão, pois áreas molhadas (cozinhas, banheiros,
lavanderias etc.), por exemplo, precisam ser mais baixas do que as áreas secas.
Além disso, ambientes que dão diretamente para áreas externas, sejam elas pavi-
mentadas ou não, costumam ter uma diferença de nível de pelo menos 15 cm para
evitar, dentre outros problemas, a entrada da água de chuva.

Figura 3.25  –  Desenho das linhas de piso. Fonte: autor em AutoCAD 2016.

Passo 9: Após finalizada a representação de todos os elementos construtivos,


começamos a inserir as informações complementares ao projeto. É de extrema im-
portância que todos os ambientes contenham textos com nome (garagem, quarto,
banheiro etc.), área interna (em metros quadrados) e a cota de nível.
A escolha da fonte utilizada para esses textos é livre, mas procure aquelas sem
serifa, ou seja, sem o prolongamento das hastes das letras, de modo que sejam as
mais simples possíveis. Lembre-se de que quanto mais claro for o desenho, mais
rápida a sua compreensão pela mão de obra. Já o tamanho e espessura das letras e
números são regulamentados pela NBR 6492. Apesar disso, é muito comum que
cada profissional ou escritório tenha um padrão particular, que lhe confere iden-
tidade. A normativa, nesse caso, serve para balizar o que se considera como ideal.
Grande parte dos textos está escrito nas pranchas no sentido horizontal. Se
necessário, mediante ausência de espaço livre na folha, podemos dispor o texto
alinhado na vertical, desde que o sentido da leitura seja de baixo para cima.

capítulo 3 • 80
Um dos equívocos mais comuns dentre os estudantes de engenharia e arqui-
tetura é quanto à definição da altura do texto. Ora aparecem enormes, ora quase
ilegíveis. Como referencial, segue a tabela, para utilização em desenhos que serão
plotados na escala 1:50.

ALTURA MÍNIMA ALTURA MÁXIMA


(m) (m)
Nome dos compartilhamentos 0.14 0.17

Área dos compartilhamentos 0.10 0.14

Dimensões das janelas 011 0.13

Dimensões das portas 0.08 0.10

Cotas 0.10 0.13

Textos auxiliares 0.09 0.11

Figura 3.26  –  Altura mínima e altura máxima de textos utilizados em desenhos na escala
1:50. Xavier, 2011.

A mesma NBR 6492 também contém alguns símbolos essenciais para repre-
sentação gráfica arquitetônica, tais como as cotas de nível e setas indicativas do
sentido de corte. Veja:

N 00 0.10 2%

Figura 3.27  –  Símbolos utilizados para indicação geográfica, cota de nível para projeções em
corte, cota de nível para projeções em planta e seta indicativa da inclinação do telhado. Dispo-
nível em: <http://rotadosconcursos.com.br/questoes-de-concursos/arquitetura/481677>.

capítulo 3 • 81
Figura 3.28  –  Inserção de símbolos e textos. Fonte: autor em AutoCAD 2016.

Veja que o posicionamento dos textos busca sempre o centro do ambiente, de


forma a facilitar a leitura. Logicamente que alguns cômodos podem ter dimensões
menores e nem sempre é possível padronizar a localização dos mesmos em todo
desenho. Repare no exemplo a seguir que os textos inseridos no interior do ba-
nheiro são ligeiramente menores do que os demais, devido à menor área.
Além de indicar cada um dos ambientes que compõem o programa do pro-
jeto, os textos também são utilizados como legenda. Ainda no desenho adiante,
temos os códigos P5, P6, P10 ao lado das portas. Esses códigos designam os dife-
rentes tipos de portas encontradas no projeto e devem estar relacionados no qua-
dro de esquadrias, o qual contém dados acerca de dimensões, materiais, sistema de
abertura e quantitativo para orçamento.

Figura 3.29  –  Símbolos e textos. Fonte: autor em AutoCAD 2016.

capítulo 3 • 82
Existem dois comandos no AutoCAD que inserem textos. O primeiro deles
é o Dtext (Single Line Text) . Clique no comando e depois no ponto do
desenho em que você irá posicionar o texto. Especifique a altura, digitando o valor
ou clicando em outro ponto. Repare que, na medida em que você movimenta o
mouse, uma linha tracejada aparece, ela é a sua linha guia. Depois de definir a
altura, você dirá o ângulo de rotação do texto. Se ele estiver na horizontal, basta
digitar 0 ou clicar à direita do primeiro ponto, com o Ortho ligado. Para sair da
caixa de texto, pressione a tecla Esc. Para editar o texto, clique duas vezes sobre o
mesmo.
O segundo comando de inserção de textos é o MText (Múltiplas Linhas de
Texto) . Ao contrário do primeiro, este comando permite a redação de
textos com mais de uma linha. É ideal para informações mais extensas. Ao acionar
o comando, será aberta uma caixa de ferramentas para que você edite o tipo e al-
tura da fonte, sentido e alinhamento do texto, espaçamento entre linhas, parágrafo
etc. Definidas essas características, basta digitar o texto desejado. Para concluir
a ação, clique em Close Text Editor ou apenas clique fora da caixa de texto. Para
editá-lo, posteriormente basta clicar duas vezes sobre o mesmo.

Figura 3.30  –  Inserção de Multiline text. Fonte: autor em AutoCAD 2016.

Passo 10: Agora iremos inserir os blocos das peças sanitárias, cujo procedi-
mento é idêntico para blocos de qualquer natureza. Cada escritório costuma ter
bibliotecas com blocos padrão utilizados nos projetos, que podem ser compradas,
baixadas gratuitamente em sites especializados ou criadas por você. Os blocos são
um dos recursos usados para “humanizar” plantas. Em geral o cliente leigo só en-
tende uma planta depois que começa a enxergar seus móveis e peças fixas, como
pias, vasos sanitários, chuveiros etc.

capítulo 3 • 83
Figura 3.31  –  Inserção de blocos na planta de estudo. Fonte: autor em AutoCAD 2016.

Caso você opte por baixar os blocos de algum site, muito provavelmente ele
virá “zipado” e será preciso descompactá-lo. Crie uma pasta no seu computador
para armazenar todos os blocos, separados por categorias (mobiliário, esquadria,
sanitário, vegetação etc.). No seu desenho, crie um layer para essas categorias, ou,
pelo menos um que receba todos os blocos.
Clique no comando Insert . Uma janela irá se abrir com os blocos mais
usados. A seguir, em More Options é possível carregar os demais que tenham sido
armazenados no computador.

capítulo 3 • 84
Figura 3.32  –  Procedimentos para inserção de blocos. AutoCAD 2016.

Repare na janela à esquerda que você pode digitar o nome do bloco no pri-
meiro campo. É mais fácil, contudo, clicar em Browse e outra janela se abrirá, por
onde você acessa as pastas de arquivos do seu computador. Ao clicar em qualquer
bloco, uma miniatura do mesmo aparecerá ao lado direito. Clique em Open e ele
será selecionado.
Uma nova janela será aberta com atributos de escala. No entanto, não pode-
mos precisar em qual unidade o autor do bloco baixado fez o respectivo desenho.
Logo, deixe para escalonar depois de inserido na área de desenho. Clique sobre
o ponto base do bloco. Se o bloco estiver com dimensões adequadas ao desenho,
essa etapa estará finalizada. Mas é comum que o bloco ora fique minúsculo, ora
enorme. Nesse caso, você deverá selecionar o bloco e dar o comando Scale, por
meio do qual você pode aumentá-lo ou reduzi-lo quantas vezes quiser.

Passo 11: Estamos quase chegando ao final do desenho de nossa planta.


Quando iniciamos a exposição teórica acerca da representação de elementos cons-
trutivos em desenho técnico, foram mencionados os diferentes padrões de hachu-
ra utilizados para distinguir materiais empregados, por exemplo, na alvenaria de
uma edificação.

capítulo 3 • 85
Figura 3.33  –  Inserção de hachura na planta de estudo. Fonte: autor em AutoCAD 2016.

As hachuras podem ser aplicadas a qualquer elemento do desenho, desde que


elas não comprometam a legibilidade do mesmo. Veja na imagem anterior que todas
as paredes da casa foram preenchidas com uma hachura sólida em cor cinza claro.
Esse tratamento gráfico foi dado para destacar esse elemento dos demais. Para fazer
o mesmo, deixe ligado apenas o layer onde está inserida a alvenaria. Clique no co-
mando Hatch . Uma nova aba irá aparecer com o nome Hatch Creation. Nessa
aba, você poderá selecionar o padrão (Pattern) e a cor da hachura (linhas e plano de
fundo), conforme destacado a seguir. Uma vez definidos esses atributos, clique em
Pick Points e, em seguida, dentro dos elementos a serem preenchidos com a hachura.
Note que cada grupo de linhas será preenchido individualmente.

Figura 3.34  –  Tipos e cores de hachura sendo inseridas no desenho. Detalhe do desenho
com os demais layers acesos. Fonte: autor em AutoCAD 2016.

capítulo 3 • 86
No exemplo, selecionou-se a hachura sólida, mas existem outros, dentre os
quais você poderá escolher de acordo com o tipo de elemento a ser representado.
Evite o uso de hachuras gradientes, pois plantas são peças gráficas técnicas, cuja
legibilidade deve ser mais simples possível.

Figura 3.35  –  Tipos de hachuras disponíveis. Fonte: autor em AutoCAD 2016.

Além da hachura sólida, existem outros padrões constituídos por linhas dese-
nhadas de diferentes formas. Em função da unidade e da escala em que você esti-
ver trabalhando, pode ser que essas linhas fiquem ora muito próximas ora muito
distantes. Como evitamos alterar a escala do desenho, modificamos a escala da
hachura. Você pode fazer isso antes de inseri-la ou editá-la posteriormente. No
primeiro caso, basta, após clicar no comando Hatch, preencher o campo desta-
cado na tela, conforme imagem adiante. Caso você já tenha inserido a hachura,
clique sobre ela, e altere o valor do mesmo. Note a variação do espaçamento entre
as linhas no desenho. É possível alterar a escala de qualquer hachura, exceto o
padrão Solid.

Figura 3.36  –  Variação de escala de hachuras. Fonte: autor em AutoCAD 2016.

capítulo 3 • 87
Passo 12: chegamos à última etapa de elaboração da planta, a inserção de
cotas. Para tanto, relembremos alguns termos para que consigamos configurá-las
da forma correta. Cada um dos componentes de cota reproduzidos na imagem a
seguir pode ser editado.
LINHA DE COTA COTA FINALIZAÇÃO

3.00
LINHA DE EXTENSÃO

Figura 3.37  –  Componentes de cota. Xavier, 2011.

Para inserir cotas, vá à aba Annotate e, no menu Dimensions, clique na seta


ao canto direito. Uma janela chamada Dimension Style Manager irá aparecer. A
partir dessa janela, você pode modificar (Modify) estilos de cotas já disponíveis no
arquivo ou criar novos (New). O procedimento é o mesmo e, por isso, optamos
por criar um novo estilo. Outra janela aparecerá, na qual a nova será nomeada.
Preencha o campo New Style Nam. Embora esteja criando uma nova cota, você
pode pegar outro estilo de cota como referência ou começar com o Standard do
AutoCAD. Essa opção é feita no campo Start With, logo abaixo do nome do estilo
de cota. Clique em Continue.

Figura 3.38  –  Configurando estilos de cotas. Fonte: autor em AutoCAD 2016.

capítulo 3 • 88
Para configurar um novo estilo de cota, considere as seguintes observações
acerca da aba Lines:

Figura 3.39  –  Modificando estilo de cota: Lines. AutoCAD 2016 comentado pelos autores.

Configurações relacionadas a cores, tipo de traço e espessura de linhas, sempre


configure como By Layer, pois você já terá feito as atribuições ao criar um layer es-
pecífico para cotas. Repare que o campo Extend beyond ticks ficará travado depen-
dendo do tipo de seta ou símbolo de finalização. Ele indica quanto a linha desta
finalização transpassa a linha de cota. Já no campo Extend beyond dim lines, você
irá dimensionar o quanto a linha de extensão ultrapassa a linha de cota para cima.
Caso você não queira que as linhas de chamada apareçam, clique em Supress: Ext
line1 e/ou 2. Outra opção é fixar o comprimento das linhas de extensão marcando
o item Fixed lenght extension lines e digitando o valor logo abaixo.
Na aba Symbols and arrows (figura 3.40 à esquerda), serão dados os parâmetros
para: as setas ou símbolos de finalização que aparecerão quando você clicar sobre
a aba First. Selecione aquela de sua preferência. E, abaixo, no campo Arrow size, o
seu comprimento. Lembre-se de que todas essas medidas estão em metros.
Clique na aba seguinte, Text, para configurar o tipo de texto a ser usado, tais
como fonte (Text style), cor (Text color), altura (Text Height) e alinhamento (Text
alignment). Os textos podem permanecer sempre na horizontal (horizontal) ou
estar alinhados às linhas de cota (Aligned with dimension line). Dê preferência à
segunda opção, alinhado, devido à maior legibilidade.

capítulo 3 • 89
Figura 3.40  –  Modificando estilo de cota: Symbols and Arrows e Text. AutoCAD.

Na aba Fit, em geral não costumamos alterar nada. Por isso, passemos para
a próxima, Primary Units. Nessa aba, será definida a unidade em que o desenho
será cotado, para a qual costuma-se adotar a decimal. Também é importante que
seja definida a precisão da cota, isso quer dizer quantas casas decimais teremos.
Por exemplo: 2. Não há casa decimal. Se houve uma casa decimal, poderíamos
ter o valor 2.1; se fossem duas, 2.15 e assim por diante. Lembre-se de que caso o
valor em tela seja de 2.15 e a precisão da cota seja de apenas uma casa, a cota será
arredondada para cima, ou seja, o valor lido seria 2.2.
É também de extrema importância o controle do fator de escala. Caso haja de-
senhos em escala diferente, você pode criar cotas com fatores de escala diferentes.
Por exemplo, se o fator é 1, quer dizer que o valor em tela corresponde àquele em
cota. No entanto, pode-se ter um ambiente que no desenho exista valor X, mas
que será impresso em uma escala correspondente ao dobro das demais. Logo, o
valor em cota será 2X.
Nas demais abas, não há necessidade de fazer alterações. Crie um padrão de
cota para utilizar em seus trabalhos, de modo que você possa adotá-lo em todo
arquivo que abrir sem a necessidade de configurar tudo novamente.

capítulo 3 • 90
ESTUDO DE CASO
01. Desenhe a planta de um banheiro que tem 2,50 m de comprimento e 1,50 m de largura,
considerando que o mesmo será executado em alvenaria, com espessura de 15 cm acabada,
e deverá conter:
• Uma janela com 1,0 m de largura, 0,50 m de altura e peitoril de 1,60 m;
• Uma porta de 0,70 m de largura;
• Uma pia;
• Um vaso sanitário;
• Um box com duas duchas.

Resolução:
Passo 1: Dimensões do ambiente
a) Selecione o comando Line e clique num ponto da tela. Aponte o mouse para a di-
reita e digite o valor 2.50 (se for utilizar medidas em metros) ou 250 (se adotar valores
em centímetros). Casas decimais são separadas por “.”, ou seja, 2.50 e não 2,50. Agora
aponte o mouse para baixo e digite 1.50 ou 150, equivalente à largura do ambiente.
Posicione o mouse à esquerda e digite 2.50 ou 250 e depois clique sobre o ponto em
que o desenho foi iniciado para fecharmos o retângulo.

capítulo 3 • 91
b) Em vez do comando Line, é possível desenhar o mesmo objeto usando o comando
Rectangle. Clique no comando e depois sobre um ponto da tela. Digite “@2.5,1.5” ou
“@250,150” .

Independentemente do comando usado, a forma do objeto será como ilustrada a seguir.

Passo 2: Desenho da alvenaria


a) Desenharemos a alvenaria usando o comando Offset. Selecione o comando, digite o
valor referente à espessura das paredes – 0.15 ou 15 – e pressione Enter. Agora clique
sobre uma das linhas e depois num ponto fora do retângulo. Veja que devido ao uso
da Line, não temos os vértices do retângulo. Para fazê-los, usaremos Fillet. Selecione o
comando e clique sobre as duas linhas perpendiculares entre si que deverão ser unidas.

b) Caso você tenha usado o comando Rectangle, basta selecionar o comando Offset,
digitar o valor da espessura da alvenaria, pressionar Enter e clicar sobre um ponto fora
do objeto.
Passo 3: Demarcação das linhas de reboco
Ainda com o Offset, faremos a representação das linhas de reboco, para dentro da es-
pessura da alvenaria, com valor de 0.015 m ou 1.5 cm. Se você usou o comando Line, será
preciso unir os vértices do desenho com o Fillet, da mesma forma que o retângulo principal.
Tendo utilizado o Rectangle, isso será feito automaticamente. Faremos isso em ambas ares-
tas. As cores das linhas foram modificadas para atribuirmos diferentes espessuras de linhas,
considerando que a alvenaria, em branco, será a mais grossa, e a amarela, para reboco, mais
fina. Veja na ilustração adiante.

Passo 4: Delimitação e posicionamento dos vãos


Temos dois vãos a serem posicionados, um com dimensões adequadas a uma janela e
outro a uma porta. Optamos por posicioná-los nas paredes de menor dimensão, opostas uma
a outra. A janela ficará centralizada, por isso desenhamos uma linha de referência no meio
(Midpoint – símbolo triangular) do vão. Assim, o Offset será de metade da largura do vão, ou
seja, 0.50 m para cada um dos lados da linha de referência. Apague a linha de referência

capítulo 3 • 92
e você terá a largura do vão delimitada. Selecione o comando Trim e depois as linhas que
você criou com o Offset. Pressione Enter e clique sobre os trechos de linha que deverão ser
removidos para o vão seja aberto.
Para o desenho do vão da porta, outra linha de referência será feita, tomando como
ponto base a extremidade da parede oposta à da janela. Para que a porta seja afixada cor-
retamente, precisamos afastá-la do canto. Esse afastamento recebe o nome de “boneca”.
Nesse caso, ele terá o valor de 0.1 m ou 10 cm. Para tanto, use o comando Offset, tal como
nas etapas anteriores. Com o mesmo comando, faça a largura do vão da porta, de 0.7 m ou
70 cm. Com o Trim, remova os trechos de linha que perpassam o interior do vão.

Passo 5: Linhas de piso


Sendo o banheiro uma área molhada, ele precisa ficar num nível abaixo do ambiente
adjacente. Para representar esse desnível, faremos uma linha na aresta interna da parede,
onde desenhamos o vão da porta. Também precisamos representar, com uma linha o desnível
referente ao box, para o qual adotamos uma medida de 90 cm de largura.

Passo 6: Desenho de esquadrias


Para desenharmos a porta, usamos o comando Rectangle, para a folha, e o Arc para o
giro de abertura. O retângulo tem 70 x 3 (largura e espessura da folha). Veja na legenda
que “Arc 2” é o ponto base da porta. Clique sobre esse ponto e digite @70,-3. Utilizamos o
sinal de “-“ porque essa medida deve ficar para baixo do ponto base, de modo a possibilitar a
abertura da porta. Para fazer o arco, clique no ponto “Arc 1” e depois digite C + Enter. Clique
no ponto Arc 2 e depois na extremidade do retângulo, ou seja, da folha da porta. Como se
trata de um contorno invisível, esse arco de giro é apenas representativo, modificaremos a
propriedade da linha, deixando-a na cor vermelha, que terá espessura mais fina, e tracejada.

capítulo 3 • 93
Para fazermos as linhas da janela, usamos o Line, clicando em uma das extremidades do
vão e, em seguida, no lado oposto. Repita para fazer o mesmo na aresta interna da parede.
Depois, use o comando Offset para desenhar as linhas representativas da folha da janela.
Adotamos a espessura de 3 cm para essa folha, ou seja, se considerarmos que a alvenaria
tem 15 cm de espessura, basta darmos um Offset de 6 cm de cada lado. A folha da janela,
no entanto, está acima do plano de corte da planta, pois seu peitoril está a 1,60 m do chão.
Por isso, ela também deverá ser tracejada. Mude-a na barra de propriedades em Linetype.

Passo 7: Inserção de blocos


Vamos inserir 3 tipos de blocos: vaso sanitário, pia e ducha, sendo que deste último
teremos duas peças. Use o Offset para posicionar os blocos com medidas. Por exemplo, se
o box tem largura de 90 cm, posicione o chuveiro centralizado, ou seja, afastado 45 cm da
linha de piso.

Passo 8: Inserção de textos, símbolos


e cotas
Para finalizar, insira os textos referentes
ao nome, ao nível e à área do ambiente. Uti-
lize os comandos MultiLine Text para o tex-
to, Insert para os blocos e Dimension para
as cotas. Utilize os padrões definidos nes-
te capítulo.

capítulo 3 • 94
ATIVIDADES
02. (Prova Desenhista/Projetista – SAEG – VUNESP – 2015)
Entre as peças gráficas que compõem um projeto de arquitetura, a vista superior do
plano secante horizontal, localizado a, aproximadamente, 1,50 m do piso em referência,
é denominada
a) planta de edificação.
b) fachada.
c) planta de situação.
d) elevação.
e) planta de locação.

03. As linhas indicadas por A-A, B-B, C-C, D-D e E-E, representadas na planta a seguir,
representam
Planta Baixa
8.50 m
A B C

3.25 m 1.40 m 3.25 m

Banho
2.40 m

Dormir Dormir
3.55 m

3.55 m

7.50 m

E E
D D
3.50 m

Estar Cozinha
3.50 m

4.80 m 3.25 m

A B C

a) eixos estruturais.
b) linhas de cotas.
c) linhas de cortes.
d) lajes da casa.
e) indicação de fachadas.

capítulo 3 • 95
04. (Prova Arquiteto – EBSERH – INSTITUTO AOCP – 2015). Analisando a figura a seguir
e de acordo com as normativas de desenho técnico de projeto arquitetônico, quais são os
erros de representação gráfica?

C
.15 .15
1.00 4.50 .60

.80
J4
LAVABO
Piso cerâmico

SALA
Piso cerâmico
P3 Área: 18.27 m2

2.40
+.15 J1

A A

.80
P1

a) A representação não apresenta o nome e a área dos ambientes.


b) A simbologia para indicação de portas e janelas está invertida nessa planta.
c) As linhas de indicação de corte devem ser sempre linhas contínuas e não tracejadas.
d) A indicação de nível do ambiente é feita com simbologia utilizada para cortes e não
para plantas.
e) As linhas em projeção indicam sempre a presença de um elemento em nível inferior ao
nível da planta.

05. (Prova Arquiteto – AL-MT – FGV – 2013). O tipo de linha empregado para representar,
em planta baixa, uma esquadria de janela cuja base se situa a 2,20 m do piso é
a) o traço e ponto.
b) a linha contínua.
c) a linha pontilhada.
d) a linha sinuosa.
e) a linha tracejada.

capítulo 3 • 96
06. (Prova Desenhista – TJ-RS– FAURGS – 2012). A questão refere-se à tabela a seguir,
que apresenta a configuração de um arquivo para impressão.

COR DO COR DE ESPESSURA


ITEM TIPO DE LINHA
AUTOCAD IMPRESSÃO DA LINHA
A 1 red Black 0,1 Continuous _ ______

B 2 yellow Black 0,2 Continuous _ ______

C 3 green Black 0,3 Continuous _ ______

D 4 cyan Black 0,4 Continuous _ ______

E 5 blue Black 0,5 Continuous _ ______

F 6 magenta Black 0,6 Continuous _ ______

G 7 white Black 0,7 Continuous _ ______

H 8 Black 0,2 Hidden - - - - - - - - - -

Para criar três layers com o objetivo de representar, em uma planta baixa em desenho
técnico, as paredes cortadas, os degraus de uma escada em vista e a projeção da cobertura
acima do plano de corte, quais os melhores itens a serem utilizados, respectivamente?
a) Itens A, B e C. d) Itens H, D e A.
b) Itens C, B e A. e) Itens E, F e G.
c) Itens F, B e H.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHING, F. Técnicas de construção ilustradas. 2 ed. São Paulo: Bookman, 2001.
MONTENEGRO, G. Desenho arquitetônico. 3 ed. São Paulo: Editora Blücher, 1997.
XAVIER, S. Apostila de Desenho Arquitetônico. Universidade Federal do Rio Grande – Furg –
Escola De Engenharia – Núcleo De Expressão Gráfica, 2011. Disponível em: <http://www.pelotas.
com.br/sinval/Apostila_DA_V2-2012.pdf>. Acesso em: fev. 2017.

capítulo 3 • 97
capítulo 3 • 98
4
Reprodução
de um projeto
arquitetônico
de pouca
complexidade
Reprodução de um projeto arquitetônico de
pouca complexidade

No capítulo 3 você aprendeu os mínimos elementos gráficos necessários para


representação de uma projeção em planta e os respectivos comandos do AutoCAD
utilizados. Considerando seu aprendizado, vamos elaborar outra planta, de baixa
complexidade, com intuito dela derivar outros dois tipos de peças gráficas, de igual
importância, que compõem um projeto arquitetônico: os cortes e as elevações.

OBJETIVOS
•  Elaboração de planta baixa;
•  Derivação e elaboração dos cortes e elevações a partir da planta baixa;
•  Elaboração de plantas de situação e implantação.

Planta baixa

Seguindo os passos apresentados no capítulo 3, desenharemos a planta a se-


guir para que dela possamos derivar as projeções verticais.

Figura 4.1  –  Planta de residência térrea com indicação dos principais elementos gráficos.
Fonte: autor.

capítulo 4 • 100
Comece desenhando as linhas da alvenaria. Para reproduzirmos a planta ante-
rior em AutoCAD, essencialmente, iremos utilizar os comandos Line, Offset, Fillet
e Trim. Optamos por iniciar o desenho a partir do vértice inferior direito (indica-
do na figura 4.2), conforme os procedimentos a seguir elencados:
Observe a figura 4.1, à esquerda temos o cômodo a partir do qual iniciaremos
o desenho da residência, assim denominado Quarto 02. Selecione o comando Line,
clique sobre um ponto na tela e aponte o mouse para cima. Digite o valor da largura
do cômodo, equivalente a 285 cm ou 2.85 m. Aperte Enter e aponte o mouse para
a esquerda, digitando o valor do comprimento de 365 cm ou 3.65 m. Aponte agora
o mouse para baixo, inserindo o mesmo valor da largura e depois feche a forma,
clicando sobre o ponto inicial do desenho. Uma vez desenhado esse retângulo, ire-
mos inserir a espessura das paredes que o envolvem, utilizando o comando Offset,
com o valor de 15 cm. Clique no comando e digite o valor da espessura. Depois
clique sobre uma das linhas e posicione o mouse fora do retângulo, uma vez que o
cômodo deverá permanecer com as dimensões livres de 285 x 365. Aproveitando a
linha superior, iremos dar um novo Offset com a largura do banheiro, de 120 cm, e
depois um novo com a espessura da parede, de 15 cm. Una essas linhas horizontais
com um vertical (de 120 cm de extensão). Aproveite para dar um Offset equivalente
ao comprimento do banheiro, 250 cm a partir da linha vertical que você acabou de
fazer. Para completar, ainda utilizando o Offset, digite a largura do ""Quarto 01"",
de 235 cm, e a espessura das paredes de 15 cm. A partir do ""Quarto 01"", pode-
mos inserir a largura da cozinha/sala, equivalente a 275 cm, e seu comprimento de
570 cm. O espaço remanescente configurará a varanda, que tem um pilar em sua
extremidade esquerda, que deve ser alinhado às paredes externas e conter dimen-
sões de 15 cm x 15 cm. Use o comando Rectangle para fazê-lo.
Offset = 15
Offset = 15

Offset = 15

Offset = 365 Offset = 235 Offset = 275

Offset = 15
Offset = 570
Offset = 15

Offset = 250 Offset = 120


365
Offset = 15
Offset = 15
Offset = 15

285 285

Offset = 15
365

Figura 4.2  –  Primeiros procedimentos para iniciar o desenho da residência, a partir dos co-
mandos Line, Offset e Rectangle. Fonte: autor.

capítulo 4 • 101
Dispomos de todas as dimensões necessárias para o desenho de cada um dos
cômodos. Para finalizarmos a representação da alvenaria, utilizaremos o comando
Fillet (XAVIER, 2011). Lembre-se de que o Fillet irá unir duas retas perpendicu-
lares, então se você clicar sobre uma linha horizontal referente à parede externa,
atente-se para clicar sobre a linha vertical também externa. Faça isso com todos
os cômodos, como ilustrado na figura 4.3, à esquerda. Repare que precisaremos
utilizar o comando Trim para aparar trechos de linhas e representar a continuida-
de da alvenaria, conforme orientado no capítulo 3. Na figura 4.3 estão indicados
esses trechos. Se porventura no seu desenho houver mais trechos que precisem
ser aparados, bastar selecionar o comando Trim, apertar Enter duas vezes e clicar
sobre os trechos de linha a serem removidos.
Finalizada a alvenaria, iniciaremos a marcação dos vãos de esquadrias. Para as
portas de abrir, deixaremos 10 cm de boneca (afastamento em relação à parede).
As portas dos quartos e da cozinha têm 80 cm de largura. A porta do banheiro
tem 60 cm de largura. Temos ainda a porta de entrada da casa, de correr e com
largura de 160 cm. As janelas da sala e dos quartos têm 200 cm de largura. A da
sala e do "Quarto 02" estão encostadas no canto esquerdo, então basta desenhar
uma linha e dar Offset em relação à largura. Já a janela do ""Quarto 01"" está cen-
tralizada. Para posicioná-la, verifique se o Midpoint, dentro das configurações de
Osnap, está ativado. Passe o mouse sobre a linha interna da alvenaria e verifique se
aparece um triângulo amarelo. Esse é o símbolo do Midpoint, ou seja, “ponto do
meio”. Ele indica o centro da linha. Caso ele não apareça, pressione Shift e clique
com o botão direito sobre a tela. Uma série de opções aparecerá. Escolha Osnap
Settings e, na janela que se abrirá, deixe ativado não apenas o Midpoint, mas tam-
bém outros comandos como Perpendicular, Center, Extension dentre outros que
lhe pareçam úteis.

Figura 4.3  –  Procedimentos para a finalização da representação da alvenaria da residência


de estudo, a partir dos comandos Fillet eTrim. Fonte: autor.

capítulo 4 • 102
Agora iremos “abrir” os vãos cujos limites foram demarcados na etapa ante-
rior. Para isso, usaremos o Trim. Clique no comando e pressione Enter duas vezes.
Depois clique em todos os vãos que receberão portas e janelas. O seu desenho
adquirirá o aspecto da figura 4.4, à esquerda. Feito isso, desenharemos as linhas de
piso. Lembre-se de que áreas molhadas, como o são os banheiros, sempre devem
estar em um nível abaixo dos demais. Da mesma forma procede-se na varanda,
cujos limites definem o nível da casa e o nível do terreno. Na figura 4.4, ao centro,
estão desenhadas em vermelho todas as linhas de piso desta residência. Basta usar
o comando Line, unindo as extremidades de cada vão.
Agora podemos desenhar as portas e janelas, ou inserir blocos. Para fins didáti-
cos, adotaremos para a representação das portas de abrir a inserção de blocos. Já a
porta de correr da sala e as janelas serão desenhadas manualmente. Para isso, tenha
salvo em seu computador modelos de blocos de esquadrias. No capítulo 3, foi
apresentado os procedimentos para inserção de blocos. Retome-os caso necessário.
E lembre-se de que para inserção dos blocos, o Osnap precisa estar ligado para que
você os posicione precisamente sobre os vértices dos vãos previamente definidos.
As janelas podem ser desenhadas a partir dos comandos Line, Offset e Rectangle.
Atente-se para a necessidade de utilizar a linha tracejada na representação da janela
do banheiro, pois o peitoril da mesma está acima da linha de corte da planta.

Porta = 80 cm
Porta = 80 cm

Porta = 50 cm

Porta = 80 cm

Figura 4.4  –  Procedimentos para a inserção de esquadrias na residência de estudo. Fonte:


autor.

O desenho está quase pronto! Faça a linha de projeção do telhado, cujo bei-
ral tem 60 cm de largura, utilizando-se de linha tracejada. Ainda falta inserir os
blocos de peças sanitárias, os textos indicativos dos ambientes, as legendas das
esquadrias, os símbolos de níveis e as cotas Lineares. Caso queira, preencha a al-
venaria com algum tipo de hachura condizente ao material. A planta deverá estar
semelhante àquela apresentada na figura 4.5.

capítulo 4 • 103
Aproveitando-se da mesma planta, copie-a e faça um retângulo sobre as linhas
de projeção do beiral. Depois apague as linhas e os textos para podermos fazer a
planta de cobertura. Veja como é simples: basta “limpar” a planta original e inserir
as informações sobre o sentido do caimento do telhado, uma hachura representa-
tiva da telha utilizada e o texto que informa a inclinação da mesma. Para passar-
mos para a próxima etapa, demarque as linhas de corte, atentando-se à especifici-
dade do traço em atendimento às normas da ABNT (MONTENEGRO, 1997).
B

805

-10

60
15
P4 J1

COZINHA
00
QUARTO 01
A = 6,46 M2 05
235

J3 PD = 3,05 M
A = 8,57 M2
BANCADA H = 90 CM
PD = 3 M

TELHA DE FIBROCIMENTO

CALHA
P2
15

PAREDE DE ALVENARIA

1 = 10%
H = 100 CM
J2
120

00
A BANHEIRO A
P3 250
820

ALTURA DA PLATIBANDA = 90 CM
15

P2
SALA
J1
05
PERIMETRO DA EDIFICAÇÃO

A = 10,73 M2
QUARTO 02
PD = 3 M
PROJEÇÂO DA COBERTURA

05
285

A = 10,40 M2
PD = 3 M
P1

00
J1
15

-10
60

60 15 275 15 365 15 60 15 775 15

PLANTA BAIXA PLANTA DA COBERTURA


B

Esc 1:50
Esc 1:50

Figura 4.5  –  Finalização da planta da residência de estudo e de sua cobertura. Fonte: autor.

Cortes longitudinais e transversais

Para iniciarmos os cortes da edificação, precisaremos mais uma vez copiar a


planta, com a demarcação da linha de corte. Verifique se a seta indicativa da dire-
ção do corte está voltada para cima. Se não estiver, rotacione a planta para que a
planta seja posicionada conforme a figura 4.6. Acione o comando Trim, selecione
a linha de corte e pressione Enter. Remova todas as linhas “abaixo” da linha de
corte, como mostrado a seguir. Permanecerão na planta, apenas os elementos que
o corte irá enxergar, como se o observador estivesse posicionado sobre ela, olhando
na mesma direção que as setas do corte. Tudo que está “para trás” não será visto e,

capítulo 4 • 104
logo, não será representado. Apague os demais elementos que sobrarem no dese-
nho, após o uso do comando Trim.
Desenhe o perfil da edificação, com os respectivos níveis, usando o comando
Line. Comece então a puxar as linhas da alvenaria. Lembre-se de que você só re-
presentará a espessura das paredes que estão sendo cortadas. Aquelas cujas quinas
estão sendo apenas vistas, deverão ser representadas apenas com a linha de sua
extremidade, como é o caso da parede do ""Quarto 01"". Depois, use o comando
Offset para definir o pé-direito. Na planta, temos a informação de que o pé-direito
da sala é equivalente a 3 m. Logicamente que considerando os desníveis dos am-
bientes molhados, a altura destes será maior. Sobre a linha de 3 m, dê um novo
Offset com a espessura da laje, de 10 cm.
Após definida a alvenaria e as lajes, puxe as linhas das esquadrias em corte (ja-
nela do banheiro e da sala) e em vista (porta da cozinha). Marque as alturas usando
Offset. Para as portas utilize altura de 2,10 m. Para a janela da sala, adote altura de
1,20 m e peitoril de 0,90 m. A janela do banheiro tem 60 cm de altura e sua linha
superior está alinhada aos demais vãos.

Figura 4.6  –  Processo de desenho do corte AA da residência de estudo. Fonte: autor.

Uma vez demarcados os vãos, use o Trim para aparar as linhas da alvenaria
que receberão portas e janelas. Depois desenhe as folhas das mesmas e sentido de
abertura daquelas que estão em vista, como a porta do ""Quarto 01"". Insira um
tipo de hachura para as paredes e outro tipo para destacar as lajes de concreto. Faça
o desenho do telhado e da platibanda, com 90 cm de altura e finalize o desenho
inserindo cotas, textos e níveis.

capítulo 4 • 105
B
805

-10

60
15
P4 J1

COZINHA
00
QUARTO 01
A = 6,46 M2 05

235
J3 PD = 3,05 M
A = 8,57 M2
BANCADA H = 90 CM
PD = 3 M

P2

15
PAREDE DE ALVENARIA
H = 100 CM
J2

120
00
A BANHEIRO A

80
10

90

305
300

210

155
05
SALA BANHEIRO
00

Figura 4.7  –  Finalização do corte AA da residência de estudo e de sua cobertura. Fonte: autor.

Elevações

O procedimento para desenho das elevações (também chamadas de vistas ou


fachadas) é exatamente o mesmo utilizado para os cortes, no entanto, em vez de
desenhar o edifício a partir de suas linhas de corte, você irá desenhar cada uma das
suas vistas externas que, no caso de nossa residência de estudo, são quatro. Imagine
que há uma linha de corte passando rente a cada uma das fachadas (CHING,
2001). Para representá-las, basta fazer uma cópia da planta e ir girando-a para que
você sempre tenha sobre o seu desenho a face em desenvolvimento, como mostra
a figura 4.8. Procure deixar todos os desenhos alinhados, de modo que você possa
puxar as alturas do primeiro, para que todos tenham dimensões idênticas.

Figura 4.8  –  Processo de desenho das elevações da residência de estudo. Fonte: autor.

capítulo 4 • 106
Situação e implantação

Vamos retomar o raciocínio apresentado no capítulo 3, a partir do qual enxerga-


mos uma dada edificação como se estivéssemos dando um zoom sobre ela. Na planta
baixa, você conheceu os aspectos construtivos referentes ao interior da edificação e
do lote que devem ser representados. É de igual importância que sejam apresentadas
as informações acerca da relação entre a edificação e o lote, que configura a chamada
implantação. Essa planta é o primeiro desenho do projeto arquitetônico ao qual a
equipe de obras recorre, ao iniciar os trabalhos. Ela serve para que o perímetro da
edificação seja demarcado sobre o terreno, respeitando-se os recuos mínimos obri-
gatórios e a orientação solar. Esses recuos mínimos são definidos pelas diretrizes
municipais em função do Plano Diretor ou em função de regras de condomínio.
Para produzir essa planta, você pode simplesmente se apropriar da planta bai-
xa, para demarcar o seu contorno e os limites do lote, que podem ser fechados por
muros, cercas vivas, ou serem abertos, dependendo da situação urbanística.
Copie e cole em outro espaço da tela a planta baixa, demarque, com o co-
mando PolyLine (se o formato for irregular) ou Rectangle (se um retângulo), o pe-
rímetro da casa. Essa demarcação está em vermelho no primeiro esquema gráfico
da ilustração a seguir. Depois, Todas as informações de textos, cotas, símbolos e
elementos construtivos podem ser apagadas. Mantenha apenas os limites do terre-
no, com os respectivos muros e o contorno da edificação. Indique a localização da
calçada e da rua, e insira um bloco indicativo da orientação solar. Cote o desenho
“amarrando” a casa ao lote, ou seja, indicando as medidas de afastamentos laterais
e frontais, bem como as do comprimento e da largura da casa.
1105
640

N.M.
1600
700
260

210 685 210


CALÇADA
LEITO CARROÇÁVEL

Figura 4.9  –  Procedimentos para desenhar a implantação da edificação, bem como a inser-
ção das mínimas informações necessárias. Fonte: autor.

capítulo 4 • 107
Para fazer a planta de situação, providencie o mapa dwg da região em que o pro-
jeto será desenvolvido, pois, agora, necessitaremos representar pelo menos os quar-
teirões ou quadras em volta do lote em questão, como mostram os exemplos adiante.
N
N
RUA 24
RUA 52
4 5 6 7 8 9
15

RUA
51
RUA

RUA 14
19 49
48
2 ÁREA VERDE 50

1 14 13 12 11 10

RUA
RUA 23

Figura 4.10  –  Exemplos de plantas de situação, contendo o desenho de toda a quadra em


que está inserido o lote, bem como a indicação das ruas adjacentes e a orientação solar.
Fonte: autor.

ESTUDO DE CASO
A partir das plantas a seguir, desenhe o corte AA e a elevação frontal, por onde se dá
o acesso da seguinte edificação. A altura do pé-direito está informada nos ambientes, bem
como as dimensões das esquadrias estão anotadas no esquema: largura x altura/peitoril.

capítulo 4 • 108
A seguir, apresentam-se os respectivos cortes e as elevações da planta da edifica-
ção apresentada.

capítulo 4 • 109
8,85

4,45

0,60
0,45
0,00

ELEVAÇÃO 01
ESCALA 1:75

ATIVIDADES
01. (Prova Analista Judiciário – Arquitetura – TJ-RO – Cespe – 2012) .

A A’ A A’
Planta Baixa Cobertura

Assinale a opção correspondente à visada dos planos de corte na planta baixa e cober-
tura, representados nas figuras apresentadas.
a) d)

b) e)

c)

capítulo 4 • 110
02. (Prova Técnico de Laboratório – Edificações – IFB – Funiversa – 2012) A NBR 6492
– representação de projetos de arquitetura fixa as condições exigíveis para a representação
gráfica de projetos de arquitetura, visando à sua boa compreensão.
Essa norma define os desenhos empregados na representação dos projetos de edifica-
ções: planta de situação, planta de localização, plantas baixas, cortes, fachadas e detalhes,
entre outros necessários para a mais completa representação da edificação.

A NBR 6492 prevê hachuras específicas para informar graficamente a respeito dos ma-
teriais de que os elementos representados são constituídos, como exemplificado na figura. A
figura é característica do elemento
a) madeira em vista.
b) mármore em vista.
c) argamassa.
d) concreto em corte.
e) granito em vista.

03. (Prova Técnico de Projetos, Construção e Montagem Júnior – Edificações – Petrobras


– Cesgranrio – 2014). Desconsiderando a representação do telhado, qual dos croquis cor-
responde ao corte indicado na planta baixa?

1
h = 1,30

capítulo 4 • 111
a) d)

b) e)

c)

04. (Analista em Trânsito – Área Arquiteto – Detran/RO – Idecan – 2014) Observe a planta
baixa de um projeto arquitetônico de uma edificação e, a seguir, os cinco cortes, demarca-
dos pelas linhas AA, BB, CC, DD e EE, na referida planta. Para efeito da elaboração desta
questão, a nomenclatura identificatória de cada corte foi suprimida e substituída por um nú-
mero de 1 a 5. Identifique cada corte, conforme sua localização na planta, relacionando sua
nomenclatura identificatória à numeração utilizada nesta questão. (Observação: os desenhos
encontram-se fora de escala.)

Planta Baixa
8.50 m
A B C

3.25 m 1.40 m 3.25 m

Banho
2.40 m

Dormir Dormir
3.55 m

3.55 m

7.50 m

E E
D D
3.50 m

Estar Cozinha
3.50 m

4.80 m 3.25 m

A B C

capítulo 4 • 112
Assinale a alternativa que apresenta corretamente a nomenclatura identificatória de
cada corte, conforme sua demarcação na planta, a numeração atribuída a cada um dos mes-
mos nesta questão.

a) Corte1: CC; Corte 2: DD; Corte 3: AA; Corte 4: BB; e, Corte 5: EE.
b) Corte 1: AA; Corte 2: CC; Corte 3: DD; Corte 4: EE; e, Corte 5: BB
c) Corte 1: AA; Corte 2: EE; Corte 3: BB; Corte 4: CC; e, Corte 5: DD.
d) Corte 1: EE; Corte 2: DD; Corte 3: CC; Corte 4: BB; e, Corte 5: AA.
e) Corte 1: CC; Corte 2: EE; Corte 3: AA; Corte 4: BB; e, Corte 5: DD.

05. (Técnico em Edificações – Inmetro – Cespe – 2010) Tendo em vista as normas técnicas
para desenho de planta de situação, planta baixa, cortes, fachadas e planta de cobertura,
assinale a opção correta.
a) Os desenhos de cortes devem apresentar a altura e largura das janelas, bem como a
altura de seu respectivo peitoril.
b) As cotas de nível são apresentadas tanto nos cortes, quanto na planta baixa de
uma edificação.

capítulo 4 • 113
c) A indicativa do norte nos cortes e elevações serve para auxiliar os estudos de implanta-
ção e localização.
d) Os cortes que passam por áreas molhadas devem conter o esquema hidráulico pertinente.
e) No anteprojeto de uma edificação, a planta de cobertura deve conter os eixos do projeto
e a distribuição e denominação dos compartimentos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHING, F. Técnicas de construção ilustradas. 2 ed. São Paulo: Bookman, 2001.
MONTENEGRO, G. Desenho arquitetônico. 3 ed. São Paulo: Editora Blücher, 1997.
XAVIER, S. Apostila de Desenho Arquitetônico. Universidade Federal do Rio Grande – Furg –
Escola De Engenharia –Núcleo de Expressão Gráfica, 2011. Disponível em: <http://www.pelotas.com.
br/sinval/Apostila_DA_V2-2012.pdf>. Acesso em: fev. 2017.

capítulo 4 • 114
5
Processos de
Impressão
Processos de Impressão
Mesmo com a crescente evolução do AutoCAD com melhorias e alterações na
interface, algumas das ferramentas e dificuldades dos usuários permanecem. Fora as
dificuldades naturais relacionadas com o desenho técnico, o assunto que mais gera
dúvida é a impressão e Plotagem de desenhos, desde a escala, até a configuração das
penas, que deve corresponder a uma espessura própria no desenho técnico, até mes-
mo a seleção da área que deve ser impressa, dentro dos Layouts de impressão.
A dificuldade nos processos de impressão é normal. No entanto, para estu-
dantes ou profissionais de engenharia, arquitetura e outras áreas que precisam do
desenho técnico, esse conhecimento é fundamental e obrigatório, já que muitas
vezes o produto final a ser entregue ao cliente será um projeto impresso e assinado.
Como já foi dito, muito profissionais não sabem imprimir um arquivo no
AutoCAD. Entretanto, a impressão é um processo simples. E, para isso, vamos
entender alguns conceitos antes da impressão:
Na aba Model há um ambiente
destinado à elaboração do seu projeto.
Como o próprio nome sugere, neste es-
paço “Modelamos” nossas ideias repre-
sentando-as graficamente. É onde nor-
malmente faremos nosso projeto. Figura 5.1  –  Aba Model. AutoCAD 2016.

Além da Modelagem, que se dá apenas no ambiente virtual do AutoCAD,


também precisamos Plotar nossos projetos a fim levá-los para obra. Não é reco-
mendável que sejam feitas as operações de Modelagem e impressão na mesma aba
do software. Para isso, temos uma aba
chamada Layout, que é um ambiente
específico para a configuração da apre-
sentação e impressão dos desenhos pro-
duzidos no Model. Serão definidos aqui a
escala do desenho, o formato do papel, as
áreas do desenho a serem impressas etc. Figura 5.2  –  Aba Layout. AutoCAD 2016.

Os formatos de folha disponíveis no Layout são os padrões utilizados mun-


dialmente, A0, A1, A2, A3 e A4. É possível criar novos formatos. No entanto,
tome cuidado para não criar formatos que sejam de difícil manipulação em obra,

capítulo 5 • 116
ou seja, folhas muito grandes, ou que extrapolem as dimensões permitidas pela
impressora que você irá utilizar.
841 mm
52 mm105 mm 210 mm
420 mm

A8
A6
74 mm
A7
A4
A5
148 mm

A2
A3
297 mm
1189 mm

A1
594 mm

Figura 5.3  –  Formatos de folhas ABNT. Disponível em: <http://blog.selens.com.br/blog/


index.php/2013/08/21/saiba-mais-sobre-os-formatos-de-papel-abnt-a4-a3-a2-a1-a0/>.

De acordo com o tamanho da impressora Plotter, podem ser impressas folhas


até do tamanho de uma A0 (1189 x 841 mm) e o mais impressionante, a qualida-
de e precisão são superiores as impressoras “domésticas”.

ATENÇÃO
É comum utilizarmos o termo “Plotagem”, em vez de impressão, pois, em
geral, projetos técnicos são apresentados em grandes formatos de folha, que não
são comportados pelas impressoras de uso doméstico, mas sim por Plotters de uso
profissional.

capítulo 5 • 117
OBJETIVOS
O objetivo deste capítulo é fazer o aluno compreender como o processo de impressão
funciona. O aluno deverá, ao término do capítulo, ser capaz de configurar o desenho para
impressão no AutoCAD, bem como salvar o arquivo em PDF.

Layout de impressão: pranchas padrão

Quando criamos um arquivo novo no AutoCAD, o mesmo já vem com duas


abas ao lado da aba Model, que são o Layout1 e o Layout2.

Figura 5.4  –  Seleção de template. AutoCAD 2016.

Ao clicar na aba Layout1, você visualizará a tela reproduzida na figura 5.5. Note
que temos um retângulo contornando o desenho, que é chamado de Viewport.
Neste primeiro momento, para aprender o conceito, delete a Viewport.

capítulo 5 • 118
Figura 5.5  –  Planta residencial a ser impressa na aba Layout. Disponível em: <http://qualifi-
cad.com.br/configurar-escala-de-impressao-Layout-e-Viewport/>. Adaptado pelos autores.

Área de Plotagem e área de impressão

O retângulo branco da imagem anterior é a área de Plotagem do Layout1. No


entanto, lembre-se de que muitas das Plotters e impressoras não conseguem impri-
mir até as bordas da folha. Além disso, a ABNT padroniza as margens que devem
ser utilizadas nas pranchas de desenho técnico. Em todos os formatos, mantém-se
25 mm para a margem esquerda. As margens superior, inferior e direita, para os
formatos A4, A3 e A2 são de 7 mm, enquanto para os formatos A1 e A0 são de 10
mm. Dessa forma, a sua área de impressão deve estar inserida nesta área limitada
pelas margens. Tudo aquilo que estiver fora da área de impressão, ou seja, da linha
tracejada, não será impresso.

Figura 5.6  –  Área de impressão e área de Plotagem. Desenho dos autores.

capítulo 5 • 119
Escala de impressão

Para quem trabalha em metros ou centímetros, aqui temos o primeiro proble-


ma. Se medirmos a área de Plotagem, perceberemos que ela tem 210 x 297 mm.
Mas o desenho está em metros (ou centímetros), como resolvemos isso?

Figura 5.7  –  Configuração da escala de impressão na aba Layout. AutoCAD 2016 e dese-
nho dos autores.

É necessário respeitar essa correção ao inserir uma folha no Layout, ou seja, ela
terá que ser inserida em milímetros.

Colocando a folha no Layout

As folhas são inseridas no Layout da mesma forma que no Model. Se houver


um bloco pronto, ótimo! Basta ir ao menu Insert e inserir o seu bloco de folha,
que deve estar configurado em milímetros. Caso não esteja, ajuste-o utilizando o
comando Scale. Por exemplo, se você inseriu uma folha que está em centímetros,
para transformá-la em milímetros, você precisará ampliar em 10 vezes o bloco.
Mas e se não houver um bloco? Podemos desenhar um retângulo com as di-
mensões do papel que você irá imprimir seu projeto, ou seja, A0, A1, A2, A3 ou
A4. Além das dimensões, você pode criar blocos com as informações básicas que
devem aparecer em todas as pranchas, dentre as quais, obrigatoriamente, estarão
as margens e o carimbo.

capítulo 5 • 120
Figura 5.8 – Inserção da folha no Layout. AutoCAD 2016 adaptado pelos autores.

Plot

Para imprimir este Layout1, temos várias formas de acessar a janela de Plotagem:
• Menu iniciar > Plot.
• Menu de acesso rápido, ícone da impressora.
• Digitar na linha de comando Plot e pressionar Enter ou manter pressio-
nado Ctrl e clicar na letra P.

Figura 5.9 – Configurações de impressão. AutoCAD 2016.

capítulo 5 • 121
A figura 5.9 apresenta a janela de impressão do AutoCAD 2016. Nela, você
pode configurar tudo aquilo que for necessário para a melhor apresentação do seu
projeto. Observe que os campos já estão todos preenchidos com valores pré-con-
figurados para o arquivo. É possível reconfigurar todos os campos a cada impres-
são. No entanto, para facilitar o seu trabalho, sugerimos que você crie e salve sua
própria configuração de Layout, para ser utilizada sempre que haja impressões de
caráter semelhante.

Configurar o Layout para impressão

Para que você possa configurar seu próprio Layout de impressão e salvá-lo para
uso posterior, você deve acessar o menu Page Setup. O local de acesso a esse menu
depende da versão do AutoCAD. Caso não o encontre, vá até a aba Layout1e
clique com o botão direito. Aparecerão várias opções, dentre as quais você selecio-
nará a opção Page Setup Manager.

Figura 5.10  –  Page Setup Manager. AutoCAD 2016.

Uma vez aberta a janela Page Setup Manager, escolha a opção Modify. A prin-
cípio, você pode achar que voltou para a janela de Plotagem. Mas na verdade, não.
Vamos entender melhor.

capítulo 5 • 122
Page Setup

A Page Setup do Layout é igual à janela Plot. No entanto, aqui, iremos apenas
configurar como ele deverá ser impresso.

Figura 5.11  –  Page Setup do Layout1. AutoCAD 2016.

As configurações realizadas aqui ficarão gravadas para o Layout1, ou seja, não


será necessário inseri-las a cada vez que você for imprimir um desenho.

Configurações

O AutoCAD oferece impressões diretamente para Plotters e impressoras e


também para outras extensões de arquivo, como o PDF. O tipo de impressão, por-
tanto, deverá ser informado no campo Printer/Plotter/Name. Veja na figura 5.12
que foi selecionada a opção DWG to PDF.pc3, assim criaremos um arquivo em
PDF. O interessante de salvar em PDF é que todas as configurações que você fez,
tais como espessuras de linhas, fontes dos textos e outros elementos gráficos que
poderiam ser alterados ao se abrir o arquivo em outro computador, não podem
mais ser editados, pois o PDF é uma extensão de arquivo fechada.

capítulo 5 • 123
Figura 5.12  –  Seleção da impressora. AutoCAD 2016.

Uma vez definida a Plotter/impressora, precisamos dizer qual formato de folha


mais adequado ao nosso desenho. Tal opção será feita no campo Paper Size, que
apresenta todos os formatos pré-configurados pelo AutoCAD, que são aqueles
mais utilizados. É possível personalizar esses formatos, mas dependendo da desti-
nação do desenho, isso não é recomendável. Veja na figura 5.13 que os formatos
são apresentados por sua nomenclatura seguidos de suas dimensões entre parênte-
ses. Dê preferência àqueles do tipo ISSO full bleed.

Figura 5.13  –  Seleção do tipo/tamanho do papel. AutoCAD 2016.

Agora precisamos informar ao AutoCAD onde está a folha no Layout. Para


isso, vamos ao campo Plot Area e escolheremos a opção Window. Assim que você
selecionar essa opção, a janela Page Setup será automaticamente fechada, para que
você indique qual “janela” (window) é a sua área da folha. Para fazer a seleção,
garanta que toda a área da folha foi selecionada, clicando em uma extremidade e
depois na extremidade oposta.

Figura 5.14  –  Seleção do tipo de captura da área de Plotagem. AutoCAD 2016.

capítulo 5 • 124
Para melhor apresentar o seu desenho, centralize sua folha na área de Plotagem,
clicando na caixa Center the Plot.

Figura 5.15  –  Centralização da impressão na folha. AutoCAD 2016.

Existe ainda outro campo no Page


Setup, que é o Plot Scale. No entanto,
não é necessário alterar as informações
existentes nele, neste exemplo. Fizemos
isso quando criamos a Viewport.

Figura 5.16  –  Configuração de escala. Ao Plotar pela aba Layout, não é necessário alterar
esse campo. AutoCAD 2016.

A Viewport foi configurada na escala de 1:50. Sempre que falamos em escala,


devemos nos lembrar que se trata do objeto real (1) em relação à sua representa-
ção gráfica (50). Ou seja, uma escala 1:50 significa que o objeto real precisou ser
reduzido 50 vezes para caber na folha de papel. Quanto maior esse número, maior
a redução. Assim, a escala 1:100 reduz em 100 vezes o objeto real; 1:200 em 200
vezes e assim por diante. A medida do objeto real não muda. Apenas a medida
de sua impressão, ou seja, sua escala. No
exemplo dado, caso alteremos o campo
Plot Scale, o AutoCAD vai reduzir mais
cinquenta vezes o desenho que já havia
sido configurado (na Viewport) para a
escala 1:50. Dessa forma, o valor do Plot
Scale deve ser mantido em 1:1 sempre
que alterar o valor da Viewport criada.
Caso deixe a Viewport no seu padrão Figura 5.17  –  Configuração da es-
1:1, aí sim, altere a Viewport para 1 uni- cala de impressão. AutoCAD 2016.
dade desenhada = 1.000 mm.
Este método apresentado é apenas um dentre outros possíveis para a impressão.

capítulo 5 • 125
Ajuste da escala do desenho no Layout

Vamos agora falar de unidade de medida, mas tome cuidado! Não estamos nos
referindo ao Drawing Units do AutoCAD, mas sim à unidade utilizada por você.
Isso é simples de descobrir, vamos aos exemplos:
Crie uma linha com o valor 1 de comprimento. No seu projeto esta linha tem:
•  1 m (metro)? •  1 cm (centímetro)? •  1 mm (milímetro)?

Assim, se a medida real de uma linha deve ser 1 m e no seu desenho a medida
também é 1, então você está diante de um desenho feito em metros. Agora, se
para a mesma linha, o valor medido é 100, então você tem um desenho feito em
centímetros. Então para que serve o Drawing Units do AutoCAD?

Figura 5.18  –  Drawing Units. Disponível em: <http://qualificad.com.br/configurar-escala-


de-impressao-Layout-e-Viewport/>.

A função Drawing Units (botão Iniciar > Drawing Utilities > Drawing Units ou
digite na linha de comando UN) controla a precisão e o formato das coordenadas

capítulo 5 • 126
e ângulos do desenho. A unidade em si somos nós mesmos que definimos ao ela-
borar o desenho. Por exemplo, usualmente trabalha-se em metros, então:
•  Para o valor de cinco metros digitamos 5:5 e pressionamos enter.
•  Para o valor um metro e meio digitamos: 1.5 e pressionamos enter.
•  Para o valor de meio metro digitamos: 0.5 ou 5 e pressionamos enter.

De acordo com a unidade, teremos que configurar uma escala adequada, dessa
forma o desenho será impresso corretamente na Viewport.

Versões do AutoCAD

Antes de mais nada, vamos às versões do AutoCAD. De acordo com a versão,


o menu para Viewport pode estar em abas diferentes.

Figura 5.19  –  Apresentação das Viewports do AutoCAD 2009 até o 2012: o Menu Vie-
wports está dentro da aba VIEW. AutoCAD 2016.

Figura 5.20  –  Apresentação das Viewports do AutoCAD 2012 ao 2014: Menu Viewports
está dentro da aba Layout. AutoCAD 2016.

Figura 5.21  –  Apresentação das Viewports no AutoCAD 2015 e 2016: a aba Layout só
aparece se estivermos dentro de um Layout. AutoCAD 2016.

capítulo 5 • 127
Viewports

A Viewport é a “janela de visualização” da sua folha. Nessa folha, você pode


inserir todas as peças gráficas que irão compor cada uma das suas pranchas. É
muito comum que em projetos de engenharia e de arquitetura tenhamos mais de
um desenho em uma mesma folha, da mesma forma que cada um deles pode estar
uma escala diferente, de acordo com o tipo de informação por ele apresentado.
Por exemplo, na escala 1:50 podemos ter a planta de uma edificação e, ao lado, a
implantação na escala 1:100 e a situação na escala 1:500. O desenho original, com
as respectivas medidas, feito no Model, não muda.

Figura 5.22  –  Inserção do mesmo desenho na mesma folha, em escalas diferentes. Dispo-
nível em: <http://qualificad.com.br/configurar-escala-de-impressao-Layout-e-Viewport/>.

Iremos criar nossa própria Viewport, portanto, iremos deletar todos os ele-
mentos que vem automaticamente na Viewport do AutoCAD.
No menu Viewports, na aba superior, clique na opção Retangular. Iremos de-
senhar um retângulo de qualquer tamanho, que, ao ser finalizado, mostrará aquilo
que está desenhado na aba Model. No entanto, aqui, você apenas poderá visuali-
zá-lo. Para modificar tal conteúdo, você precisa retornar ao Model ou clicar duas
vezes dentro da área da Viewport.

capítulo 5 • 128
Figura 5.23 – Seleção da opção Retangular no menu Viewports. Disponível em: <http://
qualificad.com.br/configurar-escala-de-impressao-Layout-e-Viewport/>. Adaptado pe-
los autores.

Ao selecionar uma Viewport, serão exibidos os grips de manipulação (malha


azul), por meio dos quais são ajustadas a largura e a altura da Viewport. Observe
que o botão Paper mudará o texto para Model, acrescentando-se algumas ferra-
mentas, como mostra a figura 5.24. A borda da Viewport também ficará destacada.
Para sair da edição dentro da Viewport, clique duas vezes fora ou no ícone Paper.

Figura 5.24 – Alternância entre Model e Paper. AutoCAD 2016.

O que é exibido na Viewport pode ser reposicionado ou ampliado de acordo


com a necessidade do projeto. A definição da escala em que os desenhos serão
impressos estará indicada num campo numérico, localizado no canto inferior di-
reito do AutoCAD. Ao clicar sobre ele, uma série de escalas aparecerá, sendo que
a primeira delas Scale to fit é utilizada apenas para desenhos sem escala, o que é
bem difícil de acontecer dada a necessária precisão dimensional do desenho téc-
nico. Incialmente, o valor que aparece nesse campo é aleatório, pois a Viewport é
criada sem escala. Agora sim, quando ela já foi criada, é que iremos definir a escala
do desenho.

capítulo 5 • 129
Figura 5.25  –  Configuração de escalas de impressão. Disponível em: <http://qualificad.
com.br/configurar-escala-de-impressao-Layout-e-Viewport/>.

Todas estas escalas estão configuradas para desenhos produzidos em milíme-


tros. No entanto, elas não servirão para desenhos feitos em metros ou centímetros.
Se você optar por desenhar em metros, que é o mais comum, ou em centímetros,
portanto, será necessário criar sua própria escala. Para isso, utilizaremos o coman-
do Custom, localizado na parte inferior da tela do AutoCAD. Ao clicar sobre este
ícone, será aberto o menu Edit Drawing Scales.

Figura 5.26  –  Configuração de escalas de impressão. Disponível em: <http://qualificad.


com.br/configurar-escala-de-impressao-Layout-e-Viewport/>.

capítulo 5 • 130
No menu Edit Drawing Scales são exibidas todas as escalas previamente dis-
poníveis no software e aquelas criadas, eventualmente, por você. Para adicionar
uma nova escala, clique no botão Add. Na janela Add Scale, precisamos definir
três informações importantes: nome da escala, a unidade do papel e a unidade do
desenho.
Para inserir o nome da escala, que fica a seu critério, preencha o campo Name
appearing in Scale list. Em geral, adotamos os formatos de anotação mais comuns,
tais como 1:50, 1:100. Mas não se esqueça de que o AutoCAD já tem essas ano-
tações, só que para escalas configuradas em milímetros. Para não se confundir,
acrescente à frente a unidade de medida para a qual está sendo criada esta escala.
Assim, você poderá ter 1:50 metro, ou 1:50 m, no caso de escalas em metros. Ou
então, 1:100 cm, e assim por diante.
Ainda na janela Add Scale, agora precisamos inserir as informações sobre a
unidade do papel no campo Paper Units. Como as unidades que o AutoCAD usa
são, à princípio, milímetros, para inserir o valor delas, precisamos inserir valores
que façam a correspondência entre milímetros e a unidade de sua preferência,
metro ou centímetro. Assim, quem desenha em metros, deve inserir na unidade
do papel, o valor a 1000 (1000 mm = 1 m).
Por fim, temos o campo Drawing Units, no qual iremos inserir o valor de
redução da escala, ou seja, a unidade do desenho. Assim, se quisermos incluir a
escala 1:50 em metros, a janela do Add Scale deverá ser preenchida tal como ilus-
trado na figura 5.27 e ficará da seguinte maneira:

Figura 5.27  –  Adicionando uma nova escala de impressão. Disponível em: <http://qualifi-
cad.com.br/configurar-escala-de-impressao-Layout-e-Viewport/>.

Apesar de você ter criado uma nova escala, a Viewport ainda não está confi-
gurada para ela. Para definir como escala da Viewport aquela que você acabou de

capítulo 5 • 131
criar, selecione novamente a Viewport e clique na lista de escalas, no canto inferior
direito da tela. Na lista de escalas, a sua deve estar lá, basta selecioná-la e a Viewport
será escalonada.
Agora devemos verificar se a Viewport e a escala estão corretas. Pode acontecer
de o desenho ficar menor do que a Viewport, ou o contrário. Para corrigir esse
problema, selecione a Viewport, de modo que os grips sejam ativados, e redimen-
sione-a até ela ficar do tamanho em que caiba o seu desenho. Também é possível
alterar o zoom do desenho, mas nesse caso a escala estaria sendo desconfigurada.
Para corrigir, basta selecionar a Viewport novamente e escolher a escala correta.

Figura 5.28  –  Travamento de Viewport. AutoCAD 2016.

Se você finalizou a configuração de uma Viewport, selecione o comando


LOCK dentro do painel Viewport para que você trave-a, evitando modificações
indesejáveis. Logicamente que quando você precisar fazer qualquer alteração, você
poderá fazê-la, indo no mesmo comando e selecionando UNLOCK.

Salvamento de arquivos PDF

Um recurso que certamente pode facilitar muito a vida de usuários do


AutoCAD é a ferramenta que permite salvar seus desenhos no formato PDF. O
formato PDF pode ser visualizado por qualquer pessoa que não tenha AutoCAD,
ou outro leitor do formato dwg, mas que disponha de algum software de visua-
lização gratuito disponível para download.O PDF é uma espécie de foto do seu
trabalho, que não corre risco de ser desconfigurado ou alterado. Dependendo da
destinação do seu trabalho, a apresentação do mesmo restrita ao documento PDF
pode evitar que alguém de má-fé copie o seu projeto ou se aproprie de padrões

capítulo 5 • 132
que representam a identidade gráfica do escritório. Lembre-se de que projetos são
documentos e estes, quando finalizados, não devem ser editados por pessoas não
autorizadas.
As opções de salvamento de arquivos em PDF são encontradas junto às opções
de Plotter.
Para configurar o salvamento em PDF, defina o tamanho correto da folha
para que não fique sobrando ou faltando espaço. Caso você não use nenhum
dos formatos padrão, você pode criar um novo tamanho de folha, ou alterar as
configurações de alguma predefinida pelo programa. No campo Printer/Plotter
selecione a opção DWG to PDF, e depois clique em Properties. Será aberta a janela
Plotter Configuration Editor – DWG to PDF. Selecione a opção Custom Paper Size,
e clique em Add, como ilustrado na figura 5.29.

Figura 5.29 – Customizando formatos de folha. AutoCAD 2016.

capítulo 5 • 133
Selecione a opção Start from scratch (começar a partir de um esboço) e clique
em "avançar". A janela de configuração do tamanho da prancha, reproduzida na
figura 5.30, solicita a inserção da largura e da altura da folha, cujos valores deste
exemplo equivalem a 845 e 595 (unidade apresentada em milímetros). Digitados
tais valores, clique em Avançar.

Figura 5.30 – Definição das dimensões de largura e altura da folha. AutoCAD 2016.

Uma vez definidas as medidas da folha, você precisar definir a área imprimível.
Caso você queira que toda a área da folha seja imprimível, então digite o valor 0
para todas as margens Top, Bottom, Left e Right. Clique em Avançar.

Figura 5.31 – Definição da área imprimível da folha. AutoCAD 2016.

capítulo 5 • 134
Ao fazer as configurações anteriores, dê um nome à folha que você criou no
campo Paper Size Name. Esse formato estará sempre disponível para este e outros
arquivos sobre os quais você venha a trabalhar.

Figura 5.32  –  Definição do nome da folha. AutoCAD 2016.

Clique em "concluir" e depois em "ok" para fechar todas as janelas de confi-


guração de folha.

ATIVIDADES
01. (FCC / TRT – 11a Região (AM e RR) / Analista Judiciário – Arquitetura – 2012) Finali-
zado o desenho em AutoCAD, para exportar o projeto em PDF, deve-se clicar em
a) impressão > Plotar > impressora / Plotadora > PDF > tamanho do papel > o que Plotar
> janela > seleciona desenho > visualizar > ok > salvar em > nomear > salvar.
b) impressão > Plotar > impressora / Plotadora / publish to web PDF > tamanho do papel
> o que Plotar > janela > seleciona desenho > visualizar > ok > imprimir > ok.
c) menu > enviar > transmissão eletrônica > criar transmissão > selecionar arquivo > ok
> salvar em > nomear > salvar.
d) impressão > Plotar > impressora / Plotadora > PDF > tamanho do papel > o que Plotar
> janela > seleciona desenho > visualizar > ok > imprimir > ok.
e) salvar como > outros formatos > arquivos tipos > nomear > salvar.

capítulo 5 • 135
02. (CespE/ TJ-CE/ Técnico Judiciário – 2014). Caso uma prancha com desenhos técnicos
tenha sido montada em uma Viewport do programa AutoCAD e, após ajustes de escala pelo
Zoom Scale, se deseje configurar essa prancha para impressão, deve-se optar pela utilização,
na caixa de diálogo Plot, a escala de impressão, ou Plot Scale,
a) a opção Fit to paper.
b) configurada na Viewport.
c) 1:1.
d) 1:10.
e) 1:100.

03. (Cespe/ FUB/ Arquiteto – 2009). A compreensão dos conceitos básicos de informática
e da estrutura geral do programa AutoCAD é fundamental para que tais recursos compu-
tacionais possam ser utilizados dentro dos princípios conceituais que envolvem a produção
gráfica de toda documentação dos desenhos de arquitetura. A respeito do AutoCAD, julgue
os itens que se seguem.
O termo Model SPACE refere-se ao ambiente de trabalho destinado a organizar o arquivo
de desenho para impressão final.
( ) Certo ( ) Errado

04. (FCC/ AL-MS/ Engenheiro Civil – 2016). O comando Viewports, em AutoCAD,


a) divide a tela gráfica em várias janelas, e cada janela pode ser dividida em diferentes
partes do desenho.
b) permite agrupar entidades individuais em um bloco na base de dados, sempre que for
necessária a inserção de desenhos repetitivos.
c) copia objetos em linhas ou colunas.
d) fixa o tipo de linha do trabalho.
e) cria textos a partir de um editor.

05. (FCC/ TRF – 3a região/ Analista Judiciário – Arquitetura – 2007). Em relação aos
diversos ambientes para visualização, manipulação, edição ou controle de Plotagem do Au-
tocad, é correto afirmar que
a) Paper Space é o ambiente mais apropriado para se construir ou modificar o Modelo
usando comandos de desenho e edição.
b) Xref é um modo de exibição que permite criar múltiplas vistas de um desenho, muito
parecido com um programa de diagramação de páginas.

capítulo 5 • 136
c) o comando Viewports divide a tela em portas de visualização dispostas lado a lado ou
sobrepostas, podendo ser utilizado no Model ou no Paper Space.
d) Model Space é utilizado para arranjar as vistas do Modelo na tela, em preparação
para Plotagem.
e) o AutoCAD apresenta duas divisórias Layout quando se abre o arquivo, sendo recomen-
dável que não se ultrapasse esse número.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CHING, Francis D. K. Representação gráfica em arquitetura. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
BORGES, Gladys Cabral de Mello. Desenho geométrico e geometria descritiva: problemas e
exercícios. Porto Alegre: Sagra, 1999.
CHING, Francis D. K. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
SILVA, Arlindo et al. Desenho técnico moderno. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
FERREIRA, Patricia. Desenho de arquitetura. 2. ed. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2011.
RUGGIERI, Rene. SOIP – Sistema de Organização de Informações de Projetos. 151p. Disponível
em: <https://www.reneruggeri.com/artigos>. Acesso em: 15 mar. 2017.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MONTENEGRO, Gildo A. Desenho arquitetônico. 4. ed. São Paulo: Blücher, 2005.
OBERG, L. Desenho arquitetônico. 31. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1997.
BALDAM, Roquemar; COSTA, Lourenço. AutoCad 2015. Utilizando totalmente. 1. ed. São Paulo: Érica,
2012.

GABARITO
Capítulo 1

01.
F1 (F12) Dynamic Input: os dados aparecem junto ao cursor e não no command line.
F2 (F1) Help: abre a biblioteca de ajuda do AutoCAD.

capítulo 5 • 137
F3 (F10) Polar: usado para alinhar o objeto com outro objeto existente. Depende do
F11 ativo.
F4 (F3) Osnap: ativa as ferramentas de precisão.
F5 (F8) Ortho: o cursor cria objetos na horizontal, vertical e perpendicular.
F6 (F5) Plano isométrico da vista, muda a inclinação do cursor.
F7 (F6) UCS dinâmico, o UCS pode orientar-se para onde for.
F8 (F9) Object Snap Tracking: usado para alinhar o objeto com outro existente. Não
depende do F10 ativo.
F9 (F4) Snap: Restringe o movimento do cursor move-se na horizontal e verti-
cal apenas.
F10 (F7) Grid: malha de pontos.
F11 (F11) Tablet: usado para digitalização de uma área.
F12 (F2) Text Window: janela de texto que mostra o histórico dos comandos usados e
também os dados de um objeto listado.

02. Alternativa C.
O tamanho do arquivo não é alterado pela organização do desenho em camadas.

03. Alternativa D.
O Paper Space é a representação digital do papel no qual esse desenho será impresso,
por isso é nele que se prepara o projeto para a impressão final, colocando suas legendas,
anotações, tabelas, entre outros.

04. Alternativa C.
Um monitor de baixa resolução não irá melhorar a performance do AutoCAD. O reco-
mendado será usar um computador com os requisitos mínimos citados. Monitores de baixa
resolução só tornarão as imagens e espaços de trabalhos com uma qualidade inferior.

Capítulo 2

01. Resposta pessoal

capítulo 5 • 138
Capítulo 3

01. Alternativa A
A planta de uma edificação é gerada a partir de um corte horizontal de altura entre 1,20
a 1,50 m do piso. A fachada, ou elevação, é uma projeção vertical externa. A planta de situa-
ção representa apenas o lote inserido no quarteirão. Não há representação da edificação. A
locação, ou implantação, representa apenas o perímetro externo da edificação sobre o lote.

02. Alternativa C
Veja que o tipo de linha utilizado em A-A, B-B, C-C, D-D e E-E é do tipo traço-ponto,
indicativa de cortes, seções internas verticais.

03. Alternativa D
O desenho apresenta textos referentes ao nome do ambiente, área quadrada e especifi-
cação de piso. Para as esquadrias, foi utilizada uma legenda de P1 e P3 para portas e J1 para
a janela. As linhas de corte, A-A e C-C, estão representadas corretamente, com linhas do tipo
traço-ponto, enquanto as linhas de cotas são contínuas. Quanto ao uso de linhas tracejadas,
estas podem representar contornos não visíveis por se situarem tanto em níveis inferiores à
linha de corte da planta quanto em níveis superiores. Há um erro na planta, contudo, pois o
símbolo de cota de nível representado é específico para cortes. O correto seria

04. Alternativa E
A linha tracejada é usada para representar contornos e arestas invisíveis por estarem
projetadas acima do plano de corte horizontal da planta, situado entre 1,20 m e 1,50 m.

05. Alternativa C
Para representar paredes cortadas, precisamos usar espessuras de linhas mais grossas.
Os degraus estão em vista, portanto, devem ser mais finos. Ambos se tratam de linhas contí-
nuas, pois são contornos visíveis. Já a cobertura se localiza acima do plano de corte da planta,
ou seja, acima de 1,50 m. Isso implica o uso de linha tracejada, Item H.

Capítulo 4

01. Alternativa E
Para identificar qual dos cortes está de acordo com aquele demarcado em planta, pre-
cisamos observar o sentido para o qual as setas nas extremidades da linha de corte estão
voltadas. Note que elas apontam para a parede que contém apenas uma janela. No entanto,

capítulo 5 • 139
as alternativas A e B têm representadas tal janela na extremidade oposta em relação àquela
da planta. Lembre-se de que para desenhar um corte, precisamos sempre “girar” a planta no
sentido em que o corte está apontado. Por isso, a alternativa correta é a E.

02. Alternativa D
De acordo com a NBR 6492, as hachuras a seguir são utilizadas para os respecti-
vos materiais.

03. Alternativa A
A linha de corte representada na planta passa sobre a parede de alvenaria à esquerda
e sobre a janela da parede direita. Elimina-se assim a alternativa B, que apresenta um corte
passando sobre duas janelas. Em vista, temos uma parede de 1,30 m de altura, que, na
alternativa C e D estão representadas com a mesma altura do pé-direito, sendo também
incorretas. A alternativa E apresenta uma linha a mais sobre a linha de 1,30 m dessa parede,
que deveria ser removida, além de representar a folha da porta ao fundo, o que não acon-

capítulo 5 • 140
tece. Esquadrias sempre são representadas fechadas nos cortes e nas elevações, estando
abertas, ou parcialmente abertas, apenas em planta. Portanto, a única representação correta
é a da alternativa A.

04. Alternativa E.
Para identificar a relação entre as linhas de corte e suas respectivas representações,
atente-se aos elementos que estão sendo cortados (paredes, janelas e portas) e aqueles em
vista (portas ao fundo). O telhado não é um elemento a ser considerado nessa questão, pois
não se tem a planta de cobertura.

05. Alternativa B
Embora as simbologias utilizadas para representação de níveis em planta e em corte
sejam diferentes – formas circular e triangular, respectivamente, em ambas peças gráficas é
obrigatória a presença dessa informação.

Capítulo 5

01. Alternativa correta: A

02. Alternativa correta: C

03. Alternativa correta: errado. O ambiente de trabalho destinado à organização de arquivos


para impressão é o Layout. O Model é usado para Modelação.

04. Alternativa correta: A

05. Alternativa correta: C

capítulo 5 • 141
ANOTAÇÕES

capítulo 5 • 142
ANOTAÇÕES

capítulo 5 • 143
ANOTAÇÕES

capítulo 5 • 144

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