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TÉCNICO II
autores
ANDERSON MANZOLI
ANA TERESA CIRIGLIANO VILLELA
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2017
Conselho editorial roberto paes e gisele lima
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2017.
isbn: 978-85-5548-507-7
Gerenciamento de dados 23
Sistemas de coordenadas 38
As Coordenadas Absolutas 40
As Coordenadas Relativas Cartesianas 41
As Coordenadas Relativas Polares 42
As Coordenadas Cilíndricas e Esféricas 44
Criação de entidades 44
Ferramentas de Seleção 52
Clicando diretamente sobre o objeto 53
Seleção por janelas 53
3. Representação gráfica arquitetônica auxiliada
por meios digitais 59
A linha: tipos, traços, escalas 65
Tipos e traços 66
Elevações 106
Prezados(as) alunos(as),
5
com apenas um clique, pois quem o comanda é você, e as normativas permanecem
as mesmas tanto para o desenho feito manual quanto digitalmente.
Então, vamos começar a desenhar!
Bons estudos!
1
Noções básicas do
Ambiente Digital
Noções básicas do Ambiente Digital
Começar um projeto é como começar a escrever um livro. O fato de sabermos
escrever não nos torna escritores. Também o fato de saber os comandos de um
programa de desenho não nos torna bons projetistas. Então, para um bom dese-
nho técnico, não basta saber utilizar adequadamente as ferramentas de desenho de
um programa, devemos saber sobre o que vamos projetar.
Saber se expressar na forma escrita, falada ou gráfica, como é o caso de um
projeto, é o que torna a comunicação entre o emissor e o receptor um valor eco-
nômico no ambiente da Engenharia. Assim como um relatório mal escrito ou uma
frase mal formulada, um projeto pode da mesma forma ser de difícil entendimen-
to, não importando se a escrita tenha sido feita em um programa de edição de
texto, se a comunicação verbal tenha sido feita com belas palavras ou se o projeto
foi feito em um programa de computador, o bom projeto será aquele que transmi-
te com fidelidade a ideia do emissor. A ferramenta pode ajudar no processo, mas
não mais que isso.
O avanço tecnológico permitiu uma melhora nas ferramentas de projeto, an-
tes feitos à mão com pranchetas, réguas T, esquadros, etc. Isso foi substituído por
monitores, computadores, teclados e mouses cada vez mais exatos, precisos e de
fácil visualização. Porém, todo esse instrumental, que facilita o projetista, não
garante a qualidade do projeto, mas sim otimização do tempo, melhor qualida-
de de imagem, infinidade de repetições e outros facilitadores que tornam hoje a
utilização de computadores para a atividade projetual não mais um luxo, mas um
recurso econômico sem antecedentes.
Quando pensamos em iniciar um projeto utilizando ferramentas computa-
cionais, é preciso lembrar que, ao contrário do desenho técnico feito “à mão”,
utilizar um programa exige outra forma de pensar e fazer o projeto. O computador
permite copiar elementos, criar rotinas, gerar desenhos, cotas, renderizações, criar
modelos 3D, criar filmes e muito mais. Antes, esses recursos não existiam. Diante
dessa nova realidade, temos que utilizar esses facilitadores para ganhar tempo e
qualidade nos projetos.
Este capítulo tem como objetivo apresentar ao aluno a noção básica desse
novo ambiente, dessa nova forma de pensar o projeto, criando facilitadores e roti-
nas para dinamizar o tempo, sem deixar de manter a qualidade desejada.
capítulo 1 •8
Para ilustrar, vamos a um exemplo simples: desenhar um cilindro no AutoCAD.
Antes de apresentar a tela de trabalho, os menus, e seus principais comandos, va-
mos mostrar como o princípio do desenho informatizado deve ser repensado,
quando estamos no ambiente digital. Poderíamos desenhar manualmente com
o mouse o cilindro, como se a tela do AutoCAD fosse uma prancheta, e com al-
gumas construções geométricas depois, teríamos a forma dada. Porém, podemos
começar a pensar direto tal como funciona o desenho informatizado, que tem base
em primitivos básicos. Entender o desenho é importante para visualizar e otimizar
formas de desenhar e projetar mais rapidamente.
Figura 1.1 – Um retângulo revolucionado pelo eixo da sua borda longitudinal pode gerar
um cilindro. Um círculo extrudado pelo seu eixo no sentido do seu plano, também gera um
cilindro, sem a necessidade de muitos traços ou construções geométricas. Fonte: autor.
capítulo 1 •9
Figura 1.2 – Um retângulo revolucionado por diversos eixos, gerando objetos que sem aten-
ção, não seriam entendidos como iniciados por um “retângulo” revolucionado. Fonte: autor.
Antes de mais nada, é necessário saber qual o objetivo do projeto, quem fará
a leitura da planta e com que finalidade será feita essa leitura. Isso muda a forma
de desenhar, detalhar e apresentar o projeto. Por exemplo, se o objetivo é mostrar
ambientes, sem buscar muitas informações e detalhes, em duas dimensões apenas,
basta uma planta, à mão ou no AutoCAD. A diferença não será muito grande,
apenas a velocidade do desenho e a praticidade da sua continuidade.
Figura 1.3 – Uma planta feita à mão e uma planta feita em AutoCAD. Disponível em:
<http://montesuacasa.com.br/tolleman/images/projetos/56fe072376c28464b5a-
d0993a3b56ce8_BIG.jpg>
capítulo 1 • 10
Quando buscamos fazer modelagens mais complexas, desenhos em 3D, deta-
lhes técnicos e projetos executivos, a diferença se torna marcante. Cada desenho
manual consome muito tempo e qualquer mudança no projeto obriga a recome-
çar o desenho, enquanto que o meio digital pode permitir a alteração de todas as
pranchas de forma automática.
Assim, o conceito de CAD (“Computer Aided Design”), ou Desenho
Auxiliado pelo Computador, é uma ferramenta que ajuda arquitetos e engenhei-
ros a criarem desenhos e projetos. Seria, para um escritor, a evolução da máquina
de escrever para um editor de texto como o Word. Porém, recentemente introdu-
ziu-se um conceito novo, que vem sendo considerado como a próxima geração
de CAD: trata-se do BIM (“Building Information Modeling”) – Modelagem de
Informação da Construção. A diferença básica é que no BIM os elementos de
projeto estão associados a dados e informações. Neste sistema tudo pode ser calcu-
lado, orçado e planilhado, gerando muitas informações que um sistema CAD não
consegue gerar. Porém, nosso objetivo é ensinar o CAD, uma ferramenta que deve
ser entendida e usada antes de se entrar no conceito de BIM.
OBJETIVO
• O objetivo deste capítulo é fazer o aluno compreender a importância que os sistemas
informatizados trouxeram nas áreas de Engenharia, Arquitetura e áreas afins, tornando a
elaboração de projetos e desenhos muito mais produtiva
Ambiente de trabalho
capítulo 1 • 11
cada um com sua função. A seguir temos um resumo do significado das teclas de
controle e de função: F1: Ajuda; F2: Janela de Texto; F3: Liga e desliga Osnap; F6:
Mostrador de Coordenadas; F7: Liga e desliga a grade (Grid On / Off) F8: Liga e
desliga o travamento Ortogonal F9: Liga e desliga o SNAP (Snap On / Off). F10:
Liga e desliga o POLAR. Cada um desses comandos será explicado ao longo dos
capítuloss deste livro.
Quando você acabar seu trabalho, poderá abrir outro desenho ou fechar o
AutoCAD. Para fechar, use a opção Exit. Se houver alguma alteração no dese-
nho não salva até o momento, aparecerá a pergunta “Save changes?” Responda Yes
(Sim) ou No (Não) ou então cancele o comando.
Para cancelar um comando, basta pressionar a tecla <ESC> ou selecionar um
novo comando.
As principais extensões de arquivos de trabalho do AutoCAD são o DWG e o
DXF. O AutoCAD ainda permite a entrada e saída de arquivos de imagens raster,
ASCII, e outros softwares CAD e GIS.
capítulo 1 • 12
O AutoCAD 2016 traz uma tela – new tab, na qual o usuário pode iniciar
um projeto novo, clicando em Start Drawing, ou trabalhar em um projeto ante-
rior, escolhendo-o na coluna Recent Documents. Além disso, pode conectar-se ao
Autodesk 360 ou enviar feedbacks.
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Figura 1.7 – Caixa de Comando e Diálogo do comando Circle. Fonte: autor.
capítulo 1 • 14
Figura 1.9 – Área de desenho e área de impressão. Fonte: autor..
capítulo 1 • 15
AutoCAD, pode acessar a própria página da Autodesk, que disponibiliza várias
aulas e dicas interessantes.
capítulo 1 • 16
computador possam vê-lo. Isso é bastante útil ao entregar cópias do projeto para
o cliente.
A extensão DWG, é o formato padrão no qual são feitos todos os desenhos bá-
sicos do AutoCAD, como planta baixa, cortes, fachadas, topografia, entre outros.
Por se tratar de uma extensão principal, outros programas similares ao AutoCAD
também utilizam este formado para os desenhos, ou pelo menos são capazes de ler
o formato em questão.
Não é necessário escolher esta extensão do formato DWG para salvar os arqui-
vos, porque o próprio programa, automaticamente, salva neste tipo de extensão
por padrão. Em alguns casos é necessário apenas mudar a versão de salvamento,
como por exemplo, quem usa o AutoCAD 2015 e precisa salvar com compatibili-
dade para o AutoCAD 2007, para que este consiga abrir o arquivo.
A extensão DXF é um formato de intercâmbio para modelos de CAD. Neste
formato, o arquivo pode ser aberto facilmente por outros programas como, Adobe
Illustrator, Corel Draw e outros.
Quando clicamos no ícone de salvar, abre-se uma janela que permite esco-
lher o local onde será armazenado o arquivo criado. Porém, existe uma opção de
salvar os arquivos na nuvem, de modo que o arquivo fique disponível para vários
dispositivos.
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de trabalho central. Ele mantém seus projetos, arquivos e suas equipes atualiza-
dos, independentemente de você estar no escritório ou no campo. Os recursos
do AutoCAD 360 incluem uma interface fácil de usar e ferramentas móveis para
carregar, abrir e editar desenhos DWG.
Os serviços e o armazenamento na nuvem estão disponíveis mediante assina-
tura ou plano de manutenção de alguns softwares. Também é possível assinar sepa-
radamente determinados serviços em nuvem à medida que você precisar, ou com
os produtos e aplicativos Autodesk, sendo compatíveis com Dropbox, OneDrive e
Google Drive.
Processamento de informação
• Show rollover tool tips: esta opção está em Options, na aba Display. Quando paramos
o cursor sobre algum objeto, se esta opção estiver marcada, o AutoCAD irá exibir um pe-
queno quadro com um resumo das propriedades do objeto. O problema é que às vezes,
só de passarmos o cursor sobre o desenho, o AutoCAD trava, pois tenta processar as
informações de cada objeto que o cursor passou. Esse travamento é bem comum com
objetos grandes, como curvas de nível, por exemplo.
• Não selecione objetos antes de usar um comando, selecione sempre quando já estiver
no comando.
capítulo 1 • 18
UMA MÁQUINA PARA USO MODERADO DO AUTOCAD, PARA AS
VERSÕES 2016/2017, DEVERIA TER NO MÍNIMO:
1. Processador Intel Core i7
2. 12 GB de memória DDR3
Periféricos
Antes de iniciar o uso dos comandos, deve-se ter familiaridade com o funcio-
namento do mouse e do teclado, afinal será por meio deles que serão enviados os
comandos para o programa.
No mouse:
• Botão esquerdo: utilizado para ações de seleção;
• Botão direito: abre menus flutuantes com opções variando conforme
o comando ativo;
• Scroll: um modo prático de aproximar ou afastar a visão (zoom) é ro-
lando o Scroll para frente ou para trás.
capítulo 1 • 19
Figura 1.12 – Comandos do Mouse. Fonte: autor.
Figura 1.13 – Mouse com mais recursos de desenho. Página dos fabricantes de mouse.
Figura 1.14 – Mouse com mais recursos de desenho. Página dos fabricantes de mouse.
O mouse tem que ter um tamanho confortável, pois mouses pequenos au-
mentam o esforço nas articulações da mão, podendo causar lesões. Com o intuito
de sempre tê-lo com a gente, acabamos optando por mouses pequenos que possa-
mos carregar sem problemas, até porque a utilização de notebooks e laptops para o
capítulo 1 • 20
trabalho cresceu bastante. Mas mesmo que pareça melhor ter um mouse pequeno
que se possa carregar, opte por um mouse maior e mais confortável.
Outra característica importante na hora de escolher um mouse é sua resolu-
ção – isso mesmo, mouse também tem resolução – então busque um mouse com
resolução acima de 2000 DPI, pois terá maior precisão nos movimentos e isso é
bem importante, pois facilita na hora de selecionar algo no CAD.
Optar por um mouse ergonômico também é uma boa pedida, porque pode
diminuir os efeitos nocivos dos movimentos repetitivos.
No teclado:
O teclado não tem muito segredo, pois a única preocupação é de caráter er-
gonômico – relacionado à sua altura relativa –, pois não existe um teclado mais
preciso que outro, existem sim teclas mais macias, com espaçamento melhor, mas
essa parte já depende mais da sua melhor adaptação. Algo que pode tornar mais
rápido o trabalho é a presença de um teclado numérico separado.
capítulo 1 • 21
No monitor:
Ter um monitor de bom tamanho é de extrema importância para um trabalho
mais confortável com o AutoCAD ou qualquer outro software CAD, mas monito-
res grandes demais causam uma movimentação muito intensa do pescoço. Então
um monitor com tamanho ideal seria de 21 até 30 polegadas.
Uma boa resolução é sempre importante, pois utilizar o CAD tendo à frente
um monitor embaçado, dando a sensação de que tem algo na vista não é nada
agradável, então busque monitores Full HD de 1920 x 1080 pixels, assim será
mais confortável observar as linhas de seu desenho no CAD.
capítulo 1 • 22
Gerenciamento de dados
capítulo 1 • 23
linhas de cotas com maior precisão, isolar o layer de paredes para colocar hachuras,
ocultar representações desnecessárias etc.
Devemos ter o hábito de criar layers específicos, assim temos uma represen-
tação mais rica e fácil de se entender. Muitas pessoas pensam que muitos layers
sobrecarregam o projeto, mas na verdade não.
Outro fato com o qual muitos se preocupam é as cores das linhas. Elas são
utilizadas para a representação das espessuras, em que cada cor pode ter uma es-
pessura diferente da outra na hora de imprimir. Isso não é regra, mas existem
alguns padrões de cores e espessuras, dos quais arquitetos e engenheiros fazem uso.
Muitas vezes uma cor é utilizada para várias representações, mas isso não prejudica
o desenho desde que não sejam utilizadas demais. Na verdade, isso implica im-
primir elementos diferentes com espessuras iguais. O que não é problema algum.
Você verá algumas regras e convenções referentes às espessuras e tipos de traçado
no capítulo 3, quando você aprenderá a desenvolver uma planta baixa utilizando-
se dos comandos básicos do AutoCAD. Quando utilizamos outras cores, existe
ainda a opção de escolher se queremos que estas sejam impressas coloridas ou em
preto. Ou mesmo se queremos que elas sejam impressas, já que podemos “travar”
a opção de impressão, de modo que determinada layer só é vista em tela.
Devemos aproveitar ao máximo os recursos oferecidos pelos softwares de de-
senho, pois eles foram criados para auxiliar e facilitar nosso trabalho. Não tenha
receio de ter mais de dez ou quinze layers, pois facilitará a representação e a visua-
lização dos elementos contidos no projeto durante a sua criação.
capítulo 1 • 24
Figura 1.18 – Clean Screen. Fonte: autor.
capítulo 1 • 25
Esta é uma boa opção para quem usa muito os comandos pelo teclado. Com
o comando ativo, o AutoCAD sobrepõe a Barra de Tarefas do sistema operacional
utilizando toda a área do monitor.
ATIVIDADES
01. Relacione os comandos de chamada a seguir e suas respectivas funções.
F1 ( ) Dynamic Input: os dados aparecem junto ao cursor e não no command line.
F2 ( ) Help: abre a biblioteca de ajuda do AutoCAD.
F3 ( ) Polar: usado para alinhar o objeto com outro objeto existente. Depende do
F11 ativo.
F4 ( ) Osnap: ativa as ferramentas de precisão.
F5 ( )Ortho: o cursor cria objetos na horizontal, vertical e perpendicular.
F6 ( ) Plano isométrico da vista, muda a inclinação do cursor.
F7 ( ) UCS dinâmico, o UCS pode orientar-se para onde for.
F8 ( ) Object Snap Tracking: usado para alinhar o objeto com outro existente. Não
depende do F10 ativo.
F9 ( ) Snap: restringe o movimento do cursor mover-se na horizontal e vertical apenas.
F10 ( ) Grid: malha de pontos.
F11 ( ) Tablet: usado para digitalização de uma área.
F12 ( ) Text Window: janela de texto que mostra o histórico dos comandos usados e
também os dados de um objeto listado.
capítulo 1 • 26
b) O sistema Ribbon funciona de forma similar ao utilizado atualmente em pacotes da linha
Office da Microsoft.
c) Os principais formatos de arquivos de trabalho do AutoCAD são o DWG e o DXF.
d) O Paper Space é basicamente um espaço de três dimensões infinito, em que o usuário
irá desenhar tudo que quiser, seja de duas ou três dimensões.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CHING, Francis D. K. Representação gráfica em arquitetura. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
BORGES, Gladys Cabral de Mello. Desenho geométrico e geometria descritiva: problemas e
exercícios. Porto Alegre: Sagra, 1999.
CHING, Francis D. K. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
SILVA, Arlindo et al. Desenho técnico moderno. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
FERREIRA, Patricia. Desenho de arquitetura. 2. ed. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2011.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MONTENEGRO, Gildo A. Desenho arquitetônico. 4. ed. São Paulo: Blücher, 2005.
OBERG, L. Desenho arquitetônico. 31. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1997.
BALDAM, Roquemar; COSTA, Lourenço. AutoCAD 2015. Utilizando totalmente. 1. ed. São Paulo:
Érica, 2012.
capítulo 1 • 27
capítulo 1 • 28
2
Fundamentos do
Desenho Digital
Fundamentos do Desenho Digital
O desenho técnico representa o que se quer tornar real e, por isso, é preciso
adotar a normatização para tais projetos, estabelecendo regras e conceitos de repre-
sentação gráfica, a partir de uma simbologia específica e predeterminada.
A normatização do desenho atende a padrões internacionais, como a ISO
(International Organization for Standardization). Porém, cada país tem nor-
mas próprias, como é o caso do Brasil, onde as normas são editadas pela ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas). Grande parte das recomendações des-
te trabalho tem base nessa norma, a fim de facilitar ao aluno usar a ferramenta
AutoCAD de forma otimizada e adequada.
De acordo com Ruggeri (2004), a adoção de recursos de informática no de-
senvolvimento de projetos de Engenharia e Arquitetura trouxe consigo avanços
em termos de custos, tempo, qualidade e intercambialidade dos trabalhos. No en-
tanto, a disseminação desorganizada destes recursos gerou uma série de problemas
de ordem gerencial no processo de produção dos serviços e produtos.
Antes dos avanços tecnológicos, todos os processos relacionados ao desenho
eram manuais, ou seja, não havia técnicas e recursos computacionais. Por exemplo,
na engenharia predial, os desenhos eram elaborados a partir de instrumentos sim-
ples (lápis, caneta e esquadros), respeitando-se normas técnicas preestabelecidas.
Os modos de representação funcionavam da seguinte forma: eram fixadas es-
pessuras para traçados conforme seus significados na representação gráfica, e cada
espessura de traçado correspondia a uma caneta. Sendo assim, independentemen-
te de quem fosse o desenhista, não eram possíveis muitas variações. Assim, antes
da informática na produção de projetos de engenharia e arquitetura, existia um
sistema de trabalho com poucos recursos, difundido e normalizado em seus aspec-
tos primordiais (RUGGERI, 2004).
Os trabalhos de desenho técnico foram evoluindo com a computação gráfica,
tornando-os computadorizados a partir de vários programas para tal finalidade.
Alguns desses programas ganharam espaço no mercado e se firmaram, passando
por atualizações e novas ferramentas. Este crescimento tornou altamente flexível
a utilização destes programas e cada usuário passou a criar seus trabalhos a partir
dos recursos que mais lhe agradavam ou eram úteis, da forma que melhor lhe
convinha, ou que lhe era ensinada. A organização na utilização dos recursos grá-
ficos computacionais dependia apenas da vontade de cada usuário, não seguindo
nenhuma regra (RUGGERI, 2004).
capítulo 2 • 30
Os problemas advindos dessa “livre organização” na utilização dos recursos
dos programas de desenho/projeto são diversos e atingem, principalmente, o pro-
cesso de comunicação que ocorre nos diferentes níveis e etapas de desenvolvimen-
to dos projetos que envolvem o desenho técnico.
LEITURA
Ruggeri (2004) apresentou um exemplo prático da questão: você é um engenheiro e
precisa de informações sobre o projeto arquitetônico para fazer os projetos complementares
para um edifício. O profissional responsável pelo projeto arquitetônico lhe passa uma mídia
digital com etiqueta “projeto1”. Ao chegar a seu escritório, você explora o conteúdo da mídia
e percebe que existem três arquivos denominados: “proj1.dwg”, “proj1a.dwg” e “proj1b.dwg”.
Seu interesse está a princípio nas plantas baixas dos pavimentos sem se importar em um
primeiro momento com cortes, fachadas etc. Intuitivamente você abre o arquivo “proj1.dwg”
e descobre que ali estão as 15 plantas necessárias. Por curiosidade você também abre o
arquivo “proj1a.dwg” e descobre outras plantas com ligeiras alterações. Pressupõe ser uma
opção de planta para o edifício em estudo e ainda, que o arquivo “proj1b.dwg” deva ser outra
alternativa para as plantas. Ao abri-lo percebe que se trata das demais representações do
projeto arquitetônico (fachadas, cortes, detalhes etc.). Liga para o “emissor” da mensagem e
questiona sobre a planta a ser adotada obtendo com resposta a alternativa contida no arqui-
vo “proj1a.dwg”. Ótimo! Ao iniciar o trabalho percebe que as definições internas do arquivo
estão de forma completamente diferente das utilizadas por você e, como era de se esperar,
existem muitas informações que não são necessárias nesse momento. Você está utilizando,
por exemplo, o AutoCAD e quando tenta desativar a ”camada” de textos contida no desenho
para melhor visualizá-lo descobre que não há qualquer camada intitulada TEXTOS ou algo
semelhante. Ao contrário, os nomes das camadas disponíveis são: 0, 1, 2, 3, P1, P2, P3,
P4, P01, P02, ..., alv-hatch, projeção, Vporta, e outros. Fica então a dúvida: o que fazer para
visualizar apenas as paredes e esquadrias no desenho? O que significam aqueles nomes
todos? Por fim, você necessita imprimir a planta baixa para usar de rascunho e para consulta,
deparando-se com o uso de cores que conflitam com os padrões utilizados por você. Estes
são apenas alguns dos diversos problemas enfrentados nos trabalhos em que há trocas de
informações por meio de recursos de informática.
Considerando que o problema esteja na etapa de codificação (e, consequentemente na deco-
dificação) do processo de comunicação, é preciso buscar uma solução nas definições de códigos.
Segundo Ruggeri (2004) é importante a definição de um código abrangente e que seja
sugestivo para melhor compreensão. Desse modo, a nomeação de arquivos deve ser feita a
capítulo 2 • 31
partir de um código que possa sintetizar o conteúdo prontamente. Além disso, deve ser efe-
tuada uma organização de camadas de desenho, em arquivos gráficos, a fim de possibilitar a
compreensão do conteúdo de cada uma por meio de seu nome etc.
Ruggeri (2004) também inferiu que para que o processo de codificação possa ser facil-
mente adotado, ele deve ser intuitivamente compreensível. Isso indica que sua definição pre-
cisa ter base em conceitos e termos correntes. Por outro lado, a codificação deve considerar
a mudança cultural incluída na adoção de recursos de informática.
No exemplo dado, os nomes dos arquivos seriam mais sugestivos se utilizassem có-
digos intuitivos e disseminados, por exemplo: o arquivo “proj1.dwg” poderia se chamar
“XXX-ARQ01.DWG”, em que XXX identificasse o edifício do qual tratasse; ARQ significasse
arquitetura; 01 significasse ser o primeiro arquivo e, obviamente, DWG significasse ser ar-
quivo gráfico do AutoCAD. O arquivo “proj1a.dwg” poderia se chamar “XXX-ARQ01a.DWG”
e o arquivo “proj2.dwg” poderia se chamar “XXX-ARQ02.DWG”. Nota-se que a adoção desse
código implica o desenvolvimento de uma cultura que permita a associação intuitiva dos
códigos do tipo ARQ (arquitetura) (RUGGERI, 2004).
Quanto aos nomes das camadas de desenhos, consideram-se as seguintes formas:
No lugar de 0, 1, 2, 3, P1, P2, P3, P4, P01, P02, ..., teríamos como nomes de camadas es-
quadrias, alvenarias, pisos, cotas, detalhes, pilares, títulos, textos etc., de forma a facilitar a
associação do nome da camada ao seu conteúdo. Os nomes de camadas também podem
ser abreviados na forma XXX-YYY-ZZZ..., em que XXX identifica a disciplina (arquitetura,
estrutura, hidráulica, paisagismo etc.), YYY identifica o conteúdo da camada (alvenarias, pi-
lares, esquadrias, pisos etc.) e ZZZ seria usado, se necessário, para complementar a codi-
ficação do conteúdo da camada. Assim, as camadas relativas às alvenarias normais seriam
nomeadas como: ARQ-ALVENARIAS, e as das alvenarias baixas seriam nomeadas como:
ARQ-ALVENARIAS-BAIXAS.
De acordo com o projeto, a nomenclatura deve ser fundamentada em itens que não se
alteram, independentemente do caso. Por exemplo, no edifício já mencionado, os nomes de
camadas de desenhos serão os mesmos e os nomes dos arquivos seguirão o mesmo padrão.
Uma possível padronização simplificada e recomendadas nesses casos de nome de camada,
é a de convencionar que todas as camadas do projeto sejam nomeadas em letra maiúscula,
sem espaços, sem acentos e no plural.
Portanto, ao estabelecer códigos generalizados, estamos adotando padrões de trabalhos
práticos, o que não torna o processo de codificação estático no tempo, mas adota uma pa-
dronização que proporciona uma organização do processo. A utilização dos mesmos padrões
conduzirá o aprimoramento daquele que pratica, adaptando e englobando novos recursos
(RUGGERI, 2004).
capítulo 2 • 32
OBJETIVOS
O objetivo deste capítulo é fazer o aluno compreender como o programa funciona, princi-
palmente o sistema de coordenada, as unidades de mensuração e a organização do desenho
em layers. O aluno deverá, ao término do capítulo, ser capaz de configurar a área de trabalho
para iniciar os projetos no AutoCAD, organizar seus arquivos salvos de forma organizada e
organizar os desenhos em camadas.
Figura 2.1 – Tela Gráfica. Apresenta zoom infinito e pode ser dividida em views. Fonte: autor.
capítulo 2 • 33
o espaço tridimensional, os objetos podem ser representados não apenas por meio
de suas projeções em um único plano de trabalho (plano de desenho ou projeção),
mas por meio de suas alturas, larguras e profundidades, utilizando‐se um sistema
cartesiano triaxial de coordenadas. Para quem quiser um “Guia do Mochileiro”
para o AutoCAD, pode acessar a própria página da Autodesk, que disponibiliza
várias aulas e dicas interessantes.
Depois de executar o comando, a seguinte janela será exibida e nela você en-
contrará todas as configurações para colocar as unidades de seu desenho de acordo
com suas necessidades.
capítulo 2 • 34
A exibição também pode ser mudada, por exemplo, podemos utilizar o painel
propriedades para obter o comprimento de uma linha e podemos ter esse valor em
vários formatos disponíveis (figura 2.3). Veja como as unidades podem ser exibidas.
• Scientific 1.55E+01 • Architectural 1'-3 1/2'
• Decimal 15.50 • Fractional 15 1/2
• Engineering 1'-3.50'
capítulo 2 • 35
e para desenho na área de construção civil e mapas, deixa-se a configuração em
metros, com 3 casas decimais.
Na janela Units, podemos ver também que é possível configurar o ângulo (fi-
gura 2.4). As configurações de ângulo do AutoCAD podem ser:
• Decimal Degrees 30.5000
• Deg/min/sec 30d30’00”
• Grads 33,8889
• Radians 0,5323
• Surveyor’s Units N30d30’E (primeiro quadrante)
capítulo 2 • 36
A referência angular do AutoCAD é no sentido anti-horário. Porém, é possí-
vel tornar o sentido de referência angular do AutoCAD horário, basta acionar o
ClockWise (figura 2.5).
capítulo 2 • 37
e o seu projeto estiver configurado em metros, ao inserir o bloco, este virá 1000
vezes maior. Para acertar isso, bastaria um Scale no momento de inserção do bloco.
Porém, isso pode ser alterado também nessa janela. Recomenda-se deixar aqui sem
unidades, Unitless. Ou então milímetros para desenhos mecânicos ou metros para
desenhos na área de construção civil.
Sistemas de coordenadas
capítulo 2 • 38
Y (+)
(-x,y) (x,y)
x (-) x (+)
(-x,-y) (x,-y)
Y (-)
Figura 2.7 – Quadrantes do Plano Cartesiano. Disponível em: <https://site/tutoriai-
sautocad/coordenadas>.
capítulo 2 • 39
As Coordenadas Absolutas
(20 , 50)
50
40
(30 , 30)
30 (10 , 30)
20
capítulo 2 • 40
As Coordenadas Relativas Cartesianas
Exemplo:
Command : L <ENTER>
Command : _line Specify first point: P1 (selecione qualquer ponto da tela
com o mouse).
Specify next point or [Undo]: @50,0 < <ENTER> (P2)
Specify next point or [Undo]: @0,20 <ENTER> (P3)
Specify next point or [Close/Undo]: @-60,0 <ENTER> (P4)
Specify next point or [Close/Undo]: @80,30 <ENTER> (P5)
Specify next point or [Close/Undo]: @80,-30 <ENTER> (P6)
Specify next point or [Close/Undo]: @-60,0 <ENTER> (P7)
Specify next point or [Close/Undo]: @0,-20 <ENTER> (P8)
Specify next point or [Close/Undo]: @50,0 <ENTER> (P9)
Specify next point or [Close/Undo]: @0,-15 <ENTER> (P10)
Specify next point or [Close/Undo]: @-140,0 <ENTER> (P11)
Specify next point or [Close/Undo]: C <ENTER> (close fecha os pontos)
capítulo 2 • 41
80 80
P5
30
P4 P6
P3 P7
20 60 50
P2 P8 P9
P1
15
P1 P11 P10
140
s (6 , 3)
tiva
s rela
3,0 n ada
rde as
coo solut
4,0
Y nad as ab 2,0
co orde
(-1 , 1)
(x , y)
X
7,0
capítulo 2 • 42
90 Comprimento da Distância I
o
ent Ângulo medido a partir
prim do eixo 0(Zero)
Com
Orientação Anti-Horário
Ângulo
@ Distância < Ângulo
Relativo ao ponto
180 0 0 clicado, esta é a
Símbolo que só significa
Coord. Polar
origem ZERO.
270
Figura 2.12 – Códigos para inserção de coordenadas relativas polares. Fonte: autor
Exemplo:
Command : L <ENTER>
Command : _line Specify first point: P1 (selecione qualquer ponto da tela
com o mouse).
Specify next point or [Undo]: @20<315 <ENTER> (P2)
Specify next point or [Undo]: @25<0 <ENTER> (P3)
Specify next point or [Close/Undo]: @10<30 <ENTER> (P4)
Specify next point or [Close/Undo]: @10<240 <ENTER> (P5)
Specify next point or [Close/Undo]: @25<180 <ENTER> (P6)
Specify next point or [Close/Undo]: @20<225 <ENTER> (P7)
Specify next point or [Close/Undo]: @20<90 <ENTER> (P8)
Specify next point or [Close/Undo]: @4<0 <ENTER> (P9)
Specify next point or [Close/Undo]: @5.6<90 <ENTER> (P10)
Specify next point or [Close/Undo]: @4<180 <ENTER> (P11)
Specify next point or [Close/Undo]: close <ENTER> (close
fecha os pontos)
20
135
o
P1
25
20
5,6
10
P11 P10 P2 P3
o
P8 0 P4
12
4 P9 P6
10
P5
20
25
P7
capítulo 2 • 43
As Coordenadas Cilíndricas e Esféricas
Por não serem de uso comum, não abordaremos as coordenadas cilíndricas e es-
féricas neste documento, apenas vamos citar como elas funcionam, respectivamente:
Definimos as coordenadas cilíndricas por uma distância, um ângulo no pla-
no XY e uma altura em relação ao eixo Z. Para exemplificar o uso de coordenadas
cilíndricas: Digite “point” (comando para inserir um ponto na área gráfica) <en-
ter>. Digite no prompt: 2<30, 1.5. Assim, 2 é a distância do ponto com relação às
coordenadas (0,0) do plano XY; 30 é o ângulo com relação ao plano XY; e 1.5 é a
altura com relação ao eixo Z.
Definimos as coordenadas esféricas por uma distância, um ângulo no plano
XY e um ângulo medido em relação ao plano XY. Para exemplificar o uso de coor-
denadas esféricas: Digite “point” <enter>. Digite no prompt: 2<30<30. Assim, 2 é
a distância do ponto com relação as coordenadas (0,0) do plano XY; 30 é o ângulo
medido no plano XY; e 30 é o angulo com relação ao plano XY.
Criação de entidades
capítulo 2 • 44
Também existe a possibilidade de organizar a biblioteca de blocos na forma de
menu de ícones, o que torna a manipulação de uma quantidade relativamente
grande de blocos, algo bastante simples e organizado.
O uso de blocos de forma eficiente e correta demanda uma rígida padronização
das layers e das cores de seus elementos. O usuário, ao criar um bloco e, principal-
mente, ao utilizar um bloco feito por terceiros, deve verificar se as cores e as layers
se adaptam à sua metodologia e ao seu padrão de desenho. Como já foi citado, os
programas CAD, em geral, utilizam‐se do sistema de estilo de impressão vincula-
do à cor. Tal sistema determina que as espessuras de linhas sejam relacionadas às
suas cores. Dessa forma, pode ocorrer conflito entre as cores das geometrias e textos
presentes nos blocos e as utilizadas como padrão pelo usuário. Exemplificando: de-
terminado usuário utiliza por padrão a cor branca para representação das alvenarias
e, por conseguinte, a mesma está vinculada a uma espessura grossa de linha. Esse
usuário pretende utilizar um bloco de uma porta cuja representação foi feita com a
mesma cor. Tal situação gera um conflito de cores e espessuras.
No que se refere à nomenclatura das layers também pode haver conflito. Se
o usuário tem por padrão, por exemplo, utilizar a layer “ARQ‐Esquadrias” para
representação de portas e janelas no projeto arquitetônico, e pretende utilizar um
bloco de uma janela que foi criado na layer “Janelas”, igualmente ocorrerá um
conflito, desta vez na nomenclatura das layers. Assim, a incorporação de blocos
elaborados por terceiros na biblioteca de blocos exige uma prévia edição para pa-
dronização dos mesmos.
Para inserir um bloco, basta digitar o comando Block ou clicar no ícone Insert
Block. Uma caixa de diálogo vai aparecer.
capítulo 2 • 45
Por meio do Browse, você pode buscar onde baixou blocos e inseri-los no seu
desenho. O bloco poderá vir com layers diferentes do padrão, cores diferentes e
escalas diferentes. Mas tudo isso pode ser editado e otimizado no bloco, depois de
inserido ou mesmo antes de inserir o bloco. Você pode abrir o arquivo original do
bloco e alterar o padrão do bloco adquirido para os padrões do seu desenho. Salve
esse padrão e a partir daí, utilize-o sem problemas. Ou ainda, você pode, a cada
inserção do bloco, fazer as alterações que achar necessárias. Por exemplo, você vai
inserir um bloco de uma bacia com caixa acoplada da Deca no seu desenho. Na
página do fabricante, você pode acessar o arquivo para baixar e depois inseri-lo no
ambiente de trabalho do AutoCAD.
capítulo 2 • 46
Figura 2.16 – Blocos para download dos fabricantes. Fonte: autor.
Após inseri-lo, você nota que o vaso sanitário está maior do que a casa. Isso
ocorreu porque o fabricante desenhou o bloco dele em milímetros, e você dese-
nhou a casa em metros. Você pode corrigir este problema colocando fator de escala
no desenho. Isso pode ser feito depois de ter inserido o bloco ou na própria janela
de inserção, alterando a escala (X e Y) para 0.001. O bloco virá na dimensão corre-
ta em relação ao seu desenho. Porém, as camadas e cores não serão ajustadas. Para
isso, basta você dar um duplo clique no bloco e ele abrirá uma janela de edição:
capítulo 2 • 47
Ao entrar na edição do bloco, você poderá editar as cores, as camadas, a escala
do bloco e tudo que achar necessário. Ao fechá-lo, aceite as alterações para que
você possa trabalhar com blocos sem perder padrões de desenho.
capítulo 2 • 48
A cada camada criada pode ser atribuída uma cor diferente e, os elementos
nela desenhados, por configuração padrão, receberão a cor escolhida. O uso de
cores diversas tem mais de uma utilidade: em primeiro lugar, permite identifi-
car visualmente na tela do computador os elementos pertencentes à determinada
camada ou determinada categoria de informação e, em segundo, possibilita, nos
programas que se utilizam do estilo de impressão com base na cor (Color‐ depen-
dent plot style), diferenciar previamente as espessuras de impressão dos elementos.
capítulo 2 • 49
o botão direito e escolher a opção New Layer. Será pedido então um nome para
essa nova layer.
A nova layer agora aparecerá na janela Layer Properties Manager. É aconselhá-
vel já se definir uma nova cor para a mesma e ressalta-se que é pela cor de uma
entidade que serão definidas as configurações de impressão (espessura de linha, cor
etc.). Portanto, recomenda-se deixar elementos que terão as mesmas configurações
de impressão em layers com a mesma cor.
Esse botão serve para ligar/desligar uma layer. Todos os objetos na camada
sumirão, mas ainda poderão ser rastreados.
Serve para congelar uma layer. Os objetos desaparecerão da tela e não pode-
rão ser mais rastreados.
Esse botão é utilizado para travar uma layer. Embora visível, nenhum objeto
poderá ser modificado.
capítulo 2 • 50
O botão serve para alterar a cor da layer em questão.
Isolando um layer
Ativar o comando é um processo bem simples, basta clicar no botão Isolate
e clicar sobre qualquer objeto e pressionar enter, para que a camada desse objeto
seja isolada. Porém, nem todo profissional sabe, mas a ferramenta Isolate permite
trabalharmos de duas maneiras:
• Deixar o layer escolhido ativo (current) e todos os outros desligados
(Off).
• Deixar o layer escolhido ativo (current) e todos os outros bloqueados
(Lock).
Vamos apresentar como alterar para cada uma das opções e como utilizar.
capítulo 2 • 51
Clique neste botão e, antes de clicar em qualquer objeto, observe que na linha
de comando temos a opção Settings. Clique nesta opção.
Agora temos duas opções: Off e Lock and Fade. Selecione a opção Off.
Ferramentas de Seleção
capítulo 2 • 52
Clicando diretamente sobre o objeto
Figura 2.24 – Selecionando um objeto usando o click sobre ele. Fonte: autor.
Select Window
capítulo 2 • 53
Figura 2.25 – Selecionando um objeto da esquerda para direita. Fonte: autor.
Select Crossing
capítulo 2 • 54
Lasso Selecting
SAIBA MAIS
Outro trabalho que pode ser consultado é o Manual de Referência para Padronização de
Projetos em CAD, desenvolvido com base no trabalho da AsBEA pelo Sindicato da Indústria
da Construção no Estado de Goiás – Sinduscon‐GO, Federação das Indústrias do Estado de
Goiás – FIEG, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai, e Faculdade de Tecnolo-
gia Senai de Desenvolvimento Gerencial – Fatesg e publicado pelo Senai/Fatesg em 2007.
capítulo 2 • 55
ATIVIDADES
01. Desenhe no AutoCAD, usando coordenadas relativas, absolutas e polares os seguin-
tes desenhos:
15 15 10 15 10
33,5
25
25
8
15
15
15
16
20
12
5,98
30
20
15
20
25
30
8
10
30
25
5
21,0
75
15
o
30
5
72
o
25 25 15 10,4
20 20 55 45
10
5
20
10
12
20
25
30
30o
10
13
5 10 5
R5
10
10
20 10 5 40 20 P1
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CHING, Francis D. K. Representação gráfica em arquitetura. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
BORGES, Gladys Cabral de Mello. Desenho geométrico e geometria descritiva: problemas e
exercícios. Porto Alegre: Sagra, 1999.
CHING, Francis D. K. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
SILVA, Arlindo et al. Desenho técnico moderno. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
FERREIRA, Patricia. Desenho de arquitetura. 2. ed. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2011.
RUGGIERI, Rene. SOIP – Sistema de Organização de Informações de Projetos. 151 p. Disponível
em: <https://www.reneruggeri.com/artigos>. Acesso em: 15 mar. 2017.
capítulo 2 • 56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MONTENEGRO, Gildo A. Desenho arquitetônico. 4. ed. São Paulo: Blücher, 2005.
OBERG, L. Desenho arquitetônico. 31. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1997.
BALDAM, Roquemar; COSTA, Lourenço. AutoCAD 2015. Utilizando totalmente. 1. ed. São Paulo:
Érica, 2012.
capítulo 2 • 57
capítulo 2 • 58
3
Representação
gráfica
arquitetônica
auxiliada por meios
digitais
Representação gráfica arquitetônica auxiliada
por meios digitais
Este capítulo tem como objetivo apresentar ao aluno o passo a passo para
representação de projeções ortogonais em planta, a partir de um caso exemplar
com fins didáticos. Daremos início ao conteúdo com uma breve conceituação e
caracterização das plantas utilizadas para desenhar os planos horizontais de uma
dada edificação.
Planta: é a seção que se obtém fazendo passar um plano horizontal paralelo ao plano
de piso a uma altura tal que o mesmo venha a cortar as portas, janelas, paredes etc., e
assim ficam bem assinaladas todas as particularidades da construção (OBERG,1977).
Figura 3.1 – Planta baixa de uma residência, com a representação de todos os seus ele-
mentos construtivos (paredes, pisos, esquadrias etc.), cotas lineares, cotas de nível, nomen-
clatura de ambientes, demarcação de cortes e blocos de peças sanitárias. Fonte: autor.
capítulo 3 • 60
A planta é usada para representar elementos de vedação vertical – constituída
por materiais como alvenaria, madeira, gesso etc. – esquadrias (portas e janelas),
escadas, rampas, guarda-corpos, estruturas (pilares, vigas e lajes), dentre outros.
Além da representação gráfica desses elementos construtivos, existem informações
complementares necessárias ao entendimento do projeto e, por consequência, da
correta construção do mesmo. Essas informações dizem respeito ao dimensiona-
mento de ambientes – cotas lineares, à identificação dos níveis de piso – cotas de
nível, às especificações técnicas textuais – linhas de chamada, à humanização de
ambientes – blocos/layout, e às diversas simbologias convencionalmente emprega-
das para tornar o desenho legível. Veja a imagem a seguir:
legenda p/ quadro de esquadrias
representação de alvenaria
porta de abrir
P1 linha de piso
Nome do ambiente
área do ambiente P3
cota de nível
SUITE bloco representativo de
A = 10,54 m2 BANHEIRO peça sanitária
340
02 A = 3,77 m2
290
00
porta de correr
Figura 3.2 – Planta de uma suíte com a representação de seus elementos construtivos:
paredes de alvenaria e esquadrias. Estão indicadas todas as informações complementares
necessárias à compreensão do projeto, tais como o nome e a área de cada ambiente, as
cotas de nível, as cotas lineares e as peças sanitárias do banheiro. Repare que as linhas são
diferenciadas pelo tipo de traço (contínuo e tracejado) e pela espessura, mais grossa para
representar a alvenaria e mais fina em elementos mais distantes do plano de corte, como as
linhas de piso, e nos textos. Fonte: autor.
capítulo 3 • 61
situação. Ela é a representação em plano horizontal do lote em relação ao quartei-
rão no qual se insere, indicando-se suas dimensões, a forma dos lotes adjacentes,
as ruas que o delimitam e a orientação geográfica. Para construções de pequeno
porte, como residências unifamiliares, costuma-se adotar a escala de 1:500. Em
áreas maiores, essa escala pode ser reduzida a 1:1000 ou 1:2000, desde que se
mantenham legíveis as informações mínimas anteriormente descritas (dimensões,
lotes, quarteirão e ruas). Nas plantas de situação, não há demarcação da edificação,
mas sim do lote onde ela será implantada, hachurado como na imagem a seguir.
RUA 24
N.M
4 6 7 8 9
15
RUA
RUA 14
19
2
1 14 13 12 11 10
RUA 23
PLANTA DA SITUAÇÃO
escala.............................1.500
Figura 3.3 – Planta de situação da casa ilustrada na figura 3.1, com o terreno hachurado
e destacado dos demais lotes que compõem a quadra. O quarteirão e os lotes apresentam
numeração de acordo com o projeto urbanístico do loteamento. As ruas são nomeadas e a
orientação solar é dada a partir do símbolo do Norte, ao lado direito do desenho. Fonte: autor.
Agora nós iremos nos aproximar um pouco mais e fazer um “recorte” do quar-
teirão, referente à porção do terreno da sua casa. Passaremos a enxergar apenas
aquilo que está contido dentro do perímetro de seu terreno e sua relação com
as ruas confrontantes: se for um lote de meio de quadra, muito provavelmente
teremos apenas a rua da frente; se for um lote de esquina, duas serão as vias dese-
nhadas, e assim por diante. E não se esqueça de que a rua é composta pelo leito
carroçável, onde passam os veículos, motorizados ou não, e as calçadas, destinadas
aos pedestres, incluindo os eixos de passagem e possíveis canteiros.
A representação desses elementos é somada ao desenho do contorno da edifi-
cação sobre o lote. A essa peça gráfica chamamos de implantação. Também cha-
mada de planta de locação, ela representa a edificação inserida no lote. Ela tem
como objetivo a marcação do perímetro a ser construído no canteiro de obras.
Por isso, é de extrema importância que essa planta seja devidamente cotada para
que sejam respeitados os afastamentos mínimos em relação às testadas do lote e a
máxima ocupação permitida.
capítulo 3 • 62
Figura 3.4 – Implantação da residência ilustrada nas figuras 3.1 e 3.3. São desenhados os
limites do terreno e os muros de divisa, a rua e a área a ser construída (hachurada). Essa
planta serve para a demarcação da edificação no lote. Fonte: autor.
capítulo 3 • 63
Figura 3.5 – Planta de cobertura da residência utilizada nas ilustrações anteriores. Nesse
caso, temos a representação de um telhado de fibrocimento embutido em platibanda. As
platibandas têm alturas diferentes marcando cada um dos volumes que compõem a casa.
Para cada área delimitada pelas platibandas, é indicado o material da telha, a inclinação e o
sentido da declividade. Fonte: autor.
Figura 3.6 – Projeto estrutural: planta com locação de pilares e vigas de uma edificação.
Fonte: autor.
capítulo 3 • 64
Basicamente, para a produção de plantas, bem como das demais peças gráficas,
precisamos de linhas, horizontais, verticais, diagonais, em arco etc. Essas linhas irão
compor todas as informações de um desenho técnico, sejam elas gráficas ou textuais.
OBJETIVOS
O objetivo deste capítulo é fazer o aluno desenvolver seus conhecimentos sobre norma-
tivas e convenções utilizadas na produção de desenhos técnicos, utilizando-se do software
AutoCAD 2016. Ao final deste capítulo, o aluno estará apto a desenvolver e compreender
uma planta arquitetônica, que servirá ainda de base para o conteúdo a ser exposto no capí-
tulo 4. Você aprenderá o passo a passo necessário para produzir uma planta, quais e como
os elementos construtivos devem ser representados e quais os comandos do software que
nos auxiliam nesse processo.
capítulo 3 • 65
Na medida em que o desenho técnico se torna mais habitual, você irá se acos-
tumar a essa normalização. Mais do que memorizar valores e aplicações, é impor-
tante que você compreenda a lógica da hierarquização de linhas. Veja:
Tipos e traços
Como vimos, uma planta baixa representa todos os elementos que estão abai-
xo de uma linha imaginária posicionada entre 1,20 m e 1,50 m de altura. Esses
elementos são desenhados com linhas contínuas. As espessuras serão atribuídas às
linhas em função da proximidade que os elementos por elas representados estão
em relação à nossa linha imaginária de corte: quanto mais próximo, mais grossa, e
quanto mais distante, mais fina (CHING, 2001).
Veja na figura 3.8 o exemplo de um sobrado, apresentado em perspectiva. A
planta é gerada a partir de um corte horizontal feito sobre o objeto arquitetônico.
Todos os elementos cortados, como a alvenaria, as janelas e portas serão repre-
sentados com linhas mais espessas. Mas, veja que temos materiais distintos para
cada um desses elementos. Dentre eles, a alvenaria – hachurada na perspectiva – é
aquela que irá adquirir a maior espessura. Além dos elementos cortados, temos
ainda aqueles que estão em vista, situados num plano abaixo de 1,50 m, como as
linhas de piso. Logo, as linhas empregadas para a representação desses elementos
serão também mais finas.
capítulo 3 • 66
Repare ainda na mesma ilustração que temos uma “fatia” da casa que ficou
de fora, pois está situada acima da nossa linha de corte. Todos os elementos con-
tidos no pavimento térreo dessa porção removida serão representados em linha
tracejada, como os degraus da escada acima de 1,50 m, vigas e beirais. Já aqueles
que se encontram no pavimento superior serão desenhados na planta corresponde
ao mesmo.
capítulo 3 • 67
encontrarmos, para além das linhas limites da alvenaria, também as linhas repre-
sentativas de emboço, reboco e revestimentos. Mas também existem outros tipos
de materiais e técnicas usados para executar as vedações verticais de um edifício
(XAVIER, 2011). A seguir, temos algumas delas. Note que a diferenciação tam-
bém pode ter base na hachura interna. Nós iremos aprender a inserir hachuras ao
final deste capítulo.
PAREDE DE ALVENARIA
PAREDE DE CONCRETO
Figura 3.9 – Tipos de parede e suas diferentes representações gráficas. Xavier, 2011.
Parede de alvenaria
em vista
Figura 3.10 – Hierarquia de linhas para diferenciar alturas de paredes e contornos não vi-
síveis. Xavier, 2011.
Além das paredes, também temos elementos de piso cujas linhas, em geral,
são as mais finas do desenho, por estarem distantes do plano de corte. Novamente
utilizamos aqui dois padrões de hachuras que indicam modelos de piso distintos.
A especificação de dimensões, fabricante e rejuntes compete ao chamado projeto
capítulo 3 • 68
de paginação, desenvolvido pelo arquiteto ou pelas lojas representantes. A partir
desse projeto, faz-se o quantitativo de áreas e elabora-se o orçamento.
Figura 3.11 – Elementos de piso solicitam o uso do traço mais fino. Fonte: autor.
capítulo 3 • 69
Para criar e/ou modificar as propriedades dos layers, vá à aba Home e clique no
comando Layer Properties Uma nova janela será aberta e nela você verá a relação
de todos os layers do seu desenho. Os layers são diferenciados por nome (name),
cor (color), tipo de linha (linetype) e espessura de linha (lineweight). As demais pro-
priedades dizem respeito à visualização e ao congelamento dos mesmos na área de
trabalho e à impressão. Por enquanto, iremos nos atentar apenas às propriedades
pertinentes ao desenho na guia Model. Acompanhe na figura 3.12, o layer linha 1,
ao qual foi atribuída a cor verde (green). Ao lado, em Linetype vemos especificado
Continuos, ou seja, o tipo de linha aqui usado é a contínua. Se clicarmos sobre esse
campo, a janela Select Linetype será aberta com outras opções de linhas, conforme
reproduzido na figura 3.13a.
Veja que temos dois tipos de linha além daquele selecionado (em azul), sen-
do que uma é tracejada (DASHEDX2) e a outra do tipo traço-ponto (ACAD_
ISO04W100). Você pode carregar mais opções, clicando no botão Load, que, por
sua vez, abrirá uma nova janela (figura 3.13b). Selecione o tipo de linha desejada
de acordo com sua atribuição. Por exemplo, se for criado um layer chamado Linha
de Corte, no campo Linetype, deve-se selecionar algum modelo de linha do tipo
traço-ponto, para que atendamos às normas de desenho da ABNT.
Figura 3.12 – Criação de layers para estabelecer tipos de linha. AutoCAD 2016.
capítulo 3 • 70
Figura 3.13 – Acima, especificação de Linetype. Abaixo, carregando outras Linetypes.
AutoCAD 2016.
capítulo 3 • 71
Figura 3.14 – Janela Lineweight, usada para definir a espessura das linhas de um
Layer. AutoCAD 2016.
Figura 3.15 – Alteração do tipo de traço de uma linha selecionada a partir da barra de pro-
priedades. Fonte: autor em AutoCAD 2016.
capítulo 3 • 72
Vamos dar início ao desenho de nossa planta, partindo da representação de
toda a alvenaria da casa. Utilizaremos apenas os comandos Line, Offset, Fillet
e Trim.
Passo 1: Na aba Home, selecione o layer em que você irá desenhar. Usaremos
o comando Line para desenhar a alvenaria de uma dada residência. Clique sobre a
área de trabalho e prolongue a linha. Cada par de linhas representa uma parede, e
por isso, haverá um afastamento de 15 cm entre elas referente à sua espessura. Para
isso, utilizaremos o comando Offset . Clique sobre a linha. Uma caixa de diálo-
go irá aparecer com a mensagem Specify offset distance. No nosso caso, essa medida
será equivalente à espessura da alvenaria adotada, ou seja, o valor a ser digitado
será 15, se estiver trabalhando com centímetros, ou 0.15, em metros. Posicione
o mouse no local em que a outra linha deverá aparecer. O mesmo comando será
usado para dar a dimensão de cada ambiente. Por exemplo, a sala terá uma largura
de 385 cm, logo, este passará a ser o valor do offset, como mostra a figura 3.16.
Figura 3.16 – Uso do comando offset para definir a espessura das paredes e a dimensão
dos ambientes. Fonte: autor em AutoCAD 2016.
capítulo 3 • 73
Figura 3.17 – Malha contendo as linhas geradoras da alvenaria, feita com o comando Line.
Fonte: autor em AutoCAD 2016.
Figura 3.18 – Uso do Fillet para aparar as quinas da edificação. Fonte: autor em Auto-
CAD 2016.
capítulo 3 • 74
Passo 3: Usando o comando Trim , removeremos todos os “excessos” de
parede para além do perímetro da edificação. Clique no comando e depois sobre
a(s) linha(s) que será(ão) o(s) limite(s) do desenho, ou seja, todas os trechos de li-
nha para além desse limite serão removidos. Caso você queira, todos os elementos
do desenho podem ser transformados em limites. Basta clicar no comando e, em
seguida, pressionar a tecla Enter. Depois, clique nos trechos da linha que deseja
remover. Ao passar o mouse sobre a linha, esta sumirá e aparecerá um “X” ao lado.
Figura 3.19 – Uso do Trim para aparar as sobras de linhas para além do perímetro da cons-
trução. Fonte: autor em AutoCAD 2016.
capítulo 3 • 75
Figura 3.20 – Dimensionamento dos ambientes usando o comando Rectangle. Fonte: autor
em AutoCAD 2016.
capítulo 3 • 76
Passo 6: Usando linhas, foram posicionados os vãos e dimensionadas as res-
pectivas larguras, nos quais iremos, posteriormente, inserir blocos de portas e jane-
las. O Trim nos auxiliará de novo para removermos as linhas do interior dos vãos.
Clique no comando Trim e depois nas linhas que serão os limites, no caso, as
laterais dos vãos. Pressione Enter e clique sobre as linhas que deverão desaparecer
da planta.
capítulo 3 • 77
Figura 3.23 – Desenho de esquadrias. Fonte: autor em AutoCAD 2016.
capítulo 3 • 78
Figura 3.24 – Procedimentos para desenho de uma porta de abrir. Fonte: autor em
AutoCAD 2016.
capítulo 3 • 79
Passo 8: Uma vez desenhadas as esquadrias, precisamos fazer as linhas de piso,
que indicam diferenças de nível no projeto. Mesmo em casas térreas, onde não há
escadas, os desníveis sempre existirão, pois áreas molhadas (cozinhas, banheiros,
lavanderias etc.), por exemplo, precisam ser mais baixas do que as áreas secas.
Além disso, ambientes que dão diretamente para áreas externas, sejam elas pavi-
mentadas ou não, costumam ter uma diferença de nível de pelo menos 15 cm para
evitar, dentre outros problemas, a entrada da água de chuva.
Figura 3.25 – Desenho das linhas de piso. Fonte: autor em AutoCAD 2016.
capítulo 3 • 80
Um dos equívocos mais comuns dentre os estudantes de engenharia e arqui-
tetura é quanto à definição da altura do texto. Ora aparecem enormes, ora quase
ilegíveis. Como referencial, segue a tabela, para utilização em desenhos que serão
plotados na escala 1:50.
Figura 3.26 – Altura mínima e altura máxima de textos utilizados em desenhos na escala
1:50. Xavier, 2011.
A mesma NBR 6492 também contém alguns símbolos essenciais para repre-
sentação gráfica arquitetônica, tais como as cotas de nível e setas indicativas do
sentido de corte. Veja:
N 00 0.10 2%
Figura 3.27 – Símbolos utilizados para indicação geográfica, cota de nível para projeções em
corte, cota de nível para projeções em planta e seta indicativa da inclinação do telhado. Dispo-
nível em: <http://rotadosconcursos.com.br/questoes-de-concursos/arquitetura/481677>.
capítulo 3 • 81
Figura 3.28 – Inserção de símbolos e textos. Fonte: autor em AutoCAD 2016.
capítulo 3 • 82
Existem dois comandos no AutoCAD que inserem textos. O primeiro deles
é o Dtext (Single Line Text) . Clique no comando e depois no ponto do
desenho em que você irá posicionar o texto. Especifique a altura, digitando o valor
ou clicando em outro ponto. Repare que, na medida em que você movimenta o
mouse, uma linha tracejada aparece, ela é a sua linha guia. Depois de definir a
altura, você dirá o ângulo de rotação do texto. Se ele estiver na horizontal, basta
digitar 0 ou clicar à direita do primeiro ponto, com o Ortho ligado. Para sair da
caixa de texto, pressione a tecla Esc. Para editar o texto, clique duas vezes sobre o
mesmo.
O segundo comando de inserção de textos é o MText (Múltiplas Linhas de
Texto) . Ao contrário do primeiro, este comando permite a redação de
textos com mais de uma linha. É ideal para informações mais extensas. Ao acionar
o comando, será aberta uma caixa de ferramentas para que você edite o tipo e al-
tura da fonte, sentido e alinhamento do texto, espaçamento entre linhas, parágrafo
etc. Definidas essas características, basta digitar o texto desejado. Para concluir
a ação, clique em Close Text Editor ou apenas clique fora da caixa de texto. Para
editá-lo, posteriormente basta clicar duas vezes sobre o mesmo.
Passo 10: Agora iremos inserir os blocos das peças sanitárias, cujo procedi-
mento é idêntico para blocos de qualquer natureza. Cada escritório costuma ter
bibliotecas com blocos padrão utilizados nos projetos, que podem ser compradas,
baixadas gratuitamente em sites especializados ou criadas por você. Os blocos são
um dos recursos usados para “humanizar” plantas. Em geral o cliente leigo só en-
tende uma planta depois que começa a enxergar seus móveis e peças fixas, como
pias, vasos sanitários, chuveiros etc.
capítulo 3 • 83
Figura 3.31 – Inserção de blocos na planta de estudo. Fonte: autor em AutoCAD 2016.
Caso você opte por baixar os blocos de algum site, muito provavelmente ele
virá “zipado” e será preciso descompactá-lo. Crie uma pasta no seu computador
para armazenar todos os blocos, separados por categorias (mobiliário, esquadria,
sanitário, vegetação etc.). No seu desenho, crie um layer para essas categorias, ou,
pelo menos um que receba todos os blocos.
Clique no comando Insert . Uma janela irá se abrir com os blocos mais
usados. A seguir, em More Options é possível carregar os demais que tenham sido
armazenados no computador.
capítulo 3 • 84
Figura 3.32 – Procedimentos para inserção de blocos. AutoCAD 2016.
Repare na janela à esquerda que você pode digitar o nome do bloco no pri-
meiro campo. É mais fácil, contudo, clicar em Browse e outra janela se abrirá, por
onde você acessa as pastas de arquivos do seu computador. Ao clicar em qualquer
bloco, uma miniatura do mesmo aparecerá ao lado direito. Clique em Open e ele
será selecionado.
Uma nova janela será aberta com atributos de escala. No entanto, não pode-
mos precisar em qual unidade o autor do bloco baixado fez o respectivo desenho.
Logo, deixe para escalonar depois de inserido na área de desenho. Clique sobre
o ponto base do bloco. Se o bloco estiver com dimensões adequadas ao desenho,
essa etapa estará finalizada. Mas é comum que o bloco ora fique minúsculo, ora
enorme. Nesse caso, você deverá selecionar o bloco e dar o comando Scale, por
meio do qual você pode aumentá-lo ou reduzi-lo quantas vezes quiser.
capítulo 3 • 85
Figura 3.33 – Inserção de hachura na planta de estudo. Fonte: autor em AutoCAD 2016.
Figura 3.34 – Tipos e cores de hachura sendo inseridas no desenho. Detalhe do desenho
com os demais layers acesos. Fonte: autor em AutoCAD 2016.
capítulo 3 • 86
No exemplo, selecionou-se a hachura sólida, mas existem outros, dentre os
quais você poderá escolher de acordo com o tipo de elemento a ser representado.
Evite o uso de hachuras gradientes, pois plantas são peças gráficas técnicas, cuja
legibilidade deve ser mais simples possível.
Além da hachura sólida, existem outros padrões constituídos por linhas dese-
nhadas de diferentes formas. Em função da unidade e da escala em que você esti-
ver trabalhando, pode ser que essas linhas fiquem ora muito próximas ora muito
distantes. Como evitamos alterar a escala do desenho, modificamos a escala da
hachura. Você pode fazer isso antes de inseri-la ou editá-la posteriormente. No
primeiro caso, basta, após clicar no comando Hatch, preencher o campo desta-
cado na tela, conforme imagem adiante. Caso você já tenha inserido a hachura,
clique sobre ela, e altere o valor do mesmo. Note a variação do espaçamento entre
as linhas no desenho. É possível alterar a escala de qualquer hachura, exceto o
padrão Solid.
capítulo 3 • 87
Passo 12: chegamos à última etapa de elaboração da planta, a inserção de
cotas. Para tanto, relembremos alguns termos para que consigamos configurá-las
da forma correta. Cada um dos componentes de cota reproduzidos na imagem a
seguir pode ser editado.
LINHA DE COTA COTA FINALIZAÇÃO
3.00
LINHA DE EXTENSÃO
capítulo 3 • 88
Para configurar um novo estilo de cota, considere as seguintes observações
acerca da aba Lines:
Figura 3.39 – Modificando estilo de cota: Lines. AutoCAD 2016 comentado pelos autores.
capítulo 3 • 89
Figura 3.40 – Modificando estilo de cota: Symbols and Arrows e Text. AutoCAD.
Na aba Fit, em geral não costumamos alterar nada. Por isso, passemos para
a próxima, Primary Units. Nessa aba, será definida a unidade em que o desenho
será cotado, para a qual costuma-se adotar a decimal. Também é importante que
seja definida a precisão da cota, isso quer dizer quantas casas decimais teremos.
Por exemplo: 2. Não há casa decimal. Se houve uma casa decimal, poderíamos
ter o valor 2.1; se fossem duas, 2.15 e assim por diante. Lembre-se de que caso o
valor em tela seja de 2.15 e a precisão da cota seja de apenas uma casa, a cota será
arredondada para cima, ou seja, o valor lido seria 2.2.
É também de extrema importância o controle do fator de escala. Caso haja de-
senhos em escala diferente, você pode criar cotas com fatores de escala diferentes.
Por exemplo, se o fator é 1, quer dizer que o valor em tela corresponde àquele em
cota. No entanto, pode-se ter um ambiente que no desenho exista valor X, mas
que será impresso em uma escala correspondente ao dobro das demais. Logo, o
valor em cota será 2X.
Nas demais abas, não há necessidade de fazer alterações. Crie um padrão de
cota para utilizar em seus trabalhos, de modo que você possa adotá-lo em todo
arquivo que abrir sem a necessidade de configurar tudo novamente.
capítulo 3 • 90
ESTUDO DE CASO
01. Desenhe a planta de um banheiro que tem 2,50 m de comprimento e 1,50 m de largura,
considerando que o mesmo será executado em alvenaria, com espessura de 15 cm acabada,
e deverá conter:
• Uma janela com 1,0 m de largura, 0,50 m de altura e peitoril de 1,60 m;
• Uma porta de 0,70 m de largura;
• Uma pia;
• Um vaso sanitário;
• Um box com duas duchas.
Resolução:
Passo 1: Dimensões do ambiente
a) Selecione o comando Line e clique num ponto da tela. Aponte o mouse para a di-
reita e digite o valor 2.50 (se for utilizar medidas em metros) ou 250 (se adotar valores
em centímetros). Casas decimais são separadas por “.”, ou seja, 2.50 e não 2,50. Agora
aponte o mouse para baixo e digite 1.50 ou 150, equivalente à largura do ambiente.
Posicione o mouse à esquerda e digite 2.50 ou 250 e depois clique sobre o ponto em
que o desenho foi iniciado para fecharmos o retângulo.
capítulo 3 • 91
b) Em vez do comando Line, é possível desenhar o mesmo objeto usando o comando
Rectangle. Clique no comando e depois sobre um ponto da tela. Digite “@2.5,1.5” ou
“@250,150” .
b) Caso você tenha usado o comando Rectangle, basta selecionar o comando Offset,
digitar o valor da espessura da alvenaria, pressionar Enter e clicar sobre um ponto fora
do objeto.
Passo 3: Demarcação das linhas de reboco
Ainda com o Offset, faremos a representação das linhas de reboco, para dentro da es-
pessura da alvenaria, com valor de 0.015 m ou 1.5 cm. Se você usou o comando Line, será
preciso unir os vértices do desenho com o Fillet, da mesma forma que o retângulo principal.
Tendo utilizado o Rectangle, isso será feito automaticamente. Faremos isso em ambas ares-
tas. As cores das linhas foram modificadas para atribuirmos diferentes espessuras de linhas,
considerando que a alvenaria, em branco, será a mais grossa, e a amarela, para reboco, mais
fina. Veja na ilustração adiante.
capítulo 3 • 92
e você terá a largura do vão delimitada. Selecione o comando Trim e depois as linhas que
você criou com o Offset. Pressione Enter e clique sobre os trechos de linha que deverão ser
removidos para o vão seja aberto.
Para o desenho do vão da porta, outra linha de referência será feita, tomando como
ponto base a extremidade da parede oposta à da janela. Para que a porta seja afixada cor-
retamente, precisamos afastá-la do canto. Esse afastamento recebe o nome de “boneca”.
Nesse caso, ele terá o valor de 0.1 m ou 10 cm. Para tanto, use o comando Offset, tal como
nas etapas anteriores. Com o mesmo comando, faça a largura do vão da porta, de 0.7 m ou
70 cm. Com o Trim, remova os trechos de linha que perpassam o interior do vão.
capítulo 3 • 93
Para fazermos as linhas da janela, usamos o Line, clicando em uma das extremidades do
vão e, em seguida, no lado oposto. Repita para fazer o mesmo na aresta interna da parede.
Depois, use o comando Offset para desenhar as linhas representativas da folha da janela.
Adotamos a espessura de 3 cm para essa folha, ou seja, se considerarmos que a alvenaria
tem 15 cm de espessura, basta darmos um Offset de 6 cm de cada lado. A folha da janela,
no entanto, está acima do plano de corte da planta, pois seu peitoril está a 1,60 m do chão.
Por isso, ela também deverá ser tracejada. Mude-a na barra de propriedades em Linetype.
capítulo 3 • 94
ATIVIDADES
02. (Prova Desenhista/Projetista – SAEG – VUNESP – 2015)
Entre as peças gráficas que compõem um projeto de arquitetura, a vista superior do
plano secante horizontal, localizado a, aproximadamente, 1,50 m do piso em referência,
é denominada
a) planta de edificação.
b) fachada.
c) planta de situação.
d) elevação.
e) planta de locação.
03. As linhas indicadas por A-A, B-B, C-C, D-D e E-E, representadas na planta a seguir,
representam
Planta Baixa
8.50 m
A B C
Banho
2.40 m
Dormir Dormir
3.55 m
3.55 m
7.50 m
E E
D D
3.50 m
Estar Cozinha
3.50 m
4.80 m 3.25 m
A B C
a) eixos estruturais.
b) linhas de cotas.
c) linhas de cortes.
d) lajes da casa.
e) indicação de fachadas.
capítulo 3 • 95
04. (Prova Arquiteto – EBSERH – INSTITUTO AOCP – 2015). Analisando a figura a seguir
e de acordo com as normativas de desenho técnico de projeto arquitetônico, quais são os
erros de representação gráfica?
C
.15 .15
1.00 4.50 .60
.80
J4
LAVABO
Piso cerâmico
SALA
Piso cerâmico
P3 Área: 18.27 m2
2.40
+.15 J1
A A
.80
P1
05. (Prova Arquiteto – AL-MT – FGV – 2013). O tipo de linha empregado para representar,
em planta baixa, uma esquadria de janela cuja base se situa a 2,20 m do piso é
a) o traço e ponto.
b) a linha contínua.
c) a linha pontilhada.
d) a linha sinuosa.
e) a linha tracejada.
capítulo 3 • 96
06. (Prova Desenhista – TJ-RS– FAURGS – 2012). A questão refere-se à tabela a seguir,
que apresenta a configuração de um arquivo para impressão.
Para criar três layers com o objetivo de representar, em uma planta baixa em desenho
técnico, as paredes cortadas, os degraus de uma escada em vista e a projeção da cobertura
acima do plano de corte, quais os melhores itens a serem utilizados, respectivamente?
a) Itens A, B e C. d) Itens H, D e A.
b) Itens C, B e A. e) Itens E, F e G.
c) Itens F, B e H.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHING, F. Técnicas de construção ilustradas. 2 ed. São Paulo: Bookman, 2001.
MONTENEGRO, G. Desenho arquitetônico. 3 ed. São Paulo: Editora Blücher, 1997.
XAVIER, S. Apostila de Desenho Arquitetônico. Universidade Federal do Rio Grande – Furg –
Escola De Engenharia – Núcleo De Expressão Gráfica, 2011. Disponível em: <http://www.pelotas.
com.br/sinval/Apostila_DA_V2-2012.pdf>. Acesso em: fev. 2017.
capítulo 3 • 97
capítulo 3 • 98
4
Reprodução
de um projeto
arquitetônico
de pouca
complexidade
Reprodução de um projeto arquitetônico de
pouca complexidade
OBJETIVOS
• Elaboração de planta baixa;
• Derivação e elaboração dos cortes e elevações a partir da planta baixa;
• Elaboração de plantas de situação e implantação.
Planta baixa
Figura 4.1 – Planta de residência térrea com indicação dos principais elementos gráficos.
Fonte: autor.
capítulo 4 • 100
Comece desenhando as linhas da alvenaria. Para reproduzirmos a planta ante-
rior em AutoCAD, essencialmente, iremos utilizar os comandos Line, Offset, Fillet
e Trim. Optamos por iniciar o desenho a partir do vértice inferior direito (indica-
do na figura 4.2), conforme os procedimentos a seguir elencados:
Observe a figura 4.1, à esquerda temos o cômodo a partir do qual iniciaremos
o desenho da residência, assim denominado Quarto 02. Selecione o comando Line,
clique sobre um ponto na tela e aponte o mouse para cima. Digite o valor da largura
do cômodo, equivalente a 285 cm ou 2.85 m. Aperte Enter e aponte o mouse para
a esquerda, digitando o valor do comprimento de 365 cm ou 3.65 m. Aponte agora
o mouse para baixo, inserindo o mesmo valor da largura e depois feche a forma,
clicando sobre o ponto inicial do desenho. Uma vez desenhado esse retângulo, ire-
mos inserir a espessura das paredes que o envolvem, utilizando o comando Offset,
com o valor de 15 cm. Clique no comando e digite o valor da espessura. Depois
clique sobre uma das linhas e posicione o mouse fora do retângulo, uma vez que o
cômodo deverá permanecer com as dimensões livres de 285 x 365. Aproveitando a
linha superior, iremos dar um novo Offset com a largura do banheiro, de 120 cm, e
depois um novo com a espessura da parede, de 15 cm. Una essas linhas horizontais
com um vertical (de 120 cm de extensão). Aproveite para dar um Offset equivalente
ao comprimento do banheiro, 250 cm a partir da linha vertical que você acabou de
fazer. Para completar, ainda utilizando o Offset, digite a largura do ""Quarto 01"",
de 235 cm, e a espessura das paredes de 15 cm. A partir do ""Quarto 01"", pode-
mos inserir a largura da cozinha/sala, equivalente a 275 cm, e seu comprimento de
570 cm. O espaço remanescente configurará a varanda, que tem um pilar em sua
extremidade esquerda, que deve ser alinhado às paredes externas e conter dimen-
sões de 15 cm x 15 cm. Use o comando Rectangle para fazê-lo.
Offset = 15
Offset = 15
Offset = 15
Offset = 15
Offset = 570
Offset = 15
285 285
Offset = 15
365
Figura 4.2 – Primeiros procedimentos para iniciar o desenho da residência, a partir dos co-
mandos Line, Offset e Rectangle. Fonte: autor.
capítulo 4 • 101
Dispomos de todas as dimensões necessárias para o desenho de cada um dos
cômodos. Para finalizarmos a representação da alvenaria, utilizaremos o comando
Fillet (XAVIER, 2011). Lembre-se de que o Fillet irá unir duas retas perpendicu-
lares, então se você clicar sobre uma linha horizontal referente à parede externa,
atente-se para clicar sobre a linha vertical também externa. Faça isso com todos
os cômodos, como ilustrado na figura 4.3, à esquerda. Repare que precisaremos
utilizar o comando Trim para aparar trechos de linhas e representar a continuida-
de da alvenaria, conforme orientado no capítulo 3. Na figura 4.3 estão indicados
esses trechos. Se porventura no seu desenho houver mais trechos que precisem
ser aparados, bastar selecionar o comando Trim, apertar Enter duas vezes e clicar
sobre os trechos de linha a serem removidos.
Finalizada a alvenaria, iniciaremos a marcação dos vãos de esquadrias. Para as
portas de abrir, deixaremos 10 cm de boneca (afastamento em relação à parede).
As portas dos quartos e da cozinha têm 80 cm de largura. A porta do banheiro
tem 60 cm de largura. Temos ainda a porta de entrada da casa, de correr e com
largura de 160 cm. As janelas da sala e dos quartos têm 200 cm de largura. A da
sala e do "Quarto 02" estão encostadas no canto esquerdo, então basta desenhar
uma linha e dar Offset em relação à largura. Já a janela do ""Quarto 01"" está cen-
tralizada. Para posicioná-la, verifique se o Midpoint, dentro das configurações de
Osnap, está ativado. Passe o mouse sobre a linha interna da alvenaria e verifique se
aparece um triângulo amarelo. Esse é o símbolo do Midpoint, ou seja, “ponto do
meio”. Ele indica o centro da linha. Caso ele não apareça, pressione Shift e clique
com o botão direito sobre a tela. Uma série de opções aparecerá. Escolha Osnap
Settings e, na janela que se abrirá, deixe ativado não apenas o Midpoint, mas tam-
bém outros comandos como Perpendicular, Center, Extension dentre outros que
lhe pareçam úteis.
capítulo 4 • 102
Agora iremos “abrir” os vãos cujos limites foram demarcados na etapa ante-
rior. Para isso, usaremos o Trim. Clique no comando e pressione Enter duas vezes.
Depois clique em todos os vãos que receberão portas e janelas. O seu desenho
adquirirá o aspecto da figura 4.4, à esquerda. Feito isso, desenharemos as linhas de
piso. Lembre-se de que áreas molhadas, como o são os banheiros, sempre devem
estar em um nível abaixo dos demais. Da mesma forma procede-se na varanda,
cujos limites definem o nível da casa e o nível do terreno. Na figura 4.4, ao centro,
estão desenhadas em vermelho todas as linhas de piso desta residência. Basta usar
o comando Line, unindo as extremidades de cada vão.
Agora podemos desenhar as portas e janelas, ou inserir blocos. Para fins didáti-
cos, adotaremos para a representação das portas de abrir a inserção de blocos. Já a
porta de correr da sala e as janelas serão desenhadas manualmente. Para isso, tenha
salvo em seu computador modelos de blocos de esquadrias. No capítulo 3, foi
apresentado os procedimentos para inserção de blocos. Retome-os caso necessário.
E lembre-se de que para inserção dos blocos, o Osnap precisa estar ligado para que
você os posicione precisamente sobre os vértices dos vãos previamente definidos.
As janelas podem ser desenhadas a partir dos comandos Line, Offset e Rectangle.
Atente-se para a necessidade de utilizar a linha tracejada na representação da janela
do banheiro, pois o peitoril da mesma está acima da linha de corte da planta.
Porta = 80 cm
Porta = 80 cm
Porta = 50 cm
Porta = 80 cm
O desenho está quase pronto! Faça a linha de projeção do telhado, cujo bei-
ral tem 60 cm de largura, utilizando-se de linha tracejada. Ainda falta inserir os
blocos de peças sanitárias, os textos indicativos dos ambientes, as legendas das
esquadrias, os símbolos de níveis e as cotas Lineares. Caso queira, preencha a al-
venaria com algum tipo de hachura condizente ao material. A planta deverá estar
semelhante àquela apresentada na figura 4.5.
capítulo 4 • 103
Aproveitando-se da mesma planta, copie-a e faça um retângulo sobre as linhas
de projeção do beiral. Depois apague as linhas e os textos para podermos fazer a
planta de cobertura. Veja como é simples: basta “limpar” a planta original e inserir
as informações sobre o sentido do caimento do telhado, uma hachura representa-
tiva da telha utilizada e o texto que informa a inclinação da mesma. Para passar-
mos para a próxima etapa, demarque as linhas de corte, atentando-se à especifici-
dade do traço em atendimento às normas da ABNT (MONTENEGRO, 1997).
B
805
-10
60
15
P4 J1
COZINHA
00
QUARTO 01
A = 6,46 M2 05
235
J3 PD = 3,05 M
A = 8,57 M2
BANCADA H = 90 CM
PD = 3 M
TELHA DE FIBROCIMENTO
CALHA
P2
15
PAREDE DE ALVENARIA
1 = 10%
H = 100 CM
J2
120
00
A BANHEIRO A
P3 250
820
ALTURA DA PLATIBANDA = 90 CM
15
P2
SALA
J1
05
PERIMETRO DA EDIFICAÇÃO
A = 10,73 M2
QUARTO 02
PD = 3 M
PROJEÇÂO DA COBERTURA
05
285
A = 10,40 M2
PD = 3 M
P1
00
J1
15
-10
60
Esc 1:50
Esc 1:50
Figura 4.5 – Finalização da planta da residência de estudo e de sua cobertura. Fonte: autor.
capítulo 4 • 104
logo, não será representado. Apague os demais elementos que sobrarem no dese-
nho, após o uso do comando Trim.
Desenhe o perfil da edificação, com os respectivos níveis, usando o comando
Line. Comece então a puxar as linhas da alvenaria. Lembre-se de que você só re-
presentará a espessura das paredes que estão sendo cortadas. Aquelas cujas quinas
estão sendo apenas vistas, deverão ser representadas apenas com a linha de sua
extremidade, como é o caso da parede do ""Quarto 01"". Depois, use o comando
Offset para definir o pé-direito. Na planta, temos a informação de que o pé-direito
da sala é equivalente a 3 m. Logicamente que considerando os desníveis dos am-
bientes molhados, a altura destes será maior. Sobre a linha de 3 m, dê um novo
Offset com a espessura da laje, de 10 cm.
Após definida a alvenaria e as lajes, puxe as linhas das esquadrias em corte (ja-
nela do banheiro e da sala) e em vista (porta da cozinha). Marque as alturas usando
Offset. Para as portas utilize altura de 2,10 m. Para a janela da sala, adote altura de
1,20 m e peitoril de 0,90 m. A janela do banheiro tem 60 cm de altura e sua linha
superior está alinhada aos demais vãos.
Uma vez demarcados os vãos, use o Trim para aparar as linhas da alvenaria
que receberão portas e janelas. Depois desenhe as folhas das mesmas e sentido de
abertura daquelas que estão em vista, como a porta do ""Quarto 01"". Insira um
tipo de hachura para as paredes e outro tipo para destacar as lajes de concreto. Faça
o desenho do telhado e da platibanda, com 90 cm de altura e finalize o desenho
inserindo cotas, textos e níveis.
capítulo 4 • 105
B
805
-10
60
15
P4 J1
COZINHA
00
QUARTO 01
A = 6,46 M2 05
235
J3 PD = 3,05 M
A = 8,57 M2
BANCADA H = 90 CM
PD = 3 M
P2
15
PAREDE DE ALVENARIA
H = 100 CM
J2
120
00
A BANHEIRO A
80
10
90
305
300
210
155
05
SALA BANHEIRO
00
Figura 4.7 – Finalização do corte AA da residência de estudo e de sua cobertura. Fonte: autor.
Elevações
Figura 4.8 – Processo de desenho das elevações da residência de estudo. Fonte: autor.
capítulo 4 • 106
Situação e implantação
N.M.
1600
700
260
Figura 4.9 – Procedimentos para desenhar a implantação da edificação, bem como a inser-
ção das mínimas informações necessárias. Fonte: autor.
capítulo 4 • 107
Para fazer a planta de situação, providencie o mapa dwg da região em que o pro-
jeto será desenvolvido, pois, agora, necessitaremos representar pelo menos os quar-
teirões ou quadras em volta do lote em questão, como mostram os exemplos adiante.
N
N
RUA 24
RUA 52
4 5 6 7 8 9
15
RUA
51
RUA
RUA 14
19 49
48
2 ÁREA VERDE 50
1 14 13 12 11 10
RUA
RUA 23
ESTUDO DE CASO
A partir das plantas a seguir, desenhe o corte AA e a elevação frontal, por onde se dá
o acesso da seguinte edificação. A altura do pé-direito está informada nos ambientes, bem
como as dimensões das esquadrias estão anotadas no esquema: largura x altura/peitoril.
capítulo 4 • 108
A seguir, apresentam-se os respectivos cortes e as elevações da planta da edifica-
ção apresentada.
capítulo 4 • 109
8,85
4,45
0,60
0,45
0,00
ELEVAÇÃO 01
ESCALA 1:75
ATIVIDADES
01. (Prova Analista Judiciário – Arquitetura – TJ-RO – Cespe – 2012) .
A A’ A A’
Planta Baixa Cobertura
Assinale a opção correspondente à visada dos planos de corte na planta baixa e cober-
tura, representados nas figuras apresentadas.
a) d)
b) e)
c)
capítulo 4 • 110
02. (Prova Técnico de Laboratório – Edificações – IFB – Funiversa – 2012) A NBR 6492
– representação de projetos de arquitetura fixa as condições exigíveis para a representação
gráfica de projetos de arquitetura, visando à sua boa compreensão.
Essa norma define os desenhos empregados na representação dos projetos de edifica-
ções: planta de situação, planta de localização, plantas baixas, cortes, fachadas e detalhes,
entre outros necessários para a mais completa representação da edificação.
A NBR 6492 prevê hachuras específicas para informar graficamente a respeito dos ma-
teriais de que os elementos representados são constituídos, como exemplificado na figura. A
figura é característica do elemento
a) madeira em vista.
b) mármore em vista.
c) argamassa.
d) concreto em corte.
e) granito em vista.
1
h = 1,30
capítulo 4 • 111
a) d)
b) e)
c)
04. (Analista em Trânsito – Área Arquiteto – Detran/RO – Idecan – 2014) Observe a planta
baixa de um projeto arquitetônico de uma edificação e, a seguir, os cinco cortes, demarca-
dos pelas linhas AA, BB, CC, DD e EE, na referida planta. Para efeito da elaboração desta
questão, a nomenclatura identificatória de cada corte foi suprimida e substituída por um nú-
mero de 1 a 5. Identifique cada corte, conforme sua localização na planta, relacionando sua
nomenclatura identificatória à numeração utilizada nesta questão. (Observação: os desenhos
encontram-se fora de escala.)
Planta Baixa
8.50 m
A B C
Banho
2.40 m
Dormir Dormir
3.55 m
3.55 m
7.50 m
E E
D D
3.50 m
Estar Cozinha
3.50 m
4.80 m 3.25 m
A B C
capítulo 4 • 112
Assinale a alternativa que apresenta corretamente a nomenclatura identificatória de
cada corte, conforme sua demarcação na planta, a numeração atribuída a cada um dos mes-
mos nesta questão.
a) Corte1: CC; Corte 2: DD; Corte 3: AA; Corte 4: BB; e, Corte 5: EE.
b) Corte 1: AA; Corte 2: CC; Corte 3: DD; Corte 4: EE; e, Corte 5: BB
c) Corte 1: AA; Corte 2: EE; Corte 3: BB; Corte 4: CC; e, Corte 5: DD.
d) Corte 1: EE; Corte 2: DD; Corte 3: CC; Corte 4: BB; e, Corte 5: AA.
e) Corte 1: CC; Corte 2: EE; Corte 3: AA; Corte 4: BB; e, Corte 5: DD.
05. (Técnico em Edificações – Inmetro – Cespe – 2010) Tendo em vista as normas técnicas
para desenho de planta de situação, planta baixa, cortes, fachadas e planta de cobertura,
assinale a opção correta.
a) Os desenhos de cortes devem apresentar a altura e largura das janelas, bem como a
altura de seu respectivo peitoril.
b) As cotas de nível são apresentadas tanto nos cortes, quanto na planta baixa de
uma edificação.
capítulo 4 • 113
c) A indicativa do norte nos cortes e elevações serve para auxiliar os estudos de implanta-
ção e localização.
d) Os cortes que passam por áreas molhadas devem conter o esquema hidráulico pertinente.
e) No anteprojeto de uma edificação, a planta de cobertura deve conter os eixos do projeto
e a distribuição e denominação dos compartimentos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHING, F. Técnicas de construção ilustradas. 2 ed. São Paulo: Bookman, 2001.
MONTENEGRO, G. Desenho arquitetônico. 3 ed. São Paulo: Editora Blücher, 1997.
XAVIER, S. Apostila de Desenho Arquitetônico. Universidade Federal do Rio Grande – Furg –
Escola De Engenharia –Núcleo de Expressão Gráfica, 2011. Disponível em: <http://www.pelotas.com.
br/sinval/Apostila_DA_V2-2012.pdf>. Acesso em: fev. 2017.
capítulo 4 • 114
5
Processos de
Impressão
Processos de Impressão
Mesmo com a crescente evolução do AutoCAD com melhorias e alterações na
interface, algumas das ferramentas e dificuldades dos usuários permanecem. Fora as
dificuldades naturais relacionadas com o desenho técnico, o assunto que mais gera
dúvida é a impressão e Plotagem de desenhos, desde a escala, até a configuração das
penas, que deve corresponder a uma espessura própria no desenho técnico, até mes-
mo a seleção da área que deve ser impressa, dentro dos Layouts de impressão.
A dificuldade nos processos de impressão é normal. No entanto, para estu-
dantes ou profissionais de engenharia, arquitetura e outras áreas que precisam do
desenho técnico, esse conhecimento é fundamental e obrigatório, já que muitas
vezes o produto final a ser entregue ao cliente será um projeto impresso e assinado.
Como já foi dito, muito profissionais não sabem imprimir um arquivo no
AutoCAD. Entretanto, a impressão é um processo simples. E, para isso, vamos
entender alguns conceitos antes da impressão:
Na aba Model há um ambiente
destinado à elaboração do seu projeto.
Como o próprio nome sugere, neste es-
paço “Modelamos” nossas ideias repre-
sentando-as graficamente. É onde nor-
malmente faremos nosso projeto. Figura 5.1 – Aba Model. AutoCAD 2016.
capítulo 5 • 116
ou seja, folhas muito grandes, ou que extrapolem as dimensões permitidas pela
impressora que você irá utilizar.
841 mm
52 mm105 mm 210 mm
420 mm
A8
A6
74 mm
A7
A4
A5
148 mm
A2
A3
297 mm
1189 mm
A1
594 mm
ATENÇÃO
É comum utilizarmos o termo “Plotagem”, em vez de impressão, pois, em
geral, projetos técnicos são apresentados em grandes formatos de folha, que não
são comportados pelas impressoras de uso doméstico, mas sim por Plotters de uso
profissional.
capítulo 5 • 117
OBJETIVOS
O objetivo deste capítulo é fazer o aluno compreender como o processo de impressão
funciona. O aluno deverá, ao término do capítulo, ser capaz de configurar o desenho para
impressão no AutoCAD, bem como salvar o arquivo em PDF.
Ao clicar na aba Layout1, você visualizará a tela reproduzida na figura 5.5. Note
que temos um retângulo contornando o desenho, que é chamado de Viewport.
Neste primeiro momento, para aprender o conceito, delete a Viewport.
capítulo 5 • 118
Figura 5.5 – Planta residencial a ser impressa na aba Layout. Disponível em: <http://qualifi-
cad.com.br/configurar-escala-de-impressao-Layout-e-Viewport/>. Adaptado pelos autores.
capítulo 5 • 119
Escala de impressão
Figura 5.7 – Configuração da escala de impressão na aba Layout. AutoCAD 2016 e dese-
nho dos autores.
É necessário respeitar essa correção ao inserir uma folha no Layout, ou seja, ela
terá que ser inserida em milímetros.
capítulo 5 • 120
Figura 5.8 – Inserção da folha no Layout. AutoCAD 2016 adaptado pelos autores.
Plot
Para imprimir este Layout1, temos várias formas de acessar a janela de Plotagem:
• Menu iniciar > Plot.
• Menu de acesso rápido, ícone da impressora.
• Digitar na linha de comando Plot e pressionar Enter ou manter pressio-
nado Ctrl e clicar na letra P.
capítulo 5 • 121
A figura 5.9 apresenta a janela de impressão do AutoCAD 2016. Nela, você
pode configurar tudo aquilo que for necessário para a melhor apresentação do seu
projeto. Observe que os campos já estão todos preenchidos com valores pré-con-
figurados para o arquivo. É possível reconfigurar todos os campos a cada impres-
são. No entanto, para facilitar o seu trabalho, sugerimos que você crie e salve sua
própria configuração de Layout, para ser utilizada sempre que haja impressões de
caráter semelhante.
Para que você possa configurar seu próprio Layout de impressão e salvá-lo para
uso posterior, você deve acessar o menu Page Setup. O local de acesso a esse menu
depende da versão do AutoCAD. Caso não o encontre, vá até a aba Layout1e
clique com o botão direito. Aparecerão várias opções, dentre as quais você selecio-
nará a opção Page Setup Manager.
Uma vez aberta a janela Page Setup Manager, escolha a opção Modify. A prin-
cípio, você pode achar que voltou para a janela de Plotagem. Mas na verdade, não.
Vamos entender melhor.
capítulo 5 • 122
Page Setup
A Page Setup do Layout é igual à janela Plot. No entanto, aqui, iremos apenas
configurar como ele deverá ser impresso.
Configurações
capítulo 5 • 123
Figura 5.12 – Seleção da impressora. AutoCAD 2016.
capítulo 5 • 124
Para melhor apresentar o seu desenho, centralize sua folha na área de Plotagem,
clicando na caixa Center the Plot.
Figura 5.16 – Configuração de escala. Ao Plotar pela aba Layout, não é necessário alterar
esse campo. AutoCAD 2016.
capítulo 5 • 125
Ajuste da escala do desenho no Layout
Vamos agora falar de unidade de medida, mas tome cuidado! Não estamos nos
referindo ao Drawing Units do AutoCAD, mas sim à unidade utilizada por você.
Isso é simples de descobrir, vamos aos exemplos:
Crie uma linha com o valor 1 de comprimento. No seu projeto esta linha tem:
• 1 m (metro)? • 1 cm (centímetro)? • 1 mm (milímetro)?
Assim, se a medida real de uma linha deve ser 1 m e no seu desenho a medida
também é 1, então você está diante de um desenho feito em metros. Agora, se
para a mesma linha, o valor medido é 100, então você tem um desenho feito em
centímetros. Então para que serve o Drawing Units do AutoCAD?
A função Drawing Units (botão Iniciar > Drawing Utilities > Drawing Units ou
digite na linha de comando UN) controla a precisão e o formato das coordenadas
capítulo 5 • 126
e ângulos do desenho. A unidade em si somos nós mesmos que definimos ao ela-
borar o desenho. Por exemplo, usualmente trabalha-se em metros, então:
• Para o valor de cinco metros digitamos 5:5 e pressionamos enter.
• Para o valor um metro e meio digitamos: 1.5 e pressionamos enter.
• Para o valor de meio metro digitamos: 0.5 ou 5 e pressionamos enter.
De acordo com a unidade, teremos que configurar uma escala adequada, dessa
forma o desenho será impresso corretamente na Viewport.
Versões do AutoCAD
Figura 5.19 – Apresentação das Viewports do AutoCAD 2009 até o 2012: o Menu Vie-
wports está dentro da aba VIEW. AutoCAD 2016.
Figura 5.20 – Apresentação das Viewports do AutoCAD 2012 ao 2014: Menu Viewports
está dentro da aba Layout. AutoCAD 2016.
Figura 5.21 – Apresentação das Viewports no AutoCAD 2015 e 2016: a aba Layout só
aparece se estivermos dentro de um Layout. AutoCAD 2016.
capítulo 5 • 127
Viewports
Figura 5.22 – Inserção do mesmo desenho na mesma folha, em escalas diferentes. Dispo-
nível em: <http://qualificad.com.br/configurar-escala-de-impressao-Layout-e-Viewport/>.
Iremos criar nossa própria Viewport, portanto, iremos deletar todos os ele-
mentos que vem automaticamente na Viewport do AutoCAD.
No menu Viewports, na aba superior, clique na opção Retangular. Iremos de-
senhar um retângulo de qualquer tamanho, que, ao ser finalizado, mostrará aquilo
que está desenhado na aba Model. No entanto, aqui, você apenas poderá visuali-
zá-lo. Para modificar tal conteúdo, você precisa retornar ao Model ou clicar duas
vezes dentro da área da Viewport.
capítulo 5 • 128
Figura 5.23 – Seleção da opção Retangular no menu Viewports. Disponível em: <http://
qualificad.com.br/configurar-escala-de-impressao-Layout-e-Viewport/>. Adaptado pe-
los autores.
capítulo 5 • 129
Figura 5.25 – Configuração de escalas de impressão. Disponível em: <http://qualificad.
com.br/configurar-escala-de-impressao-Layout-e-Viewport/>.
capítulo 5 • 130
No menu Edit Drawing Scales são exibidas todas as escalas previamente dis-
poníveis no software e aquelas criadas, eventualmente, por você. Para adicionar
uma nova escala, clique no botão Add. Na janela Add Scale, precisamos definir
três informações importantes: nome da escala, a unidade do papel e a unidade do
desenho.
Para inserir o nome da escala, que fica a seu critério, preencha o campo Name
appearing in Scale list. Em geral, adotamos os formatos de anotação mais comuns,
tais como 1:50, 1:100. Mas não se esqueça de que o AutoCAD já tem essas ano-
tações, só que para escalas configuradas em milímetros. Para não se confundir,
acrescente à frente a unidade de medida para a qual está sendo criada esta escala.
Assim, você poderá ter 1:50 metro, ou 1:50 m, no caso de escalas em metros. Ou
então, 1:100 cm, e assim por diante.
Ainda na janela Add Scale, agora precisamos inserir as informações sobre a
unidade do papel no campo Paper Units. Como as unidades que o AutoCAD usa
são, à princípio, milímetros, para inserir o valor delas, precisamos inserir valores
que façam a correspondência entre milímetros e a unidade de sua preferência,
metro ou centímetro. Assim, quem desenha em metros, deve inserir na unidade
do papel, o valor a 1000 (1000 mm = 1 m).
Por fim, temos o campo Drawing Units, no qual iremos inserir o valor de
redução da escala, ou seja, a unidade do desenho. Assim, se quisermos incluir a
escala 1:50 em metros, a janela do Add Scale deverá ser preenchida tal como ilus-
trado na figura 5.27 e ficará da seguinte maneira:
Figura 5.27 – Adicionando uma nova escala de impressão. Disponível em: <http://qualifi-
cad.com.br/configurar-escala-de-impressao-Layout-e-Viewport/>.
Apesar de você ter criado uma nova escala, a Viewport ainda não está confi-
gurada para ela. Para definir como escala da Viewport aquela que você acabou de
capítulo 5 • 131
criar, selecione novamente a Viewport e clique na lista de escalas, no canto inferior
direito da tela. Na lista de escalas, a sua deve estar lá, basta selecioná-la e a Viewport
será escalonada.
Agora devemos verificar se a Viewport e a escala estão corretas. Pode acontecer
de o desenho ficar menor do que a Viewport, ou o contrário. Para corrigir esse
problema, selecione a Viewport, de modo que os grips sejam ativados, e redimen-
sione-a até ela ficar do tamanho em que caiba o seu desenho. Também é possível
alterar o zoom do desenho, mas nesse caso a escala estaria sendo desconfigurada.
Para corrigir, basta selecionar a Viewport novamente e escolher a escala correta.
capítulo 5 • 132
que representam a identidade gráfica do escritório. Lembre-se de que projetos são
documentos e estes, quando finalizados, não devem ser editados por pessoas não
autorizadas.
As opções de salvamento de arquivos em PDF são encontradas junto às opções
de Plotter.
Para configurar o salvamento em PDF, defina o tamanho correto da folha
para que não fique sobrando ou faltando espaço. Caso você não use nenhum
dos formatos padrão, você pode criar um novo tamanho de folha, ou alterar as
configurações de alguma predefinida pelo programa. No campo Printer/Plotter
selecione a opção DWG to PDF, e depois clique em Properties. Será aberta a janela
Plotter Configuration Editor – DWG to PDF. Selecione a opção Custom Paper Size,
e clique em Add, como ilustrado na figura 5.29.
capítulo 5 • 133
Selecione a opção Start from scratch (começar a partir de um esboço) e clique
em "avançar". A janela de configuração do tamanho da prancha, reproduzida na
figura 5.30, solicita a inserção da largura e da altura da folha, cujos valores deste
exemplo equivalem a 845 e 595 (unidade apresentada em milímetros). Digitados
tais valores, clique em Avançar.
Figura 5.30 – Definição das dimensões de largura e altura da folha. AutoCAD 2016.
Uma vez definidas as medidas da folha, você precisar definir a área imprimível.
Caso você queira que toda a área da folha seja imprimível, então digite o valor 0
para todas as margens Top, Bottom, Left e Right. Clique em Avançar.
capítulo 5 • 134
Ao fazer as configurações anteriores, dê um nome à folha que você criou no
campo Paper Size Name. Esse formato estará sempre disponível para este e outros
arquivos sobre os quais você venha a trabalhar.
ATIVIDADES
01. (FCC / TRT – 11a Região (AM e RR) / Analista Judiciário – Arquitetura – 2012) Finali-
zado o desenho em AutoCAD, para exportar o projeto em PDF, deve-se clicar em
a) impressão > Plotar > impressora / Plotadora > PDF > tamanho do papel > o que Plotar
> janela > seleciona desenho > visualizar > ok > salvar em > nomear > salvar.
b) impressão > Plotar > impressora / Plotadora / publish to web PDF > tamanho do papel
> o que Plotar > janela > seleciona desenho > visualizar > ok > imprimir > ok.
c) menu > enviar > transmissão eletrônica > criar transmissão > selecionar arquivo > ok
> salvar em > nomear > salvar.
d) impressão > Plotar > impressora / Plotadora > PDF > tamanho do papel > o que Plotar
> janela > seleciona desenho > visualizar > ok > imprimir > ok.
e) salvar como > outros formatos > arquivos tipos > nomear > salvar.
capítulo 5 • 135
02. (CespE/ TJ-CE/ Técnico Judiciário – 2014). Caso uma prancha com desenhos técnicos
tenha sido montada em uma Viewport do programa AutoCAD e, após ajustes de escala pelo
Zoom Scale, se deseje configurar essa prancha para impressão, deve-se optar pela utilização,
na caixa de diálogo Plot, a escala de impressão, ou Plot Scale,
a) a opção Fit to paper.
b) configurada na Viewport.
c) 1:1.
d) 1:10.
e) 1:100.
03. (Cespe/ FUB/ Arquiteto – 2009). A compreensão dos conceitos básicos de informática
e da estrutura geral do programa AutoCAD é fundamental para que tais recursos compu-
tacionais possam ser utilizados dentro dos princípios conceituais que envolvem a produção
gráfica de toda documentação dos desenhos de arquitetura. A respeito do AutoCAD, julgue
os itens que se seguem.
O termo Model SPACE refere-se ao ambiente de trabalho destinado a organizar o arquivo
de desenho para impressão final.
( ) Certo ( ) Errado
05. (FCC/ TRF – 3a região/ Analista Judiciário – Arquitetura – 2007). Em relação aos
diversos ambientes para visualização, manipulação, edição ou controle de Plotagem do Au-
tocad, é correto afirmar que
a) Paper Space é o ambiente mais apropriado para se construir ou modificar o Modelo
usando comandos de desenho e edição.
b) Xref é um modo de exibição que permite criar múltiplas vistas de um desenho, muito
parecido com um programa de diagramação de páginas.
capítulo 5 • 136
c) o comando Viewports divide a tela em portas de visualização dispostas lado a lado ou
sobrepostas, podendo ser utilizado no Model ou no Paper Space.
d) Model Space é utilizado para arranjar as vistas do Modelo na tela, em preparação
para Plotagem.
e) o AutoCAD apresenta duas divisórias Layout quando se abre o arquivo, sendo recomen-
dável que não se ultrapasse esse número.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CHING, Francis D. K. Representação gráfica em arquitetura. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
BORGES, Gladys Cabral de Mello. Desenho geométrico e geometria descritiva: problemas e
exercícios. Porto Alegre: Sagra, 1999.
CHING, Francis D. K. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
SILVA, Arlindo et al. Desenho técnico moderno. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
FERREIRA, Patricia. Desenho de arquitetura. 2. ed. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2011.
RUGGIERI, Rene. SOIP – Sistema de Organização de Informações de Projetos. 151p. Disponível
em: <https://www.reneruggeri.com/artigos>. Acesso em: 15 mar. 2017.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MONTENEGRO, Gildo A. Desenho arquitetônico. 4. ed. São Paulo: Blücher, 2005.
OBERG, L. Desenho arquitetônico. 31. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1997.
BALDAM, Roquemar; COSTA, Lourenço. AutoCad 2015. Utilizando totalmente. 1. ed. São Paulo: Érica,
2012.
GABARITO
Capítulo 1
01.
F1 (F12) Dynamic Input: os dados aparecem junto ao cursor e não no command line.
F2 (F1) Help: abre a biblioteca de ajuda do AutoCAD.
capítulo 5 • 137
F3 (F10) Polar: usado para alinhar o objeto com outro objeto existente. Depende do
F11 ativo.
F4 (F3) Osnap: ativa as ferramentas de precisão.
F5 (F8) Ortho: o cursor cria objetos na horizontal, vertical e perpendicular.
F6 (F5) Plano isométrico da vista, muda a inclinação do cursor.
F7 (F6) UCS dinâmico, o UCS pode orientar-se para onde for.
F8 (F9) Object Snap Tracking: usado para alinhar o objeto com outro existente. Não
depende do F10 ativo.
F9 (F4) Snap: Restringe o movimento do cursor move-se na horizontal e verti-
cal apenas.
F10 (F7) Grid: malha de pontos.
F11 (F11) Tablet: usado para digitalização de uma área.
F12 (F2) Text Window: janela de texto que mostra o histórico dos comandos usados e
também os dados de um objeto listado.
02. Alternativa C.
O tamanho do arquivo não é alterado pela organização do desenho em camadas.
03. Alternativa D.
O Paper Space é a representação digital do papel no qual esse desenho será impresso,
por isso é nele que se prepara o projeto para a impressão final, colocando suas legendas,
anotações, tabelas, entre outros.
04. Alternativa C.
Um monitor de baixa resolução não irá melhorar a performance do AutoCAD. O reco-
mendado será usar um computador com os requisitos mínimos citados. Monitores de baixa
resolução só tornarão as imagens e espaços de trabalhos com uma qualidade inferior.
Capítulo 2
capítulo 5 • 138
Capítulo 3
01. Alternativa A
A planta de uma edificação é gerada a partir de um corte horizontal de altura entre 1,20
a 1,50 m do piso. A fachada, ou elevação, é uma projeção vertical externa. A planta de situa-
ção representa apenas o lote inserido no quarteirão. Não há representação da edificação. A
locação, ou implantação, representa apenas o perímetro externo da edificação sobre o lote.
02. Alternativa C
Veja que o tipo de linha utilizado em A-A, B-B, C-C, D-D e E-E é do tipo traço-ponto,
indicativa de cortes, seções internas verticais.
03. Alternativa D
O desenho apresenta textos referentes ao nome do ambiente, área quadrada e especifi-
cação de piso. Para as esquadrias, foi utilizada uma legenda de P1 e P3 para portas e J1 para
a janela. As linhas de corte, A-A e C-C, estão representadas corretamente, com linhas do tipo
traço-ponto, enquanto as linhas de cotas são contínuas. Quanto ao uso de linhas tracejadas,
estas podem representar contornos não visíveis por se situarem tanto em níveis inferiores à
linha de corte da planta quanto em níveis superiores. Há um erro na planta, contudo, pois o
símbolo de cota de nível representado é específico para cortes. O correto seria
04. Alternativa E
A linha tracejada é usada para representar contornos e arestas invisíveis por estarem
projetadas acima do plano de corte horizontal da planta, situado entre 1,20 m e 1,50 m.
05. Alternativa C
Para representar paredes cortadas, precisamos usar espessuras de linhas mais grossas.
Os degraus estão em vista, portanto, devem ser mais finos. Ambos se tratam de linhas contí-
nuas, pois são contornos visíveis. Já a cobertura se localiza acima do plano de corte da planta,
ou seja, acima de 1,50 m. Isso implica o uso de linha tracejada, Item H.
Capítulo 4
01. Alternativa E
Para identificar qual dos cortes está de acordo com aquele demarcado em planta, pre-
cisamos observar o sentido para o qual as setas nas extremidades da linha de corte estão
voltadas. Note que elas apontam para a parede que contém apenas uma janela. No entanto,
capítulo 5 • 139
as alternativas A e B têm representadas tal janela na extremidade oposta em relação àquela
da planta. Lembre-se de que para desenhar um corte, precisamos sempre “girar” a planta no
sentido em que o corte está apontado. Por isso, a alternativa correta é a E.
02. Alternativa D
De acordo com a NBR 6492, as hachuras a seguir são utilizadas para os respecti-
vos materiais.
03. Alternativa A
A linha de corte representada na planta passa sobre a parede de alvenaria à esquerda
e sobre a janela da parede direita. Elimina-se assim a alternativa B, que apresenta um corte
passando sobre duas janelas. Em vista, temos uma parede de 1,30 m de altura, que, na
alternativa C e D estão representadas com a mesma altura do pé-direito, sendo também
incorretas. A alternativa E apresenta uma linha a mais sobre a linha de 1,30 m dessa parede,
que deveria ser removida, além de representar a folha da porta ao fundo, o que não acon-
capítulo 5 • 140
tece. Esquadrias sempre são representadas fechadas nos cortes e nas elevações, estando
abertas, ou parcialmente abertas, apenas em planta. Portanto, a única representação correta
é a da alternativa A.
04. Alternativa E.
Para identificar a relação entre as linhas de corte e suas respectivas representações,
atente-se aos elementos que estão sendo cortados (paredes, janelas e portas) e aqueles em
vista (portas ao fundo). O telhado não é um elemento a ser considerado nessa questão, pois
não se tem a planta de cobertura.
05. Alternativa B
Embora as simbologias utilizadas para representação de níveis em planta e em corte
sejam diferentes – formas circular e triangular, respectivamente, em ambas peças gráficas é
obrigatória a presença dessa informação.
Capítulo 5
capítulo 5 • 141
ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES
capítulo 5 • 143
ANOTAÇÕES
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