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EDUCATIVAS EM MUSEUS?
Resumo
Este artigo apresenta uma reflexão acerca do livro didático de História regional, para
tanto, discorro sobre a importância do livro didático para o ensino aprendizagem das
diversas disciplinas e como este manual tem se consolidado, nas escolas brasileiras,
como material didático indispensável, promovendo até mesmo um programa nacional
para a sua distribuição. Adentro também nas questões sobre o ensino de História
regional para crianças, a importância do ensino de História para a formação da
identidade e da postura crítica reflexiva desde os primeiros anos do ensino fundamental.
Explicitamos também a importância das ações educativas em museus, para a construção
do conhecimento histórico regional ou local, e, como o livro de História regional de
Mato Grosso apresenta essa metodologia didática de ensino da Educação Patrimonial.
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Professora do Ensino fundamental da rede pública Estadual de Mato Grosso, Mestranda do
ProfHistória – Universidade Federal de Mato Grosso/UFMT, Licenciada em Pedagogia (2008) e
História (2016) pela Universidade Federal de Mato Grosso. E-mail:
juliana_pegmt@hotmail.com
1. O livro didático de História
A autora ressalta que muitas das críticas aos livros didáticos apontam para
deficiências de conteúdos, lacunas e erros conceituais ou informativas, mas que o
problema destas críticas e a concepção de que haja um livro didático ideal, capaz de
solucionar todos os problemas do ensino.
Por certo o livro didático torna-se então um instrumento complexo para análise,
pois em sua produção, circulação e consumo sofre intervenção de diversos sujeitos,
deste modo para compreendê-lo é necessário considerar estes aspectos peculiares que o
caracteriza como objeto de “múltiplas facetas”. De acordo com Munakata essas
intervenções fazem parte da materialidade do objeto livro, que o autor, assim o
descreve:
O livro é papel e tinta formando a mancha (a área impressa de
uma página); o que ali se imprime passa por edição e copidesque
(que muitas vezes introduzem alterações no Texto original),
revisão e preparação do texto, que, então, é organizado em
páginas (paginação), de acordo com um projeto editorial; as
páginas formam cadernos de um certo formato, que são
colocados ou costurados e encadernados, recebendo
procedimentos acabamento editorial e gráfico; para, finalmente,
ser distribuído, e (eventualmente) lido.
(Munakata, 2012, p. 184)
Observada a materialidade do livro didático, os aspectos que o caracterizam
como uma mercadoria, ligada a lógica da indústria cultural do sistema capitalista,
podemos compreender também o mercado consumidor deste livro: a escola.
Enveredando-se pela lógica do mercado podemos abrir um parêntese e refletir o
mercado consumidor de livros didáticos que se tornou o Brasil. Segundo (Freitas, 2009,
p. 08) o Brasil é o país que mais investe em compra de livros didáticos no mundo, são
mais de R$ 600.000.000,00 anuais, investidos na compra de exemplares.
O livro de História regional passou a fazer parte do PNLD em 2004, neste ano
41% dos 24 títulos apresentados para avaliação foram reprovados por não cumprirem os
parâmetros pedagógicos, editoriais e historiográficos. Já em 2007 o número de
exclusões diminuiu, mas segundo (Freitas, 2009) foram conservadas a tripartite colônia,
império, república, a ênfase na ação política institucional e personagens ilustres,
também não incorporaram nas edições as inovações historiográficas e pedagógicas.
Um dos fatores que explicam o fato dos livros não serem igualmente
distribuídos nas unidades da federação é a característica do livro como mercadoria e
como tal, muitos estados não são considerados espaços significantes mercadológicos,
portanto se explicaria o desestímulo para o investimento em História regional pelas
editoras.
O ensino de História nos anos iniciais não está há muito tempo nos currículos
escolares, a disciplina começou a ser discutida e introduzida nas séries iniciais nas
décadas de 1970 e 1980.
Conforme relata (Gil & Almeida, 2012) nos anos 1990 e 2000 o ensino de
história se tornou foco de estudos e grupos de pesquisas das universidades que se
debruçavam na construção dos conceitos fundamentais da História nos anos iniciais. Os
Parâmetros Curriculares Nacionais tiveram o objetivo de consolidar as noções e
conceitos das disciplinas, neste caso os da História como explica Bittencourt:
Ensinar História nos anos iniciais é uma tarefa que precisa ser planejada e
refletida, as autoras (Gil & Almeida, 2012) reiteram que a criança aprende História da
mesma forma que o historiador escreve a História, ou seja, com investigação que se
nutre de problematização e fontes.
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http://www.museus.gov.br/os-museus/ - Visitado em: 11 de dez/2016.
a consciência da identidade, da solidariedade e da partilha”, sendo de grande valia a
indicação de atividades nesses espaços pelo livro didático. Neste sentido, Zarbato
afirma a importância das práticas de valorização e divulgação do Patrimônio pelos
profissionais da educação:
Conclusão
Bibliografia
Cooper, H. (2012). Ensino de História na educação infantil e nos anos iniciais: um guia para
professores. Curitiba: Base Editorial.
Freitas, I. (2009). História regional para a escolarização básica no Brasil: o livro didático em
questão. São Cristovão: UFS.
Gil, C. Z., & Almeida, D. B. (2012). Práticas Pedagógicas em História: espaço, tempo, e
corporeidade. Erechim: Edelbra.
Munakata, K. (set/dez de 2012). O livro didático: alguns temas de pesquisa. Rev. bras. educ.,
12(3), 179-197.