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Para esta classificação foram considerados fatores como: impedâncias ambientais, similaridades
socioeconômicas, perspectivas de integração e de inter-relacionamento (a antiga noção de “corredores de
transporte”) assim como funções de transporte, identificadas a partir da análise de custos em relação aos
principais portos concentradores de carga do país
Deste modo, a atuação do governo através desses vetores logísticos
delineados será orientada em conformidade com as principais frentes explicitadas a
seguir:
AEP – “Aumento da Eficiência Produtiva em Áreas Consolidadas”, que
tem como foco o abastecimento e o escoamento em áreas mais desenvolvidas (aumento
de capacidade rodoviária, dragagem e administração de conflitos entre ferrovias e o
espaço urbano);
IDF – “Indução ao Desenvolvimento de Áreas de Expansão de Fronteira
Agrícola e Mineral”, que atuará apoiando principalmente a expansão da fronteira
agrícola na Região Centro-Oeste e em áreas de exploração mineral (recuperação,
reconstrução de rodovias e implantação de novos eixos ferroviários);
RDR – “Redução de Desigualdades Regionais em Áreas Deprimidas”,
que almeja, através da implantação de infraestruturas (que atuem enquanto
externalidades positivas), favorecer o desenvolvimento de regiões deprimidas como a
recuperação da malha viária e a adequação de portos;
IRS – “Integração Regional Sul-Americana”, que busca melhorar a
fluidez das infraestruturas rodoviárias através da construção de pontes em áreas de
fronteira.
Neste ínterim, o fim do problema dos gargalos do qual o sistema rodoviário
padece deverá ocorrer com investimentos em ferrovias e em hidrovias, principalmente
direcionadas a atenderem às IDF, áreas de economia primárias. Trata-se de uma medida
estratégica, pois mais de 50% das cargas transportadas pelas rodovias são do tipo cargas
gerais, isto é, cargas provenientes de áreas de economia primária que poderiam ser
escoadas através da consolidação de outros modais. Em consequência deste feito, os
gargalos que as rodovias enfrentam devem ser apaziguados devido à redução de
toneladas de carga geral que circulam pelas mesmas, elevando por sua vez a fluidez nas
áreas economicamente dinâmicas (AEP).
Já devido à desoneração do Estado através das concessões, o mesmo poderá
atuar realizando a manutenção de vias que não são passíveis de exploração econômica.
Estes melhoramentos podem atuar enquanto externalidades positivas, pois se trata de
injeção de investimentos em capital fixo que representam o incremento de vantagens
comparativas a regiões menos dinâmicas. Desta maneira seria possível contribuir para
reduzir as desigualdades regionais (RDR) através de investimentos em infraestrutura,
embora seja perspicaz alertar que o transporte se trata de uma das condições gerais de
produção mais relevante. Caso o planejamento deste não ocorra atrelado a uma política
global que busque alternativas para dinamizar o setor produtivo da região em questão,
os efeitos serão pouco representativos.
Já a tão sonhada integração com o MERCOSUL (Mercado Comum do Sul)
deverá ocorrer levando-se em consideração a regionalização proposta pelo grupo criado
durante a “Cúpula Sul-Americana” em Brasília, no ano de 2000. O IIRSA (“Grupo de
Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana”) tem enquanto objetivo a
resolução de problemas infraestruturais (transporte, energia e telecomunicações),
jurídicos, socioculturais e ambientais, que terá no modal rodoviário a sua principal
estratégia de integração, pois devido à proximidade dos países membros do bloco e a
diversidade de cargas que circulam entre os países membros, o transporte rodoviário
ainda parece ser a forma mais ideal para promover a fluidez no âmbito do bloco. Sendo
assim, a atuação do governo brasileiro se concentra na construção de pontes em áreas de
fronteiras para efetivar a ligação do sistema rodoviário nacional com os países vizinhos.
Ao levar em consideração as diversas variáveis explicitadas, pode-se auferir
que o planejamento dos transportes do país destinará um enfoque diferente do que o que
ocorreu na década de 1980 e de 1990, momento em que o planejamento do sistema
viário se restringiu à manutenção e à expansão - embora em pequena escala - dos
sistemas de engenharia localizados em áreas economicamente mais dinâmicas, como a
fachada Atlântica, que representa uma das maiores ocupações, e mercado consumidor é
modificado. Visto que a partir da década de 1990, devido à entrada do capital
coorporativo no campo e à emergência da monocultura, essas áreas de economia
primária e de produtos agroindustriais de recente ocupação passam a angariar maior
inserção no comércio exterior e encontram dificuldades para realizarem o escoamento
das mercadorias do interior do continente em direção aos portos.
Figura 02: Tipologias de produtos que lidera a produção regional
Referências Bibliográficas
Ficha bibliográfica:
SOUZA, Vitor Helio Pereira de. O transporte rodoviário no Brasil: algumas tipologias da
viscosidade. La planificación territorial y el urbanismo desde el diálogo y la participación.
Scripta Nova. Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales. [En línea]. Barcelona:
Universidad de Barcelona, 1 de agosto de 2010, vol. XIV, nº 331
(21). <http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-331/sn-331-21.htm>. [ISSN: 1138-9788].