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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

RESENHA DA 2ª PARTE DA OBRA “FORMAÇÃO DO BRASIL CONTEMPORÂNEO”


PRADO JR., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. 13. ed. São Paulo: Companhia das Letras,
1973.

SÃO PAULO
2019
Nome: Erick Yuji Yamachi
Disciplina: História do Brasil Colonial II
Professor: Dr. Pedro Puntoni

Economia

O desdobramento relativo ao sentido da colonização brasileira traz à luz elementos


que permitem entender o caráter da economia colonial, qual seja o fornecimento ao
comércio europeu a partir da produção de alguns gêneros tropicais ou minerais, além da
produção de gêneros referentes à base da riqueza e da ação na colônia. Leva-se em conta,
nesse sentido, a utilização da produção em grande escala e com o emprego majoritário de
mão de obra escrava, na medida em que boa parte dos colonos eram de origem fidalga
(afinal, a metrópole não detinha população suficiente para abastecer a colônia). Em um
primeiro momento, os referidos escravos são de origem autóctone, posteriormente
substituídos pelos africanos escravizados e traficados ao Brasil; e, no tocante à economia,
os três pilares em que se fundaram as empresas na economia dita brasileira, que são: a
monocultura, a mineração e o extrativismo.
A fonte que recebe um destaque relevante em decorrência da questão do
povoamento no que seria posteriormente o Brasil é “The Atlantic Migration”, de Marcus Lee
Hansen, publicada em Cambridge (Massachusetts), no ano de 1941.

Grande Lavoura

Diferentemente da curta importância que deteve o pau-brasil e o esgotamento


concernente às jazidas, a agricultura ganhará papel de destaque. O algodão, plantado entre
Minas Gerais e Bahia, detém grande relevância em função do aumento dos preços,
ganhando importância unicamente a partir desse momento. Por outro lado, coloca-se a
questão da fecundidade dos solos paulistas, que permitiram o sobressalto do café, sempre
tendo em mente o uso da água e da força motriz proporcionada pelo gado no que tange às
moendas, além de se tratar de uma exceção no ponto de vista da agricultura em razão da
baixa produtividade.
Ainda que fosse o ponto nevrálgico da economia colonial, a monocultura embocava
a agricultura de subsistência, tornando-a relevante apenas subsidiariamente. O processo de
ocupação do litoral deu-se em decorrência da plantação de cana-de-açúcar, sendo seguido,
em questão de importância e de ocupação territorial, pelo algodão, pelo tabaco e somente
num momento posterior pelo café.
A fonte enfatizada foi a obra de Luís dos Santos Vilhena, “Recopilação de notícias
soteropolitanas e brasílicas contidas em XX cartas”, cuja publicação deu-se em 1927 pela
Imprensa Oficial do Estado da Bahia.

Agricultura de subsistência

É feita uma distinção - entre consumo interno e favorabilidade na exportação dos


produtos agrícolas - pautada na razão de ser de cada produto em questão. A produção de
arroz e de algodão apresenta relevância tanto no sentido de exportação quanto no consumo
interno, mas algumas culturas como as de milho e de mandioca detêm relevo unicamente
de subsistência. Observa-se, além do mais, que no mais das vezes a agricultura de
subsistência acompanha a produção destinada à exportação, havendo uma exceção no
caso do bom abastecimento da capital da colônia, na medida em que grande parte dos
locais sofria com a insuficiência alimentar como regra.
Henri Koster, em “Voyages pitoresques, scientifiques et historiques en Amérique,
Brésil, em seu volume II, publicado inicialmente em Paris, no ano de 1846, foi uma das
fontes que apresentaram peso na descrição do traçado da agricultura de subsistência.

Mineração

Quanto à mineração, Prado Jr. acentua a falta de recursos técnicos e materiais,


razão pela qual se tornou cada vez mais complicado o prosseguimento das escavações nas
camadas mais profundas do solo, somando-se a isso a ignorância dos mineradores acerca
do ofício - o que motivou o autor a apontar que não se tratava de uma aventura passageira
e que logo abandonava o local de prospecção. Refere-se, além do mais, à estrutura da
Intendência, cujo hibridismo de funções importava em confusões na medida em que o
mesmo órgão administrativo também era tribunal de primeira e de última instâncias, além de
fiscal e de órgão técnico responsável, em tese, pela orientação e fomento da produção.
Quanto às técnicas, utilizava-se, se pudermos apontar desse modo, a faiscação para
a extração de ouro, visto que não demandava enorme conjunto técnico para sua realização
e, também, o uso do aluvião. Por fim, observa-se que aos diamantes relegava-se sua
relevância a segundo plano.
Por conta da relevância do papel das Minas Gerais na extração de metais preciosos,
alude-se ao segundo tomo da obra “Memória sobre a capitania de Minas Gerais, seu
território, clima etc”, publicada em 1799 pela RIHB.

Pecuária

É na pecuária que reside uma das bases alimentares da colônia em função da


escassez da dieta ordinária e do nível técnico deficiente; esta se faz no sertão, sendo a
única atividade que detém importância além da produção destinada à exportação. O gado é
deixado praticamente livre na natureza e, em relação às construções, essas são toscas e se
resumem a currais e casas de vivenda. Afora a carne, utilizava-se o leite para consumo
interno (com a consequente produção grosseira de queijo - não havendo utilização da
manteiga). Já, no tocante à exportação, o couro detinha notoriedade, não se destinando a
carne a esse propósito.
A fonte que pode ser posta em evidência é a obra “Roteiro do Maranhão a Goiás
pela capitania do Piauí”, publicada pela RIHB, nº 62, tomo I.

Produções extrativas

Observa-se que as atividades extrativas constituíram a vida econômica local,


trazendo elementos como cravo, canela, castanha, etc, além da madeira. Além do mais,
Prado Jr. coloca a possibilidade de aproveitamento indígena em função da “originalidade
amazonense”, por meio da penetração da floresta/rios a fim de colher produtos e a
condução de embarcações, na medida em que se tratava do único meio de locomoção. É
posta a questão relativa ao sal e ao salitre, na região do médio São Francisco e nas serras
de Montes Altos e Rio Verde na Bahia. Por fim, enfatiza-se a importância da produção de
erva-mate na região do Paraná e nos Campos Gerais do sul da colônia.
Nota-se, nesse sentido, a importância da obra “Viagem pelo Brasil”, tomo III, de von
Martius e de von Spix, publicada no Rio de Janeiro, em 1938.

Artes e indústria

Prado Jr. enfatiza que houve um atraso na formação de uma indústria nacional, em
decorrência da política metropolitana. No entanto, ofícios surgem até mesmo fora dos
centros urbanos a partir dos artesãos ambulantes que iam de porta a porta oferecer os
respectivos serviços, auxiliados, no mais, por escravos. É dada uma ênfase à metalurgia,
que obteve mais sucesso que a produção de tecidos, dando seus primeiros passos (a
indústria) efetivamente no início do século XIX.
Há uma ênfase dada ao “Notes on Rio de Janeiro and the southern parts of Brazil,
taken from 1808 to 1819”< inicialmente publicado em Londres, no ano de 1820.

Comércio

É enfatizado que o comércio deriva diretamente da colonização enquanto


organização voltada à produção de gêneros tropicais e metais preciosos direcionados ao
mercado internacional. Quanto ao circuito geográfico, as colônias vizinhas ao Brasil não
ofereciam condições favoráveis a um intercâmbio, na medida em que se assemelhavam
entre si; por consequência, observa-se que o comércio pela via terrestre detém menor
relevância que a marítima, pautada no privilégio legal português (que, no entanto, não era
capaz de excluir a prática de contrabando). Em relação às mercadorias, em grande medida
pautava-se nos gêneros tropicais e no ouro/diamante.
A fonte em que se baseia parte deste subtópico é a “Correspondência de várias
autoridades e avulsos. Capitania do Rio de Janeiro”, publicada pela RIHB, nº 63, tomo I.

Vias de comunicação e transporte

No que concerne às vias de penetração territorial, estas envolveram uma articulação


entre litoral e interior, apesar de se tratar de vias independentes entre si, constituindo o que
Prado Jr. aponta como pequeno sistema autônomo. Entre os caminhos abrangidos pelo
interior, menciona-se o do território entre Maranhão e Bahia (penetração da costa leste a
oeste); o percurso envolvendo a região do atual Goiás e Mato Grosso, direcionando-se ao
vale amazônico e seus tributários (sempre por meio do fluxo dos rios); por fim, há o sistema
que liga a região Sul, que envolve o Rio Grande do Sul. Nesse sentido, a cabotagem é o
meio que permeia toda articulação dos sistemas de comunicação
Prado Jr. ilustra ainda as comunicações a região das Minas Gerais, perpassando
pela Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo; o Mato Grosso também segue enquanto via
terrestre plausível, passando pelo Goiás; a do Tapajós passa para Mato Grosso; por último,
o caminho mencionado envolve o do extremo Sul. Observa-se, também, que a economia
relativa à construção e o limite do trafegável eram o duplo utilizado a fim de entender os
movimentos em direção ao interior do país, havendo uma guinada nas comunicações
internas a partir da introdução do vapor na navegação.
A obra de Von Martius, em “Viagem pelo Brasil”, tomo II, publicado no Rio de Janeiro
em 1938, possivelmente foi a fonte principal do país em decorrência dos traçados internos
possibilitados a partir das referidas viagens e dos relatos do autor.

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