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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUI

CRISTIAN PETRY

ESTUDO DA CAPACIDADE DE CARGA E RECALQUE DO SOLO

RESIDUAL DA CIDADE DE PANAMBI - RS

Ijuí
2018
CRISTIAN PETRY

ESTUDO DA CAPACIDADE DE CARGA E RECALQUE DO SOLO

RESIDUAL DA CIDADE DE PANAMBI - RS

Trabalho de Conclusão de Curso de


Engenharia Civil apresentado como requisito
parcial para obtenção do título de Engenheiro
Civil.

Orientador: Professor Mestre Carlos Alberto Simões Pires Wayhs

Ijuí /RS
2018
CRISTIAN PETRY

ESTUDO DA CAPACIDADE DE CARGA E RECALQUE DO SOLO

RESIDUAL DA CIDADE DE PANAMBI - RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de
ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo
membro da banca examinadora.

Ijuí, 20 de dezembro de 2018

Prof. Carlos Alberto Simões Pires Wayhs

Mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Orientador

Prof. Lia Geovana Sala

Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Paula Prediger

Mestre pela Universida de Passo Fundo


A todos que fizeram parte destra trajetória e me
apoiaram até aqui.
AGRADECIMENTOS

Aos meus familiares pelo apoio em toda trajetória de graduação, incentivando a busca
pelo conhecimento, por acreditar que ele pode fazer a diferença. Por ter me proporcionado a
oportunidade de estar concluindo o curso de Engenharia, que se torna a profissão em que se
pretende atuar. Eternamente gratos a vocês.

Aos professores e colegas de graduação por proporcionar momentos de discussão e


aprendizado. Em sua maioria momentos que jamais deixarei de lembrar, foi uma honra
compartilhar de momentos com todos.

A empresa Cotripal Agropecuária Cooperativa, que gentilmente cedeu o local para a


realização do ensaio. A MINERAG por disponibilizarem os ensaios de sondagens SPT
utilizados neste trabalho. A empresa Dal Forno Terraplenagem por ceder o maquinário e
operador no dia da realização dos ensaios.

Ao grupo PET – Programa de Educação Tutorial por ter auxiliado na pesquisa, ao


LEC – Laboratório de Engenharia Civil por ceder o espaço e equipamentos necessários à
realização de todos os ensaios necessários.

Ao meu orientador Prof. Me. Carlos Wayhs pela oportunidade de desenvolver esta
pesquisa em conjunto, dando suporte com todos seu conhecimento em engenharia de
fundações e mecânica dos solos.
Não desista nas primeiras tentativas, a persistência é
amiga da conquista.

Bill Gates
RESUMO

PETRY, Cristian. Estudo da capacidade de carga e recalque do solo residual da cidade de


Panambi - RS. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil,
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2018.

Esta pesquisa visa estudar o comportamento do solo residual da cidade de Panambi, quanto a
sua capacidade de carga e recalque, através da realização de ensaios em campo, como o
ensaio de placas e SPT. A fim de obter conhecimento sobre as propriedades e características
do solo estudado, foram realizados ensaios de caracterização granulométrica em laboratório.
Através dos ensaios de prova de carga sobre placa foi possível reproduzir o comportamento
de uma fundação real, permitindo analisar através de uma curva tensão x recalque, os valores
das tensões para o solo estudado. Dentre os resultados apresentados nesta pesquisa, destaca-se
a comparação dos valores obtidos em campo, com métodos teóricos e semi-empíricos, por
metodologias apresentadas nesta pesquisa.

Palavras-chave: Ensaio de placa. Tensão admissível. Recalques.


ABSTRACT

PETRY, Cristian. Study of the load capacity and repression of the residual soil of
Panambi - RS. 2018. Course Completion Work. Civil Engineering Course, Regional
University of the Northwest of the State of Rio Grande do Sul - UNIJUÍ, Ijuí, 2018.

This research aims to study the reaction of the residual soil of the city of Panambi, as well as
its load and repression capacity, through field trials such as the test of slab and SPT. In order
to obtain knowledge about the properties and characteristics of the studied soil, laboratory
tests were carried out on granulometric characterization. Through the tests of load test on slab
it was possible to reproduce the behavior of a real foundation, allowing to analyze through a
tension x stress curve, the values of the tensions for the studied soil. Among the results
presented in this research, it is possible to highlight the comparison of the values obtained in
the field, with theoretical and semi-empirical methods, by methodologies presented in this
research.

Keywords: Slab test. Permissible voltage. Repression.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Tipos de solo e rocha origem ........................................................................ 19


Figura 2: Perfil solo residual ........................................................................................ 20
Figura 3:Fundação superficial e profunda .................................................................... 20
Figura 4:Fundação superficial e profunda .................................................................... 21
Figura 5:Principais fundações profundas ..................................................................... 22
Figura 6: Equipamento de sondagem a percussão (SPT) ............................................. 23
Figura 7: Etapas na execução do SPT .......................................................................... 24
Figura 8: Sistema de execução ensaio de prova de carga sobre placa .......................... 27
Figura 9: Sistema de reação .......................................................................................... 27
Figura 10: Curva pressão x recalque ............................................................................ 28
Figura 11: Camada compressível não solicitada .......................................................... 28
Figura 12: Cuidados na interpretação de resultados ..................................................... 29
Figura 13: Localização ensaio de placa ........................................................................ 29
Figura 14: Fases dos deslocamentos (recalques) ......................................................... 30
Figura 15: Ruptura geral .............................................................................................. 31
Figura 16: Ruptura local .............................................................................................. 31
Figura 17: Ruptura por puncionamento ....................................................................... 32
Figura 18: Sapata de concreto armado embutida no solo ............................................ 33
Figura 19: Curvas típicas tensão x recalque ................................................................ 34
Figura 20: Fatores capacidade de carga ....................................................................... 35
Figura 21: Fatores de forma......................................................................................... 36
Figura 22: Determinação do peso específico dos solos argilosos ............................... 37
Figura 23: Determinação da coesão............................................................................. 37
Figura 24: Estimativa de ............................................................................. 39
Figura 25: Gráfico tensão x recalque ........................................................................... 41
Figura 26: Gráfico tensão x recalque para ruptura geral e local .................................. 41
Figura 27: Fluxograma ................................................................................................. 46
Figura 28: Mapa do Rio Grande do Sul com localização Panambi .............................. 47
Figura 29: Imagem aérea localidade estudada .............................................................. 48
Figura 30: Layout localização ensaios ......................................................................... 49
Figura 31: Equipamentos utilizados no ensaio ............................................................. 50
Figura 32: Macaco Hidráulico ...................................................................................... 50
Figura 33: Conjunto montado com placa de 30cm ....................................................... 51
Figura 34: Conjunto montado com placa de 48cm ....................................................... 51
Figura 35: Escavadeira utilizada como sistema de reação. .......................................... 52
Figura 36: Limpeza e Nivelamento da superfície. ........................................................ 52
Figura 37: Nivelamento placa 30cm. ............................................................................ 53
Figura 38: Instalação da régua de referência ................................................................ 53
Figura 39: Relógio Deflectômetro. ............................................................................... 54
Figura 40: Curva granulométrica do solo de Panambi. ................................................ 57
Figura 41: Gráfico do ensaio do limite de liquidez. ..................................................... 58
Figura 42: Gráfico do ensaio de compactação.............................................................. 59
Figura 43: Gráfico tensão x recalque – Placa de 30 cm. .............................................. 60
Figura 44: Curva adimensionada – Placa de 30 cm. .................................................... 62
Figura 45: Gráfico tensão x recalque – Placa de 48 cm. .............................................. 62
Figura 46: Curva adimensionada – Placa de 48 cm. .................................................... 63
Figura 47: Ruptura por puncionamento – Placa de 30 cm. .......................................... 65
Figura 48: Ruptura por puncionamento – Placa de 48 cm. .......................................... 66
Figura 49: Gráfico SPT incial e final............................................................................ 67
Figura 50: Gráfico menor SPT e médio........................................................................ 68
Figura 51: Coeficiente de Poisson. ............................................................................... 70
Figura 52: Gráfico métodos tensão admissível (kPa) – Placa 30cm ............................ 74
Figura 53: Comparação valores recalque ..................................................................... 75
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Relação de valores ............................................................................. 26


Tabela 2: Tensões básicas rocha solo ........................................................................... 40
Tabela 3: Relação entre abertura de fissuras e danos em edifícios .............................. 43
Tabela 4: Fatores de forma ........................................................................................... 44
Tabela 5: Leituras obtidas a partir do ensaio de campo – placa 30 cm ........................ 60
Tabela 6: Leituras obtidas a partir do ensaio de campo – placa 48 cm ........................ 60
Tabela 7: Valores tensão admissível do solo (kPa) – placa de 30 cm .......................... 65
Tabela 8: Valores tensão admissível do solo (kPa) – placa de 48 cm .......................... 65
Tabela 9: Valores ensaio SPT....................................................................................... 67
Tabela 10: Valores tensão admissível do solo (kPa) - Terzaghi – placa de 30 cm ...... 69
Tabela 11: Valores recalque do solo............................................................................. 71
Tabela 12: Comparação valores tensão admissível ...................................................... 73
LISTA DE SIGLAS

AASHTO Association of State Highway and Transportation

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CPT Cone Penetration Test

IRP Índice de resistência à penetração

LEC Laboratório Engenharia Civil

NBR Norma brasileira

PET Programa de Educação Tutorial

SPT Standard Penetration Test

SUCS Sistema Unificado de Classificação do Solo

TCC Trabalho de Conclusão de Curso

UNIJUÍ Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 13

1.1 Contexto ........................................................................................................... 14

1.2 Problema .......................................................................................................... 15

1.2.1 Questões de Pesquisa ........................................................................................ 16

1.2.2 Objetivos de Pesquisa ....................................................................................... 16

1.2.3 Delimitação ....................................................................................................... 17

2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................... 18

2.1 Formação e classificação do solo .................................................................... 18

2.2 Fundações......................................................................................................... 20

2.2.1 Fundações Superficiais...................................................................................... 21

2.2.2 Fundações profundas ......................................................................................... 22

2.3 Prospecção geotécnica ..................................................................................... 22

2.3.1 Standard Penetration Test (SPT) ....................................................................... 23

2.3.2 Relações de valores NSPT ................................................................................ 25

2.3.3 Ensaio de placa .................................................................................................. 26

2.4 Modos de ruptura ............................................................................................ 30

2.5 Tensão admissível ............................................................................................ 32

2.6 Capacidade de carga em sapatas ................................................................... 32

2.6.1 Métodos para determinação da capacidade de carga ........................................ 33

2.6.1.1 Teoria de Terzaghi ............................................................................................ 34

2.6.1.2 Método de Ruver e Consoli ............................................................................... 37

2.6.1.3 Método de Mello ............................................................................................... 38

2.6.1.4 Método de Teixeira ........................................................................................... 38

2.6.1.5 Tabela NBR 6122/1996 ..................................................................................... 39

2.6.1.6 Prova de carga sobre placa .............................................................................. 40


2.7 Recalques ......................................................................................................... 42

2.7.1 Modelo para previsão de recalques ................................................................... 43

2.7.1.1 Recalques Imediatos – Teoria da elasticidade.................................................. 44

3 MÉTODO DE PESQUISA ............................................................................. 45

3.1 Estratégia de pesquisa..................................................................................... 45

3.2 Delineamento ................................................................................................... 45

3.2.1 Descrição do local estudado .............................................................................. 46

3.3 Ensaio de placa ................................................................................................ 48

3.3.1 Equipamentos necessários ................................................................................. 49

3.3.2 Sistema de reação .............................................................................................. 51

3.3.3 Execução dos ensaios de placa .......................................................................... 52

3.4 Ensaio SPT ....................................................................................................... 55

3.5 Ensaios de caracterização geotécnica ............................................................ 56

3.5.1 Análise Granulométrica .................................................................................... 56

3.5.2 Limites de Consistência .................................................................................... 56

3.5.3 Compactação e Índice de Suporte dos Solos..................................................... 56

3.6 Metodologias de cálculo .................................................................................. 56

4 RESULTADOS ................................................................................................ 57

4.1 Caracterização do solo .................................................................................... 57

4.2 Ensaios de carregamento em placa ................................................................ 59

4.2.1 Resultados do ensaio de campo......................................................................... 59

4.2.2 Análise dos ensaios de placa quanto a capacidade de carga ............................. 63

4.2.3 Análise dos ensaios de placa quanto ao recalque .............................................. 65

4.3 Ensaios de sondagem á percussão SPT ......................................................... 66

4.3.1 Teoria de Terzaghi ............................................................................................ 68

4.3.2 Método de Ruver e Consoli (2006) ................................................................... 69

4.3.3 Método de Mello ............................................................................................... 69


4.3.4 Método de Teixeira e Godoy (1998) ................................................................. 69

4.4 Cálculo de estimativa de recalque ................................................................. 70

4.4.1 Teoria da Elasticidade ....................................................................................... 70

5 CONCLUSÕES E SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS .......... 72

5.1 Conclusões ............................................................. Erro! Marcador não definido.

5.1.1 Ensaios de caracterização geotécnica ................................................................ 72

5.1.2 Quanto aos resultados do ensaio SPT ............................................................... 73

5.1.3 Quanto aos ensaios de prova de carga sobre placas .......................................... 73

5.1.4 Quanto a estimativa da tensão admissível ......................................................... 73

5.1.5 Recalque e tensão de ruptura pelos ensaio de carregamento em placa ............. 74

5.1.6 Método de estimativa de recalque ..................................................................... 75

5.2 Sugestões para trabalhos futuros ................................................................... 75

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 76

Anexo A – RELATÓRIO SPT SONDAGEM SP-02 .................................................... 79


13

1 INTRODUÇÃO

A presente pesquisa está ligada a área da engenharia de fundações e integra o projeto de


pesquisa intitulado “Estudo da Capacidade de Carga e Recalque de Solos Residuais do Noroeste
do Rio Grande do Sul” vinculado ao grupo de pesquisa institucional da UNIJUÍ em “Novos
Materiais e Tecnologias para Construção”, mais especificamente, visa estudar o solo residual da
cidade de Panambi, quanto a sua capacidade de carga e recalque. Foi desenvolvido pelo aluno
Cristian Petry, com orientação do Prof. Mestre Carlos Alberto Simões Pires Wayhs.

Segundo Alonso (2012) a fundação é considerada a parte mais peculiar em uma obra civil,
essa estrutura é responsável por transmitir todas as cargas provenientes da edificação, sendo
considerada um elemento de transição entre a estrutura e o solo.

Para Hachich et.al. (1998), para um bom projeto de fundação é necessário conhecer o
solo, devendo atender a critérios de segurança a ruptura. Os recalques devem ser compatíveis
com a superestrutura e o tipo de empreendimento a ser executado. Através da investigação
geotécnica do solo pode-se obter as propriedades necessárias para definição de qual fundação
melhor se adequa para cada solo, levando em consideração o tipo de estrutura e solicitações de
carga.

Velloso e Lopes (2011) afirmam que quando se aplicam cargas em fundações, surgem
deformações que causam deslocamentos, conhecidos como recalques. Esses deslocamentos
devem estar dentro de limites exigidos para cada construção, levando a fundação a cumprir a sua
funcionalidade. A estimativa dos recalques é de suma importância para qualquer
empreendimento, afim de evitar e controlar danos estéticos e estruturais que esses deslocamentos
possam ocasionar.

De acordo com Terzaghi e Peck (1962), o passo mais importante no projeto de uma
fundação é a determinação da tensão máxima que pode ser aplicada no solo, sem causar a sua
ruptura nem apresentar recalques excessivos.

De acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010), a tensão admissível de uma fundação direta é
a tensão aplicada ao solo que provoca apenas recalques que a construção pode suportar sem

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Estudo da Capacidade de Carga e Recalque de Solo Residual da Cidade de Panambi - RS
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inconvenientes, oferecendo segurança satisfatória contra a ruptura ou o escoamento do solo ou do


elemento estrutural. (ABNT, 2010).

Segundo Russi (2007) uma das formas mais precisas para a determinação da capacidade
do solo é através da realização do ensaio de carregamento direto sobre placas, possibilitando a
análise em escala reduzida do comportamento real da futura fundação, sendo de grande valia para
o dimensionamento de fundações superficiais, contribuindo para a otimização das obras de
fundação.

Para Caputo (1988) em engenharia de fundações o problema de deformações dos solos é


complexo, não se verificando instantaneamente com a aplicação da carga, mas sim em função do
tempo, como comportamento característico de argilas.

Partindo desse pressuposto de que a fundação é uma das partes mais importantes da
construção devido a transmissão das cargas ao solo, e de que a determinação da tensão admissível
é um fator indispensável para o correto projeto de uma fundação, o presente estudo torna-se de
grande relevância devido ao fato de ser o primeiro ensaio de placas a ser realizado na cidade de
Panambi, podendo assim determinar a capacidade de carga de solo da cidade, servindo de
parâmetro para futuros empreendimentos que serão executados na cidade.

O presente estudo contribui para o conhecimento de mais um solo da região, visto que a
pesquisa vem sendo realizada pelo grupo de pesquisa da universidade objetivando conhecer
comportamentos de carga e recalque dos solos do noroeste do estado. A partir deste trabalho
poderão ser realizados novos estudos que possam ampliar e melhorar o conhecimento deste solo e
de solos similares.

1.1 Contexto

É recomendável que ao executar uma obra de fundação se investigue o tipo de solo e as


camadas que compõem estratigrafia do solo que a fundação será apoiada. Para isso podem ser
realizados ensaios em laboratório, porém o mais adequado e usual é a realização de ensaios “in
situ”, ou seja, no próprio local. Uma das formas mais eficazes para analisar o comportamento do
solo é através do ensaio de placa, que já foi muito utilizado nas décadas de quarenta e cinquenta,
porém acabou entrando em desuso (HACHICH et al., 1998).

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Cristian Petry (cp.petry@uol.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018
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Conforme Cintra, Aoki e Albiero (2013), além da forma teórica para determinação da
capacidade de carga, também existe o método experimental, por meio de provas de cargas em
placa, realizada na etapa de projeto da fundação.

Uma das maneiras mais eficazes para coletar informações seguras para se tomar uma
decisão, está na realização do ensaio de carregamento direto sobre placas, pois, através dele, se
reproduz em escala reduzida o comportamento real da fundação a ser construída. (RUSSI, 2007).

Desta forma, este trabalho visa analisar, o comportamento de solo, através da curva
tensão-recalque, do ensaio de placas, e compará-lo com: métodos teóricos comumente utilizados
para a determinação da tensão admissível e recalques; métodos empíricos e semi-empíricos.

Como aspectos considerados para a escolha desta temática de trabalho de conclusão de


curso (TCC), considera-se como motivação pessoal, a afinidade pelo tema, com o interesse de
aprofundar os conhecimentos na área de engenharia de fundações, a possibilidade de realizar o
ensaio de placas pela primeira vez na cidade de Panambi.

1.2 Problema

Segundo Russi (2007), o dimensionamento de fundações exige do profissional a definição


clara e objetiva da capacidade de carga e recalque do solo em questão, em que a estrutura é
apoiada, baseada nas propriedades mecânicas obtidas através de ensaios de campo e/ou
laboratório.

Ainda segundo Russi (2007), a não realização do ensaio de placas em obras


convencionais, se deve, na maior parte das vezes, ao alto custo para a execução do ensaio,
demandando disponibilidade de tempo, atrelado á necessidade de se dispor de um sistema robusto
de reação de apoio compatível com as tensões desejadas para o ensaio.

De acordo com Ruver (2005), o ensaio de placa na maioria das vezes não é utilizado pelas
construtoras por motivos de cronograma e custos, mas é a forma mais real de se identificar o
comportamento e resistência de um determinado solo, analisando o comportamento tensão-
recalque gerado a partir do ensaio.

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Estudo da Capacidade de Carga e Recalque de Solo Residual da Cidade de Panambi - RS
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Em termos de ensaios geotécnicos “in situ”, o ensaio SPT tem sido cada vez mais
utilizado em todo o mundo, podendo este ser utilizados para a estimativa de diversos parâmetros
dos solos. Isso porque muitas vezes é a única informação que pode ser disponibilizada, em função
da despreocupação por parte dos construtores com as fundações (RUVER, 2005).

1.2.1 Questões de Pesquisa

A partir da formulação do problema foi definida como questão geral de pesquisa.

 Questão principal: Qual a capacidade de carga e recalque de solo da cidade de


Panambi?

Desta questão principal, outras, secundárias surgem, como:

 Questões secundárias: O valor da tensão admissível do solo, se comparado com os


obtidos do ensaio SPT, do ensaio de placa e dos métodos teóricos são
semelhantes?
 Qual o tipo de ruptura apresentada pelo solo depois da aplicação de carga?

1.2.2 Objetivos de Pesquisa

Objetivo Geral:

 Analisar o comportamento do solo residual de Panambi, quanto a sua capacidade


de carga e recalques gerados pela aplicação da carga.

Objetivos específicos:

 Analisar a capacidade de carga do solo residual de Panambi;


 Realizar ensaio de prova de carga real, através do ensaio de placas regido pela
NBR 6489/1984;
 Identificar o tipo de ruptura apresentado após a aplicação da carga no solo.

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Cristian Petry (cp.petry@uol.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018
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1.2.3 Delimitação

Esta pesquisa fundamenta-se na área da Engenharia de Fundações, referindo-se ao


comportamento de solo da cidade de Panambi – RS, localizada na região noroeste do Rio Grande
do Sul. A presente pesquisa, no entanto, pode servir como parâmetro comparativo para solos
caracterizados semelhantes, onde serão avaliados os diferentes métodos de cálculos empregados
para a determinação das tensões admissíveis e a comparação com as tensões e recalques
resultantes dos ensaios de placa realizados.

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Estudo da Capacidade de Carga e Recalque de Solo Residual da Cidade de Panambi - RS
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2 REVISÃO DA LITERATURA

Buscou-se nesta seção apresentar uma revisão da literatura sobre os temas relevantes para o
desenvolvimento do trabalho de pesquisa, referenciando-se nos principais autores e dissertações
nas áreas de mecânica dos solos, geotécnica e fundações.

Nos próximos tópicos serão descritos os temas pertinentes ao tema da pesquisa, abordando
primeiramente formação e classificação do solo, fundações superficiais e profundas, principais
tipos de investigação geotécnica (SPT e Ensaio de Placa), modos de ruptura do solo, conceitos de
tensão admissível, capacidade de carga e de recalque, e métodos para estimativa da capacidade de
carga e recalque.

2.1 Formação e classificação do solo

Para Pinto (1998), os solos constituem-se por um conjunto de partículas formado por
partículas com água (ou outro líquido) e ar nos espaços intermediários, livres para deslocar-se
entre si, podendo em alguns casos ocorrer um processo de cimentação, porém em um grau muito
reduzido.

Segundo Caputo (1988) a origem dos solos é resultante de agente do intemperismo ou


meteorização das rochas, através da desintegração mecânica ou decomposição química. Tais
processos ocorrem simultaneamente, em determinados locais e condições climáticas.

Ainda Caputo (1988) a desintegração mecânica se dá pela ação da água, temperatura,


vento e vegetação, formam-se pedregulhos e areias. A decomposição química é um processo em
que há modificação química ou mineralógica das rochas de origem. O principal agente é a água
tendo-se mecanismos de ataque como a oxidação, carbonatação e efeitos químicos da vegetação,
com as argilas representando bem este processo.

Do ponto de vista geotécnico, conforme Caputo (1988) os solos podem ser divididos em
três grandes grupos, solos residuais, sedimentares e de formação orgânica. O primeiro grupo
corresponde aos solos residuais ou autóctones, são os que permanecem no local de origem da
rocha, sendo possível observar uma gradual transição do solo até a rocha. O autor cita dentro
deste grupo alguns solos em destaques como os solos lateríticos, expansivos e os porosos. O
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Cristian Petry (cp.petry@uol.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018
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segundo grupo refere-se aos solos sedimentares ou alotóctones, são os que sofrem ação de meios
físicos que promovem o seu transporte, como os aluvionares (transportados pela água), e os
eólicos (transportados pelo vento). Os solos de formação orgânica, originam-se seja da natureza
vegetal (plantas, raízes) ou animal (conchas).

Conforme Chiossi (1983), os solos residuais são facilmente encontrados no Brasil,


principalmente na região centro-sul. Esses solos podem ser originários de qualquer tipo de rocha
e sua composição vai depender do tipo da composição mineralógica da rocha que lhe deu origem.
A Figura 1 apresenta alguns tipos de solos e as rochas que lhe deram origem.

Figura 1: Tipos de solo e rocha origem

Fonte: CHIOSSI (1938 p. 86)

Ainda conforme Chiossi (1983), não existe uma demarcação bem definida entre o solo e a
rocha que a originou. A passagem entre as camadas é gradativa e permite a separação por no
mínimo duas faixas distintas: aquela logo abaixo do solo propriamente dito e outra acima da
rocha. A Figura 2 demonstra um perfil típico de um solo residual.

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Estudo da Capacidade de Carga e Recalque de Solo Residual da Cidade de Panambi - RS
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Figura 2: Perfil solo residual

Fonte: CHIOSSI (1938 p. 86)

2.2 Fundações

De acordo com Velloso e Lopes (2011) um dos primeiros cuidados de um projetista de


fundações deve ser a denominação correta, onde os empregos de fundações convencionais são
separadas em dois grandes grupos: fundações superficiais (ou “diretas ou rasas) e fundações
profundas conforme apresenta-se na Figura 3. O autor complementa que fundação profunda é
aquela cujo mecanismo de ruptura de base não surge na superfície do terreno.

Figura 3:Fundação superficial e profunda

Fonte: Velloso e Lopes (2011)

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Cristian Petry (cp.petry@uol.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018
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2.2.1 Fundações Superficiais

De acordo com a NBR 6122/2010 – “Projeto e execução de fundações”, fundação


superficial (rasa ou direta) é um elemento em que a carga é transferida ao terreno pelas tensões
distribuídas sob a base da fundação, e a profundidade de assentamento em relação ao terreno
adjacente à fundação é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação. (ABNT, 2010).

Os principais tipos de fundações superficiais mostrados na Figura 4, segundo Velloso e


Lopes (2011) são:
• Bloco: Elemento de fundação de concreto simples, dimensionado de maneira que as
tensões de tração nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto, sem necessidade de
armadura;
• Sapata: Fundação de concreto armado, de altura menor que o bloco, utilizando armadura
para resistir os esforços de tração;
• Viga de fundação: Elemento de fundação que recebe pilares alinhados, pode ter seção
transversal tipo bloco (sem armadura transversal), quando são chamados de baldrames, ou tipo
sapata, armadas;
• Grelha: Elemento de fundação constituído por uma associação de vigas que se cruzam
nos pilares;
• Radier: Fundação que possui uma superfície de contato com o solo maior, elemento de
fundação que recebe todos os pilares da obra.de tal forma que com essas informações o leitor
possa efetuar a sua identificação, busca e localização.
Figura 4:Fundação superficial e profunda

Fonte: Velloso e Lopes (2011)


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2.2.2 Fundações profundas

Também de acordo com a NBR 6122/2010, fundação profunda é um elemento que


transfere a carga ao solo pela base (resistência de ponta) ou por sua superfície lateral (resistência
de fuste) ou por combinação dessas duas, devendo sua base estar assentada em cota superior ao
dobro de sua menor dimensão em planta, e no mínimo a 3m de profundidade. (ABNT,2010).

As fundações profundas mais usuais detalhados na Figura 5, segundo Velloso e Lopes


(2011) são:
• Estaca: estrutura de fundação que é executada com auxílio de ferramentas ou
equipamentos, pode ser por cravação ou percussão, prensagem, vibração.
• Tubulão: elemento de fundação profunda de forma cilíndrica, em que sua fase de
execução, há a descida de operário para que seja executada a sua base.
• Caixão: fundação profunda de forma prismática, concretado na superfície e instalado por
escavação interna.
Figura 5:Principais fundações profundas

Fonte: Velloso e Lopes (2011)

2.3 Prospecção geotécnica

Conforme Schnaid e Odebrecht (2012), uma investigação geotécnica insuficiente aliada a


uma interpretação inadequada de resultados, contribuem para erros de projetos, atrasos no
cronograma executivo e custos associados a alterações, além de riscos de colapso da estrutura.

Segundo NBR 6122/2010, para qualquer edificação deve-se realizar uma investigação
geotécnica preliminar, constituída no mínimo por sondagens a percussão (com SPT), para a
determinação da estratigrafia do solo e sua classificação, bem como o nível d’água e a medida do
índice de resistência a penetração (NSPT). Os ensaios de penetração de cone (CPT), palheta,
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pressiométricos e provas de carga são considerados como ensaios complementares. A norma


complementa que os ensaios complementares não substituem o ensaio de resistência a penetração
a percussão (SPT), devendo este ser indispensável, independendo do porte da obra (ABNT,
2010).

2.3.1 Standard Penetration Test (SPT)

Conforme Schnaid e Odebrecht (2012) o Standard Penetration Test (SPT) é, a ferramenta


de investigação geotécnica mais utilizada e econômica em praticamente todo o mundo. O autor
complementa que o ensaio se constitui em uma medida de resistência dinâmica conjugada a uma
sondagem de simples reconhecimento, citando as principais vantagens deste ensaio: simplicidade
do equipamento, baixo custo e obtenção de um valor numérico de ensaio que pode ser
relacionado por meio de amostras.

Este ensaio é regido pela NBR 6484/2001 “Execução de sondagens de simples


reconhecimento dos solos”, que exemplifica detalhadamente os componentes pertinentes ao
equipamento de sondagem. (ABNT, 2001). A Figura 6 representa simplificadamente os
equipamentos pertinentes ao ensaio SPT.

Figura 6: Equipamento de sondagem a percussão (SPT)

Fonte: Schnaid e Odebrecht (2012)


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De acordo com a norma NBR 6484 (ABNT, 2001) o ensaio consiste em penetrar um
amostrador padrão (com diâmetro interno de 34,6mm e diâmetro externo de 50,8mm), no solo
por meio de golpes de um martelo em queda livre, padronizado em 65kg, a uma altura de 0,75m.
Ainda de acordo com NBR 6484/2001, o avanço da perfuração dos 0,55 m iniciais de cada metro
de profundidade deve ser feito por meio de trépano de lavagem. Anota-se a quantidade de golpes
necessários para fazer com que o amostrador penetre 15 cm do solo, esse procedimento repete-se
três vezes, ou seja, 45 cm a cada metro de profundidade do furo de sondagem. O índice de
resistência a penetração (NSPT) é o valor somatório de golpes dos 0,30 m últimos da penetração
do amostrador. As amostras de solos retiradas no interior do amostrador, deve-se coletar a cada
metro de profundidade ensaiada (ABNT, 2001).

Na Figura 7, mostra-se o processo de perfuração, interrompido a cada metro,


quando é realizado o ensaio de penetração SPT: (a) avanço da sondagem por desagregação e
lavagem; (b) ensaio de penetração dinâmica (SPT) segundo NBR 6122/2010, para qualquer
edificação deve-se realizar uma investigação geotécnica preliminar, constituída no mínimo por
sondagens a percussão (ABNT, 2010).

Figura 7: Etapas na execução do SPT

Fonte: Velloso e Lopes (2011)


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Quanto ao número de sondagens e sua devida localização em planta, segundo NBR


8036/1983 “Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de
edifícios”, depende-se do tipo de estrutura, de suas características e das condições geotécnicas do
subsolo. O número de sondagens deve ser suficiente para fornecer o melhor quadro de variação
das camadas do subsolo do local em estudo. A norma complementa que as sondagens devem ser,
no mínimo, de uma para cada 200 m² de área de projeção do edifício em planta, se essa projeção
for de até 1.200 m². Entre 1.200 m² e 2.400m², deve-se fazer uma sondagem para cada 400 m²
que excedem os 1.200 m². A partir de 2.400 m² o número de sondagens deve ser fixado de acordo
com a edificação, satisfazendo o número mínimo de duas para área até 200 m² e três para uma
área entre 200m² e 400m². Ainda segundo NBR 8036/1983, em casos de estudos de viabilidade
ou escolha do local, o número de sondagens deve ser fixado relacionando a distância máxima de
100 m, contendo no mínimo de três sondagens. (ABNT, 1983).

2.3.2 Relações de valores NSPT

Em Schnaid e Odebrecht (2012) salienta-se que, no processo de cravação, a energia


transferida ao equipamento, especificamente as hastes (cabeça de bater), não é a energia de queda
livre teórica transmitida pelo martelo. O autor complementa que a eficiência do golpe do martelo
é função das perdas por atrito entre cabo e roldana, do sistema de elevação e liberação do martelo
e de sua geometria.

Ruver (2005) dissertou que metodologias de execução de ensaios SPT variam dependendo
do país, fazendo-se necessário a uniformização dos valores NSPT em termos de energia de
cravação. Considerando a Equação 1, para o caso brasileiro adota-se a energia teórica de
cravação de 72%, faz-se a correlação dos valores NSPT para o padrão internacional de 60% de
aproveitamento de energia teórica, tendo-se:

Onde: é o valor do ensaio SPT (número de golpes), considerando 72% a


transmissão de energia de gravação; é o valor do ensaio SPT, considerando a transmissão
de 60% da energia de cravação; e é a energia potencial padrão teórica para um peso de martelo
e altura de queda padronizados no ensaio SPT.
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De acordo com a NBR 6484/2001 é possível correlacionar o solo com os valores de NSPT.
A Tigura 1 correlaciona os valores de para argila e siltes argilosos. (ABNT, 2001)

Tabela 1: Relação de valores NSPT

Solo Índice de resistência á penetração N Designação


<2 Muito mole
Argila e 3a5 Mole
siltes 6 a 10 Média(o)
argilosos 11 a 19 Rija(o)
> 19 Dura(o)
Fonte: Adaptado de ABNT(2001)

2.3.3 Ensaio de placa

De acordo com a NBR 6122/2010, os resultados do ensaio de prova de carga sobre placa
devem ser interpretados de modo a considerar a relação modelo-protótipo (efeito de escala), bem
como as camadas influenciadas do solo. (ABNT, 2010)

O ensaio de placas é regido pela NBR 6489/1984 “prova de carga direta sobre terreno de
fundação”, que descreve os equipamentos e procedimentos a serem realizados e utilizados para o
ensaio, onde utiliza-se uma placa com área mínima de 0,5m², que será alocada no mesmo nível
em que será assentada a fundação. AplicaM-se cargas verticais no centro da placa, em estágios e
mede-se a deformação simultaneamente com o incremento da carga, resultando em um gráfico de
pressão x recalque (ABNT, 1984).

Conforme Alonso (2012), o ensaio de prova de carga sobre placa, reproduz o


comportamento da solicitação de uma fundação rasa (sapata). O ensaio costuma ser executado
sob uma placa rígida de ferro fundido com 80 cm de diâmetro, a qual é carregada por meio de um
macaco hidráulico que gera uma reação contra uma caixa carregada ou contra um sistema de
tirantes (Figura 8).

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Figura 8: Sistema de execução ensaio de prova de carga sobre placa

Fonte: Alonso (2012)

Para Teixeira e Godoy (1998) a prova de carga padrão utiliza-se apenas uma placa de 80
cm de diâmetro. No entanto, no estudo da relação modelo-protótipo, quando os resultados da
prova de carga terão que ser extrapolados para sapatas ou placas maiores, pode-se utilizar placas
de tamanhos diferentes, como 30, 60 e 80 cm de diâmetro.

Ruver (2005) dissertou sobre os mecanismos utilizados na execução do ensaio sobre


placas, salientando que para o sistema de reação é necessário que o mesmo tenha resistência
suficiente para suportar as cargas aplicadas, sem apresentar grandes deslocamentos.
Complementou citando alguns mecanismos de reação: estruturas de metal ancoradas ou fixadas
por meio de contrapesos, ilustrado na Figura 9.

Figura 9: Sistema de reação

Fonte: Ruver (2005)

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Conforme Alonso (2012), relacionando a pressão aplicada (que pode ser lida no
manômetro acoplado ao macaco hidráulico) e o recalque medido no deflectômetro, é possível
traçar uma curva pressão x recalque. O autor indica que a pressão é aplicada em estágios, sendo
que, somente será aplicado um incremento de pressão após os recalques estarem estabilizados. A
curva pressão x recalque é exemplificada na Figura 10.

Figura 10: Curva pressão x recalque

Fonte: Alonso (2012)

Segundo Alonso (2012) para evitar interpretações erradas é importante para o ensaio de
placas conhecer o perfil geotécnico do solo. Se no subsolo existirem camadas compressíveis
profundas em profundidade que não sejam solicitadas pelas tensões aplicadas como na Figura 11,
a prova de carga não terá eficiência ao se estimar a tensão admissível da fundação, uma vez que o
bulbo de pressões desta é maior que o da placa.

Figura 11: Camada compressível não solicitada

Fonte: Alonso (2012)


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Para Velloso e Lopes (2011), os objetivos mais comuns do ensaio de placas é a


determinação de parâmetros de deformação e resistência, coeficiente de reação vertical e prever o
recalque de uma fundação por extrapolação direta. O autor complementa que são necessários
cuidados na interpretação de resultados do ensaio, visto que, o bulbo de tensões pode variar de
acordo com a área de aplicação da carga, como observa-se na Figura 12.

Figura 12: Cuidados na interpretação de resultados

Fonte: Velloso e Lopes (2011)

Velloso e Lopes (2011) como detalhado na Figura 13, classifica o ensaio de placas quanto
a sua localização: na superficie, em cavas ou em furos.

Figura 13: Localização ensaio de placa

Fonte: Velloso e Lopes (2011)


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2.4 Modos de ruptura

Velloso e Lopes (2011) relacionam a carga aplicada sob uma fundação superficial a três
fases de deslocamentos verticais (ou recalques) correspondentes (Figura 14). Para pequenos
valores de carga, os recalques serão aproximadamente proporcionais, chamando-se então a
primeira faze de elástica, onde os recalques são reversíveis. Na segunda fase, surgem
deslocamentos plásticos, surgindo, inicialmente, junto às bordas da fundação. Conforme o
carregamento vai aumentando, a zona plástica toma uma proporção maior, o que caracteriza
recalques irreversíveis. Para cargas ainda maiores, ocorre um processo de recalque continuado,
mesmo com uma carga constante, a velocidade de recalque cresce continuamente até que ocorre a
ruptura do solo, atinge-se então o limite de resistência da fundação.

Figura 14: Fases dos deslocamentos (recalques)

Fonte: Velloso e Lopes (2011)

Segundo Vesic (1975) apud Cintra, Aoki e Albiero; (2003), o autor considera que em um
elemento isolado de fundação pode ocorrer três modos de ruptura do maciço do solo:
a) ruptura geral;
b) ruptura local;
c) ruptura por puncionamento;

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A ruptura geral (Figura 15), caracteriza-se pelo surgimento de uma superfície de


deslizamento que vai da base do elemento de fundação até a superfície do terreno. Neste caso a
carga é bem definida e a ruptura ocorre de maneira repentina, caracterizada pela formação de
protuberância na superfície de ruptura, podendo ocasionar o tombamento da fundação (CINTRA;
AOKI; ALBIERO, 2003).

Figura 15: Ruptura geral

Fonte: Vesic (1975), apud Cintra, Aoki e Albiero; (2003)

A ruptura local (Figura 16), é definida apenas imediatamente abaixo da base do elemento
de fundação, pela formação de uma cunha e de superfícies de deslizamento que se iniciam junto
ás bordas da fundação. É caracterizada como um caso intermediário entre a ruptura geral e por
puncionamento).

Figura 16: Ruptura local

Fonte: Vesic (1975), apud Cintra, Aoki e Albiero; (2003)

A ruptura por puncionamento (Figura 17), não é fácil de ser observada. Com a aplicação
da carga o elemento de fundação tende a afundar, o solo externo à área carregada praticamente
não é alterado e não é possível observar movimento do solo na superfície. A fundação é mantida
em equilibrio vertical e horizontal.

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Figura 17: Ruptura por puncionamento

Fonte: Vesic (1975), apud Cintra, Aoki e Albiero; (2003)

2.5 Tensão admissível

Para Terzaghi e Peck (1962), a etapa mais importante em um projeto de fundações


consiste na determinação da tensão admissível, ou seja, a maior tensão que pode ser aplicada no
solo sem causar a sua ruptura ou recalques excessivos. Já Cintra, Aoki e Albiero (2003) citam
que na filosofia da tensão admissível, a tensão atuante na base de sapatas, deve ser sempre menor
ou igual a tensão admissível. O autor indica que tensão admissível é de fácil compreensão e
aplicação, o que explica sua ampla utilização em geotecnia. E a NBR 6122/2010 define tensão
admissível como a tensão definida em projeto, que ao ser aplicada ao terreno através da estrutura
de fundação atende, com coeficientes de segurança predeterminados, aos estados limites últimos
(ruptura) e de serviço (recalque, vibrações, etc.). (ABNT, 2010).

Para Teixeira e Godoy (1998) a tensão admissível sempre será fixada levando-se em conta
dois critérios que norteiam o projeto de fundações, são eles: a segurança à ruptura e o recalque
admissível. Segundo o autor, o critério de segurança a ruptura visa proteger a fundação de uma
ruptura, sendo de fácil satisfação quando se aplica um coeficiente de segurança adequado a
tensão que causa a ruptura do solo. O critério de recalque admissível implica a uma tensão que
conduza a fundação a recalques que a superestrutura possa suportar, sendo este mais difícil de ser
avaliado e também o critério que governa a maioria dos problemas práticos.

2.6 Capacidade de carga em sapatas

Segundo Cintra, Aoki e Albiero (2003), na Figura 18 ilustra-se um sistema de sapata


retangular de concreto armado, com largura B e comprimento L, assentada ou embutida no solo a
uma profundidade h em relação a superfície do terreno, aplicada uma carga P.

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Figura 18: Sapata de concreto armado embutida no solo

Fonte: Cintra, Aoki e Albiero (2003)

O autor indica que ao aumentar progressivamente a carga P aplicada à sapata, aumenta-se


a tensão média  (Equação 2) que é transmitida pela fundação ao solo, atingindo-se então a

tensão de ruptura , ou seja, a capacidade de carga do sistema sapata-solo.

(2)

Cintra, Aoki e Albierom (2003) ressalta que não se trata da capacidade de carga da sapata,

porque a tensão de ruptura depende dos parâmetros de resistência do solo. Para sapatas com
dimensões idênticas, em solos diferentes, a capacidade de carga não será a mesma. Também não
se deve considerar a capacidade de carga do solo, pois depende da geometria da sapata, como
exemplo, em um mesmo solo, para sapatas com dimensões diferentes, a capacidade de carga não
será a mesma. Justificando-se, portanto, que a denominação apropriada para a capacidade de
carga do sistema sapata-solo.

2.6.1 Métodos para determinação da capacidade de carga

Os próximos tópicos contemplam alguns métodos para a determinação da capacidade de


carga ou tensão resistente de projeto a partir do estado limite último correspondendo aos métodos
teóricos, métodos semi-empíricos e prova de carga sobre placa, descritos na NBR 6122/2010. De
acordo com o grande número de métodos existentes para a estimativa da capacidade de carga,
buscou-se abordar os mais difundidos na área da engenharia de fundações, baseando-se nas
principais teorias e contribuições existentes no meio da geotecnia até os dias atuais (ABNT,
2010).

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2.6.1.1 Teoria de Terzaghi

Terzaghi em 1943 apresentou uma teoria de ruptura do solo a partir de duas curvas
distintas relacionando tensão x recalque ilustrado pelas curvas e , de acordo com dois
gêneros de ruptura do maciço do solo, representados por meio de curvas típicas (Figura 19).
(CINTRA; AOKI; ALBIERO; 2003)

Figura 19: Curvas típicas tensão x recalque

Fonte: Cintra, Aoki e Albiero (2003)

A curva tensão x recalque representa, para um solo compacto ou rijo, a tensão de

ruptura é perfeitamente encontrada pela abcissa da tangente vertical á curva. Este caso é
caracterizado pela ruptura geral do maciço do solo. (CINTRA; AOKI; ALBIERO; 2003)

Quando o solo é caracterizado fofo ou mole, a curva tensão x recalque é representada pelo
tipo e o ponto de ruptura não fica claramente definida, neste caso, predomina a ruptura local, a

capacidade de carga é arbitrada por Terzaghi como sendo a abcissa do ponto a partir do qual
a curva se torna retilínea. A interpretação da curva é motivo de discussão pelo fato de que não
definir um critério de ruptura adequado, não sendo evidenciada de maneira nítida (CINTRA;
AOKI; ALBIERO; 2003).

Terzaghi e Peck (1962) adotam a metodologia de considerar casos particulares,


considerando três efeitos na composição de sua fórmula: (a) solo sem peso e sapata à superfície
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( e ); (b) solo não-coesivo e sem peso ( e ); (c) solo não-


coesivo e sapata à superfície ( e ). Estes casos indicam um caso real de uma
sapata embutida em um maciço de solo com coesão e atrito, considerando que a capacidade de
carga leva três componentes que contribuem diretamente (CINTRA; AOKI; ALBIERO; 2003).

Para Cintra, Aoki e Albiero (2003), o valor aproximado da capacidade de carga do


sistema sapata-solo é dado pela Equação 3, considerando a superposição dos três efeitos de caso
analisados anteriormente:

(3)

Onde é o valor de coesão do solo, γ é o peso específico da água, e B é a base da


fundação. Para representam fatores de capacidade de carga, referentes à coesão, á
sobrecarga e ao peso do solo, respectivamente. Tais fatores de capacidade de carga são
adimensionais, que tem relação direta e unicamente com ângulo de atrito do solo ∅ e podem ser
obtidos através da Figura 20.

Figura 20: Fatores capacidade de carga

Fonte: Terzaghi e Peck (1967) apud Cintra, Aoki e Albiero (2003)

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Vesic (1975) apud Cintra, Aoki e Albiero (2003) sugere aplicar-se os fatores de forma de
De Beer (1967, apud Vesic, 1975) que podem ser obtidos pelas equações contidas na figura 21,
que relacionam a geometria da sapata e também o angulo de atrito interno do solo ∅.

Figura 21: Fatores de forma

Fonte: De Beer (1967) apud Cintra, Aoki e Albiero (2003)

Conforme Cintra, Aoki e Albiero (2003), posteriormente leva-se esses fatores para uma
equação geral da capacidade de carga na ruptura geral, que considera a forma da sapata
representada pela Equação 4:

(4)

De acordo com Terzaghi (1943) apud Cintra, Aoki e Albiero (2003), a ruptura de solos
fofos ou moles ocorre de maneira local, em tais solos propõe-se a utilização de valores reduzidos
de resistência do solo (C e ∅), conforme Equação 5 e 6.

(5)

∅ ∅ (6)

Onde C é o valor de coesão do solo, ∅ é o ângulo de atrito interno, e C' e ∅' são fatores de
minoração para o caso descrito acima.

A Figura 22, correlaciona o valor de NSPT para a determinação do peso específico de solos
argilosos. Já a Figura 23, determina a coesão do solo conforme o índice SPT, sendo ambas as
tabelas utilizadas no método teórico de Terzaghi com a Equação 4.

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Figura 22: Determinação do peso específico dos solos argilosos

Fonte: Godoy (1972) apud Cintra, Aoki e Albiero (2003)

Figura 23: Determinação da coesão

Fonte: Alonso (2012)

O ângulo de atrito interno ∅ pode ser determinado segundo a estimativa de Teixeira


(1996), conforme a Equação 7. Pela Equação 8, de acordo com Godoy (1983) apud Cintra, Aoki
e Albiero (2003), define-se o ângulo e o atrito interno com base no índice de resistência à
penetração (N) do SPT, sendo utilizado o angulo de menor valor entre as equações abaixo:

∅ √ (7)

∅ (8)

2.6.1.2 Método de Ruver e Consoli

Ruver e Consoli (2005) realizaram um trabalho que objetivou desenvolver um método


semi-empirico para a determinação da tensão admissível do sistema solo-fundação para solos
residuais a partir de resultado de ensaios SPT. A metodologia utilizada pelos autores foi de
acordo com procedimentos estatísticos, comparando diversos trabalhos realizados em ensaios de
carga em placas e seus respectivos valores do ensaio SPT. Os autores desenvolveram um estudo
aprofundado, buscando relacionar a tensão admissível com um único valor de , para isto

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baseou-se na média aritmética de valores encontrados em um nível correspondente a 2B


abaixo da base da maior fundação/placa. Assim, Ruver e Consoli (2005) desenvolveram uma
equação, compreendendo um limite superior de tensão admissível (Equação 9) e um limite
inferior (Equação 10) de tensão admissível (provável tensão mínima).

√ (9)

√ (10)

Onde representa a tensão admissível em (kN/m²); é o valor do ensaio SPT,


considerando transmissão de carga de 60% da energia de cravação.

Ruver e Consoli (2006) ressalta que o estudo foi desenvolvido para solos residuais que
apresentam um perfil homogêneo, de pelo menos duas vezes o lado ou diâmetro da fundação.
Também descreve que o método foi elaborado para fundações entre 0,3 m e 1,6m, não sendo
aconselhável que se extrapole as equações para fundações que não se enquadre neste intervalo.

2.6.1.3 Método de Mello

Para a determinação da tensão admissível, Mello (1975, apud Ruver, 2005) apresenta de
forma semi-empírica a Equação (11), que pode ser aplicada para qualquer tipo de solo, com
valores de entre 4 e 16, onde é a tensão admissível em MPa..


4≤ ≤ 16 (11)

2.6.1.4 Método de Teixeira

Teixeira (1966) apresentou um estudo correlacionando provas de carga com a resistência


à penetração. O estudo foi realizado sobre argilas da cidade de São Paulo. O autor utilizando o
coeficiente de resistência média N encontrado do ensaio SPT, estimou a tensão admissível a
partir da Equação 12, válida para qualquer solo natural, com valores de entre 5 e 20.

5≤ ≤ 20 (12)

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Onde: é a tensão admissível em MPa. Em Hachich et al. (1998), indica-se como é


realizado o processo de obtenção de valores médios de N, do ensaio da resistência á penetração
(SPT), através da Figura 24.

Figura 24: Estimativa de

Fonte: HACHICH (1998)

2.6.1.5 Tabela NBR 6122/1996

Cintra, Aoki e Albiero (2003) demonstram que é possível estimar a tensão admissível de
acordo com a NBR 6122/2010, valores básicos de tensão admissível tabela 2. Relaciona-se o tipo
de solo por meio de investigação de campo e/ou laboratorial. Valores estes fixados, que serve
como orientação inicial, e que seu uso deve ser restrito a cargas não superiores a 1.000 kN por
pilar. Em sua versão atualizada, a norma restringe o uso destes valores, devendo esta ser adotada
somente para fins de pré-dimensionamento.

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Tabela 2: Tensões básicas rocha solo

Fonte: ABNT (2010)

2.6.1.6 Prova de carga sobre placa

Em Hachich et al. (1998), indica-se que a prova de carga sobre placa nasceu antes mesmo
das conceituações da Mecânica dos Solos, aplicada de forma empiricamente na tentativa de obter
informações sobre o comportamento tensão-deformação de um determinado solo de fundação. O
autor indica que o resultado se dá na forma de um gráfico Tensão x Recalque, ilustrado na Figura
25.

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Figura 25: Gráfico tensão x recalque

Fonte: ABNT (1996)

Segundo Alonso (2012), a curva tensão x recalque obtida atraves do ensaio apresentam
dois casos extremos. Os solos que apresentam ruptura geral, isto é, uma tensão ruptura bem
definida ( ), são solos considerados resistentes (argilas rijas ou areias compactas). Por outro
lado, quando o solo apresenta ruptura local, não há definição do valor de tensão de ruptura, sendo
caracterizados em geral solos de baixa resistência (Figura 26).

Figura 26: Gráfico tensão x recalque para ruptura geral e local

Fonte: Alonso (2012)


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Para Alonso (2012), a ordem de grandeza que se pode admitir para a tenão admissível,
com base nos resutaldos de um ensaio de prova de caraga, é dada pelas Equações 13 e 14, onde é
desprezado o tamanho da sapata.

, para solos com predominância de ruptura geral (13)

{ , para solos com predominância de ruptura local (14)

Onde corresponde a tensão admissível , refere-se á tensão de ruptura, é a

tensão correspondente a um recalque de 25 mm (ruptura convencional) e é a tensão


correspondente a um recalque de 10 mm (limitação de recalque).

Para Cudmani (1994) apud Russi (2007), quando a carga de ruptura não está
perfeitamente caracterizada no gráfico carga x recalque, se faz necessário a utilização de critérios
de definição da carga de ruptura. Segundo o autor tem-se utilizados muitos critérios, geralmente
arbitrárias, para a determinação da carga de ruptura a partir de provas de carga, entre eles se
encontram o critério de limitação do recalque total:

Limitação do recalque total:

• Absoluto: 25mm (Código de Nova Iorque);


• Relativo: 10% do diâmetro (Inglaterra);
• d/30 (Norma Brasileira);
• 5% do diâmetro (Companucci e Gómez, 1980);

2.7 Recalques

Segundo Hachich et al. (1998), (1998), o critério de recalques admissíveis implica a


adoção de uma tensão que conduza a fundação a deslocamentos que a superestrutura possa
suportar. É o critério que governa a maioria dos problemas práticos e também considerado o mais
difícil de ser avaliado, em detrimento da dificuldade na estimativa dos recalques em que a
fundação estará sujeita.

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De acordo com Velloso e Lopes (2011), toda fundação sofre deslocamentos verticais
(recalques), horizontais e verticais provenientes das solicitações. Esses deslocamentos dependem
do solo e da estrutura. Quando os valores desses deslocamentos ultrapassam certos limites, a
estrutura pode chegar ao colapso, pelo surgimento de esforços para os quais ela não está
dimensionada. Pode-se dizer então que os deslocamentos têm influência sobre a estrutura que vai
desde o surgimento não previsto até ao colapso.

Velloso e Lopes (2011) salientam que é importante distinguir os danos causados a


elementos estruturais e danos causados a alvenarias e acabamentos. Os movimentos das
fundações afetam a aparência visual das edificações, mas é essencial reconhecer que os prejuízos
estéticos são menos importantes, dependendo o tipo da obra. O autor faz referência com a
amplitude da fissura e o tipo de obra, relacionando com o efeito na estrutura do edifício (Tabela
3).

Tabela 3: Relação entre abertura de fissuras e danos em edifícios

Fonte: Alonso (2010)

2.7.1 Modelos para previsão de recalques

Velloso e Lopes (2011) salientam que a previsão de recalques é um dos exercícios mais
difíceis da Geotecnia e que os resultados obtidos dos cálculos, por mais aproximados que sejam,
devem ser encarados como uma estimativa. O autor indica que a previsão de recalques pode ser
separada em três grandes métodos: racionais, semi-empíricos e empíricos. Os métodos racionais
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o parâmetro de deformabilidade, obtidos em laboratório ou “in situ” (ensaio pressiométrico e de


placa), são combinados com modelos de previsão de recalques teoricamente exatos. Nos métodos
semi-empíricos, os parâmetros de deformabilidade são obtidos por correlação com ensaios “in
situ” de penetração (estática, CPT, ou dinâmica, SPT) com modelos para previsão de recalques
teoricamente exatos. Por fim, os métodos empíricos usam tabelas de valores típicos de tensões
admissíveis para diferentes solos.

2.7.1.1 Recalques Imediatos – Teoria da elasticidade

Cintra, Aoki e Albiero (2003) descrevem a teoria da elasticidade exemplificando uma


sapata de largura ou diâmetro B apoiada em uma camada argilosa, homogênea, estimando o
recalque imediato pela Equação 15.

[ ] (15)

Em que:

= tensão média na superfície de contato entre a estrutura e o solo

é a menor dimensão da fundação

= coeficiente de Poisson do solo;

= É o modolo de elasticidade do solo;

= fator de influência, que depende da forma e rigidez da sapata (Tabela 3)

Tabela 4: Fatores de forma

Fundação Flexível Rígida


Forma Centro Canto Médio
Circular 1,00 0,64 0,85
Quadrada 1,12 0,56 0,95 0,75
L/B= 1,5 1,36 0,67 1,15 0,99
L/B= 2,0 1,52 0,76 1,3
L/B= 3,0 1,78 0,88 1,52
L/B= 5,0 2,1 1,05 1,83
L/B= 10 2,53 1,26 2,25
L/B= 100 4 2 3,7
Fonte: Cintra, Aoki e Albiero (2003)
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3 MÉTODO DE PESQUISA

Nesta seção, apresenta-se a metodologia da pesquisa onde se descreve o delineamento e


sua respectiva estratégia utilizada para atingir resultados satisfatórios, para os ensaios de campo,
os ensaios de laboratório, e finalmente os métodos utilizados para determinação das tensões
admissíveis e recalque do solo investigado.

3.1 Estratégia de pesquisa

Esta pesquisa pode ser caracterizada como aplicativa, pois tem como objetivo estabelecer
conhecimentos de emprego prático para a solução de um problema específico.

Quanto a forma de abordagem do problema, pode ser classificada como quantitativa e do


ponto de vista dos seus objetivos pode ser classificada como explicativa. Já do ponto de vista dos
procedimentos técnicos, pode-se classificar como um estudo de caso, por se tratar de um estudo
do solo caracterizado típico da cidade de Panambi, classificando-se então como uma pesquisa
bibliográfica e experimental.

A estratégia de pesquisa adotada neste projeto de trabalho de conclusão de curso abrange


a realização de ensaios em campo (in situ), ensaios realizados em laboratório, e também a
utilização de metodologias de cálculo. Faz-se necessário para a obtenção dos resultados a
realização do ensaio de prova de carga real sob placas, ensaios de resistência à penetração SPT
(standard penetration test), ensaios de caracterização geotécnica, e metodologias de cálculos de
tensão admissível e recalque.

3.2 Delineamento

O delineamento da presente pesquisa foi fracionado em três etapas principais.

A primeira trata-se da fundamentação bibliográfica, onde verificam-se os procedimentos


de acordo com as normativas e publicações sobre o tema proposto, bem como as técnicas para a
execução dos ensaios sobre placa, ensaio de sondagem SPT e ensaios de caracterização
geotécnica, além de métodos para determinação ou estimativa das tensões admissível, de ruptura
e recalque para fundações superficiais. Na sequência analisou-se o local para a realização dos

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ensaios em campo “in situ”, para então realizar a execução dos ensaios SPT e sobre placa, e
posteriormente determinar-se os valores de tensão admissível e de ruptura a partir dos métodos.
Finaliza-se pela análise dos valores encontrados por diversos métodos descritos na bibliografia.
Na Figura 27, apresenta-se o fluxograma desta pesquisa.

Figura 27: Fluxograma

Fonte: Autoria própria

3.2.1 Descrição do local estudado

A determinação da região de estudo em Panambi, ocorreu pelo fato do autor da presente


pesquisa ser residente no município, reforçado pelo fato de ser o primeiro ensaio de placas
executado na cidade. O presente estudo está inserido na pesquisa institucional da UNIJUÍ, que
objetiva conhecer o comportamento dos solos da região noroeste do Rio Grande do Sul.
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Determinado a região a ser realizado, buscou-se o local para execução dos ensaios, sendo
escolhida a área em que se encontra a fábrica de rações da empresa Cotripal Agropecuária
Cooperativa, devido a existência de realização de ensaio SPT recente e também a disponibilidade
de equipamentos necessários para a execução do ensaio sobre placas.

O município de Panambi localiza-se na região noroeste do Rio Grande do Sul, no


entroncamento das rodovias BR-285 e BR-158 e pertence à região turística Rota do Yucumã.
Tornou-se conhecida como “Cidade das Máquinas” devido ao potencial de seu grande e
diversificado parque industrial. Conforme IBGE (2016), possui uma população de 41.473
habitantes e uma área territorial de aproximadamente 490 km². A Figura 25 demonstra o mapa
que localiza a cidade no Rio Grande do Sul.

Figura 28: Mapa do Rio Grande do Sul com localização Panambi

Fonte: Wikipédia (2018)

O município possui uma topografia acidentada, de difícil planejamento urbanístico. Na


área campestre predominam as coxilhas com suave ondulação e reduzida presença de rochas. Na
região colonial, outrora área de mata nativa, se sobressaem rincões elevados com frequentes
ocorrências de rochas. Ao longo dos rios há escarpas rochosas escavadas durante milênios pela
ação das águas. (PANAMBI, 2018) inserir citação nas referências

Conforme já citado, a área de estudo para a realização dos ensaios de placa e de


sondagem SPT foram realizados juntamente a sede da fábrica de rações da empresa Cotripal
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Agropecuária Cooperativa, situada às margens da Avenida Presidente Kenedy, na cidade de


Panambi, e pode ser observada na Figura 29. O ensaio realizou-se na região destacada na imagem
pelo contorno vermelho.

Figura 29: Imagem aérea localidade estudada

Fonte: Adaptado de Google Maps (2018)

3.3 Ensaio de placa

Foram realizados no dia 28 de outubro de 2017 dois ensaios de prova de carga direta
sobre o terreno através do uso de duas placas, respectivamente 30 e 48 cm de diâmetro.

Os ensaios foram realizados na cota superficial do terreno, já que haviam sido realizadas a
limpeza da vegetação e terraplanagem da área. Definiu-se esta cota, pois desta forma o solo se
apresentava adequado para receber uma fundação superficial hipotética. O tempo estava bom,
sem ocorrência de precipitação pluviométrica. A Figura 30 demonstra o local da execução dos
ensaios.

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Figura 30: Layout localização ensaios

Fonte: Autoria própria

Para o local de estudo foram executados os ensaios SPT, descrito na revisão bibliográfica
no item 2.3.3, os ensaios foram executados conforme as recomendações da NBR 6489/1984
intitulada “Prova de carga direta sobre terreno de fundação”, que “fixa as condições gerais a
satisfazer nas provas de carga sobre terreno, para fins de fundação por sapatas rasas, assim como
as informações que devem constar do registro da mesma”. (ABNT, 1984)

3.3.1 Equipamentos necessários

Foi utilizado um conjunto de placas circulares de aço, uma de 30 cm de diâmetro e outra


de 48 cm (Figura 31). A aplicação de carga é realizada por um macaco hidráulico (Figura 32)
com capacidade para 25 t (da marca Enerpac), cujo acionamento é feito por uma bomba
hidráulica acoplada ao macaco com capacidade máxima de 700 bar. Também foram utilizados
três relógios deflectômetros, que medem as deformações ocorridas nas placas com a aplicação de
carga, com leituras de 0,01 mm e cursor máximo de 30 mm, apoiados nas placas e fixados em
uma régua retangular de referência.

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Figura 31: Equipamentos utilizados no ensaio

Fonte: Autoria própria

Figura 32: Macaco Hidráulico

Fonte: Autoria própria

Utiliza-se a régua de alumínio, com 3 m de comprimento, fixada através de haste em cada


extremidade. Seu objetivo é isolar o sistema de leituras de qualquer deformação originada no
solo, pelo sistema de reação ou da deformação ocorrida no solo de abrangência à placa, conforme
orientado na NBR 6489 (ABNT, 1984). Na Figura 33, apresenta-se imagem do conjunto de
equipamentos instalados com a placa de 30 cm de diâmetro sobre uma escavadeira hidráulica
como sistema de reação e na figura 34 o sistema montado com placa de 48cm.

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Figura 33: Conjunto montado com placa de 30cm

Fonte: Autoria própria

Figura 34: Conjunto montado com placa de 48cm

Fonte: Autoria própria

3.3.2 Sistema de reação

Para o sistema de reação da carga aplicada necessário para execução do ensaio, adotou-se
uma escavadeira hidráulica de marca Case modelo Cx220B, que possui massa de 22,174 t, cuja
máquina é utilizada em obras de terraplanagem e mineração, dando suporte a execução do ensaio,
e que é apresentada na Figura 35.

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Figura 35: Escavadeira utilizada como sistema de reação.

Fonte: Autoria própria

3.3.3 Execução dos ensaios de placa

No local onde o ensaio foi realizado, ocorreu a execução de terraplenagem da área, sendo
que na área específica da aplicação de cargas, executou-se um aterro, originando-se a base para a
pavimentação local do acesso à fábrica de rações da empresa, portanto o solo do local estava
devidamente compactado.

Foi realizada uma raspagem em torno do local, com ajuda da própria escavadeira, para a
instalação e preparação do ensaio de prova de carga sobre placa, com objetivo de limpeza da
superfície e nivelamento, conforme condiz com a NBR 6489 (ABNT, 1984). A Figura 36 ilustra
este processo.

Figura 36: Limpeza e Nivelamento da superfície.

Fonte: Autoria própria


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Na sequência com o auxílio de areia fina realizou-se o nivelamento do solo, objetivando o


total nivelamento da placa, a fim de dar uma maior precisão e facilidade na montagem dos
equipamentos dos ensaios de placa, conforme ilustra a Figura 37.

Figura 37: Nivelamento placa 30cm.

Fonte: Autoria própria

Após a conferência do nivelamento, a máquina que serviu como reação de apoio


posicionou-se sob a placa, para então iniciar-se a instalação dos equipamentos para o ensaio.
Primeiramente foi escavado o solo para instalação dos tripés de sustentação da régua de
referência, devendo estes estarem apoiados no solo em nível de cerca de 10 cm mais baixo que a
placa, de modo que a mesma ficasse de acordo com a montagem das hastes dos relógios
deflectômetros.

Figura 38: Instalação da régua de referência

Fonte: Autoria própria


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Após a instalação dos tripés, a régua de alumínio foi montada verificando-se seu nível.
Então foi possível fixar as hastes que dão suporte aos três relógios deflectômetros, que foram
instalados junto a placa, posicionados de forma equidistante em todo seu perímetro, para
verificar-se os deslocamentos de todo o conjunto. A Figura 39 demonstra um dos relógios
montados.

Figura 39: Relógio Deflectômetro.

Fonte: Autoria própria

De acordo com a NBR 6489 (ABNT, 1984), após o nivelamento do terreno e da


instalação dos equipamentos, anteriormente descritos, para a realização do ensaio de placa deve-
se iniciar a aplicação da carga a placa, porém com acréscimos das cargas que seja no máximo 20
% da taxa admissível provável do solo da realização do ensaio. Com os equipamentos montados e
verificados, foi aplicada uma carga para o assentamento das placas visando acomodar e
compactar a porção de areia usada para o nivelamento. Então, no passo seguinte, iniciou-se a
aplicação das cargas e anotações das medidas de recalques obtidas.

O ensaio procedeu conforme recomendado pela NBR 6489/84 (ABNT, 1984), após cada
aumento de carga aplicada, os recalques lidos imediatamente em intervalos sucessivos e dobrados
(1, 2, 4, 8, 15, minutos, e etc.) até que as leituras estejam estabilizadas, tendo uma tolerância
máxima de 5% de diferença do recalque total entre leituras. O ensaio deverá ser executado até,
pelo menos, observar-se um recalque total de 25 mm ou até atingir-se o dobro da taxa admitida
pelo solo. Para descarregamento, utilizam-se os mesmos critérios de leitura e de estabilização
considerados para o carregamento. (ABNT, 1984)

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A aplicação das cargas se deu pelo macaco hidráulico e eram acrescidas em estágios de 50
kN/cm² para a placa de 30 e 48 cm, tanto para o carregamento até a descarga realizada em
estágios sucessivos. Somente, após a estabilização dos recalques (tolerância de 5% do total de
recalque) passou a um novo acréscimo de carga, correspondendo a diferença entre leituras de
1,25 mm.

Na área dos dois ensaios, retirou-se uma amostra de 60 kg de solo para realização dos
ensaios de caracterização em laboratório, bem como também realizou-se posteriormente o ensaio
SPT.

O primeiro ensaio foi realizado com a placa de 30 cm, posteriormente realizou-se a


aplicação da carga sobre a placa de 48 cm. A placa de 80 cm de diâmetro não foi possível a
realização do ensaio, pois o sistema de reação de apoio não tinha capacidade suficiente.

3.4 Ensaio SPT

Para o local de estudo foram executados os ensaios SPT, descrito na revisão bibliográfica
no item 2.3.1, a fim de determinar os valores de NSPT das camadas do maciço de solo onde os
ensaios de placas foram executados. Este ensaio é regido pela NBR 6484 (ABNT, 2001)
intitulado “Solo - Sondagens de simples reconhecimento com SPT - Método de ensaio”, a qual
“prescreve o método de execução de sondagens de simples reconhecimento de solos, com SPT,
cujas finalidades, para aplicações em Engenharia Civil, são:

a) a determinação dos tipos de solo em suas respectivas profundidades de ocorrência;


b) a posição do nível-d ’água;
c) os índices de resistência à penetração (N) a cada metro”. (ABNT, 2011)

Os valores NSPT característicos estipulados serão aplicados nas fórmulas semi-empíricas


dos métodos de estimativa de tensão admissível e recalque, sendo comparados e analisados com
os valores obtidos pelos ensaios de placa.

Finalizando-se os ensaios, obteve-se o relatório de sondagem SPT realizada pela empresa


Minerag, que está apresentado no Anexo A. Diante disso, foi possível perceber a importância de
se conhecer a resistência à penetração nas camadas do subsolo e a classificação do solo pela
estratigrafia de suas camadas, tendo em vista, que o bulbo de tensões, influencia diretamente no
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ensaio de placa. Juntamente com o suporte do ensaio SPT e ensaios de caracterização geotécnica,
trazem maiores informações ao engenheiro para o dimensionamento mais coerente do projeto de
fundações.

3.5 Ensaios de caracterização geotécnica

3.5.1 Análise Granulométrica

Os ensaios de granulometria foram realizados de acordo com a NBR 7181 (2016) – “Solo
- Análise granulométrica”, que prescreve o método para a análise granulométrica dos solos,
realizada por peneiramento ou por uma combinação de sedimentação e peneiramento. (ABNT,
2016)

3.5.2 Limites de Consistência

Os ensaios de limites de consistência foram realizados de acordo com a NBR 6459/2016 –


“Determinação do limite de liquidez” e a NBR 7180/2016 – “Determinação do limite de
plasticidade”.

3.5.3 Compactação e Índice de Suporte dos Solos

Os ensaios de compactação e índice de suporte Califórnia para a obtenção e analise dos


resultados foram realizados conforme a NBR 7182/2016 – “Ensaio normal de compactação de
solos” e a NBR 9895/2016 – “Solo - Índice de suporte Califórnia - Método de ensaio”.

3.6 Metodologias de cálculo

Os métodos de cálculos apresentados no capítulo 4, quanto aos resultados da capacidade


de carga, tensão admissível e recalques, estão descritos nos itens 2.6 e 2.7 da revisão
bibliográfica. Tais bibliografias foram escolhidas por estarem presente durante a graduação e se
tratarem de referência no ramo da engenharia de fundações.

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4 RESULTADOS

No capítulo presente, apresentam-se os resultados dos ensaios laboratoriais de


caracterização geotécnica, obtidos nos ensaio de Laboratório de Engenharia Civil do Campus de
Ijuí da UNIJUI (LEC), no qual se efetuou a classificação do solo pelos métodos tradicionais
descritos no item 2.1 da revisão bibliográfica e 3.5 da metodologia de pesquisa.

Em seguida, apresentam-se os resultados oriundos dos ensaios de carga sobre placa, de 30


e 48cm de diâmetro respectivamente, descritos nos itens 2.3.3 da revisão bibliográfica e 3.3 da
metodologia. Os ensaios de penetração padrão SPT foram realizados no local indicado no item
3.2.1, conforme apresentado na revisão bibliográfica no item 2.3.1 e 3.4 da metodologia. Por
último apresenta-se as estimativas de tensões admissíveis e de recalques obtidos para o local
estudado, através das metodologias de cálculo descritos nos itens 2.6 e 2.7 da revisão
bibliográfica.

4.1 Caracterização do solo

No local onde se executou os ensaios de placa e SPT retirou-se uma amostra de 60 kg do


solo que foi coletado e transportado para realizar os ensaios de caracterização geotécnica.
Tiveram os seguintes resultados quanto a sua composição granulométrica: 54,2% de argila,
28,90% de silte, 8,33% de areia fina, 2,30% de areia média, 1,73% de areia grossa e 4,52% de
pedregulho. Na Figura 40 demonstra a curva granulométrica, onde observa-se que se trata de um
solo extremamente fino, com porcentagem passante na peneira nº200 de 82,21%

Figura 40: Curva granulométrica do solo de Panambi.

Fonte: Autoria própria


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Quanto aos índices de consistência, obteve-se os seguintes resultados: limite de liquidez o


valor de 51% e limite de plasticidade de 26%, conforme pode observar no gráfico da Figura 41.
Com os valores obtidos no ensaio é possível determinar o valor do índice de plasticidade, que é a
diferença ambos, resultando no valor de 25%.

Com os dados da análise granulométrica e os limites de consistência, é possível classificar


o solo de Panambi. Quanto a classificação SUCS o solo foi classificado como um CH. Já pela
classificação rodoviária AASHTO classificou-se como um solo A-7-5 com índice de grupo 16,2.

Figura 41: Gráfico do ensaio do limite de liquidez.

Fonte: Autoria própria

Quanto às características de compactação do solo, executou-se ensaio de compactação


com energia normal, resultando em uma massa específica aparente seca máxima de 1,51 g/cm³ e
a umidade ótima de 29,7%, como se pode observar no gráfico da Figura 42.

No ensaio de índice de suporte Califórnia, obteve-se um ISC de 9,22 % e uma expansão


de 0,86 %.

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Figura 42: Gráfico do ensaio de compactação.

Fonte: Autoria própria

Conforme Moreira (2014), de acordo com DNIT (2006) os materiais para utilização como
subleito devem apresentar uma expansão menor que 2% e um ISC maior que 2%. Já para á sub-
base, uma expansão menor que 2% e ISC maior que 20%. Indicando assim a possibilidade de
utilizar este solo como sub-base para a pavimentação e um ótimo material para subleito.

4.2 Ensaios de carregamento em placa

Na presente seção, apresenta-se os resultados e gráficos das curvas tensão recalque


conforme ensaios descritos no item 3.3 da metodologia da pesquisa.

4.2.1 Resultados do ensaio de campo

Os ensaios de placa foram realizados em 28 de outubro de 2017, sábado de tempo


ensolarado. Dois ensaios de prova de carga direta foram executados sobre o terreno através do
uso de duas placas, respectivamente 30 e 48 cm de diâmetro. As tabelas a seguir apresentam os
valores para cada placa respectivamente. A pressão aplicada pelo macaco hidráulico se dá por
estágios, de acordo com NBR 6489/1984. Apresentam-se nas tabelas 5 e 6 as leituras dos relógios
deflectômetros (R1, R2) que indicam o valor em milímetros do recalque obtido para cada estágio
de aplicação da carga. Sendo assim, pode-se determinar o recalque médio [R(médio)] para
obtenção do recalque final, além de ser calculada a relação do recalque médio das leituras com o
diâmetro da placa (R(médio)/d).
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Tabela 5: Leituras obtidas a partir do ensaio de campo – placa 30 cm

Pressão Tensão na R1 Média


R2 (mm) R (médio)/d
(kgf/cm²) Placa (kPa) (mm) (mm)
0 0 0,00 0,00 0,00 0
25 62 1,36 1,63 1,50 0,004983333
50 124 1,56 1,81 1,69 0,005616667
CARREGAMENTO

75 187 1,75 2,09 1,92 0,0064


100 249 2,75 3,44 3,10 0,010316667
125 311 5,61 6,39 6,00 0,02
150 373 7,23 8,27 7,75 0,025833333
175 435 14,65 15,86 15,26 0,05085
200 498 23,74 25,62 24,68 0,082266667
225 560 29,53 28,83 29,18 0,097266667
DESCARREGAMENTO

225 560 29,53 28,83 29,18 0,097266667


200 498 29,53 28,83 29,18 0,097266667
150 373 29,53 28,83 29,18 0,097266667
100 249 29,53 28,83 29,18 0,097266667
0 0 29,53 28,83 29,18 0,097266667
Fonte: Autoria própria

Na Figura 43 apresenta-se o gráfico das curvas tensão – recalque, para a placa de 30 cm,
para o carregamento indicado pela curva na cor azul e descarregamento indicado na cor
vermelha, conforme valores das tensões e recalques obtidos na Tabela 5.

Figura 43: Gráfico tensão x recalque – Placa de 30 cm.

Fonte: Autoria própria


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Pelo gráfico da Figura 43 apresentado da placa de 30cm, através da linha azul que indica
o carregamento, percebe-se que a tensão de ruptura no solo foi de 560 kPa e recalque médio de
29,18mm. O recalque resultante em 25mm foi atingido em uma tensão de 500kPa.

Tabela 6: Leituras obtidas a partir do ensaio de campo – placa 48 cm

Pressão Tensão na R1 R2 Média


R3 (mm) R (médio)/d
(kgf/cm²) Placa (kPa) (mm) (mm) (mm)

0 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0


50 49 0,60 1,12 1,18 0,97 0,002013889
100 97 1,30 2,82 2,93 2,35 0,004895833
150 146 2,40 3,01 3,17 2,86 0,005958333
200 3,69 4,31 4,79 4,26
CARREGAMENTO

194 0,008881944
250 243 4,90 5,36 6,45 5,57 0,011604167
300 292 6,17 6,37 8,34 6,96 0,0145
350 340 7,69 7,67 10,58 8,65 0,018013889
400 389 9,33 9,02 12,87 10,41 0,021680556
450 437 11,98 10,79 16,40 13,06 0,027201389
500 486 14,30 11,49 19,54 15,11 0,031479167
550 534 16,02 12,04 21,36 16,47 0,034319444
550 534 16,02 12,04 21,36 16,47 0,034319444
DESCARREGAMENTO

400 389 16,37 12,24 21,77 16,79 0,034986111


350 340 16,55 12,33 22,00 16,96 0,035333333
300 292 17,3 13,81 21,27 17,46 0,036375
200 194 17,29 13,84 20,5 17,21 0,035854167
100 97 15,71 13,55 19,54 16,27 0,033888889
0 0 14,05 10,45 17,07 13,86 0,028868056
Fonte: Autoria própria

Na Figura 44, apresenta-se a curva carga – recalque adimensionalizada obtida para a placa
de 30 cm de diâmetro, onde o recalque é dividido pelo diâmetro.

Na Figura 45 apresenta-se o gráfico das curvas tensão – recalque, para a placa de 48 cm,
para o carregamento indicado pela curva na cor azul e descarregamento indicado na cor
vermelha, conforme valores das tensões e recalques obtidos na Tabela 6.

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Figura 44: Curva adimensionalizada – Placa de 30 cm.

Fonte: Autoria própria

Figura 45: Gráfico tensão x recalque – Placa de 48 cm.

Fonte: Autoria própria

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Pelo gráfico da Figura 45 da placa de 48 cm, através da linha azul que indica o
carregamento, pode-se observar que não foi possível atingir a ruptura do solo, devido ao sistema
de reação não ser suficiente para realizar os acréscimos de carga. O recalque da placa de 48cm
não ultrapassou o limite de 2 5mm, o que não caracteriza a ruptura do solo.

Na Figura 46, apresenta-se a curva carga – recalque adimensionalizada obtida para a


placa de 48 cm de diâmetro, onde o recalque é dividido pelo diâmetro.

Figura 46: Curva adimensionalizada – Placa de 48 cm.

Fonte: Autoria própria

4.2.2 Análise dos ensaios de placa quanto a capacidade de carga

A partir dos dados obtidos nos ensaios de campo foram aplicadas as metodologias de
cálculos descritas na revisão bibliográfica no item 2.6 para obtenção da capacidade de carga,
adotando as Equações 13 e 14 apresentadas na revisão bibliográfica.

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De acordo com o gráfico tensão – recalque da Figura 43 para a placa de 30 cm, a tensão
de ruptura resultou em um valor de 560 kPa. A tensão correspondente a um recalque de 10 mm
resultou em um valor da tensão de 390 kPa e para o recalque de 25 mm a tensão resultante de 500
kPa. Portanto, segundo as Equações 13 e 14 temos o valor da tensão admissível de 250 kPa.

Para a placa de 48 cm, como pode-se observar no gráfico tensão – recalque da Figura 44 a
tensão para a ruptura do solo não foi atingida. O valor correspondente a um recalque de 10 mm
resulta em um valor da tensão de 379 kPa. Já a tensão que resulta em um recalque de 25 mm não
foi possível obter o valor, portanto, segundo a Equação 13 temos o valor da tensão admissível de
370 kPa.

Analisou-se também, a curva carga-recalque pelo critério d/30, apresentado em Cudmani


(1994), onde na placa de 30 cm de diâmetro resultou em 480/30 = 10 𝑚𝑚 de recalque e na placa
de 48 cm de diâmetro resultou em 480/30 = 16 𝑚𝑚 de recalque, onde d é o diâmetro da placa
expresso em milímetros.

Com isso, através da curva tensão versus recalque da Figura 41 na placa de 30 cm de


diâmetro, a tensão correspondente para um recalque de 10 mm do gráfico, chega-se a um valor de
tensão admissível de 390 𝑘 𝑎 que dividido pelo fator de segurança 2, obteve-se a tensão
admissível de 195 𝑘 𝑎.

Através da curva tensão versus recalque da Figura 42 na placa de 48 cm de diâmetro, a


tensão correspondente para um recalque de 16 mm do gráfico, visualiza-se um valor de tensão
admissível de 518 𝑘 𝑎 que dividido pelo fator de segurança 2, obteve-se a tensão admissível de
259 𝑘 𝑎.

A partir dos resultados dos métodos da estimativa da capacidade de carga de Alonso


(2012) e de Cudmani (1994), para as placas de 30 e 48 cm de diâmetro, aplicou-se a média dos
métodos, resultando em uma tensão admissível final de 222,5 kPa.

A seguir apresentam-se as Tabelas 7 e 8 que resumem os valores apresentados para os


cálculos da estimativa de capacidade de carga, utilizando-se o Critério de Boston, Cudmani
(1994), d/30 (Norma Brasileira e Alonso (2012).

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Tabela 7: Valores tensão admissível do solo (kPa) – placa de 30 cm

σ σadm
σadm Alonso σadm Cudmani
σ σ (d/30) Real
Local σ Rup
25mm 10mm σ σ σ σ
σ (d/30) /2
10mm rup/2 25mm/2 10mm 222,5
Panambi 560 500 390 390 280 250 390 195
Fonte: Autoria própria

Tabela 8: Valores tensão admissível do solo (kPa) – placa de 48 cm

σ σadm
σadm Alonso σadm Cudmani
σ σ (d/30) Real
Local σ Rup
25mm 10mm σ σ σ σ
σ (d/30) /2
16mm rup/2 25mm/2 10mm 259
Panambi - - 370 518 - - 370 259

Fonte: Autoria própria

4.2.3 Análise dos ensaios de placa quanto ao recalque

Com a aplicação da carga, o solo estudado apresentou uma ruptura típica por
puncionamento, onde o solo externo à área carregada não é alterado e não é possível observar
movimento do solo na superfície, conforme item 2.4. A ruptura do solo ocorreu após o
carregamento ultrapassar os 550 kPa. As leituras efetivadas nos relógios deflectômetros em R1 e
R2 indicaram, 29,53 e 28,83 mm de recalque respectivamente. Tem-se então um valor
[R(médio)] de 29,18 mm, conforme a Tabela 6. Já na Figura 47 é possível observar o recalque
gerado pela aplicação da carga no solo, ocasionando uma típica ruptura por puncionamento.

Figura 47: Ruptura por puncionamento – Placa de 30 cm.

Fonte: Autoria própria

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Em sequência, no ensaio com a placa de 48 cm de diâmetro, não foi possível chegar a sua
tensão de ruptura pela tensão aplicada ser maior que a reação de apoio disponível. A maior carga
aplicada foi de 534 kPa. As leituras efetivadas nos relógios deflectômetros em R1, R2 e R3
indicaram, 16,02, 12,04 e 21,36 mm de recalque respectivamente, resultando em um valor médio
de 16,47mm, conforme Tabela 7

Figura 48: Ruptura por puncionamento – Placa de 48 cm.

Fonte: Autoria própria

4.3 Ensaios de sondagem a percussão SPT

Neste item, apresenta-se os resultados obtidos no ensaio a percussão SPT, descrito no


item 3.4 da metodologia e item 2.3.1 da revisão bibliográfica. O ensaio SPT foi executado pela
empresa Minerag, que realizou o ensaio em pontos próximos a realização do ensaio sobre placas,
conforme croqui da Figura 28. Pela proximidade da realização do ensaio de placas, os valores
apresentados neste item são do furo 2, conforme relatório de sondagem SP-02 que está
apresentado no Anexo A.

Os valores característicos de NSPT foram interpolados para a profundidade de duas vezes o


diâmetro da placa, sendo apresentados na Tabela 9, conforme recomendado por Ruver e Consoli
(2006) no item 2.6.1.2.

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Tabela 9: Valores ensaio SPT

Profundidade SPT (ensaio) NSPT - NSPT -


(m) Inicial Final PLACA 30cm PLACA 48cm
0,45 9 9 9,45 10,53
1,45 11 13
2,45 11 12
3,45 9 14
4,45 9 14
5,45 13 12
6,45 12 14
7,45 18 26
8,45 20 27
9,45 12 15
10,45 11 14
Fonte: Autoria própria

Os resultados apresentam-se de forma gráfica na Figura 49 ilustrando os valores de NSPT


inicial e final, através da relação (profundidade x SPT). Já a Figura 50 demonstra a comparação
entre o SPT mínimo com o médio.

Figura 49: Gráfico SPT inicial e final.

Fonte: Autoria própria

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Figura 50: Gráfico menor SPT e médio.

Fonte: Autoria própria

De acordo com a Tabela 9 e os gráficos apresentados anteriormente, chegou-se aos


valores dos índices a resistência à penetração NSPT para as duas placas, com valores de 9,45 e
10,53, respectivamente. O valor que foi interpolado para que o mesmo apresente a relação com o
bulbo de tensões (2B) desejado e recomendado no item 2.6.1.2. Com isso, procedeu-se o próximo
passo para a metodologia de cálculos para a obtenção da tensão, admissível e ruptura, através de
métodos da estimativa da capacidade de carga com o ensaio SPT.

A seguir será apresentado os métodos de cálculos do item 2.6.1 da revisão bibliográfica,


através da teoria de Terzaghi, método de Ruver e Consoli, método de Mello e método de Teixeira
e Godoy, relacionando os valores encontrados do ensaio SPT com a estimativa da tensão
admissível.

4.3.1 Teoria de Terzaghi

Para determinação da tensão de ruptura pela teoria de Terzaghi, descrita no item 2.6.1.1
dada pela Equação 4, adotou-se para a placa de 30 cm de diâmetro o valor da coesão em 60,36
kPa, obtido na tabela apresentada na Figura 23, o peso específico de 17 kN/m³, determinado pela
tabela da Figura 22, o ângulo de atrito interno de 20º, determinado pela Equação 6, a coesão do
solo de 40,24 determinado pela Equação 5. Não foi considerada a sobrecarga pois o ensaio

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ocorreu na superfície do solo. Os fatores do solo e as tensões admissíveis e de ruptura são


demonstrados pela Tabela 10.

Tabela 10: Valores tensão admissível do solo (kPa) - Terzaghi – placa de 30 cm

N c y B ф ф' c' Nc Nq
9,45 60,36 17 0,3 28,75 20 40,24 14,8 6,4

Ny Nq/Nc tg ф Sc σR
Sq Sy
FS σadm
5,39 0,43 0,36 1,43 1,36 0,6 862,50 3 287,50
Fonte: Autoria própria

De acordo com a Tabela 13, e o método analítico e teórico de Terzaghi apresentado no


item 2.6.1.1 da revisão bibliográfica e utilizando-se um fator de segurança de 3 recomendado pela
NBR 6122/2010, obteve-se para placa de 30 cm a tensão de ruptura do solo de 862,5 kPa e para a
tensão admissível de 287,5 kPa.

4.3.2 Método de Ruver e Consoli (2006)

Pelo método de Ruver e Consoli (2006) para o cálculo da tensão admissível do solo
utilizaram-se a correção dos valores de NSPT dada pela Equação 1. O método faz uso das
Equações 9 e 10 do item 2.6.1.2 da revisão bibliográfica. Portanto teve-se os seguintes resultados
para a tensão admissível do solo: da Equação 10, o valor inferior de 56,23 kPa e da Equação 9 o
valor superior de 160,14 kPa respectivamente para a placa de 30 cm.

4.3.3 Método de Mello

Mello (1975, apud Ruver, 2005), propõe a equação 11 do método conforme item 2.6.1.3
da revisão bibliográfica. Com o valor de NSPT chegou-se ao valor da tensão admissível de 207,41
kPa para a de 30 cm.

4.3.4 Método de Teixeira e Godoy

De acordo com o método de Teixeira e Godoy (1998), descrito no item 2.6.1.4 da revisão
bibliográfica, tem-se a equação 12, a qual resultou em um valor da tensão admissível de 189 kPa.

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4.4 Cálculo de estimativa de recalque

Este item da pesquisa aborda a estimativa de recalques através da metodologia de cálculo


descrita no item 2.7 da revisão bibliográfica. O objetivo é comparar os recalques reais
apresentados no ensaio de prova de carga sobre placa, com o recalque estimado pela metodologia
de cálculo da Teoria da Elasticidade. Conforme já apresentado neste capítulo em seu item 4.2.3 a
ruptura ocorreu de forma a caracterizar-se como de puncionamento.

4.4.1 Teoria da Elasticidade

A teoria da elasticidade é um método utilizado na estimativa de recalque, o qual se estima


o recalque imediato , conforme o item 2.7.1.1 da revisão bibliográfica. Para satisfazer a
Equação 15 apresentada na teoria adotou-se para o solo argiloso estudado, para o coeficiente
Poisson ( ) de acordo com a Figura 51 o valor de 0,5.

Figura 50: Coeficiente de Poisson.

Fonte: Cintra, Aoki e Albiero (2003)

O módulo de elasticidade do solo , foi desenvolvido por Ruver (2005) para solos
residuais, apresentada na Equação 16 a seguir e utilizada para o Método Teoria da Elasticidade:

(16)

Os resultados obtidos pela equação 15 da teoria da elasticidade tem como objetivo


comparar os valores dos recalques imediatos apresentados pelos relógios deflectômetros no
ensaio de prova de carga sobre placa (W ensaio). Estão apresentados na tabela 11, para a placa de
30 cm os resultados obtidos para a teoria da elasticidade, W (centro, canto e médio).

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Tabela 11: Valores recalque do solo

Recalques W (mm)
Tensão (kPa)
W centro W canto W médio W Ensaio
62 0,61 0,39 0,52 1,50
124 1,23 0,79 1,04 1,69
187 1,84 1,18 1,57 1,92
Fonte: Autoria própria

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5 CONCLUSÕES E SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS

Neste capítulo apresenta-se a síntese dos resultados demonstrados no capítulo anterior. As


conclusões e análises dos ensaios de placa, de SPT e de caracterização geotécnica para o solo de
Panambi. No final do presente capítulo, apresenta-se as sugestões para trabalhos futuros.

5.1 Conclusões

Será relatado as principais considerações conclusivas obtidas durante a presente pesquisa,


conforme descrito em cada item a seguir.

5.1.1 Ensaios de caracterização geotécnica

Quanto a sua composição de granulometria, o solo apresenta-se de consistência fina com


um percentual de 82,21 % passante na peneira nº 200.

De acordo com a análise granulométrica do solo, o mesmo apresenta em sua composição:


54,2 % dos grãos em tamanho de argila, 28,90 % de silte, 8,33% de areia fina ,2,30% de areia
média ,1,73% de areia grossa e 4,52% de pedregulho.

Seu limite de liquidez apresentou o valor de 51 % e seu limite de plasticidade o valor de


26 % o que resulta em um índice de plasticidade IP de 25 %.

Pelo método HRB/AASHTO, pertence ao grupo A-7-5. Pelo (SUCS) foi classificado no
grupo CH.

No ensaio de Índice de Suporte Califórnia, o solo apresentou um índice ISC de 9,22% e


uma expansão de 0,86%

Na curva de compactação, obteve-se uma massa específica de 1,51g/cm³ e uma umidade


ótima de 29,7%.

Quanto sua empregabilidade para pavimentação de acordo com DNIT (2006) e os ensaios
de ISC e expansão, o solo apresenta perfeitas condições para ser utilizado como sub-base.

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5.1.2 Quanto aos resultados do ensaio SPT

O valor de NSPT médio para a área de influência do bulbo de tensões para a placa de 30cm
de diâmetro, apresentou um valor de 9,45, valor este corresponde as argilas de consistência
média.

5.1.3 Quanto aos ensaios de prova de carga sobre placas

Através da realização do ensaio sobre placa, pode-se determinar as tensões finais de


ruptura e admissível para o solo estudado. Obteve-se o valor da tensão admissível de 222,5 kPa
para a placa de 30cm.

5.1.4 Quanto a estimativa da tensão admissível

Os valores obtidos através dos métodos teóricos e semi-empíricos descritos no item 2.6.1
da revisão bibliográfica, estão apresentados na tabela 12 e Figura 52.

Tabela 12: Comparação valores tensão admissível

PROVA DE CARGA SOB PLACA - MÉTODOS TEÓRICOS E SEMI-EMPIRICOS


METODO DE CÁLCULO TENSÃO ADMISSÍVEL (kPa) % diferença para o ensaio de placa
Ensaio de Placa 222,5 0
Terzaghi 287,5 29,21%
Ruver Médio 108,18 51,38%
Ruver Superior 160,13 28,03%
Ruver Inferior 56,22 74,73%
Teixeira e godoy 189 15,06%
Mello 207,40 6,78%
Fonte: Autoria própria

O método de Mello (1975) é o método de cálculo semi-empírico que mais se aproximou


entre os métodos de cálculos, apresentando o valor da tensão admissível de 207,41 kPa, ou seja,
um valor muito próximo do encontrado para o ensaio de prova de carga, chegando-se em uma
porcentagem de 6,78 % menor que a tensão admissível para a placa de 30 cm de diâmetro.

Pelo método de Teixeira e Godoy (1998), o valor da tensão admissível resultou em 189
kPa, tendo uma diferença de 15,06 % a menos do ensaio de placa. Sendo assim, ocorre uma
similaridade muito próxima entre o método no valor da tensão admissível, chegando-se ao
segundo método mais próximo ao ensaio de placa, entre os demais métodos.

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Figura 51: Gráfico métodos tensão admissível (kPa) – Placa 30cm

Mello 207,41

Teixeira e godoy 189

Ruver Inferior 56,23

Ruver Superior 160,14

Ruver Médio 108,184

Terzaghi 287,5

Ensaio de Placa 222,5

0 50 100 150 200 250 300

Ensaio de Placa Terzaghi Ruver Médio Ruver Superior


Ruver Inferior Teixeira e godoy Mello

Fonte: Autoria própria

O método de Terzaghi (1943) apresentou o valor da tensão admissível de 287,5 kPa,


sendo o único método que superestima a tensão admissível do solo, com uma porcentagem de
29,21 % maior que o valor obtido através do ensaio de placa de 30 cm de diâmetro, sendo,
portanto, o terceiro método mais próximo à tensão admissível do ensaio de placa.

O método médio de Ruver e Consoli (2006), resultou no valor de 108,184 kPa, sendo uma
diferença pelo ensaio de placa de – 51,38 %, ou seja, o valor da tensão admissível é inferior ao
valor da tensão admissível encontrada no ensaio de placa de 30 cm de diâmetro, resultando no
método que mais diferiu dentre todos os métodos.

A tensão admissível média, entre os métodos de cálculos teóricos e semi-empíricos para a


placa de 30cm de diâmetro, resultou no valor da tensão admissível de 175,85 kPa.

5.1.5 Recalque e tensão de ruptura pelos ensaios de carregamento em placa

Para a ruptura no solo pelo ensaio com a placa de 30 cm de diâmetro, resultou no valor de
tensão de 560 kPa, no qual gerou um recalque médio de 29,18 mm, ocasionando em uma ruptura
típica por puncionamento. A tensão de ruptura no solo pelo ensaio com a placa de 48 cm de
diâmetro não foi possível ser encontrada, devida a falta de reação de apoio, para atingir a ruptura
do solo.
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5.1.6 Método de estimativa de recalque

Através da metodologia de cálculo descrita no item 2.7.1 da revisão bibliográfica e os


valores calculados e demonstrados na tabela 11, para os recalques, ilustra-se na Figura 53 o
gráfico que compara os recalques obtidos no ensaio de placas com a metodologia de cálculo
aplicada.

Figura 52: Comparação valores recalque

Fonte: Autoria própria

O método da elasticidade linear, que apresenta os recalques imediatos para cada carga
aplicada, diferencia-se do apresentado no ensaio de prova sobre placa, superestimando os
recalques, divergindo em média 37% do recalque real apresentado pela placa no ensaio de prova
de carga.

5.2 Sugestões para trabalhos futuros

a) Realizar novos ensaios com o solo em condições não compactado;


b) Ampliar o estudo da capacidade de carga, através de outras metodologias de cálculos
para obtenção da tensão admissível, de ruptura e recalque;
c) Fazer o ensaio na cidade com as placas de 48cm e 80cm com sistema de reação
suficiente para que ocorra a ruptura;
d) Realizar o ensaio em que o solo encontra-se na condição inundado;
e) Fazer comparações ao realizar novo ensaio com o solo melhorado ou reforçado.
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Estudo da Capacidade de Carga e Recalque de Solo Residual da Cidade de Panambi - RS
76

REFERÊNCIAS

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Fundações. Rio de Janeiro, 2010. 91 p.

______. NBR 6457: Amostras de solo – Preparação para ensaios de compactação e ensaios de
caracterização. Versão corrigida. Rio de Janeiro. 2016a. 8 p.

______. NBR 6459: Solo - Determinação do limite de liquidez. Rio de Janeiro. 2016b. 5 p.

______. NBR 6484: Execução de sondagens de simples reconhecimento dos solos. Rio de
Janeiro, 2001. 17 p.

______. NBR 6489: Prova de Carga Direta sobre Terreno de Fundação. Rio de Janeiro, 1984. 2p

______. NBR 8036: Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para
fundações de edifícios. Rio de Janeiro, 1983 3 p.

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CAPUTO, Homero. Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações. Vol. 1. Rio de Janeiro:
Livros técnicos e científicos S.A., 1988.

CHIOSSI, N. J. Geologia aplicada à engenharia. 2ª Edição. São Paulo/SP . Grêmio Politécnico,


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Cristian Petry (cp.petry@uol.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018
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CINTRA, José Carlos A.; AOKI, Nelson; ALBIERO, José Henrique. Tensão admissível em
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ANEXO A – ENSAIO SPT FURO 02

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Estudo da Capacidade de Carga e Recalque de Solo Residual da Cidade de Panambi - RS

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