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Data:08/04/2019 

Turma:CPI A 1 2019 
Tema:CP07.01.05 - Competência internacional. Os limites espaciais da jurisdição brasileira. 

1ª - Questão:
Um determinado casal obteve uma sentença de divórcio consensual por uma sentença
estrangeira Mexicana.
Flávia, parte na demanda que tramitou na corte mexicana, ao chegar ao Brasil, instaurou
processo cujo objeto é a partilha de bens do casal em uma vara de família da Capital.
Pergunta-se: O juiz da vara de família da capital poderá reconhecer a validade da decisão
estrangeira em caráter incidental? Resposta fundamentada.

Sim, poderá o juiz o da vara de família reconhecer a validade da decisão


estrangeira em caráter incidental, conforme o art. 961, §§ 5º e 6º do CPC/15.
A regra trazida pelo CPC/15 é que se houver uma sentença declaratória e a
parte quiser que tal sentença tenha eficácia no Brasil como ato decisório, terá que submetê-lo
à homologação, a não ser que venham novas leis ou tratados que eliminem tal exigência.
A exceção à regra fica por conta da sentença estrangeira de divórcio
consensual: o § 5.º do art. 961 do CPC/2015 cuidou de isentar a sentença de divórcio
(consensual) do procedimento homologatório, permitindo que a validade da decisão seja
examinada em caráter incidental por qualquer juiz, se e quando surgir a questão durante um
processo. Criou-se em nosso ordenamento, portanto, um sistema de delibação incidental, em
que o juiz de primeiro grau poderá (rectius, deverá) examinar a regularidade da sentença
estrangeira de divórcio, desde que alguma das partes invoque seus efeitos para o fim de
obtenção de algum pedido. Trata-se de mera questão incidental, que assim deverá ser tratada,
ainda que constitua questão prejudicial para a consecução do pedido do autor. Não se poderá
aplicar a tal questão, ainda que prejudicial, o disposto no art. 503, § 1.º, do CPC/2015 (que
permite ao juiz decidir a questão com eficácia de coisa julgada), sob pena de usurpar-se a
competência constitucionalmente outorgada ao STJ para homologar sentenças estrangeiras:
incide, na hipótese, a restrição do inc. III do dispositivo citado.
Consoante o art. 961, §§5º e 6º, do CPC/15:
Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a
homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas
rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado. (...)
§ 5.º A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil,
independentemente de homologação pelo Superior Tribunal de Justiça.
§ 6.º Na hipótese do § 5.º, competirá a qualquer juiz examinar a validade da
decisão, em caráter principal ou incidental, quando essa questão for
suscitada em processo de sua competência.

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