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Introdução

Alimentar
Como começar a introdução alimentar?
Dicas preciosas!

Então já passaram os 6 meses de amamentação, na qual o bebê que gera muita dúvida e ansiedade em todas as mães.
estava somente com leite materno ou fórmula, e então ele co- Aos seis meses de vida o bebê iniciará a sua introdução alimentar
meçará uma nova aventura: a introdução alimentar! complementar e muitas dúvidas aparecem. Os mais diversos sen-
Existem algumas informações muito importantes para esse co- timentos dominam as mães que passarão por este processo, sur-
meço, e lembre – se que o mais importante não é comer, e sim gindo dúvidas sobre a melhor forma de se preparar os alimentos,
o aprendizado! Aquilo que a criança irá aprender com o contato como posicionar a criança na cadeira de alimentação, qual colher
com os alimentos, sua textura, cor, cheiro e sabor. O bebê ainda e prato utilizar, e finalmente como se dará a real aceitação dos ali-
não sabe que aquilo é de comer e mata a fome, portanto não é mentos pelo seu bebê.
algo imediato. O leite mata sua fome, e é isso que ela sabe. A introdução alimentar complementar nada mais é do que uma
Então tente deixar as expectativas de lado, respire fundo e en- nova fase, um período de aprendizado alimentar que se iniciará.
tenda que o seu bebê irá ter o contato com os primeiros alimen- Precisa ser um momento de experiências sensoriais e de muita
tos e pode não ser tanto quanto você esperava! descoberta sobre cada alimento. Se você tem a ilusão de que há
Iniciar a alimentação complementar com o bebê que está ma- um manual passo a passo sobre como esse processo vai se dar,
mando muito bem, principalmente para aqueles bebês que es- engana-se.
tão sendo amamentados exclusivamente no peito é um assunto
Não há um manual a ser seguido porque cada bebê apresenta Alguns talvez nem queiram tocar os alimentos, outros chorarão
um ritmo de desenvolvimento e de aprendizagem, e a forma apenas ao se sentar na cadeira de alimentação, outros se inco-
como essa introdução alimentar vai ocorrer varia de bebê para modarão muito com a sujeira nas mãos. Enfim, temos que ter
bebê, porém há recursos que podem ajudar as mães a melhorar muita paciência e compreensão para ajudar o bebê a assimilar
a relação de seus bebês com os alimentos. todas essas mudanças.
Comer é um ato aprendido e as mães precisaram ensinar seus Vocês viram que existem tantas coisas importantes a se pensar
filhos. Até os 5 meses de vida os bebês se alimentam posiciona- ANTES do bebê começar a comer não é? E que o comer envolve
dos no colo, aconchegados no cheirinho de sua mãe e ouvindo tantos estímulos sensoriais e um aprendizado tão grande, que
os batimentos cardíacos dela que tanto os tranquilizam. Eles se pode levar tempo!
saciam apenas com um único alimento de sabor adocicado e de Novamente venho aqui falar sobre quantidade. Acredite, não é
textura homogênea, o do leite. Aos seis meses, quando a intro- o mais importante que o seu bebê coma X quantidade, se ele
dução alimentar se inicia, tudo muda e o bebê é automaticamen- não aprendeu nada! Uma papinha não é melhor do que uma
te posicionado numa cadeira de alimentação. Surgem alimentos comida oferecida em pedaços porque a criança “come mais”
com cores, cheiros e texturas muito diferentes do sabor do leite com a papinha. O mais importante nesse começo, é ter um bom
e também surgem as colheres, objetos que “invadem” a boca do começo. É criar um relacionamento positivo com a comida. É
bebê. Portanto, esse novo contexto alimentar é muito diferente descobrir o prazer em comer, e o prazer pelos alimentos. Não
do que ele estava acostumado e pode causar reações diferentes tem coisa melhor.
em cada bebê. Não podemos esperar que o bebê não estranhe
essa mudança e muito menos esperar que ele passe a aceitar Então, deixe um pouco os números de lado, preocupe-se em ofe-
naturalmente todos os alimentos. recer uma alimentação de qualidade, saudável e variada para
seu bebê, e a quantidade, deixe com ele!
Os alimentos farão parte de uma nova etapa a ser apre-
A outra coisa que eu gostaria de destacar é: a introdução alimen-
sentada e introduzida ao bebê, de maneira complemen-
tar começa antes da introdução alimentar. Como assim? Agora
tar a amamentação. É por isso que esta nova etapa se fiquei confusa! Isso mesmo! Antes da criança começar a levar os
chama alimentação complementar, porque é uma fase alimentos à boca, o bebê começa observando, olhando os pais
que pretende complementar a alimentação do bebê, e comerem. O bebê olha os pais levando objetos à boca e isso
não substituir o leite materno. parece prazeroso. Os pais devem trazer o bebê para o contex-
Inicialmente, alguns bebês estarão mais interessados e curiosos to familiar das refeições em família, o importante momento do
pelos alimentos do que outros. Alguns bebês, logo nas primeiras “comer juntos”. O bebê fica no colo dos pais enquanto esses co-
vezes, já abrirão bem a boquinha, terão a curiosidade em que- mem, ou num cadeirão próximo à mesa. A introdução alimentar
rer manipular, cheirar e comer os alimentos e não se importarão começa ali. Comer será apenas mais um passo que o bebê irá
em se sujar nas refeições. Porém, para outros bebês toda essa tomar quando estiver pronto. E que delícia que é isso!
interação com os alimentos talvez não ocorra tão de imediato.
O que fazer e o que não fazer?
Existem tantas coisas que podemos usar na introdução alimen-
tar, mas na verdade somente poucas importam. Algumas coi-
sas são realmente importantes e essas que vamos falar hoje!
Por exemplo, o preparo do ambiente das refeições, evitando
distrações, qual cadeirão escolher, qual prato oferecer e o tipo
de colher, se for usar. Existem abordagens diferentes na intro-
dução alimentar, como a alimentação tradicional, o baby-led-
-weaning e a introdução alimentar participativa, mas algumas
coisas são semelhantes em todas elas. Alguns detalhes que
podem fazer toda a diferença no final, e facilitar (e muito) a
vida de toda a família!
Veja como podemos facilitar esta nova fase de aprendizagem
alimentar do bebê.

Cadeira de Alimentação
1) Escolha uma cadeira de alimentação confortável, com apoio
para os pés do bebê. É muito importante que o bebê apoie os pés
durante as refeições, porque isso o auxilia e se manter organizado.
2) Por volta dos 5 meses, antes mesmo dele ter iniciado a in-
trodução alimentar, deixe o bebê brincando no cadeirão, para
Ambiente
ir se acostumando a esse novo acessório. Se você proporcionar 1) Possibilite que o bebê esteja inserido dentro das refeições
esses momentos antes do início da introdução alimentar, a ca- em família. Mesmo que o bebê ainda não tenha iniciado a ali-
deira de alimentação não será nada tão novo e desafiador para mentação complementar, aos 5 meses, comece a inseri-lo nas
o seu bebê, facilitando muito a introdução alimentar. refeições de sua família. Deixe o bebê observar as pessoas num
almoço ou num jantar, manipulando os alimentos e comendo.
Desperte a curiosidade dele.
2) Garanta que o local de refeição esteja tranquilo e calmo e
não associe o ato de comer com brinquedos ou com estímu-
los visuais (televisão e tablets). Caso contrário, o bebê vai se
distrair e começará a associar que para comer depende desses
estímulos. A criança está aprendendo a comer e a se relacionar
com os alimentos e a atenção dela deve estar voltada aos ali-
mentos e a todos os utensílios que fazem parte de uma refei-
ção, tais como: colher, prato, copo, babador, etc.
3) Ofereça as refeições em local adequado, como na cadeira de
alimentação. Não estimule seu filho a comer sentado no sofá,
no quarto ou em outros locais inapropriados pois ele associará
o ato de comer a esses locais.
Pratos Colheres
1) Deixe o prato a frente do bebê, e não longe dele. O bebê 1) Escolha uma colher que não seja tão grande nem tão cônca-
precisa visualizar e interagir com a alimento. Lembre-se: o mais va (funda) no início da introdução alimentar, visando facilitar a
importante é o bebe interagir com o alimento, se o prato for captação do alimento pelo bebê.
atrapalhar esse momento, coloque o alimento direto na mesa.
2) Não introduza a colher na boca do bebê se ele não estiver
2) Como o bebê mexerá no prato, para que ele não fique cain- abrindo a boca. A colher é um utensílio muito invasivo e não
do da mesa de alimentação, você pode utilizar pratos que se pode ser introduzida à força na boca dos bebês.
prendam na mesa, como por exemplo os pratos com ventosas.
3) Se o bebê não se interessar em receber os alimentos com a
Prefira os pratos de plástico para evitar que se quebrem e que
colher e preferir utilizar as mãos, não há problema algum. Nun-
machuquem o bebê.
ca o repreenda por querer colocar as mãos e interagir com o ali-
mento. Permita sempre que o bebê manipule, cheire e lamba
os alimentos. O bebê necessita desta exploração sensorial para
apresentar um bom desenvolvimento alimentar.

Prato de Silicone Aderente Prato com Ventosa

Babadores
1) Se a criança não aceitar babador, não insista e não a repre-
enda se ela se sujar. Lembre-se que a criança precisa da ex-
periência sensorial com os alimentos para se relacionar bem Colher muito côncava Colher não muito Côncava
e aceitá-los posteriormente. Uma criança que não quer tocar
ou mexer num alimento muito provavelmente o rejeitará se
alguém tentar colocá-lo em sua boca.
Preparo, oferta e aceitação do alimento
1) Evite fazer sopinhas com vários alimentos juntos, porque 4) Evite ofertar alimentos industrializados, prefira sempre os
os sabores se misturam e o bebê não aprende o que está alimentos frescos.
comendo. Tente ofertar cada alimento separadamente. Caso
5) Respeite o volume de alimento que o seu bebê aceitou. Nun-
contrário, ele não aprenderá a diferenciar os vários sabores,
ca tente forçar umas colheradas a mais, porque ele se sentirá
cheiros e texturas.
pressionado e pode começar a associar as refeições com mo-
2) Quando o seu bebê for ter o primeiro contato com algum mentos de desprazer. Devemos promover exatamente o contrá-
alimento, inicialmente não leve esse alimento a boca dele. An- rio, pois queremos que eles aprendam que as refeições fazem
tes, explore-o com o bebê, aproximando-o gradativamente da parte de momentos tranquilos, lúdicos e prazerosos.
boca. Com as mãos, manipule, brinque, cheire, beije, lamba
6) Tenha em mente que para o bebê se alimentar bem a re-
e, finalmente, coma o alimento. Permita que o bebê também
feição deve ser divertida, lúdica e alegre, pois somente com
participe dessa exploração antes de colocar o alimento dentro
estas experiências positivas o bebê desenvolverá uma boa e
da boca dele.
saudável relação com o alimento. Se você iniciar a introdu-
3) Observe os sinais que o seu bebê lhe dará. Se ele estiver ção alimentar complementar respeitando as considerações
comendo bem e começar a virar o rosto, cerrar os lábios, cho- mencionadas acima, mas ainda assim observar que o bebê se
ramingar, dar tapas na colher, talvez ele não esteja querendo mostra muito resistente a comer, ou até mesmo esteja apre-
mais o alimento ofertado. Respeite o bebê mesmo que a quan- sentando outro comportamento que a preocupa, o mais in-
tidade aceita tenha sido pouca e nunca o force ou o obrigue a dicado é procurar ajuda e orientação especializada o quanto
comer mais. antes, com o pediatra e com o fonoaudiólogo especialista em
dificuldades alimentares.
10 dicas práticas para começar
a introdução alimentar
4 - Se você começar com legumes, cozinhe-os o suficiente para ter uma
Existe muita dúvida em torno desse assunto…mas no fim consistência macia e firme, o suficiente para amassar com o garfo.
é muito simples! Não existe nenhum alimento preferen- Não há necessidade de acrescentar leite para formar o purê! Isso pode
mascarar o sabor real do alimento e no começo isso não é desejável.
cial para iniciarmos a alimentação, mas sei que existem
muitas mães metódicas nesse assunto! Então…vamos aos 5 - Tire as sementes e caroços. Segurança sempre em primeiro lugar!
detalhes! 6 - Você pode começar a oferecer os alimentos pela abordagem tra-
dicional de introdução alimentar, comece com uma consistência de
purê, sempre com a comida amassada com um garfo. Nunca bata a
1 - Sempre que for oferecer o alimento pela primeira vez, ofereça-o comida no liquidificador, mixer ou passe na peneira. Isso fará com que
separado dos outros e observe se ocorre reação. Algumas crianças po- a comida vire uma papa sem textura ou cor originais, além de perder
dem ter alergia alimentar, e podem ter reações alérgicas inesperadas todas as fibras. A criança precisa perceber as diferenças de texturas,
a um determinado alimento. Dê o alimento e observe por cerca de 2 cor, cheiro e sabor. Se isso não ocorrer, a criança pode ter dificuldades
horas, as reações mais graves são imediatas. em aceitar os alimentos depois.

2 - Não existe nenhum alimento certo para iniciar a introdução ali- 7 - Aumente a consistência do purê conforme a criança cresce, e come-
mentar. Algumas dicas para ajudar na hora de entender os grupos ce introduzir pedaços assim que possível. Isso por volta dos 8 a 9 me-
alimentares (parece meio óbvio às vezes, mas achei super útil!). Reti- ses. A criança deve comer a comida da família quando tiver em torno
rado do Manual de Nutrologia da SBP: de 1 ano de idade.

 Legumes são vegetais cuja parte comestível não são folhas. Por exemplo: 8 - Para oferecer carnes, comece com a carne moída com purês ou mo-
cenoura, beterraba, abóbora, chuchu, vagem, berinjela e pimentão. lhos (de tomate natural, por exemplo), frango desfiado bem molinho,
como de canja e peixe prefira os frescos, tipo filé e sem espinhos, da-
 Verduras são vegetais cuja parte comestível são as folhas. Por exemplo:
agrião, alface, espinafre, acelga, almeirão, couve, repolho, rúcula e escarola. queles que desmancham facilmente.

 Tubérculos são caules curtos e grossos, ricos em carboidratos. Por exemplo: 9- Para oferecer verduras, pode fazê-las levemente refogadas, como
batata, mandioca, cará e inhame. espinafre, couve, agrião. Se você for oferecer com a colher, ofereça aos
poucos e bem cortadinha, consistência amolecida e que desmancha
 Cereais são sementes ou grãos comestíveis das gramíneas, como trigo, ar-
facilmente na boca. Se for oferecer verduras cruas, prefira as orgâni-
roz e milho, além da aveia, cevada e centeio.
cas! Deixe-a bem picadinha.
3 - Se você começar pela fruta, dê preferência à orgânica. Escolha fru-
10- Se você optar pela abordagem (baby led weaning) de introdução
tas da estação. Atenção para o morango e a uva, que possui muito
alimentar, que é a introdução alimentar guiada pelo bebê, entenda
agrotóxico e não tem como tirar a “casca”, que retém grande parte do
primeiro a filosofia da abordagem, tenha segurança em fazê-lo e pro-
agrotóxico em outras frutas. Morango, kiwi e banana são frutas que
cure um pediatra que possa orientá-lo sobre o assunto.
podem causar reação alérgica.
Guia para introdução alimentar de frutas:
mitos e verdades
Recebo direto dúvidas sobre introdução alimentar relacionada a fru- Se a criança ainda não tem dentinhos, pode oferecer com
tas. Qual fruta devo oferecer primeiro? De que forma? Existe alguma uma parte da casca ajudar o bebê a segurar a comida!
restrição?
Esse capítulo é para esclarecer isso. Aqui explico os dois métodos que
podem ser apresentados os alimentos: introdução alimentar respon-
siva (o que é preconizado pela Organização Mundial da Saúde) e a
abordagem BLW. Vamos colocar por terra todos os mitos que existem
sobre o assunto!
Lembrando que a OMS recomenda que a criança participe da refeição,
e que respeitemos o seu mecanismo de saciedade, nunca forçando o
alimento! Isso INDEPENDE do método OK? O método escolhido deve ser
feito pela família em conjunto com o pediatra e nutricionista, sempre
respeitando a dinâmica familiar.

Primeiro: Não existe contraindicação de nenhuma fruta na


introdução alimentar!
A partir dos 6 meses a criança pode iniciar com qualquer fruta! Não há
regra. O ideal é oferecer frutas orgânicas, por serem mais saudáveis e Assim ofereça a fruta ao seu bebê:
não conter agrotóxicos. Quando isso não é possível, preferir as frutas
Inteira e descascada, sem sementes ou caroços: isso permite uma ex-
da estação, pois são a que estão mais disponíveis, e contém menos
periência melhor com a fruta, o bebê pode não conseguir pegar a fru-
agrotóxicos.
ta toda, por ser grande, mas irá provar com certeza. Tente dessa forma
com a melancia, melão, manga.
Como devo oferecer?
Em haste ou palito: como nas fotos, esse formato ajuda o bebê a pe-
Para a abordagem Baby – led – weaning (BLW):
gar o alimento. Como o bebê ainda não tem o movimento de pinça, a
As frutas devem ser cortadas em formato de hastes ou palitos. Isso criança pega o alimento com a “mão cheia”. Pode fazer com melancia,
porque a criança ainda não é capaz de pegar o alimento em forma de manga, banana, melão.
pinça (movimento polegar e indicador), mas pega com a mão cheia.
Em formato de “U”: cortado do tamanho do punho do bebê, mais cer-
O tamanho dos alimentos devem ser hastes ou palitos grossos, do ta-
ca de 3cm. Faça com pêssego, ameixa, abacate, mamão.
manho do punho fechado do seu bebê. Conforme a criança cresce e o
movimento de pinça se desenvolve, o formato que é oferecido pode
ser menor.
Para o método de introdução alimentar respon- Qual fruta devo começar?
siva (introdução alimentar participativa): Não existe também uma fruta ideal para começar. Geralmente indico
as frutas da estação, por estarem mais acessíveis, e de preferência
Oferecer a fruta amassada com uma colher.
orgânicas, por causa da quantidade de agrotóxicos.
“As frutas in natura, preferencialmente sob a forma de papa, devem
ser oferecidas nesta idade, amassadas, sempre em colheradas, ou es- Existe alguma fruta que não devo dar ao bebê?
premidas.”
Nenhuma fruta é contraindicada! Veja a recomendação da SBP: “O
tipo de fruta a ser oferecido terá de respeitar características regionais,
Precisa peneirar ou bater no liquidificador? custo, estação do ano e presença de fibras, lembrando que nenhuma
NÃO!!! Isso não é recomendação atual, se algum médico/nutricionis- fruta é contraindicada”
ta/vovó/titia recomendar, questione! Veja a última recomendação da
OMS e da Sociedade Brasileira de Pediatria: “A papa deve ser amassa- O que devo tomar cuidado?
da, sem peneirar ou liquidificar, para que sejam aproveitadas as fibras
dos alimentos e fique na consistência de purê.” Alguns cuidados de segurança para frutas:
 Tirar sementes e caroços
Posso dar suco?
 Tirar a casca se a criança já apresenta dentes e começa a rasgar
A recomendação é que sucos sejam evitados, e se for oferecer, dar no a casca (quando a casca for grossa e não comestível).
máximo 100ml por dia! Sucos tem alto índice glicêmico e há grande
perda de fibras. “Os sucos naturais devem ser evitados, mas se fo-  Evite o formato circular. A via aérea do bebê tem formato arre-
rem administrados que sejam dados no copo, de preferência após as dondado e tem o diâmetro de uma moeda de 1 real, mais ou menos.
refeições principais, e não em substituição a estas, em dose máxima Deve-se evitar esse formato pois pode obstruir a via aérea da criança
de 100 mL/dia, com a finalidade de melhorar a absorção do ferro não e levar ao engasgo. Uvas são as campeãs. Alimentos como uva, toma-
heme presente nos alimentos como feijão e folhas verde-escuras.” te cereja devem ser cortadas longitudinalmente, sempre em 4.

Ah! Mas ouvi falar que não posso dar fruta áci-
da para meu filho, é verdade?
Não sei onde que começou esse mito, mas o fato é que é mito mes- Espero que tenha ajudado
mo. O bebê pode comer fruta ácida, como abacaxi, laranja (sem ser a
lima) e ate limão! O bebê deve PROVAR o alimento, ter contato com
a tirar algumas dúvidas em
diferentes sabores, inclusive o azedo! O equilíbrio é importante, então relação a esse tema!
procure mesclar frutas mais doces com frutas mais azedinhas!
Introdução alimentar: entenda abordagem ba-
by-led-weaning (BLW)
Depois de começar a escrever sobre introdução alimentar, hábitos sau-
dáveis, como introduzir o alimento ao bebê eu falei para vocês sobre
uma abordagem chamada de baby-led-weaning, que nada mais é que
a introdução alimentar guiada pelo bebê, ou seja, deixar que ele ex-
plore os alimentos, sinta a textura, o cheiro e o gosto dos alimentos.
Quando comecei a estudar sobre BLW fiquei muito animada, pois rece-
bi testemunhos de mães que aplicaram esta abordagem e deu super
certo, além da experiência positiva que tive em meu consultório.
Aqui no blog escrevo sempre o que há de mais atual para vocês, e
procuro sempre embasamento científico para aquilo que vou falar. Por
isso, vou explicar o método baseado nas diretrizes da pioneira Gil Ra-
pley, mamãe britânica formada em saúde pública, que iniciou o mé-
todo e autora do livro Baby-led-Weaning. Essa é uma tradução livre
feita por mim (coloquei algumas observações minhas) e o original em
inglês vocês podem encontrar no blog.

Diretrizes para a introdução de alimentos guiada pelo bebê 1 - Amamentação como base para a auto-ali-
mentação (self-feeding)
Como começar
O seio materno exclusivo e em livre demanda é recomendado durante
Antes de iniciar a abordagem baby-led-weaning (BLW), é importante os primeiros seis meses de vida do bebê. A amamentação em livre
entender como fazê-lo e entender os princípios básicos para aplicar demanda prepara o bebê para a auto-alimentação, após completar
essa abordagem. Essas diretrizes proporcionam um melhor entendi- 6 meses. Bebês que mamam no peito possuem seu próprio ritmo de
mento e aproveitamento da abordagem. Além disso, os pais ficarão alimentação e o mecanismo de fome e saciedade é estimulado. Eles
mais seguros em aplicá-lo. também controlam sua própria alimentação e ingestão de líquidos,
A maioria dos bebês estão prontos para começar a introdução dos ali- uma vez que decidem sozinhos quanto tempo deve durar cada ma-
mentos com 6 meses de idade. O bebê com 6 meses de idade con- mada. E como o leite materno muda de sabor de acordo com a ali-
segue sentar sozinho e segurar objetos com a mão, já não tem o re- mentação da mãe, o leite materno prepara o bebê para experimentar
flexo de protrusão da língua (o que evita engasgos), e o intestino sabores diferentes.
está preparado para receber novos alimentos. Bebês prematuros ou Bebês normais, saudáveis e amamentados ao peito são capazes de
que tenham alguma condição especial de saúde ou atraso motor, que iniciar sua própria introdução aos alimentos sólidos, desde que com
afetem a sua habilidade de engolir ou mastigar os alimentos, não se o apoio e ajuda dos pais. Apesar da introdução dos alimentos pela
recomenda essa abordagem. Vale ressaltar que é importante que os abordagem do baby-led weaning, ter como base o self-feeding de
pais discutam com o pediatra sobre a introdução alimentar do seu fi- bebês amamentados no peito, bebês que foram desmamados preco-
lho e a serem utilizados. cemente, ou seja, fazem uso de fórmula pela mamadeira também se
Princípios do método de introdução de alimentos guiada pelo bebê mostraram capazes de aprender a abordagem! Ou seja, o fato de o seu
bebê mamar na mamadeira não é uma limitação para abordagem! A
única diferença é que nestes casos é importante oferecer outras bebi-
das além do leite, como água por exemplo.
2-Entenda as motivações do bebê e agarrar coisas. Mais tarde ainda, desenvolve-se a habilidade de pe-
gar coisas muito pequenas. Ou seja, bebês pequenos não podem se
Esta abordagem de introdução alimentar oferece ao bebê a oportu- colocar em risco facilmente, já que eles ainda não conseguem pegar
nidade de descobrir o que os alimentos que não o leite materno ou pedaços pequenos de comida. Ao alimentarmos o bebê com a colher,
leite de fórmula têm a oferecer, como parte do mundo que o cerca. podemos encorajá-lo a sugar o alimento diretamente para o fundo da
Ela engloba na experiência da alimentação o desejo do bebê de ex- boca, aumentando o risco de engasgo.
perimentar, explorar e imitar, comum dessa fase! Permite ao bebê
definir o tempo de cada refeição e dá ênfase à exploração, ao invés da Dessa forma, percebemos que o desenvolvimento geral de um bebê
alimentação em si, e torna a transição aos alimentos sólidos seja da está muito ligado à sua habilidade pegar objetos (os alimentos nesse
forma mais natural possível. Isso porque a motivação dos bebês a fa- caso, por isso os pedaços em forma de haste, compridos, de forma que
zerem essa transição é muito mais a curiosidade do que a fome em si! ajude o bebê a pegá-los), levá-los à boca, mastigá-los e engoli-los.
Um bebê que resiste muito a colocar comida na boca, provavelmente
As refeições não precisam coincidir exatamente com o horário em que ainda não está completamente pronto para comê-la. Por isso, é im-
as mamadas aconteciam anteriormente. O aleitamento materno pode portante resistir à vontade de “ajudar” o bebê nessas circunstâncias,
ser mantido e os alimentos são introduzidos em conjunto. Isso permite já que seu próprio desenvolvimento e habilidades assegurarão que a
que essa abordagem seja mais descontraída e agradável para todos. transição aos sólidos seja feita no momento certo para ele, diminuin-
do assim, o risco de engasgos O bebê que inicia a alimentação deve
3- O bebê pode engasgar? estar sempre sentado ou apoiado na cadeirinha na posição vertical.
Isso garante que algum alimento que ele não seja capaz ou não queira
Muitos pais se preocupam com o risco do bebê engasgar dessa for- engolir seja expelido pra fora (isso vai acontecer…).
ma. Embora essa abordagem pareça arriscado, há mais motivos para
pensarmos que o bebê tem menos risco de engasgar quando estão no 4 - É seguro?
controle do que quando são alimentados com a colher. Vamos pensar
por etapas de aquisição das habilidades do bebê. Os bebês desenvol- Ao adotar a abordagem baby-led-weaning, devemos manter as mes-
vem primeiro a habilidade de mastigar antes da habilidade de empur- mas medidas de segurança adotados na hora da alimentação. Embora
rar o alimento intencionalmente até a garganta. E antes de aprende- seja muito improvável que um bebê consiga pegar um amendoim, por
rem a mastigar, eles desenvolvem primeiro a habilidade de alcançar exemplo, situações e acidentes podem acontecer em raras ocasiões,
independente da forma como seja alimentado. Dessa forma, esse tipo de Não há necessidade de cortar a comida do tamanho da boca do bebê.
alimento deve ser deixado fora do alcance do bebê, assim como brinque- Um bom parâmetro é cortar tudo de tamanhos e formas semelhantes
dos com peças muito pequenas não podem ser dadas ao bebê, e existem ao punho do bebê, com um detalhe importante: bebês pequenos não
brinquedos próprios para cada faixa etária. Lembre-se, as regras normais conseguem muito bem abrir a mão com o propósito de soltar as coi-
de segurança na hora de comer e brincar devem ser seguidas! sas. Portanto, eles lidam melhor com comidas cortadas em palitos ou
que tenham uma haste ou “pegador” (como o caule de um pedaço de
5- Garantindo uma alimentação saudável com brócolis ou couve flor, por exemplo). Assim eles podem mastigar os
pedaços que estão fora da sua mão e então soltar o resto depois – nor-
a abordagem BLW malmente quando se interessarem por outro pedaço. Assim que suas
Bebês que se alimentam sozinhos aceitam uma grande variedade de habilidades forem aumentando, menos comida será desperdiçada.
alimentos. Isso acontece, porque eles aproveitam muito mais do que
apenas o sabor dos alimentos – eles experimentam as texturas, cores, 6- Como fazer com as bebidas?
tamanhos e formatos. Além disso, oferecer alimentos separadamente
A composição do leite materno varia de acordo com a duração da ma-
ou de um jeito que eles possam separá-los, permite que eles apren-
mada. O leite do início da mamada, o anterior, é rico em água e o leite
dam sobre os diferentes sabores e texturas. Ao permitir que eles dei-
posterior, do final da mamada, tem mais gordura. Um bebê amamen-
xem de comer qualquer coisa que eles pareçam não gostar irá prepa-
tado no peito reconhece essa mudança e usa isso para controlar quanto
rá-los e encorajá-los a experimentar coisas novas. (Isso não significa
líquido quer beber. Se ele estiver com sede, irá mamar por pouco tem-
que você não poderá oferecer o alimento rejeitado em outra ocasião,
po, se estiver com fome, irá mamar por um período maior. Por isso que
isso pode e deve acontecer!)
bebês amamentados em livre demanda e exclusivamente até os 6 me-
Os mesmos princípios de uma alimentação saudável para crianças são ses não precisam de nenhuma outra bebida, mesmo nos dias quentes!
aplicados aos bebês que alimentados pela abordagem baby-led-wea-
Este princípio funciona também durante o período de transição para
ning. Isso significa que fast-foods, comidas com açúcar ou sal adicio-
a comida da família se o bebê continuar mamando em livre deman-
nados devem ser evitadas (pra não dizer banidas!). Respeitando-se
da. Um copo de água pode ser oferecido nas refeições, como parte da
isso, assim que o seu bebê tiver mais de seis meses de idade, não
oportunidade de exploração, mas não há preocupações maiores se ele
é necessário (exceto caso haja histórico familiar ou pessoal de aler-
não quiser beber nada.
gias ou qualquer suspeita alteração intestinal ou doença) restringir
o cardápio oferecido. Frutas e vegetais são os ideais, sendo que os Se for possível continuar a amamentação em livre demanda isso tem
mais duros podem ser levemente cozidos, para que fiquem macios a vantagem de permitir ao bebê decidir quando e quanto ele vai ma-
o suficiente para serem mastigados. No começo, é melhor oferecer a mar, e naturalmente ocorrerá a diminuição das mamadas, conforme a
carne em pedaços grandes, para que possa ser explorada e chupada criança aumenta o seu consumo e interesse por outros alimentos.
(provavelmente no início é só isso que o bebê vai fazer…). Quando o
bebê começar a lidar bem com porções de comida, e conseguir pegar Para as mamães que começarem a trabalhar e a livre demanda não é
objetos menores, a carne picada funcionará bem. (Bebês não preci- possível, você pode retirar o leite e armazenar para oferecer ao bebê,
sam de dentes para morder e mastigar – as gengivas fazem o papel, veja no blog sobre Amamentação e trabalho.
pois pela proximidade dos dentes, já estão mais endurecidas e com Bebês alimentados com fórmula infantil tem uma abordagem um
capacidade de mastigar). A sua habilidade em pegar e mastigar esses pouco diferente, já que a fórmula tem sempre a mesma consistência
alimentos, bem como a sua aceitação é o parâmetro para mostrar sua e sabor, independente da relação de fome ou sede do bebê. Deve-se
capacidade em comê-los! então oferecer água em intervalos regulares, assim que o bebê come-
çar a comer.
Guia sobre o BLW

Semana passada foi publicado um guia da Sociedade Brasileira de Pe-


diatria (SBP) se posicionando em relação a abordagem de introdução
alimentar chamada de Baby Led Weaning, o BLW, que já falo com vo-
cês há algum tempo! Achei o documento super válido, pois é impor-
tante ter um posicionamento das sociedades, principalmente pois é
algo que as famílias têm adotado cada vez mais!
É um documento curtinho, de atualização mesmo, e gostaria de com-
partilhar algumas coisas com vocês. Olha só!

Sobre a livre demanda na amamentação e a re-


gulação da fome e saciedade:
Sabe-se que bebês que mamam no peito tem um mecanismo de re-
gulação de fome e saciedade bem desenvolvido. Se a livre demanda é
estimulada, um bebê que mama no peito dificilmente irá mamar mais
do que deveria. Os bebês dão sinais claro quando estão satisfeitos.
Se seu bebê não mama mais no peito e toma fórmula infantil,
seja qual for o motivo, esteja atento também aos seus sinais, da
mesma forma.
“Os recém-nascidos saudáveis possuem a capacidade de autorregular
sua alimentação, determinando o início da mamada, qual a velocida-
de que sugam e quando querem parar de mamar. A mãe não consegue
fazer com que o recém-nascido ou lactente sugue maior quantidade
quando este encerra a mamada, ao sentir-se satisfeito.” Algumas orientações relacionadas à alimentação são
“Aprender a interpretar estes sinais (de fome e saciedade) é funda- as mesmas para qualquer abordagem e muitas das
mental para o sucesso na amamentação, alimentação complementar orientações da SBP e do Ministério da Saúde preci-
e formação dos hábitos alimentares até a vida adulta.” sam acontecer na alimentação complementar tradi-
É em torno dos 6 meses que os bebês apresentam as aquisições motoras cional, e muitas vezes NÃO acontecem, ou são orien-
e neurológicas que os permitem iniciar a alimentação complementar tadas de maneira errada.
Alguns marcos importantes de que o bebê está pron- Recomendações comuns:
to para iniciar a alimentação complementar: • O ritmo da criança deve ser respeitado, de acordo com o desenvolvi-
1. Desenvolvimento motor e neurológico: capacidade para sentar sem mento neuropsicomotor;
apoio, sustentar a cabeça e o tronco, segurar objetos com as mãos, e • A alimentação complementar complementa o leite materno e não
explorar estímulos ambientais o substitui
2. Desenvolvimento oral: desaparecimento do reflexo de protrusão e • Deve-se incentivar a criança a comer nos horários de refeições
aparecimento dos movimentos voluntários e independentes da língua da família;
É importante entender esses sinais de prontidão para a introdução de • Incentivo a práticas responsivas para o sucesso na introdução de no-
alimentos sólidos, e essa também é a base a abordagem Baby Led vos alimentos
Weaning (BLW).
• A importância de identificar e respeitar os sinais de fome e saciedade;
• Incentivo para que o bebê seja ativo e interativo durante as refeições  Influencia a formação dos hábitos alimentares?
e que tenha sua atenção voltada totalmente para o momento;
 Influencia o comportamento dos pais / cuidadores?
ª Oferecer variedade de alimentos, evitando a monotonia;
 É um método de alimentação complementar viável para os pais?
• Recomendações importantes para a alimentação complementar tra-
dicional (e os principais ERROS que cometemos):  É uma forma segura de alimentar os lactentes? Há maior risco de
engasgo e asfixia?
• Todos os grupos alimentares devem ser oferecidos a partir da pri-
meira papa principal. O que ocorre: adiamos a introdução de proteínas Posso dizer que como pediatra que tem orientado muitas famílias pela
como carnes, frangos, ovos e peixe, além de outros grupos alimenta- abordagem BLW, que muitos desses questionamentos já foram respon-
res, quando na verdade deve ser introduzido já aos 6 meses didos, de forma surpreendentemente positiva, e que com orientações
corretas aliadas a um acompanhamento próximo dessas famílias, os
• A refeição deve ser amassada, sem peneirar ou liquidificar. O que resultados são promissores. A relação da criança com a comida, e mais
ocorre: a comida é batida no liquidificador, não identifica-se o que é do que isso, o comportamento alimentar é extremamente benéfico.
cada alimento e vira aquela papa cor de “burro-quando-foge”. Munido de orientações sobre segurança e variedade na introdução ali-
mentar, com acompanhamento adequado, a criança estará certamen-
• Oferecer alimentos em pequenos pedaços já aos 8 meses. O que te recebendo uma alimentação adequada para a idade.
ocorre: não existe essa evolução de consistência e a criança fica co-
mendo papinha batida por muuuuito tempo. Um estudo recentemente publicado na revista Pediatrics mostrou que
independente do método, os pais acabam oferecendo alimentos que
• Oferecer os alimentos com a colher, de forma tranquila e respeitosa, têm possível risco de engasgo a seus bebês, seja por falta de orienta-
sem forçar. O que ocorre: usamos abordagens para distrair a criança ção ou desconhecimento.
enquanto come, ou então forçamos a colher para que a criança coma.

Sobre o Baby-Led-Weaning
Já escrevi um pouco sobre o que é o BLW, e principalmente, o que não
é. O que precisa ficar claro é que os princípios do BLW são mais impor-
tantes do que o como fazer. O BLW é uma abordagem em que o bebê
se autoalimenta, ele explora o alimento e o descobre na medida que
damos a oportunidade.
O que precisa ficar claro, é que o BLW não é “dar a comida em peda-
ços” enquanto o método tradicional é “dar a comida com a colher”.
Segundo o guia, “sua abordagem não inclui alimentação com a colher
e nenhum método de adaptação de consistência para preparar a refei-
ção do lactente, como amassar, triturar ou desfiar.”
Nesse ponto, gostaria de esclarecer que o BLW inclui sim o uso de ta-
lheres, inclusive a colher, de maneira oportuna, tão logo o bebê tenha Leia mais sobre o risco de engasgo.
habilidade para tal. A oportunidade deve existir desde sempre. Além
disso, pode-se dizer que há sim uma maneira segura de oferecer os Também no mesmo estudo comparativo, observou-se que crianças do
alimentos, e para isso, devem ser feitas adaptações que permitam o grupo BLW tinham maior chance de comer em família, porém maior
bebê pegar o alimento com as próprias mãos. Um alimento no forma- ingesta de alimentos com gordura saturada e menor ingestão de fer-
to de “finger food”, haste, palito, meia lua, numa consistência macia ro, zinco e vitamina B12.
e firme permite que o bebê pegue o alimento com firmeza, sem ainda
Outro estudo importante foi publicado com o intuito de entender me-
ter o movimento de pinça, que passa a desenvolver após alguns me-
lhor esses questionamentos, e foi feito uma abordagem direcionada
ses após a introdução alimentar.
para suprir essas possíveis “deficiências” no BLW, chamado de Baby-
-Led Introduction to SolidS (BLISS). O estudo comparou a abordagem
Questionamentos sobre o BLW BLW com a abordagem BLISS, no qual acrescentava mais visitas ao pe-
A SBP e outras sociedades internacionais levantam alguns questio- diatra e orientação multidisciplinar, e com reforço nas questões de se-
namentos que ainda não foram completamente respondidos sobre a gurança e variedade de alimentos (oferecer alimentos ricos em ferro,
abordagem, que são importantes e relevantes: por exemplo). Apesar do número pequeno de pacientes do estudo, foi
mostrado que essa abordagem BLISS apresentou melhora na ingesta
 Há impacto sobre o crescimento e o desenvolvimento? de ferro e menor risco de engasgo.
 A ingestão de micronutrientes é suficiente?
Entre as orientações do BLISS estão: Se você pulou direto pro final, grava isso aqui
• Oferecer alimentos cortados em pedaços grandes, que o lactente (pra vida!):
consiga pegar sozinho;
• Respeite o ritmo do seu bebê;
• Garantir a oferta de um alimento rico em ferro em cada refeição;
• Foque no “comer junto” e não em “fazer o bebê comer”;
• Ofertar um alimento rico em calorias em cada refeição;
• Seja o exemplo para seu filho no que diz respeito a hábitos alimen-
• Oferecer alimentos preparados de uma forma que reduza o risco de tares saudáveis. Não justifique qualquer ato por “comi e não morri”
engasgo e evitar os alimentos listados como alto risco de aspiração; ou “sempre fiz assim e não morri”, etc;

• Experimentar sempre o alimento antes de oferecer ao lactente, para • Tenha paciência! Comer é mais do nutrir, é uma habilidade a
verificar se não forma um bolo dentro da cavidade oral; ser aprendida e deve ser um momento gostoso e nunca coerciti-
vo ou punitivo;
• Evitar alimentos redondos ou em formato de moedas;
• Proporcione um ambiente tranquilo e descontraído;
• Garantir sempre que o lactente esteja sentado, ereto e sob supervi-
são contínua de um adulto. • Estimule seu bebê a experimentar com as mãos, a explorar os ali-
mentos como parte natural do seu aprendizado (independente da
Em relação ao BLW, cabe ressaltar que a grande diferença foi o acom- abordagem);
panhamento de perto de um profissional capacitado, que pudesse dar
as orientações adequadas para a abordagem. Todas as recomenda- • Não existe uma única abordagem correta, mas sim orientações que
ções acima também são recomendações do BLW preconizado pela Gil levarão a uma introdução alimentar gostosa e tranquila.
Rapley, em seu livro.
A decisão de como acontecerá a introdução alimentar, qual “método”
seguir, cabe aos pais, juntamente com o pediatra, que precisa dar todo
Baby-led-weaning: guia rápido de orientações
No último capítulo expliquei como funciona a abordagem
baby-led-weaning e quais os princípios por trás da abor-
dagem, que são importantes de entender. Hoje trago pra
vocês um guia rápido para ajudar nessa fase…sei que não
é fácil. Espero que gostem bastante!

Orientações para a introdução alimentar guia-


da pelo bebê – Baby-led-weaning:
1. Dê ao seu bebê a chance de participar dos momentos de ali-
mentação da família. Você pode fazer isso próximo aos seis meses de
idade, quando ele começar a demonstrar interesse em ver você comer
e passar a levar comida à sua própria boca.
2. Garanta que seu bebê está apoiado em uma posição vertical,
sentado, enquanto explora a comida. No começo você pode sentá-lo
em seu colo, olhando para a mesa. Assim que ele tiver aptidão para
pegar a comida, ele provavelmente já estará sentando sozinho, ou
com um mínimo de suporte, num cadeirão de alimentação.
3. Comece a oferecer comidas cortadas no tamanho do punho do
bebê, preferencialmente cortados em palitos ou contendo hastes. As-
sim que possível e desde que apropriado, ofereça a ele a mesma comi-
da que você está comendo, para que ele se sinta parte de tudo o que
está acontecendo.
4. Ofereça uma grande variedade de alimentos. Não há porque li- 11. Não ofereça fast-foods, comidas industrializadas ou alimentos
mitar a experiência do bebê com comidas, excetos se existe histórico que contém sal e/ou açúcar adicionados. Isso vale para qualquer abor-
de alergia alimentar na família ou da própria criança. dagem de introdução alimentar!
5. Nunca apresse seu bebê. Permita que ele faça as coisas ao seu 12. Dê água no copo, mas não se preocupar caso seu bebê não tenha
tempo. E principalmente, resista à tentação de ‘ajudá-lo’, colocando muito interesse em tomá-la. Principalmente os bebês amamentados
coisas em sua boca. no peito tendem a continuar ingerindo todo o líquido necessário nas
mamadas.
6. Não espere que seu bebê coma todos os alimentos oferecidos,
desde o começo. Assim que ele tiver descoberto que estes novos “brin- 13. Mamãe, esteja preparada para a bagunça! Coloque um plástico
quedos” têm um gosto bom, ele irá começar a mastigá-los e, mais pra limpo no chão, impermeável e de fácil limpeza, embaixo do cadei-
frente, engoli-los. Isso pode levar um tempo. rão ou onde a criança irá comer ajuda muito na hora da limpeza! Isso
permite ainda devolver ao seu bebê os alimentos que ele deixar cair,
7. Não espere que um bebê pequeno coma todos os pedacinhos de
evitando o desperdício. (Você vai se surpreender com a rapidez com
comida logo na primeira vez – lembre-se de que a habilidade de pegar
que o seu bebê aprende a comer fazendo pouquíssima sujeira).
a comida e levar à boca é desenvolvida com o tempo e também de
conseguir soltar os alimentos. 14. Deixe o seu bebê mamar em livre demanda, quando e por quan-
to tempo quiser. Espere que seu apetite por leite se altere a medida
8. Tente oferecer novamente alimentos que foram recusados an-
que ele passe a ingerir mais alimentos sólidos.
teriormente – bebês costumam mudar de opinião e passam a aceitar
alimentos negados anteriormente. 15. Se o bebê tem um histórico familiar ou pessoal de intolerância
a alimentos, alergia alimentar ou outras alergias ou alguma doença,
9. Nunca deixe seu bebê sozinho com a comida. As regras de segu-
discuta esta abordagem de introdução alimentar com o pediatra antes
rança com a comida são as mesmas, portanto nunca faça isso!
de adotá-lo.
10. Não ofereça alimentos que oferecem perigo óbvio - como amen-
16. Aproveite esse momento de ver o seu bebê aprender sobre a co-
doins, ervilha ou castanhas pequenas, por exemplo.
mida…e desenvolver suas habilidades com as mãos e boca no processo!
O bebê não engasga? Introdução alimen-
tar, BLW e engasgo

Um estudo recente publicado numa revista científica respeitada cha-


mada Pediatrics mostrou que sim, é seguro! A abordagem, quando
comparado com a introdução alimentar tradicional, NÃO aumenta o
risco de engasgo! Para saber o porque, além de como fazê-lo de forma
segura, leia abaixo:

A introdução alimentar de um bebê é algo fascinante e ao


Sobre o estudo sobre BLW
mesmo tempo desafiador para os pais. O bebê deixa de ser Antes de entendermos o que diz o estudo, é importante entender ou-
alimentado somente por leite materno ou fórmula infantil, tros estudos que já foram publicados falando sobre a abordagem do
e passa a comer alimentos sólidos. Nesse momento, tem um BLW, usado no desenho do estudo, chamado BLISS (Baby-led introduc-
universo de possibilidades. tion of solids, no português, introdução de sólidos guiada pelo bebê).
Nessa “versão modificada” do BLW, foi destacada a importância do
A abordagem Baby Led Weaning, ou BLW, tem se tornado bas- bebê estar sentado de forma ereta e com apoio, e que o bebê mesmo
tante popular, principalmente entre as mamães! Essa técni- levasse a comida à boca, e nunca que o adulto o fizesse. Além dis-
ca consiste em oferecer alimentos em pedaços, diferente da so, esses bebês foram acompanhados por médico e nutricionista, com
tradicional papinha, ao mesmo tempo que respeita o ritmo orientações corretas de como fazer o BLW.
do bebê, ao descobrir o alimento, levá-lo à boca, mastigar e O estudo consistiu na análise de 209 crianças, divididas em 2 grupos:
engolir. O BLW explora as sensações e a descoberta. um grupo onde foi feito o método tradicional de introdução alimentar,
e o outro grupo, pela abordagem BLW.
Para que o bebê consiga fazer isso com segurança, é ne-
Foram avaliados o risco de engasgo através de questionários aos 6, 7,
cessário que o bebê tenha o que chamamos de aspectos
8, 9 e 12 meses e calendário diário aos 6 e 8 meses. Além disso foram
de prontidão: o bebê precisa estar sentado de forma ereta, registrados 3 dias de dieta e avaliado a exposição a alimentos que
consegue segurar objetos e levá-los a boca, e exista a perda representem um risco de asfixia, aos 7 e 12 meses.
do reflexo de protrusão da língua. Isso ocorre por volta dos O resultado do estudo demonstrou que 35% das crianças tiveram en-
6 meses, por isso a recomendação que comece a introdução gasgo pelo menos uma vez entre 6 e 8 meses de idade, e não houve
alimentar aos 6 meses. diferenças significativas relacionado ao número de engasgo entre os
Mas fica sempre aquela dúvida e bate uma insegurança: o dois grupos. Os bebês que seguiram a abordagem BLISS (BLW modifi-
cado) tiveram mais GAGs aos 6 meses, porém menos GAGs aos 8 me-
bebê não vai engasgar? Será que essa abordagem é segura??
ses. Isso faz todo o sentido, já que os bebês que aplicam o BLW apren-
dem a manipular melhor o alimento com o tempo, e aos 8 meses tem
menos episódios de GAG.
Fato interessante descrito no estudo foi que, os 3 os casos mais sérios Princípios de segurança na Introdução Alimentar
relacionados a engasgo, em que foi necessário levar ao pronto socorro,
2 foram engasgo com LEITE e não sólidos, e um foi devido ao fato do
cuidador levar o pedaço na boca do bebê, e não deixar o bebê pegar 1. Teste a comida antes de oferecer à criança, para garantir que esteja
o alimento por si só, que é uma recomendação expressa que fazemos com uma consistência macia, porém firme (o alimento consegue ser
quando orientamos sobre o BLW de forma segura. amassado no céu da boca com a língua). Teste se a carne por exem-
plo, que é fibrosa, não irá se desfazer totalmente em pedaços menores
Aos 7 meses, 52% das mães ofereceram algum alimento com poten-
quando sugados ou mastigados (como carne de desfiada), especial-
cial risco de engasgo, e aos 12 meses, esse número chegou a 94%,
mente nos meses iniciais (quando a criança mais suga do que mastiga)
sem diferença entre o grupo BLW ou método tradicional.
2. Evite oferecer comida que formam farelos ou migalhas na boca
O que isso significa? 3. Tenha certeza que os alimentos oferecidos são no mínimo do tama-
O estudo mostrou que bebês que praticam um BLW seguro e com orien- nho do punho do bebê (formato “agarrável”), idealmente o tamanho
tação adequada, NÃO tem maior risco de engasgo em relação a bebês do punho mais 3-4cm.
que fazem o método tradicional. 4. Garanta que a criança esteja sentada com a coluna ereta quando
Sugere que a abordagem BLW é tão segura quanto o método tradicional. está comendo, nunca numa cadeirinha inclinada para trás.
Entretanto….práticas de introdução alimentar NÃO seguras realizadas 5. Nunca deixe seu bebê sozinho com a comida. Sempre tenha um
pelos pais foi evidenciado em AMBOS OS MÉTODOS! Ou seja, FALTA IN- adulto por perto enquanto a criança está comendo.
FORMAÇÃO DO QUE É SEGURO! 6. Nunca deixe ninguém exceto seu bebê colocar a comida na boca. O
bebê deve comer no seu próprio ritmo e sobre o seu controle.
Segurança em primeiro lugar
Alimentos que devem ser evitados ao introduzir sólidos ao seu bebê
O estudo mostrou que as mães no geral acabam oferecendo algum 1. Alimentos que você não consiga amassar no céu da boca com a língua.
alimento que pode oferecer um risco de engasgo para o bebê, antes 2. Alimentos muito pequenos, tais como nozes, uvas, doces e frutas
mesmo de um ano de idade. com caroços (a menos que você retire os caroços, claro)
Isso acontece na maioria das vezes por desconhecimento e falta de 3. Vegetais crus
orientação. Pensando nisso, abaixo segue uma tabela com algumas
4. Maçã crua (oferecer cozida ou em fatias finas)
informações importante sobre segurança alimentar, independente do
método! 5. Frutas muito duras ou ainda verdes (segue a orientação de cozinhá-
-las antes)
6. Frutas cítricas que não estejam descascadas e sem caroço, como
laranja ou tangerina
7. Castanhas inteiras (castanhas no formato de pasta podem ser ofe-
recidas, desde que se respeite o tempo adequado)
8. Pipoca
9. Salsichas, cenouras ou outros alimentos semelhantes cortados em
formato de moeda
Evite o formato arredondado. Esse formato pode caprichosamente
obstruir a via aérea do bebê e ele engasgar de fato! Qualquer alimen-
to no formato arredondado deve ser evitado, corte sempre a uva e o
tomate cereja, por exemplo, ao meio, na longitudinal.

Acrescento ainda: Use sempre


o bom senso! Se você acredita
que aquele alimento não parece
seguro, não dê!
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