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CONCEITO:
Lei Processual no Tempo (art. 2º) – Dispõe que a lei processual penal aplicar-se-á
desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
E ainda que, a lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação
analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
Ação Penal – Ato pelo qual o Estado através do Poder Judiciário aplica as regras de
direito penal.
Princípio da Ampla Defesa – Deve ser assegurado quando da ação penal todos os
meios de ampla e irrestrita defesa.
Competência pelo Lugar da Infração (art. 70) - A competência será, de regra,
determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo
lugar em que for praticado o último ato de execução.
Competência pela Natureza da Infração (art. 74) - A competência pela natureza
da infração será regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a competência
privativa do Tribunal do Júri. Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes
previstos nos arts. 121, §§ 1o e 2o, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do
Código Penal, consumados ou tentados.
A competência será determinada pela continência (Art. 77) quando: duas ou mais
pessoas forem acusadas pela mesma infração;
A Lei nº 12.694, de 2012 acrescentou o Art. 144-A que reza que, o juiz
determinará a alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre
que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou
quando houver dificuldade para sua manutenção. No § 1o aduz-se que o leilão far-
se-á preferencialmente por meio eletrônico, já no § 2 o que os bens deverão ser
vendidos pelo valor fixado na avaliação judicial ou por valor maior. Não alcançado
o valor estipulado pela administração judicial, será realizado novo leilão, em até 10
(dez) dias contados da realização do primeiro, podendo os bens ser alienados por
valor não inferior a 80% (oitenta por cento) do estipulado na avaliação judicial. No
§ 3o , ressalta-se que o produto da alienação ficará depositado em conta vinculada
ao juízo até a decisão final do processo, procedendo-se à sua conversão em
renda para a União, Estado ou Distrito Federal, no caso de condenação, ou, no
caso de absolvição, à sua devolução ao acusado. No § 4 o ,quando a
indisponibilidade recair sobre dinheiro, inclusive moeda estrangeira, títulos, valores
mobiliários ou cheques emitidos como ordem de pagamento, o juízo determinará a
conversão do numerário apreendido em moeda nacional corrente e o depósito das
correspondentes quantias em conta judicial. No § 5 o reza que o no caso da
alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade
de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de
certificado de registro e licenciamento em favor do arrematante, ficando este livre
do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de
execução fiscal em relação ao antigo proprietário. E por fim, no § 6 o , destaca-se
que o valor dos títulos da dívida pública, das ações das sociedades e dos títulos
de crédito negociáveis em bolsa será o da cotação oficial do dia, provada por
certidão ou publicação no órgão oficial.
Da Prova (arts. 155 a 157) – Prova é ato pelo qual se demonstra e existência ou
inexistência de um fato ou a verdade ou inverdade de uma alegação. A prova da
alegação incumbirá a quem a fizer (ônus da proa); mas o juiz poderá, no curso da
instrução, ou antes de proferir sentença, determinar, de ofício, diligências para dirimir
dúvida sobre ponto relevante. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da
prova.
Do Interrogatório (arts. 185 a 200) – É um meio de prova mista, pois pode ser
usado tanto pela defesa quanto pela acusação. É o ato pelo qual o juiz ouve o acusado
sobre o ilícito a ele imputado. O acusado que comparecer perante a autoridade
judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de
seu defensor, constituído ou nomeado. Antes da realização do interrogatório, o juiz
assegurará o direito de entrevista reservada do acusado com seu defensor.
Da confissão (arts. 197 a 200) – Ato pelo qual o réu aceita o conteúdo da acusação
que lhe é imputada, não pode ser aceita de forma isolada, devendo ser verificado o
conjunto probatório antes da prolação de uma sentença. O silêncio do acusado não
importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do
convencimento do juiz.
Das Testemunhas (arts. 202 a 225) – Podem ser considerados testemunhas todos
aqueles que podem oferecer declarações sobre o fato ilícito em apuração. A
testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber
e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua
residência, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em que
grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar o
que souber, explicando sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas
quais possa avaliar-se de sua credibilidade. O depoimento será prestado oralmente,
não sendo permitido à testemunha trazê-lo por escrito.
Da Acareação (art. 229) - A acareação será admitida entre acusados, entre acusado
e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida,
e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre
fatos ou circunstâncias relevantes. Os acareados serão reperguntados, para que
expliquem os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
Dos Documentos (art. 231 a 238) - Salvo os casos expressos em lei, as partes
poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo. Consideram-se
documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares. As
cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão
admitidas em juízo.
Da Prisão (arts. 282 a 300) - À exceção do flagrante delito, a prisão não poderá
efetuar-se senão em virtude de pronúncia ou nos casos determinados em lei, e
mediante ordem escrita da autoridade competente. A prisão poderá ser efetuada em
qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do
domicílio. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de
resistência ou de tentativa de fuga do preso. O art. 292, § único, foi alterado pela
redação da Lei nº 13.434, de 2017, que diz ser vedado o uso de algemas em
mulheres grávidas durante os atos médico-hospitalares preparatórios para a
realização do parto e durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante
o período de puerpério imediato
a pessoa por ele indicada. O art. 304 teve a inclusão do § 4o, em virtude da Lei
nº 13.257, de 2016, onde da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá
constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
Das Citações (art. 351 a 369) – Ato pelo qual o Juiz Chama o Réu para se defender
em juízo. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território
sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado. As Citações podem ser feitas por
mandado (cumprido por oficial de justiça), por edital (no caso de incerteza de
localização ou ocultação do Réu). O processo seguirá sem a presença do acusado que,
citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo
justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao
juízo.
Das Intimações (art. 370) – Chamada dos acusados, das testemunhas e demais
pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, praticado no curso da ação
penal.
Prolação da sentença condenatória pelo juiz (art. 387) – Incluído o § 1 o , pela Lei
nº 12.736, de 2012, onde o juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a
manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra
medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser
interposta e do § 2º, onde o tempo de prisão provisória, de prisão administrativa
ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de
determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade
Dos Crimes da Competência do Júri (arts. 406 a 497) – Tem competência para
julgar através de um juiz mais um conselho de sentença formado por 07 (sete) jurados
ou juízes leigos, crimes contra a vida, tentados, consumados e/ou conexos.
1 - Terminada a inquirição das testemunhas, mandará o juiz dar vista dos autos, para
alegações, ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, e, em seguida, por igual
prazo, e em cartório, ao defensor do réu.
Fase de julgamento
Libelo crime acusatório (art. 417) - O libelo, assinado pelo promotor, conterá: I - o
nome do réu; II - a exposição, deduzida por artigos, do fato criminoso; III - a
indicação das circunstâncias agravantes, expressamente definidas na lei penal, e de
todos os fatos e circunstâncias que devam influir na fixação da pena; IV - a indicação
da medida de segurança aplicável. Havendo mais de um réu, haverá um libelo para
cada um.
Fases
1 - Com o libelo poderá o promotor apresentar o rol das testemunhas que devam
depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), juntar documentos e requerer
diligências.
2 - O juiz não receberá o libelo a que faltem os requisitos legais, devolvendo ao órgão
do Ministério Público, para apresentação de outro, no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas.
3 - Recebido o libelo, será notificado o defensor para que, no prazo de 5 (cinco) dias,
ofereça a contrariedade; ao oferecer a contrariedade, o defensor poderá apresentar o
rol de testemunhas que devam depor no plenário, até o máximo de 5 (cinco), juntar
documentos e requerer diligências.
4 - Se, ao ser recebido o libelo, não houver advogado constituído nos autos para a
defesa, o juiz dará defensor ao réu, que poderá em qualquer tempo constituir
advogado para substituir o defensor dativo.
11 - O tempo destinado à acusação e à defesa será de 2 (duas) horas para cada um, e
de meia hora a réplica e outro tanto para a tréplica.
15 - As decisões do júri serão tomadas por maioria de votos. Após a devida votação o
Juiz Presidente proferirá sentença, a qual poderá ser condenatória ou absolutória,
conforme as respostas dadas aos quesitos apresentados ao júri.
Dos crimes de Competência do Juiz Singular (arts. 498 a 500) - No processo dos
crimes da competência do juiz singular, observar-se-á, na instrução, contida no
procedimento de competência do tribunal do júri até a inquirição das testemunhas.
Terminada a inquirição das testemunhas, as partes - primeiramente o Ministério
Público ou o querelante, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, e depois, sem
interrupção, dentro de igual prazo, o réu ou réus - poderão requerer as diligências,
cuja necessidade ou conveniência se origine de circunstâncias ou de fatos apurados na
instrução, subindo logo os autos conclusos, para o juiz tomar conhecimento do que
tiver sido requerido pelas partes.
Alegações Finais (art. 500) - Esgotados os prazos para pedido de diligências, sem
requerimento de qualquer das partes, ou concluídas as diligências requeridas e
ordenadas, será aberta vista dos autos, para alegações, sucessivamente, por 3 (três)
dias; primeiro ao Ministério Público ou ao querelante (ofendido); depois ao assistente,
se tiver sido constituído; após ao defensor do réu(s).
Recurso em Sentido Estrito (arts. 581 a 592) – Cabível nos casos do artigo 581,
deve ser manejado sobre os despachos, decisões ou sentenças interlocutórias, no
prazo de 05 (cinco) dias.
Recurso de Apelação (arts. 593 a 603) - Caberá no prazo de 5 (cinco) dias no caso
de sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular e das
decisões do Tribunal do Júri.
Protesto por Novo Júri (arts. 607 a 608) - O protesto por novo júri é privativo da
defesa, e somente se admitirá quando a sentença condenatória for de reclusão por
tempo igual ou superior a 20 (vinte) anos, não podendo em caso algum ser feito mais
de uma vez.
Dos Embargos de Declaração (arts. 619 a 620) - Aos acórdãos proferidos pelos
Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de
declaração, no prazo de 2 (dois) dias contado da sua publicação, quando houver na
sentença ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão.
Da Revisão Criminal (arts. 621 a 631) – Apesar de ser um recurso
propriamente dito te aplicabilidade quando sentença condenatória for contrária ao
texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos; quando a sentença condenatória
se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos; quando,
após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de
circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena. Pode ser requeri
da a qualquer tempo.
Recurso Extraordinário (arts. 637 a 638) - O recurso extraordinário não tem efeito
suspensivo, e uma vez arrazoados pelo recorrido os autos do traslado, os originais
baixarão à primeira instância, para a execução da sentença. Será processado e julgado
no Supremo Tribunal Federal na forma estabelecida pelo respectivo regimento interno
(artigo 102 da CF/88).
“Habeas corpus” (arts. 647 a 677) - Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém
sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de
ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.
Da Execução (Arts. 668 a 673) - A execução, onde não houver juiz especial,
incumbirá ao juiz da sentença, ou, se a decisão for do Tribunal do Júri, ao seu
presidente. Só depois de passar em julgado, será exeqüível a sentença e os incidentes
da execução serão resolvidos pelo respectivo juiz.
Das Penas Privativas de Liberdade (arts. 674 a 685) – São medidas de cunho
punitivo aplicadas pela pratica de ilícitos criminais praticados pelo agente delituoso. As
Penas privativas de liberdade se dividem em reclusão (regimes de cumprimento de
penas fechado, semi-aberto e aberto) e detenção (apenas para os regimes de
cumprimento de pena semi-aberto e aberto). O cumprimento de pena de reclusão se
efetiva nas penitenciárias, as quais tem por objetivo a tutela de presos condenados no
regime fechado. O regime semi-aberto pode ser cumprido nas penitenciárias comuns,
agrícolas ou similares, sendo o regime aberto cumprido em albergues e as delegacias
para a aguarda de presos em caráter temporário. Hospitais de Custódia – A
condenado que durante o cumprimento da pena manifestar doença mental deve ser
recolhido em hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico, ou estabelecimento
adequado.
Direitos do Preso – São mantidos todos os direitos não atingidos pela perda da
liberdade, dentre os quais podemos citar: direito a vida, manutenção da integridade
física e moral, trabalho remunerado, direito de petição aos órgãos públicos,
propriedade, intimidade, vida privada, assistência jurídica, médica e odontológica,
educação e cultura, receber visitas mais outros direitos contidos LEP – Lei de
Execuções Penais, art. 3º.
Da Graça (art. 734 a 742) - A graça poderá ser provocada por petição do
condenado, de qualquer pessoa do povo, do Conselho Penitenciário, ou do Ministério
Público, ressalvada, entretanto, ao Presidente da Republica, a faculdade de concedê-la
espontaneamente.