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Percurso Historial
RESUMO
A presente pesquisa corresponde ao Seminário VI: EJA, a mesma tem como objetivo explanar sobre
esta modalidade de ensino, no sentido de conhecer seu percurso na história da educação
brasileira. No entanto, abordar o andamento histórico da EJA é analisar e compreender as fases
desta época, passando pelos meados dos anos 50 e 60, datas estas que carregam em sua bagagem
as primeiras iniciativas de oferta da Educação de Jovens e Adultos. A história da EJA no Brasil é
recente no entanto, no decorrer dos anos a EJA, progressivamente, foi se remodelando defronte as
necessidades culturais e de acordo com o contexto de cada momento histórico. Tendo em vista a
temática deste artigo, esse estudo também apresentou um breve relato sobre a contribuição de
Paulo Freire que nos anos 60 inspirou programas de educação popular e alfabetização. Seu
método apresentou resultados significativos aos envolvidos no processo educativo, onde sua
pedagogia partia da realidade do educando para que assim, eles pudessem fazer a leitura de
mundo. Com base neste estudo, percebe-se, inicialmente, o grau de importância que os movimentos
sociais tiveram na trajetória da alfabetização de jovens e adultos, resgatando e ressignificando a
modalidade de ensino EJA
1 INTRODUÇÃO
A presente pesquisa corresponde ao Seminário VI: EJA, a mesma tem como objetivo
explanar sobre esta modalidade de ensino, no sentido de conhecer seu percurso na história da
educação brasileira. No entanto, abordar o andamento histórico da EJA é analisar e compreender as
fases desta época, passando pelos meados dos anos 50 e 60, datas estas que carregam em sua
bagagem as primeiras iniciativas de oferta da Educação de Jovens e Adultos.
Para o desenvolvimento deste estudo e com o intuito de obter maior conhecimento sobre o
assunto, realizou-se leitura bibliográfica dos seguintes autores: FREIRE (1987), HADDAD e
PIERRO (2000), PAULA e OLIVEIRA (2012), PICONEZ, (2002) e SOUZA (2012).
A trajetória da EJA no Brasil, segundo dados históricos, deu-se no período colonial com a
presença de jesuítas que tinham por missão catequizar os índios e logo após, com a chegada da
família real no país que necessitava de serviçais para a realização de tarefas. Com isso, surgiu a
necessidade de inserir a escolarização de adultos para favorecer a aculturação dessas pessoas
tornando-os assim, produtivos e aptos para o trabalho ao qual solicitava a corte real.
[…] Sabe-se que já no período colonial os religiosos exerciam sua ação educativa
missionária em grande parte com adultos. Além de difundir o evangelho, tais educadores
transmitiam normas de comportamento e ensinavam os ofícios necessários ao
funcionamento da economia colonial […] Com a desorganização do sistema de ensino
produzido pela expulsão dos jesuítas do Brasil em 1759, somente no Império voltaremos a
encontrar informações sobre ações educativas no campo da educação de adultos
(HADDAD e PIERRO, 2000, p. 108).
O levantamento dos dados acima foram realizados através de fonte bibliográfica pontuando
as épocas que marcaram e significaram a trajetória da EJA no Brasil. Através do quadro, aqui,
representado é possível compreender e analisar as datas, cujo marco histórico é importante no
percurso dessa modalidade de ensino.
As campanhas existentes que tiveram ligação com a Educação de Jovens e Adultos, fazem
parte de projetos que visavam proporcionar estudos as pessoas que por algum motivo ou outro
precisaram interromper ou não tiveram acesso à escola e tais “[…] experiências governamentais
[…] foram desencadeadas por meio de campanhas que objetivavam a alfabetização da população”
(SOUZA, 2012, p. 21-22).
Esta modalidade de ensino compreende as etapas fundamental e médio oferecido pela rede
pública ou privada, disponibilizando aulas presenciais ou à distância nos turnos diurnos e noturnos
procurando atender da melhor forma e para que cada educando possa ter acesso à escola. Hoje,
diante dos costumes predominantes, tal categoria educativa vem se renovando para acompanhar a
realidade dos alunos que trazem consigo experiências e vivências de mundo e, atualmente, o
público que procura a EJA não são somente jovens e adultos mas, também, a geração da terceira
idade que estão interessados em concluir seus estudos procurando assim, tornarem-se ativos diante
da realidade que os rodeia.
A EJA é um direito de todos, ela é a oportunidade onde jovens, adultos e os da terceira idade
possam fazer parte, novamente, da vida escolar e social, onde devem ser ensinados no mesmo
contexto curricular (tendo em vista a complexidade e a diversidade de cada um) garantindo que
estes possam ter um ensino significativo e de qualidade, possibilitando-os a caminhada na
construção de seu saber.
Freire tinha uma visão diferenciada em relação ao ato de alfabetizar, sua proposta baseava-se
da realidade do sujeito e no diálogo e assim, o processo de ensino e aprendizagem fluía de forma
positiva. A prática pedagógica tradicional com a utilização do material de cartilhas era criticada por
Paulo Freire para este educador o método não despertava o interesse do aluno e não permitia a
reflexão e criticidade dos mesmos, visto que esta aplicação transmite um saber já construído,
levando a repetição e memorização do conteúdo.
Freire em sua pesquisa de campo verificou que os materiais didáticos utilizados eram
desmotivadores e após a conclusão desta investigação, ele elabora sua proposta que pautava-se em
alfabetizar para além das atividades contidas nas cartilhas. Diante das afirmações encontradas em
seu estudo Freire criou os temas geradores que proporcionava aos educandos momentos de reflexão
onde o processo de construção do conhecimento se dava por meio de diálogos e da interação entre
educando e educador (Educação Libertadora) valorizando assim, os saberes do povo. Conforme
Souza (2012, p. 62):
[…] Paulo Freire […] organizou as experiências que geraram as bases da concepção
dialógica de educação, a qual, na modalidade da EJA, teria a investigação dos temas
geradores como fonte da prática educativa, como um dos componentes do processo de
conscientização, e mancipação e libertação. Mais do que isso, formulou a concepção de
alfabetização como ato de conhecimento, compreensão de mundo e da importância do
sujeito no mundo e na sua transformação.
Alfabetizar jovens e adultos segundo o olhar de Freire é acima de tudo valorizar a história de
vida e a identidade dos sujeitos. Nesse sentido, o diálogo é fundamental na práxis educativa
estabelecendo assim, relações e trocas entre professor e aluno onde ambos possam perceber que
“não há saberes mais ou menos importante, mas saberes diferentes” (FREIRE, 1987, p.68). A esse
respeito, as autoras Paula e Oliveira (2012, p. 69-70), complementam escrevendo que:
A história da EJA tem como paradigma máximo o educador Paulo Freire. A mudança da
concepção tradicional de educação para a da concepção crítica e progressista reconhece
nesse educador o “divisor de águas”, que fez com que toda a história da EJA tomasse rumos
diversos do até então vivido. Podemos considerar que existe uma EJA antes de Paulo Freire
_ uma educação dita “bancária”, cuja visão conteudista e compensatória atua na perspectiva
de recuperar o tempo perdido – e uma EJA depois de Paulo Freire, baseada numa educação
humanizadora e emancipadora, que parte da centralidade dos sujeitos e de suas experiências
e trajetórias de vida.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das leituras bibliográficas realizadas na construção deste Paper, pôde-se ter uma
melhor compreensão do percurso histórico da EJA e constatar para o fato de que esta modalidade
por alguns anos foi deixada de lado, permanecendo latente até tornar-se prioridade e importante
para a área educacional.
Com base neste estudo, percebe-se, inicialmente, o grau de importância que os movimentos
sociais tiveram na trajetória da alfabetização de jovens e adultos, resgatando e ressignificando a
modalidade de ensino EJA e a relevância das pesquisas do educador Paulo Freire na (re)descoberta
e na busca por alternativas que visassem uma ação pedagógica com êxito na formação desses
sujeitos, permitindo-os exercerem sua autonomia, criticidade e reflexão tornando-se assim, seres
ativos diante do espaço ao qual pertencem.
REFERÊNCIAS
FARIA, Ana Lucia Ferreira. A Educação de Jovens e Adultos do campo: um estudo nos projetos
de assentamento de Natalândia – MG. Disponível em:
<http://www.reformaagrariaemdados.org.br/sites/default/files/2012%20Ana%20Lucia%20Ferrreira
%20Faria.pdf>. Acesso em:
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987
HADDAD, Sérgio. PIERRO, Maria Clara di. Escolarização de jovens e adultos. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n14/n14a07.pdf>. Acesso em:
PAULA, Cláudia Regina de. OLIVEIRA, Marcia Cristina de. Educação de Jovens e Adultos: a
educação ao longo da vida. Curitiba: InterSaberes, 2012.
PICONEZ, Stela C. Bertholo. Educação escolar de jovens e adultos: das competências sociais
dos conteúdos aos desafios da cidadania. Campinas, SP: Papirus, 2002.
SOUZA, Maria Antônia de. Educação de Jovens e Adultos. Curitiba: InterSaberes, 2012.