OUTROS NA PRÁTICA DE SAÚDE 93 INTRODUÇÃO Neste texto, pretendemos enfocar um agirético na área da saúde, em especial na enfermagem, apartir A ética, a partir dos gregos, é entendida, para darelaçãodoprofissionalconsigomesmo,pautando-se Foucault,como“apráticadaliberdade,apráticareflexiva emvalores,comoorespeitoàvidaeaoserhumano,mas daliberdade”(1).Paranosconduzirmosadequadamente também articulado à relação com a profissão que nasrelações,paraexercermosaliberdadecomodevemos, exercemos,comasinstituiçõesnasquaisatuamos,com os éprecisoocupar-nosdenós,cuidamosdenós;nãonuma colegas trabalhadores e, por último, à ética nas perspectivadeegoísmooudeinteresseindividual,mas relações com os clientes assistidos e cuidados, seja o comoaperfeiçoamentopessoal,superaçãodosapetites, indivíduo,suafamíliae/ougrupossociais.Abordaremos dosdesejosepaixõesquepossamdominar-nos.Ouseja, questões mais gerais das nossas relações com a cuidardesisignifica,antesdetudo,nãoserescravo:dos profissão,comasinstituições,comasequipesdetrabalho, outros, dos que nos governam, como de nós próprios, tendoemvistaquepodemestarpresentesnodiaadiado das nossas própriaspaixões(1). trabalhodoprofissionalcomprometidocomasdiferentes Assim,quandofalamosemgovernabilidade,seja pessoas,especialmentenoqueserefereasuasaúde. desi,sejadooutro,apreocupaçãocomaliberdadetorna- seessencial,edaíaquestãoética,apontadaporFoucault: “paraqueesteexercíciodaliberdadeassumaaformade um A ÉTICA NA RELAÇÃO COM A PROFISSÃO ethos belo, bom, honorável e que possa servir de exemplo,énecessáriotodoumtrabalhodosujeitosobre Na relação com a profissão, como uma prática simesmo”(1).Numaperspectivafoucaultiana,aliberdade, social,hálegislaçõesespecíficas,comonaenfermagem, então,éessencialmentepolítica,namedidaemque“ser que dispõem sobre o exercício profissional (2- livre significa não ser escravo nem de si mesmo (...) 3) ,estabelecendooqueédacompetênciadecadaprofissional exercendo sobre si uma relação de domínio (...) poder, e, dentre estas competências, o que é privativo do mando”(1).Quemcuidademodoadequadodesimesmo, enfermeiro, o que não pode ser delegado, garantindo o encontra-seemcondiçõesderelacionar-se,deconduzir- desenvolvimentodaáreadeenfermagem,oaprimoramento seadequadamentenarelaçãocomosdemais(1). de saberes da profissão, a realização profissional, mas Assim, como profissionais de saúde, podemos maisdoqueisso,aqualidadedaassistênciaaosclientes. A nos perguntar: como vem se produzindo a nossa relevância e necessidade de incorporação da construçãoeformaçãomoral?Predominantemente,nós sistematizaçãodaassistênciadeenfermagemàprática nosconstruímospautadosporumamoralautônoma,em édestacada,concretizandoodeterminadopelalegislação quenospermitimosquestionar,duvidare,senecessário, profissional(4).Há,ainda,decisõesqueestabelecemoque provocar mudanças, romper com o instituído? Ou, são cuidados de enfermagem complexos, privativos do fundamentalmente,agimosapartirdoqueoutrosdecidem e enfermeiro,assimcomooquecompeteaostécnicosde determinam que façamos, apesar do sofrimento enfermagemeaosauxiliaresdeenfermagem(5).Opróprio provocado,dosentimentodeinadequação,edapossível códigodeéticaprofissionalexplicita,comoumaprescrição culparesultantedoconflitoentreoqueacreditamosque moral,osprincípiosfundamentaisdaprofissão,osdireitos devemos fazer e o que, na verdade, aceitamos ou nos dos trabalhadores, suas responsabilidades, deveres e sujeitamos fazer? Tais questões relacionam-se com a proibições(6). governabilidade:comoosprofissionaisdesaúdevêmse Buscar condições para que cada profissional governando?Comovêmsedeixandogovernar?Comovêm assuma o que é de sua competência legal, argumentar governando aosoutros? com as chefias e administrações quanto à necessidade Nas instituições de saúde, por diferentes derecursoshumanoséumcompromissocomaprofissão caminhos, vem-se demonstrando, cada vez mais, que ecomacomunidadequesolicitanossosserviços,assim determinados modos adotados de ser e de fazer não como conosco, com a nossa formação e qualificação. apenas comprometem e prejudicam os profissionais, Ainda,maisdifícildoqueoconvencimentodechefiase como,principalmente,comprometemoquesechamade administrações, pode ser o convencimento do próprio cuidadoaosclientes,asuaassistênciaàsaúde. enfermeiro acerca da necessidade deassumir 93 determinadaspráticasquelhedãoidentidadeeaprofissão dabioética(beneficência,nãomaleficência,autonomiae que exerce, como a prescrição da assistência de justiça)podeserdemonstrada,sejapelasuaaproximação, enfermagem.Porquenós,enfermeiros,freqüentemente, sejapeloseudesrespeito.Atransgressãodosprincípios relegamos o nosso saber e fazer específico e privativo, bioéticosdecorre,fundamentalmente,darepresentação cujaaplicaçãoprovocariaouacelerariaodesenvolvimento deumagiréticodaenfermagem,semelhanteàatuação científico da profissão, em detrimento de fazeres doquefoidenominadoporSellicomoada‘mãedacasa’, dependentes,osquaispoderiamserdelegadosaoutros que pretende, de um modo até onipotente e, profissionais da equipe de enfermagem ou sequer ser aparentemente,sempensarerefletir,‘vigiar’,‘darconta’e assumidos pelaenfermagem? responsabilizar-se por tudo: pelo paciente, como se pudéssemos ser o seu dono e donos, também, do seu corpo;peloexercíciodeproteçãoaomédicocomoseesse A ÉTICA NA RELAÇÃO COM A INSTITUIÇÃO profissional precisasse de uma mãe que o defendesse; pelainstituiçãoeseufuncionamentocomoumtodo(15). Narelaçãocomainstituição,podemosreferir-nos a Esse modo histórico, tradicional, reprodutivo e como se organiza o trabalho quanto aos recursos mecânico de agir tem feito com que a enfermagem se humanos e materiais. Freqüentemente, em algumas perca,porvezes,nosmeios,semconseguiralcançaros instituições, os trabalhadores se vêem na contingência finsquedizpretender:ocuidadodoclientecomopessoa. de ter que atuar com recursos materiais, em condições Paraaequipedeenfermagemreconhecernopacienteum inadequadasdefuncionamento,dequalidadequestionável, ser humano, e assim cuidá-lo, precisa, também, e num insuficientes,expondoabiossegurançadostrabalhadores, estágioanterior,reconhecer-seetratar-secomoumser dosclientes,afaltadeprivacidadeeintimidadedianteda humano(16-17).Ocuidadodoselementosdaequipecomo organização do ambiente de enfermarias, dentreoutros sujeitos que necessitam exercer o seu cuidado para elementos que poderiam ser apontados. Como cuidar assegurar o cuidado dos outros, há anos vem sendo adequadamentedooutro,sequemsereconhececomo enfatizado(16).Ocuidadodesiconstitui-seemparar,dirigir cuidador é desrespeitado e permite que seu saber seja onossoolharparaanossavida,permitir-nosrealizarum desrespeitadonoqueserefereàsnecessidadesmateriais examedeconsciênciasobreovivido,nãoparajulgá-lo, doambientedetrabalho? nem para culpar-nos, mas para perguntar-nos sobre as Aquino, Araujo, Menezes, Marinho; Enders; intençõespropostasenãoalcançadas,sobrecomovimos Lunardi; Lunardi Filho; Mendes, Trevisan, Lourenço; administrando nossa existência, a nós mesmos, como Santos, Rodrigues Filho denunciam a contradição um bem a ser preservado(1). Como vimos aplicando, na existente entre uma visão idealizada da profissão e as nossaprática,valoreseprincípiosquetãoferrenhamente condiçõesdetrabalhoenfrentadas:abaixaremuneração, defendíamos,criticandoquemostransgredia? otrabalhoexcessivo,otrabalhoporturnos,aprecariedade de Freqüentemente, deparamo-nos comsituações recursos materiais e a insuficiência de recursos que poderiam ser caracterizadas como dilemáticas, humanos, a insegurança no trabalho, o trabalho com a conflituosas,deenfrentamentoderelaçõesdepoder,em doençaeamorte(7-12);asdificuldadescomunicacionaise de quenosperguntamossedevemosficarcaladosoufalar, relacionamento da equipe de enfermagem e com a omitir-nosouagir,participarouficarmosindiferentes.Qual equipemédica(13).Noentanto,otemordeperderoemprego ocaminhoaseguir?Quemvemsendoprejudicadocomo ainda tem levado os enfermeiros a se submeterem às nossofazer?Quemvemsendobeneficiadocomoonosso determinaçõesdaorganização(14),negandonãoapenasa si, mododeser?Qualajustificativamoralparaonossomodo mas possivelmente comprometendo o cuidado dos deagir? clientes. A identificação e o reconhecimento de uma situaçãodilemáticapodeserentendidacomoumpasso importante na nossa constituição como sujeitos éticos, A ÉTICA NA RELAÇÃO COM A EQUIPE pois muitos de nós sequer percebemos, em muitas situaçõesdocotidiano,conflitos,problemasoudúvidas. Ainteraçãodenossaspráticascomosprincípios Existeumaduplacegueira:nãoconseguimossequer enxergarquenãoenxerga ano vivido, perceber mos.Problematizarocotidi problemas, dificuldades, 93 contradições, dabuscadeajuda,deparar,pe autonomia no seu preparo para o seu questionamentos, é o nsar,constituirgruposde cuidado. A sua próprio cuidado, de primeiro passo para discussão, da participação independência é um modo mais falarmos em ética. das comissões de ética, do princípio na nossa ação e autônomopossível.Nadé Assim, frente aos estranhamentodesituaçõesq uma meta a ser cadadeoitenta,jáeraapon recursos humanos de ue,comopassardotempo, permanentemente tada a necesidade de que podemsemostrarnaturaisen buscada: o retomar a concepção de dispomos,qualonúmeronec ormais,porémnãoosão. autocuidado, essáriodetrabalhadorespar maisaceitaedifundidae a mpaísesdesenvolvidosq cuidardequem,aparentem A ÉTICA NA RELAÇÃO uanto aos seus ente,confianainstituiçãoq COM O CLIENTE princípios e ue aplicabilidade, buscou;qualaformaçãodo Ecomovemsedando considerando o sprofissionaisparaexercer aéticanarelaçãocomos contextobrasileiro(18).Era o que lhes cabe? Há clientes? Poderíamos denunciadoque,naassist quanto tempo não iniciar com a necessidade ência participam de atividades de deenfermagem,oenferm de educação em serviço, solicitaçãodeseuconsentim eiroaindaestavaassumi de reciclagem e entolivreeesclarecido,ou ndoo papel de sujeito atualização? Como vêm deseus responsáveis, do processo, decidindo cuidando dos clientes? para a realização de como atuar, Que relações procedimentos,mesmoaquel dirigindoassuasaçõesea estabelecem com os esentendidospornós,como sdosclientes,tomandoco clientes: necessários.Seoclienteéum mo predominantemente sujeitoenãoumobjetode fundamentoosproblemas pautadas pela cuidado, tem o direito de queeleconsideravapriorit horizontalidade, ser informado do que lhe ários, o que respeito,autonomia,compr está pressupunha uma omisso,solidariedade? acontecendo,deserinforma relação assimétrica e Diante de evidências de dodosseusdireitos,oque de desrespeito, qual tem significateratitudeseaçõesd desigualdade,umarealid sido a conduta erespeito,dediálogo,de adequeaindanecessitav profissional? serconsultado,departicipard aser Osilêncio,aomissão,aindife edecisõesquelhedizem superada.Assim,paraque rença?Aopção respeito, a partir de apessoapudessedecidirs porumaéticacorporativaq esclarecimentos numa obre uenadatemdeéticaporque linguagem suasaúdeesecuidar,erae vai contra os direitos do clara,simpleseacessível,rec ntendidoserfundamental cliente, de ser onhecendosuacapacidade que estivesse respeitado, consultado, de pensar e, mobilizada a utilizar sua ouvido e contra o dever principalmente, de divergir própria consciência profissional de não das nossas crítica.ComorefereNoron serconiventecomsituaçõe crenças,valoresepropósitos ha,“otrabalho‘com’édifer sdetransgressãoeimorais . ente ? O conhecimento do dotrabalho‘para’ou‘pelo’ Porém,comoenfrentartaiss cliente é fundamental para cliente. ituações? que alcance a (...)umadaspremissas Daí,anecessidade independência e a doautocuidadoéadecisã 93 oe,emtese,qualquerp dotadoderazão,devonta essoa deedecapacidadedeex emlucidezpodedecidir ercer sua liberdade, eraciocinaracercados parece ainda não se eucorpo, fazer de modo seusinteresses,seupró satisfatório, já que o priobem- sujeito que determina o estareodacoletividade. processo parece ainda (...)adecisão,aliberdad ser o profissional de eeparticipaçãoquesão saúde. Uma questão ospontos poderiasercolocadaace fundamentais para o rcadoqueéprioritáriopar desempenho do aos profissionais de autocuidado saúde: o cliente ou o constituem direitos seu tratamento, o inalienáveis das cliente ou a sua pessoas, e o saúde, impedimento da principalmente, frente satisfação dessas a necessidades só manifestaçõesaindaide acontece em ntificadasdequeéimport circunstânciasextrem antea sua participação as”(18). no seu tratamento, mas Talvezsejaper que a sua tinentevoltaraquestion capacidadedeopçãodev ar:qualtem eserconsideradaerespe sido,fundamentalmen itada e/ou suas te,opapeldoclienteno solicitações devem ser processo da atendidas na medida assistência e, em que não vierem principalmente, nas prejudicar ou tentativas de comprometer o seu implementaçãodoaut tratamento. ocuidado? Apesardeosdiscursos sobreoautocuidadoref orçaremaparticipação docliente noseucuidadoounopl anejamentodasuaass istência,a percepçãoeaabordag emdoclienteenquanto umsujeito capaz de pensar, de refletir, de conhecer e de optar, decidindoporsieparas ioqueéomelhor,como umser 93 Como profissionais da saúde, parece que, na Umaspectoquepoderiaserdiscutido,refere-se a prática do dia-a-dia, a prioridade da equipe de saúde, quem, na equipe de saúde, cabe orientar os clientes fundamentalmente,temsidooqueentendemoscomoa quantoaoseudiagnóstico,tratamentoecuidados,assim manutençãoerecuperaçãodasaúdedosclientes.Essa como a discussão acerca do direito de o cliente, já busca da saúde tem se concretizado por meio informado, ter a opção de checar um diagnóstico, de daimplementação de um programa ou de um discutirpossibilidadesdetratamento,suasconseqüências, tratamento seusdiferentesefeitoscolateraisprevistos,para,então, reconhecidocomoarespostaeasoluçãoparaosclientes e, decidir como agir. Embora a responsabilidade da muitas vezes, independente do que eles, como comunicação do diagnóstico seja do profissional pessoas,pensem,sintam,acreditem,prefiramedesejem. médico(24), a enfermagem tem um papel importante de Nesse embate, uma pergunta que retorna é: quem tem colaboraçãoeapoionessassituações.Especificamente sido reconhecido como sujeito e quem tem sido qual a nossa responsabilidade frente à constatação de reconhecidocomoobjetoemtaisrelações? ignorânciadosclientesquantoaqualquerprocedimento Poroutrolado,oresgatedesituaçõesvivenciadas diagnósticoe/outerapêuticoaquevãosesubmeter?Tão nãotemaintençãode,apenas,efetivarumacríticasobre importante quanto esclarecer o cliente acerca do seu comosetemfeitoaprática,nasaúde,daenfermageme a diagnóstico, é a decisão de como informá-lo, sua governabilidade. A intenção é problematizar uma considerandosuahistória,valoresesentimentos,emque a prática, na qual, como enfermeiros, nos inserimos, na comunicação de seu diagnóstico é apenas a tentativadeproporereforçarumestranhamentosobreum concretização de um meio para que esse cliente possa cotidiano que possa estar sendo percebido, vivido e ser reconhecido, reconhecer-se e fortalecer-se como valorizado como normal e, quem sabe, como sujeito desi. inquestionávelepermanente.Muitasdessasaçõespodem O enfrentamento do esclarecimento de um estarsendoreconhecidascomomoraise/oueticamente diagnóstico requer uma relação de solidariedade que aceitáveis, requerendo, então, que participemos de um pode ser entendida como uma relação de crescimento processo de afastamento e desnaturalização (19), como mútuo,entrepares,quebuscamtornar-semaissujeitos na exigência prévia para sua posterior modificação e busca e na apreensão da verdade. O problema da transformação. informaçãodeumdiagnóstico,freqüentementeassociado Assim,podemosobservarpessoasquerealizam àmorte,enegado,comumente,tantopelaequipedesaúde examespreventivosdecânceresãoencaminhadaspara comopelafamília,poderiaestarassociadoàdificuldade novos exames, como uma colposcopia, sem serem existenteentreaspessoas,deummodogeral,etambém informadas sobre o processo patológico vivido, sem dosprofissionaisdesaúdedeenfrentaremotemadamorte. conhecimentodoseusignificado,dapossívelgravidadee Parecepreferíveldeixarveladoenaescuridãoumassunto danecessidadeurgentedeprocurarosserviçosparaos quenossentimosdespreparadosparaenfrentar,optando quais foram encaminhadas, retornando, muitas vezes, pordesconsiderarenegarapossibilidadedeoclienteser quandooprocessomórbidoestábastanteavançado(20). tratadocomoumapessoaquepodeestarenfrentandouma Outrasvãomarcarsuacirurgia,desconhecendototalmente situaçãodemorteequetemodireitodeserrespeitada, seudiagnósticoe,até,acirurgiaaquevãosesubmeter(21); nessasituação,comopessoa,‘donadasuavida’. háodesconhecimentodanecessidadedeextirpaçãode Estamosmaispreparados,aparentemente,para umamamaatépoucashorasantesdacirurgiaoutomam trabalharcomavidadoquecomassuaspossibilidades ciência da extirpação após sua ocorrência ou, ainda, a deinterrupçãoemorte.Nãoseránecessárioconhecermos e faltadeparticipaçãodasmulheresnoprocessodetomada trabalharmos nossos sentimentos, crenças, temores dedecisãosobreotratamentodocâncerdemama(22);o frenteàmorteparaenfrentarmossituaçõesquepossam ter desconhecimentodanecessidadedousodeumabolsa esse significado? Como cuidar do outro, talvez, decolostomiaatérecuperar-sedaanestesia;assimcomo o vivenciando um processo que tenha a morte como desconhecimento dos efeitos colaterais da significadosem,anteriormente,ocupar-nosdenós,voltar- quimioterapia(23).Essessãoapenasalgunsexemplosde nos para nós, para conhecer-nos e preparar-nos parao transgressõesencontradasnabibliografiaenavidareal nossopróprioprocessodemorte?Comocuidarde das instituições desaúde. pessoascomdiagnósticos de morte, sem que nos quepossamterosignificado perguntemos, antes, o que 93 significam tais temos nos relacionado diagnósticos para nós; com os outros, é sem que, antes, nos imprescindível preparemos para cuidar paraquemudemosnoss delas? Será possível aformadeser,converten dizer do-nos quesomoscuidadoressen noquenãoéramos(18).Co ossarelaçãocomoclientes mopodemosserdirigent e esde fazapenascomoseucorpo, umgrupo,deumaequipe, umcorpoquepoderequerer sesequerconseguimosd uma aspiração, uma irigir anóspróprios? medicação, um banho, Aquelequepretendecuid porém ardosoutrose dirigi-los evitamosreconhecerneleu (e nós, profissionais de mapessoaquequerfalar,se saúde, comumente r estamos nessa ouvidaetocadacomogente situação), antes de ,comomaisdoqueumcorp tudo, necessita o sadio oudoente? demonstrarquesabediri girasipróprio,queconhe ceos limites do seu CONSIDERAÇÕES fazer, que respeita o FINAIS outro como um ser diferente desi. Parafinalizar,con Acreditamosque sideramosqueoexercíciod ,àmedidaqueexigirmos, a denós mesmos, a críticanãosomenteaosout liberdade de ros,masfundamentalment pensarmos como ea nós, ao modo como exercemos temos nos cuidado, nossofazerprofissional, regido nossa natentativadeentenderp vidaepossibilitadoqueoutr orque osadirijam,aomodocomo temosassumidoummod odeser,possamosnãore futar o que somos ou a realidade em que estamos imersos, masencontraralgunscam inhosquefavoreçamoexe rcício depráticasdecuidadope ssoal,detransformação denós mesmos, dos outros, e dasociedade. 939