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Fenomenologia: O que é?

Fenomenologia: O que é? PSICOLOGIA


O termo fenomenologia foi criado no século XVIII, por J. H. Lambert, para
designar o estudo puramente descritivo dos fenômenos, da forma como eles se
apresentam à consciência (CHAUÍ, 1994 apud SURDI, 2008). Já como corrente
filosófica, a fenomenologia foi fundada por Edmund Husserl, na Alemanha,
entre o fim do século XIX e começo do XX.

O termo é formado por duas partes, ambas de origem grega: fenômeno


significa “aquilo que se mostra” e logia, pode ser entendida como pensamento
ou capacidade para refletir (SURDI; KUNZ, 2009).

Tal corrente filosófica surgiu como uma nova forma de acesso e conhecimento
do mundo, que se opunha à visão positivista, para apenas em seguida tornar-
se um movimento dentro da filosofia, em que diferentes pensadores passaram
a ter uma atitude própria de conhecimento e pesquisa de seus objetos de
estudo (XAUSA, 1988).

A proposta principal do movimento fenomenológico é a de “voltar às coisas


mesmas”, ou seja, ir aos fenômenos. Estes seriam tudo aquilo que se mostra à
consciência humana. E este “caminho” para os fenômenos deveria ser direto,
sem a influência de análises reflexivas ou explicações científicas (SURDI,
2008).

O retorno às coisas mesmas procura também abandonar a separação entre


sujeito e objeto do conhecimento, na medida em que o objeto é sempre objeto
para a consciência de um sujeito.

É a intencionalidade da consciência humana que dá o direcionamento para


alcançar o essencial do fenômeno, processo denominado de redução
fenomenológica. Essa redução requer a suspensão de atitudes, crenças,
preconceitos, teorias, de forma que se concentre apenas na experiência
cotidiana, no mundo vivido, permitindo que o fenômeno fale por si mesmo
(SURDI, 2008), para além de sua aparência (XAUSA, 1988).

Essa concepção de uma consciência intencional difere da visão anterior de


uma consciência entendida como fenômeno psíquico manipulável através dos
instrumentos quantificadores próprios das ciências da natureza (SURDI, 2008).
A ideia de uma consciência intencional implica que o homem esteja sempre em
relação com um objeto e não sustentando em si mesmo, o que rompe com a
lógica individualizante que operava antes do surgimento do movimento
fenomenológico (SCHNEIDER, 2009).

O interesse para a fenomenologia não é o mundo existente, mas o modo como


o conhecimento desse mundo se dá para cada sujeito, e sua tarefa é desvelar
o mundo vivido antes de significá-lo (SURDI, 2008).

Em referencia às ideias de Husserl, Surdi (2008) explica que os fenômenos têm


sua essência de ser e é isso que lhes confere um sentido e significado
próprios. Além disso, os fenômenos são captados pela consciência através da
intuição, que seria um método de conhecimento direto e imediato da realidade.

Nas palavras de Xausa (1988), a intuição consiste numa forma de olhar que se
adianta à análise racional e que ocorre sem mediação do discurso. O intuir não
se trata de um pressuposto, mas de uma evidência imediata que se tem do
mundo. Esse modo de conhecer correspondeu a um giro metodológico em
relação às formas de conhecimento que dominavam até o século XIX, que
eram adeptas da empiria e negavam o conhecimento das essências.

O contrário do método intuitivo é o método descritivo. Enquanto o primeiro é


direto e busca o conhecimento imediato sobre a essência dos objetos que
busca conhecer, o segundo é indireto e mediato, já que depende de análises
para conhecer a realidade (SURDI, 2008).

A consciência tem consciência de si própria, processo que Husserl (XAUSA,


1988) chamou de percepção imanente. Já a percepção que a consciência tem
das coisas é a consciência transcendente.

Para citar alguns nomes dos discípulos do movimento fenomenológico, temos


os alemães Martin Heidegger, Eugen Fink, Ludwig Landgrebe, Edith Stein, Max
Scheler e Nicolai Hartmann, e os franceses Gabriel Marcel, Jean Paul Sartre,
Maurice Merleau-Ponty e Paul Ricoeur (XAUSA, 1988).

Não tardou para que essa corrente de pensamento influenciasse, além da


filosofia, a psicologia, mantendo com ela a característica comum de
descreverem a experiência do sujeito. No entanto, Husserl (XAUSA, 1988)
estabelece uma diferença entre a psicologia e fenomenologia: a primeira seria
uma ciência de fatos, em oposição à segunda, voltada para as essências.

Ao aplicar o método fenomenológico na psicologia alcança-se a pessoa


humana. Para isso, é preciso uma atitude aberta frente aos fatos que surgem e
um olhar ingênuo, despido de uma imposição ideal. Dessa forma, a aplicação
do método fenomenológico na psicoterapia é uma tentativa de compreensão do
homem, antes de colocá-lo como objeto de estudo.

E tal compreensão só é possível na relação interpessoal, no encontro


terapêutico, em que, ao mesmo tempo, descobre-se a si mesmo e o outro.
Prioriza-se aqui a comunicação, o entendimento direto, evitando-se o apoio em
conceitos absolutos.

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