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PRÉ-VESTIBULAR

EXTENSIVO
2
MATERIAL DO
PROFESSOR

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema
Biologia de Ensino
CIÊNCIAS DA NATUREZA
E SUAS TECNOLOGIAS
Dom Bosco
INICIAIS_BIO_PROF_2BI.indd 1 14/12/2018 15:41
DOM BOSCO - SISTEMA DE ENSINO
PRÉ-VESTIBULAR 2
Ciências da natureza e suas tecnologias.
© 2019 – Pearson Education do Brasil Ltda.

Vice-presidência de Educação Juliano Melo Costa


Gerência editorial nacional Alexandre Mattioli
Gerência de produto Silvana Afonso
Autoria Ana Carolina Marinho Mota, Fernanda Lowndes, Leandro Magrini
Coordenação editorial Luiz Molina Luz
Edição de conteúdo Lauro Tozetto
Assistência de edição Bunni Costa
Leitura crítica Rafael Simões, Hannah Hamada, Lorena Milock de Freitas
Preparação e revisão Igor Debiasi, Adriana Bairrada, Luzia Leite, Renata Coppolla, Elaine Faires
Gerência de Design Cleber Figueira Carvalho
Coordenação de Design Diogo Mecabo
Edição de arte Alexandre Silva
Coordenação de pesquisa e
licenciamento Maiti Salla
Pesquisa e licenciamento Cristiane Gameiro, Heraldo Colon, Andrea Bolanho, Sandra Sebastião, Shirlei Sebastião
Ilustrações Alex Cói, Carla Viana, Dayane Cabral, Madine Oliveira
Cartografia Allmaps
Projeto Gráfico Apis design integrado
Diagramação Editorial 5
Capa Apis design integrado
Imagem de capa mvp64/istock
Produtor multimídia Cristian Neil Zaramella
PCP George Baldim

Todos os direitos desta publicação reservados à


Pearson Education do Brasil Ltda.
Av. Santa Marina, 1193 - Água Branca
São Paulo, SP – CEP 05036-001
Tel. (11) 3521-3500
www.pearson.com.br

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino
Dom Bosco
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APRESENTAÇÃO

Um bom material didático voltado ao vestibular deve ser maior que um grupo de
conteúdos a ser memorizado pelos alunos. A sociedade atual exige que nossos jo-
vens, além de dominar conteúdos aprendidos ao longo da Educação Básica, conheçam
a diversidade de contextos sociais, tecnológicos, ambientais e políticos. Desenvolver
as habilidades a fim de obterem autonomia e entenderem criticamente a realida-
de e os acontecimentos que os cercam são critérios básicos para se ter sucesso no
Ensino Superior.
O Enem e os principais vestibulares do país esperam que o aluno, ao final do Ensino
Médio, seja capaz de dominar linguagens e seus códigos; construir argumentações
consistentes; selecionar, organizar e interpretar dados para enfrentar situações-proble-
ma em diferentes áreas do conhecimento; e compreender fenômenos naturais, proces-
sos histórico-geográficos e de produção tecnológica.
O Pré-Vestibular do Sistema de Ensino Dom Bosco sempre se destacou no mer-
cado editorial brasileiro como um material didático completo dentro de seu segmento
educacional. A nova edição traz novidades, a fim de atender às sugestões apresentadas
pelas escolas parceiras que participaram do Construindo Juntos – que é o programa rea-
lizado pela área de Educação da Pearson Brasil, para promover a troca de experiências,
o compartilhamento de conhecimento e a participação dos parceiros no desenvolvi-
mento dos materiais didáticos de suas marcas.
Assim, o Pré-Vestibular Extensivo Dom Bosco by Pearson foi elaborado por uma
equipe de excelência, respaldada na qualidade acadêmica dos conhecimentos e na prá-
tica de sala de aula, abrangendo as quatro áreas de conhecimento com projeto editorial
exclusivo e adequado às recentes mudanças educacionais do país.
O novo material envolve temáticas diversas, por meio do diálogo entre os conteú-
dos dos diferentes componentes curriculares de uma ou mais áreas do conhecimento,
com propostas curriculares que contemplem as dimensões do trabalho, da ciência, da
tecnologia e da cultura como eixos integradores entre os conhecimentos de distintas
naturezas; o trabalho como princípio educativo; a pesquisa como princípio pedagógi-
co; os direitos humanos como princípio norteador; e a sustentabilidade socioambiental
como meta universal.
A coleção contempla todos os conteúdos exigidos no Enem e nos vestibulares de
todo o país, organizados e estruturados em módulos, com desenvolvimento teórico
associado a exemplos e exercícios resolvidos que facilitam a aprendizagem. Soma-se a
isso, uma seleção refinada de questões selecionadas, quadro de respostas e roteiro de
aula integrado a cada módulo.

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conveniados ao Sistema de Ensino
Dom Bosco
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SUMÁRIO

5 BIOLOGIA 1A

95 BIOLOGIA 1B

195 BIOLOGIA 2A

245 BIOLOGIA 2B

303 BIOLOGIA 3A

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino 353 BIOLOGIA 3B

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K PHOTO
Y STOC
/ ALAM
IMAGES
BLEND

BIOLOGIA 1A

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CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

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17
168
BIOLOGIA 1A 6 –Material do Professor

RESPIRAÇÃO AERÓBIA

Em 2017, pesquisadores da USP criaram compostos antitumorais por meio da


isatina, um metabólito encontrado em organismos vegetais e animais com potencial
• Energia para os seres vivos uso na fabricação de medicamentos. Nesses compostos foram adicionados alguns
• ATP, a molécula energética íons de metais, como o cobre e o zinco.
• Respiração aeróbia e As modificações estruturais com os compostos de isatina produzidas no labora-
mitocôndrias tório são estáveis, de forma que sua ação é potencializada e permite que entrem na
corrente sanguínea e penetrem facilmente nas células cancerosas.
HABILIDADES As mitocôndrias possuem seu próprio DNA mitocondrial e são responsáveis pela
• Identificar as transfor- respiração aeróbia, na qual as moléculas orgânicas reagem com o oxigênio, para a
mações de energia no formação de energia em forma de moléculas de ATP (adenosina trifosfato).
metabolismo celular. Ao entrar nas células, a isatina liga-se ao DNA e danifica essa molécula por meio
• Reconhecer respiração de processos oxidativos, induzindo a perda do potencial de membrana das mitocôn-
aeróbia como um processo drias. Isso modifica a sua estrutura e, consequentemente, interfere na respiração
do metabolismo celular celular. Assim, a desestruturação das moléculas de DNA celular e mitocondrial pro-
energético.
voca a degradação das células tumorais.
• Identificar os principais

STEVE GSCHMEISSNER/SCIENCE PHOTO LIBRARY/GETTY IMAGES


organismos capazes de
fazer respiração aeróbia.
• Compreender a importância
do processo de respiração
aeróbia para a manutenção
bioenergética dos seres
vivos.

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino Representação de células de linfócitos T (células redondas menores) ligadas a uma célula cancerígena em
micrografia eletrônica. Aumento de 25 000x. Cores fantasia.

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7 –Material do Professor 169

ENERGIA PARA OS SERES VIVOS

BIOLOGIA 1A
A Bioenergética é a área da Biologia que estuda como são realizadas as trans-
formações de energia nos seres vivos. A vida na Terra depende do Sol, considerada
fonte primária de energia que se transformará em energia química por meio da
fotossíntese. Para que aconteça essa transformação, as células vegetais captam a
luz do Sol e convertem H2O (água) e CO2 (gás carbônico) em glicose, amido e outras
moléculas orgânicas ricas em energia, liberando O2 (gás oxigênio) na atmosfera. As
células animais irão degradar as moléculas orgânicas para obter e depois armazenar
essa energia em moléculas de ATP (adenosina trifosfato), liberando CO2 e água.
Os alimentos fornecem a energia necessária para realizar todas as atividades,
como andar, pensar, correr, falar e realizar qualquer outro tipo de ação. Isso porque,
em algum momento, a energia foi captada na forma de fótons de luz solar e arma-
zenada em moléculas de amido, que mais tarde se tornarão constituintes desses
alimentos. Contudo, a energia contida na molécula de ATP não pode ser utilizada
diretamente nos processos energéticos, uma vez que boa parte dela é transformada
em calor, sendo assim danosos às células. Por isso, essa transferência de energia
acontece por meio de diversos processos de transformação bioenergética.

Respiração em célula animal

transporte; movimentação;
Fotossíntese recepção e transmissão
O2
de estímulos; acúmulo e
Trabalho
CO2 transmissão de informação
genética; síntese de com-
H2O ATP postos químicos

Cloroplasto

Mitocôndria

Energia
acumulada em
compostos
Degradação do alimento
químicos
com liberação de energia,
(nutrientes)
CO2 e H2O
nos alimentos

O esquema apresenta a fotossíntese no interior dos cloroplastos de uma planta e posterior degradação dos alimentos
em uma célula animal. Por meio desse processo serão liberados CO2 e H2O para o ambiente e será armazenada a
energia em moléculas de ATP. Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

ATP, A MOLÉCULA ENERGÉTICA


A molécula de adenosina trifosfato (ATP) é formada por uma adenina, uma ribose
e três grupos de fosfatos, conforme representado na fórmula a seguir.

NH2

N C
C N
O O O HC
C CH

Material exclusivo para professores


OH P O P O P O CH2 N
N
O
OH OH OH C C
H H
H

conveniados ao Sistema de Ensino


H C C

OH OH

Fórmula estrutural da molécula ATP.

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170 8 –Material do Professor

As ligações que unem os grupos fosfato adicionais TRANSPORTADORES DE HIDROGÊNIO:


BIOLOGIA 1A

são ricas em energia e podem ser desfeitas por rea-


NAD+, NADP+ E FAD
ções de hidrólise, que fazem com que a molécula de
As reações químicas que transferem elétrons são
ATP se converta em ADP (adenosina difosfato), liberan-
denominadas reações de oxirredução, pois o reagente
do grupos fosfato e energia para as células.
que é oxidado perde elétrons e o que ganha é reduzido.
Esse processo faz com que a perda de elétrons libere
ATP → ADP 1 Pi energia e o ganho de elétrons promove o ganho dela.
Durante os processos de síntese e degradação de
A remoção de mais de um grupo fosfato da molé- moléculas orgânicas, há muitas reações com liberação
cula de ADP resulta em um monofosfato de adenosina de elétrons e de átomos de hidrogênio (H1), que são
(AMP), liberando uma quantidade menor de energia. captados por substâncias chamadas transportado-
ras de hidrogênio. As formas oxidadas são o NAD1,
ADP → AMP 1 Pi NADP1 e FAD. Eles são nucleotídeos associados às
A célula pode armazenar a energia em moléculas vitaminas nicotinamida e riboflavina, respectivamente,
de ATP, incorporando um fosfato na molécula de ADP, de forma que são denominados nicotinamida adenina
reação denominada fosforilação. As células fotos- dinucleotídeo (NAD), nicotinamida adenina dinucleo-
sintetizantes utilizam a luz nesse processo. Além tídeo fosfato (NADP) e flavina adenina dinucleotídeo
disso, quando a energia é proveniente da oxidação (FAD). Ao receberem elétrons e hidrogênios, NAD1,
de moléculas orgânicas, o processo é chamado NADP1 e FAD tornam-se reduzidos.
fosforilação oxidativa.
A hidrólise e a fosforilação podem ocorrer simulta- NAD 1 1 H → NADH
neamente, de maneira que a energia liberada em uma NADP1 1 H → NADPH
seja armazenada pela outra. Quando isso acontece, FAD 1 2 H → FADH 2
chamamos de reações acopladas, como quando a gli-
cose é oxidada, transferindo energia para a molécula de Vale lembrar que, embora NAD1 e NADP1 sejam
ATP. O acoplamento de reações diminui a quantidade semelhantes, atuam em processos distintos, uma vez
de energia perdida, de maneira que podemos imaginar que o primeiro atua nos processos catabólicos (como
o ATP como uma bateria que, ao liberar energia, se a fermentação e a respiração, quebrando moléculas
descarrega e se transforma em ADP. para obtenção de energia) e o segundo atua em proces-
sos anabólicos (como a fotossíntese e a quimiossín-
Hidrólise
tese, que sintetizam moléculas e absorvem energia).
ATP ADP 1 Pi
Fosforilação
O FAD também atua em processos catabólicos, mas
em apenas algumas etapas da respiração.

Energia contida Produtos finais


nos nutrientes
CO2
Catabolismo
Glicídios H2O
Lipídios
Prótidos NH3

Liberação

ADP 1 HPO 2-
4
ATP
NAD1 NADH
NADP1 Energia NADPH
FAD química FADH2

Macromoléculas
Moléculas precursoras
celulares Oxidação
Aminoácidos

Material exclusivo para professores


Polissacarídeos Anabolismo Monossacarídeos
Proteínas
Ácidos graxos
Lipídios
Nucleotídeos
Ácidos nucleicos

conveniados ao Sistema de Ensino


Há liberação de energia nos processos catabólicos, que pode ser armazenada em forma de ATP e transportada em forma de
NADH, NADPH e FADH2. Entretanto, a energia é consumida nos processos anabólicos, promovendo a oxidação dessas moléculas
transportadoras.

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9 –Material do Professor 171

RESPIRAÇÃO AERÓBIA E e conseguem se autoduplicar. Acredita-se que as mito-


côndrias tenham sido bactérias aeróbias que há bilhões

BIOLOGIA 1A
MITOCÔNDRIAS de anos foram englobadas por células eucarióticas
(teoria da endossimbiose), como visto na unidade 1.
Quando se fala em respiração, é comum as pessoas A mitocôndria é delimitada por dupla membrana
a associarem com as trocas gasosas realizadas entre lipoproteica, de maneira que a membrana externa é lisa
os indivíduos e o ambiente por meio das brânquias, e a interna é composta de numerosas pregas denomi-
pele e pulmões, ao eliminar CO2 e obter O2. Entretan- nadas cristas mitocondriais. Quanto mais a célula for
to, nesse módulo, o processo de respiração abordado ativa, maior será o número de mitocôndrias presentes.
refere-se à forma de obtenção de energia com base na O espaço interno da mitocôndria é denominado matriz
síntese de ATP, proveniente da degradação da molécula mitocondrial.
de glicose por um processo denominado respiração As atividades mitocondriais associam-se ao meta-
celular. Existem dois tipos de respiração celular: a bolismo energético das células e à produção de ATP de
aeróbia (realizada na presença de oxigênio) e a anae- forma compartimentalizada, por ocorrerem em parte
róbia (realizada na ausência do oxigênio). na matriz parte junto às cristas.
RESPIRAÇÃO AERÓBIA

SCIENCE PHOTO LIBRARY – SPL/SCIENCE PHOTO


LIBRARY – SPL/FOTOARENA
A respiração aeróbia refere-se aos processos bio-
químicos que envolvem oxigênio nas reações com o
objetivo de adquirir energia pela degradação completa
da glicose. Esse processo diferencia-se da respiração
anaeróbia por, além de utilizar o oxigênio proveniente
do ambiente, produzir como saldo final 36 ou 38 ATP.
Observe a equação geral da respiração aeróbia:

C6H12O6 1 6 O2 1 →
→ 6 CO2 1 6 H20 1 energia

Em organismos eucariotos, a respiração aeróbia


ocorre no hialoplasma e nas mitocôndrias. Já em se-
res procariotos irá acontecer no citosol, resultando
em 38 ATP. Micrografia eletrônica de transmissão com a representação esquemática
da estrutura de uma mitocôndria. Aumento desconhecido.
Mitocôndrias e a respiração aeróbia
As mitocôndrias estão presentes em uma das eta- ETAPAS DA RESPIRAÇÃO AERÓBIA
pas da respiração aeróbica. Elas são organelas encon- A respiração aeróbia divide-se em quatro etapas:
tradas nas células eucarióticas, variando entre 1 000 e glicólise, formação do Acetil CoA (ou etapa interme-
50 000 por célula. Possuem ribossomos, DNA próprio diária), ciclo de Krebs e cadeia respiratória.

Respiração aeróbia

CO2 CO2 O2
H2O

e- 1 H1

3 4
1 2 Cadeia
Formação Ciclo de transportadora
Glicose Glicólise Piruvato Acetil CoA Krebs NADH; FADH2
de de elétrons e
Acetil CoA fosforilação

Material exclusivo para professores2 ATP

NADH NADH
2 ATP

Mitocôndria
32 ou 34
ATP

conveniados ao Sistema de Ensino


Visão geral das etapas da respiração aeróbia, enfatizando os locais onde cada uma delas ocorre. A glicólise ocorre no hialoplasma, enquanto a formação
de Acetil CoA e o ciclo de Krebs ocorrem na matriz mitocondrial e a cadeia respiratória ocorre nas cristas mitocondriais. Elementos representados fora da
escala de tamanho. Cores fantasia.

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172 10 – Material do Professor

Glicólise
BIOLOGIA 1A

No hialoplasma ou no citosol acontece a quebra da molécula de glicose (com-


posta de 6 carbonos), dando origem a duas moléculas de piruvato ou ácido pirúvico
(compostas de 3 carbonos cada uma) e quatro moléculas de ATP. O resultado desse
processo é duas moléculas de ATP (visto que dois ATP são consumidos para iniciar a
reação) e átomos de hidrogênio ricos em energia, que serão recolhidos pelo cofator
NAD, transformando-se em NADH2. A representação dessa fase é demonstrada na
equação abaixo:

C6H12O6 1 2 ATP → 2 piruvato 1 2 ATP 1 2 NADH2

Os piruvatos são essenciais no metabolismo celular, já que podem ser usados


tanto nos processos aeróbios como nos anaeróbios. O oxigênio é o fator determi-
nante de qual via o piruvato seguirá. Em condições aeróbias, o piruvato é degradado
em CO2 e H2O na respiração. Já na ausência de oxigênio, é parcialmente degradado
durante a fermentação.

FASE INTERMEDIÁRIA: FORMAÇÃO DO ACETIL CoA


Na fase intermediária estabelecida entre a glicólise e o ciclo de Krebs, o piruvato
originado entra na matriz mitocondrial e é transformado em acetil, reagindo com a
coenzima A (CoA-SH), formando Acetil CoA (uma molécula de 2 carbonos). Durante
esse processo, são liberadas uma molécula de CO2 e uma de hidrogênio (ligado a
NADH2). Observe a equação abaixo.

Acetil 1 CoA 1 NAD1 → Acetil CoA 1 NADH 1 CO2 1 H1

Ciclo de Krebs
O ciclo de Krebs é também conhecido como ciclo do ácido cítrico. Nesta etapa,
o Acetil CoA formado na etapa intermediária combina-se com o oxalacetato (com-
posto de 4 carbonos) na matriz mitocondrial, dando origem ao citrato e liberando a
coenzima A. Ao longo do ciclo, o citrato perde carbonos, produzindo CO2 e moléculas
de hidrogênio. Estes últimos são captados por NAD e FAD. Por fim, o composto de
4 carbonos é formado novamente, reiniciando o ciclo.
Ao final, são formadas duas moléculas de ácido pirúvico; portanto, o rendimento
geral dessa etapa é de 2 moléculas de ATP. Além disso, são liberados CO2, ATP,
NADH2 e FADH2.

Acetil CoA
2C
CoA

Composto de Citrato
4C 6C

NADH 1 H1

FADH2 CO2

ATP NADH 1 H1

Material exclusivo para professores


4C 5C

CO2

conveniados ao Sistema de Ensino


NADH 1 H1

Esquema que representa o Acetil CoA se combinando como oxalacetato


e dando início ao ciclo de Krebs.

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11 – Material do Professor 173

Cadeia respiratória

BIOLOGIA 1A
Esta etapa, também conhecida como cadeia transportadora de elétrons, ocorre
nas cristas mitocondriais e é basicamente o estágio em que os hidrogênios trans-
portados por NAD1 e FAD1 se unem ao oxigênio, produzindo moléculas de água e
ATP. À medida que as moléculas de hidrogênio são transferidas ao longo da cadeia
respiratória, ocorre liberação de elétrons excitados, os quais são captados por vários
transportadores intermediários (proteínas) denominados citocromos. Na passagem
de elétrons pela cadeia respiratória, há liberação de energia suficiente para que uma
molécula de ADP se ligue a mais um fosfato, originando um ATP. Por conta disso,
esse processo é chamado de fosforilação oxidativa.

NADH2 ATP

FAD
2H1
2e

Citocromo b
ATP
2e

Nível Citocromo c
energético 2e

Citocromo a ATP
2e

Citocromo a3
2e

O H2O

As moléculas de NADH e FADH2 dispensam os hidrogênios dentro das cristas mitocondriais, que liberam elétrons
excitados. Estes são transferidos através dos citocromos, produzindo energia para a síntese de ATP.

A cadeia respiratória pode ser comparada a uma cachoeira: à medida que os


elétrons passam pelos citocromos, vão liberando energia; da mesma forma, a água
possui grande energia no início da queda e, ao final, possui baixa energia potencial.
Ao final da passagem pelos componentes da cadeia respiratória, os elétrons são
recolhidos junto aos íons H1 pelo oxigênio, formando moléculas de água.

2e 1 2 H 1 1 ½ O 2 → H 2O

O oxigênio em questão é proveniente do ambiente e é o aceptor final de hidro-


gênio. A falta de oxigênio impede que os elétrons sejam removidos do complexo
de citocromos, cessando a produção de ATP e, consequentemente, promove morte
celular. O cianeto é um veneno poderoso que se liga aos citocromos, estabilizando
os elétrons em trânsito, promovendo o mesmo efeito que a falta de oxigênio.

BALANÇO ENERGÉTICO DA RESPIRAÇÃO AERÓBIA


Ao longo das etapas da respiração aeróbia, foram produzidas diretamente
2 moléculas de ATP na etapa da glicólise, bem como no ciclo de Krebs, totalizando
4 moléculas de ATP. Cada molécula de NADH2 libera energia suficiente para formar 3
moléculas de ATP, assim como cada molécula de FADH2 libera energia para produzir
2 moléculas de ATP.
Na glicólise, foram produzidas 2 moléculas de NADH2, que posteriormente pro-

Material exclusivo para professores


duzem 6 ATP na cadeia respiratória, bem como na etapa intermediária, totalizando
12 moléculas de ATP.
No ciclo de Krebs, são produzidas 6 moléculas de NADH2, que posteriormente
produzem 18 moléculas de ATP. Além disso, são produzidas 2 moléculas de FADH2,

conveniados ao Sistema de Ensino


que posteriormente produzem 4 ATP. Dessa forma, são produzidos ao todo 38 ATP.
Entretanto, algumas células eucarióticas como as da musculatura esquelética
humana e algumas do cérebro, têm como saldo energético o total de 36 ATP por

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174 12 – Material do Professor

molécula de glicose degradada. Isso acontece devido a um mecanismo relacionado


à entrada de NADH na mitocôndria, no qual há gasto de 1 ATP por NADH. Como
BIOLOGIA 1A

são 2 NADH produzidos na glicólise por molécula de glicose, o fasto total é de


2 ATP. Por isso, dependendo da célula eucariótica, o saldo total de ATP pode ser de
36 ou 38 ATP.

Balanço energético da respiração aeróbia

ATP na
Saldo
Etapa Produz Gasta Ocorrência cadeia
(ATP)
respiratória
4 ATP 2 ATP 1 vez - 2
Glicólise
2 NADH2 1 vez 3 ATPs 6
Formação do
1 NADH2 - 2 vezes 3 ATPs 6
acetil

Ciclo de 3 NADH2 - 2 vezes 3 ATPs 18


Krebs e
1 FADH2 - 2 vezes 2 ATPs 4
cadeia
respiratória 1 ATP - 2 vezes - 2
Total 38

LEITURA COMPLEMENTAR
A glicose é uma molécula de carboidrato de suma importância para o processo de
respiração aeróbia. Entretanto, as proteínas também podem ser utilizadas como fonte
de energia, bem como as gorduras.
Durante a digestão, as proteínas são quebradas em diversos aminoácidos, que serão
utilizados na produção de outras proteínas. Contudo, se houver um excesso de in-
gestão de proteínas, haverá um excesso de aminoácidos, de maneira que eles serão
convertidos em ácido pirúvico por meio de enzimas, ou em produtos intermediários
do ciclo de Krebs.
As gorduras, durante a digestão, são quebradas em ácidos graxos e glicerol. Este último é
convertido em um produto intermediário da etapa da glicólise, sendo utilizado na respi-
ração aeróbia. Além disso, os ácidos graxos também são convertidos em substâncias que
participam do ciclo de Krebs.
Nas etapas da respiração aeróbia os carboidratos, as proteínas e os lipídios estão presentes,
como mostra o quadro. .

Respiração
Glicólise Ciclo de Krebs
aeróbica
Carboidratos Glicose –

Proteínas Aminoácidos Aminoácidos

Lipídios Glicerol Ácidos graxos

Material exclusivo para professores


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13 – Material do Professor 175

ROTEIRO DE AULA

BIOLOGIA 1A
Respiração celular

Presença de O2 Ausência de O2

C6H12O6 + 6 O2 → 6 CO2 + 6 H2O + energia


Equação Aeróbia Anaeróbia
geral

Gasto em Saldo em
Etapas: Local: Produz:
ATP: ATP:

Glicólise Hialoplasma 4 ATPs 2 ATPs 2 ATPs

Formação do Matriz 1 NADH2 0 ATP 6 ATPs


Acetil CoA mitocondrial

3 NADH2
Ciclo de Krebs Matriz 0 ATP 24 ATPs
1 FADH2

Material exclusivo para professores mitocondrial


1 ATP

conveniados ao Sistema de Ensino


Cadeia
respiratória
Cristas mitocondriais

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176 14 – Material do Professor

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
BIOLOGIA 1A

1. Uema – A maioria dos seres vivos obtém energia ne- b) No citoplasma ocorrem o ciclo de Krebs e a glicólise.
cessária para a realização de seus processos vitais por c) Nas cristas mitocondriais, local que ocorre a cadeia res-
meio da quebra da molécula de glicose. A energia li- piratória, temos a transferência dos hidrogênios trans-
berada resultante dessa degradação é tão grande que portados pelo NAD e pelo FAD, formando água e ATP.
mataria a célula se fosse realizada de uma única vez. d) O ciclo de Krebs ocorre também nos processos anae-
Essa degradação ocorre em etapas denominadas róbios, enquanto nas etapas da respiração a glicólise
a) glicólise, ciclo do ácido cítrico e cadeia respiratória. é uma rota metabólica que só ocorre nos processos
b) cadeia respiratória, ciclo do ácido cítrico e glicose. aeróbios.
c) gliconeogênese, glicólise e ciclo do ácido cítrico. e) Uma molécula de glicose é quebrada em duas molé-
culas de ácido pirúvico no ciclo de Krebs.
d) glicose, gliconeogênese e cadeia respiratória.
A alternativa A está incorreta porque a glicólise não utiliza O2.
e) ciclo do ácido cítrico, glicose e glicólise. A alternativa B está incorreta porque o ciclo de Krebs ocorre na
matriz mitocondrial. A alternativa D está incorreta porque essa
As etapas da respiração aeróbia são: glicólise, ciclo do ácido
etapa ocorre apenas em processos aeróbios, enquanto a glicó-
cítrico (ou ciclo de Krebs) e cadeia respiratória.
lise ocorre em processos aeróbios e anaeróbios. A alternativa E
está incorreta porque esse processo ocorre durante a glicólise.
2. UFRGS – A mitocôndria é uma organela da célula euca-
5. Udesc – Assinale a alternativa correta quanto à respi-
riótica. Considere as seguintes afirmações sobre essa
ração celular.
organela.
a) Uma das etapas da respiração celular aeróbia é a
I. A membrana interna forma pregas, possibilitando
glicólise, ocorre na matriz mitocondrial e produz
o aumento da superfície que contém proteínas e
Acetil CoA.
enzimas da cadeia respiratória.
b) A respiração celular aeróbia é um mecanismo de que-
II. A membrana externa apresenta aceptores que par-
bra de glicose na presença de oxigênio, produzindo
ticipam da glicólise.
gás carbônico, água e energia.
III. Ela está presente em abundância nas células do te-
c) O ciclo de Krebs é uma das etapas da respiração
cido muscular estriado esquelético.
celular, ocorre no citoplasma da célula e produz duas
Quais estão corretas? moléculas de ácido pirúvico.
a) Apenas I. d) A etapa final da respiração celular é a glicólise, ocorre
na membrana interna da mitocôndria e produz três
b) Apenas II.
moléculas de NADH2, uma molécula de FADH2 e uma
c) Apenas I e III. molécula de ATP.
d) Apenas II e III. e) A cadeia respiratória é a etapa final da respiração
e) I, II e III. celular e ocorre no citoplasma da célula, produzindo
A afirmativa I está correta porque de fato as mitocôndrias pos-
glicose e oxigênio.
suem “pregas”, denominadas cristas, e nelas é realizada a etapa A alternativa A está incorreta porque a glicólise produz ácido
de cadeia respiratória. A afirmativa II está incorreta porque não pirúvico. A alternativa C está incorreta porque ocorre na matriz
necessita de aceptores na etapa da glicólise, uma vez que essa mitocondrial e produz NADH2, FADH2, CO2 e ATP. A alternativa D
etapa se dá pela quebra da molécula de glicose, originando está incorreta porque a etapa final é a cadeia respiratória, pro-
ácido pirúvico. A afirmativa III está correta porque esse tecido duzindo ATPs a partir de NADH2 e FADH2 oriundos das etapas
é o principal componente muscular no corpo dos organismos, anteriores. A alternativa E está incorreta porque essa etapa
responsável pela maioria dos movimentos e necessita de grande ocorre nas cristas mitocondriais e produz ATP e água.
quantidade de energia para realizá-los.

3. Uerj (adaptada) – As células musculares presentes nas 6. Sistema Dom Bosco – Existe uma etapa da respira-
asas das aves migratórias possuem maior concentra- ção aeróbia comum à respiração anaeróbia, realizada
ção de determinada organela, se comparada às células no hialoplasma celular. Cite e explique o que ocorre
musculares do restante do corpo. Esse fato favorece a nessa etapa.
utilização intensa de tais membros por esses animais.
Cite que organela é essa e explique como ela pode A etapa comum entre respiração aeróbia e anaeróbia é denominada
favorecer a intensa utilização muscular.
A organela é a mitocôndria e ela pode favorecer a intensa atividade glicólise. Nela, a molécula de glicose é quebrada, originando duas

muscular nas asas por ser responsável pela produção de energia atra- moléculas de ácido pirúvico, duas moléculas de NADH2 e 4 molé-

vés da respiração aeróbia celular, gerando 38 ATPs por molécula de culas de ATP. Entretanto, duas moléculas de ATP são consumidas

glicose consumida. durante o processo, tendo como saldo final 2 moléculas de ATP.

Material exclusivo para professores


4. IFS (adaptada) – Visando à liberação de energia a partir
da quebra de moléculas orgânicas complexas, temos
a respiração aeróbia que se processa em três etapas
distintas: glicólise, ciclo de Krebs e cadeia respiratória.

conveniados ao Sistema de Ensino


Com relação a essas etapas, indique a alternativa correta:
a) Durante a glicólise, ocorre no citoplasma a utilização
de O2.

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15 – Material do Professor 177

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

BIOLOGIA 1A
7. IFTO – Na cadeia respiratória, há transferência de elétrons de um citocromo para outro,
esse processo implica a liberação de energia. Por quem é capturada essa energia? E
quem é o aceptor final de elétrons?
a) Pelo ADP; o NAD.
b) Pelo ATP; o FAD.
c) Pelo ATP; o oxigênio.
d) Pelo ADP; o oxigênio.
e) Pelo ATP; o NAD.

8. UEL-PR – Pode-se considerar a organização e o funcionamento de uma célula eucarió-


tica animal de modo análogo ao que ocorre em uma cidade. Desse modo, a membrana
plasmática seria o perímetro urbano e o citoplasma, com suas organelas, o espaço
urbano. Algumas dessas similaridades funcionais entre a cidade e a célula correspon-
deriam às vias públicas como sendo o retículo endoplasmático, para o transporte e a
distribuição de mercadorias; os supermercados como sendo o complexo golgiense,
responsável pelo armazenamento de mercadorias, e a companhia elétrica como sen-
do as mitocôndrias, que correspondem à usina de força da cidade. Pode-se, ainda,
considerar que a molécula de adenosina trifosfato (ATP) seja a moeda circulante para
o comércio de mercadorias.

Assinale a alternativa que justifica, corretamente, a analogia descrita para as mito-


côndrias.
a) Absorção de energia luminosa utilizada na produção de ATP.
b) Armazenamento de ATP produzido da energia de substâncias inorgânicas.
c) Armazenamento de ATP produzido na digestão dos alimentos.
d) Produção de ATP a partir da oxidação de substâncias orgânicas.
e) Produção de ATP a partir da síntese de amido e glicogênio.

9. Unifor-CE

GLICOSE
Etapa A

PIRUVATO Etapa B

Etapa C

H2O
O2

Observando o esquema acima, avalie as afirmações que se seguem:


I. A etapa anaeróbica do processo de degradação da glicose, que acontece no citosol.
II. A maior parte do NADH é produzida no interior da mitocôndria durante a etapa B.
III. A síntese da maior parte do ATP está acoplada à redução das moléculas de NADH
e FADH2, que se transformam em NAD1 e FAD, respectivamente, e ocorre durante
a etapa B.
IV. A etapa C ocorre nas cristas mitocondriais e produz maior quantidade de ATP do
que a etapa B.
É correto apenas o que se afirma em:

Material exclusivo para professores


a) I e II
b) I e III
c) II e IV

conveniados ao Sistema de Ensino


d) I, II e IV
e) II, III e IV

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178 16 – Material do Professor

10. UPF-RS (adaptada) – Considere a figura abaixo, a qual representa, de forma esque-
BIOLOGIA 1A

mática, um importante processo da fisiologia celular. Com base na análise da figura,


cite e explique o que acontece na etapa 3.
glicose

ETAPA 1 2 NADH 4 ATP


2 E
ATP
2 piruvato T
A
2 P 6 ATP
2 Acetil CoA NADH
A

2CO2
6 NADH 3 18 ATP

2 ETAPA 2
ATP
2 FADH2 4 ATP
4CO2
O2 H2O

Disponível em: <http://epartfoliosusana.webnode.pt/>. Acesso em: 16 abr. 2014.

11. UEM-PR – A liberação de energia a partir da quebra de moléculas orgânicas complexas


compreende basicamente três fases: glicólise, ciclo de Krebs e cadeia respiratória.
Sobre esse assunto, assinale o que for correto.
01) Na cadeia respiratória, que ocorre nas cristas mitocondriais, o NADH e o FADH2 fun-
cionam como transportadores de íons H1.
02) A glicólise é um processo metabólico que só ocorre em condições aeróbicas,
enquanto o ciclo de Krebs ocorre também nos processos anaeróbicos.
04) Nas células eucarióticas, a glicólise ocorre no citoplasma, enquanto o ciclo de
Krebs e a cadeia respiratória ocorrem no interior das mitocôndrias.
08) No ciclo de Krebs, uma molécula de glicose é quebrada em duas moléculas de
ácido pirúvico.

12. UFPR – A figura abaixo representa o transporte de elétrons (e–) pela cadeia respiratória
presente na membrana interna das mitocôndrias. Cada complexo possui metais que
recebem e doam elétrons de acordo com seu potencial redox, na sequência descrita.
Caso uma droga iniba o funcionamento do citocromo C (cit. c), como ficarão os estados
redox dos componentes da cadeia?
cit. c
e-
3

4
xo

xo
ple
o1

ple
m

m
plex

Co

Co

e–
Com

UQ
e–

e- 2x

NADH 1 H1 NAD1
2 H1 1 ½ O2 H2O

Complexo 1 Ubiquinona (UQ) Complexo 3 Complexo 4


a) reduzido reduzido reduzido oxidado

Material exclusivo para professores


b) reduzido reduzido neutro oxidado
c) oxidado oxidado reduzido reduzido

conveniados ao Sistema de Ensino


d) oxidado oxidado neutro reduzido
e) oxidado oxidado oxidado neutro

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17 – Material do Professor 179

13. PUC-PR – Leia o fragmento de texto a seguir:

BIOLOGIA 1A
Mars One: já há quem saiba como produzir água e oxigênio em Marte.
Os primeiros colonos da Mars One deverão sobreviver no planeta vizinho suportados por
sistemas que geram oxigênio a partir da eletrólise e produzem água recorrendo a compo-
nentes existentes no solo marciano.
As naves do consórcio Mars One só deverão partir para Marte depois de 2023 – e pelo
meio ainda haverá um reality show para a seleção da primeira colônia humana e recolha
de fundos. As previsões do consórcio holandês apontam para o envio de 24 a 40 pessoas
para o planeta vizinho. O que coloca a questão: como vão viver estas pessoas se algu-
ma vez chegarem a Marte? A resposta à questão já começou a tomar forma: a empresa
Paragon, que havia sido previamente selecionada pelo consórcio Mars One, acaba de dar
a conhecer as linhas mestras de uma solução conhecida como Controle Ambiental do
Habitat de Superfície e Sistema de Suporte à Vida (ECLSS) que terá como objetivo prover
os primeiros colonos de Marte com água e oxigênio a partir de recursos existentes em
Marte ou que derivam da atividade humana enquanto se encontra no denominado plane-
ta vermelho. A Paragon aproveitou a experiência ganha, durante as duas últimas décadas,
no desenvolvimento de suporte da vida humana em ambientes inóspitos para delinear
uma solução composta por cinco módulos – que recriam o ciclo da água e do oxigênio.
Entre os módulos essenciais figura o Sistema de Gestão da Atmosfera (AMS), que tem por
objetivo a produção de oxigênio através da eletrólise da água. Este módulo também estará
apto a detectar incêndios e compostos nocivos, bem como a proceder à monitorização do
dióxido de carbono. A produção de oxigênio será seguramente uma das preocupações
prioritárias para o ambicioso projeto de instalação de uma colônia em Marte, mas não
poderá funcionar sem o apoio de outros módulos. A água usada na eletrólise (que produ-
zirá o oxigênio) será produzida por um Sistema de Processamento de Recursos (ISRPS) a
partir dos componentes existentes no solo marciano. O ISRPS deverá ainda assegurar a
produção de nitrogênio e argônio a partir da atmosfera marciana.
Disponível em: <http://exameinformatica.sapo.pt/noticias/ciencia/2015-07-01-Mars-One-ja-ha-quem-
-saiba-como-produzir-agua-e-oxigenio-em-Marte&gt;. Acesso em: nov. 2018.

Imagine que, pelas condições do planeta, a produção que será feita não seja exata-
mente de oxigênio, mas de um elemento análogo. Se esse elemento conseguisse
ser utilizado pelo corpo, na mitocôndria, ele seria usado para formação de água e,
portanto, seria detectado:
a) no ciclo de Krebs.
b) na glicólise.
c) no ciclo de Calvin.
d) na cadeia respiratória.
e) na fase de Hill.

14. USC (adaptado) – A energia que movimenta e mantém a vida no planeta é o ATP,
a moeda energética. A maioria dos seres vivos produz ATP por meio da respiração
celular. Observe o quadro abaixo que representa o balanço energético de uma res-
piração aeróbia.

ATP na
Saldo
Etapa Produz Gasta Ocorrência cadeia
(ATP)
respiratória
4 ATP I 1 vez – 2 ATP
Glicólise
2 NADH2 – 1 vez II 6 ATP
Ciclo de
1 ATPs – 2 vezes – 2 ATP
Krebs
1 NADH2 – III 3 ATP 6 ATP

Material exclusivo para professores


Cadeia
3 NADH2 – 2 vezes 3 ATP 18 ATP
respiratória
1 FADH2 – 2 vezes 2 ATP IV ATP
Total V ATPs

conveniados ao Sistema de Ensino Fonte: MAZZOCO, A. TORRES, B. Bioquímica básica. 2. ed.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. p. 154. (Adaptado).

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180 18 – Material do Professor

Preencha corretamente os itens I, II, III, IV e V, respectivamente.


BIOLOGIA 1A

15. IFTM-MG – O texto seguinte refere-se ao incêndio ocorrido em uma casa noturna no Brasil.

Incêndio na Boate Kiss


Incêndio na boate Kiss foi um evento não intencional que matou 242 pessoas e feriu 116 ou-
tras em uma discoteca da cidade de Santa Maria, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul. O
incêndio ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013 e foi causado pelo acendimento
de um sinalizador por um integrante de uma banda que se apresentava na casa noturna. [...]
O cianeto, apontado por um laudo técnico como a causa da morte dos estudantes, é uma
substância encontrada na natureza e também é um produto da atividade humana. Dentre
seus usos caseiros e industriais, estão: fumigar navios e edifícios, esterilizar solos, metalurgia,
polimento de prata, inseticidas, venenos para ratos etc. A população está exposta por causa
da fumaça dos automóveis, dos gases liberados pelas incineradoras e, também, pela fumaça
resultante da combustão de materiais contendo cianetos, como os plásticos. [...]
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Inc%C3%AAndio_na_boate_Kiss>.
Acesso em: nov. 2018.

O cianeto citado no texto foi apontado como a causa mortis dos estudantes, pois é
capaz de
a) combinar-se com os citocromos da cadeia respiratória, inutilizando-os para o trans-
porte de elétrons, interrompendo o fluxo de elétrons, não havendo assim liberação
de energia, o que leva à morte da célula.
b) ligar-se irreversivelmente com o oxigênio molecular antes que ele chegue nos
tecidos, levando-os à falência múltipla, caracterizando assim, a morte do indivíduo.
c) reagir com o gás carbônico e oxigênio, covalentemente, e mesmo que seja reversí-
vel esta reação, dependendo da dose de cianeto, o indivíduo é conduzido à morte.
d) agir como catalizador na reação entre a água e o gás carbônico, produzindo o ácido
carbônico, e sendo um ácido forte tem-se uma acidose sanguínea com consequente
morte dos indivíduos.
e) participar de reações de hidrólise da água, na reação de Hill, que é uma das etapas
da respiração celular, o que leva à produção de hidrogênio com elevação da acidez
sanguínea, produção de ácido lático, câimbra e asfixia.

16. UFU-MG – O gráfico abaixo mostra o fluxo de entrada em uma célula de uma molé-
cula Q em função do gasto de ATP em condições normais (N) e depois da inibição da
respiração mitocondrial (I).
Analisando atentamente o gráfico apresentado, pode-se inferir que
a) em baixas concentrações intrace-
lulares de ATP o transporte de Q
está em equilíbrio.
N
Fluxo de Q

b) a inibição mitocondrial só apresenta


efeito em baixo fluxo de Q.
c) a entrada de Q requer o metabo-
lismo energético mitocondrial.
I
d) a saída de Q é diretamente pro-

Material exclusivo para professores


porcional ao consumo de ATP.
e) a m o l é c u l a Q c o r r e s p o n d e Gasto de ATP
a glicose.

conveniados ao Sistema de Ensino


17. Uerj (adaptada) – O ciclo de Krebs, que ocorre no interior das mitocôndrias, é um
conjunto de reações químicas aeróbias fundamental no processo de produção de
energia para a célula eucarionte. Ele pode ser representado pelo seguinte esquema:

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19 – Material do Professor 181

BIOLOGIA 1A
Acetil CoA
2C
CoA

Composto de Citrato
4C 6C

NADH 1 H1

FADH2 CO2

ATP NADH 1 H1

4C 5C

CO2
NADH 1 H1

Admita um ciclo de Krebs que, após a entrada de uma


única molécula de Acetil CoA, ocorra normalmente a
etapa de produção do fumarato. Ao final da passagem
dos produtos desse ciclo pela cadeia respiratória, qual
será a quantidade total de energia produzida, expressa
em adenosinas trifosfato (ATP)?

ESTUDO PARA O ENEM


18. Enem C5-H17 consumidor. Nas células, esse gerenciamento é feito com o
Normalmente, as células do organismo humano realizam uso de uma determinada molécula. Agora mesmo, quando
a respiração aeróbica, na qual o consumo de uma molé- você move o dedo para passar essa página, os músculos
cula de glicose gera 38 moléculas de ATP. Contudo, em de seu dedo estão tirando um pouco de energia dessas
condições anaeróbicas, o consumo de uma molécula de moléculas que estão por perto e usando essa energia para
glicose é capaz de gerar apenas duas moléculas de ATP. contrair as fibras, produzindo o movimento. O mesmo
acontece com qualquer outro processo biológico que use
1
40 energia – isto é, todos!
2
3 Disponível em: <http://www.seara.ufc.br/donafifi/mitocondrias/
mitocondrias04.htm>. Acesso em: nov. 2018.
(unidades arbitrárias)
Consumo de glicose

4
A molécula em questão se trata
20 a) do ATP.
b) do acetil CoA.
c) da glicose.
5 d) dos citocromos.
0 e) do ácido cítrico.
7 14 21 28 35 42
Concentração de oxigênio 20. Sistema Dom Bosco C5-H17
(unidades arbitrárias)
A respiração aeróbia é fundamental na manutenção
Qual curva representa o perfil de consumo de glicose, bioenergética dos organismos. Pode-se comparar as
para manutenção da homeostase de uma célula que ini- células eucarióticas com uma cidade, em que o hia-
cialmente está em uma condição anaeróbica e é subme- loplasma é o interior e a membrana plasmática é a
tida a um aumento gradual da concentração de oxigênio? delimitação da cidade, suas organelas são o espaço
a) 1 d) 4 urbano e as mitocôndrias são a companhia elétrica.
Com base nessa analogia, onde ocorrem a glicólise,
b) 2 e) 5
a formação do acetil CoA, o ciclo do ácido cítrico e a
c) 3 cadeia respiratória, respectivamente?

Material exclusivo para professores


19. Sistema Dom Bosco C5-H17 a) No perímetro urbano e na delimitação da cidade.
Em qualquer situação prática, trocas de energia precisam b) No perímetro urbano e na companhia elétrica.
ser feitas de forma organizada para evitar perdas. Para
c) No interior da cidade e na companhia elétrica.
isso, usamos pilhas, baterias, caixas de água, represas, fios

conveniados ao Sistema de Ensino


elétricos, enfim, um monte de esquemas para organizar a d) No interior da cidade e no perímetro urbano.
produção e o transporte da energia da fonte de geração ao e) Na companhia elétrica e na delimitação da cidade.

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18
182
BIOLOGIA 1A 20 – Material do Professor

RESPIRAÇÃO ANAERÓBIA

O pão é o alimento mais popular do mundo, e quase todas as sociedades têm


alguma receita própria que envolva esse alimento. Os primeiros registros da produ-
• Respiração anaeróbia ção de pães datam de seis mil anos, na região de Mesopotâmia (atual Iraque). Os
• Comparação entre pães eram feitos com uma mistura seca, dura e amarga à base de farinha de trigo,
respiração aeróbia, difundida em diferentes civilizações.
respiração anaeróbia e Ao chegar ao Egito, a receita do pão foi modificada e aprimorada. Os egípcios
fermentação perceberam que, ao misturar a massa velha à massa nova, formavam-se bolhas e,
assim, o pão crescia. Apesar de não saber o motivo desse fenômeno, inventaram,
HABILIDADES por assim dizer, a primeira técnica de fermentação.
• Identificar as Foi somente em 1674 que o cientista Anton van Leeuwenhoek (1632-1723) criou o
transformações de energia primeiro microscópio, com o qual fez as primeiras observações dos microrganismos.
no metabolismo celular. Mais tarde, Louis Pasteur (1822-1895) investigou os microrganismos responsáveis
• Reconhecer respiração pelo crescimento dos pães, as leveduras (em latim, levar e, que significa crescer).
anaeróbia e fermentação Popularmente, ficaram mais conhecidas como fermento, já que são as responsáveis
como processos do por fermentar a massa do pão.
metabolismo celular Na fermentação, as leveduras alimentam-se do açúcar presente nos carboidratos
energético.
da massa do pão. Durante esse processo, ocorre a liberação de álcool e gás carbô-
• Identificar os principais nico, que acarreta a formação das bolhas do pão e o aumento de seu volume. Ao
organismos capazes de assar, o álcool evapora, mas os outros compostos orgânicos produzidos durante as
realizar fermentação.
fermentações permanecem, dando sabor e aroma à massa.
• Diferenciar as respirações
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aeróbia e anaeróbia.
• Compreender a
importância do processo
de fermentação para a
indústria e a economia.

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21 – Material do Professor 183

Respiração anaeróbia

BSIP/UIG/GETTY IMAGES

BIOLOGIA 1A
A respiração anaeróbia (do grego an = sem, aeros
= ar e bios = vida) é aquela na qual não há presença
de oxigênio. Os seres anaeróbios obtêm energia por
meio da oxidação (quebra) de moléculas orgânicas,
liberando íons H1. Como o oxigênio está ausente para
formar moléculas de água, quando se une aos íons
H1, pode ocorrer acidificação do citosol. Para que isso
não aconteça, certas substâncias se transformam em
aceptoras finais dos íons H1.
Ilustração de Clostridium tetani, agente causador do tétano, é um
Algumas bactérias conseguem quebrar as molécu- organismo anaeróbio estrito. O tamanho médio de cada célula é de 0,3
las orgânicas nessas condições de forma semelhante por 0,8 μm. Cores fantasia.
à respiração aeróbia. No entanto, vale ressaltar que os
LEITURA COMPLEMENTAR
aceptores finais dos íons H1 são compostos inorgâni-
cos, como o sulfato (SO422), nitrato (NO32) e o carbonato A fermentação pode ter vários significados dependendo
(CO322), sendo retirados por eles do meio intracelular, da área de estudo. Em Bioquímica, por exemplo, ela é
evitando que haja acidose no protoplasma. É impor- definida como o processo em que ocorre degradação
tante lembrar que a respiração anaeróbia realizada por de alimentos por meio de microrganismos, produzindo
bebidas alcoólicas e laticínios. Na indústria, a fermenta-
bactérias que utilizam nitrato e sulfato como aceptores
ção ocorre na ausência de oxigênio, também por meio
finais é essencial para os ciclos do nitrogênio e do
da ação de microrganismos. Em termos científicos, esse
enxofre existentes na natureza.
processo pode ter dois significados, como segue.
A produção de ATP durante a respiração anaeró-
1. Processo que libera energia em condições anae-
bia pode variar dependendo do microrganismo que a
róbias.
realiza e da via metabólica. Em geral, a produção de
ATP é muito baixa quando comparada à respiração 2. Todo processo bioquímico que libera energia
aeróbia. Por conta disso, seres anaeróbios tendem proveniente de carboidratos ou de qualquer
molécula orgânica sem a necessidade de oxigê-
a crescer mais lentamente do que os seres aeró-
nio, utilizando uma molécula inorgânica como
bios. Assim, esse processo pode ser visto como um
aceptor final de elétrons.
fator limitante, pois atua no controle populacional
Esta última definição é a adotada neste módulo.
desses organismos.

FERMENTAÇÃO Existem também os organismos anaeróbios fa-


Ao longo da história, o ser humano aprendeu como cultativos, que realizam a fermentação quando não há
oxigênio, e a respiração aeróbia, quando há. É o caso
os microrganismos transformam a matéria orgânica por
de diversas bactérias e fungos, como a Saccharomyces
meio dos processos fermentativos. Assim surgiu a bio-
cerevisiae (levedura).
tecnologia das fermentações, utilizada nas indústrias
alimentícias farmacêuticas e na produção de combus-

MEDISCAN / ALAMY STOCK PHOTO


tível, como o álcool etílico.
A fermentação é um processo anaeróbio que
ocorre no citosol. Basicamente, os hidrogênios li-
berados são recolhidos por compostos orgânicos
derivados da degradação da glicose. Esse processo
ocorre em fungos, bactérias e nas células muscu-
lares de vertebrados, como os humanos, em si-
tuações de contração intensa, em que é gerado o
ácido lático.
As bactérias fermentadoras que se localizam em

Material exclusivo para professores


regiões onde a concentração de oxigênio é próxima
a zero são denominadas anaeróbios estritos, como
As leveduras (Saccharomyces cerevisiae) são exemplos de organismos
o Clostridium tetani, causador do tétano. Para esses anaeróbios facultativos. Micrografia eletrônica de varredura. Aumento de
seres vivos, o gás oxigênio é letal. 3 000x. Cores fantasia.

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184 22 – Material do Professor

O processo de fermentação inicia-se com a glicóli- LEITURA COMPLEMENTAR


BIOLOGIA 1A

se, quando a molécula de glicose é quebrada em duas


moléculas de piruvato, liberando duas moléculas de ATP A produção de pão e vinho e a história
(fase comum à respiração aeróbia e à respiração anaeró- O vinho existe desde aproximadamente 5000 a.C. A be-
bia, conforme descrito no módulo anterior). Em seguida, bida era produzida após o suco de uva ficar em contato
o piruvato segue a via anaeróbia e é degradado em com o ar por certo tempo. Em virtude disso, os egípcios
outras substâncias orgânicas, como o álcool etílico (na acreditavam que o deus Osíris era quem mandava a
fermentação etílica), ácido lático (na fermentação lática) bebida para tornar o povo da Terra menos sofrido, os
e ácido acético ou vinagre (na fermentação acética). gregos pensavam se tratar de um néctar enviado pelo
deus Dionísio, e os romanos acreditavam que a bebida
Fermentação alcoólica era oriunda do deus Baco.
A fermentação alcoólica é realizada principal- Mais tarde, com a criação do microscópio, foi possível
mente por bactérias e leveduras, como a espécie descobrir que tanto o pão quanto o vinho, na verdade,
Saccharomyces cerevisiae. Como produtos, são pro- eram produzidos pela ação de fungos (leveduras) que
duzidos álcool etílico, gás carbônico e ATP. viviam no ar e promoviam a fermentação ao entrar em
A principal finalidade da fermentação é a produ- contato com esses alimentos.
ção de ATP, uma vez que a degradação de moléculas O cientista francês Louis Pasteur (1822 - 1895) em seus
orgânicas gera energia. O CO 2 e o álcool etílico são estudos sobre biogênese também investigou a fermen-
eliminados da célula por serem tóxicos. tação dos alimentos, inclusive do vinho. Por acreditar
que a fermentação era o resultado da ação de micror-
Glicose → Álcool etílico 1 CO2 1 2 ATP ganismos, propôs a toeria microbiana da fermentação.
Para testá-la, analisou um pouco de suco de uva em
um microscópio e percebeu a existência de leveduras
Durante a redução do piruvato são empregados os no líquido. Depois, ferveu um pouco desse suco e
átomos de hidrogênio incorporados pelo NADH2, dando percebeu que as leveduras morriam, e o suco, con-
origem ao álcool etílico. O saldo desse processo é de sequentemente, não se transformava em vinho. Mais
2 ATP para a célula. tarde, foi descoberto que, na verdade, o açúcar pre-
sente na uva era transformado em álcool por meio da
2 NADH2 2 NAD fermentação alcoólica.
2 moléculas 2 etanol 1 2 CO2 1 2 ATP Pasteur observou que suco de uva também pode se
de piruvato tornar vinagre. Por meio de análises dessa bebida no
microscópio, ele verificou a presença de bactérias que
A cerveja é um produto da fermentação alcoólica, se multiplicavam apenas na presença de oxigênio.
produzida por meio da fermentação do suco de ceva- Com base nessas observações, Pasteur propôs, então,
da. O suco da cana-de-açúcar, fermentado e destilado, que as garrafas fossem aquecidas antes de o vinho ser
produz o álcool etílico utilizado como combustível e na depositado e, posteriormente, arrolhadas, para que a
produção de cachaça. bebida não entrasse em contato com o ar. Hoje sabe-se
O pão e o vinho também são produtos da fermen- que quando bactérias trazidas pelas moscas da fruta
tação alcoólica. Nesse caso, o CO2 produzido durante (Drosophila sp.) entram em contato com o suco, realizam
a fermentação é incorporado na massa em pequenas a fermentação acética e transformam o álcool produzi-
câmaras, provocando seu crescimento. O calor ne- do pelas leveduras em vinagre.
cessário para assar a massa faz com que as paredes
dessas câmaras enrijeçam, dando o aspecto alveolar
CANNASUE/ISTOCKPHOTO.COM

característico, e o álcool evapora.


1MORECREATIVE/ISTOCKPHOTO.COM

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conveniados ao Sistema de Ensino
Além de inventar o processo de pasteurização, Louis Pasteur
descreveu o processo que transforma o vinho em vinagre:
fermentação acética.

Dom Bosco
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23 – Material do Professor 185

Fermentação lática Outros tipos de fermentação

BIOLOGIA 1A
Na fermentação lática, são produzidas duas mo- Existem outros tipos de fermentação, mas que
léculas de ATP a cada molécula de glicose oxidada ocorrem na presença de oxigênio, a chamada fer-
por bactérias do tipo bacilo. As etapas são similares mentação aeróbia. A fermentação acética é um
à da fermentação alcoólica, com a diferença de que o exemplo desse tipo de fermentação, na qual o produ-
produto final da fermentação lática é o ácido lático e
to final é o ácido acético, também conhecido como
não ocorre descarboxilação do piruvato, ou seja, não
vinagre.
há liberação de moléculas de CO2.
O processo acontece em duas etapas: primeiro
2 NADH2 2 NAD ocorre a fermentação alcoólica, originando o álcool etí-
2 moléculas 2 moléculas lico, conforme já estudado. Em um segundo momento,
de piruvato ácido lático 1 2 ATP o álcool etílico é oxidado parcialmente por bactérias do
gênero Acetobacter, reagindo com O2. Ao final do pro-
cesso, além de o ácido acético ser produzido, também
SILVIAJANSEN/ISTOCKPHOTO.COM

são liberadas moléculas de H2O.

1a etapa:
Glicose → Álcool etílico 1 2 ATP1 CO2

2a etapa:
Álcool etílico 1 O2 → ácido acético 1 2 ATP 1 2 H2O

Queijos, coalhada e iogurtes são produtos da fermentação lática.

Ao realizar uma atividade física muito intensa, como


(C) CHERNETSKAYA | DREAMSTIME.COM

correr após meses sem se exercitar, o oxigênio torna-


-se insuficiente para sustentar a respiração aeróbia nas
células musculares e liberar a energia necessária. Assim,
para contornar essa insuficiência energética, as células
degradam parte da glicose em ácido lático por meio da
fermentação lática, que gera energia na forma de ATP,
mas também duas moléculas de ácido lático. A sensa-
ção de dor muscular, característica desse processo de
fermentação, deve-se ao acúmulo dessa substância no
interior da fibra muscular. Após encerrar a atividade físi-
ca, o ácido lático é conduzido pela corrente sanguínea ao
fígado, onde é convertido novamente em ácido pirúvico
e continua a ser degradado pela respiração aeróbia.
(C) LZF | DREAMSTIME.COM

Material exclusivo para professores O vinagre é produto da fermentação acética.

conveniados ao Sistema de Ensino As células musculares são capazes de produzir ácido lático pela fermentação
lática, o que costuma causar dores intensas nos músculos em uso.
Além do vinagre, existem outros produtos obtidos
por meio de diferentes tipos de fermentação:

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186
BIOLOGIA 2B
1A 24 – Material do Professor

Produto final da Uso industrial ou Material Tipo de


fermentação comercial inicial microrganismo

Ácido propanoico ou
Herbicida/conservante Ácido lático Bactéria
ácido propiônico

Uso farmacêutico e
Acetona e butanol Melaço Bactéria
industrial

Uso farmacêutico e
Glicerol Melaço Fungo
industrial

Uso alimentício e
Ácido cítrico Melaço Fungo
farmacêutico

Metano Combustível Ácido acético Bactéria

Sorbose Vitamina C (ácido ascórbico) Sorbitol Bactéria

Fonte: TORTORA et al. Microbiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. (Adaptado)

Comparação entre respiração aeróbia,


respiração anaeróbia e fermentação
As respirações aeróbia e anaeróbia apresentam semelhanças e diferenças. Entre
as semelhanças, obtêm energia sob a forma de ATP; apresentam a glicólise como
fase comum; são processos catabólicos e realizam várias reações de oxirredução.
Quanto às diferenças entre os processos, estão as condições de crescimento dos
organismos que os realizam; o aceptor final de elétrons; e a quantidade de energia
produzida, conforme resumido no quadro a seguir.

Número de
Processo de Condições Aceptor final moléculas de
produção de de de hidrogênio ATP produzido
energia crescimento (elétrons) por molécula
de glicose
Respiração Aerobiose O2 38
aeróbia
Anaerobiose Normalmente substâncias Variável (menor que 38,
Respiração inorgânicas (como NO3, mas maior que 2)
anaeróbia SO422, CO322)
Aerobiose ou Molécula orgânica 2
Fermentação anaerobiose
Fonte: TORTORA et al. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 137. (Adaptado)

Material exclusivo para professores


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25 – Material do Professor 187

ROTEIRO DE AULA

BIOLOGIA 1A
RESPIRAÇÃO ANAERÓBIA

Necessita de O2? Não

Degrada: Moléculas orgânicas

Libera: Elétrons

Fermentação

Glicólise

Duas etapas

Redução do piruvato

Tipos

Alcoólica
Lática

Realizada por:
Realizada por:

Leveduras Bactérias e células

musculares

Produtos

Produtos
Álcool etílico

Material exclusivo para professores


Ácido lático

CO2

conveniados ao Sistema de Ensino


2 ATP
2 ATP

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188 26 – Material do Professor

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
BIOLOGIA 1A

1. PUC-MG (adaptada) – Dois processos metabólicos 4. Sistema Dom Bosco – O vinagre é um condimento lí-
distintos estão esquematizados abaixo. quido bastante utilizado no preparo de alimentos, como
V. Glicose – piruvato – fermentação – álcool as saladas. Sabe-se que a síntese desse produto é rea-
lizada por meio do álcool, com o uso de bactérias do
VI. Glicose – piruvato – fermentação – lactato
gênero Acetobacter, que participam do processo
Analisando os processos e de acordo com seus conhe- a) por meio da respiração aeróbia.
cimentos sobre o assunto, marque a afirmativa correta.
b) ao converter o ácido pirúvico em ácido lático.
a) Em uma atividade física prolongada podem ocorrer
c) ao produzir ácido acético.
os dois processos.
d) por meio da fermentação lática.
b) O processo I pode ocorrer na produção de iogurte.
e) por meio da respiração anaeróbia alcoólica.
c) O processo II pode ocorrer na produção de coalhada. A alternativa A está incorreta porque não é realizada a respi-
d) No processo II há mais gasto de ATP para iniciar a ração. A alternativa B está incorreta porque o ácido pirúvico é
via metabólica do que em I. convertido em álcool e, posteriormente, oxidado, produzindo
o ácido acético. A alternativa D está incorreta porque se trata
A alternativa A está incorreta porque ocorrerá apenas a fermentação da fermentação acética. A alternativa E está incorreta porque a
lática. A alternativa B está incorreta porque a fermentação alcoólica é fermentação acética acontece na presença de oxigênio.
muito utilizada na produção de bebidas alcoólicas e combustíveis. Para
a produção de iogurte, é realizada a fermentação lática. A alternativa 5. Sistema Dom Bosco – A fermentação é constituída por
D está incorreta porque, em ambos os processos, há o consumo de duas etapas, sendo a primeira comum à fermentação
dois ATPs, com saldo final de mesmo valor, uma vez que, durante a lática e alcoólica. Assinale a opção que apresenta o
glicólise, são produzidas quatro moléculas de ATP.
nome da primeira etapa da fermentação, seguida de
seu produto final.
2. UnB (adaptada) – A fermentação é um dos processos
a) Glicose, ácido acético.
biológicos que a humanidade utiliza há mais tempo na
preparação de alimento. A respeito desse processo, é b) Glicólise, álcool etílico.
correto afirmar que c) Glicose, ácido lático.
a) a fermentação é um tipo de respiração que consome d) Glicólise, ácido pirúvico.
oxigênio livre. A glicólise é a primeira etapa de qualquer um dos tipos de fermentação.
b) vírus e protozoários são usados frequentemente na Basicamente, ocorre quebra da molécula de glicose em duas moléculas
fermentação industrial. de ácido pirúvico, liberando duas moléculas de ATP.

c) iogurtes e queijos são produzidos a partir da fermen- 6. Sistema Dom Bosco – Determinada molécula foi a
tação lática. engenhosa solução oferecida pela natureza e pela evolu-
d) a adenosina trifosfato (ATP), liberada durante a fer- ção para compor um sistema simples, rápido e robusto
mentação do trigo, faz com que o pão cresça. de troca de energia. Em alguns processos metabólicos,
são gerados, como, saldo final, apenas duas dessas
e) a cachaça e o álcool combustível são obtidos pela
fermentação dos açúcares presentes na uva. moléculas.
Disponível em: <http://www.seara.ufc.br/donafi fi /mitocondrias/
A alternativa A está incorreta porque a fermentação ocorre na mitocondrias04.htm>. Acesso em: nov. 2018.
ausência de oxigênio. A alternativa B está incorreta porque os
organismos utilizados na fermentação são bactérias e fungos. A
alternativa D está incorreta porque o CO 2 é liberado por meio da Identifique essa molécula e explique em quais proces-
quebra da glicose, que permite à massa do pão crescer durante sos ela pode ser produzida com esse saldo final.
a fermentação alcoólica. A alternativa E está incorreta porque a
cachaça e o álcool são provenientes da fermentação do açúcar A molécula responsável pela troca de energia é a adenosina trifosfato
presente na cana-de-açúcar.
(ATP), capaz de carregar energia em sua estrutura. Ela pode ser produ-
3. Sistema Dom Bosco – Existem organismos que não
conseguem sobreviver na presença de oxigênio e, zida com saldo final de duas moléculas nos processos de fermentação
por conta disso, desenvolveram outros métodos de
obtenção de energia. Como são denominados esses lática e fermentação alcoólica.
organismos? Cite um método de obtenção de energia
que eles desenvolveram.

Organismos que não conseguem sobreviver na presença de oxigê-

nio são denominados organismos anaeróbios estritos. Uma forma de

obtenção de energia desenvolvida por esse tipo de organismo é a

fermentação.

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27 – Material do Professor 189

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

BIOLOGIA 1A
7. Fuvest-SP Álcool etílico
A Lei 7.678 de 1988 define que “vinho é a bebida obtida
pela fermentação alcoólica do mosto simples de uva sã, Glicose piruvato Álcool lático
fresca e madura”. Na produção de vinho, são utilizadas
Álcool acético
leveduras anaeróbicas facultativas. Os pequenos produto-
res adicionam essas leveduras ao mosto (uvas esmagadas, Quando realizada pela levedura adequada, o tipo de
suco e cascas) com os tanques abertos, para que elas se re- fermentação que leva a massa do pão a inflar e tornar-
produzam mais rapidamente. Posteriormente, os tanques -se macia é aquela representada
são hermeticamente fechados. a) pela produção de ácido lático.
b) pela produção de ácido acético.
Nessas condições, pode-se afirmar, corretamente, que
c) pela produção de álcool etílico.
a) o vinho se forma somente após o fechamento dos d) pela produção de ácido pirúvico.
tanques, pois, na fase anterior, os produtos da ação
das leveduras são a água e o gás carbônico. e) pelas produções de ácidos lático e acético.
b) o vinho começa a ser formado já com os tanques 10. Sistema Dom Bosco – Existem dois tipos de processos
abertos, pois o produto da ação das leveduras, nes- bioquímicos muito importantes para os organismos, por
sa fase, é utilizado depois como substrato para a
serem suas principais fontes de energia: a respiração
fermentação.
aeróbia e a respiração anaeróbia. Entre os processos
c) a fermentação ocorre principalmente durante a que ocorrem na respiração anaeróbia, há dois tipos de
reprodução das leveduras, pois esses organismos fermentação. Com base nisso, cite as principais seme-
necessitam de grande aposte de energia para sua lhanças entre a fermentação e a respiração aeróbia.
multiplicação.
d) a fermentação só é possível se, antes, houver um
processo de respiração aeróbica que forneça energia
para as etapas posteriores, que são anaeróbicas.
e) o vinho se forma somente quando os tanques voltam
a ser abertos, após a fermentação se completar, para
que as leveduras realizem respiração aeróbica.

8. Uniube-MG – A figura abaixo ilustra uma parte impor- 11. UFT – A energia necessária para que ocorra a contração
tante do metabolismo da glicose, conhecida como fer- muscular é proveniente da quebra do ATP (adenosina
mentação lática. Analise-a e, com os conhecimentos trifosfato) disponível no citoplasma das células muscu-
sobre o assunto, assinale a alternativa correta. lares. Em anaerobiose, esse ATP é formado
a) pelo processo de fermentação lática.
C6H12O6 glicólise H
piruvato b) pelo processo de fosforilação oxidativa.
2 CH3 — C — COOH
2 CH3 — C — COOH c) pelo processo de fermentação alcoólica.
2 NAD ⋅ 2 H O
2 ATP 2 NAD ⋅ 2 H O 2 NAD ácido lático d) pela fosforilação do ADP (adenosina difosfato) pela
fosfocreatina.
e) pela fosforilação do ADP (adenosina difosfato) por
fósforo orgânico.
a) O processo de fermentação lática ocorre unicamente
no músculo, quando o oxigênio não é suficiente para
12. Unicastelo-SP – Na padaria, a fila para comprar pão
a produção aeróbica de energia.
era grande. O padeiro justificou que o pão não estava
b) O processo de fermentação lática é realizado por pronto porque a estufa, onde a massa era mantida,
certos tipos de bactérias, tais como os lactobacilos, havia quebrado e a massa não havia crescido.
e é a base do processo de produção de iogurtes e
coalhadas. Na produção do pão, a estufa é importante, pois garante
a temperatura adequada para
c) O processo de fermentação lática ocorre mesmo nas
células musculares que estejam recebendo supri- a) o processo de respiração anaeróbica das leveduras
mento suficiente de oxigênio, pois é o único modo adicionadas à receita, que produzem o oxigênio que
de o músculo obter energia. faz a massa crescer antes de ser assada.
d) O processo de fermentação lática pode ocorrer em b) a expansão do gás carbônico produzido pela respira-
qualquer tecido do corpo humano, mas sempre na ção dos fungos adicionados à receita, expansão essa
ausência de oxigênio. que garante o crescimento da massa.
e) O processo de fermentação lática pode ocorrer c) a evaporação da água produzida pela respiração das
em qualquer tecido do corpo humano, indepen- leveduras adicionadas à receita, sem o que a massa
dentemente do suprimento de oxigênio para esses não cresceria, pelo excesso de umidade.

Material exclusivo para professores


tecidos. d) o processo de fermentação dos fungos adicionados
à receita, o que faz com que a massa cresça antes
9. UEA-AM – Classificadas de acordo com o produto final de ser assada.
obtido no processo, as fermentações podem ser alcoó- e) a evaporação do álcool produzido pela fermentação

conveniados ao Sistema de Ensino


licas, láticas e acéticas. A figura mostra, de forma es- das leveduras adicionadas à receita; álcool que, em
quemática e simplificada, as principais etapas de cada excesso, mataria essas leveduras, prejudicando o
uma das fermentações. crescimento da massa.

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190 28 – Material do Professor

13. Fuvest-SP – Um atleta que participou da corrida São o fermento biológico, pois o fermento químico na
BIOLOGIA 1A

Silvestre desmaiou depois de ter percorrido cerca de presença de altas temperaturas no forno acelera o
800 m devido à oxigenação deficiente em seu cérebro. processo fermentativo, caramelizando substâncias
Sabendo-se que as células musculares podem obter que dão gosto ao pão. Nessa fornada, os pães cres-
energia por meio da respiração aeróbica ou fermen- ceram bastante e ficaram saborosos.
tação, nos músculos do atleta desmaiado deve haver IV. Na fornada D, os pães não cresceram e não ficaram
acúmulo de com o sabor característico de pão, pois, na ausência
a) glicose. da levedura, não há fermentação alcoólica.
b) glicogênio. Estão corretas apenas as afirmativas:
c) monóxido de carbono. a) I e II. c) III e IV.
d) ácido lático. b) II e III. d) I e IV.
e) etanol.
16. UFTM-MG (adaptada) – Um meio de cultura con-
14. Sistema Dom Bosco tendo proteínas, lipídios, glicose e amido recebeu
Quase tão antiga quanto as primeiras civilizações huma- uma espécie de fungo unicelular geneticamente
nas, produzida há milhares de anos, a cerveja é a bebida modificado.
alcoólica mais consumida do mundo – entre todas as ou-
tras, só perde para água e para o café. CO2
Fonte: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil243324823>.
Acesso em: nov. 2018.

Concentração de substâncias
Cite o processo que dá origem à cerveja e explique
amido
como ele ocorre.

proteínas

lipídios

glicose

Ao longo de alguns dias, foram medidas as taxas das


15. UFU-MG (adaptada) – Em uma padaria, um padeiro substâncias contidas na cultura, além do gás CO2 pro-
recém-contratado teve muita dificuldade na produção duzido. Os resultados foram expressos no gráfico.
de pães. Uns não cresceram e outros ficaram sem gos-
to algum. Observe abaixo os procedimentos adotados Marque a alternativa correta.
pelo jovem padeiro. a) O fungo realizou apenas respiração celular.
Fornada A – O padeiro acrescentou água fervente ao b) A glicose foi absorvida e utilizada como combustí-
fermento biológico, em vez de utilizar água morna. vel celular.
Fornada B – O padeiro utilizou fermento biológico con- c) O fungo foi capaz de produzir amilases e protea-
gelado, em vez de utilizar fermento fresco. ses, secretadas no meio.
d) As células do fungo não secretam lipases no meio
Fornada C – O padeiro utilizou fermento em pó químico, de cultura.
em vez de utilizar fermento biológico.
Fornada D – O padeiro esqueceu-se de utilizar o fer- 17. Sistema Dom Bosco – Quando realizamos uma in-
mento biológico. tensa atividade física, por exemplo, correr uma grande
distância sem ter muito preparo para isso, as células
Em relação ao processo de fermentação para produção musculares realizam determinado processo para obter
dos pães, julgue as afirmativas a seguir: energia suficiente. Cite o nome desse processo e ex-
plique em que condições ele acontece.
I. Na fornada A, o padeiro matou com água quente
as células do fungo unicelular Saccharomyces ce-
revisiae presentes no fermento biológico. Sem as
células viáveis, não ocorreu fermentação alcoólica
e não houve liberação de gás carbônico na massa.
Nessa fornada, os pães não cresceram.
II. Na fornada B, o padeiro fez com que as células da
levedura presentes no fermento tivessem sua via-

Material exclusivo para professores


bilidade aumentada, devido às baixas temperaturas
que estimulam o crescimento celular. Dessa forma,
uma maior quantidade de gás carbônico foi produzida
durante o processo de fermentação. Nessa fornada,
os pães cresceram bastante.

conveniados ao Sistema de Ensino


III. Na fornada C, o padeiro obteve pães com sabor
muito mais intenso do que aqueles produzidos com

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29 – Material do Professor 191

ESTUDO PARA O ENEM

BIOLOGIA 1A
18. Sistema Dom Bosco C8-H29 Sobre a produção de bebidas alcoólicas como a citada
O iogurte é um desses alimentos que nunca saem de no texto, é correto afirmar que
moda. Muito já foi dito sobre os supostos benefícios a) a cerveja é produzida por meio da fermentação alcoólica.
de consumir os microrganismos vivos que se abrigam b) o processo bioquímico capaz de produzir a cerveja
no produto, e trata-se de uma indústria que movimenta também produz ácido lático nas células musculares.
bilhões de dólares. Também é muito fácil fazer iogurte
em casa, e o YouTube está cheio de vídeos de pes- c) a cerveja é produzida por meio de bactérias fer-
mentadoras.
soas compartilhando a experiência. Outros gostam de
examinar o produto com microscópio e questionar: “O d) a produção da cerveja se dá a partir do ácido acético.
que tem aqui dentro?” Bem, uma boa resposta seria: e) o processo bioquímico capaz de produzir a cerveja
“Várias reações químicas fascinantes”. ocorre apenas na presença de oxigênio.
Fonte: <https://www.bbc.com/portuguese/
noticias/2015/08/150825_vert_fut_segredos_iogurte_ml>. 20. Enem C8-H29
Acesso em: nov. 2018. O esquema representa, de maneira simplificada,
Sobre a produção do iogurte o processo de produção de etanol utilizando milho
como matéria-prima.
a) ocorre por meio da fermentação acética.
b) ocorre por meio da transformação do açúcar em
ácido lático. Levedura

c) é realizada por meio da quebra da produção de


álcool etílico.
d) os microrganismos responsáveis por sua produção CO2
são os fungos.
Milho Levedura
e) necessita de oxigênio para que seja produzido.
Água
19. Sistema Dom Bosco C5-H17
De acordo com uma pesquisa feita pela empresa alemã Hidrólise Fermentação
Bath-Haas Group, o Brasil está entre os 20 maiores con-
sumidores da bebida no mundo. Na 17ª- posição, o país é A etapa de hidrólise na produção de etanol a partir do
um dos poucos da América Latina entre esses vinte. No milho é fundamental para que
levantamento feito com 40 países, a República Checa saiu a) a glicose seja convertida em sacarose.
na frente com 143 litros anuais por habitante. Em seguida,
b) as enzimas dessa planta sejam ativadas.
aparece a Áustria com 108 litros por pessoa. A Alemanha,
criadora da Oktoberfest, aparece na terceira posição, com c) a maceração favoreça a solubilização em água.
107 litros por habitante. d) o amido seja transformado em substratos utilizá-
Fonte: <https://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/infomo-
veis pela levedura.
ney/2012/08/03/brasileiro-esta-entre-os-que-mais-bebem-cerveja-no- e) os grãos com diferentes composições químicas
mundo-veja-o-ranking.htm>. Acesso em: nov. 2018. sejam padronizados.

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19
192
BIOLOGIA 1A 30 – Material do Professor

FOTOSSÍNTESE

O CO 2 é um importante gás atmosférico, responsável pela manutenção da


temperatura da Terra, uma vez que retém na atmosfera o calor proveniente
• Fotossíntese do Sol. O acúmulo desse gás na atmosfera aumenta a temperatura média
• Cloroplasto e pigmentos da Terra e pode, consequentemente, alterar diversos processos biológicos
fotossintetizantes importantes para a preser vação dos seres vivos. Principalmente por isso,
• Etapas da fotossíntese reduzir a emissão de gás carbônico é uma importante medida para evitar o
• Adaptação dos mecanismos
aumento do efeito estufa.
de fixação do carbono em Em 2016, pesquisadores da Universidade de Massachusetts desenvolveram uma
plantas de climas áridos e “superplanta”, capaz de realizar fotossíntese de forma mais eficiente quando com-
quentes parada às plantas comuns. Eles adicionaram nanopartículas de dióxido de cério (um
metal raro) nos cloroplastos de plantas da espécie Arabidopsis sp.
HABILIDADES

KNAUFB/SHUTTERSTOCK
• Compreender como as
células de organismos
fotossintetizantes obtêm
energia.
• Reconhecer a importância
da fotossíntese para a ma-
nutenção da vida na Terra.
• Reconhecer os organismos
capazes de realizar a
fotossíntese.
• Descrever as etapas da
fotossíntese, bem como
seus produtos.
• Entender a função dos pig-
mentos fotossintetizantes.
• Descrever os mecanismos
alternativos desenvolvidos
por plantas de clima árido
para fixação do carbono de
forma eficaz.

Arabidopsis sp., planta modificada por meio de nanotecnologia para maior eficiência na taxa de fotossíntese.

O fluxo maior de elétrons acelera a fotossíntese, fazendo com que o processo

Material exclusivo para professores


fotossintético aumente na taxa de até 30%. De acordo com os pesquisadores, essa
alteração poderia ser um ponto de partida para reduzir o aquecimento global, uma
vez que essa espécie modificada teria maior capacidade de captar moléculas de
CO2 na atmosfera.

conveniados ao Sistema de Ensino


Para a realização da fotossíntese, os únicos nutrientes de que os organismos
autótrofos necessitam são: dióxido de carbono, água e minerais. No entanto, sem
luz, esse processo não ocorre. A vida na Terra é movida à energia luminosa.

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31 – Material do Professor 193

Fotossíntese eucariotos fotossintetizantes e cianobactérias e para


as bactérias fotossintetizantes. Enquanto os eucariotos

BIOLOGIA 1A
A energia luminosa viaja 150 milhões de quilôme- e as cianobactérias retiram hidrogênio da molécula de
tros desde o Sol até chegar à Terra. Aqui, ela é captu- água (H2O), as bactérias fotossintetizantes têm como
rada pelos cloroplastos, organelas que a convertem fonte de hidrogênio o sulfeto de hidrogênio (H2S), por
em energia química, armazenando-a em açúcar e ou- isso receberam o nome de sulfurosas.
tras moléculas orgânicas. Esse processo, denominado

SCIENCE PHOTO LIBRARY - SPL/SCIENCE PHOTO LIBRARY -


SPL/FOTOARENA
fotossíntese, alimenta direta ou indiretamente todas
as formas de vida do planeta.
Os organismos autótrofos utilizam esse processo
para produzir seu alimento, sem se alimentar de subs-
tância qualquer proveniente de outros seres vivos.
Para isso, criam suas próprias moléculas por meio da
fixação de dióxido de carbono (CO 2) e outros mate-
riais inorgânicos obtidos do ambiente. Por utilizarem
a luz como principal fonte de energia para a síntese
de substâncias orgânicas, são denominados fotoau-
tótrofos ou fotossintetizantes, como é o caso da
maioria dos vegetais, de alguns protistas, das cia-
nobactérias e de outras bactérias fotossintetizantes.
JULIANA LUCAS DE SOUSA/DREAMSTIME.COM

Microscopia eletrônica de varredura de bactérias


fotossintéticas sulfurosas do gênero Chorobium.
Aumento de 2 600x. Coresfantasia.

Para comprovar que o gás oxigênio proveniente


da fotossíntese era resultado da água e não do gás
carbônico, foram realizados experimentos com água
(H2O) e gás carbônico (CO2) marcados com oxigênio
isótopo 18 e, com base nisso, demonstrou-se que os
átomos do gás oxigênio (O2) se originam da molécula
de água, e não do gás carbônico. Por produzir enxofre
e não oxigênio, esse tipo de fotossíntese é chamado
de anoxígena.
Na Floresta Amazônica, podem ser encontrados diversos organismos
fotossintetizantes.
Gás oxigênio
Gás oxigênio
18
O2 O2
com isótopo
VISUALS UNLIMITED, INC./DR. ROBERT CALENTINE/
GETTY IMAGES

radioativo

H2O
H218O

CO2 O22
C1818O
C

Com base no experimento realizado com plantas aquáticas em contato


com moléculas marcadas com isótopos radioativos, foi possível
verificar que o gás oxigênio resultante da fotossíntese é proveniente
das moléculas de água. Elementos representados fora da escala de
tamanho. Cores fantasia.

Cianobactérias vistas em microscopia óptica com aumento de 1 000x.


EQUAÇÃO GERAL DA FOTOSSÍNTESE

Material exclusivo para professores ORIGEM DO OXIGÊNIO E FOTOSSÍNTESE


BACTERIANA
OXÍGENA
Por meio desse experimento, foi possível descrever
a equação geral da fotossíntese, na qual o número

conveniados ao Sistema de Ensino


Na década de 1930, Cornelis Bernardys Van Niel de átomos de oxigênio da água (H2O) corresponde ao
(1897-1985) demonstrou que os átomos de hidrogênio número de átomos de oxigênio presentes no gás oxi-
utilizados na fotossíntese têm origens distintas para gênio (O2):

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194 32 – Material do Professor

e refletir outras, assim, as plantas refletem os com-


BIOLOGIA 1A

6 CO2 + 12 H2O
Luz
C6H12O6 + 6 O2 + 6 H2O primentos de onda referentes às cores vistas por nós.
Clorofila A absorção de luz ocorre principalmente nas faixas do
vermelho e do azul; ao absorver esses comprimentos
Eventualmente, pode ser encontrada a equação de luz, é refletida a luz verde, por isso as plantas apre-
simplificada da fotossíntese em alguns livros: sentam tal coloração.

Absorção de luz
Luz
6 CO2 + 6 H2O C6H12O6 + 6 O2
Clorofila A
Clorofila B
Beta caroteno
Os organismos fotoautótrofos utilizam dióxido de
carbono (CO2) e água (H2O) presentes no ambiente e,
por meio da energia luminosa absorvida pela clorofila,
produzem glicose (C6H12O6) e oxigênio (O2).

Absorção de luz
Os fotoautótrofos têm suma importância para a ma-
nutenção da vida na Terra, pois são os responsáveis por
produzir oxigênio atmosférico por meio da fotossíntese.
Além disso, vale lembrar que eles são a base da maior
parte das cadeias alimentares.

oxigênio
dióxido de
carbono
luz solar

350 400 450 500 550 600 650 700


Comprimento de onda (nm)
É possível observar diferentes espectros de absorção de luz, sendo
maior nas faixas do violeta-azul e laranja-vermelho, e menor na faixa da
cor verde.
glicose

Os carotenoides são pigmentos que absorvem


comprimentos de onda em faixas diferentes das clo-
rofilas. Em geral, eles podem ter diversas cores, como
alaranjados, amarelados ou avermelhados, e, assim
como as clorofilas, absorvem alguns comprimentos
de onda e refletem outros. Além disso, em grande
quantidade, eles podem atribuir diferentes colorações
água
às folhas das plantas. Esses pigmentos podem ser en-
contrados também em organismos não fotossintetizan-
As plantas utilizam dióxido de carbono (CO2) e água (H2O) presentes
no ambiente e, por meio da energia luminosa absorvida pela clorofila, tes e, geralmente, desempenham função antioxidante.
produzem glicose (C6H12O6) e oxigênio (O2). Elementos representados
UTTERSTRÖM PHOTOGRAPHY/ALAMY STOCK PHOTO

fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Cloroplasto e pigmentos
fotossintetizantes
A energia solar tem papel fundamental na fotossín-
tese, uma vez que ela é absorvida por meio de pig-

Material exclusivo para professores


mentos fotossintetizantes, moléculas presentes nos
cloroplastos de células dos organismos capazes de
realizar esse processo.
Os principais pigmentos presentes nas plantas são

conveniados ao Sistema de Ensino


as clorofilas, em especial as clorofilas dos tipos A e B.
Os pigmentos são específicos para comprimentos de As diversas colorações nas folhas se devem à presença de diferentes
onda diferentes e capazes de absorver algumas cores pigmentos fotossintetizantes.

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33 – Material do Professor 195

Etapas da fotossíntese

BIOLOGIA 1A
A fotossíntese pode ser dividida em duas etapas: fase fotoquímica ou fase
clara, em que há participação da energia luminosa; e fase química ou fase
escura, que acontece independentemente da luz. A fotossíntese acontece no
cloroplasto, sendo a fase clara nas lamelas dos tilacoides, e a escura no estroma.

Luz absorvida

12 H2O
6 CO2
Cloroplasto

Transportadores

ADP
Ciclo de
Calvin
12 H2

ATP
Estroma

Tilacoides
6 H2O
6 O2
1 Glicose

Esquema ilustrando as fases clara e escura da fotossíntese. Elementos representados fora


da escala de tamanho. Cores fantasia.

ETAPA FOTOQUÍMICA OU FASE CLARA


Nesta fase, que depende de luz solar para acontecer, as clorofilas perdem elé-
trons quando entram em contato com a energia luminosa. Ocorrem três etapas
de reações químicas, denominadas fosforilação cíclica, fosforilação acíclica e
fotólise da água. Esses processos não acontecem separadamente, e sim todos
ao mesmo tempo, dentro da organela. Um não depende do outro para acontecer.

Fosforilação cíclica
Fosforilação significa adicionar fosfatos e, nesse caso, ocorre na presença
de luz (pode-se encontrar a variação “fotofosforilação” em alguns livros). Uma
molécula de ADP recebe um grupo fosfato e transforma-se em ATP. Para que essa
transformação aconteça, as moléculas de clorofila e outros pigmentos (como os
carotenoides) formam o chamado complexo antena, por serem as substâncias
aceptoras de elétrons e apresentarem enzimas que recebem energia luminosa.
O complexo antena é constituído por diversas moléculas de pigmentos fotossin-
tetizantes (clorofila, carotenoides, entre outros). Ele contém dois centros de reação.
• Fotossistema I: rico em moléculas de clorofila A, que absorvem luz em com-
primentos de onda de 700 nanômetros, por isso as clorofilas A são também
chamadas de P700.
• Fotossistema II: rico em moléculas de clorofila B, que absorvem luz em com-
primentos de onda de 680 nanômetros, por isso as clorofilas B são também
chamadas de P680.

Material exclusivo para professores


A fosforilação cíclica utiliza o fotossistema I, em que a energia luminosa é ab-
sorvida pela clorofila A e libera um elétron, o qual é carreado por um conjunto de
citocromos até que haja a fosforilação da molécula ADP e sua conversão em ATP.

conveniados ao Sistema de Ensino


Conforme os elétrons são transportados na cadeia, eles perdem energia. Ao final
da cadeia, os elétrons retornam às clorofilas do fotossistema I e, por isso, dá-se o
nome de fosforilação cíclica.

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196 34 – Material do Professor

Cadeia
BIOLOGIA 1A

transportadora
ATP
de elétrons

Elétrons
excitados
Energia para
Energia produzir ATP
luminosa

Clorofila Transportador de
elétrons

Clorofila (fotossistema I)

Esquema de fosforilação cíclica. No fotossistema I, ao absorverem luz, as clorofilas A liberam elétrons em


forma energia que, em seguida, são recolhidos e passam por um aceptor de elétrons, formando uma cadeia
de citocromos que resultará na formação de moléculas de ATP. Elementos representados fora da escala de
tamanho. Cores fantasia.

Fosforilação acíclica
Esse processo utiliza-se tanto do fotossistema I quanto do fotossistema II, que
é rico em clorofila B. Pelo fato de os elétrons não retornarem às clorofilas dos fo-
tossistemas dos quais foram originados, como acontece na cíclica, essa etapa é
denominada fosforilação acíclica.
A luz absorvida nos cloroplastos promove a quebra da molécula de água, liberan-
do oxigênio, elétrons e prótons H+. Esse processo é denominado fotólise da água.

Luz
H2O 2 e– + 2 H+ + ½ O2

A luz proveniente do Sol é convertida em energia elétrica, que é convertida em


energia química e armazenada em moléculas de ATP e NADPH2. Portanto, os produtos
finais da etapa fotoquímica são: O2 (liberado na atmosfera durante a fotólise); NADPH
e ADP (que serão utilizados na etapa química); e H+ (utilizado na formação de ATP).

H2O
luz

e- + 2 H+ + ½ O2

Clorofila B
ADP + P ATP
Fotossistema II e -

luz Citocromos

Material exclusivo para professores Clorofila A


e-

e- + 2 H+
NADP

conveniados ao Sistema de Ensino


Fotossistema I NADPH2

A água é quebrada e libera elétrons, que vão repor os elétrons liberados pelo fotossistema II; prótons H+, que são
recolhidos pela ferredoxina, responsável por reduzir o NADP a NADPH2; oxigênio, que é liberado no ambiente.

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35 – Material do Professor 197

ETAPA QUÍMICA OU FASE ESCURA

BIOLOGIA 1A
Esta etapa ocorre no estroma dos cloroplastos e não necessita de energia lu-
minosa. Entretanto, são necessárias moléculas de ATP e NADPH2 produzidas na
etapa fotoquímica. Os átomos de carbono, adquiridos do CO2 da atmosfera, serão
incorporados nas moléculas orgânicas por meio do ciclo das pentoses ou ciclo de
Calvin, originando os carboidratos, como a glicose.

ATP ADP

n CO2 (CH2O)n + H2O

NADPH2 NADPH

Ciclo de Calvin
Nesta etapa, o CO2 une-se à ribulose bifosfato (RuBP), uma substância composta
de cinco carbonos presente no estroma, conhecida pela fixação do carbono e cata-
lisada pela enzima rubisco, formando um composto de seis carbonos chamado de
fosfoglicerato (PGA). Por meio da ação das moléculas de ATP e NADPH2 produzidas
na etapa fotoquímica, o PGA será convertido em gliceraldeido fosfato (PGAL),
composto de três carbonos. O PGAL tem duas principais funções: pode ser usado
na recomposição da RuBP e como substrato do ciclo de Calvin; ou pode, ainda, ser
aplicado na síntese de carboidratos, como a glicose. Pelo fato de o PGAL ser consti-
tuído de três carbonos, as plantas capazes de produzi-lo são denominadas plantas C3.

H2O
CO2
Luz
NADP + Entrada
3CO2
ADP Ciclo de
Calvin
ATP Rubisco 1. Fixação do carbono

NADPH
O2 C2H12O2
3 Ribulose bifosfato
(RuBP) 6 Fosfoglicerato (PGA)
6 ATP

6 ADP
Ciclo de
3 ADP
Calvin
3 ATP 6 Bifosfato (BPG)
6 NADPH
6 NADP+
5 Gliceraldeído 6 Pi
fosfato (PGAL)
6 Gliceraldeído
3. Regeneração da fosfato (PGAL)
ribulose difosfato 2. Produção de
(RuBP) compostos orgânicos

1 Gliceraldeído Glicose e outros


fosfato (PGAL) compostos orgânicos
Rendimento

Esquema do ciclo de Calvin dividido em três etapas. Para cada três moléculas de CO2 que entram no ciclo,
a produção líquida é uma molécula de gliceraldeido fosfato (PGAL). As reações luminosas sustentam o ciclo
regenerando ATP e NADPH.

Material exclusivo para professores


Os carboidratos provenientes da fotossíntese são utilizados pelas plantas na
forma de energia química, isto é, eles atuam na síntese de outras moléculas,
como os aminoácidos e os ácidos graxos, por meio da energia resultante da fo-

conveniados ao Sistema de Ensino


tossíntese. O PGAL tem múltiplas funções e é extremamente importante para
a vida da célula vegetal. Parte dele se mantém no cloroplasto e parte é enviado
ao citosol, onde será convertido em glicose e utilizado na respiração celular,

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198 36 – Material do Professor

ou em sacarose, principal carboidrato de transporte dessas plantas estão abertos, há entrada de CO2 e,
BIOLOGIA 1A

das plantas, que pode ser convertido em glicose e por meio da ação da enzima PEPcarboxilase, ocorre
utilizado em outras reações metabólicas. O PGAL a formação do malato. Esse composto é armazenado
mantido no cloroplasto é convertido em amido, em como reserva de CO2 nas células do mesofilo foliar.
forma de grânulos no estroma, quando há energia O ciclo de Calvin ocorre nas células clorofiladas que
luminosa. No período sem luz, ele é convertido em se encontram em torno dos feixes vasculares, forman-
sacarose e exportado a outras partes da planta. Vale do a nervura das folhas. Em outras palavras, realiza-se
lembrar que o amido é o principal carboidrato de em local diferente da formação do malato e utiliza o CO2
reserva nas plantas. proveniente desse composto para iniciar o processo.
Dessa forma, a fixação de carbono e a produção de car-

Adaptação dos mecanismos boidratos ocorrem de forma eficaz, com os estômatos


parcialmente fechados, sem grandes perdas durante a
de fixação do carbono em transpiração das plantas.

plantas de climas áridos e

KYNNY/ISTOCKPHOTO.COM
quentes
A fotorrespiração é o processo no qual a eficiên-
cia da fotossíntese é reduzida, pelo fato de o oxigênio
(O 2) ser consumido pela planta, produzindo dióxido
de carbono (CO 2) resultante da degradação de com-
postos intermediários do ciclo de Calvin.
As plantas C3 são aquelas que têm o PGAL com-
posto de três carbonos, como é o caso da soja,
do trigo, das batatas e de todas as árvores. Essas
plantas não apresentam um bom rendimento na pro-
dução de carboidratos na fotossíntese em épocas
quentes, em virtude da grande perda de água. As- O milho é um exemplo de planta C4.
sim, em dias quentes e secos, as plantas fecham os
estômatos, que são estruturas foliares responsáveis As plantas CAM ou MAC são aquelas adaptadas
pela realização de trocas gasosas, além da trans- a climas áridos, por isso abrem seus estômatos du-
piração. Dessa forma, a transpiração é controlada, rante a noite. Elas são assim chamadas por apresen-
evitando a perda de água. Por outro lado, o fecha- tarem o metabolismo ácido das crassuláceas (MAC),
mento dos estômatos reduz as trocas gasosas, o ou crassulacean acid metabolism (CAM), sendo as
que interfere diretamente na fotossíntese. crassuláceas a família à qual elas pertencem. Exem-
plos de plantas MAC são as bromélias, o abacaxi, as
orquídeas, os cactos e todas as plantas que apresen-
DR. GERALD VAN DYKE/GETTY IMAGES

tam folhas suculentas.

VENCAVOLRAB/ISTOCKPHOTO.COM

Micrografia eletrônica da folha do tabaco (Nicotiana tabacum)


evidenciando estômatos abertos e fechados. Aumento de 1 000x. Cores
fantasia.

Material exclusivo para professores


Abacaxis são representantes das plantas CAM.
As plantas C4 têm o malato (composto de quatro
carbonos) como composto orgânico estável na fotos- Para realizar a fixação do carbono de forma efi-
síntese, e não o PGAL, como nas plantas C3. Exemplos ciente e gerar carboidratos, essas plantas produzem

conveniados ao Sistema de Ensino


de plantas C4 são o milho e a cana-de-açúcar. Elas não malato no período da noite, quando os estômatos
têm somente o ciclo de Calvin como via metabólica estão abertos. O ciclo de Calvin ocorre no período
para a fixação do carbono. Assim, quando os estômatos da manhã, na mesma célula onde ocorre a fixação do

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37 – Material do Professor 199

carbono (mesofilo foliar). Portanto, esses processos acontecem no mesmo local


e estão separados apenas temporalmente.

BIOLOGIA 1A
As principais diferenças entre o metabolismo das plantas C3, C4 e CAM se
encontram no quadro a seguir.

Clima
Separação entre fixação de Estômatos
Tipo mais bem
CO2 e ciclo de Calvin abertos
adaptado
C3 nenhuma separação dia frio e úmido

C4 entre mesófilos e células do feixe vascular dia quente e ensolarado


(espacial)

CAM entre noite e dia (temporal) noite muito quente e seco

LEITURA COMPLEMENTAR
Caatinga: patrimônio do Brasil
A vegetação xerófita típica do bioma, a Caatinga, localizada no nordeste brasileiro e no
norte de Minas Gerais, é o único bioma exclusivamente brasileiro, ocupando cerca de
7% do território.
A Caatinga reúne espécies de plantas adaptadas ao clima árido e seco, que apresentam
caducidade (queda de folhas), raízes profundas, resistência ao fogo e folhagem adaptada
para pouca quantidade de água e retenção de umidade, como os espinhos das cactáceas,
que reduzem a taxa de perda de água pela transpiração. Ao total, tem três estratos ve-
getais: herbáceo (abaixo de dois metros), arbóreo (oito a 12 metros) e o arbustivo (dois a
cinco metros). O aspecto geral da vegetação, na seca, é de uma mata espinhosa, própria
da região do sertão nordestino.
Durante o período de seca (agosto), a temperatura do solo pode atingir 60 °C; assim, há
aceleração da evaporação da água. No verão, há grande incidência de chuvas, de modo
que a terra fica bastante encharcada e as plantas absorvem o máximo de água possível,
com suas raízes bastante desenvolvidas.
Entretanto, o solo raso e cheio de pedras não consegue armazenar água, por isso somente
em áreas próximas às serras é possível realizar agricultura, onde há maior abundância
de chuvas.
SERGIO VIANA/GETTY IMAGES

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino
Caatinga no nordeste brasileiro. Esse bioma contém diversas espécies de plantas com adaptações específicas
para o clima árido.

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200 38 – Material do Professor

ROTEIRO DE AULA
BIOLOGIA 1A

FOTOSSÍNTESE

Principais Organismos Consome Produz Etapas


pigmentos fotossintetizantes

Clorofilas Plantas CO2 Glicose

Carotenoides Cianobactérias

Alguns protistas

Bactérias fotossintetizantes

Fase clara ou Fase escura ou


fotoquímica química

Local:
Local: Tilacoides

Ciclo de Calvin Estroma


produz:

ATP
Fosforilação
cíclica forma: Carboidratos
Fixação de
carbono

Fosforilação NADPH2 Citosol Cloroplasto


acíclica forma:

O2 Na forma de:
Fotólise da
H1
água produz:
Elétrons Glicose Amido

Material exclusivo para professores


Plantas C4 Plantas CAM

conveniados ao Sistema de Ensino


Malato e ciclo de Calvin Malato e ciclo de Calvin
separados espacialmente separados temporalmente

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39 – Material do Professor 201

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

BIOLOGIA 1A
1. Uepa d) o oxigênio produzido na fotossíntese é resultante
das reações independentes da luz.
Se todos os açúcares produzidos pelo processo ilus-
trado abaixo em um ano tivessem a forma de cubos e) os seres autótrofos utilizam o CO2 durante as rea-
de açúcar, haveria 300 quatrilhões deles. Se fossem ções dependentes de luz.
A alternativa B está incorreta porque o hidrogênio originado na fotólise
dispostos em linha, esses cubos se estenderiam da
da água será utilizado na formação de NADPH2. A alternativa C está
Terra até Plutão. Isso representa uma imensa produção incorreta porque essa fase ocorre nos tilacoides do cloroplasto. A
de energia. Sobre o processo abordado no enunciado, alternativa D está incorreta porque o oxigênio é produzido durante a
observe a imagem abaixo e analise as afirmativas: fotólise da água. A alternativa E está incorreta porque o CO2 é utilizado
somente na fase química, no ciclo de Calvin.
3. UEL-PR
Leia o texto a seguir.
CO2
Elysia chlorotica (um tipo de lesma-do-mar) é um molusco
híbrido de animal e vegetal, considerado o primeiro ani-
O2
mal autotrófico. Cientistas identificaram que o Elysia in-
H2O
corporou o gene das algas Vaucheria litorea – o psbO – das
Luz solar quais ele se alimentava, por isso desenvolveu a capacidade
de fazer fotossíntese por aproximadamente nove meses.
Os últimos estudos revelam que o molusco marinho tam-
Folha
bém desenvolveu capacidades químicas, permitindo-lhe
sintetizar clorofila, produzindo, assim, seu alimento. Essa
capacidade é a mais nova proeza do Elysia, cujas habili-
dades evolutivas têm chamado a atenção da comunidade
científica.
C6H12O6 Disponível em: <http://super.abril.com.br/mundo-animal/
Caule criatura-fusao-animal-vegetal-543145.shtml>. Acesso em: 20 jun. 2012.
a) Explique a função da clorofila na fotossíntese.
A função da clorofila é absorver a energia luminosa, transferindo-a para

a reação da fotossíntese. A fotossíntese é um processo celular que


Raiz

consiste na produção de moléculas orgânicas (principalmente glico-


I. Os produtos liberados para o ambiente são água e
oxigênio. se), a partir de substâncias inorgânicas simples, em geral, água e gás
II. O processo ilustrado acima refere-se à respiração
vegetal. carbônico, por meio da clorofila e da presença de energia luminosa.
III. Ocorre absorção de dióxido de carbono pelas folhas.
b) Pelo fato de realizar fotossíntese, qual seria uma
IV. É um processo que ocorre na presença de luz solar.
possível vantagem adaptativa do Elysia chlorotica em
V. A água utilizada no processo é absorvida pelas relação a outros moluscos que são heterotróficos?
folhas.
Uma possível vantagem adaptativa da Elysia chlorotica seria viver em
A alternativa que contém todas as afirmativas cor-
retas é:
ambientes com luz, mas com pouca disponibilidade de alimento, pois
a) I e II
b) I, III e IV ela pode produzir seu próprio alimento.
c) I, III e V
d) II, III e V
4. UERR
e) II, III, IV e V
A fotossíntese é a via pela qual praticamente toda a
A alternativa II está incorreta porque se trata da fotossíntese e a energia entra em nossa biosfer. Isso ocorre através das
alternativa V está incorreta porque a água utilizada no processo é várias reações metabólicas, sendo estas reações divi-
proveniente do solo.
didas em dois principais processos: reações de “claro”
e reações de “escuro”.
2. UFRGS
Em relação às reações de “claro”, assinale a alterna-

Material exclusivo para professores


Sobre a fotossíntese, é correto afirmar que tiva correta que resume os eventos desta fase na
a) as reações dependentes de luz convertem energia fotossíntese.
luminosa em energia química. a) A produção de glicina, durante a fase clara, que utiliza
b) o hidrogênio resultante da quebra da água é elimi- ATP para produção desta molécula.

conveniados ao Sistema de Ensino


nado da célula durante a fotólise. b) A produção de glicose, durante a fotólise da água
c) as reações dependentes de luz ocorrem no estroma e produção de CO2 em presença de luz, ou seja,
do cloroplasto. fotoxidação.

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202 40 – Material do Professor

c) A produção de NADPH2 durante a fotólise da água 6. UEL-PR


BIOLOGIA 1A

e produção de ATP em presença de luz, ou seja,


Leia o texto a seguir.
fotofosforilação.
d) A produção de FADH2 durante a fase clara, utilizando O químico estadunidense Daniel Nocera anunciou o de-
senvolvimento de um dispositivo conhecido como “folha
ATP para produção de citrato.
artificial”, capaz de produzir energia elétrica a partir de
e) A produção de FADPH2 durante a fase clara e pro- luz solar e água sem gerar poluentes. A “folha artificial”
dução de etanol.
utiliza a luz solar para quebrar moléculas de água (H2O),
Durante a fase clara, há produção de NADPH2 e produção de ATP. O
de forma semelhante ao que ocorre nas plantas durante o
NADPH2 é reduzido ao receber os prótons H+ oriundos da fotólise
da água e o ATP é originado da liberação de elétrons do fotossis- processo de fotossíntese. Entretanto, na “folha artificial”,
tema I, que passa pelo citocromo, perdendo energia para que haja os átomos de hidrogênio e de oxigênio são armazenados
produção desta molécula. em uma célula combustível que poderá produzir energia
elétrica imediatamente ou ser utilizada mais tarde. Nunca
uma fonte de energia limpa esteve tão associada ao termo
5. USF-SP “verde”.
Durante a fotossíntese, a reação entre o CO2 e a 1,5-bi- Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2011/04/
fosfato de ribulose é catalisada pela substância rubisco. fotossintese-sintetica>. Acesso em: 18 maio 2013.
De acordo com alguns autores, essa enzima é a mais a) No processo realizado pela “folha artificial”, são for-
abundante da Terra e representa cerca de 50% do total mados átomos de hidrogênio e de oxigênio. Cite os
de proteínas do cloroplasto. Se um determinado herbi- produtos formados ao final da fase fotoquímica (fase
cida atuar como inibidor da molécula rubisco, a qual é clara) da fotossíntese vegetal.
constituída de (I), a sua aplicação na planta terá como Ao final da fase fotoquímica da fotossíntese vegetal, tem-se
consequência direta o/a (II). como produtos NADPH, ATP e gás oxigênio (O2).

Marque a opção que preenche corretamente (I) e (II).


a) (I) - aminoácidos; (II) - inibição da fotólise.
b) (I) - nucleotídeos; (II) - impedimento da liberação de
O2 pela planta.
c) (I) - monômeros; (II) - bloqueio da fotofosforilação b) O principal objetivo do desenvolvimento da “folha
cíclica. artificial” é a produção de energia elétrica. Qual a
principal utilização da energia armazenada ao final da
d) (I) - aminoácidos; (II) - interrupção do ciclo de Calvin.
fase fotoquímica, no caso da fotossíntese vegetal?
e) (I) - peptídeos; (II) - não produção de ATP no cloro- A energia armazenada ao final da fase fotoquímica na forma de ATP e
plasto.
A rubisco é uma enzima, isto é, um tipo de proteína, e, portanto,
NADPH é utilizada principalmente para a síntese de carboidratos por
é constituída por aminoácidos. Sem ela, não há produção de car-
boidratos, pelo fato de ela fazer parte do ciclo de Calvin. Assim, o
ciclo não consegue se completar.
meio de CO2 durante a etapa química da fotossíntese.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. Famerp-SP – As algas são importantes produtoras de fotossintética durante o período diurno. É correto afir-
gás oxigênio, substância fundamental para a maioria mar que essas plantas
dos seres vivos. O gás oxigênio liberado pelas algas a) respiram e fotossintetizam apenas durante o período
provém das diurno.
a) moléculas de piruvato, derivadas da glicólise que b) respiram e fotossintetizam apenas durante o período
ocorre na respiração celular. noturno.
b) moléculas de água, após a fotólise que ocorre na
c) respiram o dia todo e fotossintetizam apenas durante
fotossíntese.
o período diurno.
c) moléculas de glicose, após a glicólise que ocorre na
d) respiram e fotossintetizam o dia todo.
respiração celular.
d) moléculas de nitrato, derivadas da oxidação durante 9. UEPB (adaptada) – Em regiões tropicais como nos-
a quimiossíntese. so país, certas plantas apresentam adaptações às
e) moléculas de gás carbônico, após a etapa química condições ambientais, tais como alta intensidade lu-
da fotossíntese. minosa, altas temperaturas e baixa disponibilidade
de água. Nessas condições, os estômatos podem

Material exclusivo para professores


8. Unicamp-SP permanecer fechados por muito tempo durante o dia,
Algumas plantas de ambientes áridos apresentam o o que reduz a transpiração da planta, mas também
chamado “metabolismo ácido das crassuláceas”, em restringe a entrada de gás carbônico, fundamental
que há captação de CO2 atmosférico durante a noite, para o processo de fotossíntese. Assim, nessas re-

conveniados ao Sistema de Ensino


quando os estômatos estão abertos. Como resulta- giões, foram identificadas plantas com diferentes es-
do, as plantas produzem ácidos orgânicos, que poste- tratégias adaptativas, no que diz respeito ao processo
riormente fornecem substrato para a principal enzima fotossintético.

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41 – Material do Professor 203

Sobre o tema exposto, são apresentadas as proposi- 12. UPE – “Planta no quarto não mata ninguém: Se fosse,

BIOLOGIA 1A
ções a seguir. não haveria um índio vivo na Floresta Amazônica”, ar-
I. O milho e a cana-de-açúcar são exemplos de plantas gumenta o botânico Gilberto Kerbauy, da Universidade
__________________. de São Paulo.
II. Nessas plantas, os estômatos são abertos durante Essa afirmativa baseia-se na seguinte crença:
a noite. a) As plantas consomem o gás carbônico durante o
III. Nessas plantas, ocorre a formação de malato por processo de respiração, diminuindo-o da atmosfera.
meio da ação da enzima PEPcarboxilase. b) À noite, as plantas consomem oxigênio no processo
IV. Os cactos e o abacaxi são exemplos de plantas de respiração, deixando-o rarefeito no quarto.
__________________. c) No processo de fotossíntese, as plantas consomem
Assinale a opção que apresenta a relação correta entre oxigênio e água, deixando o ar mais seco.
as colunas. d) As plantas produzem gases e toxinas à noite para
repelir insetos predadores, intoxicando o ambiente.
a) As afirmativas I e II se referem às plantas C4.
e) No processo de respiração, as plantas consomem
b) As afirmativas III e IV se referem às plantas CAM.
gás carbônico e eliminam oxigênio, que, em excesso,
c) As afirmativas I e III se referem às plantas CAM. pode causar danos ao sistema nervoso.
d) As afirmativas III e IV se referem às plantas C4.
e) As afirmativas I e III se referem às plantas C4. 13. PUC-RS – Baseados nos conhecimentos biológicos,
pesquisadores brasileiros têm buscado converter água
10. Sistema Dom Bosco – A fotossíntese é fundamental e luz solar em combustível. A estratégia é separar oxi-
para a manutenção da vida na Terra. Explique a impor- gênio e hidrogênio pela quebra da molécula de água,
tância desse processo. usando a energia luminosa. Para isso, um nanomate-
rial será usado para absorver a energia luminosa que
promoverá essa reação. Oxigênio e hidrogênio gaso-
sos serão, então, armazenados e, quando recombi-
nados, produzirão eletricidade e água. Um processo
semelhante é realizado naturalmente nos vegetais
durante a fase luminosa da fotossíntese, quando há
__________________ para quebrar a molécula de água
e liberar __________________ gasoso. Com a luz, há
transferência de __________________ para NADP+ e,
finalmente, é gerado(a) __________________, que atuará
como combustível químico.
a) ADP - hidrogênio - oxigênio - clorofila
b) ATP - oxigênio - hidrogênio - ATP
c) ATP - hidrogênio - oxigênio - ADP
11. UERN d) clorofila - oxigênio - hidrogênio - ATP
A figura mostra o esquema do cloroplasto, organela e) clorofila - hidrogênio - oxigênio - ADP
celular responsável pelo processo fotossintético.
14. Sistema Dom Bosco – Durante a fase fotoquímica da
fotossíntese, ocorrem alguns processos metabólicos,
A
B como fosforilação cíclica, fosforilação acíclica e a fo-
tólise da água. Cite as diferenças entre os tipos de
fosforilação.

Assinale a alternativa correta:


a) C corresponde aos tilacoides, onde se encontra a
clorofila.

Material exclusivo para professores


b) A corresponde a uma pilha de tilacoides conhecida
por granum.
c) B corresponde ao estroma, onde há sacos membra-

conveniados ao Sistema de Ensino


nosos denominados tilacoides.
d) C corresponde ao vacúolo, onde há sacos membra-
nosos discoidais chamados granum.

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204 42 – Material do Professor

15. Unesp Suponha que uma cultura de algas verdes seja ilumina-
BIOLOGIA 1A

Um vaso com uma planta de folhas verdes foi colocado da e receba gás carbônico com o isótopo C-14 e água
sobre uma mesa, no centro de um quarto totalmente com o isótopo O-18. Pode-se afirmar que
vedado, de modo a impedir a entrada da luz externa, e a) o gás carbônico participa das etapas A e B e prevê
ali permaneceu por 24 horas. que ocorra produção de glicose com o isótopo C-14
Durante as 12 primeiras horas (período I), a planta foi nas duas etapas.
iluminada com luz verde, de comprimento de onda na b) o gás carbônico participa apenas da etapa A e prevê
faixa de 500 a 550 nm. Nas 12 horas seguintes (período que ocorra produção de glicose com o isótopo C-14
II), a planta foi iluminada com luz laranja-avermelhada, nesta etapa.
de comprimento de onda na faixa de 650 a 700 nm. c) a água participa das etapas A e B e prevê que ocor-
Considerando a incidência da luz sobre a planta e a taxa ra a liberação de oxigênio com o isótopo O-18 nas
fotossintética, é correto afirmar que, aos olhos de um duas etapas.
observador não daltônico que estivesse no quarto, as d) a água participa apenas da etapa A e prevê que
folhas da planta se apresentariam ocorra liberação de oxigênio com o isótopo O-18
a) de cor verde no período I e enegrecidas no período II, nesta etapa.
e a taxa de fotossíntese seria maior no período II e
reduzida ou nula no período I. 17. Sistema Dom Bosco – Plantas que vivem em ambien-
b) enegrecidas no período I e de cor vermelha no perío- tes quentes e secos desenvolveram diferentes meca-
do II, e a taxa de fotossíntese seria maior no período I nismos de fixação do carbono durante a etapa química
e reduzida ou nula no período II. da fotossíntese na tentativa de realizar esse processo
c) enegrecidas no período I e enegrecidas no período II, de forma eficiente, uma vez que o clima faz com que
e em ambos os períodos a planta não realizaria fo- elas percam moléculas de vapor de água, além de in-
tossíntese, mas apenas respiração. terferir diretamente nas trocas gasosas. Explique as
d) de cor verde no período I e de cor vermelha no perío- diferenças entre as adaptações desenvolvidas pelas
do II, e a taxa de fotossíntese seria maior no período I plantas C3 e C4.
do que no período II.
e) de cor verde no período I e de cor verde no período II,
e a taxa de fotossíntese seria maior no período I do
que no período II.

16. Albert Einstein – Analise o esquema abaixo que


se refere, de forma simplificada, ao processo de
fotossíntese.

ATP
NADPH Produto
Luz Etapa A Etapa B
ADP + P final
NADP

ESTUDO PARA O ENEM


18. Enem C2-H5 19. Enem C6-H22
A célula fotovoltaica é uma aplicação prática do efeito Pesquisadores conseguiram estimular a absorção de
fotoelétrico. Quando a luz incide sobre certas substân- energia luminosa em plantas graças ao uso de nano-
cias, libera elétrons que, circulando livremente de átomo tubos de carbono. Para isso, nanotubos de carbono “se
para átomo, formam uma corrente elétrica. Uma célula inseriram” no interior dos cloroplastos por uma mon-
fotovoltaica é composta por uma placa de ferro recober- tagem espontânea, através das membranas dos cloro-
ta por uma camada de selênio e uma película transpa- plastos. Pigmentos da planta absorvem as radiações
rente de ouro. A luz atravessa a película, incide sobre luminosas, os elétrons são “excitados” e se deslocam no
o selênio e retira elétrons, que são atraídos pelo ouro, interior de membranas dos cloroplastos, e a planta uti-
um átomo condutor de eletricidade. A película de ouro liza em seguida essa energia elétrica para a fabricação
é conectada à placa de ferro, que recebe os elétrons e os de açúcares. Os nanotubos de carbono podem absorver
devolve para o selênio, fechando o circuito e formando comprimentos de onda habitualmente não utilizados
uma corrente elétrica de pequena intensidade. pelos cloroplastos, e os pesquisadores tiveram a ideia
DIAS, C. B. Célula fotovoltaica. Disponível em: <http://super.abril. de utilizá-los como “antenas”, estimulando a conversão

Material exclusivo para professores


com.br>. Acesso em: 16 ago. 2012. (Adaptado) de energia solar pelos cloroplastos, com o aumento do
transporte de elétrons.
O processo biológico que se assemelha ao descrito é a Disponível em: <http://lqes.iqm.unicamp.br>.
Acesso em: 14 nov. 2014 (Adaptado)
a) fotossíntese. d) hidrólise do ATP.

conveniados ao Sistema de Ensino


b) fermentação. e) respiração celular.
c) quimiossíntese.

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43 – Material do Professor 205

O aumento da eficiência fotossintética ocorreu pelo fato

BIOLOGIA 1A
de os nanotubos de carbono promoverem diretamente a
HO
a) utilização de água. CO2 2
O2
b) absorção de fótons.
Fotossíntese
c) formação de gás oxigênio.
d) proliferação de cloroplastos.
Triose-P
e) captação de dióxido de carbono. Piruvato Acetil - CoA Ácido graxo
PhaA
20. Enem C5-H17 UDP-glicose Glicose-1-P
SPS Diacilglicerol
AGPase Poli-β-hidroxibutarato
O quadro é um esquema da via de produção de biocom- DGAT
bustível com base no cultivo de uma cianobactéria ge- Sacarose Glicogênio
neticamente modificada com a inserção do gene DGAT. Triacilglicerol
Além da introdução desse gene, os pesquisadores in-
terromperam as vias de síntese de outros compostos
orgânicos, visando aumentar a eficiência na produção Considerando as vias mostradas, uma fonte de matéria-
do biocombustível (triacilglicerol). -prima primária desse biocombustível é o(a)
a) ácido graxo, produzido a partir da sacarose.
b) gás carbônico, adquirido via fotossíntese.
c) sacarose, um dissacarídeo rico em energia.
d) gene DGAT, introduzido por engenharia genética.
e) glicogênio, reserva energética das cianobactérias.

Material exclusivo para professores


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17
206 44 – Material do Professor

20
BIOLOGIA 1A

RESPIRAÇÃO AERÓBIA

Em 2016, pesquisadores de diversas partes do mundo tiveram acesso à caverna


Movile, localizada no sudoeste da Romênia. O local foi encontrado em 1986, durante
• Fatores limitantes da uma pesquisa para achar a melhor região para a construção de uma usina nuclear.
fotossíntese Os cientistas divulgaram a descoberta de artrópodes, bactérias e outros seres vivos
• Ponto de compensação no ambiente que pensavam ser inóspito. No total, foram catalogadas 175 espécies
luminosa (PCL) vivendo nesse hábitat, o qual apresentava condições ambientais bem específicas.
• Quimiossíntese Entre esses seres, foram descobertas 33 novas espécies de coleópteros, além de
aranhas, escorpiões-marinhos, pseudoescorpiões, sanguessugas e isópodes. Todos
HABILIDADES esses organismos apresentam ausência de visão e pigmentação.
• Compreender e citar como A caverna Movile é considerada única no mundo por suas características,
os fatores internos e principalmente pelo fato de o ar ser bastante pobre em oxigênio e rico em sulfato
externos podem limitar a de hidrogênio – substância produzida por bactérias quimiossintetizantes, as quais
fotossíntese. são predominantes no local. Isso ocorre porque as bactérias fotossintetizantes não
• Descrever as conseguem sobreviver em um ambiente desprovido de luz solar, como é o dessa
consequências da caverna desde cerca de 5,5 milhões de anos atrás. As bactérias quimiossintetizan-
fotossíntese de acordo com tes, por sua vez, obtêm energia pela oxidação do sulfato (SO42–) e do amônio (NH4+),
os fatores limitantes. produzindo uma fonte de carbono e energia por meio dessa reação química.
• Entender o conceito de De acordo com os pesquisadores, o mais intrigante é como esses animais chega-
quimiossíntese. ram a um ambiente tão inóspito e se adaptaram de forma eficaz ao longo do tempo.
• Descrever como a quimios- Segundo o microbiologista J. Collin Murrel, da Universidade de East Aglia, do Reino
síntese produz energia. Unido, as bactérias provavelmente devem existir na caverna há mais de 5 milhões
• Citar os principais de anos. Ainda segundo Murrel, os outros organismos devem ter caído nela ao longo
organismos capazes de do tempo e ali ficaram presos, adaptando-se ao ambiente no decorrer desse longo
realizar a quimiossíntese. período e povoando o ambiente sem a concorrência com outras espécies.

SCIENCE PHOTO LIBRARY - SPL / FOTOARENA

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino Pesquisadores coletando amostras de bactérias da caverna Movile, na Romênia.

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45 – Material do Professor 207

Neste módulo vamos estudar o processo da qui- LEITURA COMPLEMENTAR


miossíntese, por meio do qual substâncias inorgânicas

BIOLOGIA 1A
Para ilustrar os fatores limitantes internos da fotossínte-
são oxidadas e transformadas em substâncias orgâni-
se, podemos imaginar a seguinte situação: considere que
cas, tal como na fotossíntese, porém sem a necessi-
você queira fazer dois bolos. No forno a ser utilizado, há
dade da luz. No entanto, antes de nos aprofundarmos
espaço para ambos e a temperatura para assá-los será
nesse fenômeno, vamos conhecer quais fatores limi-
a mesma (180 ºC). Como você deve saber, para os bolos
tam a ocorrência da fotossíntese.
crescerem é preciso fermento. Porém, ele acaba durante a
preparação do segundo bolo, o qual crescerá menos. Por-
Fatores limitantes da tanto, ainda que com iguais condições (mesmo ambiente,
mesma temperatura e com todos os outros ingredientes,
fotossíntese como farinha, ovos, óleo), o fator determinante para o
crescimento dos bolos é o fermento. Algo semelhante
Como estudado no módulo anterior, a fotossíntese ocorre em relação aos fatores internos na fotossíntese:
é essencial para a vida na Terra, pois sem esse pro- se não houver organelas suficientes, independentemente
cesso não haveria oxigênio disponível no planeta. A do ambiente e de outros fatores, a capacidade de fotos-
intensidade com que as células de seres autótrofos síntese será menor.
realizam essa reação pode ser medida pela quantidade
de CO2 consumido ou de O2 produzido. No entanto,
existem alguns fatores que podem influenciar na con-
centração dessas moléculas.
FATORES EXTERNOS
O britânico Frederick Frost Blackman (1866-1947) Estes se relacionam ao ambiente em que o organis-
foi um botânico, algologista e fisiologista vegetal que mo fotossintético está inserido. Os principais fatores
dedicou sua vida ao estudo da fotossíntese. Décadas externos capazes de limitar a taxa fotossintética são a:
após a sua morte, em 1947, o “princípio de Blackman”, concentração de CO2 na atmosfera, a temperatura,
como é chamado, foi estabelecido em 1995, quando a intensidade luminosa e o comprimento de onda.
outros conhecimentos foram acrescidos por pesquisas

SCIENCE PHOTO LIBRARY - SPL/SCIENCE PHOTO LIBRARY - SPL/FOTOARENA


recentes, o que resultou no seguinte postulado: Gancho de
germinação

Quando um processo metabólico é influencia- Caule


do por vários fatores que atuam isoladamente uns estiolado

dos outros, a velocidade do processo é limitada


pelo fator de menor intensidade.
Folhas

Em geral, os fatores limitantes da fotossíntese são


divididos em internos ou externos.

FATORES INTERNOS Primeiro nó


Para que a fotossíntese aconteça, é necessária a
participação de pigmentos fotossintetizantes, en-
zimas e cofatores. Além disso, quanto maior for o
número de cloroplastos ou outras organelas fotos-
sintetizantes nas células (as cianobactérias), maior
será a taxa fotossintética. Isso ocorre em virtude de
existirem mais pigmentos capazes de transformar O estiolamento é o desenvolvimento anormal dos
vegetais causado pela ausência de luz.
a energia luminosa em energia química. Ou seja, a
energia luminosa que chega até a superfície desses
seres é a mesma, a diferença é a capacidade de ab- Concentração de CO2
sorção que ocorre por meio das organelas providas O CO2 é o substrato da etapa química da fotossín-

Material exclusivo para professores


dessa função. tese que participa do chamado ciclo de Calvin. Sem
Esses elementos são os chamados fatores inter- esse elemento, não há possibilidade de a fotossíntese
nos, os quais são inerentes à célula fotossintética. ocorrer. Quando a concentração de CO2 cresce, a taxa
Portanto, eles não dependem de condições ambientais fotossintética também aumenta. No entanto, quando

conveniados ao Sistema de Ensino


externas. Sem esses fatores, a fotossíntese é reduzida
ou sequer é possível.
o sistema atinge uma concentração saturada de CO2,
a reação de fotossíntese alcança um platô. Ou seja,

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208 46 – Material do Professor

há um limite para a taxa de fotossíntese. Portanto, a

Taxa de fotossíntese por


BIOLOGIA 1A

relação entre a taxa fotossintética e a concentração

unidade de área foliar


PLANTA C4
de dióxido de carbono (CO2) pode ser representada
da seguinte maneira:
PLANTA C3
Taxa de fotossíntese

1% 50% 100%
Isolação máxima

Luminosidade
0º 20º 40º
Temperatura (ºC)

Comparação entre as taxas de fotossíntese de plantas C3 e C4 em três


parâmetros diferentes: insolação máxima, luminosidade e temperatura.
0,1 0,2 0,3 0,4 % de CO2

Gráfico que relaciona a taxa fotossintética à concentração de CO2. Intensidade luminosa


Este fator influencia na taxa fotossintética, pois, em
Ao pensarmos em nível de ecologia e conservação completa escuridão, é impossível o processo ocorrer.
ambiental, as plantas não são capazes de utilizar todo Assim, quanto maior for a intensidade luminosa, maior
o CO2 liberado na atmosfera pelas atividades huma- será a taxa de fotossíntese.
nas. Ou seja, os níveis de CO2 não resultam em maior
produção de O2. Velocidade
de fotossíntese
As plantas apresentam um limite de utilização do
CO2. Quando todas as enzimas têm o substrato neces-
sário, esse ponto máximo é atingido, e a aquisição de
CO2 da atmosfera é interrompida. Sendo assim, é um Saturação
equívoco achar que há compensação de produção de
O2 em nosso ambiente poluído.

Temperatura
Este fator também influencia na taxa fotossinté- x Intensidade
luminosa
tica, já que existem temperaturas ótimas para que
a fotossíntese seja realizada, as quais variam entre A relação entre a velocidade da fotossíntese e a intensidade luminosa pode
ser observada no ponto x, quando os pigmentos são excitados o suficiente
as espécies. e deixam de absorver a luminosidade, atingindo, assim, a saturação.
A elevação de 10 °C na temperatura pode duplicar
a velocidade das reações enzimáticas. Entretanto, em
temperaturas próximas a 40 °C, há desnaturação das Comprimento de onda
enzimas, o que resulta na perda de sua configuração Este pode ser considerado um fator limitante, por-
espacial e, consequentemente, de sua função, o que que os pigmentos fotossintetizantes captam luz em
impede a ação enzimática no sistema de fotossíntese. diferentes faixas. Por exemplo, as clorofilas A e B pre-
Dessa forma, a relação entre a taxa fotossin- sentes nas plantas têm excelente ação fotossintética
tética e a temperatura pode ser representada da nas faixas do azul e do vermelho e pouca atividade na
seguinte maneira: faixa da cor verde.

Vermelho
Taxa de fotossíntese

Taxa de
fotossíntese
Azul

10 35 50
Verde

Material exclusivo para professores


Temperatura (ºC)

Gráfico que relaciona a taxa de fotossíntese à temperatura. 400 500 600 700 nm

O gráfico representa a relação de absorção de luz pelas clorofilas a e b


A taxa fotossintética em diferentes temperaturas durante a fotossíntese.

conveniados ao Sistema de Ensino


também varia para plantas dos tipos C3 e C4, conforme
pode ser observado no gráfico: O gráfico mostra que a taxa fotossintética é mais
alta. Consequentemente, a fotossíntese é mais efi-

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47 – Material do Professor 209

ciente nos comprimentos de onda que representam


o azul e o vermelho. Isso mostra que a fotossíntese Situação B Meio-dia

BIOLOGIA 1A
ocorre mais eficazmente nos comprimentos de onda
correspondentes aos maiores índices de absorção da Mitocôndrias Cloropastos
clorofila. Vale lembrar que a fotossíntese não é inexis- Ponto de
tente na faixa do verde, o que comprova a atividade de compensação
CO2 O2 O2 CO2
luminoso (PCL)
outros pigmentos no processo, como os carotenoides.

PONTO DE COMPENSAÇÃO Situação B: relação entre as trocas gasosas das plantas e o ambiente ao
meio-dia, em que há maior intensidade luminosa. Nesse período, a taxa

LUMINOSA (PCL) de respiração aeróbia é igual à taxa fotossintética, o chamado ponto de


compensação luminoso (PCL). Ou seja, tudo o que é liberado é consumido
Além de realizarem a fotossíntese, as plantas exe- pela própria planta, de forma que não há saldo para ser liberado no ambiente.
Assim, as mitocôndrias consomem todo o O2 liberado pelos cloroplastos,
cutam a respiração celular aeróbia, pela qual existe e estes captam todo o CO2 liberado pelas mitocôndrias. Plantas que vivem
absorção de O 2 e liberação de CO 2 no ambiente, em ambientes sombreados apresentam PCL baixo, enquanto as que vivem
processo que ocorre constantemente, na presença em ambientes muito iluminados têm PCL elevado.

ou na ausência de luz, sem sofrer influência da in-


tensidade luminosa. Na situação C a fotossíntese predomina sobre a
respiração, como ocorre durante o dia. Como a produ-
Intensidade ção de compostos orgânicos é superior ao consumo,
do processo
a planta consegue se desenvolver e armazenar os car-
boidratos produzidos. Tal situação é ideal para que ela
Fotossíntese
consiga se desenvolver e se reproduzir.

Respiração Situação C
celular Dia

Mitocôndrias Cloropastos
A B C Intensidade
luminosa
CO2 O2 O2 CO2

Nesse gráfico podemos notar que a respiração celular se mantém


estável em comparação com a fotossíntese, que aumenta sua atividade
conforme cresce a intensidade luminosa. O2 CO2

Situação C: relação entre as trocas gasosas das plantas e o ambiente


Em geral, existem três situações quando se trata de durante o dia. Nesse período, a taxa de fotossíntese é maior que a de
relacionar a fotossíntese à respiração aeróbia. Acom- respiração. As mitocôndrias consomem parte do O2 produzido pelos
cloroplastos, enquanto a outra parte é liberada para o ambiente. Os
panhe os três contextos a seguir. cloroplastos, por sua vez, consomem todo o CO2 produzido pelas
Na situação A, existe baixa intensidade lumino- mitocôndrias mais o CO2 do ambiente, uma vez que a taxa de respiração
sa, como acontece à noite. A planta realiza respiração é menor que a de fotossíntese.
aeróbia normalmente, enquanto a fotossíntese está na
fase química, com a produção de carboidratos. Assim, Em um ecossistema equilibrado, como a Amazônia,
não há liberação de O2 e CO2. as trocas gasosas são pequenas, pois há consumo do
produto liberado (oxigênio, por exemplo) no próprio
Situação A ecossistema. Portanto, esse fato desmitifica a ideia de
Noite
que a Amazônia é o “pulmão” do mundo. Entretanto,
ela tem grande importância em razão de sua grande
Mitocôndrias Cloropastos biodiversidade e por atuar no controle climático.
O controle climático gera uma falsa ideia de que
CO2 O2 X X a Floresta Amazônica seja o pulmão do mundo, pois
a faixa latitudinal acima do Equador ocupada por ela
CO2 O2 seria extremamente desértica em todo o planeta caso
a floresta não existisse. Como visto, o uso de CO2 não
Situação A: relação entre as trocas gasosas das plantas e o ambiente

Material exclusivo para professores


noturno. Nesse período, as mitocôndrias captam O2 e liberam CO2, é ilimitado, de modo que a planta não consome mais
enquanto os cloroplastos produzem carboidratos. do que consegue ou precisa. Sendo assim, ainda há
excesso desse gás na nossa atmosfera, consequen-
Na situação B, a taxa de fotossíntese é igual à de temente, não há produção de O2 compensatório. De

conveniados ao Sistema de Ensino


respiração aeróbia. Nesse caso, foi atingido o ponto qualquer modo, desmatar a área florestal é algo bastante
de compensação luminoso (PCL) ou ponto de com- nocivo, visto que o oxigênio produzido seria reduzido
pensação fótico (PCF). ainda mais, o que afetaria o ecossistema.

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210 48 – Material do Professor

por arqueias e bactérias quimiossintetizantes. A equa-


PEETATHAM KONGKAPECH/GETTY IMAGES
BIOLOGIA 1A

ção global dessa reação pode ser assim representada:

Molécula inorgânica 1 O2 →
→ Molécula inorgânica oxidada 1 energia (ATP)

6 CO2 1 6 H2O 1 energia → C6H12O 1 6 O6

Os principais exemplos de seres quimiossinteti-


zantes são as nitrobactérias, as sulfobactérais e as
ferrobactérias.

NITROBACTÉRIAS
Foto aérea de parte da Floresta Amazônica. Existem dois tipos de bactéria que representam
esse grupo: as Nitrosomonas e as Nitrobacters. As
Em populações mais abertas e dinâmicas, seres primeiras oxidam a amônia e a transformam em nitri-
fotossintetizantes apresentam balanço positivo, porque to. Dessa forma, liberam energia, que é utilizada na
produzem mais substâncias do que consomem. Um produção de carboidratos, como a glicose.
exemplo são as algas marinhas, constituintes da maior
massa fotossintetizante da biosfera, sendo as principais
fornecedoras de oxigênio do planeta. A quantidade de Amônia 1 O2 → Nitrito 1 energia
indivíduos nesse ecossistema que consomem oxigênio
é bem menor que o número de organismos presen- 6 CO2 1 6 H2O 1 energia → C6H12O6 1 6 O2
tes na Floresta Amazônica que também o consomem.
Como resultado, o saldo é positivo, o que dissemina a
liberação de oxigênio para áreas maiores. Bactérias do gênero Nitrobacter, por sua vez,
oxidam o nitrito em nitrato. Como resultado, pro-
DANIEL POLOHA UNDERWATER /ALAMY STOCK PHOTO

duzem glicose.

Nitrito 1 O2 → Nitrato 1 energia

6 CO2 1 6 H2O 1 energia → C6H12O6 1 6 O2

PASIEKA/GETTY IMAGES

As algas marinhas são as principais fornecedoras de oxigênio da biosfera,


o que contribui para o balanço positivo da fotossíntese.

QUIMIOSSÍNTESE
Este processo consiste na produção de compostos
orgânicos por meio da oxidação de compostos inorgâ-
nicos (substâncias que contenham ferro, enxofre ou
hidrogênio, por exemplo). Essa reação não necessita
de luz para ocorrer. Essa é a principal diferença entre
Micrografia eletrônica de transmissão de bactérias do gênero

Material exclusivo para professores


a quimiossíntese e a fotossíntese. No entanto, em Nitrobacter sp. encontradas no mar. Aumento de 6 000× no tamanho
ambas há produção de matéria orgânica que serve de 6 cm × 4,5 cm.
alimento para os organismos heterótrofos.
A energia gerada nesse processo remete ao ATP Esse processo é fundamental para a vida, pois o

conveniados ao Sistema de Ensino


formado pela reação de oxidação, na qual um fosfato nitrito absorvido pelas plantas é convertido em aminoáci-
é transferido para uma molécula de ADP (adenosina di- dos, os quais são a base para a produção de aminoácidos
fosfato) já presente no meio. Esse processo é realizado essenciais aos seres humanos.

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49 – Material do Professor 211

As nitrobactérias estão presentes principalmente LEITURA COMPLEMENTAR


no solo e nas raízes das plantas – ou seja, em um am-

BIOLOGIA 1A
biente sem luz solar. Elas constituem uma importante Cientistas descobrem recife oculto pela pluma
parte da cadeia alimentar, pois, além de ajudarem na do rio Amazonas
fixação de carbono e nitrogênio nas raízes das plantas,
Pesquisadores da Universidade Estadual do Nor-
fornecem energia e matéria-prima para outros organis-
te Fluminense e da Universidade Federal do Rio de
mos em ambientes pobres em oxigênio ou com menor
Janeiro descobriram um vasto e extremamente rico
taxa de decomposição.
recife a 200 km da desembocadura do rio Amazonas,
SULFOBACTÉRIAS debaixo de uma pluma espessa de sedimentos, que
Também conhecidas como tiobactérias, realizam nada mais é que a extremidade das margens dos rios
quimiossíntese com base em compostos sulforosos, onde águas com diferentes densidades se misturam e
como o gás sulfídrico (H2S). As sulfobactérias estão geram uma faixa de águas mais claras próximas à ter-
presentes em grande quantidade nas águas termais. ra, entre Maranhão e Guiana Francesa. De acordo com
Produzem matéria orgânica por meio da energia eles, há diversas espécies endêmicas, isto é, existentes
liberada ao oxidar esses compostos sulfurosos. Assim, apenas naquele local, como esponjas gigantes. O mais
conseguem sobreviver e ainda servem de alimento curioso é que o recife se encontra em um ambiente
para organismos heterótrofos, como anêmonas, ca- improvável de ter tanta riqueza de espécies.
ranguejos, vermes e mariscos.
A ausência de luminosidade é explicada pela exis-
tência da pluma de sedimentos e de matéria orgânica
H2S 1 O2 → SO422 1 energia
que é despejada nos oceanos, que forma uma espécie
de camada de matéria flutuante nas águas mais super-
6 CO2 1 6 H2O 1 energia → C6H12O6 + 6 O2
ficiais, impedindo a luz de passar até camadas mais
fundas de água. Dessa forma, torna-se claro que esses
As sulfobactérias também são encontradas próxi- seres não são capazes de realizar fotossíntese e, assim,
mas a vulcões ou em fissuras do manto oceânico. há grande redução de oxigênio em suspensão, o que
explica por que não devia haver recifes em desem-
FERROBACTÉRIAS bocaduras de rios tropicais com grande quantidade
Tais bactérias oxidam substâncias com ferro em de sedimentos.
sua composição para produzirem matéria orgânica.
As ferrobactérias conseguem oxidar o óxido ferroso O recife é dividido em três setores, sendo que o
em óxido férrico. São comuns em águas residuais de setor norte, que vai do Amapá até a Guiana Francesa,
jazidas e minérios. é o mais interessante: há apenas 2% de luminosidade
e, assim, a cadeia alimentar é baseada em quimios-
óxido ferroso + O2 → óxido férrico + energia síntese, em que algumas bactérias utilizam compostos
nitrogenados e amônia para produzir energia. Além
disso, ainda há corais, esponjas gigantes, peixes e la-
6 CO2 + 6 H2O + energia → C6H12O6 + 6 O2
gostas. Já o setor central, presente diante da ilha do
Marajó, possui uma pluma menos espessa, o que per-
mite a entrada de raios solares e, assim, exibe esponjas
BUITEN-BEELD/ALAMY STOCK PHOTO

e algas calcárias. No setor sul, entre Pará e Maranhão,


encontra-se o Parcel de Manoel Luiz, o maior recife
de corais do Atlântico Sul, considerado o maior ce-
mitério de navios do Brasil. Aparentemente, o recife
descoberto tem formação bastante recente, entre 14 e
12 mil anos atrás, o que pode ser explicado pelo baixo
nível do mar na última era glacial, fazendo com que
o mar baixasse 130 metros, o que tornou a plataforma
continental brasileira exposta. Com o derretimento

Material exclusivo para professores


das calotas glaciais do Hemisfério Norte, o nível do
mar aumentou e alagou a plataforma novamente, o
que propiciou a colonização do ambiente pelos recifes.

conveniados ao Sistema de Ensino


Sapal, um tipo de formação aluvionar peridiodicamente alagada pela água Disponível em: <http://agencia.fapesp.br/cientistas-
salgada, no Parque Nacional de Oosterschelde, nos Países Baixos. A descobrem-recife-oculto-pela-pluma-do-rio-amazonas/23116/>.
formação de biofilme e a coloração metálica na água indicam a existência Acesso em: out. 2018.
de ferrobactérias.

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212 50 – Material do Professor

ROTEIRO DE AULA
BIOLOGIA 1A

QUIMIOSSÍNTESE E FATORES LIMITANTES DA FOTOSSÍNTESE

Fotossíntese Origina carboidratos Quimiossíntese

Oxidação de substâncias
Energia obtida da: Luz solar Energia obtida da:
inorgânicas

Limitantes internos

Realizada por:

Cloroplastos Cofatores Enzimas Pigmentos


Arqueias

Limitantes externos Intensidade luminosa Sulfobactérias

Comprimento de onda
Nitrobactérias

Concentração de CO2
Ferrobactérias

Temperatura

Balanço
fotossíntese/respiração

Ponto de compensação
Noite Dia
luminoso (PCL)

a taxa de fotossíntese

Material exclusivo para professores menor que igual maior que

conveniados ao Sistema de Ensino a taxa de respiração aeróbia

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51 – Material do Professor 213

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

BIOLOGIA 1A
1. Unesp – Um pequeno agricultor construiu em sua pro- 3. Sistema Dom Bosco – A quimiossíntese é um pro-
priedade uma estufa para cultivar alfaces pelo sistema cesso autotrófico utilizado por algumas espécies de
de hidroponia, no qual as raízes são banhadas por uma bactérias e arqueias na ausência de energia luminosa.
solução aerada e com os nutrientes necessários ao de- Descreva de forma geral como ela ocorre e qual seu
senvolvimento das plantas. Para obter plantas maiores principal produto.
e de crescimento mais rápido, o agricultor achou que
A quimiossíntese é um processo no qual algumas bactérias e arqueias
poderia aumentar a eficiência fotossintética das plan-
tas e para isso instalou em sua estufa equipamentos
capazes de controlar a umidade e as concentrações de oxidam matéria inorgânica para produzir energia. Essa energia pos-
CO2 e de O2 na atmosfera ambiente, além de equipa-
mentos para controlar a luminosidade e a temperatura. teriormente é utilizada em reações entre moléculas de CO2 e H2O,

É correto afirmar que o equipamento para controle da


formando compostos orgânicos como a glicose. Além disso, nessa
a) umidade relativa do ar é bastante útil, pois em am-
biente mais úmido, os estômatos permanecerão
fechados por mais tempo, aumentando a eficiência reação ocorre liberação de O2.
fotossintética.
b) temperatura é dispensável, pois independentemente
4. Unesp – O gráfico apresenta as taxas de respiração e
da temperatura ambiente, quanto maior a intensida-
fotossíntese em uma planta em função da intensidade
de luminosa, maior a eficiência fotossintética.
luminosa a que é submetida.
c) concentração de CO2 é bastante útil, pois um aumen-
to na concentração desse gás pode, até certo limite, Taxas de fotossíntese
aumentar a eficiência fotossintética. e de respiração

d) luminosidade é dispensável, pois, independentemen-


te da intensidade luminosa, quanto maior a tempe-
ratura ambiente, maior a eficiência fotossintética.
1
e) concentração de O2 é bastante útil, pois quanto maior
a concentração desse gás na atmosfera ambiente,
maior a eficiência fotossintética.
2
A alternativa A está incorreta porque a umidade do ar é dispensável
se há controle de temperatura. A alternativa B está incorreta, pois a
temperatura é indispensável, uma vez que, se estiver muito quente,
as enzimas que participam da fotossíntese podem desnaturar. A alter-
nativa D está incorreta porque a luz é fundamental para o processo de
fotossíntese. A alternativa E está incorreta, pois o O2 é um produto da A B C Intensidade
fotossíntese, e não um substrato. luminosa

De acordo com os gráficos e os fenômenos que re-


presentam,
2. Sistema Dom Bosco – As enzimas são moléculas
orgânicas de natureza proteica que participam ativa- a) no intervalo A-B a planta consome mais matéria or-
mente de processos biológicos como a respiração e a gânica que aquela que sintetiza e, a partir do ponto
fotossíntese, aumentando sua velocidade. Sobre esse B, ocorre aumento da biomassa vegetal.
assunto, analise as frases a seguir: b) no intervalo A-C a planta apenas consome as reser-
I. A quantidade de enzimas pode ser considerada um vas energéticas da semente e a partir do ponto C,
fator limitante interno da fotossíntese. passa a armazenar energia através da fotossíntese.
II. Quanto maior a temperatura, mais eficiente a enzima c) no intervalo A-C a planta se apresenta em processo
será em sua atividade. de crescimento e, a partir do ponto C, há apenas a
manutenção da biomassa vegetal.
III. A ribulose-bifosfato-carboxilase, conhecida como
rubisco, é uma enzima responsável pela fixação do d) a linha 1 representa a taxa de respiração, enquanto
carbono na fotossíntese. a linha 2 representa a taxa de fotossíntese.
IV. Temperatura e pH são fatores que afetam as ativi- e) no intervalo A-B a variação da intensidade luminosa
dades das enzimas e, consequentemente, a fotos- afeta as taxas de respiração e de fotossíntese, e a
síntese. partir do ponto C, essas taxas se mantêm constantes.

Somente são corretas: A linha 1 representa a taxa fotossintética. A linha 2 refere-se à taxa de
respiração aeróbia. No ponto A, existe consumo de O2 e produção de
a) III e IV CO2, enquanto os cloroplastos produzem apenas carboidratos, sem cap-
tação ou liberação de substâncias para o ambiente. No intervalo de A até
b) I, III e IV B (que é o ponto de compensação luminoso), existe o consumo gradual
c) I e IV da matéria orgânica produzida em A. Depois do ponto de compensação
luminoso (B), o balanço muda. Isso significa que, se anteriormente havia

Material exclusivo para professores


d) I, II e IV maior consumo que produção, agora a taxa fotossintética é maior, o que
e) II, III e IV resulta em maior produção que consumo de componentes orgânicos.
Isso gera armazenamento de energia.
A afirmativa II está incorreta porque as enzimas atuam em temperaturas
ótimas. Caso a temperatura esteja maior, elas serão desnaturadas.

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5. IFSul-MG Chamamos de quimiossíntese o processo em que se utiliza matéria


BIOLOGIA 1A

inorgânica derivada de minerais, como o ferro, para a produção de


Uma equipe internacional de cientistas encontrou evidên- energia. Com base nisso, forma-se matéria orgânica.
cias de microrganismos como bactérias e fungos vivendo
dentro de pedras basálticas encontradas logo abaixo do
fundo do Oceano Pacífico – a uma profundidade de 2,5 km 6. Sistema Dom Bosco – As plantas são capazes de
e cobertas por centenas de metros de sedimentos. Prova- realizar fotossíntese concomitantemente à respiração
aeróbia. Existe um instante em que a taxa fotossintética
velmente a água reage com compostos minerais e ferro, e
é igual à taxa da respiração aeróbia. Cite o nome dado
libera hidrogênio. Os microrganismos usam o hidrogênio
a esse instante e explique o que acontece.
como fonte de energia para converter dióxido de carbono
em material orgânico. O instante em que a taxa fotossintética é igual à de respiração aeróbia
Disponível em: <http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/
noticia/2013/03/rochas-abaixo-do-fundo-do-oceano-pacifico-tem- é denominado ponto de compensação luminoso ou ponto de compen-
seres-vivos-diz-estudo.html>. Acesso em: out. 2018.

O processo de nutrição realizado por esses microrganis- sação fótico. O oxigênio liberado pela fotossíntese é consumido na
mos, dos quais os cientistas encontraram evidências,
conforme descrito acima, denomina-se respiração celular, e o CO2 liberado na respiração celular é consumido
a) fotossíntese.
b) quimiossíntese. na fotossíntese, de forma que as trocas gasosas entre a planta e o
c) heterotrófica.
d) anabolismo. ambiente são nulas. 

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. Sistema Dom Bosco – Tanto o processo de fotossínte- 9. Fuvest-SP– A figura a seguir mostra um equipamen-
se quanto o de quimiossíntese são fundamentais para to que coleta gases produzidos por plantas aquáticas.
a vida de determinados organismos. Cite as diferenças Nele, são colocados ramos que ficam submersos em
e semelhanças entre esses processos. líquido; uma válvula controla a saída dos gases.

válvula

8. Unimontes-MG – Leia o texto.


Já são dois anos! A estação das chuvas chega; as nuvens se
formam, mas não deixam cair uma gota de água. Estamos
em Cabrobó, Pernambuco, a apenas 20 km das margens
do rio São Francisco. A seca espalha suas vítimas na beira a) Que gás (gases) é (são) de um equipamento como
da estrada; o gado morto se incorporou à paisagem num esse, quando a planta é mantida sob mesma tem-
peratura e sob intensidade luminosa:
tempo em que só os urubus conhecem fartura.
a1) inferior ao ponto de compensação fótico?
Disponível em: <https://blogdoenem.com.br/quimiossintese-
fotossintese-bacteriana/>.

O cenário evidenciado no texto acima proporciona uma


rica fonte de energia e de átomos de carbono para
produção de moléculas orgânicas pelas bactérias. Con-
siderando essa informação, o texto acima e o assunto
abordado, analise as alternativas abaixo e assinale a que

Material exclusivo para professores


corresponde à classificação das bactérias que atuarão a2) superior ao ponto de compensação fótico?
diretamente nesse contexto.
a) Quimioautotróficas – Nitrobactérias.
b) Quimio-heterotróficas – Saprofágicas.

conveniados ao Sistema de Ensino


c) Fotoautotróficas – Cianobactérias.
d) Fotoautotróficas – Sulfobactérias.

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53 – Material do Professor 215

b) Dois equipamentos, preparados com a mesma quan- 11. Sistema Dom Bosco – A reação química a seguir

BIOLOGIA 1A
tidade de planta e o mesmo volume de líquido, foram representa um processo de obtenção de energia que
mantidos sob as mesmas condições de temperatura provavelmente foi utilizado pelos primeiros seres vivos
e de exposição à luz. Apenas um fator diferiu entre da Terra.
as duas preparações. Após duas horas, verificou- FeS + H2S → FeS2 + H2 1 energia
-se que a quantidade de gases coletada de um dos
equipamentos foi 20% maior do que a do outro. Qual É correto afirmar que os organismos que realizavam
fator que variou entre as preparações, pode explicar esse processo eram
a diferença na quantidade de gases coletada? a) quimiossintetizantes.
b) fermentadores.
c) fotossintetizantes.
d) aeróbios.
e) heterotróficos.

12. Uerj – Em um experimento, os tubos I, II, III e IV, cujas


aberturas estão totalmente vedadas, são iluminados
10. Unicamp-SP – O crescimento das plantas é afetado por luzes de mesma potência, durante o mesmo in-
pelo balanço entre a fotossíntese e a respiração. O pa- tervalo de tempo, mas com cores diferentes. Além da
drão de resposta desses dois importantes processos fi- mesma solução aquosa, cada tubo possui os seguintes
siológicos em função da temperatura é apresentado nos conteúdos:
gráficos abaixo, relativos a duas espécies de plantas. I II III IV

Espécie X

25 Fotossíntese
Processos (mol m−2 s−1)

Respiração
20

algas algas caramujos algas e


15 caramujos

A solução aquosa presente nos quatro tubos tem, ini-


10 cialmente, cor vermelha. Observe, na escala abaixo,
a relação entre a cor da solução e a concentração de
5 dióxido de carbono no tubo.
solução
cor da

0 roxa vermelha amarela


15 20 25 30 35 40 45

Temperatura (ºC) (2) concentração de dióxido de carbono no tubo (1)

Os tubos I e III são iluminados por luz amarela, e os


Espécie Y tubos II e IV por luz azul. Admita que a espécie de alga
25 utilizada no experimento apresente um único pigmento
Fotossíntese
fotossintetizante. O gráfico a seguir relaciona a taxa de
Processos (mol m−2 s−1)

Respiração
fotossíntese desse pigmento em função dos compri-
20
mentos de onda da luz.

15
Taxa de fotossíntese

10

0
15 20 25 30 35 40 45

Temperatura (ºC)
violeta

azul

amarela

vermelha
verde

laranja

Sobre as espécies X e Y, é correto afirmar: 380 440 500 565 590 625 740
Comprimento de onda (nm)
a) Espécie Y não apresenta ganho líquido de carbono
Após o experimento, o tubo no qual a cor da solução

Material exclusivo para professores


a 15 °C.
se modificou mais rapidamente de vermelha para roxa
b) As duas espécies têm perda líquida de carbono a é o representado pelo seguinte número:
45 °C.
a) I
c) A espécie Y crescerá menos do que a espécie X

conveniados ao Sistema de Ensino


a 25 °C. b) II
d) As duas espécies têm ganho líquido de carbono c) III
a 45 °C. d) IV

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13. IFSul-MG – O plantio de árvores é um valioso ensina- Em relação a esse assunto, assinale a soma da(s)
BIOLOGIA 1A

mento às gerações futuras com vistas a contrabalancear proposição(ões) correta(s).


os efeitos em nosso planeta do acúmulo de gases noci- 01) A principal diferença entre fotossíntese e quimios-
vos à atmosfera. Considerando as taxas de fotossíntese síntese é a origem da energia utilizada para a obten-
e as trocas gasosas das plantas com o ambiente, obser- ção de compostos orgânicos: no primeiro proces-
ve o gráfico e assinale a alternativa incorreta. so, a energia é luminosa. Enquanto no segundo, a
energia é obtida a partir de reações de oxidação.
Quantidade de CO2
consumida na fotossíntese 02) Fotossíntese é o processo realizado pelos seres
vivos clorofilados e que utiliza energia luminosa para
6 sintetizar glicose a partir de oxigênio e água.
5 04) A fotossíntese e a respiração celular não são pro-
A cessos antagônicos, mas sim, complementares: o
Taxa de fotossíntese
4 primeiro sintetiza moléculas orgânicas, enquanto o
segundo degrada tais moléculas, produzindo energia.
3 B
Taxa de respiração 08) Nas células vegetais, a respiração celular ocorre
2
tanto durante o dia quanto à noite. Pois, para que
a célula obtenha energia, é necessário que esse
1 processo se realize a todo momento, independen-
temente da presença ou ausência de luz.
0 16) As células vegetais fazem fotossíntese quando há
1 2 3 4 5 6 7 luz disponível no ambiente; já a respiração celular
Intensidade luminosa ocorre apenas na ausência de luz.
a) “Plantas de sombra” possuem ponto de compen- 32) As plantas são seres autótrofos fotossintetizantes. Por-
sação fótico mais baixo que “plantas de sol”, pois tanto, não realizam o processo de respiração celular,
necessitam de intensidades luminosas menores. já que obtêm a energia diretamente da energia solar.
b) Se a intensidade luminosa for inferior ao ponto de com- 16. Uepa – As plantas terrestres fixam imensa quantidade
pensação fótico, a matéria orgânica produzida com a de gás carbônico, utilizando-o para formar novas molé-
fotossíntese será insuficiente para a planta crescer.
culas orgânicas por meio da fotossíntese (1), sendo o
c) Quando todo o gás oxigênio liberado na fotossínte- oxigênio o produto liberado em grande quantidade. No
se é consumido na respiração celular, a planta não entanto, em florestas maduras, como a floresta Amazô-
mais realiza trocas gasosas, independentemente da nica, cujas árvores já atingiram o equilíbrio, o consumo
intensidade luminosa. de oxigênio pela respiração (2) tende a igualar com sua
d) Sob condições ideais, as taxas de fotossíntese au- produção na fotossíntese. A floresta Amazônica é, por-
mentam até atingir um ponto de saturação luminosa, tanto, autossustentável. Apesar disso, sua conservação
mostrado em A, no qual deixam de aumentar. é essencial para a estabilização do clima na região, no
planeta e para a sobrevivência de um imenso número de
14. Unesp – No dia 16 de fevereiro de 2013, terminou o espécies animais e vegetais que constituem um acervo
horário brasileiro de verão. À meia-noite, os relógios genético de valor incalculável para a humanidade.
foram atrasados em uma hora. Considerando a inten-
Sobre os processos destacados no texto, analise as
sidade da luz solar e os períodos de claro e escuro no
afirmativas abaixo.
intervalo de 24 horas, como estará a taxa fotossintética
das plantas do jardim de uma casa na cidade de São I. No processo 2, parte das moléculas de oxigênio pro-
Paulo ao longo dos quatro meses seguintes? O que duzido na fotossíntese é utilizada imediatamente
isso pode implicar para elas? nas mitocôndrias da célula vegetal e a outra parte é
liberada na forma de celulose.
II. A oxidação de compostos orgânicos para a liberação
de energia necessária às atividades celulares, ocorre
pelo processo 2, em que a molécula de glicose é
decomposta em água e gás carbônico.
III. Na fase luminosa do processo 1, há absorção da luz,
transformação da energia luminosa em energia de ATP,
quebra das moléculas de água em hidrogênio e oxigê-
nio e a estrutura celular onde isso ocorre é o tilacoide.
IV. Luz, temperatura e concentração de gás carbônico,
são os principais fatores que impedem a velocidade
das reações químicas no processo 1, em que o au-
mento da temperatura diminui as reações químicas
da fase escura.
15. IFSC – Um dos fatores limitantes à vida é a obtenção V. A fase escura do processo 1 ocorre no estroma e

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de energia. Organismos autótrofos são capazes de compreende a formação de glicídeos, a partir de gás
sintetizar compostos orgânicos que são degradados, carbônico do ambiente.
liberando a energia necessária para a realização das A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
atividades metabólicas celulares. Já os organismos
a) I, II e IV d) II, III e V

conveniados ao Sistema de Ensino


heterótrofos necessitam consumir outros seres para a
obtenção desses compostos, pois não apresentam tal b) I, III e IV e) I, II, III e V
capacidade de síntese. c) II, III e IV

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17. Unicamp-SP – Algumas plantas de ambientes áridos a) respiram e fotossintetizam apenas durante o

BIOLOGIA 1A
apresentam o chamado “metabolismo ácido das cras- período diurno.
suláceas”, em que há captação do CO2 atmosférico b) respiram e fotossintetizam apenas durante o
durante a noite, quando os estômatos estão abertos. período noturno.
Como resultado, as plantas produzem ácidos orgânicos,
c) respiram o dia todo e fotossintetizam apenas durante
que posteriormente fornecem substrato para a princi-
o período diurno.
pal enzima fotossintética durante o período diurno. É
correto afirmar que essas plantas d) respiram e fotossintetizam o dia todo.

ESTUDO PARA O ENEM


18. Enem C3-H10  c) a vida na Terra depende, em última análise, da ener-
A indústria têxtil utiliza grande quantidade de corantes gia proveniente do Sol.
no processo de tingimento dos tecidos. O escureci- d) o processo respiratório é responsável pela retirada
mento das águas dos rios causado pelo despejo desses de carbono da atmosfera.
corantes pode desencadear uma série de problemas e) a produção de biomassa e de combustível fóssil, por
no ecossistema  aquático. Considerando esse escu- si, é responsável pelo aumento de CO2 atmosférico.
recimento das águas, o impacto negativo inicial que
ocorre é o(a) 20. Enem C5-H17
a) eutrofização. Certas espécies de algas são capazes de absorver rapidamen-
te compostos inorgânicos presentes na água, acumulando-
b) proliferação de algas.
-os durante seu crescimento. Essa capacidade fez com que
c) inibição da fotossíntese. se pensasse em usá-las como biofiltros para limpeza de am-
d) fotodegradação da matéria orgânica. bientes aquáticos contaminados, removendo, por exemplo,
e) aumento da quantidade de gases dissolvidos. nitrogênio e fósforo de resíduos orgânicos e metais pesados
provenientes de rejeitos industriais lançados nas águas. Na
19. Enem C5-H17 técnica do cultivo integrado, animais e algas crescem de for-
A fotossíntese é importante para a vida na Terra. Nos ma associada, promovendo um maior equilíbrio ecológico.
cloroplastos dos organismos fotossintetizantes, a ener- SORIANO, E.M. Filtros vivos para limpar a água. Revista Ciência
gia solar é convertida em energia química que, junta- Hoje. V.37, n. 219, 2005. (Adaptado)
mente com água e gás carbônico (CO2), é utilizada para
a síntese de compostos orgânicos (carboidratos). A fo- A utilização da técnica do cultivo integrado de animais
tossíntese é o único processo de importância biológica e algas representa uma proposta favorável a um ecos-
capaz de realizar essa conversão. Todos os organismos, sistema mais equilibrado porque
incluindo os produtores, aproveitam a energia armaze-
a) os animais eliminam metais pesados, que são usa-
nada nos carboidratos para impulsionar os processos
dos pelas algas para a síntese de biomassa.
celulares, liberando CO2 para a atmosfera e água para
a célula por meio da respiração celular. Além disso, b) os animais fornecem excretas orgânicos nitroge-
grande fração dos recursos energéticos do planeta, nados, que são transformados em gás carbônico
pelas algas.
produzidos tanto no presente (biomassa) como em
tempos remotos (combustível fóssil), é resultante da c) as algas usam os resíduos nitrogenados liberados
atividade fotossintética. pelos animais e eliminam gás carbônico na fotos-
síntese, usado na respiração aeróbica.
As informações sobre obtenção e transformação dos
d) as algas usam os resíduos nitrogenados prove-
recursos naturais por meio dos processos vitais de fo-
nientes do metabolismo dos animais e, durante a
tossíntese e respiração, descritas no texto, permitem síntese de compostos orgânicos, liberam oxigênio
concluir que para o ambiente.
a) o CO2 e a água são moléculas de alto teor energético. e) as algas aproveitam os resíduos do metabolismo dos
b) os carboidratos convertem energia solar em animais e, durante a quimiossíntese de compostos
energia química. orgânicos, liberam oxigênio para o ambiente.

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218 56 – Material do Professor

21
BIOLOGIA 1A

NÚCLEO CELULAR

O núcleo celular foi a primeira organela descrita, em 1839 pelo botânico escocês
Robert Brown (1773-1858), o qual usou células de orquídeas para tais observações.
• Organização do núcleo Diversos cientistas antes dele fizeram algumas constatações sobre essa organela,
celular como o holandês Antonie van Leeuwenhoek (1632-1723) e o botânico austríaco
• Atividades fisiológicas do Franz Andreas Bauer (1748-1840). No entanto, somente Robert Brown conseguiu
núcleo celular reconhecê-la como um componente essencial das células. Naquela época, o botânico
imaginou que o núcleo era equivalente a uma semente da célula, quando comparada
HABILIDADES às sementes dos frutos.
• Citar os componentes do

SCIENCE PHOTO LIBRARY – SPL/SCIENCE PHOTO LIBRARY – SPL/FOTOARENA


núcleo celular.
• Explicar a função de
cada estrutura dentro da
organela.
• Compreender a importância
da organela na divisão
celular, na hereditariedade
e na síntese de proteínas.

Eletromicrografia de transmissão de um neurônio que mostra o núcleo celular (região apontada pela seta).
Aumento desconhecido. Cores fantasia.

Acredita-se que a origem evolutiva do núcleo celular tenha se estabelecido por


meio da endossimbiose. Segundo a bióloga Lynn Margulis (1938-2011), esse mesmo
processo originou as mitocôndrias e os cloroplastos. Esse modelo tem como suporte

Material exclusivo para professores


a similaridade entre algumas proteínas nucleares presentes nas células eucarióticas
e procarióticas, como as histonas, comprovando que arqueias foram fagocitadas ou
invadiram outras células primitivas.
Outra hipótese é a teoria da exomembrana, que parte da ideia de que o núcleo

conveniados ao Sistema de Ensino


celular foi originado após a produção de uma nova membrana externa ao redor do
envoltório nuclear, conhecida atualmente como membrana plasmática. A membrana
celular original, por sua vez, transformou-se no núcleo da célula.

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57 – Material do Professor 219

ORGANIZAÇÃO DO NÚCLEO NUCLEOPLASMA

BIOLOGIA 1A
O nucleoplasma é um gel claro, semelhante ao
A existência de um núcleo celular organizado é a hialoplasma, constituído por uma solução aquosa de
principal diferença entre as células eucarióticas e proca- proteínas, RNA, nucleosídeos, nucleotídeos e íons.
rióticas. Nele está contida a maior parte da informação
genética de um organismo, embora os cloroplastos e NUCLÉOLO
as mitocôndrias também apresentem material genético É um corpúsculo sem membrana, em número va-
próprio. A massa do núcleo é constituída por 70% de riável (geralmente um ou dois por núcleo), constituído
água, 22% de proteínas, 7% de DNA e 1% de RNA. por RNA ribossômico. É importante ter cuidado para
O núcleo é composto de envelope nuclear, cromatina, não confundi-lo com os cariossomos, que são formados
nucleoplasma e nucléolo. Observe a imagem a seguir. por moléculas de DNA.
Em células que produzem muitas proteínas, o nu-
NAEBLYS/ALAMY STOCK PHOTO

poros
cléolo é bastante desenvolvido, sendo possível ser
visualizado no início e no final da divisão celular, uma
vez que o RNA ribossômico participa da formação das
subunidades dos ribossomos, importantes na tradução
nucléolo
ou na síntese de proteínas.

SCIENCE PHOTO LIBRARY SPL/SCIENCE PHOTO LIBRARY SPL/FOTOARENA


membrana
cromatina nuclear

Modelo esquemático das estruturas que compõem o núcleo celular.


Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

MEMBRANA NUCLEAR
A membrana nuclear, também denominada envelope
nuclear (antigamente denominado carioteca), é a estru-
tura responsável por separar o núcleo celular do citoplas-
ma. Sua composição é lipoproteica, com dois folhetos de
membranas sobrepostos, separados por um espaço de
10 µm (micrometros) – visualizados apenas ao microscó-
pio eletrônico. O envelope nuclear apresenta poros de
aproximadamente 100 µm de diâmetro, por meio dos
quais ocorrem as trocas de substâncias entre o núcleo e
o citoplasma, controladas por um complexo de proteínas.
Na face externa, voltada para o citoplasma, o enve-
lope nuclear tem ribossomos aderidos em continuidade
com as membranas do retículo endoplasmático granu-
lar. Isso possibilita inferir que ambas sejam comparti- Micrografia eletrônica de transmissão de uma célula animal em que se
evidencia o nucléolo (em amarelo) presente no núcleo (em verde). As regiões
mentos do mesmo sistema de membranas. granuladas do nucléolo são RNA ribossômicos. Aumento de 4 500x. Cores
fantasia.
D SPECTOR/GETTY IMAGES

CROMATINA
É formada pelo conjunto de filamentos de DNA, por
histonas (proteínas específicas), RNA e cálcio. Sua dis-
posição e seu grau de condensação variam de acordo
com o tipo celular. No núcleo interfásico, isto é, na fase
em que a célula cresce e aumenta de volume antes
de dividir-se, a cromatina encontra-se descompactada,

Material exclusivo para professores


formando a eucromatina. Quando a célula está em di-
visão celular, a cromatina é bastante compacta e forma
os cromossomos. Nessa fase a denominamos hetero-
cromatina. Vale destacar que as proteínas histonas

conveniados ao Sistema de Ensino


possibilitam que o DNA se torne bastante compacto,
Célula hepática de camundongo vista em microscopia eletrônica de
varredura. Nota-se a membrana nuclear em evidência em virtude da de maneira que a expressão dos genes se torna silen-
coloração laranja-escura nas bordas. Aumento de 22 400x. Cores fantasia. ciada. À medida que o DNA fica menos compacto, a

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220 58 – Material do Professor

expressão gênica se torna ativa. Assim, a cromatina e

MONKEY BUSINESS IMAGES/SHUTTERSTOCK


BIOLOGIA 1A

os cromossomos são representações morfológicas e


fisiológicas distintas da mesma estrutura.

Cromatina interfásica

Cromossomo Núcleo

Heterocromatina
O núcleo está intimamente relacionado à hereditariedade, pois contém toda
Eucromatina a informação genética. Isso possibilita a transferência de características ao
longo das gerações.

LEITURA COMPLEMENTAR
DNA
Outros componentes do núcleo celular
Recentemente foi descoberta uma série de outros
Esquema que representa as formas variadas que a cromatina pode componentes nucleares. Entre eles estão as estrutu-
assumir. Quando compactada, é denominada heterocromatina;
descompactada, é chamada eucromatina. Elementos representados fora ras conhecidas como corpos de Cajal, possivelmente
da escala de tamanho. Cores fantasia. associados à maquinaria de transcrição celular, a qual
ocorre por meio do processamento de diversos tipos
de RNA.

ATIVIDADES FISIOLÓGICAS O núcleo contém ainda os chamados domínios Pika


(sigla em inglês para associações cariossomais polimór-
DO NÚCLEO ficas da interfase). Essas estruturas foram descobertas
em 1991, mas, apesar de suas funções ainda não serem
Quando mencionamos as atividades fisiológicas de
totalmente compreendidas, acredita-se que estejam asso-
alguma organela ou célula, estamos nos referindo às
ciadas à produção de fatores relacionados à transcrição
funções que elas podem desempenhar.
de alguns tipos de RNAs.
A membrana nuclear tem, primeiramente, a função
de proteger o DNA, uma vez que impede que molécu- Outros componentes pouco conhecidos são os corpos
las nocivas entrem em contato com o material genéti- PML (sigla em inglês para leucemia promielocítica), dis-
co, de modo a preservar a integridade deste. persos pelo nucleoplasma e relacionados provavelmente
O núcleo coordena as reações e as atividades ce- à regulação da transcrição de outras regiões nucleares.
lulares, pois as moléculas precursoras de cada ativi- Os domínios SC35 (ou speckles – assim chamados em
dade em nosso corpo são sintetizadas nas células. E razão de seu aspecto disperso e amorfo observado nas
é somente dentro delas que se encontra a “receita” células de mamíferos) são regiões móveis envolvidas
de como produzi-las com base no DNA. Nessa or- no processamento de RNA, na regulação transcricional
ganela também ocorre o processo de transcrição. O e na apoptose.
RNA mensageiro origina-se com base na fita molde Por fim, há os paraspeckles – estruturas dinâmicas
de DNA. presentes no espaço intercromatínico que se alteram
Por fim, e mais importante, o núcleo está direta- em resposta às mudanças na atividade metabólica
mente envolvido na hereditariedade, pois é respon- celular.
sável por compartilhar características entre genitor Apesar de ainda se saber pouco sobre o funcionamen-
e prole, o que garante a continuidade das espécies. to desses compartimentos nucleares, é consenso que o
Para que as características sejam transmitidas às ge- núcleo celular é muito mais complexo do que se pode
rações futuras, as células passam por divisão celular pensar após um exame superficial. Embora essa orga-

Material exclusivo para professores


(assunto discutido nos próximos módulos). Assim, o nela não apresente uma distinção morfológica entre
material genético da célula genitora é passado para suas regiões, sua especialização territorial fisiológica e
a célula gerada. Esse processo é muito importan- sua plasticidade funcional tornam o ambiente nuclear
te evolutivamente, uma vez que genes vantajosos

conveniados ao Sistema de Ensino


muito dinâmico e o capacitam para desempenhar um
podem ser passados adiante, o que faz crescer a sem-número de tarefas metabólicas necessárias para a
probabilidade de sua frequência aumentar dentro preservação da biologia celular.
de uma população.

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59 – Material do Professor 221

ROTEIRO DE AULA

BIOLOGIA 1A
NÚCLEO CELULAR

Estrutura

Membrana nuclear Delimita o: Núcleo

Nucléolo
Composto de: RNA

Cromatina Morfologia dos: cromossomos

Eucromatina Evidente na: Interfase

Heterocromatina Evidente na: Divisão celular

Atividades fisiológicas

Proteção do: Coordenação de: Atua diretamente na:

DNA Reações metabólicas Transcrição

Atividades celulares

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conveniados ao Sistema de Ensino
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EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
BIOLOGIA 1A

1. PUC-Minas (adaptada) – O bom funcionamento de 3. Sistema Dom Bosco – O núcleo é uma organela pre-
uma célula eucariótica depende da compartimentaliza- sente apenas em organismos eucariotos que possui
ção de processos específicos em organelas como as grande importância, uma vez que é responsável por
indicadas por números na figura a seguir. armazenar toda a informação genética de um indivíduo.
Com base em seus conhecimentos, cite as estruturas
11 4 constituintes desta organela.
8 O núcleo é constituído por membrana nuclear, nucléolo e cromatina.

9
7
6
4. CEFET-MG (adaptada) – O DNA apresenta diferen-
tes níveis de condensação, conforme representado na
5
figura.

A Dupla fita de
DNA (2 nm)
3
2

10

12
DNA ao
1 B
redor de 8
proteínas
C 30 nm histonas
(11 nm)
É correto afirmar que
D
a) 7 tem o nome de cromatina.
300nm
b) 7 contém apenas RNA.
c) 4 é semelhante a um gel escuro rico em íons apenas.
d) 8 é formada apenas por um folheto de membrana. E 700 nm
(7) é o nucléolo, constituído por RNA. (4) é o nucleoplasma, consti-
tuído por um gel claro composto de proteínas, RNA, nucleosídeos,
nucleotídeos e íons. (8) é a membrana nuclear, formada por dois
folhetos de membrana.

F
1 400 nm
2. UFPR – Um pesquisador injetou uma pequena quanti-
dade de timidina radioativa (3H – timidina) em células
eucarióticas com o propósito de determinar a localiza- No momento em que o DNA de uma célula somática
ção dos ácidos nucleicos sintetizados a partir desse humana for visualizado no nível “F” de condensação,
nucleotídeo, utilizando uma técnica muito empregada está ocorrendo o processo de
em biologia celular, a autorradiografia combinada com a) síntese de proteínas.
microscopia eletrônica. b) divisão celular.
Assinale a alternativa que apresenta os dois comparti- c) permutação cromossômica.
mentos celulares nos quais o pesquisador encontrará d) produção de ácido ribonucleico.
ácidos nucleicos radioativos.  
e) duplicação do material genético.
a) Núcleo e mitocôndrias.
b) Citosol e mitocôndrias. Durante a divisão celular, o cromossomo encontra-se con-
densado, conforme mostrado na figura.
c) Núcleo e retículo endoplasmático.

Material exclusivo para professores


d) Citosol e retículo endoplasmático.
e) Peroxissomos e retículo endoplasmático.
Os ácidos nucleicos radioativos serão encontrados no núcleo e nas
mitocôndrias, por serem as principais organelas nas quais está o DNA.

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5. IFCE – O núcleo celular é o local que abriga o material 6. Sistema Dom Bosco – A cromatina é constituinte do

BIOLOGIA 1A
genético nas células eucariontes. No núcleo interfási- núcleo e pode ser definida como eucromatina e hete-
co, fase em que a célula não se encontra em divisão, rocromatina. Explique a diferença morfológica entre
a cromatina aparece imersa na cariolinfa, como um essas definições e o que isso implica em relação à
emaranhado de filamentos longos e finos. Ao iniciar o expressão de genes.
processo de divisão celular, esses filamentos começam No núcleo interfásico, isto é, na fase em que a célula cresce e aumenta
a se condensar em espiral, tornando-se mais curtos e
grossos, passando a ser chamados de
de volume antes de dividir-se, a cromatina encontra-se descompactada,
a) cromonema.
b) cromossomo.
formando a eucromatina. Quando a célula está em divisão celular, a
c) carioteca.
d) DNA. cromatina é bastante compacta e forma os cromossomos. Nessa fase
e) genes.
a denominamos heterocromatina. Vale destacar que as proteínas histo-
O cromossomo é a molécula de DNA condensada em formato
espiralado.
nas possibilitam que o DNA se torne bastante compacto, de maneira

que a expressão dos genes se torna silenciada. À medida que o DNA

fica menos compacto, a expressão gênica se torna ativa.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. Ibmec-RJ (adaptada) – O núcleo celular foi descoberto 9. UPF-RS (adaptada) – O núcleo confere às células eu-
pelo pesquisador escocês Robert Brown, que o reco- carióticas algumas vantagens sobre as células proca-
nheceu como componente fundamental das células. O rióticas. Analise as afirmativas a seguir:
nome escolhido para essa organela expressa bem essa I. Separa o processo de transcrição do processo de
ideia: a palavra “núcleo”, de acordo com o dicionário tradução.
brasileiro, significa centro ou parte central. A respeito II. Protege o DNA de choques mecânicos.
da constituição e função do núcleo celular, julgue as
afirmativas, como falsas ou verdadeiras: III. Controla o intercâmbio de substâncias que podem
chegar até o DNA.
I. O núcleo só é encontrado em células eucarion-
tes, portanto as bactérias não apresentam essa Assinale a alternativa correta:
organela. a) Todas as afirmativas estão corretas.
II. Existem células eucariontes com um único nú- b) Apenas a afirmativa I está correta.
cleo, células com vários núcleos e outras células
anucleadas. c) Apenas I e III estão corretas.
III. O núcleo abriga o material genético das células, d) Todas as afirmativas estão erradas.
uma vez que dentro dele se encontram os cro-
mossomos que contêm a informação genética. 10. Sistema Dom Bosco – O nucléolo é uma organela
nuclear de suma importância na síntese de proteínas.
IV. O envoltório nuclear impede a troca de qualquer tipo
Essa afirmativa está correta? Justifique.
de material entre o núcleo e o restante da célula.
a) V – V – F – F d) V – V – V – F
b) F – F – F – V e) V – F – V – V
c) V – F – V – F

8. PUC-Rio – Uma diferença entre células eucariontes e


procariontes está no núcleo. Os indivíduos procariontes
possuem a molécula de DNA espalhada no citoplasma,
enquanto nos indivíduos eucariontes, ela se encontra
no núcleo da célula. Quanto a esse núcleo, é correto
afirmar que
a) um núcleo saudável de uma célula possui sempre 11. UEM-PR (adaptada) – O núcleo é considerado porta-
uma forma redonda e se encontra em seu centro, dor dos fatores hereditários e controlador das ativida-
pois assim controla igualmente toda a célula. des metabólicas da célula animal. Sobre esse assunto,
b) no núcleo se encontra a cromatina, que é a asso- assinale a alternativa correta:
ciação das moléculas de DNA e proteínas, imersa a) Os nucléolos representam o material genético con-
tido no núcleo.

Material exclusivo para professores


no citoplasma e envolvida pela membrana nuclear.
c) o núcleo é a região da célula que controla toda a pro- b) A cromatina nada mais é do que o conjunto de RNA
dução de proteína, já que contém a molécula do DNA. ribossômico.
d) além da molécula do DNA, o núcleo da célula contém c) As proteínas histonas se encontram enoveladas em

conveniados ao Sistema de Ensino


outros organoides, como os ribossomos e o retículo. moléculas de RNA, presentes no nucleoplasma.
e) é o núcleo que caracteriza as bactérias e algas azuis, d) Os fatores hereditários citados no enunciado se re-
já que são seres unicelulares. ferem aos cromossomos.

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224 62 – Material do Professor

12. Unioeste-PR (adaptada) – O núcleo nas células de- 15. Mackenzie (adaptada) – O esquema a seguir repre-
BIOLOGIA 1A

sempenha o papel de portador dos fatores hereditários senta um experimento realizado em amebas.
e controlador das atividades metabólicas. Em relação a
essa importante estrutura e seus constituintes, é cor- 1
reto afirmar que: 2
01) O núcleo interfásico de células vegetais apresenta
uma carioteca cuja estrutura não permite a comu-
nicação com o citoplasma. 3
02) O núcleo de células eucarióticas animais durante a fragmento de
interfase apresenta-se condensado. citoplasma sem
04) O nucléolo é uma estrutura intranuclear, desprovida núcleo
de membranas, composto RNA ribossômico. 4
5
08) Quando o cromossomo encontra-se descompacta- núcleo transplantado para
do, denominamos ele como heterocromatina. o fragmento de citoplasma
16) O nucleoplasma semelhante ao hialoplasma,
contendo proteínas, DNA, nucleosídeos, nucleo-
tídeos e íons. Considere as afirmativas a seguir:
32) Nos cromossomos, a heterocromatina corresponde I. A célula 4 terá as mesmas características genéticas
a regiões que permanecem muito condensadas na da célula 5.
interfase e apresenta-se inativa na transcrição do II. As células musculares são excelentes para extrair
DNA em RNA. DNA por conterem maior quantidade de núcleos.
64) O nucléolo é uma organela nuclear, composta por III. O núcleo é responsável pela reprodução das carac-
RNA mensageiros. terísticas ao longo das gerações.
Assinale:
13. Cefet-MG – Pesquisadores revelaram que não são apenas
os genes que transmitem atributos, como a cor dos olhos, a) se todas as afirmativas estiverem corretas.
entre pais e filhos. Proteínas chamadas histonas também b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
são responsáveis por transmitir características hereditárias, c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
apesar de sua função primordial ser a manutenção do d) se somente a afirmativa III estiver correta.
DNA na forma de cromatina e cromossomos. Algumas
e) se todas as afirmativas estiverem incorretas.
dessas proteínas são capazes de silenciar genes quando
impedem que o DNA seja desenrolado. Modificando-as, 16. Uerj (adaptada) – Em células eucariotas, a cromatina
os cientistas conseguiram criar características que foram pode se apresentar como eucromatina, uma forma não
transferidas para novas gerações sem alteração nos genes. espiralada, ou como heterocromatina, uma forma muito
Fonte:  Super interessante, 06 abr. 2015. (Adaptado) espiralada. Na metáfase, muitas regiões de eucromatina
Pelo exposto, a função dessas proteínas nas alterações se transformam em heterocromatina, formando cromos-
das características dos organismos ocorre devido à(ao) somos bastante espiralados, conforme mostra o esquema.
Diferentes estágios de
a) habilidade de provocar mutação deletéria.
organização da cromatina
b) bloqueio da transcrição dos genes a serem expressos. cromossomo
cromatina maior espiralização
c) falta de partes do material genético herdado pe- bastante espiralado
eucromatina
los filhos.
d) encurtamento dos cromossomos transferidos aos
descendentes.
e) migração para o citosol alterando a mensagem en- heterocromatina
viada pelo núcleo.

14. Sistema Dom Bosco – O núcleo é uma organela pre- A formação do cromossomo bastante espiralado favo-
sente nas células eucarióticas. Acredita-se que a origem rece o seguinte processo:
evolutiva desta organela é semelhante à origem das
mitocôndrias e cloroplastos, isto é, por meio da endos- a) Transcrição dos genes pela RNA polimerase.
simbiose. Por outro lado, há outro modelo denomina- b) Distribuição do DNA para as células-filhas.
do hipótese exomembrana. Com base nisso, descreva c) Síntese de proteínas nos ribossomos.
como é a membrana nuclear e qual a sua função. d) Redução do cariótipo original.

17. Sistema Dom Bosco – O núcleo é composto de mem-


brana nuclear, nucléolos e cromatina. Além disso, é uma
organela que tem grande importância para a evolução

Material exclusivo para professores


das espécies. Explique o motivo dessa importância.

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ESTUDO PARA O ENEM

BIOLOGIA 1A
18. Uece C5-H17 e a pUL34 – que interagem formando uma vesícula. Esse
A célula eucariótica é compartimentada, a procariótica complexo proteico recobre o vírus e o transporta para fora
não. Esta afirmação faz sentido quando comparamos do núcleo, permitindo que ele infecte uma nova célula e a
os dois padrões de organização celular sob o seguinte doença progrida.
aspecto: Fonte: Estudo mostra como vírus do herpes escapa no núcleo
celular. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/ciencia/
a) dimensões celulares. A relação superfície/volume
estudo-mostra-como-virus-do-herpes-escapa-no-nucleo-celular/>.
é maior na célula procariótica que na eucariótica.
Assim, a célula procariótica apresenta-se com uma Sobre a organela da qual o vírus escapa, é correto afir-
área superficial suficientemente grande para satisfa- mar que
zê-la em termos nutritivos. Ao mesmo tempo, o seu
a) as cromatinas presentes no núcleo são pedaços de
espaço interno é adequado à ocorrência das reações
DNA cortados, envolvidos por nucléolos.
metabólicas num ambiente descompartimentado.
b) o vírus escapa por pinocitose.
b) relação nucleoplasmática. A relação nucleoplasmáti-
ca varia de 1/1 a 1/3 na célula eucariótica, mostrando- c) é composta apenas de RNA e proteínas.
-nos que, enquanto o núcleo varia de volume, o cito- d) controla a entrada e a saída de substâncias
plasma permanece com volume constante. Portanto, pela fagocitose.
a compartimentação na célula eucariótica aumenta a e) o vírus consegue alterar o metabolismo da célula
superfície citoplasmática para fazer face ao aumento hospedeira porque é nessa organela que se encontra
de volume do núcleo. o material genético dela.
c) presença de estruturas membranosas. A presença
de mesossoma e nucléolo nas células procarióticas 20. Sistema Dom Bosco C5-H17
dispensa a presença de outras organelas citoplas- Em 2012, cientistas descreveram um novo processo de di-
máticas. visão celular, denominado clerocinese. Basicamente, atra-
d) processo evolutivo. A compartimentação das célu- vés do experimento realizado, foi descrito que a célula do
las eucarióticas é decorrência do processo evoluti- processo final é binucleada, isto é, contém dois núcleos e
vo desenvolvido no sentido da diminuição das suas mais tarde, elas se desenvolvem em células da retina.
superfícies internas, já que as superfícies externas
crescem mais que o volume da célula, na medida em Fonte: <http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/12/
cientistas-identificam-novo-tipo-de-divisao-celular.html>.
que as dimensões celulares aumentam.
e) endossimbiose. Somente as células procarióticas Sobre o fato de essas células serem binucleadas:
sofreram modificações na morfologia celular com a) Há mais DNA presente nesta célula do que nas cé-
base nesse evento evolutivo que resultou na forma- lulas comuns.
ção do núcleo.
b) Os núcleos armazenam apenas RNA.
19. Sistema Dom Bosco C5-H17 c) As proteínas histonas presentes nas cromatinas es-
O mecanismo usado pelo vírus do herpes (HSV-1) para tão diretamente relacionadas à divisão celular.
escapar do núcleo da célula hospedeira após se replicar d) A membrana nuclear tem como função apenas deli-
foi descrito em  dois artigos  publicados na revista Cell. A mitar o núcleo do restante da célula.
estratégia consiste em secretar duas proteínas – a pUL31 e) Os núcleos nada têm a ver com a divisão celular.

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226 64 – Material do Professor

22
BIOLOGIA 1A

CROMOSSOMOS

O Projeto Genoma foi um dos maiores projetos internacionais realizados pela


ciência moderna, contando com a participação de 18 países, 250 laboratórios
• Estrutura e tipos e cerca de 5 mil pesquisadores. O Brasil não só contribuiu com a pesquisa em
de cromossomo si, tendo o principal laboratório do projeto instalado na USP, como também
• Células haploides participou do financiamento do projeto, juntamente com os Estados Unidos,
e diploides o Japão, o Reino Unido, a Alemanha, a China e a França. Com esse esforço
• Número de cromossomos em conjunto, foi possível, com precisão de 99%, sequenciar todos os pares
• Cariótipo de bases nitrogenadas do DNA que compõem o genoma humano, que, em
geral, é 99,9% igual em todos os humanos. Além disso, também foi possível
HABILIDADES sequenciar diversas doenças genéticas. De acordo com o Projeto Genoma, há
• Citar as principais aproximadamente 25 mil genes organizados ao longo dos 46 cromossomos
estruturas que compõem que constituem as células somáticas humanas, as células responsáveis pela
os cromossomos e suas formação de tecidos e órgãos.
funções. Com os dados fornecidos pelo Projeto Genoma, diversas pesquisas tornaram-
• Relacionar evolutivamente -se possíveis e novas questões surgiram, assim a caminhada científica só estava
o número de cromossomos começando. Por meio de pesquisa realizada em 2016 por um conjunto de cientis-
em diferentes espécies. tas da Universidade de Edimburgo, da Universidade de Liverpool e de institutos
• Compreender os conceitos de pesquisa dos Estados Unidos e do Japão – os quais fizeram uso do método
e as diferenças entre célu- 3D-CLEM, que utiliza microscópios ópticos, eletrônicos e modelagem compu-
las haploides e diploides. tacional avançada em alta resolução –, foi possível analisar a composição dos
• Definir o conceito cromossomos durante o processo mitótico. Os pesquisadores identificaram que
de cariótipo. grande parcela do volume dos cromossomos estava concentrada nas suas extre-
• Assimilar a importância do midades (30-47% do volume total do cromossomo), que são separadas durante
ideograma para reconhecer as fases da mitose, tornando evidente a falta que faziam quando era medido o
anomalias cromossômicas. volume total do cromossomo normal e aquele em fase mitótica.
Os genes correspondem a apenas 53% da constituição cromossômica em
forma de cromatina, algo surpreendente, pois acreditava-se que os cromossomos
eram compostos principalmente de cromatina. Com essa nova técnica, será pos-
sível fazer novos estudos e buscar compreender melhor a função da bainha, o que
provavelmente ajudará a entender um
ADRIAN T SUMNERGETTY IMAGES

pouco mais sobre doenças congênitas


e o câncer.
O DNA, como molécula primordial,
precisa ser organizado de forma que
contenha toda a informação para oti-
mizar o espaço limitado. O tamanho
do DNA é cerca de 100 000 vezes o
tamanho da célula, o que faz com
que sua organização seja otimizada
para o bom funcionamento e vida da

Material exclusivo para professores


célula, visto que todos os processos
imprescindíveis à célula dependem
dessa molécula. Essa organização e a

conveniados ao Sistema de Ensino


composição dos elementos que auxi-
Microscopia eletrônica
mostra cromossomos liam a organizar esse filamento serão
humanos. Aumento de abordados neste módulo.
6 100x. Cores fantasia.

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65 – Material do Professor 227

Estrutura e tipos de algumas estruturas só visíveis durante a fase de


interfase na divisão celular, na qual ocorre a du-

BIOLOGIA 1A
cromossomo plicação do filamento cromossômico e a geração
de duas cópias cromossômicas conhecidas como
O cromossomo é uma estrutura composta de
cromátides-irmãs. Portanto, durante a divisão celu-
filamentos compactados de DNA associados ao
lar, o centrômero, que é a região de constrição do
redor de proteínas conhecidas como histonas; ele
cromossomo, mantém unidas as duas cromátides-ir-
tem uma conformação espacial semelhante ao for-
mãs para que os microtúbulos do fuso se conectem
mato de um “X”. O ser humano geralmente possui
ao centrômero, movendo os cromossomos duran-
46 cromossomos, organizados em pares: 23 pares,
te o processo de divisão celular. Os cromossomos
sendo 22 de cromossomos autossômicos e um
que não possuem centrômero não conseguem ser
de cromossomos sexuais. Esses cromossomos se
levados para os núcleos recém-formados por esse
encontram no núcleo da célula eucariótica, enquan-
processo e, assim, são perdidos, promovendo con-
to, em procariotos, o cromossomo tem o formato
sequências graves para a célula.
circular (chamado de plasmídeo), sem proteínas as-
sociadas, e encontra-se livre no citoplasma.
Os cromossomos são constituídos por cromati-
nas, que nada mais são que a condensação dos fila- Em certos momentos,
Em outros, ele
um cromossomo
mentos de DNA enrolados nas histonas; a cromatina consiste em uma só
consiste em duas
cromátides-irmãs.
possui níveis de compactação. Quando um filamento cromátide.
de DNA se associa a diversas histonas, ele forma o
Os telômeros são as pontas
nucleossomo, que se assemelha a um “colar de con-
estáveis dos cromossomos.
tas”. Os nucleossomos, portanto, são formados por telômero
DNA e histonas, apresentam diâmetro de 10 nanôme-
tros e são considerados as estruturas primárias da cro-
matina. À medida que essa estrutura se alonga e cresce,
centrômero
ela sofre torção (helicoidização), formando a cromatina
propriamente dita. Dependendo da forma como ocorre duas
cromátides-
essa torção, forma-se a heterocromatina, a chamada -irmãs microtúbulos
cromatina menos condensada; ou a eucromatina, partes do fuso
telômeros
mais condensadas.

um cromossomo um cromossomo O centrômero é uma região


Dupla fita de DNA estreitada do cromosso-
mo, onde se formam os
cinetócoros e se ligam aos
microtúbulos do fuso.

Os cromossomos eucarióticos possuem centrômero e telômero.


Durante a interfase da divisão celular, são duplicados, formando
as cromátides-irmãs. Eventualmente, os cromossomos podem ter
constrições secundárias, que são equivalentes aos centrômeros, mas
em outras porções das cromátides. Elementos representados fora da
o
m

escala de tamanho. Cores fantasia.


so

“Colar de contas”
os
cle

formando a cromatina Fonte da figura: Benjamin A. Pierce. Genética: um enfoque conceitual.


Nu

3. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2011.

Fibras de cromatina de
nucleossomos compactos Para melhor compreensão dos tipos cromossômi-
cos, a localização do centrômero é importante, pois
eles podem ser classificados em:
Cromatina
condensada • metacêntricos: quando o centrômero se encon-
tra no meio do cromossomo;
• submetacêntricos: quando o centrômero é um

Material exclusivo para professores


Cromossomo pouco deslocado para uma das extremidades;
possuem os dois braços;
Ilustração que mostra os níveis de condensação dos filamentos de
DNA, enrolados em proteínas histonas e formando os nucleossomos. • acrocêntricos: quando o centrômero está muito
Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia. deslocado para a extremidade, deixando um braço

conveniados ao Sistema de Ensino


bem maior que o outro;
As características dos cromossomos devem estar • telocêntricos: quando o centrômero se encontra
na fase de duplicação para que se possa distinguir em uma das extremidades.

Dom Bosco
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228 66 – Material do Professor

Nos cromossomos metacêntricos, submetacêntri-

NATHAN DEVERY/SHUTTERSTOCK
BIOLOGIA 1A

cos e acrocêntricos, o braço curto é designado pela


letra p e o braço longo é designado pela letra q. Os
cromossomos telocêntricos, como não possuem um
dos braços, não seguem essa classificação.
ANDREA DANTI/SHUTTERSTOCK

Representação em 3-D do
cromossomo que evidencia
a região dos telômeros,
demarcada em amarelo.
Elementos representados
fora da escala de tamanho.
Cores fantasia.

Na maioria dos tipos celulares, os cromossomos


aparecem em pares, isto é, sempre há dois cromos-
somos de cada tipo, exatamente iguais em tamanho,
forma, posição do centrômero e genes. Quando isso
telocêntrico acontece, dizemos que são cromossomos homólogos.
submetacêntrico
1 1

Gene A
acrocêntrico Gene B
metacêntrico

Classificação dos cromossomos baseada na posição dos centrômeros. 20


Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Gene B
Alguns cromossomos podem apresentar regiões Gene C

denominadas constrições secundárias, de forma Gene D


que a porção separada do corpo dos cromossomos é Gene E
Gene L
denominada zona SAT ou satélite. Essa região está
Gene M
relacionada à formação dos nucléolos, cuja função
principal é a montagem e organização dos ribosso- Os cromossomos 1 são homólogos, isto é, possuem o mesmo
tamanho, forma e posição dos centrômeros, bem como a mesma
mos. Em células com maior atividade de síntese constituição gênica. Entretanto, o cromossomo 20 não é homólogo
proteica, essa região SAT é maior e, consequente- aos cromossomos 1, por ser completamente diferente em todos os
mente, o nucléolo também o é, visto que a princi- aspectos quando comparado aos dois. Elementos representados fora
da escala de tamanho. Cores fantasia.
pal organela responsável pela síntese de proteínas
é o ribossomo.
Outra estrutura importante é o telômero, extre-
midade natural de cada braço do cromossomo. É
Células haploides e
uma parte do cromossomo formada por sequências
muito repetitivas de DNA, que não codifica para
diploides
O número de cromossomos presente no núcleo
nenhuma proteína e serve para proteger as extre-
celular é denominado ploidia. As células somáticas,
midades, como se fossem as pontas de plástico
responsáveis por formar órgãos e tecidos, apresen-
do cadarço dos tênis, que evitam que o fio se abra
tam dois lotes cromossômicos, classificados como
e desfie. Entretanto, o telômero se “desgasta” ao
diploides (2n). Já nas células germinativas formadoras
longo do tempo, pois, com novas divisões celulares
de gametas (ovócitos e espermatozoides), existe apenas
(a fim de multiplicar e/ou regenerar tecidos), essa
um lote cromossômico, classificado como haploide (n).
região se encurta, ficando extremamente pequena
e não conseguindo mais desempenhar a função de
proteger o DNA. A célula então para de se repro-
duzir e entra no estado de senescência ou velhice.
Em 2009, um grupo de pesquisadores descobriu a
relação entre o telômero e as células cancerígenas,

Material exclusivo para professores também associando a ação da enzima telomera-


se. Esses estudiosos ganharam o Prêmio Nobel de
Medicina daquele ano, possibilitando estudos com

conveniados ao Sistema de Ensino


Na imagem à esquerda, temos um conjunto haploide de três cromossomos
essa enzima para o tratamento de alguns tipos de
(n = 3), enquanto na imagem à direita, temos um conjunto diploide de
câncer e de doenças que envolvem a senescência seis cromossomos (2n = 6). Elementos representados fora da escala de
dos telômeros. tamanho. Cores fantasia.

Dom Bosco
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67 – Material do Professor 229

Os gametas, que são células haploides (n), quando for-


mam o zigoto, tornam-se uma célula diploide (2n). Assim,
Número de cromossomos

BIOLOGIA 1A
durante a fecundação, os 23 cromossomos do espermato- O número de cromossomos pode variar bastante
zoide encontram-se com os 23 cromossomos do ovócito, de uma espécie para outra e isso acontece ao longo
originando um zigoto com 46 cromossomos, no caso dos da evolução, em que algumas espécies perdem cro-
indivíduos que não apresentam anomalias na formação. mossomos e outras ganham ao longo de milhares de
No processo da divisão celular, os gametas podem anos. Observe alguns exemplos na tabela comparativa
apresentar erros em um par de seus cromossomos, entre o número cromossômico.
fazendo com que o zigoto tenha cromossomos a mais,
como na síndrome de Down. Pode ocorrer também a ANIMAL PLOIDIA
falta de cromossomos, dando origem a outras anoma-
Homo sapiens (humano) 2n = 46
lias que serão discutidas adiante.
Nas plantas com flores denominadas angiosper- Pan troglodytes (chimpanzé) 2n = 48
mas, em uma das fases de desenvolvimento estão
Rattus rattus (rato-preto) 2n = 42
presentes as células triploides, com três cromosso-
mos de cada tipo, formando trios em vez de pares. Felis catus domesticus (gato doméstico) 2n = 38
Puma concolor (onça-parda) 2n = 38
WILLIAM RODRIGUES DOS SANTOS/
DREAMSTIME.COM

Cucumis sativus (pepino) 2n = 14


Carica papaya (mamão) 2n = 18
Avena sativa (aveia) 6n = 42
Saccharum officinarum (cana-de-açúcar) 2n = 80
Ascaris univalens (lombriga de rato) 2n = 2

O endosperma presente nas sementes das angiospermas é triploide, Com base nessa tabela, é possível notar que há
isto é, possui três cromossomos de cada tipo. A planta dente-de-leão, espécies com o mesmo número de cromossomos. A
também conhecida como cabeça de vovô, do gênero Taraxacum, é uma
planta angiosperma.
aveia e o rato-preto possuem 42 cromossomos, po-
rém são de filos completamente diferentes e possuem
As células do endosperma, presentes nas sementes ploidias distintas também. Os cromossomos, quando
dessas plantas, responsáveis principalmente pela nutri- comparados entre si, são bastante diferentes em ti-
ção do embrião, são resultado da fusão entre dois dos nú- pos (metacêntricos, acrocêntricos etc.), em relação
cleos polares do óvulo e um núcleo de gameta masculino. aos diversos genes relacionados a características e
funções, bem como às mutações específicas ao longo
2 núcleos espermáticos (n) do DNA. Já espécies mais próximas entre si, como o
gametas masculinos gato doméstico e a onça-parda, apresentam a mesma
grão de pólen
quantidade de lote cromossômico. Organismos aparen-
oosfera (n)
tados tendem a apresentar números de cromossomos,
gameta feminino tipos e genes semelhantes, de modo que muitos des-
sinérgides ses genes são comuns uns aos outros, assim como o
número de mutações no DNA.
núcleos polares
saco embrionário

Cromossomos sexuais
1 fecundação
a antípodas A maioria das espécies apresenta um par de cro-
oosfera + núcleo espermático (2n) mossomos sexuais cujos componentes diferenciam
núcleo embrião os indivíduos em relação ao sexo biológico macho
2n
espermático 1 (2n)
futura e fêmea. No caso da espécie humana, pessoas do
planta sexo feminino possuem um par de cromossomos
idênticos chamados de homogaméticos (XX); já as
endosper-

Material exclusivo para professores


3n ma (3n) pessoas do sexo masculino, um par de cromossomos
diferentes chamados de heterogaméticos (XY). Os
núcleo
demais cromossomos existentes dentro da célula
espermático 2
2a fecundação semente são denominados cromossomos autossômicos, os

conveniados ao Sistema de Ensino


núcleos polares + núcleo espermático (3n) quais não estão ligados ao sexo e fazem parte do
Formação do tecido triploide, o endosperma. Elementos representados patrimônio genético da espécie, como os 23 pares
fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
encontrados no cariótipo dos seres humanos.

Dom Bosco
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230 68 – Material do Professor

LEITURA COMPLEMENTAR

(C) MYSIKRYSA | DREAMSTIME.COM


BIOLOGIA 1A

Telômeros encurtados vs. obesidade


O envelhecimento é caracterizado por um estado in-
flamatório sistêmico crônico das células, que também
ocorre, em menor grau, em indivíduos com obesidade.
Os efeitos adversos da inflamação, como a secreção de
citocinas inflamatórias, o aumento do risco de ocorrên-
cia de danos ao DNA, o encurtamento de telômeros e
a diminuição de defesas antioxidantes, parecem estar
potencializados em sujeitos com obesidade e sua pre-
sença aumenta o risco para o aparecimento precoce de
doenças associadas à idade.
“Isso sugere que tanto o envelhecimento como a obe-
sidade são processos ou estados interconectados que
compartilham características em comum. É como se a
obesidade levasse o indivíduo a um envelhecimento
precoce, porque sua idade cronológica não condiz com
sua idade biológica”, comenta a pesquisadora Florencia
Diferentemente dos seres humanos, nas aves fêmeas está presente Maria Barbé-Tuana, doutora do programa de pós-gra-
um par de cromossomo heterogamético (ZW) e, nos machos, um par de
homogamético (ZZ). duação em Ciências Biológicas: Bioquímica, da Univer-
sidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Para avaliar se o encurtamento dos telômeros está asso-
Cariótipo ciado com atividade física e obesidade, Florencia propôs
a seguinte hipótese: “Indivíduos com obesidade têm telô-
O cariótipo é o conjunto de cromossomos de meros mais curtos do que indivíduos com peso normal?”.
uma espécie, com todas as suas características Assim, iniciou um estudo transversal experimental, em
(número, tamanho e classificação). Ele pode ser que foram coletadas amostras de sangue de pacientes
observado pelo microscópio principalmente durante do Centro de Obesidade Mórbida e Síndrome Metabó-
a divisão celular, em razão do alto grau de conden- lica, do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade
sação dos cromossomos. Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Esse primeiro
Com a imagem obtida pelo microscópio, os cro- estudo confirmou a existência de telômeros encurtados
mossomos são recortados de acordo com o tipo e em em pessoas obesas.
ordem decrescente de tamanho. Então, é montado o
ideograma ou idiograma. Mais pesquisas, mais resultados...
A análise do ideograma é fundamental na detecção Mesmo com esse resultado, a pesquisadora ainda ques-
de anomalias cromossômicas em fetos por meio de tionava se realmente essas células senescentes seriam
alguns exames como amniocentese, no qual uma pe- capazes de modular e transformar aquelas células sa-
quena quantidade do líquido amniótico é coletada para dias em senescentes também. Para isso, ela iniciou um
análise do cariótipo das células somáticas do feto. Com segundo trabalho, também utilizando células de sangue
os dados dessa análise, como o número e a forma dos periférico, mas agora de um indivíduo sadio, incubando
cromossomos, é possível dizer se o feto possui alguma com o plasma de um indivíduo obeso.
anomalia genética. Os resultados encontrados por Florencia elucidaram a
questão inicial de seu trabalho e trouxeram esclareci-
mentos sobre a influência em processos metabólicos e
KATERYNA KON/SHUTTERSTOCK

imunológicos.
“Para nossa surpresa, o que vimos é que realmente as célu-
las, inicialmente saudáveis, quando incubadas com plasma
de indivíduos portadores de obesidade, foram moduladas
para um perfil senescente”, revela a pesquisadora.
Além disso, a obesidade poderia ser também estudada
como uma patologia que leva o indivíduo a níveis mais

Material exclusivo para professores


próximos de um envelhecimento precoce e ao desenvolvi-
mento de processos que podem levar ao desenvolvimento
À esquerda, são apresentados os ideogramas de um cariótipo normal de tumores e cânceres – quando ocorre um evento celular
humano do sexo masculino e, à direita, um cariótipo do sexo feminino em que o controle na multiplicação dessas células fica alte-

conveniados ao Sistema de Ensino


normal. Os 22 pares são denominados cromossomos autossômicos, rado, o desenvolvimento de tumores fica mais suscetível.
enquanto os cromossomos X e Y (circulados em vermelho) são
denominados cromossomos sexuais. Elementos representados fora da Disponível em: <https://sbi.org.br/2018/07/20/noticia-topo/>.
escala de tamanho. Cores fantasia. Acesso em: out. 2018.

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69 – Material do Professor 231

ROTEIRO DE AULA

BIOLOGIA 1A
CROMOSSOMOS

Composição Cariótipo 2 pares de cada


1 de cada tipo
tipo

Cromatina Ocorre em células: Ocorre em células:


Conjunto que pode ser
identifcado em cada
espécie e analisado. Somáticas Germinativas
Composta de:

DNA e histonas Diploides (2n) Haploides (n)

Estruturas constituintes

Constrições Telômero
Centrômero
secundárias

Zona SAT ou satélite


Função:
Mantém as cromátides-
-irmãs unidas na divisão
celular.
Estabilizar o
Função:
cromossomo

Classificação Formar os nucléolos

Submetacêntrico

Metacêntrico

Material exclusivo para professores Telocêntrico

conveniados ao Sistema de Ensino Acrocêntrico

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232 70 – Material do Professor

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
BIOLOGIA 1A

1. UERR – Os cromossomos são estruturas que coram 4. Cefet-MG – Analise a imagem a seguir do cariótipo de
intensivamente com uso de corantes citológicos, sendo um indivíduo que apresenta uma anomalia.
observável à microscopia óptica durante a divisão celu-
lar. Sabendo-se disso, assinale a alternativa correta, do

L. WILLATT, EAST ANGLIAN REGIONAL GENETICS SER-

VICE/SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA


ponto de vista genético, que define suas características.
a) São definidos como estruturas com lamelas lipopro-
teicas dobradas ordenadamente em espiral, forma-
das por subunidades de glicogênio.
b) Eles podem ser definidos como uma sucessão linear
de genes, unidades de informação genética caracte-
rística de todos os seres vivos.
c) São definidos como pequenas moléculas de lipopro-
teínas, RNA e lignina, contendo informação genética
dos animais.
d) Eles podem ser definidos como finos filamentos ci-
toplasmáticos que estabelecem comunicações entre
as células, formados apenas por proteínas denomi-
nadas purinas.
e) São definidos como estruturas citoplasmáticas que
armazenam amidos e auxiliam no sistema de excre-
A causa dessa anomalia é a ocorrência de:
ção celular.
a) deleção do cromossomo Y.
Os cromossomos são uma sucessão linear de genes, que são
as unidades de informações genéticas, unidos a proteínas. b) curvatura nos cromossomos.
c) troca de partes entre os cromossomos.
2. Unicamp-SP (adaptada) – Em relação a um organis- d) alteração nos tamanhos dos cromossomos.
mo diploide, que apresenta 28 cromossomos em cada e) quantidade de cromossomos maior que o comum.
célula somática, pode-se afirmar que:
a) seu código genético é composto de 28 moléculas Houve trissomia do cromossomo 21, evidenciando a presença
de DNA de fita simples. de um cromossomo a mais desse tipo. Essa é característica da
síndrome de Down.
b) o gameta originado desse organismo apresenta 14
cromossomos.
c) uma célula desse organismo apresenta 28 moléculas 5. Unifesp (adaptada) – Os gatos possuem 38 cromos-
de RNA. somos, com sistema XX/XY de determinação sexual.
Assim, gatas possuem cromossomos XX e gatos pos-
d) seu cariótipo é composto de 28 pares de cromos-
suem cromossomos XY. Sobre a constituição cromos-
somos.
sômica sexual dos gatos do sexo masculino, denomi-
O gameta possui 14 cromossomos. As alternativas A e C estão namos como:
incorretas porque se trata de 28 cromossomos no total, e cada
a) cromossomos heterogaméticos.
um deles é constituído por DNA de fita dupla, enovelando as
proteínas. A alternativa D está incorreta porque o cariótipo terá b) cromossomos homogaméticos.
14 pares de cromossomos.
c) cromossomos homólogos.
3. Sistema Dom Bosco – Os cromossomos são consti- d) cromossomos metacêntricos.
tuídos por DNA e proteínas e é por meio deles que é e) cromossomos acrocêntricos.
armazenada toda a informação genética de um indiví-
duo. Entre as demais estruturas, existe uma na qual os Gatos do sexo masculino possuem cromossomos XY e, por isso,
são denominados cromossomos heterogaméticos.
microtúbulos se ligam durante a divisão celular para mo-
ver as cromátides-irmãs sem separá-las. Cite o nome
6. Sistema Dom Bosco – Os cromossomos podem ter
dessa estrutura.
mais de uma constrição ao longo de sua estrutura. Exis-
A estrutura à qual os microtúbulos se ligam é denominada centrômero. te uma constrição secundária denominada zona SAT ou
satélite, de suma importância para a formação de uma
determinada organela nuclear. Cite que organela é essa
e explique a importância dessa estrutura.
A organela referida no enunciado é o nucléolo, responsável pelo arma-

zenamento do RNA ribossômico. A zona SAT é importante, pois está

Material exclusivo para professores


envolvida na formação dessa organela, que tem como função a organiza-

ção e a formação dos ribossomos, primordiais na síntese de proteínas.

conveniados ao Sistema de Ensino


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71 – Material do Professor 233

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

BIOLOGIA 1A
7. Sistema Dom Bosco – Observe a imagem a seguir, 12. FGV-SP (adaptada) – A figura ilustra o modelo do iní-
representando quatro cromossomos: cio da fusão de dois núcleos de células reprodutivas
humanas sem anomalias.

DR_MICROBE/ISTOCKPHOTO.COM

CC STUDIO/SCIENCE PHOTO LIBRARY/

FOTOARENA
Com base em seus conhecimentos, marque a alter-
nativa correta:
O número de moléculas de DNA presente em cada
a) Se a figura acima fosse uma célula germinativa, a re-
núcleo é:
presentação do número cromossômico seria 2n = 4.
b) As extremidades dos cromossomos são denomina- a) 22
das cromátides-irmãs. b) 23
c) A figura representa um único cromossomo com seu c) 44
telômero se desgastando ao longo do tempo. d) 46
d) A constrição central é denominada zona SAT. e) 92
e) A figura representa cromossomos telocêntricos.
13. UFMG (adaptada) – O número de cromossomos da
8. PUC-RJ (adaptada) – Os cromossomos são constituí- espécie humana pode, às vezes, apresentar alterações.
dos principalmente por: Pessoas com síndrome de Klinefelter possuem 47 cro-
mossomos; entre eles, os cromossomos sexuais são
a) centrômeros. representados por XXY. Com base nessas informações
b) RNA. e outros conhecimentos sobre o assunto, é incorreto
c) enzimas. afirmar que
d) DNA e proteínas. a) os pais de um indivíduo Klinefelter têm número nor-
mal de cromossomos nas células somáticas.
e) ribossomos.
b) a presença de dois cromossomos X impede a mani-
9. Sistema Dom Bosco – Sobre a estrutura dos cromos- festação do fenótipo masculino.
somos, marque a alternativa correta: c) o número de cromossomos esperado para a espécie
a) Cada cromossomo é formado por quatro cromátides. humana é de 46.
b) Os telômeros são as extremidades do cromosso- d) a fecundação de um ovócito X por um espermatozoi-
mo e têm como função estabilizar a produção de de XY dá origem a um indivíduo Klinefelter.
proteínas.
14. Sistema Dom Bosco – A imagem a seguir representa
c) A zona SAT ou satélite é uma constrição responsável um ideograma do cariótipo de um ser humano.
pelas características sexuais dos indivíduos.
BIOPHOTO ASSOCIATES/GETTY IMAGES

d) O centrômero é responsável por manter as cromátides-


-irmãs unidas durante a divisão celular.

10. Ufla-MG (adaptada) – Na espécie humana, o número


diploide de cromossomos é 46. Quantos cromossomos
serão encontrados, respectivamente, nos espermato-
zoides, ovócitos e células epidérmicas?
a) 23, 23, 46.
b) 22, 22, 46.
c) 22, 22, 44.
d) 23, 23, 44.

Material exclusivo para professores


11. Uerj – Qualquer célula de um organismo pode sofrer
mutações. Há um tipo de célula, porém de grande im-
portância evolutiva, que é capaz de transmitir a muta-
ção diretamente à descendência. As células com essa
característica são denominadas:

conveniados ao Sistema de Ensino


a) diploides.
b) somáticas.
c) germinativas.
d) embrionárias.

Dom Bosco
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234 72 – Material do Professor

a) Com base em seus conhecimentos, descreva se o Porcos e javalis são subespécies de uma mesma es-
BIOLOGIA 1A

cariótipo pertence a um indivíduo do sexo masculino pécie, Sus scrofa. A referência ao número de cromos-
ou feminino e justifique. somos justifica-se pelo fato de que são considerados
javalis puros apenas os indivíduos com 36 cromosso-
mos. Os porcos domésticos possuem 38 cromossomos
e podem cruzar com javalis. Desse modo, é correto
afirmar que
a) os animais com 37 cromossomos serão filhos de
um leitão ou de uma leitoa, mas não de um casal
de javalis.
b) um híbrido de porco e javali, conhecido como javapor-
co, terá 74 cromossomos, tendo herdado o material
genético de ambas as subespécies.
c) do cruzamento de uma leitoa com um javali, devem
resultar híbridos fêmeas com 38 cromossomos e
b) Classifique os cromossomos 5 com base na posição híbridos machos com 36 cromossomos.
do centrômero. d) os animais não puros terão o mesmo número de cro-
mossomos do porco doméstico, mas não o número
cromossômico do javali.
e) os animais puros, aos quais o restante se refere, são
filhos de casais em que pelo menos um dos animais
paternos tem 36 cromossomos.

17. Unesp (adaptada) – Suponha que a melancia sem


sementes tenha sido originada a partir do cruzamento
entre uma planta diploide com 22 cromossomos e uma
planta tetraploide com 44 cromossomos. Quantos cro-
mossomos terão as células somáticas da planta nova?
Considerando que as sementes são o resultado da re-
produção sexuada, explique por que os frutos dessa
planta não as possuem.

15. Sistema Dom Bosco – Sabemos que todos os orga-


nismos possuem material genético em suas células.
Entretanto, o material genético pode ser armazenado
em formas diferentes. Com base nisso, pode-se afirmar
corretamente que
a) procariotos possuem cromossomos em formato de
X, semelhante aos dos eucariotos.
b) procariotos possuem diversos cromossomos, com
número variável entre as espécies.
c) procariotos possuem um único cromossomo em
formato circular, presente no citoplasma.
d) o número de cromossomos entre organismos eu-
cariotos não varia entre as espécies mais próximas
evolutivamente.

16. Unesp – Leia a placa informativa presente em uma


churrascaria:

JAVALI Restaurante

Material exclusivo para professores


Churrascaria

conveniados ao Sistema de Ensino


SERVIMOS CARNE DE JAVALI PURO
ANIMAIS COM 36 CROMOSSOMOS

Dom Bosco
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73 – Material do Professor 235

ESTUDO PARA O ENEM

BIOLOGIA 1A
18. Sistema Dom Bosco C5-H17 d) a representação do número cromossômico nas cé-
A síndrome de Down é causada pela presença de três lulas somáticas será 2n 5 38 ou 2n 5 36.
cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células e) felinos possuem o mesmo sistema cromossômico
de um indivíduo. Isso ocorre na hora da concepção de uma que as aves, sendo os machos ZZ.
criança. As pessoas com síndrome de Down, ou trissomia
do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células 20. Sistema Dom Bosco C5-H17
em vez de 46, como a maior parte da população.
Observe a figura a seguir, em que as pessoas repre-
Disponível em: <http://www.movimentodown.org.br/sindrome-
-de-down/o-que-e/>. Acesso em: out. 2018.
sentam os cromossomos.

A identificação do fator que origina indivíduos com

CONEYL JAY/GETTY IMAGES


essa síndrome tornou-se possível pela utilização da
técnica de
a) produção do DNA recombinante.
b) clonagem.
c) contagem e identificação dos cromossomos.
d) culturas de células e tecidos.
e) mapeamento do genoma humano.

19. Sistema Dom Bosco C5-H17


De acordo com pesquisas realizadas com a família Feli-
dae, representada pelos pequenos e grandes felinos como
onças, tigres, leões, linces e até mesmo o gato doméstico,
o número cromossômico pode variar entre 18 e 19 nas cé- Ao fazer uma analogia da representação das pessoas
lulas germinativas. na imagem com os cromossomos,
Fonte: Genetics for cat breeders: international
a) apenas os braços podem representar as cromá-
series in pure and applied biology, p. 21.
tides-irmãs.
A respeito da família Felidae, posse afirmar correta- b) o telômero pode ser representado pela cabeça das
mente que pessoas.
a) o número de cromossomos não inclui os cromos- c) os cromossomos representados poderiam ser clas-
somos sexuais. sificados como acrocêntricos.
d) a região abdominal representa uma constrição
b) há entre 40 e 42 cromossomos nas células somáticas. secundária.
c) a representação do número cromossômico nas cé- e) a região abdominal representa uma constrição de-
lulas germinativas será n 5 38 ou n 5 36. nominada centrômero.

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236 74 – Material do Professor

23
BIOLOGIA 1A

DIVISÃO CELULAR: MITOSE

Em 2012, pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA) identifi-


caram um novo tipo de divisão celular, que acreditam ser a variação da mitose. Esse
• Ciclo celular processo recebeu o nome de clerocinese e foi descrito com base em experimentos
• Mitose realizados com células humanas retiradas da retina.
• Variação da quantidade de O experimento consistiu em deixar essas células passarem pelo processo de
DNA na mitose mitose normalmente até depois da duplicação do núcleo, quando o processo foi
bloqueado, o que levou à criação de uma célula com dois núcleos. Após a observa-
HABILIDADES ção do desenvolvimento dessa célula, os pesquisadores perceberam que ela origina
• Descrever a importância da células comuns da retina, pois se estica demais e consegue concluir a divisão celular
mitose para os organismos. mesmo sem a presença de proteínas que agem ativamente durante a mitose.
• Citar e explicar as etapas Com essa descoberta, eles acreditam poder compreender melhor como as células
do ciclo celular. se multiplicam, o que pode ser um grande passo, inclusive, para entender um pouco
• Conhecer as consequências mais o câncer e, assim, criar novas alternativas para bloquear o desenvolvimento
do ciclo celular e explicar dessa doença.
as etapas da mitose.

TETRAT IMAGES/GETTY IMAGES


• Compreender a variação do
número de cromossomos
durante as etapas do ciclo
celular e da mitose.

O processo de clerocinese foi descrito com base na observação de células da retina.

IMPORTÂNCIA DA DIVISÃO CELULAR


Material exclusivo para professores Mitose e meiose são duas formas de divisão celular. A mitose origina duas
células-filhas idênticas à célula-mãe, com o mesmo número de cromossomos dela.
Por isso, dizemos que é uma divisão equacional, representada por (E!). A meiose,

conveniados ao Sistema de Ensino


por outro lado, é o processo no qual uma célula origina quatro células com metade
do conjunto cromossômico da célula-mãe, tema que será discutido em detalhes no
próximo módulo.

Dom Bosco
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75 – Material do Professor 237

Existem células que sofrem mitose frequentemen-

OXFORD SCIENTIFIC/GETTY IMAGES


te, como as células da medula óssea (produtoras das

BIOLOGIA 1A
células sanguíneas) e as dos tecidos meristemáticos
vegetais (responsáveis pelo crescimento da planta).
As células do fígado entram em divisão, originando
diversas duplas de outras células iguais após a mor-
te celular proveniente de uma doença como hepati-
te. Existem também células que nunca se dividem,
como os neurônios, as células musculares estriadas e
as musculares cardíacas.
Em organismos que realizam a reprodução assexua-
da, como as algas, as amebas e as bactérias, ao so-
frer divisão celular, um organismo originará dois outros
idênticos geneticamente a ele. Nesse caso, a divisão Embrião de galinha (Gallus gallus) com 12 dias em estágio avançado de
celular é sinônimo de reprodução assexuada. desenvolvimento. Aumento desconhecido.
BIOPHOTO ASSOCIATES/GETTY IMAGES

• Renovação celular – As células dos vários te-


cidos que constituem um organismo precisam
ser renovadas periodicamente, originando células
precursoras por meio da divisão celular. O tecido
epitelial, por exemplo, necessita ser renovado,
em média, a cada 28 dias.

ED RESCHKE/GETTY IMAGES
Micrografia de um Paramecium no estágio final da fissão binária da
mitose, isto é, originando dois organismos geneticamente idênticos.
Aumento de 100x.

A mitose também tem grande importância para


os seres pluricelulares por promover as mudanças
a seguir.
• Desenvolvimento – Embriões são formados por
células que se dividem constantemente, dando
origem aos tecidos e órgãos que constituem um
novo indivíduo. Células do tecido epitelial. Micrografia óptica. Aumento de 250x.
BIOPHOTO ASSOCIATES/GETTY IMAGES

• Regeneração – Células lesadas ou mortas podem


ser substituídas por meio da divisão celular, como
ocorrem em fraturas ósseas, por exemplo.
STEVE ALLEN/GETTY IMAGES

Imagem radiográfica
de osso da perna
humana quebrado. As
células do periósteo, do
endósteo e do tecido
mieloide multiplicam-se

Material exclusivo para professores


e diferenciam-se em
células osteoprogenitoras
Embrião de coelho em desenvolvimento, originado por divisão de novas e osteoblastos. Estas
células. Aumento desconhecido. passam a secretar o
osteoide, que poste-

conveniados ao Sistema de Ensino


• Crescimento – Os organismos crescem devido ao riormente é calcificado
e forma o calo ósseo,
aumento, em número e volume, das células. A mi- unindo e reconstituindo a
tose promove o aumento do número de células. região lesionada.

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238 76 – Material do Professor

Durante o desenvolvimento da célula, a relação


ponto de
BIOLOGIA 1A

entre o volume celular e a área de sua membrana verificação


aumenta até alcançar um valor crítico, desencadean- G2/S
do a divisão. Assim, o crescimento da superfície não duplicação crescimento
acompanha o aumento do seu volume e essa falta de do DNA celular prófa
se
proporção torna a manutenção do metabolismo da G2
S metáfase
célula inviável. Esse fato irá promover a divisão celular M anáfase
para tornar a superfície compatível com o volume no telófas
e
G1 citoc
início de cada ciclo. ines
e

ponto de
CICLO CELULAR verificação
G1/S G0

As células têm determinado tempo de vida e po- G1 1 S 1 G2 5 interfase


M 5 mitose
dem morrer ou se dividir, originando novas células.
Seu destino depende de uma sequência de even- No esquema é possível notar as fases da interfase G1, S e G2. Somente
tos que ocorrem dentro do ciclo celular (ou ciclo após essas três fases a célula poderá iniciar o processo de divisão
mitótico), que compreende a interfase e a mitose celular (mitose ou fase M).

(fase M).

INTERFASE MITOSE
É o período, entre as divisões celulares, de cres- É a divisão celular propriamente dita. Nessa fase,
cimento e desenvolvimento em que diversas reações uma célula origina duas outras células com informa-
bioquímicas ocorrem simultaneamente. Em geral, os ções genéticas exatamente iguais. A mitose é dividida
cromossomos encontram-se relaxados, sendo possí- em cinco estágios: prófase, metáfase, anáfase, teló-
vel vê-los por microscópio óptico apenas em forma fase e citocinese.
de cromatina difusa.
PRÓFASE
A interfase é dividida em três fases: G1, S e G2.
Neste estágio, os cromossomos irão se condensar
e as cromátides-irmãs formadas na fase S da interfase
• G1 significa gap 1 ou intervalo 1. Nessa fase,
ficarão bem evidentes. O fuso mitótico, conhecido
a célula cresce e são produzidas as proteínas
como o arranjo de microtúbulos que move os cromos-
que vão atuar na divisão celular. Em geral, tem
somos, será formado. Em células animais, o fuso cres-
duração média de quatro horas. Ocorre tam-
ce dos centrossomos, estruturas responsáveis por
bém o ponto de verificação G1/S, no qual a
carregar os centríolos, que são compostos de micro-
célula só avança para a fase S se tiver todas as
túbulos. Assim, os centrossomos migram para lados
enzimas necessárias para atuar na replicação
opostos da célula, iniciando o fuso mitótico.
do DNA. A célula pode sair do ciclo celular em
resposta a sinais regulatórios e passar para a

SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA


fase G0, que a mantém em estado estável e
tamanho constante. Assim, pode permanecer
nessa fase por um longo tempo ou entrar no-
vamente na fase G1.

• A fase S refere-se à replicação do DNA (S de


síntese). Assim, os cromossomos são duplica-
dos e cada um deles passa a apresentar duas
cromátides-irmãs.
BSIP/UIG/GETTY IMAGES

• A fase G2 refere-se a um segundo intervalo –


gap 2. Nela, ocorrem diversos processos bioquí-

Material exclusivo para professores


micos e, ao final, existe o ponto de verificação
G2/M, de forma que a célula só avança para a
fase M de divisão celular caso o DNA não esteja
danificado. Essa verificação é importante, pois,

conveniados ao Sistema de Ensino


se a célula prosseguir para a divisão celular com Micrografia fluorescente de uma célula de um anfíbio durante a prófase.
Nesse momento da mitose, os cromossomos encontram-se condensados
o DNA danificado, haverá inibição da ativação de (em azul) e há formação do fuso mitótico. Aumento desconhecido. Ao
proteínas que atuam nesse processo. lado, representação esquemática dos elementos. Cores fantasia.

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77 – Material do Professor 239

LEITURA COMPLEMENTAR

SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA

BIOLOGIA 1A
Um estágio nem sempre citado, mas existente
Após a prófase, existe um estágio denominado prome-
táfase, em que ocorre a desintegração da membrana nu-
clear. Os microtúbulos do fuso entram na região nuclear
e ancoram-se ao cinetócoro de uma das cromátides-irmãs,
enquanto os microtúbulos do centrossomo oposto se

BSIP/UIG/GETTY IMAGES
ancoram à outra cromátide e levam os cromossomos
com eles aos próximos estágios da divisão celular.

centrômeros

Micrografia tridimensional de imunofluorescência de uma célula epitelial


de um canguru durante a anáfase. Nesse estágio, as cromátides-irmãs
separam-se e movem-se para os polos opostos. Aumento de 500x. Ao
lado, representação esquemática dos elementos. Cores fantasia.
microtúbulos

TELÓFASE E CITOCINESE
Na telófase, os cromossomos chegam ao polo do
fuso e a membrana nuclear é reconstituída ao redor
de cada grupo de cromossomos, originando dois nú-
cinetócoro cleos dentro de uma mesma célula. Além disso, os
cromossomos encontram-se relaxados, podendo ser
visualizados em forma de cromatina.
Na citocinese, o citoplasma é dividido, formando
duas células.
A imagem mostra as estruturas do cromossomo que fazem parte

SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA


BSIP/UIG/GETTY IMAGES

da prometáfase. Elementos representados fora da escala de


tamanho. Cores fantasia.

METÁFASE
Neste estágio, os cromossomos encontram-se to-
dos alinhados em um único plano entre os dois cen-
trossomos, formando a placa metafásica.
SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA

Micrografia tridimensional de imunofluorescência de uma célula epitelial


de um canguru durante a telófase. Nesse estágio, as cromátides chegam
ao polo do fuso e a membrana nuclear é reconstituída. Aumento de 500x.
Ao lado, representação esquemática dos elementos. Cores fantasia. SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA
BSIP/UIG/GETTY IMAGES

BSIP/UIG/GETTY IMAGES

Micrografia tridimensional de imunofluorescência de uma célula


epitelial de um canguru durante a metáfase. Durante esse estágio, os

Material exclusivo para professores


cromossomos (em azul) formam a placa metafásica, apresentando-se
alinhados em um único plano. Em verde, são evidenciados os
microtúbulos. Aumento de 500x. Ao lado, representação esquemática
dos elementos. Cores fantasia.

conveniados ao Sistema de Ensino


ANÁFASE Micrografia tridimensional de imunofluorescência de uma célula epitelial
de um canguru durante a citocinese. Na citocinese, a membrana
Neste estágio, as cromátides-irmãs separam-se e citoplasmática é reconstituída, originando duas novas células. Aumento de
movem-se para os polos opostos do fuso. 500x. Ao lado, representação esquemática dos elementos. Cores fantasia.

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240 78 – Material do Professor

Vale lembrar que existem algumas diferenças nesse • cada célula produzida é formada por metade do
BIOLOGIA 1A

processo em células animais e vegetais. As células citoplasma e organelas da célula genitora.


de gimnospermas e angiospermas não têm centríolos
Entretanto, a quantidade de organelas e demais
e, portanto, durante a formação do fuso mitótico, as
constituintes presentes no citoplasma não é distribuída
fibras vão para os polos opostos da célula, mas sem a
igualmente entre elas, o que sugere que as células-
orientação dessa organela. Por conta disso, a mitose
-filhas não sejam completamente idênticas.
vegetal é denominada anastral, enquanto a mitose
animal é denominada astral.
VARIAÇÃO DA QUANTIDADE DE DNA NA
Outra diferença é que a célula animal sofre estran-
gulamento na região equatorial, originando a citoci- MITOSE
nese. A célula vegetal, por conta da parede celular, A variação entre o número de cromossomos, cro-
não sofre estrangulamento, mas há um acúmulo de mátides e DNA é grande ao longo do processo de
vesículas oriundas do complexo golgiense, que se acu- divisão celular. Para acompanhar o número dessas
mulam no centro da célula, formando o fragmoplasto estruturas durante todo esse processo, existem duas
e a lamela média. Como o fragmoplasto é originado regras simples:
do centro para as regiões periféricas, a citocinese é 1) para determinar o número de cromossomos, basta
denominada citocinese centrífuga. contar o número de centrômeros existentes;
2) para determinar o número de moléculas de DNA,
SCIENCE PHOTO
LIBRARY/FOTOARENA

é preciso contar as cromátides. Cada cromossomo


consiste em uma única cromátide, ou seja, uma
única molécula de DNA na fase G1 da interfase.
Assim, uma célula 2n = 4 terá quatro cromosso-
Micrografia de divisão celular de cebola. Aumento de 1 000x. mos e quatro cromátides na fase G1 da interfase.
Como ocorre duplicação do DNA na fase S, da fase
G2 até o final da metáfase haverá quatro cromos-
CONSEQUÊNCIAS DA somos e oito cromátides. Na anáfase, o número de

DIVISÃO CELULAR cromossomos por célula sobe para oito e o número


de cromátides se mantém (oito). Por fim, na telófa-
Com o ciclo celular, dois fatos importantes acontecem: se e na citocinese, o número de cromossomos por
• uma célula produz duas novas células com as célula diminui para quatro, bem como o número de
mesmas informações genéticas que as suas, sen- cromátides. Isso pode ser representado da seguinte
do geneticamente idênticas; maneira em formato de gráfico:

G1 S G2 prófase e metáfase anáfase telófase e


prometáfase citocinese

número de
cromossomos 4 4 4 4 4 8 4
por célula

número de
moléculas
de DNA por 4
célula

Material exclusivo para professores


0

Quadro comparativo das fases da mitose em relação ao número de cromossomos por célula e quantidade de moléculas de DNA. Após a síntese de DNA
(fase S), o número de moléculas de DNA aumenta e volta a diminuir na telófase. Entretanto, o número de cromossomos é duplicado apenas na anáfase
e, posteriormente, volta à quantidade inicial.

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79 – Material do Professor 241

ROTEIRO DE AULA

BIOLOGIA 1A
DIVISÃO CELULAR: MITOSE

Uma célula
Duas células iguais Tipo de divisão Equacional (E!)
gera:

Importância
Crescimento Tipo de divisão Renovação celular
funcional

Crescimento celular

Fase G1

Produção de proteínas

Ciclo celular
Fase S Síntese de DNA

Fase G2 Processos bioquímicos

Formação do fuso, desintegração da


Prófase membrana nuclear, cromossomos
condensados ao extremo.

Cromossomos alinhados no plano equatorial.


Metáfase

Fases da mitose Anáfase Separação das cromátides-irmãs.

Cromossomos chegam ao fuso e a membrana nuclear é


Telófase
reconstituída.

Material exclusivo para professores Divisão do citoplasma.

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Citocinese

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242 80 – Material do Professor

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
BIOLOGIA 1A

1. PUC-RJ (adaptada) – Considere as afirmações rela- Considerando as fases apresentadas, descreva o que
tivas à mitose: acontece na fase S da interfase.
IV. O núcleo começa a desaparecer na prófase.
Durante a fase S, ocorre a duplicação do DNA, ou seja, um cromossomo
I. Os núcleos-filhos são geneticamente idênticos ao
núcleo da célula-mãe.
passa a ter duas cromátides-irmãs, dobrando o número de moléculas
II. As cromátides-irmãs separam-se no início da aná-
fase.
de DNA na célula.
III. Os cromossomos duplicam-se na fase G2 do ciclo
celular.
IV. Um único núcleo dá origem a dois núcleos-filhos
idênticos.
Estão corretas: 4. Fuvest-SP – Células de embrião de drosófila (2n=8)
que estavam em divisão foram tratadas com uma subs-
a) apenas I, II, IV e V.
tância que inibe a formação do fuso, impedindo que a
b) apenas I, II, III e V. divisão celular prossiga. Após esse tratamento, quantos
c) apenas II, III, IV e V. cromossomos e quantas cromátides, respectivamente,
d) apenas I, II e V cada célula terá?
e) todas as afirmações. a) 4 e 4
A afirmativa IV está incorreta porque os cromossomos são duplicados b) 4 e 8
na fase S do ciclo celular. c) 8 e 8
d) 8 e 16
2. PUC-RS – Uma diferença importante entre animais e e) 16 e 16
vegetais é o crescimento corporal; ao contrário dos Como a célula é 2n=8, isso quer dizer que ela tem oito cromossomos
animais, as plantas crescem ao longo de toda a vida. O e que, após a divisão celular, as cromátides de todos os cromossomos
crescimento indeterminado dos vegetais se dá graças foram duplicadas, porém não foram separadas devido ao tratamento
aos tecidos embrionários perenes, denominados me- com a substância que inibe a formação do fuso. Sendo assim, cada
célula terá oito cromossomos com duas cromátides cada um, ou seja,
ristemas. Os processos celulares fundamentais para a haverá 16 cromátides.
atividade desse crescimento são a mitose e a diferen-
ciação celular, responsáveis, respectivamente, pelo(a)
_______ e pelo(a) ___________. 5. UFU-MG – O gráfico a seguir mostra variações da quan-
a) proliferação – seleção do número de células nos tidade de DNA por núcleo durante o ciclo celular de
tecidos. uma célula animal.
b) redução do número de cromossomos – proliferação
celular.
T3
c) seleção do número de células – atividade de cres- T2 T4
cimento celular. Concentração
de T1
d) variabilidade dos tipos celulares – aumento do nú- DNA / núcleo
mero de células.
e) aumento do número de células – especialização das
células dos diversos tecidos.
A mitose é responsável pelo aumento do número de células, uma vez Tempo
que, por meio desse processo, são originadas células com o mesmo
número cromossômico que a célula-mãe. Além disso, a diferenciação Em qual dos períodos encontramos o cromossomo
refere-se à especialização das células dos diversos tecidos. constituído por duas cromátides-irmãs, cada uma com
uma molécula de DNA, e a ocorrência da migração das
cromátides-irmãs para os polos da célula, respectiva-
3. Fuvest-SP (adaptada) – Na figura abaixo, está repre- mente?
sentado o ciclo celular. Na fase S ocorre síntese de a) T2 e T3
DNA, na fase M ocorre a mitose e dela resultam novas
células, indicadas pela letra C. b) T1 e T3
c) T3 e T4
C d) T1 e T4
C
A questão fala sobre divisão celular e as fases da interfase, que são:
G1, S e G2. As fases G1 e G2 são o intervalo de tempo e S é a síntese,
M ou seja, duplicação dos elementos. Na primeira fase (T1), a célula está
em descanso, conforme mostra a linha retilínea do gráfico. Na segunda
G2 Divisão fase (T2), os elementos na célula são duplicados (quando a reta sobe).

Material exclusivo para professores


Na terceira fase (T3), a célula entra em descanso novamente e, em
seguida, acontecem as fases da mitose (T4), dividindo os elementos
Mitose G1 (quando a linha cai). A questão pede que se encontre o período em
que o cromossomo tem duas cromátides-irmãs, ou seja, quando elas
já estão duplicadas, e o período em que há migração para os polos,
Interfase

conveniados ao Sistema de Ensino


ocorrendo a divisão celular. Encontramos, então, respectivamente, os
S períodos T3 e T4.

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81 – Material do Professor 243

6. Fuvest-SP (adaptada) – Considere os eventos abaixo:

BIOLOGIA 1A
I. Desintegração do envoltório nuclear. A ordem correta é I, IV, II, III. As afirmativas I e IV acontecem na prófase,
II. Formação da placa equatorial.
III. Cromossomos migram para os polos. a II ocorre na metáfase e a III ocorre na anáfase.
IV. Formação do fuso mitótico.
Com base em seus conhecimentos sobre o processo
de divisão celular, coloque as afirmativas em ordem e
cite em qual etapa elas acontecem.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. Unicentro-PR – Uma nova droga no tratamento contra Com base em seus conhecimentos sobre o assunto, cite
o câncer está sendo testada e atinge as células que es- em qual etapa da divisão a célula circulada se encontra
tão em divisão celular, mais especificamente no final da e explique os principais eventos que acontecem nela.
metáfase. Nessas células, a droga impedirá que ocorra a
a) condensação dos cromossomos.
b) separação das cromátides-irmãs.
c) formação do fuso mitótico.
d) formação da placa equatorial.
e) formação de fibras do fuso.

8. UFRGS-RS – Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) 11. IFSUL-RS (adaptada) – Todas as células vegetais e
as afirmações abaixo, referentes aos constituintes do animais apresentam um processo de reprodução cha-
núcleo celular. mado de mitose e outro processo chamado de meiose.
Esses processos diferenciam-se quanto ao tipo de célu-
( ) A carioteca é uma membrana lipoproteica dupla
presente durante a mitose. las envolvidas, tais como células epiteliais, musculares,
gametas etc. A afirmativa que relata corretamente o
( ) Os nucléolos são observados na interfase. processo que envolve a formação das células muscu-
( ) Os cromossomos condensados na fase inicial da lares é a que propõe que uma célula
mitose são constituídos por duas cromátides. a) diploide (2n) forma duas células haploides (n).
( ) Cromossomos homólogos são os que apresentam b) diploide (2n) forma duas células diploides (2n).
constituições diferentes.
c) haploide (n) forma duas células haploides (n).
A sequência correta de preenchimento dos parênteses,
d) haploide (n) forma duas células diploides (2n).
de cima para baixo, é:
a) V – V – F – V d) F – F – V – V 12. UERR-RR – As células em divisão passam por uma se-
b) V – F – V – F e) V – F – F – V quência regular de eventos, dentro de duas fases, cha-
c) F – V – V – F mada ciclo celular. Diante dessa afirmação, assinale a
alternativa correta que cita as duas fases do ciclo celular.
9. PUC-RS – Sobre o processo mitótico, é correto afirmar a) Interfase e mitose.
que b) Mitose e prófase.
a) ocorre apenas em células diploides. c) Interfase e cariotiose.
b) dá origem a gametas haploides. d) Mitose e telófase.
c) é utilizado como forma de reprodução assexuada por e) Interfase e leucinose.
alguns seres vivos.
d) constitui-se como um processo equacional seguido 13. Udesc-SC – A figura representa, de maneira resumida,
de uma fase reducional. as fases da interfase (G1, S e G2) e de divisão (M) do
e) é utilizado por seres vivos, como vegetais e fungos, ciclo de vida de uma célula, o chamado ciclo celular.
para geração de esporos haploides.
DIVISÃO INTERFASE

10. Sistema Dom Bosco – A figura a seguir representa


a lâmina da raiz de cebola, contendo algumas células M G1 S G2
em divisão celular.
BLICKWINKEL/ALAMY STOCK PHOTO

Em relação ao ciclo celular, assinale a alternativa correta.


a) M é a fase mais longa na maioria das células.

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b) Em M ocorre a duplicação dos cromossomos.
c) Em G2 ocorre verificação do processo de duplicação
do DNA.
d) Em S os cromossomos se apresentam altamente

conveniados ao Sistema de Ensino


compactados.
e) Em G1 inicia-se a compactação dos cromossomos.

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244 82 – Material do Professor

14. Sistema Dom Bosco de DNA das células indicadas pelos números 1, 2, 3 e
BIOLOGIA 1A

A divisão celular se trata da capacidade de uma célula se 4, é respectivamente:


dividir dando origem a outras células. Essa capacidade é a) N, 2N, N e N/2.
de suma importância para todos os organismos vivos. Por b) 2N, 4N, 2N E N.
exemplo, os organismos pluricelulares, como os humanos,
c) 2N, 4N, 4N e N.
contêm dezenas de milhões de células. Entretanto, esse
complexo organismo foi gerado a partir de uma única cé- d) 2N, 4N, 4N e 2N.
lula denominada célula ovo. Além disso, as divisões ce- e) 2N, 4N, 2N e 2N.
lulares são, também, as responsáveis pela regeneração de
diversos órgãos, como o fígado. 16. UEL-PR – Leia o texto a seguir:
Disponível em: <https://www.infoescola.com/citologia/divisao- Quando se fala em divisão celular, não valem as regras mate-
celular/>. máticas: para uma célula dividir significa duplicar. A célula se
divide ao meio, mas antes duplica o programa genético loca-
Com base nessas informações e em seus conhecimen- lizado em seus cromossomos. Isso permite que cada uma das
tos sobre o assunto, explique a importância da mitose
células-filhas reconstitua tudo o que foi dividido no processo.
para os seres assexuados.
Fonte: AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia. v. 1. São Paulo:
Moderna, 1994. p. 203.
Considerando uma célula haploide com 8 cromos-
somos (n = 8), assinale a alternativa que apresenta,
corretamente, a constituição cromossômica dessa cé-
lula em divisão na fase de metáfase da mitose.
a) 8 cromossomos distintos, cada um com 1 cromátide.
b) 8 cromossomos distintos, cada um com 2 cromátides.
15. Fuvest-SP (adaptada) – A sequência de fotografias
abaixo mostra uma célula em interfase e outras em c) 8 cromossomos pareados 2 a 2 e cada um com 1
cromátide.
etapas da mitose, até a formação de novas células.
d) 8 cromossomos pareados 2 a 2 cada um com duas
cromátides.
SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA

e) 8 cromossomos pareados 4 e 4 cada um com 2


cromátides.

17. Sistema Dom Bosco – Para que a célula consiga se


reproduzir, é necessário que haja a formação do fuso
1 2 mitótico em uma das etapas da mitose. Cite em qual
etapa ocorre este evento e explique o que ele é.
4

Considerando que o conjunto haploide de cromosso-


mos corresponde à quantidade N de DNA, a quantidade

ESTUDO PARA O ENEM


18. Enem (adaptada) C5-H17 Qual número corresponde à melhor etapa para que esse
Para estudar os cromossomos, é preciso observá-los estudo seja possível?
no momento em que se encontram no ponto máximo a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5
de sua condensação. A imagem corresponde ao tecido
da raiz de cebola, visto ao microscópio, e cada número 19. Sistema Dom Bosco C5-H17
marca uma das diferentes etapas do ciclo celular. A fi gura a seguir se refere à microscopia de luz de
SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA

células do peixe branco (Coregonus sp.), apresentando


uma determinada etapa de divisão celular.
1
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4

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Marque a alternativa que corresponda à fase na qual a interface lateral e adjacente dos protofilamentos, no inte-

BIOLOGIA 1A
célula apontada pela seta se encontra. rior do lúmen do microtúbulo. Por fim, o sítio da colchi-
a) Prófase cina está localizado na parte intradimer interface entre
b-tubulina e b-tubulina.
b) Metáfase
Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/
c) Telófase artigos/farmacia/medicamentos-antimitoticos-com-atuacao-no-
d) Prometáfase sitio-de-ligacao-colchicina/57761>.
e) Anáfase Sabendo que essas substâncias atuam diretamente se
ligando às tubulinas, assinale a alternativa correta de
20. Sistema Dom Bosco C5-H17 qual etapa da divisão celular elas bloqueiam.
Na atualidade, existem três tipos de ligação de drogas
a) Prófase
bem determinadas nos sítios na b-tubulina: o domínio
da vinca, o local e o taxano, e o sítio de colchicina. O b) Anáfase
domínio da vinca está localizado de forma adjacente ao c) Metáfase
sítio de troca GTP obrigatório em b-tubulina. O sítio d) Citocinese
do taxano está localizado na parte hidrofóbica, entre a e) Telófase

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246 84 – Material do Professor

24
BIOLOGIA 1A

DIVISÃO CELULAR: MEIOSE

Desde a origem dos primeiros seres vivos até os primeiros 2 bilhões de anos
de vida da Terra, todas as células existentes eram clones umas das outras, já que a
• Fases da meiose e sua única reprodução existente era assexuada.
importância Há aproximadamente 1,5 bilhão de anos, surgiu uma nova possibilidade de re-
• Variação da quantidade de produção, capaz de gerar seres geneticamente diferentes entre si: a reprodução
DNA na meiose sexuada. Isso foi possível graças à divisão celular denominada meiose, em que a
• Meiose × mitose variabilidade genética cria novos rearranjos no DNA, possibilitando o aparecimento
de novas características.
HABILIDADES

RAWPIXEL.COM/ISHUTTERSTOCK
• Descrever a importância da
meiose para os organismos.
• Citar e explicar as etapas
da meiose.
• Compreender a variação do
número de cromossomos
ao longo da meiose.
• Explicar as principais
diferenças entre mitose e
meiose.
• Explicar as principais
diferenças entre meiose I e
meiose II.

A diversidade de características entre as pessoas é resultado da meiose.

FASES DA MEIOSE E SUA IMPORTÂNCIA

Material exclusivo para professores


Assim como ocorre na mitose, a meiose é precedida pela interfase, contemplando
as fases G1, S e G2. Em geral, é composta de dois processos distintos: meiose I
e meiose II.
Cada uma delas é um tipo de divisão celular. Ao final da meiose I, o número de

conveniados ao Sistema de Ensino


cromossomos por célula é reduzido à metade e, por isso, diz-se que se trata de
uma divisão reducional. Em outras palavras, uma célula diploide (2n) produz duas
células haploides (n).

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85 – Material do Professor 247

Ao final da meiose II, o número de cromossomos

BLACKJACK3D/ISTOCKPHOTO.COM
por célula é igual, sendo chamada de divisão equa-

BIOLOGIA 1A
cional, como na mitose. Ou seja, cada uma das duas
células haploides (n) originadas na primeira divisão
produzem outras duas iguais, totalizando quatro cé-
lulas haploides (n) ao final do processo. Embora a
meiose II seja muito semelhante à mitose, apresenta
características diferentes: o número de cromosso-
mos já foi reduzido à metade na meiose I, e a célula
não começa o processo com o mesmo número de
cromossomos.

prófase I metáfase I anáfase I

meiose I
(2n)

telófase I Os gametas masculinos e femininos são formados na meiose.

MEIOSE I
A meiose I é constituída por cinco estágios seme-
lhantes ao da mitose – prófase I, metáfase I, anáfase I,
telófase I e citocinese –, com algumas diferenças que
serão discutidas ao longo deste módulo.
prófase II
Prófase I
A prófase I é um estágio longo, dividido em cinco
subestágios: leptoteno, zigoteno, paquiteno, diploteno
e diacinese.
metáfase II
meiose II
(n) leptoteno zigoteno paquiteno diploteno diacinese

quiasmas
anáfase II
Etapas da prófase I. Elementos representados fora da escala de
tamanho. Cores fantasia.

No leptoteno, os cromossomos contraem-se, tor-


nando-se visíveis. No zigoteno, a condensação dos
telófase II
cromossomos continua e os homólogos formam pares,
ficando uns bem próximos aos outros – sinapse.
No paquiteno, os cromossomos tornam-se mais
curtos e grossos, desenvolvendo-se o complexo si-
A meiose ocorre em duas fases: meiose I e meiose II. Elementos naptonêmico entre os homólogos. Nesse momento,
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
ocorre o crossing-over, isto é, os cromossomos ho-
mólogos trocam informações genéticas entre si. Esse
Vale destacar que, além de produzir variabilidade é o processo que promove a variabilidade genética, de
genética, a meiose é de grande relevância para os maneira que os gametas produzidos ao final da meio-
seres vivos, pois é por meio desse processo que são se são completamente diferentes uns dos outros. A

Material exclusivo para professores


formadas as células reprodutivas (gametas) localiza- seleção natural ainda atua sob os organismos gerados,
das nas gônadas de animais ou plantas de reprodução possibilitando àqueles que tiverem características mais
sexuada. Esses gametas unem-se para formar um zi- vantajosas para o ambiente em que vivem sobreviver
goto, originando novos indivíduos com carga genética por mais tempo, deixando descendentes com as mes-

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diferente da dos progenitores. mas características que as suas.

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248 86 – Material do Professor

No diploteno, os centrômeros dos cromossomos


BIOLOGIA 1A

homólogos separam-se, mas permanecem ligados pe-


los quiasmas, que são resultados do crossing-over. Na
diacinese, os cromossomos continuam se condensan-
do e os quiasmas se movem para as pontas deles à
medida que se separam.

Célula em anáfase I. Elementos representados fora da escala de


tamanho. Cores fantasia.

Telófase I e citocinese (ou intercinese)




Na telófase I, os cromossomos chegam aos polos




do fuso e o citoplasma divide-se. Na citocinese (ou


quiasmas
intercinese), a membrana nuclear reconstitui-se ao
redor dos cromossomos que se encontram agrupados
Célula em prófase I. Elementos representados fora da escala de em cada polo do fuso, o fuso se desfaz e os cromosso-
tamanho. Cores fantasia.
mos se descondensam. Esse período corresponde ao
período intermediário entre a meiose I e a meiose II.
Metáfase I
Esse estágio inicia-se quando os cromossomos
homólogos se encontram alinhados na placa metafá-
sica e continuam unidos pelos quiasmas (formados
na prófase I).

Célula em telófase I. Elementos representados fora da escala de


tamanho. Cores fantasia.

MEIOSE II
A meiose II é similar à mitose, contendo as mesmas
fases: prófase II, metáfase II, anáfase II, telófase II
e citocinese.

Prófase II

Material exclusivo para professores


Célula em metáfase I. Elementos representados fora da escala de
tamanho. Cores fantasia.
Nesse estágio, os cromossomos se recondensam,
o envoltório nuclear se desfaz novamente e o fuso é
Anáfase I reconstituído. Em algumas células, os cromossomos

conveniados ao Sistema de Ensino


Nesse estágio, os cromossomos homólogos continuam condensados e o fuso não é desintegra-
separam-se, embora as cromátides irmãs perma- do, de forma que elas já passam diretamente para
neçam juntas. a metáfase II.

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87 – Material do Professor 249

BIOLOGIA 1A
Células em prófase II. Elementos representados fora da escala de
tamanho. Cores fantasia.

Metáfase II
Essa fase é semelhante à mitose, pois os cromos-
somos individuais se alinham na placa metafásica, com
Células em telófase II. Elementos representados fora da escala de
as cromátides irmãs voltadas para os polos do fuso. tamanho. Cores fantasia.

As principais diferenças entre mitose, meiose I e


meiose II estão resumidas no quadro a seguir.

Evento Mitose Meiose I Meiose II

Ocorre Não Sim Não


crossing-over?

Células em metáfase II. Elementos representados fora da escala de


O que se separa Cromátides Pares de Cromátides
tamanho. Cores fantasia. na anáfase? irmãs cromossomos irmãs
homólogos

Anáfase II O que se Cromossomos Pares de Cromossomos


Nesse estágio, os cinetócoros das cromátides irmãs alinha na placa individuais cromossomos individuais
separam-se, sendo levadas para polos opostos. Assim, metafásica?
cada cromátide é um cromossomo distinto.
Ocorre divisão Sim Sim Sim
celular?

Os homólogos Não Sim Não


formam pares?

Há variabilidade Não Sim Não


genética?

Células em anáfase II. Elementos representados fora da escala de VARIAÇÃO DA QUANTIDADE


DE DNA NA MEIOSE
tamanho. Cores fantasia.

Na meiose, também há variação na quantidade de


Telófase II e citocinese DNA no núcleo em dois momentos: durante a sepa-

Material exclusivo para professores


Nesse estágio, os cromossomos chegam aos po-
los do fuso e descondensam-se, a membrana nuclear
é reconstituída ao redor dos cromossomos e o fuso
ração dos cromossomos homólogos (anáfase I) e na
separação das cromátides irmãs (anáfase II). Se, por
exemplo, uma célula tiver oito cromossomos (2n = 8),

conveniados ao Sistema de Ensino


desintegra-se. Na citocinese, a membrana citoplas- na anáfase I ela terá oito cromossomos e 16 cromáti-
mática é reconstituída, originando duas novas células des irmãs e, na anáfase II, quatro cromossomos e oito
cada uma (total de quatro células). cromátides irmãs.

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250 88 – Material do Professor

Variação do DNA nas fases da meiose.


BIOLOGIA 1A

interfase meiose I meiose II


G2 PI MI
4Q

S AI

G1 TI PII MII
2Q

2n n
AII

TII
Q
n

0
tempo

MEIOSE × MITOSE
Tanto a mitose como a meiose se referem a processos de divisão celular e,
embora até os nomes sejam semelhantes, os resultados de ambas são bem
diferentes. A tabela abaixo apresenta o comparativo detalhado das diferenças
entre esses processos.

Resumo das diferenças gerais entre mitose e meiose

Mitose Meiose

Número de divisão nuclear 1 2

Número de cromossomos das Metade dos cromossomos quando


Igual ao da célula-mãe
células-filhas comparada à célula-mãe

Tipo de divisão Equacional (E!) Reducional (R!) + Equacional (E!)

Número final de células-filhas


2 células 4 células
de uma célula parental

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ROTEIRO DE AULA

BIOLOGIA 1A
MEIOSE

1 célula diploide (2n) gera: 2 células haploides (n) Tipo de divisão: Reducional (R!)

Importância Variabilidade genética Formação de gametas

Etapas

Interfase

Meiose I Crossing-over

Prófase I Leptoteno Zigoteno Paquiteno Diploteno Diacinese

Metáfase I Cromossomos homólogos alinhados na placa equatorial.

Anáfase I Cromossomos homólogos separam-se em direção aos polos opostos.

Telófase II
Cromossomos homólogos chegam aos polos.

Citocinese Citoplasma divide-se, originando duas células.

Meiose II

Prófase II Cromossomos condensados, formação do fuso, núcleo desfeito.

Metáfase II Cromossomos alinhados na placa equatorial.

Anáfase II
Cromátides irmãs separam-se em direção a polos opostos.

Material exclusivo para professores


Telófase II Cromátides irmãs chegam aos polos.

conveniados ao Sistema de Ensino


Citocinese
Citoplasma divide-se, originando duas células (total = 4).

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252 90 – Material do Professor

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
BIOLOGIA 1A

1. Ifsul-RS – Todas as células vegetais e animais apresentam


um processo de reprodução chamado mitose e outro pro-
cesso de reprodução chamado meiose. Esses processos
diferenciam-se quanto ao tipo de células envolvidas, tais
como células epiteliais, musculares, gametas etc.
A afirmativa que relata corretamente o processo que
envolve a formação das últimas células referidas acima 4. UFPA-PA – O gráfico a seguir representa variações na
é a que propõe que uma célula: quantidade de DNA ao longo do ciclo de vida de uma
a) diploide (2n) forma duas células haploides (n). célula (X = unidade arbitrária de DNA por célula).
b) haploide (2n) forma quatro células haploides (n). Quantidade
c) diploide (2n) forma quatro células haploides (n). de DNA
3
d) haploide (2n) forma duas células haploides (n). 4X
Células diploides formam ao final quatro células haploides na meiose. 2 4
2X 1 5
2. Famerp-SP – A figura representa uma célula em uma 6
7
das fases de certa divisão celular: X

Tempo

Sobre esse ciclo vital de uma célula, representado no


gráfico a seguir, é correto afirmar:
a) A interfase está representada pela fase 3.
b) As fases 1, 2 e 3 representam os períodos G1, S e
G2, que resumem todo o ciclo vital de uma célula.
c) As fases 1, 2 e 3 representam o período em que a
célula se encontra em interfase, e as fases 4, 5, 6
e 7, subsequentes, são características da célula em
divisão mitótica, quando, ao final, ocorre redução à
metade da quantidade de DNA na célula.
Supondo que essa divisão celular se concretize, geran- d) A célula representada é diploide: seu DNA foi duplica-
do células-filhas, pode-se afirmar que do no período S da interfase (fase 2) e, posteriormen-
a) serão originadas quatro células-filhas geneticamente te, passou pelas duas fases da meiose, originando
idênticas. células-filhas com metade da quantidade de DNA
b) cada célula-filha terá quatro cromossomos diferentes. (fase 7, células haploides).
c) cada célula-filha terá dois cromossomos diferentes. e) A fase 3 é caracterizada por um período em que não
há variação na quantidade de DNA na célula, portanto
d) serão originadas duas células-filhas geneticamente essa fase representa uma célula durante os períodos
idênticas. da mitose: prófase, metáfase e anáfase.
e) a divisão ocorreu em uma célula somática, originando A alternativa A está incorreta porque a interfase refere-se às fases 1, 2 e
duas células-filhas idênticas. ao início da 3. A alternativa B está incorreta porque o ciclo vital da célula
A meiose é reducional, portanto, uma célula diploide 2n = 4 poderá resume-se a todo o processo, incluindo a divisão celular. A alternativa C
formar quatro células com dois cromossomos. está incorreta porque se refere ao processo de meiose. A alternativa E
está incorreta porque se refere à fase G2, prófase e metáfase da meiose I.
3. Unicamp-SP (adaptada) – Considerando o esquema a
seguir como uma representação simplificada da meiose, 5. Mackenzie-SP (adaptada) – Em uma célula em metá-
indique quais células são haploides e quais são diploides. fase II, é possível observar
a) cromossomos c) cromátides irmãs.
A homólogos. d) envoltório nuclear.
b) quiasmas. e) tétrades.
Durante a metáfase II, as cromátides irmãs encontram-se alinhadas
B C na placa equatorial.
6. Sistema Dom Bosco – A divisão celular é um processo
no qual uma célula se divide, formando duas células idên-
D E ticas (no caso da mitose) ou quatro células diferentes (no
caso da meiose), com toda a informação genética relativa
à espécie. Com base nisso e em seus conhecimentos,
explique a importância da meiose para os seres vivos.
F G H I A meiose possibilita a existência de variabilidade genética em razão do

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Apenas a célula A é diploide. As outras são haploides (B, C, D, E, F,

G, H e I).
crossing-over presente na prófase I da meiose I. Além disso, é nesse

processo que se formam as células reprodutivas (gametas) localizadas

conveniados ao Sistema de Ensino


nas gônadas de animais ou plantas de reprodução sexuada, as quais

se unem para formar um novo indivíduo.

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

BIOLOGIA 1A
7. PUC-RJ – O gato doméstico (Felis domesticus) tem 36 pa- c) Na diacinese, as cromátides permanecem no centro
res de cromossomos em suas células somáticas. Sabendo celular, a carioteca se refaz, os núcleos reaparecem
disso, o número de cromossomos nos espermatozoides e os centríolos atingem os polos celulares.
maduros do gato, o número de cromátides irmãs existen- d) A prófase I é uma fase curta em que os centríolos que
tes em uma célula que está entrando na primeira divisão não sofreram duplicação na interfase permanecem
meiótica e o número de cromátides irmãs que estão en- no centro celular e a carioteca se desintegra ao final.
trando na segunda divisão meiótica são, respectivamente: e) No leptoteno, o emparelhamento dos cromossomos
a) 18, 72 e 36. d) 36, 72 e 72. é chamado de sinapse cromossômica.
b) 72, 144 e 144. e) 36, 144 e 72.
12. Unitins-TO – A mitose e a meiose são dois tipos de
c) 18, 36 e 72.
divisão celular. Em relação a esses processos, podemos
afirmar que:
8. Sistema Dom Bosco – A meiose é um processo fun-
damental à propagação da vida no planeta. Essa divisão I. A meiose resulta em quatro células haploides.
é encontrada nos seres vivos no(a) II. A mitose resulta em duas células com o mesmo
a) formação de gametas apenas. número de cromossomos da célula original.
b) formação de esporos apenas. III. O processo de meiose tem um número de fases
maior do que a mitose.
c) formação de gametas e formação de esporos.
IV. A mitose ocorre em células somáticas e a meiose,
d) zigoto e formação de gametas. em células reprodutivas.
e) zigoto, formação de gametas e formação de esporos. V. O número de cromossomos das células resultantes
na mitose é igual ao das células que lhes deram
9. Uece – Considere os eventos abaixo, que podem ocor- origem e somente as que sofreram meiose podem
rer na mitose ou na meiose. apresentar recombinação gênica.
I. Emparelhamento dos cromossomos homólogos Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
duplicados.
II. Alinhamento dos cromossomos no plano equato- a) I, II, III, IV e V. d) III, IV e V apenas.
rial da célula. b) I, II e V apenas. e) IV apenas.
III. Permutação de segmentos entre cromossomos c) II e III apenas.
homólogos.
IV. Divisão dos centrômeros, resultando na separação 13. Uepa – O crescimento populacional humano é pro-
das cromátides irmãs. duto da reprodução sem controle, que agrava os pro-
blemas de superpopulação mundial. Por outro lado, a
No processo de multiplicação celular para reparação de reprodução nos organismos unicelulares ocorre por
tecidos, os eventos relacionados à distribuição equita- divisão celular, enquanto nos organismos multicelu-
tiva do material genético entre as células resultantes lares esse processo é responsável pelo crescimento
estão contidos somente em: e reparo de tecidos.
a) I e III. c) II e III. Sobre o processo em destaque, analise as afirmativas
b) II e IV. d) I e IV. abaixo.
I. A prófase I da meiose I possui cinco subfa-
10. Sistema Dom Bosco – Tanto a mitose quanto a meiose
ses: leptoteno, zigoteno, paquiteno, diploteno
são processos de divisão celular. Embora até os nomes e diacinese.
sejam semelhantes, existem algumas diferenças entre
esses dois processos. Explique-as. II. Na telófase, os cromossomos começam a se deses-
piralizar e adquirem a forma de fita.
III. Na anáfase, ocorre a separação das cromátides.
IV. Na meiose I, a metáfase I caracteriza-se pelo ali-
nhamento dos pares homólogos na placa equa-
torial.
V. O produto da meiose são quatro células haploides.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a) I, II e IV. d) III, IV e V.
b) I, III e V. e) I, II, III, IV e V.
c) II, III e V.

14. Sistema Dom Bosco – A divisão celular consiste em


11. PUC-PR – Sobre a divisão celular, considerando a pró- produzir novas células que contenham toda a informa-

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fase I da meiose I, é correto afirmar que: ção genética de uma determinada espécie. No caso
a) A característica mais marcante do diploteno é que da meiose, são produzidas quatro células completa-
os cromossomos ainda emparelhados se cruzam em mente diferentes em razão da ocorrência do crossing-
certos pontos chamados quiasmas. -over, além disso, as células-filhas contêm metade do

conveniados ao Sistema de Ensino


b) No paquiteno ocorre o afastamento dos cromosso- material genético presente na célula materna. Para que
mos homólogos e os cromômeros são bem visíveis, elas sejam originadas, a célula materna passa por dois
formando as cromátides irmãs. estágios diferentes, denominados meiose I e meiose II,

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254 92 – Material do Professor

respectivamente. Explique as principais diferenças en- 16. PUC-MG – As figuras representam três diferentes fases
BIOLOGIA 1A

tre esses estágios. ou etapas (A, B e C) de possíveis divisões celulares.

A B C

É incorreto afirmar que:


a) C, A e B não podem ocorrer como fases da mesma
meiose.
15. Uern (adaptada) – O organismo humano é formado por b) A célula inicial meiótica possui 2n = 4.
dois tipos de células: as diploides ou somáticas, conhe- c) As fi guras A e B podem ocorrer tanto na mitose
cidas por formarem todas as células do corpo humano, como na meiose.
e as haploides ou gametas, que são células sexuais d) A permutação gênica pode ocorrer em C.
e apresentam metade do número de cromossomos.
A maioria dessas células está sempre se renovando, 17. Uerj (adaptada) – Considere um animal que possui 8
gerando novas células pelos processos de mitose e cromossomos em suas células diploides. Nos esque-
meiose. O esquema a seguir representa as fases da mas A e B, estão representadas duas células desse
reprodução celular. animal em processo de divisão celular.
A B

1 2 3 4

Observe as figuras e analise as afirmativas a seguir.


I. A anáfase I da meiose e a telófase da mitose estão
representadas pelas figuras 4 e 2, respectivamente. Com base nos esquemas, cite as respectivas etapas
II. As figuras 2 e 3 representam a telófase I da meiose da divisão celular apresentadas.
e a metáfase da mitose.
III. Durante a fase representada pela figura 2, ocorre o
desaparecimento do envoltório nuclear, e o material
do núcleo mistura-se ao citoplasma.
IV. A figura 3 corresponde à metáfase I da meiose, em
que os cromossomos se alinham na região equa-
torial da célula.
V. Durante a fase da figura 1, em que os cromossomos
se tornam mais curtos e mais espessos, o processo
é chamado condensação.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I, II e IV. c) I, IV e V.
b) II, III e V. d) II, III e IV.

ESTUDO PARA O ENEM


18. Enem C5-H17 De acordo com a ação antitumoral descrita, que função
O paclitaxel é um triterpeno poli-hidroxilado que foi celular é diretamente afetada pelo paclitaxel?
originalmente isolado da casca de Taxus brevifolia, ár- a) Divisão celular.
vore de crescimento lento e em risco de extinção, mas
b) Transporte passivo.

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agora é obtido por rota química semissintética. Esse
fármaco é utilizado como agente quimioterápico no c) Equilíbrio osmótico.
tratamento de tumores de ovário, mama e pulmão. Seu d) Geração de energia.
mecanismo de ação antitumoral envolve sua ligação à e) Síntese de proteínas.

conveniados ao Sistema de Ensino


tubulina, interferindo com a função dos microtúbulos.
Disponível em: <www.teses.usp.br>.
Acesso em: 29 fev. 2012. (Adaptado)

Dom Bosco
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93 – Material do Professor 255

19. Sistema Dom Bosco C5-H17 20. Sistema Dom Bosco C5-H17

BIOLOGIA 1A
A maioria das pessoas, quando anuncia um nascimento, O Brasil possui um grande número de espécies distintas,
menciona o sexo do bebê, porém não sente a necessidade entre animais, vegetais e microrganismos, envoltas em
de especificar a espécie. Isso porque uma das característi- uma imensa complexidade e distribuídas em uma grande
cas da vida é a habilidade dos organismos de reproduzir variedade de ecossistemas.
a própria espécie – elefantes geram elefantes e humanos SANDES, A. R. R.; BLASI, G. Biodiversidade e diversidade química e
geram humanos. A reprodução das espécies está intima- genética. Disponível em: <http://novastecnologias.com.br>.
mente relacionada às divisões celulares. Acesso em: 22 set. 2015. (Adaptado)
CAMPBELL, N. A. Biologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
O incremento da variabilidade ocorre em razão da per-
Sobre a divisão celular denominada meiose, é correto muta genética, a qual propicia a troca de segmentos
afirmar que entre cromátides não irmãs na meiose.
a) produz duas células idênticas. Essa troca de segmentos é determinante na:
b) produz quatro células idênticas.
a) produção de indivíduos mais férteis.
c) produz quatro células diferentes por conta do
b) transmissão de novas características adquiridas.
crossing-over, originando a variabilidade genética.
d) as células sofrem mutações que originam a variabi- c) recombinação genética na formação dos gametas.
lidade genética. d) ocorrência de mutações somáticas nos descendentes.
e) produz todas as células presentes nos órgãos e) variação do número de cromossomos característico
e tecidos. da espécie.

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K PHOTO
Y STOC
/ ALAM
IMAGES
BLEND

BIOLOGIA 1B

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CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

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170 96 – Material do Professor

25
REPRODUÇÃO ASSEXUADA,
BIOLOGIA 1B

SEXUADA E CICLOS
HAPLOBIONTES

As algas do gênero Spyrogira são capazes de se reproduzir de uma maneira


curiosa. Com o auxílio do microscópio óptico, é possível identificar na célula dessas
• Reprodução assexuada algas uma estrutura que aparenta ser um espinho, chamado tubo de conjugação,
• Reprodução sexuada que é usado para furar a célula da alga vizinha. Ao analisar o processo mais a fundo,
• Ciclos de vida pode-se observar que essa estrutura é, na verdade, usada para transferir o material
genético, caracterizando uma nova forma de reprodução sexuada.
HABILIDADES Consequentemente, indivíduos dessa espécie apresentam variações genéticas
• Citar e descrever os tipos pelo fato de receberem um pedaço de DNA diferente da alga vizinha e, depois,
de reprodução assexuada. passarem outros pedaços de DNA a outros indivíduos.
Acredita-se que esse modelo de reprodução explique a origem da reprodução
• Reconhecer organismos
capazes de realizar repro- sexuada por meio de genes parasitas introduzidos em outros organismos, tornando-
dução assexuada. -os diversificados geneticamente e, assim, aumentando a chance de sobrevivência
em determinados ambientes.
• Compreender a importância
da reprodução sexuada.

M I WALKER/GETTY IMAGES
• Citar e descrever os ciclos
haplontes.
• Reconhecer organismos
capazes de realizar ciclos
haplontes.
• Relacionar mitose com
reprodução assexuada.
• Relacionar meiose com
reprodução sexuada.

Algas do gênero Spyrogira trocando material genético entre si. Aumento de 150x.

Material exclusivo para professores REPRODUÇÃO ASSEXUADA


Reprodução assexuada é o processo no qual um organismo produz outros dois
organismos geneticamente idênticos a ele. Em termos de nível celular, podemos dizer

conveniados ao Sistema de Ensino


que é o método pelo qual uma célula se multiplica por mitose. Há diversas formas
de reprodução assexuada, entre as quais se destacam: a fissão (divisão) binária, a
esporulação e o brotamento.

Dom Bosco
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97 – Material do Professor 171

Fissão binária em planária

BIOLOGIA 1B
2n n

2n 2n n n

Na reprodução assexuada, uma célula origina duas novas células com


o mesmo número cromossômico que ela mesma, sendo, portanto,
todas geneticamente iguais.

FISSÃO BINÁRIA
É um processo também conhecido como cissipa-
ridade, bipartição ou divisão binária, em que um orga- Fissão binária, seguida de regeneração, em planárias. Elementos
nismo-mãe, geralmente unicelular, origina dois organis- representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
mos geneticamente idênticos, ou seja, com o mesmo
material genético que o seu. Organismos unicelulares, É importante salientar que, apesar de ser essen-
como bactérias, algumas algas e alguns protozoários, cialmente um processo que gera clones do organismo-
são capazes de realizar esse tipo de reprodução. Além -mãe, na fissão binária ainda é possível ocorrer varia-
desses organismos, podemos observar a ocorrência ções genéticas entre os indivíduos, ou entre eles em
de fissão binária em organismos pluricelulares, como relação ao original. Isso porque existe a possibilidade
a planária, um platelminto. de haver mutações, por exemplo, durante o processo
de duplicação do DNA, podendo gerar variabilidade en-
ED RESCHKE/GETTY IMAGES

tre os indivíduos nesse tipo de reprodução assexuada.

ESPORULAÇÃO
A esporulação, diferentemente das outras reprodu-
ções vistas até aqui, ocorre por meio da disseminação
de esporos, células especializadas que tendem a se
desenvolver em condições ambientais favoráveis, ge-
rando novos indivíduos. Esse tipo de reprodução ocorre
em fungos e algumas algas.
ALLA VASYLENKO/SHUTTERSTOCK

Paramecium, um protozoário unicelular em divisão binária, visto por meio


de microscopia óptica. Aumento de 100x.

Nas bactérias, assim como nas células dos orga-


nismos eucariontes, a fissão binária só ocorre após
o aumento da célula e a formação de um septo que Os pães mofados demonstram a presença de esporos fúngicos.
separa a progenitora da célula-filha. Nesses casos, o
DNA sofre duplicação para originar organismos viáveis. O termo esporulação também é utilizado para
Como citado anteriormente, as planárias, apesar de denominar o processo pelo qual bactérias produzem

Material exclusivo para professores


serem organismos pluricelulares, também são capazes esporos para resistir a condições ambientais desfa-
de realizar esse tipo de processo. No caso delas, não voráveis. Essas bactérias entram em uma espécie de
há uma preparação antes de a divisão ocorrer, de modo casulo de proteção, onde ficam em estado de latência
que elas sofrem constrição na região mediana do cor- até que o ambiente volte a ser favorável ao seu de-

conveniados ao Sistema de Ensino


po, separando cabeça de cauda. Em seguida, ocorre senvolvimento. No entanto, essa não é considerada
o desenvolvimento do restante do organismo em um uma forma de reprodução, mas sim de resistência às
processo chamado de regeneração. condições ambientais adversas.

Dom Bosco
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172 98 – Material do Professor

(A) Esquema do morango com


ALFRED PASIEKA/GETTY IMAGES

ELENA MASIUTKINA/ALA-
MY STOCK PHOTO
A estolho saindo do caule e formando
BIOLOGIA 1B

um novo indivíduo.

(B) Ilustração do fungo

KATERYNA KON/
SHUTTERSTOCK
B Saccharomyces cerevisiae. Nota-se
as áreas circulares de algumas
células, que são cicatrizes de gemas
no ponto em que as células-filhas
antigas se separaram na conclusão
da divisão celular. Elementos
representados fora da escala de
Em microscopia eletrônica de transmissão, é possível observar os
tamanho. Cores fantasia.
esporos da bactéria Clostridium tetani, causadora do tétano, altamente

ANDREY NEKRASOV /
ALAMY STOCK PHOTO
resistente a ambientes desfavoráveis. Aumento de 2 000x. (C) Poríferos, exemplo de animais
C capazes de se reproduzirem por
brotamento.
BROTAMENTO
Também chamado de gemiparidade, esse processo
consiste na formação de brotos geneticamente idên-
ticos ao genitor, que se separam do indivíduo-mãe e
formam novos indivíduos. O brotamento ocorre em
uma variedade de organismos, entre eles as plantas, FRAGMENTAÇÃO
como as angiospermas, bem como os animais, como Tipo de reprodução em que um ou mais pedaços do
os poríferos (esponjas) e os cnidários. indivíduo dão origem a um novo indivíduo. Diferente-
Esse tipo de reprodução é aproveitado na indústria mente do processo de fissão binária, há possibilidade
agrícola, em pesquisas e paisagismo, pois é utilizado de o indivíduo originar-se de múltiplos fragmentos.
principalmente em plantações de grande porte, com Além disso, esse tipo de reprodução assexuada envol-
a técnica de propagação denominada estaquia. Ela ve a capacidade elevada de regeneração de animais
é realizada depois do plantio de um ramo, galho ou com pouca diferenciação tecidual, como é o caso da
propriamente de um broto da planta, que, após enraizar- estrela-do-mar, que é o principal animal a realizar o
-se no solo, desenvolve-se como novo indivíduo. Esse processo regenerativo.
método é utilizado principalmente para jardins, reflo-
AQUAPIX/SHUTTERSTOCK

restamento, ornamentação etc. Nem todas as plantas


têm essa capacidade, mas aquelas que a possuem se
tornam valiosas, pois a estaquia garante a conservação
da qualidade da planta original e as plantas desenvol-
vem-se mais rapidamente.
SHAWEI26/SHUTTERSTOCK

Estrela-do-mar nodosa (Fromia nodosa).

Diferentemente do que se pode pensar, a planária,


apesar de sofrer regeneração, não é classificada como

Material exclusivo para professores


A pitanga (Eugenia uniflora) é uma planta que comumente é fragmentação em relação ao tipo de reprodução as-
submetida à estaquia, tanto nas plantações quanto nos quintais de
residências urbanas. sexuada, pois apenas as partes da cauda e da cabeça
podem originar novos indivíduos. É raro que outros
O morango, alguns tipos de samambaia e algumas fragmentos originem novo indivíduo no caso delas.

conveniados ao Sistema de Ensino


espécies de grama formam caules denominados esto- Além da estrela-do-mar, algumas cianobactérias e
lhos, que se ramificam e originam brotos que posterior- algas filamentosas realizam esse tipo de reprodução
mente se transformam em novos indivíduos. assexuada.

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99 – Material do Professor 173

REPRODUÇÃO SEXUADA

NIKOLAY_VORONIN/SHUTTERSTOCK

BIOLOGIA 1B
A reprodução sexuada acontece quando dois indi-
víduos diferentes combinam seus materiais genéti-
cos e originam um novo indivíduo com características
distintas. Esse tipo de reprodução proporciona varia-
bilidade genética das espécies por meio de trocas de
genes diferentes entre indivíduos; essa variabilidade
é gerada pela recombinação gênica de cromossomos
que acontece durante o crossing-over, na prófase I da
meiose, e na segregação independente, na anáfase I.
Produzir descendência diversa é uma vantagem
evolutiva muito grande, pois aumenta a chance de exis- Ovos fecundados de sapos.
tirem indivíduos capazes de sobreviver em diferentes
ambientes, adaptando-se a eles, em razão da grande Já a fecundação interna ocorre dentro do corpo de
diversidade de recombinações geradas, passando suas um dos progenitores, geralmente o feminino. Portanto,
características aos descendentes. para que essa fecundação ocorra, é necessário que haja
O ciclo de vida de organismos sexuados consiste inoculação interna dos gametas de um dos parentais,
numa série de alterações pelas quais eles passam. O geralmente o masculino. Esse processo denomina-se
ciclo inicia-se quando os gametas se encontram, dando cópula e, em muitas espécies, vem acompanhado de
origem a um zigoto, e termina quando o indivíduo de- rituais de acasalamento. Em comparação com a fecun-
senvolvido passa a produzir seus gametas. Portanto, há dação externa, suas vantagens são: menor perda ou
dois ciclos importantes que estão intimamente ligados morte dos gametas durante o processo e independên-
a esse processo: a fecundação e a meiose. cia do ambiente para que ocorra.
A fecundação basicamente refere-se à fusão

KATERYNA KON/SHUTTERSTOCK
dos gametas feminino e masculino, que são células
haploides (n) originando um indivíduo diploide (2n).
Como já estudado, a meiose origina quatro células
haploides (n) diferentes tendo como base uma única
célula diploide (2n).

Fecundação Meiose

Espermatozoides indo ao encontro do ovócito, a fim de realizar a


2n fecundação dentro do sistema reprodutor feminino. Elementos
n n representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Após a fecundação interna, o embrião ainda pode se


n n
desenvolver de formas diferentes. Portanto, os animais
2n
com fecundação interna podem ser divididos em três
classes, de acordo com o modo de desenvolvimento
n n n n
do embrião:
• ovíparos: após a fecundação, a fêmea bota um
ovo no ambiente, que contém o embrião que irá
Esquema simplificado da formação de gametas por meio da
fecundação e da meiose. se desenvolver dentro desse “receptáculo”, dis-
põe de nutrientes e fornece proteção ao indivíduo
que se desenvolve ali. Exemplos: aves em geral,
A fecundação externa consiste na junção dos game- crocodilos, jacarés, lagartos, entre outros.
tas haploides no ambiente externo. Um bom exemplo • vivíparos: o embrião desenvolve-se dentro do
é o que acontece com os anuros, como sapos, rãs e

Material exclusivo para professores


corpo materno, saindo apenas após estar desen-
pererecas: as fêmeas liberam os ovos, todos juntos, volvido o suficiente (cada animal dessa classifi-
e o macho, por sua vez, precisa liberar gametas sufi- cação tem um período específico de gestação).
cientes para fecundá-los. Todo o processo de geração e Exemplo: mamíferos em geral.

conveniados ao Sistema de Ensino


desenvolvimento do zigoto, e depois do girino, ocorre • ovovivíparos: após a fecundação, há formação
no ambiente aquático, que auxilia no deslocamento do ovo, porém ele permanece dentro do corpo
dos gametas masculinos até o feminino. dos progenitores. Exemplo: cavalo-marinho.

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174 100 – Material do Professor

CICLOS DE VIDA
BIOLOGIA 1B

Nos seres vivos, a meiose acontece em vários momentos da vida: logo após a
fecundação, sendo denominada meiose inicial ou zigótica, durante a formação
dos gametas (meiose gamética ou final) ou durante o ciclo de vida, tal como na
formação de esporos (meiose intermediária ou espórica). Os tipos de meiose
estão relacionados ao ciclo de vida dos organismos.
Os ciclos de vida podem ser haplobiontes, isto é, em todas as fases do ciclo
celular o número do conjunto cromossômico presente nas células (ploidia) do indi-
víduo permanece constante. O ciclo haplobionte ainda pode ser dividido em ciclo
haplobionte haplonte, se os organismos forem haploides, e haplobionte diplonte,
se os organismos forem diploides. O ciclo de vida também pode ser diplobionte,
no qual existem tanto organismos haploides quanto diploides.
Em geral, a meiose inicial está relacionada com o ciclo haplobionte haplonte,
a meiose gamética está relacionada com o ciclo de vida haplobionte diplonte e a
meiose espórica está relacionada com o ciclo de vida diplobionte. Neste módulo,
iniciaremos o estudo analisando o ciclo de vida haplobionte.

CICLO HAPLOBIONTE HAPLONTE


O ciclo haplobionte haplonte (ou apenas ciclo haplonte) ocorre na maioria dos
fungos, em alguns protozoários e em algumas algas.
No caso dos fungos, ocorre fusão de duas hifas haploides, originando hifas
dicarióticas – dois núcleos (n) separados, no mesmo local –, que se desenvolvem,
transformando-se em corpo frutífero (chapéu) ou basidiocarpo. Na parte inferior
dessa estrutura, existem hifas dicarióticas que se fundem, assim como os núcleos,
gerando um indivíduo diploide (2n), e sofrem meiose. A partir de então, são origi-
nados quatro núcleos haploides (n), que crescem e formam uma projeção chamada
basídio, responsável pela formação de esporos (basidioesporos), os quais germinam
e reiniciam o ciclo.

lamela (ampliação) meiose zigótica


fusão de núcleos
(fecundação) R!

liberação dos
basidiósporos
zigotos (2n) basidiósporos
(n)
corpo de
frutificação
(basidiocarpo)

hifas haploides germinação de


(n) basidiósporos

micélio
dicariótico

fusão de micélios
hifas dicarióticas compatíveis

fusão nuclear meiose formação de


(fecundação) R! basidiósporos

Material exclusivo para professores hifas dicarióticas zigoto (2n)


núcleos haploides
basídio

basidiósporos

conveniados ao Sistema de Ensino


(n) (n)

Ciclo reprodutivo haplobionte haplonte de fungos basidiomicetos. Elementos representados fora da escala de
tamanho. Cores fantasia.

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101 – Material do Professor 175

Nesse ciclo, o indivíduo adulto é haploide (n) e

GEORGE GRALL/GETTY IMAGES


gera gametas por meio da mitose. A fecundação

BIOLOGIA 1B
ocorre, originando um zigoto diploide (2n), e ele
passa por meiose, originando esporos haploides (n).
Pelo fato de a meiose ocorrer logo após a formação
do zigoto, ela é denominada meiose pós-zigótica. Phyllomedusa
bicolor
Esse ciclo é caracterizado por ter alternância de
reproduzindo-se
fases (n → 2n). sexuadamente
onde há
indivíduos haploides produção de
(n) gametas.

(n)

(n)

gametas Algumas
gameta (+) gameta (–)
algas também
fecundação realizam o ciclo
haplobionte
(n) zigoto (2n) diplonte.

mitose meiose
Nesse ciclo, o indivíduo adulto é diploide (2n)
pós-zigótica
e gera gametas haploides (n) por meio da meiose.
A fecundação origina um zigoto diploide (2n), que
indivíduo haploide (n)
se desenvolve por mitose até chegar à vida adulta.
Esquema que representa o ciclo haplobionte haplonte. Nesse ciclo, o
Como a meiose ocorre na formação dos gametas,
zigoto sofre meiose e desenvolve-se por mitose, produzindo gametas ela é denominada meiose gamética e apresenta
haploides que originarão um novo indivíduo. Elementos representados alternância de fases (n → 2n).
fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

CICLO HAPLOBIONTE DIPLONTE


indivíduos haploides
O ciclo haplobionte diplonte, também chamado de (n)
ciclo diplonte, ocorre na maioria dos animais (incluindo
o ser humano) e em algumas algas.
DUTCH CITIES/ALAMY STOCK PHOTO

(n)

(n)

gametas
gameta (+) gameta (–)

fecundação

(n) zigoto (2n)

meiose mitose
gamética

indivíduo adulto
diploide (2n)
Esquema do ciclo haplobionte diplonte. O zigoto desenvolve-se por

Material exclusivo para professores


mitose, produzindo gametas haploides que originam um novo indivíduo.
Mamíferos como o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) apresentam ciclo Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
haplobionte diplonte.

conveniados ao Sistema de Ensino


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176 102 – Material do Professor

ROTEIRO DE AULA
BIOLOGIA 1B

CICLOS DE VIDA

Reprodução assexuada

Mitose
Forma de divisão celular:

Divisão binária Brotamento


Esporulação

Fungos
Bactérias Alguns animais
Protozoários Algas Plantas

Algas Algas

Reprodução sexuada

Meiose
Forma de divisão celular:

Haplobionte

Diplobionte

Material exclusivo para professores


Haplonte Diplonte

conveniados ao Sistema de Ensino


Meiose inicial
Meiose gamética Meiose espórica

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103 – Material do Professor 177

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

BIOLOGIA 1B
1. Unisinos-RS (adaptada) – O ciclo de vida dos animais Cite o nome desses ciclos e quais organismos se re-
é caracterizado pelo crescimento, reprodução e morte produzem dessa forma.
dos indivíduos. Sabendo que o crescimento ocorre por
meio de sucessivas divisões celulares e reprodução, pela Os ciclos acima referem-se, respectivamente, ao ciclo haplobionte haplonte
formação dos gametas e consequentemente fecundação
com um gameta de outro indivíduo da mesma espécie, e ao ciclo haplobionte diplonte. O ciclo haplobionte haplonte é realizado pela
qual das alternativas abaixo indica, respectivamente, o
tipo de divisão celular envolvido nos processos de cres- maioria dos fungos e por algumas algas, enquanto o ciclo haplobionte di-
cimento do organismo e formação dos gametas?
a) Fissão binária e meiose. d) Mitose e meiose. plonte é realizado pela maioria dos animais e por algumas espécies de algas.
b) Meiose e mitose. e) Fissão binária e mitose.
c) Mitose e fissão binária.
A mitose é o processo que permite os organismos crescerem, e a
4. Fatec-SP – As estratégias de reprodução sexuada são
meiose forma os gametas. adaptações dos organismos aos ambientes. Elas deter-
minam os ciclos de vida dos milhões de espécies de
2. Imed-RS (adaptada) – Em relação aos esporos, analise
eucariontes. Esses ciclos são classificados em:
as assertivas abaixo.
I. São células haploides formadas nos fungos para • haplobionte haplonte (como o dos fungos sapró-
reprodução. fitos Rhizopus);
II. São formados por algumas espécies de bactérias • haplobionte diplonte (como o dos Animalia);
durante condições ambientais adversas. • diplobionte (como o das plantas Embryophyta).
III. Estão presentes no ciclo reprodutivo de protozoários. A principal diferença entre esses ciclos consiste no
Quais estão corretas? momento em que ocorre
a) Apenas II. d) Apenas II e III. a) mitose
b) Apenas I e II. e) Todas as afirmativas. b) dipausa
c) Apenas I e III. c) esporulação
A afirmativa III está incorreta, porque os esporos são produzidos por d) nascimento
fungos, certas bactérias e, também, por algumas plantas.
e) meiose
3. Sistema Dom Bosco – Os esquemas a seguir represen- A diferença principal entre os ciclos haplobiontes e entre o ciclo diplo-
tam ciclos reprodutivos de espécies de algas diferentes. bionte é o momento em que a meiose acontece.
indivíduos haploides (n)
5. UFRN (adaptada) – Em um experimento, um tipo de
planta que se reproduz tanto de forma sexuada como
de forma assexuada é cultivado em dois ambientes ar-
tificiais distintos (I e II). No ambiente I, as condições de
(n) temperatura e umidade são constantes e não há presen-
ça de insetos. No ambiente II, há insetos e a tempera-
(n) tura e a umidade são instáveis. Considerando os dois
ambientes, a reprodução que teria melhor resultado na
gametas gameta (+) gameta (–) produção vegetal é:
fecundação
a) reprodução sexuada, nos dois ambientes, pois esta
(n) zigoto (2n) gera indivíduos idênticos que produzem um maior
número de plantas.
mitose meiose
pós-zigótica
b) no ambiente II, reprodução assexuada, pois uma
planta bem adaptada vai gerar um descendente
indivíduo haploide (n)
também bem adaptado.
c) nos dois ambientes, reprodução assexuada, pois
esta gera plantas já maduras e adaptadas, não apre-
indivíduos haploides (n)
sentando fragilidades em presença de pragas.
d) no ambiente II, reprodução sexuada, pois esta gera
sempre uma variedade de indivíduos que se adapta-
rão melhor em determinados ambientes.
Reprodução sexuada gera variabilidade e automaticamente possibilita
(n)
que os organismos se adaptem melhor a determinados ambientes,
enquanto a reprodução assexuada não gera variabilidade genética.
(n)

gametas
gameta (+) gameta (–)
6. Uerj – As populações de um caramujo que pode se re-
produzir tanto de modo assexuado quanto sexuado são

Material exclusivo para professores


fecundação
frequentemente parasitadas por uma determinada es-
(n) zigoto (2n) pécie de verme. No início de um estudo de longo prazo,
verificou-se que, entre os caramujos parasitados, foram
mitose
meiose selecionados aqueles que se reproduziam sexuadamente.

conveniados ao Sistema de Ensino


gamética
Observou-se que, ao longo do tempo, novas populações
indivíduo adulto diploide (2n) de caramujo, livres dos parasitas, podem voltar a se repro-
duzir de modo assexuado por algumas gerações.

Dom Bosco
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178 104 – Material do Professor

Explique por que a reprodução sexuada foi inicialmente se-


BIOLOGIA 1B

lecionada nos caramujos e, ainda, por que voltar à reprodu- aparecerem novas características, inclusive algumas que podem conferir
ção assexuada pode ser vantajoso para esses moluscos.
maior resistência aos parasitas. Em populações livres dos parasitas, ou
Enquanto são parasitados, os caramujos que se reproduzem de modo

seja, um meio mais estável, a variabilidade genética deixa de ser tão im-
sexuado são selecionados. Isso se explica pelo fato de a reprodução se-

portante, e a reprodução assexuada passa a ser selecionada como mais


xuada produzir variabilidade genética, enquanto a reprodução assexuada

vantajosa, pois produz indivíduos mais rapidamente.


produz, em geral, cópias dos indivíduos, de modo que há chance de

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. PUC-RS – Para responder à questão, analise as informa- 10. Sistema Dom Bosco – O esquema a seguir representa
ções sobre as etapas necessárias para que ocorra a varia- o ciclo de vida de um determinado organismo.
bilidade genética em seres vivos com reprodução sexuada. I
indivíduo gametas
1. Fertilização aleatória. haploide
2. Crossing-over na prófase da meiose II. II

3. Segregação independente na anáfase da meiose I. zigoto


4. Introdução do órgão reprodutor masculino no órgão III
reprodutor feminino. Com base nisso e em seus conhecimentos, responda:
Está/Estão correta(s) apenas a(s) etapa(s): a) Como é chamado esse ciclo de vida?
a) 1 c) 2 e 4 e) 2, 3 e 4
b) 1 e 3 d) 1, 2 e 3

8. Cefet-MG – Em 2001, após ataque terrorista que cau-


sou a queda do World Trade Center, foram enviadas pelo
correio cartas contendo a bactéria Bacillus anthracis. As b) Como é denominado o processo em II?
cartas contaminadas só foram identificadas quando um
funcionário do endereço destinatário morreu por inala-
ção do pó branco. A sobrevivência do microrganismo
citado, durante o envio da carta, foi possível pela(o)
a) presença de células vegetativas, com alto potencial c) Em I e III, ocorrem dois tipos de divisão celular.
de proliferação. Nomeie-os corretamente.
b) formação de esporos, forma de resistência a ambien-
tes desfavoráveis.
c) isolamento térmico, para evitar oscilações de tem-
peratura e choque térmico.
d) adição de material nutritivo, necessário às atividades
vitais do microrganismo.
e) proximidade do endereço remetente e destinatário,
para garantir viabilidade celular. 11. Mackenzie-SP
9. UFPE – A figura a seguir representa algumas etapas Um fungo, uma tragédia
do ciclo de vida de uma espécie animal. Analise e as- Em 1845, na Irlanda, irrompeu uma devastadora praga da ba-
sinale a alternativa que corresponde às etapas 1, 2 e tata, que resultou em perdas quase que totais nas colheitas do
3, respectivamente: produto agrícola mais importante do país. Nos anos seguintes,
adulto diploide essa praga levou as populações de camponeses ao desespe-
ro com mais de um milhão de mortes causadas pela fome, já
1
que a batata era o seu produto e alimento básico. A mangra ou
mancha da batata é causada por um fungo parasita, o Phyto-
3 células phthora infestans. As plantas afetadas têm suas folhas e tubér-
haploides culos apodrecidos, e a transmissão por esporos, é muito rápida.
Fonte: Trecho extraído do livro de Cesar e Cezar, volume II.

A respeito da reprodução dos fungos, são feitas as


célula diploide

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2 seguintes afirmações:
a) meiose, desenvolvimento e fecundação I. Todos eles apresentam reprodução assexuada rea-
b) mitose, fecundação e meiose lizada por esporos.
c) mitose, fecundação e desenvolvimento II. Nem todos eles apresentam reprodução sexuada.

conveniados ao Sistema de Ensino


d) meiose, fecundação e desenvolvimento III. O esporo do fungo é uma célula haploide que, sozi-
e) mitose, meiose e fecundação nha, pode dar origem a um novo indivíduo.

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105 – Material do Professor 179

IV. Os fungos mais simples, os ficomicetos, só apre- 16. Unesp – A enxertia consiste em implantar parte de uma

BIOLOGIA 1B
sentam reprodução assexuada. planta viva em outra planta de igual ou diferente espé-
Estão corretas: cie. A planta introduzida (enxerto) produz folhas, flores
e frutos, enquanto a planta receptora (porta-enxerto)
a) I e II c) I, II e III e) II e IV capta água e nutrientes do solo.
b) I e III d) II e III
A figura esquematiza uma das técnicas indicadas para a
12. Sistema Dom Bosco – Em relação ao ciclo haplobionte enxertia entre espécies de hortaliças, tais como pepino,
haplonte, marque a alternativa correta. abóbora, melão e melancia.
a) Refere-se a organismos adultos haploides.
Corte do
b) Refere-se a organismos adultos diploides. enxerto
As superfícies do enxerto e
c) Nesse ciclo, a meiose é denominada espórica. do porta-enxerto devem per-
manecer em contato firme
d) A meiose é denominada gamética.

13. Fuvest-SP – As plantas podem reproduzir-se sexuada O enxerto é inserido


no tubo de fixação
ou assexuadamente, e cada um desses modos de re-
produção tem impacto diferente sobre a variabilidade
Colocação
genética gerada.  de um tubo
Analise as seguintes situações: Corte do para fixação
porta-enxerto do enxerto
I. Plantação de feijão para subsistência, em agricultura
familiar.
II. Plantação de variedade de cana-de-açúcar adequada
à região, em escala industrial.
III. Recuperação de área degradada, com o repovoa- Suponha que um enxerto de pepino (Cucumis sativus)
mento por espécies de plantas nativas. tenha sido introduzido em um porta-enxerto de abóbora
Com base na adequação de maior ou menor variabilida- (Cucurbita moschata). Os frutos produzidos por essa
de genética para cada situação, a escolha da reprodução enxertia serão
assexuada é a indicada para a) pepinos cujas sementes darão origem a exemplares
a) I, apenas. c) III, apenas e) I, II e III. de Curcubita moschata.
b) II, apenas. d) II e III, apenas b) híbridos estéreis com características de Cucumis
sativuse e de Curcubita moschata.
14. Sistema Dom Bosco – Cite e explique as vantagens da c) abóboras cujas sementes darão origem a exemplares
fecundação interna em relação à fecundação externa. de Cucumis sativus.
d) abóboras cujas sementes darão origem a exemplares
de Cucumis moschata.
e) pepinos cujas sementes darão origem a exemplares
de Cucumis sativus.

17. Sistema Dom Bosco


Os seres vivos podem reproduzir-se de duas maneiras
principais: sexuadamente ou assexuadamente. Esta última
forma não envolve o encontro de gametas, diferentemente
15. Sistema Dom Bosco da forma sexuada, que envolve as células reprodutivas. Or-
ganismos com reprodução sexuada podem apresentar três
A reprodução sexuada possui algumas desvantagens,
tipos de ciclos reprodutivos diferentes: ciclo haplobionte
como, por exemplo, demandar grande quantidade de
haplonte, ciclo haplobionte diplonte e ciclo diplobionte. 
energia para adquirir parceiros, pelo fato de que apenas
metade do material genético é passado para a próxima ge- Disponível em: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/
tipos-ciclos-vida.htm>. Acesso em: out. 2018.
ração e em populações com baixa densidade, o indivíduo
precisa andar quilômetros para encontrar seu par. Por ou- Cite o tipo de meiose que difere os ciclos haplontes
tro lado, esse processo ainda é o mais comum na natureza. entre si e como são os organismos adultos encontrados
Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfi- em cada um deles.
le.php/3996382/mod_resource/content/1/2%20%20
Evolu%C3%A7%C3%A3o%20da%20reprodu%C3%A7%C3%A3o%20
sexual%2C%20investimentos.pdf>. Acesso em: out. 2018.
Sabendo disso, e com base em seus conhecimentos,
marque a melhor alternativa que represente a principal
vantagem da reprodução sexuada.

Material exclusivo para professores


a) Produção de indivíduos geneticamente iguais aos
parentais.
b) Produção de grande número de indivíduos.
c) Recombinação gênica, gerando variabilidade.

conveniados ao Sistema de Ensino


d) Alta taxa de sobrevivência entre indivíduos.
e) Certeza de adaptabilidade a qualquer ambiente.

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ESTUDO PARA O ENEM


BIOLOGIA 1B

18. Enem C3-H11 organismo adulto


mitose
A reprodução vegetativa de plantas por meio de esta- (2n)
cas é um processo natural. A humanidade, observando gametas
esse processo, desenvolveu uma técnica para propagar d) meiose (n)
plantas em escala comercial. A base genética dessa
técnica é semelhante àquela presente no(a) zigoto
(2n) fecundação
a) transgenia. d) controle biológico.
b) clonagem. e) melhoramento
c) hibridização. genético.
meiose
19. Enem C5-H17 organismo adulto
(2n)
Os seres vivos apresentam deferentes ciclos de vida,
gametas
caracterizados pelas fases nas quais gametas são pro-
e) mitose (n)
duzidos e pelos processos reprodutivos que resultam
na geração de novos indivíduos.
zigoto
fecundação
Considerando-se um modelo simplificado padrão para (2n)
geração de indivíduos viáveis, a alternativa que corres-
ponde ao observado em seres humanos é:
20. Sistema Dom Bosco C5-H17
esporófito meiose esporos A dengue é uma doença causada por um vírus que é
(2n) (n) transmitido pela picada da fêmea do Aedes aegypti. Basi-
zigoto camente, esse tipo de mosquito se caracteriza pelo tama-
a) (2n) nho pequeno, coloração marrom média e por nítida faixa
curva branca de cada lado do tórax. Além disso, há listras
gametas gametófito brancas nas pernas. A fêmea deposita até 100 ovos nas pa-
fecundação (n) (n) redes interna de recipientes que possam acumular água
parada. Ao entrar em contato com a água, os ovos se tor-
organismo adulto mitose nam larvas, que dão origem às pupas. Dela, surge o adulto
(2n) num ciclo de aproximadamente 7 dias. Machos e fêmeas
se encontram, copulam e a fêmea deposita os ovos, dando
gametas
b) meiose (n)
início ao ciclo novamente.
Disponível em: <www.dengue.sc.gov.br/>. Acesso em: out. 2018.
zigoto
(2n) fecundação
Com base nisso, marque a melhor alternativa a respeito
do ciclo de vida do Aedes aegypti:
organismo adulto meiose
a) O ciclo de vida desse organismo é haplonte.
(2n)
b) A meiose ocorre após a formação do zigoto.
gametas
c) mitose (n) c) O ciclo de vida desse organismo é diplonte.
d) A meiose ocorre após a formação de esporos.
zigoto e) A reprodução desse organismo se dá através do
(2n) fecundação brotamento.

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino
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107 – Material do Professor 181

26
CICLO DIPLOBIONTE E

BIOLOGIA 1B
OUTROS PADRÕES
REPRODUTIVOS

Caso não sejam interrompidas, duas minhocas podem permanecer unidas reali-
zando a cópula durante horas. Nesse processo, o esperma é transferido, e os ovos
são fertilizados. Em algumas semanas, esses ovos se tornam novas minhocas e • Ciclo diplobionte
a reprodução sexuada estará completa. Mas quem será a mãe? Embora simples, • Diferentes padrões repro-
talvez a resposta seja inesperada: ambas as minhocas. dutivos
MAJNA

HABILIDADES
• Descrever e compreender
a importância do ciclo
diplobionte.
• Reconhecer organismos
que realizam o ciclo
diplobionte.
• Conhecer outros padrões
reprodutivos e alguns
dos organismos que os
realizam.

Minhocas do gênero Lumbricus acasalando.

Tendemos a pensar na reprodução somente como a fecundação do gameta fe-


minino pelo gameta masculino, já que esse é o principal evento para a geração de
novos indivíduos da espécie humana.
A reprodução, no entanto, é uma característica biológica extremamente com-
plexa e diversificada. Em algumas espécies, indivíduos trocam de sexo biológico
durante a vida, enquanto em outras, os dois sexos (masculino e feminino) estão
presentes no mesmo indivíduo, como é o caso das minhocas e de muitas plantas.
Existem organismos que fertilizam os próprios ovos, assim como há espécies que
não dependem da copulação (sexo) para se reproduzir. Em alguns animais, como
as abelhas, a reprodução é restrita a poucos indivíduos dentro de uma população.
As adaptações evolutivas são a chave para o sucesso reprodutivo dos seres
vivos. Indivíduos são efêmeros e passageiros, o que explica o porquê de a evolução
não ocorrer nos indivíduos, mas em populações ao longo do tempo. Os diferentes
ciclos de vida e formas de reprodução garantem a geração de novos indivíduos que
transcendem o tempo de vida limitado daqueles que lhes originaram, o que mantém
a espécie.

Ciclo diplobionte

Material exclusivo para professores


O ciclo diplobionte (também chamado de haplodiplobionte) ocorre nos ciclos
de vida de organismos cuja divisão meiótica leva à formação de esporos haploides
por um indivíduo diploide (também conhecido como esporófito, ou geração esporo-
fítica). Cada esporo haploide, produzido pela geração esporofítica diploide, origina um

conveniados ao Sistema de Ensino


indivíduo também haploide (conhecido como gametófito ou geração gametofítica),
que produz gametas por meio de divisões mitóticas. Após a fecundação, os zigotos
desenvolvem-se em novos esporófitos.

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182
BIOLOGIA 1B 108 – Material do Professor

gametófitos
(indivíduos haploides)

gameta gameta
esporos
fecundação

Meiose
zgoto
esta célula
passa por esporófito
meiose (indivíduo diploide)

Representação da meiose espórica, que ocorre nas plantas terrestres e em muitas algas. Elementos
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

A alternância entre haploide e diploide nas gerações é conhecida, em certos


casos, como metagênese. Alguns fungos e a maioria das algas pluricelulares e das
plantas são capazes de realizá-la, uma vez que todas apresentam fase gametofítica
– responsável pela formação dos gametas (n) – e fase esporofítica – responsável
pela produção de esporos (n).
A duração e o tamanho relativo do esporófito e do gametófito variam entre os
diversos grupos. Em plantas, por exemplo, como as briófitas (musgos), a fase game-
tofítica é mais duradoura quando comparada à fase esporofítica. Já nas angiospermas
(plantas com flores), a fase esporofítica é a mais duradoura.

Briófita Pteridófita Gimnosperma Angiosperma


Fase
esporofítica
(diplofase)

Fase
gametofítica
(haplofase)

Todas as plantas e a maioria das algas apresentam ciclo diplobionte, com alternância de gerações. Elementos
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Soros em folhas de samambaias.


REPRODUÇÃO EM SAMAMBAIAS
ENRISCAPES

Nas samambaias, as folhas são o esporófito maduro


da planta, responsável por produzir esporos, que são
os pontos pretos presos a ela, também chamados de
soros. Vale lembrar que o esporófito é um organismo
diploide, enquanto o soro é haploide, pois é nesse mo-
mento que ocorre a meiose.

Material exclusivo para professores


Ao caírem no solo, os soros germinam e originam
gametófitos, os quais são chamados de protalo, uma
estrutura responsável pela produção dos gametas mas-
culinos e femininos. O protalo tem formato de cora-

conveniados ao Sistema de Ensino


ção e apresenta os arquegônios (nos quais é possível
observar a oosfera) e anterídios (responsáveis pela
produção de gametas masculinos).

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109 – Material do Professor 183

BUCCANEER / ALAMY STOCK PHOTO

BIOLOGIA 1B
Corte longitudinal do protalo
observado na lupa. Aumento
desconhecido.

Na presença de água, o anterozoide flagelado nada até encontrar a oosfera (fe-


cundação), formando um zigoto (2n). O embrião inicia seu desenvolvimento, neces-
sitando do gametófito apenas por um curto período de tempo. O embrião forma,
então, um novo esporófito (2n), que se enraíza no solo e inicia um novo ciclo.

1 O esporângio libera os esporos. A maioria


2 Embora esta ilustração apresente
das espécies de samambaias produz um
único tipo de esporo que desenvolve em um oosferas e gametas masculinos
gametófito fotossintetizante bissexual. originados do mesmo gametófito, uma
variedade de macanismos promove
Legenda fertilização cruzada entre gametófitos.

Haploide (n)
Diploide (2n)

Esporo
(n)
MEIOSE

Fase inferior gameta


do gametófito masculino (n)
maduro (n)

oosfera (n)
Esporófito
maduro (2n)
zigoto (2n) FERTILIZAÇÃO

3 O espermatozoide utiliza o
5 Na fase inferior das flagelo para nadar até as oos-
feras no arquegônio. Um atrativo

Material exclusivo para professores


folhas reprodutivas do
gametófito (n) secretado pelo arquegônio ajuda
esporófito estão as
a direcionar o gameta masculino.
regiões chamadas de
soros (n). Cada soro 4 Um zigoto se desenvolve em um novo
é um agrupamento esporófito e a planta jovem cresce para fora de

conveniados ao Sistema de Ensino


de esporângios. um arquegônio do gametófito progenitor.

Ciclo de vida das samambaias. Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

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184 110 – Material do Professor

LEITURA COMPLEMENTAR Durante todo o ciclo de vida dos cnidários, todos os


BIOLOGIA 1B

Metagênese em cnidários indivíduos são diploides (2n), e apenas os gametas


Apesar do que se pode pensar, quando falamos em me- (feminino e masculino) são haploides (n). A seguir,
tagênese de celenterados, os cnidários, estamos nos re- podemos observar um esquema do ciclo metagênico
ferindo a uma alternância de gerações diferente do que dos cnidários.
acontece no ciclo diplobionte de samambaias. No caso
desses animais, a metagênese se refere à alternância de

AEKIKUIS
tipos de reprodução (assexuada e sexuada), em que os água-viva adulta
indivíduos de cada fase reprodutiva são completamente
distintos uns dos outros. No entanto, a haploidia para
essa metagênese é aquela característica de ciclo haplo- efíria
bionte diplonte, em que apenas o gameta é haploide. Ovo
Nesse caso, o ciclo de vida é inigualável. Por exemplo,
na fase de vida das medusas e das águas-vivas, os or-
ganismos são diploides, existindo machos e fêmeas.
Sua reprodução é do tipo sexuada, com fecundação
larva plânula
dos gametas femininos de um indivíduo pelos gametas
masculinos de outro indivíduo, o que origina o zigoto. estróbilo
VIRUNJA

pólipo

Ciclo de vida de medusas e organismos envolvidos nesse processo.


Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Diferentes padrões
reprodutivos
Existem dois modos principais de reprodução de-
sempenhada pelos seres vivos. Na reprodução sexua-
Com o desenvolvimento do zigoto, originam-se as lar- da, a fusão de gametas haploides forma uma célula di-
vas pelágicas, chamadas de plântulas, que, ao encon- ploide, o zigoto. Nesse caso, o indivíduo formado pode
trarem um substrato adequado, fixam-se a ele e origi- originar gametas por meio da meiose. Na reprodução
nam pólipos. Por meio de um processo de evaginação assexuada, essa fusão de gametas não acontece, e
e do desenvolvimento de diversas camadas de pólipo, o novo indivíduo é formado por mitose. No módulo an-
inicia-se a reprodução assexuada, em que as camadas terior, foram apresentados alguns tipos de reprodução
denominadas gomos se dividem em discos sobrepos- assexuada. Neste serão estudados outros padrões de
tos (estrobilação). Desses discos que se desprendem, reprodução com base nas divisões celulares mitóticas
originam-se medusas pequenas, chamadas de efírias, e meióticas.
que crescerão e se reproduzirão de forma sexuada.
PARTENOGÊNESE
Esse é um tipo de reprodução assexuada em que
MORPHART CREATION

o indivíduo se desenvolve a partir de um ovócito não


fecundado. Em geral, esse processo reprodutivo tem
como vantagem o baixo consumo energético, uma
vez que os indivíduos não necessitam procurar um
parceiro. A partenogênese também possibilita gran-
de dispersão, já que a maioria dos organismos produz
grande número de ovos de uma só vez. Alguns tipos
de vermes, formigas, vespas e abelhas se reproduzem

Material exclusivo para professores


por partenogênese. No caso das abelhas, os machos
(zangões) são adultos férteis e haploides que surgem
por partenogênese. As abelhas fêmeas são adultos
diploides que se desenvolvem a partir de ovos fertili-

conveniados ao Sistema de Ensino


Processo de estrobilação em pólipos. A estrutura passa a ter o
nome de estróbilo quando está com esse aspecto. Elementos zados – portanto, ocorre meiose. Dependendo da dieta
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia. que recebem, as abelhas tornam-se estéreis (operárias)
ou férteis (rainha).

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111 – Material do Professor 185

WILDLIFE GMBH / ALAMY STOCK PHOTO HERMAFRODITISMO

BIOLOGIA 1B
Organismos sésseis (fixos) como plantas e alguns
animais, a exemplo das esponjas e alguns moluscos,
encontram na locomoção uma barreira para realizarem
a reprodução sexuada.
O hermafroditismo é uma adaptação evolutiva para
esse problema, pois o indivíduo apresenta os sistemas
reprodutivos masculino e feminino. Isso possibilita o
cruzamento entre dois indivíduos, como o exemplo
das minhocas citadas na introdução. Cada organismo
recebe e doa espermatozoides durante a cópula. Exis-
tem, ainda, espécies capazes de se autofecundarem.
Da esquerda para a direita: abelha-rainha, zangão e abelha-operária da
espécie Apis mellifera.
Em virtude dessa possível autofecundação, a taxa
de endogamia é alta. Ou seja, o grau de parentesco é
Entre os vertebrados, a partenogênese é observa- próximo entre os indivíduos da espécie, o que facilita
da em cerca de uma a cada mil espécies. Exemplos a ocorrência de doenças, mutações genéticas e con-
incluem espécies de tubarão-martelo, sucuri e dragão- sequente extinção daquela população. Por isso, em
-de-komodo. muitas plantas hermafroditas há estratégias para coibir
essa autofecundação, tais como o amadurecimento
LABETAA ANDRE

das estruturas femininas e masculinas em tempos di-


ferentes.

POLIEMBRIONIA
A poliembrionia ocorre quando um zigoto, durante
seu desenvolvimento, produz células que se separam
e continuam a se desenvolver, originando novos em-
briões.

Gametas (n) → fecundação → zigoto (2n) →


→ separação das células → vários zigotos (2n)
A sucuri (Eunectes murinus) consegue reproduzir-se por partenogênese
na ausência de machos.
Esse evento reprodutivo é muito comum na família
Existe ainda uma forma mais complexa de partenogê- Dasypodidae, representada pelos tatus, no qual um
nese que envolve a duplicação dos cromossomos após zigoto é capaz de originar até quatro filhotes idênticos
a meiose, produzindo descentes diploides. Tal processo geneticamente. Esse processo também explica a ori-
ocorre em vários gêneros de peixes, anfíbios e répteis. gem de gêmeos monozigóticos (idênticos) na espécie
Algumas espécies de lagartos fêmeas reproduzem-se humana.
exclusivamente por esse modo de partenogênese, por- Em animais como o tatu, para o qual essa é uma
tanto não existem machos nessas espécies. No entanto, condição natural, é vantajoso gerar mais de um filhote,
as fêmeas têm comportamento de corte e acasalamen- uma vez que a poliembrionia ocorre em razão do com-
to típicos de espécies do mesmo gênero que realizam portamento reprodutivo dos parentais para garantir o
reprodução sexuada. Isso é importante para que haja sucesso reprodutivo.
maior liberação do hormônio sexual feminino estradiol
JEFF FOOTT/GETTY IMAGENS

e progesterona, essenciais para a ovulação.


WILD HORIZONS/UNIVERSAL IMAGES GROUP/
LATINSTOCK

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino Fêmeas de Aspidoscelis flagellicauda descansando ao sol.
A poliembrionia é comum em tatus (Dasypus novemcinctus). Esse
processo explica a existência de gêmeos idênticos ou monozigóticos.

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186 112 – Material do Professor

PEDOGÊNESE

UNIVERSAL IMAGES GROUP


BIOLOGIA 1B

Nesse processo, organismos que ainda se encon-


tram no estágio de larva realizam reprodução asse-
xuada, mais especificamente a partenogênese. Um
exemplo é o platelminto Schistosoma mansoni, cau-
sador da esquistossomose. Esse organismo realiza a
pedogênese no interior do caramujo e origina formas
infectantes denominadas cercárias. Esse processo é
bem útil do ponto de vista evolutivo para modos de vida
parasitas, pois tem como vantagem o encurtamento
do ciclo reprodutivo e o aumento do número de des-
cendentes gerados.
Cardume de bodião-de-cabeça-azul (Thalassoma bifasciatum), animal
SPL DC/LATINSTOCK

que apresenta mudança de sexo, pois alguns indivíduos fêmeas se


transformam em machos.

Em certas espécies de ostras, ocorre o processo


inverso: alguns machos se tornam fêmeas. Ao atingir
determinado tamanho, acontece a troca de sexo, uma
vez que um maior porte do corpo possibilita maior pro-
dução de gametas. Essa adaptação resulta em maior
sucesso reprodutivo, já que mais gametas liberados
no ambiente geram mais descendentes.

NEOTENIA
Esse processo consiste na maturidade genital e
na reprodução sexual precoce de indivíduos que não
perderam completamente as características de larva.
Um exemplo são as salamandras, que, mesmo ainda
A larva cercária de Schistosoma mansoni é gerada por meio da apresentando brânquias e morfologia larval, conse-
pedogênese. Micrografia óptica com aumento de 64×.
guem reproduzir-se sexuadamente.

MUDANÇA DE SEXO

PHOTOSTOCK-ISRAEL/SCIENCE PHOTO LIBRARY


Em algumas espécies, a mudança de sexo ocorre
naturalmente durante a vida. Esse padrão reprodutivo
é comum em peixes e anfíbios, como ocorre na espé-
cie Thalassoma bifasciatum (bodião-de-cabeça-azul),
ser vivo que forma grandes haréns constituídos por
um único macho e várias fêmeas. Quando o macho
morre, a fêmea maior (geralmente mais velha) sofre
mudanças hormonais e fisiológicas que a tornam um
indivíduo macho. Dentro de uma semana, passa a pro-
duzir espermatozoides e a fecundar as fêmeas. Essa
característica assegura o sucesso na reprodução da
espécie, visto que machos de maior porte tendem a Salamandra-de-fogo (Salamandra salamandra), espécie que se reproduz
defender melhor o harém contra intrusos. por neotenia.

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113 – Material do Professor 187

ROTEIRO DE AULA

BIOLOGIA 1B
CICLO DIPLOBIONTE

Reprodução
Sexuada
do tipo:

Divisão
Meiose espórica
celular:

Forma:

Representa:
Esporos haploides Gametófito Fase haploide

Fecundação gera:

Representa:
Zigoto diploide Esporófito Fase diploide

Sofre nova meiose originando esporos haploides

Alternância de gerações haploides e diploides,


Metagênese
também chamada de:

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188 114 – Material do Professor

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
BIOLOGIA 1B

1. Unitins-TO – A alternância de gerações ou metagênese feminino pelo gameta masculino; o ovócito divide-se
é um tipo de ciclo de vida encontrado nas plantas e de forma a gerar um novo embrião, sem fertilização.
alguns grupos de animais. A expressão “alternância” se Essa reprodução ocorre em abelhas melíferas, entre
aplica somente quando o estágio multicelular haploide as quais os machos são haploides.
se alterna com III. A reprodução sexuada gera maior variabilidade ge-
a) estágio diploide unicelular. nética em razão dos processos de crossing-over na
formação dos gametas, fecundação e mutações
b) estágio haploide unicelular.
aleatórias, enquanto a reprodução assexuada possui
c) estágio haploide multicelular. apenas as mutações como fonte de variabilidade.
d) estágio diploide multicelular. IV. Os gêmeos monozigóticos, idênticos ou univitelinos
e) estágio diploide multicelular ou unicelular. originam-se a partir de células de um zigoto que se
Aplica-se o termo alternância quando o estágio multicelular haploide separaram e se desenvolveram em dois indivíduos
se alterna com o estágio multicelular diploide. independentes.
a) I, II, III e IV são afirmativas verdadeiras.
b) I, II, III e IV são afirmativas falsas.
2. UPE (adaptada) – Os zangões, machos das abelhas,
são formados por um processo de partenogênese. Já c) apenas I e II são afirmativas verdadeiras.
as abelhas operárias são fruto de um processo de fe- d) apenas II e III são afirmativas verdadeiras.
cundação. Diante dessas informações, analise as afir- e) apenas I e IV são afirmativas verdadeiras.
mativas a seguir:
Todas as afirmativas estão corretas.
I. Por serem fruto de partenogênese, os machos pos-
suem o dobro de cromossomos encontrados na 5. IFPE (adaptada) – No reino Plantae, encontramos os
abelha-rainha. grupos vegetais, cuja metagênese (alternância de ge-
II. A abelha-rainha possui ovócitos com o mesmo nú- rações) é bem marcante. Com relação a seus ciclos
mero de cromossomos encontrados nas células reprodutivos, é correto afirmar que:
somáticas das operárias, pois ela também é uma a) Os esporos são células haploides formadas pela
fêmea. meiose.
III. Todas as fêmeas possuem suas células somáticas b) Nas briófitas, a fase dominante é o esporófito e a
diploides, enquanto os machos possuem células fase passageira é o gametófito.
haploides.
c) O gametófito é diploide (2n), sendo formado pela
IV. A abelha-rainha tem ovócitos que são haploides. Ao germinação dos gametas.
serem fecundados, geram indivíduos com células
diploides. d) Nas angiospermas, a fase dominante é o gametófito
e a fase passageira é o esporófito.
Estão corretas:
e) Nas pteridófitas, o gametófito é diploide e chamado
a) I e II c) II e III e) III e IV de protonema.
b) I e III d) II e IV A meiose é espórica. A afirmativa B está incorreta, porque a fase dura-
doura é o gametófito. A afirmativa C está incorreta, pois o gametófito
é haploide e produz gametas. A afirmativa D está incorreta, porque a
A afirmativa I está incorreta, porque eles têm metade dos cromossomos fase duradoura nas angiospermas é a esporofítica. A afirmativa E está
na abelha-rainha. A afirmativa II está incorreta, pois a abelha-rainha terá incorreta, pois o gametófito é haploide e o nome dado ao gametófito
o ovócito com o mesmo número de cromossomos que os zangões. das briófitas é protonema.

3. Sistema Dom Bosco – O Schistosoma mansoni, cau- 6. Sistema Dom Bosco – Perus são capazes de reprodu-
sador da esquistossomose, é um platelminto capaz de zir-se por meio da partenogênese quando as fêmeas são
se reproduzir enquanto ainda se encontra no estágio separadas por muito tempo de machos. Esse processo
larval, originando cercárias. O modo de reprodução é raro em perus selvagens, mas se observa em várias
desse organismo é assexuado ou sexuado? Como é populações de cativeiro.
denominado esse processo de reprodução?
Esse modo de reprodução é assexuado, denominado pedogênese. Com base nisso e em seus conhecimentos, explique
o que é a partenogênese e explique as vantagens de
se reproduzir dessa forma.
A partenogênese é um processo no qual os indivíduos são originados a

4. Faceres-SP (adaptada) – A reprodução é o processo partir do ovócito não fecundado. Esse processo reprodutivo tem como
pelo qual os seres vivos originam novos indivíduos seme-
lhantes a si mesmos. É pela reprodução que os organis- vantagem o baixo consumo energético (uma vez que os indivíduos que
mos garantem a sobrevivência da espécie. Há duas for-
mas distintas de reprodução: a sexuada e a assexuada.
se reproduzem dessa maneira não necessitam procurar um parceiro) e

Material exclusivo para professores


Analise as afirmativas sobre os dois tipos de reprodução
e assinale a alternativa correta: a possibilidade de grande dispersão (já que a maioria dos organismos
I. Bactérias, protozoários e algas unicelulares reprodu-
zem-se por cissiparidade ou divisão binária, quando produz grande número de ovócitos de uma só vez).

conveniados ao Sistema de Ensino


uma única célula origina duas células-filhas.
II. A partenogênese é um tipo de reprodução em que o
embrião se desenvolve sem a fecundação do gameta

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115 – Material do Professor 189

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

BIOLOGIA 1B
7. Sistema Dom Bosco – Os vegetais apresentam ciclo de vida conhecido como diplo-
bionte. Isso se deve ao fato de que
a) os gametas das plantas são diploides e o adulto é haploide.
b) os gametas das plantas são haploides e o adulto é diploide.
c) o ciclo apresenta alternância entre adultos haploides e diploides.
d) os gametas e os adultos são diploides.
e) os gametas e os adultos são haploides.

8. Unitins-TO – Nos animais e nas plantas, a meiose gamética e a meiose espórica


resultarão, respectivamente, em
a) gametas e esporos haploides. d) esporos e gametas diploides.
b) gametas e esporos diploides. e) zigotos e gametas diploides.
c) esporos e zigotos haploides.

9. Sistema Dom Bosco – As salamandras são animais conhecidos por se reproduzirem


de forma considerada precoce, por manter algumas características ainda juvenis,
como a morfologia larval e as brânquias. Sobre esse processo reprodutivo, é correto
afirmar que
a) é um processo sexuado, denominado pedogênese.
b) é um processo sexuado, denominado neotenia.
c) é um processo sexuado, denominado poliembrionia.
d) é um processo assexuado, denominado partenogênese.
e) é um processo onde há alternância de gerações.

10. Sistema Dom Bosco – Os tatus (Dasypodidae sp.) têm a capacidade de produzir vários
organismos originados da fecundação de apenas um ovócito com um espermatozoide.
Explique que processo reprodutivo é esse e como ele ocorre.

11. Sistema Dom Bosco – O esquema a seguir representa o ciclo reprodutivo de um


organismo com alternância de gerações.

gametófito
(n)

esporo gametas
haploide

(n) (n) e (n)

meiose fertilização
diploide

Material exclusivo para professores esporângio

esporófito
zigoto

conveniados ao Sistema de Ensino


(2n)

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190 116 – Material do Professor

A respeito desse ciclo de vida, é correto afirmar que


BIOLOGIA 1B

a) apresenta meiose espórica.


b) os gametas são diploides
c) os esporos são diploides
d) o gametófito produz esporos.

12. PUC-SP – Analise a tira de quadrinhos abaixo:

FERNANDO GONSALES
Embora hermafroditas, os caramujos normalmente têm fecundação cruzada, meca-
nismo que leva a descendência a apresentar
a) aumento de variabilidade genética em relação à autofecundação e maior chance
de adaptação das espécies ao ambiente.
b) diminuição da variabilidade genética em relação à autofecundação e maior chance
de adaptação das espécies ao ambiente.
c) variabilidade genética semelhante à da autofecundação e as mesmas chances de
adaptação das espécies ao ambiente.
d) diminuição de variabilidade genética em relação à autofecundação e menor chance
de adaptação das espécies ao ambiente.
e) variabilidade genética semelhante à da autofecundação e menor chance de adap-
tação das espécies ao ambiente.

13. UFSC (adaptada) – Há registros de declínio expressivo de populações de abelhas


melíferas em vários países, inclusive no Brasil. O desaparecimento das fabricantes de
mel preocupa não só pela ameaça à existência desse produto, mas também porque
as abelhas têm chamado a atenção principalmente pelo importante papel ecológico.
Elas são responsáveis por 70% da polinização dos vegetais consumidos no mundo,
ao transportar o pólen de uma flor para outra. Entre as prováveis causas para o de-
saparecimento das abelhas estão os componentes químicos presentes nos defensi-
vos agrícolas, as mudanças climáticas e a infestação por um ácaro que se alimenta
da hemolinfa das abelhas. Na busca por respostas, o Instituto Tecnológico Vale, em
Belém (PA), em colaboração com a Organização de Pesquisa da Comunidade Científica
e Industrial, na Austrália, desenvolveu microssensores, que são colados no tórax das
abelhas da espécie Apis mellifera africanizada para avaliação do seu comportamento
sob a influência de pesticidas e de eventos climáticos.
ERENO, Dinorah. Abelhas vigiadas. Pesquisa Fapesp: 221, p. 70-73, jul. 2014. Disponível em: <https://
enem.estuda.com/questoes/?resolver=&prova=&q=&inicio=&cat=6&q=partenog%EAnese&dificuldade
=&ignorar=1questão 33>. (Adaptado)

Sobre assuntos relacionados ao texto, analise as afirmativas a seguir:


01) Os zangões são organismos diploides.
02) As abelhas-operárias são diploides e diferenciam-se da abelha-rainha por se ali-
mentar de geleia real enquanto larva.
04) Os zangões são originados por meio da partenogênese.
08) Se o zangão e a abelha-rainha cruzarem, nascem apenas abelhas fêmeas.

Material exclusivo para professores


A alternativa que apresenta a soma das afirmativas corretas é:
a) 03
b) 07
c) 10

conveniados ao Sistema de Ensino


d) 12
e) 19

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117 – Material do Professor 191

14. Unesp (adaptada) – No Brasil, está largamente distribuída a espécie Schistosoma

BIOLOGIA 1B
mansoni, em especial no Nordeste e no Leste. Esse platelminto causa a esquistos-
somose, conhecida como “barriga-d’água”. No Brasil, a esquistossomose encontra-se
em franca expansão, com focos surgindo nas cidades do sul e noroeste de Minas
Gerais. Essa doença tem no homem seu principal hospedeiro definitivo, sendo que as
modificações ambientais, introduzidas por ele, favorecem a sua proliferação.
Com base nessas informações e em seus conhecimentos, marque a alternativa correta:
a) As cercárias são as formas infectantes e reproduzem-se sexuadamente.
b) As cercárias são formas de esporos produzidas por partenogênese.
c) Esse platelminto se reproduz por esporulação.
d) Esse platelminto possui alternância de gerações, tendo o ciclo diplobionte.
e) Esse platelminto produz cercarias, que abandonam o caracol por meio da pedogênese.

15. Sistema Dom Bosco – O esquema a seguir representa o ciclo reprodutivo de


um organismo.

anterozoide
GAMETÓFITO II
I oosfera

esporos
V

ESPORÓFITO zigoto
IV III

Com base nisso e em seus conhecimentos, cite o nome do ciclo em questão, dê ao


menos um exemplo de organismos capazes de realizá-lo e cite a ploidia de cada fase.

16. Sistema Dom Bosco – Os esquemas a seguir representam os principais ciclos de


vida existentes. É correto afirmar que os esquemas I, II e III se referem, respectiva-
mente, aos ciclos

adulto gametófito
(n) (n)
gametas
(n) e (n)
esporo gametas esporo gametas
haploide

haploide

haploide

(n) (n) e (n) (n) (n) e (n)

meiose fertilização meiose fertilização meiose fertilização


diploide

diploide

diploide

zigoto
zigoto esporângio zigoto

Material exclusivo para professores


(2n)

adulto
esporófito (2n)
(2n)

conveniados ao Sistema de Ensino


I II III

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192 118 – Material do Professor

a) haplobionte haplonte, haplobionte diplonte e haplodiplobionte.


BIOLOGIA 1B

b) haplodiplobionte, haplobionte haplonte e haplobionte diplonte.


c) haplobionte diplonte, haplobionte haplonte e haplodiplobionte.
d) haplobionte haplonte, haplodiplobionte e haplobionte diplonte.
e) haplobionte diplonte, haplodiplobionte e haplobionte haplonte.

17. Unifor-CE (adaptada) – A figura abaixo mostra o ciclo de vida de um cnidário.

II

III

V IV

Cite o nome de cada fase de vida do cnidário enumeradas.

ESTUDO PARA O ENEM


18. Sistema Bom Bosco C5-H17
Botânicos de São Paulo, em colaboração com colegas dos Estados Unidos, verificaram que
a parede celular de várias espécies de samambaias apresenta uma composição diferente
de outras estruturas de revestimento de plantas já caracterizadas. Eles acreditam ter iden-
tificado um terceiro tipo de parede celular, rica em manose, um tipo de açúcar que forma
polímeros chamados mananos e aparece em proporções baixas em outros tipos de parede.
Além de mais informações sobre a estrutura e a evolução do mundo vegetal, o estudo pode
favorecer o aproveitamento de outras plantas – de paredes externas menos resistentes –
para produzir biocombustíveis e papéis com características especiais.
Disponível em:: <http://revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/2011/11/046-047-189.pdf>.
Acesso em: dez. 2018.

A respeito do ciclo reprodutivo presente nas samambaias, é correto é afirmar que


a) as folhas das samambaias são os gametófitos e produzem gametas que

Material exclusivo para professores


são haploides.
b) as folhas das samambaias são os esporófitos e essas estruturas são diploides.
c) os esporófitos produzem esporos diploides.

conveniados ao Sistema de Ensino


d) o ciclo de vida dessa planta é haplonte.
e) a estrutura que lembra o formato de coração é denominada esporófito e é uma
estrutura diploide.

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119 – Material do Professor 193

19. Enem C5-H17

BIOLOGIA 1B
Em certas localidades ao longo do Rio Amazonas, são encontradas populações de de-
terminada espécie de lagarto que se reproduzem por partenogênese. Essas populações
são constituídas, exclusivamente, por fêmeas que procriam sem machos, gerando
apenas fêmeas. Isso se deve a mutações que ocorrem ao acaso nas populações bis-
sexuadas. Avalie as afirmações seguintes, relativas a esse processo de reprodução.
I. Na partenogênese, as fêmeas dão origem apenas a fêmeas, enquanto, nas popu-
lações bissexuadas, cerca de 50% dos filhotes são fêmeas.
II. Se uma população bissexuada se mistura com uma que se reproduz por parteno-
gênese, esta última desaparece.
III. Na partenogênese, um número x de fêmeas é capaz de produzir o dobro do núme-
ro de descendentes de uma população bissexuada de x indivíduos, uma vez que,
nesta, só a fêmea põe ovos.
É correto o que se afirma
a) apenas em I.
b) apenas em II.
c) apenas em I e III.
d) apenas em II e III.
e) em I, II e III.

20. Sistema Dom Bosco C5-H17


Uma pesquisa feita no Hospital Santa Catarina, em São Paulo, constatou que a idade mé-
dia das mães influencia na incidência de gêmeos monozigóticos (idênticos) e dizigóticos
(fraternos). A geneticista Gloria Colletto, especialista em epidemiologia genética, estudou
os 89.491 partos feitos no hospital de 1979 a 1998. Do total, 88.530 foram partos únicos,
em 935 deles nasceram gêmeos e 26 foram de trigêmeos. Nos vinte anos pesquisados, foi
constatado o aumento da taxa de gêmeos e trigêmeos. Em cada mil partos, a incidência de
gêmeos subiu de 1% para 1,3%, enquanto o número de trigêmeos passou de aproximada-
mente 0 para 0,6% no período.
Disponível em: <http://agencia.fapesp.br/idade-materna-influencia-no-
nascimento-de-gemeos/715/>. Acesso em: dez. 2018.

A respeito dos gêmeos monozigóticos pode-se afirmar corretamente que


a) desenvolvem-se a partir da fecundação de dois ovócitos diferentes.
b) desenvolvem-se a partir de um ovócito não fecundado que se divide em dois.
c) são o resultado de um ovócito fertilizado, ou zigoto, dividido em dois.
d) são o resultado de meioses sucessivas que dividem a célula em dois organis-
mos diferentes.
e) são produzidos somente na ausência de machos da espécie.

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conveniados ao Sistema de Ensino
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8
194 120 – Material do Professor

27
BIOLOGIA 1B

FUNDAMENTOS DA GENÉTICA

Em 2016, pesquisadores do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, na


Alemanha, realizaram análises genéticas de ossos de uma neandertal encontrada
• Base da Genética nas montanhas Altai, na Sibéria. Com base no genoma encontrado, os cientistas
• Vocabulário genético descobriram que os seres humanos modernos e os neandertais começaram a se
miscigenar há 100 mil anos. Esse estudo contraria a hipótese anteriormente aceita de
HABILIDADES que esse cruzamento genético teria começado há 60 mil anos. Existem sequências
• Compreender a importância específicas de DNA, características do Homo sapiens moderno, no genoma dessa
da Genética. neandertal, o que indica, portanto, que ela era parente de um Homo sapiens moderno.
• Explicar a diferença entre Essas análises ajudam a compreender como ocorreu a migração humana e suge-
gene, genoma e alelo. rem, inclusive, que os cruzamentos entre as espécies ocorreram fora da África, em
• Assimilar os conceitos de razão da falta de vestígios de neandertais no continente africano. Outra evidência
locus gênico e cromosso- dessa migração foi a descoberta de fósseis humanos em Israel. Outras pesquisas
mos homólogos. também indicam que havia seres humanos na China em torno de 80 mil anos atrás.
Portanto, concluiu-se que o cruzamento entre neandertais e humanos pode ter
ocorrido em algum lugar do Sudeste Asiático.
Os genes neandertais ainda

SABENA JANE BLACKBIRD / ALAMY STOCK PHOTO


podem ser encontrados até hoje
em nosso genoma. De acordo
com estudos, as porções do
DNA que herdamos de nossos
parentes extintos estão relacio-
nadas principalmente ao siste-
ma imunológico. Com base em
estudos genéticos como esses,
podemos compreender o quão
informativo o genoma pode ser
para diversas áreas do conhe-
cimento. Assim, compreender
alguns conceitos fundamentais
nos ramos da Genética é muito
importante para o desenvolvi-
mento científico.

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino Nessa imagem, à frente está a representação
do esqueleto de um neandertal; atrás, um
esqueleto de um humano moderno.

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121 – Material do Professor 195

BASE DA GENÉTICA

BIOLOGIA 1B
Para entender a Genética moderna, é importante conhecermos sua história. A
linha do tempo a seguir mostra os principais eventos desde o surgimento da Gené-
tica até a contemporaneidade.

HISTÓRICO DE DESCOBERTAS DA GENÉTICA

1865 Mendel publica os resultados de seu estudo com ervilhas, no qual sugere a existência de um
fator responsável pelas características que são transmitidas ao longo das gerações.
1900 Hugo de Vries, Carl Correns e Erick Von Tschermarks realizam experimentos similares ao de Mendel
e chegam às mesmas conclusões. Redescoberta da importância dos experimentos de Mendel.
1903 Os cromossomos são considerados as unidades da hereditariedade.

1905 O termo Genética é usado pela primeira vez em uma carta escrita por W. Bateson.
1910 T. H. Morgan descreve que os fatores responsáveis pela hereditariedade estão localizados
nos cromossomos.
1927 O termo mutação é definido como mudanças físicas no fator de hereditariedade.

1928 Griffith descreve a existência de uma molécula responsável pela hereditariedade,


transmissível entre bactérias Pneumococcus (princípio transformante).
1953 J. D. Watson e F. H. C. Crick descrevem a estrutura do DNA como formada por uma dupla
hélice unida por ligações de hidrogênio entre bases púricas e pirimídicas, graças à imagem
com a técnica de difração de raios X do DNA gerada por Rosalind Franklin.
1956 Jo Hin Tijo e Albert Levan descrevem o número correto de cromossomos da espécie humana
(2n = 46).

1958 F. H. C. Crick prediz a descoberta do RNA: para que um aminoácido seja formado, uma
molécula intermediária deve ser gerada, contendo a informação genética responsável por
sua produção.
1958 A experiência de Meselson-Stahl demonstra que a molécula de DNA é semiconservativa.
1961 O código genético é organizado em trincas (códons).

1989 Um gene humano é sequenciado pela primeira vez, com o intuito de se compreender a
fibrose cística.
1995 O DNA do primeiro organismo vivo (bactéria Haemophilus influenzae) é sequenciado.
1996 O primeiro mamífero é clonado, a ovelha Dolly.

1998 O primeiro genoma eucarionte multicelular é sequenciado (C. elegans).


2001 O primeiro rascunho da sequência do genoma humano é publicado.
2003 O genoma humano é sequenciado com 99% de precisão (Projeto Genoma).
Morre a ovelha Dolly.
2010 Produção da primeira célula artificial com base em DNA sintético.
2012 O DNA não codificante, conhecido como DNA lixo, é descrito assumindo funcionalidade
importante na expressão dos genes e no desenvolvimento.

Todas as descobertas genéticas só se tornaram possíveis com base no entendi-

Material exclusivo para professores


mento sobre sua matéria-prima principal, o DNA (ácido desoxirribonucleico). No
DNA estão contidas as informações necessárias para compreender cada detalhe dos
organismos, como metabolismo, desenvolvimento e funções de cada célula ou tecido.

conveniados ao Sistema de Ensino


GENES
Foi visto anteriormente que o DNA é composto por uma pentose, bases nitro-
genadas e um grupo fosfato, formando um nucleotídeo.

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196 122 – Material do Professor

ZVITALIY/ISHUTTERSTOCK
Extremidade 5’ Extremidade 3’
BIOLOGIA 1B

Pontes de hidrogênio
Extremidade 3’

Extremidade 5’
Bases
Estrutura de nitrogenadas
açúcar e fosfato complementares

Dupla fita de DNA

1 unidade de dobramento do DNA – 3,4 nm

Adenina (A) Timina (T) Guanina (G) Citosina (C)

Estrutura de um nucleotídeo, que forma a dupla fita de DNA, por meio do pareamento de bases nitrogenadas.
Esse pareamento de bases constitui uma região codificadora de proteína, ou seja, uma região específica do DNA
que é lida, transcrita e traduzida em uma proteína (gene). Elementos representados fora da escala de tamanho.
Cores fantasia.

Embora pareça que a ordem das bases nitrogenadas para codificar proteínas com funções específicas. Por
no DNA é aleatória, ela tem função específica e forma ge- exemplo, vamos considerar os genes A e B. Apesar de
nes e regiões reguladoras. Foram necessários milhões o gene A ser menor que o gene B, os dois apresentam
de anos para formar essa ordem. Várias possibilidades fo- um trecho de pares de bases em comum que codificam
ram “testadas”, de modo que essas regiões codificassem para os mesmos aminoácidos. No entanto, as cadeias
proteínas compatíveis com a vida e nos conferissem as polipeptídicas formadas pelos aminoácidos são dife-
adaptações que apresentamos atualmente. rentes. Portanto, os genes também o são. Observe:
GAATGGCTCAATTGCCAAGCTA → gene A
DESIGNUA/ISHUTTERSTOCK

célula
CGGCTACTACTACTCAATTGCCGGTCAGGACT → gene B
núcleo

cromossomo
Entre as principais características do DNA, está a ca-
pacidade de replicação. Para isso, a dupla fita de DNA é
aberta, expondo as duas fitas individuais com as bases
nitrogenadas expostas para que novas bases possam se
centrômero ligar e formar uma nova fita complementar para cada fita
do DNA de origem. Com as fitas moldes sendo comple-
DNA
mentadas, são produzidas duas novas moléculas de DNA.
estrutura de
pentose e fosfato Outro aspecto importante dessa molécula é a
cromátides-irmãs
mutabilidade. Ao longo do processo de replicação do
gene
DNA, é possível que ocorram alterações na sequência de
citosina
guanina
bases nitrogenadas, de maneira que pode ser adiciona-
adenina
timina
da, por exemplo, uma guanina no lugar de uma adenina,

Material exclusivo para professores


pareando erroneamente com uma timina. Essa simples
troca de uma base pode gerar alteração na produção de
As regiões codificadoras, os genes, estão presentes nos cromossomos,
em uma das cromátides-irmãs. Elementos representados fora da escala um aminoácido, que pode ser trocado por outro, o que
de tamanho. Cores fantasia. gera uma proteína errada. É possível que algumas das

conveniados ao Sistema de Ensino


cópias geradas com base nessa fita sejam passadas para
Os genes podem variar de tamanho e cada um deles as próximas gerações e originem novas características,
é responsável por conter as informações necessárias vantajosas ou não para o indivíduo.

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123 – Material do Professor 197

Por fim, outra característica importante do DNA é


mutação
a tradução em forma e função. A molécula de DNA

BIOLOGIA 1B
é utilizada como molde para transcrição de uma molé- TAGCACGT dupla fita recém-
cula de fita simples de mRNA, que contém uracila no -sintetizada
ATCGTGCA
lugar de timina. Essa fita de mRNA é lida e utilizada
como molde para que as trincas de bases nitrogena- ATCGTGCA
dupla fita de
das nela contidas sejam traduzidas em aminoácidos DNA molde
TAGCGCGT
e composta em uma cadeia de proteína. mutação
ATCGCGCA dupla fita recém-
-sintetizada
VOCABULÁRIO GENÉTICO TAGCGCGT

Os termos utilizados em Genética não são comuns No modelo de estrutura molecular de DNA acima, hipoteticamente
em nosso cotidiano. Por isso, entendê-los e associá- ocorrem duas mutações durante a replicação. A timina é trocada por
uma adenina em uma fita. Na outra fita, a timina é substituída por uma
-los aos conceitos corretos é fundamental para melhor citosina. Repare que as fitas recém-sintetizadas com base na fita molde
compreender esse tema. também são diferentes por conta das mutações.

UDAIX/SHUTTERSTOCK
GENOMA RNA Transcrição
Trata-se do conjunto de todos os genes Proteína
o
s c ri ç ã
presentes no DNA existente nas células de
um organismo. No passado, esse conceito Gene Gene Gene Gene
n
Tr a

era relacionado ao número de cromossomos


presentes nas células haploides de organis-
mos ou espécies. Assim, na espécie humana,
o
s c ri ç ã

há 23 cromossomos com aproximadamente DNA

19 mil genes codificantes. A seguir, podemos


n
Tr a

Proteína
observar um gráfico comparativo entre o ta- Tradução
RNA
manho do genoma dos principais grupos de ácido ribonucleico
organismos existentes, em que o tamanho
do genoma é representado em megabase Citosina Guanina Adenina Uracila Timina
(1Mb = 106 bases). Podemos perceber que
o tamanho do genoma das angiospermas é DNA
o mais variável, enquanto a média geral do Ácido desoxirribonucleico

tamanho dos genomas em outros organis- O esquema mostra a formação do RNA com base no DNA. As informações
mos é entre 5 mil e 10 mil Mb, ou seja, em contidas no RNA são responsáveis pela produção das proteínas formadas pela união
de polipeptídeos.
torno de 10 bilhões de bases nucleotídicas.

Angiospermas
Gimnospermas
Monilófitas
Licófitas
Briófitas
Nematódeos
Platelmintos
Anelídeos
Equinodermos
Moluscos
Aracnídeos
Crustáceos
Insetos
Mamíferos
Aves
Répteis
Anfíbios
Peixes teleósteos

Material exclusivo para professores


Peixes condrictes
Peixes dipnoicos
Peixes cartilaginosos
Peixes agnatos
10 100 1 000 10 000 100 000

conveniados ao Sistema de Ensino


Tamanho do genoma (Mb)

Gráfico comparativo do tamanho do genoma de diversos organismos.

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198 124 – Material do Professor

LEITURA COMPLEMENTAR os sexos) e sexuais (responsáveis principalmente por


BIOLOGIA 1B

determinar o sexo, sendo o feminino representado por


O tamanho do genoma humano XX e o masculino por XY em seres humanos). Nas
De acordo com um estudo publicado na revista Human aves, ZZ está relacionado à fêmea e ZW, ao macho. A
Molecular Genetics em 2014, o genoma humano tem apro- representação dos cromossomos varia de acordo com
ximadamente 19 mil genes, 1 700 a menos do que os genes os grupos de organismos estudados.
encontrados nas anotações mais recentes e bem abaixo

ZUZANAE/SHUTTERSTOCK
do esperado inicialmente. Além disso, foi concluído cromossomos
Cariótipo humano
nesse projeto que quase todos os genes encontrados têm autossômicos
ancestralidade com datação de mais de 50 milhões de
anos atrás, bem antes de os primeiros primatas surgirem.
Mais de 90% dos genes humanos foram originados em
organismos metazoários primitivos, há milhões de anos. 1 2 3 4 5
Essa informação nos faz compreender que as diferenças
entre primatas e humanos está relacionada à regulação
gênica e a diferenças nas funções básicas das proteínas. 6 7 8 9 10 11 12
Para chegarem a esses resultados, foram realizadas aná-
lises de proteômica – ferramenta com grande eficácia
para detectar moléculas de proteínas. Com base em 13 14 15 16 17 18
dados de sete estudos com espectrometria de massa,
foram avaliados mais de 50 tecidos humanos no intui- cromossomos
19 20 21 22 23 24
to de identificar quais genes realmente são capazes de sexuais
produzir proteínas.
Cariótipo humano de um indivíduo do sexo masculino. A presença
Essa metodologia serviu para identificar apenas 12 mil dos cromossomos sexuais XX determina o sexo biológico feminino.
proteínas e suas regiões correspondentes no genoma. A presença dos cromossomos XY determina o sexo masculino. Os
demais cromossomos, denominados autossômicos, não apresentam
Essa divergência do número inicial de genes (19 mil para diferenças entre os sexos. Elementos representados fora da escala de
12 mil) ocorre em razão da existência de proteínas que tamanho. Cores fantasia.
não codificam características visíveis ou porque o qua-
dro de leitura não suporta a capacidade de codificação
delas. Entretanto, não é porque as proteínas não apare- Locus, alelos e genes
cem no método de proteômica que necessariamente elas Os genes, como mencionado anteriormente, são
não são expressas, pois podem estar em concentrações os segmentos de DNA capazes de codificar proteínas
muito baixas, ter uma vida muito curta ou ainda estar e correspondem a aproximadamente 2% do total do
presentes em apenas alguns tecidos restritos, localiza- genoma. O local ocupado pelo gene no cromossomo
ções de difícil detecção pela técnica etc. é denominado locus gênico. Quando nos referimos a
mais de um local ou a mais de um gene, dizemos que
Mesmo assim, isso nos leva a refletir a respeito da quanti-
são loci gênicos (no plural). Esse mesmo local é ocupa-
dade de genes e da complexidade dos organismos: temos
do pelos mesmos genes nos cromossomos homólogos.
um número de genes muito semelhante ao número dos
nematódeos (Caenorhabditis elegans), um verme que mede
Cada gene pode ter variações de sua cópia, de for-
aproximadamente um centímetro de comprimento. Isso
ma que, em um dos cromossomos homólogos, pode
sugere que a complexidade humana não está relacionada
ter uma variante da que está no outro cromossomo.
à quantidade de genes, mas em como eles são usados. Essas duas variantes muitas vezes geram a codificação
de proteínas diferentes. Por exemplo, a sequência A
Fonte: <http://sci-hub.tw/10.1093/hmg/ddu309/>.
Acesso em: 8 nov. 2018. (Adaptado). Tradução interna/ Public codifica para uma proteína X, enquanto a sequência a,
Broadcasting Service. presente no seu cromossomo homólogo, codifica para
uma proteína Y. Assim, dizemos que alelo é a variação
que determinado gene pode ter entre os cromossomos
homólogos. Para fins didáticos, o gene A pode ser, por
COMPONENTES DA GENÉTICA exemplo, o responsável pela cor dos olhos, para o qual
o alelo A produz olhos castanhos e o alelo a, olhos
Cromossomos
azuis. Na realidade, a cor dos olhos é um processo
O DNA está presente em forma de cromossomos

Material exclusivo para professores


muito mais complexo e envolve muitos genes (esse
no núcleo das células eucariontes, em formato de assunto será discutido em outros módulos). Quando
cromatina. São chamamos de cromossomos homó- um gene tem apenas uma variação, os alelos podem
logos quando os pares contêm as mesmas informa- ser representados como alelo A e a ou B e b, respec-

conveniados ao Sistema de Ensino


ções genéticas para características idênticas. tivamente. Além disso, quando o gene tem mais de
Os cromossomos são classificados em autossômicos quatro variantes (por exemplo, alelos A1, A2, A3 e A4),
(responsáveis pelas características comuns a ambos dizemos que o gene é polimórfico.

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125 – Material do Professor 199

JOSHYA/SHUTTERSTOCK
O fenótipo, por sua vez, é definido como uma carac-
terística apresentada no indivíduo, seja em relação à mor-

BIOLOGIA 1B
locus A

fologia, à fisiologia, à bioquímica ou ao comportamento.

AGE FOTOSTOCK / ALAMY STOCK PHOTO


cromossomo
cromossomo alelo A1 alelo A2 homólogo 1’
homólogo 1

locus B

Os alelos são a variação de um mesmo gene e ocupam o mesmo locus


nos cromossomos homólogos. Elementos representados fora da escala
de tamanho. Cores fantasia.

O genótipo refere-se à constituição gênica de um


indivíduo, isto é, aos genes que este tem. Geralmente
A presença de sardas
os genes são representados por letras (Aa, AA, aa,
é um exemplo de
A1A1, A1A2 etc.). fenótipo.

LEITURA COMPLEMENTAR
Autofecundação, fecundação cruzada e combinações gênicas
As diferentes formas de reprodução resultam em aumento ou diminuição da variabili-
dade genética. Na autofecundação, os gametas femininos e masculinos são provenien-
tes do mesmo indivíduo. Isso é comum na maioria das plantas e em alguns animais
hermafroditas, como a tênia, capaz de realizar esse tipo de fecundação. Do ponto de
vista evolutivo, esse processo é bastante desvantajoso porque reduz a variabilidade
genética dos indivíduos gerados, se comparado à fecundação cruzada.
Ao longo da evolução, a fecundação cruzada ocorreu entre gametas originados de
indivíduos diferentes e de sexos diferentes. Embora existam animais hermafrodi-
tas, isto é, que têm os dois aparelhos reprodutivos, algumas espécies monoicas se
reproduzem por meio da fecundação cruzada, como caramujos e minhocas. Isso
resulta no aumento da variabilidade genética das populações durante a meiose, o
que gera novas combinações gênicas. Tal processo possibilita aos novos indivíduos
receberem alelos variáveis, o que promove novas adaptações ao ambiente.

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conveniados ao Sistema de Ensino
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200 126 – Material do Professor

ROTEIRO DE AULA
BIOLOGIA 1B

FUNDAMENTOS DA GENÉTICA

Histórico de descobertas na Genética Vocabulário genético

1965 Mendel Genoma

Conjunto dos genes contidos


Com base em experimentos com ervilhas, no DNA da célula ou espécie.
sugeriu a existência de fatores responsáveis
pela hereditariedade.
Cromossomos

1953 Watson, Crick e Franklin


Classificados em

Descrição da estrutura do DNA

Sexuais Autossômicos

1996 É clonado o primeiro mamífero

Genes Alelos

2003 Sequenciamento do genoma humano


Localização dos genes:

Características do DNA
Locus

Genótipo
Replicação

Mutação Constituição gênica do indivíduo

Fenótipo
Tradução

Material exclusivo para professores Características presentes no


indivíduo

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127 – Material do Professor 201

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

BIOLOGIA 1B
1. Sistema Dom Bosco – A Genética é uma área de pes- Essa afirmativa está correta? Justifique.
quisa que tem avançado bastante nos últimos anos,
necessitando, inclusive, que o material genético seja Sim, porque um gene pode ter vários alelos que produzem proteínas dife-
transformado em dados binários para que sejam analisa-
dos por meio de softwares potentes. Com base nessas rentes. Consequentemente, produzirão novas características. Além disso,
informações e em seu conhecimento sobre o assunto,
marque a alternativa com o nome correto de todo o estas podem variar de acordo com a interação do gene com o ambiente.
conjunto gênico presente nas células dos organismos.
a) Locus
b) Gene
c) Alelo 4. Fuvest-SP (adaptada) – O genoma é o conjunto de
d) Cromossomo todos os genes de um organismo.
e) Genoma É correto afirmar que o genoma
O nome de todo o conjunto gênico presente nas células dos orga- a) varia entre os tecidos do corpo de um indivíduo.
nismos é genoma.
b) é semelhante em indivíduos de uma mesma espécie,
2. Sistema Dom Bosco – A respeito das características mas difere entre espécies.
do DNA que permitem que ele seja a base principal c) não distingue procariotos de eucariotos.
de todo avanço nas pesquisas em Genética, marque a d) é o mesmo em todas as formas de vida.
alternativa correta. A alternativa A está incorreta, porque não varia entre os tecidos. A alter-
a) Ao longo do processo de replicação, podem ocorrer nativa C está incorreta, pois consegue distinguir eucariotos de procario-
tos. A alternativa D está incorreta, porque varia entre as formas de vida.
mutações, que permitem produzir diferentes pro-
teínas e, consequentemente, novas características 5. Unifor-CE (adaptada) – Um estudante, ao iniciar o
fenotípicas. curso de Genética, anotou o seguinte:
b) O DNA consegue se replicar, de maneira que sua I. O gene é todo o genoma do indivíduo.
cópia é sempre conservativa.
II. Cada par de alelos presentes nas células diploides
c) O fato de o DNA possuir cinco nucleotídeos (adenina, separam-se na meiose, de forma que cada célula
guanina, citosina, timina e uracila) e estes estarem haploide recebe apenas um alelo do par.
em qualquer ordem permite que produzam genes di-
ferentes e, consequentemente, proteínas diferentes. III. Locus é o lugar onde o cromossomo se encontra.
d) A molécula de DNA é utilizada para produção de Com base em seus conhecimentos, marque a alter-
proteínas, e um locus será utilizado como molde para nativa correta.
sua formação. a) A afirmativa I está correta.
A alternativa B está incorreta, porque a cópia é semiconservativa. A
alternativa C está incorreta, pois o DNA não tem uracila. A alternativa D b) A afirmativa II está incorreta.
está incorreta, porque as proteínas são geradas com base nos genes.
O locus é o local onde se encontra o gene que tem a informação para c) A afirmativa III está incorreta.
produzir determinada proteína. d) As afirmativas I e II estão incorretas.
e) As afirmativas I e III estão incorretas.
3. UnB (adaptada)
A afirmativa I está incorreta, porque o gene é uma região codificante
O que é VIDA? do genoma responsável pela produção de uma proteína. A afirma-
tiva III está incorreta, pois o locus é uma região onde se encontra
Para a ciência, o conceito de vida para um ser vivo é algo determinado gene ou alelo.
que precisa atender a certas definições. Entre elas: temos
a definição de vida segundo a Genética: “Um sistema vivo 6. Cesesp-PE (adaptada) – O gene do albinismo somente
se expressa quando está em par e situa-se no mesmo
é capaz de evoluir por seleção natural”. Genes diferentes
locus, sendo a cor de pele, o caráter normal, transmi-
são responsáveis por características diferentes do organis-
tido por um gene que se expressa mesmo em dose
mo. Na reprodução, esse código genético é passado para
simples. Descreva o que significa a palavra destacada.
o organismo gerado. Ocasionalmente, pequenas “falhas”
ocorrem na replicação do código, e surgem indivíduos com Locus é a região onde se encontra determinado gene ou alelo em um
pequenas variações – ou mutações.”
cromossomo.
Com base no texto e em seus conhecimentos, analise
a frase a seguir: Diferentes características podem ser
codificadas por um mesmo gene.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. Sistema Dom Bosco – A Genética é a ciência que es- permite os estudos genéticos nos mais diversos

Material exclusivo para professores


tuda a transmissão de caracteres herdados ao longo contextos:
das gerações. Esse ramo foi iniciado em 1865 com a) Constituir os cromossomos.
os experimentos de Mendel, nos quais descreveu
b) Apresentar somente regiões codificantes.
a existência de um fator responsável por transmitir
c) Replicar-se, ser traduzido e ser mutável.

conveniados ao Sistema de Ensino


as características aos descendentes. Hoje sabemos
que é o DNA. Marque a alternativa que apresente d) Ter a estrutura em formato de dupla hélice.
as principais características dessa molécula que e) Apresentar timina em sua composição.

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202 128 – Material do Professor

8. PUC-RS (adaptada) – Ervilhas amarelas são A1A1. O d) São cópias mutadas dos cromossomos.
BIOLOGIA 1B

símbolo “A1” se refere a ______, que se localiza em e) São cópias variantes de um mesmo gene.
um locus do cromossomo. Marque a alternativa que
completa corretamente a frase acima: 12. Sistema Dom Bosco – Genoma é o conjunto básico
a) um genoma d) um alelo de cromossomos que aparece nos gametas. No caso da
b) um locus e) uma cromátide espécie humana, é formado por 23 cromossomos, nos
c) um cromossomo quais estão localizados todos os genes da espécie. O
maior cromossomo humano, o de número 1, apresenta
9. Cesgranrio-RJ (adaptada) – As células de um in- um DNA com 250 milhões de pares de bases, enquanto o
divíduo, para um determinado locus, apresentam cromossomo Y, o menor desse genoma, tem 50 milhões de
___________ em _____________. pares de bases. O genoma humano apresenta 3 bilhões de
pares de bases que representam 100 000 genes; assim, o
As lacunas da frase podem ser corretamente preen- comprimento médio de um gene é de 3 000 pares de bases.
chidas por:
O gene é
a) o mesmo gene – em ambos os cromossomos ho-
mólogos a) um tipo de RNA.
b) genes diferentes – em cromossomos diferentes b) a parte do DNA capaz de produzir proteínas.
c) a região não codificante do DNA.
c) o mesmo gene – em cromossomos sexuais
d) o local onde encontramos os alelos.
d) o genoma completo – em ambos os cromossomos
homólogos e) uma porção do cromossomo que ajuda na estrutu-
ração da molécula.
e) o genoma completo – em cromossomos diferentes
13. Sistema Dom Bosco – No programa de melhoramento
10. Sistema Dom Bosco – De acordo com pesquisas rea- genético desenvolvido na Universidade Federal Rural do
lizadas em 2012, os macacos bonobos e os humanos Semiárido (Ufersa), foram obtidas famílias de melão gália
partilham 98,7% do mesmo mapa genético e isso os a partir de cinco gerações originadas por autofecunda-
tornam muitos mais similares entre si. Curiosamente, ção provenientes do cruzamento entre os híbridos das
essa porcentagem é a mesma compartilhada entre o linhagens DRG 1537 e AMR-04, com o intuito de avaliar
genoma dos seres humanos e os chipanzés. determinados fenótipos, como peso médio do fruto, pro-
Disponível em: <http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noti-
porção da cavidade interna, espessura da polpa, firmeza da
cia/2012/06/mapa-genetico-do-macaco-bonobo-e-987-igual-ao-
-humano-diz-nature.html>. Acesso em: 8 nov. 2018. polpa , entre outros aspectos, e relacioná-los às possíveis
alterações quando são produzidos em determinados am-
Descreva como o genoma pode ser conceituado. bientes O resultado encontrado foi que há diferenças nos
fenótipos em relação aos ambientes em que foram pro-
duzidos, principalmente em razão da grande variação da
composição do solo e do manejo de cultura em cada local.
A respeito esse tipo de cruzamento, é correto afir-
mar que
a) promove variabilidade genética nos organismos.
b) somente os melões são capazes de realizar a auto-
fecundação.
c) a autofecundação ocorre por meio da fecundação
entre gametas oriundos de um mesmo indivíduo.
d) a autofecundação ocorre por meio da fecundação
11. Sistema Dom Bosco – O gene MC1R possui diversos
entre gametas oriundos de organismos diferentes.
alelos associados aos cabelos ruivos, pele clara e sar-
das em europeus. Ainda, sabe-se que a atuação do gene
14. UFMG (adaptada) – Observe esta figura, em que está
MC1R determina a proporção entre eumelanina (colo-
representado o cromossomo X:
ração castanha/preta) e feomelanina (amarela/vermelha)
presente nos melanócitos. Com base nisso, Simões e co-
laboradores em 2013 avaliaram a relevância dos alelos do
MC1R na população brasileira e descobriram que existe
Gene dominante para a
grande variação, sendo mais da metade relacionada à Gene dominante para síntese de G-6-PD
feomelanina, enquanto algumas mutações foram mais visão em cores
relacionadas à eumelanina. Mutação + ambiente
Mutação favorável
A alternativa que melhor descreve o que são os alelos

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está representada por:
Daltonismo Crise hemolítica anemia
a) São o número de pontes de hidrogênio existentes
em um cromossomo. A enzima G-6-PD (glicose-6-fosfato desidrogenase), pre-
sente nas hemácias, está envolvida no metabolismo da
b) São a quantidade de nucleotídeos presentes dentro

conveniados ao Sistema de Ensino


glicose. Sabe-se que a deficiência dessa enzima torna a
de um gene.
hemácia sensível a certas drogas, por exemplo, alguns
c) São loci diferentes presentes nos cromossomos. tipos de analgésicos.

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129 – Material do Professor 203

Agora analise este quadro:

BIOLOGIA 1B
Variante da Atividade
Genes Quadro clínico
G-6-PD enzimática (%)
B B 100 Normal
A A 80-100 Normal

Sensibilidade a drogas; crise


A- A- 10-20 hemolítica leve

Sensibilidade a drogas; crise


Med B- 0-5
hemolítica grave

Considerando a figura do cromossomo X apresentada e as informações contidas nesse


gráfico, responda: os genes que determinam os diferentes tipos da enzima G-6-PD
são alelos? Justifique sua resposta.

15. Sistema Dom Bosco – Evidências comprovam que os vikings eram muito mais sofisti-
cados e bem viajados do que sua reputação bárbara indica. Testes de DNA mostram que
quatro famílias diferentes na Islândia têm uma variante genética comum apenas a nativos
americanos e asiáticos. Um estudo realizado pela Universidade da Islândia oferece provas
convincentes de que pelo menos uma mulher americana nativa foi levada do continente
para a Islândia, sendo que seu DNA remonta a pelo menos 1 700, e, de acordo com uma
mutação, provavelmente até centenas de anos antes. Há pouca evidência histórica que
sustente essa teoria, entretanto. Enquanto os vikings relataram contato com os nativos
(que eles chamavam de “Skraelings”), a maioria desse contato era aparentemente hostil.
Analisando-se o DNA, foi possível inferir essa informação, o que inclusive é pouco
relacionado com evidências históricas, conforme explicado no texto acima. Com base
nessas informações e em seus conhecimentos, cite e explique as principais caracte-
rísticas do DNA que possibilitam realizar análises como essa.

16. UEPB (adaptada) – Sobre o vocabulário genético, associe corretamente os numerais


com as letras:
I. genótipo III. gene
II. fenótipo

Material exclusivo para professores


A. Cada segmento de DNA capaz de transcrever sua mensagem em uma molécula
de RNA.
B. É a constituição genética de um organismo, ou seja, o conjunto de alelos que ele
herdou dos genitores.

conveniados ao Sistema de Ensino


C. São as características internas ou externas de um ser vivo, geneticamente deter-
minadas.

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204 130 – Material do Professor

Assinale a alternativa correta: 17. UFPI – As células musculares são diferentes das células
BIOLOGIA 1B

a) I-A ; II-B ; III-C nervosas porque


b) I-B ; II-A ; III-C a) contêm genes diferentes.
c) I-B ; II-C ; III-A b) possuem maior número de genes.
d) I-A ; II-C ; III-B c) usam códigos genéticos diferentes.
e) I-C ; II-B ; III-A d) possuem menor número de genes.
e) expressam genes diferentes.

ESTUDO PARA O ENEM


18. Enem (adaptado) C5-H17 19. Enem C5-H17
Define-se genoma como o conjunto de todo o material Em um hospital, acidentalmente, uma funcionária
genético de uma espécie que, na maioria dos casos, são ficou exposta a uma alta quantidade de radiação libe-
as moléculas de DNA. Durante muito tempo, especulou- rada por um aparelho de raios X em funcionamento.
-se sobre a possível relação entre o tamanho do genoma Posteriormente, ela engravidou e seu filho nasceu
medido pelo número de pares de bases (pb), o número de com grave anemia. Foi verificado que a criança apre-
proteínas produzidas e a complexidade do organismo. As sentava a doença em razão da exposição anterior da
primeiras respostas começam a aparecer e já deixam claro mãe à radiação.
que essa relação não existe, como mostra a tabela abaixo.
O que justifica, nesse caso, o aparecimento da anemia
na criança?
Tamanho
No de a) A célula-ovo sofreu uma alteração genética.
Nome estimado
Espécie proteínas
comum do genoma b) As células somáticas da mãe sofreram uma mutação.
descritas
(pb) c) A célula gamética materna que foi fecundada sofreu
Oryza sativa Arroz 5.000.000.000 224.181 uma mutação.
Mus Camundongo 3.454.200.000 249.081 d) As hemácias da mãe que foram transmitidas à crian-
musculus ça não eram normais.

Homo Homem 3.400.000.000 459.114 e) As células hematopoiéticas sofreram alteração do


número de cromossomos.
sapiens
Rattus Rato 2.900.000.000 109.077 20. Sistema Dom Bosco C5-H17
norvegicus A partir da genômica, área da ciência que estuda o geno-
ma de um organismo, muitas informações importantes são
Drosophila Mosca-da- 180.000.000 86.266
obtidas, como a presença de mutações nos genes BRCA1
melanogaster -fruta
e BRCA2 – genes de suscetibilidade ao câncer de mama.
De acordo com as informações acima: Para obter essas informações, pesquisadores utilizam di-
a) A maior porção do genoma é codificante e produz versas técnicas moleculares que se baseiam em extrair,
proteínas. amplificar, sequenciar e analisar o material genético de
determinado organismo.
b) A produção de proteínas não está vinculada à mo-
lécula de DNA. A respeito do genoma, é correto afirmar que
c) O tamanho do genoma não é diretamente propor- a) é constituído por todos os DNAs de um organismo.
cional ao número de proteínas produzidas pelo or-
ganismo. b) é constituído apenas por regiões codificantes.
d) Quanto mais complexo o organismo, maior o tama- c) é constituído apenas por íntrons.
nho de seu genoma.
e) Genomas com mais de um milhão de pares de bases d) são como denominamos os cromossomos sexuais.
são encontrados apenas nos seres invertebrados.

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131 – Material do Professor 205

GENÓTIPO, FENÓTIPO
28

BIOLOGIA 1B
E LINHAGENS

A população das Ilhas Salomão, localizadas ao sul do Oceano Pacífico, próximo à


Austrália, tem como características pele negra e cabelos loiros. A região da Oceania
que compreende as Ilhas Salomão e um conjunto de outras ilhas recebe o nome de • Genótipo e fenótipo
Melanésia justamente em referência a esta característica de sua população: pele • Linhagem
com maior concentração de melanina.
Acreditava-se que esses traços físicos tão distintos fossem o resultado da expo- HABILIDADES
sição excessiva ao sol associada a uma dieta rica em peixes. Outra hipótese era de • Compreender os conceitos
que as madeixas loiras fossem herança de ancestrais europeus que exploraram a de genótipo e fenótipo.
região no passado. Entretanto, em 2012, pesquisadores da Universidade de Standford • Diferenciar alelos dominan-
(EUA) realizaram a análise genética de 43 pessoas negras e loiras e 42 negras de tes de alelos recessivos.
cabelos pretos, totalizando 85 amostras coletadas ao longo das ilhas. Com base nos • Identificar genótipos homo-
resultados encontrados, os cientistas descobriam que essa ocorrência de cabelos zigotos e heterozigotos.
loiros é algo bem diferente: a população das Ilhas Salomão tem uma variante em um • Entender o que são
gene, chamado TYRP1, que atua na pigmentação. Segundo a doutora Kenny e sua linhagens.
equipe, essa variante não existe nas populações europeias. Dessa forma, todos os
• Identificar linhagens puras
indivíduos com o genótipo TT têm cabelos loiros, enquanto aqueles com o genótipo ou selvagens e linhagens
CT ou CC têm cabelos escuros. híbridas.
O alelo T, ao ser traduzido, produz uma proteína que contém o aminoácido
• Compreender o que é
cisteína, enquanto indivíduos que têm o alelo C produzem uma proteína que con- fenocópia.
tém o aminoácido arginina na mesma posição. Ou seja, em vez de uma cisteína,
é produzida uma arginina, e essa variação altera a pigmentação dos cabelos.
Isso mostra como uma única variação de um gene é capaz de resultar em uma
característica única, incomum no resto do mundo.
OLIVER FOERSTNER/SHUTTERSTOCK

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conveniados ao Sistema de Ensino Criança nativa das Ilhas Salomão.

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206 132 – Material do Professor

GENÓTIPO E FENÓTIPO
BIOLOGIA 1B

Um gene codifica uma proteína e pode ter variantes denominados alelos. Con-
siderando que o gene está localizado no cromossomo e que esse cromossomo tem
dois braços, podemos dizer que os alelos estão em pares. O conjunto alélico refe-
rente ao gene é denominado genótipo, sendo este responsável por expressar as
características de um indivíduo.
Os alelos são representados por letras. Por exemplo: em ervilhas, temos os alelos
A e a, que, quando aparecem juntos, produzem indivíduos de cores diferentes. Os
genótipos de ervilhas amarelas são AA ou Aa, e o das
ervilhas verdes é aa.
JOSHYA/SHUTTERSTOCK

Em cromossomos homólogos, podemos observar


cor dos olhos
diversos genes com características diferentes, que tra-
duzem proteínas com funções distintas umas das outras.
Seus alelos estão localizados nas mesmas regiões dos
cromossomos homólogos.
tipo sanguíneo Os genótipos dos organismos são denominados
homozigotos quando existem duas cópias do mesmo
alelo (AA ou aa) e heterozigotos quando há cópias
de alelos diferentes (Aa). No exemplo da cor de ervi-
cor do cabelo
lhas, os genótipos AA ou aa (amarelas) são homozigotos,
e os genótipos heterozigotos são Aa (verdes).
Os alelos são classificados também quanto à do-
crescimento minância, podendo ser dominantes ou recessivos. Um
alelo dominante é aquele cuja presença de apenas
uma cópia já é suficiente para expressar determinada
característica. Sendo assim, os alelos dominantes po-
Cromossomos homólogos que contêm genes diferentes. Elementos dem estar presentes tanto em genótipos homozigóticos
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia. quanto em genótipos heterozigóticos.

Genes e alelos
Gene: Unidade hereditária
Ocupam o
mesmo locus em
cromossomos
homólogos
Locus: local definido
ocupado pelo gene no
cromossomo

A A A a a a

homozigoto heterozigoto homozigoto


AA Aa aa

Representação esquemática do local em que os genes estão e as possíveis combinações dos alelos. Elementos

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representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

No exemplo da cor de ervilhas, a característica amarela é resultante da combi-


nação dos alelos, gerando dois genótipos.

conveniados ao Sistema de Ensino Genótipos: AA e Aa → Característica: ervilha amarela

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133 – Material do Professor 207

No caso de recessivo, são necessárias duas cópias à dos coelhos naturalmente negros, sendo essa
do mesmo alelo para que determinada característica característica considerada uma fenocópia destes últi-

BIOLOGIA 1B
seja expressa. Portanto, eles sempre apresentam ge- mos. Isso acontece porque, embora o genótipo dos
nótipo homozigoto. coelhos himalaia seja o mesmo, ele se expressa de
forma diferente por influência dos fatores ambien-
Genótipo: aa → Característica: ervilha verde tais – nesse caso, a temperatura.

LINN CURRIE/SHUTTERSTOCK
O fenótipo é a expressão de um genótipo por meio
de características visíveis, influenciadas ou não por fa-
tores ambientais. Um exemplo da expressão fenotípica
é o formato de “V” do cabelo na testa.
ALLSTAR PICTURE LIBRARY / ALAMY STOCK PHOTO

Coelho da raça himalaia.

Outros exemplos de fenocópias podem ser obser-


vados em humanos, como cabelos tingidos e bronzea-
mento artificial. Trata-se de fenótipos diferentes dos
genótipos dos indivíduos, que ocorrem por causa de
influências ambientais (externas).

Fenótipo é a característica manifestada resultante de um genótipo. O "bico SHUTTERSTOCK


de viúva” (cabelo em V no meio da testa) é um fenótipo dominante.
O bronzeamento da pele produz uma característica fenotípica diferente
Fatores ambientais podem determinar o apareci- daquela que o genótipo induz.
mento de um fenótipo completamente diferente do
correspondente ao genótipo existente no indivíduo. LEITURA COMPLEMENTAR
Quando esse fenômeno ocorre em virtude de in-
fluências ambientais, é denominado fenocópia. Os Primeiro homem britânico era negro e tinha
coelhos da raça “himalaia”, que vivem em regiões de olho azul, diz estudo
temperaturas elevadas, têm pelagem branca e colo- Os primeiros habitantes da Grã-Bretanha, que viveram
ração escura na cauda, no focinho, nas orelhas e nas

Material exclusivo para professores


há cerca de 10 mil anos, provavelmente tinham a pele
patas. Dependendo da variação de temperatura no am- negra de acordo com uma análise do DNA do mais an-
biente, as manchas escuras podem se alastrar pelo tigo esqueleto humano encontrado na ilha. De acordo
animal, cobrindo áreas maiores do corpo, ou podem com os cientistas, 10% dos habitantes brancos da Grã-

conveniados ao Sistema de Ensino


aparecer manchas em outras regiões. Entretanto, -Bretanha atual, entre aqueles que têm ancestrais britâ-
quando vivem em regiões de baixas temperaturas, nicos, descendem dessa primeira população.
esses animais apresentam pelagem escura, similar

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208 134 – Material do Professor

O fóssil no qual os estudos se basearam, conhecido como do passado com base em como elas se parecem hoje – e
BIOLOGIA 1B

Homem de Cheddar, é um esqueleto do período Meso- que as associações entre características físicas às quais
lítico – há cerca de 10 mil anos –, descoberto em 1903 na nos acostumamos não são algo fixo”, declarou Booth.
caverna Gough, na Garganta de Cheddar, em Somerset. Exame. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/ciencia/primeiro-
A pesquisa foi realizada por cientistas do Museu de His- homem-britanico-era-negro-e-tinha-olho-azul-diz-estudo/>.
Acesso em: nov. 2018. (Adaptado)
tória Natural do Reino Unido.

GRANT ROONEY PREMIUM / ALAMY STOCK PHOTO


Inicialmente, acreditava-se que o Homem de Cheddar
tinha pele clara e cabelo liso, mas a reconstrução de sua
aparência com base na análise do DNA sugere forte-
mente que ele tinha olhos azuis, pele “muito escura ou
negra” e cabelos escuros e crespos.

Além de ser o mais antigo fóssil da espécie humana


– o Homo sapiens – já encontrado em território britâni-
co, o Homem de Cheddar é também o esqueleto mais
completo dessa época. De acordo com os cientistas, as
populações que viviam na Europa adquiriram um tom
de pele cada vez mais claro ao longo do tempo, porque
a pele branca absorve mais luz solar, produzindo mais
vitamina D.

A nova descoberta sugere que a pele clara surgiu mais


tarde, após o surgimento da agricultura, provavelmente
porque ao mudar a dieta as populações europeias co- A diversidade das características fenotípicas e genotípicas entre as
populações mundiais decorre das migrações ocorridas no passado.
meçaram a obter menos vitamina D a partir de fontes
como peixes.

“Até recentemente, sempre se supunha que os humanos


se adaptaram rapidamente para ter uma pele mais clara
LINHAGEM
Linhagem ou variedade é o conjunto de indivíduos
depois de sua entrada na Europa há 45 mil anos. A pele
de uma espécie que têm o mesmo genótipo (deno-
mais clara é mais eficiente para absorver a luz ultra-
minada linhagem genotípica) ou o mesmo fenótipo
-violeta e isso ajuda os humanos a evitar a deficiência de
(denominada linhagem fenotípica).
vitamina D em climas com menos luz solar”, explicou
As linhagens genotípicas sempre apresentam o
um dos autores do estudo, Tom Booth, do Museu de
mesmo fenótipo, exceto quando há influência ambien-
História Natural do Reino Unido.
tal. Porém, as linhagens fenotípicas podem expressar
O Homem de Cheddar, porém, tem marcadores gené- genótipos diferentes.
ticos de pigmentação da pele normalmente associados O quadro a seguir representa três genótipos, sendo
ao biotipo das populações sub-saharianas, segundo o eles: PP, Pp (alelos dominantes) e pp (alelos recessi-
cientista. A descoberta, de acordo com ele, é coerente vos). Já o fenótipo apresenta apenas duas classes: uma
com várias outras descobertas relacionadas a fósseis de pelagem preta e outra branca. Nesse caso, existem
humanos do Mesolítico em toda a Europa. apenas duas classes de fenótipos, uma vez que há
dominância de um alelo sobre o outro.
“Ele é apenas um indivíduo, mas também é um in-
dicativo da população europeia naquela época. Eles Genótipo Fenótipo
tinham pele escura e a maior parte deles tinha olhos
bem claros – azuis ou verdes – e cabelos castanhos es- PP pelagem preta
curos. O Homem de Cheddar subverte as expectativas
sobre os tipos de traços genéticos que ocorrem juntos”, Pp pelagem preta
afirmou Booth. pp pelagem branca
De acordo com o cientista, o estudo indica que os olhos

Material exclusivo para professores


azuis se tornaram comuns na Europa muito antes da Há também divisões, como linhagens puras, que
pele clara e do cabelo loiro – características que só come- ocorrem em maior frequência na natureza e são origi-
çaram a se generalizar depois do advento da agricultura. nadas por autofecundação, as quais resultam de um
genótipo homozigoto. Já em linhagens híbridas,

conveniados ao Sistema de Ensino


“Ele (o Homem de Cheddar) nos lembra que não po- os genótipos são originados por fecundação cruzada
demos fazer suposições sobre a aparência das pessoas de duas linhagens puras e costumam apresentar ge-
nótipos heterozigotos.

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135 – Material do Professor 209

O cruzamento de plantas cujas pétalas são púr-


preciso fazer uma análise comparativa com múmias dos
puras geram descendentes com as mesmas carac-

BIOLOGIA 1B
imperadores dos Incas, mas achar esses restos é pratica-
terísticas, gerando linhagens puras. O cruzamento
mente impossível hoje”, acrescenta Santos.
entre plantas de pétalas brancas e plantas de pétalas
púrpuras resulta em pétalas púrpuras, sendo esta O artigo revela também que as duas linhagens mas-
uma linhagem híbrida. culinas estão intimamente relacionadas às populações
DIANA TALIUN/SHUTTERSTOCK
ISKYDANCER/SHUTTERSTOCK

andinas Quéchuas e Aimarás, que vivem em localida-


geradas por autofecundação des ao sul de Cusco, sede do antigo império; no norte
da Bolívia, onde floresceu o Império Tiwanaku (400 a
1200 d.C.); e ao redor do Lago Titicaca (na fronteira de
Peru e Bolívia). Essas localidades aparecem nos mitos
de origem da família real Inca.
linhagem linhagem
pura com pura com “Filtramos esse universo para os povos dos Andes, a
pétalas pétalas fim de simplificar as análises e aumentar a eficiência do
púrpuras brancas
trabalho”, comenta Fabrício Santos. O cruzamento das
informações genéticas revelou, ainda, pequenas diferen-
cruzamento ças entre linhagens indígenas das famílias Panakas que
remetem à época do Império Inca. Santos acrescenta que
uma das linhagens de cromossomos Y está distribuída
atualmente em vários indígenas dos Andes, o que po-
deria ser explicado pelos relatos de que os imperadores
linhagem híbrida tinham filhos com outras mulheres.

Além de atrair novas informações que contribuam para


o avanço das pesquisas, a divulgação desses primei-
ros resultados, de acordo com o professor, serve para
Representação das linhagens puras e híbridas de rosas com pétalas demonstrar que a “associação de dados da história e
púrpura e brancas.
da genealogia com técnicas da genética é fundamental
para resgatar histórias que os conquistadores europeus
tentaram apagar”.
LEITURA COMPLEMENTAR
RIGUEIRA JR., Itamar. Universidade Federal de Minas Gerais.
Pesquisa do IBC encontra linhagens genéticas Disponível em: <https://ufmg.br/comunicacao/noticias/
que podem estar ligadas a governantes incas pesquisadores-do-icb-encontraram-linhagens-geneticas-que-podem-
estar-ligadas-a-governantes-incas>. Acesso em: nov. 2018.

Cientistas do Brasil, do Peru e da Bolívia analisaram

BOGGY/DREAMSTIME.COM
amostras de DNA de supostos descentes dos clãs impe-
riais, que constituíam a realeza inca; as análises foram
realizadas em 19 indivíduos de 12 famílias que se de-
claram descendentes de imperadores Incas. Os estudos
identificaram duas linhagens paternas que remetem a
dois membros reais de épocas diferentes e que podem
estar ligadas direta ou indiretamente aos governantes
ou a um processo de expansão populacional ocorrida
nos Andes, nos anos 1000 a 1450 d.C.

“Identificamos duas linhagens de cromossomos Y (pas-


sados de pai para filho) que podem ter sido herdadas
dos imperadores Incas, pois são encontradas em algu-
mas famílias Panakas, que se proclamam descendentes”,
conta o professor e geneticista Fabricio Santos da UFMG
(Universidade Federal de Minas Gerais), que é um dos Análises genéticas revelaram pequenas diferenças entre linhagens
autores brasileiros da pesquisa. “Para atestar isso, seria

Material exclusivo para professores


indígenas das famílias Panakas, que remetem à época do Império Inca.

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210 136 – Material do Professor

ROTEIRO DE AULA
BIOLOGIA 1B

GENÓTIPO

Conjunto de alelos de determinado: Gene

Homozigoto
Responsável por expressar características
de um indivíduo que pode ser:
Heterozigoto

Manifestação de um genótipo: Fenótipo

Condicionado pelo
Homozigoto
alelo recessivo

Expressa fenótipo diferente daquele


Fenocópia
determinado pelo seu genótipo

Sofre influência Ambiental

LINHAGEM

Ocorre por fecundação cruzada: Genótipo

Híbrida Heterozigoto

Material exclusivo para professores


Ocorre por autofecundação: Genótipo

conveniados ao Sistema de Ensino


Pura Homozigoto

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137 – Material do Professor 211

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

BIOLOGIA 1B
1. Unisinos-RS – A expressividade de um gene é o 5. Uece (adaptada) – Os geneticistas puseram à pro-
“grau de intensidade” com que ele se manifesta no va a hipótese de que a determinação e a transmissão
fenótipo do indivíduo, traduzindo o grau de expressão hereditária dos grupos sanguíneos M, MN e N é feita
do _____________. Além disso, fatores ambientais ou por genes localizados em um determinado par cromos-
intrínsecos condicionam o grau de expressividade de sômico. Esses grupos sanguíneos não mostram inci-
alguns _____________. Assim, esta expressão pode ser dência preferencial por nenhum dos sexos, de maneira
uniforme ou variável, resultando no aparecimento de que os geneticistas complementaram a sua hipótese
vários padrões de _______________. especificando que o par cromossômico que contém
os genes responsáveis pela produção dos antígenos
As lacunas são corretamente preenchidas, respecti-
M e N nas hemácias é autossômico, ou seja, não se
vamente, por:
encontram nos cromossomos sexuais. De acordo com
a) fenótipo, fenótipos, genótipos. essa informação e seus conhecimentos em genética,
b) fenótipo, genótipos, fenótipos. assinale a opção correta.
c) genótipo, fenótipos, genótipos. a) Considerando que os genes pertencentes a dois di-
d) genótipo, genótipos, fenótipos. ferentes locus são denominados alelos (do grego =
allelon, cada outro), pode-se dizer os genes M e N
e) genótipo, genótipos, genótipos. constituem um par de alelos.
O grau de expressão dos genótipos pode variar em função de fatores
ambientais, promovendo o aparecimento de vários fenótipos. b) Os genótipos MM e NN são, pois, homozigotos, en-
quanto o genótipo MN é heterozigoto.
c) Indivíduos que possuem genótipo MM, filhos de pais
2. Sistema Dom Bosco – É comum que, em experimen-
que apresentam os mesmos genótipos, representam
tos relacionados à herança de características ao longo uma linhagem híbrida.
das gerações em plantas, elas sejam autofecundadas
em diversas gerações para ter certeza se aparecerão d) O caso no texto dessa questão exemplifica um exem-
novas características ou não. Com base nessas infor- plo clássico de fenocópia.
A alternativa A está incorreta porque os genes se encontram no mesmo
mações, marque a alternativa correta. locus. A alternativa C está incorreta porque serão exemplos de linhagem
a) Plantas originadas por autofecundação são conside- pura, por terem sempre os mesmos genótipos. A alternativa D está in-
radas de linhagem pura. correta porque fenocópia se refere a um fenótipo induzido por condições
ambientais, mas assemelhado a outro determinado geneticamente.
b) Plantas originadas por autofecundação são conside-
radas de linhagem híbrida.
c) Plantas originadas por fecundação cruzada são con- 6. Sistema Dom Bosco – Os coelhos da raça himalaia
sideradas de uma linhagem pura. são caracterizados por apresentarem pelagem branca
d) Todas as plantas de linhagem pura são heterozigotas. e manchas escuras no focinho, nas orelhas, na cauda e
nas patas. Entretanto, quando esses indivíduos nascem
Plantas originadas por fecundação cruzada são denominadas linhagens
híbridas e são sempre heterozigotas, enquanto as linhagens puras são em regiões frias, eles apresentam pelagem completa-
sempre homozigotas. mente escura, sendo confundidos com coelhos negros.
Sabendo-se que o genótipo responsável por ambas as
variações na cor do pelo não sofreu mutações, como
3. Sistema Dom Bosco – A capacidade de sentir o sa- você explica a ocorrência desse evento?
bor de fenitilcarbamida, substância de sabor amargo,
é determinada pela presença do alelo P dominante. Trata-se de um exemplo de fenocópia, isto é, o genótipo foi influenciado
Em uma cidade, 75% da população consegue sentir o
sabor amargo, e 25%, não. Cite os possíveis genótipos pelo ambiente (no caso, a temperatura da região), e, por conta disso,
dentro da população para esse fenótipo.
Sabendo que o alelo P é responsável pela capacidade de sentir o sabor o fenótipo foi expresso de forma diferente.

amargo, aqueles que o sentem podem ser PP ou Pp. Já as pessoas que

não conseguem sentir o amargo apresentam genótipo pp.

4. Sistema Dom Bosco – _________ se refere à constitui-


ção genética de um organismo, representando o con-
junto completo de genes herdados por um indivíduo.
A palavra que melhor completa a frase é:
a) Genótipo
b) Gene

Material exclusivo para professores


c) Alelo
d) Cromossomo
O genótipo refere-se à constituição genética de um organismo. A alter-
nativa B está incorreta porque o gene se refere a uma região codificante

conveniados ao Sistema de Ensino


específica do DNA. Todo gene tem um genótipo. A alternativa C está
incorreta porque alelo é a variação da cópia de um gene. A alternativa
D está incorreta porque cromossomo é a molécula na qual são encon-
trados os genes.

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212 138 – Material do Professor

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
BIOLOGIA 1B

7. Sistema Dom Bosco – Plantas de linhagem híbrida são originadas por fecundação
cruzada entre plantas de linhagens puras. Com base nessa informação, marque a
alternativa correta:
a) Indivíduos da linhagem pura têm alelos relativos a um mesmo gene em locus
diferentes.
b) Indivíduos da linhagem pura apresentam genótipo heterozigoto.
c) Indivíduos da linhagem híbrida têm genótipo homozigoto.
d) Indivíduos da linhagem híbrida apresentam genótipo heterozigoto.

8. Sistema Dom Bosco – O quadro a seguir representa a coloração da pelagem de cães


da raça labrador.

JAGODKA/SHUTTERSTOCK

JAGODKA/SHUTTERSTOCK
ERIC ISSELEE/SHUTTERSTOCK

Preto Chocolate Amarelo


BBEE BbEE BBee
BbEE bbEe Bbee
BBEe Bbee
BbEe

Com base nessas informações, é correto afirmar:


a) Há três classes fenotípicas e sete classes genotípicas.
b) Há três classes fenotípicas e três classes genotípicas.
c) Há nove classes fenotípicas e três classes genotípicas.
d) Há três classes fenotípicas e nove classes genotípicas.

9. Sistema Dom Bosco – Uma planta de flor amarela foi cruzada com uma planta de
flor vermelha. O resultado desse cruzamento originou plantas com flores vermelhas.
A respeito desse experimento, marque a alternativa correta:
a) As plantas com flores vermelhas originadas do cruzamento representam uma li-
nhagem pura.
b) As plantas com flores vermelhas originadas do cruzamento representam uma li-
nhagem híbrida.
c) As plantas com flores vermelhas utilizadas no cruzamento representam uma li-
nhagem híbrida.
d) As plantas com flores brancas utilizadas no cruzamento representam uma linhagem
híbrida.

10. UnB (adaptada)

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conveniados ao Sistema de Ensino
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139 – Material do Professor 213

A cor da pele é definida pela interação de um número ainda não completamente deli-

BIOLOGIA 1B
mitado de genes com o meio ambiente. A figura anterior mostra um heterograma de
uma família que apresenta mutação em um gene principal de cor da pele, representado
na cor branca. A cor preta representa um alelo selvagem.
No que diz respeito à cor da pele, indivíduos com o mesmo genótipo podem apresentar
diferentes fenótipos, e indivíduos com o mesmo fenótipo podem apresentar diferentes
genótipos. Essa afirmativa está correta? Justifique sua resposta.

11. Univag-MT (adaptada) – A tabela a seguir representa as porcentagens dos grupos


sanguíneos nas populações 1 e 2. Os genótipos para os tipos sanguíneos são: ii para
tipo O (genótipo recessivo) e ab para AB. Sangues Rh positivo possuem genótipo RR
ou Rr, enquanto sangues Rh negativos possuem genótipo rr (genótipo recessivo).

Sangue Sangue Sangue Sangue


O1 AB1 O2 AB2

População 1 36% 3,5% 4% 0,5%

População 2 40% 7% 0,31% 0,05%

Com relação aos genótipos que determinam os fenótipos nos sistemas de tipagem
sanguínea ABO e Rh, é correto afirmar que:
a) 4% da população 1 é homozigota para ambos os fenótipos.
b) 0,31% da população 2 é homozigota dominante.
c) 0,05% da população 2 é heterozigota para ambos os fenótipos.
d) 3,5% da população 1 é homozigota para ambos os fenótipos.
e) 36% da população 1 é heterozigota para ambos os fenótipos.

12. Fuvest-SP (adaptada) – Uma planta heterozigota de ervilha com vagens infladas pro-
duziu por autofecundação uma descendência constituída por dois tipos de indivíduos:
com vagens infladas e com vagens achatadas.
Com base nessas informações, marque a alternativa correta:
a) As plantas parentais representam uma linhagem híbrida.
b) As vagens infladas da geração produzida são obrigatoriamente homozigotas.
c) As vagens infladas da geração produzida são obrigatoriamente heterozigotas.
d) As vagens achatadas são homozigotas dominantes.

13. Imepac-MG (adaptada) – O albinismo é uma característica de herança recessiva,


produzida pelo genótipo aa. Um cão albino, ao cruzar com uma cadela de pelagem
normal (fêmea 1), produziu três ninhadas em um total de 19 animais, todos com
pelagem de cor normal. O mesmo cão, ao cruzar com outra cadela normal (fêmea 2),
produziu uma ninhada com quatro filhotes, sendo dois normais e dois albinos. Com
base nessas informações e em seus conhecimentos, marque a alternativa correta:
a) Os filhotes originados da fêmea 1 possuem genótipo homozigoto.

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b) Os filhotes de pelagem normal, filhos da fêmea 2, possuem genótipo heterozigoto.
c) A fêmea 2 tem genótipo homozigoto.
d) Os filhotes albinos, filhos da fêmea 2, são heterozigotos.

conveniados ao Sistema de Ensino


14. UFRGS (adaptada) – Suponha que a condição bruxo seja uma característica de herança
genética dominante. Rony, Neville e Draco são bruxos, filhos de pais bruxos, provenien-

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214 140 – Material do Professor

tes de famílias bruxas tradicionais. Hermione é bruxa, a) A doença é expressa por mais de um gene, que, atra-
BIOLOGIA 1B

mas filha de trouxas (não bruxos). Simas é bruxo, filho vés da transcrição, controla a síntese de um lipídeo
de uma bruxa e de um trouxa. Harry é bruxo, filho de que interfere nas secreções pancreáticas.
bruxos, sendo sua mãe filha de trouxas. Com base no b) A doença é expressa por alelos em heterozigose, o
texto e em seus conhecimentos sobre genética: que reduz a secreção de enzimas pancreáticas, pois
a) Classifique as famílias de Simas e Draco em relação o gene recessivo do par inibe a ação da permeasse.
ao tipo de linhagem. c) A doença é expressa por alelos dominantes em
homozigose, que promovem a síntese de muco
que, liberado em excesso, determina a normalida-
de pancreática.
d) A doença é provocada por pelo menos um alelo do-
minante, que promove a dificuldade de secreção das
enzimas pancreáticas.
e) Um par de alelos recessivos, que levam à formação
de muco no duto pancreático, impedindo a passagem
do suco pancreático para o intestino.

16. Fuvest-SP (adaptada) – A pelagem negra em porqui-


nhos-da-índia é dominante sobre a pelagem branca.
Um criador possui um lote de animais negros, filhos
de outros animais negros, e um outro lote de animais
brancos, filhos de outros animais brancos. Curioso com
o resultado, ele cruzou um indivíduo negro com um
indivíduo branco, esperando que a prole tivesse colo-
ração intermediária. Com base nessas informações e
b) Harry é menos bruxo que Rony? Justifique sua em seus conhecimentos, marque a melhor alternativa:
resposta.
a) Toda a prole nasceu com pelagem cinza.
b) Os indivíduos negros representam linhagem híbrida.
c) Os indivíduos brancos representam linhagem pura.
d) A prole representa uma linhagem pura.

17. Sistema Dom Bosco – As galinhas da raça andaluza


são de origem espanhola. Nessa raça, o cruzamento de
galos com plumagem preta com galinhas de plumagem
branca produz descendentes com plumagem azulada.
Sabe-se que o alelo dominante é P, e o recessivo é p; a
cor dominante é negra. Com base nessas informações
e em seus conhecimentos, cite o número de classes
genotípicas e fenotípicas presentes nesse contexto.

15. SLMANDIC-PR (adaptada) – A fibrose cística é uma


doença rara, causada por um gene que faz com que o cor-
po produza muco, o qual se acumula nas passagens respi-
ratórias dos pulmões, levando a infecções pulmonares, e
também no pâncreas, promovendo distúrbios digestivos
graves. Sabe-se que a cada três filhos(as) de pais normais,
ao menos um pode apresentar essa anormalidade. Com
base nessas informações, é correto afirmar que:

ESTUDO PARA O ENEM


18. Enem (adaptada) C5-H17 a) Os grupos apresentaram genótipos e fenótipos dife-
Em um experimento, plantas de folhas verdes foram rentes.

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divididas em dois grupos: o primeiro tinha exposição b) Os grupos apresentaram os mesmos genótipos e
à luz solar e o segundo grupo era mantido no escuro. fenótipos diferentes.
Após alguns dias, foi observado que o grupo exposto c) Os grupos apresentaram os mesmos fenótipos e
ao sol apresentava folhas verdes e o grupo mantido no genótipos diferentes.

conveniados ao Sistema de Ensino


escuro apresentava folhas amarelas. Com base nesses d) Os grupos apresentaram o mesmo fenótipo e diver-
resultados, é correto afirmar: sos genótipos.
e) Os grupos apresentaram fenótipos variados.

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141 – Material do Professor 215

19. Sistema Dom Bosco C5-H17 ma nervoso, devido à morte de células cerebrais. Embora

BIOLOGIA 1B
O pterígio, também conhecida como doença da“carne cres- a maioria das pessoas que adquirem essa doença é devi-
cida”, se refere a uma lesão benigna na área ocular causa- do a outros fatores, pelo menos 5% dos casos se trata de
da pelo crescimento fibrovascular do tecido conjuntivo e é herança genética. Os genes que geram o maior risco de
mais frequente em adultos acima de 20 anos. Sugere-se desenvolver a doença de Alzheimer são da família ApoE,
que essa doença seja dominante em relação à visão nor- responsáveis pela produção de uma apolipoproteína que é
mal. Marina possui essa doença, bem como seu pai e todos uma possível candidata a ser o meio físico onde a memó-
os seus parentes paternos. Sua mãe e todos os seus paren- ria é armazenada. Existem quatro variantes alélicas desse
tes maternos possuem visão normal. gene (E1, E2, E3 e E4), e estudos indicam que o gene va-
Disponível em: <http://g1.globo.com/pa/para/especial-publi- riante E4 está associado a 25% dos casos da doença tardia.
citario/associacao-paraense-de-oftalmologia/noticia/2016/09/
Disponível em: <www.cartacapital.com.br/revista/811/a-genetica-
entenda-o-que-e-pterigio-conhecido-popularmente-como-carne-
-crescida-nos-olhos.html>. Acesso em: dez. 2018. (Adaptado) por-tras-do-alzheimer-7390.html>. Acesso em: dez. 2018. (Adaptado)

Com base nessas informações e em seus conhecimen- Supondo que esse gene (ApoE-4) tenha herança domi-
tos, marque a alternativa correta: nante na população, promovendo a doença tardiamen-
te, é correto afirmar que
a) O lado paterno de Marina representa uma geração
de linhagem híbrida. a) pessoas que apresentam a doença de Alzheimer
b) Se Marina se casar com um homem com visão nor- tardiamente obrigatoriamente têm ao menos uma
mal, todos os seus filhos terão visão normal. cópia da variante E4.
c) O lado materno de Marina representa uma geração b) para as pessoas apresentarem a doença, a variante
de linhagem pura. E4 precisa estar em homozigose.
d) Se Marina se casar com Pedro, que também possui c) indivíduos que apresentem outras variações do gene
a doença, todos os seus filhos terão visão normal. Apo-E podem apresentar a doença.
e) Marina possui genótipo homozigoto para a doença. d) a doença só é manifestada em indivíduos hetero-
zigotos.
20. Sistema Dom Bosco C5-H17 e) todos os fi lhos de uma mulher heterozigota não
A doença de Alzheimer é uma doença progressiva que apresentarão a doença se o pai for homozigoto para
destrói a memória e outras funções relacionadas ao siste- qualquer um dos outros alelos.

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216 142 – Material do Professor

29
BIOLOGIA 1B

MUTAÇÕES GÊNICAS

Entre as décadas de 1950 e 1970, duas multinacionais de equipamentos elétricos


descartaram no rio Hudson, em Nova York, aproximadamente 600 mil quilos de um
• Base molecular das poluente altamente biotóxico: a bifenila policlorada (PCB). Esse composto aromático
mutações clorado se acumulou, ao longo dos anos, em uma espécie de peixe local, da família
• Classificação das do bacalhau (Microgadus tomcod). Essa espécie ocorre na costa leste da América
mutações e consequências do Norte, principalmente nas épocas frias do ano, e, apesar da alta taxa de toxici-
moleculares dade do composto, ela não sofreu os efeitos letais esperados da PCB e sobreviveu
naquele ambiente.
HABILIDADES Intrigados, pesquisadores da Universidade de Nova York realizaram experimen-
• Compreender o conceito de tos genéticos com esses peixes, a fim de descobrir como a espécie conseguira
mutação gênica. sobreviver nas condições tóxicas em que o rio se encontrava e o que ela teria de
• Explicar os principais diferente dos outros organismos que foram extintos do ambiente. Como resultado,
mecanismos moleculares encontraram quatro mutações distintas no gene AHR2, responsável pela regulação
capazes de promover dos efeitos tóxicos da PCB em peixes.
mutações. Em virtude dessas mutações, o receptor produzido pelo gene mutante não con-
• Citar agentes mutagênicos. segue se ligar aos compostos tóxicos existentes na água – ligação que levaria à
• Compreender a importância ativação deles. Por disso, os peixes conseguem viver normalmente, mesmo com
das mutações para a alta concentração dessas substâncias em seu organismo. Sendo assim, não impor-
evolução dos seres vivos. ta a quantidade de composto presente, se o receptor não se ligar à PCB, esta não
• Identificar algumas doenças desencadeia os efeitos tóxicos no animal.
provocadas por mutações Infelizmente, qualquer organismo que se alimente de peixes dessa população
gênicas. automaticamente também acumula PCB no corpo, podendo ter graves problemas no
• Relacionar mutação com futuro. Visto que durante o verão esse peixe é a principal fonte de alimento de outros
síntese de RNA e síntese peixes, o efeito em cadeia que o descarte indevido dessa substância pode causar
de proteínas. ultrapassa a normalidade, resultando em um acúmulo anormal desse composto na
cadeia alimentar como um todo.
De acordo com Mark E. Hanm, um dos integrantes da equipe, essa foi a melhor
estratégia evolutiva – e de sobrevivência – que a população de M. tomcod desenvol-
veu, e tudo indica que esse passo evolutivo tenha acontecido em um curto período,
a fim de evitar os efeitos do PCB. Esse fato é realmente impressionante, principal-
mente porque esse tipo de adaptação gerada por mutação em uma população inteira
só era visto em organismos invertebrados e unicelulares, como alguns insetos e
bactérias, sendo muito mais raro em organismos pluricelulares vertebrados, uma
vez que são mais complexos e a taxa de mutação na população tende a ser menor.
MARK CONLIN / ALAMY STOCK PHOTO

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Microgadus tomcod, espécie
mutante que ocorre no Rio
Hudson, em Nova York.

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143 – Material do Professor 217

BASE MOLECULAR DAS MUTAÇÕES

BIOLOGIA 1B
O termo mutação refere-se a qualquer alteração no material genético de um
indivíduo ou de uma população, sendo classificada em mutação gênica e mutação
cromossômica.
O foco deste módulo é a mutação gênica, que remete às alterações em um ou
mais pares de bases no DNA, as quais podem surgir espontaneamente ou ser
induzidas. Elas também podem ser chamadas de mutações pontuais quando se
referem à alteração de um único nucleotídeo.

MUTAÇÕES ESPONTÂNEAS
As mutações espontâneas são aquelas que acontecem de forma natural e aleató-
ria, podendo ocorrer em todas as células. Esse tipo de mutação se dá principalmente
durante o processo de replicação do DNA, em que falhas podem acontecer, como o
pareamento incorreto de bases e adições ou subtrações de pares de bases, gerando
mudança na sequência de DNA que está sendo replicada.

ACG T C
Tipo selvagem
T GC AG
ACG T C
T G T AG
C ACA T C
Replicação *T Mutante
G AG T G T AG
do DNA T
ACG T C AC Replicação
T GC AG T G do DNA
G ACG T C
TC Tipo selvagem
DNA parental C T GC AG
AG
ACG T C
T GC AG ACG T C
Tipo selvagem
Prole de T GC AG
primeira geração Prole de segunda geração

Erros durante o processo de replicação do DNA podem causar mutações.

Outro processo que promove mu-


tações espontâneas são as lesões que
danificam diretamente os nucleotídeos.
A lesão mais comum é a depurinação,
P O P
que consiste na quebra de ligações en- O
H O H
tre a base e a desoxirribose, levando à O N N
N N
H C H
perda de uma adenina ou uma guanina C
N
H H H
N N N
na sequência de DNA. A desaminação O O O + N N
Depurinição
H H
também ocorre com alta frequência e Guanina
Guanina
H

consiste na substituição de um grupa-


mento amina (2NH2) por uma hidroxila O O

(2OH), de forma que, se uma citosina,


por exemplo, perder uma amina, irá se
tornar uma uracila. Assim, seu par será
H H
uma adenina, não uma guanina, como N O
era originalmente. H
Por fim, outro fator que promove le- N
Desanimação
N
sões no DNA é a oxidação das bases

Material exclusivo para professores


nucleotídicas. Isso acontece quando N O H2O NH3 N O

as bases (principalmente a guanina, que


Citosina Uracila
é a mais suscetível a essa alteração)
reagem com oxigênios ativos, como pe-

conveniados ao Sistema de Ensino


róxido de hidrogênio (H2O2) e radicais
de hidroxila (OH), de modo que ocorre Depurinação e desaminação são exemplos de lesões que o DNA pode sofrer e, assim, originar
alteração no seu pareamento. novas mutações em sequência.

Dom Bosco
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218 144 – Material do Professor

MUTAÇÕES INDUZIDAS
BIOLOGIA 1B

As mutações induzidas surgem da ação de um agente mutagênico e ocorrem


em maior frequência, quando comparadas às mutações espontâneas. Elas são ca-
racterizadas pela influência de substâncias mutagênicas que levam a alterações
na composição das bases nitrogenadas ou, então, nos nucleotídeos, alterando o
pareamento de bases. Pode haver incorporação de moléculas estruturalmente
análogas às bases, de forma que nucleotídeos sejam adicionados incorretamente
pelo fato de as propriedades de pareamento dessas moléculas análogas serem
diferentes dos nucleotídeos originais.

H
N O CH3 N
7 7
H N
8 8
5 6 5 6
9
N N H N N
9
4 1 4 1 N+ H N
3 2 3 2
N N N N
N H O N H O
H H
2-AP Timina 2-AP Citosina
protonada

Uma molécula análoga à adenina, a 2-aminopurina (2-AP), pode parear com a timina. Se ela estiver protonada, isto
é, carregada positivamente, é possível haver o pareamento dela com a citosina, causando uma mutação induzida.

Entre as classes de compostos que podem levar a mutações induzidas, estão os


agentes alquilantes, compostos que conseguem adicionar um grupo alquilas às
bases nitrogenadas do DNA, promovendo mau pareamento dos nucleotídeos. Em
decorrência disso, durante a duplicação do DNA pode ocorrer a adição de um nu-
cleotídeo incorreto, de forma que as cópias serão diferentes da molécula molde. Um
exemplo de agente alquilante é a cisplatina, utilizada no tratamento contra o câncer.

H3C CH2

N O N O O CH3
6 6
N NH N
1 1 N H N3 G C A T
N EMS
N 1
N
N H N H O
H H
Guanina O-6-Etilguanina Timina

H3C CH3

H3C O EMS
H3C O O N
4
4 T A C G
3 NH H N N
1
1
3 NH
N
N N
O
O H N

Material exclusivo para professores


H
Timina O-4-Etiltimina Guanina

conveniados ao Sistema de Ensino O tratamento com um agente alquilante como o EMS altera a estrutura da guanina e da timina, promovendo um
mau pareamento desses nucleotídeos.

Dom Bosco
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145 – Material do Professor 219

Os agentes mutagênicos, além de alterarem o pa-


tiveram as regiões codificantes do genoma sequenciados
reamento, podem danificar uma ou mais bases, de

BIOLOGIA 1B
e descobriu-se que mais de 40% dos casos apresentavam
forma que elas não consigam se parear com os nucleo-
mutações somáticas, em que houve alguma alteração no
tídeos específicos. Esse tipo de processo geralmente
sistema de reparo do DNA e, a partir daí, deu origem
resulta em bloqueio da replicação do DNA, uma vez
ao tumor. De acordo com os pesquisadores, as células
que o DNA polimerase não é capaz de reconhecer o
da mama proliferam a cada ciclo ovulatório, o que faz
nucleotídeo danificado. Os principais agentes causa-
com que tenham maior chance de mutação ao acaso.
dores de danos são a luz ultravioleta e a radiação
ionizante. A luz ultravioleta promove união entre duas Disponível em: <http://agencia.fapesp.br/mutacoes-nao-hereditarias-
-sao-principal-causa-de-cancer-de-mama-em-mulheres-jovens/28573/>.
bases pirimídicas adjacentes. Já a radiação ionizante Acesso em: nov. 2018. (Adaptado)
forma moléculas excitadas que danificam o DNA, que-

PGIAM/GETTY IMAGENS
brando ligações ou produzindo moléculas degradantes.
BRIAN GREEN / ALAMY STOCK PHOTO

A imagem mostra um escorpião sob luz UV. Tanto a luz UV quanto as


radiações ionizantes são capazes de danificar o DNA. Por meio de análises genéticas, foi possível descobrir outros fatores
que também causam câncer de mama.
LEITURA COMPLEMENTAR
Mutações não hereditárias são a principal causa
de câncer de mama em mulheres jovens
O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres CLASSIFICAÇÃO DAS
e ocorre principalmente naquelas que têm mais de 50
anos de idade. De acordo com pesquisas realizadas pelo
MUTAÇÕES E CONSEQUÊNCIAS
Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), cer- MOLECULARES
ca de 80% dos casos de câncer de mama em mulheres
As principais formas de mutação são as substitui-
entre 20 e 35 anos são causados por mutações somáticas
ções de base, as inserções e as deleções.
que não têm origem hereditária. Entretanto, 4,5% dos
casos ocorrem em mulheres jovens (entre 20 e 35 anos) SUBSTITUIÇÕES DE BASE
e, por ser difícil de detectar, geralmente a doença é des- Também chamadas de mutações pontuais, as
coberta já em estágio mais avançado. Entre as mutações substituições de base são aquelas em que um nucleo-
envolvidas no câncer de mama, as hereditárias, que são tídeo é substituído por outro; podem ser classificadas
passadas de geração para geração, estão presentes prin- em transições ou transversões. As transições ocorrem
cipalmente em cromossomos sexuais. Já as mutações quando uma base é substituída por outra base da mes-
somáticas, que ocorrem nas células da região, se acu- ma categoria química, ou seja, uma base do tipo purina
mulam ao longo do tempo. é trocada por outra purina ou uma do tipo pirimidina é
Em estudo publicado recentemente, em agosto de 2018, trocada por outra do mesmo tipo. Elas podem resultar
na revista Oncotarget, pesquisadores da Faculdade de na alteração da produção dos aminoácidos, que são
Medicina da Universidade de São Paulo realizaram aná- codificados de acordo com a trinca de bases, levando
lises genéticas em 79 pacientes do Icesp e Instituto Brasi- à produção de um aminoácido errado; ou pode haver

Material exclusivo para professores


leiro do Controle do Câncer (IBCC) que apresentavam a até mesmo troca do lugar da trinca iniciadora AUG (que
doença e tinham menos de 36 anos, a fim de identificar codifica o aminoácido metionina), resultando na perda
os fatores que originam o câncer de mama em mulheres de um trecho do RNA, que não será lido e, consequen-
jovens. 16,4% dos pacientes apresentavam mutações ger- temente, a informação será perdida.

conveniados ao Sistema de Ensino


minativas nos genes BRCA1 e 2, que estão relacionados Vale lembrar que tanto a adenina quanto a guanina
à hereditariedade. Dos casos não hereditários, oito são classificadas como purinas. Do mesmo modo, a
citosina e a timina são classificadas como pirimidinas.

Dom Bosco
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220 146 – Material do Professor

Assim, um A pode ser trocado por um G ou um G pode ser trocado por um A; um T


BIOLOGIA 1B

pode ser trocado por um C ou um C pode ser trocado por um T.

ATGCGTAT → ATACGTAT
ou
ATGCGCAT → ATGCGGAT
Exemplos de transições.

As transversões ocorrem quando uma base é substituída por outra base de ca-
tegoria química diferente, ou seja, uma base púrica é substituída por uma pirimídica,
ou vice-versa. Assim, um C pode ser substituído por um A ou G, bem como um T
pode ser substituído por um A ou G (se for uma base pirimídica sendo trocada por
uma base púrica). Ou um A pode ser substituído por um C ou T, bem como um G
pode ser substituído por um C ou T (se for uma base púrica sendo trocada por uma
base pirimídica).

ATGCGTAT→ ATATGTAT

Exemplo de transversão.

CONSEQUÊNCIAS DAS MUTAÇÕES PONTUAIS


Quando ocorre uma mutação pontual nos genes, há três possibilidades de re-
sultado.
A mutação sinônima ou mutação silenciosa é aquela em que, mesmo ocor-
rendo a mutação, o aminoácido final ainda será o mesmo. Por isso, a proteína final
continuará com a mesma sequência de aminoácidos, mesmo tendo sofrido mutação.
Isso acontece pelo fato de o código genético ser degenerado, ou seja, pode haver
mais de um códon capaz de produzir o mesmo aminoácido.

Sequência normal: TACCTCCGGTTT→ Met-Glu-Ala-Lys

Sequência mutada: TACCTTCGGTTT→ Met-Glu-Ala-Lys


No esquema, o CTC e o CTT, quando traduzidos, referem-se aos códons do aminoácido glutamato (GAG e GAA),
processo de mutação pontual.

A mutação sem sentido, ou não sinônima, é aquela na qual ocorre uma mutação
pontual capaz de trocar o aminoácido da cadeia polipeptídica por um aminoácido
diferente.

Sequência normal: TACCTCCGGTTT→ Met-Glu-Ala-Lys

Sequência mutada: TACGTCCGGTTT→ Met-Gln-Ala-Lys


No esquema, nota-se que o códon CTC foi trocado por GTC e, assim, durante a tradução, passou a corresponder
ao códon de glutamina.

Nas mutações sem sentido, o códon pode ser trocado para um códon de
término (stop códon). Dessa forma, a cadeia polipeptídica geralmente perde sua
funcionalidade e se torna menor do que o esperado.

Material exclusivo para professores Sequência normal: TACCTCCGGTTT→ Met-Glu-Ala-Lys

conveniados ao Sistema de Ensino


Sequência mutada: TACCTCCGGATT→ Met- Glu-Ala-STOP
No exemplo, a mutação no códon TTT transforma-o em ATT. Quando eles são traduzidos, o aminoácido
correspondente era a lisina e passou a ser um stop códon.

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147 – Material do Professor 221

Caso as mutações aconteçam em regiões não codificantes, pode haver alteração


na expressão dos genes do entorno, seja inibindo-os, seja ativando-os, ou, ainda,

BIOLOGIA 1B
fazer que as proteínas dos genes vizinhos alterem a produção em relação à quanti-
dade, isto é, produzam mais ou menos proteínas do que deveriam. O quadro abaixo
apresenta uma síntese das mutações.

Consequências de mutações de ponto dentro de genes


Tipos de
Resultados em nível molecular
mutação no DNA

Tre Lis Arg Gli

sem mutação Códon 1 Códon 2 Códon 3 Códon 4

Códons que especificam


Tipo selvagem A C A A A G A G A G G T
proteína tipo selvagem.

Tre Lis Arg Gli


Códon alterado
Mutação sinônima A C A A A G A G C G G T especifica o mesmo
aminoácido.

Tre Lis Lis Gli

Mutação de Códon alterado especifica


sentido trocado A C A A A G A A A G G T uma substância similar
(conservativa) a um aminoácido.
transição ou
transversão

Tre Lis Ile Gli

Mutação de Códon alterado especifica


sentido trocado A C A A A G A T A G G T um aminoácido
(não-conservativa) quimicamente diferente.

Tre FIM

Mutação Códon alterado indica


sem sentido A C A T A G A G A G G T término da cadeia.

Tre Glu Glu Arg


inserção de bases Mudança de
matriz de leitura A C A G A A G A G A G G T

Tre Arg Glu Val

Material exclusivo para professores


deleção de base Mudança de
matriz de leitura A C A

A
A G A A A G G T

conveniados ao Sistema de Ensino


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222 148 – Material do Professor

INSERÇÕES E DELEÇÕES QUE OCORREM NA SEQUÊNCIA DE DNA


BIOLOGIA 1B

Ocorrem quando há inserção ou deleção de um ou mais nucleotídeos na sequên-


cia de DNA. Como consequência, pode haver alteração na matriz de leitura, isto é,
na sequência de DNA, promovendo modificação na cadeia de aminoácidos.

Exemplo de inserção: ATGCGTAT→ ATGGCGTAT


Exemplo de deleção: ATGCGTAT→ AT_CGTAT

Existe uma substância chamada alaranjado de acridina que é utilizada como


corante. Esse composto é considerado um agente intercalante, por se posicio-
nar entre duas bases vizinhas de uma mesma cadeia de DNA, fazendo que a
distância entre elas aumente ao distorcer a hélice. Isso promove a adição de
nucleotídeos no espaço.
Por outro lado, se o agente intercalante for adicionado a uma cadeia em cresci-
mento durante a replicação do DNA, algum nucleotídeo pode não ser adicionado,
promovendo mutações do tipo deleção.

LEITURA COMPLEMENTAR
Fenótipos mutantes
As mutações são a principal fonte de variabilidade genética para todos os organismos e,
por meio delas, é possível ter variações genotípicas e fenotípicas, benéficas ou maléficas.
Algumas mutações são responsáveis por doenças; outras, por características comuns,
como veremos nos exemplos a seguir.
A cor dos olhos está relacionada a dois genes: o OCA2 e o HERC2. O gene OCA2 é
responsável por produzir a proteína-P, que é a principal responsável pela produção de
melanina, enquanto o HERC2 é o gene que regula a expressão do OCA2, ativando-o ou
inibindo-o para a produção de mais ou menos proteína-P. Pesquisas recentes constata-
ram que o gene OCA2 promove mudanças na quantidade de pigmentos produzidos na
íris e diferentes tons de marrom são originados. Se houver uma alteração no gene HERC2,
um gene vizinho que atua como regulador do OCA2, haverá inibição da produção da
pigmentação e, assim, os olhos se apresentarão com coloração azul, ou seja, causará
uma alteração fenotípica no indivíduo.
Outro exemplo interessante refe-

EYE OF SCIENCE / SCIENCE PHOTO LIBRARY


re-se à anemia falciforme. As he-
mácias de uma pessoa com essa
doença têm morfologia diferente
(formato de foice), o que provoca
anemia, uma vez que esse traço
morfológico torna essa hemácia
não funcional, sendo o grupa-
mento Heme – que contém fer-
ro – incapaz de transportar oxi-
gênio e, por conta disso, morre
prematuramente. Essa doença
é muito comum principalmente
nas regiões da África e ocorre de-
vido a uma mutação que modi-
fica o aminoácido do ácido glu-
tâmico em aminoácido valina na Uma mutação no gene responsável pela produção de

Material exclusivo para professores


posição 6 da cadeia polipeptídica beta globina provoca alterações nos códons da cadeia
polipeptídica. Isso promove o formato de foice nas hemácias e,
da betaglobulina, uma proteína consequentemente, a anemia. Micrografia eletrônica de uma
que faz parte da estrutura dos hemácia em formato falciforme e demais hemácias normais ao
glóbulos vermelhos. redor. Aumento de 7 400x.

conveniados ao Sistema de Ensino Um outro tipo de mutação que fez diferença significativa na vida dos seres huma-
nos aconteceu aproximadamente 10 mil anos atrás e foi responsável pela produção

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149 – Material do Professor 223

de lactase, enzima importante

GRAHAM FRANKS / ALAMY STOCK PHOTO

BIOLOGIA 1B
para a degradação de lactose,
presente no leite. Essa mutação
ocorreu na mesma época em
que se iniciou a domesticação
de animais, como as vacas, e,
devido a ela, conseguimos be-
ber leite até a vida adulta. Pelo
fato de essa mutação ter se
originado em um tempo evo-
lutivamente recente, muitos
indivíduos do mundo todo não
sofreram essa alteração e, por
isso, são intolerantes à lactose.
Existem, ainda, alguns outros
exemplos de mutações rela- Mutações relativamente recentes no gene MCM6 são
cionados a algumas doenças responsáveis pela tolerância à lactose, o que nos permite a
relativamente comuns, como ingestão de leite até a idade adulta.
hidroplasia fetal, doença HbH e alguns tipos de beta talassemia, conforme mostrado
no quadro a seguir. Nele, é possível identificar as principais formas de mutação que
ocorreram para que as doenças fossem originadas.

PRINCIPAIS
DOENÇA TIPO DE MUTAÇÃO CARACTERÍSTICAS DA
DOENÇA
Anemia Troca de uma base nitrogenada, que Anemia; infartos teciduais;
falciforme determina um aminoácido diferente infecções.
do correto na tradução da trinca.
Doença da Deleção ou anomalia de três dos Anemia moderada a grave;
hemoglobina H quatro genes da alfa-globina. esplenomegalia.
(HbH)
Hidroplasia fetal Deleção ou anomalia de todos os Anemia grave ou hipoxemia;
(Hb Barts) genes da alfa-globina insuficiência cardíaca.
Beta-talassemia Mutação pontual, introduzindo um Anemia severa; esplenomegalia;
tipo 0 códon de término no início do RNA frequentemente fatal, caso não
mensageiro, ou perda de várias seja tratada.
bases, pois o códon de término foi
inserido no meio da cadeia.
Beta-talassemia Alteração quantitativa da síntese Características semelhantes à
de beta-globina decorrente de uma beta-talassemia tipo 0, porém
mutação em ponto, o que resulta mais frequente e de forma mais
na deleção ou inserção de poucos branda.
nucleotídeos.
Fonte: JORDE, L. B.; Carey; J. C.; BAMSHAD, M. J. 2010. Genética médica.
4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. p. 31. (Adaptado)

Para que as mutações gerem características consideradas adaptativas (como no caso da


espécie de peixe na contaminação do Rio Hudson, EUA), é necessário que esse gene mutado

Material exclusivo para professores


seja passado por muitas gerações, fixando-se na população. Quando falamos de mutações
e evolução, devemos considerar o tempo e a população como um todo, e não apenas
um indivíduo. Geralmente esse é um processo que leva de centenas a milhares de anos,
mas, por pressões ambientais, podem levar bem menos tempo, especialmente se o gene

conveniados ao Sistema de Ensino


mutado já estiver presente em uma pequena parcela da população, como ocorreu com o
Microgadus tomcod. Nesses casos, a seleção natural é um processo evolutivo.

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224 150 – Material do Professor

ROTEIRO DE AULA
BIOLOGIA 1B

MUTAÇÕES GÊNICAS

Em razão de:
Espontâneas Lesões e erros durante a replicação do DNA

Luz UV

Radiação ionizante
Em razão de lesões
provocadas por:
Induzidas Radicais livres

Incorporação de análogos às bases

Mau pareamento

Substituições de bases ou mutações pontuais

Promovem no DNA: Inserções

Deleções

Doenças
Proteínas diferentes que
originam:
Variações fenotípicas

Consequências:

Alterações na expressão
gênica

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conveniados ao Sistema de Ensino
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151 – Material do Professor 225

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

BIOLOGIA 1B
1. Unitins-TO – A molécula de DNA, além de guardar radiação. Entre os efeitos causados por radiações está
inúmeras informações, controla o funcionamento das a ocorrência de mutações no material genético. Sobre
células e é responsável pela síntese de proteínas. Ape- o processo de mutação, assinale a alternativa correta:
sar de ser considerada uma molécula estável, o DNA a) É possível reverter mutações no DNA.
pode sofrer algumas alterações em sua sequência de
b) É um processo que origina apenas doenças gené-
nucleotídeos. Essas alterações são chamadas de ticas.
a) transcrição. c) Pode ser causado por agentes físicos, químicos e
b) replicação. biológicos.
c) mutação. d) Obrigatoriamente altera os aminoácidos.
d) combinação. e) Não é passado para os descendentes quando ocorre
e) tradução. nos gametas.
A alternativa A está incorreta porque não são conhecidas maneiras de
Alterações no DNA são denominadas mutações. Transcrição é o proces- se reverterem as mutações. A afirmativa B está incorreta porque as
so de formação do RNA a partir da cadeia molde de DNA. A replicação mutações também promovem características que podem ser vantajosas
é o processo de duplicação de uma molécula de DNA de dupla cadeia. ao ambiente. A alternativa D está incorreta porque existem mutações
A recombinação gênica refere-se à troca de genes entre duas molé- silenciosas. A alternativa E está incorreta porque a mutação pode ser
culas de ácido nucleico, para formar novas combinações de genes em herdada se ocorrer nos gametas.
um cromossomo. Durante a tradução ocorre o reconhecimento das
sequências nucleotídicas do RNAm e a correlação com a sequência 5. FGV-SP – A substituição de apenas um nucleotídeo
que corresponde a determinados aminoácidos. no DNA pode representar uma grave consequência ao
2. Unicamp-SP (adaptada) – As mutações e recombi- seu portador, em função de uma modificação de um
nações gênicas são os principais acontecimentos bio- componente molecular na proteína sintetizada a partir
lógicos responsáveis pela variabilidade genética nas do trecho alterado. É o caso da anemia falciforme, na
populações da maioria das espécies de seres vivos. qual a síntese da hemoglobina humana normal, Hb A,
As mutações gênicas responsáveis pela variabilidade é parcial ou totalmente substituída pela hemoglobina
genética são falciforme mutante, Hb S, em decorrência da presença
de um nucleotídeo com adenina no lugar de outro com
a) alterações do código genético provocado somente timina. Tal mutação é responsável pela
por radiação.
a) leitura incompleta do RNAm transcrito, codificador
b) alterações consequentes da transformação de um da hemoglobina.
nucleotídeo em outro, gerando sempre um aminoá-
cido diferente. b) alteração na sequência de aminoácidos da hemoglo-
bina sintetizada.
c) alterações de bases nitrogenadas que são transmiti-
das por reprodução aos seus descendentes. c) modificação na sequência de nucleotídeos da hemo-
globina das hemácias.
d) alterações causadas provocadas por raios UV apenas,
originando diversas doenças. d) tradução de uma hemoglobina mutante com um
aminoácido a mais.
A alternativa A está incorreta porque não é somente a radiação que
promove mutações. A alternativa B está incorreta porque não há trans- e) transcrição de uma hemoglobina mutante com um
formação de um nucleotídeo em outro, mas substituição, deleção ou aminoácido a menos.
inserção, alterando a sequência de DNA e, assim, podendo alterar a
sequência de aminoácidos das proteínas. A alternativa D está incorreta A anemia falciforme ocorre em virtude de uma mutação na posição
porque não são somente os raios UV que promovem mutações. 6 do gene beta-globina, promovendo alteração do aminoácido ácido
glutâmico para valina.

3. Sistema Dom Bosco – As mutações gênicas são alte- 6. Sistema Dom Bosco – As mutações são fonte de va-
rações que ocorrem aleatoriamente no DNA, podendo riabilidade genética e fenotípica, podendo gerar varia-
originar proteínas diferentes e, consequentemente, ca- ções nas características dos organismos ou doenças.
racterísticas diferentes. Que tipos de mutação estão Explique, do ponto de vista molecular, como é possível
envolvidas nesse processo? Cite os mecanismos pelos ocorrer variação fenotípica.
quais ocorrem essas mutações.
As mutações podem alterar a sequência do DNA e, consequentemente,
As mutações gênicas podem ser espontâneas ou induzidas, e os prin-
produzir proteínas com aminoácidos diferentes. São capazes, ainda, de
cipais mecanismos que geram esse processo são substituições, inser-
produzir proteínas que podem se tornar não funcionais, caso ocorra uma
ções e deleções de nucleotídeos no DNA.
mutação sem sentido logo no início da sequência. Por fim, é possível as

mutações simplesmente alterarem apenas a sequência do DNA, sem

Material exclusivo para professores


4. Unioeste-PR (adaptada) – Um dos efeitos do terre-
moto e do tsunami ocorrido em 11 de março de 2011
mudar a sequência de aminoácidos, caso seja uma mutação silenciosa

ou sinônima, aumentando a variabilidade genética da população sem

conveniados ao Sistema de Ensino


foi a explosão, no dia seguinte, na Central Nuclear de
Fukushima, no Japão, com consequente vazamento de causar alterações fenotípicas.

Dom Bosco
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226 152 – Material do Professor

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
BIOLOGIA 1B

7. PUC-RS – No início da evolução humana, até onde se sabe, não havia olhos claros,
todos os indivíduos tinham olhos muito pigmentados. A variação fenotípica “olhos
claros” surgiu graças ________ que atuou diretamente no DNA.
a) à mutação d) à deriva genética
b) à adaptação e) à seleção natural
c) ao fluxo gênico

8. PUC-RJ – Diversas doenças estão relacionadas a mutações no material genético.


Porém, mutações pontuais, com a alteração de apenas uma base nitrogenada, muitas
vezes não resultam em substituição efetiva do aminoácido correspondente ao códon
mutado na proteína produzida. Isto se dá devido ao fato de
a) o código genético ser universal.
b) o código genético ser repetitivo ou degenerado.
c) o erro ser corrigindo pela célula durante a tradução.
d) o código genético não poder sofrer alterações.
e) os genes mutados não serem transcritos ou traduzidos.

9. Fuvest-SP – Certa planta apresenta variabilidade no formato e na espessura das


folhas: há indivíduos que possuem folhas largas e carnosas, e outros, folhas largas e
finas; existem também indivíduos que têm folhas estreitas e carnosas, e outros com
folhas estreitas e finas. Essas características são determinadas geneticamente. As
variantes dos genes responsáveis pela variabilidade dessas características da folha
originaram-se por
a) seleção natural.
b) mutação.
c) recombinação gênica.
d) adaptação.
e) isolamento geográfico.

10. Sistema Dom Bosco – As mutações podem ser originadas espontaneamente ou de


forma induzida, promovendo doenças, como os mais variados tipos de câncer, ou,
ainda, simplesmente variações fenotípicas, como a cor da pelagem de um cavalo, por
exemplo. Com base nisso e em seus conhecimentos, cite um mecanismo capaz de
gerar mutações espontâneas.

11. FGV – Atualmente são bem conhecidos os efeitos adversos à saúde humana causados
por diversos poluentes ambientais, especialmente aqueles que possuem potencialida-
des mutagênicas ou cancerígenas, os quais, devido à sua interação com mecanismos
genéticos, podem causar mutações e doenças nas gerações futuras. Assinale as
afirmações corretas.
I. Mutações são modificações bruscas do material genético que podem ser transmi-
tidas à prole (descendência ou células-filhas).
II. A mutação pode ser espontânea ou induzida por agentes físicos, químicos ou
biológicos com potencial mutagênico.
III. Mutação é toda alteração do material genético que resulta sempre de segregação
ou recombinação cromossômica.

Material exclusivo para professores


IV. Mutações gênicas podem ser causadas por poluentes ambientais e provocar altera-
ções responsáveis pelo aparecimento de genótipos diferentes em uma população.
A alternativa que contém as afirmações corretas é:
a) I e III d) IV e III

conveniados ao Sistema de Ensino b) II e III


c) I, II e IV
e) III

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153 – Material do Professor 227

12. Uece – Uma mutação severa foi identificada numa família humana. As sequências de

BIOLOGIA 1B
bases nitrogenadas sem a mutação (normal) e com a mutação (sublinhada e marcada
com uma seta) estão representadas no quadro abaixo. Em ambas as sequências, estão
em destaque o sítio de início da tradução e a base alterada.

Sequência normal

...AUGACGGGCGACACACAGAGCGACUGGGACUGC...

Sítio de início da tradução

Sequência mutante

...AUGACGGGCGACACACAGAGCGACUGGAACUGC...

Tomando por base o quadro acima, que apresenta uma sequência sem mutação (nor-
mal) e uma sequência mutante de uma doença humana severa, assinale a opção que
corresponde ao ácido nucleico representado e ao número de aminoácidos codificados
pela sequência de bases entre o sítio de início da tradução e a mutação. 
a) DNA, 8
b) DNA, 24
c) RNA, 8
d) RNA, 24

13. USC-SP
Os avanços das tecnologias biomédicas apresentam grandes benefícios à população, po-
rém geram algumas situações preocupantes. Pesquisas comprovaram que crianças de até 15
anos, submetidas a doses de radiação provenientes de duas a três tomografias na região da
cabeça, podem triplicar os riscos de câncer no cérebro.
Disponível em: Ciência Hoje, n. 294, julho de 2012, p. 13. (Adaptado)

De acordo com o texto, pode-se afirmar que


a) todas as células expostas a qualquer tipo de radiação, independentemente do
tempo de exposição, sofrem mutação.
b) as células cerebrais, por não apresentarem mitoses após o nascimento, ficam muito
mais susceptíveis às radiações.
c) a probabilidade do câncer em células expostas à radiação aumenta devido à quan-
tidade e ao tempo de exposição.
d) todo exame que utilize qualquer fonte radioativa deveria ser evitado em qualquer
circunstância.
e) nenhuma das células existentes no cérebro é mielinizada, por isso elas ficam mais
expostas ao efeito da radiação.

14. Sistema Dom Bosco – As mutações podem afetar o material genético de uma gama
variada de células, afetando a produção de proteínas e consequentemente a vida des-
sas células. Entre elas, podemos citar a hemoglobina, que, ao sofrer diferentes tipos
de mutações, pode desenvolver tipos determinados de doenças. Cite duas doenças
que podem afetar a produção de hemoglobinas, a mutação que dá origem a elas e o
quadro desenvolvido pelos pacientes portadores dessas doenças.

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228 154 – Material do Professor

15. UFRGS – A sequência abaixo corresponde a um trecho de DNA específico que sofreu
BIOLOGIA 1B

uma mutação gênica por substituição de um nucleotídeo na 5ª posição.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
DNA Normal
T
3’
A C G T G G A C T G A G G A5’

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
DNA Mutante
T
3’
A C G A G G A C T G A G G A5’

RNAm: AUG = metilonina, CAC = histidina; CUC = leucina; CUG = leucina; ACU = treonina; CCU = prolina.

Sobre a mutação que ocorreu na sequência de DNA acima, é correto afirmar que:
a) Gera uma cadeia polipeptídica com um aminoácido a menos.
b) Aumenta o número de códons do RNAm.
c) É silenciosa, aumentando a variabilidade genética da espécie.
d) Altera o módulo de leitura do RNAm e o tamanho da proteína.
e) Causa a substituição de um aminoácido na proteína.

16. Udesc – Leia o texto a seguir:


Após anos e anos anunciando a descoberta de inúmeros genes disto ou daquilo, desde o
do câncer de mama até o da esquizofrenia e o da homossexualidade, não é de estranhar
que a imprensa tenha feito tanto barulho. Não é apenas a maioria dos jornalistas, mas
provavelmente a maior parte do público, que tem sua compreensão de genética moldada
pelo paradigma das síndromes genéticas, como a distrofia muscular de Duchenne. Segundo
esta visão simplista predominante, alterações discretas e localizadas na sequência de DNA,
por vezes de uma única“letra”na sequência correspondente aos aminoácidos de uma única
proteína, necessariamente acarretam efeitos devastadores sobre a saúde ou o desenvolvi-
mento da pessoa afetada, assim como de parte de sua descendência.
Analise as proposições segundo o texto:
I. As alterações na sequência de DNA, conforme citado no texto: por vezes de uma
única “letra”, são as chamadas mutações.
II. Na realidade, o autor comete um erro em seu texto, pois alterações de uma única
“letra” não podem provocar alterações nas proteínas.
III. Alterações nas sequências de DNA são ocasionadas por fatores físicos ou químicos.
IV. As chamadas síndromes genéticas, citadas pelo autor, ocorrem exclusivamente
pelo aumento ou diminuição no número de cromossomos nos indivíduos.
V. Contrariando o argumento do autor, os genes são determinísticos, ou seja, se um
indivíduo possuir um gene ele irá se manifestar na pessoa.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente I é verdadeira.
b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
c) Somente a afirmativa II é verdadeira.
d) Somente as afirmativas III e V são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.

17. Sistema Dom Bosco – Estudos genéticos realizados em 2013 com 803 pessoas
revelaram que existem 8 mutações de ponto no genoma que são responsáveis pela
coloração azul dos olhos e também pela pigmentação da pele.
Com base nessas informações, explique as vantagens evolutivas da mutação.

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155 – Material do Professor 229

ESTUDO PARA O ENEM

BIOLOGIA 1B
18. Enem C4-H13
Em um hospital, acidentalmente, uma funcionária ficou exposta a alta quantidade
de radiação liberada por um aparelho de raios X em funcionamento. Posteriormente,
ela engravidou e seu filho nasceu com grave anemia. Foi verificado que a criança
apresentava a doença devido à exposição anterior da mãe à radiação. O que justifica,
nesse caso, o aparecimento da anemia na criança?
a) A célula-ovo sofreu uma alteração genética.
b) As células somáticas da mãe sofreram mutação.
c) A célula gamética materna que foi fecundada sofreu uma mutação.
d) As hemácias da mãe que foram transmitidas à criança não eram normais.
e) As células hematopoiéticas sofreram alteração no número de cromossomos.

19. Sistema Dom Bosco C4-H16


Em 2013, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais descreveram uma nova
espécie de anta: a Tapirus kabomani, também conhecida como anta-pretinha. Ela se difere
da Tapirus terrestris (a anta brasileira) por ser menor, apresentar pelagem escura, testa larga
e crista sagital curta. Embora ambas sejam simpátricas, isto é, vivem no mesmo ambiente
(Amazônia), a anta pretinha é encontrada em campos abertos que possuem matas no en-
torno, enquanto a anta brasileira é encontrada nas regiões de mata densa. De acordo com
as análises genéticas realizadas, toda essa variação foi possível devido a sete mutações nos
genes responsáveis pela respiração celular.
Disponível em: <http://www.bioone.org/doi/abs/10.1644/12-MAMM-A-169.1>.
Acesso em: dez. 2018. (Adaptado)

Com base nessas informações e em seus conhecimentos, é possível afirmar:


a) As mutações produzem variações capazes de tornar organismos mais bem adap-
tados a um determinado hábitat.
b) As mutações não são passadas ao longo das gerações.
c) Mutações são fontes de variabilidade genética, produzindo somente doenças.
d) Mutações não são capazes de provocar divergência entre linhagens e, portanto,
não podem originar novas espécies.
e) Mutações acontecem uma única vez; portanto, os genes mutados que originaram
as características na anta-pretinha não podem ser alterados novamente.

20. Sistema Dom Bosco C4-H16


Em 2006, cientistas descobriram um dos achados mais raros: uma galinha com dentes. Mais
precisamente, dentes de crocodilo. Ao contrário do ditado popular “tão raro quanto uma
galinha com dentes”, os pesquisadores das Universidades de Manchester e Wisconsin dis-
seram ter encontrado uma mutação que ocorreu naturalmente em uma galinha chamada
Talpid, que possui uma arcada dentária completa.
Disponível em: <https://www.estadao.com.br/noticias/geral,cientistas-fazem-crescer-
dentes-em-galinha,20060222p61848>.

Com base nessas informações, marque a melhor alternativa:


a) Mutações ocorrem apenas através da substituição dos nucleotídeos.
b) Mutações promovem alterações no DNA, podendo originar novas características.
c) Inserir ou excluir nucleotídeos da sequência do DNA não gera mutações.
d) Mutações ocorrem apenas através de processos físicos e biológicos.
e) Mutações não são herdáveis.

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230 156 – Material do Professor

30 MUTAÇÕES
BIOLOGIA 1B

CROMOSSÔMICAS

A síndrome de Williams é uma desordem genética rara e de difícil diagnóstico


que afeta uma a cada 20 000 pessoas. Indivíduos com essa síndrome têm nariz
• Mutações estruturais pequeno e empinado, lábios volumosos e dentes pequenos. São identificados
• Mutações numéricas também outras alterações físicas, como fonte ampla, fissuras palpebrais curtas,
ponte nasal baixa, narinas antevertidas e, ao longo do desenvolvimento, eles podem
HABILIDADES apresentar ainda problemas nas articulações, baixo tônus muscular e dificuldade
• Compreender a importância na locomoção.
dos principais tipos de A presidente da Associação de Síndrome de Williams, da Espanha, diz que pes-
mutação cromossômica soas com essa condição têm um perfil psicológico social muito definido: são bastante
estrutural e numérica na extrovertidas e sociáveis, interagem melhor com adultos ou idosos e apresentam
vida dos organismos. um pouco de dificuldade para lidar com pessoas da mesma idade. Por terem hiper-
• Citar as principais sín- sensibilidade auditiva, sons do dia a dia, como o barulho do liquidificador, podem ser
dromes provocadas pelas insuportáveis para elas. A hipersensibilidade, no entanto, também lhes possibilita
mutações cromossômicas grande sensibilidade musical, desenvolvendo o ouvido absoluto, que é capacidade
estruturais e numéricas. de identificar ou reproduzir uma nota musical apenas pelo armazenamento da me-
• Compreender os efeitos mória auditiva.
causados pelas mutações Suas capacidades cognitivas são satisfatórias, principalmente no que se refere
cromossômicas numéricas à memorização de nomes, locais, pessoas, rimas e canções; seu desenvolvimento
na evolução dos seres motor é mais lento que o comum, tendo dificuldades em executar tarefas que exi-
vivos.
jam coordenação motora; a fala também é uma habilidade que se desenvolve mais
tarde, por volta dos 18 meses.
Essa síndrome é resultado de uma mutação cromossômica que acontece em
virtude da deleção de uma região do cromossomo 7, sendo impossível ser diagnos-
ticada em exames pré-natais.

GEORGE PIMENTEL/WIREIMAGE/GETTY IMAGES

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conveniados ao Sistema de Ensino A atriz e cantora canadense Gabrielle Marion Rivard tem a síndrome de Williams. Em 2013, ela interpretou o filme
Gabrielle, que conta a história de uma menina com essa condição.

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157 – Material do Professor 231

MUTAÇÕES ESTRUTURAIS

DESIGNUA/DREAMSTIME

BIOLOGIA 1B
Mutações são a fonte básica de variações, ou seja,
de novos alelos, levando a uma mudança na sequên-
cia de nucleotídeos no DNA de um organismo. Não
é possível prever com precisão quais segmentos de
DNA serão alterados. Nos seres pluricelulares, somen-
te mutações em linhagens de células que produzem
gametas podem ser transmitidas à prole. Nos animais,
a maioria das mutações ocorre em células somáticas,
que se perdem quando o indivíduo morre.
As mutações estruturais são aquelas que originam
alterações na estrutura dos cromossomos e podem
ser classificadas em: duplicações, deleções, inversões
e translocações.

DUPLICAÇÕES
Esse tipo de mutação ocorre quando fragmentos
dentro do cromossomo são duplicados. Acontece
principalmente durante o processo de permutação
(crossing-over), na meiose, e suas consequências não
são graves, uma vez que não há falta de informações Representação de um cromossomo normal (à esquerda) e de um que
sofreu duplicação (à direita). Elementos representados fora da escala de
genéticas, mas excesso de uma pequena região que tamanho. Cores fantasia.
foi duplicada.
Alguns exemplos de síndromes relacionadas a de-
DESIGNUA/DREAMSTIME

leções são: de Williams, de Prader-Willi, de Angelman


e do cri-du-chat.
A síndrome de cri-du-chat é ocasionada pela perda
do material genético do braço curto do cromossomo
5. As pessoas acometidas por ela emitem um ruído
característico quando crianças, em razão de alterações
nas pregas vocais. Por conta disso, a síndrome também
é denominada síndrome do miado do gato. Além dis-
so, retardo mental profundo também é característico
dessa anomalia.
A síndrome de Prader-Willi pode ocorrer em virtude
da deleção de parte do cromossomo 15 de origem pa-
terna, pela sua total ausência ou não funcionalidade, ou
em razão da duplicação do cromossomo 15 de origem
materna. A pessoa acometida por essa síndrome apre-
senta sintomas como problemas de comportamento,
Representação de um cromossomo normal (à esquerda) e de um que
sofreu duplicação (à direita). Elementos representados fora da escala de deficiência intelectual e baixa estatura, além de puber-
tamanho. Cores fantasia. dade atrasada e fome constante, o que desencadeia
a obesidade.
DELEÇÕES Caso as deleções ocorram no cromossomo 15 de
Esse tipo de mutação acontece quando um cromos- origem materna, promoverá o aparecimento da sín-
somo perde fragmentos de DNA, provocando perda drome de Angelman, que tem como sintomas incapa-
parcial ou completa de alguns genes. A mutação pode cidade de engatinhar ou balbuciar, fala mínima e risos
ser relativamente grave, podendo até mesmo levar à frequentes. A longo prazo, pode ocorrer incapacidade
morte do feto, dependendo da região em que ocorrer. de andar, mover-se ou equilibrar-se bem (ataxia).

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232 158 – Material do Professor

TRANSLOCAÇÕES

BENEDICTE DESRUS / ALAMY STOCK PHOTO


BIOLOGIA 1B

Esse tipo de mutação ocorre quando há trocas de


fragmentos entre cromossomos não homólogos. Des-
sa forma, não há perda de genes, apenas um rearranjo.
Dependendo de onde ocorrer, pode haver semieste-
rilidade.

DESIGNUA/DREAMSTIME
JANSON GEORGE/SHUTTERSTOCK

Representação de cromossomos normais (à esquerda) que sofreram


translocação (à direita). Elementos representados fora da escala de
tamanho. Cores fantasia.

Uma das causas da síndrome de Down é um tipo


específico de translocação denominada translocação
robertsoniana sofrido nos cromossomos dos pais.
O princípio da translocação robertsoniana é sua ocor-
Na primeira foto, rapaz com síndrome de Prader-Willi e, logo abaixo dela, rência entre dois cromossomos acrocêntricos que se
moça com síndrome de Angelman.
fundem perto ou mesmo no centrômero, resultando
na perda dos braços curtos dos cromossomos.
INVERSÕES Ocorre geralmente entre o cromossomo 21 e o
Esse tipo de mutação ocorre quando o fragmento
braço longo de um dos cromossomos acrocêntricos,
de um cromossomo se solta, sofre um giro de 180°
costumeiramente o 14 e o 22. O indivíduo com trans-
e reintroduz-se nele. Em geral, indivíduos que sofrem
locação terá uma cópia extra quase completa do cro-
esse tipo de mutação são normais, pois não há alte-
mossomo 21, unida geralmente ao cromossomo 14,
ração em seu conjunto gênico. Entretanto, se houver
aparentando fenótipo normal.
quebra de um gene, pode ser grave ou até mesmo
Entre os possíveis padrões de segregação para
fatal, dependendo da função do gene danificado.
originar gametas, pode acarretar a formação de um
gameta com apenas um cromossomo 21, um gameta
DESIGNUA/DREAMSTIME

com apenas um cromossomo 14 e um gameta com


três cópias do cromossomo 21. Este último, se for
fecundado, promoverá a síndrome de Down.
ZUZANA EGERTOVA / ALAMY STOCK PHOTO

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conveniados ao Sistema de Ensino
Representação de um cromossomo normal (à esquerda) e de um que
sofreu inversão (à direita). Elementos representados fora da escala de
tamanho. Cores fantasia.
Cariótipo de uma pessoa do sexo masculino com síndrome de Down.
Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

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159 – Material do Professor 233

LEITURA COMPLEMENTAR

BIOLOGIA 1B
Isocromossomos
Os isocromossomos são aqueles que

DESIGNUA/DREAMSTIME
perderam um dos braços e dupli-
caram o existente. Assim, ele tem
duas cópias de um braço e nenhu-
ma do outro. Esse tipo de mutação
é muito frequente em cromossomos
X e em bebês que manifestaram as
características da síndrome de Tur-
ner e da síndrome de Edwards, em
que há produção da cópia do bra-
ço longo do cromossomo. Embora
essa mutação possa ser originada
por divisão celular defeituosa, ela
também pode resultar de translo-
cações robertsonianas.
Os isocromossomos são aqueles que não têm um dos
braços e o outro é duplicado. Elementos representados
fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

MUTAÇÕES NUMÉRICAS
São aquelas em que há alteração na quantidade de cromossomos das células.
Em geral, podem ser divididas em euploidia e aneuploidia.

EUPLOIDIA
As alterações euploides envolvem alterações de conjuntos completos de cromos-
somos, sendo denominados poliploides. Por exemplo, um conjunto cromossômico
(n) nas células gaméticas humanas é igual a 23 cromossomos, sendo essas células
haploides (n=23). Entretanto, nas células somáticas, há 2 conjuntos de cromosso-
mos, totalizando 46 cromossomos (2n=46), sendo denominadas células diploides.
Se em organismos que têm um conjunto (n) igual a 4 cromossomos houver 12
cromossomos, isso significa que há três conjuntos de cromossomos naquela célu-
la (3n=12), o que é denominado triploidia. Se houver 16 cromossomos, 4n=16, é
chamado tetraploidia.

diploides triploide tetraploide

2n=6 = 2x (diploide) 2n=9 = 3x (triploide) 2n=12 = 4x (tetraploide)

cromossomos
homólogos

1 2 3 1 2 3 1 2 3

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Da esquerda para a direita: grupo diploide (2n=6), sendo o número cromossômico inicial n=3; grupo triploide
(2n=9); e grupo tetraploide (2n=12), os dois últimos derivados do grupo inicial. Elementos representados fora da
escala de tamanho. Cores fantasia.

conveniados ao Sistema de Ensino


As consequências da euploidia são muito graves, de forma que a maioria dos
organismos é abortada espontaneamente quando apresenta uma ploidia muito ele-
vada. Entretanto, é comum encontrar algumas espécies de plantas triploides e

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234 160 – Material do Professor

tetraploides inclusive gerando novas espécies, e, por isso, essas alterações não são
BIOLOGIA 1B

caracterizadas como anomalia nesses casos.


Há duas formas de poliploidia: a autopoliploidia e a alopoliploidia. A autopoliploi-
dia é o tipo de poliploidia no qual os conjuntos cromossômicos extras são derivados
da mesma espécie. Já a alopoliploidia é o tipo de poliploidia no qual os conjuntos
cromossômicos extras são derivados de espécies diferentes que em determinado
ponto se reproduziram, originando descendentes férteis que sobreviveram e pro-
pagaram os genes.
Ambos os casos podem ser uma forma de especiação, isto é, origem de novas
espécies. Estudos recentes, de 2018, realizados por Winterfield e colaboradores,
sugerem que as espécies de plantas do gênero Phalaris sp. (gramíneas) têm con-
junto cromossômico que varia entre 6 e 7, como consequência de translocações
nos genes de um ancestral 2n=14. Por meio de diversos cruzamentos entre outras
espécies com esse ancestral, novas espécies tetraploides teriam sido originadas.
Diversas plantas poliploides também têm sido desenvolvidas artificialmente e uma
grande variedade delas tem emprego comercial, como melancias, uvas e morangos.
Por meio dessas alterações numéricas, é possível criar plantas mais resistentes a
pragas, com produtividade mais alta e frutos maiores, sem sementes e doces.

ANEUPLOIDIA
Esse tipo de mutação ocorre quando afeta apenas um ou alguns cromossomos.
As aneuploidias resultam de distúrbios na meiose durante a formação dos gametas,
quando os pares dos cromossomos homólogos não se separam corretamente em
polos opostos durante a anáfase I ou o par de cromátides-irmãs não se separa na
anáfase II, resultando em gametas com um cromossomo a mais ou um a menos.
Assim, quando ocorrem esses erros, chamamos de não disjunção, eles podem ser
classificados em nulissomia, monossomia e trissomia.

Genitor

Meiose I não disjunção

Meiose II

Gametas

Fertilização com
gameta normal

Filho

Trissomia Monossomia Monossomia Trissomia

Material exclusivo para professores Nulissomia

conveniados ao Sistema de Ensino


Erros na meiose resultam em gametas aneuploides, podendo ocorrer trissomia, monossomia e nulissomia.
Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
Fonte: JORDE et al. Genética médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. p. 106.

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161 – Material do Professor 235

A nulissomia ocorre quando há perda de um par inteiro de cromossomos, sendo


representada por 2n22. Não há nenhum caso compatível com a vida na espécie

BIOLOGIA 1B
humana, ou seja, é inviável. Esse tipo de aneuploidia é originado por gametas que
não possuem nenhum cromossomo do par afetado.
A monossomia acontece quando há perda de um cromossomo do par de cro-
mossomos homólogos, restando apenas uma cópia do cromossomo especificado,
sendo representado por 2n21. Esse tipo de aneuploidia geralmente é originado da
fecundação de um gameta normal com outro que tem um cromossomo a menos.
Um exemplo de monossomia é a síndrome de Turner.
A trissomia ocorre quando há ganho de um cromossomo homólogo, resultando
em três cromossomos homólogos. Originada da fecundação de um gameta normal
com um gameta que tem um cromossomo a mais. Esse tipo de aneuploidia é re-
presentado por 2n11 e é bastante comum na espécie humana.

Classificação das mutações


autopoliploidia
euploidia poliploidia
alopoliploidia
Quanto ao
número de monossomia (2n21)
cromossomos aneuploidia trissomia (2n11)
nulissomia (2n22)

PRINCIPAIS ANEUPLODIAS HUMANAS


Há algumas trissomias que são graves em virtude das alterações que geram, por
exemplo, a síndrome de Patau (trissomia do cromossomo 13) e a síndrome de
Edwards (trissomia do cromossomo 18).

Síndrome de Down
Esta é uma das aneuploidias mais comuns e ocorre em razão da existência de
um cromossomo 21 a mais, sendo denominada também como trissomia do 21.
Pode ser representada por 47, XX121 ou 47, XY121. As principais características de
um indivíduo com essa síndrome são: retardo mental de severidade variável, fenda
palpebral oblíqua, orelhas com implantação baixa, prega palmar única, língua grossa,
entre outros. Os portadores dessa condição também apresentam malformações
cardíacas, distúrbios visuais e doenças respiratórias. Ela pode ser originada por meio
de translocações, conforme explicado anteriormente.
Diversos estudos já comprovaram que, quanto mais avançada a idade de uma
mulher, maior a chance de esta gerar uma criança com síndrome de Down. Entre-
tanto, com os avanços nos estudos nessa área, a conscientização da população e o
estímulo ao engajamento no mercado de trabalho, a expectativa de vida de pessoas
com síndrome de Down tem aumentado acentuadamente.
WESTEND61/GETTY IMAGES

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conveniados ao Sistema de Ensino Adolescente surfista com
síndrome de Down.

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236 162 – Material do Professor

Síndrome do triplo X Síndrome de Klinefelter


BIOLOGIA 1B

A síndrome do triplo X ou superfêmea é uma tris- Representada por 47, XXY, afeta apenas homens
somia representada por 47, XXX, em que há três cro- e se dá pela presença de um cromossomo X a mais,
mossomos X. É causada pela malformação gamética sendo uma trissomia dos cromossomos sexuais.
ou por erro no início do desenvolvimento embrionário. Geralmente, pessoas com essa síndrome são altas,
Mulheres com essa síndrome vivem normalmente e com membros longos, estéreis em razão da baixa
não costumam apresentar nenhum sintoma. produção de espermatozoides (oligospermia) e apre-
sentam mamas relativamente desenvolvidas (gine-
ZUZANA EGERTOVA / ALAMY STOCK PHOTO

comastia), além de retardo mental de nível variado.

ALILA07/DREAMSTIME
Cariótipo de uma portadora da síndrome do triplo X. Elementos
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Cariótipo de um homem com síndrome de Klinefelter. Elementos


Síndrome do duplo Y representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

A síndrome do duplo Y ou supermacho é uma trisso-


mia que ocorre nos cromossomos sexuais, em que há
Síndrome de Turner
duas cópias do cromossomo Y. É representada por 47,
Representada por 45, X0, é causada pela ausência
XYY. Pessoas com essa síndrome vivem normalmente,
de um cromossomo alossômico ou sexual X (monosso-
sem nenhum sintoma aparente, embora haja relatos de
mia) e afeta apenas mulheres. Em geral, pessoas com
elas serem bastante temperamentais, agindo agressi-
essa síndrome apresentam baixa estatura, puberdade
vamente ou de forma impulsiva.
atrasada, infertilidade e malformações cardíacas, além
de dificuldade de aprendizagem.
ZUZANAE/SHUTTERSTOCK

ZUZANAE/SHUTTERSTOCK

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino Cariótipo de um portador da síndrome do duplo Y. Elementos
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
Cariótipo de uma mulher com síndrome de Turner. Elementos
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

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163 – Material do Professor 237

LEITURA COMPLEMENTAR

BIOLOGIA 1B
Síndrome de Klinefelter, síndrome do supermacho e suas relações com o
déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e autismo
Pesquisadores da Universidade da Filadélfia, na Pensilvânia (EUA), realizaram um
experimento em 2012 com o objetivo de testar se crianças com as síndromes do duplo
Y e de Klinefelter, com idades entre 4 e 15 anos, são mais agressivas e impulsivas. Essa
hipótese sustentava-se devido às similaridades físicas, psíquicas e comportamentais
que os afetados pela doença apresentam.
Para isso, os pesquisadores realizaram diversos testes psicológicos, comportamentais
e intelectuais com 26 garotos com síndrome do duplo Y, 82 garotos com síndrome de
Klinefelter e 50 garotos normais. Como resultado, eles diagnosticaram que a maio-
ria dos garotos com síndrome do duplo Y apresentam dificuldades comportamentais
mais severas, sendo muito impulsivos e temperamentais. Meninos com síndrome de
Klinefelter também apresentaram comportamento difícil em menor grau quando com-
parado ao grupo citado anteriormente. Por fim, a maioria dos garotos com ambas as
síndromes apresentaram déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e algum nível de
autismo, o que pode representar alguma relação entre as síndromes e esses distúrbios
comportamentais.
Fonte: Behavioral and Social Phenotypes in Boys With 47, XYY Syndrome or 47, XXY Klinefelter Syndrome. Pediatrics.
Disponível em: <www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3356148/>. Acesso em: nov. 2018. (Adaptado)

LINDAYOLANDA/GETTY IMAGES

Indivíduos com a síndrome do duplo Y ou Klinefelter podem ter maior chance de desenvolver TDAH ou
autismo.

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conveniados ao Sistema de Ensino
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238 164 – Material do Professor

ROTEIRO DE AULA
BIOLOGIA 1B

MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS

Estruturais Numéricas

Duplicação Euploidia

Deleção Poliploidia

Síndrome de Williams Autopoliploidia


Especiação

Síndrome de Prader-Willi Alopoliploidia

Síndrome de Angelman Triploidia (3n)

Inversão Tetraploidia (4n)

Translocação Aneuploidia

Síndrome de Down Nulissomia

Monossomia

Síndrome de Turner

Trissomia

Síndrome de Down

Síndrome de Klinefelter

Material exclusivo para professores Síndrome do triplo X

conveniados ao Sistema de Ensino Síndrome do duplo Y

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165 – Material do Professor 239

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

BIOLOGIA 1B
1. Sistema Dom Bosco – A figura a seguir representa um 3. Cefet-MG (adaptada) – Analise a imagem a seguir do
tipo de mutação estrutural, responsável por síndromes cariótipo de um indivíduo que apresenta uma anomalia.
como a de Prader-Willi e a de Williams.
Com base nessas informações e em seus conhecimen-
A B C D E F G H tos, cite a causa dessa anomalia.

ZUZANA EGERTOVA / ALAMY STOCK PHOTO


A B C D E F G H

A B C D E F G H

Essa mutação é denominada:


a) duplicação
O cariótipo do indivíduo tem 3 cromossomos 21, característica da sín-
b) deleção
c) inversão drome de Down. Tal anomalia é causada pela ausência de disjunção
d) translocação
A região do gene “F” foi excluída. Logo, trata-se de uma deleção. cromossômica na meiose.

2. UFSM-RS – Uma senhora está grávida e deseja adquirir


conhecimento a respeito da saúde do seu futuro bebê.
Após um exame, ela fica sabendo que seu filho terá
uma mutação cromossômica.

Célula em anáfase

4. Sistema Dom Bosco – Entre as aneuploidias, existem


alguns tipos em que pode ocorrer a formação de uma
1 2 célula que apresenta apenas um cromossomo sem o
seu par, ou apresenta um cromossomo a mais, além
do par de homólogos. Existe também outra forma na
qual um gameta pode ter um par de determinado cro-
Divisão celular
mossomo ausente, sendo inviável à vida.
Com base nessas informações e em seus conhecimen-
tos, marque a alternativa que apresente os respectivos
nomes dessas aneuploidias.
a) Monossomia, nulissomia e trissomia.
As mutações cromossômicas que correspondem ao b) Monossomia, trissomia e nulissomia.
resultado da divisão celular em 1 e 2 são, respectiva-
mente: c) Trissomia, monossomia e nulissomia.
d) Trissomia, nulissomia e trissomia.
a) trissomia-monossomia
e) Nulissomia, trissomia e monossomia.
b) diploidia-haplodia Uma célula que apresenta um único cromossomo sem seu par homó-

Material exclusivo para professores


c) triploidia-haploidia logo é um exemplo de monossomia; uma célula que apresenta um par
de homólogos e um terceiro também homólogo é um caso denominado
d) tetrassomia-trissomia trissomia, e uma célula que apresenta um par de homólogos ausente
e) trissomia-diploidia é um exemplo de nulissomia.

conveniados ao Sistema de Ensino


Na célula 1, ocorre trissomia, enquanto na célula 2 acontece uma mo-
nossomia, uma vez que há um cromossomo sem par.

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240 166 – Material do Professor

5. Uepa – As mutações são alterações na expressão indi- d) Down corresponde à II e III; Turner corresponde à I
BIOLOGIA 1B

vidual dos genes e alterações que envolvem o número e V; Klinefelter corresponde à III e IV.
ou a estrutura dos cromossomos. Existem no ambiente e) Down corresponde à IV e V; Turner corresponde à III;
alguns fatores que provocam mutações, dentre eles Klinefelter corresponde à I e II.
estão as radiações e algumas substâncias químicas.
Por outro lado, ocorrem mutações cromossômicas que Síndrome de Down ocorre por trissomia, apresentando cariótipo 47, XX
ou 47, XY. Síndrome de Turner é uma monossomia, tendo apenas um
podem ser causadas por defeitos na estrutura do cro-
cromossomo X, com cariótipo 45, X0. Síndrome de Klinefelter é uma
mossomo ou por variação no número destes. Dentre trissomia dos cromossomos sexuais, apresentando um X a mais, e
estas últimas, destacam-se as síndromes de Down, seu cariótipo é 47, XXY.
Klinefelter e Turner.
6. PUC-PR (adaptada) – Algumas mutações genéticas,
Sobre as síndromes mencionadas no texto, são feitas como a síndrome de Down, ocorrem quando um seg-
as seguintes afirmativas: mento de um cromossomo se prende a outros cromos-
I. A trissomia do cromossomo 21 ocorre em indivíduos somos, que não o seu homólogo. Assim, não neces-
que possuem um cromossomo autossômico a mais. sariamente a síndrome de Down é causada por uma
II. É caracterizada pela ausência de um cromossomo trissomia livre do cromossomo 21, mas também pode
alossômico, possuindo apenas um cromossomo X. ser causada por um outro processo específico. Cite que
processo é esse e como ele acontece.
III. Ocorre tanto nos homens como nas mulheres, cujos
cariótipos são representados respectivamente por A síndrome de Down pode ocorrer por translocação, de forma que parte
47, XY e 47, XX.
IV. Ocorre no par sexual e atinge os indivíduos do sexo do cromossomo 21 se liga geralmente ao cromossomo 14.
masculino portadores de dois cromossomos X e
um Y.
V. Ocorre no par sexual e afeta indivíduos do sexo fe-
minino, cujo cariótipo é representado por 45, X0.
A alternativa que indica as características correspon-
dentes às síndromes mencionadas no texto é:
a) Down corresponde à I e III; Turner corresponde à II
e V; Klinefelter corresponde à IV.
b) Down corresponde à I e V; Turner corresponde à III
e IV; Klinefelter corresponde à II e III.
c) Down corresponde à III e IV; Turner corresponde à II
e III; Klinefelter corresponde à V.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. UPF-RS (adaptada) – Considere o cariótipo humano c) Apresenta um caso de alteração cromossômica nu-
apresentado na figura abaixo. Assinale a única alterna- mérica classificada como euploidia.
tiva que contém informações corretas sobre ele. d) Pertence a um portador de trissomia autossômica,
causada por erro na segregação cromossômica du-
KATERYNA KON/SHUTTERSTOCK

rante a meiose.
e) Refere-se a um indivíduo haploide, devido à ausência
do cromossomo Y.

8. UFRGS (adaptada) – Uma mulher com cariótipos 47,


XXX tem cariótipo anormal. Essa anomalia
a) é um triploidia.
b) é uma aneuploidia autossômica.
c) pode ter origem no gameta paterno.
d) caracteriza-se pela presença de um cromossomo Y.
e) causa alterações somente em genes exclusivos do
sexo feminino.

9. FGV (adaptada) – As células numeradas de 1 a 4 da


figura representam gametas masculinos resultantes
de uma divisão meiótica anômala em que não ocorreu

Material exclusivo para professores


disjunção dos cromossomos homólogos vermelhos na
anáfase I. As células numeradas de 5 a 8 da figura repre-
sentam gametas masculinos resultante de outra divisão
meiótica anômala em que não ocorreu disjunção das
a) Refere-se a um indivíduo triploide, do sexo feminino.

conveniados ao Sistema de Ensino


cromátides vermelhas na anáfase II. Os cromossomos
b) Pertence a um portador de uma trissomia, a qual azuis representam o processo sem anomalias em todos
ocorre apenas em indivíduos do sexo feminino. os demais pares de cromossomos humanos.

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célula-mãe dos

BIOLOGIA 1B
gametas

não disjunção na primeira não disjunção na segunda


divisão meiótica divisão meiótica

anáfase I anáfase I

anáfase II anáfase II

gametas gametas

1 2 3 4 5 6 7 8

É correto afirmar que os gametas indicados pelos números:


a) 1, 2 e 6, ao fecundarem ovócitos normais, formarão pessoas com 47 cromossomos,
portadoras de uma nulissomia.
b) 3, 4 e 5, ao fecundarem ovócitos normais, formarão pessoas com 48 cromossomos,
portadoras de uma tetrassomia.
c) 7 e 8, ao fecundarem ovócitos normais, formarão pessoas com 45 cromossomos,
portadoras de uma monossomia.
d) 1, 2 e 6, ao fecundarem ovócitos normais, formarão pessoas com 46 cromossomos,
não portadoras de síndromes cromossômicas.
e) 3, 4 e 5, ao fecundarem ovócitos normais, formarão pessoas com 47 cromossomos,
portadoras de uma trissomia.

10. Sistema Dom Bosco – O esquema a seguir representa um tipo de mutação cro-
mossômica.

A A
B B
Cromossomo I C C
D
E D D
E E
X
X Y
Cromossomo II Y Z
Z

a) Essa mutação é estrutural ou numérica? Justifique.

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b) Cite o nome desse tipo de mutação e dê um exemplo 13. UFC-CE (adaptada) – Um cientista realizou um ex-
BIOLOGIA 1B

de anomalia humana que ocorre dessa forma. perimento para compreender o aparecimento de uma
alteração no tamanho reduzido de uma das asas de um
lote de insetos polinizadores. O pesquisador constatou
que um dos cromossomos não homólogos dos animais
com a asa modificada apresentava pedaços de um outro
cromossomo ligado a ele, o que sugere ser o motivo da
alteração do tamanho da asa. Esse tipo de aberração
estrutural é denominado
11. Sistema Dom Bosco – A figura a seguir representa a) inversão.
um cromossomo que sofreu uma mutação estrutural. b) deleção.
c) duplicação.
a b c d e f g d) recombinação.
e) translocação.

14. Ufal (adaptada) – O esquema a seguir representa um


a b c d e e f g cromossomo comum que sofreu um tipo de mutação
estrutural.
Marque a alternativa correspondente em relação ao
tipo dessa mutação. a b c d e f g
a) inversão
b) duplicação
c) deleção
d) translocação a b c e d f g
e) monossomia

12. Unichristus-CE – O ideograma a seguir refere-se a uma Cite o tipo de mutação ocorrida.
síndrome cuja alteração apresenta

15. Unifenas-MG – A meiose é um processo minucioso


que envolve certa complexidade. Condições errôneas
1 2 3 4 5 na disjunção dos cromossomos homólogos durante a
meiose I ou situações atípicas que envolvam as cro-
mátides-irmãs ao longo da meiose II levam à formação
de gametas com número anormal de cromossomos.
6 7 8 9 10 11 12 Assim, quando o zigoto é proveniente da fecundação
de um dos gametas anormais, ele será portador de
alterações cromossômicas numéricas. Em contrapar-
tida, há novos desafios impostos à Biologia Celular na
supressão de certas anomalias decorrentes de disfun-
13 14 15 16 17 18 ções arraigadas aos componentes celulares imersos
ao citosol.
Utilizando os conhecimentos básicos sobre os assuntos
supracitados, analise as proposições abaixo indicando
a alternativa incorreta:
19 20 21 22 X/Y a) Na síndrome de Klinefelter, as células dos indivíduos
têm dois cromossomos X e um Y e são todos do
sexo masculino. Sinais clínicos: testículos pequenos,
a) um cromossomo autossômico a mais quando com-
parado ao cariótipo masculino considerado normal. ausência de espermatozoides e em alguns casos,
mamas mais evidentes.
b) dois cromossomos alossômicos a mais quando com-
parado ao cariótipo feminino considerado normal. b) Os telômeros estabilizam as pontas dos cromosso-
mos, limitando o número de divisões celulares. A

Material exclusivo para professores


c) um cromossomo alossômico a mais quando com- cada divisão, os telômeros encurtam-se. Se o pro-
parado ao cariótipo masculino considerado normal. cesso exceder um ponto crítico, o cromossomo se
d) um cromossomo autossômico a menos quando com- torna instável e é degradado; o encurtamento pode
parado ao cariótipo feminino considerado normal. contribuir para o envelhecimento. Em certos tipos

conveniados ao Sistema de Ensino


e) dois cromossomos alossômicos a menos quando de células sujeitas a frequentes divisões celulares,
comparado ao cariótipo masculino considerado a enzima telomerase repõe as pontas dos cromos-
normal. somos, impedindo sua redução.

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169 – Material do Professor 243

c) Na síndrome de Edwards, as células dos indivíduos a) A deleção ocorre quando há inserção de um pedaço

BIOLOGIA 1B
têm apenas o cromossomo X. São, portanto, mulhe- de um cromossomo em outro cromossomo.
res. São caracterizadas por baixa estatura; ovários b) A translocação ocorre quando um cromossomo pos-
não funcionais; pescoço curto e largo; anomalias sui um pedaço deletado.
renais.
c) A inversão ocorre quando um cromossomo sofre
d) Certas enzimas dos peroxissomos são catalizado- um giro de 180 graus, soldando-se invertido no cro-
ras das primeiras reações envolvidas na síntese da mossomo.
classe mais abundante de fosfolipídios da bainha de
mielina das células nervosas, fundamental para o d) A duplicação ocorre quando um cromossomo é du-
bom funcionamento dos neurônios. Deficiências nes- plicado, gerando uma trissomia.
sas enzimas e desordens que possam ocorrer nos e) A síndrome de Turner ocorre devido a alterações cro-
peroxissomos levam a doenças neurológicas graves, mossômicas estruturais.
como adrenoleucoditrofia.
e) A doença de Tay-Sachs é hereditária e decorre prin- 17. Acafe-SC (adaptada) – As aberrações cromossômicas
cipalmente do mau funcionamento das enzimas dos são alterações estruturais (perda de pedaços ou inver-
lisossomos das células nervosas do cérebro. Trata- sões) ou alterações numéricas (falta ou excesso) de cro-
-se de deficiência notabilizada por lesões graves e mossomos nas células. Essas alterações podem levar
irreversíveis, determinando retardo mental e morte o desenvolvimento de algumas síndromes, ou mesmo
ainda na infância. à inviabilização do desenvolvimento embrionário. Uma
síndrome conhecida é aquela na qual indivíduos nascem
16. UEPG-PR (adaptada) – A permutação é um processo com uma monossomia de cromossomo X, ou seja, com
que permite a recombinação entre os genes, aumentan- cariótipo 45, X0. Qual é o nome dessa síndrome?
do a variabilidade genética das populações. O aumento
da variabilidade genética pode ocorrer por mudanças
estruturais nos cromossomos, chamadas mutações
cromossômicas estruturais. A respeito dessas infor-
mações, marque a alternativa correta:

ESTUDO PARA O ENEM


18. Enem C5-H17 e fez com que ele cobrisse o cromossomo extra, culminan-
A cariotipagem é um método que analisa células de do em seu “desligamento”, que, por sua vez, interrompeu
um indivíduo para determinar seu padrão cromossô- o desenvolvimento anômalo da célula.
mico. Essa técnica consiste na montagem fotográfica, Fonte: Revista Galileu. Disponível em: <http://revistagalileu.globo.
em sequência, dos pares de cromossomos e permite com>. Acesso em: dez. 2018.
identificar um indivíduo normal (46, XX ou 46, XY) ou
Sobre essa síndrome, é correto afirmar:
com alguma alteração cromossômica. A investigação
do cariótipo de uma criança do sexo masculino com a) Pessoas com síndrome de Down possuem cariótipo
alterações morfológicas e comprometimento cognitivo 45, XX ou 45, XY.
verificou que ela apresentava fórmula 47, XY 1 18. b) A síndrome de Down é um tipo de monossomia.
A alteração cromossômica da criança pode ser classi- c) Esse procedimento pode ser a cura para monossomias.
ficada como: d) Esse procedimento pode ser a cura para a síndrome
de Turner.
a) estrutural, do tipo deleção.
e) Esse procedimento pode ser a cura para as síndro-
b) numérica, do tipo euploidia.
mes de Edwards, Patau e triplo X.
c) numérica, do tipo poliploidia.
d) estrutural, do tipo duplicação. 20. Sistema Dom Bosco C5-H17
e) numérica, do tipo aneuploidia. A síndrome de Prader-Willi é uma doença genética causada
geralmente pela exclusão de uma parte do cromossomo 15
19. Sistema Dom Bosco C5-H17 transmitido pelo pai. Os sintomas mais comuns da síndrome
Pesquisadores foram capazes de neutralizar o cromossomo de Prader-Willi são problemas de comportamento, deficiência
extra responsável por causar a síndrome de Down em cé- intelectual e baixa estatura. Os sintomas hormonais incluem
lulas humanas isoladas. O resultado do experimento, ape- puberdade atrasada e fome constante, levando à obesidade.
sar de estar longe de ser aplicado em humanos, representa Não há cura para a síndrome de Prader-Willi, mas muitos
um avanço na construção de um possível tratamento. O pacientes são beneficiados com uma dieta supervisionada.
estudo, publicado na revista Nature, foi feito por cientis- Alguns sintomas podem ser tratados com terapia hormonal.
tas da Universidade de Massachusetts, nos EUA. De acor- Sobre essa síndrome, é correto afirmar:
do com o relatório, neutralizando o defeito genético em
questão, padrões anormais do crescimento celular, carac- a) É provocada por inversão cromossômica.

Material exclusivo para professores


terísticos do Down, foram normalizados (...). Os cientistas b) Não é passada para as próximas gerações.
usaram, então, um procedimento chamado de ‘ediçaõ de c) Embora promova obesidade, não há relação com
genoma’ que, como em um texto de computador, permi- doenças cardiovasculares.
te que o DNA seja ‘copiado e colado’. Com a técnica, eles d) Trata-se de uma mutação numérica por conta de uma

conveniados ao Sistema de Ensino


fizeram, com que, um gene chamado XIST ficasse sobre inversão.
o cromossomo extra em células isoladas de pessoas com e) Trata-se de uma mutação estrutural por conta de
Down. Quando colocado neste lugar, o gene ativou o RNA uma deleção.

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244 170 – Material do Professor

31 PRIMEIRA LEI DE MENDEL E


BIOLOGIA 1B

NOÇÕES DE PROBABILIDADE

Ter cabelos coloridos é uma prática comum no cotidiano e um sucesso no mundo


da moda. Muitos youtubers aderiram às diferentes possibilidades de cores, que vão
• Mendel e a ideia do gene desde o platinado até o rainbow hair, uma mistura de várias cores ao longo dos fios.
• Relação entre a meiose e a

YURICAZAC/SHUTTERSTOCK
primeira lei de Mendel
• Cruzamento-teste e retro-
cruzamento
• Noções básicas de proba-
bilidade

HABILIDADES
• Aprender os passos do
método científico.
• Compreender a primeira lei
de Mendel para a Genética
nos tempos atuais.
• Entender as diferenças
entre cruzamento-teste e
retrocruzamento.
• Resolver questões
mendelianas por meio de
conceitos estatísticos.

Apesar da diversidade de cores que podemos usar para essa finalidade, a maioria
delas não é natural do ser humano. Sabemos que são artificiais ao conhecer a cor
natural dos cabelos das pessoas, por exemplo: preto, castanho, ruivo, loiro e branco,
mas não rosa ou azul, já que essas cores não são típicas de nossa espécie, ou seja,
não são hereditárias.
Até meados do século XVIII, acreditava-se que o DNA dos pais se misturava de
maneira semelhante ao que ocorre com as cores azul e amarela, que resultam na
cor verde. Com base nessa ideia, foi proposta uma hipótese de mistura que defendia
que, ao longo das gerações, os indivíduos que se reproduziam davam origem a bebês
com os mesmos traços genéticos que os seus pais. Com o avanço da genética, as
falhas dessa hipótese foram expostas. Embora pais com cabelos pretos não gerem
filhos com cabelos roxos, essas crianças podem nascer loiras.

Material exclusivo para professores


A explicação para o mecanismo responsável por essa possibilidade pode ser a
hipótese da herança particulada, que propõe que os genes contêm características
particulares, que são transmitidas pelos pais. Para explicar como os genes são
embaralhados e transmitidos ao acaso, em vez de estabelecer um paralelo entre as

conveniados ao Sistema de Ensino


características e as cores, é mais adequado fazer uma comparação com um baralho.
Como em um jogo de cartas, os genes são passados adiante de maneira aleatória
para cada geração, resultando em diferentes possibilidades de características.

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171 – Material do Professor 245

MENDEL E A IDEIA DO GENE Ao retornar ao mosteiro, em 1854, Mendel lecionou


na escola local, onde teve seguidores interessados

BIOLOGIA 1B
Os conhecimentos acumulados pela Genética resul- em suas pesquisas científicas e em aprender o cultivo
tam da colaboração de muitos cientistas e outros es- de plantas. Com o objetivo de compreender como os
tudiosos de diferentes épocas. Entre eles, um ganhou caracteres – por exemplo, as cores e o formato das
destaque enquanto estudava no jardim de um mosteiro flores e das sementes – eram transmitidos a cada ge-
de Brno, na Áustria (atualmente, a cidade faz parte ração de plantas, ele iniciou seus experimentos, por
da República Tcheca), reunindo e quantificando dados volta de 1857, com as árvores frutíferas do mosteiro.
que resultariam em leis da Genética com seu nome. No entanto, viu que demoraria muito tempo para ana-
Trata-se do monge e cientista Gregor Johann Mendel lisar essas características em árvores, e substituiu por
(1822-1884), que desenvolveu as bases da Genética ervilhas, em decorrência de seu fácil cultivo, gerações
moderna, possibilitando à sociedade compreender curtas e caracteres com grande diversidade e de fácil
como a hereditariedade influencia a transmissão de reconhecimento. Além disso, o cruzamento pode ser
características. controlado e feito artificialmente polinizando-se ma-
nualmente as flores.
GL ARCHIVE / ALAMY STOCK PHOTO

K.VILKAS
Gregor Johann
Mendel, monge
agostiniano e cientista.

Mendel morava com seus pais na área rural, onde


teve treinamento agrícola, além da educação básica. Ervilhas da espécie Pisum sativum.
Na adolescência, sofreu com doenças e dificuldades
financeiras, tendo como principal possibilidade de de- Cruzando as ervilhas, Mendel descobriu os princí-
senvolvimento intelectual o ingresso no mosteiro dos pios básicos da hereditariedade, desenvolvendo sua
agostinianos, no qual foi aceito em 1843. Entre 1851 teoria antes mesmo de os cromossomos serem ob-
e 1853, o então monge deixou o mosteiro para estu- servados ao microscópio e terem seu comportamento
dar História Natural na Universidade de Viena, sendo compreendido. A hipótese da herança particulada pro-
bastante influenciado por dois professores: o botânico posta por ele levou à ideia de estruturas ligadas aos
Franz Unger, que aprimorou os conhecimentos agríco- gametas que portavam as características parentais,
las de Mendel e despertou seu interesse por causas os fatores mendelianos, atualmente denominados de
referentes às variações das plantas, e o físico Christian genes.
Doppler, que o treinou para explicar os fenômenos na- Apesar de suas grandes descobertas, Mendel foi
turais por meio da Matemática. As instruções recebidas deixando-as de lado em razão das atividades adminis-
desses dois professores foram cruciais para, mais tar- trativas do mosteiro, que tomavam seu tempo. Morreu
de, o cientista desenvolver seus experimentos. em 1884, sem receber nenhum reconhecimento em
vida por seus estudos, que passaram despercebidos
VOLODYMYR DVORNYK

pela comunidade científica até o início do século XX,


quando foram retomados e confirmados por três cien-
tistas de maneira independente.

O EXPERIMENTO DE MENDEL: LEI DA

Material exclusivo para professores SEGREGAÇÃO INDEPENDENTE


Em sua época, Mendel não foi o único a realizar ex-
perimentos para descobrir como as características são

conveniados ao Sistema de Ensino


transmitidas ao longo das gerações, mas foi ele quem
obteve sucesso em razão de sua metodologia científica
Mosteiro agostiniano em Brno que, atualmente, é o Museu Mendel. e do objeto de estudo escolhido para os experimentos:

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246 172 – Material do Professor

as ervilhas. Essa planta tem flores com estruturas masculinas e femininas, o que
BIOLOGIA 1B

possibilita a autopolinização. Isso permitiu que Mendel, ao retirar a parte masculina


da flor, controlasse o mecanismo de fertilização.

Carpelo
Estames
(aparelho
removidos
reprodutor
feminino)

Estames
(aparelho
reprodutor
masculino)

Pólens são coletados Pólens são transferidos, com a ajuda de


do aparelho reprodutor um pincel, para o aparelho reprodutor
masculino. feminino de outra planta.

Representação ilustrativa de como Mendel realizava o cruzamento entre as flores das ervilhas. Elementos
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Na primeira etapa de seu experimento, Mendel avaliou a herança das caracte-


rísticas fáceis de serem diferenciadas: flores púrpuras ou brancas, sementes ama-
relas ou verdes, flores axiais ou terminais, sementes lisas ou rugosas, entre outras
características. Esses aspectos fizeram parte dos seus estudos como resultado dos
cruzamentos. Para isso, utilizou variedades puras, que, após muitas gerações de
autopolinização, produziram a mesma variedade das plantas parentais.
Assim, ele iniciou os experimentos com o cruzamento entre vegetais com semen-
tes amarelas e verdes, chamando essa geração de parental (P). Esse cruzamento
é chamado de hibridização.

Geração P: semente verde 3 semente amarela

Por meio da fecundação cruzada da geração parental, obteve a primeira geração


de descendentes, denominada geração F1, em que todas as sementes eram ama-
relas, sem ocorrência da coloração verde. Portanto, ele denominou a cor amarela
como uma característica dominante.

F1: 100% de semente amarelas

Material exclusivo para professores O próximo passo foi realizar o autocruzamento (autopolinização) entre indivíduos
da geração F1 (amarela 3 amarela), originando a geração F2. Ele observou que, em

conveniados ao Sistema de Ensino


F2, a quantidade de sementes amarelas era maior que a de verdes – aproximada-
mente, três amarelas para cada verde (3:1). Como as plantas com sementes verdes
apareceram em menor número, denominou essa característica como recessiva.

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173 – Material do Professor 247

F1 3 F1: semente amarela 3 semente amarela

BIOLOGIA 1B
F2: sementes amarelas e semente verde

Com base nos resultados desse experimento, Mendel conseguiu corroborar sua
hipótese de que havia fatores responsáveis pelas características que eram passadas
às próximas gerações. O fator responsável pela característica dominante foi passado
para a próxima geração, inibindo a característica recessiva, como visto nas plantas
F1, mesmo não sendo expressas. O fator responsável pela característica recessiva
foi passado para a geração seguinte, que, ao se unir com outro fator recessivo,
expressou o que foi visto na geração F2.
Mendel sugeriu que, para cada característica referente à cor da semente, havia
dois fatores – A e a –, em que plantas amarelas seriam AA e plantas verdes, aa.
Na geração parental, foram cruzadas plantas puras de sementes amarelas (AA)
com plantas puras de sementes verdes (aa). Como um fator segrega independen-
temente em um gameta e encontra outro fator na produção de um novo indivíduo, a
geração F1 terá fatores Aa, apresentando a cor amarela, por ser uma característica
dominante. Com o autocruzamento da geração F1, a geração F2 apresenta o genótipo
AA, Aa, aA e aa, que resulta no fenótipo amarelo (A_) ou verde (aa).

Geração P
Sementes amarelas 3 Sementes verdes

AA aa

A Gametas a

Fecundação

F1 Sementes amarelas (100%) Aa

F1 Aa Aa

A ou a A ou a

AA Aa Aa aa

Material exclusivo para professores


F2 Sementes amarelas (75%) Sementes verdes (25%)
Esquema dos resultados obtidos por Mendel em seu experimento. Elementos representados fora da escala de
tamanho. Cores fantasia.

conveniados ao Sistema de Ensino


Observando a coloração das sementes, a proporção fenotípica na geração F1 é
de 100% de sementes amarelas, e a proporção genotípica é de 100% de Aa, isto é,
100% de heterozigotos. Na geração F2, a proporção fenotípica é de ¾ de sementes

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248 174 – Material do Professor

amarelas e ¼ de sementes verdes, enquanto a proporção genotípica é de ¼ AA


BIOLOGIA 1B

(homozigotos dominantes), ½ de Aa (heterozigotos) e ¼ de aa (homozigotos


recessivos). Por se tratar de apenas uma característica, dizemos que se trata de
um caso de monoibridismo.
Assim, foi formulada a primeira lei de Mendel: todas as características são
condicionadas por pares de fatores que se separam na formação dos gametas, indo
um fator do par para cada gameta, que é, portanto, puro.
Sabendo a composição genética dos indivíduos, pode-se predizer a composição
dos alelos de sua descendência por meio do quadro de Punnett, esquema desenhado
manualmente. No quadrado, as letras maiúsculas representam os alelos dominantes
e as minúsculas, os alelos recessivos. Cruzando os gametas (Aa 3 Aa), obtêm-se,
na F2, três plantas amarelas (AA e Aa) e uma planta verde (aa).
Gametas

A a

A AA Aa
Gametas Descendentes
a Aa aa

Para verificar a constância dessa proporção na F2, Mendel estudou outros seis
caracteres hereditários, cada um representado por duas características diferentes,
obtendo sempre a mesma proporção: 3:1.

Caracter
Dominante Recessivo
estudado

Forma da Lisa Rugosa


semente

Cor do
tegumento da Colorida Branca
semente

Com
Forma da vagem Lisa
constrições

Cor da vagem Verde Amarela

Posição da flor Axial Terminal

Material exclusivo para professores Altura do caule Alto Baixo

conveniados ao Sistema de Ensino Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

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175 – Material do Professor 249

RELAÇÃO ENTRE A MEIOSE E A PRIMEIRA

BIOLOGIA 1B
LEI DE MENDEL
Em 1910, o zoólogo e geneticista Thomas Morgan (1856-1945) e colaboradores
formularam a teoria cromossômica de herança, segundo a qual os genes são encon-
trados em locais específicos nos cromossomos e a meiose pode explicar as leis de
Mendel. Assim, eles identificaram que os gametas têm metade dos cromossomos e
que estes se unem durante a fecundação, originando um zigoto. Para compreender
melhor essa teoria, imagine uma célula com um par de cromossomos homólogos, com
determinado par de alelos. Ao final da meiose, são originadas quatro células haploides
(gametas), cada um com um alelo que foi separado ao longo da divisão celular.

célula diploide
gametas
a a a a

A a a
a A A

duplicação e emparelhamento dos gametas


homólogos
A A A A

início da meiose final da meiose I final da meiose II

Esquema simplificado da meiose de uma célula com cromossomos homólogos, com um par de alelos em destaque. Elementos representados fora da
escala de tamanho. Cores fantasia.

CRUZAMENTO-TESTE E RETROCRUZAMENTO
O cruzamento-teste é utilizado na determinação do genótipo de indivíduos
que apresentam fenótipo dominante, uma vez que eles podem ser homozigotos ou
heterozigotos. Para descobrir o genótipo, os pesquisadores cruzam esse indivíduo
com outro que apresente característica recessiva. Assim, se o indivíduo em análise
for homozigoto dominante, toda a sua prole terá a característica dominante, sendo
heterozigota. Por exemplo, suponha que a característica em questão sejam as péta-
las vermelhas de uma flor (dominante representada pelo genótipo V_) e as pétalas
brancas (recessiva representada pelo genótipo vv). No cruzamento, temos:

V_ 3 vv
(vermelha) (branca)

Caso a planta com pétalas vermelhas seja homozigota dominante, toda a prole
obrigatoriamente terá pétalas vermelhas.

VV 3 vv
100% Vv
(100% vermelhas e heterozigotas)

Caso a planta com pétalas vermelhas seja heterozigota, 50% de sua prole terá

Material exclusivo para professores


pétalas vermelhas e 50% terão pétalas brancas.

Vv 3 vv

conveniados ao Sistema de Ensino


1/2 Vv e 1/2 vv
(50% vermelhas e 50% brancas)

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250 176 – Material do Professor

O retrocruzamento refere-se ao acasalamento de Quando o valor mínimo de probabilidade de ocorrên-


BIOLOGIA 1B

indivíduos da geração F1 com um dos seus parentais cia do evento é zero, isso quer dizer que é impossível
ou com indivíduos com o mesmo fenótipo que seus ele acontecer. Por exemplo, qual é a possibilidade de se
parentais. tirar o número 8 ao jogar um dado de 6 lados numerado
de 1 a 6? Não existe face com o número 8, portanto,

NOÇÕES BÁSICAS DE P(8) 5 0/6 5 0. Por outro lado, quando o valor de pro-
babilidade de ocorrência do evento é 1, significa que há
PROBABILIDADE 100% de chance de tal evento acontecer. Por exemplo,
qual é a probabilidade de o número obtido ser menor
Os resultados dos experimentos, em geral, são que 10 ao se jogar um dado de 6 lados? Como há
corroborados por dados estatísticos, utilizando prin- 6 lados no dado em questão, há 6 números, e todos
cipalmente a probabilidade de determinados eventos são menores que 10. Portanto, P(10)5 6/65 1 ou 100%.
acontecerem. Por conta disso, diversos geneticistas,
como Ronald Fisher (1890-1962), desenvolveram aná- REGRA DO “E” E “OU”
lises matemáticas para avaliar seus resultados e o de Até agora, vimos como calcular a probabilidade de
diversas outras análises no início do século XX. um evento acontecer. Entretanto, é possível calcular
a probabilidade de um ou de outro evento acontecer,
CÁLCULO DE PROBABILIDADES dadas certas possibilidades, ou ainda de um e de outro
A probabilidade é uma ferramenta matemática utili- evento ocorrerem simultaneamente.
zada para estimar resultados de eventos que ocorrem
aleatoriamente. A previsão dos resultados é basea- Regra do “ou”
da no número de repetições dos eventos dentro de A regra do “ou” é usada para calcular a probabilida-
um total de eventos possíveis. Assim, quanto maior de de ocorrem eventos exclusivos. Assim, calcula-se a
o número de repetições, maior a chance de o evento probabilidade de eventos exclusivos acontecerem ao
acontecer. somar a probabilidade de cada evento ocorrer isolada-
Considerando um dado de seis lados, dentre as mente. Por exemplo, qual é a probabilidade de se tirar
possibilidades de tirar o número 3, pode-se tirar seis 1 ou 3 ao jogar um dado de 6 lados?
números, mas existe apenas uma face com o número Sabemos que o número de vezes que o número 1
3. Portanto, a probabilidade de tirar o número 3 no aparece em um dado de 6 face é 1/6.
dado é 1/6, ou seja, 1 probabilidade de o evento
acontecer dentro de 6 eventos possíveis (1, 2, 3, 4, 5 P(1) 5 1/6
ou 6). O resultado também pode ser expresso como
1/6 5 0,1666 ou 16%. O mesmo acontece com o número 3.
MARCO MARTINS

P(3) 51/6

Portanto, a probabilidade de se tirar o número 1 ou


3 ao jogar o dado é:

1/6 1 1/6 5 2/6 5 1/3 5 0,33 ou 33%.

Outro exemplo é calcular a probabilidade de ter um


filho ou uma filha.

P(filho) 5 1/2
P(filha) 5 1/2

A probabilidade, portanto, será:


Para o cálculo de probabilidade, pode-se utilizar ain-
da a seguinte fórmula: P 5 1/2 1 1/2 5 1 ou 100%.

P (A) 5 A/S Portanto, toda vez que se quiser calcular um ou

Material exclusivo para professores


outro evento, somam-se as probabilidades de cada
Nesse caso, P é a probabilidade de um evento (A) um dos eventos acontecerem independentemente.
ocorrer, sendo igual ao número de eventos desejados
Regra do “e”

conveniados ao Sistema de Ensino


dividido pelo número total de eventos possíveis (A/S).
A regra do “e” é utilizada para calcular a probabilidade
de ocorrerem eventos simultâneos. Assim, calcula-se a
P(3) 5 1/6 5 0,16 ou 16%
probabilidade de eventos simultâneos acontecerem ao

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177 – Material do Professor 251

se multiplicar a probabilidade de cada evento ocorrer Primeiro, fazemos o cruzamento:


isoladamente. Por exemplo, qual é a probabilidade de

BIOLOGIA 1B
se tirar o número 2 ao jogar um dado de 6 lados e tirar Aa Aa
o número 6 no lance seguinte?
Sabemos que o número de vezes que o número 2
aparece em um dado de 6 lados é 1/6.
AA Aa aa
P(2) 5 1/6
1/4 1/2 1/4
O mesmo acontece com o número 6.
Para a criança ser albina, ela precisa ser do genótipo
aa. Portanto:
P(6) 51/6
P(albino) 5 1/4.
Portanto, a probabilidade de tirar o número 2 e 6 ao
A probabilidade de a criança ser do sexo masculino é:
jogar consecutivamente é:
P(sexo masculino) 5 1/2.
1/6 x 1/6 5 1/36.
Portanto, para que a criança seja albina e do sexo
Sabendo-se que o albinismo é uma doença autos- masculino (ou seja, simultaneamente), a probabilidade é:
sômica recessiva, qual é a probabilidade de um casal,
ambos heterozigotos, gerar uma criança albina de ge- P 5 1/4 x 1/2 5 1/8.
nótipo aa e do sexo masculino?

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252 178 – Material do Professor

ROTEIRO DE AULA
BIOLOGIA 1B

PRIMEIRA LEI DE MENDEL

Fatores responsáveis pelas características seriam passados para as próximas gerações.


Primeira lei de Mendel

Experimento Cruzamento de linhagens de ervilhas

Geração parental Sementes amarelas AA X Sementes verdes aa

Geração F1 100% amarelas Aa

Autocruzamento (F1) Amarelas Aa X Amarelas Aa

Geração F2 AA Aa Aa aa

Fenótipo Amarelo Amarelo Amarelo Verde

Proporção fenotípica: 3:1

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179 – Material do Professor 253

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

BIOLOGIA 1B
1. Facto-TO – Em uma determinada raça de gado bovino, Com base nos dados apresentados, a probabilidade de
a presença ou ausência de chifres depende da combina- se obter frutos em heterozigose em F2 é:
ção de um par de alelos, H e h. Após o cruzamento de a) 0
um macho com uma fêmea bovina, ambos sem chifres,
nasceu um bezerro com chifres. Analise as alternativas b) 1/4
abaixo e marque aquela que corresponde ao genótipo c) 1/2
dos progenitores do bezerro com chifres. d) 3/4
a) HH e HH e) 1
b) Hh e hh Suponha que frutos vermelhos sejam característica do alelo A e que
c) hh e hh frutos amarelos sejam característica do alelo a. Portanto, a geração
parental é AA e aa, originando a geração F1 100% Aa. A geração F2
d) Hh e Hh será o resultado do cruzamento entre Aa e Aa 5 1/4 AA, 1/2 Aa e 1/4
e) HH e hh aa. Como o enunciado pede frutos vermelhos heterozigotos, refere-se
à quantidade de indivíduos Aa.
Se os pais não têm chifres e o filhote nasceu com chifres, isso indica
que essa característica é recessiva. Portanto, para nascer um indivíduo
com característica recessiva, ele necessita ser hh, e os pais, obrigato-
riamente, precisam ser heterozigotos (Hh).
5. Uece – A fração que representa a heterozigose no cru-
zamento entre monoíbridos do modelo mendeliano é
2. Uece – A cada nascimento de um ser humano a proba- a) 2/4.
bilidade de ser do sexo feminino ou do sexo masculino b) 3/4.
é representada corretamente pela seguinte porcenta- c) 1/8.
gem:
d) 1/4.
a) 100%
Aa 3 Aa5 1/4 AA, 2/4 Aa e 1/4 aa. Como o enunciado pede o número
b) 75% de heterozigotos, representado por Aa, a resposta é 2/4 ou 1/2.
c) 25%
d) 50%
Utiliza-se a regra do "ou", ou seja, somam-se as probabilidades. Logo,
1/2 1 1/2 5 0,5 1 0,5 5 1 ou 100%.
6. UFSCar-SP (adaptada) – Suponha uma espécie de
planta cujas flores possam ser brancas ou vermelhas.
A determinação genética da coloração é dada por um
3. Fuvest-SP (adaptada) – Para que a célula possa trans- gene, cujo aIelo que determina a cor vermelha e do-
portar, para seu interior, o colesterol da circulação san- minante sobre o alelo que determina a cor branca. Um
guínea, é necessária a presença de uma determinada geneticista quer saber se um representante dessa
proteína em sua membrana. Existem mutações no gene espécie de planta, que produz flores vermelhas, é ho-
responsável pela síntese dessa proteína que impedem mozigótico ou heterozigótico para esse caráter. Cite o
a sua produção. Quando um homem ou uma mulher nome do processo capaz de resolver isso e explique
possui uma dessas mutações, mesmo tendo também como realizá-lo.
um alelo normal, apresenta hipercolesterolemia, ou
O procedimento para desvendar o genótipo da planta vermelha é o
seja, aumento do nível de colesterol no sangue. Com
base nessas informações, cite o tipo de herança da
hipercolesterolemia. Justifique sua resposta. cruzamento-teste. Basicamente, cruza-se a planta com flores vermelhas

A hipercolesterolemia é uma doença autossômica dominante, pois a


em questão com um indivíduo que tenha flores brancas. Se a geração

presença de apenas um alelo dominante é o suficiente para surgirem


F1 for 100% com flores vermelhas, significa que a planta de flores

os sintomas, afetando homens e mulheres.


vermelhas da geração parental é homozigota (AA 3 aa 5 100% Aa).

Entretanto, se a geração F1 tiver 50% das plantas com flores vermelhas

e 50% com flores brancas, significa que a planta com flores vermelhas

4. UFG – Os dados a seguir relatam características feno- da geração parental é heterozigota (Aa 3 aa 5 50% Aa e 50% aa).
típicas e genotípicas de um fruto de uma determinada
espécie vegetal, bem como o cruzamento entre indiví-
duos dessa espécie.

Material exclusivo para professores


I. A característica cor vermelha do fruto é dominante
e a característica cor amarela do fruto é recessiva.
II. Na geração parental, ocorreu o cruzamento entre um
indivíduo homozigoto de fruto vermelho e um ho-

conveniados ao Sistema de Ensino


mozigoto de fruto amarelo, originando a geração F1.
III. Dois indivíduos dessa geração F1 cruzaram entre si.

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254 180 – Material do Professor

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
BIOLOGIA 1B

7. Unitins-TO – Quando duas populações de um camun-


dongo Mus musculus, uma homozigota para o alelo
dominante (BB) e uma homozigota para um alelo re-
cessivo (bb), foram cruzadas, toda a descendência da
geração F1 assemelha-se ao tipo parental dominante
(Bb), mas sendo heterozigótica. O intercruzamento da
geração F1 resulta na proporção fenotípica mendeliana
3:1 na geração F2, pois os genótipos serão:
a) 3/4 BB e 1/4 bb.
b) 1/4 Bb, 2/4 BB e 1/4 bb.
c) 1/4 BB, 1/4 Bb e 2/4 bb.
d) 1/4 BB, 2/4 Bb e 1/4 bb. 11. UnirG-TO – O albinismo é considerado uma anoma-
lia genética provocada pela ausência total ou parcial
e) 1/2 BB e 1/2 bb. de pigmentação da pele, dos olhos e cabelos. No ser
humano, o albinismo é um caráter hereditário recessi-
8. PUC-RS – A doença de Gaucher, autossômica reces- vo. Considere uma situação em que progenitores com
siva, afeta o metabolismo dos lipídios. O afetado, se pigmentação normal tenham um filho albino e analise
não tratado, tem aumento do fígado e do baço, anemia, atentamente as proposições abaixo.
diminuição de plaquetas e de glóbulos brancos, des-
gaste ósseo, fadiga, cansaço e atraso de crescimento. I. Os progenitores são portadores do alelo recessivo.
É correto afirmar que um paciente com esta doença II. O genótipo do indivíduo albino é heterozigoto para
transmite o gene defeituoso para tal característica.
a) seus filhos homens, apenas. III. Os descendentes do filho albino serão sempre al-
b) suas filhas mulheres, apenas. binos.
c) 25% de sua descendência, apenas. Marque a alternativa correta:
d) 50% de sua descendência, apenas. a) Somente o item I é correto.
e) 100% de sua descendência. b) Somente o item II é correto.
c) Somente o item III é correto.
9. Uece – Em relação à anomalia gênica autossômica
recessiva albinismo, qual será a proporção de esper- d) Somente os itens I e II são corretos.
matozoides que conterá o gene A em um homem he-
terozigoto? 12. Imed-SP – Sabe-se que determinada doença hereditária
que afeta humanos é causada por uma mutação de ca-
a) 25%
ráter dominante em um gene localizado em um cromos-
b) 75% somo autossomo. Três indivíduos foram investigados
c) 100% e abaixo estão os alelos encontrados para este locus:
d) 50%

10. Unicamp-SP (adaptada) – Para um determinado cará- Alelos


ter, fenótipo é o conjunto de características que o orga- Indivíduo encontrados Fenótipo
nismo exibe como fruto de seu genótipo. No entanto, para os locus
no molusco hermafrodita Lymnaea peregra, ocorre algo
diferente. Neste animal, há dois tipos de fenótipo da 1 alelo 1 e alelo 1 normal
concha, que são determinados pelo genótipo do próprio
indivíduo. A prole formada pela fertilização de óvulos 2 alelo 2 e alelo 2 afetado
vindos de um parental com genótipo AA ou Aa tem con-
chas dextrogiras, já a prole formada pela fertilização de 3 alelo 1 e alelo 2 afetado
óvulos vindos de um parental aa tem conchas levogiras.
Sabendo dessas informações, assinale a alternativa
correta:
a) O alelo 1 é dominante sobre o alelo 2.
b) O alelo 2 é dominante sobre o alelo 1.
c) O indivíduo 1 é heterozigoto.
d) Os indivíduos 1 e 3 são heterozigotos.
e) O indivíduo 3 é homozigoto.

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13. PUC-PR – A amiotrofia muscular espinhal (AME) é uma
Concha dextrogira Concha levógira doença incurável que compromete uma região da me-
dula denominada corno anterior. Nessa região, há neu-
Se ovócitos de um molusco Aa forem fertilizados por rônios que ligam músculos ao sistema nervoso central.

conveniados ao Sistema de Ensino


espermatozoides de um molusco aa, quais são as pro- Os portadores dessa doença perdem os movimentos
babilidades de ocorrência de indivíduos dextrogiros e do pescoço para baixo, afetando também músculos
levogiros na prole? respiratórios.

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181 – Material do Professor 255

I. Quando o homem e a mulher têm o gene AME-1, 15. Mackenzie-SP – Uma mulher canhota, com visão nor-

BIOLOGIA 1B
há 25% de risco de cada filho nascer com a doença. mal para cores, cujo pai era daltônico, casa-se com
II. 25% não têm a mutação, 50% têm a mutação, mas um homem daltônico e destro, filho de mãe canhota.
não a doença, e 25% têm a doença. Sabendo-se que o uso da mão esquerda é condicionado
III. Uma em cada 50 pessoas carrega a mutação. por um gene autossômico recessivo, a probabilidade
desse casal ter uma filha heterozigota para os dois ge-
Com base nas informações e em seus conhecimentos, nes é de
assinale a alternativa incorreta:
a) 1/2.
a) Pais afetados pela AME tipo 1 só podem ter filhos b) 1.
afetados.
c) 1/4.
b) Indivíduos heterozigotos não possuem a doença.
d) 1/8.
c) A AME tipo 1 é uma doença autossômica recessiva.
e) 1/6.
d) A AME tipo 1 não é uma doença ligada ao sexo.
e) Um casal de heterozigotos tem 25% de chance de 16. UEFS-BA – A probabilidade de uma mulher com poli-
ter uma menina afetada pela doença. dactilia e visão normal, heterozigota para os dois fenó-
tipos, casada com um homem sem polidactilia, míope,
14. OBB (adaptada) – A anemia falciforme é uma doença homozigoto, ter um filho, não importando o sexo, sem
caracterizada pela produção de moléculas de hemoglo- polidactilia e com visão normal, supondo que esses
bina anormais, incapazes de transportar O2, compro- caracteres transmitam independentemente, é de
metendo a oxigenação do organismo. Indivíduos com a) 12,5%.
genótipo AA produzem a molécula normal de hemo-
globina, não sendo afetados pela doença. Indivíduos b) 25%.
com genótipo SS produzem apenas a forma anormal de c) 50%.
hemoglobina, sendo afetados pela anemia falciforme. d) 75%.
Já indivíduos heterozigotos (AS) apresentam a forma e) 100%.
branda da doença, condição conhecida como traço fal-
ciforme. A frequência desses alelos varia entre diferentes 17. OBB (adaptada) – O hormônio leptina é produzido pelo
populações humanas. Em algumas regiões onde a malária tecido adiposo e atua na regulação da sensação de fome
é endêmica, a frequência de indivíduos AS é maior quando e saciedade. Deficiências na produção desse hormônio
comparadas à de populações humanas onde a malária é estão associadas ao desenvolvimento de obesidade,
incomum. O plasmódio, agente causador da malária, inva- que é o acúmulo de gordura acima de 20% da massa
de as hemácias, onde se reproduz assexuadamente. A corporal. A deficiência na produção de leptina ocorre
presença da hemoglobina anormal dificulta essa etapa quando o indivíduo é homozigoto recessivo (indivíduos
do ciclo de vida do plasmódio. Outras células que são homozigotos dominantes ou heterozigotos produzem
afetadas pelo plasmódio são os hepatócitos. O plasmó- quantidades suficientes de leptina) para o gene que
dio é transmitido pelo mosquito Anopheles sp. condiciona a produção deste hormônio.
Considere um casal formado por um homem que não Considere um casal, ambos com produção normal de
apresenta nenhum traço de anemia falciforme e por leptina (assim como os pais do rapaz e os pais da moça),
uma mulher que é acometida pela forma branda da porém o irmão do rapaz e a irmã mais nova da moça
doença. Ele deseja ter filhos, mas a esposa se recusa são obesos por deficiência de leptina. Qual a probabi-
a engravidar porque acredita que há chance de nascer lidade de, ao terem duas crianças, uma ser obesa por
uma criança afetada pela forma grave da doença. Com deficiência de leptina?
base nessas informações, responda: A mulher está
correta? Justifique sua resposta.

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256 182 – Material do Professor

ESTUDO PARA O ENEM


BIOLOGIA 1B

18. Enem C5-H17 probabilidade de eles terem um bebê que expresse a


A fenilcetonúria é uma doença hereditária autossômica doença:
recessiva, associada à mutação do gene PAH, que limita a) 0%
a metabolização do aminoácido fenilalanina. Por isso, é b) 25%
obrigatório, por lei, que as embalagens de alimentos,
c) 50%
como refrigerantes dietéticos, informem a presença de
fenilalanina em sua composição. Uma mulher portadora d) 75%
de mutação para o gene PAH tem três filhos normais, e) 100%
com um homem normal, cujo pai sofria de fenilcetonú-
ria, devido à mesma mutação no gene PAH encontrada 20. Sistema Dom Bosco C5-H17
em um dos alelos da mulher. Qual a probabilidade de A fibrose cística é uma doença genética autossômica re-
a quarta criança gerada por esses pais apresentarem cessiva caracterizada pela disfunção do gene cystic fibrosis
fenilcetonúria? transmembrane conductance regulator (CFTR), que codifica
uma proteína reguladora de condutância transmembrana
a) 0%
de cloro. Trata-se de uma doença multissistêmica mais fre-
b) 12,5% quente em populações descendentes de caucasianos. No
c) 25% Brasil, estima-se que a incidência de fibrose cística seja de
d) 50% 1:7.576 nascidos vivos; porém, apresenta diferenças regio-
e) 75% nais, com valores mais elevados nos estados da região Sul.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v43n3/
19. Sistema Dom Bosco C5-H17 pt_1806-3713-jbpneu-43-03-00219.pdf>. Acesso em: nov. 2018.
A neurofibromatose tipo I ou doença de Von Recklinghau- João descobriu que é heterozigoto para essa caracte-
sen pode afetar uma pessoa a cada 2 000 ou uma a cada rística. Ele é casado com Sofia, que não apresenta a
7 800 pessoas, sendo altamente variável, mas de caráter doença e é filha de pais que também não apresentam
autossômico dominante. As principais manifestações são a doença. Entretanto, Sofia teve um irmão que morreu
a presença de neurofibromas e manchas de cor café com na infância, vítima de fibrose cística.
leite na pele da pessoa e geralmente essas características
Com base nessas informações e em seus conhecimen-
são expressas até a fase da adolescência. tos, qual a probabilidade de Sofia e João terem um(a)
Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?script5 filho(a) com fibrose cística?
sci_arttext&pid5S0034-72802013000200013>.
Acesso em: nov. 2018. a) 1/6
b) 1/8
Um homem normal casou-se com uma mulher que
apresenta neurofibromatose, sendo filha de um ho- c) 1/4
mem normal. Com base nessas informações e em seus d) 1/2
conhecimentos, marque a alternativa que apresente a e) 1/3

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conveniados ao Sistema de Ensino
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183 – Material do Professor 257

HEREDOGRAMAS E
32

BIOLOGIA 1B
GEMELARIDADE

Cândido Godói, uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, é conhecida pela
alta incidência de gêmeos, fato que a levou a ser chamada de “cidade dos gêmeos”.
Segundo o Instituto de Pesquisa de Genética Populacional da Universidade Federal • Heredogramas
do Rio Grande do Sul (UFRGS), cerca de 10% da população é formada por pares de • Gemelaridade
gêmeos. Na tentativa de compreender a ocorrência desse evento, foi comparado o
DNA de 42 mães de gêmeos com 101 mulheres que não tiveram gêmeos. O resultado HABILIDADES
indicou que as mães de gêmeos apresentam uma variação do gene p53, responsável • Montar e interpretar here-
pelo desenvolvimento dos embriões no útero, em uma frequência relativamente dogramas.
elevada. A variação rara apresenta uma citosina em determinado trecho do gene, • Relacionar heredogramas
enquanto a variação comum tem uma guanina no lugar. a doenças autossômicas e
De acordo com os pesquisadores, o alelo raro estava em 33% das mães de recessivas.
gêmeos e ocorre, em geral, apenas em mulheres. Entretanto, podem existir outros • Compreender a impor-
fatores que influenciam nesse evento, embora este já seja um bom indício. As pes- tância dos heredogramas
soas da região também acreditavam que poderia ser, literalmente, a água dos poços nos aconselhamentos
da cidade. Contudo, os pesquisadores concluíram que essa hipótese poderia ser genéticos.
descartada pelo fato de que mulheres mães de gêmeos e de não gêmeos bebiam • Diferenciar o processo de
da mesma. Segundo estudos de controle de qualidade, a água dos poços é bastante formação de gêmeos mono-
limpa, o que indica que não há possiblidades de ela ser a causadora do evento. zigóticos e dizigóticos.
Estudos populacionais como esse permitem que seja identificada a incidência de
diversos eventos genéticos. Neste módulo, será discutido como são interpretados
os heredogramas e sua importância para a Genética médica.
RICARDO DUARTE/AGÊNCIA RBS/FOLHAPRESS

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino
Encontro de gêmeos promovido pela Prefeitura de Cândido Godói (RS).

Dom Bosco
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258 184 – Material do Professor

HEREDOGRAMAS
BIOLOGIA 1B

O heredograma, também conhecido como árvore genealógica ou genealo-


gia, é um diagrama que descreve a história familiar, em termos de ascendência e
descendência, e avalia a incidência de determinada característica ou doença.
Para animais domésticos, como cavalos, gados, cães e gatos, os heredogramas
também podem ser utilizados para avaliar o pedigree, isto é, quão pura é determi-
nada linhagem.
Símbolos de heredogramas
Símbolos de heredogramas
Símbolos de heredogramas

Homem Homem Número de3filhos


Número de filhos
2 3 2
do sexo indicadodo sexo indicado

Mulher Mulher
Indivíduos afetados
Indivíduos afetados

Reprodução Reprodução
Heterozigotos para
Heterozigotos para
autossômico autossômico
recessivo recessivo
Pais e filhos: 1 Pais
menino;
e filhos: 1 menino;
1 menina (em ordem
1 menina
de (em ordem de
nascimento) nascimento) Portadora de Portadora de
recessivo ligado
recessivo ligado
ao sexo ao sexo

Morte Morte

Aborto ou Aborto ou
Dizigóticos Dizigóticos natimorto (sexonatimorto (sexo
(gêmeos não-idênticos)
(gêmeos não-idênticos) não-especificado)
não-especificado)

Propósito Propósito

Método de Método de
I I identificar identificar
Monozigóticos Monozigóticos 1 2 1pessoas em2 um pessoas em um
(gêmeos idênticos)
(gêmeos idênticos) heredograma: heredograma:
aqui o propósitoaqui o propósito
II II
é a criança 2 naé a criança 2 na
1 2 3 1 2 3
geração II, ou II-2
geração II, ou II-2

Sexo não-especificado
Sexo não-especificado Casamento Casamento
consanguíneo consanguíneo

O heredograma deve seguir algumas regras em sua montagem. Primeiro,


forma-se um casal, o homem preferencialmente fica à esquerda e a mulher, à
direita. Os filhos devem ser colocados em ordem de nascimento, da esquerda
para a direita. Cada geração é indicada por algarismos romanos (I, II, II...), e os
indivíduos são indicados por números arábicos, da esquerda para a direita em
ordem crescente.
Existe também a possiblidade de adicionar algarismos arábicos em todos os

Material exclusivo para professores


indivíduos, desde o primeiro da primeira geração até o último da última geração,
sempre da esquerda para a direita em ordem crescente.
O heredograma a seguir utilizado como modelo apresenta três gerações. Na
primeira geração, o indivíduo I-1 é um homem afetado por uma doença, assim

conveniados ao Sistema de Ensino


como o indivíduo II-5, que, no caso, é uma mulher afetada. A terceira geração
refere-se a gêmeos monozigóticos do sexo masculino filhos dos indivíduos
II-3 e II-4.

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185 – Material do Professor 259

No heredograma anterior, é possível perceber que se


trata de uma característica autossômica recessiva por

BIOLOGIA 1B
haver poucos afetados e de filhos afetados de genitores
I normais, embora primos. Como sabemos que os indiví-
1 2 3 4
duos IV-2 e IV-4 são afetados, automaticamente os genó-
II tipos deles serão aa. Por ser uma herança autossômica
recessiva, é possível inferir que os pais (indivíduos III-5
1 2 3 4 5 6 e III-6) sejam heterozigotos e que todos os indivíduos
afetados terão o genótipo homozigoto recessivo (aa).
III
1 2
EXERCÍCIO RESOLVIDO
UFSC – O heredograma abaixo mostra uma família na
Exemplo de heredograma, apresentando numeração romana para as
gerações e numeração arábica para os indivíduos em cada geração.
qual encontramos indivíduos não afetados (quadrados e
círculos brancos) e afetados por uma anomalia (quadra-
dos e círculos pretos).
A análise do heredograma permite determinar o
padrão de herança de determinada característica ou
doença, indicando se ela é, por exemplo, dominante I
1 2
ou recessiva. Além disso, é possível identificar os
genótipos de parte dos indivíduos envolvidos para,
assim, fazer inferências e calcular probabilidades de II
1 2 3 4
as próximas gerações herdarem determinado alelo res-
ponsável por uma característica específica. Quando um
III
membro da família manifesta um fenótipo dominante, 1 2 3 4 5 6 7 8
mas não há certeza a respeito de seu genótipo, então
IV
seus alelos serão indicados como, por exemplo, A_. 1

HEREDOGRAMA DE HERANÇAS AUTOS- Segundo a 1ª e a 2ª leis de Mendel, a análise deste


SÔMICAS RECESSIVAS heredograma nos permite concluir corretamente que:
Em heredogramas de características autossômicas (01) O padrão de herança da anomalia é autossômi-
recessivas, é possível identificar o padrão de herança co dominante.
por conta de alguns aspectos: em geral, a caracterís- (02) O indivíduo III-4 com certeza é heterozigoto.
tica recessiva aparece em ambos os sexos com igual (04) A chance de o indivíduo II-3 ser heterozigoto é
frequência e tende a pular gerações; a prole afetada de 50%.
costuma nascer de genitores não afetados; quando os (08) Os indivíduos do casal II-1 e II-2 são heterozi-
genitores são heterozigotos, aproximadamente 1/4 da gotos.
prole será afetada; e, por fim, a característica aparece (16) Trata-se de uma herança, ligada ao sexo, de
em maior frequência quando há casamentos consan- padrão recessivo.
guíneos, isto é, casamento entre parentes. (32) A possibilidade de o casal II-3 e II-4 ter outra
filha afetada pela anomalia é de 25%.
(64) A chance de o casal III-4 e III-5 ter outro filho
do mesmo sexo que IV-1, no entanto afetado,
I é de 16,6%.
1 2
Resolução:
Aa AA
08 + 64 5 72
II
Podemos observar que a anomalia em questão é re-
1 2 3 4 5
cessiva, pois notamos, por exemplo que o casal II-1
AA Aa A_ Aa AA
e II-2 é normal, porém tem filhos afetados com
anomalia. Com base nisso, podemos deduzir também
que se trata de um casal heterozigoto (Aa), pois,
III
se eles não apresentam nenhuma anomalia, mas
1 2 3 4 5 6 7
A_ A_ A_ A_ A_ Aa A_ seus filhos sim, isso significa que ambos têm um

Material exclusivo para professores


fenótipo “a” e que cada um dos filhos recebeu um
da mãe e um do pai.
IV
1 2 3 4 5 A probabilidade de o casal III-4 e III-5 ter um filho

conveniados ao Sistema de Ensino


A_ aa A_ aa A_ homem é de 50% ou 1/2, porém, para um
filho homem afetado, a probabilidade cai para 16%,
já que se trata de uma doença recessiva.
Heredograma referente à herança autossômica recessiva.

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260 186 – Material do Professor

HEREDOGRAMA DE HERANÇAS AUTOS- O casal em questão teve 4 filhos, sendo que o pri-
BIOLOGIA 1B

SÔMICAS DOMINANTES meiro é doente (Aa) e se casou com uma mulher


Em heredogramas de características autossômicas normal (aa). Esse casal agora tem 50% de chance de
dominantes, é possível identificar o padrão de heran- ter filhos doentes (Aa). A filha número 4 é normal (aa)
e casa-se com um homem normal (aa). Esse casal,
ça pelos seguintes aspectos: o fenótipo aparece em então, só pode ter filhos normais (aa), ou seja, 0%
ambos os sexos com frequências iguais, e ambos o de chance de ter filhos doentes.
transmitem para a prole. Além disso, há pelo menos
um indivíduo afetado em cada geração, e a prole afe-
tada deve, obrigatoriamente, receber o alelo (A) de um LEITURA COMPLEMENTAR
dos genitores afetados. Por fim, quando um genitor é
afetado (heterozigoto – Aa) e o outro não (homozigoto Polidactilia, acondroplasia humana e doença de
– aa), 1/2 da prole é afetada. Huntington são características com herança au-
tossômica dominante
A polidactilia é uma anomalia em que as pessoas pos-
I
1 2 suem mais dedos que o normal, nas mãos ou nos pés.
Aa aa Essa condição varia bastante em número, mas o maior
número de dedos registrado foi de uma criança japonesa
que tinha 16 dedos nos pés e 15 dedos nas mãos.
II

LESTER V. BERGMAN/IGETTY IMAGES


1 2 3 4 5 6 7
aa aa aa Aa aa Aa aa

III
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
aa aa aa aa Aa aa Aa aa aa aa Aa aa Aa

Heredograma representando um tipo de herança autossômica


dominante. É possível concluir isso pelo fato de haver ao menos um
indivíduo afetado em cada geração.

Mão de uma pessoa polidactilia.


EXERCÍCIO RESOLVIDO
Já a acondroplasia humana, ou nanismo, é caracterizada
Uerj – A doença de Von Willebrand, que atinge cerca pelo atraso no crescimento do indivíduo, além de apre-
de 3% da população mundial, tem causa hereditária, de
natureza autossômica dominante. Essa doença se carac- sentar deformações, como pernas arqueadas e curvatura
teriza pela diminuição ou disfunção da proteína conhecida acentuada na coluna (hiperlordose).
como fator Von Willebrand, o que provoca quadros de

PAUL SMITH / FEATUREFLASH


hemorragia.
O esquema abaixo mostra o heredograma de uma família
que registra alguns casos dessa doença.

1 2

presença
da doença
3 4 5 6

Admita que os indivíduos 3 e 4 se casem com pessoas


que não apresentam a doença de Von Willebrand.
As probabilidades percentuais de que seus filhos apre-
sentem a doença são, respectivamente, de:
a) 50 e 0.
b) 25 e 25.

Material exclusivo para professores


c) 70 e 30.
d) 100 e 50.
Resolução:

conveniados ao Sistema de Ensino


O pai é heterozigoto (Aa) para a doença autossômica do-
minante casado com uma mulher normal recessiva (aa) O ator Peter Dinklage, que interpretou Tyrion Lannister, na série The
Game of Thrones, tem acondroplasia.

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187 – Material do Professor 261

A doença de Huntington é caracterizada pela degenera-

BIOLOGIA 1B
ção neural que leva o indivíduo a convulsões e à morte.
É considerada incomum, pois costuma se manifestar gêmeos dizigóticos
tardiamente, após os 30 anos, em geral depois de o in- (fraternos)
divíduo ter tido filhos.
Disponíveis em: <https://www.abc.med.br/p/ortopedia-e-sau-
de/520932/polidactilia+definicao+tipos+causas+sinais+e+sintomas+d
iagnostico+e+tratamento.htm>; <https://www.orpha.net/consor/cgi-
-bin/OC_Exp.php?Lng5PT&Expert5750>; GRIFFITHS et al. Introdução
à Genética 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. p. 57. (Adaptado)

gêmeos monozigóticos
(idênticos)

GEMELARIDADE
Gêmeos são irmãos que nascem de uma mesma
gestação, podendo ser idênticos (monozigóticos) ou Os gêmeos idênticos destacados nos retângulos vermelhos são de
especial interesse para a Genética, pois se trata de uma situação
não (dizigóticos). Na espécie humana, os nascimentos inusitada: os gêmeos monozigóticos discordantes. Nesse caso, apesar
duplos são considerados raros, e, mais raros ainda, de partilharem o mesmo material genético, o par discorda em uma
os nascimentos triplos e quádruplos. A incidência de ou mais características, sendo geralmente associados à ocorrência de
mutações em um dos membros do par.
gestações gemelares é 1 para cada 80 gestações, e
1 para cada 7 400 gestações, no caso de trigêmeos.
GÊMEOS MONOZIGÓTICOS
© NATACHA SILBE/GETTY IMAGES

Os gêmeos monozigóticos, também denominados


univitelinos ou idênticos, são originados por divisão
espontânea de um embrião formado da fecundação
de um único ovócito com um espermatozoide. Por-
tanto, eles são geneticamente iguais e compartilham
a mesma placenta, podendo ser considerados clones
naturais e ter, inclusive, compatibilidade em doação de
sangue ou até órgãos, embora apresentem impressões
digitais diferentes. Entretanto, estão sujeitos a fatores
ambientais diferentes, no caso de serem criados em
locais diferentes, por exemplo.

Monozigoto
idêntico

Espermatozoide

Ovócito

Trigêmeos recém-nascidos.

Gestações múltiplas naturais ocorrem em razão da


poliembrionia ou ovulação múltipla, principalmente em (Placenta compartilhada)
animais como porcas e cadelas, sendo comum a fe-
Gêmeos monozigóticos são produzidos pela fecundação de um único
cundação por machos diferentes. Em tatus, é comum

Material exclusivo para professores


ovócito com um único espermatozoide. Elementos representados fora
a ocorrência de poliembrionia, em que um ovócito é fe- da escala de tamanho. Cores fantasia.
cundado e origina embriões idênticos geneticamente.
Na espécie humana, a poliembrionia leva à forma- Em algumas situações, pode ocorrer de gêmeos

conveniados ao Sistema de Ensino


ção de gêmeos monozigóticos, enquanto a ovulação monozigóticos nascerem ligados anatomicamente por
múltipla produz gêmeos dizigóticos. alguma parte do corpo, sendo denominados gêmeos
siameses ou xifópagos.

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262 188 – Material do Professor

HULTON ARCHIVE/GETTY IMAGES

LEITURA COMPLEMENTAR
BIOLOGIA 1B

Falando em gêmeos...
Comparações entre gêmeos monozigóticos e dizigóti-
cos podem ser usadas para estimar a importância de
fatores ambientais e genéticos ao produzir diferenças
nas características. Isso pode ser realizado por meio do
cálculo da concordância, isto é, se ambos os membros
de um par de gêmeos possuem uma característica, eles
são denominados concordantes. Entretanto, se somen-
te um dos membros de um par de gêmeos tiver uma
determinada característica, eles são denominados dis-
cordantes. A concordância é a porcentagem de pares
de gêmeos que são concordantes em uma determinada
característica. Esses cálculos são estimados pelo fato de
que gêmeos monozigóticos possuem 100% do material
genético igual, enquanto gêmeos dizigóticos possuem
em média 50% do material genético semelhante. Portan-
to, espera-se que as características genéticas tenham alta
concordância em gêmeos monozigóticos.
Contudo, ao longo do tempo, os gêmeos monozigóticos
podem se tornar pessoas não tão semelhantes assim,
devido a fatores ambientais que podem causar muta-
ções em seu material genético ou não. Existe uma área
da genética denominada epigenética, que se refere às
adaptações sofridas por organismos sem mutações em
seu DNA. Em outras palavras, está relacionada à for-
ma com que um gene pode ser expresso. Assim, fatores
ambientais, como alimentação, poluição, uso de dro-
gas, práticas de exercícios, entre outros, podem alterar
Gêmeos siameses. a expressão gênica por meio de metilações e acetilações
no DNA, tornando-o mais condensado ou não, e essas
“marcas” podem ser transmitidas para as próximas ge-
GÊMEOS DIZIGÓTICOS rações, promovendo novas características.
Também chamados bivitelinos ou fraternos, são ori-
Fonte: PIERCE, B. A. Genetics: a conceptual approach. W.H. Freeman:
ginados pela liberação de mais de um ovócito durante New York, 2002. p. 144. (Adaptado)
o ciclo menstrual, de maneira que cada um deles é

JEANETTE DIETL / ALAMY STOCK PHOTO


fecundado por um espermatozoide diferente, geran-
do dois embriões independentes, cada um com uma
placenta. Por conta disso, eles são geneticamente di-
ferentes, podem ser de sexos diferentes e, inclusive,
apresentam características diferentes.

Gêmeos
dizigóticos

Material exclusivo para professores Gêmeos monozigóticos podem se tornar menos semelhantes entre
si em virtude da influência dos hábitos de seus pais e do ambiente,

conveniados ao Sistema de Ensino


(Placentas separadas)
de forma que sua composição genética não é alterada. Entretanto,
a forma com que seus genes são expressos pode influenciar nas
Gêmeos dizigóticos são produzidos pela ovulação múltipla. Elementos
gerações futuras.
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

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189 – Material do Professor 263

ROTEIRO DE AULA

BIOLOGIA 1B
HEREDOGRAMAS E GEMELARIDADE

Heredogramas Gemelaridade

Herança autossômica recessiva Monozigóticos

Pais normais e filhos apresentando a Geneticamente iguais


herança

Ovulação múltipla
É frequente em casamento
consanguíneos

Poliembrionia

Herança autossômica dominante


Impressões digitais diferentes

Pais têm o fenótipo, e o filho apresen-


tará a característica. Neste caso, não
pula uma geração
Dizigóticos

Geneticamente diferentes

Não compartilham a mesma placenta

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264 190 – Material do Professor

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
BIOLOGIA 1B

1. UFRR Com base nele e em seus conhecimentos, indique o


tipo de herança e calcule a probabilidade de a mulher
1
indicada por III-1 ser heterozigota.
I II
A herança é do tipo autossômica recessiva, por haver poucos afetados

e pular gerações. A probabilidade de III-1 ser heterozigota é 2/3, pelo

2 I II III IV V
fato de sua irmã ser afetada, indicando que seus pais são heterozigotos.

Aa 3 Aa 5 /4 AA, 1/2 Aa e 1/4 aa. Por ser normal, das três possibilidades,

3 I II III
AA, Aa ou Aa, duas são heterozigotas.

4 I II III IV V

A figura representa o heredograma de uma família de


portadores de albinismo tipo I, que na espécie humana
é condicionado por um alelo recessivo. As pessoas com
o genótipo aa são albinas com pele, cabelo e olhos
muito claros, em virtude da ausência do pigmento me- 4. UCS-RS – Os gêmeos univitelinos são formados
lanina. De acordo com o heredograma apresentado,
a) após a fertilização, com a entrada de dois esperma-
qual é a probabilidade de o filho do casal 3-I e 3-II, o tozoides no ovócito I.
indivíduo representado como 4-V, ser albino?
b) devido à divisão de um único zigoto e não do óvulo.
a) 100% d) 25%
c) durante a fertilização, com a entrada do espermato-
b) 50% e) 0% zoide no ovócito secundário.
c) 75% d) pela disjunção do ovócito I na gametogênese femi-
O albinismo é uma anomalia autossômica recessiva, cuja probabilidade nina.
de ocorrer aumenta quando há casamentos consanguíneos, como mos-
trado entre os indivíduos 3-I e 3-II. Assim, eles são heterozigotos pelo e) devido à presença de um espermatozoide contendo
fato de seus pais serem afetados. O cruzamento entre eles dará o se- a informação hereditária de formar duas placentas.
guinte resultado: Dd x Dd 5 1/4 DD, 1/2 Dd e 1/4 dd, sendo este último
Os gêmeos univitelinos, também chamados de monozigóticos, são
genótipo o de uma pessoa afetada. Portanto, o resultado é 1/4 ou 25%.
formados pela divisão do zigoto, ou seja, após a fecundação.
2. UFT-TO (adaptado) – Gêmeos são gerados em placen- 5. Fuvest-SP – No heredograma a seguir, a menina II-1
tas diferentes quando tem uma doença determinada pela homozigose quanto
a) são produzidos por poliembrionia. a um alelo mutante de gene localizado num autossomo.
b) são produzidos a partir da fecundação de um único A probabilidade de que seu irmão II-2, clinicamente
ovócito com um único espermatozoide e se separam normal, possua esse alelo é:
ao longo do desenvolvimento embrionário.
c) ocorre fecundação de dois ovócitos por um único
espermatozoide. I
d) ocorre fecundação de um ovócito por dois esper-
matozoides. 1 2
e) ocorre ovulação múltipla.
Gêmeos de placentas diferentes são denominados dizigóticos e são
produzidos pela múltipla ovulação no útero da mãe.
II
3. Albert Einstein-SP (adaptado) – Analise o heredo-
grama a seguir: 1 2

I a) 0
1 2 b) 1/4
homem normal

Material exclusivo para professores


c) 1/3
II mulher normal
d) 1/2
1 2 3 e) 2/3
mulher afetada Se a menina II-1 é afetada, isso quer dizer que seus pais são hete-

conveniados ao Sistema de Ensino


rozigotos. Portanto, seu irmão tem probabilidade igual a 2/3 de ser
III heterozigoto. Por ser normal, ele pode ser AA, Aa ou Aa, logo, 2 pos-
1 2 sibilidades em 3.

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191 – Material do Professor 265

6. Sistema Dom Bosco – Ao longo do tempo, gêmeos dos fatores ambientais que interagem com o genótipo, interferindo na ex-

BIOLOGIA 1B
podem sofrer alterações fenotípicas, deixando de serem
tão semelhantes entre si. Explique como isso é possível. pressão gênica. Essas interações, que promovem ligação ou desligamento

A diferença entre gêmeos monozigóticos ao longo do tempo pode ser


de determinados genes, podem ser transmitidas ao longo das gerações.

explicada pelas mutações em seu DNA e em razão da epigenética, isto é,

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. Fatec-SP

1 2 3 4
1 2

3 4 5 6 7 5 6 7 8 9

8 9

10 11 12 13
O heredograma apresentado mostra a distribuição de
certa característica hereditária em uma família compos-
ta por 9 indivíduos. Essa característica é determinada
por um único par de genes com dominância comple- 14
ta. Os símbolos escuros representam indivíduos que
apresentam a característica, e os claros, indivíduos que
não a possuem. Considerando que tal característica é condicionada
por apenas um par de alelos autossômicos, é correto
Com base na análise da figura, está correto afirmar afirmar que:
que são heterozigotos, obrigatoriamente, somente os
a) os indivíduos 2, 3 e 8 apresentam genótipo domi-
indivíduos: nante.
a) 1, 2, 4, 6, 7 e 8 b) os indivíduos 1, 4, 7, 12 e 13 apresentam genótipo
b) 1, 2, 3, 4, 6 e 7 recessivo.
c) 1, 2, 6, 7 e 8 c) nenhum dos indivíduos do heredograma apresenta
d) 3, 5 e 9 genótipo recessivo.
e) 3 e 9 d) nenhum dos indivíduos do heredograma apresenta
genótipo homozigoto dominante.
8. UEMG-MG – Dois gêmeos idênticos (monozigóticos), e) trat a-se de uma característica homozigot a
A e B, foram criados separados, por pessoas diferentes e dominante.
e em ambientes diferentes. Após vinte anos, apresen-
tavam as seguintes características, conforme o quadro: 10. Cefet-MG (adaptado) – O heredograma mostra a ocor-
rência da fibrose cística em uma determinada família.
Essa doença, de caráter autossômico, caracteriza-se
CARACTERÍSTICA GÊMEO GÊMEO por afecção pulmonar crônica, insuficiência pancreática
A B exócrina e aumento da concentração de cloreto no suor.

Altura 1,75 m 1,70 m


homem normal
Grupo sanguíneo B, Rh1 B, Rh1
mulher normal
Peso 81 kg 72 kg
homem afetado
Cor da pele branca morena mulher afetada

Com base nos dados apresentados, é correto afirmar


que a característica que foi determinada exclusivamen-
Calcule a probabilidade de o indivíduo IV-2 ser portador
te pelo genótipo, não sofrendo nenhuma influência do
do gene da fibrose cística.
ambiente foi a(o):
a) altura.

Material exclusivo para professores


b) grupo sanguíneo.
c) peso.
d) cor da pele.

conveniados ao Sistema de Ensino


9. Famerp-SP – Analise o heredograma, no qual os indi-
víduos afetados por uma característica genética estão
indicados pelos símbolos escuros.

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266 192 – Material do Professor

11. Uece-CE (adaptado) – Observe o heredograma a seguir: De acordo com o heredograma, é correto afirmar que:
BIOLOGIA 1B

a) A probabilidade de o casal gerar um filho do sexo


masculino com as duas doenças será 1/32.
b) A filha normal possui genótipos heterozigotos para
ambas as doenças.
c) A probabilidade de o casal gerar outra filha com as
duas doenças é de 1/16.
d) O pai é heterozigoto para ambas as doenças, e a mãe
é recessiva para ambas.
e) A probabilidade de o casal gerar uma criança duplo-
-dominante será de 1/8.

14. Sistema Dom Bosco


A partir do heredograma acima, pode-se concluir acer- De acordo com a documentação de um mosteiro envia-
tadamente que se trata de uma herança:
da para a prefeitura de Moscou, a primeira mulher de um
a) recessiva. camponês russo Feodor Vassilyev, deu à luz a 16 pares de
b) dominante. gêmeos, sete grupos de trigêmeos e quatro de quádruplos,
c) ligada ao sexo. totalizando 27 gestações e 69 crianças entre 1725 e 1765.
d) mitocondrial. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noti-
cias/2015/10/151022_vert_fut_limites_fertilidade_ml>. Acesso
12. UEA-AM – Dois irmãos gêmeos univitelinos de pele em: nov. 2018. (Adaptado)
clara moravam em Gramado (RS). Um dos irmãos se Com base em seus conhecimentos sobre o assunto,
mudou para Fortaleza (CE), onde começou a praticar explique como são produzidos e as principais diferenças
surfe, estando exposto frequentemente ao sol. O ir- entre os gêmeos monozigóticos e gêmeos dizigóticos.
mão que permaneceu em Gramado dificilmente ficava
exposto ao sol e somente praticava esportes em am-
bientes fechados. Passado um ano, os irmãos se reen-
contraram e a diferença entre o tom de pele de ambos
ficou evidente. Com relação à síntese de melanina, essa
diferença se deve ao fato de os irmãos apresentarem:
a) genótipos diferentes que levam à síntese da mesma
quantidade de melanina, independente das condi-
ções ambientais.
b) genótipos iguais que levam à síntese de diferentes
quantidades de melanina, dependendo da interação
desses genótipos com o ambiente.
c) genótipos iguais que sofrem mutações que levam
à síntese da mesma quantidade de melanina, para
adaptar a pele ao tipo de ambiente.
d) genótipos diferentes que levam à síntese de dife-
rentes quantidades de melanina, dependendo da
interação desses genótipos com o ambiente.
e) genótipos iguais que levam à síntese da mesma
quantidade de melanina, independente das condi-
ções do ambiente. 15. Unesp-SP (adaptado) – Uma professora de biologia
explicava a seus alunos que o daltonismo para a cor
13. Univag-MT – A fibrose cística é uma doença here- verde é determinado por um gene autossômico reces-
ditária que causa alterações em certas glândulas, sivo, isto é, para um indivíduo ser daltônico, ele precisa
provocando problemas respiratórios e digestivos. Já ter os alelos dd.
fenilcetonúria é uma doença que provoca danos no Lucas disse à sua professora que era daltônico para a
sistema nervoso, caso haja um acúmulo do aminoá- cor verde. A professora perguntou se outras pessoas
cido fenilalanina. Ambas são determinadas por alelos da família também eram daltônicas, e ele respondeu
autossômicos, localizados em cromossomos distintos. que outras duas pessoas tinham o mesmo tipo de dal-
Considere uma família cujo indivíduo destacado apre- tonismo. Para descobrir quais eram essas pessoas, a
senta essas duas doenças. professora fez mais algumas perguntas ao aluno e des-
cobriu que ele tem um irmão gêmeo idêntico, que seus
pais eram filhos únicos normais e que seus avós ainda
eram vivos. As outras pessoas daltônicas da família

Material exclusivo para professores


eram provavelmente:
a) o pai e o avô materno dos gêmeos.
b) a mãe e a avó materna dos gêmeos.
c) a mãe e a avó paterna dos gêmeos.

conveniados ao Sistema de Ensino ? d) o pai e a mãe dos gêmeos.


e) um de seus avós e o irmão gêmeo.

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193 – Material do Professor 267

16. FMP-RJ d) características ao longo da vida podem ser transmi-

BIOLOGIA 1B
Recentes investigações genéticas têm demonstrado que tidas aos descendentes.
gêmeos idênticos (possuidores do mesmo genoma) apre- e) mutações ocorrem no genoma, e essas alterações
sentam diferenças em seu comportamento e fisiologia. Por são selecionadas ou não no ambiente.
exemplo, eles podem diferir na susceptibilidade a doen-
ças degenerativas e infecciosas. O genótipo ou o genoma 17. Uerj (adaptado) – Analisando a genealogia das famílias
de gêmeos idênticos não é o mesmo? Os genes não são Alfa e Beta, observa-se que na família Alfa apenas a
responsáveis por tudo. Uma nova área, a epigenética, está mãe tem cabelos azuis, enquanto na família Beta, todos
sendo desenvolvida para explicar estas diferenças, já que o tem cabelos dessa cor.
genoma não possui somente a informação das sequências
das quatro bases A, C, G e T na cadeia do DNA. Os me-
canismos epigenéticos envolvem modificações químicas
Pai Mãe Pai Mãe
do próprio DNA, ou modificações das proteínas que estão
associadas a ele, como, por exemplo, a ligação de um gru-
po metil (2CH3) à base citosina do DNA. Cada uma dessas
modificações age como sinal de regulação e modificação na
expressão gênica. O estilo de vida e exposição ambiental ge- menino menina menina menino menina
ralmente são diferentes entre as pessoas por mais próximas 1 2
que sejam. Isso causa modificações, não na sequência de
DNA, necessariamente, mas nesses “apêndices” ao DNA. E, Admita que a característica cabelo azul siga os prin-
mais importante ainda, essas modificações epigenéticas po- cípios descritos por Mendel para transmissão dos
dem ser transmitidas aos descendentes. É possível que uma genes. Com base nas genealogias apresentadas, cite
pessoa que tenha levado uma vida sedentária e seja obesa qual é o tipo de herança da característica cabelo azul
desenvolva modificações em seu DNA que serão herdadas e calcule a probabilidade de a menina 1 da família Alfa
por seus filhos, que, por sua vez, podem ter maior suscepti- ter um filho com cabelos azuis se ela se casar com o
bilidade a certas doenças por causa disso. menino da família Beta. Explique como você chegou
a essas conclusões.
Fonte: GARCIA, Eloi S. Epigenética: Além da sequência
do DNA. Jornal da Ciência, e-mail 2832, 12 ago. 2005.
Disponível em: <http://jornaldaciencia.org.br>.

A teoria da epigenética tem sido relacionada às ideias


de Lamarck sobre a evolução. Isso se deve ao fato de
que, em ambas as teorias, os(as):
a) organismos expostos a pressões ambientais são se-
lecionados até que os mais aptos sobrevivam.
b) alelos têm sua frequência alterada na população
mediante modificações e são eliminadas ao longo
das gerações.
c) genes sofrem mutações ao acaso, e algumas des-
sas modificações são eliminadas ao longo des-
sas gerações.

ESTUDO PARA O ENEM


18. Enem C5-H17 O indivíduo representado pelo número 10, preocupado
O heredograma mostra a incidência de uma anomalia em transmitir o alelo com a anomalia para seus filhos,
genética em um grupo familiar. calcula que probabilidade de ele ser portador desse
alelo, que é:
a) 0%
b) 25%
1 2 3 4 c) 50%
d) 67%
e) 75%

5 6 7 8 9 19. UEPB-PB C 5-H17


Sobre o vocabulário genético, associe corretamente: 
I. Genótipo

Material exclusivo para professores 10 11 12 13 II. Fenótipo


Mulher com anomalia
III. Gene
Mulher sem anomalia IV. Heredograma

conveniados ao Sistema de Ensino


Homem com anomalia A. É a montagem de um grupo familiar com o uso de
Homem sem anomalia símbolos, também conhecido como genealogia,
mapa familiar ou pedigree. 

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268 194 – Material do Professor

B. Cada segmento de DNA capaz de transcrever sua MEDLINE na tentativa de identificar genes que es-
BIOLOGIA 1B

mensagem em uma molécula de RNA.  tivessem relacionados à asma. De acordo com as


C. É a constituição genética de um organismo, ou seja, análises realizadas, existem algumas regiões nos
o conjunto de alelos que ele herdou dos genitores.  cromossomos 5, 6, 11, 16 e 20 que podem estar re-
D. São as características internas ou externas de um lacionados à doença, além de um gene denominado
ser vivo, geneticamente determinadas. ORMDL3, que aumenta a susceptibilidade da doença
em crianças.
Assinale a alternativa correta:
a) I-A ; II-B ; III-D ; IV-C  Com base nessas informações e em seus conhecimen-
tos a respeito de gêmeos monozigóticos, marque a
b) I-C ; II-D ; III-B ; IV-A 
alternativa correta.
c) I-B ; II-A ; III-D ; IV-C 
a) Cada indivíduo possui uma placenta diferente.
d) I-A ; II-C ; III-B ; IV-D 
b) São gerados de duas fecundações independentes.
e) I-D ; II-B ; III-A ; IV-C
c) Apresentam o material genético idêntico.
20. Sistema Dom Bosco C4-H13 d) Podem ter sexos diferentes.
Pesquisadores da PUC-RS coletaram dados de gê- e) Não há relação entre incidência de gêmeos e a
meos monozigóticos presentes no banco de dados idade da mãe.

EXERCÍCIOS INTERDISCIPLINARES
21. UFMG-MG – Analise este heredograma de uma família risco mil vezes maior de desenvolver tumores de pele
que apresenta xeroderma pigmentoso, uma doença que uma pessoa normal. Considerando as informações
genética rara: contidas nesse heredograma e outros conhecimentos
sobre o assunto:
Legenda: a) Cite o provável padrão de herança do xeroderma
Afetados pigmentoso.
Normais
b) Calcule a probabilidade de o indivíduo V1 ter xero-
derma pigmentoso.
c) Um amigo da família fez o seguinte comentário:
“Nessa família, nasce tanta criança doente! Também,
é um tal de primo casar com prima...”. Consideran-
do esse comentário, responda: Do ponto de visto
Os indivíduos com essa doença se caracterizam por biológico, tal afirmativa tem fundamento? Justifique
extrema sensibilidade à luz solar e, também, por um sua resposta.

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BIOLOGIA 2A

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

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258 196 – Material do Professor

BRIÓFITAS: PLANTAS
BIOLOGIA 2A

AVASCULARES

Telhados cobertos por algum tipo de vegetação, chamados de “telhados verdes”,


têm sido utilizados ao longo do tempo com diferentes propósitos, para fins estéticos
• Plantas terrestres ou para o lazer.
• Evolução das plantas em Mais recentemente, esses telhados passaram a ser utilizados visando à susten-
ambiente terrestre tabilidade, em razão de seus efeitos benéficos, como conforto térmico e acústico,
• Briófitas eficiência energética e redução da quantidade de água pluvial escoada na superfície
• Reprodução e ciclo de vida
terrestre. Atualmente a Alemanha se destaca na utilização de telhados verdes e
das briófitas realiza pesquisas sobre o tema desde a década de 1980.
Os musgos muitas vezes são utilizados na construção de telhados verdes em
HABILIDADES virtude das características que os tornam mais adequados que a maioria das plantas.
• Identificar as estruturas Entre essas qualidades destacam-se: carga de peso reduzida (a maioria das espécies
vegetativas das plantas tem apenas alguns centímetros); ausência de raízes (o que torna necessário apenas
criptógamas relativas à so- uma fina camada de substrato); grande capacidade de absorção de água e pequena
brevivência e à adaptação necessidade de irrigação (pois são plantas avasculares).
aos ecossistemas. Além disso, existem espécies de musgos resistentes à seca e à luz solar direta, o
• Conhecer a reprodução e o que possibilita seu uso em telhados verdes em regiões tropicais e com clima mais seco.
ciclo de vida das briófitas.
JOSEFKUBES/SHUTTERSTOCK

• Compreender o papel da
evolução na produção
de padrões e processos
biológicos e na organização
taxonômica das briófitas.
• Associar características
adaptativas dos organismos
com seu modo de vida ou
seus limites de distribuição
em diferentes ambientes.

Casa com telhado verde formado por musgos.

PLANTAS TERRESTRES
Os primeiros representantes das plantas terrestres começaram a ocupar o am-
biente terrestre há cerca de 470 milhões de anos. Atualmente as plantas terrestres
compreendem cerca de 290 000 espécies e podem ser encontradas nos mais di-
versos ambientes do planeta, desde desertos até regiões polares.
Esses organismos também são chamados de embriófitas, por apresentarem um
embrião maciço (sem cavidade interna) quando fecundados. Uma forma de distinguir
os diferentes grupos de plantas é pela ausência ou presença de um sistema vascular,

Material exclusivo para professores


que são células unidas em tubos formando tecidos especializados que transportam
seivas (água e nutrientes) pelas partes da planta. As plantas atuais, em sua grande
maioria, apresentam um complexo sistema de tecido vascular e são chamadas de
plantas vasculares ou traqueófitas.

conveniados ao Sistema de Ensino


As plantas que não têm um sistema de transporte extenso com tecidos espe-
cializados na condução de seiva são conhecidas como avasculares, como musgos,
hepáticas e antóceros. São informalmente denominadas briófitas.

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197 – Material do Professor 259

CHINAFACE/ISTOCKPHOTO

BIOLOGIA 2A
Musgos cobrindo rochas
em ambiente úmido.

As plantas vasculares formam um grande grupo evolutivo que compreende 93%


de todas as espécies vegetais existentes. As traqueófitas incluem três grupos de
plantas: pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.
O termo pteridófitas é usado informalmente para designar as espécies de plantas
que têm vasos condutores, mas que não apresentam sementes, flores ou frutos. En-
tre as pteridófitas mais conhecidas, estão as samambaias, as avencas e os licopódios.
Briófitas e pteridófitas também são conhecidas como criptógamas (do grego
kruptós = escondido + gamos = gametas) por se tratarem de plantas com estruturas
reprodutoras pouco evidentes.
Gimnospermas e angiospermas fazem parte do grupo das espermatófitas, que
compreende as plantas vasculares que apresentam sementes. Esses dois grupos
também são conhecidos como fanerógamas (do grego phanerós = visível), em
virtude de as estruturas reprodutoras dessas plantas estarem evidentes.

EVOLUÇÃO DAS PLANTAS EM AMBIENTE


TERRESTRE
Hoje em dia, considera-se que uma linhagem ancestral de algas verdes, similar às
carófitas atuais, evoluiu e originou as plantas terrestres. Entre as evidências desse
parentesco próximo, estão algumas características compartilhadas entre as algas
verdes e as plantas, como a celulose encontrada na parede celular e a semelhança
do gameta flagelado. Outras similaridades que podem ser citadas são os cloroplastos
contendo clorofila a e b e a presença de uma substância denominada esporolenina,
que confere resistência contra a perda de água (pois reveste o zigoto nas carófitas
e os esporos das plantas).
Algumas novidades evolutivas surgiram nas plantas terrestres e possibilitaram
sua sobrevivência no ambiente terrestre. Entre essas mudanças, podemos destacar:
• alternância de gerações ou metagênese: ciclos de vida que alternam entre duas
gerações de organismos multicelulares distintos, o gametófito e o esporófito;
• embrião multicelular maciço, protegido e nutrido pelos tecidos de seu proge-
nitor (o gametófito feminino);
• esporos revestidos por uma substância que os protege contra a perda de água;
• gametângios, órgãos multicelulares que produzem os gametas;
• cutícula, uma cobertura na epiderme que atua como impermeabilizante e im-
pede a perda excessiva de água.

Material
BRIÓFITAS exclusivo para professores
Os fósseis de esporos de briófitas mais antigos encontrados têm entre 470 e 450

conveniados ao Sistema de Ensino


milhões de anos. As briófitas abrangem os musgos, as hepáticas e os antóceros.
Acredita-se que estão entre as primeiras plantas a ocupar o ambiente terrestre,
principalmente hábitats úmidos próximos a fontes de água doce.

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260 198 – Material do Professor

Supõe-se que, em uma linhagem ancestral de algas verdes (também chamadas


BIOLOGIA 2A

de carófitas ou carofíceas) que habitavam margens de rios e lagoas (estando sujeitas


à dessecação ocasional e passando por períodos em que não estavam submersas),
surgiram adaptações que geraram em seus descendentes maior resistência à des-
secação. Posteriormente, estes organismos deram origem às plantas terrestres.

CARACTERÍSTICAS
As briófitas são plantas de pequeno porte, a maioria com poucos centímetros,
que normalmente habitam locais úmidos e com sombra. Algumas ocupam outros
hábitats, como desertos relativamente secos, ou suportam longos períodos frios no
continente antártico. Poucas briófitas são aquáticas de água doce. Não se conhecem,
no entanto, espécies marinhas.

DOUGALL_PHOTOGRAPHY/IS-
TOCKPHOTO
AGNES KANTARUK/SHUTTERSTOCK

Musgos encontrados em áreas urbanizadas. À esquerda, podem ser observados entre os paralelepípedos em uma
rua; à direita, sobre o telhado de uma residência.

As briófitas são plantas avasculares, ou seja, não apresentam tecidos especiali-


zados de condução de seiva (xilema e floema). O transporte de seiva ocorre de forma
muito lenta, célula por célula, geralmente por osmose ou difusão. A passagem de
substâncias entre as células ocorre através de pontes citoplasmáticas, que atravessam
as paredes celulares, chamadas plasmodesmos.
A avascularidade é fator determinante para o pequeno porte das briófitas, pois a au-
sência de tecidos condutores impede a seiva de alcançar maiores distâncias. A grande
maioria dessas plantas habita locais úmidos, pois a transpiração muito intensa provoca
sua dessecação, considerando que a água transportada por simples difusão não atinge
as células a tempo de repor a quantidade perdida. Além disso, as briófitas também de-
pendem da água para a reprodução, pois a água auxilia na locomoção do gameta
masculino flagelado até o gameta feminino. Isso significa que a reprodução das espécies
de briófitas que vivem em hábitats mais secos só é possível durante o período de chuvas.
O corpo das briófitas é formado basicamente por rizoide, cauloide e filoide,
estruturas semelhantes a raízes, caules e folhas, respectivamente. Não formam
sementes, flores ou frutos.

cápsula

seta
esporófito maduro

gametófitos
femininos
gametófitos
filoide
masculinos

Material exclusivo para professores


cauloide

rizoide

conveniados ao Sistema de Ensino


Ilustração da organização corporal de um musgo da espécie Polytrichum commune. Podemos
notar a diferença entre o gametófito feminino (sobre o qual se encontra o esporófito) e o
gametófito masculino. Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

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199 – Material do Professor 261

CLASSIFICAÇÃO cies de rochas, adicionando matéria orgânica que


se torna essencial para a germinação de sementes

BIOLOGIA 2A
Atualmente o termo briófita se refere a três grupos
(filos) distintos de plantas avasculares. de outras plantas.

FILO BRYOPHYTA

WAYRA/ISTOCKPHOTO
Este é o grupo mais diversificado entre as briófi-
tas. Os gametófitos, além dos rizoides, geralmente
apresentam um eixo principal (cauloide), do qual saem
os filoides. Destacam-se os gêneros Polytrichum (en-
contrado mais em barrancos de regiões tropicais) e
Sphagnum (que cresce em regiões temperadas e frias,
formando a vegetação conhecida por turfa, de grande
importância econômica).
GRIGORII_PISOTCKII/ISTOCKPHOTO

Musgos Polytrichum commune com os esporófitos sobre os


gametófitos femininos.

Imagem na qual podemos observar gametófitos do musgo Polytrichum


commune. HEPÁTICAS
São plantas com aparência que lembra um fíga-
Sob condições geológicas adequadas, a turfa do (do latim hepaticus), com gametófito taloso em
transforma-se em carvão, que é utilizado como com- formato achatado e que se fixam ao solo por meio
bustível para aquecimento doméstico. A turfa que se de rizoides. Os filoides, quando presentes, são del-
torna combustível provém da deposição do musgo gados e planos. No entanto, existem hepáticas com
do gênero Sphagnum em lagos de origem glacial do gametófitos folhosos, mais comuns principalmente
Hemisfério Norte. nas regiões tropicais.
As hepáticas mais conhecidas pertencem ao gêne-
MICHAEL P. GADOMSKI/PHOTORESEARCHERS/LATINSTOCK

ro Marchantia, comum no Hemisfério Norte. Algumas


hepáticas aquáticas (Riccia) vivem submersas e são
utilizadas em aquários para fornecer oxigênio e servir
de abrigo para peixes.
IAN_REDDING/ISTOCKPHOTO

Material exclusivo para professores


Musgos do gênero Sphagnum, também conhecidos como turfa, no
Hemisfério Norte.

Os musgos muitas vezes formam longos tapetes


sobre rochas expostas e desempenham importan-

conveniados ao Sistema de Ensino


te papel na sucessão ecológica, contribuindo na
degradação de rochas e na formação de solos. São Hepáticas Marchantia polymorpha com os gametóforos (estruturas em
as primeiras plantas a colonizar fendas e superfí- forma de guarda-chuva) sobre os gametófitos femininos.

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262 200 – Material do Professor

masculinos biflagelados denominados anterozoides.

HEKAKOSKINEN/ISTOCKPHOTO
BIOLOGIA 2A

No interior do arquegônio, que é o gametângio femi-


nino, é produzido o gameta feminino por mitose, de-
nominado oosfera. No ápice da planta masculina, está
situado o anterídio e, na planta feminina, o arquegônio.
Também existem briófitas monoicas, as quais
apresentam gametângios masculinos e femininos
simultaneamente.

anterídio

anterozoides

Hepáticas Marchantia polymorpha com os conceptáculos (estruturas em


forma de taça portando as gemas) sobre o talo (corpo do gametófito).

arquegônio
ANTÓCEROS
Grupo de briófitas com menor número de espécies,
cerca de 100. A estrutura de seu gametófito é simples oosfera
e alongada. De uma lâmina saem eixos (esporófitos),
onde são produzidos os esporos.
Os esporófitos em forma de chifre são a principal
característica que os diferencia das demais briófitas. Ilustração com as estruturas reprodutoras masculinas e femininas das
briófitas (gametângios e gametas). Elementos representados fora da
O esporófito dos antóceros não tem seta, consistindo
escala de tamanho. Cores fantasia.
apenas do esporângio (que produz os esporos).

ALTERNÂNCIA DE GERAÇÕES NAS


GOLOVNIOV/FOTOSEARCH/LA-
TINSTOCK>

BRIÓFITAS
No caso das briófitas, há dois tipos de geração:
• Geração gametofítica ou gametófito (n): mais
desenvolvida, representa a planta adulta propria-
mente dita. Nela ocorre a reprodução sexuada,
por meio da produção de gametas masculino
(anterozoide) e feminino (oosfera). As plantas
Ilustração do antócero da espécie Anthoceros laevis. Pode-se notar apresentam rizoides, cauloides e filoides. Nos
o esporófito em forma de chifre sobre o gametófito. Elementos gametófitos mais simples, não existe diferença
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia. entre o filoide e o cauloide, sendo normalmente
prostrados e denominados talosos. Os gametófi-
tos com estruturas bem diferenciadas são geral-
REPRODUÇÃO E CICLO DE mente eretos e denominados folhosos. Todas as

VIDA DAS BRIÓFITAS células do gametófito são haploides (n).


• Geração esporofítica ou esporófito (2n): for-
A maioria das briófitas é dioica, ou seja, há plantas mada por células diploides, é a fase menos de-
com estruturas reprodutoras masculinas (anterídios) senvolvida do ciclo de vida das briófitas e tem
e plantas com estruturas reprodutoras femininas (ar- curta duração. O esporófito depende do game-
quegônios). Briófitas têm ciclo haplodiplobionte (alter- tófito para seu crescimento e desenvolvimento.
nância de fases) e reproduzem-se por alternância de Em geral, o esporófito consiste em uma fina
gerações ou metagênese, assim como os demais haste (ou seta) que sustenta uma cápsula pro-
grupos de plantas terrestres. Nesse ciclo há duas ge- tegida pela caliptra. No interior da cápsula, os
rações de organismos: a gametofítica haploide (n) e esporângios produzem esporos (n) por meiose.

Material exclusivo para professores


a esporofítica diploide (2n). Nas briófitas, a geração Nessa fase, portanto, ocorre a reprodução as-
dominante é a gametofítica. Nas plantas vasculares, a sexuada por esporulação.
geração dominante é a esporofítica.
As estruturas reprodutoras das briófi tas (game- REPRODUÇÃO SEXUADA

conveniados ao Sistema de Ensino


tângios) não são visíveis a olho nu, pois geralmente Nos musgos dioicos, a planta adulta masculina
estão imersas no gametófito. O anterídio, que é o apresenta, na parte superior, os anterídios que contêm
gametângio masculino, produz por mitose os gametas em seu interior os anterozoides. Cada anterídio produz

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201 – Material do Professor 263

grande número de anterozoides. Os anterozoides das No interior da cápsula existem vários esporângios,
briófitas têm dois flagelos, o que possibilita a essas dentro dos quais as células-mães dos esporos ou

BIOLOGIA 2A
células “nadarem” até o gameta feminino. esporócitos sofrem meiose e originam esporos ha-
Na parte superior do gametófito feminino, encon- ploides. Por meio da abertura na cápsula (opérculo),
tram-se os arquegônios, que produzem as oosferas. que ocorre naturalmente, os esporos são liberados e
Cada arquegônio produz uma única oosfera, que é uma transportados pelo vento. Se encontrarem condições
célula imóvel. Gametângios (anterídio e arquegônio) favoráveis, os esporos germinam por meio de mitoses
e gametas (anterozoides e oosfera) são haploides e sucessivas e originam o gametófito ou protonema
formam-se por mitose. (filamento multicelular clorofilado e haploide) que se
As briófitas são dependentes da água para a fe- desenvolve em um gametófito adulto, recomeçando
cundação. Os anterozoides são transportados até os o ciclo da planta.
arquegônios pela água da chuva. Quando os anterozoi-
des chegam ao arquegônio, “nadam” ativamente em REPRODUÇÃO ASSEXUADA
direção à oosfera, por ação dos flagelos. No interior do Muitas briófitas se reproduzem assexuadamente
arquegônio, apenas um anterozoide fecunda a oosfe- por fragmentação. Nesse processo, pedaços de um
ra e origina, assim, o ovo ou zigoto (2n). Este desen- indivíduo ou de uma colônia dão origem a novos game-
volve-se por meio de mitoses sucessivas, de modo a tófitos. Em espécies do gênero Marchantia (hepáticas),
formar o embrião (2n), que é nutrido pelo gametófito ocorre a reprodução assexuada por meio da formação
feminino, cujo desenvolvimento resulta no esporófito de estruturas especializadas, os propágulos, que se for-
diploide. Fixo pela base, o esporófito cresce no ápice mam no interior de conceptáculos, estruturas em forma
do gametófito feminino. O esporófito maduro é for- de taça (veja na figura a seguir). Nos conceptáculos
mado por três partes: o pé, inserido no arquegônio formam-se as gemas, que são os corpos reprodutivos
(gametófito feminino); a haste (ou seta), que emerge (propágulos). Quando chove, gotas de água carregam
da caliptra; e a cápsula (ou esporângio), localizada na as gemas para o solo, as quais se desenvolvem e ori-
extremidade da haste. ginam novos gametófitos.

2 O protonema haploide produz


“gemas”, que se dividem por mitose
e se transformam em gametóforos

1 Os esporos se
desenvolvem 3 O anterozoide deve
Anterozoide nadar por uma película
em protonemas
de umidade para
Legenda filiformes
Gema alcançar a oosfera
Anterídio
Haploide (n)
Gametófito
Diploide (2n) masculino (n)
Protonema (n)

Oosfera

Esporos
Gametóforo
Dispersão de Arquegônio
esporos 7 Ocorre meiose, e esporos
haploides se desenvolvem na Gametófito
Peristômio cápsula. Quando a cápsula está feminino (n)
madura, seu opérculo se abre explosi-
vamente, e os esporos são liberados

Esporângio 5 O esporófito se torna uma


longa haste (seta) que FERTILIZAÇÃO
MEIOSE
emerge do arquegônio (dentro do arquegônio)
Seta
Esporófitos Cápsula Zigoto (n)
maduros (esporângio)
Pé Embrião

Arquegônio

Material exclusivo para professores


Esporófito
jovem (2n) 4 O zigoto se desenvolve em
um embrião esporofítico
Gametófitos 6 Ligado por sua base, o esporófito
femininos permanece dependente

conveniados ao Sistema de Ensino


nutricionalmente do gametófito

Ciclo reprodutivo típico das briófitas. Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
Fonte: REECE et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Editora Artmed, 2005. p. 619. (Adaptado)

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264 202 – Material do Professor

ROTEIRO DE AULA
BIOLOGIA 2A

PLANTAS TERRESTRES (EMBRIÓFITAS)

Briófitas Pteridófitas

Classificação Reprodução
Características
e ciclo de vida

Filo Bryophyta Musgos Metagênese


Avasculares

Hepáticas Reprodução
Filo Hepatophyta
dependente da
água
Filo Anthocerophyta
Hábitat: Antóceros

Ambientes úmidos e com

sombra

Fase duradoura: Gametângios: Gametas:

Gametófito (n) Arquegônio (n)


Anterozoide (n)

Oosfera (n)
Anterídio (n)
Corpo:

Material exclusivo para professores


Filoide Rizoide
Cauloide

conveniados ao Sistema de Ensino


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203 – Material do Professor 265

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

BIOLOGIA 2A
1. UFJF-MG – Ao caminhar pela sua cidade, um estudante do ensino médio observou
as seguintes plantas:
I. Musgo
II. Samambaia
III. Pinheiro
IV. Goiabeira
V. Ipê-amarelo
Após analisá-las, fez as afirmações abaixo. Assinale a opção com a alternativa correta:
a) Apenas uma dessas plantas não apresenta raiz, caule e folhas diferenciadas.
b) Apenas duas dessas plantas não apresentam tecidos condutores de seiva.
c) Apenas duas dessas plantas apresentam sementes.
d) Apenas duas dessas plantas apresentam processos de polinização.
e) Apenas uma dessas plantas apresenta fruto.
Os musgos pertencem ao grupo das briófitas, plantas que não têm raiz, caule e folhas verdadeiros, mas
sim rizoides, cauloide e filoide. Além disso, não apresentam tecidos condutores diferenciados (xilema e
floema). Entre as plantas terrestres, apenas as briófitas não têm raízes, caules e folhas diferenciados.
Gimnospermas e angiospermas apresentam sementes e processos de polinização (como o pinheiro, a
goiabeira e o ipê-amarelo). As angiospermas têm frutos, como a goiabeira e o ipê-amarelo.
2. Udesc (adaptada) – A característica comum às plantas hepáticas, antóceros e mus-
gos é que
a) são plantas com sementes.
b) são plantas vasculares.
c) produzem flores.
d) possuem gametas masculinos flagelados.
e) possuem ovário.
As briófitas e as pteridófitas (samambaias e avencas) têm gametas masculinos flagelados, denominados
anterozoides. Esses gametas necessitam de água para se locomover até o gameta feminino (oosfera) e
fecundá-lo.

3. Sistema Dom Bosco – Qual o significado dos termos embriófitas, criptógamas e


metagênese? A qual grupo ou grupos de plantas se aplicam?
As criptógamas são plantas que apresentam as estruturas produtoras de gametas pouco evidentes

(microscópicas). Esse termo se refere a briófitas e pteridófitas.

Embriófitas é um termo usado para caracterizar as plantas terrestres (briófitas, pteridófitas, gimnospermas e

angiospermas) e significa que nelas há um embrião multicelular e maciço (sem cavidade interna).

A alternância de gerações ocorre em todas as plantas terrestres (briófitas, pteridófitas, gimnospermas e an-

giospermas), processo também conhecido como metagênese.

4. UFJF-MG (adaptada) – Sobre os processos reprodutivos das briófitas, é correto


afirmar:
a) A reprodução sexuada em briófitas envolve, obrigatoriamente, a formação
de esporos.
b) Nas briófitas a produção dos esporos ocorre no interior de estruturas diploides, as
quais correspondem à fase dominante do ciclo de vida.
c) A reprodução sexuada em briófitas pode ocorrer por fragmentação, processo em

Material exclusivo para professores


que pedaços de um indivíduo adulto geram novos gametófitos.
d) Uma condição comum à reprodução sexuada das briófitas consiste na produção de
anterozoides flagelados no interior de anterídios.
e) A ausência de tecidos vasculares nas briófitas limita a fecundação em ambientes

conveniados ao Sistema de Ensino


aquáticos ou úmidos, uma vez que os anterozoides precisam nadar até a oosfera.
As briófitas dependem da água para a fecundação, porque produzem anterozoides biflagelados no interior
de gametângios microscópicos denominados anterídios, os quais se locomovem até o gameta feminino
(oosfera) para fecundá-lo.

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5. PUC-RJ (adaptada) – Nas plantas, qual das seguintes unidades reprodutivas é pro-
BIOLOGIA 2A

duzida por mitose?


a) Esporófitos haploides d) Gametas diploides
b) Gametas haploides e) Esporos diploides
c) Esporos haploides
Os gametas das plantas são haploides e são sempre produzidos por mitose. Os esporos das plantas
também são haploides, mas são sempre produzidos por meiose (meiose espórica).

6. UEFS-BA (adaptada) – Abaixo observamos o ciclo de vida típico das pteridófitas,


representado pelas samambaias.

Germinação
Protalo
gametófito
Esporo (n)
(n)

Meiose
Esporângio
(2n)

Oosfera
(n) Anterídio
(n)

Arquegônio Anterozoides (n)


Gametófito (n)
(n)
Esporófito
(2n)

Fecundação
Esporófito (2n) Zigoto (2n)

Com base na figura, quais as principais diferenças do ciclo de vida das pteridófitas
em relação ao das briófitas?
Nas briófitas, a planta adulta é o gametófito (n), autótrofo e fotossintetizante, enquanto nas pteridófitas, a

planta adulta é o esporófito (2n). Nos musgos, representantes típicos do ciclo de vida das briófitas, o esporó-

fito se desenvolve sobre o gametófito feminino, e os esporângios no interior da cápsula originam os esporos

por meiose. Nas samambaias, os esporângios estão agrupados no interior de estruturas chamadas soros, na

face inferior das folhas. Já o gametófito das pteridófitas é chamado de protalo, e o gametófito das briófitas é

chamado protonema.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. UFJF-MG (adaptada) – O gênero Sphagnum possui espécies que são comumente
chamadas musgos de turfeira e possuem grande importância ecológica por formarem
a turfa, que cobre 1% da superfície terrestre do planeta. Na Primeira Guerra Mundial
foram muito utilizados na limpeza de ferimentos, por absorverem até 20 vezes seu
peso em água e pela presença de metabólitos bactericidas em sua constituição. Sobre
musgos de turfeira, marque a alternativa correta:
a) Os musgos podem ocorrer em diferentes hábitats, incluindo o ambiente marinho
e terrestre.

Material exclusivo para professores


b) Possuem ciclo de vida com alternância de gerações haploide e diploide, com fase
haploide persistente.
c) São considerados avasculares, por possuírem esporófito efêmero e dependente.
d) São formados por três sistemas de tecidos, no sistema fundamental encontra-se

conveniados ao Sistema de Ensino


o parênquima.
e) O esporófito libera as sementes pela abertura da cápsula, após o opérculo
ser eliminado.

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8. UCS-RS – Várias hipóteses foram desenvolvidas para 11. Uece (adaptada) – Assinale a opção que contém a

BIOLOGIA 2A
explicar a evolução das plantas. O critério que corrobora a sequência correta correspondente ao ciclo de vida das
hipótese evolutiva, a mais aceita atualmente, utiliza a de- briófitas.
pendência da água para que possa ocorrer o processo de a) Produção de gametas – fecundação – esporófito –
fecundação. Sobre esse processo, é correto afirmar que produção de esporos – prótalo.
a) as plantas que não dependem da água para se repro- b) Produção de esporos – gametófito – produção de
duzirem são briófitas, gimnospermas e espermatófitas. gametas – fecundação – protonema.
b) as briófitas e pteridófitas necessitam da água, pois c) Produção de esporos – prótalo – produção de game-
produzem anterozoides que necessitam “nadar” até tas – fecundação – esporófito.
a oosfera. d) Produção de esporos – esporófito – produção de
c) as plantas avasculares não precisam da água para gametas – fecundação – prótalo.
a reprodução, possuem tecidos diferenciados que e) Produção de gametas – fecundação – esporófito –
possibilitam dominar o ambiente terrestre. produção de esporos – protonema.
d) as gimnospermas são consideradas plantas mais pri-
mitivas do que as pteridófitas, pois possuem semen- 12. Sistema Dom Bosco – Em relação às briófitas, assinale
tes nuas, necessitando da água para a reprodução. a opção que contém a alternativa incorreta.
e) todas as plantas necessitam da água para a reprodu- a) Não possuem tecidos especializados de condução
ção, inclusive as fanerógamas, assim, esse critério de seiva.
não deveria ser utilizado. b) A maioria das briófitas é monoica.
9. UFRGS (adaptada) – Assinale com V (verdadeiro) ou F c) O gametófito das briófitas é chamado de protonema.
(falso) as afirmações abaixo, em relação aos organismos d) Briófitas é um termo informal, não possuindo valor para
que pertencem ao reino Plantae. a classificação taxonômica das plantas avasculares.
I. ( ) O gametófito das briófitas, chamado de protonema, 13. Sistema Dom Bosco – Assinale com V (verdadeiro)
é uma fase do ciclo de vida que não realiza fotossíntese. ou F (falso) as afirmações abaixo, sobre o ciclo de vida
II. ( ) As briófitas possuem o esporófito, fase haploide, das plantas terrestres:
reduzido. I. ( ) Muitas briófitas reproduzem-se sexuadamente
III. ( ) Os embriões multicelulares não possuem cavi- por fragmentação.
dades internas. II. ( ) Nas plantas a reprodução assexuada ocorre na
IV. ( ) Os gametângios femininos e masculinos de brió- geração esporofítica, por mitose.
fitas e pteridófitas são chamados, respectivamente, III. ( ) Nas plantas a reprodução sexuada ocorre na fase
de arquegônio e anterozoide. do gametófito, por meiose.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, A sequência correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo, é: de cima para baixo, é:
a) F – F – V– F d) F – F – V – V a) F – V – V d) F – F – V
b) F – V – F– V e) V – F – V – F b) V – F – F e) F – F – F
c) V – F – F– F c) F – V – F
10. Sistema Dom Bosco – As plantas terrestres reprodu- 14. Mackenzie-SP (adaptada) – Briófitas e pteridófitas
zem-se por metagênese, possuindo seus ciclos de vida são denominadas plantas criptogâmicas, o que significa
caracterizados por duas fases. que são plantas que não têm estruturas reprodutivas
a) Qual organismo ou indivíduo do ciclo de vida das desenvolvidas.
briófitas depende de outro para sua nutrição, e qual A respeito desses dois grupos de vegetais, são feitas
é a ploidia de cada um? as seguintes afirmações.
I. Nas pteridófitas o esporófito é sempre diploide, e
nas briófitas o gametófito é sempre haploide.
II. Nas briófitas o gametófito é mais desenvolvido do
que o esporófito, e nas pteridófitas é o inverso.
III. Nas bteridófitas há tecidos condutores especializa-
dos, enquanto nas briófitas eles não existem.
IV. Nas briófitas a meiose é espórica, enquanto nas
pteridófitas ela é gamética.
b) Nas briófitas, em que órgão ou estrutura são produzidos
Corrija as afirmativas que contêm erros, tornando-as
os anterozoides, a oosfera e os esporos? Qual tipo de
divisão celular origina cada uma dessas células? verdadeiras.

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15. Fuvest-SP – Frequentemente, os fungos são estudados IV. Nas briófitas a planta adulta é diploide.
BIOLOGIA 2A

juntamente com as plantas, na área da Botânica. Em ter-


Estão corretas, apenas,
mos biológicos, é correto afirmar que essa aproximação
a) não se justifica, pois a organização dos tecidos nos a) I e II.
fungos assemelha-se muito mais à dos animais que b) II e III.
à das plantas.
c) I e III.
b) se justifica, pois as células dos fungos têm o mesmo
tipo de revestimento que as células vegetais. d) II e IV.
c) não se justifica, pois a forma de obtenção e arma- e) III e IV.
zenamento de energia nos fungos é diferente da
encontrada nas plantas. 17. Mackenzie-SP (adaptada) – A respeito da reprodu-
d) se justifica, pois os fungos possuem as mesmas ção nos quatro grupos vegetais (briófitas, pteridófitas,
organelas celulares que as plantas. gimnospermas e angiospermas), qual é a principal ca-
e) se justifica, pois os fungos e as algas verdes têm o racterística comum a todos eles?
mesmo mecanismo de reprodução.

16. Mackenzie-SP (adaptada) – Nas plantas, sempre


ocorre alternância de gerações, isto é, existe uma fase
haploide e outra diploide. Uma delas é originada por
gametas, e a outra, por esporos. A esse respeito, são
feitas as seguintes afirmações:
I. Os gametas são formados por mitose, e os esporos,
por meiose.
II. Em todas as criptógamas, a fase predominante é a
esporofítica.
III. A fase gametofítica é haploide enquanto, a fase
esporofítica é diploide.

ESTUDO PARA O ENEM

18. Fatec-SP C4-H16 19. Fuvest-SP (adaptada) C4-H16


Considere o cladograma a seguir. Assinale a alternativa que contém novidades evolutivas
encontradas em todas as plantas terrestres.
Algas Algas Algas Plantas a) Embrião maciço, esporos, gametas.
pardas vermelhas verdes terrestres
b) Sistema vascular, gametas produzidos em gametân-
gios, esporos.
c) Esporos, embrião com cavidade interna, metagênese.
d) Semente, embrião sem cavidade interna, sistema
vascular.
e) Gametas produzidos em gametângios, embrião sem
cavidade interna, metagênese.

20. IFBa C8-H28


Musgos são plantas extremamente pequenas, não
Suponha que uma via bioquímica relacionada ao eti- ultrapassando a altura de poucos centímetros. Estas
leno tenha sido encontrada em diversas ordens de plantas parecem formar um tapete verde nos troncos
plantas terrestres e algas vermelhas, mas não em de árvores, em folhas ou em rochas. Diferente do
algas pardas.
que descrevem histórias de ficção científica, musgos
De acordo com o cladograma, essa via bioquímica de- gigantes não poderiam ocorrer de fato na realidade.
veria ser encontrada em algas verdes, dado que essas Escolha a alternativa que descreve o motivo que im-
algas são pede esses seres de atingirem grandes tamanhos.
a) mais aparentadas às algas pardas e vermelhas do a) Lentidão no processo fotossintetizante.
que às plantas terrestres.
b) Impossibilidade de produção de amido para consumo.

Material exclusivo para professores


b) mais aparentadas às plantas terrestres e algas ver-
melhas do que às algas pardas. c) Lentidão de condução de seivas em grandes distâncias.
c) intermediárias evolutivas entre as algas vermelhas d) Pouca produção de hormônios de crescimento
e as plantas terrestres. do caule.

conveniados ao Sistema de Ensino


d) originárias do grupo das plantas terrestres. e) Pouca produção de glicose para um crescimento
e) mais evoluídas que as algas pardas. satisfatório.

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10
207 – Material do Professor 269

PTERIDÓFITAS: PLANTAS

BIOLOGIA 2A
VASCULARES

As pteridófitas estão entre as primeiras traqueófitas (plantas vasculares) que


surgiram ao longo da evolução das plantas. Os primeiros fósseis encontrados do
grupo datam de cerca de 425 milhões de anos. • Características gerais das
As pteridófitas também são conhecidas como plantas vasculares sem sementes. pteridófitas
Englobam samambaias, avencas e selaginelas. A presença de sistemas vasculares • Classificação das pteri-
bem desenvolvidos e, consequentemente, de transporte mais rápido de seiva, foi dófitas
uma novidade evolutiva que possibilitou às traqueófitas crescerem mais que as brió- • Reprodução e ciclo de vida
fitas. A presença de vasos condutores permite também a reposição da água perdida
na transpiração, o que favoreceu a ocupação de ambientes secos. HABILIDADES
• Identificar as estruturas

NANCY AYUMI KUNIHIRO/SHUTTERSTOCK


vegetativas das plantas
criptógamas relativas à so-
brevivência e à adaptação
aos ecossistemas.
• Conhecer a reprodução
e o ciclo de vida das
pteridófitas.
• Comparar a reprodução e o
ciclo de vida de briófitas e
pteridófitas.
• Compreender o papel da
evolução na produção
Samambaias,
de padrões e processos
plantas tipicamente
citadas como biológicos ou na orga-
representantes das nização taxonômica das
pteridófitas. pteridófitas.

Assim como nas briófitas, os gametas masculinos flagelados das pteridófitas ne- • Associar características
adaptativas dos organismos
cessitam de água para alcançar a oosfera e fecundá-la, fato que torna as pteridófitas
com seu modo de vida ou
comuns em ambientes úmidos e sombreados.
seus limites de distribuição
em diferentes ambientes.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS
PTERIDÓFITAS
Há cerca de 300 milhões de
SCIENCE HISTORY IMAGES / ALAMY STOCK PHOTO

anos, as pteridófitas formavam


imensas florestas. Muitas espé-
cies atingiam mais de 40 metros
de altura. Restos soterrados e não
decompostos dessas florestas do

Material exclusivo para professores


Período Carbonífero originaram re-
servas de carvão, ainda hoje bas-
tante exploradas.

conveniados ao Sistema de Ensino


Representação de uma paisagem
provável do Carbonífero, no qual
as pteridófitas se desenvolveram.

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270 208 – Material do Professor

As pteridófitas são abundantes em regiões tro- • sistema de preenchimento: formado por célu-
BIOLOGIA 2A

picais, mas também são encontradas em regiões las ricas em cloroplastos nas folhas e por tecidos
temperadas. Há espécies, inclusive, em ambientes que ocupam os espaços internos do corpo da
secos e semidesérticos. Atualmente são conhecidas planta denominados de parênquimas (que apre-
pouco mais de 13 000 espécies de pteridófitas, o que sentam funções como armazenamento de amido
compreende cerca de 5% das plantas terrestres do em raízes e caules).
planeta. O termo pteridófita é usado para se referir As pteridófitas são plantas vasculares que não for-
a representantes de dois grupos: pterófitas (samam- mam sementes, flores ou frutos. Assim como as brió-
baias, avencas, cavalinhas) e licófitas (licopódios e fitas, são plantas criptógamas com estruturas repro-
selaginelas). dutoras pouco evidentes. Além disso, as pteridófitas
dependem de água para se reproduzir em virtude da
CHWEISS/SHUTTERSTOCK

presença de gametas masculinos flagelados.

KEVIN EBI / ALAMY STOCK PHOTO


Exemplar de licopódio (Lycopodium tristachyum).

As traqueófitas têm estruturas especializadas na Equisetum telmateia, a cavalinha-gigante.


condução de seiva, denominadas vasos condutores,
que podem ser de dois tipos: As pteridófitas e demais plantas vasculares têm o
• xilema: mais interno no caule, transporta a seiva esporófito como fase duradoura do ciclo de vida. Ou-
bruta rica em água e sais minerais das raízes até tra novidade evolutiva das traqueófitas é o surgimento
as folhas. As células do xilema têm suas paredes de esporófilos, que são folhas modificadas que portam
celulares reforçadas por lignina, tornando esses os esporângios (estruturas produtoras de esporos), os
vasos suficientemente fortes para proporcionar o quais variam em estrutura.
suporte da planta contra a gravidade;
• floema: mais externo no caule, transporta a seiva ORGANIZAÇÃO CORPORAL
elaborada produzida nas folhas durante a fotossín- Tomando como base a morfologia das samambaias,
tese até as raízes, uma solução rica em açúcares o corpo das pteridófitas está organizado em um caule
e outros compostos orgânicos. do tipo rizoma (raiz adventícia) e folhas compostas di-
O corpo das pteridófitas e demais plantas vasculares vididas em folíolos.
geralmente está organizado em três partes distintas:

DEWIN ' INDEW/SHUTTERSTOCK


• raiz: estrutura comumente subterrânea, com a
função de fixar a planta e absorver água e sais
minerais;
• caule: estrutura que geralmente cresce vertical-
fronde
mente acima do solo, em sentido oposto ao da
raiz. Por meio dele as seivas são conduzidas pelo
corpo da planta;
• folha: estrutura comumente laminar sustentada
pelo caule, com células ricas em cloroplastos. rizoma
Nela ocorre a fotossíntese.
O corpo das traqueófitas está organizado em três raiz adventícia
tecidos especializados principais:

Material exclusivo para professores


• sistema dérmico: camada mais externa que re-
cobre todo o corpo da planta e tem a função de Organização do corpo das samambaias.
proteger os tecidos internos e funcionar como
uma barreira que impede a perda de água pela Na extremidade de cada folha, está uma região

conveniados ao Sistema de Ensino


transpiração; de aspecto recurvado responsável pelo crescimento.
• sistema vascular: formado pelos tecidos ou va- Essa organização é bastante evidente na folha jovem,
sos condutores xilema e floema; chamada báculo.

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209 – Material do Professor 271

PATRIKSTEDRAK/ISTOCKPHOTO

KRASKY/SHUTTERSTOCK

BIOLOGIA 2A
À esquerda, báculo de samambaia em estágio inicial de desenvolvimento. À direita, báculos de samambaia em
estágios finais do desenvolvimento.

Nas samambaias, os esporófilos produzem conjuntos de esporângios que


ficam agrupados em estruturas chamadas soros, os quais estão presentes na face
inferior das folhas.
ISABELLE OHARA/SHUTTERSTOCK

RATTIYA THONGDUMHYU/SHUTTERSTOCK

Foto da face inferior da folha de samambaia, mostrando os soros, pontos escuros dispostos em fileiras. No
detalhe, um conjunto de esporângios contidos em cada soro.

CLASSIFICAÇÃO DAS PTERIDÓFITAS


Pteridófitas é um termo informal usado para designar as plantas vasculares
sem sementes. Na classificação adotada neste livro, essa denominação se refere
a dois filos distintos: Lycophyta (que reúne licopódios, selaginelas e Isoetes) e
Pterophyta (que reúne samambaias, avencas, cavalinhas e os gêneros aparentados
Psilotum e Tmesipteris).

FILO PTEROPHYTA
As pterófitas compreendem cerca de 12 000 espécies. A maior diversidade
do grupo é encontrada em ambientes tropicais. As samambaias estão entre as

Material exclusivo para professores pteridófitas mais conhecidas. Apresentam folhas largas chamadas de frondes,
divididas em pinas. A fronde cresce conforme o báculo se desenrola. A grande
maioria das espécies são isosporadas, ou seja, contêm um tipo de esporângio que

conveniados ao Sistema de Ensino


produz um esporo que origina um gametófito bissexual. O samambaiaçu é uma
espécie arborescente de grandes dimensões, da qual se extrai o xaxim – prática
proibida atualmente.

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272 210 – Material do Professor

Em muitos licopódios e em Selaginella, os esporó-


CHRISSMITH731/ISTOCKPHOTO
BIOLOGIA 2A

filos estão agrupados em estruturas chamadas estró-


bilos, que apresentam forma de cone. Nos licopódios,
os esporos são isosporados, enquanto em Selaginella
e Isoetes os esporos são heterosporados (esporângios
produzem dois tipos diferentes de esporos).

SANTIPORN BOONJING/SHUTTERSTOCK
Dicksonia antarctica, planta que produz fibras de onde se extrai o xaxim.

As cavalinhas vivem em locais úmidos. Apresentam


caules que parecem ter “articulações”, por isso também
são chamadas de artrófitas. Nas cavalinhas, o caule geral-
mente é o principal órgão fotossintetizante. Nas espécies
de Psilotum, o esporófito tem o caule ramificado dicotomi-
camente (em forma de Y). Nas extremidades do caule, há
saliências arredondadas amarelas, cada uma consistindo
Epífita Psilotum sp. sobre tronco de árvore.
em um conjunto de três esporângios fusionados. As
espécies de Psilotum não apresentam raízes.
REPRODUÇÃO E CICLO
TC397/ISTOCKPHOTO

DE VIDA
O ciclo reprodutivo das pteridófitas tem nítida meta-
gênese, sendo o esporófito (2n) o vegetal duradouro,
ou seja, corresponde à planta adulta propriamente dita.
No interior dos esporângios, os esporócitos sofrem
meiose e geram os esporos (n). A germinação dos es-
poros forma os gametófitos. As estruturas reprodutoras
das pteridófitas (gametângios) são pouco evidentes. O
anterídio, que é o gametângio masculino, produz os
Psilotum nudum, espécie de pteridófita.
anterozoides por mitose. No interior do arquegônio
(gametângio feminino), a oosfera é produzida também
FILO LYCOPHYTA por mitose.
O grupo das licófitas compreende cerca de 1 200 Assim como nas briófitas, a fecundação depende
espécies. Muitas licófitas vivem em ambientes tropicais, de água, pois os gametas masculinos são flagelados.
com um hábito de vida epífito, pois crescem sobre o tron- O produto da fecundação é um zigoto (2n), que sofre
co de árvores, utilizando-os como suporte. Também há mitose e origina um embrião (2n), o qual se desen-
exemplares que habitam florestas temperadas. Espécies volve em esporófito jovem, completando o ciclo. O
do gênero Selaginella são geralmente pequenas e cres- gametófito haploide (fase menos desenvolvida) geral-
cem paralelas ao solo. As espécies de Isoetes vivem em mente degenera em pouco tempo.
áreas pantanosas ou como plantas aquáticas submersas.
REPRODUÇÃO ASSEXUADA
GFK-FLORA / ALAMY STOCK PHOTO

Muitas espécies de pteridófitas reproduzem-se as-


sexuadamente por brotamento. Conforme o rizoma
cresce, formam-se partes vegetativas que dão origem
a raízes e folhas. Quando ocorre a fragmentação do
rizoma, cada fragmento contendo uma parte vegetativa
origina uma nova planta.

Material exclusivo para professores


REPRODUÇÃO SEXUADA
Na maioria das pteridófitas (entre essas samambaias
e cavalinhas), existe a produção de esporos de um único
tipo, por isso o nome pteridófitas isosporadas.

conveniados ao Sistema de Ensino


Em espécies do gênero Selaginella, por exemplo, exis-
Selaginella martensii, te a produção de dois tipos de esporos: o megásporo
espécie de pteridófita.
(que desenvolve o gametófito feminino) e o micrósporo

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211 – Material do Professor 273

(que gera o gametófito masculino). Em virtude disso, essas plantas são chamadas de
pteridófitas heterosporadas.

BIOLOGIA 2A
CICLO REPRODUTIVO DAS PTERIDÓFITAS ISOSPORADAS
Os esporângios (de forma arredondada) de cada soro são geralmente recobertos
por uma estrutura protetora, o indúsio.
No interior dos esporângios, estão as células-mães de esporos (esporócitos), que
sofrem meiose e originam esporos. Por sua vez, os esporos (n) são liberados em con-
dições de clima mais seco. Quando o esporângio está maduro e a umidade relativa
do ar cai, ele se abre e libera os esporos de modo explosivo. Quando estes caem
em local úmido e com sombra, começa a germinação, o que forma os gametófitos.
O gametófito ou protalo (n) é uma planta verde avascular. Tem formato de lâmina, e
seu aspecto assemelha-se a um coração (cordiforme), com cerca de 1 centímetro. Em
sua face inferior, rizoides fixam e absorvem água e sais minerais. Nas espécies homos-
poradas (como samambaias e avencas), o gametófito é geralmente monoico (ou bisse-
xuado), ou seja, forma gametângios masculinos (anterídios) e femininos (arquegônio).
A fecundação da oosfera pelo anterozoide forma o zigoto, o qual se divide por mitoses
sucessivas e origina o embrião. Este, no início de seu desenvolvimento, é nutrido por
substâncias fornecidas pelo gametófito. No entanto, assim que as células do embrião
se diferenciam em raiz, caule e folha, a planta jovem passa a realizar fotossíntese e
torna-se independente do gametófito para sua nutrição. Na maturidade, o esporófito
origina folhas férteis, nas quais são produzidos os esporos, completando o ciclo. Já
o gametófito, após suas reservas de nutrientes se esgotarem, degenera-se e morre.

Legenda
Esporo Anterídio
Haploide (n)
(n) Gametófito
Diploide (2n) Dispersão
Meiose jovem
de esporos
Rizoide

Esporângio
Anterozoide
Face interior
do gametófito
maduro (n) Arquegônio
Esporófito Oosfera
Esporângio
maduro (2n) Zigoto (2n)
Esporófito jovem
Fertilização
Soro

Gametófito

Báculo

Ciclo reprodutivo típico das samambaias. Representação fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
Fonte: REECE et al. Biologia de Campbell. 10 ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 624.

PTERIDÓFITAS HETEROSPORADAS
Nessas plantas (Selaginella e Isoetes), o megásporo ou macrósporo (produzido
no megasporângio) se transforma no gametófito feminino. Já o micrósporo (pro-
duzido no microsporângio) se transforma no gametófito masculino.
Com base nas pteridófitas heterosporadas, ocorreu uma novidade evolutiva no
processo de reprodução das plantas. Elas passaram a originar gametófitos unisse-
xuados. Na heterosporia ocorre o desenvolvimento do gametófito dentro do esporo,

Material exclusivo para professores


que fica protegido por sua parede (desenvolvimento endospórico do gametófito).
Esse tipo de desenvolvimento do gametófito também é encontrado em gimnos-
permas e angiospermas. A heterosporia é um passo evolutivo no sentido da formação
das sementes no que se refere à proteção do embrião, o que garante a germinação

conveniados ao Sistema de Ensino


do embrião em condições ambientais favoráveis. Assim, todas as gimnospermas e
angiospermas são heterosporadas.

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ROTEIRO DE AULA
BIOLOGIA 2A

PLANTAS TERRESTRES
(EMBRIÓFITAS)

Criptógamas

Briófitas
Pteridófitas

Reprodução e
Características Classificação
ciclo de vida

Raiz Filo Pterophyta: Metagênese


Não formam
sementes, flores
ou frutos
Samambaias, avencas
Reprodução
e cavalinhas depende da água
Caule
Partes do corpo:

Filo Licophyta: Gameta Flagelado


masculino
Vasculares
Folha
Licopódios,
selaginelas Fase Esporófito (2n)
Hábitat: duradoura

Arquegônio (n)
Gametângios
Regiões tropicais, temperadas Anterídio (n)

e secas

Oosfera (n)
Gametas
Anterozoide (n)

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conveniados ao Sistema de Ensino
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EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

BIOLOGIA 2A
1. Sistema Dom Bosco – A alternativa que contém ape- que conduzem a seiva elaborada (rica em glicose e outros compostos
nas plantas pteridófitas é:
a) Avencas, cicas e licopódios. orgânicos) nas plantas vasculares.
b) Samambaias, cavalinhas e hepáticas.
c) Antóceros, hepáticas e licopódios.
d) Avencas, samambaias e antóceros.
e) Licopódios, selaginelas e avencas. 4. FMP-SC – O projeto Flora do Brasil 2020 tem como
Samambaias, cavalinhas e avencas são pteridófitas do filo Ptero- objetivo fazer a divulgação de descrições, chaves de
phyta. Licopódios e selaginelas são pteridófitas do filo Licophyta. identificação e ilustrações para todas as espécies de
Musgos, hepáticas e antóceros são briófitas. Cicas são gimnosper- plantas, algas e fungos conhecidos no país.
mas do filo Cycadophyta.
A tabela abaixo mostra a distribuição das 46 104 espé-
2. Udesc – A característica comum às plantas samambaia, cies nativas reconhecidas até o momento.
avenca, pinheiro e feijão é que
a) são plantas com sementes.
b) são plantas vasculares. Algas 4 747
c) produzem flores e frutos. Angiospermas 32 813
d) produzem pólen. Briófitas 1 526
e) possuem ovário.
Pteridófitas (samambaias e avencas), gimnospermas (pinheiro) Fungos 5 711
e angiospermas (feijão) são plantas que apresentam vasos con-
dutores. Gimnospermas 30
3. Unifimes-GO (adaptada) – O cladograma mostra de Samambaias e Licófitas 1 277
forma simplificada a relação evolutiva entre os principais
grupos de plantas. Fonte: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do
Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>.
Briófitas Pteridófitas Gimnospermas Angiospermas Acesso em: 23 jun. 2016.

De acordo com a tabela, o número de espécies nati-


3 vas brasileiras do reino Plantae, reconhecidas até o
óvulo
2
momento, portadoras de vasos condutores de seiva é
xilema a) 32 813. d) 35 646.
1 b) 32 843. e) 39 831.
c) 34 120.
Considerando as informações contidas no cladograma As plantas que apresentam vasos condutores de seiva são as pteri-
e os conhecimentos sobre o assunto: dófitas (samambaias e licófitas), as gimnospermas e as angiosper-
mas. Elas totalizam 34 120 espécies nativas brasileiras.
a) Indique uma função do xilema.
O xilema é o tecido condutor da seiva bruta (água e sais minerais), que
5. UFJF-MG – Sobre os processos reprodutivos das brió-
é absorvida pelas raízes e distribuída por toda a planta. O xilema é en- fitas e pteridófitas, é correto afirmar:
a) A reprodução assexuada em briófitas e pteridófitas
contrado em todas as plantas traqueófitas (pteridófitas, gimnospermas ocorre por fragmentação, processo em que pedaços
de um indivíduo adulto geram novos gametófitos.
e angiospermas). Outra função importante do xilema está relacionada à b) A reprodução sexuada em briófitas e pteridófitas en-
volve, obrigatoriamente, a formação de micrósporos
e megásporos.
sustentação da planta. As células do xilema têm suas paredes celulares
c) Uma condição comum à reprodução sexuada das
briófitas e pteridófitas consiste na produção de an-
reforçadas por lignina, o que torna esses vasos suficientemente fortes terozoides flagelados no interior de anterídios.
d) Nas briófitas e nas pteridófitas, a produção dos espo-
para proporcionar o suporte da planta contra a gravidade. ros ocorre no interior de estruturas diploides, as quais
correspondem à fase dominante do ciclo de vida.
b) Indique qual dos números (1, 2 ou 3) pode represen- e) A ausência de tecidos vasculares nas briófitas e pte-
tar o surgimento do esporófilo. ridófitas limita a fecundação em ambientes aquáticos
ou úmidos, uma vez que os anterozoides precisam

Material exclusivo para professores


O número 2 pode representar o esporófilo, folha modificada que porta
nadar até a oosfera.
Briófitas e pteridófitas são plantas dependentes da água para a fe-
os esporângios (estruturas produtoras de esporos). No entanto, a ca-
cundação porque produzem anterozoides flagelados no interior de
gametângios microscópicos denominados anterídios. Os anterozoi-

conveniados ao Sistema de Ensino


racterística 2 também pode representar o floema, constituído de vasos des dependem da água para poderem “nadar” até o gameta feminino
(oosfera) e fecundá-lo.

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Briófitas são plantas de pequeno porte, em virtude de serem avasculares,


6. Fuvest-SP (adaptada) – No processo de adaptação ao
BIOLOGIA 2A

ambiente terrestre, animais e plantas sofreram modifi-


isto é, desprovidas de tecidos condutores de seiva, o que limita seu tama-
cações morfológicas e funcionais.
As briófitas, primeiro grupo de plantas preponderante- nho. A água é transportada entre as células da planta por simples difusão.
mente terrestre, têm tamanho reduzido. As pteridófitas,
surgidas posteriormente, são plantas de grande tama- Pteridófitas podem atingir grande porte porque são plantas traqueófitas,
nho, que chegaram a constituir extensas florestas. Que
relação existe entre o mecanismo de transporte de água isto é, apresentam tecidos condutores de seiva (xilema e floema).
e o tamanho das plantas nesses grupos?

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. Sistema Dom Bosco – Assinale a alternativa que con- b) Nas pteridófitas, em que órgão ou estrutura são pro-
tém uma característica ou estrutura que não é encon- duzidos os anterozoides, a oosfera e os esporos? Qual
trada entre as pteridófitas. tipo de divisão celular origina cada uma dessas células?
a) Micrósporos e megásporos.
b) Frondes e báculo.
c) Soros e indúsio.
d) Estróbilos e esporófilos.
e) Raízes adventícias e rizoides.

8. Sistema Dom Bosco – Em relação às pteridófitas,


assinale a opção que contém a alternativa incorreta.
a) Possuem tecidos especializados de condução de
seiva. 11. Uece – Assinale a opção que contém a sequência cor-
reta correspondente ao ciclo de vida das pteridófitas.
b) A maioria das espécies são isosporadas.
a) Produção de esporos – esporófilo – produção de ga-
c) Algumas pterófitas possuem estruturas reproduti- metas – fecundação – protonema.
vas chamadas estróbilos.
b) Produção de gametas – fecundação – esporófito –
d) Pteridófitas é um termo informal, não possuindo produção de esporos – protalo.
valor para a classificação taxonômica das plantas
vasculares sem sementes. c) Protonema – esporófito – produção de esporos –
produção de gametas – fecundação.
e) O gametófito é chamado de protalo.
d) Produção de esporos – esporófito – protalo –
9. UFRGS (adaptada) – Assinale com V (verdadeiro) ou F fecundação.
(falso) as afirmações abaixo, em relação aos organismos
12. Fuvest-SP – As afirmações abaixo se referem às ca-
que pertencem ao reino Plantae.
racterísticas do ciclo de vida de grupos de plantas
( ) As pteridófitas possuem o esporófito reduzido. terrestres: musgos, samambaias, pinheiros e plantas
( ) Os embriões multicelulares possuem cavida- com flores.
des internas. I. O grupo evolutivamente mais antigo possui fase ha-
( ) As que se reproduzem sexuadamente apresen- ploide mais duradoura do que fase diploide.
tam alternância de ploidia. II. Todos os grupos com fase diploide mais duradoura
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, do que fase haploide apresentam raiz, caule e folha
de cima para baixo, é: verdadeiros.
a) F – V – F d) V – V – F III. Os grupos que possuem fase haploide e diploide de
igual duração apresentam, também, rizoides, filoides e
b) F – F – V e) V – V – V cauloides (ou seja, raiz, folha e caule não verdadeiros).
c) V – F – F
Está correto apenas o que se afirma em:
10. Sistema Dom Bosco – As plantas terrestres reprodu- a) I d) I e II
zem-se por metagênese, possuindo seus ciclos de vida b) II e) II e III
caracterizados por duas fases.
c) III
a) Qual organismo ou indivíduo do ciclo de vida das pteri-
dófitas representa a planta adulta, e qual é a sua ploidia? 13. UEPG-PR – O ramo da biologia que estuda as plantas
é a botânica. Tradicionalmente, as plantas são divididas
e subdivididas conforme as estruturas que apresentam.

Material exclusivo para professores


Em relação a estas divisões, assinale o que for correto.
01) Criptógamas (cripto = escondido; gamos = game-
tas): plantas que têm as estruturas reprodutoras
pouco evidentes.

conveniados ao Sistema de Ensino


02) Fanerógamas (fânero = visível; gamos = game-
tas): plantas que possuem estruturas reproduto-
ras bem visíveis.

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215 – Material do Professor 277

04) As criptógamas podem ser divididas em briófitas e pteridófitas.

BIOLOGIA 2A
08) As fanerógamas são divididas em gimnospermas e angiospermas.
16) Por apresentarem vasos condutores de seiva, as pteridófitas e todas as faneróga-
mas são chamadas de plantas traqueófitas.

14. IFMG – As plantas podem ser classificadas em fanerógamas ou criptógamas. No


grupo das fanerógamas encontramos as gimnospermas e angiospermas e no grupo
das criptógamas, as briófitas e pteridófitas. É característica diferencial entre esses
seres vivos:
a) Criptógamas produzem sementes.
b) Fanerógamas produzem grão de pólen e tubo polínico.
c) Fanerógamas produzem gametas flagelados que dependem da água para a locomoção.
d) Fanerógamas apresentam o gametófito como fase duradoura.

15. Unioeste-PR – Considere as afirmativas abaixo:


I. São plantas avasculares, de pequeno porte, dependentes da água para a repro-
dução sexuada.
II. São plantas vasculares, que possuem sementes abrigadas no interior de frutos e
estruturas relacionadas à reprodução sexuada, que estão nas flores, tais como o
androceu e o gineceu.
III. São plantas vasculares, cuja fecundação depende da água, e não formam semen-
tes, flores nem frutos.
IV. São plantas vasculares, as quais possuem sementes, mas não formam frutos.
As características descritas acima pertencem, respectivamente, às
a) briófitas, angiospermas, gimnospermas e pteridófitas.
b) briófitas, angiospermas, pteridófitas e gimnospermas.
c) angiospermas, gimnospermas, briófitas e pteridófitas.
d) gimnospermas, angiospermas, pteridófitas e briófitas.
e) angiospermas, gimnospermas, pteridófitas e briófitas.

16. UEFS-BA

Germinação

Esporo (n) Protalo


gametófito
Meiose (n)
Esporângio (2n)

Oosfera Anterídio
(n) (n)

Arquegônio Anterozoides
(n) (n)
Esporófito Gametófito
(2n) (n)

Fecundação

Esporófito (2n) Zigoto (2n)

Observando-se o ciclo de vida do vegetal em destaque, é correto afirmar:


a) Esse vegetal é desprovido de um tecido vascular específico devido à dependência
da água para sua fecundação.

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b) A germinação que precede a formação do gametófito ocorre por mitoses sucessivas.
c) O esporófito é monoico e pode, por meiose, gerar células gaméticas específicas.
d) Os esporos, originados do esporângio, ocorrem por uma divisão sem disjunção
cromossômica.

conveniados ao Sistema de Ensino


e) No ciclo, observa-se que a fase duradoura é gametofítica, e a temporária, esporofítica.

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17. Fuvest-SP (adaptada) – O esquema representa um ciclo Qual o nome dos processos biológicos que correspon-
BIOLOGIA 2A

de vida, com alternância de gerações, típico de plantas. dem a I, II, III, IV e V?

zigoto I geração esporofítica


(2n) (2n)

II

V
esporos

III

gametas IV geração gametofítica


(n)

ESTUDO PARA O ENEM


18. Sistema Dom Bosco C8-H28 fase A
I II
Na evolução das plantas, as pteridófitas foram as pri- zigoto organismo esporos
meiras a apresentar um sistema de transporte de água multicelular

fecundação
e nutrientes, sendo denominadas plantas vasculares ou fase B
traqueófitas. Qual alternativa reúne características ou gameta masculino
IV organismo III
estruturas encontradas nas pteridófitas? multicelular

a) Anterídio, báculo, protonema, soros. IV fase B III


gameta feminino
organismo
b) Indúsio, protalo, soros, báculo. multicelular
c) Rizoides, indúsio, soros, protalo.
d) Heterosporia, protonema, báculos, ovário.
e) Soros, indúsio, semente, protalo. Sobre a reprodução de plantas e com base no ciclo de
vida apresentado, é correto afirmar que:
19. Fuvest-SP C4-H16
01) O ciclo de vida representado corresponde apenas
Assinale a alternativa que ordena corretamente três ao das plantas sem sementes.
novidades evolutivas, de acordo com o seu surgimento
no processo de evolução das plantas terrestres. 02) Em plantas avasculares e em plantas vasculares
sem sementes, o anterozoide (gameta masculino)
a) Sistema vascular, semente, flor. necessita de água para se locomover em direção à
b) Sistema vascular, flor, semente. oosfera (gameta feminino).
c) Semente, sistema vascular, flor. 04) Na divisão celular, representada por IV, ocorre a
d) Semente, flor, sistema vascular. meiose, que forma os gametas haploides.
e) Flor, sistema vascular, semente. 08) O esporófito (fase “A”) e o gametófito (fase “B”) são
organismos diploide e haploide, respectivamente.
20. UFSC (adaptada) C4-H16
A figura abaixo representa o ciclo de vida de uma plan- 16) Em angiospermas, não existe a fase “A”.
ta, no qual os números I, II, III e IV indicam um tipo de 32) No ciclo representado, a meiose ocorre em “II” e
divisão celular. “IV” e a mitose ocorre em “I” e “III”.

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217 – Material do Professor 279

GIMNOSPERMAS: PLANTAS

BIOLOGIA 2A
COM SEMENTES

As gimnospermas formam um grupo com cerca de mil espécies. Entre elas, es-
tão as coníferas, os pinheiros, as araucárias, as sequoias e os abetos. Os pinheiros
do gênero Pinus, com aproximadamente cem espécies existentes, são as gimnos- • Espermatófitas
permas mais conhecidas e ocupam largas faixas de terra em zonas temperadas. • Gimnospermas e evolução
Formam extensas florestas na América do Norte, Europa e Ásia e são um dos mais das sementes e grãos de
importantes recursos naturais nessas áreas. pólen
As araucárias do gênero Araucaria, com cerca de 20 espécies existentes, ocorrem • Reprodução e ciclo de vida
somente no Hemisfério Sul. A espécie presente no Brasil, conhecida como pinheiro- das gimnospermas
-do-paraná (Araucaria angustifolia), originalmente ocupava cerca de 200 000 km2
nos estados do Sul e do Sudeste. Na atualidade é encontrada principalmente nos HABILIDADES
planaltos (serras do Mar, da Mantiqueira e da Bocaina), regiões em que predomina • Identificar as estruturas
o clima subtropical, além de áreas no Paraguai e em Misiones (Argentina). vegetativas das plantas
espermatófitas relativas à

PAULOVILELA/ISTOCKPHOTO.COM
sobrevivência e à adapta-
ção aos ecossistemas.
• Conhecer a reprodução e o
ciclo de vida das gimnos-
permas, com ênfase nas
fases sexuada e assexuada.
• Compreender o papel da
evolução na produção de
padrões e processos bio-
lógicos ou na organização
taxonômica das gimnos-
permas.
Araucaria angustifolia (pinheiro-do-paraná), espécie que originalmente cobria vastas áreas no Sul do Brasil.
• Associar características
A Floresta Ombófila Mista (FOM ou Floresta com Araucárias) caracteriza-se pela adaptativas dos organismos
presença predominante do pinheiro-do-paraná, sendo uma das fitofisionomias que com- a seu modo de vida ou a
põem o bioma Mata Atlântica. A espécie foi bastante explorada no Brasil no século XX, seus limites de distribuição
em diferentes ambientes.
e seu corte só foi proibido quando restavam entre 2% e 3% da cobertura original
dessa floresta. Hoje esse é o ecossistema mais devastado do país. Desde 2006, o
pinheiro-do-paraná é considerado uma espécie criticamente ameaçada de extinção
pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).

ESPERMATÓFITAS
As plantas vasculares (traqueófitas) são um grande grupo evolutivo que compreen-
de 93% de todas as espécies vegetais existentes. As traqueófitas incluem três
grupos de plantas: pteridófitas, gimnospermas e angiospermas, como já estudamos.
Gimnospermas e angiospermas fazem parte do grupo das espermatófitas, que com-

Material exclusivo para professores


preendem as plantas vasculares que possuem sementes. Esses dois grupos também são
conhecidos informalmente como fanerógamas (do grego: phanerós, visível; e gamos,
gametas) em virtude de as estruturas reprodutoras dessas plantas serem evidentes.
Uma semente consiste em um embrião, no suprimento nutricional desse embrião

conveniados ao Sistema de Ensino


e em um revestimento protetor. As plantas com sementes podem ser divididas em
dois grupos, que são definidos com base na ausência (gimnospermas) ou na pre-
sença (angiospermas) de câmaras fechadas nas quais as sementes amadurecem.

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280 218 – Material do Professor

ANAHILEL/ISTOCKPHOTO.COM

SCIENCE PHOTO LIBRARY - SPL/SCIENCE


PHOTO LIBRARY - SPL/FOTOARENA
BIOLOGIA 2A

Pinhão, semente do pinheiro-do-paraná.

Micrografia eletrônica de varredura de grãos de pólen. Podemos observar

GIMNOSPERMAS E a diversidade de formas e texturas encontradas nas diferentes espécies


de gimnospermas. Essa variedade é resultado de adaptações evolutivas

EVOLUÇÃO DAS SEMENTES aos diferentes meios, as quais possibilitam ao pólen chegar a seu local de
destino, aderindo-se a penas de pássaros, pelos de mamíferos ou pernas de
insetos. Elementos representados fora de escala de tamanho. Cores fantasia.
E DOS GRÃOS DE PÓLEN Plantas com sementes (gimnospermas e angiosper-
A palavra gimnosperma vem do grego (gymnos mas) são heterósporas. Espécies heterosporadas têm
= nu + sperma = semente). A origem do nome está dois tipos de esporângio, sendo que cada um produz
relacionada à presença de sementes desprotegidas de um tipo de esporo:
frutos, ou seja, sementes nuas. • megasporângios, que produzem megásporos e
As gimnospermas estão entre as primeiras plan- originam os gametófitos femininos;
tas a apresentar sementes ao longo da evolução das • microsporângios, que produzem micrósporos
plantas terrestres. Os fósseis mais antigos das gim- (comparativamente menores que os megásporos)
nospermas datam de cerca de 305 milhões de anos. e originam os gametófitos masculinos.
THE NATURAL HISTORY MUSEUM/ALAMY STOCK PHOTO

Na micrografia a seguir é possível observar essas


diferenças.

CUSTOM LIFE SCIENCE IMAGES/ALAMY STOCK PHOTO


Fóssil de
Brachyphyllum
princeps, uma
conífera do Período
Jurássico.

Quando o Período Carbonífero foi sucedido pelo


Na microscopia óptica, é possível notarmos as diferenças
Permiano (entre 300-250 milhões de anos atrás), o cli- anatômicas entre um micrósporo (à esquerda) e um
ma tornou-se mais seco. Consequentemente, muitas megásporo (à direita), em corte transversal.
pteridófitas que haviam dominado os pântanos do Car-
bonífero foram extintas. As gimnospermas, por terem CARACTERÍSTICAS
adaptações a climas terrestres mais secos, como pre- As gimnospermas são traqueófitas, fanerógamas
sença de sementes e grãos de pólen, diversificaram-se e espermatófitas. Ocorrem em regiões temperadas,
e ampliaram sua distribuição geográfica. onde o clima é mais frio.
As sementes podem ficar em dormência por vários Nas gimnospermas, as estruturas reprodutivas es-
dias, meses ou anos e germinar quando as condições tão reunidas em estróbilos. Os grãos de pólen (ori-
ambientais da região na qual estão forem favoráveis. Os ginados dos micrósporos) e o óvulo (originado dos
esporos, por sua vez, em sua maioria têm vida mais curta. megásporos) são formados em estróbilos distintos.

Material exclusivo para professores


Já os grãos de pólen podem ser carregados pelo vento Os pinheiros (Pinus) são um exemplo de gimnos-
ou por animais até a parte da planta que contém o ga- perma. A planta é o esporófito, que tem raiz, caule e
metófito feminino, o que promove a polinização e elimina folhas. As folhas, denominadas acículas (com forma de
a dependência de água das plantas com sementes para agulha), são uma adaptação a ambientes frios. Os pi-

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esse transporte. Essas adaptações possibilitaram que nheiros, assim como a maioria das gimnospermas, têm
as gimnospermas se tornassem o grupo de plantas que suas estruturas reprodutivas masculinas e femininas na
conquistou definitivamente o ambiente terrestre. mesma planta (espécies monoicas). Essas estruturas

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219 – Material do Professor 281

reprodutivas bastante complexas são chamadas de CLASSIFICAÇÃO


pinhas, cones ou estróbilos. Estes têm um eixo

BIOLOGIA 2A
As gimnospermas atuais reúnem quatro filos de
central do qual saem espessas placas escuras. plantas com sementes nuas:
• coníferas (filo Conipherophyta);

ARKA38/SHUTTERSTOCK
• cicadófitas (filo Cycadophyta);
• gnetófitas (filo Gnetophyta);
• gincófitas (filo Ginkgophyta).
Analise as diferenças entre esses quatro filos no
quadro a seguir.

Estróbilos ou cones de um pinheiro. À esquerda, microstróbilo (ou cone


masculino). À direita, megastróbilo (ou cone feminino).

REPRODUÇÃO
GRUPO FORMATO REGIÕES DE
E ESTRUTURAS REPRESENTANTES
(FILO) DAS FOLHAS OCORRÊNCIA
REPRODUTIVAS
Pinheiros, araucárias, abetos e sequoias

FOCQUS/SHUTTERSTOCK
Norte dos Estados
Coníferas Acículas Estróbilos (cones) Unidos, Europa e Ásia
e Região Sul do Brasil

Floresta de sequoias.
Cycas revoluta

PETER ETCHELLS/SHUTTERSTOCK

Folhas pequenas em Gametas masculinos móveis Nativas do Japão e


Cicadófitas
formato de escamas (multiflagelados) da China

Cycas revolute.
Gnetum, Ephedra e Welwitschia
WANDEL GUIDES/
SHUTTERSTOCK

Folhas duras e secas; Regiões tropicais


Gnetófitas atingem até três Cones quentes e úmidas e
metros de diâmetro sudoeste da África

Gnetófita do gênero Welwitschia, no


Deserto da Namíbia.
Ginkgo biloba
JUMOOBO/ISTOCKPHOTO.COM

Folhas em formato

Material exclusivo para professores


bilobado (dividido Gametas masculinos imóveis Nativas das Coreias,
Gincófitas
em dois lobos), uma (sem flagelos) do Japão e da China
referência ao nome

conveniados ao Sistema de Ensino Floresta de Ginkgo biloba em parque


público do Japão.

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282 220 – Material do Professor

REPRODUÇÃO E CICLO DE VIDA DAS


BIOLOGIA 2A

GIMNOSPERMAS
A produção de esporos acontece no interior dos estróbilos. Os masculinos (os
microstróbilos) são menores que os femininos (os megastróbilos). Nos microstró-
bilos (microsporângios), são formados os micrósporos, que originam os grãos de
pólen. Nos megastróbilos (megasporângios), são produzidos os megásporos, que
originam os óvulos. Nas espermatófitas, os esporos não são liberados do corpo do
esporófito, ficam retidos no interior dos esporângios.

GAMETÓFITO MASCULINO
No interior dos microstróbilos, existem diversos microsporângios, os quais abrigam
as células-mãe (2n) dos micrósporos. Essas células dão origem aos micrósporos por
meiose. Um micrósporo se desenvolve e se transforma em um grão de pólen (n),
que é uma estrutura protegida pela parede do esporo e que contém uma tétrade de
micrósporos (n). Destas merecem destaque a célula vegetativa (ou célula do tubo)
e a célula generativa.
O grão de pólen é a estrutura que contém o gametófito masculino imaturo. A
célula do tubo gera o tubo polínico durante a fecundação. A célula generativa forma,
por mitose, dois gametas, os quais constituem o núcleo gamético (ou espermático),
dos quais somente um fecunda a oosfera.

célula
células espermatogênica núcleo do tubo
protalares
célula do tubo polínico
célula estéril
tétrade de célula
micrósporos geradora grão
grão de
(n) de pólen
bolsa de ar pólen em
(estruturas alares) germinação

Ilustração baseada no grão de pólen de um pinheiro. Em detalhes, são mostrados os componentes do grão de pólen
imaturo até a formação do tubo polínico. Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

No pinheiro-do-paraná e nos pinheiros de modo geral, os grãos de pólen apre-


sentam duas projeções laterais (derivadas da parede do esporo), chamadas bolsas
de ar (ou sacos aéreos), que facilitam sua dispersão pelo vento.

GAMETÓFITO FEMININO
No interior do óvulo (megasporângio), há uma célula diploide, denominada célula-
-mãe de esporos (megasporócito). Ela sofre meiose e origina quatro células haploi-
des, das quais três se degeneram e uma corresponde ao megásporo funcional. Após
a polinização, o núcleo do megásporo funcional sofre várias mitoses e origina uma
massa com cerca de dois mil núcleos, a qual corresponde ao gametófito feminino
das gimnospermas. Nessa massa, dois ou mais arquegônios são formados, cada
um com uma oosfera (gameta feminino).

gametófito feminino (n) casca da semente (derivado do integumento)


integumento (2n)
parede do esporo
parede do (envolvido pelos restos
megásporo núcleo da oosfera (n) do megasporângio)
megasporângio (2n)

reserva alimentar
cone ovulado (tecido gametofítico

Material exclusivo para professores


imaturo gametófito masculino núcleo espermático feminino) (n)
(dentro de um grão descarregado (n)
megásporo (n) de pólen germinado) (n) embrião (2n)
tubo polínico
(novo esporófito)
micrópila grão de pólen (n)

conveniados ao Sistema de Ensino


óvulo não fertilizado óvulo fertilizado semente de gimnosperma
Ilustração que mostra, em detalhes, os componentes de um óvulo imaturo, até a formação de uma semente em um pinheiro. À esquerda, o óvulo
não fertilizado. Ao centro, um megásporo se transforma em um gametófito feminino, que produz uma oosfera. À direita, a transformação do óvulo em
semente, após a fertilização. Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

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221 – Material do Professor 283

Fecundação

BIOLOGIA 2A
O pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) apresenta árvores de sexos distin-
tos. Ou seja, os estróbilos masculinos ou femininos são formados em indivíduos
diferentes, sendo uma espécie denominada dioica. Estróbilos são desprovidos de
atrativos como coloração vistosa, nectário e glândulas odoríferas. Sua polinização é
anemófila, isto é, o transporte dos grãos de pólen dos estróbilos masculinos para
os femininos geralmente acontece pelo vento.
Cada grão de pólen germina e forma o tubo polínico, que cresce em direção à
oosfera. O tubo polínico (gametófito masculino maduro) contém gametas masculinos:
núcleos gaméticos ou espermáticos.
Como há formação do tubo polínico, a fecundação não depende da água. Com a
fertilização da oosfera pelo núcleo espermático, forma-se o zigoto (2n), seguido do desen-
volvimento do embrião. Assim, o óvulo fecundado origina uma semente, constituída de:
• casca, denominada tegumento (2n);
• reserva nutritiva, conhecida por endosperma (n), que corresponde ao próprio
corpo do gametófito feminino;
• embrião (2n).
A semente é o conhecido pinhão, que cai no solo e pode germinar e formar um
novo pinheiro.

Uma escama do cone ovulado


3
tem dois óvulos cada, os quais
Na maioria das
1 contêm um megasporângio.
coníferas, cada árvore
Apenas um óvulo é mostrado.
tem cones ovulados e
cones polínicos. óvulo A polinização ocorre
4
quando um grão de
pólen alcança o óvulo.
megasporócito (2n) O grão de pólen, então,
cone ovulado germina, formando
um tubo polínico que
cone polínico lentamente digere
seu caminho pelo
megasporângio.
esporófito microsporócitos
maduro (2n) megasporângio
(2n)
(2n)
grão de pólen
germinando
MEIOSE MEIOSE
grãos de
pólen (n) megásporo
viável (n)

microsporângios (2n)

Microsporócitos se dividem por meiose, pro- Enquanto o tubo


2 5
duzindo micróporos haploides. Um micrósporo polínico se desenvolve,
plântula se torna um grão de pólen (gametófito mascu- o megasporócito passa
lino envolto pela parede polínica). arquegônio
gametófito por meiose, produzindo
sementes na superfície da feminino quatro células haploides.
escama ovulada Uma sobrevive como
núcleos megásporo.
reserva espermáticos (n)
alimentar (tecido tegumento (2n)
gametófito) (n)
tubo polínico
embrião (novo O megásporo se transforma
esporófito) (2n) 6
em um gametófito feminino
FERTILIZAÇÃO que contém dois ou três
oosfera (n) arquegônios, cada um dos
A fertilização costuma ocorrer mais de um ano após a quais formará uma oosfera.
8
polinização. Todas as oosferas podem ser fertilizadas, mas

Material exclusivo para professores


geralmente apenas um zigoto se torna um embrião. O óvulo No momento em que as oosferas estão maduras,
7
se torna uma semente, consistindo em embrião, suprimento dois espermatozoides formam o tubo polínico,
alimentar e envoltório da semente. que se estende até o gametófito feminino. A
LEGENDA fertilização ocorre quando o núcleo espermático e
Haploide (n) Diploide (2n) a oosfera se unem.

conveniados ao Sistema de Ensino


Ciclo reprodutivo e de vida dos pinheiros (Pinus sp.). A própria planta representa o esporófito adulto (2n). Elementos representados fora da escala de
tamanho. Cores fantasia.
Fonte: REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 634.

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284 222 – Material do Professor

Para facilitar a compreensão, são apresentados, no quadro a seguir, os termos e


BIOLOGIA 2A

as estruturas correspondentes no ciclo reprodutivo das gimnospermas.

CORRESPONDÊNCIA ENTRE ESTRUTURAS NAS


GIMNOSPERMAS
Pinheiro Esporófito
Pinha Estróbilo ou cone
Semente Embrião (2n) + endosperma (n) + tegumento (2n)
Grão de pólen Contém o gametófito masculino jovem
Tubo polínico Gametófito masculino maduro
Núcleo espermático Gameta masculino
Óvulo imaturo Megasporângio envolvido por uma camada de tecido ou tegumento
Óvulo maduro Contém o gametófito feminino
Oosfera Gameta feminino
Pinhão Semente

LEITURA COMPLEMENTAR
A floresta com araucárias
A floresta com araucárias, chamada

AGUSTAVOP/ISTOCKPHOTO.COM
cientificamente de Floresta Ombró-
fila Mista, é uma das fitofisionomias
florestais que compõem o bioma
Mata Atlântica.
[...] a floresta com Araucária ocupava
originalmente cerca de 40% do terri-
tório do Paraná, 30% de Santa Cata-
rina e 25% do Rio Grande do Sul. [...]
A floresta com araucárias é caracteri-
zada pela presença predominante do
pinheiro brasileiro (Araucaria angus-
tifolia). Árvore de tronco cilíndrico e
reto, cujas copas dão um destaque
especial à paisagem, a araucária che-
ga a viver até 700 anos, alcançando
diâmetro de dois metros e altura de
até 50 metros. No sub-bosque da flo-
resta ocorre uma complexa e grande
variedade de espécies, como a cane-
la-sassafrás, a imbuia, a erva-mate e
o xaxim, algumas das quais endêmi-
cas. [...] A qualidade da madeira, leve Araucaria angustifolia, também conhecida como
pinheiro-do-paraná, única espécie de araucária do Brasil.
e sem falhas, fez com que a araucária
fosse intensamente explorada. Cal-
cula-se que, entre 1930 e 1990, cerca de 100 milhões de pinheiros tenham sido derrubados.
[...] Atualmente a Floresta com Araucárias está à beira da extinção. Restam menos de 3%
de sua área original, incluindo as florestas exploradas e matas em regeneração. [...] Esta
situação é cotidianamente agravada pela exploração ilegal da madeira e pela conversão

Material exclusivo para professores


da floresta em áreas agrícolas e reflorestamentos de espécies exóticas.
Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/202/_arquivos/
folder_consulta02.pdf>. Acesso em: 25 out. 2018. (Adaptado)

conveniados ao Sistema de Ensino


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223 – Material do Professor 285

ROTEIRO DE AULA

BIOLOGIA 2A
PLANTAS TERRESTRES

Gimnospermas
Espermatófitas Angiospermas

Reprodução
Características Classificação
e ciclo de vida

Autótrofas Fotossintetizantes Conipherophyta Pinheiro, araucária, sequoias

Cycadophyta Cicas
Órgãos do Raiz
corpo
Caule
Folha Ginkgo biloba
Ginkgophyta

Gnetophyta Gnetum, Welwitschia


Vasculares

Flores
Não formam:
Frutos Esporófito (2n) Planta adulta

Independente de:
água
Geralmente ambientes frios; regiões de
Hábitat:
clima temperado Reprodução

Metagênese Ocorre por:

Tipo de Sementes nuas


semente: Estróbilo ou cone (pinha) Estrutura reprodutiva

Tubo polínico

Material exclusivo para professores


Microstróbilo
Grão de pólen
Núcleos gaméticos
Heterosporia

conveniados ao Sistema de Ensino Oosfera Óvulo


Megastróbilo

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286 224 – Material do Professor

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
BIOLOGIA 2A

1. IFCE (adaptada) – Sobre os grupos de plantas, é cor- II. Apresentam células condutoras especializadas, de-
reto afirmar que nominadas traqueídeos e tubos crivados.
a) as briófitas apresentam vasos condutores de seiva III. Têm sistema vascular que apresenta um tecido con-
apesar de seu pequeno porte. dutor, o xilema, com paredes celulares compostas
b) o grupo das pteridófitas abrange plantas avasculares por lignina.
que não possuem sementes. Quais estão corretas?
c) o grupo das pteridófitas apresenta características a) Apenas I. d) Apenas II e III.
semelhantes às angiospermas, com exceção do fato
de as pteridófitas possuírem sementes e as angios- b) Apenas III. e) I, II e III.
permas não. c) Apenas I e II.
As plantas que apresentam vasos condutores de seiva são as pte-
d) o grupo das gimnospermas reúne plantas que pos- ridófitas (samambaias e licófitas), as gimnospermas e as angios-
suem sementes e vasos condutores de seiva. permas. O xilema é o vaso condutor de seiva bruta (água e sais
e) as angiospermas são as representantes mais primi- minerais). O floema conduz a seiva elaborada (água e açúcares). As
plantas hepáticas e os musgos não pertencem a esse grupo, pois
tivas das plantas, desta forma, ainda necessitam de não apresentam sistema vascular.
água para reprodução. 5. PUC-RJ – Em plantas, qual das seguintes unidades
Os musgos pertencem ao grupo das briófitas. Não têm raiz (rizoides),
caules e folhas diferenciadas (cauloide e filoide). Além disso, não apre- reprodutivas é produzida por meiose?
sentam tecidos condutores diferenciados (xilema e floema). Entre as a) Esporófitos haploides. d) Gametas diploides.
plantas terrestres, apenas as briófitas não têm raízes, caules e folhas
diferenciadas. b) Gametas haploides. e) Esporos diploides.
Pteridófitas são plantas vasculares sem sementes. Gimnospermas e an- c) Esporos haploides.
giospermas apresentam sementes e processos de polinização. Além disso, Nas embriófitas (ou plantas terrestres), os esporos (haploides) são
ambas não dependem de água para a reprodução. sempre produzidos por meiose (meiose espórica).
2. UFRGS (adaptada) – Considere as estruturas esque- 6. UEM-PR (adaptada) – Ao longo da evolução das plantas
matizadas abaixo, coletadas no Parque Farroupilha, em no ambiente terrestre foram selecionadas diversas carac-
Porto Alegre. terísticas que permitiram a adaptação e a conquista cada
1 2 3 vez maior deste ambiente. Dentre estas características
estão a maior absorção de água, redução da perda de
SANDROSALOMON/
ISTOCKPHOTO.COM

água pela transpiração, maior sustentação da planta,


SMILEUS/ISTOCKPHOTO.COM

PIXHOOK/ISTOCKPHOTO.COM

independência da água para a reprodução sexuada, efi-


ciência na polinização e dispersão no ambiente terrestre.
a) Sobre este assunto, qual o somatório dos itens
corretos?
01) O surgimento de raízes nas briófitas permitiu ao
grupo sair da água e conquistar o ambiente terrestre.
02) As pteridófitas foram as primeiras plantas a se
tornarem independentes da água para a reprodu-
Assinale a alternativa correta sobre essas estruturas. ção sexual.
04) As gimnospermas possuem raízes, caules e fo-
a) 1 e 3 são estruturas reprodutivas.
lhas, com xilema e floema, e semente, uma es-
b) 2 e 3 são estruturas de angiospermas. trutura reprodutiva que se forma a partir do óvulo.
c) 3 é uma estrutura com função de absorção 08) A independência das plantas em relação à água,
de nutrientes. para a reprodução sexuada, ocorreu com o sur-
d) 2 é uma estrutura que corresponde ao fruto. gimento de plantas com vasos condutores e te-
e) 1, 2 e 3 são estruturas de plantas vasculares. cidos de sustentação.
16) O surgimento de flores e frutos nas angios-
Pteridófi tas (samambaias e avencas), gimnospermas (pinheiro) e permas permitiu ao grupo formas diversas de
angiospermas (feijão) são plantas com vasos condutores. Flor (1),
estróbilo (2) e caule (3) são estruturas de plantas vasculares. polinização, bem como a eficiência na dispersão
no ambiente terrestre.
3. Uerj (adaptada) – O processo de dispersão de sementes
é encontrado na maioria das espécies vegetais. Qual é a b) Corrija as alternativas incorretas tornando-as
principal vantagem evolutiva decorrente desse processo? verdadeiras.
a) 04 + 16 = 20
A dispersão das sementes das plantas espermatófitas (gimnospermas e an- b) (01) Incorreta. As briófitas não têm raízes verdadeiras. Apresentam
estruturas chamadas rizoides, cuja principal função é fixar a planta ao
giospermas), as quais compreendem cerca de 90% das espécies das plantas substrato.
(02) Incorreta. As primeiras plantas a se tornarem independentes da água
terrestres, propicia a conquista de novos ambientes, o que favorece o au-
para a reprodução sexuada foram as gimnospermas. Posteriormente,

Material exclusivo para professores


surgiram as angiospermas, também independentes da água para a re-
mento da distribuição geográfica das espécies e o processo de especiação.
produção sexuada.
(08) Incorreta. Ao longo da evolução das plantas, o surgimento de vasos
4. UFRGS – Considere as seguintes afirmações em rela- condutores e tecidos de sustentação ocorreu mais cedo que a indepen-

conveniados ao Sistema de Ensino


ção às traqueófitas. dência da água para a reprodução.
I. São representadas por grupos como as hepáticas e os
musgos, que geralmente crescem em lugares úmidos.

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225 – Material do Professor 287

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

BIOLOGIA 2A
7. Fuvest-SP (adaptada) – Abaixo estão listados grupos de organismos clorofilados e
as características que os distinguem:
I. Traqueófitas – vaso condutor de seiva. IV. Embriófitas – embrião.
II. Antófitas – flor. V. Talófitas – corpo organizado em talo.
III. Espermatófitas – semente.
Considere que cada grupo corresponde a um conjunto e que a interseção entre eles
representa o compartilhamento de características. Sendo P um pinheiro-do-paraná
(araucária), indique a alternativa em que P está posicionado corretamente, quanto às
características que possui.

a) d) II III
I II
P
P

IV
III

e)
II III
b) I III
P
P
V
IV

c)
I III

8. UFRGS – Observe a figura abaixo, que ilustra as relações evolutivas dos grupos das
Gimnospermas e Angiospermas.

Cícadas

Ginkgos

Gimnospermas
Ancestral
comum Gnetófitas

I
Coníferas

II

Angiospermas

Material exclusivo para professores


Com base na figura, a correspondência correta dos itens I e II, na ordem em que
aparecem, é:
a) folhas – cones. d) ovários – esporos.

conveniados ao Sistema de Ensino


b) sementes – flores. e) estróbilos – grãos de pólen.
c) frutos – embriões.

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288 226 – Material do Professor

9. UFSC (adaptada) – A figura abaixo representa o ciclo b) Corrija as alternativas incorretas, tornando-as ver-
BIOLOGIA 2A

de vida de uma planta, no qual os números I, II, III e IV dadeiras.


indicam um tipo de divisão celular.

FASE A
I II
ZIGOTO ORGANISMO ESPOROS
MULTICELULAR
FECUNDAÇÃO

III
IV
GAMETA FASE B
MASCULINO ORGANISMO
MULTICELULAR

IV FASE B
GAMETA III
ORGANISMO
FEMININO
MULTICELULAR

11. FGV – A garantia da polinização de espécies vegetais


Sobre a reprodução de plantas e com base no ciclo de nativas é essencial para a manutenção do equilíbrio
vida apresentado, é correto afirmar que: ecológico dos ecossistemas naturais, uma vez que, a
partir da polinização, as sementes se desenvolvem nas
01) O ciclo de vida representado corresponde apenas
estruturas reprodutivas dos vegetais.
ao das plantas sem sementes.
02) Em plantas avasculares e em plantas vasculares sem A gimnosperma Araucaria angustifolia é bastante
sementes, o anterozoide necessita de água para se abundante nos ecossistemas da região da Serra da
locomover em direção ao óvulo, e fecundá-lo. Mantiqueira, e sua reprodução ocorre em função
04) Na divisão celular, representada por IV, ocorre a do transporte de grãos de pólen entre estróbilos
meiose, que forma os gametas haploides. masculinos
08) O esporófito (fase “A”) e o gametófito (fase “B”) são a) e estróbilos femininos de uma mesma árvore, reali-
organismos haploide e diploide, respectivamente. zado por insetos e pássaros.
16) Em gimnospermas e angiospermas, a fase “A” re- b) de uma árvore e estróbilos femininos de outra árvore,
presenta o gametófito. realizado pelo vento.
32) Em gimnospermas, o embrião é diploide e o endos- c) e estróbilos femininos (hermafroditas) de árvores
perma é haploide. diferentes, realizado pelos insetos.
64) No ciclo representado, a meiose ocorre em II e IV d) e estróbilos femininos (hermafroditas) de uma mes-
e a mitose ocorre em I e III. ma árvore, realizado por morcegos e pássaros.
e) e estróbilos femininos (hermafroditas) de árvores
10. UEPG-PR (adaptada) – Um estudante fez uma pesqui- diferentes, realizado pelo vento e pelos animais.
sa analisando as estruturas internas, externas e vários
processos relacionados a diferentes espécies das plan- 12. Sistema Dom Bosco – As características comuns às
tas mencionadas abaixo. plantas pinheiro, cica, milho e margarida são
I. Briófitas a) heterosporia, semente e ovário.
II. Pteridófitas b) vasos condutores, estróbilo e óvulo.
III. Gimnospermas c) heterosporia, semente e grão de pólen.
IV. Angiospermas d) raiz, caule e flor.
01) Em II, III e IV encontram-se tecidos condutores de e) óvulo, semente e flor.
seiva e são consideradas plantas vasculares.
02) Apenas em IV, o estudante foi capaz de observar 13. Uece (adaptada) – Nas espermatófitas, a semente cor-
frutos. responde ao óvulo fecundado e desenvolvido após a fe-
04) Nas plantas II, III e IV são encontradas sementes. cundação. Qualquer semente ao germinar dará origem a
uma nova planta que, na idade adulta, sempre produzirá
08) As plantas III e IV apresentaram o processo de po-
linização. a) flores, frutos e novas sementes.
16) As plantas II, III e IV são heterosporadas. b) flores femininas.
a) Com relação aos resultados da pesquisa, qual a so- c) novas sementes, mas não necessariamente dois

Material exclusivo para professores


matória dos itens corretos? tipos de esporos.
d) novas sementes, mas não necessariamente flores
e frutos.

14. Uema – O Reino Plantae é representado por mais de

conveniados ao Sistema de Ensino


300.000 espécies, cuja história evolutiva foi marca-
da pela grande capacidade adaptativa na conquista

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227 – Material do Professor 289

gradual e extensa do ambiente terrestre, durante a 16. PUC-PR – Leia o fragmento de texto a seguir:

BIOLOGIA 2A
qual as plantas desenvolveram estruturas e mecanis- Identificados genes que podem salvar araucária do ris-
mos especiais capazes de superar problemas como a co de extinção
perda de água para o ar e a garantia da fecundação.
A árvore evolutiva abaixo representa o surgimento Formação embrionária do pinhão, semente do pinheiro-
de algumas dessas características, mostrando que a -brasileiro, é alvo de abordagem molecular inédita capaz
longa história evolutiva das plantas envolveu vários de auxiliar na preservação da espécie
passos. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) iden-
tificaram 24.181 genes ligados à formação do embrião
Briófitas Pteridófitas Gimnospermas Angiospermas da araucária (Araucaria angustifolia) – árvore nativa do
(musgo) (samambaia) (pinheiros) (mangue) Brasil também chamada de pinheiro-brasileiro – e de sua
semente, o pinhão. A descoberta poderá auxiliar no esta-
Antófitas belecimento de um sistema para a propagação in vitro da
Espermatófitas
Traqueófitas espécie, que está sob risco crítico de extinção, de acordo
Embriófitas com a União Internacional para Conservação da Natureza
(IUCN, na sigla em inglês), e cuja madeira tem alto valor
Após analisar a árvore, explique cada passo evolutivo de mercado. Com a identificação dos genes, será possível
característico das embriófitas, traqueófitas, esperma- um maior controle sobre o processo de embriogênese so-
tófitas e antófitas. mática, ou seja, a formação de um embrião sem que haja
fecundação e a partir de células não reprodutivas.
Trata-se de uma das mais promissoras técnicas biotecno-
lógicas de produção de embriões vegetais, que permite a
criopreservação (conservação por meio de congelamento)
e a clonagem em massa. No caso da araucária, ela é dificul-
tada porque as sementes perdem viabilidade e não sobre-
vivem por longos períodos de armazenamento.
Disponível em: <http://viajeaqui.abril.com.br/materias/
identificados-genes-que-podem-ajudar-a-salvar-araucaria-do-risco-
-de-extincao>.

Sobre o organismo descrito no texto, marque a alter-


nativa correta.
a) É uma gimnosperma lenhosa, vascular e dioica.
b) É uma gimnosperma vascular, dioica e com
endosperma triploide na semente.
15. Unesp (adaptada) – Cinco espécies diferentes de plan- c) É uma angiosperma lenhosa, vascular e com fruto
tas, identificadas como 1, 2, 3, 4 e 5, pertencem à mes- seco do tipo cariopse.
ma ordem. Dados de estudos moleculares permitiram d) É uma angiosperma avascular, heterosporada e
as seguintes afirmações sobre as relações filogenéticas monoica.
entre as espécies:
e) É uma gimnosperma avascular, monoica e do grupo
• 1 e 2 são da mesma família e de gêneros diferentes; dos ciprestes.
• 3, 4 e 5 são de uma mesma família, diferente da
família de 1 e 2; 17. UCS-RS (adaptada) – Qual estrutura corresponde a
cada definição apresentada abaixo?
• 4 e 5 são do mesmo gênero;
I. Reserva nutritiva encontrada nas sementes.
• 3 é de um gênero diferente dos gêneros de 1, 2,
4 e 5. II. Gametófito das samambaias.
III. Estrutura reprodutora da maioria das plantas gim-
O cladograma que representa corretamente as relações
nospermas.
filogenéticas entre as cinco espécies é:
IV. Estrutura que forma os gametas masculinos das
a) 1 2 3 4 5 d) 1 2 3 4 5
espermatófitas.

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
b) e)

Material exclusivo para professores


c) 1 2 3 4 5

conveniados ao Sistema de Ensino


Dom Bosco
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ESTUDO PARA O ENEM


BIOLOGIA 2A

18. Sistema Dom Bosco C4-H16


Qual alternativa reúne características ou estruturas encontradas nas gimnospermas?
a) Anterídio, báculo, óvulo, soros. d) Heterosporia, estróbilo, endosper-
b) Endosperma, heterosporia, óvulo, xilema. ma, ovário.
c) Estróbilos, grão de pólen, soros, xilema. e) Soros, heterosporia, semente, floema.

19. Enem C4-H16


A classificação biológica proposta por Whittaker permite distinguir cinco grandes linhas
evolutivas utilizando, como critérios de classificação, a organização celular e o modo
de nutrição. Woese e seus colaboradores, com base na comparação das sequências
que codificam o RNA ribossômico dos seres vivos, estabeleceram relações de an-
cestralidade entre os grupos e concluíram que os procariontes do reino Monera não
eram um grupo coeso do ponto de vista evolutivo.

Whittaker (1969) Cinco reinos Woese (1990) Três domínios


Archaea
Monera
Eubacteria
Protista
Fungi
Eukarya
Plantae
Animalia
A diferença básica nas classificações citadas é que a mais recente se baseia funda-
mentalmente em
a) tipos de células. d) propriedades fisiológicas.
b) aspectos ecológicos. e) características morfológicas.
c) relações filogenéticas.

20. Enem C4-H16


A imagem representa o processo de evolução das plantas e algumas de suas estru-
turas. Para o sucesso desse processo, a partir de um ancestral simples, os diferentes
grupos vegetais desenvolveram estruturas adaptativas que lhes permitiram sobreviver
em diferentes ambientes.

Embriófitas (Reino Plantae)

Pteridófitas Gimnospermas Angiospermas


Briófitas
Flores; Frutos
Sementes aladas;
Grãos de pólen
Esporófito dominante;
Vasos condutores
Gametófito dominante;
Alga verde Arquegônio
ancestral

Qual das estruturas adaptativas apresentadas contribuiu para uma maior diversi-


dade genética?
a) As sementes aladas, que favorecem a dispersão aérea.

Material exclusivo para professores


b) Os arquegônios, que protegem o embrião multicelular.
c) Os grãos de pólen, que garantem a polinização cruzada.
d) Os frutos, que promovem uma maior eficiência reprodutiva.

conveniados ao Sistema de Ensino


e) Os vasos condutores, que possibilitam o transporte da seiva bruta.

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12
229 – Material do Professor 291

ANGIOSPERMAS: PLANTAS

BIOLOGIA 2A
COM FLORES E FRUTOS

As plantas com sementes (gimnospermas e angiospermas) são fontes essenciais


de produtos madeireiros, de combustível e de substâncias medicinais.
Um dos medicamentos mais conhecidos e utilizados mundialmente, o ácido • Características gerais das
acetilsalicílico (também chamado de aspirina ou AAS) é produzido com base na angiospermas
substância salicilina. Ela é encontrada na casca da árvore conhecida como salgueiro • Classificação das
(Salix alba), também chamado de chorão, uma angiosperma presente em climas angiospermas
temperados ou frios e com solos úmidos. • Principais estruturas que
compõem as angiospermas
Por volta de 1850, pesqui-
LINDA HARMS/SHUTTERSTOCK

sadores europeus consegui- • Reprodução e ciclo de vida


das angiospermas
ram aprimorar o processo de
extração dessa substância.
HABILIDADES
A partir de então, o uso de
• Identificar as estruturas
medicações com os nomes
vegetativas das plantas
de salicilina ou ácido salicí-
espermatófitas relativas
lico tornou-se popular para o à sobrevivência e
tratamento de dores, febre e à adaptação aos
inflamações. ecossistemas.
• Conhecer a reprodução
e o ciclo de vida das
angiospermas, com ênfase
nas fases sexuada e
assexuada.
• Compreender o papel da
evolução na produção
A Salix alba é popularmente conhecida de novos padrões e
como salgueiro ou chorão. Essa processos biológicos ou na
angiosperma produz a substância organização taxonômica
salicilina, base para o medicamento das angiospermas.
conhecido como aspirina.
• Associar características
Em 1899, o ácido acetilsalicílico passou a ser sintetizado, sendo o primeiro medi- adaptativas dos organismos
a seu modo de vida ou a
camento produzido pela indústria farmacêutica. Cinco anos depois, a aspirina (nome
seus limites de distribuição
comercial) já estava disponível na forma de comprimidos. Atualmente a aspirina é
em diferentes ambientes.
receitada no mundo todo como antitérmico e anti-inflamatório. Após a década de
1970, quando foi descoberta uma nova propriedade da substância (a inibição da agre-
gação de plaquetas), o medicamento passou a ser indicado também na prevenção
de doenças cardiovasculares. Hoje em dia são produzidas mundialmente cerca de
40 mil toneladas de ácido acetilsalicílico por ano.

Características gerais das angiospermas


Material exclusivo para professores Atualmente são conhecidas mais de 250 000 espécies de angiospermas (do
grego angio = vaso, receptáculo + sperma = semente). Isso significa que aproxi-
madamente 90% de toda a diversidade vegetal do planeta faz parte desse grupo.

conveniados ao Sistema de Ensino


As angiospermas são classificadas como fanerógamas, traqueófitas e espermató-
fitas, pois apresentam câmaras fechadas nas quais as sementes se desenvolvem e
amadurecem, formando os frutos.

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292 230 – Material do Professor

Essas plantas surgiram há cerca de 140 milhões de


anos. Por volta do final do Período Cretáceo (70-65 milhões
CLASSIFICAÇÃO DAS
BIOLOGIA 2A

de anos), já haviam aumentado em diversidade e se torna-


ram o grupo dominante de plantas no ambiente terrestre.
ANGIOSPERMAS
Tradicionalmente as angiospermas eram divididas em
Atualmente, o grupo das angiospermas está classifi-
duas classes: monocotiledôneas (ou classe Liliopsida)
cado no filo Anthophyta (do grego antho = flor + phyta
e dicotiledôneas (ou classe Magnoliopsida), conforme
= planta), no qual as flores e os frutos são novidades
o número de cotilédones que apresentavam no embrião.
evolutivas que proporcionaram a conquista dos mais
Estudos genéticos têm demonstrado que as dicotile-
variados ecossistemas terrestres.
dônias são um grupo parafilético. Atualmente na classifi-
As angiospermas apresentam tamanhos e hábitos
cação das angiospermas são reconhecidas três linhagens
variados, com grande complexidade de cores, texturas e
pequenas das plantas mais antigas do grupo, por isso
formas, incluindo desde pequenas plantas aquáticas, her-
também chamadas informalmente de angiospermas
báceas e trepadeiras até grandes espécies arbóreas. Todas
basais. Estas compreendem cerca de 100 espécies,
as árvores frutíferas do planeta pertencem a esse grupo.
entre as quais estão as ninfeias, plantas herbáceas aquá-
ticas. Uma quarta pequena linhagem é denominada de
IRINA FISCHER/SHUTTESTOCK

magnolídeas. A maioria das espécies antes classificadas


como dicotiledônias agora forma um clado denominado
eudicotiledônias (verdadeiras dicotiledônias).

RICARDO DE PAULA FERREIRA/SHUTTERSTOCK


A maioria das plantas comestíveis é classificada como angiosperma.
Ninfeia (Nimphaea sp.), espécie pertencente a uma das linhagens mais
Assim como todas as espermatófitas, as angiosper- antigas de angiospermas.
mas são heterosporadas, com produção de micrósporo
e megásporo, os quais formam o gametófito masculino FILOGENIA DAS PLANTAS
e o feminino, respectivamente. Seu esporófito tem O filo Anthophyta compreende plantas amplamente
estruturas vegetativas (compreendidas por raiz, caule e distribuídas. Elas constituem o grupo mais recente a
folhas) e estruturas reprodutivas (flor, semente e fruto, surgir ao longo da evolução das plantas, há cerca de
responsáveis pela reprodução sexuada). 140 milhões de anos.
(briófitas)
Plantas vasculares Plantas

Plantas terrestres

Hepáticas
Origem das plantas terrestres
Alga
(cerca de 470 m.a.a.)
verde 1 Musgos
ancestral
Antóceros

Licófitas (licopódios;
sementes sementes
sem
vasculares vasculares

Plantas vasculares

Origem das plantas vasculares Isoetes; Selaginella)


(cerca de 425 m.a.a.)
2 Pteridófitas (samambaias;
cavalinhas; Psilotum)
com
Plantas

Origem das plantas "Gimnospermas"


3 com sementes atuais
(cerca de 305 m.a.a.) Angiospermas

Material exclusivo para professores 500 450 400 350 300


Milhões de anos atrás (m.m.a.)
50 0

Fonte: REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 617.

conveniados ao Sistema de Ensino


Cladograma que mostra a hipótese atualmente aceita das relações de parentesco entre os grandes
grupos de plantas. As elipses em verde identificam grupos parafiléticos (briófitas, plantas avasculares;
e pteridófitas, plantas vasculares sem sementes). Gimnospermas está entre aspas para indicar que se
trata de um grupo considerado parafilético.

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São exemplos de grupos parafiléticos o conjunto de reprodutivas da flor. Sépalas e pétalas são verticilos
plantas designadas pelos termos briófitas, pteridófi- estéreis, ou seja, não estão envolvidas diretamente

BIOLOGIA 2A
tas, gimnospermas e angiospermas basais. na reprodução.
Por outro lado, todos os filos que estudamos até Dentro da flor ficam as estruturas diretamente rela-
aqui são reconhecidos atualmente como monofiléti- cionadas à reprodução, que são os verticilos férteis (es-
cos. São eles: Bryophyta; Hepatophyta; Antocerophy- tame e carpelo). O androceu é a estrutura reprodutiva
ta; Pterophyta; Licophyta; Coniferophyta; Cicadophyta; masculina, constituído pelos estames, cujas funções
Gnetophyta; Gynkgophyta e Anthophyta. são produzir e dispersar grãos de pólen. Cada estame
Embriófitas, traqueófitas e espermatófitas são três tem um filete (cabo em cuja extremidade fica a ante-
grandes grupos monofiléticos de plantas. ra, na qual ocorre a produção dos grãos de pólen). Em
posição central na flor está o gineceu ou pistilo, que

Principais estruturas das é a estrutura reprodutiva feminina, constituída de um


ou mais carpelos. Estes, por sua vez, são compostos
angiospermas de três partes:
• estigma: abertura da extremidade do tubo que
recebe os grãos de pólen, na qual pode haver
FLOR
um material viscoso, que facilita sua aderência;
A flor tem papel na reprodução sexuada e contém
• estilete: corresponde ao tubo que vai do estigma
recursos que atraem os mais variados agentes polini-
até o ovário;
zadores, como insetos, aves, morcegos, além do vento
• ovário: estrutura da base do carpelo (porção di-
e dos seres humanos, que realizam artificialmente a
latada) que contém um ou mais óvulos, que são
polinização de diversas espécies.
as células femininas da reprodução.
Ao se alimentarem do néctar, os agentes polini-
zadores transportam o pólen, que contém material
genético, para outras plantas cujo material genético é estigma
diferente, o que aumenta a variabilidade genética das estilete carpelo
estame
populações de cada espécie. antera ovário
filete
Para compreendermos a reprodução das angiosper-
mas, é importante conhecer a função reprodutiva da flor
nesse processo. Essas plantas dispõem de estruturas
como o pedúnculo (cabo da flor) e o receptáculo (parte
terminal e dilatada do pedúnculo, na qual se prendem as
pétala sépala
peças da flor). Para serem consideradas completas, as
flores devem apresentar os verticilos florais, que são
folhas modificadas. São eles: sépalas, pétalas, carpelos óvulo
e estames. Observe-os na figura a seguir. receptáculo
pedúnculo

sépala
Ilustração completa de uma flor unissexuada, com destaque para as
estruturas reprodutivas masculinas (androceu) e femininas (gineceu).
pétala
Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

carpelo
As angiospermas são classificadas em duas espécies:
• monoicas: plantas com flores masculinas e fe-
mininas no mesmo indivíduo. Ou seja, são unis-
estames sexuadas. Exemplo: aboboreira;
• dioicas: plantas com flores masculinas em um
indivíduo e flores femininas em outro indivíduo
Ilustração de uma flor em corte transversal que mostra a disposição dos (observe a ilustração a seguir). Ou seja, são bis-
verticilos florais em círculos concêntricos. Elementos representados fora sexuadas. Exemplo: mamoeiro.
da escala de tamanho. Cores fantasia.
As flores podem ser classificadas quanto à pre-

Material exclusivo para professores


Quando agrupadas, as folhas modificadas da flor sença ou não de verticilos florais. Chamamos de
são conhecidas como cálice, formado pelas sépalas monoclina (hermafrodita) a flor que tem androceu
(as quais são as folhas verdes que recobrem as pétalas) e gineceu ou de diclina (unissexual) aquela com so-
e pela corola (composta das pétalas, responsáveis mente uma dessas duas estruturas. Quando a flor

conveniados ao Sistema de Ensino


por proteger os órgãos reprodutores da planta e atrair apresenta todos os verticilos florais (sépalas, pétalas,
agentes polinizadores). O cálice e a corola compõem o androceu e gineceu), nós a denominamos diclamí-
perianto, cuja função também é proteger as estruturas dea. Se apresentar somente cálice (sépalas) e corola

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(pétalas), chamamos de monoclamídea. Quando a O pólen, ao chegar ao estigma do carpelo, germi-


BIOLOGIA 2A

flor tem somente os verticilos reprodutivos (androceu na no estilete e forma o tubo polínico (gametófito
e gineceu), denominamos de aclamídea. masculino maduro). Este contém o próprio núcleo,
além de dois núcleos gaméticos (gametas masculi-
estigma nos), formados pelo núcleo vegetativo e pelo núcleo
estilete
generativo do pólen, respectivamente. Não há game-
ovário
tas móveis (flagelados). A fecundação não depende
de água, pois isso recebe o nome de sifonogamia
antera (fecundação também encontrada nas gimnospermas),
filete uma vez que os gametas masculinos são levados até
pétala
o óvulo pelo tubo polínico.
receptáculo
sépala óvulo

SCIENCE PHOTO LIBRARY - SPL/SCIENCE PHOTO


LIBRARY - SPL/FOTOARENA
microsporócitos

Ilustração de flores bissexuadas. À esquerda, flor masculina; à direita,


flor feminina. Elementos representados fora da escala de tamanho.
Cores fantasia.

Gametófito masculino
A antera tem quatro cavidades, denominadas sa-
cos polínicos (microsporângios), nos quais ficam os
microsporócitos ou células-mãe de esporos (2n).
Essas células dividem-se por meiose e geram quatro saco
esporos haploides (n), conhecidos como micróspo- polínico
ros (n). Cada micrósporo sofre uma divisão mitótica e
Imagem ao microscópio óptico das anteras do lírio (Lilium sp.) em corte
origina um grão de pólen, composto de duas células transversal. Anteras imaturas com os quatro sacos polínicos, que contêm
ou núcleos (célula generativa ou geradora e célula do os microsporócitos. Aumento de 100x.
tubo ou vegetativa). O grão de pólen é a estrutura que
contém o gametófito masculino jovem ou imaturo.

BLICKWINKEL/ALAMY STOCK PHOTO


microsporângio
(saco polínico)
microsporócitos (2n)
microsporócitos estame

androceu
estames filete

filete microsporângio

grão de
pólen
grãos de
pólen
Imagem ao microscópio óptico das anteras do lírio (Lilium sp.) em corte
estigma transversal. Anteras maduras com os grãos de pólen, formados nos
tubo microsporócitos. Aumento de 100x.
(n) (n) polínico
célula generativa
Gametófito feminino
célula vegetativa núcleo
espermático Um ou mais óvulos são formados na parede do ová-
micrósporo
núcleo do tubo rio da flor ainda em botão. Em cada óvulo, uma célula-
grão de pólen
-mãe de esporo ou megasporócito (2n) sofre meiose
e gera quatro esporos haploides (n), dos quais três se
degeneram. Resta, assim, apenas o megásporo (n),
que cresce e cujo núcleo sofre três divisões mitóticas
sucessivas. São originados dessa forma oito núcleos,
que correspondem ao gametófito feminino ou saco

Material exclusivo para professores


embrionário.
Cada óvulo maduro é constituído de dois envoltó-
rios diploides, os tegumentos, que protegem o game-

conveniados ao Sistema de Ensino


tófito feminino (haploide). Este também recebe o nome
Ilustração da formação dos microsporócitos no estame do androceu até
a formação do tubo polínico no gineceu. Elementos representados fora de saco embrionário, porque o embrião é formado nele
da escala de tamanho. Cores fantasia. após a fecundação.

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O fruto tem função bem evidente: proteger a se-


mente e, por sua vez, o embrião. Assim, nas angios-

BIOLOGIA 2A
antípodas
permas, o embrião duplamente protegido assegura
núcleos polares melhores condições de sobrevivência na fase mais
na célula central
frágil da vida da planta. Além disso, o fruto pode con-
gametófito
feminino sinérgides
tegumentos tribuir para a dispersão da semente, de modo que os
(2n)
(saco descendentes cresçam em novas áreas, mais distantes
embrionário) de seus parentais, o que resultará em menor compe-
oosfera (n) tição entre as plantas.
micrópila
Ilustração da organização do óvulo maduro, antes de ser fecundado.
A dispersão do fruto (e das sementes) pode ocor-
Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia. rer por meio da água (processo chamado hidrocória),
como no caso do coco; do vento (anemocoria), como
O gametófito feminino é composto de oito células: no dente-de-leão; e dos animais (zoocoria), como no
• uma oosfera: localizada próxima à abertura do carrapicho e no picão.
óvulo, correspondendo ao gameta feminino;
• duas sinérgides: uma de cada lado da oosfera. Classificação dos frutos
Auxiliam no processo de fecundação e são consi- Os frutos são divididos nos seguintes grupos
deradas componentes de um arquegônio vestigial; botânicos.
• três antípodas: localizadas na extremidade opos-
ta à da oosfera. Não participam diretamente na I. Frutos verdadeiros: a parte comestível provém
fecundação; das paredes do ovário da flor. São divididos em
• dois núcleos polares: formam uma grande célula dois grandes grupos.
central (mesocisto), que participa da formação do • Carnosos: quando o pericarpo é suculento, rico
tecido de reserva da semente, ao se fundirem em água e reservas. Podem ser do tipo baga,
com um dos gametas masculinos. quando há várias sementes (tomate, laranja, ma-
Dessas estruturas, destacam-se em importância a mão, melancia, abóbora, berinjela, uva, abobri-
oosfera e os dois núcleos polares, que participam da nha, pepino, limão, goiaba), ou drupas, quando
dupla fecundação. As demais células se degeneram. apresentam caroço (ameixa, azeitona, pêssego,
coco-da-baía, manga, cereja).
FRUTO
epicarpo
A presença do fruto envolvendo a semente é uma
ALEAIMAGE/ISTOCKPHOTO.COM

PANDA3800/ISTOCKPHOTO.COM
novidade evolutiva das angiospermas. Em parte, o mesocarpo
grande sucesso evolutivo e a numerosa diversidade endocarpo
de espécies desse grupo se devem ao surgimento do endosperma
sólido
fruto, que mantém suas sementes protegidas, o que
favorece o mecanismo de dispersão.
O conjunto das camadas que formam o fruto deno-
mina-se pericarpo, formado por:
• epicarpo: porção externa do fruto em geral cor-
Podemos observar as três endosperma epicarpo
respondente à casca. É resultado do espessa- líquido mesocarpo
camadas do pericarpo que
mento da parede mais externa do ovário; compõem o fruto carnoso endosperma
• mesocarpo: porção média do pericarpo. É a parte do tipo baga. Fruto carnoso do tipo drupa.
comestível da maioria dos frutos;
• endocarpo: porção do fruto que fica em contato • Secos: quando o pericarpo é pouco desenvolvi-
direto com a semente. Muitas vezes endurecido, do e com pouca água. Classificam-se em:
constitui o caroço. Nos frutos cítricos (laranja, li-
mão), é a parte comestível. 1. deiscentes, quando se abrem naturalmente ao
atingir a maturidade, liberando as sementes.
Exemplos: legumes (feijão), folículos (magnó-
EYEWAVE/ISTOCKPHOTO.COM

epicarpo lia, peroba, esporinha), cápsula (fruto do lírio),


pericarpo
mesocarpo pixídio (fruto do eucalipto), poróforo (fruto da

Material exclusivo para professores


endocarpo papoula) e síliqua (fruto da couve);
2. indeiscentes, os quais, mesmo quando madu-
ros, não se abrem. O pericarpo precisa, assim,

conveniados ao Sistema de Ensino


apodrecer para liberar as sementes. Exemplos:
cariopse (grãos de milho), aquênio (girassol),
Partes de um fruto. noz (avelã) e sâmara (pau-d’alho).

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296 234 – Material do Professor

FUATKOSE/ISTOCKPHOTO.COM

CHENGYUZHENG/
ISTOCKPHOTO.COM
pericarpo
BIOLOGIA 2A

JULICHKA/ISTOCKPHOTO.COM
semente
Fruto seco do tipo deiscente (ervilha). Fruto seco do tipo indeiscente (milho).

II. Frutos partenocárpicos: são formados sem fe-


cundação e não têm sementes. Em alguns casos,
esse fenômeno é induzido artificialmente por meio
da aplicação de hormônios vegetais, principalmente
nas culturas de banana, laranja-da-baía e limão-taiti.
Pseudofruto múltiplo ou infrutescência (abacaxi).
III. Pseudofrutos: formam estruturas carnosas que
contêm reservas nutritivas semelhantes aos frutos,
SEMENTE
mas que não correspondem às paredes do ovário
Gimnospermas e angiospermas são os únicos gru-
(geralmente é desenvolvido o receptáculo ou pe-
pos de plantas com sementes. A semente é o óvulo fe-
dúnculo). Podem ser:
cundado e desenvolvido e apresenta três componentes
• simples: a parte comestível provém do recep- básicos: casca (ou tegumento), reserva nutritiva (ou
táculo floral de uma única flor (como a pêra e a endosperma (3n)) e embrião (2n), que fica protegido.
maçã); ou o pedúnculo floral (como o caju); Em condições ambientais favoráveis, o embrião
• compostos: a parte comestível corresponde ao inicia seu desenvolvimento e dispõe das reservas nu-
receptáculo floral de uma única flor com muitos tritivas da semente. Vêm delas a energia e a matéria-
ovários (como o morango e a framboesa); -prima para o embrião crescer. Um eixo no embrião
• múltiplos ou infrutescências: resultam da fecun- desenvolve-se na planta propriamente dita e forma
dação e do desenvolvimento de várias flores reu- folhas modificadas (os cotilédones, cuja função prin-
nidas em um mesmo eixo (inflorescência). A parte cipal é transferir as reservas nutritivas da semente para
comestível origina-se do receptáculo floral. Por o embrião). Após algum tempo, quando as primeiras
exemplo, abacaxi, amora e figo são infrutescên- folhas são formadas, a planta passa a produzir o próprio
cias (formadas de vários frutos no mesmo eixo). alimento orgânico, por meio da fotossíntese.
Angiospermas que têm apenas um cotilédone são
chamadas de monocotiledôneas (como o milho, o
arroz e as orquídeas). Quando há dois cotilédones, são
denominadas eudicotiledôneas (como o feijão e a
EKKAPON/ISTOCKPHOTO.COM

pedúnculo mamona). A família mais diversificada de eudicotiledô-


(parte comestível)
neas são as asteráceas (família Asteraceae), que inclui
as margaridas, o picão, o dente-de-leão e os girassóis.

pericarpo fusionado com


cotilédone a casca da semente
castanha endosperma
(fruto com semente) coleóptilo
embrião
coleorriza

Pseudofruto simples (caju).


casca da semente
endosperma
cotilédones
ANNA1311/ISTOCKPHOTO.COM

embrião

frutículo
Ilustração com detalhes das estruturas internas das sementes das

Material exclusivo para professores


receptáculo angiospermas. Acima está o milho (monocotiledônea), fruto com o interior
(parte comestível) ocupado por uma semente grande com dois tegumentos, o embrião e a
reserva nutritiva (o endosperma). Abaixo, está a mamona (eudicotiledônea),
que produz frutos arredondados, em cujo interior ficam as sementes, cada
qual com dois tegumentos: endosperma e embrião com dois cotilédones.

conveniados ao Sistema de Ensino


Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
Fonte: REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 823.
Pseudofruto composto (morango).

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235 – Material do Professor 297

Monocotiledôneas e eudicotiledôneas apresentam diferenças estruturais que


possibilitam sua identificação. Observe as comparações na tabela a seguir.

BIOLOGIA 2A
ÓRGÃO MONOCOTILEDÔNEA EUDICOTILEDÔNEA
Raiz Raízes em cabeleira ou fasciculadas. Raiz axial ou pivotante.

Caule Vasos condutores de seiva dispostos de Vasos condutores de seiva agrupados em


modo irregular. feixes dispostos de modo regular.

Folha Paralelinérveas (dispostas paralelamente Reticulinérveas (da nervura principal saem


ao longo de seu maior comprimento). outras nervuras bastante ramificadas).

Flor Trímeras (verticilos em número de três ou Pentâmeras (verticilos em número de quatro


múltiplos de três). ou cinco, ou múltiplos de quatro ou cinco).

Semente Único cotilédone. Dois cotilédones.

Material exclusivo para professores Dois cotilédones

conveniados ao Sistema de Ensino


Um cotilédone

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298 236 – Material do Professor

REPRODUÇÃO E CICLO DE • anteras localizadas em posição inferior em relação


BIOLOGIA 2A

aos estigmas, o que dificulta a transferência de


VIDA DAS ANGIOSPERMAS pólen;
• amadurecimento dos órgãos reprodutivos (gineceu
e androceu) em momentos distintos (dicogamia);
POLINIZAÇÃO • presença de barreira física entre gineceu e an-
Constitui o transporte do pólen da antera até o es-
droceu;
tigma da flor e geralmente é realizada por um agente
• incompatibilidade entre o grão de pólen e o gine-
polinizador, como vento (anemofilia); animais (zoofilia);
ceu da mesma flor.
insetos (entomofilia); aves (ornitofilia); morcegos (qui-
ropterofilia) e, mais raramente, água (hidrofilia).
FECUNDAÇÃO
O grão de pólen que chega ao estigma forma o tubo
FREDER/ISTOCKPHOTO.COM

polínico, que cresce no interior do estilete e penetra no


óvulo (sifonogamia), através da micrópila. Ao chegar ao
óvulo, o tubo polínico libera os núcleos espermáticos
em seu interior. Ocorre, então, a dupla fecundação,
que acontece da seguinte forma:
• um núcleo gamético se funde com a oosfera e
origina um zigoto (2n), que sofre mitoses e for-
ma um embrião (2n);
• o outro núcleo gamético se funde aos dois nú-
cleos polares e gera um núcleo triploide (3n).
Exemplo de polinização realizada um beija-flor (ornitofilia).
A célula do qual esse núcleo triploide faz parte se
divide por mitoses e forma o tecido de reserva,
Em alguns casos, a polinização ocorre apenas por chamado de endosperma ou albúmen (3n).
meio de elementos reprodutivos da própria planta, pro- Posteriormente, o óvulo fecundado transforma-se
cesso chamado autopolinização (ou autofecundação). em semente e produz hormônios de crescimento, que
Essa estratégia tem certas vantagens, porém não gera atuam no ovário da flor e determinam seu desenvolvi-
variabilidade genética, a qual é importante para manter mento em fruto.
a preservação da espécie. A polinização cruzada, por Em condições ambientais adequadas de tempe-
sua vez, aumenta a variabilidade genética da espécie. ratura, umidade e oxigênio, o embrião no interior da
Para evitar a autopolinização, as plantas têm alguns semente pode germinar e desenvolver-se em uma
mecanismos. Por exemplo: planta adulta.

Haploide (n) antera estame


carpelo
Diploide (2n)
flor desenvolvida
em uma planta MEIOSE
esporofítica (2n)
quando uma semente grão de pólen
germina o embrião, óvulo com estigma
desenvolve-se em um megasporângio tubo polínico
embriófito maduro. (2n)
núcleos espermáticos
Ovário
MEIOSE
no megasporângio
de cada óvulo, o
megasporócito se divide
por meiose e produz
semente quatro megásporos. Um
sobrevive e origina o
o zigoto se transforma em um gametófito feminino.
embrião, que é protegido junto
a provisões nutritivas dentro de
uma semente. Os tecidos do gametófito
fruto envolvendo as sementes feminino
não são mostrados. (saco
embrionário)
núcleo do endosperma zigoto (2n) após a polinização,
em desenvolvimento (3n) os dois núcleos
espermáticos são

Material exclusivo para professores


descarregados em
ocorre dupla fertilização. Um núcleo
FERTILIZAÇÃO cada óvulo.
espermático fertiliza a oosfera e
forma um zigoto. O outro núcleo núcleos
espermático fertiliza a célula central espermáticos
e gera o endosperma (3n). descarregados (n)
núcleo da oosfera (n)

conveniados ao Sistema de Ensino


Ilustração do ciclo reprodutivo e de vida das angiospermas. A própria planta representa o esporófito adulto (2n). Elementos
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
Fonte: REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 634. Adaptado.

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237 – Material do Professor 299

LEITURA COMPLEMENTAR

BIOLOGIA 2A
Ameaças à diversidade vegetal
Embora as plantas possam ser um recurso renovável, a diversidade vegetal não é. O crescimento populacional humano
explosivo e sua demanda por espaço e recursos estão ameaçando espécies de plantas e ecossistemas por todo o mundo.
O problema é especialmente grave nos trópicos, onde vivem mais de dois terços da população mundial e onde o cresci-
mento populacional é mais acelerado. Cerca de 55 000 km2 de florestas tropicais úmidas são derrubadas a cada ano, uma
taxa que, se continuar nesse ritmo, eliminará completamente os 11 milhões de km2 restantes de florestas tropicais em 200
anos. A perda de florestas reduz a absorção de dióxido de carbono atmosférico (CO2) que ocorre durante a fotossíntese,
e potencialmente pode contribuir para o aquecimento global. Além disso, à medida que as florestas desaparecem, o
mesmo acontece com um grande número de espécies vegetais. Evidentemente, uma vez que uma espécie se torna extinta,
ela não pode retornar jamais. Muitas vezes, a perda de espécies vegetais é acompanhada pela perda de insetos e outros
animais que dela dependem. Os cientistas estimam que, se continuarem as atuais taxas de perda nos trópicos e em outras
regiões, 50% ou mais das espécies da Terra se tornarão extintas nos próximos séculos. Essas perdas constituiriam uma
extinção global em massa, rivalizando com as extinções em massa do Permiano e do Cretáceo e mudando para sempre
a história evolutiva das plantas terrestres (e de muitos outros organismos que também seriam extintos). [...] Também há
muitas razões práticas para nos preocuparmos com a perda da biodiversidade vegetal. Até agora, exploramos os usos
potenciais de apenas uma pequena fração das mais de 290 000 espécies vegetais conhecidas. Por exemplo, quase todo
o nosso alimento baseia-se no cultivo de apenas cerca de duas dúzias de espécies de plantas com sementes. Menos de
5 000 espécies de plantas foram estudadas como fontes potenciais de medicamentos. Se começarmos a ver as florestas
pluviais e outros ecossistemas como tesouros vivos que podem se regenerar apenas lentamente, podemos aprender a
colher seus produtos a taxas sustentáveis.
Elaborado com base em: REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 645-646.

IMAGEBROKER/ALAMY STOCK PHOTO

As florestas pluviais tropicais são um tesouro que abriga plantas com poder de cura medicinal que talvez sejam extintas antes mesmo de sabermos
de sua existência.

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conveniados ao Sistema de Ensino
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300 238 – Material do Professor

ROTEIRO DE AULA
BIOLOGIA 2A

ESPERMATÓFITAS

Angiospermas
Gimnospermas

Reprodução
Características Classificação
e ciclo de vida:

Autótrofas, fotossintetizantes Metagênese


filo Anthophyta

Reprodução:
O esporófito adulto (2n)
tem corpo composto de: Angiospermas basais:
independente da água

sifonogamia
Raiz
ninfeias
Estruturas reprodutivas:
Caule flor
Folha
fruto (ovário desenvolvido)
Magnolídeas:

Heterosporia
São vasculares e suas
sementes são: magnólias, louro

Megásporo
Micrósporo (n)
funcional (n)
Protegidas por camadas
São exemplos palmeiras
e gramíneas:
Grão de pólen Óvulo

Formam:
Monocotiledôneas

• célula vegetativa • 2 tegumentos


• célula generativa • 8 células
Flores
São exemplos as
Frutos leguminosas e os girassóis
Núcleo gamético Oosfera

Eudicotiledôneas
Embrião (2n)

Material exclusivo para professores Núcleo gamético Núcleos polares

conveniados ao Sistema de Ensino Endosperma (3n)

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239 – Material do Professor 301

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

BIOLOGIA 2A
1. UPF-RS (adaptada) – Na reprodução das angiospermas Assinale a alternativa correta a respeito das espécies,
ocorre a denominada dupla fecundação. Isso significa que a partir das quais se produz o malte.
a) as células envolvidas na reprodução dividem-se duas a) Essas espécies são avasculares e apresentam es-
vezes consecutivamente, formando o embrião diploide. porângios.
b) um dos núcleos espermáticos funde-se ao núcleo b) Essas espécies apresentam reservas nutritivas nos
da oosfera e forma o embrião (2n); o outro núcleo dois cotilédones.
espermático funde-se aos dois núcleos polares, re-
c) As folhas dessas espécies têm nervuras paralelas a
sultando no endosperma (3n).
uma nervura central.
c) cada núcleo espermático sofre duas divisões e cada
d) Essas espécies apresentam caules dos tipos bulbos
uma das quatro células resultantes fecundará uma
e tubérculos.
célula da oosfera.
e) As flores femininas dessas espécies reúnem-se em
d) o núcleo da oosfera é fecundado por dois núcleos
estróbilos.
espermáticos do pólen. O trigo, a cevada e o centeio são angiospermas monocotiledôneas,
e) um dos núcleos espermáticos, ao juntar-se ao núcleo as quais têm folhas paralelinérveas, ou seja, apresentam nervuras
paralelas a uma nervura central.
da oosfera, forma um embrião (3n), enquanto o outro
junta-se a um dos núcleos polares e dá origem ao 5. UFSM (adaptada) – Pode ser estranho para os seres
endosperma (2n). humanos, que tanto orgulho sentem de suas habilida-
Durante a dupla fecundação observada nas angiospermas, um dos des cognitivas, parar para pensar que compartilhamos
núcleos espermáticos do tubo polínico funde-se à oosfera e forma o certas características com as plantas angiospermas!
zigoto (2n), que por sua vez dará origem ao embrião (2n). O outro núcleo
espermático funde-se aos dois núcleos polares, o que vai originar o Com relação a esse fato, avalie as alternativas a seguir
endosperma (3n). assinalando verdadeiro (V) ou falso (F).
2. UFRGS (adaptada) – No processo evolutivo das An- Os humanos e as angiospermas
giospermas, ocorreram vários eventos relacionados à ( ) têm corpos pluricelulares organizados em tecidos
reprodução. e órgãos.
Assinale a afirmação correta em relação a esses eventos. ( ) compartilham o mesmo tipo de nutrição.
a) Os insetos visitam as flores para alimentar-se dos ( ) reproduzem-se de forma sexuada e assexuada.
carpelos, o que favorece a fecundação. ( ) formam gametas masculinos e femininos.
b) As aves que se alimentam de frutos carnosos são os A sequência correta é
principais agentes de polinização dessas espécies.
a) F – V – F – V.
c) Estames longos favorecem a dispersão dos frutos
pelo vento e por insetos. b) V – F – F – V.
d) A dispersão dos frutos pela água foi uma conquista c) V – F – V – F.
das angiospermas mais recentes. d) F – F – V – V.
e) A interação entre plantas, polinizadores e dispersores e) F – V – F – F.
de sementes é, em grande parte, mutualística. Seres humanos e angiospermas são organismos pluricelulares, com o
As interações entre plantas angiospermas, agentes polinizadores e corpo organizado em tecidos e órgãos. Ambos produzem gametas mas-
dispersores de sementes são, em grande parte, mutualísticas. Isto culinos e femininos haploides. Quanto à nutrição, os seres humanos são
é, são necessárias à sobrevivência das espécies envolvidas. Muitas heterótrofos; as plantas, autótrofas. Somente as angiospermas apre-
espécies de angiospermas dependem totalmente de seus polinizadores sentam reprodução assexuada, que ocorre por propagação vegetativa.
para a reprodução.

3. Sistema Dom Bosco – Entre as angiospermas eudi- 6. Sistema Dom Bosco – Complete a tabela abaixo, rela-
cotiledôneas, estão o feijão, a ervilha, o pau-brasil e o cionando corretamente as características ou estruturas
ipê. Cite as principais características encontradas neste vegetais encontradas nas angiospermas (Coluna A), às
grupo de plantas. respectivas definições (Coluna B).

As angiospermas eudicotiledôneas têm raiz do tipo axial ou pivotante. Coluna A Coluna B


Ou seja, da raiz principal saem várias raízes secundárias. Apresentam
Células (três) que fazem parte do óvulo maduro;
folhas reticulinérveas (da nervura principal saem outras nervuras bas- 1. Antípodas não participam da fecundação.
tante ramificadas). A maioria tem flores pentâmeras, ou seja, verticilos
em número de cinco ou múltiplo de cinco. Apresentam também vasos Estrutura reprodutora feminina presente nas
condutores de seiva agrupados no interior do caule (feixes dispostos 2. Gineceu flores.
de modo regular), além de dois cotilédones.
Base do carpelo (constituinte do gineceu); por-
3. Ovário ção dilatada que contém o(s) óvulo(s).

É a abertura do tegumento que reveste o óvulo,


4. Micrópila por onde o tubo polínico entra para chegar até

Material exclusivo para professores


o óvulo.

5. Verticilos São as folhas modificadas da flor, como sépalas,


4. UFRGS – As cervejas artesanais estão ganhando pétalas, estames e carpelos.
mercado no Rio Grande do Sul. Elas são produzidas florais

conveniados ao Sistema de Ensino


com Água + Malte + Lúpulo + Levedura, e o malte é, Flor contendo apenas o cálice (sépalas) ou a
principalmente, obtido a partir do trigo, da cevada ou 6. Monoclamídea corola (pétalas).
do centeio.

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302 240 – Material do Professor

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
BIOLOGIA 2A

7. UEM-PR – A Botânica baseia-se em diferentes caracterís- 02) Nas angiospermas, o endosperma da semente não
ticas dos vegetais para facilitar o entendimento sobre eles. tem função durante a germinação, pois todos os nu-
Considerando os vegetais a seguir, as regras de nomen- trientes dessa etapa são retirados da fotossíntese.
clatura botânica e as características morfológicas externas 04) A semente de uma angiosperma é formada pelo te-
dessas plantas, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). gumento, proveniente das paredes do óvulo, e pela
A. Lactuca sativa L. (alface) amêndoa, constituída de embrião e endosperma.
08) Todas as angiospermas são classificadas como mo-
B. Coffea arábica L. (café)
nocotiledôneas por se encaixarem no grupo das plan-
C. Phaseolus vulgaris L. (feijão) tas cujos embriões possuem apenas um cotilédone.
D. Zea mays L. (milho) 16) A dispersão do fruto por animais é chamada de zoo-
E. Oryza sativa L. (arroz) coria. Quando a dispersão do fruto é realizada pelo
vento é denominada anemocoria e, se a dispersão
01) Apenas dois gêneros apresentam folhas com ner- for realizada pela água, denomina-se hidrocoria.
vação reticulada e com sistema radicular axial. a) Qual a somatória dos itens corretos?
02) Duas espécies têm epíteto específico idêntico e
ambas são monocotiledôneas.
04) Três gêneros apresentam dois cotilédones e siste-
ma radicular fasciculado.
08) Três espécies são eudicotiledôneas e apresentam
folhas com nervação reticulada.
16) São citadas quatro espécies e cinco gêneros.
b) Corrija as alternativas incorretas, tornando-as
verdadeiras.
8. UEM-PR (adaptada) – Considere um animal que cava o
solo, desenterrando uma parte de um vegetal que é rica
em energia (reserva energética) e que possui gemas la-
terais. Esta parte do vegetal foi consumida pelo animal,
passando pelo sistema digestório composto por boca,
esôfago, estômago, intestino e ânus.Sobre o assunto,
e outros correlatos, assinale o que for incorreto.
01) O alimento vegetal ingerido é a raiz tuberosa de
uma angiosperma, como a cenoura, por exemplo.
02) O grupo a que pertence o vegetal consumido cita-
do no enunciado da questão possui flores, frutos
e sementes.
04) A planta citada no enunciado da questão produz
esporos por meio da meiose em estruturas deno-
minadas de soros.
08) Ocorre heterosporia no grupo a que pertence o ve-
getal consumido.

9. UEM-PR – Em relação às plantas vasculares e avascu-


lares é correto afirmar que
01) nas angiospermas, o núcleo triploide origina o en-
dosperma ou albume, que acumula reservas nutri-
tivas que serão utilizadas pelo embrião.
02) em cada megasporângio das gimnospermas existe
uma célula diploide (2n) que sofre meiose, originan-
do quatro células haploides (n), das quais três de-
generam e apenas uma é funcional, o megásporo.
04) o principal meio de reprodução assexuada nas
briófitas é a fragmentação, ou seja, partes do
corpo de uma planta são capazes de dar origem
a novas plantas. 11. Uece (adaptada) – Com o objetivo de resolver o pro-
08) as monocotiledôneas não apresentam esporófito blema de erosão em sua propriedade, um fazendeiro
duradouro e, em seu ciclo reprodutivo, não ocorre comprou mudas de plantas indicadas por um biólogo.
dupla fecundação. Essas mudas apresentam raízes fasciculadas, nervu-
16) como nas gimnospermas, nas angiospermas cada ras paralelas e flores trímeras, portanto, são repre-

Material exclusivo para professores


óvulo é um megasporângio. sentantes das
a) leguminosas
10. UEPG-PR (adaptada) – Com relação às características b) samambaias
das angiospermas, analise as afirmativas abaixo:
c) cicadáceas

conveniados ao Sistema de Ensino


01) Após a fecundação de uma angiosperma, o ovário
d) gramíneas
transforma-se em fruto, e os óvulos, no seu interior,
transformam-se em sementes. e) dicotiledôneas

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241 – Material do Professor 303

12. Udesc – Flores desprovidas de pétalas coloridas, sem corretamente colocadas em um grupo; enquanto as de

BIOLOGIA 2A
nectários com grande produção de grãos de pólen, os feijão, soja e ervilha foram colocadas em outro grupo.
quais são pequenos e leves, caracterizam plantas com Analise as proposições em relação às características
polinização do tipo de plantas monocolitedôneas e de eudicotiledôneas, e
a) entomófila. assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.
b) ornitófila. ( ) As raízes das monocotiledôneas são fasciculadas
c) artificial. (cabeleira) e encontradas nas plantas de arroz,
d) anemófila. trigo e milho.
e) hidrófila. ( ) As sementes de monocotiledôneas são consti-
tuídas por dois cotilédones e encontradas nas
13. UFSJ-MG – Analise a descrição abaixo: plantas de trigo.
I. um pericarpo carnoso ( ) As folhas das eudicotiledôneas apresentam nervu-
ras paralelas e podem ser observadas nas plantas
II. um endosperma de monocotiledônea
de feijão e soja.
III. um embrião de eudicotiledônea
( ) As flores das eudicotiledôneas apresentam, ge-
As descrições acima podem corresponder, respec- ralmente, as peças florais em número de três ou
tivamente, aos alimentos listados abaixo, exceto na múltiplos de três e são comuns nas plantas de
alternativa: milho e trigo.
a) goiaba, milho e soja. ( ) As folhas das monocotiledôneas são constituídas
b) batata, milho e pinhão. por nervuras reticuladas, ou ramificadas, e são ob-
servadas nas plantas de arroz e milho.
c) tomate, arroz e lentilha.
d) pepino, trigo e feijão. Assinale a alternativa que contém a sequência correta,
de cima para baixo.
14. PUC-RJ – O arroz (Oryza sativa) é um dos grãos mais
a) F – F – V – F – V
consumidos no mundo. Seu valor nutricional está rela-
cionado ao albume (endosperma), que é a reserva de b) V – V – F – F – F
nutrientes para o embrião da semente. Considerando c) F – V – V – V – F
que as células somáticas do arroz possuem 24 cromos- d) F – V – F – V – F
somos, quantos cromossomos podem ser encontrados e) V – F – F – F – F
nas células do albume? Justifique sua resposta.
17. Fuvest-SP (adaptada) – O esquema representa um
ciclo de vida, com alternância de gerações, típico de
plantas.
zigoto I geração esporofítica
(2n) (2n)

II

V esporos

15. Sistema Dom Bosco – Em relação às plantas terres-


III
tres, a somatória dos itens abaixo que estão corretos é:
01) Gimnospermas e Angiospermas são fanerógamas
e espermatófitas. gametas IV geração gametofítica
(n)
02) O endocarpo é a parte comestível da maioria dos
frutos. Comparando-se os ciclos de vida, desde briófitas até
04) O cotilédone é uma folha especial encontrada nas angiospermas, quanto à dominância das gerações ga-
angiospermas que tem a função de realizar a fo- metofítica e esporofítica, que tendência aparece na
tossíntese e assim nutrir o embrião em início de evolução das plantas terrestres?
desenvolvimento.
08) Os frutos podem ser classificados em pseudofrutos
(simples, compostos ou múltiplos), e frutos verda-
deiros do tipo carnoso (bagas ou drupas), e frutos
verdadeiros do tipo seco (deiscentes ou indeiscentes).
16) A pera e a maçã são exemplos de frutos carnosos.

Material exclusivo para professores


32) O processo de dispersão de sementes por animais
é chamado de zoocoria.

16. Udesc (adaptada) – Um aluno precisava organizar a

conveniados ao Sistema de Ensino


coleção botânica da sua escola, e separar as plantas
em monocotiledôneas e dicotiledôneas. Assim sele-
cionou plantas de arroz, trigo e milho, as quais foram

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304 242 – Material do Professor

ESTUDO PARA O ENEM


BIOLOGIA 2A

18. Enem (adaptada) C4-H16


Caso os cientistas descobrissem alguma substância que impedisse a reprodução
de todos os insetos, certamente nos livraríamos de várias doenças em que es-
ses animais são vetores. Em compensação teríamos grandes problemas como a
diminuição drástica de plantas que dependem dos insetos para polinização, que
é o caso das
a) algas.
b) briófitas como os musgos.
c) pteridófitas como as samambaias.
d) gimnospermas como os pinheiros.
e) angiospermas como as árvores frutíferas.

19. UPE-PE (adaptada) C4-H16


Um naturalista amador, interessado por plantas, poderia iniciar seus estudos com as
Angiospermas, por causa da ampla distribuição das espécies no mundo. Algumas
características permitem dividi-las em dois grupos. Assim, o naturalista poderia ana-
lisar o fruto, cortando-o ao meio e procurando o número de cotilédones, dois ou um,
eudicotiledônea ou monocotiledônea, respectivamente. Além dessas características,
outras diferenças podem ser observadas na tabela a seguir:

Característica Eudicotiledônea Monocotiledônea


I. Tipo de nervação foliar Nervuras paralelas Nervuras reticuladas
II. Distribuição dos Feixes liberolenhosos Feixes liberolenhosos
vasos no caule dispostos em círculo espalhados
III. Tipo de raiz Raiz pivotante Raiz fasciculada
Elementos florais geralmente
Elementos florais geralmente
IV. Tipo de flor em números múltiplos de
em números múltiplos de três
quatro ou cinco

Estão corretas as características mencionadas na tabela em


a) I e III, apenas.
b) II, apenas.
c) I, II, III e IV.
d) II e IV, apenas.
e) II, III e IV, apenas.

20. UEPB C4-H16


Nas angiospermas as estruturas relacionadas com a reprodução sexuada são as flo-
res. Observe o esquema, onde se encontra representada umaflor, e identifique as
estruturas numeradas; em seguida, estabeleça a relação entre o número indicado no
esquema, nome da estrutura e a descrição da mesma.

1 2

Material exclusivo para professores 3


filete
4

conveniados ao Sistema de Ensino


5

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243 – Material do Professor 305

A. Ovário. IV. Em conjunto compõem a corola, importante

BIOLOGIA 2A
B. Pétalas. na atração de agentes polinizadores. Formado
C. Estame. pelo filete e a antera: o conjunto destes compõe
o androceu.
D. Gineceu.
E. Antera. A alternativa que apresenta a relação correta é:

I. Dilatação na ponta do filete onde são produzidos os a) 1-D-lII, 2-B-IV, 3-E-I, 4-C-V, 5-A-II.
grãos de pólen. b) 1-B-I, 2-D-V, 3-A-II, 4-E-lV, 5-C-III.
II. Estrutura que contém o óvulo e que, ocorrendo a c) 1-D-II, 2-B-V, 3-E-IV, 4-C-III, 5-A-V.
fecundação, desenvolve-se originando o fruto.
d) 1-C-IV, 2-A-II, 3-D-III, 4-B-lV, 5-E-I.
III. Estrutura reprodutora feminina da flor, formada pela
fusão de folhas carpelares. e) 1-E-V, 2-C-III, 3-B-II, 4-A-I, 5-D-IV.

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GETTY I M AGES/I
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PHOT
O

BIOLOGIA 2B

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conveniados ao Sistema de Ensino
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

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13
270
BIOLOGIA 2B 246 – Material do Professor

HISTOLOGIA VEGETAL

As plantas, diferentemente da maioria dos animais, podem continuar a crescer


durante toda a sua vida. Esse processo é conhecido como crescimento indetermi-
• Tecidos meristemáticos nado e ocorre no caule e nas raízes, sendo possível pela presença de tecidos não
• Tecidos permanentes especializados, em constante divisão celular, chamados meristemas. Quando as
condições são favoráveis, os meristemas dividem-se, originando novas células, que
HABILIDADES se tornam especializadas e formam os diferentes tecidos.
• Conhecer os diferentes

DOLIUX/SHUTTERSTOCK
tecidos vegetais dos órgãos
vegetativos das plantas
vasculares.
• Compreender como são for-
mados os tecidos vegetais.
• Reconhecer as caracte-
rísticas morfológicas de
cada órgão vegetativo das
plantas vasculares.
• Associar a variedade mor-
fológica das estruturas às
adaptações ambientais.

Pinheiro bristlecone (Pinus longaeva), apelidado de Matusalém, com idade estimada em 4 850 anos. Localizado
nas montanhas no leste da Califórnia (Estados Unidos).

Os meristemas apicais, localizados nas extremidades de raízes e caules, são


responsáveis pelo crescimento das plantas em extensão, enquanto os meriste-
mas laterais, presentes nas plantas lenhosas – como as gimnospermas e em
muitas angiospermas eudicotiledôneas –, são responsáveis pelo crescimento
em diâmetro. Assim, as plantas crescem continuamente, exceto em períodos
em que as condições ambientais são desfavoráveis, quando ficam dormentes.
Alguns órgãos vegetais, como folhas e flores, apresentam crescimento deter-
minado, ou seja, param de crescer após atingir determinado tamanho, sofrendo
senescência e morte.
Ao crescer em diâmetro, novas camadas de vasos lenhosos (xilema) são adicio-
nadas aos caules e às raízes. Em plantas que vivem em regiões temperadas, os

Material exclusivo para professores


círculos concêntricos de xilema formados nas diferentes estações de crescimento
da planta são claramente visíveis, permitindo datar com bastante confiabilidade a
idade das plantas. Assim, o crescimento indeterminado das plantas pode resultar

conveniados ao Sistema de Ensino


em indivíduos de idades milenares, como as sequoias gigantes das florestas da Ca-
lifórnia e o pinheiro bristlecone (Pinus longaeva), com indivíduos de idade estimada
superior a 4 800 anos.

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247 – Material do Professor 271

LYNN YEH/SHUTTERSTOCK
novamente por meio do processo de desdiferencia-
ção celular, recuperando sua capacidade de divisão

BIOLOGIA 2B
e podendo se tornar uma célula diferente da inicial.
As plantas possuem dois tipos de tecido meriste-
mático, de acordo com a sua origem: primário e se-
cundário.

MERISTEMAS PRIMÁRIOS
São tecidos responsáveis pelo crescimento em
extensão, ou longitudinal, de raízes e caules; também
chamados meristemas apicais por estarem localiza-
dos nas extremidades de caules e raízes. Briófitas, pte-
Túnel aberto em sequoia gigante (Sequoiadendron giganteum), em 1881, ridófitas, gimnospermas e angiospermas apresentam
para ser atração turística, no Parque Nacional Yosemite, Califórnia (Estados
Unidos). A árvore viveu ainda 88 anos após a abertura do túnel; com idade meristemas primários. Organismos que não formam
total estimada em 2 100 anos. tecidos verdadeiros, como as algas, apresentam célu-
las meristemáticas isoladas, responsáveis pelo cres-
HISTOLOGIA VEGETAL cimento. Dividem-se em:
• meristemas subapicais radiculares: localizados
As plantas são compostas de órgãos, tecidos e cé-
acima da coifa, região terminal da raiz;
lulas. Um tecido é um conjunto de células que desem-
• meristemas apicais caulinares: encontrados
penham uma função determinada. A Histologia vegetal
em gemas ou brotos do ápice e em gemas late-
é a área da Botânica que estuda os tecidos que formam
as diferentes estruturas das plantas. rais ou axilares dos caules.
De modo geral, as plantas vasculares apresentam
três sistemas de tecidos contínuos por todo o corpo região meristemática
dérmico, ou de revestimento; vascular; e fundamental. do caule
H A RS H A W / S H
O sistema dérmico reveste externamente a planta, AL UT
UB
protegendo-a contra patógenos, herbívoros e a seca,

TE
meristema

RS
apical do caule
além de auxiliar na absorção de água e em trocas ga-

TO
(A)

CK
sosas. O sistema vascular (xilema e fl oema)é um
cilindro vascular central, que realiza o transporte de
substâncias e proporciona sustentação mecânica. Os
tecidos que não são dérmicos ou vasculares fazem
parte do sistema de tecidos fundamentais. O siste-
ma fundamental localizado internamente ao sistema
meristema formador de
vascular é denominado medula, e o tecido fundamen- vasos (câmbio vascular)
tal externo ao sistema vascular é chamado córtex. O
meristema formador da
sistema fundamental desempenha diversas funções, casca (felogênio)
como armazenamento, metabolismo, fotossíntese,
sustentação e regeneração (cicatrização).
meristema formador da
casca (felogênio)

TECIDOS MERISTEMÁTICOS meristema formador de vasos


(câmbio vascular) P OW
ER
Os meristemas são tecidos formados por células _J
/S

indiferenciadas, pouco especializadas, com caracterís-


HU

ticas embrionárias, portanto com grande capacidade


TT E
R S TO C K

de divisão celular, o que garante o crescimento ve-


getal. São também responsáveis pela formação dos meristema
demais tecidos, têm citoplasma abundante, parede subapical
da raiz
celular delgada, núcleo volumoso, ausência de clorofila (B) região

Material exclusivo para professores


e geralmente não possuem vacúolo. meristemática
da raiz coifa
Ao se dividir, uma das células-filha resultantes per-
manece no meristema e continua a ser uma célula in- Regiões apicais do caule (A) e da raiz (B) vistos em microscópio,
diferenciada, sendo denominada célula inicial. A outra mostrando, entre outros, os meristemas primários procâmbio,

conveniados ao Sistema de Ensino


célula se diferencia e é incorporada a algum dos tecidos protoderme e meristema apical. Nota-se apenas na raiz a presença da
coifa protegendo o meristema. Elementos representados fora da escala
da planta, sendo denominada então célula derivada. de tamanho. Cores fantasia.
Uma célula diferenciada pode se tornar meristemática

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272 248 – Material do Professor

Tanto nas gemas dos caules quanto na região subapical das raízes são encontra-
BIOLOGIA 2B

dos os seguintes tecidos meristemáticos primários:


• protoderme: tecido mais externo, que, ao multiplicar suas células, origina a
epiderme (tecido adulto que reveste externamente as partes jovens da planta);
• meristema fundamental: por diferenciação de suas células, forma os tecidos
de preenchimento (parênquimas), além do colênquima e do esclerênquima;
• procâmbio: meristema primário na região mais interna, que forma tecidos
do cilindro central (estelo), no interior do qual estão localizados tecidos
condutores de seiva;
• caliptrogênio: encontrado apenas na região de crescimento da raiz, forma a
coifa ou caliptra (região de proteção da raiz).

MERISTEMAS SECUNDÁRIOS
Também chamados meristemas laterais, ou tecidos secundários, são res-
ponsáveis pelo crescimento em espessura (transversal) ou crescimento se-
cundário de caules e raízes das gimnospermas, da maioria das angiospermas
eudicotiledôneas e de algumas angiospermas monocotiledôneas. Nesses grupos
de plantas citados, os meristemas secundários iniciam sua atividade após certo
grau de desenvolvimento da planta, quando esta já possui uma estrutura formada
por meristemas primários.

meristema apical do Crescimento primário em caules


caule e folhas jovens
epiderme
córtex
floema
primário

meristemas laterais xilema primário


meristemas
apicais
câmbio medula
vascular meristemas
meristema laterais
felogênio Crescimento secundário em caules
da gema
felogênio
axilar
periderme

medula córtex
floema primário
meristemas floema secundário
apicais das xilema
primário xilema câmbio vascular
raízes
secundário

Ilustração do caule de uma eudicotiledônea. Nos cortes transversais, à direita, detalhes da organização dos tecidos do
caule em crescimento primário e secundário. Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
Fonte: REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 760.

O felogênio forma-se na região da casca abaixo da epiderme. Suas células


multiplicam-se, formando dois tecidos adultos ou permanentes: súber e fe-
loderme. O súber é formado para o lado de fora, externamente ao felogênio,
e o feloderme é formado para o lado de dentro, internamente ao felogênio. O
conjunto súber, felogênio e feloderme constitui a periderme, tecido de revesti-
mento secundário.
O câmbio é composto de células adultas do cilindro central e é responsável pela
formação dos novos tecidos de condução da planta, xilema secundário e floema
secundário. À medida que as células do câmbio se dividem, acrescentam xilema
secundário para o interior e floema secundário para o exterior, aumentando assim

Material exclusivo para professores


o diâmetro de raízes e caules. O lenho (ou madeira) constitui-se basicamente de
xilema secundário.
Vale ressaltar que o súber é erroneamente chamado de “casca” da árvore. No

conveniados ao Sistema de Ensino


entanto, com base na histologia vegetal, a casca inclui todos os tecidos externos ao
câmbio vascular, ou seja, o floema secundário e, externamente a ele, a periderme
e todas as camadas mais antigas de periderme.

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TECIDOS PERMANENTES chamados de tricomas. Essas estruturas anexas são


responsáveis pela maior parte da absorção da água e

BIOLOGIA 2B
Também chamados tecidos adultos, são forma- dos sais minerais pelas raízes (zona pilífera). Os trico-
dos por células mais especializadas e diferenciadas. mas são responsáveis pela proteção de folhas contra
Desempenham atividades vitais para as plantas, tais o excesso de transpiração, sendo comuns em plantas
como revestimento (epiderme e súber); sustentação de clima quente. Em algumas espécies de desertos,
(colênquima, esclerênquima e xilema); condução de os tricomas reduzem a perda de água e refletem o
seiva (xilema e floema); e preenchimento, reserva e excesso de luz. Em plantas carnívoras, atuam como
fotossíntese (parênquimas). estruturas secretoras de enzimas digestivas. Na urtiga,
por exemplo, secretam substâncias urticantes.
EPIDERME Os acúleos são formações epidérmicas pontia-
Tecido geralmente formado por uma única camada gudas com função de defesa, erroneamente chama-
de células (uniestratificado) justapostas e achatadas, dos de espinhos. Os acúleos têm origem superficial
normalmente sem clorofilas, revestida por cutícula, e destacam-se facilmente. Os espinhos, por outro
um revestimento lipídico importante para a impermea- lado, são folhas ou caules modifi cados difíceis de
bilização das folhas, evitando o excesso de transpira- serem destacados.
ção. A epiderme está presente em órgãos jovens da

XAVIER P/SHUTTERSTOCK
planta, como folhas e ápices de raiz e caule, sendo
posteriormente substituída pela periderme em plantas
que apresentam crescimento secundário.
Existem várias estruturas anexas à epiderme que
auxiliam na proteção e no revestimento do corpo da
planta, tais como estômatos, pelos e acúleos.
Os estômatos são aberturas na epiderme que
consistem em uma fenda (ostíolo) e duas células es-
pecializadas que regulam a abertura e o fechamento
do ostíolo, as células-guarda. Permitem a realização
de trocas gasosas (entrada e saída de gases usados
na fotossíntese e respiração) e transpiração (perda
de água na forma de vapor). A cutícula das células
epidérmicas geralmente dificulta a perda de água,
mas ainda pode permitir a transpiração. No entanto,
a maior parte da transpiração nos vegetais é realizada Detalhes de acúleos de uma rosa.
pelos estômatos. Essas células possuem cloroplas-
tos e realizam fotossíntese.

GYRO/ISTOCKPHOTO.COM
A abertura estomática varia de acordo com o teor
de água das células-guarda. Se elas estiverem cheias
de água (túrgidas), os estômatos estarão abertos; se
estiverem murchas, os estômatos estarão fechados.
Geralmente os estômatos ficam abertos durante o dia
e fechados durante à noite, embora isso também de-
penda das condições atmosféricas.
células-
NNEHRING/ISTOCKPHOTO.COM

-guarda

ostíolo
Tricomas na borda de uma folha.

SÚBER
O súber, camada mais externa da periderme, é
um tecido constituído por várias camadas de células

Material exclusivo para professores


mortas, geradas pela atividade do felogênio. Tem suas
células impregnadas por suberina, um lipídio que im-
Imagem de microscopia das células de uma folha de pede as trocas gasosas e a perda de água. Todo o seu
eudicotiledônea mostrando os estômatos (células-guarda e
interior fica cheio de ar, o que funciona como isolan-

conveniados ao Sistema de Ensino


ostíolo) em detalhe. Aumento desconhecido.
te térmico. O súber também protege a planta contra
Nas raízes existem pelos que, quando presentes choques mecânicos. Quando alcançam a maturidade,
nas partes aéreas (caules e folhas), são comumente essas células morrem.

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274 250 – Material do Professor

COLÊNQUIMA
JANA LAND/SHUTTERSTOCK
BIOLOGIA 2B

Formado por células vivas na maturidade, cujas


paredes celulares apresentam reforços de celulose.
Fornece sustentação mecânica para as partes jovens da
parte aérea da planta. Apesar dos reforços de celulose,
as paredes celulares são permeáveis e conferem às
células a capacidade de trocar de substâncias.
Células desse tecido estão presentes em regiões
de crescimento contínuo, como o ápice do caule e da
raiz, e o pecíolo das folhas. Esse tecido é geralmente
associado a partes macias das plantas e propicia gran-
de flexibilidade aos órgãos.
Espécie de carvalho (Quercus suber) da qual se extrai o súber (cortiça)
para fins comerciais.

ESCLERÊNQUIMA
No súber, há estruturas denominadas lenticelas,
Formado por células mortas, cujas paredes celu-
cujas células estão frouxamente unidas, deixando es-
paços intercelulares que permitem trocas gasosas com lares espessas possuem grande quantidade de ligni-
o ambiente. na, molécula complexa e resistente, que impede as
trocas metabólicas. Fornece sustentação mecânica
DADDYBIT/ISTOCKPHOTO.COM

para a planta, conferindo alta resistência e menor


flexibilidade.
Encontra-se nas partes mais velhas da planta,
que pararam de crescer em comprimento. Há dois
tipos de células esclerenquimáticas, os esclerídeos
(ou esclereides), encontrada em caroços e frutos
duros; e as fibras, associados aos vasos condutores
de seiva.

XILEMA E FLOEMA
Tronco de bétula
O xilema e o floema, conhecidos também por lenho
(Betula sp.) com
as lenticelas evidenciadas. e líber, respectivamente, são tecidos vasculares, es-
pecializados na condução da seiva no interior do corpo
Em jabuticabeiras, goiabeiras e eucaliptos pode-se da planta. Localizam-se no cilindro central de raízes e
observar o desprendimento natural de placas de súber caules e nas nervuras de folhas. Além de condutores,
(ritidoma), que acontece em razão da atividade contínua
são considerados tecidos complexos por serem for-
do felogênio. Esse processo deixa o caule com uma
mados por mais de um tipo de célula, ao contrário dos
casca mais fina e permite a entrada de maior quantida-
de de gases como o oxigênio, utilizado na respiração demais tecidos da planta.
das células vivas do caule.
Xilema
KEATTIKORN/SHUTTERSTOCK

É um tecido formado por elementos de vaso, tra-


queídeos, fibras de esclerênquima e células de parên-
quima. Elementos de vaso e traqueídeos são células
condutoras, tubulares, chamadas, em conjunto, de va-
sos lenhosos. São células mortas em virtude da im-
pregnação de lignina depositada nos vasos, conferindo
dureza e resistência ao tecido lenhoso.
Nos vasos lenhosos, o conteúdo protoplasmático
degenera-se por causa da impregnação de lignina,

Material exclusivo para professores formando tubos ocos por onde passam a água e os
sais minerais (seiva bruta) desde as raízes até as
folhas. Esses vasos são periodicamente colocados

conveniados ao Sistema de Ensino


em desuso por obstrução, em virtude da invasão de
Tronco de um eucalipto
com os ritidomas visíveis.
seu interior por células de parênquima, nesse caso
chamadas tilas.

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251 – Material do Professor 275

elementos

BIOLOGIA 2B
de tubo
crivado

plasmodesmo

placa crivada

pontoações
placa de
perfuração
núcleo

célula
companheira

Ilustração das células do floema. Elementos representados fora da


escala de tamanho. Cores fantasia.
Fonte: REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed.
elementos de vaso traqueídes Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 759.

Ilustração das células do xilema. Elementos representados fora da


escala de tamanho. Cores fantasia. Anéis de crescimento do tronco
Os anéis de crescimento são círculos concêntricos
O xilema em desuso constitui o cerne, presente na de xilema secundário, mais evidentes em plantas que
região medular (central) do caule e da raiz. O xilema crescem em regiões onde as estações do ano são bem
funcional está localizado fora do cerne, mais próximo definidas, como nas regiões temperadas. São resulta-
à casca, formando o alburno. do da variação na atividade do câmbio em resposta a
alterações climáticas.
cerne Na primavera (xilema primaveril ou inicial), geral-
LUKAVES/DREAMSTIME.COM

mente são constituídos por células com maior diâmetro


e parede celular relativamente fina (xilema primaveril),
formando camadas claras e sendo mais eficientes na
condução de seiva bruta para as folhas.
floema No inverno (xilema estival ou tardio), geralmente
secundário
periderme
são constituídos por células menores e com parede
câmbio
celular mais espessa (xilema estival), sendo mais efi-
vascular cientes na sustentação, formando faixas escuras.
Como há uma nítida diferença entre as células do
alburno
xilema primaveril e as células do xilema estival, é pos-
Corte transversal de um caule que ilustra sua anatomia interna.
sível distinguir as estações de crescimento de um ano
Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia. para o outro por meio da observação dos anéis de
crescimento presentes em um corte transversal do
tronco das árvores. Isso permite aos pesquisadores
Floema estimar a idade aproximada das árvores.
O floema é condutor da seiva elaborada, constituída
BIT245/ISTOCKPHOTO.COM

de água e açúcares, das folhas até as raízes. É formado


por diferentes tipos de célula como elementos de tubo
crivado, células companheiras, fibras de esclerênquima

Material exclusivo para professores


e células de parênquima.
Elementos de tubo crivado são células que
transportam a seiva elaborada. São células vivas, anu-
cleadas, que possuem vacúolos bem desenvolvidos e

conveniados ao Sistema de Ensino


paredes celulares formadas apenas por impregnação
de celulose. O metabolismo desses elementos é con- Corte transversal do tronco de uma árvore que mostra os anéis de
trolado pelas células companheiras. crescimento (xilema).

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276 252 – Material do Professor

PARÊNQUIMA Parênquima clorofiliano ou clorênquima


BIOLOGIA 2B

Tecidos formados por células vivas com pou- Principal tecido responsável pela fotossíntese,
co citoplasma, vacúolos grandes e parede celu- está presente nos órgãos verdes das plantas, prin-
lar delgada. Os parênquimas são os tecidos mais cipalmente em folhas e caules jovens. Nas folhas
abundantes nos vegetais e realizam a maioria das está localizado entre a epiderme superior e a infe-
funções metabólicas da planta, que são: preenchi- rior, no mesofilo foliar, distinguindo-se conforme o
mento, reserva, fotossíntese, armazenamento de tipo e a disposição de suas células em paliçádico
água e secreção. e lacunoso.

fibras de
cutícula esclerênquima
estômato

epiderme
superior

parênquima
paliçádico
mesofilo

célula da parênquima
bainha do lacunoso
feixe
epiderme
inferior

cutícula
xilema
floema nervura

células-guarda

Corte transversal de folha que mostra sua organização interna. Notam-se tecidos de proteção (epiderme com
anexos), sustentação (esclerênquima), condução (xilema e floema) e fotossintéticos (parênquimas paliçádico e
lacunoso). Representação fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
Fonte: REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 765.

O parênquima paliçádico é formado por célu- Parênquima de reserva


las geralmente prismáticas, ricas em cloroplastos, Localizado em raízes, caules e folhas, pode realizar
justapostas em camadas sob a epiderme superior a reserva de substâncias como amido, água e gases
das folhas. É o principal responsável pela função (oxigênio). Nesse caso, é chamado, respectivamente,
fotossintética. de parênquima amilífero, aquífero e aerífero, en-
O parênquima lacunoso está abaixo do parên- contrado em raízes (batata-doce, mandioca e cenoura)
quima paliçádico, formado por células irregulares, com e caules (batata-inglesa) subterrâneos; o parênquima
poucos cloroplastos. Como as células não são justa- aquífero é encontrado em plantas de regiões áridas
postas, há muitos espaços entre elas, permitindo que como cactos; e o parênquima aerífero ou aerênquima
o O2 e o CO2 se difundam. É o principal responsável é encontrado em plantas aquáticas como o aguapé e
pela troca de gases nas folhas e realiza fotossíntese. a vitória-régia, auxiliando em sua flutuação.

Material exclusivo para professores


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253 – Material do Professor 277

ROTEIRO DE AULA

BIOLOGIA 2B
TECIDOS VEGETAIS

Meristemas primários Meristemas secundários Tecidos permanentes

Crescimento em: Comprimento Crescimento em


Espessura

Forma a epiderme: Protoderme Forma súber e


Felogênio
feloderme

Forma os tecidos Forma xilema se-


Meristema fundamental
do córtex de cundário e floema Câmbio
raízes e caules secundário

Forma tecidos do Clorofiliano


Procâmbio
cilindro central
Aerífero Parênquimas Funções
Amilífero como:

Aquífero

Caliptrogênio Forma a coifa ou


caliptra Floema Xilema Condução

Seiva elaborada Seiva bruta

Células vivas anucleadas Células mortas

Vasos lenhosos (xilema) Esclerênquima Colênquima Sustentação

células mortas células vivas


reforços de lignina reforços de celulose
presente nas partes mais velhas sustentação para partes jovens

uniestratificada,
revestida por cutícula Epiderme

presente em órgãos jovens

Material exclusivo para professores


Revestimento
formada por:
súber, felogênio e feloderme

conveniados ao Sistema de Ensino


Periderme
presente em:
plantas com crescimento secundário

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278 254 – Material do Professor

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
BIOLOGIA 2B

1. PUC-Rio – Os tecidos vegetais envolvidos no transporte Sobre o texto, assinale a alternativa correta.
de substâncias a longas distâncias nas traqueófitas são:
a) A periderme ou casca mantém o tecido do floema
a) colênquima e esclerênquima. funcional, enquanto no alburno, o floema se torna
b) xilema e floema. não funcional.
c) colênquima e xilema. b) O cerne mantém-se resistente com o xilema funcio-
d) esclerênquima e xilema. nal, permitindo a condução da seiva.
e) esclerênquima e floema.
c) A parte mais externa do xilema e próxima ao câmbio,
Xilema (lenho) e floema (líber) são os tecidos que realizam o trans- chamada de alburno, permanece funcional.
porte de substâncias (seivas bruta e elaborada) a longas distâncias
nas traqueófitas. Colênquima e esclerênquima são tecidos de d) Parte do xilema desenvolve tecido vascular ve-
sustentação.
getal, responsável pelo transporte de água, sais
2. Uece-CE – As plantas são organismos cobertos por um minerais e compostos orgânicos produzidos pela
tecido superficial denominado epiderme vegetal. Esse fotossíntese.
tecido pode ser formado por uma ou mais camadas de e) O cerne mantém o tecido vascular funcional, permi-
células e possui estruturas especializadas nas trocas tindo a condução da seiva elaborada.
gasosas e na prevenção da perda de água nesses or- O cerne está presente na região medular (central) do caule e da raiz,
ganismos que, de acordo com as alternativas abaixo, sendo constituído pelo xilema (secundário) em desuso, ou não funcio-
compreendem respectivamente os nal. O xilema funcional (condutor da seiva bruta) está localizado exter-
namente ao cerne, mais próximo à casca, sendo chamado de alburno.
a) estômatos e os lenticelas. O floema secundário, que transporta a seiva elaborada, é formado
b) hidatódios e os tricomas. externamente ao câmbio, e não faz parte da periderme. A periderme
é constituída pelo felogênio, feloderme e súber.
c) estômatos e os tricomas.
d) tricomas e os hidtódios.
5. UPE-PE – A cortiça é um tecido vegetal impermeável e
Estômatos, tricomas, pelos e acúleos são estruturas anexas (célu-
las especializadas) da epiderme. Os estômatos regulam as trocas
flexível ao mesmo tempo, com estrutura que pode ser
gasosas e a transpiração vegetal, ocorrendo, principalmente, nas comprimida até a metade do seu volume, sem perder
folhas das plantas. Os tricomas (ou pelos) previnem a perda de sua elasticidade. É amplamente utilizada para a pro-
água na superfície das folhas expostas diretamente ao sol. dução de rolhas na vedação do vinho engarrafado. A
cortiça só pode ser retirada de árvores com idade entre
25 e 30 anos e, após essa primeira extração, apenas
3. Uninove-SP (adaptada) – A árvore bordo (Acer sp.)
a cada 9 anos será possível sua retirada novamente.
é famosa no Canadá por fornecer o xarope de bordo,
muito açucarado e largamente consumido com waffles O principal país produtor da cortiça é Portugal, pois a
e panquecas. Esta árvore passa por um inverno rigoro- árvore, que a origina é muito comum no sul do país,
so e no início da primavera, através do tecido vascular principalmente na região do Alentejo.
morto, conduz a matéria acumulada nas raízes, que Qual tecido da planta fornece matéria-prima para pro-
forma novas folhas e flores. A extração da seiva desta duzir rolhas de cortiça?
árvore é feita neste período.
a) Lenho
Qual é o tecido vascular responsável pela condução
desta seiva? Dê o nome do meristema secundário que b) Esclerênquima paliçádico
gera este tecido vascular. c) Colênquima
O tecido que conduz esta seiva (seiva bruta) é o xilema, ou xilema d) Feloderme
e) Súber
secundário, também chamado de lenho. As células condutoras do xile-
O tecido vegetal que fornece a matéria-prima para a produção de
rolhas de cortiça é o súber. O súber faz parte da periderme, sendo
ma, elementos de vaso e traqueídeos são células mortas pelo depósito formado externamente ao felogênio. É um tecido constituído por
várias camadas de células mortas, que têm a parede celular com
grande deposição de suberina, substância impermeável que impe-
de lignina. O câmbio vascular é o meristema secundário que origina o de as trocas gasosas, provocando a morte das células. O súber é
cheio de ar, atuando como isolante térmico e protegendo a planta
xilema secundário. contra choques mecânicos.

6. UFJF-MG (adaptada) – A espécie Euterpe oleracea


(açaizeiro) possui aproveitamento econômico de pra-
ticamente todos os seus órgãos. Da região apical do
4. UPE-PE – Um problema comum na arborização pública caule, extrai-se o palmito, muito utilizado em pratos da
é a ocorrência de árvores ocas, ameaçando caírem, culinária nacional. Das fibras encontradas nas folhas,

Material exclusivo para professores


causando algum acidente. As prefeituras constante- são confeccionadas várias peças de artesanato. Do fru-
mente recebem chamados para diagnosticar o proble- to, além do valor nutricional como alimento energético,
ma. Entretanto, na maioria das vezes, deparam-se com destaca-se seu uso na indústria cosmética, devido à
árvores velhas com aparência sadia, sem ameaça a presença de pigmentos antioxidantes (antocianinas).

conveniados ao Sistema de Ensino


sua sustentação e com a copa bastante preservada e Considerando os aspectos citológicos e histológicos
frondosa, sinal de que há vitalidade no tecido vascular, do caule, folhas e frutos do açaí, analise as questões
mantendo a rede de circulação de substâncias ativas. abaixo e responda:

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255 – Material do Professor 279

a) O palmito do açaí é obtido da parte mais jovem do b) As fibras da folha do açaizeiro compõem os tecidos co-

BIOLOGIA 2B
caule, próximo da região onde ocorre a divisão das lênquima e esclerênquima, responsáveis pela sustenta-
células do meristema apical. Os tecidos de revesti- ção desse órgão. Apresente duas diferenças estruturais
mento e de preenchimento encontrados no palmito entre as células do colênquima e do esclerênquima.
são formados a partir de quais meristemas primários?
O colênquima é formado por células vivas, cujas paredes celulares
O tecido de revestimento é formado a partir da protoderme; o tecido

possuem reforços de celulose. Já o esclerênquima é formado por


de preenchimento é formado a partir do meristema fundamental.

células mortas, cujas paredes celulares são impregnadas por lignina.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. Unisc-RS (adaptada) – Analisando-se a organização 10. Unicamp-SP (adaptada) – Muitas vezes se observa
anatômica do corpo vegetal, é possível afirmar que a o efeito do vento nas plantas, que faz com que a copa
epiderme, o esclerênquima e o xilema são considera- das árvores e eventualmente o caule balancem vigoro-
dos, respectivamente, como tecidos de samente sem, contudo, se romper. No entanto, quando
a) sustentação, preenchimento e condução. ocorre a ruptura de um ramo, as plantas têm a capaci-
dade de retomar o crescimento e ocupar novamente o
b) revestimento, sustentação e condução.
espaço deixado pela queda do ramo.
c) sustentação, condução e revestimento.
Cite e caracterize os tipos de tecidos que promovem a
d) condução, revestimento e sustentação.
sustentação e a flexibilidade dos ramos e caules.
e) revestimento, preenchimento e condução.

8. UPF-RS (adaptada) – Analise as figuras abaixo.

1 2 3

Assinale a alternativa que associa corretamente o nú-


mero da seta ao respectivo nome da estrutura, e ao te-
cido vegetal no qual essas estruturas são encontradas.
a) 1 – acúleo / 2 – estômato / 3 – espinho/tecido
epidérmico.
b) 1 – pelo / 2 – plasmodesmo / 3 – espinho/tecido
peridérmico.
c) 1 – papila / 2 – hidatódio / 3 – acúleo/tecido paren-
quimático.
d) 1 – espinho / 2 – estômato / 3 – tricoma/tecido me-
ristemático.
e) 1 – tricoma / 2 – estômato / 3 – acúleo/tecido
epidérmico.

9. UERN-RN – Em relação às funções dos parênquimas


vegetais, relacione adequadamente as colunas.
I. 1. Cortical 11. Unisc-RS – Os meristemas primários procâmbio, me-
II. 2. Aquífero ristema fundamental e protoderme originam, respecti-
vamente, os seguintes tecidos vegetais:
III. 3. Aerífero
a) parênquima, colênquima e esclerênquima, peri-
IV. 4. Amilífero derme, epiderme.
V. ( ) Reserva de água. b) xilema e floema primários, epiderme, parênquima,

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VI. ( ) Flutuação e, às vezes, respiração. colênquima e esclerênquima.
VII. ( ) Reserva de alimento. c) periderme, xilema e floema secundários, parênqui-
VIII. ( ) Preenchimento de espaço. ma, colênquima e esclerênquima.
A sequência está correta em d) xilema e floema primários, parênquima, colênquima

conveniados ao Sistema de Ensino


e esclerênquima, epiderme.
a) 3, 2, 1, 4. c) 4, 2, 1, 3.
e) felogênio, xilema e floema secundários, parênquima,
b) 2, 3, 1, 4. d) 2, 3, 4, 1. colênquima e esclerênquima.

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12. UEFS-BA (adaptada) – Com base na ilustração abaixo, que apresenta uma enor-
BIOLOGIA 2B

me variedade de estruturas que viabilizam a realização da fotossíntese, responda


à questão.

célula de um tecido clorofiliano

vacúolo

tecidos
clorofilianos cloroplasto
corte transversal
da folha estômato

nervura
tilacoides

folha
membrana do tilacoide onde se
localizam os pigmentos

interior do tilacoide
estroma

Observando-se a folha em destaque, é correto afirmar:


a) É típica de um vegetal do grupo das monocotiledôneas.
b) Nesse órgão, não há a necessidade de vasos de condução.
c) É desprovida de tecido de revestimento e de diferenciações.
d) Tem a capacidade de absorver todos os comprimentos de onda com a mesma
intensidade.
e) Os estômatos viabilizam as trocas gasosas, proporcionando a absorção de gás
carbônico para a fotossíntese e a liberação de oxigênio.

13. PUC-Rio (adaptada) – Considere as afirmações relativas às funções das raízes


das plantas.
I. Absorção de água e sais minerais.
II. Fixação das plantas.
III. Local de armazenamento de reservas de nutrientes.
IV. Reprodução sexuada.
Estão corretas:
a) Apenas I, II, IV.
b) Apenas I, II, III.
c) Apenas II, III, IV.
d) Apenas I e III.
e) Todas as afirmações.

14. UEM-PR (adaptada) – Em uma aula de botânica, o professor fez algumas afirmações,
relacionadas abaixo.
01) No corpo vegetal, os primeiros tecidos a passarem pelo processo de diferenciação
celular são o xilema primário e floema primário.
02) O crescimento secundário de uma raiz de eudicotiledônea é resultante da atividade
dos tecidos meristemáticos, câmbio vascular e felogênio.
04) Colênquima e esclerênquima são tecidos que apresentam células com paredes

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espessas, sendo que o esclerênquima é constituído por células mortas.
08) As monocotiledôneas e as eudicotiledôneas que não crescem em espessura
apresentam um arranjo de tecidos conhecido como estrutura secundária.
16) Parênquima é um tecido abundante no corpo vegetal constituído por células

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vivas com parede celular relativamente fina e que realizam funções como
fotossíntese e reserva.

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a) Qual a somatória das afirmativas corretas? 16) Os vasos lenhosos das angiospermas são de

BIOLOGIA 2B
dois tipos: traqueídes e elementos de vaso.
Ambos são constituídos de células vivas com
intensa capacidade de regeneração celular e
reparo de lesões.

16. UEPG-PR (adaptada) – A folha é uma estrutura laminar


adaptada à captação de luz. Sua forma e a disposição
b) Corrija as afirmativas incorretas, tornando-as interna dos tecidos refletem adaptações a diferentes
verdadeiras. tipos de ambiente. Sobre o assunto, assinale o que
for correto.
01) A epiderme foliar é quase sempre formada por uma
única camada de células, contudo, em regiões ári-
das, as folhas podem apresentar a epiderme com
muitas camadas celulares, e contendo mais estô-
matos são as plantas xerófitas.
02) As células da epiderme secretam cutina, for-
mando uma película praticamente impermeável,
a cutícula. As trocas gasosas ocorrem por meio
dos estômatos, presentes principalmente na face
inferior da folha.
04) Os tricomas são estruturas presentes na parte su-
perior da folha, responsáveis pela captura e distri-
buição da luz para os cloroplastos, viabilizando o
processo de fotossíntese.
08) A região interna da folha, ou mesófilo, é constituída
de células ricas em cloroplastos e grandes espaços
por onde circula o ar atmosférico, permitindo assim
a troca de gases com o ambiente.

17. UFU-MG (adaptada) – Complete a tabela abaixo, asso-


15. UEPG-PR (adaptada) – Entre as angiospermas, ob- ciando corretamente o tecido vegetal (coluna da esquer-
servando ao microscópio um corte transversal de raiz da), às suas respectivas características, constituição e
na zona de maturação, distinguem-se três conjuntos função, informadas na coluna à direita.
de células dispostos em camadas concêntricas, origi-
nados pela diferenciação dos meristemas primários:
Características,
a epiderme, o córtex e o cilindro vascular. Da organi- Tecidos
zação morfofuncional desses elementos, assinale o constituição e funções
que for correto.
1. Formado por células vivas, com paredes
01) As células parenquimáticas possuem paredes celu-
lares espessas repletas de lignina, uma substância finas, cuja função geral é o preenchimento
que gera a impermeabilização da parede. de espaços internos da planta.
02) Imediatamente abaixo da epiderme, localiza-
-se o córtex, constituído por várias camadas 2. Constituído por células com grande
celulares que surgem a partir do meristema fun- capacidade de divisão e que descendem
damental e se diferenciam em parênquimas, diretamente de células embrionárias.
tecidos de sustentação (colênquima e escle-
rênquima e endoderma). 3. É um tecido de sustentação constituído
04) A epiderme é constituída por uma única camada por células vivas, cujas paredes possuem
de células, originadas do protoderma. Ela reveste
reforços de celulose.
externamente a raiz jovem. As células da epiderme
são intimamente unidas entre si, o que impede que
moléculas grandes penetrem na planta. 4. Constituído apenas por células mortas,
tem paredes impregnadas de lignina e
08) Um tipo de tecido de preenchimento e reserva
é o esclerênquima. As células do esclerênquima sua função é a sustentação mecânica da
possuem paredes finas, constituídas basicamente planta.
por celulose.

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ESTUDO PARA O ENEM


BIOLOGIA 2B

18. UPF-RS C8-H28 19. Uece-CE C8-H28


A figura abaixo representa, de forma esquemáti- O caule serve de suporte mecânico para folhas e estru-
ca, um corte transversal tridimensional numa folha turas de reprodução vegetal, além de ser responsável
de dicotiledônea. pela integração estrutural e fisiológica entre raízes e fo-
lhas. Sobre o caule, são feitas as seguintes afirmações:
I. Os anéis de crescimento são círculos concêntricos
5 no floema resultantes da variação de atividade do
câmbio vascular em resposta a alterações climáticas.
II. As partes jovens do caule são revestidas pela epider-
me, que é composta por uma camada de células, e
contém estômatos, pelos quais ocorrem as trocas
gasosas.
III. O câmbio vascular localiza-se na região central do
caule, produzindo xilema secundário para o interior
4 e floema secundário para o exterior.
É correto o que se afirmar em
1
a) I, II e III. c) II e III apenas.
b) I e II apenas. d) I e III apenas.

20. Unioeste-PR (adaptada) C8-H28


2 Durante uma aula de Botânica, a fi m de destacar a
importância de vários produtos de origem vegetal, um
professor de Biologia ressaltou que:
I. do caule tuberoso da batata retiram-se vários pro-
dutos importantes para a alimentação, ricos princi-
palmente em amido;
3
II. dos caules de árvores como mogno, cedro, pero-
ba, jacarandá, pinho, imbuia, ipê etc., retira-se uma
grande variedade de madeiras;
Sobre a figura, assinale a alternativa incorreta. III. do caule do sobreiro é extraída a grossa camada
externa, conhecida como cortiça;
a) O número 5 indica a cutícula, camada de cera imper-
meabilizante produzida pelas células epidérmicas, IV. do caule da coroa-de-cristo pode ser extraído o látex,
o qual apresenta potencial efeito moluscicida.
cuja principal função é evitar a perda de água.
b) O número 2 indica a epiderme abaxial da folha, Os produtos acima mencionados pelo professor e des-
tecido aclorofilado cuja função principal é o reves- tacados no texto – amido, madeiras, cortiça e látex –
timento do órgão. estão associados a diferentes tipos de tecidos vegetais.
São eles, respectivamente:
c) O número 3 indica um estômato, estrutura epi-
dérmica que permite as trocas gasosas, pois a) tecido suberoso; vasos lenhosos; tecido secretor;
apresenta um poro (ostíolo) que permanece parênquima de reserva.
sempre aberto. b) tecido de sustentação; parênquima de reserva; vasos
d) O número 4 indica o mesofilo foliar, composto por lenhosos; tecido suberoso.
parênquima paliçádico no lado adaxial e por parên- c) tecido secretor; parênquima de reserva; vasos le-
quima lacunoso no lado abaxial. nhosos; tecido suberoso.
e) O número 1 indica um feixe vascular, estrutura d) parênquima de reserva; líber; súber; tecido secretor.
de condução composta principalmente por xilema e) parênquima de reserva; vasos lenhosos; tecido su-
e floema. beroso; tecido secretor.

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259 – Material do Professor 283

BIOLOGIA 2B
ORGANOLOGIA VEGETAL

As plantas possuem diversas adaptações contra herbívoros, as quais incluem


múltiplos níveis de organização biológica, como órgãos vegetais e tecidos (espinhos
e tricomas glandulares), além do nível celular (produtos do metabolismo). • Raiz
Os compostos produzidos pelas plantas são separados em metabólitos primários • Caule
(açúcares simples, aminoácidos, ácidos nucleicos) – encontrados em todas as células • Folha
vegetais – e os metabólitos secundários (alcaloides, óleos essenciais e compostos
fenólicos) – geralmente produzidos em um órgão, tecido ou tipo específico de célula HABILIDADES
e armazenados principalmente nos vacúolos das células. Os metabólitos secundários • Conhecer a variedade
podem fornecer proteção às plantas, inibindo a ação de herbívoros, fungos e bacté- morfológica dos órgãos
rias; atrair agentes polinizadores; e impedir o crescimento de plantas competidoras vegetativos das plantas
(ou até matá-las). vasculares.
Muitos desses metabólitos secundários são tóxicos para os animais, e sua inges- • Reconhecer as caracterís-
tão pode resultar em problemas que vão de irritação das mucosas, vômito e ataque ticas morfológicas de cada
cardíaco até asfixia e morte. órgão vegetativo.
Grande parte das plantas consumidas pelos seres humanos atualmente eram • Associar a variação
originalmente tóxicas. Em alguns casos, por meio do processo de domesticação ao morfológica dos órgãos às
longo de milhares de anos, as toxinas presentes nessas plantas foram gradualmente adaptações ambientais.
reduzidas pela seleção artificial à qual foram submetidas, como aconteceu com a
mandioca (Manihot esculenta). Adicionalmente, procedimentos como o cozimento
também são fundamentais para tornar muitas plantas digeríveis, eliminando com-
pletamente sua toxicidade.
TINGLEE1631/SHUTTERSTOCK

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino Plantação de mandioca (Manihot esculenta). Espécie domesticada há cerca de 9 000 anos por etnias indígenas no
sudoeste da Amazônia (correspondente hoje ao Estado de Rondônia).

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284 260 – Material do Professor

RAIZ da raiz é a principal responsável pela absorção de água


BIOLOGIA 2B

e sais minerais.
Órgão vegetativo, em geral subterrâneo e acloro-
filado, presente em pteridófitas, gimnospermas e an- Zona suberosa ou de ramificação
giospermas. Apresenta funções de absorção de água Formada por algumas células recobertas por súber.
e sais minerais, fixação da planta ao solo, condução Região de crescimento secundário, onde surgem radi-
de seiva e armazenamento de reservas nutritivas. São celas ou raízes secundárias. Sua função é, portanto,
exemplos: mandioca, cenoura, batata-doce e beterra- reforçar a fixação da planta ao solo.
ba. Raízes subterrâneas crescem em direção ao solo,
fenômeno conhecido como geotropismo positivo. Colo ou coleto
Região de transição entre raiz e caule. Do colo para

DANIEL J. RAO/SHUTTERSTOCK`
baixo faz parte da raiz, e do colo para cima faz parte
do caule da planta.

colo

raiz lateral

região ramificada

raiz lateral
raiz lateral
emergindo

A tribo Khasi constrói pontes para atravessar rios no nordeste da Índia região pilífera
usando raízes de árvores torcidas.

ESTRUTURA
Do ápice à base, a raiz das eudicotiledôneas é
pelos absorventes
constituída pela coifa, zona lisa, zona pilífera, zona de
ramificação e colo.

Coifa ou caliptra região lisa


Estrutura encontrada na ponta (ápice) da raiz, se-
melhante a um dedal ou capuz. Formada por tecido
resistente que protege o meristema subapical radi-
coifa
cular. Origina-se do meristema primário caliptrogênio.
Em raízes subterrâneas, protege do atrito com o solo.
Em plantas aquáticas, apresenta-se dupla e protege a
Ilustração da organização geral da raiz das eudicotiledôneas. Elementos
raiz contra microrganismos. Nas raízes aéreas, protege representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
contra a transpiração excessiva. Fonte: EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E.; RAVEN, P. H. Biologia vegetal. 8. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. p. 1 041.
Zona lisa ou de crescimento
Localiza-se acima da coifa. Parte meristemática
responsável pelo crescimento em comprimento (lon- TIPOS DE RAIZ
gitudinal) da raiz. Divide-se em: De acordo com o ambiente em que são encontra-
• região embrionária: formada por células em cons- das, as raízes são classificadas em subterrâneas, aé-
tante divisão celular; reas e aquáticas.
• região de alongamento: composta de células que
Subterrâneas

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estão aumentando de volume;
• região de maturação: constituída por células em A raiz é chamada axial ou pivotante quando o
fase de amadurecimento. eixo principal é bem desenvolvido e de onde saem
raízes laterais ou secundárias, também chamadas de

conveniados ao Sistema de Ensino


Zona pilífera ou de absorção radicelas. A raiz axial é comum em gimnospermas e
Constituída de grande quantidade de pelos absor- angiospermas eudicotiledôneas – pinheiro-do-paraná,
ventes originados das células epidérmicas. Essa parte cedro, laranjeira, abacateiro, feijoeiro e roseira.

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261 – Material do Professor 285

Aéreas

BIOLOGIA 2B
A raiz que nasce no caule (adventícia) é chamada
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eixo principal
de suporte ou escora porque auxilia na sustentação
radicela da planta, reforçando a fixação no solo. Presente ge-
ralmente em plantas que vivem em solos alagados, ou
que possuem uma base estreita em relação à altura –
pés de milho, cana-de-açúcar (Saccharum officinarum
L.) e plantas de mangue (Rhizophora mangle).

AGGIE 11/SHUTTERSTOCK
Ilustração de uma raiz axial com eixo principal e raízes laterais (radicelas).
Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Quando a raiz não possui eixo principal desenvolvi-


do e é formada por inúmeros eixos finos ramificados,
semelhantes entre si, que saem da base do caule, é
denominada fasciculada ou em cabeleira. Mais su- Raiz-escora do milho.
perficial, ajuda a evitar a erosão. É frequentemente en-
contrada em angiospermas monocotiledôneas – milho, Raízes estrangulantes crescem ao redor de outras
arroz, trigo e cana-de-açúcar. plantas suporte, podendo matá-las em virtude da inter-
rupção da circulação de seiva. Plantas com esse tipo
de raiz, entretanto, não são consideradas parasitas, por
TRUNG TRAN MINH/SHUTERSTOCK

não se nutrirem da seiva da planta que estão apoiadas,


como é o caso do cipó-mata-pau.

KHUNTAPOL/FOTOSEARCH/LATINSTOCK
Raiz fasciculada de arroz.

Raízes tuberosas são aquelas que também atuam


como órgãos especiais de reserva e armazenam subs-
tâncias nutritivas em maior quantidade no eixo princi-
pal, o qual é comestível – como cenoura, batata-doce,
mandioca, beterraba, nabo e rabanete.
CHOTE BKK/SHUTTERSTOCK

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino Mandioca, raiz tuberosa. Raiz do tipo estrangulante.

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286 262 – Material do Professor

Em raiz do tipo tabular, os ramos radiculares se Típica de epífitas, como algumas orquídeas e bro-
BIOLOGIA 2B

fundem com o caule, ficando com um aspecto de tá- mélias, a raiz do tipo cintura cresce enrolando-se
bua. Desenvolve-se bem próximo à superfície do solo ao tronco da planta suporte, absorvendo a água das
e proporciona melhor suporte à planta. Apresenta gran- chuvas e os sais minerais que escorrem pelo tronco.
de número de lenticelas, que auxiliam na respiração Possuem um tecido especial chamado velame, epider-
– como na figueira e no imbuzeiro. me pluriestratificada, que funciona como uma esponja,
absorvendo a água que escorre pelo caule.

ORSOLYA_ L/SHUTTERSTOCK

IKVYATKOVSKAYA/ISTOCKPHOTO.COM
Raiz cintura de orquídeas epífitas.

Plantas parasitas ou hemiparasitas, têm raiz do tipo


Raiz tabular.
sugadora ou haustório, a qual apresenta apressórios,
A raiz respiratória ou pneumatóforo é típica de estruturas de contato das quais saem haustórios que
plantas de manguezais, terrenos alagadiços, instáveis, penetram no caule da planta parasitada, alcançando os
onde o teor de oxigênio é baixo pela intensa atividade vasos condutores e sugando a seiva bruta. No Brasil,
de bactérias decompositoras de matéria orgânica. Na a erva-de-passarinho é um parasita comum de árvores
maré baixa, o pneumatóforo cresce afastando-se do frutíferas, como o limoeiro.
solo (geotropismo negativo), ficando exposto ao ar.
MAXAL TAMOR/SHUTTERSTOCK

Seus pneumatódios, pequenos orifícios na raiz, permi-


tem a aeração da raiz, auxiliando na respiração – como
a siriúba (Avicennia sp.).
MARTIN SHIELDS/PHOTORESEARCHERS/LATINSTOCK

Material exclusivo para professores


Raiz do tipo sugadora, ou haustório, da espécie Viscum album.

Plantas cujos haustórios atingem vasos liberianos


da planta hospedeira, sugando seiva elaborada, são

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chamadas holoparasitas ou parasitas totais. Assim,
não necessitam realizar fotossíntese, como é o caso do
Raiz respiratória. cipó-chumbo (Cuscuta sp.), que parasita outras plantas.

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263 – Material do Professor 287

JIM BRANDENBURG/ MINDEN PICTURES/


GETTY IMAGES

BIOLOGIA 2B
gema apical


entrenó

gema
apical
sistema
da
Raiz do tipo holoparasita de Cuscuta sp. parte
aérea
folha

Aquáticas
Apresentam parênquima aerífero que armazena
ar, o que permite a flutuação das plantas. Geralmente
não possuem pelos absorventes, e a coifa é dupla e gema
axilar
bem desenvolvida.
caule

Ilustração das regiões do caule. Elementos representados fora da escala


de tamanho. Cores fantasia.
IRINAK/SHUTTERSTOCK

TIPOS DE CAULE
Aéreos
Caules do tipo tronco são bem desenvolvidos,
ramificados, com estrutura lenhosa, encontrados em
árvores e arbustos do grupo das angiospermas eudi-
cotiledôneas (pereira, mangueira, laranjeira) e no grupo
das gimnospermas (pinheiro, araucária, cedro).

ZOLTAN MAJOR/SHUTTERSTOCK
Raiz aquática do aguapé (Eichhornia sp.).

CAULE
Órgão vegetativo, geralmente aéreo, e possui fun-
ção de sustentação de folhas, flores e frutos; condução
das seivas mineral e orgânica, além de armazenamento
de reservas, como é o caso da batata-inglesa, cará, ce-
bola, alho e palmito. Como é clorofilado na fase jovem,
o caule pode realizar fotossíntese durante essa fase.

ESTRUTURA
A estrutura caulinar possui crescimento apical. O
caule cresce a partir do ápice, que é um meristema pri-
mário. À medida que o caule se alonga, diferenciam-se Tronco.
os nós, regiões do caule de onde saem as folhas. Os
espaços entre um nó e outro são chamados entrenós.

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Haste é um caule de pequeno porte, flexível, ge-
As regiões de crescimento do caule em que se locali- ralmente clorofilado, encontrado em eudicotiledôneas
zam tecidos meristemáticos primários, protegidos por herbáceas (ervas). Apresentam caule em haste a cou-
folhas especiais modificadas, são chamadas gemas ve, o feijoeiro, o agrião, o tomateiro, a rosa e o cravo.

conveniados ao Sistema de Ensino


ou brotos – escamas ou catafilos. Gemas situadas no O caule volúvel é aéreo, delgado e cresce enro-
ápice do caule são chamadas terminais ou apicais; as lando-se em algum suporte ereto. Ocorre em algumas
da região lateral, axiais ou laterais. plantas trepadeiras.

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288 264 – Material do Professor

DOUBLEO44/SHUTTERSTOCK

SNOW AT NIGHT/SHUTTERSTOCK
BIOLOGIA 2B

Caule rizóforo de Ehizophora mangle em mangue.

Caule do tipo estipe é mais espesso que o colmo.


É cilíndrico não ramificado, com nós e entrenós bem
evidentes, apresentando folhas apenas no ápice –
Caule volúvel aéreo crescendo sobre o tronco de outra planta. com em palmeiras, coqueiros (monocotiledônea) e
cicas (gimnosperma).
Colmo caracteriza um caule cilíndrico, não ramifica-

GUENTERMANAUS/SHUTTERSTOCK
do, nitidamente dividido em nós e entrenós, formando
gomos. No bambu, eles são ocos; na cana-de-açúcar,
repletos de parênquima de reserva de açúcares (sa-
carose). Caule típico das angiospermas monocotiledô-
neas (arroz, trigo, milho, cana-de-açúcar).
JEEP2499/SHUTTERSTOCK

Estipe da palmeira buriti (Mauritia sp.).

Caule denominado estolho (estolhão ou estolão)

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do tipo aéreo rastejante, cresce horizontalmente so-
Colmo (cana-de-açúcar). bre a superfície do solo, dividido por nós, dos quais
normalmente saem raízes adventícias e ramos aéreos
Rizóforos são ramos laterais do caule que crescem (morangueiro, melancia). Ao longo do estolão, há vá-

conveniados ao Sistema de Ensino


em direção ao solo, auxiliando a sustentação da planta rios pontos de enraizamento. Os estolões permitem à
no solo. Ocorre em algumas espécies encontradas em planta se reproduzir assexuadamente a partir dos nós
mangues – Rhizophora mangle. de cada estolão, que originam plantas-filhas.

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265 – Material do Professor 289

Subterrâneos

PHOTOWIND/SHUTTERSTOCK

BIOLOGIA 2B
Caule do tipo rizoma, desenvolve-se paralelamente
à superfície do solo. Pode emitir ramos aéreos e raízes
subterrâneas adventícias a partir de gemas ou brotos.
Distingue-se pela presença de gemas e ausência de
coifa – como na samambaia (pteridófita), na bananeira,
no gengibre e na espada-de-são-jorge.

Estolão do morango.

DEWIN ' INDEW/SHUTTERSTOCK


Já o caule aéreo rastejante que cresce paralelo à
superfície do solo é denominado sarmento. Fixa-se
ao solo por meio de raízes que se formam em apenas
um local do caule – como no chuchu, na aboboreira e
em algumas ipomeias.

MNSTUDIO/SHUTTERSTOCK

Caule do tipo sarmento.

Caule do tipo rizoma presente em samambaias.


Cladódio é o caule achatado e clorofilado. Tem fun-
ção fotossintetizante e/ou de reserva de água. É típico Tubérculo é o tipo de caule que acumula reservas
dos cactos, plantas que ocorrem em regiões secas. As nutritivas, tais como o amido. Nos tubérculos, assim
folhas dos cactos são modificadas em espinhos, o que como em todos os caules, é possível observar gemas
reduz a perda de água por transpiração. ou botões vegetativos. São exemplos a batata-inglesa
ou batatinha comum (Solanum tuberosum) e o cará.
RAUL ROMARIO/SHUTTERSTOCK

KAANATES/ISTOCKPHOTO.COM

Material exclusivo para professores Caule do tipo


Tubérculo (batata-inglesa).

conveniados ao Sistema de Ensino


cladódio, típico O xilopódio é uma estrutura subterrânea, geral-
do mandacaru,
cacto endêmico da
mente lignificada e dura. É comum em espécies do
Caatinga. Cerrado. Já o bulbo é um órgão subterrâneo que apre-

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senta uma porção basal chamada prato, do qual partem • estípulas: filamentos (apêndices) em forma de fo-
BIOLOGIA 2B

os catafilos – folhas modificadas que geralmente acu- lha que se desenvolvem na base de algumas folhas.
mulam reservas nutritivas. Existem diferentes tipos

NASKY/SHUTTERSTOCK
de bulbo, classificados em:
• tunicado: prato revestido por escamas, formando
catafilos superpostos – como na cebola (catafilos
simples) e no alho (catafilos compostos). limbo

• escamoso: prato revestido por folhas subterrâ-


neas estreitas em forma de escamas imbricadas, estípula
ou seja, catafilos parcialmente sobrepostos – lírio
ou açucena-branca (Lilium candidum).
• sólido: prato bastante desenvolvido, com reser-
vas nutritivas (quase a totalidade do bulbo), e re-
nervuras
vestido por catafilos reduzidos que se inserem
em nós circulares – como na palma-de-santa-rita pecíolo
(Gladiolus sp.), na tulipa (Tulipa sp.) e no açafrão
(Crocus sativus).

Aquáticos
Próprios das plantas aquáticas, geralmente clorofi-
lados, apresentam aerênquima ou parênquima aerífero caule
desenvolvido, facilitando a flutuação.
Ilustração das regiões do caule. Elementos representados fora da escala
de tamanho. Cores fantasia.
FILIPE FRAZAO/SHUTTERSTOCK

FUNÇÕES
Fotossíntese
Especializada na realização desse processo, a folha
apresenta forma laminar, o que permite maior exposi-
ção à luz. O grande número de estômatos na epiderme
facilita a maior difusão de gás carbônico. Possui muitas
células clorofiladas.

Respiração
As células da folha respiram, assim como todas as
células vivas das plantas. Não se trata, portanto, de
órgão exclusivo ou especializado da respiração.

Transpiração
Perde água em forma de vapor principalmente por
meio de estômatos e da cutícula.
Caule aquático de vitória-régia (Victoria amazonica). Gutação ou sudação
Perda do excesso de água em forma líquida e sais
minerais. Os hidatódios, estruturas localizadas na
FOLHA margem das folhas, são responsáveis pelo fenômeno
Órgão vegetativo, clorofilado, geralmente com for- da gutação. Geralmente estão presentes em plantas
ma laminar. As folhas variam muito em forma e estru- pequenas de solo úmido, associados ao processo
tura, podendo apresentar as seguintes partes: de transporte ativo de seiva bruta. É formado pela
• limbo: porção geralmente laminar, achatada e bainha do feixe vascular, traqueídeos, epitema (pa-
ampla. As nervuras presentes no limbo corres- rênquima de paredes finas), pela câmara com água e
seu poro epidérmico. No processo de gutação, água

Material exclusivo para professores


pondem ao sistema de condução (vasos condu-
tores de seiva elaborada e bruta); e sais minerais chegam através do xilema, passam
• pecíolo: haste geralmente cilíndrica que une o pelo epitema e chegam à câmara com água, hidató-
limbo ao caule; dios. Posteriormente são liberados pelo poro dessa

conveniados ao Sistema de Ensino


• bainha: nas monocotiledôneas e algumas eudico- última estrutura. Os poros são geralmente estôma-
tiledôneas, a base da folha é expandida em uma tos que perderam a capacidade de controle de sua
bainha que envolve o caule; abertura e fechamento.

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267 – Material do Professor 291

JODY/SHUTTERSTOCK Catafilos ou escamas

BIOLOGIA 2B
Protegem meristemas das gemas ou brotos. No
bulbo, acumulam reservas nutritivas – como na cebola
e no alho.

KELENART/SHUTTERSTOCK
bulbo
tunicado catafilos

Gotículas de água liberadas pelos hidatódios localizados na margem da


folha de Alchemilla sp. (família Rosaceae).

A cebola é um caule subterrâneo do tipo bulbo tunicado formado por


DISPOSIÇÃO DE NERVURAS folhas modificadas em catafilos.
Quanto à disposição das nervuras, as folhas po-
dem ser paralelinérveas – nervuras paralelas não
Espinhos
ramificadas, típicas de monocotiledôneas – ou reti-
Folhas modificadas atrofiadas, pontiagudas, que for-
culinérveas – nervuras ramificadas ou reticuladas,
necem proteção contra predadores e reduzem a perda
típicas de eudicotiledôneas.
de água pela transpiração.
BOONCHUAY1970/SHUTTERSTOCK

SUTHAM/SHUTTERSTOCK

ELTON ABREU/SHUTTERSTOCK

À esquerda, folha reticulinérvea; à direita, folha paralelinérvea.

MORFOSES FOLIARES
As folhas podem apresentar formas bastante di-
ferentes, o que permite desempenhar funções como
proteção, atração de polinizadores, reserva de nutrien-
tes, entre outras. Espinhos em mandacaru (Cereus jamacaru).

Brácteas
Folhas modificadas, geralmente coloridas, pro- Gavinhas
tegem flores ou inflorescências (conjunto de flores Folhas longas, filamentosas, enrolam-se em supor-
no mesmo eixo). Além disso, auxiliam na atração de tes, auxiliando na fixação da planta – como na ervilha,
agentes polinizadores – como no antúrio e no bico-de- e na abóbora. Vale destacar que as gavinhas também
-papagaio. No copo-de-leite, são chamadas espatas. podem ser caules modificados, como na uva.
TVIOLET/SHUTTERSTOCK

POTAPOV ALEXANDER/SHUTTERSTOCK

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino Brácteas vermelhas de Euphorbia sp. (bico-de-papagaio). Gavinhas em ervilha.

Dom Bosco
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Antófilos ou folhas florais


BIOLOGIA 2B

Folhas modificadas que ocorrem nas flores – por exemplo, sépalas, pétalas,
estames e carpelos.

RICARDO DE PAULA FERREIRA/SHUTTERSTOCK


Antófilos: pétalas de quaresmeira (Tibouchina sp.).

Cotilédone
Folhas embrionárias nas sementes de angiospermas monocotiledôneas (um co-
tilédone) e eudicotiledôneas (dois cotilédones). Têm função de armazenar reservas
nutritivas.

Folhas coletoras
Típicas de plantas epífitas, como algumas orquídeas e bromeliáceas. Sua dispo-
sição favorece a acumulação de água das chuvas.

JOJOO64/SHUTTERSTOCK
Folhas coletoras de bromélia.

Folhas de plantas carnívoras (insetívoras)


Folhas bastante modificadas, adaptadas para atração, captura e digestão de
pequenos animais, mais frequentemente insetos. Essas plantas realizam fotossín-
tese e complementam sua nutrição com a absorção dos produtos da digestão dos
pequenos animais que capturam.
IAN FLETCHER/SHUTTERSTOCK

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino Folhas da planta carnívora vênus-papa-moscas (Dionaea muscipula).

Dom Bosco
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269 – Material do Professor 293

ROTEIRO DE AULA

BIOLOGIA 2B
ÓRGÃOS VEGETATIVOS

Raiz Caule

Principais funções Principais funções

Água e sais minerais


Absorção de
Sustentação de Folhas; Flores; Frutos

Seiva
Condução da
Condução da Seiva

Nutrientes
Armazenamento de
Armazenamento de Nutrientes

Fixação da planta

Organização Organização

Zona pilífera
Gema ou broto

Coifa

Colo

Entrenó
Zona de ramificação

Zona lisa Tipos

Aéreo Subterrâneo Aquático


Tipos
Colmo
Bulbo Parênquima
aerífero
Aérea Subterrânea Aquática Cladódio Rizoma
desenvolvido.

Cintura Pivotante Estipe


Geralmente Tubérculo
não tem pelos
Escora Fasciculada absorventes, e Haste Xilopódio
a coifa é dupla
e bem desen- Rastejante
Estrangulante Tuberosa
volvida.

Material exclusivo para professores


Haustório Xilopódio Rizóforo

Respiratórias Tronco

conveniados ao Sistema de Ensino


Tabular
Volúvel

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294 270 – Material do Professor

ROTEIRO DE AULA
BIOLOGIA 2B

Folha

Principais funções

Respiração Gutação

Transpiração Fotossíntese

Organização

Pecíolo

Limbo

Estípula

Bainha

Tipos

Antófilo

Bráctea

Catafilo

Coletora

Cotilédone

Material exclusivo para professores


Espinho

Estípula

conveniados ao Sistema de Ensino Gavinha

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271 – Material do Professor 295

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

BIOLOGIA 2B
1. UERJ-RJ (adaptada) – Por serem formados por se- d) apresentam epiderme e mesofilo altamente diferen-
dimentos bem finos, que se deslocam facilmente, os ciados.
solos dos mangues são mais instáveis. Árvores encon- e) têm pelos absorventes como os principais responsá-
tradas nesse ambiente apresentam adaptações que ga- veis pela absorção de água e sais minerais.
rantem sua sobrevivência, como o formato diferenciado Os pelos absorventes, células especializadas da epiderme localizadas
de suas raízes, ilustrado na imagem. na região pilífera das raízes das angiospermas, são os principais respon-
sáveis pela absorção de água e sais minerais pela planta.
ONDREJ PROSICKY/
SHUTTERSTOCK

5. Sistema Dom Bosco – As folhas, órgão vegetativo


encontrado nas traqueófitas, são uma estrutura geral-
mente clorofilada e com formato de lâmina. No entanto,
há folhas altamente modificadas, especializadas em
diferentes funções. Assinale a alternativa que contém
apenas diferentes tipos de folhas.
a) Bráctea, estípula, acúleo, gavinha.
b) Estípula, catafilo, rizoma, xilopódio.
O formato diferenciado de raiz desses vegetais contri-
c) Cotilédone, estípula, estolho, espinho.
bui para o seguinte processo:
d) Gavinha, catafilo, espinho, bráctea.
a) fixação. Rizoma (samambaia, bananeira) e xilopódio (encontrado em plantas da
b) dispersão. Caatinga e do Cerrado) são caules subterrâneos. O estolho ou estolão é
um caule aéreo, rastejante, que cresce paralelamente à superfície do solo.
c) frutificação.
6. FMJ-SP (adaptada) – A figura ilustra algumas das prin-
d) desidratação. cipais partes da raiz de uma planta eudicotiledônea.
A raiz-escora, ou suporte, é um tipo de raiz aérea encontrada em plantas de
mangue, que auxilia a fixação das plantas ao solo alagado desse ambiente.

2. UPE-PE – O coqueiro, Cocus nucifera, é uma das espé-


cies de palmeira com maior distribuição na zona tropi-
cal, por causa de sua pouca exigência nutricional e de
2
sua facilidade em se dispersar pelos mares e ter um
sistema de sustentação resistente aos fortes ventos e
ao solo arenoso do litoral. O seu caule apresenta nós
e entrenós bem visíveis, mas com folhas apenas no
ápice, que, por sua vez, é classificado como
a) haste.
b) bulbo.
c) colmo.
d) estipe.
e) tubérculo.
O estipe é um tipo de caule aéreo, não ramificado, com nós e entrenós
bem evidentes e folhas apenas no ápice da planta. É encontrado em
palmeiras e cicas.
3. Uece-CE (adaptada) – Para uma refeição familiar,
preparou-se uma sopa com 2 cebolas, 2 beterrabas, 1
mandioca, e 3 batatas comuns. Considerando os ingre-
dientes listados, do ponto de vista botânico, esses ali-
mentos correspondem a quais estruturas das plantas?
A cebola é um caule subterrâneo do tipo bulbo, que também é constituí- 1

do por folhas modificadas chamadas catafilos, que acumulam reservas


Os números 1 e 2 correspondem a quais estruturas da
raiz? Cite as principais funções desempenhadas por
cada uma.
nutritivas. Beterraba e mandioca correspondem a raízes subterrâneas
1 – Coifa (ou caliptra). Estrutura encontrada em torno do ápice da raiz,
chamadas de tuberosas. A batata comum ou batata-inglesa é um caule
formada por um tecido resistente que protege o meristema subapical da
subterrâneo do tipo tubérculo.
raiz. Em raízes subterrâneas, protege do atrito com o solo.

Material exclusivo para professores


4. UFRGS-RS – Em relação às raízes de angiospermas, 2 – Pelos absorventes, encontrados na zona pilífera da raiz. São respon-
é correto afirmar que
a) são as responsáveis pela nutrição orgânica das plantas. sáveis pela maior parte da absorção da água e sais minerais realizada
b) absorvem macronutrientes como o manganês (Mn).

conveniados ao Sistema de Ensino


c) têm o câmbio fascicular como o responsável pelo pelas raízes.
crescimento em altura.

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296 272 – Material do Professor

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
BIOLOGIA 2B

7. UFRGS-RS – Algumas estruturas das angiospermas 11. Uece-CE (adaptada) – As raízes das angiospermas
desenvolveram modificações ao longo da evolução, que podem apresentar especializações que permitem
permitiram adaptações ambientais importantes. classificá-las em diversos tipos. É correto afirmar que
Considere as seguintes afirmações sobre essas es- a) as raízes-escoras apresentam um revestimento cha-
truturas. mado velame, uma epiderme multiestratificada.
I. Cenoura é um caule modificado subterrâneo que b) as raízes-respiratórias ou pneumatóforos são adap-
acumula nutrientes. tadas à realização de trocas gasosas que ocorrem
nos pneumatódios.
II. Plantas de ambientes desérticos, tais como cactos,
têm folhas modificadas em espinhos e caules fotos- c) as raízes-tuberosas possuem o apreensório para se
sintetizantes. fixarem ao hospedeiro e de onde partem finas pro-
jeções, os haustórios.
III. Plantas com flores de pétalas pequenas ou inexis-
tentes podem apresentar folhas modificadas na base d) as raízes-sugadoras armazenam reservas nutritivas,
do receptáculo floral, com função de atrair polini- principalmente o amido, e por isso apresentam gran-
zadores. de diâmetro.

Quais estão corretas? 12. Sistema Dom Bosco – Folhas modificadas que geral-
a) Apenas I. d) Apenas II e III. mente acumulam reservas nutritivas são chamadas de
__________ e são encontradas em caules subterrâneos
b) Apenas II. e) I, II e III.
do tipo ________.
c) Apenas III.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as
8. Sistema Dom Bosco – Estrutura aérea dividida por lacunas.
nós, da qual normalmente saem raízes adventícias e a) estípula; xilopódio.
ramos aéreos. Permitem que a planta se reproduza b) antófilo; tuberoso.
assexuadamente a partir dos nós.
c) catafilo; cladódio.
A estrutura descrita acima é conhecida como d) cotilédone; bulbo.
a) xilopódio. c) estolão. e) hidatódio. e) catafilo; bulbo.
b) rizoma. d) colmo.
13. UERN-RN – A maniçoba, espécie nativa na caatinga
9. UEM-PR – Sobre os diferentes órgãos vegetais utiliza- e da qual se extrai látex, é um exemplo de planta que
dos na alimentação humana, assinale a(s) alternativa(s) apresenta um caule tuberoso e subterrâneo. Esse tipo
correta(s). de caule armazena água e substâncias de reserva para
01) Gengibre, cebola, beterraba e mandioca são exem- que a planta possa se adaptar bem ao ambiente com
plos de raízes. restrição de água. Essa modificação especial do caule
02) Tomate, uva, goiaba e pepino são classifi cados é conhecida por
como frutos do tipo baga. a) rizóforo.
04) A banana é um exemplo de fruto partenocárpico, b) cladódio.
dentro da qual os pontos escuros correspondem c) filocládio.
aos óvulos não desenvolvidos.
d) xilopódio.
08) A semente de soja é encontrada dentro de um fruto
seco deiscente conhecido como legume. 14. Sistema Dom Bosco – As plantas traqueófitas pos-
16) A cana-de-açúcar apresenta caule do tipo estipe, suem órgãos vegetativos (raízes, caules e folhas) adap-
encontrado nas monocotiledôneas. tados às mais diferentes funções. O que são hidatódios
e em que órgão vegetal são encontrados?
10. Sistema Dom Bosco – Complete o quadro abaixo, re-
lacionando corretamente a descrição apresentada na
coluna B à estrutura vegetativa correspondente na colu-
na A. Cite pelo menos um exemplo para cada estrutura.

Coluna A Coluna B
Cresce enrolando-se no tronco da planta
suporte; possui um tecido especial chamado
velame.
Apresenta coifa dupla, bem desenvolvida e
sem pelos absorventes.

Material exclusivo para professores


Encontrado em plantas de pequeno porte,
herbáceas, flexível e geralmente clorofilado.
São geralmente coloridas, protegendo as
flores e auxiliando na atração de agentes

conveniados ao Sistema de Ensino polinizadores.

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273 – Material do Professor 297

15. Udesc-SC – Fornecer suporte às folhas e transportar as 17. UEPG-PR (adaptada) – Um tipo de caule de plantas

BIOLOGIA 2B
seivas bruta e elaborada são as principais funções dos comum e conhecido é o tronco, que é aéreo e vertical,
caules. Analise as proposições em relação à informação. com ramificações. No entanto, muitas plantas apresen-
I. O caule do tipo volúvel é um caule aéreo, ereto e tam caule com adaptações especiais.
lenhoso, a exemplo, uva, chuchu e feijão. 01) O tubérculo é um caule subterrâneo rico em mate-
II. O caule do tipo colmo é um tipo de caule lenhoso rial nutritivo, exemplo: a batata comum.
e rastejante no qual são nitidamente observadas 02) Cladódio é um caule aéreo modificado com função
as regiões de nó e interno, a exemplo, palmito fotossintetizante e/ou de reserva de água.
e coqueiro. 04) O caule volúvel é ereto e rígido, possuindo poucas
III. O caule do tipo rizoma é um caule subterrâneo com folhas e com espinhos.
desenvolvimento perpendicular à superfície, a exem- 08) Rizóforo é um caule cilíndrico em que se observam
plo, batata-inglesa, cenoura e aipim. nitidamente os nós e entrenós, formando os go-
IV. O caule do tipo bulbo é um caule subterrâneo, de mos, como ocorre no bambu.
tamanho reduzido e envolvido por folhas modifica- 16) Rizoma é um caule aéreo rastejante em que há
das, a exemplo, cebola e alho. enraizamento em vários pontos. Se a ligação entre
V. O caule do tipo estipe é um caule com muitos galhos um enraizamento e outro for interrompida, a planta
e lenhoso, a exemplo, laranjeira e coqueiro. morre.
Assinale a alternativa correta. a) Em relação às adaptações do caule, quais afirmativas
estão corretas?
a) Na afirmativa IV a descrição do caule está correta,
assim como os exemplos deste tipo de caule.
b) Na afirmativa I a descrição do caule está correta,
assim como os exemplos deste tipo de caule.
c) Na afirmativa II a descrição do caule está correta,
porém os exemplos são de outro tipo de caule.
d) Na afirmativa III a descrição do caule está correta,
assim como os exemplos deste tipo de caule.
e) Na afirmativa V a descrição do caule está correta,
porém os exemplos não são deste tipo de caule. b) Corrija as afirmativas incorretas, tornando-as verda-
deiras.
16. Uece-CE – Considerando as raízes das angiospermas,
assinale a opção que apresenta corretamente os tipos
de raiz correspondentes às seguintes descrições:
I. Atua como órgão de reserva de alimento, que, nas
plantas, se encontra na forma de amido.
II. Seu eixo principal é subterrâneo e profundo, pos-
suindo ramificações que garantem a fixação da
planta no solo.
III. Comum em plantas aéreas, busca envolver a planta
hospedeira, comprometendo a circulação da seiva.
IV. Os ramos radiculares são fundidos ao caule e são
importantes na fixação da planta no solo.
A sequência correta é:
a) I. tuberosa; II. pivotante; III. estrangulante; IV. tabular.
b) I. catafilo; II. pneumatóforo; III. estrangulante; IV.
escora.
c) I. catafilo; II. sugadora; III. fasciculada; IV. tabular.
d) I. tuberosa; II. axial; III. rizoide; IV. escora.

ESTUDO PARA O ENEM

18. Enem C8-H28 Essas últimas raízes citadas desenvolvem estruturas


Os manguezais são considerados um ecossistema costeiro de em sua porção aérea relacionadas à
transição, pois são terrestres e estão localizados no encontro a) flutuação.
das águas dos rios com o mar. Estão sujeitos ao regime das
b) transpiração.
marés e são dominados por espécies vegetais típicas, que con-

Material exclusivo para professores


seguem se desenvolver nesse ambiente de elevada salinidade. c) troca gasosa.
Nos manguezais, é comum observar raízes suporte, que aju- d) excreção de sal.
dam na sustentação em função do solo lodoso, bem como raí- e) absorção de nutrientes.
zes que crescem verticalmente do solo (geotropismo negativo).

conveniados ao Sistema de Ensino


Disponível em: http://vivimarc.sites.uol.com.br.
Acesso em: 20 fev. 2012 (adaptado).

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298 274 – Material do Professor

19. UPF-RS C8-H28 a) estolão / colmo / bulbo / volúvel.


BIOLOGIA 2B

Observe os caules abaixo, indicados pelas setas, nas b) haste / rastejante / tubérculo / escapo.
figuras A, B, C e D. c) estipe / rizoma / bulbo / haste.
d) colmo / rizoma / tubérculo / volúvel.
e) colmo / haste / tubérculo / estipe.

20. Enem C8-H28


O manguezal é um dos mais ricos ambientes do planeta,
possui uma grande concentração de vida, sustentada por
nutrientes trazidos dos rios e das folhas que caem das ár-
vores. Por causa da quantidade de sedimentos — restos de
plantas e outros organismos — misturados à água salgada,
o solo dos manguezais tem aparência de lama, mas dele re-
sulta uma floresta exuberante capaz de sobreviver naquele
A B solo lodoso e salgado.
NASCIMENTO, M. S. V. Disponível em:
http://chc.cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 3 ago. 2011.

Para viverem em ambiente tão peculiar, as plantas dos


manguezais apresentam adaptações, tais como
a) folhas substituídas por espinhos, a fim de reduzir a
perda de água para o ambiente.
b) folhas grossas, que caem em períodos frios, a fim
de reduzir a atividade metabólica.
c) caules modificados, que armazenam água, a fim de
suprir as plantas em períodos de seca.
C D d) raízes desenvolvidas, que penetram profundamente
no solo, em busca de água.
Esses caules são denominados, respectivamente: e) raízes respiratórias ou pneumatóforos, que afloram
do solo e absorvem o oxigênio diretamente do ar.

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15
275 – Material do Professor 299

TRANSPIRAÇÃO VEGETAL E

BIOLOGIA 2B
CONDUÇÃO DE SEIVAS

Boa parte do sucesso das plantas terrestres está relacionada à realização da


fotossíntese, que foi aperfeiçoada durante a evolução por meio de adaptações mor-
fológicas e histológicas que possibilitam a obtenção eficiente da luz solar e do gás • Transpiração
carbônico do ar. • Fisiologia do estômato
As folhas, principal ponto de ocorrência da fotossíntese nas plantas, geralmente • Condução de seiva bruta
têm grande área de superfície em relação ao seu volume. Essa grande área facilita
• Condução de seiva
a absorção de luz para a fotossíntese, e a alta razão entre superfície/volume auxilia elaborada
a absorção de CO2 pelos estômatos durante a fotossíntese.
No entanto, embora as grandes áreas de superfície e as altas razões entre su- HABILIDADES
perfície/volume aumentem a taxa de fotossíntese, essas características também
• Reconhecer os processos
são responsáveis pelo aumento da perda de água pelos estômatos (transpiração). E, fisiológicos que permi-
embora os estômatos representem, em média, cerca de 1,5% da superfície externa tem a sobrevivência e a
das folhas apenas, e sua abertura e seu fechamento possam ser controlados pelas adaptação das plantas aos
plantas, em torno de 95% de perda de água pela planta ocorrem através deles. diferentes ambientes.
Assim, as adaptações das plantas relacionadas à realização da fotossíntese e a • Identificar padrões em
economia de água ilustram como demandas muitas vezes conflitantes são compa- fenômenos e processos
tibilizadas ao longo da evolução. vitais dos organismos,
como manutenção do equi-
DUDAREV MIKHAIL/SHUTTERSTOCK

líbrio interno e obtenção e


transporte de recursos.
• Compreender os mecanis-
mos biológicos que permi-
tem a interação das plantas
com outros organismos e
com o ambiente.

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino Baobá com folhas durante o período das chuvas. Espécie nativa da África.

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300 276 – Material do Professor

TRANSPIRAÇÃO
BIOLOGIA 2B

Esse processo consiste na perda de água na forma de vapor pelas folhas em


decorrência das atividades fisiológicas das plantas (absorção de CO2 para a fotos-
síntese). A transpiração ocorre principalmente por meio das folhas, maior superfície
de contato das plantas com o meio ambiente.
O fenômeno da transpiração é fundamental para a vida das plantas, mas precisa
ocorrer dentro de certos limites, pois o excesso de perda de água na forma de vapor
pode levá-las à morte. O processo possibilita o equilíbrio térmico delas com o am-
biente, sendo realizado principalmente pelos estômatos (transpiração estomática)
e, em menor proporção, pela cutícula (transpiração cuticular).
As plantas apresentam várias adaptações que permitem evitar a transpiração
excessiva, dependendo do ambiente onde vive. São exemplos: cutícula com camada
espessa; epiderme pluriestratificada; redução no número de folhas; folhas transfor-
madas em espinhos; tricomas esbranquiçados nas folhas para refletir a luz solar e
perda de folhas nas estações secas.
JANE RIX/SHUTTERSTOCK

HALFOFMOON/SHUTTERSTOCK

CEPHALOCEREUS SENILIS, OLD MAN CACTUS


A B C

Plantas adaptadas à redução da taxa de transpiração. (A) Baobá (Adansonia sp.), sem folhas, no período de seca. (B) Fouquieria splendens, planta que
ocorre no Deserto de Sonora (sudoeste dos EUA e norte do México). Na maior parte do ano, a planta não tem folhas, produzindo folhas pequenas somente
após chuvas intensas. (C) Cacto Cephalocereus senilis, encontrado em deserto no México. Tricomas brancos recobrem o cacto, refletindo a radiação solar.

ESTRUTURA FOLIAR
A transpiração ocorre principalmente pelos estômatos presentes na superfície
foliar (cerca de 95% da água perdida) e pela cutícula. A cutícula é uma camada de
cera produzida pelas células da própria epiderme, que impermeabiliza a superfície
foliar, diminuindo sensivelmente a taxa de transpiração das plantas terrestres. Os
estômatos geralmente estão localizados na epiderme da face inferior das folhas
epiderme de plantas terrestres. Com isso, a incidência direta do
VECTON/SHUTTERSTOCK

cutícula (face superior) Sol é evitada, diminuindo, desse modo, o excesso de


transpiração.
Em plantas aquáticas – vitória-régia, por exemplo –,
os estômatos estão distribuídos na epiderme da face
xilema superior das folhas, permitindo que as trocas gasosas
parênquima
clorofiliano ocorram diretamente com a atmosfera. O grupo das

Material exclusivo para professores


floema
gramíneas, monocotiledôneas distribuídas por todo o
estômato epiderme planeta, apresenta estômatos na epiderme das duas
(face inferior) faces da folha: superior (ou adaxial) e inferior (ou abaxial).
O estômato é uma estrutura formada por duas células

conveniados ao Sistema de Ensino


estomáticas ou células-guarda, que regulam a abertura do
Esquema da folha em corte transversal. Elementos representados fora ostíolo, ou fenda estomática, por onde ocorrem a trans-
da escala de tamanho. Cores fantasia.
piração e as trocas gasosas da planta com o ambiente.

Dom Bosco
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277 – Material do Professor 301

KALLAYANEE NALOKA/SHUTTERSTOCK
O fechamento dos estômatos é um mecanismo
cloroplasto
ostíolo parcialmente fundamental de economia de água pela planta e ocor-

BIOLOGIA 2B
aberto
células-guarda re quando o vegetal está submetido a condições de
restrição hídrica.

KAZAKOVA MARYIA/SHUTTERSTOCK
cloroplasto
células anexas ostíolo fechado
parede celular
mais espessa

vacúolo

células anexas núcleo

Imagem de dois estômatos visualizados em microscópio óptico. Aumento


desconhecido.
parede celular
células-guarda mais fina
ostíolo aberto

FISIOLOGIA DO ESTÔMATO Ilustração da resposta estomática ao ganho de água. À direita, estômato


fechado. Com o ganho de água pelas células-guarda, o estômato se
Por meio da abertura e do fechamento dos estô- abre, à esquerda. Elementos representados fora da escala de tamanho.
matos, a planta regula a taxa de transpiração, res- Cores fantasia.

pondendo a fatores como disponibilidade de água,


luminosidade, temperatura, concentração de CO2 e
umidade relativa do ar.
MOVIMENTO FOTOATIVO
Mecanismo de controle dos estômatos por meio da
luminosidade. Quando se cobre uma planta, com dis-
MOVIMENTO HIDROATIVO
ponibilidade adequada de água, com um saco escuro,
A disponibilidade de água para a planta é o princi-
por exemplo, seus estômatos se fecham. Expondo-se a
pal fator responsável pela abertura e pelo fechamento
folha novamente à luz, os estômatos voltam a se abrir
estomático.
em alguns minutos.
Células-guarda Com luz, a concentração de K+ nas células-guarda
As células-guarda regulam a entrada e a saída de aumenta, a água entra e o estômato se abre. Sem luz,
água pelos ostíolos, de modo que, quando a água en- a concentração de K+ nas células-guarda diminui, a
tra nessas células, eles se abrem e, quando a água sai, água sai e o estômato se fecha.
eles se fecham. As alterações de pressão de turgor A luz estimula as células-guarda a absorver K+ por meio
nas células-guarda decorrem principalmente da absor- de processos bioquímicos, o que as tornam túrgidas.
ção e perda reversível de K+ (potássio). Os estômatos
abrem-se quando as células-guarda acumulam ativa- CONCENTRAÇÃO DE CO2
mente K+ oriundo das células epidérmicas vizinhas, Havendo suprimento adequado de água, os estô-
o que leva ao ganho de água por osmose. Por outro matos também se abrem em resposta à diminuição da
lado, fecham-se quando ocorre a perda de K+, o que concentração de CO2 no mesófilo (na folha) em razão
provoca perda de água por osmose. de sua utilização na fotossíntese.
Isso pode ser demonstrado mergulhando-se uma fo-
Relação entre abertura estomática e absorção de potássio.
lha em soluções com diferentes concentrações de íons.
Em solução hipotônica, ocorre a entrada de água
nas células-guarda, e o estômato se abre. Em solução 8
Aumento na abertura dos estômatos

hipertônica, acontece a saída de água das células-


-guarda, e o estômato se fecha. 6
(em micrômetros)

A parede celular das células-guarda varia em espes-


sura, sendo mais delgada externamente na parte opos-
4
ta ao ostíolo. As células aumentam mais em compri-

Material exclusivo para professores


mento do que em largura quando seu turgor aumenta.
Como são unidas pelas extremidades, quando ocorre 2
entrada de água e seu turgor aumenta, suas paredes se
curvam para fora, fazendo com que o estômato se abra.

conveniados ao Sistema de Ensino


0
Quando ocorre a saída de água, o turgor das células- 0 10 20 30
-guarda diminui, tornando suas paredes mais flácidas,
Absorção de potássio µ mol cm2 ? 103
o que acarreta o fechamento estomático.

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PLANTAS C3, C4 E CAM ADAPTAÇÕES EVOLUTIVAS RELACIONA-


BIOLOGIA 2B

Quando estão submetidas a condições como dis- DAS À TRANSPIRAÇÃO


ponibilidade limitada de água e maiores níveis de luz e As plantas têm adaptações que evitam perda de
temperatura, as plantas fecham seus estômatos. Isso água em excesso, tais como: folhas pequenas e du-
reduz a perda de água, mas, por outro lado, impede a ras – pinheiros (folhas aciculadas); folhas em pequeno
entrada de CO2 nas folhas, o que limita a realização da número e modificadas em espinhos – cactos; folhas
fotossíntese pela planta. Quando os estômatos se fe- com cutícula espessa, deposição de cera e epiderme
cham, a concentração de CO2 nas folhas diminui como pluriestratificada – plantas de regiões secas; presen-
resultado da atividade do ciclo de Calvin, ao passo que ça de tricomas claros (pelos) e parênquima aquífero
a concentração de oxigênio aumenta. Nessas condi- (reserva de água).
ções, a ribulose-1,5-bisfosfato carboxilase oxigenase As plantas adaptadas às condições ambientais ári-
(RuBisCO) tende a adicionar O2 a outras moléculas, em das são denominadas xerófitas (do grego xero = seco).
vez de CO2, promovendo aumento da fotorrespiração
e redução da fotossíntese. EVIDÊNCIAS DA TRANSPIRAÇÃO
Entretanto, algumas espécies vegetais sofreram A transpiração pode ser demonstrada, de maneira
adaptação dos mecanismos de fixação de carbono, muito simples, por meio de um experimento no qual
de modo que a fotorrespiração foi minimizada e o ciclo se coloca em um saco plástico um ramo com folhas da
de Calvin foi otimizado – mesmo em climas áridos e planta. Inicialmente, as paredes internas do saco plástico
quentes. As duas adaptações fisiológicas ou metabóli- estarão secas e, depois de algum tempo, será possível
cas mais importantes são as fotossínteses C4 e CAM. observar gotículas de água depositadas nelas, formadas
Entre as angiospermas, há plantas que apresen- pela condensação do vapor de água liberado pelos estô-
tam uma via metabólica complementar ao ciclo de matos durante o processo de transpiração.
Calvin, chamada via C4, na qual a fixação do CO 2 A demonstração da transpiração também pode ser
origina um produto com quatro carbonos e inibe ou feita por meio de pesagens sucessivas de uma planta
limita a fotorrespiração. Plantas que só apresentam em vaso. Nesse caso, as paredes do vaso e a terra
o ciclo de Calvin para a fixação de carbono são co- onde está o vegetal devem estar envoltas em papel-
nhecidas como plantas C3 (a fixação do CO 2 origina -alumínio, o que garantirá que a saída de água da planta
um produto com três carbonos). Algumas plantas ocorre apenas pelas folhas. A primeira pesagem (P1)
têm uma variação da via C4, sendo chamadas de é realizada assim que o sistema for montado. Depois
CAM (sigla em inglês de metabolismo ácido das de certo tempo, faz-se a segunda pesagem (P2). Será
crassuláceas). Nessas plantas, o CO 2 é absorvido constatado que a planta perde água pela transpiração
pelos estômatos durante a noite, sendo convertido se P2 for menor que P1.
em ácidos orgânicos que fornecem o CO 2 para o
CHAD ZUBER/SHUTTERSTOCK

ciclo de Calvin acontecer durante o dia, quando os


estômatos são mantidos fechados.
No quadro abaixo, são listadas as principais carac-
terísticas das plantas com cada tipo de via metabólica.

Principais diferenças
Grupo C3 C4 CAM
crassuláceas,
arroz, cana-de- abacaxi e
Exemplos
soja, trigo -açúcar, milho algumas
pteridófitas
zonas regiões
regiões
Ambientes tropicais semiáridas Demonstração da transpiração: utilização de saco plástico para envolver
áridas ramos com folhas. Note a condensação do vapor-d’água decorrente da
úmidas ou desérticas transpiração das folhas nas paredes internas do saco plástico.

Absorção de CO2 cloroplasto mesofilo mesofilo


GUTAÇÃO OU SUDAÇÃO

Material exclusivo para professores


É a perda de água (e sais minerais) na forma líquida
Fotorrespiração alta baixa baixa
e ocorre por meio de estruturas chamadas hidatódios,
localizadas nas terminações dos vasos condutores que
abertos: abertos: abertos:
ficam nas bordas das folhas. Os poros dos hidatódios

conveniados ao Sistema de Ensino


dia dia noite
Estômatos são geralmente estômatos que perderam a capacidade
fechados: fechados: fechados:
de controle de sua abertura e fechamento, permane-
noite noite dia
cendo abertos.

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279 – Material do Professor 303

A gutação é comum em plantas de pequeno porte, água e os sais minerais devem passar obrigatoriamente
que ocorrem em locais em que a umidade do ar é ele- pelo interior das células endodérmicas (via simplasto),

BIOLOGIA 2B
vada e há grande disponibilidade de água para o solo. permitindo a seleção de materiais que chegam até os
O processo de gutação ocorre quando a transpiração é vasos do xilema:
muito lenta ou ausente, sendo importante para eliminar • da endoderme, a seiva passa pelo cilindro vas-
o excesso de seiva bruta da planta. cular, chegando ao xilema da raiz. A endoderme
Um fenômeno que se confunde com a gutação é a também evita o retorno da água;
formação de orvalho, que nada mais é do que a forma- • da raiz, a seiva bruta é transportada para a parte
ção de gotas de água na superfície das folhas pela con- aérea da planta (caule e folhas), sendo eliminada
densação do vapor-d´água presente no ar atmosférico. na transpiração, usada como componente celular
e reagente da fotossíntese, e na composição da
CONDUÇÃO DE SEIVAS seiva conduzida pelo floema.
A ascensão da seiva bruta, das raízes até as folhas,
BRUTA E ELABORADA depende de alguns fatores: capilaridade, pressão de
Algas e briófitas são destituídas de sistemas es- raiz, fluxo de massa e força de sucção gerada pela
pecializados no transporte de seiva. Nessas plantas, a transpiração das folhas.
água e os nutrientes passam de uma célula para a outra
Capilaridade
por difusão ou osmose. Pteridófitas, gimnospermas e
Vasos lenhosos são extremamente delgados e têm
angiospermas têm tecidos condutores de seiva, o que
diâmetro microscópico. Em decorrência disso, apre-
permite que as plantas desses grupos atinjam portes
bem maiores que as algas e briófitas. sentam a propriedade conhecida como capilaridade.
Em tubos de pequeno diâmetro, ocorre a ascensão
SEIVA BRUTA OU MINERAL espontânea de líquido. Moléculas de água ficam muito
É conduzida pelos vasos lenhosos do xilema ou próximas umas das outras, o que resulta na coesão
lenho. O trajeto da seiva bruta do solo até o xilema entre si e grande adesão às paredes dos vasos condu-
ocorre da seguinte forma: pelos absorventes retiram tores de xilema. Entretanto, a capilaridade permite que
água e sais minerais do solo; a solução absorvida do o líquido suba apenas poucos centímetros em razão do
solo atravessa o córtex da raiz até o cilindro vascu- peso da coluna de água sob ação da gravidade.
lar (células condutoras do xilema), deslocando-se no
interior das células (via simplasto) ou pelos espaços
existentes entre elas (via apoplasto).
• Via simplasto: deslocamento, pelo interior do cito-
plasma, das células do córtex através dos plasmo-
desmos (pontes citoplasmáticas entre as células).
• Via apoplasto: deslocamento através dos es-
paços intercelulares entre as paredes celulares.
Essa é a via de percurso preferencial, em razão
da maior velocidade da água no interior da raiz.

membrana estrias de Caspary


plasmática
via apoplasto
H2O
vasos
(xilema)
Tubos de diferentes diâmetros em recipiente com água – quanto menor
o calibre do tubo, maior a capilaridade.
via pelo da cilindro
simplasto raiz vascular
epiderme endoderme (estelo)
Pressão de raiz
córtex Pressão exercida pela raiz da planta, que “empur-
Esquema de corte de raiz que indica o caminho da água e dos sais ra” a água (e os sais minerais) em direção às folhas.
minerais do solo até o interior do xilema. Via simplasto (linha azul);

Material exclusivo para professores


via apoplasto (linha rosa). Elementos representados fora da escala de A pressão da raiz pode ser responsável, em algumas
tamanho. Cores fantasia. plantas de pequeno porte, pela ascensão da seiva bruta
no corpo da planta. Ela pode ser verificada, em algumas
A estria de Caspary (cinturão de suberina externo plantas, quando o caule é cortado e se constata a saída

conveniados ao Sistema de Ensino


às células endodérmicas) é impermeável à água e aos da solução aquosa pela região cortada. Como resultado
minerais dissolvidos, o que impede a passagem da so- de suas atividades metabólicas, o vegetal pode eliminar
lução aquosa pela endoderme via apoplasto. Assim, a seiva contra um gradiente de pressão.

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304 280 – Material do Professor

Deve-se considerar, inicialmente, que o interior do


BIOLOGIA 2B

xilema é inteiramente ocupado por água, constituindo


uma coluna contínua, desde a raiz até as folhas. Essa
coluna líquida não se rompe, apesar de as folhas a
tubo
puxarem para cima (em virtude da transpiração) e de
o peso da coluna empurrá-la para baixo.
Em razão das propriedades físico-biológicas da
água, as moléculas de água mantêm-se unidas pela
força de coesão entra elas. Adicionalmente, há força
mercúrio de adesão entre as paredes do xilema e as moléculas
de água – a celulose nas paredes do xilema tem carga
parcial negativa, atraindo a parte positiva das moléculas
de água. Embora essa adesão seja fraca, ela contribui
para a manutenção da coluna. Por outro lado, se fosse
muito forte, o fluxo da seiva seria dificultado.
água O fator responsável pela movimentação da coluna
de água é seu consumo nas folhas, processo conhecido
como sucção da copa. A principal força de ascensão
da seiva bruta, de acordo com a teoria de Dixon, é a
pressão de sucção exercida pelas folhas da copa em
caule conectado virtude da transpiração estomática.
ao tubo

seiva do
água
xilema

células do
folha mesofilo
estômato
molécula
de água

Transpiração
atmosfera

Demonstração da pressão de raiz. Após o corte do caule da planta, a


água do recipiente absorvida pelas raízes é “empurrada” para cima. Com parede
células do adesão
o deslocamento da coluna de água (seiva bruta), a coluna de mercúrio celular
xilema
também é deslocada para cima, o que representa a pressão exercida
pela raiz da planta. Elementos representados fora da escala de tamanho.
gradiente de potencial hídrico

Cores fantasia.

caule
As células das raízes mantêm o citoplasma com alta
concentração de íons, isto é, permanecem osmoticamen-
te ativas por meio do transporte ativo de íons do solo para
dentro das células. Dessa forma, tornam-se hipertônicas coesão
coesão e
em relação ao solo e absorvem a água dele e os sais adesão no
minerais nele dissolvidos por osmose, principalmente xilema
por meio dos pelos absorventes. Essa solução aquosa molécula de água

absorvida chega até o xilema, sendo “empurrada” pela


raiz (pressão de raiz) em direção ao caule e às folhas. No
entanto, a pressão de raiz é capaz de impulsionar a seiva pelo da raiz
raiz
bruta apenas em alguns vegetais de pequeno porte.
partícula
Hipótese de coesão-tensão (teoria de Dixon) do solo

Se a capilaridade e a pressão de raiz não são sufi-


absorção de água água
cientes para promover a ascensão de seiva bruta até a

Material exclusivo para professores


do solo
copa das árvores, qual seria a melhor explicação para
esse fenômeno?
A hipótese proposta pelo irlandês Henry Dixon, Esquema da sucção foliar (força propulsora da ascensão da seiva bruta):

conveniados ao Sistema de Ensino


ou hipótese de coesão-tensão, é a mais aceita atual- setas indicam o sentido do fluxo de água, desde a absorção no solo até
sua eliminação pela folha, na forma de vapor. Elementos representados
mente para explicar a ascensão da seiva bruta da raiz fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
até as folhas.

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281 – Material do Professor 305

SEIVA ELABORADA Demonstração do fluxo de seiva elaborada


por pressão

BIOLOGIA 2B
Solução de água e compostos orgânicos (açúcares,
ácidos graxos, hormônios, vitaminas) transportada pelo Algumas observações e experimentos confirmam
floema. A seiva do floema move-se dos locais de pro- a teoria do fluxo por pressão. Pulgões (afídeos) são
dução de açúcar para os locais onde ele é utilizado ou insetos parasitas de plantas que se alimentam da seiva
armazenado, sendo um transporte bidirecional. do floema. Seus estiletes (aparato bucal) penetram a
Uma fonte de açúcar é um órgão vegetal produtor célula do tubo crivado do floema, onde flui a seiva ela-
de açúcar, e um dreno de açúcar é um órgão con- borada. A pressão da seiva força sua saída pelo trato
sumidor de açúcar. Raízes em crescimento, gemas, digestivo do animal, como gotículas de secreção açu-
caules, folhas jovens e frutos são drenos. Órgãos de carada. Cortando-se o estilete inserido no tubo crivado,
reserva (como tubérculos ou bulbos) podem ser fontes separando-o do pulgão, gotículas de seiva elaborada
ou drenos, dependendo da estação do ano. Quando continuam a sair pelo estilete, demonstrando que o
armazenam carboidratos, são drenos; já quando seu floema flui por pressão.
amido armazenado é decomposto em açúcar, por

VANCE CROFOOT/ALAMY STOCK PHOTO


exemplo, sendo levado para o ápice das partes aéreas
em crescimento, são fontes.
A teoria mais aceita para explicar o fluxo de seiva
elaborada é conhecida como teoria do deslocamen-
to por fluxo de pressão, proposta originalmente por
Ernest Münch.
Em muitas plantas, o deslocamento do açúcar das
células do mesofi lo para o tubo crivado do fl oema
ocorre por transporte ativo. Quando chegam ao dreno,
como consequência do gradiente de concentração, as
moléculas de açúcar difundem-se do floema para den-
tro dos tecidos do dreno, e a água segue por osmose.
A seiva do floema move-se nos tubos crivados impul-
sionada pela pressão positiva, conhecida como fluxo de gotícula
pressão. A formação da pressão na fonte e a redução de seiva
dessa pressão no dreno estimulam o fluxo da seiva da
fonte para o dreno. A hipótese do fluxo por pressão ex- Pulgão alimentando-se de seiva elaborada, eliminando o excesso do
plica por que a seiva do floema flui da fonte para o dreno, líquido açucarado pela região anal.

e observações e experimentos têm demonstrado que o


Retirando-se um anel completo do tronco (anel de
fluxo de seiva elaborada ocorre por pressão.
Malpighi), após alguns dias, a casca do caule acima
do corte dilata por acúmulo de seiva elaborada, o que
tubo
vaso crivado
também demonstra que o fluxo de seiva no floema
1 – O carregamento
(xilema) (floema) ocorre pela pressão.
folha de açúcar (pontos
(célula-fonte) verdes) da fonte para
o tubo crivado causa a
H2O sacarose absorção de água pelo
1 tubo por osmose.
H2O
fluxo de massa por pressão negativa

fluxo de massa por pressão positiva

2 2 – Essa absorção
de água gera uma
pressão positiva que
força a seiva a fluir ao
longo do tubo.
3 – A pressão diminui
pelo descarregamento
raiz de
de açúcar e pela
reserva
consequente perda de
(célula-dreno)
água no dreno.
4 – No transporte do
4 3 açúcar – "folha-raiz", o
H2O
xilema reutiliza a água

Material exclusivo para professores


sacarose
do dreno para a fonte.

xilema floema
Transporte de seiva elaborada pelas células (tubo crivado) do floema.

conveniados ao Sistema de Ensino


O fluxo de massa é o movimento do líquido com solutos que ocorre
no xilema e no floema, em resposta a um gradiente de pressão. O Ilustração de um anel de Malpighi em tronco de árvore. Note o acúmulo
fluxo de massa sempre ocorre da pressão mais alta para a mais baixa. de seiva elaborada acima do corte. Elementos representados fora da
Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia. escala de tamanho. Cores fantasia.

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306 282 – Material do Professor

ROTEIRO DE AULA
BIOLOGIA 2B

FISIOLOGIA VEGETAL

Condução de seivas Transpiração


Seiva elaborada

Seiva bruta

Floema
Xilema
Açúcares e água
Água e sais minerais

Folhas → raízes
Raízes → folhas
Transpiração Pressão de
Teoria de Dixon Adesão-coesão
“sucção da copa”

Capilaridade

Demonstração Anel de Malpighi


Pressão da raiz

Trajetos
Cerca de 10% de perda Cuticular

de água
Via simplasto Via apoplasto

Cerca de 90% de perda Estomática


de água

Passagem pelo Passagem pelos Trocas gasosas Estômatos


interior das células espaços intercelulares
Transpiração

Água disponível
Controle/
Luminosidade
regulação
Concentração de CO2

Estômatos na face inferior das folhas

Espinhos
Metabolismo C4/CAM Adaptações a
ambientes secos
Cutícula espessa

Material exclusivo para professores Tricomas claros

Parênquima aquífero

conveniados ao Sistema de Ensino


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283 – Material do Professor 307

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

BIOLOGIA 2B
1. Uece-CE – A zona pilífera da raiz apresenta células epi- a) Cite as trocas gasosas que ocorrem por meio do
dérmicas com projeções citoplasmáticas denominadas ostíolo quando se encontra aberto durante certos
de absorventes, cuja principal função é absorver água períodos do dia.
e sais minerais indispensáveis à sobrevivência das
Através da abertura dos ostíolos (ou fenda estomática), os estômatos,
plantas. A absorção de água pelas raízes dos vegetais
acontece normalmente quando
localizados principalmente nas folhas, regulam as trocas gasosas (libe-
a) os níveis de sais no interior das células são menores
do que a quantidade de sais do solo.
ração de O2 e absorção de CO2 da atmosfera) e a transpiração (perda
b) a concentração de sais no interior da raiz é superior
à concentração de sais do solo.
de água na forma de vapor) das plantas.
c) células epidérmicas e solo apresentam a mesma
concentração de sais.
d) existe maior quantidade de água nas células do que
no solo.
A absorção de água pelas raízes dos vegetais acontece normalmente
quando a concentração de sais no interior da raiz é maior (hipertônica)
que a concentração de sais no solo.
b) Explique o motivo pelo qual as plantas aquáticas
podem ficar com os ostíolos abertos o dia inteiro,
2. Unesp – A figura mostra duas propriedades da molécula
enquanto as plantas terrestres podem fechá-los em
de água, fundamentadas na polaridade da molécula e
períodos mais quentes do dia.
na ocorrência de pontes de hidrogênio.
As plantas aquáticas não estão submetidas a condições de restrição hí-

adesão
H O drica, de modo que não necessitam evitar a perda de água decorrente

H
da transpiração fechando seus estômatos, podendo mantê-los abertos
O H
durante todo o dia. Já as plantas terrestres têm disponibilidade de água
H
O
limitada, dessa forma, precisam evitar a perda de água decorrente da
H H
coesão transpiração fechando seus estômatos quando as condições ambientais

objeto polar ou
são desfavoráveis (por exemplo, nas horas do dia em que as temperatu-
eletricamente carregado

ras estão mais altas).

Essas duas propriedades da molécula de água são es-


senciais para o fluxo de 4. UCS-RS – O estômato é uma estrutura epidérmica que
a) seiva bruta no interior dos vasos xilemáticos em plantas. controla a entrada e a saída de gases da planta. Assi-
nale a alternativa que apresenta a relação dos fatores
b) sangue nos vasos do sistema circulatório fechado ambientais que afetam a fisiologia do funcionamento
em animais.
dos estômatos.
c) água no interior do intestino delgado de animais.
a) A maioria das plantas abre os estômatos ao anoi-
d) urina no interior da uretra durante a micção dos animais. tecer, fechando-os ao amanhecer devido ao fotope-
e) seiva elaborada no interior dos vasos floemáticos ríodo.
em plantas. b) Os estômatos abrem-se quando submetidos a altas
A adesão das moléculas de água às paredes dos vasos xilemáticos concentrações de gás carbônico, informando que a
e a coesão entre as moléculas de água são propriedades funda- taxa de fotossíntese chegou ao máximo.
mentais para o fluxo da seiva bruta no xilema.
c) A indisponibilidade de água para a planta estimula a
3. Faculdade Santa Marcelina-SP – A imagem ilustra abertura dos estômatos pelo processo de difusão,
células especiais presentes nas folhas dos vegetais. informando que há déficit de suprimento hídrico.
d) A intensidade de luz, a concentração de CO2 e o su-
primento de água regulam a abertura e o fechamento
dos estômatos.
ostíolo estômato e) A migração de íons de cálcio para o interior das cé-

Material exclusivo para professores


lulas estomáticas permite o controle da abertura e
do fechamento dos estômatos, regulando a pressão
osmótica.
A disponibilidade de água, a intensidade da luz e a concentração

conveniados ao Sistema de Ensino


de CO2 no mesofilo da folha são os principais fatores envolvidos na
regulação da abertura e do fechamento dos estômatos.
células-guarda

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308 284 – Material do Professor

5. Udesc-SC – Analise as proposições abaixo em relação a) Que tecido condutor foi interrompido? Cite a subs-
BIOLOGIA 2B

aos estômatos da planta. tância orgânica encontrada em maior concentração


I. Os estômatos estão localizados, principalmente, na nesse tecido condutor.
epiderme inferior das folhas e são constituídos por O tecido condutor interrompido foi o floema (vasos liberianos). O floe-
duas células clorofiladas em forma de rim ou feijão,
que são chamadas de células-guarda.
ma conduz a seiva elaborada, que é composta de açúcares (produto da
II. Os fatores que estimulam a abertura e o fechamento
dos estômatos são a luz, a concentração de gás
carbônico, a concentração de íons e o grau de hi- fotossíntese) e água.
dratação da planta.
III. A absorção de água pelas células-guarda do estôma-
to altera a sua forma e faz com que o espaço entre
elas, chamado de ostíolo, se feche.
Os estômatos permitem a transpiração da planta e a
troca de gases com a atmosfera.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. b) Em qual lado (direito ou esquerdo) desse ramo esta-
e) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. riam as folhas? Justifique sua resposta.
As folhas estariam do lado direito desse ramo, pois o anel de Malpighi in-
III. Incorreta. O ganho de água pelas células-guarda dos estômatos altera
sua forma, aumentando sua turgidez, o que faz com que o espaço entre
elas, o ostíolo (ou fenda estomática), se abra. terrompe o fluxo de seiva elaborada entre as folhas e as partes da planta

6. Famerp-SP – Um tempo após a extração de um anel situadas abaixo do corte no caule, fazendo com que a seiva se acumule
completo (anel de Malpighi), o ramo de uma árvore
apresentou a seguinte configuração: quando o floema atinge a região que foi cortada.

lado esquerdo lado direito

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. UEPG-PR– A folha é uma estrutura laminar adap- 16) A região interna da folha, ou mesófilo, é constituída
tada à captação de luz. Sua forma e a disposição de células ricas em cloroplastos e grandes espaços
interna dos tecidos refletem adaptações a diferen- por onde circula o ar atmosférico, permitindo assim
tes tipos de ambiente. Sobre o assunto, assinale o a troca de gases com o ambiente.
que for correto.
8. Unesp – Considere o seguinte experimento:
01) A epiderme foliar é quase sempre formada por uma
Um experimento simples consiste em mergulhar a extre-
única camada de células, contudo em regiões ári-
das, as folhas podem apresentar a epiderme com midade cortada de um ramo de planta de flores com péta-
muitas camadas celulares e conter mais estômatos. las brancas em uma solução colorida. Após algum tempo,
São as plantas xerófitas. as pétalas dessas flores ficarão coloridas.
02) As células da epiderme secretam cutina, for- Fonte: Sergio Linhares e Fernando
mando uma película praticamente impermeável, Gewandsznajder. Biologia hoje, 2011.
a cutícula. As trocas gasosas ocorrem por meio Considere os mecanismos de condução de seiva bruta
dos estômatos, presentes principalmente na face
e seiva elaborada nos vegetais. Nesse experimento, o
inferior da folha.
processo que resultou na mudança da cor das pétalas
04) Os hidatódios estão localizados nas bordas de al-

Material exclusivo para professores


é análogo à condução de
gumas folhas e são especializados em eliminar o
excesso de água da planta. a) seiva elaborada, sendo que a evapotranspiração na
parte aérea da planta criou uma pressão hidrostática
08) Os tricomas são estruturas presentes na parte su- positiva no interior do floema, forçando a elevação da
perior da folha, responsáveis pela captura e distri-

conveniados ao Sistema de Ensino


coluna de água com corante até as pétalas das flores.
buição da luz para os cloroplastos, viabilizando o
processo de fotossíntese. b) seiva bruta, sendo que, por transporte ativo, as cé-
lulas da extremidade inferior do xilema absorveram

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285 – Material do Professor 309

pigmentos do corante, o que aumentou a pressão

BIOLOGIA 2B
osmótica nas células dessa região, forçando a passa-
gem de água com corante pelo xilema até as células
das pétalas das flores.
c) seiva elaborada, sendo que, por transporte ativo, as
11. Fuvest-SP – Muitas plantas adaptadas a ambientes
células adjacentes ao floema absorveram a sacarose
produzida nas pétalas da flor, o que aumentou a pres- terrestres secos e com alta intensidade luminosa apre-
são osmótica nessas células, permitindo que, por sentam folhas
osmose, absorvessem água com corante do floema. a) pequenas com estômatos concentrados na parte in-
d) seiva bruta, sendo que a evapotranspiração na parte ferior, muitos tricomas claros, cutícula impermeável
aérea da planta criou uma pressão hidrostática ne- e parênquima aquífero.
gativa no interior do xilema, forçando a elevação da b) grandes com estômatos concentrados na parte infe-
coluna de água com corante até as pétalas das flores. rior, poucos tricomas claros, cutícula impermeável e
e) seiva elaborada, sendo que a solução colorida era parênquima aerífero.
hipotônica em relação à osmolaridade da seiva elabo- c) pequenas com estômatos concentrados na parte su-
rada e, por osmose, a água passou da solução para o perior, ausência de tricomas, cera sobre a epiderme
interior do floema, forçando a elevação da coluna de foliar e parênquima aquífero.
água com corante até as pétalas das flores. d) grandes com estômatos igualmente distribuídos em
ambas as partes, ausência de tricomas, ausência de
9. UEM-PR (adaptada) – Sobre o funcionamento do corpo cera sobre a epiderme foliar e parênquima aerífero.
vegetal, identifique a(s) alternativa(s) incorreta(s).
e) pequenas com estômatos concentrados na parte su-
01) Nas plantas de grande porte, a seiva bruta é trans- perior, muitos tricomas claros, cera sobre a epiderme
portada pelos vasos lenhosos desde a raiz até as foliar e parênquima aerífero.
folhas por capilaridade.
02) A transpiração cuticular é o principal mecanismo de 12. UFRGS-RS – Considere as seguintes afirmações sobre
eliminação de água pela planta. as relações hídricas e fotossintéticas das plantas.
04) No processo de fotossíntese são produzidos glicí- I. A água absorvida pelas raízes percorre uma única
dios que são distribuídos por todo o corpo vegetal via, através dos espaços intercelulares.
por meio do floema. II. A abertura dos estômatos permite a saída do vapor-
08) As células das raízes mantêm o citoplasma com d´água e a entrada do CO2 atmosférico por difusão.
alta concentração de íons, isto é, permanecem os- III. Apenas uma fração da água absorvida é retida na
moticamente ativas por meio do transporte ativo de
planta e utilizada em seu metabolismo.
íons do solo para dentro das células.
16) Vasos lenhosos são extremamente delgados Quais estão corretas?
e têm diâmetro microscópico, o que possibilita a a) Apenas I. d) Apenas II e III.
capilaridade. b) Apenas II. e) I, II e III.
10. UERJ-RJ (adaptada) – Os estômatos são estruturas c) Apenas I e III.
encontradas na maioria dos órgãos aéreos dos vegetais.
13. PUC-Rio (adaptada) – Os estômatos são estruturas
Situados na epiderme, são formados por duas células-
formadas por um conjunto de células localizado geral-
-guarda que controlam a abertura de um orifício, o os-
mente na epiderme foliar, constituindo um canal para
tíolo. Eles desempenham papel fundamental na fotos-
trocas gasosas e transpiração nos vegetais.
síntese, pois permitem as trocas gasosas no vegetal.
A abertura dos estômatos de duas espécies vegetais, Considerando o processo de transpiração vegetal, mar-
A e B, foi monitorada em duas condições: uma das que a alternativa incorreta sobre os estômatos.
espécies foi mantida em ambiente quente e seco; a a) Mantêm-se abertos na presença de luz quando há
outra em ambiente quente e úmido. Observe, no gráfi- disponibilidade adequada de água.
co, a porcentagem máxima de abertura dos estômatos b) Ficam fechados com suprimento de água ideal.
verificada ao longo de um dia:
c) Abrem-se com uma baixa concentração de CO2 na folha.
100
d) Quando estão abertos, acarretam a perda de água
Abertura máxima (%)

pela transpiração.
B
80
14. Unisa-SP (adaptada) – A transpiração vegetal pode
ser demonstrada por meio da utilização do papel de
60
cobalto. Quando seco, o papel apresenta coloração
azul e, quando em contato com a umidade, apresenta
40 A coloração rósea. Em um experimento, três plantas não
desérticas e da mesma espécie foram colocadas em
20 recipientes de vidro distintos e vedados. A epiderme
inferior de algumas das folhas das três plantas foi co-

Material exclusivo para professores


locada em contato com o papel de cobalto. Todas as
6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 plantas estavam envasadas, nas condições s seguir.
Horas do dia Recipiente 1 – suprimento hídrico na terra, ambiente
Adaptado de HELLER et al. Physiologie végétale, I. Nutrition. escuro e baixa concentração de gás carbônico no ar.

conveniados ao Sistema de Ensino


Paris: Dunod, 20014.
Recipiente 2 – baixo suprimento hídrico na terra, ambien-
Identifique a espécie mantida em ambiente quente e te à luz do dia e alta concentração de gás carbônico no ar.
úmido. Justifique sua resposta.

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310 286 – Material do Professor

Recipiente 3 – suprimento hídrico na terra, ambiente à Os estômatos desta planta estão


BIOLOGIA 2B

luz do dia e baixa concentração de gás carbônico no ar. a) abertos na condição 1, pois há intenso bombea-
Em qual desses recipientes o papel de cobalto apre- mento de íons k1 das células-guarda para as células
sentará coloração rósea mais rapidamente? Justifique acessórias, resultando na perda de água e flacidez
sua resposta. destas últimas.
b) fechados na condição 2, pois há redução na troca de
íons k1 entre as células acessórias e as células-guar-
da, mantendo a turgidez de ambas.
c) abertos na condição 2, pois há intenso bombea-
mento de íons k1 das células-guarda para as células
acessórias, resultando na perda de água e flacidez
destas últimas.
d) fechados na condição 1, pois há intenso bombea-
mento de íons k1 das células acessórias para o inte-
rior das células-guarda, resultando na perda de água
e flacidez destas últimas.
e) abertos na condição 2, pois há intenso bombea-
mento de íons k 1 das células acessórias para o
interior das células-guarda, resultando na turgidez
15. Fuvest-SP – A prática conhecida como Anel de Malpighi destas últimas.
consiste na retirada de um anel contendo alguns teci-
dos do caule ou dos ramos de uma angiosperma. Essa 17. UFPR-PR – Estômatos são estruturas vegetais espe-
prática leva à morte da planta nas seguintes condições: cializadas que ocorrem principalmente nas folhas e que
apresentam dois estados funcionais característicos,
aberto e fechado. Diferentes condições ambientais,
Partes Órgão do apresentadas na tabela abaixo, acarretam a abertura
Tipo(s)
retiradas qual o anel ou fechamento dessas estruturas.
de planta
no anel foi retirado a) Preencha a tabela, identificando qual o comporta-
mento que os estômatos terão em cada condição
Periderme, apresentada.
a) Eudicotiledônea parênquima e Caule
floema
Comportamento
Epiderme,
Condição ambiental dos estômatos
b) Eudicotiledônea parênquima e Ramo
(aberto x fechado)
xilema
Alta
Epiderme e Intensidade luminosa
c) Monocotiledônea Caule ou ramo Baixa
parênquima

Periderme, Alto
Eudicotiledônea Suprimento de água
d) parênquima e Caule ou ramo Baixo
Monocotiledônea
floema
Alta
Periderme, Concentração de CO2
Eudicotiledônea
e) parênquima e Caule Baixa
Monocotiledônea
xilema
b) Explique um desses comportamentos (apenas um).

16. Unesp (adaptada) – Analise as imagens de uma mes-


ma planta sob as mesmas condições de luminosidade
e sob condições hídricas distintas.
PAUL LUND/ALAMY STOCK PHOTO

1) planta sob restrição hídrica 2) planta irrigada


com as folhas murchas

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287 – Material do Professor 311

ESTUDO PARA O ENEM

BIOLOGIA 2B
18. Famerp-SP C8-H28 A absorção de do solo através do pelo
Analise a ampliação de uma imagem em escala mi- radicular ocorre por , atingindo o xilema
croscópica. primário, tecido responsável pela condução do que
foi absorvido até a porção superior dos vegetais. A
DIMARION/SHUTTERSTOCK

principal força ascendente de condução é promovida


pela .
Assinale a alternativa que completa, correta e respec-
tivamente, as lacunas do texto.
a) Seiva bruta – transporte ativo – capilaridade.
b) Íons minerais – transporte passivo – pressão
osmótica.
c) seiva elaborada – difusão facilitada – gutação.
d) Moléculas orgânicas – difusão simples – abertura
estomática.
Observa-se na imagem parte do tecido proveniente e) Água – osmose – transpiração foliar.
de uma árvore do grupo angiosperma contendo duas
estruturas em evidência. Em uma árvore adulta, tais 20. Unicamp-SP C8-H28
estruturas são encontradas Algumas plantas de ambientes áridos apresentam o
a) principalmente nas folhas, e sua função é realizar a chamado “metabolismo ácido das crassuláceas”, em
transpiração. que há captação do CO2 atmosférico durante a noite,
b) principalmente no caule, e sua função é reter a água. quando os estômatos estão abertos. Como resultado,
as plantas produzem ácidos orgânicos, que posterior-
c) principalmente na raiz e no caule, e sua função é mente fornecem substrato para a principal enzima fo-
secretar hormônios.
tossintética durante o período diurno. É correto afirmar
d) na região pilífera da raiz, e sua função é realizar a que essas plantas
absorção de água e sais.
a) respiram e fotossintetizam apenas durante o período
e) em toda a árvore, e sua função é realizar as trocas diurno.
gasosas.
b) respiram e fotossintetizam apenas durante o período
19. FGV C8-H28 noturno.
c) respiram o dia todo e fotossintetizam apenas durante
A fotografia mostra o corte transversal de uma raiz.
o período diurno.
d) respiram e fotossintetizam o dia todo.
DORLING KINDERSLEY LTD/ALAMY STOCK PHOTO

xilema primário

pelo radicular

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16
312
BIOLOGIA 2B 288 – Material do Professor

HORMÔNIOS VEGETAIS

As plantas, diferentemente da

PATHASTINGS/DREAMSTIME.COM
maioria dos animais, não podem rea-
• Hormônios gir às condições do ambiente em que
• Movimentos das plantas vivem, deslocando-se. Uma vez que
• Luz e desenvolvimento a primeira raiz é emitida no solo, a
vegetal planta estará fixada nesse local.
Ainda assim, as plantas têm a
HABILIDADES capacidade de responder e fazer
• Conhecer os principais ajustes segundo uma ampla faixa
hormônios vegetais e as de alterações e estímulos oriundos
funções que desempenham do ambiente em que vivem. Elas rea-
no crescimento e gem, principalmente, alterando seu
metabolismo das plantas. padrão de crescimento e de desen-
• Reconhecer os tipos de volvimento, como a forma e a dispo-
movimento realizados sição de ramos e folhas, de sua parte
pelas plantas. aérea em resposta à disponibilidade
• Compreender a influência de luz, e a forma e a disposição de
da luminosidade no suas raízes em resposta à distribui-
desenvolvimento das ção de água e nutrientes no solo.
plantas. Os hormônios vegetais, ou fitor-
• Identificar padrões em mônios, controlam o crescimento
fenômenos e processos e o desenvolvimento das plantas,
vitais dos organismos, bem como suas respostas aos es-
como manutenção do tímulos externos, tais como a luz, a
equilíbrio interno e relações
gravidade e o ataque de herbívoros. Planta crescendo em residência, próximo a uma janela. Esse
com o ambiente. é um exemplo de fototropismo positivo.
Sabe-se que uma planta crescen-
do em um vaso perto de uma janela terá seu caule curvado em direção à fonte de
luz. Também é de conhecimento popular que, ao comprarmos frutas ainda verdes,
podemos acelerar seu amadurecimento colocando-as em um saco plástico fechado,
ou retardar o tempo de amadurecimento das frutas colocando-as na geladeira.
Neste módulo veremos como os fitormônios e alguns estímulos externos estão
envolvidos em processos como esses.

HORMÔNIOS
São moléculas que controlam os processos de crescimento e desenvolvimento,
como o aumento do número de células, do volume celular e da biomassa, aumento
este relacionado ao aparecimento de novas características estruturais, como: raiz,
caule, folhas, flores, sementes e frutos.

Material exclusivo para professores


Os hormônios são produzidos por vegetais e animais e atuam de diferentes modos
no metabolismo. Nas plantas, são chamados de fitormônios, e os principais exem-
plos são: as auxinas, as giberelinas, as citocininas, o etileno e o ácido abscísico. É
comum terem suas ações em locais diferentes de onde foram produzidos e agirem

conveniados ao Sistema de Ensino


sob baixas concentrações. Além disso, atuam especificamente sobre células ou
órgãos-alvos, apresentando natureza química bem diversificada e de efeitos variados,
de acordo com o local de ação e com a sua concentração.

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289 – Material do Professor 313

AUXINAS

BIOLOGIA 2B
O coleóptilo tem sido uma estrutura importante no estudo dos hormônios. Trata-se
de uma estrutura que contém as primeiras folhas de uma planta jovem. Em 1880,
Charles Darwin (1809-1882) e Francis Darwin (1848-1925) realizaram experimentos
com coleóptilos de gramíneas e verificaram a influência da luz em seu crescimento.

luz

ápice ápice com ápice com lado da


removido cobertura cobertura curvatura
opaca transparente coberto por
proteção
opaca

Representação do experimento de Charles e Francis Darwin com coleóptilos de gramíneas. Coleóptilos


intactos crescem em direção à luz. Caso o ápice seja coberto por papel ou cortado, não haverá resposta
ao estímulo luminoso. Se a parte basal for coberta, a resposta ao estímulo luminoso não será afetada.
Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
Fonte: REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 841.

Frits Went (1903-1990), em 1928, realizou estudos com coleóptilos de aveia.


Cortando-se transversalmente o ápice, o coleóptilo deixa de receber auxinas e,
consequentemente, deixa de crescer. Se o ápice amputado for recolocado, o cres-
cimento é restabelecido.
Para testar a ocorrência da auxina produzida na extremidade do coleóptilo res-
ponsável pelo crescimento, é possível realizar o seguinte experimento: corta-se um
coleóptilo e coloca-se durante certo tempo sobre ele um bloco de ágar – substância
gelatinosa obtida de algas marinhas. Após algum tempo, o ágar absorve a auxina
produzida pelo ápice cortado.

Escuro

ágar

A B C D E

Representação do experimento de Went. Resultados obtidos com as plantas mantidas no escuro.


(A) ápice do coleóptilo amputado (planta para de crescer); (B) ápice removido é recolocado
(planta volta a crescer); (C) ápice cortado recolado descentralizado (planta volta a crescer com
curvamento); (D) colocação de bloco de ágar descentralizado na planta com ápice cortado; (E)
se o ágar é colocado descentralizado, a planta volta a crescer com curvamento. Elementos

Material exclusivo para professores


representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Com a recolocação do bloco de ágar centralizado sobre a parte amputada, a planta


volta a crescer normalmente. No entanto, quando o ágar é deslocado lateralmente

conveniados ao Sistema de Ensino


(descentralizado) em relação ao eixo longitudinal do ápice amputado, é observado um
crescimento diferenciado – o lado que recebe mais auxina cresce mais, curvando-se
para o lado oposto ao do bloco de ágar.

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314 290 – Material do Professor

Com base nos resultados desse experimento, pode-se demonstrar a existência


BIOLOGIA 2B

de um hormônio de crescimento. Posteriormente, esse hormônio foi denominado


auxina e identificado quimicamente como o ácido indol-acético (AIA), encontrado
em briófitas, fungos e algas.
Nas plantas vasculares, a auxina é sintetizada em regiões de grande ativida-
de, como as gemas dos caules, coleóptilos das sementes, folhas jovens, frutos
e sementes. O AIA é produzido em folhas jovens, que se encontram nas gemas
ativas dos caules e nos embriões no interior das sementes. Raízes não têm folhas
e, portanto, não produzem auxina.
As auxinas não são transportadas por vasos condutores, deslocando-se do
ápice do caule e das folhas em direção à base do caule, ou seja, apresentam
transporte polarizado.

Efeitos
Experimentalmente, foi demonstrado que órgãos da planta apresentam sensibi-
lidades diferentes à auxina: a raiz é a mais sensível; o caule é o menos sensível; e
as gemas laterais apresentam sensibilidade intermediária.
A auxina, além de promover a distensão celular (alongamento), quando distri-
buída caule abaixo, inibe o desenvolvimento das gemas laterais (localizadas nas
axilas das folhas), que ficam em estado de dormência (fenômeno conhecido como
dominância apical). Isso ocorre em razão da elevada concentração do hormônio
na região das gemas laterais.
Quando a gema apical da planta é removida, grande parte da auxina deixa de
ser produzida e, com isso, ocorre a diminuição na concentração desse hormônio.
Assim, as gemas laterais deixam o estado de dormência, isto é, deixam de estar
sob dominância apical e se desenvolvem formando novos ramos laterais. A remoção
das gemas apicais é chamada de poda, a qual promove o aumento da copa da planta
por meio da formação de novos ramos laterais.
BANKIRAS/SHUTTERSTOCK

gema apical

gemas laterais
Nessa espécie vegetal, observa-se a dominância
apical sobre as gemas laterais.

Formação de raízes adventícias

Material exclusivo para professores Muitas plantas se propagam vegetativamente, ou seja, sem a participação de
sementes, por meio de segmentos do caule (estacas) ou até mesmo de folhas. Entre-
tanto, para que se desenvolvam em novas plantas, é necessária a formação de raízes

conveniados ao Sistema de Ensino


adventícias. Mandioca e cana-de-açúcar, por exemplo, são plantadas naturalmente
por meio de estacas de caule. Nessas plantas, a auxina presente no segmento do
caule estimula a formação de novas raízes adventícias.

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291 – Material do Professor 315

Artificialmente podem ser obtidas raízes adventícias por meio da pulverização


das estacas com auxinas, o que leva ao desenvolvimento de novas plantas com a

BIOLOGIA 2B
formação das raízes, as quais fixam o vegetal no solo, além de absorverem água e
sais minerais. Esse tipo de propagação por estacas é comum na produção de “cercas
vivas” de grandes extensões.
Plantas como violetas podem ser propagadas usando-se o hormônio auxina para
promover a formação de raízes por meio das folhas.

Abscisão
É a queda periódica de folhas (abscisão foliar), flores e frutos. Quando uma folha
envelhece, há diminuição da concentração de auxina no limbo foliar. Com outras
substâncias, ela se desloca para o caule, ao mesmo tempo que ocorre o aumento
de concentração do hormônio etileno. O etileno estimula a ação de enzimas, as
quais provocam a degeneração dos tecidos do pecíolo, formando uma camada de
abscisão. É nesse local que as folhas se desprendem da planta e caem.

LATINSTOCK/DR KEITH WHEELER/SCIEN-


CE PHOTO LIBRARY/SPL DC
AMANI A/DREAMSTIME.COM

camada protetora camada de abscisão

caule pecíolo

A abscisão foliar é controlada por uma razão entre a concentração de etileno e auxina. Após a queda da folha, é
formada uma camada protetora que contém um depósito de suberina (cicatriz foliar).

Partenocarpia
À medida que a semente se desenvolve, ocorre a produção de auxina, a qual
estimula o desenvolvimento do fruto. Com esse conhecimento, o ser humano pro-
duz frutos sem sementes por meio da aplicação de auxina no carpelo de flores não
polinizadas (fenômeno de partenocarpia) – por exemplo, laranja-da-baía, uva e tomate.
ALEXANDER GRUSHIN/LINDAVOSTROVSKA/ISTOCKPHOTO

AIA
tomate fecundado (tomate sem sementes)
ALEXANDER GRUSHIN/ALEXANDER GRUSHIN/
DREAMSTIME.COM

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino Tomate com sementes à esquerda (fecundado); à direita, fruto partenocárpico, obtido pela aplicação de auxina.

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316 292 – Material do Professor

CITOCININA
BIOLOGIA 2B

Substância produzida na região do ápice da raiz e transportada por meio do


xilema a todas as partes da planta. Esse hormônio estimula mitose no local de
ação, aumentando assim o número de células. Dessa forma, o desenvolvimento é
influenciado pelas citocininas, que estimulam mitoses, e pelas auxinas, que induzem
o alongamento das novas células.

GIBERELINA
A descoberta dessa substância ocorreu na década de 1920 no Japão. Agricultores
japoneses notaram que alguns pés de arroz apresentavam crescimento exagerado,
quebrando-se facilmente. O botânico Kurosawa estudou esse fenômeno, o qual
representava grande importância econômica, e descobriu que as plantas anormais
apresentavam um fungo denominado Gibberella fujikuroi.
Kurosawa demonstrou que o fungo produzia uma substância indutora de cres-
cimento, que recebeu o nome de giberelina. Esse hormônio promove o cresci-
mento normal de plantas anãs (reversão de nanismo genético), induz a quebra da
dormência de determinadas sementes, induz a partenocarpia e estimula a germinação
das sementes. A síntese de giberelina ocorre em três locais: frutos, sementes em
desenvolvimento e raízes.

ETILENO
Hormônio gasoso produzido por todas as partes das plantas. É também
um gás liberado como resíduo em combustões, como na queima de madeira,
gasolina e álcool.

CH 2 CH 2
Etileno

A principal ação do etileno é promover senescência, ou seja, amadurecimento


seguido de envelhecimento de folhas e frutos. Quando isso ocorre, folhas e frutos
passam a produzir menos auxina, reduzindo a concentração desse hormônio na planta
e, desse modo, a ação do etileno promove a abscisão de folhas e flores.
O efeito do etileno no amadurecimento dos frutos pode ser demonstrado de
maneira simples. O mamão, por exemplo, amadurece mais rapidamente quando
tem sua superfície cortada superficialmente e é embrulhado em papel ou jornal.
Isso acontece porque a região cortada libera etileno, que é retido no local por conta
do papel, acelerando o processo de amadurecimento.

ÁCIDO ABSCÍSICO
Também conhecido como ABA, é um hormônio que inibe o crescimento das
plantas, induzindo a dormência de sementes e gemas. Esse efeito é bastante impor-
tante, uma vez que possibilita que as plantas respondam adequadamente a condições
ambientais adversas, como restrição hídrica e baixas temperaturas. Também induz
o fechamento dos estômatos em condições de estresse hídrico.

MOVIMENTOS DAS PLANTAS


Nas plantas, os movimentos são respostas à ação dos hormônios e/ou a fatores
ambientais, como estímulos químicos, luminosidade ou choques mecânicos.

FOTOTROPISMO E GEOTROPISMO

Material exclusivo para professores Tropismo é o movimento orientado em relação a uma fonte de estímulo. Pode
ser positivo, quando ocorre em direção à fonte, ou negativo, em direção oposta
à fonte. Nas plantas, o tropismo está relacionado com o estímulo externo e a ação

conveniados ao Sistema de Ensino


das auxinas.
Fototropismo é o nome dado ao fenômeno de crescimento do caule em dire-
ção à luz. Quando um caule recebe luminosidade em apenas um dos lados, na face

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293 – Material do Professor 317

iluminada ocorre a inativação de parte do AIA presente, o que inibe o crescimento


das células nessa região. Assim, o lado sombreado cresce mais, promovendo a

BIOLOGIA 2B
curvatura do caule em direção à luz.

WIMALGORZATA/DREAMSTIME.COM
auxina promove o
alongamento celular
DESIGNUA/DREAMSTIME.COM

face
sombreada
luz

fotoinibição
da auxina

À direita, plantas jovens de tomate crescendo em direção à luz solar. À esquerda, esquema que representa o estímulo da
auxina ao crescimento das células na sua face sombreada, promovendo o curvamento do caule; na face iluminada do caule a
auxina é fotoinibida. Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Plantas que crescem em ambiente escuro ou sombreado curvam-se em direção à


fonte de luz. Uma planta que cresce em um ambiente escuro – por exemplo, dentro
de uma caixa com uma abertura lateral –, quando atingir um tamanho a ponto de
sair da caixa escura e atingir a claridade plena, retornará ao crescimento vertical.
Posicionando horizontalmente uma planta jovem em fase de crescimento, verifica-
-se que, pela ação da gravidade, a concentração de auxina aumenta do lado próximo
ao solo, tanto no caule como na raiz. Nos caules, esse aumento da concentração
de auxina estimula o crescimento das células desse lado, determinando a curvatura
para cima (geotropismo negativo). Nas raízes, o desenvolvimento é inibido, de-
terminando a curvatura para baixo (geotropismo positivo).
Colocando a planta em posição horizontal, adaptada a um disco giratório, a au-
xina se distribui uniformemente pelo caule e pela raiz, não havendo manifestação
do geotropismo nem do fototropismo. Isso demonstra que o crescimento desigual
ocorre em virtude da concentração da auxina em apenas um dos lados e em razão
da diferença de sensibilidade do caule e da raiz à auxina.
MARTIN SHIELDS/PHOTORESEARCHERS/LATINSTOCK

Material exclusivo para professores Geotropismo positivo do caule em planta

conveniados ao Sistema de Ensino


jovem de tomate (Solanum lycopersium). Note
que, mesmo com o vaso deitado e mantido
nessa orientação, a parte aérea da planta
(caule) cresceu curvando-se para cima.

Dom Bosco
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318 294 – Material do Professor

NASTISMO
BIOLOGIA 2B

Movimentos que não são orientados em relação à fonte do estímulo são deno-
minados nastismo. Dependem da simetria interna do órgão, que deve ter disposição
dorsiventral, como folhas de plantas.
Fotonastismo é o movimento que ocorre quando uma flor está desabrochando
e representa o movimento de curvatura das pétalas em direção à base da corola. O
movimento não é orientado pela direção da luz, acontecendo, então, sempre para
a mesma posição.
Existem flores que se abrem na presença de luz, fechando-se à noite, como a
onze-horas. Há também aquelas que se fecham na presença de luz, abrindo-se du-
rante a noite, como a dama-da-noite e algumas espécies de orquídeas.
A abertura e o fechamento das flores das plantas em resposta à presença ou à
ausência de luz também estão correlacionados com a atividade de seus agentes
polinizadores. Plantas cujas flores se abrem durante a noite possuem polinizadores
ativos durante esse período; a mesma coisa acontece com as flores que se abrem
durante o dia e seus polinizadores.
IAM555MAN/ISTOCKPHOTO

SNEZANA VASILJEVIC/SHUTTERSTOCK
Flores de angiospermas que apresentam movimentos de nastismos. À esquerda onze-horas (Portulaca grandiflora), planta que abre suas pétalas por volta
do meio-dia; à direita; dama-da-noite, nome popular dado a várias espécies de plantas cujas flores se abrem à noite.

Tigmonastismo é o movimento que ocorre em plantas carnívoras. Quando um


inseto entra em contato com esse tipo de planta, tocando suas folhas com tricomas
altamente especializados, as folhas se fecham. Em seguida, ocorre a liberação de
secreções digestivas, digerindo suas presas.
TETYANA KOROP/DREAMSTIME.COM

VERASTUCHELOVA/DREAMSTIME.COM

Material exclusivo para professores Tigmonastismo em folhas de planta carnívora, Dionaea sp. Planta com folhas abertas (à esquerda); folhas fechadas com inseto capturado (à direita).

Sismonastia é o movimento de fechamento realizado pelos folíolos das folhas

conveniados ao Sistema de Ensino


de plantas sensitivas, também conhecidas como dormideiras ou mimosas. Nesse
processo, os folíolos se fecham quando recebem estímulo mecânico, que pode ser
provocado por simples toque ou pela ação do vento. Ele é explicado pela diferença

Dom Bosco
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295 – Material do Professor 319

de turgescência das células parenquimáticas da base FOTOCROMO


do pecíolo, que formam pequenos órgãos denomina-

BIOLOGIA 2B
Pigmento envolvido nas respostas ao fotoblastismo
dos pulvinos. (germinação de sementes) e ao florescimento. O pig-
mento é uma proteína de cor azul que é encontrada sob
SUTHAM/SHUTTERSTOCK

duas formas: Fv, considerada fisiologicamente inativa,


com pico de absorção de luz na faixa do vermelho; Fve,
considerada a forma ativa do fitocromo, cujo pico de
absorção está na faixa do vermelho extremo (em torno
de 730 nm).
A transformação de Fv em Fve (forma ativa) ocorre
na presença de luz durante o dia, ou apenas na presen-
ça de luz vermelha (comprimento de onda em torno
de 660 nm). Já a forma Fve transforma-se na forma
Fv quando absorve luz na faixa do vermelho extremo
(comprimento de onda em torno de 730 nm). Atualmen-
te, sabe-se que essa transformação também ocorre
durante a noite de forma bastante lenta.

Luz vermelha
Fv Fve
Luz vermelho-distante

Assim, ao final de 24 horas, o período escuro é mais


importante que o claro, pois é o que vai determinar a
Planta sensitiva Mimosa pudica, cujos folíolos se fecham ao serem tocados. quantidade de Fve.

TACTISMO FOTOPERIODISMO
Movimento que ocorre em vegetais e animais ca- Controle exercido pelo período luminoso durante a
racterizado pelo deslocamento positivo ou negativo de duração do dia (razão entre claro e escuro) sobre certos
estruturas vegetais em resposta a estímulos externos. fenômenos fisiológicos da planta, como germinação de
• Fototactismo: movimento dos cloroplastos de sementes, queda das folhas e floração.
acordo com a intensidade luminosa – inclui-se,
nesse caso, deslocamento de determinadas algas FLORAÇÃO E FOTOPERÍODO
em direção à fonte luminosa, como ocorre com Na região do Equador, a duração do dia e da noite
espécies do gênero Euglena. é igual, isto é, são 12 horas de dia e 12 horas de noite.
• Aerotactismo: movimento estimulado pelo oxi- À medida que se desloca para os polos, a duração do
gênio do ar atmosférico, por exemplo, o desloca- período claro e escuro dos dias muda conforme as es-
mento de bactérias aeróbias em direção à fonte tações do ano. No verão, os dias são mais longos e as
de oxigênio, concentrando-se nesses locais. noites, mais curtas, enquanto no inverno é o inverso.
• Quimiotactismo: movimento de gametas mas- Uma planta, dependendo da região em que se en-
culinos (anterozoides) em direção ao gameta fe- contra, pode florescer ou não na mesma época. As plan-
minino (oosfera), atraídos por substâncias quími- tas respondem a variações no comprimento dos dias
cas liberadas pela oosfera. por meio dos fitocromos – cromoproteína de cor azul.
Quando a planta recebe estímulo fotoperiódico ade-
LUZ E DESENVOLVIMENTO quado, a forma ativa do fitocromo, presente nas folhas,
estimula a produção do hormônio florígeno, que leva
VEGETAL as gemas do caule à floração.
Animais e plantas reagem à variação na duração do De acordo com a necessidade ou não do estímulo
dia. Muitas espécies têm fenômenos do ciclo de vida fotoperiódico para florescer, as plantas são divididas
em três grupos.

Material exclusivo para professores


regulados pelo fotoperíodo. O efeito da variação na
duração do dia sobre os animais pode ser observado • Plantas de dias curtos (PDC) florescem quando
desde insetos até mamíferos. Por exemplo, na troca recebem, durante determinado período, luz inferior
de penas em aves, na troca de pelos em mamíferos ao seu fotoperíodo crítico. No início da primavera

conveniados ao Sistema de Ensino


e nos ciclos reprodutivos. Entretanto, a influência do ou do outono, essas plantas ficam repletas de flo-
fotoperíodo sobre as plantas tem sido mais estudada res – por exemplo, crisântemo, bico-de-papagaio,
do que nos animais. morango, prímula.

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320 296 – Material do Professor

Plantas com diferentes fotoperíodos, PDC e PDL,


24 horas
BIOLOGIA 2B

podem florescer na mesma época do ano, dependendo


do fotoperíodo crítico de cada uma delas e do compri-
mento do dia (razão entre o período claro e escuro).
Imagine uma PDC com fotoperíodo crítico de 13 horas
e uma PDL com fotoperíodo crítico de 11 horas. Se
ambas as plantas receberem, durante certo tempo (10
a 15 dias), 12 horas de luz, as duas plantas florescerão,
uma vez que a primeira planta recebe menos luz que
seu fotoperíodo crítico (13 horas), e a PDL recebe mais
luz que seu fotoperíodo crítico (11 horas).

FENÔMENO DA QUEBRA DA NOITE


Posteriormente foi descoberto que, na verdade,
luz período lampejo escuro
crítico de (flash) é a duração da noite (período escuro), e não do dia
escuro de luz (período claro), que determina a floração. Isso pode
ser demonstrado experimentalmente por meio da cha-
Planta de dia curto (noite longa). Floresce quando a duração da noite é mada “quebra da noite”. Imagine uma planta em uma
maior que o período crítico de escuro. Um flash de luz interrompendo casa de vegetação (estufa) recebendo estímulo lumi-
o período de escuro é suficiente para inibir o florescimento da planta.
noso adequado. Caso esse estímulo seja interrompido
Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
apagando-se a luz durante um minuto, por exemplo, o
Fonte: REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed,
2015. p. 853. Adaptado. fenômeno da floração não será alterado. No entanto,
se o período escuro for interrompido por um flash de
• Plantas de dias longos (PDL) florescem quando luz, por exemplo, a floração não ocorrerá nas plantas
recebem, durante determinado período, luz supe- de dias curtos, enquanto nas plantas de dias longos
rior ao seu fotoperíodo crítico. Formam flores prin- as flores serão produzidas normalmente.
cipalmente no verão. A duração do fotoperíodo é A explicação para esse resultado é a seguinte: quan-
definida experimentalmente e varia de uma espécie do o período claro é interrompido, a transformação de
para outra – por exemplo, espinafre, alguns tipos Fv em Fve não é alterada, pois quando o estímulo lumi-
de batata, certas variedades de trigo, alface, aveia, noso é restabelecido a transformação do Fv em Fve é
cravo, ervilha. rápida. Porém, quando o período escuro é interrompido
com um flash de luz, ocorre a rápida transformação de
24 horas Fv em Fve. Logo, o período escuro não será suficiente
para converter o Fve em Fv, uma vez que esse proces-
so é muito lento.
Assim, ao final do período escuro determinado, a
quantidade de Fve será maior que o necessário, de
modo que as plantas de dias curtos não vão florescer.
Como as plantas de dias longos geralmente necessi-
tam de maior quantidade de Fve, elas podem florescer.
Quando as folhas são expostas ao fotoperíodo
adequado, enviam à gema do caule o florígeno, que
estimula a produção de flores.

FOTOBLASTISMO
período lampejo Trata-se do efeito da luz sobre a germinação das
crítico de (flash)
escuro de luz sementes. Também está relacionado ao fitocromo. Há
três tipos de semente quanto à necessidade ou não
Planta de dia longo (noite curta). Floresce quando a duração da noite é de luz para germinarem:
menor que o período crítico de escuro. Um flash de luz interrompendo • fotoblástica positiva: germina apenas quando

Material exclusivo para professores


o período de escuro induz o florescimento da planta. Elementos estimulada pela luz – por exemplo, sementes de
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
alface, estévia e bétula;
Fonte: REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2015. p. 853. Adaptação. • fotoblástica negativa: tem germinação inibida
pela luz – como sementes de melancia, mamona;

conveniados ao Sistema de Ensino


• Plantas indiferentes ou neutras não dependem do • não fotoblásticas ou indiferentes: germinam
estímulo fotoperiódico para florescer – tomate, fei- tanto na presença quanto na ausência de luz –
jão, milho (depende da temperatura para florescer). como a maioria das plantas.

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297 – Material do Professor 321

ROTEIRO DE AULA

BIOLOGIA 2B
FISIOLOGIA VEGETAL Abscisão foliar

Etileno

Estimula desenvolvimento do fruto

Inibe germinação da semente e desenvolvimento


Ácido abscísico (ABA) do fruto

Estimula divisão celular e desenvol-


Citocinina
vimento das gemas laterais

Hormônios
Produzida na raiz e brotos de folhas

Giberelina
Desenvolvimento do fruto e germi-
nação da semente

Produzida na gema apical

Auxina (AIA) Desenvolvimento do fruto

Inibe gemas laterais

Fototactismo

Tactismos Quimiotactismo

Aerotactismo
Movimentos das
plantas
Fototactismo

Nastismos Tigmonastismo

Sismonastismo

Plantas de dias longos


Fotoperiodismo Plantas de dias curtos
Plantas indiferentes

Material exclusivo para professores


Luz e
desenvolvimento
(+) Luz estimula germinação

conveniados ao Sistema de Ensino


Fotoblastismo (–) Luz inibe germinação
Indiferentes (não fotoblásticas)

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322 298 – Material do Professor

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
BIOLOGIA 2B

1. PUC-Campinas – Certas plantas só florescem em de- 4. Udesc-SC – A luminosidade é um fator de grande in-
terminados meses do ano e o fator preponderante que fluência no crescimento dos caules, pois, normalmente,
exerce o papel de relógio biológico para elas é eles têm um crescimento em direção à luz, o chamado
a) a mudança do pH do solo. fototropismo positivo.
b) o período de iluminação diário. Assinale a alternativa que contém o nome do principal
c) a variação da velocidade do vento. hormônio vegetal envolvido no fototropismo positivo
dos caules.
d) a intensidade das chuvas.
e) a quantidade de nutrientes do solo. a) Noradrenalina
b) Citosina
Algumas plantas dependem do período de iluminação diário para seu flo-
rescimento. As plantas de dias curtos (PDC) florescem quando recebem, c) Giberelinas
durante determinado período, luz inferior ao seu fotoperíodo crítico. d) Auxina
Crisântemos, bicos-de-papagaio, morangos e prímulas são exemplos
de PDC. Já as plantas de dias longos (PDL) florescem quando recebem, e) Etileno
durante determinado período, luz superior ao seu fotoperíodo crítico. A auxina, também conhecida como ácido indol-acético (AIA), é o prin-
Espinafre, alface, aveia, cravo e ervilha são alguns exemplos de PDL. cipal fitormônio envolvido nos movimentos de fototropismos: fototro-
Entretanto, a maioria das espécies não depende do estímulo fotope- pismo (+) no caule e fototropismo (-) na raiz.
riódico para florescer.
5. Fatec-SP – Na caatinga brasileira, plantas como os mu-
2. UEMG-MG – O procedimento cotidiano adequado para lungus (Erythrina spp.) são classificadas como caduci-
se retardar o amadurecimento de um mamão é: fólias porque apresentam a perda sazonal das folhas.
a) embalar o fruto em jornal.
O hormônio e a adaptação diretamente relacionados
b) gerar cicatrizes em sua superfície. a esse mecanismo fisiológico são, respectivamente:
c) fornecer calor de forma moderada. a) ácido abscísico e aumento da transpiração.
d) manter o mamão em local ventilado. b) auxina e diminuição da fotossíntese.
O etileno é um hormônio gasoso que acelera o amadurecimento dos c) citocinina e aumento da transpiração.
frutos. O amadurecimento dos frutos pode ser retardado mantendo-os
em local ventilado (que dissipam o etileno produzido) ou em locais de d) etileno e diminuição da transpiração.
temperaturas mais baixas (o que inibe a síntese do etileno). e) giberelina e aumento da fotossíntese.
A queda das folhas das plantas da caatinga está relacionada à ação
3. UERN-RN (adaptada) – Pode-se observar na figura abai- do hormônio etileno. Com a queda das folhas, as plantas reduzem a
xo o aprisionamento de um inseto pelas folhas articula- perda de água por meio da transpiração – uma adaptação das plantas
em relação à longa estação quente e seca às quais estão submetidas
das da espécie de planta carnívora do gênero Dionaea. nesse bioma.
VERASTUCHELOVA/DREAMSTIME.COM

6. UFRGS-RS (adaptada) – Quais hormônios vegetais


estão associados às funções descritas abaixo?
I. Promove a quebra da dormência da semente.
II. Regula a queda das folhas no outono.
III. Inibe o crescimento das gemas laterais.
A giberelina promove a quebra da dormência da semente (I); o etileno

é responsável pela abscisão foliar (II); e a auxina inibe o crescimento

das gemas laterais, fenômeno conhecido como dominância apical (III).

Esse movimento das folhas, em resposta ao toque feito


pelo animal, é um exemplo de que tipo de movimento?
Nastismos são movimentos que não são orientados em relação à fonte

do estímulo. O fechamento das folhas da planta carnívora Dionaea é

um movimento desse tipo, mais especificamente um tigmonastismo.

Material exclusivo para professores


Quando um inseto toca nos tricomas presentes na folha da planta, as

folhas se fecham, aprisionando-o.

conveniados ao Sistema de Ensino


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299 – Material do Professor 323

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

BIOLOGIA 2B
7. UFJF-MG (adaptada) – Hormônios vegetais atuam em A sequência correta de preenchimento dos parênteses,
concentrações muito reduzidas sobre grupos de células de cima para baixo, é:
específicas. Sobre os hormônios vegetais são feitas as a) V – V – F – F – V.
seguintes afirmativas:
b) V – V – F – V – F.
I. Auxina é importante na dominância apical e no de-
senvolvimento de frutos. c) F – F – V – F – V.
II. Giberelinas estimulam o alongamento do caule. d) V – V – F – F – F.
III. Citocininas estimulam divisões celulares e o desen- e) F – F – V – V – F.
volvimento de gemas laterais.
10. UEL-PR – Hormônios são substâncias produzidas por
IV. Ácido abscísico promove a dormência da semente
determinado grupo de células ou tecidos e estimularão,
e o fechamento de estômatos.
inibirão ou modificarão a resposta fisiológica e o desen-
V. Etileno estimula o amadurecimento de frutos. volvimento de outras regiões do próprio organismo. Nas
São corretas: plantas, eles também são chamados de fitormônios
e participam de diferentes fases do desenvolvimento
a) I, II e V.
vegetal.
b) I, IV e V.
Sobre os fitormônios, responda aos itens a seguir.
c) I, III e IV.
d) II, III, IV e V. a) Muitas espécies de plantas ornamentais e frutíferas
são podadas entre as estações reprodutivas. Que
e) I, II, III, IV e V. tipo de resposta fitormonal essa poda costuma de-
sencadear e qual a sua consequência?
8. Uece-CE – A biosfera recebe a radiação solar em com-
primentos de onda que variam de 0,3 µm a aproximada- A auxina estimula o crescimento do caule (alongamento celular) das
mente 3,0 µm. Em média, 45% da radiação proveniente
do Sol encontra-se dentro de uma faixa espectral de plantas. Quando a gema apical é removida, conhecida como poda,
0,18 µm a 0,71 µm, que é utilizada para a fotossíntese
das plantas (radiação fotossinteticamente ativa, RFA). grande parte da auxina deixa de ser produzida e, com isso, ocorre a
Em função da luz solar, pode-se afirmar corretamente que
a) as plantas que crescem sob a sombra desenvolvem diminuição na concentração desse hormônio. Assim, as gemas laterais
estrutura e aparência semelhantes àquelas que cres-
cem sob a luz. saem do estado de dormência e desenvolvem-se, formando novos
b) a parte aérea das plantas recebe somente a radiação
unidirecional. ramos laterais.
c) fotoperiodismo é a resposta da planta ao comprimen-
to relativo do dia e da noite e às mudanças neste
relacionamento ao longo do ano.
d) respostas sazonais em plantas não são possíveis
porque os organismos vegetais são incapazes de
“perceber” o período do ano em que se encontram.

9. UPF-RS – As plantas são capazes de reagir a estímulos


ambientais, produzindo movimentos. Entre os tipos de b) Quais são os efeitos do fitormônio etileno?
movimento, destacam-se os tropismos e os nastismos
O etileno é um hormônio gasoso envolvido na resposta ao estresse
ou nastias. Considere as afirmativas abaixo sobre es-
ses tipos de movimento vegetal, assinalando com V as
verdadeiras e com F as falsas. mecânico e na abscisão foliar e estimula o amadurecimento de frutos.

( ) Tropismos resultam do crescimento de uma planta,


ou parte dela, em resposta a um estímulo externo
e dependem da posição do estímulo.
( ) Nastismos ocorrem em resposta a um estímulo
externo, mas o movimento independe da posição
do fator estimulante.
( ) As gavinhas das plantas que se enrolam em di-
versos tipos de suporte apresentam um tipo de
tropismo denominado geotropismo.

Material exclusivo para professores


( ) Como exemplo de nastismos, pode-se citar as fo-
lhas de Mimosa pudica (sensitiva ou dorme-dorme),
que se fecham quando são tocadas.
( ) O crescimento diferencial de uma planta observado

conveniados ao Sistema de Ensino


durante o fototropismo positivo resulta da ação do
fitormônio giberelina sobre o alongamento celular.

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324 300 – Material do Professor

11. Unisc-RS – Em relação ao fitormônio auxina, pode-se c) fototropismo e geotropismo.


BIOLOGIA 2B

afirmar que d) tigmotropismo e gravitropismo.


a) inibe o crescimento da planta e causa a dormência e) geotropismo e hidrotropismo.
de sementes, impedindo sua germinação prematura.
b) é abundante onde há muita proliferação de células, 14. Famerp-SP – A figura ilustra três respostas das células
como sementes em germinação, frutos e folhas em de uma angiosperma em relação a diferentes hormô-
desenvolvimento e pontas de raízes. nios vegetais.
c) é produzida pelo meristema apical do caule e res-
ponsável pela dominância apical.
d) é uma substância gasosa produzida em diversas par-
tes da planta e capaz de induzir o amadurecimento
dos frutos. 1
e) estimula o alongamento do caule e a germinação
de sementes.
2
12. Uece-CE – No Brasil, país de clima tropical, as frutas
se deterioram com muita facilidade. Na distribuição
desses alimentos pelo país, os carros frigoríficos são
essenciais para que os frutos não amadureçam durante 3
o transporte a longas distâncias, porque baixas tempe-
raturas garantem a
a) aceleração da respiração.
b) inibição da síntese do gás etileno.
c) interrupção do processo fotossintético. a) Qual seta indica a ação correta das auxinas? Justifi-
d) inibição da decomposição de clorofila. que sua escolha.

13. Uema-MA – Sabendo-se que os movimentos dos ve-


getais respondem à ação de hormônios, de fatores
ambientais, de substâncias químicas e de choques
mecânicos, observe as informações abaixo sobre esses
movimentos relacionando-os às plantas 1 e 2.

Planta 1 Planta 2

Fonte: SANTOS, F. S. dos; AGUILAR. J. B. V.; OLIVEIRA, M. M. b) Que efeito é esperado em uma planta após a retirada
A. de. Ser protagonista, Biologia Ensino Médio, 2º ano. São Paulo: dos ramos que contêm as gemas apicais? Justifique
Edições SM, 2010. (adaptado) sua resposta.
Movimentos dos vegetais
• Tigmotropismo é o encurvamento do órgão vegetal
em resposta ao estímulo mecânico.
• Gravitropismo é também chamado de geotropismo
por muitos. O fator que estimula o crescimento do
vegetal é a força da gravidade da terra, podendo ser
negativo e positivo.
• Hidrotropismo é o movimento orientado para a água,
enquanto o quimiotropismo é o movimento orienta-
do para determinadas substâncias.
• Fototropismo é a resposta do vegetal quando o estí-

Material exclusivo para professores


mulo é a luz. Os caules tendem a crescer em direção
à luz, assim apresentando fototropismo positivo.
Os movimentos que ocorrem nas plantas 1 e 2 são,
respectivamente:

conveniados ao Sistema de Ensino


a) hidrotropismo e fototropismo.
b) fototropismo e hidrotropismo.

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301 – Material do Professor 325

15. UEPG-PR – Fotoperiodismo são respostas biológicas hormônio regula várias respostas nos vegetais, tais

BIOLOGIA 2B
relacionadas com a duração do dia e da noite, duração como resposta ao estresse mecânico, florescimento,
essa que varia ao longo das estações do ano. As plantas e abscisão, embora sua ação dependa do estágio
conseguem perceber essas variações. Com relação ao de maturação.
fotoperiodismo das plantas, assinale o que for correto.
01) As plantas de dias curtos florescem quando sub- 17. UERJ-RJ – O padrão de movimentação das plantas é in-
metidas a períodos de escuro igual ou maior que o fluenciado por diferentes estímulos, de natureza química
fotoperíodo crítico. ou física. Considere as plantas como a dama-da-noite,
que abrem suas flores apenas no período noturno.
02) O fotoperíodo das plantas é dependente da secre-
ção do hormônio da glândula pineal, a melatonina. a) Identifique o tipo de movimento vegetal que promo-
ve a abertura noturna das flores da dama-da-noite e
04) Os fitocromos localizados nas folhas não influen-
indique o estímulo responsável por esse movimento.
ciam o fotoperíodo das plantas.
08) A floração das plantas neutras é dependente de
períodos de dias curtos e de noites longas.
16) As plantas de dias longos florescem quando subme-
tidas a períodos de escuro inferiores ao fotoperíodo
crítico.

16. Uece-CE (adaptada) – Quando Fitting, em 1909, usou


o termo para descrever o fenômeno de senescência
induzida pela fertilização da flor em orquídeas, o con-
ceito de hormônio surgiu no contexto das plantas. O
uso desse termo foi consolidado pelos trabalhos feitos
com fototropismo na época da descoberta das auxinas.
O botânico alemão Julius Von Sachs (1897) já havia
postulado que as plantas produziam determinadas
substâncias responsáveis pela formação de órgãos,
tais como raízes e flores. Tal conceito foi recentemente
desenvolvido pelo grupo do professor Leubner Metz-
ger da Albert Ludwigs University, na Alemanha. O
conceito atual inclui a função dos hormônios como
mensageiros químicos na comunicação entre células,
tecidos e órgãos das plantas superiores. b) Em relação às flores que se abrem à noite, apresente
Fonte: Os hormônios vegetais, Lourdes Isabel Velho do Amaral, 2010. duas características morfológicas típicas responsá-
veis pela atração de polinizadores noturnos.
No que diz respeito aos hormônios das plantas, assinale
a afirmação incorreta.
a) As auxinas apresentam uma gama enorme de efei-
tos fisiológicos, mas sua marca típica é o envol-
vimento no alongamento celular e sua interação
sinergética com histonas na regulação do processo
de divisão celular.
b) As giberelinas (GAs) regulam a mobilização de re-
servas em grãos de cereais e transformam anões
genéticos de milho, ervilha e arroz em plantas de
altura normal.
c) O ácido abscísico (ABA) está envolvido na regulação
do fechamento estomático, na adaptação a vários
estresses e na indução de estruturas dormentes,
como gemas de inverno de árvores decíduas da re-
gião temperada. A embriogênese e a maturação da
semente, inclusive a síntese de proteínas de reserva,
também são mecanismos regulados por ABA.
d) O etileno foi descoberto por seu efeito no crescimen-
to de plântulas e no amadurecimento de frutos. Esse

ESTUDO PARA O ENEM


18. Enem C8-H28 Com base nos conhecimentos sobre o efeito desse

Material exclusivo para professores


O Brasil tem investido em inovações tecnológicas para a hormônio, o 1-metilciclopropeno age retardando o(a)
produção e comercialização de maçãs. Um exemplo é a a) formação do fruto.
aplicação do composto volátil 1-metilciclopropeno, que
b) crescimento do fruto.
compete pelos sítios de ligação do hormônio vegetal etile-
c) amadurecimento do fruto.

conveniados ao Sistema de Ensino


no nas células desse fruto.
Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br>. Acesso em:
d) germinação das sementes.
16 ago. 2012 (adaptado). e) formação de sementes no fruto.

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326 302 – Material do Professor

19. UEFS-BA C8-H28

ALBUM/DE AGOSTINI/A. CURZI/ALBUM/FOTOARENA


BIOLOGIA 2B

I fonte de luz
II

Na figura ilustrada, observa-se o fototropismo do caule,


e o seu desenvolvimento depende da concentração de
AIA em regiões específicas do vegetal.
Em relação à concentração de AIA para o crescimento
desse vegetal, é correto afirmar que:
a) a concentração de AIA é distribuída de maneira uni-
forme na região apical do caule.
b) a concentração do AIA é maior no lado I.
c) a região II foi a que mais cresceu.
Para se obter uma cerca viva de altura controlada, que
d) na raiz, a distribuição na concentração de AIA é a
crie uma barreira física e visual, deve-se
mesma observada no caule.
a) estimular a produção de auxinas pelas gemas laterais
e) o AIA é sintetizado por todo o vegetal e não apre-
das plantas, podando periodicamente a gema apical.
senta dominância apical.
b) estimular a produção de auxinas pela gema apical das
20. Unesp C8-H28 plantas, podando periodicamente as gemas laterais.
Uma gimnosperma conhecida como cedrinho c) inibir a produção de auxinas pela gema apical e pelas
(Cupressus lusitanica) é uma opção de cerca viva gemas laterais das plantas, podando periodicamente
as gemas laterais e a gema apical.
para quem deseja delimitar o espaço de uma proprie-
dade. Para isso, mudas dessa espécie são plantadas a d) inibir a produção de auxinas pela gema apical das
intervalos regulares. Podas periódicas garantem que plantas, podando periodicamente as gemas laterais.
o espaço entre as mudas seja preenchido, resultando e) inibir a produção de auxinas pelas gemas laterais
em uma cerca. das plantas, podando periodicamente a gema apical.

EXERCÍCIOS INTERDISCIPLINARES
21. Sistema Dom Bosco – A dispersão de esporos leves cobrem 3% da superfície continental da Terra e contêm
pelo vento distribuiu os musgos em todo o mundo. Essas em torno de 30% do carbono no solo mundial.
plantas são particularmente comuns e variadas em flo- REECE et al. Biologia de Campbell. 10 ed.
restas e áreas úmidas. Alguns musgos habitam ambientes Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 621-622. Adaptação.
extremos como topos de montanhas, tundra e desertos. Analise os itens a seguir, referentes ao assunto
Muitos musgos são capazes de viver em hábitats muito abordado.
frios ou secos, pois conseguem sobreviver à perda da
maior parte da água de seus corpos, e, então, se reidra- I. Os reservatórios de carbono representados pelas
turfeiras representam uma contribuição importante
tar quando a umidade estiver disponível. Um gênero de
para estabilizar as concentrações atmosféricas de
musgo de áreas úmidas, Sphagnum, ou “musgo de turfa”, CO2 do planeta.
é o principal componente de depósitos de material or-
II. Os musgos são briófitas e fazem parte do mesmo
gânico parcialmente decomposto conhecido como turfa.
filo que as hepáticas.
Regiões pantanosas com espessas camadas de turfa são
chamadas turfeiras. Sphagnum não se decompõe facil- III. A exploração de Sphagnum como fonte de energia
mente, em parte devido aos compostos fenólicos incluí- pode reduzir os efeitos ecológicos benéficos da turfa
e contribuir para o aquecimento global.
dos em suas paredes celulares. A baixa temperatura, o

Material exclusivo para professores


baixo pH e o baixo nível de oxigênio das turfeiras também Estão corretas:
inibem a decomposição desse musgo e de outros organis- a) I, II e III.
mos nessas áreas úmidas. Em decorrência disso, algumas
b) I e II.
turfeiras preservaram cadáveres de milhares de anos. A

conveniados ao Sistema de Ensino


turfa foi por muito tempo uma fonte de combustível na c) II e III.
Europa e na Ásia, e hoje ainda é extraída para combus- d) I e III.
tível, especialmente na Irlanda e no Canadá. Turfeiras e) nenhuma das alternativas.

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CK
DIC / ISTO
JOVANMAN
BIOLOGIA 3A

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

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308
BIOLOGIA 3A 304 – Material do Professor

TECIDO MUSCULAR

Em 1961, a partida do Santos contra o Fluminense entraria para a história. Durante


o jogo, Pelé driblou seis adversários antes de fazer o gol e ser aplaudido de pé por
• Características gerais do todo o estádio. Ao falar da partida em uma entrevista, ele lembrou da sensação de
tecido muscular e seus nó no estômago e coração disparado enquanto corria pelo campo. Hoje, afixada no
componentes estádio, existe a placa em que se lê: “Neste campo, no dia 5 de março de 1961, Pelé
• Classificação do tecido marcou o tento mais bonito da história do Maracanã”. Desde então, a expressão “gol
muscular de placa” passou a ser usada no Brasil para se referir a gols marcantes do futebol.

ARQUIVO/AE
HABILIDADES
• Reconhecer as
características gerais dos
tecidos musculares, bem
como a localização e a
função de cada tipo no
corpo humano.
• Diferenciar o tecido
muscular estriado
esquelético do tecido
muscular estriado cardíaco.
• Compreender
características e
funcionamento do tecido
muscular liso.

Durante o jogo, os tecidos musculares desempenham suas funções para que os movimentos do corpo aconteçam
em harmonia.

O nó no estômago, o coração disparado e os movimentos de correr e chutar a


bola não seriam possíveis sem a ação do tecido muscular. Os músculos têm duas
funções primordiais: gerar movimento e força. Ao gerar calor, outra de suas funções,
os músculos também contribuem para a manutenção da homeostase da tempera-
tura corporal. Quando sentimos frio, o sistema nervoso faz os músculos tremerem
e gerarem calor adicional.
De acordo com as características morfológicas e funcionais, distinguem-se três

Material exclusivo para professores


tipos de tecido muscular. O músculo esquelético, que em sua maior parte está as-
sociado aos ossos do esqueleto, possibilita a movimentação voluntária do corpo. Já
o músculo cardíaco é encontrado exclusivamente no coração, onde a movimentação
é involuntária, assim como acontece com a movimentação dos órgãos internos

conveniados ao Sistema de Ensino


formados pelo músculo liso.
Neste módulo analisaremos a classificação e as características desses três
tipos de tecido.

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305 – Material do Professor 309

Características gerais do Classificação do tecido

BIOLOGIA 3A
tecido muscular e seus muscular
componentes O tecido muscular pode ser dividido em três grupos,
de acordo com a morfologia e o tipo de contração.
As principais funções do tecido muscular são pro-
piciar o movimento de estruturas, como os ossos e TECIDO MUSCULAR ESQUELÉTICO
tendões, o fluxo no trato digestório, a circulação do A musculatura esquelética recebe esse nome por
sangue e da linfa nos vasos sanguíneos, entre outras. relacionar-se ao sistema esquelético dos vertebrados,
A extensão muscular ocorre apenas passivamente. recobrindo os ossos e ligando-se a eles. Apresenta feixes
Os músculos dos animais necessitam do apoio do de fibras grandes e alongadas, de formato cilíndrico, mul-
sistema esquelético para realizar a contração e o re- tinucleadas, com núcleos deslocados para as regiões peri-
laxamento dos movimentos, geralmente em resposta féricas da fibra muscular, nas proximidades do sarcolema.
a um estímulo do sistema nervoso. Outra estrutura No embrião, os mioblastos fundem-se, formam as
importante na realização dos movimentos são as arti- fibras musculares estriadas esqueléticas e, por conter
culações – locais de encontro de dois ou mais ossos. muitos microfilamentos de actina e miosina, formam
O tecido muscular é formado por células alongadas ainda muitas estrias transversais. Por esse motivo, o
com grande capacidade contrátil, chamadas de mióci- tecido muscular esquelético também é denominado
tos ou fibras musculares. São originadas do mesoder- tecido muscular estriado. Sua coloração avermelhada
ma pela fusão de células precursoras, os mioblastos, provém da grande concentração de pigmentos, como
células musculares embrionárias que lhes conferem a mioglobina, proteína transportadora de oxigênio que
aspecto alongado, formato cilíndrico e com núcleo des- apresenta um átomo de ferro em sua composição.
locado para a região periférica celular.
A capacidade contrátil do tecido muscular está di-
retamente relacionada à presença dos microfilamen-
tos de actina e miosina, proteínas responsáveis pela
contração muscular que utilizam a energia contida nas
moléculas de trifosfato de adenosina (ATP). A matriz
extracelular desse tecido consiste na lâmina basal e
nas fibras reticulares. As fibras musculares apresen-
tam organelas muito especializadas, que recebem
nomenclaturas próprias. São elas:
• sarcolema – membrana plasmática da fibra Esquema das fibras do músculo estriado esquelético. Elementos
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
muscular;
• sarcoplasma – citoplasma da fibra muscular;
Apresenta retículo sarcoplasmático bem desenvol-
• sarcossoma – mitocôndria encontrada na fibra vido, o qual armazena íons de cálcio (Ca2+), utilizados
muscular; na contração muscular. Contém também grande quan-
• retículo sarcoplasmático – retículo endoplas- tidade de sarcossoma, em virtude da elevada demanda
mático não granuloso, responsável pelo armaze- energética do processo. Os músculos obtêm energia
namento de cálcio (Ca), essencial no processo de armazenando glicogênio e lipídios na forma de gotículas.
contração muscular;
MEDISCAN/ALAMY STOCK PHOTO

• túbulos T – invaginações do sarcolema que fa-


cilitam a propagação dos impulsos nervosos es-
senciais para a contração muscular;
• miofibrilas – filamentos em que se localizam os
microfilamentos de actina e miosina.

núcleo
sarcolema
DESIGNUA/SHUTTERSTOCK

sarcossoma
miofibrila

Material exclusivo para professores Micrografia eletrônica


de transmissão de

conveniados ao Sistema de Ensino


corte transversal
Esquema das organelas da fibra muscular. Elementos representados do músculo
fora da escala de tamanho. Cores fantasia. esquelético. Aumento
desconhecido.

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310 306 – Material do Professor

A musculatura esquelética é envolta por tecido conec-

SCIENCE PHOTO LIBRARY/ALAMY STOCK PHOTO


sarcolema núcleo fibra muscular cardíaca vasos sanguíneos
BIOLOGIA 3A

tivo denso não modelado, o que propicia união das fibras


musculares, nutrição pela chegada de vasos sanguíneos e
enervação pela presença de axônios. O endomísio con-
tém capilares sanguíneos e axônios e envolve cada uma
das fibras musculares, enquanto o perimísio circunda
conjuntos de fibras, mantendo-as em contato com os
nervos e com os vasos sanguíneos e linfáticos. O conjun-
to de perimísios recebe o nome de fascículos, que são
envoltos pelo epimísio. Todo o músculo é envolto pela
fáscia, que o protege e evita a tensão mecânica.
Estrutura do músculo estriado esquelético

endomísio perimísio epimísio


osso junções GAP discos intercalares
núcleo
Ilustração esquemática da fibra muscular cardíaca. Elementos
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Em razão da grande demanda energética e de oxige-


miofibrila sarcolema
nação nesse tecido, é possível observar enorme quanti-
tendão
fascículo dade de sarcossomas e mioglobinas. Alguns fatores po-
vasos sanguíneos
dem influenciar o ritmo cardíaco, tais como intensidade
Ilustração detalhada das estruturas do músculo estriado esquelético. de atividade física, condições de estresse físico e emo-
Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
cional, entre outros. Sua contração é rápida, ritmada e
O tecido muscular esquelético realiza contração vo- involuntária, com capacidade de autoestimulação, no
luntária (de controle do sistema nervoso central) e rápi- entanto ainda está sob controle do sistema nervoso autô-
da e é responsável pela execução de vários movimentos, nomo. O coração gera e conduz essa contração, que tem
desde um simples estalar de dedos até a movimentação frequência rítmica, denominada frequência cardíaca.
de diversos músculos durante uma maratona.
TECIDO MUSCULAR LISO
TECIDO MUSCULAR ESTRIADO CARDÍACO Apresenta fibras fusiformes, alongadas e de compri-
Assim como o tecido esquelético, o tecido muscular mento variado, com núcleo central único e vesículas ci-
cardíaco é estriado, mas, diferentemente dele, não for- toplasmáticas que atuam na pinocitose de íons de cálcio
ma feixes de miofibrilas. É encontrado exclusivamente para dentro da fibra. A disposição dos feixes contráteis
no coração. não forma estrias, e os miofilamentos distribuem-se por
As fibras musculares apresentam um fino envoltório todas as direções, estabelecendo uma trama tridimen-
de tecido conectivo nos filamentos de proteínas, carac- sional. Vem daí a denominação músculo liso. A contração
terizando o endomísio. Por não formar feixes, o perimísio desse músculo é lenta, involuntária e controlada pelo
e o epimísio estão ausentes. Suas fibras são cilíndricas, sistema nervoso autônomo.
ramificadas com um ou dois núcleos centrais. As fibras lisas estão localizadas nos órgãos viscerais
(estômago, intestino, útero), nos ductos das glândulas
exócrinas e nas paredes dos vasos sanguíneos. Uma
característica desse tecido é a capacidade de divisão
celular, o que permite, por exemplo, o aumento uterino
durante a gravidez.

Ilustração do músculo estriado cardíaco. Elementos representados fora


da escala de tamanho. Cores fantasia.

Material exclusivo para professores


Além das estriações, no músculo estriado cardíaco
é possível observar discos intercalares, especializa-
ções do sarcolema ricas em junções comunicantes

conveniados ao Sistema de Ensino


do tipo gap que aumentam o contato entre as fibras
vizinhas; são estruturas de adesão, que impedem a Ilustração do músculo liso. Elementos representados fora da escala de
separação das fibras em razão do batimento cardíaco. tamanho. Cores fantasia.

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307 – Material do Professor 311

As fibras do tecido muscular liso são geralmente agru- LEITURA COMPLEMENTAR


padas, envolvem-se no tecido conectivo, caracterizando

BIOLOGIA 3A
o endomísio, mas não têm perimísio nem epimísio. O Por que os exercícios aumentam o tamanho dos
tecido muscular liso é pobre em sarcossoma, tem retí- músculos? Célula de atleta também malha
culo sarcoplasmático reduzido e não apresenta túbulos T Henry Cavil, o Super Man dos cinemas, tem tantas
(invaginações do sarcolema que permitem a propagação fibras nos músculos quanto você. A diferença é que as
do impulso nervoso). A ausência dessas estruturas está dele são mais desenvolvidas. Elas crescem com a prática
relacionada à contração lenta, porém, as fibras lisas podem de exercícios. ”É a hipertrofia muscular, que acontece
permanecer contraídas por mais tempo, quando compa- principalmente quando fazemos treinamento de força”,
radas às fibras musculares estriadas. diz Patrícia Brum, professora de Fisiologia da Escola de
O cálcio, que participa da contração muscular, não Educação Física da Universidade de São Paulo.
fica armazenado no retículo sarcoplasmático. Como
Toda vez que você levanta um peso com o braço,
ocorre nas fibras estriadas, ele é pinocitado pela fibra
seu organismo produz as proteínas chamadas miosina
e encontrado em vesículas do sarcoplasma. Diferente-
e actina, responsáveis, no caso, pela contração do bíceps.
mente da musculatura estriada, a comunicação nervosa
Quanto mais dessas proteínas você tiver, mais forte será.
não forma a placa motora, mas dilatações no tecido co-
Como os atletas produzem muita actina e miosina, as
nectivo localizado entre as fibras musculares. O estímu-
fibras aumentam de tamanho para abrigá-las. Daí a pos-
lo nervoso, responsável pelo controle da contração da
sibilidade de esculpir o corpo.
musculatura lisa, depende do órgão ou da estrutura em
que ela esteja. A musculatura do trato digestório, por Quem tem a força
exemplo, tem ritmo próprio de contração, podendo ser
modificado pelo sistema nervoso conforme demanda. Só a fibra que dá duro acumula proteínas. As fibras
musculares são muito diferentes das outras do corpo.
AGE FOTOSTOCK/ALAMY STOCK PHOTO

Têm formato alongado e uns canais chamados miofibri-


la. Sem exercício, esses microtubos murcham. Quando
convocadas a fazer força, as microfibrilas produzem as
proteínas miosina e actina e aumentam de tamanho.
Como essas proteínas precisam ficar boiando, a fibra
absorve maior quantidade de água, o que a faz crescer
mais ainda.
Fonte: Superinteressante, 11 abr. 2018. Disponível em: <https://super.
abril.com.br/ciencia/celula-de-atleta-tambem-malha/>.
Acesso em: out. 2018.
Micrografia óptica da musculatura lisa do estômago humano. Aumento de 400 x.

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312 308 – Material do Professor

ROTEIRO DE AULA
BIOLOGIA 3A

TECIDO MUSCULAR

Origem: Miócitos

Fibras: Mesoderma

Tipos de tecido:

Esquelético Cardíaco Liso

Contração:

Rápida ritmada e
Rápida e voluntária Lenta e involuntária
involuntária

Controle nervoso feito pelo:

Sistema Sistema
Sistema nervoso autônomo
nervoso central nervoso autônomo

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309 – Material do Professor 313

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

BIOLOGIA 3A
1. IFPE – Ao longo das décadas, os velocistas ficaram mais VARELA, Drauzio. Cólicas menstruais. Disponível em: <http://
altos. O jamaicano Usain Bolt, recordista mundial, com drauziovarella.com.br/mulher-2/colicasmentruais>.
o tempo de 9,58 s, reúne qualidades que o favorecem Acesso: 03 out. 2016. (adaptado).
nas corridas de velocidade, entre elas: altura de 1,95 O útero é um órgão formado por músculo:
m, pois quanto mais alto o atleta, mais elevado é o seu
centro de gravidade, o que favorece a corrida; e maior a) estriado esquelético, de contração involuntária.
prevalência de fibras musculares rápidas, que são mais b) estriado esquelético, de contração voluntária.
eficientes para realizar esforço intenso e de curta duração. c) estriado cardíaco, de contração involuntária.
Em relação ao tecido muscular, é correto dizer que: d) liso, de contração involuntária.
a) Todo tecido muscular estriado tem contração voluntária. e) liso, de contração voluntária.
O útero é constituído por músculo liso, com contração involuntária.
b) A actina aparece sob a forma de filamentos grossos
e a miosina é representada por filamentos finos. 4. UEPG-PR (adaptada) – Existem três tipos de tecido
c) Somente o tecido muscular liso não apresenta acti- muscular, os quais diferem entre si pelas características
na, por isso é o único denominado tecido muscular de suas fibras e pela localização no organismo. Consi-
não estriado. derando o tecido muscular, assinale o que for correto.
d) Toda fi bra muscular contém fi lamentos proteicos 01) O tecido muscular estriado cardíaco é encontra-
contráteis de dois tipos: actina e miosina. do apenas no coração. Suas fibras são longas,
e) Toda fibra muscular lisa conecta com sua vizinha por ramificadas, com estrias transversais e contraem-
meio do disco intercalar. se de forma involuntária e ritmada.
A alternativa A está incorreta porque o tecido muscular estriado esque- 02) Entre as funções do tecido muscular liso, estão:
lético tem contração voluntária, e o tecido muscular estriado cardíaco empurrar o alimento ao longo do tubo digestório e
tem contração involuntária. A alternativa B está incorreta porque a regular o fluxo de sague por meio do controle do diâ-
actina aparece sob a forma de filamentos finos e a miosina, de filamen-
tos grossos. A alternativa C está incorreta porque o tecido muscular
metro dos vasos, contraindo-se involuntariamente.
liso apresenta actina e miosina, porém em disposições não estriadas. 03) O processo de contração de um tecido muscular
A alternativa E está incorreta porque toda fibra muscular apresenta esquelético é voluntário (por exemplo, movimento
actina e miosina. O músculo liso multiunitário é formado por fibras
das pernas ao caminhar), processo, então, que não
musculares individualizadas, que atuam independentemente umas das
outras; e o músculo liso unitário possui fibras musculares ligadas por depende do sistema nervoso.
junções abertas. 01 + 02 = 03
O coração é o único local com tecido estriado cardíaco, contraindo-se
2. Unicamp-SP (adaptada) – Com a manchete “O voo de de forma involuntária, com ritmo, e apresentando fibras muito lon-
Maurren”, O Estado de São Paulo noticiou, no dia 23 de gas, com ramificações e estrias transversais. O tecido muscular liso
agosto de 2008, que a saltadora Maurren Maggi ganhou contrai-se de forma involuntária, empurrando o alimento pelos tubos
digestórios, além de controlar o diâmetro dos vasos por meio da regu-
a segunda medalha de ouro para o Brasil nos últimos Jo-
lação do fluxo sanguíneo. O músculo estriado esquelético é regulado
gos Olímpicos. No salto de 7,04 m de distância, Maurren pelo sistema nervoso.
utilizou a força originada da contração do tecido muscular
5. Unicamp-SP – O tecido muscular cardíaco apresenta
estriado esquelético. Para que pudesse chegar a essa
fibras
marca foi preciso contração muscular e coordenação dos
movimentos por meio de impulsos nervosos. a) lisas, de contração voluntária e aeróbia.
a) Explique o tipo de contração da musculatura estriada b) lisas, de contração involuntária e anaeróbia.
esquelética. c) estriadas, de contração voluntária e anaeróbia.
A musculatura estriada esquelética apresenta contração rápida e volun- d) estriadas, de contração involuntária e aeróbia.
O tecido muscular cardíaco possui fibras estriadas que apresentam
tária, coordenada pelo cérebro (sistema nervoso central). contrações involuntárias e aeróbicas, isto é, com consumo de oxigênio.

6. Cesgranrio-RJ – Conceitue tecido sob o ponto de vis-


ta morfológico e funcional e, em seguida, caracterize
o tecido muscular liso, estriado e cardíaco quanto a
b) Para saltar, é necessário interação entre as estruturas sua contratilidade.
ósseas (esqueleto) e os tendões e músculos. Expli-
Tecido: conjunto de fibras idênticas, intimamente relacionadas, que
que como ocorre a interação dessas três estruturas
para possibilitar à atleta a execução do salto.
exercem determinada função; tecido muscular: formado por miócitos ou
A ação do sistema nervoso coordena a movimentação, que é facilitada,

fibras musculares constituídas por miofibrilas pelo sarcoplasma. Tipos:


pois os músculos se fixam ao esqueleto por meio dos tendões.

tecido muscular liso: contração lenta e involuntária, com fibras fusifor-

Material exclusivo para professores


mes e núcleo central; tecido muscular estriado esquelético: contração
3. IFPE
O útero é um órgão de 7 cm com o formato de uma pera. rápida e voluntária, com fibras fusiformes; tecido muscular cardíaco: nos
Durante a menstruação e, enquanto descama, libera pros-

conveniados ao Sistema de Ensino


taglandina, que faz o útero contrair para eliminar o san- vertebrados, é um tecido de contração involuntária, rápida e ritmada.
gue. Esse processo comprime os nervos e os vasos que
passam pelo músculo uterino. Por isso, a mulher sente dor.

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314 310 – Material do Professor

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
BIOLOGIA 3A

7. Udesc (adaptada) – Analise as proposições abaixo em Baseado nos dados fornecidos, podemos afirmar que,
relação ao tecido muscular. dos atletas abaixo relacionados, o que apresenta um
I. O tecido muscular estriado cardíaco é constituído maior número de fibras I ou ST é
por fibras longas com estrias longitudinais e sua a) Eliud Kipchoge – maratonista olímpico, Quênia
contração é involuntária. (Rio, 2016).
II. O tecido muscular estriado esquelético é constituído b) Fernando Reis – recordista brasileiro no levanta-
por fibras mononucleadas com estrias longitudinais mento de peso (Rio, 2016).
e sua contração é lenta e involuntária.
c) Gabriel José Lopes – recordista nacional sênior
III. O tecido muscular liso é constituído por fibras mono- 100 metros costas (Coimbra, 2017).
nucleadas sem estrias transversais e sua contração
d) Justin Gatlin – campeão dos 100 metros no mundial
é involuntária.
de atletismo, USA (Londres, 2017).
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as alternativas I e III são verdadeiras. 10. Unesp – As olimpíadas de 2016 no Brasil contarão com
42 esportes diferentes. Dentre as modalidades de atle-
b) Somente as alternativas I e II são verdadeiras.
tismo, teremos a corrida dos 100 m rasos e a maratona,
c) Somente as alternativas II e III são verdadeiras. com percurso de pouco mais de 42 km. A musculatura
d) Todas as alternativas são verdadeiras. esquelética dos atletas que competirão nessas duas mo-
e) Somente a alternativa I é verdadeira. dalidades apresenta uma composição distinta de fibras.
As fibras musculares do tipo I são de contração lenta,
8. PUC-MG – Observe o esquema, que representa fibras possuem muita irrigação sanguínea e muitos sarcosso-
do tecido muscular estriado cardíaco humano. mas. Ao contrário, as fibras do tipo II são de contração
rápida, pouco irrigadas e com poucas sarcossomas. Ao
contrário, as fibras do tipo I são de contração rápida,
pouco irrigadas e com poucas sarcossomas. As fibras
do tipo I têm muita mioglobina, uma proteína transpor-
tadora de moléculas de gás oxigênio que confere a es-
tas fibras coloração vermelha-escura, ao passo que as
do tipo II têm pouca mioglobina, sendo mais claras. A
imagem ilustra a disposição das fibras musculares de
cortes histológicos transversais, vistas ao microscópio,
da musculatura dos atletas Carlos e João. Cada atleta
compete em uma dessas duas modalidades.
Carlos João

Sobre esse assunto, assinale a afirmativa incorreta.


a) A contração dessa musculatura, em condições nor-
mais, depende de um sistema próprio gerador de
impulsos.
b) As fibras musculares cardíacas apresentam, em seu
sarcoplasma, actinas, miosinas e mioglobinas.
c) As fibras musculares cardíacas podem realizar
contração, mesmo sem estímulos do sistema Por que é possível afirmar que Carlos é o atleta que
nervoso central. compete na maratona? Que metabolismo energético
d) As fibras musculares cardíacas apresentam intenso predomina em suas fibras musculares?
consumo de oxigênio, que é recebido diretamente
do sangue contido nos átrios e ventrículos.

9. FCMMG – Pesquisas médicas e biológicas recentes


sobre a estrutura e o funcionamento dos músculos
têm revelado fatos surpreendentes. Hoje sabemos,
por exemplo, que os músculos de um corredor de
maratona são bem diferentes dos de um corredor de
100 metros rasos.
Essas pesquisas mostram que há dois tipos de fibras
musculares:
• fibras tipo I, de contração lenta, vermelhas ou ST

Material exclusivo para professores


(slow twich). Apresentam um diâmetro menor,
com maior fornecimento sanguíneo, possuindo
muitas e grandes sarcossomas com muitas enzi- 11. UEM-PR – No que se refere à estrutura da fibra mus-
mas oxidativas. cular estriada esquelética, assinale o que for correto.

conveniados ao Sistema de Ensino


• fibras tipo II, de contração rápida, brancas ou FT (fast 01) As fibras musculares estriadas esqueléticas se for-
twich). Apresentam diâmetro maior, com predomínio mam durante o desenvolvimento embrionário a par-
de metabolismo energético do tipo anaeróbio. tir de fibras percursoras denominadas mioblastos.

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311 – Material do Professor 315

02) Uma fibra muscular estriada esquelética apresen- 14. Udesc (adaptada) – Um dos domínios da ergonomia

BIOLOGIA 3A
ta um padrão bem definido de faixas (ou estrias) está relacionado às respostas do corpo humano, à
transversais claras e escuras alternadas, decorrente carga física e psicológica. O designer deve ficar aten-
do arranjo peculiar das proteínas actina e miosina to a essas respostas, pois assim poderá garantir ca-
nas miofibrilas. racterísticas importantes à construção e melhoria de
04) Cada fibra muscular estriada esquelética é revestida materiais, bem como disposição física de estações
por um envoltório, o sincício. de trabalho mais adequadas, evitando que a pessoa
exerça a repetição de movimentos e ocasione lesões
08) Os músculos de cor avermelhada têm essa colora-
músculo-esqueléticas pela LER (lesão por esforço re-
ção devido à presença da fibroxantina, uma proteína
sintetizada pelo perimísio. petitivo). A doença atinge músculos e tendões, que
ficam irritados.
16) Os vasos sanguíneos nutrem e oxigenam, as fibras
removem dos espaços entre elas o gás carbônico e Em relação ao contexto:
as exceções geradas no metabolismo celular.
a) O que são tendões?
12. Unesp – Alguns chefs de cozinha sugerem que o
peru não deve ser preparado inteiro, pois a carne
do peito e da coxa têm características diferentes,
que exigem preparos diferentes. A carne do peito
é branca e macia, e pode ressecar dependendo do
modo como é preparada. A carne da coxa, mais es-
cura, é mais densa e suculenta e deve ser preparada
separadamente. Embora os perus comercializados
em supermercados venham de criações em confi-
namento, o que pode alterar o desenvolvimento da
musculatura, eles ainda mantêm as características
das populações selvagens, nas quais a textura e a b) Explique que tipo de contração está presente no
coloração da carne do peito e da coxa decorrem da musculo esquelético.
composição de suas fibras musculares e da adequa-
ção dessas musculaturas às funções que exercem.
Considerando as funções desses músculos nessas
aves, é correto afirmar que a carne
a) do peito é formada por fibras musculares de contra-
ção lenta, pobres em sarcossomas e em mioglobi-
na, e eficientes na realização de esforço moderado
e prolongado.
b) do peito é rica em fibras musculares de contração
rápida, ricas em sarcossomas e em mioglobina,
e eficientes na realização de esforço intenso de
curta duração.
c) da coxa é formada por fibras musculares de con-
tração lenta, ricas em sarcossomas e em mio-
globina, e eficientes na realização de esforço 15. UEM-PR – O bicho-preguiça desloca-se no solo com
moderado e prolongado.
velocidade média de 2m/min, enquanto o guepardo, um
d) da coxa é formada por fibras musculares de contra- dos animais mais velozes do planeta, atinge velocidades
ção rápida, pobres em sarcossomas e em mioglobi- superiores a 100 km/hora. O avestruz, ave terrestre
na, e eficientes na realização de esforço intenso de mais rápida, pode atingir a velocidade de 72 km/hora.
curta duração. Considerando essas informações e conhecimentos so-
e) do peito é rica em fibras musculares de contração bre o movimento e os tecidos envolvidos, assinale o
lenta, ricas em sarcossomas e em mioglobina, que for correto.
e eficientes na realização de esforço moderado
01) O tecido muscular estriado esquelético constitui a
e prolongado.
musculatura dos vertebrados, relacionada com o
movimento e o deslocamento.
13. UFRGS – O maratonista brasileiro Vanderlei Cordeiro
de Lima foi o responsável por acender a pira olím- 02) A velocidade máxima do guepardo é menor que a
pica na cerimônia dos Jogos do Rio-2016. Sobre o velocidade máxima do avestruz, porém é maior que
tecido muscular dos atletas maratonistas, é correto a velocidade média do bicho-preguiça.
afirmar que 04) Supondo que, durante uma corrida, avestruz e gue-
a) é constituído por igual quantidade de fibras de con- pardo se desloquem com suas respectivas veloci-
tração rápida e de contração lenta. dades máximas, então eles percorrem distâncias

Material exclusivo para professores


iguais em intervalos de tempos iguais.
b) apresenta baixa quantidade de mioglobina.
08) Actina e miosina são proteínas presentes nas mio-
c) contém predominância de fibras de contração lenta fibrilas, responsáveis pela contração muscular du-
com alta irrigação sanguínea. rante o movimento.
d) contém predominância de fibras de contração rápida

conveniados ao Sistema de Ensino


16) As hemácias presentes no sangue (um tipo de
com grande quantidade de sarcossomas.
tecido conjuntivo) atuam na oxigenação das fi-
e) é constituído por fibras uninucleadas. bras musculares.

Dom Bosco
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316 312 – Material do Professor

16. Famerp-SP (adaptada) – Durante os jogos Olímpi-


BIOLOGIA 3A

cos do Rio 2016, várias modalidades esportivas foram


acompanhadas por pesquisadores e fisiologistas, que
analisaram o desempenho dos atletas e coletaram da-
dos para estudos sobre o rendimento dos músculos,
como os destacados na imagem:
b) A mioglobina é uma substância encontrada nas
fibras musculares, explique sua função na con-
tração muscular.
SEBASTIAN KAULITZKI/ALAMY STOCK PHOTO

17. UFU-MG – A exposição “O fantástico corpo humano”


mostra corpos humanos inteiros e peças preservadas
em silicone. O visitante dessa exposição poderá notar
diversos feixes de fibras musculares e tendões em cor-
pos mostrados em posições cotidianas, como alguém
lendo um livro, chutando uma bola, comendo.
Em relação ao músculo esquelético, é correto afirmar que
a) nas extremidades do músculo esquelético, for-
mam-se bainhas de tecido conjuntivo frouxo, os
tendões, que prendem o músculo ao osso.
b) o músculo esquelético propicia a locomoção, junta-
mente com os tendões e os ossos, devido à diminui-
ção do comprimento dos sarcômeros das miofibrilas.
No processo de contração muscular, os filamentos
a) Cite o tipo de músculo que se destaca na ima- espessos de actina se sobrepõem aos filamentos
gem. Classifique essa musculatura quanto à forma delgados de miosina.
de contração.
c) a contração do músculo esquelético é dependente de
íons de sódio, armazenados no retículo endoplasmá-
tico, que favorecem ligação da actina com a miosina.
d) o músculo esquelético é formado por tecido mus-
cular estriado e tecido conjuntivo rico em fibras co-
lágenas, o qual envolve o músculo como um todo
e mantém os feixes musculares, nervos e vasos
sanguíneos unidos.

ESTUDO PARA O ENEM


18. Enem C4-H14 b) muscular, uma vez que ele provoca paralisia das fi-
A toxina botulínica (produzida pelo bacilo Clostridium bo- bras que formam esse tipo de tecido.
tulinum) pode ser encontrada em alimentos malconserva- c) epitelial, uma vez que ela leva ao aumento da camada
dos, causando até a morte de consumidores. No entanto, de queratina que protege a pele.
essa toxina modificada em laboratório está sendo usada d) conjuntivo, uma vez que ela aumenta a quantidade
cada vez mais para mostrar a qualidade de vida das pes- de substância intercelular no tecido.
soas com problemas físicos e/ou estéticos, atenuando pro- e) adiposo, uma vez que ela reduz a espessura da ca-
blemas como o blefaroespasmo, que provoca contrações mada de fibras de gordura do tecido.
involuntárias das pálpebras.
BACHUR, T. P. R. et al. Toxina botulínica: de veneno a 19. Enem C5-H17

Material exclusivo para professores


tratamento. Revista Eletrônica Pesquisa Médica, n. 1, Os efeitos do exercício físico na redução de doenças car-
jan.-mar. 2009 (adaptado) diovasculares são bem conhecidos, aumentando, por
exemplo, a tolerância a infartos em comparação com in-
O alívio dos sintomas do blefaroespasmo é consequên- divíduos sedentários. Visando ganho de força, de mas-
cia da ação da toxina modificada sobre o tecido

conveniados ao Sistema de Ensino


sa muscular e de perda de gordura, verifica-se o uso de
a) glandular, uma vez que ela impede a produção de anabolizantes por alguns esportistas. Em uma pesquisa
secreção de substâncias na pele. com ratos, confirmou-se a melhora da condição cardíaca

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313 – Material do Professor 317

em resposta ao exercício, mas verificou-se que os efeitos d)


60

BIOLOGIA 3A
benéficos do exercício físico são prejudicados pelo uso de 50

Área de infarto (%)


anabolizantes, como o decanoato de nandrolona, aumen-
40
tando a área cardíaca afetada pelo infarto.
CHAVES, E. A. et al. Cardioproteção induzida pelo exercício é 30
prejudicada pelo tratamento com anabolizante, decanoato de 20
nandrolona. Brazilian Journal of Biomotricity,
v. 1, n. 3, 2007 (adaptado) 10

Qual gráfico representa os resultados desse estudo? 0


Sedentário Sedentário Exercício Exercício
a) 60
sem com sem com
50 anabolizante anabolizante anabolizante anabolizante
Área de infarto (%)

40 60
e)
30 50

Área de infarto (%)


20 40
10 30
0 20
Sedentário Sedentário Exercício Exercício 10
sem com sem com
anabolizante anabolizante anabolizante anabolizante 0
b) 60 Sedentário Sedentário Exercício Exercício
sem com sem com
50 anabolizante anabolizante anabolizante anabolizante
Área de infarto (%)

40

30 20. Enem C4-H14


20 A perda de massa muscular é comum com a idade, porém,
é na faixa dos 60 anos que ela se torna clinicamente percep-
10
tível e suas consequências começam a incomodar no dia a
0 dia, quando simples atos de subir escadas ou ir à padaria
Sedentário Sedentário Exercício Exercício se tornam sacrifícios. Esse processo tem nome: sarcopenia.
sem com sem com
anabolizante anabolizante anabolizante
Essa condição ocasiona a perda da força e qualidade dos
anabolizante
músculos e tem um impacto significante na saúde.
c) 60 Disponível em: <www.infoescola.com>. Acesso em: 19 dez. 2012
(adaptado).
50
Área de infarto (%)

40 A sarcopenia é inerente ao envelhecimento, mas seu


quadro e consequentes danos podem ser retardados
30 com a prática de exercícios físicos, cujos resultados
20 mais rápidos são alcançados com o(a)
10 a) hidroginástica.
0 b) alongamento.
Sedentário Sedentário Exercício Exercício c) musculação.
sem com sem com d) corrida.
anabolizante anabolizante anabolizante anabolizante
e) dança.

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino
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10
318 314 – Material do Professor

ORGANIZAÇÃO DA FIBRA
BIOLOGIA 3A

MUSCULAR E CONTRAÇÃO

Durante uma atividade física moderada e prolongada, às vezes é possível perceber


que o corpo está sendo incapaz de manter o rendimento. Nesse caso, é possível
• Organização da fibra que a musculatura estriada esquelética esteja sofrendo uma fadiga muscular. O
muscular movimento de microfilamentos é desencadeado nos músculos pela energia química
• Contração muscular e leva à contração muscular.
• Biomecânica da contração Atualmente, muitos pesquisadores ocupam-se em estudar esse processo fi-
muscular siológico, a fim de proporcionar mais conhecimento para uma prática esportiva
adequada. A origem e a extensão da fadiga dependem do exercício e do preparo
HABILIDADES físico de cada indivíduo, mas muitas dúvidas pairam sobre essa questão e preci-
• Entender o mecanismo da sam ser esclarecidas.
contração muscular. O consenso entre os cientistas é que conhecer os limites do corpo e seu fun-
• Relacionar a contração cionamento é fundamental para que o objetivo seja atingido sem comprometer a
muscular com a demanda saúde do organismo.
energética celular.

SHUTTERSTOCK / KRYVENOK ANASTASIIA


• Compreender o limiar de
excitação para produzir a
contração muscular.

A cãibra é resultado da contração involuntária das fibras musculares esqueléticas.

Material exclusivo para professores Organização da fibra muscular


Como visto anteriormente, a fibra muscular esquelética é organizada em mio-
fibrilas, estruturas compostas de quatro tipos de proteína com elevado grau de

conveniados ao Sistema de Ensino


organização. São elas: actina, troponina e tropomiosina, que se organizam em
filamentos finos, e miosina, que se organiza em filamentos grossos em razão de
sua elevada massa atômica.

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315 – Material do Professor 319

SCIENCE PHOTO LIBRARY - SPL / FOTOARENA


Podemos considerar o miômero como a menor
unidade funcional (contrátil) do músculo estriado. A

BIOLOGIA 3A
contração muscular nada mais é que a contração de
milhares de miômeros em cadeia.
As fibras musculares também podem ser divididas
– conforme a quantidade de mioglobina e de miosina,
bem como de acordo com suas diferentes velocidades
de contração – em dois tipos: fibras musculares ver-
melhas e brancas.
As fibras musculares vermelhas recebem esse
nome por terem maior quantidade de mioglobina
(proteína semelhante à hemoglobina, mas constituída
apenas de uma cadeia polipeptídica ligada ao grupo
Na micrografia eletrônica de varredura, pode-se observar a fibra muscular heme e a um átomo de ferro), que apresenta coloração
esquelética em corte. Como a actina e a miosina estão finamente
entrelaçadas, não é possível distinguir uma da outra com precisão.
avermelhada e atua armazenando O2, essencial para a
Aumento de 600x. Cores fantasia. respiração aeróbia das fibras musculares. Apresentam
também grande quantidade de sarcossoma e maior
As ilustrações abaixo representam, em detalhe, as irrigação sanguínea, o que as tornam eficientes na rea-
proteínas actina (representante dos filamentos finos) e lização de esforços moderados e prolongados. Obtêm
miosina (representante dos filamentos grossos). energia principalmente da respiração celular aeróbia,
conjunto de fibras
oxidando carboidratos e ácidos graxos.
A músculo musculares As fibras musculares brancas recebem esse nome
pela pouca quantidade de mioglobina em sua consti-
tuição e a menor irrigação sanguínea. Suas contrações
são rápidas e explosivas, portanto muito eficientes para
a realização de esforços intensos de curta duração.
fibra muscular

miômero

Fibras vermelhas
miofibrila
CULTURA RM / ALAMY STOCK PHOTO

B miômero Fibras brancas

Micrografia das fibras vermelhas e brancas do tecido


muscular esquelético humano. Aumento de 100x.
filamento de miosina filamento de actina
Essa divisão fica mais clara quando nos lembramos
(A) Organização do músculo esquelético. (B) Ampliação do miômero e da carne de frango. O que chamamos de carne nada
das proteínas que o constituem, designadamente a miosina (filamento
grosso) e a actina (filamento fino). Elementos representados fora da
mais é do que o tecido muscular estriado esquelético
escala de tamanho. Cores fantasia. desse animal. A musculatura do peito é mais clara,
com predomínio das fibras brancas, que possibilitam
No tecido muscular do tipo esquelético, as miofibri- contrações rápidas para movimentação das asas; já a
las encontram-se dispostas em feixes claros e escuros musculatura das coxas é mais escura e de contração
intercalados, o que dá aspecto de estriamento a esse mais lenta e duradoura, permitindo que se mantenha
tipo de tecido muscular. em pé. As aves migratórias, por sua vez, usam inten-
As fibras escuras correspondem à banda A e são samente e por longos períodos a musculatura peitoral
formadas pelos filamentos espessos de miosina; as durante seus voos de longas distâncias e apresentam
claras, conhecidas por banda I, são formadas pelos maior proporção de fibras lentas, ou vermelhas.
fi lamentos fi nos de actina. No centro de cada ban- Nos seres humanos, a musculatura definida genetica-

Material exclusivo para professores da I existe uma linha escura, a linha Z; no centro de
cada banda A, uma região mais clara, a linha H. A re-
gião entre duas linhas Z é o miômero (anteriormente
mente compõe-se de iguais proporções de fibras brancas
e vermelhas, podendo ser modificada com a prática de
determinados tipos de exercício físico. Chama-se aprimo-

conveniados ao Sistema de Ensino


denominado sarcômero), unidade contrátil da fi bra ramento muscular a modificação na proporção muscular
muscular. A essas linhas estão ligados os filamentos causada pela prática de exercícios. Um maratonista, por
de actina, que terminam junto a uma linha H. exemplo, tem maior proporção de fibras lentas, e um

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320 316 – Material do Professor

corredor de curta distância, maior proporção de fibras

BSIP AS/ALAMY STOCK PHOTO


BIOLOGIA 3A

rápidas. As fibras são modificadas para atender melhor


à demanda a longo prazo de cada tipo de atividade física. dendritos:
axônio: transmissão
coleta o sinal
dos sinais nervosos
MECANISMO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR junção
neuromuscular
NO MÚSCULO ESTRIADO
A contração muscular ocorre por meio do deslizamen-
to dos filamentos finos de actina sobre os filamentos es-
pessos de miosina. Como resultado, a zona H desapare-
ce, e a distância entre as linhas Z é reduzida, promovendo
o encurtamento dos miômeros. Esse mecanismo é co- fibra muscular
fibra muscular
nhecido como teoria do deslizamento dos filamentos.
Ilustração esquemática do caminho do impulso nervoso até gerar uma
actina miômero resposta pelo tecido muscular quando uma criança brinca de bola.
Z Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

A liberação de neurotransmissores como a acetil-


H I colina estimula a contração da fibra muscular estriada.
miosina músculo relaxado A ação desse neurotransmissor determina o desliza-
mento dos miofilamentos proteicos de actina sobre os
miofilamentos de miosina, na presença de cálcio, com
consumo de trifosfato de adenosina (ATP).
músculo em contração Quando o neurotransmissor acetilcolina produz a
redução da frequência e da potência das contrações
das fibras musculares estriadas cardíacas, ocorre o
fenômeno denominado bradicardia.
músculo contraído
Quando o neurotransmissor noradrenalina causa
Ilustração esquemática das etapas envolvidas na contração muscular. o aumento da frequência e da potência das con-
Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
trações das fibras musculares cardíacas, acontece
Nas extremidades dos filamentos de miosina, pe- a taquicardia.
quenas projeções são capazes de se ligar a determi- A contração muscular é um processo ativo que ne-
nados pontos dos filamentos de actina quando o mús- cessita de muita energia. Essa energia provém das mo-
culo é estimulado. As projeções da miosina puxam os léculas de ATP, liberadas preferencialmente no processo
filamentos de actina, forçando-os a deslizar, de modo de respiração celular na presença de oxigênio ou no
que provocam o encurtamento das miofibrilas e, con- processo de fermentação, quando o meio se torna anae-
sequentemente, a contração da fibra muscular. róbio. As fibras musculares são capazes de armazenar
Chama-se placa motora ou junção mioneural o energia na forma de fosfocreatina. Quando necessário,
local em que as terminações das células nervosas (neu- os grupos fosfatos transferem-se da fosfocreatina para
rônios) entram em contato com as fibras musculares. a adenosina difosfato (ADP), formando ATP.
SCIENCE HISTORY IMAGES / ALAMY
STOCK PHOTO

miômero

músculo
relaxado

creatina

P
ATP fosfocreatina
Micrografia da placa motora de uma fibra muscular, também ADP
chamada de junção neuromuscular. Aumento de 53x.
Pi
Os impulsos nervosos alteram as cargas elétricas
energia
do sarcolema, o que promove a liberação dos íons de estímulo Ca21
nervoso

Material exclusivo para professores


cálcio (Ca2+) armazenados no retículo sarcoplasmático.
Esses íons provocam a união das proteínas actina e terminação
nervosa músculo
miosina e o consequente encurtamento do miômero. retículo contraído
Com gasto energético, a miosina descola os filamentos sarcoplasmático

conveniados ao Sistema de Ensino


de actina, fazendo-a deslizar, e assim sucessivamente, Mecanismo de obtenção de energia por meio da quebra da fosfocreatina
como os dentes de uma engrenagem. Dessa forma, e transferência de fosfato ao ADP e formação de ATP. Elementos
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
inicia-se o processo de contração muscular.

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317 – Material do Professor 321

Em atividades físicas intensas, as fibras musculares fibras têm diferentes limiares, ao aumentar a intensi-
precisam repor seus estoques de ATP e fosfocreatina, dade do estímulo, também cresce o número de fibras

BIOLOGIA 3A
intensificando a respiração celular e usando o glicogênio que se contraem, o chamado recrutamento. Mesmo
presente na fibra como combustível. Quando o oxigênio com maior quantidade de fibras se contraindo, a inten-
disponível é insuficiente para a respiração celular e a sidade de contração de cada uma é constante após elas
demanda energética é elevada, as fibras musculares atingirem o limiar de excitação.
realizam a fermentação lática, processo de menor ren-
dimento energético que tem como produto o ácido láti-
Contração de
co. Este é acumulado nos músculos, o que gera fadiga fibra muscular
muscular e, consequentemente, cãibra.
BSIP AS/ALAMY STOCK PHOTO

Intensidade
do estímulo

impulso
involuntário Relação entre a intensidade do estímulo e a resposta da contração da
fibra muscular no período de latência e ao atingir o limiar de excitação.
excitabilidade
da placa
motora
Entre o instante da aplicação do estímulo e do início
liberação do
ácido lático da contração, existe um período de latência. Se os
automanutenção (metabólito da
da cãibra fermentação
estímulos se repetem em intervalos muito curtos, não
celular)
efeito
contração há relaxamento, e sim contração contínua, chamada
muscular intensa
torniquete e prolongada e tetania ou tétano perfeito. Com a manutenção dos
estímulos após certo tempo, a contração perde grada-
tivamente sua amplitude em consequência da fadiga
muscular. Isso acontece, por exemplo, com o indivíduo
vasos sanguíneos
que permanece com os braços erguidos em posição
horizontal por muito tempo.
Ilustração da reação em cadeia envolvida na cãibra muscular. Elementos
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
DISTROFIA MUSCULAR
Distrofia muscular é considerada uma das altera-
BIOMECÂNICA DA CONTRAÇÃO ções genéticas mais comuns no mundo. Dois tipos
MUSCULAR de distrofia são mais conhecidos: distrofia muscular
O músculo é o único tecido do corpo humano capaz de Duchenne (DMD) e distrofia muscular de Becker
de produzir força biomecânica, podendo ser considera- (DMB). Trata-se de doenças genéticas causadas por
do a única estrutura ativa do corpo. A contração mus- mutações no mesmo gene, o DMD, ambas com padrão
cular apresenta sempre a mesma intensidade – lei do de herança recessivo ligado ao cromossomo X, em uma
tudo ou nada –, ou seja, em resposta a um estímulo, os região denominada Xp21. Como na mulher existem dois
músculos contraem-se ou não; se o fazem, é sempre cromossomos X, se um deles tiver o gene defeituoso,
da mesma maneira. Para que ocorra a contração, o o outro garantirá o bom funcionamento dos músculos.
estímulo precisa atingir um mínimo necessário, chama- Por isso, a mulher pode ser portadora do gene da DMD
do de limiar de excitação. Uma alcançado esse limite, e não ter a doença, o que explica a maior prevalência
por mais que a intensidade aumente, a intensidade de do problema em homens.
contração mantém-se constante.
GADO IMAGES / ALAMY STOCK PHOTO

Contração de
fibra muscular

Material exclusivo para professores


Intensidade
Limiar do estímulo

Relação entre a intensidade do estímulo e a resposta da contração da


fibra muscular ao atingir o limiar de excitação.

conveniados ao Sistema de Ensino A contração do músculo como um todo depende do


número de fibras que se contraem. Como diferentes
Microscopia óptica da seção transversal do músculo estriado esquelético
de um paciente com distrofia de Duchenne, condição em que as fibras
musculares são substituídas por células adiposas. Aumento desconhecido.

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322 318 – Material do Professor

DISABILITY IMAGES / ALAMY STOCK PHOTO


LEITURA COMPLEMENTAR
BIOLOGIA 3A

Como os anabolizantes agem no corpo humano?


Tomando "bomba"
Os esteroides anabolizantes são substâncias sintéticas
– criadas em laboratório – que imitam o hormônio mas-
culino testosterona. Existem vários tipos de “bombas”
que podem ser ingeridas ou injetadas no corpo de quem
quer acelerar os resultados da malhação, aumentando a
massa muscular rapidamente.
Por água abaixo
Ao cair na corrente sanguínea, os esteroides se espalham
por todos os órgãos e tecidos do corpo. Nas fibras que
compõem os músculos ocorre muita retenção de líquidos
e, consequentemente, o inchaço da musculatura. Esse é
o primeiro passo para ficar “bombadaço”.
Músculo rasgado
Os anabolizantes fazem as fibras acelerarem a produ-
ção de proteínas, principal matéria-prima dos tecidos
musculares. Além disso, o tecido ganha mais poder de
contração, essencial para que o músculo cresça. Essa
Sintomas da distrofia de Duchenne envolvem dificuldades expansão se dá porque as fibras, uma vez inchadas de
nas atividades motoras. água, se contraem mais, permanecendo esticadas.
Ambos os tipos de distrofia são responsáveis pelo Quebrando tudo
funcionamento dos músculos, o que resulta em fra- Os músculos crescem tão rápido que as estruturas que
queza muscular e perda de funções motoras, que se trabalham em conjunto com eles a cada movimento aca-
desenvolve na infância ou na adolescência. O diagnós- bam sobrecarregadas. Às vezes acontece o rompimento
tico dessas doenças é realizado por meio de exame de dos tendões – estruturas rígidas que fazem a ligação
sangue e de uma amostra do tecido muscular. entre músculos e ossos e, em casos extremos, o tendão
chega a se desprender do osso.
Bíceps normal Distrofia muscular
[...]
ALILA MEDICAL MEDIA/SHUTTERSTOCK

Crescimento insustentável
Os músculos de quem faz musculação tomando ana-
bolizantes crescem até oito vezes mais do que o de um
malhador comum. Mas será que vale a pena?
Fonte: JOKURA, Tiago. Como os anabolizantes agem no
corpo humano? Superinteressante, 11 ago. 2010. Disponível
em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-os-
anabolizantes-agem-no-corpo-humano/>. Acesso em: out. 2018.
(Adaptado)
LUCKYRACCOON / ALAMY STOCK PHOTO

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino
Ilustração comparativa dos músculos de uma pessoa com distrofia
muscular com os de uma pessoa com músculo normal. Elementos
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia. Pessoa injetando anabolizante na coxa.

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319 – Material do Professor 323

ROTEIRO DE AULA

BIOLOGIA 3A
FIBRA MUSCULAR ESQUELÉTICA

Muita mioglobina Vermelha

Tipos

Pouca mioglobina Branca

Libera

Ca21 Atua no mecanismo da Contração muscular

Pelo
deslizamento de

Miosina Sobre Actina

Resulta no encurtamento do

Miômero

Associado aos neurônios forma a Placa motora

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino
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324 320 – Material do Professor

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
BIOLOGIA 3A

1. Ufla-MG – Assinale a alternativa que caracteriza corre- 4. PUC-MG – O gráfico apresenta as variações de três
tamente a fibra muscular estriada esquelética. parâmetros adaptativos de músculo estriado esquelé-
a) Multinucleada, núcleos centralizados, contração in- tico após algum tempo de treinamento físico aeróbico.
voluntária.
- Quantidade média de mitocôndrias por fibra
b) Mononucleada, núcleo periférico, contração in-
voluntária. - Quantidade média de capilares sanguíneos por fibra

c) Mononucleada, núcleo centralizado, contração - Quantidade média de glicogênio por fibra


1,0
voluntária.

Unidades arbitrárias
0,8
d) Multinucleada, núcleos periféricos, contração
voluntária. 0,6
As fibras musculares estriadas esqueléticas são células cilíndricas multi- 0,4
nucleadas, com núcleos periféricos. Elas apresentam contração rápida e
vigorosa sob controle voluntário, exercido pelo sistema nervoso central. 0,2

2. UFPB (adaptada) – O tecido muscular caracteriza-se 0


Antes Depois Antes Depois Antes Depois
por apresentar diversidade morfológica e células es-
pecializadas responsáveis pelos movimentos. Sobre a Com base na análise dos resultados e outros conheci-
estrutura dos tecidos musculares e suas características, mentos sobre o assunto, é incorreto afirmar:
é correto afirmar que a) aumento na quantidade de glicogênio nas fibras mus-
a) Os miômeros são constituídos unicamente por fila- culares determina obrigatoriamente o aumento na
mentos proteicos de miosina. capacidade aeróbia dos músculos.
b) A contração, nas fibras musculares, é causada pela b) aumento da quantidade de capilares nas fibras repre-
ausência de ATP e íons cálcio, livres no citosol. senta aumento na vascularização capaz de melhorar
c) Os filamentos de actina deslizam entre os de miosina as trocas gasosas e a nutrição muscular.
durante a contração muscular. c) aumento na quantidade de sarcossomas nas fibras
d) As fibras musculares brancas, nos músculos esque- musculares representa aumento na capacidade
léticos, são ricas em mioglobina e possuem grande oxidativa.
quantidade de sarcossomas. d) A capacidade aeróbia muscular pode também de-
e) As fibras musculares esqueléticas de um indivíduo pender da quantidade de mioglobina no interior das
fibras musculares.
que passa muito tempo em repouso apresentam
altas concentrações de ácido lático. São fatores que podem aumentar a capacidade aeróbica dos músculos:
aumento na quantidade de glicogênio armazenado, aumento da vascu-
A contração muscular ocorre quando os filamentos da proteína actina larização sanguínea, maior número de sarcossomas, maior quantidade
deslizam sobre os filamentos proteicos de miosina, processo que con- de mioglobina nos miócitos, além de condições genéticas, sexo, idade
some ATP e ocorre na presença de íons de cálcio e magnésio. e tipo de exercício físico.
3. Udesc – A contração muscular é realizada por célu- 5. UFTM-MG
las que se diferenciaram durante o desenvolvimento O Botox®, ou toxina botulínica, é um composto produzi-
embrionário e que se encontram altamente inervadas. do por uma bactéria anaeróbia e utilizado em tratamen-
a) Desenhe o miômero da fibra muscular estriada es- tos estéticos, em pequenas doses, para suavizar as marcas
quelética que contém proteínas responsáveis pela causadas pelas contrações musculares na face ao longo do
contração muscular e identifique-as. tempo. Ao ser aplicada no rosto, a toxina bloqueia a libera-
ção de acetilcolina, um neurotransmissor que leva mensa-
I gens elétricas do cérebro aos músculos faciais.
A Fonte: <www.bbc.co.uk/portuguese> Acesso em: nov. 2019.
Actina
H Explique o que ocorreria no interior da fibra muscular
caso houvesse a liberação da acetilcolina.

A liberação de acetilcolina estimula a contração da fibra muscular estria-

da. O neurotransmissor determina o deslizamento dos miofilamentos


Miosina

proteicos de actina sobre os miofilamentos de miosina, na presença de


b) Explique o mecanismo da contração muscular.
Os miofilamentos de actina e miosina deslizam uns sobre os outros de cálcio, com consumo de ATP.

maneira que os filamentos de actina se aproximam, diminuindo a faixa

Material exclusivo para professores


H, a banda A (miosina) não se altera, enquanto a banda I (actina) diminui.

conveniados ao Sistema de Ensino


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6. UESPI – Os atletas olímpicos geralmente possuem c) na ausência de íons de Ca21, a miosina separa-se da

BIOLOGIA 3A
grande massa muscular devido aos exercícios físicos actina provocando o relaxamento da fibra muscular.
constantes. Sobre a contração dos músculos esque- d) a fadiga durante o exercício físico é resultado do con-
léticos, é correto afirmar que sumo de oxigênio que ocorre na fermentação lática.
a) os filamentos de miosina deslizam sobre os de acti- e) a ausência de estímulo nervoso em pessoas com
na, diminuindo o comprimento do miômero. lesão da coluna espinal não provoca diminuição do
tônus muscular.
b) a fonte de energia imediat a para contração
muscular é proveniente do fosfato de creatina e Na deficiência de cálcio, as miofibrilas permanecem relaxadas porque
do glicogênio. as moléculas de miosina separam-se das moléculas de actina.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. UEM-PR – Para que ocorra o processo de contração 08) Quando se realizam exercícios físicos extenuantes,
muscular, há necessidade de íons de Ca21 e de energia o oxigênio pode se tornar insuficiente para a ativi-
armazenada nas moléculas de ATP. Sobre esse proces- dade muscular aeróbia e, nessas condições, a fibra
so e com base nos conhecimentos de química, assinale passa a realizar fermentação lática.
o que for correto. 16) À medida que os sistemas respiratórios e circula-
01) Os íons Ca21 promovem a ligação dos miofilamentos tórios são ativados, chega ao músculo maior quan-
de actina com os de miosina. tidade de oxigênio. Inicia-se, então, a formação de
ATP pela respiração aeróbia, em que a glicose é
02) Durante o repouso, a concentração de íons cálcio degradada completamente a CO2 e água.
no interior do retículo sarcoplasmático é menor do
que a concentração do sarcoplasma.
9. UFPR – A figura 1 apresenta um esquema da organi-
04) O íon Ca21 possui maior raio do que o elemento Ca, zação do sistema nervoso autônomo e a figura 2 um
porque apresenta dois elétrons a mais. esquema da sinapse entre o axônio de um neurônio
08) Na molécula de ATP, existem átomos de fósforo que motor e uma fibra muscular estriada esquelética (junção
não obedecem à regra do octeto. neuromuscular)
16) Durante um exercício físico intenso, as reservas Figura 1 Figura 2
de O2 ligados à mioglobina se esgotam e ocorre neurônio neurônio noradrenalina
neurônio motor acetilcolina
acúmulo de ácido lático no músculo, resultando em pré-ganglionar pós-ganglionar
somático
simpático simpático
fadiga muscular.

8. UEPG-PR – Observe a tabela abaixo e assinale o que neurônio neurônio acetilcolina


pré-ganglionar pós-ganglionar
for correto em relação aos sistemas energéticos. parassimpático parassimpático fibra muscular esquelética

Atividade física Sistema energético a) Qual é o efeito do neurotransmissor acetilcolina so-


bre fibras musculares estriadas cardíacas?
Corrida de 100 metros Principalmente ATP e
fosfocreatina.
Corrida de 200 metros ATP, fosfocreatina e
glicogênio-lactato.
Corrida de 400 metros Principalmente
glicogênio-lactato.
Corrida de 800 metros Glicogênio-lactato e sistema
b) Qual é o efeito do neurotransmissor noradrenalina
aeróbio.
sobre fibras musculares estriadas cardíacas?
Maratona Sistema aeróbio.
Adaptado de: Torres, B. B.; Marzzoco, A. Bioquímica básica. 3. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

01) As reservas de ATP e de fosfocreatina nos músculos


esqueléticos constituem um suprimento imediato
de energia para a contração muscular, suficiente
para esforços máximos de 6 a 8 segundos.
02) O glicogênio é rapidamente consumido e a energia
é utilizada para exercícios intensos com duração de
1 a 2 minutos. A glicose degradada por fermentação 10. UEPG-PR – A contração muscular é um processo fi-

Material exclusivo para professores


láctica produz lactato, que sai da fibra muscular e siológico de alto custo energético. Com relação aos
passa para o sangue, sendo absorvido principalmen- processos que fornecem energia para a contração mus-
te pelo fígado, onde é convertido em glicose. cular, assinale o que for correto.
04) O lactato é responsável pela fadiga muscular. É 01) As fibras musculares possuem moléculas de fosfato

conveniados ao Sistema de Ensino


produzido pela fermentação lática e permanece na de creatina, ou fosfocreatina, uma substância alta-
corrente sanguínea, após um tempo, é filtrado nos mente energética presente nas fibras musculares
rins e eliminado na urina. em uma concentração cerca de 10 vezes maior ATP.

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326 322 – Material do Professor

02) Durante um exercício, à medida que o estoque de liberada pelo ATP, o que promove um deslizamento
BIOLOGIA 3A

ATP vai sendo utilizado, a fibra muscular transfere dos filamentos de actina sobre os de miosina na
fosfatos energéticos das moléculas de fosfocreatina fibra muscular.
para moléculas ADP, gerando mais ATP. II. Exercícios físicos promovem um aumento no volume
04) As fibras musculares armazenam grande quantida- dos miócitos da musculatura esquelética, através da
de de glicogênio, um polissacarídeo formado por produção de novas miofibrilas.
centenas de moléculas de glicose unidas entre si. III. Em caso de fadiga muscular, parte do ácido lático
08) O ácido lático produzido nos músculos é produzido através da fermentação lática passa para
transportado pelo sangue até os rins, onde é a corrente sanguínea e é convertida em aminoácidos
totalmente excretado com a urina. pelo fígado.
16) A fermentação lática ocorre nas fibras musculares Quais estão corretas?
durante um exercício muscular muito intenso. Nesse
caso, após esgotarem-se as reservas de gás oxigênio a) Apenas I.
ligado a mioglobina, as fibras musculares passam a b) Apenas II.
produzir ATP por meio da fermentação lática. c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
11. Fuvest-SP – A tabela a seguir apresenta algumas carac-
terísticas de dois tipos de fibras musculares do corpo e) I, II e III.
humano.
13. Uece (adaptada) – O conceito de miômero engloba o
de estruturas como sarcolema e retículo sarcoplasmá-
Fibras musculares
tico e está associado a um determinado tipo de tecido.
Características Tipo I Tipo II Nessa estrutura temos a abundante presença de
a) plastos de íons de magnésio.
Velocidade de contração Lenta Rápida
b) plastos de íons do cálcio.
Concentração de enzimas oxidativas Alta Baixa c) sarcossomas e íons de magnésio.
d) sarcossomas e íons de cálcio.
Concentração de enzimas glicolíticas Baixa Alta
14. Unifesp – Os músculos esqueléticos dos vertebrados
a) Em suas respectivas provas, um velocista corre são compostos por dois tipos de fibras: I – as fibras
200 m, com velocidade aproximada de 36 km/h, lentas oxidativas ou vermelhas, e II – as fibras rápidas
e um maratonista corre 42 km, com velocidade ou brancas. O tipo de atividade física exercida por
aproximada de 18 km/h. Que tipo de fibra muscular
uma pessoa pode, até um certo grau, alterar a pro-
se espera encontrar, em maior abundância, nos
porção dessas fibras em seu corpo. De acordo com a
músculos do corpo de cada um desses atletas?
modalidade esportiva e o tipo de treinamento, quais
desses atletas olímpicos apresentam maior número
de fibras lentas?
I. Corredor de 100 m
II. Maratonista (percorre 42 km)
III. Nadador de 1 500 m
IV. Levantador de peso
V. Atleta de salto
a) I e II. d) III e IV.
b) I e III. e) IV e V.
b) Em que tipo de fibra muscular deve ser observando c) II e III.
o maior número de sarcossoma? Justifique.
15. UFV-MG – Considerando o esquema dos miômeros
representados abaixo e suas características durante a
contração, assinale a afirmativa incorreta:

I II III

IV
V

Material exclusivo para professores


12. UFRGS – Considere as afirmações a seguir sobre o
tecido muscular esquelético.
O esquema acima representa o miômero.
a) I contém miofilamentos e corresponde à banda A,
que não se encurta.

conveniados ao Sistema de Ensino


I. Para que ocorra contração muscular, há necessidade b) IV contém actina e corresponde a uma banda que
de uma ação conjunta dos íons cálcio e da energia se encurta.

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c) II delimita o sarcômero e corresponde às linhas Z, em enfraquecimento dos ossos, pois a calcitonina irá

BIOLOGIA 3A
que se aproximam. retirar muito cálcio de sua reserva, para conduzi-lo à
d) III contém miosina e corresponde à banda H, que ação praticada durante a atividade física.
se estreita. d) quando existe grande quantidade de hormônios que
e) V contém miofibrilas e corresponde ao sarcômero, regulam a taxa do cálcio do sangue, este íon sempre
que não se encurta. será retirado em excesso. Tanto o excesso quanto a
falta de cálcio, ofertado para a contração muscular,
16. UFU-MG – A base para toda atividade física é a con- resultará num quadro clínico conhecido como teta-
tração muscular. Sem ela, os movimentos inexistem. nia, que é o relaxamento de todos os músculos do
corpo num mesmo momento.
Observa-se que o íon Ca21 é de fundamental importân-
cia nas contrações musculares.
17. UEM-PR – Quando fazemos exercícios físicos, ocorrem
Sobre a ação deste íon na contração muscular, a regulação alterações no funcionamento do nosso corpo, como a
de sua quantidade no sangue, os hormônios que fazem elevação da temperatura e a saída de água e íons da célula.
tal regulação e sua carência, assinale a alternativa correta.
Sobre o assunto, assinale o que for correto.
a) A partir da sinapse neuromuscular, o impulso nervoso
01) Uma das causas da fadiga muscular, resultante de
propaga-se pela membrana da fibra muscular e daí para
um esforço muscular intenso, é o excesso de glico-
o retículo sarcoplasmático, fazendo com que o cálcio ali
gênio e ATP produzido pela fibra muscular cardíaca.
armazenado seja liberado. O cálcio, então, migra para
a sinapse, agindo como neurotransmissor, permitindo 02) Para regular a temperatura corporal, proteínas es-
que um novo impulso no nervo seja conduzido ao ven- peciais presentes no sarcolema permitem a saída
tre muscular, originando nova contração. Cessadas as de água e de íons, sem gasto de energia pela mem-
contrações musculares, o cálcio é reabsorvido pelos brana, do meio mais concentrado para o menos
rins e integralmente eliminado pela urina. concentrado. Esse processo é a difusão simples.
b) O paratormônio é produzido pelas paratireoides e é o 04) As glândulas sudoríparas são anexos epidérmicos que
responsável por retirar o cálcio dos ossos e lançá-lo eliminam, por meio de um ducto, um fluido que contém
no sangue quando sua concentração está baixa. O água e íons, ajudando a manter a temperatura corporal.
excesso deste hormônio pode causar fragilidade dos 08) Durante uma atividade física, a frequência cardíaca au-
ossos e cálculos renais. menta, o sangue venoso passa do átrio para o ventrícu-
c) durante a atividade física, como a contração muscular lo direito e de lá é bombeado para a artéria pulmonar.
está sendo mais exigida, muito cálcio é retirado dos 16) O cerebelo é o principal responsável pela coordena-
ossos, para que seja utilizado na ação da musculatu- ção dos movimentos das diversas partes do corpo
ra. Desta forma, o excesso de atividade física resulta e pela manutenção do equilíbrio corporal.

ESTUDO PARA O ENEM


18. Sistema Dom Bosco C4-H14 b) essa doença atinge homens e mulheres igualmente.
Um dos maiores desafi os da contemporaneidade é c) mulheres não manifestam a doença, uma vez que
achar tempo no meio da rotina atribulada para a práti- seu cromossomo X defeituoso é compensado pelo
ca regular de exercícios físicos. Os exercícios físicos, outro cromossomo X normal.
assim como a movimentação do nosso corpo para as d) a ausência de produção de distrofina leva a um au-
atividades comuns do dia a dia, são dependentes do mento da permeabilidade muscular, permitindo que
processo de contração muscular. uma quantidade excessiva de cálcio substitua as
fibras musculares.
Sobre o processo de contração, é correto dizer que
e) esta doença atinge apenas homens, por volta dos
a) chama-se placa motora a junção da fibra muscular 13 e 15 anos de idade.
com os tendões para promover a contração.
b) a contração muscular é dependente de íons de 20. UESPI C4-H14
sódio Na 1. Os atletas olímpicos geralmente possuem grande mas-
c) o processo de contração muscular é caracterizado sa muscular devido aos exercícios físicos constantes.
pelo deslizamento de actina sobre os de miosina, na Sobre a contração dos músculos esqueléticos, é correto
presença dos íons de cálcio (Ca21). afirmar que
d) o processo de contração muscular do músculo estria- a) os filamentos de miosina deslizam sobre os de acti-
do esquelético é independente do sistema nervoso. na, diminuindo o comprimento do miômero.
e) o processo de contração muscular é passivo, sem b) a fonte de energia imediat a para contração
gasto energético. muscular é proveniente do fosfato de creatina e
do glicogênio.
19. Sistema Dom Bosco C4-H13 c) na ausência de íons Ca2+, a miosina separa-se da
A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é uma doen-

Material exclusivo para professores


actina provocando o relaxamento da fibra muscular.
ça causada por uma mutação em um gene localizado d) a fadiga durante o exercício físico é resultado
no cromossomo X. Acerca da distrofia muscular de do consumo de oxigênio que ocorre na fermen-
Duchenne, tipo mais comum entre essas patologias, tação lática.
pode-se afirmar corretamente que

conveniados ao Sistema de Ensino


e) a ausência de estímulo nervoso em pessoas com
a) o gene afetado está localizado no cromossomo X, lesão da coluna espinal não provoca diminuição
na região Xp22. do tônus muscular.

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BIOLOGIA 3A 324 – Material do Professor

TECIDO NERVOSO

O caracol-do-cone (Conus geographus) é um dos exemplares de moluscos mais


belos, mas também o mais perigoso. Apesar de não ter dentes afiados e a agilidade
• Tecido nervoso de um tubarão, esse é um dos animais marinhos mais temidos, até mesmo por mer-
• Dinâmica do gulhadores experientes.
impulso nervoso Sua concha, rica em padrões geométricos e cores exuberantes, serve como
atrativo para suas presas que, ao se aproximarem, são atingidas por uma espécie
HABILIDADES de arpão, que injeta veneno capaz de paralisar um peixe em segundos.
• Reconhecer as

PAULO OLIVEIRA/ALAMY STOCK PHOTO


características gerais
do tecido nervoso e das
células que o compõem.
• Compreender o evento da
geração e transmissão do
impulso nervoso.

Caracol-do-cone (Conus geographus) se alimentando de um peixe. A rádula é usada para injetar o veneno.

Embora humanos estejam totalmente fora do cardápio do caracol-do-cone, quando


este é manipulado ou sente-se acuado, o mesmo mecanismo de caça é usado para
defesa. A peçonha é tão potente que todos os anos mata mergulhadores desavisados
que não imaginam o que a bela concha reserva em seu interior.

Material exclusivo para professores


Esse veneno, denominado conotoxina, é letal pela combinação de moléculas
que inativam os neurônios, células nervosas responsáveis pela condução do im-
pulso nervoso. Assim que o veneno atinge o tecido nervoso, o controle neuronal
das funções vitais – como a respiração e a movimentação – é interrompido quase

conveniados ao Sistema de Ensino


instantaneamente, não havendo possibilidade de defesa ou de fuga. Na maioria das
vezes, não há tempo suficiente para que o mergulhador seja levado à superfície e
receba o atendimento médico adequado.

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Tecido nervoso

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LIBRARY - SPL/LATINSTOCK

BIOLOGIA 3A
Com origem embrionária na ectoderme, o tecido
nervoso é caracterizado por ter matriz extracelular es-
cassa e ser constituído, basicamente, por dois tipos A
celulares: os neurônios e as gliócitos (também de-
nominados células da glia). B
Os neurônios contam com longos prolongamen-
tos, formando uma rede complexa de comunicações
interligadas por todo o organismo que compõem o
C
sistema nervoso.
SCIENCE PHOTO LIBRARY - SPL/SCIENCE PHOTO LIBRARY - SPL/LATINSTOCK

Eletromicrografia de transmissão mostrando o citoplasma de um


neurônio. Em vermelho (A) observa-se o retículo endoplasmático
granuloso, em azul (B), o complexo golgiense e em verde (C) verificam-se
as mitocôndrias. Os ribossomos estão distribuídos por todo o citoplasma
na forma de pequenos pontos. Aumento desconhecido. Cores fantasia.

Essas células apresentam a capacidade de receber


estímulos nervosos (excitabilidade) e transmitir alte-
rações desencadeadas por esses estímulos a outras
células (condutibilidade), permitindo ao organismo
responder a alterações do meio.

Morfologia
Neurônios são células alongadas, podendo atingir até
1 m de comprimento. A maioria dos neurônios é formada
pelo corpo celular, no qual se encontra o núcleo e as
organelas citoplasmáticos. Essa é a região mais volumo-
sa e que apresenta formatos variáveis, dependendo da
Rede de prolongamentos estabelecidos pelo neurônio denominado célula localização e da atividade funcional. As principais formas
de Purkinje, responsável pela propagação do impulso cardíaco, que resulta são estrelada, fusiforme, piriforme e esférica.
na contração e no relaxamento do coração. Micrografia de luz confocal
usando técnica de inflorescência. Aumento desconhecido. O citoesqueleto do neurônio é formado por filamen-
tos de actina, neurofilamentos, microtúbulos e pro-
Sua principal função é captar e processar as infor- teínas motoras. Suas principais funções são manter
mações do ambiente externo, que são percebidas por o formato da célula, sustentar os prolongamentos e
meio dos sentidos (tato, paladar, visão, audição e olfa- permitir o transporte de organelas e substâncias.
to) e do próprio metabolismo interno, como a variação Do corpo celular partem dois tipos de prolongamen-
da temperatura e dos níveis de diversas substâncias, tos. Os dendritos são terminações aferentes que re-
entre outros aspectos. O tecido nervoso é responsável cebem estímulo dos outros neurônios ou dos órgãos
pelo processamento dessas informações e pela elabo- sensoriais. Essas informações são passadas para outros
ração de respostas que resultam em ações e na arma- neurônios ou músculos por um prolongamento maior
zenagem dos dados, processo denominado memória. chamado axônio, uma terminação eferente, que condu-
zirá os impulsos nervosos a outros neurônios e células.
NEURÔNIOS
SCIENCE HISTORY IMAGES/ALAMY STOCK PHOTO

Os neurônios são as principais células do tecido


nervoso, já que são as responsáveis por processar in-
formações e estímulos ambientais por meio da propa- dendritos

gação de impulsos nervosos.


No citoplasma são encontradas grandes quantida-
corpo
des de ribossomos livres e retículo endoplasmático celular
granuloso bem desenvolvido, organelas necessárias

Material exclusivo para professores


por conta da elevada taxa de síntese proteica para
manter sua estrutura e produzir neurotransmissores
peptídicos, moléculas derivadas das proteínas que axônio Eletromicrografia de
atuam como mensageiros químicos. transmissão colorida

conveniados ao Sistema de Ensino


As mitocôndrias também são encontradas em artificialmente,
mostrando o corte do
grande quantidade, relacionadas à sua elevada de-
neurônio de um rato.
manda energética. Aumento de 1050x.

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Diferentemente dos dendritos, os axônios não pos- Os neurônios podem ser classificados de acordo
BIOLOGIA 3A

suem retículo endoplasmático granuloso nem grânulos com seu número de prolongamentos em:
basófilos. Ao longo de seu comprimento, os axônios
• neurônios bipolares: apresentam dois prolonga-
podem formar ramos colaterais e sua porção final é
mentos, um dendrito e um axônio. Estão presen-
chamada de telodendro.
tes, por exemplo, em estruturas relacionadas ao
A maioria dos axônios é envolta por uma camada
equilíbrio, ao olfato, à visão e à audição;
de proteínas e lipídios chamada de estrato mielínico,
que, com o axônio, é denominada de neurofibra. • neurônios multipolares: apresentam um axô-
nio e muitos dendritos ramificados. Encontram-
SCIENCE PHOTO LIBRARY - SPL/SCIENCE PHOTO
LIBRARY - SPL/LATINSTOCK

-se em maior quantidade no cérebro e na me-


dula espinhal;
• neurônios unipolares: têm origem na vida em-
brionária como um neurônio bipolar, mas os dois
prolongamentos se fundem próximo ao corpo
celular e depois se dividem, formando o axônio
e os dendritos. Estão presentes nos gânglios
sensoriais cranianos.

bipolar multipolar unipolar

Eletromicrografia de transmissão colorida artificialmente, evidenciando


o estrato mielínico em vermelho (na seta). Em roxo é possível visualizar
as mitocôndrias bem desenvolvidas. Aumento desconhecido.

O estrato mielínico funciona como um isolante elé-


trico, no qual as alterações na polaridade da membrana
acontecem somente em pequenos intervalos no corpo
do neurônio, denominados nós neurofibrosos. Isso
possibilita ao impulso nervoso saltar de um nó para
outro, aumentando sua velocidade e convertendo rapi-
damente os estímulos ambientais em respostas do sis-
tema nervoso. Neurônios mielinizados podem conduzir
impulsos nervosos a uma velocidade de mais de 100
metros por segundo; em alguns neurônios amielínicos, Os diferentes prolongamentos dos neurônios: bipolar, multipolar e unipolar.
Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
a velocidade de propagação não ultrapassa 0,5 m/s.

gliócitos
GLIÓCITOS
Trata-se de células associadas à manutenção, à
sustentação e à nutrição dos neurônios e do tecido
corpo
celular nervoso como um todo. No sistema nervoso central
(SNC) são divididas em:
dendritos
• astrócitos: possuem forma estrelada por conta
de seus prolongamentos. A comunicação com
corpúsculos outras células do mesmo tipo acontece por jun-
de Nissl
ções gap. Estão presente no SNC em grande
núcleo do axônio
quantidade e têm a função de fornecer suporte
corpo celular
metabólico e físico aos neurônios, além de parti-
estrato mielínico
cipar da homeostase;

Material exclusivo para professores terminal do axônio


• células micróglias: são macrófagos especia-
lizados, sendo os menores constituintes da
célula da glia. Atuam como células dendríticas

conveniados ao Sistema de Ensino


apresentadoras de antígenos, secretam citoci-
Estruturas que compõem o neurônio. Elementos representados fora da nas e removem restos celulares. Têm origem
escala de tamanho. Cores fantasia. na medula óssea;

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327 – Material do Professor 331

• células ependimárias: lembram o tecido epitelial


por serem cúbicas ou colunares, dispostas lado a

BIOLOGIA 3A
lado. Atuam no transporte de água, íons e produ-
zem o líquido cerebroespinhal.
• oligodendrócitos: apresentam poucos prolonga- oligodendrócitos
micróglias
mentos e são menores que os astrócitos. Auxiliam
no controle do pH extracelular através da enzima
anidrase carbônica e mantêm o microambiente
controlado em torno do neurônio, possibilitam seu
isolamento elétrico para que ocorra uma via efeti-
va para as trocas metabólicas. Também ocorrem
no sistema nervoso periférico (SNP), onde são
chamados de células satélites por rodearem os
neurônios e os gânglios nervosos.

NERVOS neurônios
Nervos são feixes de axônio envolvidos por tecido
conectivo que correspondem a agrupamentos de neu-
rofibras. Cada neurofibra é envolta individualmente pelo astrócitos
endoneuro – fina camada de tecido conectivo rico em Representação dos neurônios e dos diferentes tipos de gliócitos.
fibras reticulares. Os conjuntos de várias neurofibras Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
constituem feixes, os quais são revestidos por outro
envoltório de tecido conectivo, o perineuro. A camada espessa de tecido conjuntivo
denso, o epineuro, reveste os vários feixes unidos de neurofibras e preenche os
espaços entre eles.
Esses envoltórios de tecido conectivo, além de proteger e delimitar os feixes de
neurofibras, contam com vasos sanguíneos para sua nutrição.
Os nervos são classificados como sensoriais ou aferentes quando recebem
os estímulos sensoriais do ambiente e do organismo e os conduzem para o SNC
para serem processados. Nervos mistos ou interneurônios são aqueles que esta-
belecem conexões, analisam e interpretam os estímulos sensoriais e integram os
neurônios no SNC. Os motores são também chamados de eferentes, por terem
origem no SNC e conduzirem impulsos entre neurônios, músculos ou glândulas.

Estímulo Resposta
Integração
sensorial motora

Dinâmica do impulso nervoso


A condução do impulso nervoso pode ser relacionada ao ato de acender uma
lâmpada, em que o impulso elétrico percorre o caminho de polarização e repolari-
zação causado pela diferença de potencial no fio condutor até a resposta final que
desencadeia a produção de luz elétrica. Por analogia, os neurônios seriam os fios
elétricos e o impulso nervoso, a corrente elétrica.
Como em qualquer outra célula, nos neurônios os íons estão distribuídos de
maneira desigual pela membrana plasmática, sendo a parte interna da membrana
carregada negativamente em relação ao meio extracelular. A membrana plasmática
encontra-se, portanto, polarizada. Isso causa uma diferença de potencial elétrico
proveniente da diferença de carga, que no neurônio é chamada de potencial de
membrana.

Material exclusivo para professores


O mecanismo básico que mantém essa diferença é a bomba de sódio (Na+) e
potássio (K+), mecanismo de transporte ativo que, com gasto energético, retira
sódio da célula para o meio extracelular e introduz potássio no meio intracelular. A

conveniados ao Sistema de Ensino


permeabilidade da membrana do neurônio em repouso impede os íons de se mo-
verem a favor do gradiente de concentração. A diferença de potencial verificada na
membrana do neurônio em repouso chama-se potencial de repouso.

Dom Bosco
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332 328 – Material do Professor

Para que o estímulo promova o impulso nervoso é

STOCKTREK IMAGES, INC./ALAMY STOCK PHOTO


BIOLOGIA 3A

necessário que este atinja uma intensidade mínima,

potencial de membrana
150
chamada limiar de excitação. Uma vez alcançado
0 esse limiar, o estímulo desencadeia sempre a mesma
resposta, ou seja, por mais que sua intensidade au-
250 mente, os potenciais de ação ocorrem por completo
2100 ou simplesmente não ocorrem, o que é denominado
lei do tudo ou nada.
tempo
Os estímulos provocam uma onda de despolariza-
ções e repolarizações que se propagam ao longo da
canal de sódio canal de potássio
membrana plasmática do neurônio. Essa oscilação da
diferença de potencial corresponde ao potencial de
ação, e o caminho percorrido pelo estímulo gera o
impulso nervoso. A propagação do impulso ao longo do
neurônio é unidirecional (sempre no sentido dendrito-
interior do neurônio membrana plasmática -corpo celular-axônio).
A presença do estrato mielínico é um dos fatores
que determinam a velocidade de propagação do im-
pulso nervoso na célula. Quando a membrana de uma
1 região sem o estrato se encontra despolarizada, a al-
teração elétrica gerada passa diretamente para o nó
seguinte, que se despolariza. Desse modo, nos neurô-
Estado de repouso de uma célula nervosa. Isso é mostrado quando
a tensão é controlada e os canais de Na1 e K1 estão fechados, e um nios com estrato mielínico o impulso nervoso propaga-
potencial de repouso é mantido. -se diretamente de um nó para outro no processo de
condução saltatória.

Sinapse
2 Define-se sinapse como o local de comunicação
entre dois neurônios ou entre um neurônio e uma
célula efetora, e tem como função transformar o sinal
Um estímulo abre alguns canais de Na1, se um limiar de excitação é elétrico em químico. Uma pequena fenda (20 a 30
atingido, então o potencial de ação é alcançado. nm), denominada fenda sináptica, separa as células
que estão participando da transmissão do impulso
nervoso, sendo o neurônio que está transmitindo esse
impulso denominado de pré-sináptico e o que está
3
recebendo, pós-sináptico.

Sinapse

MEDICAL LABELED/ALAMY STOCK VECTOR


Canais adicionais de Na se abrem enquanto os canais de K ainda
+ 1
neurotransmissor
estão fechados, mantendo o interior da célula positivo. enzima receptor

axônio dendrito

Os canais de Na+ fecham e ficam inativos; os canais de K1 se abrem


e o fluxo de K+ aumenta, tornando o interior da célula mais negativo
que o lado de fora.

mitocôndria

Processo da sinapse acontecendo entre um axônio e um dendrito.


Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
5

Material exclusivo para professores


Na fenda sináptica, participam os chamados neu-
Os canais de K fecham relativamente devagar. A célula retorna a
1 rotransmissores, vesículas cheias de substâncias quí-
um estado de repouso. micas na extremidade do axônio pré-sináptico. São

conveniados ao Sistema de Ensino


exemplos de neurotransmissores a acetilcolina, a no-
Ilustração mostrando o potencial de ação das células nervosas. radrenalina e a serotonina, presentes na maioria dos
Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia. vertebrados. As sinapses podem ser axodendríticas,

Dom Bosco
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329 – Material do Professor 333

quando o axônio de um neurônio faz contato com o rompendo o impulso nervoso nesse local. Acetil-
dendrito de outro; axossomática, quando o axônio colinesterase é um exemplo de enzima que inativa

BIOLOGIA 3A
contata o corpo celular; e axoaxônica, quando o con- especificamente a acetilcolina.
tato se dá entre axônios.

STOCKTREK IMAGES, INC./ALAMY STOCK PHOTO


Nos mamíferos, as sinapses são químicas e ocorrem
quando a despolarização da membrana chega na porção
terminal do axônio pré-sináptico (chamado de botão si-
náptico) e promove a abertura dos canais de Ca21. A
entrada dos íons de cálcio promove a fusão das vesículas
sinápticas à membrana pré-sináptica, causando a exoci-
tose dos neurotransmissores, os quais são liberados na
fenda sináptica. Desse modo, os neurotransmissores se
difundem e se fixam aos receptores da membrana da
célula pós-sináptica, abrindo os canais para a entrada do
íon sódio, de modo que gerem impulso nervoso que se
propaga por sua membrana plasmática.
Ilustração dos receptores no processo de sinapse. Elementos
No caso da fibra muscular, os neurotransmissores representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
podem enviar estímulo específico que provoca contra-
ção. A sinapse neuromuscular (entre um neurônio e Outras maneiras de extinguir o impulso nervoso
uma célula muscular) é conhecida por placa motora ou local ocorre com a recaptação dos neurotransmisso-
junção neuromuscular. res por células da glia e imobilização desses neuro-
Há elevada especificidade entre o neurotrans- transmissores por moléculas da matriz extracelular
missor e determinados receptores localizados na próxima. A propagação do impulso nervoso através
membrana pós-sináptica. Assim que entra em ação, da sinapse é um fenômeno exclusivamente químico
o neurotransmissor é inativado por enzimas, inter- e unidirecional.

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino
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334 330 – Material do Professor

ROTEIRO DE AULA
BIOLOGIA 3A

TECIDO NERVOSO

Tipos celulares

Gliócito Neurônio

Constituído por:

Dendritos Corpo celular Axônio

Astrócitos Envolto por:

Células micróglias Estrato mielínico

Células
Acelera o:
ependimárias

Oligodendrócitos
Impulso nervoso Que ocorre nas:

Sinapses

Elétricas Químicas

Material exclusivo para professores Mediadores:

conveniados ao Sistema de Ensino Neurotransmissores

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331 – Material do Professor 335

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

BIOLOGIA 3A
1. Uece – Sabe-se que a deficiência na produção de se- Assinale a alternativa que relaciona corretamente o
rotonina pode ser uma das causas do estado depressi- nome da célula ao número indicado na figura e às suas
vo dos adolescentes, conforme indicam pesquisas no principais funções:
campo da psiquiatria. Essa substância é um neurotrans-
missor, sendo liberada na seguinte região do neurônio, Nome das Número Principais
para que o impulso nervoso se propague células na funções das
a) No corpo celular. figura células
b) No terminal sináptico do dendrito.
a) Microglia 4 Fagocitar detritos
c) Na bainha de mielina do axônio.
e restos celulares
d) No terminal sináptico do axônio.
presentes no tecido
O neurotransmissor é liberado no terminal sináptico do axônio, que é
o lugar onde o neurônio entra em contato com outros neurônios para nervoso.
transmitir o impulso nervoso.
b) Astrócito 2 Formar o estrato
mielínico que
2. Unicamp-SP (adaptada) – Com a manchete “O Voo de
Maurren”, O Estado de S. Paulo noticiou, no dia 23 de protege alguns
agosto de 2008, que a saltadora Maurren Maggi ganhou neurônios.
a segunda medalha de ouro para o Brasil nos últimos Jo- c) Célula de 3 Proteger e nutrir os
gos Olímpicos. No salto de 7,04 m de distância, Maurren
Schwann neurônios.
utilizou a força originada da contração do tecido muscular
estriado esquelético. Para que pudesse chegar a essa d) Oligodendrócito 1 Proporcionar
marca, foi preciso contração muscular e coordenação sustentação física
dos movimentos por meio de impulsos nervosos. ao tecido nervoso
Explique como o neurônio transmite o impulso nervoso e participar da
ao músculo. recuperação de
A transmissão do impulso nervoso ocorre através da liberação de neuro- lesões.
e) Neurônio 3 Conduzir os
transmissores no terminal do axônio pré-sináptico (sinapse neuromus- impulsos nervosos.
Os astrócitos (3) protegem e nutrem os neurônios. As células de Sch-
cular), conhecida por placa motora ou junção neuromuscular.
wann (2) formam o estrato mielínico, que envolve o axônio de certos
neurônios do sistema nervoso periférico. Os oligodendrócitos (2) for-
mam a bainha de mielina, que envolve o axônio de neurônios do siste-
ma nervoso central. Os neurônios (1) geram, conduzem e transmitem
impulsos nervosos.

4. UEPB – Sobre o tecido nervoso são apresentadas as


proposições a seguir.
3. UPF-RS – Observe a figura a seguir, que representa,
I. O tecido nervoso é composto pelos neurônios, que
de forma esquemática, os principais tipos de células
são células especializadas na condução de impulsos
do Sistema Nervoso Central (SNC), indicadas pelos nervosos, e pelos gliócitos, cuja função é envolver,
números 1 a 4. proteger e nutrir os neurônios.
1 II. Quanto à função geral, os neurônios podem ser
corpo celular classificados em sensitivos, motores e associativos.
III. As sinapses nervosas geralmente ocorrem entre o
axônio de um neurônio e o dendrito de outro, mas
também podem ocorrer sinapses entre um axônio
e um corpo celular, entre dois axônios e uma célula
2 muscular.
núcleo Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões):
4
a) I e II, apenas.
b) I, II e III.
c) I, apenas.
3 d) II, apenas.

Material exclusivo para professores


e) II e III, apenas.
Todas as afirmativas estão corretas e relacionadas ao tecido nervoso.
pés vasculares

conveniados ao Sistema de Ensino


capilar sanguíneo

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336 332 – Material do Professor

5. FMJ-SP – O sistema nervoso é formado por bilhões de 6. FGV (adaptada) – O tecido nervoso do ser humano
BIOLOGIA 3A

neurônios, que possibilitam a condução do impulso ner- é composto por bilhões de células, desempenhando
voso em um único sentido. Cada neurônio é constituído diversas funções, entre elas a condução do impulso
por três regiões específicas, e uma delas é envolvida nervoso. A figura ilustra uma organização sequencial
pelo estrato mielínico (bainha de mielina). de neurônios nos quais a sinapse é química e mediada
a) Cite as três regiões do neurônio que permitem a por neurotransmissores.
propagação em único sentido. Qual é a vantagem
da presença do estrato mielínico na condução do
impulso nervoso?
As três regiões do neurônio que permitem a propagação em um único
núcleo dendritos
sentido são: dendrito, corpo celular (corpo neural/pericárdio/corpo) e

sinapse
axônio (cauda). A vantagem do estrato mielínico é aumentar (acelerar/ nucléolo
bainha de
mielina corpo
axônio celular
agilizar) a velocidade do impulso.

célula de
Schwann axônio
nódulo de
Ranvier

Tal organização é fundamental, pois o percurso celular


de um impulso nervoso, neste caso, é
b) Explique como um neurônio consegue se comunicar
com outro neurônio sem ter contato físico. a) unidirecional em todos os neurônios, e também em
Ao atingir a região terminal do axônio, haverá a liberação de neurotrans-
suas terminações.
b) bidirecional em todos os neurônios, e também em
missores (mediadores químicos) na sinapse (fenda sináptica), atingindo suas terminações.
c) reversível na maioria dos neurônios, não o sendo em
(estimulando) os dendritos (neurorreceptores) do neurônio seguinte. O suas terminações.
d) unidirecional, dependendo de seu estímulo inicial
estímulo irá promover abertura dos canais de sódio/potencial de ação/ em suas terminações.
e) bidirecional, dependendo de seu estímulo inicial em
despolarização do neurônio seguinte. suas terminações.
O impulso nervoso que percorre a cadeia de neurônios é unidirecional
nas células e em suas terminações. O trajeto segue a sequência: den-
dritos, corpo celular, axônio e sinapse, local onde o sinal é propagado
pela liberação de neurotransmissores.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. UFPE – O sistema nervoso é composto principalmen- 8. UEFS-BA
te por células especializadas que desempenham as membrana
pré-sináptica axônio
funções de captação, processamento e acúmulo de
impulso
informações, além de participar no controle geral do nervoso
membrana
organismo com o sistema endócrino. Sobre essas cé- pós-sináptica
terminação
lulas, analise as afirmativas a seguir. axônica
vesícula contendo
( ) Os neurotransmissores são mensageiros químicos neurotransmissores
lançados na circulação sanguínea para transmitir receptores de
informações a outras células. neurotransmissores
Na1
( ) A mielina é uma característica essencial para o fun-
cionamento de todos os neurônios. neurotransmissores

( ) Nas sinapses químicas, não existe continuidade fenda sináptica


entre as membranas celulares dos neurônios.

Material exclusivo para professores


( ) Os potenciais de ação são alterações elétricas do
tipo “tudo ou nada” que trafegam ao longo dos
axônios e ocorrem por movimentação de Na1 e K1
através das membranas neuronais.
meio extracelular neurotransmissor

conveniados ao Sistema de Ensino


membrana pós-sináptica
( ) Apresentar microvilosidades é uma característica Na1
das células do sistema nervoso. meio intracelular

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333 – Material do Professor 337

A figura em destaque é um tipo de impulso nervoso, c) Explique o mecanismo que garante a transmissão

BIOLOGIA 3A
que é fundamental para a manutenção das interações unidirecional do impulso nervoso na sinapse.
dos seres vivos no meio em que eles vivem.
A partir das informações da imagem e com os conhe-
cimentos sobre o tema, é correto afirmar:
a) A natureza química do impulso nervoso, observado
no destaque, é elétrica e, por isso, muito rápida.
b) A liberação dos neurotransmissores na fenda sináp-
tica necessita da entrada do sódio no axônio.
c) A partir da membrana plasmática, a entrada do sódio
desencadeia o início da transmissão do impulso em
um neurônio. 11. FWB-MG – O neurônio é a unidade estrutural e fun-
cional do sistema nervoso. Quanto à parte funcional,
d) A transmissão do impulso é bidirecional e ele pode
ser elétrico ou químico. temos neurônios que conduzem impulsos dos recep-
tores para o sistema nervoso central, os quais são
e) Os receptores dos neurotransmissores são encon- classificados como
trados no interior da célula nervosa.
a) neurônios associativos.
9. UFLA-MG – Analise as seguintes afirmativas referentes b) neurônios motores.
às células nervosas e suas sinapses: c) neurônios sensitivos.
I. As sinapses nervosas podem ser elétricas ou quími- d) células de Schwann.
cas, sendo essa última caracterizada pela ausência
de contato físico entre as células. 12. IFSP – Uma garota ganhou de seu namorado um buquê
II. Os dendritos são ramificações dos corpos dos neu- de rosas e, sem querer, tocou em um “espinho” de
rônios responsáveis por conduzir o impulso nervoso uma das flores. Imediatamente, de forma automática,
para outras células. ela recolheu o braço. A respeito dessa reação, pode-se
III. Corpos de neurônios estão localizados exclusiva- afirmar que
mente no cérebro e no cerebelo. a) a medula espinhal, alguns neurônios e músculos fo-
IV. As fibras nervosas podem ser mielinizadas ou amieli- ram responsáveis na execução da resposta.
nizadas; nesse último caso, a propagação do impulso b) o cérebro, alguns neurônios e músculos foram res-
nervoso é mais lenta. ponsáveis na execução dessa resposta.
Assinale a alternativa correta. c) o corpo responde a um estímulo, como citado, se
ocorrer anteriormente uma grande emoção.
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
d) a medula espinhal e o cérebro coordenam simulta-
b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
neamente essa resposta de defesa.
c) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
e) os músculos do braço reagiram de modo involuntário,
d) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas. independentemente do sistema nervoso.

10. Fuvest-SP – O esquema representa dois neurônios con- 13. UFSJ-MG – Na canção Curare, composta por Bororo
tíguos (I e II) no corpo de um animal e sua posição em re- e eternizada na voz de Orlando Silva, a primeira es-
lação a duas estruturas corporais identificadas por X e Y. trofe diz:
dendrito “Você tem boniteza
X II Y E a natureza
I
axônio Foi que agiu
sinapse Como esse óio de índia
a) Tomando-se as estruturas X e Y como referência, Curare no corpo que é bem Brasil”
em que sentido se propagam os impulsos nervosos
através dos neurônios I e II? O curare é um antagonista do mediador químico acetil-
colina, responsável pela sinalização química na junção
neuromuscular. O curare no corpo causa:
a) Contrações involuntárias, pois, na presença de cura-
re, os músculos têm suas fibras danificadas pela an-
tagonização da acetilcolina e as contrações ficam
descoordenadas.
b) Flacidez muscular, pois, na presença de curare, os
b) Considerando-se que, na sinapse mostrada, não há neurônios deixam de produzir acetilcolina e paralisam
contato físico entre dois neurônios, o que permite a suas atividades, causando morte neural.

Material exclusivo para professores


transmissão do impulso nervoso entre eles? c) Flacidez muscular, pois, na presença de curare, os
receptores de acetilcolina no músculo não respon-
dem à sinalização neuronal e a informação nervosa
não chega ao músculo.

conveniados ao Sistema de Ensino


d) Contrações involuntárias, pois, na presença de cura-
re, os neurônios cessam sua transmissão elétrica por
inibição da acetilcolina.

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338 334 – Material do Professor

14. Fuvest-SP – O gráfico representa modificações elétri- Os fisiologistas Barreto e Oliveira (2004) identificam, na
BIOLOGIA 3A

cas da membrana de um neurônio (potencial de mem- obra Criação de Michelangelo, o contorno do formato do
brana), mostrando o potencial de ação gerado por um cérebro humano. O cérebro e a medula espinhal são cen-
estímulo, em um dado momento. tros nervosos.
Fonte: BARRETO, G.; OLIVEIRA, M.G.
+40 A arte secreta de Michelangelo. São Paulo: ARX, 2004.
Potencial de membrana (mV)

Considerando a origem do impulso nervoso no arco-


0 -reflexo, assinale a alternativa que apresenta, correta-
Y W
mente, o percurso da condução nos neurônios sensorial
e motor.
−40 a) No neurônio sensorial, o estímulo se propaga na di-
reção do axônio para o corpo celular e deste para o
−60
dendrito, do mesmo modo que no neurônio motor.
−80 X b) No neurônio sensorial, o estímulo se propaga na
Z direção do axônio para o corpo celular e deste para
o dendrito, sendo o inverso no neurônio motor.
0 1 2 3 4
c) No neurônio sensorial, o estímulo se propaga na
Tempo (ms)
direção do dendrito para o axônio e deste para o
Estímulo corpo celular, sendo o inverso no neurônio motor.
a) Identifique, nesse gráfico, as fases iniciadas pelas d) No neurônio sensorial, o estímulo se propaga na
letras X, Y, W e Z. direção do dendrito para o corpo celular e deste
para o axônio, sendo o inverso no neurônio motor.
e) No neurônio sensorial, o estímulo se propaga na
direção do dendrito para o corpo celular e deste para
o axônio, do mesmo modo que no neurônio motor.

16. PUC-RS – Tem-se observado que a exposição intensa


e por longo prazo a pesticidas está associada a pro-
blemas à saúde humana como a neurodegeneração.
A destruição de neurônios cuja função é transmitir
sinais desde o sistema nervoso central até o órgão
motor demonstra que a toxina afetou o
a) sistema aferente.
b) sistema eferente.
b) A esclerose múltipla é uma doença autoimune, em c) sistema sensitivo.
que ocorre dano à bainha de mielina. Que efeito tem d) sinal pré-sináptico.
essa desmielinização sobre a condução do impulso e) sinal pré-dendrítico.
nervoso?
17. Unioeste-PR – Sobre o sistema nervoso, analise as
assertivas a seguir e assinale a alternativa que corres-
ponda somente às afirmativas corretas.
I. Os neurônios durante o “repouso”, quando não es-
tão transmitindo impulsos nervosos, apresentam a
superfície interna da membrana plasmática negativa
em relação ao exterior.
II. As células de Schwann e os oligodendrócitos são
células gliais responsáveis pela formação da bainha
de mielina no sistema nervoso periférico e no sis-
tema nervoso central, respectivamente.
III. Nas sinapses químicas as células se comunicam
entre si através de junções intramembranas (junções
15. UEL-PR (adaptada) – Analise a figura a seguir: gap), permitindo a passagem do impulso nervoso
diretamente de uma célula para outra.
IV. Na transmissão do impulso nervoso, os neurônios
CAPELA SISTINA

passam pela despolarização e pela repolarização, na


qual ocorre alteração da permeabilidade da mem-
brana aos íons sódio e potássio, respectivamente.

Material exclusivo para professores a) Apenas


b) Apenas
c) Apenas
as
as
as
afirmativas
afirmativas
afirmativas
I e III estão corretas.
I, II e IV estão corretas.
II, III e IV estão corretas.

conveniados ao Sistema de Ensino


d) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
e) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.

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335 – Material do Professor 339

ESTUDO PARA O ENEM

BIOLOGIA 3A
18. Sistema Dom Bosco C4-H14
Comparando a propagação do impulso nervoso com o circuito elétrico envolvendo o ato
de acender uma lâmpada por meio de um interruptor, podemos dizer que no sistema
nervoso o interruptor, o fio encapado e a lâmpada acendendo são, respectivamente
a) a resposta ao estímulo, os dendritos mielinizados e o impulso nervoso.
b) o estímulo ambiental, o axônio mielinizado e a resposta do sistema nervoso.
c) o estímulo ambiental, o nódulo de Ranvier e a resposta do sistema nervoso.
d) dendritos, impulso nervoso e resposta do sistema nervoso.
e) dendritos, corpo celular e terminais do axônio.

19. Fatec-SP (adaptada) C4-H14


O potencial de ação consiste em uma variação brusca do potencial de membrana,
provocada por um estímulo que atinja o seu limiar de excitação. Pode ser dividido
em três etapas distintas: a despo-
60
larização com consequente entra-
40
da de sódio, a repolarização com
20
consequente saída de potássio e
a hiperpolarização ocasionada pela 0
saída do excesso de potássio. O mV −20 1 2 3 4 5
gráfico a seguir mostra a variação −40
do potencial da membrana de um −60
neurônio quando estimulado. −80
−100
O potencial de ação para determi-
tempo em milissegundos
nado neurônio
a) varia de acordo com a intensidade do estímulo, isto é, para intensidades pequenas,
tempos potenciais pequenos e, para maiores, potenciais maiores.
b) é sempre o mesmo, porém a intensidade do estímulo não pode ir além de deter-
minado valor, pois o neurônio obedece à “lei do tudo ou nada”.
c) varia de acordo com a “lei do tudo ou nada”.
d) aumenta ou diminui na razão inversa da intensidade do estímulo.
e) é sempre o mesmo, qualquer que seja o estímulo, porque o neurônio obedece à
“lei do tudo ou nada”.

20. Fatec-SP (adaptada) C4-H14


A transmissão do impulso nervoso é um processo dependente de energia e uni-
direcional, se propaga sempre no mesmo sentido: são recebidos pelos dendritos,
passam para o corpo celular e para os axônios, que os transmitem para as células
vizinhas. Os axônios são parcialmente revestidos pela bainha de mielina intercalada
pelos nódulos de Ranvier. A mielinização atua acelerando a velocidade de condução
do impulso nervoso.
De acordo com o texto, analise a tabela a seguir:

Cultura Mielinização Quantidades ATP


de tecido de nódulos de disponível
nervoso Ranvier
A 11 111 111
B 2 2 111
C 11 11 1
D 11 11 111

Material exclusivo para professores


Assinale a sequência de cultura de tecidos de neurônios, do mais veloz para o menos veloz.
a) A DCB
b) A BCD
c) A BDC

conveniados ao Sistema de Ensino


d) A CDB
e) A DBC

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12
340
BIOLOGIA 3A 336 – Material do Professor

SISTEMA NERVOSO

A evolução do sistema nervoso nos animais relaciona-se diretamente com


a anatomia, a simetria, o estilo de vida e a quantidade de células que cada
• Sistema nervoso comparado organismo apresenta.
• Sistema nervoso humano A simetria bilateral é um dos fatores evolutivos mais importantes para o aprimora-
mento das respostas dos indivíduos aos estímulos ambientais. Os primeiros registros
HABILIDADES de cefalização (concentração de células do sistema nervoso na região anterior do
• Compreender a diferencia- corpo) estão presentes em animais com simetria bilateral, como os platelmintos.
ção do sistema nervoso ao Essa novidade evolutiva possibilitou a formação do sistema nervoso central (SNC)
longo da evolução. em animais mais complexos, um centro de processamento das informações senso-
• Comparar as diferentes riais que produz respostas a serem executadas pelas células efetoras.
estruturas do sistema ner- Na mente humana a complexidade do SNC é tamanha que mais de 1 bilhão
voso entre os vários grupos de neurônios interagem entre si, criando conexões extremamente complexas. As
animais. informações sensoriais são estruturadas em uma velocidade e uma precisão que
• Apresentar a organização chega a ser possível processar o equivalente a 10 imagens de 1 milhão de pontos
geral do sistema nervoso por segundo.
humano e suas funções.

ALEXEY KOTELNIKOV/ALAMY STOCK PHOTO

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino Metaforicamente, uma placa de computador pode ser comparada ao cérebro humano.

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337 – Material do Professor 341

Sistema nervoso 2. Concentração de fibras nervosas em feixes cha-


mados nervos, estruturas fibrosas formadas pelo

BIOLOGIA 3A
comparado agrupamento de axônios de múltiplos neurônios
que conduzem e organizam o fluxo de informação
O sistema nervoso é caracterizado pela presença
ao longo das rotas do sistema nervoso.
de células especializadas na percepção de estímulos e

STEVE GSCHMEISSNER/SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA


no desenvolvimento de respostas, como os neurônios. fibras nervosas
O impulso nervoso tem origem elétrica e é distribuído
por meio dos neurônios, propagando-se com enorme
velocidade que produz prontamente resposta. Caso esse
estímulo seja interrompido, a resposta também cessa.
Esse sistema tem elevado consumo de energia e
feixe
pode tanto desencadear quanto interromper a respos-
ta, dando aos indivíduos a capacidade de explorar o
ambiente por meio dos sentidos.

EVOLUÇÃO DO SISTEMA NERVOSO endoneuro

Alguns organismos unicelulares, como procario-


tos e protistas, mesmo sem apresentar neurônios, perineuro
conseguem perceber o ambiente por meio de re-
Micrografia óptica de corte transversal de um feixe de fibras nervosas,
ceptores que armazenam breves traços de memória
indicando a localização das fibras nervosas, do endoneuro e do perineuro.
e integram essas percepções para a realização de Aumento de 80x.
movimentos adaptativos.
Ao longo da evolução dos grupos de animais, 3. Concentração de neurônios e de estruturas sen-
três tendências surgiram no desenvolvimento do soriais nas regiões mais anteriores do corpo, ge-
sistema nervoso: ralmente as primeiras a explorar novos ambientes.
1. Surgimento de sinapses: são conexões químicas Os neurônios são encontrados em todos os gru-
entre os neurônios que tornaram a propagação pos animais, exceto nos poríferos, que fazem parte
do impulso entre os neurônios unidirecional, ou do grupo de parazoários (animais que não apresentam
seja, sempre no mesmo sentido de propagação. tecidos organizados).
São recebidas pelos dendritos, seguem pelo cor-
JOLANTA WOJCICKA/SHUTTERSTOCK

po celular, percorrem o axônio e, da extremidade


deste, são passadas à célula seguinte, cumprindo
o sentido dendrito–corpo celular–axônio.
BSIP AS/ALAMY STOCK PHOTO

Impulso nervoso e seu


trajeto unidirecional
dendritos

corpo celular

axônio Os poríferos são conhecidos popularmente como esponja-do-mar e não


apresentam organização nervosa.

Os cnidários são os organismos mais simples a pos-


suir um sistema especializado de neurônios, permitindo
sinapse
uma resposta rápida às percepções ambientais – o que
caracteriza um sistema nervoso. É um filo representado
pelas hidras, pelas medusas, pelas águas-vivas, pelos
corais e pelas anêmonas-do-mar, indivíduos com simetria
radial e células nervosas organizadas como uma rede por

Material exclusivo para professores


todo o organismo, chamada de sistema nervoso difuso,
que controla a expansão e a contração da cavidade gastro-
vascular. As células nervosas dos cnidários se comunicam
por pontes citoplasmáticas, que transmitem os impulsos

conveniados ao Sistema de Ensino


Na primeira imagem pode-se observar a passagem do impulso
nervoso entre dois neurônios e, com mais detalhes, à direita, a sinapse nervosos de maneira indistinta − diferentemente dos
unidirecional acontecendo entre eles. Elementos representados fora da neurônios típicos, que se comunicam por sinapses uni-
escala de tamanho. Cores fantasia.
direcionais, não havendo contato direto entre as células.

Dom Bosco
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342
BIOLOGIA 3A 338 – Material do Professor

Simetria bilateral é a divisão imaginária do corpo de um animal em duas


metades iguais. A divisão forma dois planos perfeitamente simétricos.
Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
A simetria radial é a divisão imaginária em que alguns eixos, e não
apenas um plano, passam através do animal, e as partes se repetem
em volta desse eixo. Esse tipo de simetria é encontrado em cnidários Os corpos dos neurônios sensitivos (que recebem os
e equinodermos. Elementos representados fora da escala de tamanho. estímulos sensoriais e conduzem os impulsos nervosos
Cores fantasia.
ao SNC) e motores (que conduzem as respostas motoras
do SNC às células musculares efetoras) de alguns nervos
Nos animais de simetria bilateral (platelmintos, ne- e raízes nervosas (segmento inicial de um nervo que
matelmintos, moluscos, anelídeos, artrópodes, equi- parte do SNC) podem formar dilatações chamadas de
nodermos e cordados), o sistema nervoso é axial, gânglios que fazem conexão com o SNC, podendo ocor-
geralmente formado por cordões nervosos maciços e rer no crânio e no canal vertebral. Nos invertebrados os
ventrais nos invertebrados, e por tubo nervoso oco e cordões nervosos são ventrais, e deles saem nervos para
dorsal nos vertebrados. Localizado no esqueleto axial, as diferentes partes do corpo, assim como dos gânglios.
o SNC é formado pela junção do encéfalo e da medula, As características dos sistemas nervosos dos de-
chamado de neuroeixo. mais grupos animais são descritas na tabela a seguir:

Tipo de sistema
Grupo animal nervoso e
características
Cnidários
Difuso, controla
UNIVERSAL IMAGES GROUP NORTH
AMERICA LLC/ALAMY STOCK PHOTO

a expansão e a
contração da cavidade
gastrovascular. As
células nervosas se
rede de comunicam por pontes
células citoplasmáticas, que
nervosas
transmitem os impulsos
Ilustração de um cnidário mostrando seu tecido nervoso difuso. Elementos
nervosos indistintamente.
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Platelmintos
Ganglionar, com gânglios
UNIVERSAL IMAGES GROUP NORTH
AMERICA LLC/ALAMY STOCK PHOTO

gânglio anteriores (agrupamentos


cerebral comissura
transversal de neurônios organizados

Material exclusivo para professores


de forma segmentada), de
onde partem os cordões
nervosos e os nervos para
cordão nervoso longitudinal
a região cefálica.

conveniados ao Sistema de Ensino


plexos nervosos periféricos

Ilustração de uma planária e de seu tecido nervoso ganglionar. Elementos


representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Dom Bosco
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339 – Material do Professor 343

Nematelmintos

BIOLOGIA 3A
IRYNA TIMONINA/ALAMY STOCK VECTOR

faringe

intestinos
boca
Ganglionar, formado
útero abertura do sistema excretor por dois cordões
longitudinais, um dorsal
abertura genital
e outro ventral, ao longo
dos quais se situam
gânglios nervosos.
ovário

ânus

Ilustração de uma lombriga mostrando seus cordões nervosos longitudinais.


Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Ganglionar, mais
Moluscos desenvolvido, com
cérebro
gânglios agrupados na
parte anterior do corpo,
DIEKLEINERT/ALAMY STOCK PHOTO

gânglio gânglio gânglio


cerebral pedioso visceral
formando um grande
cérebro protegido por
cápsula, de onde saem
nervos para os tentáculos,
capacitando-os para
distinguir padrões
visuais e executar
O sistema nervoso de um cefalópode, mostrando o cérebro composto pelos
gânglios cerebral, pedioso e visceral. Elementos representados fora da escala tarefas complexas, como
de tamanho. Cores fantasia. reconhecer até mesmo
objetos e cores.
Anelídeos
Ganglionar ventral,
composto de dois
UNIVERSAL IMAGES GROUP NORTH
AMERICA LLC/ALAMY STOCK PHOTO

cordões nervosos
gânglio
cerebral ventrais. Cada segmento
intestino do corpo apresenta
boca um par de gânglios de
onde partem nervos. Na
tecido conectivo região anterior, também
há um par de gânglios
gânglio cordão nervoso cerebroides, maiores,
subesofágico ventral como um “encéfalo”
Ilustração de uma minhoca destacando seu sistema ganglionar ventral. primitivo.
Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Artrópodes Ganglionar, com gânglios


cerebroides e dois
UNIVERSAL IMAGES GROUP NORTH
AMERICA LLC/ALAMY STOCK PHOTO

cérebro
rudimentar cordões ventrais com
anterior
cavidade
gânglios de onde partem
cardíaca nervos. Os gânglios
sistema estomatogástrico controlam muitas
cordão nervoso ventral
atividades, dispensando

Material exclusivo para professores


cérebro intestino o cérebro rudimentar.
rudimentar
posterior Muitos desses animais
gânglio são capazes de andar,
subesofágico
voar e copular mesmo

conveniados ao Sistema de Ensino


boca gânglios torácicos
depois de decapitados.
Ilustração de um gafanhoto. Elementos representados fora da escala de
tamanho. Cores fantasia.

Dom Bosco
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344 340 – Material do Professor

Equinodermos
BIOLOGIA 3A

DORLING KINDERSLEY LTD/ALAMY STOCK PHOTO


ânus

Presença de anéis
nervosos radiais ao
redor da cavidade oral
que irradiam para a
periferia do corpo. Os
ramos desses nervos
são responsáveis pelos
movimentos.

anel nervoso
cavidade oral
Esquema de um ouriço-do-mar destacando sua cavidade oral rodeada pelo anel
nervoso. Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Cordados

cérebro

Sistema
nervoso
central
Tubular e dorsal, com
encéfalo anterior bem
medula
gânglios desenvolvido e medula
espinal ou espinhal.
Sistema Diferentemente dos
nervoso
maciços cordões nervosos
periférico
dos invertebrados, a
nervos medula dos cordados é
atravessada por um canal
por onde circula o líquido
cefalorraquidiano.

Ilustração do sistema nervoso humano. Elementos representados fora da escala


de tamanho. Cores fantasia.

SISTEMA NERVOSO HUMANO


O sistema nervoso humano, assim como nos outros vertebrados, é dividido em
sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP). O SNC é com-
posto pelos neurônios que realizam a integração entre as informações do SNP com
os neurônios que levam as informações para dentro e para fora do SNC.
O sistema nervoso tem origem no desenvolvimento embrionário da cavidade
dorsal, quando é formado o cordão nervoso e são formados os ventrículos cerebrais
e a medula espinal. Essas duas estruturas são preenchidas pelo líquido cerebroes-
pinal, formado pela filtração do sangue arterial no cérebro, que atua suprindo o SNC

Material exclusivo para professores


com nutrientes e hormônios e retirando seus resíduos.

SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)

conveniados ao Sistema de Ensino


Na grande maioria dos neurônios, os corpos celulares estão no encéfalo e na
medula espinal, regiões que compõem o SNC, protegido por estruturas ósseas re-
sistentes. O encéfalo fica protegido na caixa craniana e a medula espinal localiza-

Dom Bosco
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341 – Material do Professor 345

-se no canal medular, formado pela sobreposição das vértebras da coluna vertebral.
Algumas membranas atuam revestindo o SNC: a meninge dura-máter é a mais

BIOLOGIA 3A
externa; a aracnoide, a intermediária; e a mais interna, a pia-máter. Além da pro-
teção óssea e das meninges, o encéfalo e a medula espinal são banhados pelo
líquido cefalorraquidiano, também chamado de cerebroespinal, entre a pia-máter
e a aracnoide. Quando há suspeita de doenças como meningite ou outro acometi-
mento do sistema nervoso, é extraída uma amostra do líquido cefalorraquidiano para
exame microscópico e bioquímico, o que pode auxiliar no diagnóstico mais preciso.
No caso de infecções, é aumentada a quantidade de glóbulos brancos no líquido e
nota-se mesmo a presença de bactérias. Nas hemorragias intracranianas, podem
ser encontrados glóbulos vermelhos, e o líquido adquire aspecto sanguinolento.

ALILA07/DREAMSTIME.COM
meninges que revestem
o sistema nervoso central (SNC)

dura-máter
aracnoide

pia-máter

substância cinzenta
substância branca

Esquema das membranas que revestem o sistema nervoso central (SNC), a dura-máter, a aracnoide e a pia-
-máter. Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Tanto no encéfalo como na medula, a região onde imperam os corpos celula-


res dos neurônios é predominantemente de coloração acinzentada, conhecida por
substância cinzenta, responsável por interpretar estímulos ambientais, produzir
impulsos e coordenar respostas. A região com maior quantidade de fibras mielínicas
tem coloração branca, constituindo a substância branca, sem corpos celulares, ape-
nas com gliócitos e prolongamentos de neurônios, sendo responsável por conectar
o SNC aos neurônios motores e sensoriais do SNP.

Encéfalo
O encéfalo é constituído pelo cérebro, diencéfalo, tronco encefálico e cerebelo.
O cérebro é o órgão mais complexo do corpo humano. É composto de dois he-
misférios cerebrais, direito e esquerdo, unidos pelo corpo caloso. Ele participa de

Material exclusivo para professores


uma série de atividades, como interpretação das informações recebidas das estru-
turas sensoriais e controle das atividades motoras voluntárias. O córtex cerebral é
sua porção mais superficial, se relaciona com alguns aspectos da inteligência humana
(fazer associações de informações e percepções, entre outros) e é a sede da memó-

conveniados ao Sistema de Ensino


ria, da aprendizagem, do raciocínio, da linguagem falada e escrita, das emoções etc.
Cada hemisfério cerebral é dividido em 4 lobos associados a determinadas funções,
os chamados: frontal, occipital, temporal e parietal.

Dom Bosco
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346 342 – Material do Professor

FIRSTSIGNAL/ISTOCKPHOTO.COM
BIOLOGIA 3A

lobo parietal
lobo frontal

lobo occipital

lobo temporal

Ilustração dos lobos cerebrais humanos. Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

O diencéfalo é a porção cerebral dividida em tálamo, responsável por classificar


a informação e a direcionar à área específica do cérebro para interpretação mais
precisa, e o hipotálamo, que auxilia na regulação de vários processos corporais,
como temperatura corporal, fome e sede; também regula a função da hipófise e o
relógio biológico central.
O tronco encefálico é constituído por: ponte, responsável por promover o domí-
nio contralateral exercido pelo córtex motor sobre o corpo; bulbo, com neurônios que
controlam atividades vitais, como frequência e amplitude dos movimentos respirató-
rios, frequência cardíaca, pressão arterial, atividades gastrointestinais, dentre outras;
mesencéfalo, que participa da recepção e da coordenação de informações sobre a
postura corporal. Não atua como centro da visão nos mamíferos, ao contrário dos
demais vertebrados, mas responde pelos reflexos visuais e auditivos – movimento
da cabeça para localizar som, movimentos oculares.
O cerebelo é a estrutura associada com a coordenação motora, como andar,
tocar piano, engolir etc., e também participa da manutenção do equilíbrio e do tônus
muscular, além de ajudar a aprender e a lembrar as habilidades motoras.
A medula espinal, presente na parte interna da coluna dos animais vertebrados,
propicia a locomoção das informações das regiões periféricas do corpo ao cérebro
(percepções sensoriais) e do cérebro para as regiões periféricas do corpo (ações
motoras), gerando padrões de locomoção.

VIKTORIYA KABANOVA/ALAMY STOCK VECTOR


hemisfério cerebral

córtex cerebral

diencéfalo
hipófise
mesencéfalo

epífise

ponte cerebelo

bulbo

Material exclusivo para professores


medula espinal

Ilustração da anatomia do cérebro e duas divisões responsáveis por diversas ações. Elementos representados

conveniados ao Sistema de Ensino


fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Dom Bosco
hemisfério cerebral

córtex cerebral
diencéfalo
mesencéfalo hipófise
epífise
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343 – Material do Professor 347

ATO REFLEXO OU ARCO REFLEXO

BIOLOGIA 3A
A medula espinal também pode atuar de maneira independente, sem a participa-
ção cerebral, como parte de circuitos nervosos simples, os reflexos. Estes podem
ser definidos como respostas rápidas de proteção corpórea a determinados estí-
mulos, como o ato de retirar o dedo de uma superfície muito quente ou muito fria.
Os atos reflexos, ou atividades reflexas, acontecem quando o cérebro é in-
formado de sua execução, mas não parte dele a ordem para o movimento reflexo,
que é involuntário. O caminho que o impulso nervoso percorre para provocar o ato é
o arco reflexo. Nos invertebrados, registram-se arcos reflexos simples, envolvendo
apenas um neurônio, nos quais o estímulo provocado no receptor é transformado em
impulso por meio de uma única sinapse e chega ao neurônio motor responsável pela
ação reflexa. Nos vertebrados, os arcos reflexos incluem pelo menos dois neurônios.
Uma pessoa que sofre dano na medula espinal perde sensibilidade em todas
as partes do corpo localizadas abaixo da lesão. Entretanto, suas atividades refle-
xas ficam mantidas. A lesão na altura da lombar, por exemplo, provoca a perda da
sensibilidade dos membros inferiores, mesmo mantendo suas atividades reflexas.
No caso de algumas doenças em que há degeneração dos neurônios da medula,
como a poliomielite ou a paralisia infantil, os vírus invadem e destroem os neurônios
motores localizados em determinados níveis da medula espinal. Isso interrompe o
caminho do neurônio sensorial ao neurônio motor, ficando a região comprometida
sem atividades reflexas. O trajeto do neurônio sensorial permanece íntegro, de tal
forma que a sensibilidade continua normal na região. Assim, o indivíduo com lesão é
capaz de sentir o estímulo, no entanto o movimento reflexo não se realiza, ocorrendo
a paralisia por perda da atividade voluntária.

Arco reflexo

NORMAALS/ISTOCKPHOTO.COM
receptores sensoriais

neurônio sensação
sensitivo transmitida
ao cérebro
gânglio da
raiz dorsal

estímulo dor
neurônio
impulsos nervosos de associação

gânglio
ventral
neurônio substância substância
motor branca cinzenta
resposta
órgão efetor medula espinal
estímulo

Ilustração esquemática do funcionamento do arco reflexo ao se tocar em um cacto com espinhos: os receptores
sensoriais sinalizam a dor e, por meio dos neurônios sensoriais, encaminham a informação ao SNC, que a
processa e encaminha uma resposta motora para os neurônios efetores retirarem a mão do espinho. Elementos
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP)

Material exclusivo para professores


Nos animais vertebrados, a parte periférica do sistema nervoso é composta por
gânglios nervosos (situados junto da coluna vertebral ou nos órgãos), nervos crania-
nos (que saem do encéfalo) e espinhais (que partem da medula espinal), também
chamados de raquidianos.

conveniados ao Sistema de Ensino


Peixes e anfíbios apresentam dez pares de nervos cranianos. Répteis, aves e
mamíferos, doze pares, dentre os quais: três nervos exclusivamente sensitivos,
relacionados às percepções de sensações; cinco nervos motores, relacionados à

Dom Bosco
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348 344 – Material do Professor

movimentação de estruturas efetoras; quatro nervos mistos, relacionados às funções


BIOLOGIA 3A

sensitiva e motora.
Os neurônios do SNP podem ser divididos em dois: os neurônios aferentes
transportam as informações sensoriais até o SNC, enquanto os neurônios eferentes
direcionam as respostas processadas no SNC para os órgãos efetores de respostas,
como músculos e glândulas.
O SNP também pode ser como um todo dividido em dois ramos: o somático e
o autônomo.

Sistema nervoso somático


Inclui os nervos que comandam as atividades tipicamente voluntárias, como
andar, nadar, escrever, e as atividades que, mesmo dentro de certos limites, podem
estar sob domínio da vontade, como piscar e respirar. Os nervos motores do sistema
nervoso somático controlam os músculos esqueléticos, ligados aos ossos.

Sistema nervoso autônomo


Atuam em atividades nunca voluntárias, como frequência cardíaca, movimentos
peristálticos, dilatamento da pupila. Os nervos motores do sistema nervoso autôno-
mo comandam a musculatura lisa, localizada na parede de órgãos, como o coração,
e em muitas glândulas, como as sudoríparas.
São ramos do SNP autônomo: os sistemas simpático, parassimpático e entérico.
O entérico envolve os neurônios que atuam no trato digestório, na vesícula biliar e no
pâncreas. Já o simpático e o parassimpático atuam sobre as mesmas atividades,
mas de forma antagônica, com exceção da atividade reprodutora, em que os ramos
simpático e parassimpático se complementam. A divisão simpática sai da cadeia
simpática, localizada paralela à coluna vertebral, e é ativada em resposta à libido e
às respostas de luta ou fuga; já a parassimpática sai do cérebro e da região sacral
da medula espinal e se relaciona ao relaxamento e ao retorno das funções basais.

Sistema nervoso central

ALEX LUENGO RAMIREZ/ALAMY STOCK PHOTO


Simpático Parassimpático

Dilatação das Contração das


pupilas pupilas

Inibição das Estímulo das


glândulas glândulas salivares
salivares

Aumento da
frequência Diminuição da
cardíaca frequência cardíaca

Relaxamento
dos brônquios Contração dos
brônquios
Estímulo da liberação
de glicose pelo fígado
Estímulo da atividade
e inibição da vesícula
estomacal renal, in-
biliar
testinal e pancreática

Inibição da atividade
estomacal, intestinal Estímulo da
e pancreática vesícula biliar

Material exclusivo para professores Inibição do esvaziamento Promoção do esvaziamento

conveniados ao Sistema de Ensino


da bexiga da bexiga
Inibição da ejaculação Promoção da ereção
e contração vaginal dos órgãos sexuais

Dom Bosco
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345 – Material do Professor 349

Nervos cranianos e raquidianos

BIOLOGIA 3A
Os nervos cranianos inervam músculos e órgãos faciais. São formados por 12
pares de nervos; a maioria se liga ao tronco encefálico, exceto o nervo olfatório, que
se liga ao telencéfalo, e o nervo óptico, que se liga ao diencéfalo.
A medula espinal tem forma de uma haste cilíndrica, mede aproximadamente 50
centímetros de comprimento e liga-se ao bulbo espinal. Dela partem 31 pares de
nervos raquidianos que a ligam a receptores sensoriais e músculos esqueléticos. Os
31 nervos espinais, que correspondem aos 31 segmentos medulares, são divididos
em 4 grupos de nervos raquidianos, sendo: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5
sacrais e 1 coccígeo. Na região cervical há 8 pares de nervos cervicais e apenas 7
vértebras, isso porque o primeiro par de nervos espinais sai da região entre o occipital
e a C1. A medula pode ser classificada por regiões, caracterizando as intumescências
cervical e lombossacral, o cone medular e a cauda equina, envolta pelo saco dural.

Anatomia de um nervo

YAY MEDIA AS/ALAMY STOCK PHOTO


nervo espinal

epineuro
vasos sanguíneos

perineuro

axônio não endoneuro


mielinizado

fáscia
axônio mielinizado

fibras nervosas

Ilustração da anatomia do corte transversal de um nervo. Elementos representados fora da escala de tamanho.
Cores fantasia.

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino
Dom Bosco
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350 346 – Material do Professor

ROTEIRO DE AULA
BIOLOGIA 3A

SISTEMA NERVOSO

SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Medula espinal
Encéfalo
Cérebro

Cerebelo
Coluna vertebral Dividido em

Diencéfalo

Mesencéfalo

Bulbo

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

Nervos espinais

Autônomo (involuntário)
Somático (voluntário)
Nervos cranianos

Motores Sistema nervoso simpático


Gânglios nervosos

Material exclusivo para professores Funções


antagônicas entre

conveniados ao Sistema de Ensino


Sensitivos
Sistema nervoso
Mistos
parassimpático

Dom Bosco
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347 – Material do Professor 351

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

BIOLOGIA 3A
1. Feevale-RS – Sobre a coordenação nervosa dos ani- a) A quem correspondem X e Y?
mais, assinale a alternativa incorreta. X = sistema nervoso autônomo parassimpático e Y = sistema nervoso
a) em mamíferos, o córtex cerebral é desenvolvido e
apresenta, externamente, uma coloração acinzenta-
autônomo simpático.
da, devido à presença de inúmeros corpos celulares
dos neurônios.
b) o córtex cerebral humano é a sede do pensamento,
da linguagem e da consciência.
b) Em uma emergência, como a fuga de um assalto,
c) no ser humano, o cerebelo é responsável pela
por exemplo, qual deles será ativado de maneira
manutenção do equilíbrio e pelo controle do tônus
mais imediata? Forneça um outro exemplo, dife-
muscular.
rente dos da tabela, da ação desse componente
d) em geral, nos invertebrados, o sistema nervoso é do sistema nervoso.
dorsal, simples e oco.
Sistema nervoso autônomo simpático. A liberação de adrenalina aumen-
e) as esponjas não possuem células nervosas típicas
e os cnidários apresentam neurônios dispostos de
modo difuso pelo corpo. ta a pressão arterial e os batimentos cardíacos.
O sistema nervoso de invertebrados pode variar de acordo com o Filo.
Os poríferos não apresentam sistema nervoso. Já os cnidários possuem
um sistema nervoso difuso, sem um cérebro ou gânglios nervosos, ape-
nas células nervosas espalhadas pelo corpo. Nos platelmintos, nema-
telmintos, anelídeos, moluscos e artrópodes o sistema nervoso é gan-
glionar, formado por dois gânglios nervosos na região anterior, ligados a 4. UEM-PR – Com base nos conhecimentos sobre o sis-
cordões nervosos longitudinais. O sistema nervoso dos equinodermos tema nervoso humano, assinale o que for correto.
é composto por um anel nervoso ao redor da boca, de onde saem os
nervos radiais. 01) O lobo frontal coordena movimentos como andar de
bicicleta, mantendo o restante do corpo em equilí-
2. Uece brio, e recebe informações visuais.
Pesquisa realizada na Universidade de Cambridge com 02) A medula espinal elabora respostas simples a de-
participação de pesquisadores do Instituto de Física de São terminados estímulos, como retirar a mão após um
Carlos, cujo resultado foi publicado na revista Nature Neu- choque elétrico.
roscience, revelou que o trajeto neural também é mediado 04) Ao ingerir algum alimento, o sistema nervoso so-
por sinais mecânicos, relacionados com o grau de rigidez mático entra em ação estimulando o estômago a
do tecido. produzir o suco digestivo.
Disponível em: <http://jornal.usp.br/ciencias/cieenciasbiologi- 08) Situações de estresse, como em um estado de
cas/experimento-com-embrioes-de-sapo-ajuda-a-entender-cresci- perigo, são associadas ao sistema nervoso central
mento-dos-neuronios/>. e à adrenalina.
Em relação ao sistema nervoso humano, é correto 16) O sistema nervoso periférico autônomo simpáti-
afirmar que co é diretamente responsável pela palidez facial e
pelas mãos geladas, características nos episódios
a) o encéfalo plenamente diferenciado apresenta cé- de sustos.
rebro (telencéfalo e diencéfalo), cerebelo e tronco
encefálico. 02 + 08 + 16 = 26
A coordenação dos movimentos voluntários, como andar de bicicleta, é
b) é organizado em central (nervos e gânglios nervosos) executada pelo cerebelo. As informações visuais são interpretadas pelas
e periférico (encéfalo e medula espinal). regiões occipitais do cérebro. Já a secreção do suco gástrico é coorde-
c) segundo os tipos de neurônios que apresentam, os nada pelo sistema nervoso autônomo parassimpático e pela secreção
nervos podem ser sensitivos ou eferentes, motores do hormônio gastrina, liberado pelas células do antro do estômago.
ou eferentes e mistos.
d) o sistema nervoso periférico autônomo é dividido em
simpático (nervos cranianos e raquidianos) e paras- 5. Fuvest-SP – A reação da pessoa, ao pisar descalça so-
simpático (nervos raquidianos). bre um espinho, é levantar o pé imediatamente, ainda
antes de perceber que o pé está ferido.
O encéfalo diferenciado é subdividido em cérebro (telencéfalo e dien-
céfalo), cerebelo (metencéfalo) e tronco encefálico (mesencéfalo e Analise as afirmações:
mielencéfalo).
I. Neurônios sensoriais são ativados ao se pisar no
espinho.
3. Unifesp – A tabela mostra os efeitos da ação de dois im-
portantes componentes do sistema nervoso humano. II. Neurônios motores promovem o movimento coor-
denado para a retirada do pé.
III. O sistema nervoso autônomo coordena o compor-
X Y tamento descrito.
Contração da pupila Dilatação da pupila Está correto o que se afirma em:

Material exclusivo para professores


Estímulo da salivação Inibição da salivação a) I, II e III. Ao se pisar em um espinho, são ativados
Estímulo do estômago e dos Inibição do estômago e dos b) I e II, apenas. os neurônios sensoriais aferentes. Após as
conexões sinápticas com interneurônios
intestinos intestinos c) I, apenas. medulares, os neurônios motores eferentes

conveniados ao Sistema de Ensino


Contração da bexiga urinária Relaxamento da bexiga urinária d) II, apenas. promovem o movimento coordenado para a
retirada do pé.
Estímulo à ereção do pênis Promoção da ejaculação e) III, apenas.

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352 348 – Material do Professor

6. UFPA – Um arco reflexo simples, como o reflexo pate- te dos axônios sensoriais para os interneurônios e
BIOLOGIA 3A

lar, representa a rota seguida por impulsos nervosos neurônios motores (eferentes).
a fim de produzir uma ação reflexa, desde a periferia, IV. A chegada do potencial de ação ao final do axônio
passando por um centro reflexo no sistema nervoso motor desencadeia uma sinapse em uma região
central, e de volta até um órgão efetor. Sobre o assunto, denominada “placa motora”, no músculo extensor
considere as seguintes afirmações: esquelético, que resulta em contração do múscu-
I. O receptor sensorial é uma estrutura anatômica lo e extensão da perna em resposta ao estímulo
responsável pelo processo de transdução, ou seja, mecânico.
a transformação do estímulo em um sinal elétrico, Está correto o que se afirma em:
denominado potencial do receptor ou potencial ge-
rador. a) I, II e IV, apenas.
II. O receptor sensorial está associado a um neurônio b) I, II e III, apenas.
sensorial (aferente), cujo axônio conduz um sinal c) II, III e IV, apenas.
Na substância cinzenta da medu-
elétrico do tipo “tudo ou nada”, denominado poten- d) I, III e IV, apenas. la espinal ocorrem sinapses, nas
cial de ação. quais o sinal elétrico passa dire-
e) I, II, III e IV.
III. Na substância branca da medula espinal ocorrem tamente dos axônios sensoriais
sinapses, nas quais o sinal elétrico passa diretamen- para os dendritos dos neurônios
motores (eferentes).

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. PUC-SP – O sistema nervoso autônomo é formado em 1936. Em um dos experimentos, ele retirou os cora-
por fibras simpáticas e parassimpáticas que atuam nos ções de sapos, deixando-os em solução fisiológica em
órgãos viscerais de maneira antagônica. A liberação de recipientes separados. Em um dos corações, um nervo
adrenalina pelo sistema nervoso do sistema nervoso autônomo foi preservado. Loewi
a) parassimpático promove aumento do ritmo cardíaco estimulou eletricamente o nervo e observou a redução
e constrição dos vasos sanguíneos periféricos. da frequência cardíaca. Depois, ele injetou a solução
b) simpático promove aumento do ritmo cardíaco e do coração estimulado no outro coração e observou o
constrição dos vasos sanguíneos periféricos. mesmo efeito, ou seja, o outro coração também apre-
c) parassimpático promove diminuição do ritmo cardía- sentou uma redução da frequência de seus batimentos.
co e constrição dos vasos sanguíneos periféricos. a) A qual divisão do sistema nervoso autônomo perten-
d) simpático promove diminuição do ritmo cardíaco e ce o nervo preservado?
dilatação dos vasos sanguíneos periféricos.

8. UFV-MG – Com relação ao sistema nervoso humano,


resolva os seguintes itens:
a) Além dos neurônios, o tecido nervoso apresenta ou-
tras células fundamentais para o seu funcionamento.
Como se denominam, em conjunto, essas células?
b) Explique por que a solução do coração estimulado
provocou o mesmo efeito no outro coração.

b) Na sinapse química, a transmissão do impulso ner-


voso ocorre pela liberação de mediadores químicos.
Cite dois exemplos desses mediadores.

c) O que aconteceria se a solução do coração estimulado


fosse injetada em uma fibra muscular esquelética?

9. Unifor-CE – A unidade básica do sistema nervoso é o


neurônio. A organização mais simples desse sistema
é a do arco reflexo, sobre o qual podemos dizer que
a) não pode haver movimento reflexo sem a participa-
ção do cérebro.
b) pode haver movimento reflexo sem a participação
11. PUC-SP
da medula.

Material exclusivo para professores


Um ataque de gás tóxico deixou dezenas de mortos [...]
c) uma atividade reflexa simples é realizada por um
só neurônio. em Khan Sheikhun, cidade síria controlada por opositores
do ditador Bashar al-Assad. A ONG Observatório Sírio de
d) o neurônio aferente leva estímulo ao efetor.
Direitos Humanos falou em, no mínimo, 58 mortos, entre

conveniados ao Sistema de Ensino


10. UFPR – Há aproximadamente 90 anos, o farmacolo- os quais 11 crianças [...] O chefe das autoridades de saúde
gista alemão Otto Loewi realizou experimentos que o [...] disse acreditar que o gás sarin [...]
credenciaram a receber o Prêmio Nobel de Medicina Folha de S.Paulo, 4 abr. 2017.

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349 – Material do Professor 353

Sabe-se que o gás sarin é um composto organofosfo- 14. Ufes – O sistema nervoso constitui o meio mais rápido

BIOLOGIA 3A
rado que inativa a enzima acetilcolinesterase humana, de comunicação, pois se vale de mensagens elétricas,
responsável por degradar a acetilcolina. que caminham por nervos mais rapidamente que os
hormônios pelo sangue. Analisando as figuras, descreva
Nesse caso, a vítima do gás sofre com seus efeitos a evolução do sistema nervoso dos grupos represen-
diretos sobre tados, considerando a simetria do corpo dos animais
a) as funções hepáticas. e as principais vantagens adaptativas das alterações
b) a cascata de coagulação sanguínea. ocorridas no processo.
c) o sistema imunológico.
d) o sistema nervoso parassimpático.

12. Etec
Bons jogadores de futebol precisam realizar ações rápi-
das; um chute potente pode fazer a bola rolar a mais de
120 km/h e entrar na rede tão rápido que mal dá tempo
para enxergá-la. Os melhores jogadores conseguem ver a
bola nitidamente para se lançar ao ataque e ainda driblar cnidários platelmintos artrópodes vertebrados
o adversário com uma precisão de fração de segundo.
Apesar de parecer que o sistema nervoso trabalha na ve-
locidade de um raio, não é bem assim. Os sinais visuais,
por exemplo, levam de 50 a 100 milésimos de segundo
para chegar ao cérebro. Uma vez dentro dele, outras co-
nexões são necessárias para transformar sinais brutos em
resposta mental.
Disponível em: <http://www.afh.bio.br/especia/futebl.asp>.
Acesso em: 5 set. 2010. (Adaptado.)

Assim, considerando o papel do sistema nervoso


central no processo de formação de um bom jo-
gador de futebol, analise as alternativas a seguir e
15. Uepe – Existem drogas lícitas e ilícitas, isto é, legais
assinale a correta.
(podendo ou não estarem submetidas a algum tipo
a) O hipotálamo é a porção do encéfalo responsável de restrição) e ilegais, proibidas por lei. Há outra
pela coordenação dos movimentos e pela manu- forma de classificar as drogas, por exemplo, que
tenção do equilíbrio corporal durante o chute da se baseia nas ações aparentes das drogas sobre
bola ao gol. o sistema nervoso central (SNC), conforme as mo-
b) O cerebelo é a porção do encéfalo responsável dificações observáveis na atividade mental ou no
pela interpretação dos estímulos sensoriais rela- comportamento das pessoas que utilizam essas
cionados com a visão da bola e pela elaboração substâncias. São elas:
de planos de ação. I. drogas depressoras da atividade mental.
c) A visão correta da posição da bola depende dos II. drogas estimulantes da atividade mental.
impulsos transferidos ao longo do nervo óptico III. drogas perturbadoras da atividade mental.
até as células nervosas, os neurônios, da região
do córtex cerebral. Assinale a alternativa correta quanto ao uso das drogas
depressora, estimulante e perturbadora, respectiva-
d) O processo de análise e a interpretação das infor-
mente, em concentrações que modificam a atividade
mações visuais, que permitem reconstruir a posição
e o movimento da bola após o chute, ocorrem no mental e o comportamento.
bulbo raquidiano. a) ópio, LSD, ecstasy.
e) A bainha de mielina, que recebe os axônios das cé- b) Cocaína, solvente e anfetamina.
lulas nervosas, reduz a velocidade de propagação c) Anfetamina, maconha e álcool.
dos impulsos relacionados com a visão da bola até
d) Solvente, álcool e cocaína.
o sistema nervoso central.
e) álcool, cocaína e maconha.
13. Mackenzie (adaptada) – No sistema nervoso humano
16. Uece
a) as meninges revestem o encéfalo, enquanto a me-
dula espinal é revestida somente pelas vértebras. O mal de Alzheimer era considerado uma doença que
surgia devido à degeneração das células do hipocampo,
b) os nervos que saem do encéfalo controlam somente área cerebral da qual dependem os mecanismos da me-
funções voluntárias.

Material exclusivo para professores


mória. No entanto, pesquisadores italianos publicaram
c) a substância cinza abriga todos os corpos celulares estudo na revista Nature Communication, em abril de
dos neurônios. 2017, no qual afirmaram que o mecanismo de origem da
d) o líquido cefalorraquidiano é encontrado no interior doença está na área tegmental ventral, onde é produzi-

conveniados ao Sistema de Ensino


das meninges, da medula espinal e do cérebro. da a dopamina.
e) os neurônios exercem seu controle somente através Disponível em: <http:/www.jornalciencia.com/pesquisadoresita-
da geração de impulsos nervosos. lianos-podem-ter-descoberto-a-causa-do-alzheimer/>

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354 350 – Material do Professor

Em relação ao sistema nervoso, é correto afirmar que:


BIOLOGIA 3A

a) É organizado em: 1. Central, responsável pela con-


dução de informação entre os órgãos receptores, o
sistema nervoso periférico e os órgãos efetores; e
2. Periférico, que realiza o processamento e a inte-
gração das informações.
b) O córtex cerebral apresenta lobos que coordenam
funções específicas e são denominados de acordo
com os ossos cranianos que os recobrem, a saber:
parental, temporal, occipital e olfativo.
c) O tálamo e o hipotálamo ficam embaixo do cérebro.
O tálamo é uma estrutura do tamanho de um grão de
ervilha e é importante para o controle das emoções
e para a regulação da homeostase corporal.
d) A medula espinal é um cordão cilíndrico, com um
canal interno, revestido por três membranas fibrosas,
as meninges denominadas: dura-máter, aracnoide
e pia-máter. b) O excesso de gás carbônico no sangue desen-
cadeia um mecanismo de controle que, com a
17. Unisa-SP – A figura ilustra alguns órgãos do sistema participação de um importante órgão do sistema
nervoso central humano. nervoso central (SNC), reduz a concentração desse
gás. Explique esse mecanismo de controle e cite
o nome do importante órgão do SNC que participa
tálamo dessa autorregulação.
hipotálamo

cerebelo
glândula hipófise
mesencéfalo
ponte medula espinal
bulbo

a) Suponha que uma pessoa que não ingere nenhum


tipo de medicamento apresente dificuldade em se
manter em pé e baixa temperatura corporal. Cite os
dois órgãos indicados na figura que estariam relacio-
nados com as funções prejudicadas, associando-os
aos sintomas mencionados.

ESTUDO PARA O ENEM


18. Enem C5-H17
O estudo do comportamento dos neurônios ao longo
da nossa vida pode aumentar a possibilidade de cura do 4. Defeito
autismo, uma doença genética. A ilustração do experi- Observa-se que os neu-
mento mostra a criação de neurônios normais a partir rônios vindos de células
de autistas se atrofiam e
de células da pele de pacientes com autismo:
fazem menos sinapses
3. Redes neurais
1. Extração 2. Regressão Em um ambiente que imita o cére-
Diferença
Células de Elas foram bro, por meio de vitaminas e sais,
de tamanho
pele foram regredidas a células-tronco viram neurônios
retiradas de células-tronco,

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pacientes capazes de se
autistas e transformar
saudáveis em diversas 5. Revitalização
células do Em teste o hormônio IGF1
corpo e o antibiótico gentamicina

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revertem a atrofia
Neurônio Neurônio
normal autista

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351 – Material do Professor 355

Analisando-se o experimento, a diferenciação de célu- Infere-se do texto que o objetivo da adição de cafeína a

BIOLOGIA 3A
las-tronco em neurônios ocorre estimulada pela alguns medicamentos contra a dor de cabeça é
a) extração e utilização de células da pele de um indi- a) contrair os vasos sanguíneos do cérebro, diminuindo
víduo portador da doença. a compressão sobre as terminações nervosas.
b) regressão das células epiteliais a células-tronco em b) aumentar a produção de adrenalina, proporcionando
um meio de cultura apropriado. uma sensação de analgesia.
c) atividade genética natural do neurônio autista em um c) aumentar os níveis de adenosina, diminuindo a ati-
meio de cultura semelhante ao cérebro. vidade das células nervosas do cérebro.
d) aplicação de um fator de crescimento (hormônio IGF1) d) induzir a hipófise a liberar hormônios, estimulando a
e do antibiótico Gentamicina no meio da cultura. produção de adrenalina.
e) criação de um meio de cultura de células que imita o e) excitar os neurônios, aumentando a transmissão de
cérebro pela utilização de vitaminas e sais minerais. impulsos nervosos.

19. Enem C4-H13 20. Fatec-SP C4-H13


A cafeína, no cérebro, bloqueia a ação natural de um com-
Um homem estava passando sua camisa antes de ir
ponente químico associado ao sono, a adenosina. Para
para o trabalho, quando o celular dele tocou e, por uma
uma célula nervosa, a cafeína se parece com a adenosina
breve distração, ele encostou a mão no ferro. Imedia-
e combina-se com seus receptores. No entanto, ela não
tamente reagiu por meio de um ato reflexo ao sentir a
diminui a atividade das células da mesma forma. Então, ao
mão queimando. Chamamos de ato reflexo às respos-
invés de diminuir a atividade por causa do nível de adeno- tas involuntárias e rápidas comandadas pelo sistema
sina, as células aumentam sua atividade, fazendo com que nervoso central a determinados estímulos.
os vasos sanguíneos do cérebro se contraiam, uma vez que
a cafeína bloqueia a capacidade da adenosina de dilatá- Nessa ação, o neurônio efetor levou o impulso nervoso para
-los. Com a cafeína bloqueando a adenosina, aumenta a a) o encéfalo.
excitação dos neurônios, induzindo a hipófise a liberar
b) a medula espinal.
hormônios que ordenam às suprarrenais que produzam
c) os receptores de dor da mão.
adrenalina, considerada o hormônio do alerta.
Disponível em: <http://ciencia.hsw.uol.com.br>.
d) os receptores de calor da mão.
Acesso em: 23 abr. 2010. (Adaptado.) e) os músculos flexores do antebraço.

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CK
DIC / ISTO
JOVANMAN
BIOLOGIA 3B

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conveniados ao Sistema de Ensino
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

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13
328 354 – Material do Professor

SISTEMA SENSORIAL
BIOLOGIA 3B

HUMANO

A culinária do Nordeste brasileiro é uma das mais diversas do país, já que é


influenciada pelas condições geográficas que oferecem produtos únicos e pela he-
• Características gerais rança das culinárias africana e europeia. Os pratos costumam trazer muitos vegetais
• Órgãos dos sentidos frescos, carne bovina e caprina e, nas cidades litorâneas, peixes e frutos do mar,
temperados com condimentos fortes que dão o sabor característico dessa culinária.
HABILIDADES Um dos principais temperos usados é a pimenta. A maioria das pimentas possui
• Identificar as caracte- uma substância chamada capsaicina, que, ao entrar em contato com células es-
rísticas e os receptores pecializadas denominadas neurônios sensoriais, ativa receptores de temperatura,
que compõem o sistema fazendo que os mesmos canais de cálcio provocados pela sensação de temperaturas
sensorial humano. elevadas se abram.
• Caracterizar os órgãos dos Por esse motivo, as comidas apimentadas costumam nos fazer suar de calor.
sentidos e seus mecanis- Aos viajantes desavisados, vale avisar que, no Nordeste brasileiro, comida quente
mos básicos. é sinônimo de comida apimentada!
• Compreender a percepção
e o processamento dos
estímulos sensoriais.
Características gerais
A detecção e a transformação dos estímulos internos e externos é realizada pe-
los receptores sensoriais, termo usado para descrever tanto células como órgãos
sensoriais. Os receptores têm como função converter a energia dos estímulos sen-
soriais, promovendo a abertura ou o fechamento de canais iônicos capazes de alterar
o potencial da membrana das células nervosas. Assim, é regulada a produção dos
potenciais de ação no sistema nervoso central (SNC), o que resulta em respostas
nervosas e sensações para o indivíduo.
A transmissão das informações sensoriais é feita na forma de impulsos nervosos
até o SNC. Quando a informação atinge o cérebro por meio dos neurônios sensoriais,
ela será processada, gerando a percepção dos estímulos.
O funcionamento dos sentidos (olfato, paladar, au-
IARA VENANZI/PULSAR IMAGENS

dição, visão e tato) é dependente da captação dos es-


tímulos, como a cor, o brilho, a luz, o odor, a textura, o
som e o sabor (propriedades organolépticas), sua trans-
formação em impulso elétrico e sua interpretação no
sistema nervoso.

CLASSIFICAÇÃO DOS RECEPTORES SEN-


SORIAIS
De acordo com o estímulo, os receptores sensoriais
podem ser classificados em cinco grupos:
• mecanorreceptores: relacionados à percepção de estí-
mulos mecânicos como o toque, o tato, o alongamento,
o movimento e, principalmente, a pressão;

Material exclusivo para professores


• quimiorreceptores: relacionam-se tanto com a per-
cepção da concentração total de solutos do indivíduo
quanto com a percepção de concentrações de molé-
culas específicas;

conveniados ao Sistema de Ensino


• eletromagnéticos: relacionam-se com a percepção de
formas de energia eletromagnética, como eletricidade,
Acarajé quente, comida típica baiana. magnetismo e luz;

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• termorreceptores: captam sensações de calor PALADAR


ou frio;

BIOLOGIA 3B
A percepção do paladar (também chamado de gus-
• nociceptores: receptores de dor capazes de tação) é dependente de quimiorreceptores que consti-
detectar condições nocivas, como pressão ex- tuem agrupamentos de células sensoriais denominadas
cessiva, temperaturas extremas, substâncias de botões gustatórios. Tais estruturas são encontra-
químicas e dor. das principalmente nas paredes de minúsculas saliên-
De acordo com sua localização, os receptores cias da língua, as papilas gustativas linguais. Um
podem, ainda, ser classificados como exterorrecep- número muito pequeno de botões gustatórios também
tores, quando dispostos na região externa do corpo pode ser encontrado no teto da boca, na epiglote, nas
e responsáveis pela captação de estímulos; proprio- tonsilas e na faringe.
ceptores, quando têm a função de captar estímulos As células receptoras gustativas possuem em sua
internos do organismo e estão associados à percep- extremidade superior microvilosidades que aumentam
ção da posição dos membros em relação ao corpo; a superfície de contato, otimizando a captação dos
e os interorreceptores, que são mecanorreceptores estímulos. Na extremidade inferior do botão gustatório
e quimiorreceptores presentes nas vísceras e nos encontram-se neurônios sensoriais aferentes, que
vasos sanguíneos e, por sua ação, é possível sentir recebem os estímulos das células receptoras gustati-
dor, náusea, sede, fome e prazer. vas e os encaminham ao SNC.

Língua humana – o órgão do paladar


Órgãos dos sentidos

RENDIXALEXTIAN/ISTOCKPHOTO.COM
Os sentidos humanos são comumente divididos em epiglote
5 principais, a saber: olfato, paladar, audição, visão e
tato. Este último será abordado no módulo seguinte,
quando for tratado do sistema tegumentar humano. tonsila palatina

OLFATO
Os seres humanos conseguem identificar milhares
tonsila lingual
de odores. Estima-se que o epitélio olfativo humano forame
contenha, aproximadamente, 20 milhões de células
sensoriais. O funcionamento desse sentido deve-se a papila
neurônios quimiorreceptores que estão presentes no circunvalada
sulco terminal
epitélio olfativo, localizado no teto da cavidade nasal.
Tais receptores correspondem a células sensoriais do-
tadas de cílios que se comunicam com o bulbo olfativo. corpo sulco mediano
Esse bulbo abriga o nervo olfativo, que encaminha o lingual
estímulo para o centro olfativo, região específica do
córtex cerebral capaz de processar o estímulo, possi- papila papila fúngica
lingual lingual
bilitando a identificação dos odores. filiforme

Sistema olfativo
ápice
TTSZ/ISTOCKPHOTO.COM

bulbo
olfatório Anatomia da língua humana. Elementos representados fora da escala de
tamanho. Cores fantasia.
axônios

No mecanismo de captação dos estímulos gustati-


vos, chamados de saborizantes, as moléculas quími-
cas dissolvidas na saliva atravessam os poros gustati-
vos e entram em contato com as microvilosidades das
células gustativas. Moléculas receptoras presentes nas
membranas dessas células reconhecem os estímulos,
que são transferidos aos neurônios sensoriais aferen-

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tes e encaminhados às áreas específicas do cérebro,
que interpretam o sinal, resultando na percepção dos
cílios células receptoras odorantes epitélio olfativo respectivos sabores.
Os diferentes receptores de paladar são capazes de

conveniados ao Sistema de Ensino Esquema do sistema olfativo mostrando as estruturas que o estímulo perceber as sensações gustativas primárias: amargo,
percorre. Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores azedo, doce, salgado e umami. Umami (“delicioso”,
fantasia. em japonês) é o quinto sabor primário, provocado pelo

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330 356 – Material do Professor

aminoácido glutamato monossódico, presente em ali- parede do osso que separa a orelha média da orelha
BIOLOGIA 3B

mentos como carnes, queijos envelhecidos, cogume- interna. A tuba auditiva, por sua vez, é uma via de pas-
los, algas e tomate. sagem para a faringe e serve para igualar as pressões e
Embora as moléculas receptoras e as áreas de ambos os lados da membrana timpânica. A dor sentida
interpretação dos estímulos no cérebro sejam dife- na orelha durante a decolagem ou a aterrisagem de um
rentes, paladar e olfato atuam de forma simultânea avião, ou quando subimos ou descemos uma serra de
na identificação do sabor. Os quimiorreceptores do carro, se deve à redução da pressão atmosférica sobre
olfato situam-se no teto da cavidade nasal e as subs- a orelha média. Nessa situação, o tímpano é pressio-
tâncias químicas precisam estar dissolvidas na película nado, o que o torna abaulado.
de água que os recobre para serem estimulados. Por A orelha interna consiste em câmaras preenchidas
isso, quando se contrai um resfriado que afeta a cap- com líquidos, incluindo o vestíbulo e os ductos se-
tação dos estímulos olfativos, a percepção do gosto micirculares, localizados na região posterior da orelha
também fica limitada. interna e estão associados com o equilíbrio. A cóclea,
localizada na região anterior da orelha interna, está re-
Botões gustatórios
lacionada à recepção dos sons. Trata-se de um tubo
enrolado como a concha de um caracol, preenchido por
TTSZ/ISTOCKPHOTO.COM

um líquido denso, denominado endolinfa, e revestido


internamente por uma membrana acelular denominada
membrana basilar. A cóclea abriga células sensoriais
portadoras de cílios, formando o órgão em espiral.
A cóclea contém uma importante estrutura deno-
microvilosidades minada janela redonda, membrana elástica que possi-
poros
língua bilita a movimentação do líquido coclear quando este
é impulsionado pelos ossículos.
papila A orelha (anatomia humana)

DONDESIGNS/ISTOCKPHOTO.COM
botões gustatórios estribo anexo
membrana martelo
à janela oval
timpânica
bigorna
Anatomia dos órgãos do paladar. Elementos representados fora da
escala de tamanho. Cores fantasia. nervo vestibular

nervo
AUDIÇÃO coclear
As orelhas são os órgãos dos sentidos responsáveis
cóclea
pela audição, ou seja, pela recepção dos estímulos
janela redonda
sonoros. Esses órgãos são divididos em três regiões:
tuba auditiva
externa, média e interna. O meato acústico externo,
integrado à orelha externa, tem a função primária de meato
acústico
captar as ondas sonoras e canalizá-las para as porções externo cavidade do tímpano
médias e internas da orelha.
O meato acústico externo é revestido por finos
Anatomia das estruturas envolvidas no processo de audição. Elementos
pelos e glândulas (sebáceas e ceruminosas), que se- representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
cretam uma substância serosa amarelada, a cera do
ouvido. Essa substância evita a entrada de poeira e de A orelha interna contém, além da cóclea, o apa-
microrganismos no interior da orelha. Ao final do meato relho vestibular (também chamado de labirinto),
acústico, encontra-se a membrana timpânica, estru- que apresenta as estruturas denominadas sáculo e
tura ricamente vascularizada e inervada que separa a utrículo, além dos ductos semicirculares. No interior
orelha externa da orelha média. do labirinto, existem células sensoriais ciliadas – me-
A membrana timpânica vibra de acordo com o som canorreceptores – para a percepção do equilíbrio.
que recebe. Essas vibrações são transmitidas para três O sáculo e o utrículo são bolsas preenchidas por

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pequenos ossos articulados entre si, o martelo, a bi- líquido localizadas no vestíbulo; nelas estão presen-
gorna e o estribo, que, com a tuba auditiva, com- tes células sensoriais agrupadas que formam as má-
põem a orelha média. Esses três ossos amplificam culas. As máculas se dispõem em diversas posições
ou diminuem as vibrações transmitidas pelo tímpano, espaciais, e assim possibilitam que o sistema nervoso

conveniados ao Sistema de Ensino


funcionando como uma espécie de alavanca em peque- perceba a orientação da força gravitacional e a interpre-
nos músculos associados e conduzindo-as para uma tação da posição do corpo, seja de cabeça para cima,
estrutura denominada janela do vestíbulo, situada na seja de cabeça para baixo, seja em deslocamento. A

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357 – Material do Professor 331

resposta do sistema nervoso são sinais aos músculos Os cones funcionam melhor durante o dia, pois são
para ajustar a postura e manter o equilíbrio. As doenças estimulados apenas por intensidades altas de luz, e es-

BIOLOGIA 3B
que afetam o labirinto são chamadas de labirintopatias sas células são responsáveis pelas imagens coloridas
e podem causar dor de cabeça, enjoos, zumbidos na do ambiente. Os cones ficam mais concentrados em
orelha e tonturas. uma região específica da retina chamada mácula lútea
(mancha amarela). No centro dessa região, em uma
VISÃO depressão denominada fóvea, a imagem se forma com
Os órgãos responsáveis pela visão são os olhos. maior nitidez. Os cones possuem o pigmento fotos-
Eles possuem uma parede estruturada por três cama- sensível denominado fotopsina, sintetizado a partir da
das, de fora para dentro: esclera, coroide e retina. vitamina A, assim como a rodopsina dos bastonetes.
A esclera é a camada externa responsável por As células fotossensíveis da retina se associam a fi-
manter a forma do olho. É também conhecida como o bras nervosas, as quais transmitem o estímulo luminoso
“branco do olho” e apresenta-se transparente em sua ao cérebro. A região do globo ocular em que todas as
região anterior, formando a córnea. fibras se juntam, formando o nervo óptico, é denomi-
nada disco óptico. Como nessa região não há células
Anatomia do olho humano
fotossensíveis, ela é denominada ponto cego da retina.
A ausência de fotorreceptores no ponto cego impede
SURIYA SIRITAM/ALAMY STOCK VECTOR

que as imagens formadas nessa região sejam visíveis.


esclera
retina De cada um dos olhos, partem fibras nervosas que
íris se direcionam ao centro da visão, no córtex cerebral.
nervo óptico
córnea As fibras oriundas da região interna de cada olho se
pupila
cruzam no encéfalo antes de alcançar a região de pro-
cessamento do estímulo visual, ponto denominado
disco óptico
lente quiasma óptico. Assim, ambos os hemisférios cere-
artérias e brais recebem a imagem de ambos os olhos, e cada
ligamento
suspensório
veias da retina olho é capaz de ver a imagem sob ângulos diferentes.
conjuntiva humor vítreo A simples sobreposição dessas imagens promove a
visão binocular, ou estereoscópica, que possibilita a
Ilustração detalhada da anatomia do olho humano. Elementos observação tridimensional dos objetos.
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
Quiasma óptico

ALILA MEDICAL IMAGES/ALAMY STOCK PHOTO


A camada intermediária, coroide, é caracterizada
campo de campo de
por possuir células ricas em melanina, além de va- visão esquerdo visão direito
sos sanguíneos, que nutrem as células do olho. Ela
é responsável pela formação da íris, estrutura obser-
vada na parte anterior do olho, sob a córnea, e que é
responsável pela cor dos olhos. A luz entra nos olhos
pela pupila, localizada no centro da íris. A íris controla
a quantidade de luz que penetra nos olhos, regulando
o diâmetro de abertura da pupila. Córnea, íris e pupi-
la delimitam uma câmara preenchida por um líquido
olho esquerdo olho direito
transparente denominado humor aquoso.
Atrás da íris está a lente, ou cristalino, que é uma
estrutura oval e gelatinosa que confere nitidez e foco
à imagem luminosa. Atrás do cristalino está o humor quiasma
óptico
vítreo (corpo vítreo), grande câmara preenchida por
um líquido transparente e viscoso, que banha quase
todo o olho. Córnea, humor aquoso, cristalino e corpo
vítreo atuam de forma conjunta, como um sistema de
lentes convergentes que refratam (desviam) os raios
luminosos incidentes nos olhos e os direcionam à parte

Material exclusivo para professores


sensível do olho, a retina, onde a imagem é formada. hemisfério hemisfério
cerebral cerebral
A retina apresenta dois tipos de células fotossen- esquerdo direito
síveis: bastonetes e cones. Os bastonetes são mais
córtex visual
sensíveis à luz, porém não fornecem imagens colori-

conveniados ao Sistema de Ensino


das. São importantes para a visão noturna ou em am- Esquema ilustrando o ponto de cruzamento (quiasma óptico) dos nervos
bientes pouco iluminados. Eles possuem um pigmento ópticos provenientes de cada um dos olhos. Elementos representados
fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
de coloração vermelha, denominado rodopsina.

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332 358 – Material do Professor

As principais deficiências relacionadas à visão são:


BIOLOGIA 3B

• miopia: as imagens são focalizadas antes da retina. O globo ocular é mais alon-
gado que o normal, dificultando a focalização adequada de objetos distantes.
A correção é feita por meio de lentes divergentes;
• hipermetropia: condição inversa à miopia, ou seja, as imagens são focalizadas
após a retina. Isso ocorre porque o globo ocular é mais curto que o normal,
prejudicando a formação de imagens dos objetos próximos. A correção é feita
por meio de lentes convergentes;
• astigmatismo: ocasionado pela forma irregular da córnea ou da lente (cristali-
no). A deformação de tais estruturas faz que os raios luminosos sejam desvia-
dos. Assim, a imagem gerada não tem foco em algumas direções. A correção
é realizada com a utilização de lentes cilíndricas com curvaturas desiguais, para
compensar a curvatura desigual do olho.

Correção de problemas visuais

visão normal miopia

hipermetropia astigmatismo

Os principais problemas visuais humanos. Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino
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359 – Material do Professor 333

ROTEIRO DE AULA

BIOLOGIA 3B
SISTEMA SENSORIAL
Mecanorreceptores

Etapas da percepção dos sentidos:


Quimiorreceptores

Recepção Eletromagnéticos

Transmissão Termorreceptores

Nociceptores
Percepção

Tato Sentidos

Visão Audição Paladar Olfato

Órgãos dos sentidos:

Olhos Orelhas Língua Nariz

Componentes

Córnea Ossículos da Papilas gustativas Orifícios nasais


orelha

Pupila Martelo Nervos gustativos Nervo olfativo

Íris Bigorna

Cristalino Estribo

Material exclusivo para professores


Retina

conveniados ao Sistema de Ensino


Nervo óptico

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334 360 – Material do Professor

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
BIOLOGIA 3B

1. UEL-PR (adaptada) – O sistema nervoso compreende membrana timpânica e faz com que a dor e a sensação
uma rede de comunicações e controles que permite de surdez cessem.
ao organismo interagir com o meio ambiente. Essa
Baseando-se no texto, é correto afirmar que
interação pode se dar por meio de estruturas chamadas
de receptores sensoriais, as quais detectam diferentes a) a função da tuba auditiva é conduzir as ondas sonoras
formas de energia, como a térmica. até a faringe.
Com relação ao sistema sensorial, atribua V (verdadeira) b) o ar que entra pela orelha externa sai pela garganta
ou F (falsa) às afirmativas a seguir. quando o viajante desce a serra.
c) o tímpano se deforma e é empurrado para dentro
( ) O sistema sensorial, por meio de seus recepto- sempre que o viajante sobe a serra.
res, leva informações da interação do corpo com
o ambiente ao sistema nervoso central, na forma d) a orelha externa se comunica com a garganta, a fim
de melhorar a sensação do paladar.
de impulsos nervosos.
e) a tuba auditiva ajuda a igualar a pressão em ambos
( ) As sensações de dor e de temperatura apresentam os lados da membrana timpânica.
os mesmos conjuntos de receptores e, por serem
sensações distintas, são transportadas por diferen- Conforme o texto apresentado, ao mudarmos de uma região de gran-
tes tipos de fibras até o sistema nervoso central e de altitude para uma de baixa altitude, há um aumento na pressão
por diferentes vias ao sistema nervoso periférico. atmosférica. Como resultado, a membrana timpânica é empurrada para
dentro. Ao liberar a tuba auditiva, bocejando ou engolindo saliva, ocorre
( ) Os corpúsculos de Meissner, de Pacini, de Ruffini, um equilíbrio na pressão interna na membrana timpânica, isso porque
a tuba auditiva tem ligação com a faringe e permite a entrada de ar
de Merkel e de Krause são responsáveis por dife- até o tímpano.
rentes percepções sensoriais quando do contato
da pele com diferentes objetos ou com o ambiente.
3. Sistema Dom Bosco – De acordo com o Censo Oftal-
( ) Os bulbos terminais de Krause, por serem termi- mológico de 2014, a estimativa é que existam em torno
nações livres, têm por função perceber variações de 68 milhões de míopes no Brasil. A famosa miopia,
de temperatura e, por isso, apresentam uma dis- que é o distúrbio refrativo mais comum em todo o
tribuição uniforme por todo o corpo. mundo, cresceu muito no último século. Um quarto da
( ) Na espécie humana, os receptores cutâneos estão população mundial sofre de miopia, porcentagem que
presentes na pele da face, na palma das mãos e pode chegar a um terço nos próximos anos, indicaram
na ponta dos dedos, os quais se apresentam na especialistas.
forma de terminações nervosas livres, o que nos Disponível em: <https://www.terra.com.br/noticias/
permite sentir dor. dino/numero-de-pessoas-com-miopia-aumenta-no-mundo-
-todo,a04d30cb5459c04bf686c2ddc8ec99adfej0pmis.html>.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, Acesso em: out. 2018.
a sequência correta
Em relação à miopia, que tipo de lente deve ser indicada
a) V V F V F
para corrigir essa deficiência visual?
b) V F V F V
c) F V V F F A miopia é uma deficiência visual em que as imagens são focalizadas

d) F V F F V
antes da retina, tornando o globo ocular mais alongado que o normal,
e) F F V V V
As sensações de dor e temperatura são detectadas por diferentes con- o que dificulta a adequada focalização de objetos distantes. Por isso,
juntos de receptores e transmitidas ao SNC por vias nervosas distintas.
Os bulbos terminais de Krause não são terminações nervosas livres, as pessoas míopes têm dificuldade em enxergar de longe. A correção
e sim modificações dendríticas de neurônios sensíveis às vibrações
térmicas detectadas pela pele. dessa condição envolve o uso de lentes côncavas divergentes para

2. Etec – O órgão dos sentidos responsável pela audição compensar o excesso de alongamento do globo ocular.
é a nossa orelha, também chamada comumente de
ouvido. Os problemas de ouvido são muito comuns em
viajantes que enfrentam variações de altitude, pois as 4. UPE-SSA – Uma das estratégias de leitura de tudo o
alterações de pressão, durante essas viagens, fazem que está externo e interno ao corpo é relacionada aos
com que os indivíduos fiquem com a sensação de ter sentidos. Por meio deles, a espécie humana percebe
os ouvidos tapados, o que provoca dificuldade auditiva possíveis perigos à sua integridade, detecta fatores
e dor. Assim, por exemplo, quando alguém desce a ambientais, entre outros aspectos; enfim, um monito-
serra em direção ao litoral, e a pressão atmosférica ramento do ambiente interno e do externo ao corpo.
aumenta, ficando maior do que a pressão interna da Dessa forma, quanto mais informações e detalhes os

Material exclusivo para professores


sua orelha média, o tímpano é empurrado para dentro, sentidos apresentarem, melhores serão as chances de
dificultando a audição. Essa situação, no entanto, é adaptação e sobrevivência. Assim, “esses órgãos são
temporária, porque na orelha média há um canal flexí- considerados uma janela para o mundo”. Em relação aos
vel chamado de tuba auditiva que se comunica com a órgãos dos sentidos, analise as afirmativas a seguir:

conveniados ao Sistema de Ensino


faringe (garganta); por isso, ao bocejar ou engolir saliva, I. As células sensoriais do olfato e do paladar, respec-
ocorre a abertura das tubas nas orelhas, o que equilibra tivamente, permitem ao animal sentir o aroma dos
as pressões dos dois lados (anterior e posterior) de cada alimentos ingeridos, como também distinguir os sa-

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361 – Material do Professor 335

bores salgado, doce, amargo, azedo e umami, sendo ou desagradáveis etc. Depois dessas interpretações,

BIOLOGIA 3B
este último sabor produzido por algumas moléculas respondemos aos estímulos do ambiente, interagindo
dispersas no ar. com ele.
II. Os olhos, além de revelarem emoções, são estrutu-
Considerando que a capacidade de perceber o ambiente
ras que apresentam fotorreceptores, os quais per-
depende de células altamente especializadas, é correto
mitem colher diversas informações do meio, como
as cores e a luminosidade, percepções relacionadas afirmar que
aos cones e bastonetes, respectivamente. a) os receptores sensoriais humanos responsáveis pe-
III. As substâncias químicas precisam estar dissolvi- los sentidos do olfato e da degustação são classifi-
das na película de água que cobre os órgãos dos cados como termorreceptores.
sentidos nas cavidades nasais, para que possam b) as células fotorreceptoras cones e bastonetes do
impressionar os receptores olfativos. olho humano concentram-se na córnea, onde ocorre
IV. Os sentidos da audição e do equilíbrio são perce- a formação da imagem.
bidos pelos receptores do ouvido externo, que são c) a percepção do tato é realizada por receptores senso-
estruturas especializadas na percepção de sons e riais de pressão, que se localizam apenas nas palmas
na análise da posição do corpo. das mãos e nas plantas dos pés.
V. Os mecanorreceptores e quimiorreceptores são d) a orelha interna humana inclui três ossículos (mar-
receptores do tato que estão localizados próximos telo, bigorna e estribo), que amplificam as ondas
à superfície do corpo, possibilitando aos animais a sonoras, transmitindo-as para o tímpano.
percepção de texturas e da temperatura de um am- e) a íris é comparável ao diafragma ajustável das má-
biente, entre outros aspectos. quinas fotográficas, pois regula a quantidade de luz
Estão corretas: que entra no olho para garantir uma perfeita visão.
A íris do olho pode ser comparada ao diafragma ajustável de uma máqui-
a) I, II e V, apenas.
na fotográfica. Sob controle do sistema nervoso autônomo, ela contrai
b) I, IV e V, apenas. ou relaxa, provocando, respectivamente, a diminuição ou o aumento
do diâmetro da pupila. A pupila é o orifício pelo qual os raios luminosos
c) II e III, apenas. entram no globo ocular.
d) IV e V, apenas.
e) III, IV e V, apenas. 6. UFU-MG – A orelha humana capta informações sobre
O aroma dos alimentos é percebido pelo animal graças aos quimior- duas variáveis importantes: o volume do som e o tom,
receptores olfativos. A audição e o equilíbrio são percebidos por que estão relacionados às ondas sonoras.
receptores situados na orelha interna. A percepção das variações
térmicas é captada pelos termorreceptores situados próximos à a) A percepção humana do volume (altura do som) de
superfície do corpo. uma onda sonora é sua amplitude ou altura. Qual a
relação dessa amplitude com os potenciais de ação
nos neurônios?
5. Fatec (adaptada) – Quando pensamos em comuni-
cação, lembramo-nos da fala e da escrita, que são A percepção humana do volume do som é a sua altura. A amplitude da
modos humanos de trocar informações. Segundo Ste-
ven Mithen, milhões de anos foram necessários para onda não altera o potencial de ação dos neurônios.
que a mente humana evoluísse. Os indícios desse
longo processo de evolução estão hoje presentes
em nosso comportamento, nas formas usadas para
a comunicação, como a pedra, as pinturas, a escri-
b) A detecção das frequências das ondas ocorre em
ta e até mesmo a forma como convivemos e como
qual parte da orelha interna?
conversamos no cotidiano.
A detecção das frequências das ondas sonoras ocorre na cóclea da
Além da fala e da escrita, podemos perceber o ambien-
te que nos cerca de várias maneiras diferentes: vendo,
ouvindo, cheirando, apalpando e sentindo os sabores. orelha interna.
Ao processar essas informações, nossa mente as in-
terpreta como sinais de perigo, sensações agradáveis

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. UPE-SSA – Conhecidos como o melhor amigo do ho- a) O cão detecta as moléculas odoríferas, liberadas por
mem, os cães são animais considerados, às vezes, drogas ou peças de roupa de um indivíduo suspeito,
como membros da família. São muito sensíveis, e essa mediante quimiorreceptores gustativos, chamados
sensibilidade tem sido usada pelo homem, além de ou- de botões gustatórios.
tras habilidades. Esses animais têm o olfato e o paladar b) O bulbo olfatório dos cães apresenta cílios olfatórios
muito desenvolvidos. Embora não percebam bem as na superfície do epitélio nasal, que são cobertos por
cores, podem auxiliar os humanos como cães-guia e muco.

Material exclusivo para professores


na detecção de drogas, localização de bombas e armas c) A menor eficiência visual na percepção das cores é
de fogo e de indivíduos suspeitos ou desaparecidos. atribuída ao menor número de bastonetes presentes
Para realizar essas tarefas, o animal utiliza diferentes na retina dos cães.
tipos de receptores sensoriais com funções distintas. d) Os mecanorreceptores são importantes também no

conveniados ao Sistema de Ensino


Sobre a função desses receptores, assinale a alterna- trabalho de cães, pois ajudam a manter a posição
tiva correta. e o equilíbrio do animal durante a corrida, como o

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336 362 – Material do Professor

órgão de Corti e a membrana tectória, presentes, a) A visão funciona de maneira extremamente so-
BIOLOGIA 3B

respectivamente, no aparelho vestibular e no canal fisticada. Nossos olhos se ajustaram para captar
semicircular do ouvido interno dos cães. uma faixa de 400 a 700 nm, porque grande parte
e) A audição também é muito importante para a defe- da luz do Sol que chega até nós está dentro dessa
sa dos cães, pois os sons orientam o animal sobre faixa de comprimento de onda. A partir dessas in-
possíveis riscos nos ambientes escuros. Para isso, formações, explique o funcionamento dos nossos
a cóclea tem que conduzir as ondas sonoras que sensores visuais.
vibram nos ossículos do ouvido médio até os corpús-
culos de Pacini, presentes no ouvido interno, para
que cheguem ao nervo coclear.

8. Uece – Condições externas e internas do corpo são


percebidas pelos órgãos do sentido, sobre os quais
são feitas as seguintes afirmações:
I. As células sensoriais detectoras do paladar se agru-
pam nas papilas gustativas, localizadas sobre a lín-
gua e o palato mole, que são classificadas em 4
tipos básicos: circunvaladas, fungiformes, foliadas
e filiformes.
II. A retina contém dois tipos de células fotorrecepto-
ras: os bastonetes e os cones. Os bastonetes per- b) Por que motivo, quando sofremos algum abalo na
mitem a visão em cores, enquanto os cones são os
cabeça, ou temos, por exemplo, uma crise de enxa-
únicos estimulados em ambiente pouco iluminado.
queca, as imagens que vemos aparecem distorcidas?
III. A detecção do toque ocorre através de mecanor-
receptores. As regiões mais sensíveis do corpo
apresentam corpúsculos de Meissner e discos de
Merkel, e as regiões mais profundas da pele, os
corpúsculos de Paccini.
É correto o que se afirma em:
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.

9. UFRGS – Assinale a alternativa que preenche correta-


mente as lacunas do enunciado abaixo, na ordem em
que aparecem. 11. UPF-RS – A orelha humana é o órgão responsável pela
A ______ humana contém dois tipos de fotorreceptores: audição e pelo equilíbrio do corpo. Ela compõe-se de
os cones e os bastonetes. Os cones contribuem pouco três partes básicas denominadas orelha externa, orelha
para a visão noturna por _______. média e orelha interna.
a) retina – terem menor sensibilidade à luz Em relação a esse órgão e seu funcionamento, é cor-
b) córnea – serem menos abundantes que os bas- reto afirmar que:
tonetes a) A orelha média é um complexo labirinto conhecido
c) íris – terem maior sensibilidade à luz como aparelho vestibular, ou aparato vestibular. Nele,
d) retina – absorverem igualmente todos os compri- se localizam células sensoriais especializadas que
mentos de onda detectam a posição do corpo em relação à gravidade,
responsáveis pelo equilíbrio.
e) córnea – serem responsáveis pela percepção
das cores b) A cóclea, localizada na orelha interna, é um longo
tubo enrolado, como a concha de um caracol, com
10. Uema – Nossos sentidos funcionam em determina- o interior dividido em três compartimentos cheios de
das regiões do nosso corpo a partir de estímulos que líquido. Constitui-se no principal componente do apa-
relho auditivo vestibular responsável pela audição.
recebemos do meio ambiente. Eles são baseados em
“sensores” muito sofisticados que foram desenvolvidos c) O tímpano, ou membrana timpânica, recobre a ex-
ao longo de milhões de anos, fruto da evolução. Cada tremidade do canal auditivo no limite entre a orelha
um deles foi se transformando devido aos estímulos média e a orelha interna.
do meio ambiente, favorecendo as configurações mais d) A orelha interna se localiza dentro do osso tem-
adaptadas aos desafios impostos pelo meio. Costuma-se poral e contém três ossos alinhados em sequên-

Material exclusivo para professores


ter muita confiança no que nossos sentidos nos transmi- cia, denominados martelo, bigorna e estribo, que
tem; em particular, a visão é um dos que consideramos atuam como amplificadores e transmissores das
confiáveis. Quando vemos alguma coisa, ficamos mais vibrações sonoras.
seguros sobre aquilo a que se refere. e) O pavilhão auditivo ou auricular é um canal flexível

conveniados ao Sistema de Ensino


Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/ que comunica a orelha externa à garganta, e sua
fisica-sem-misterio/um-olhar-para-além-dos-sentidos>. função é equilibrar a pressão no interior da orelha de
Acesso em: out. 2013. acordo com a pressão do meio externo.

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363 – Material do Professor 337

12. UFMG – A língua dos seres humanos apresenta papilas c) Considerando a estrutura e função dos neurônios

BIOLOGIA 3B
gustativas, cada uma delas constituída por, aproximada- associados às papilas gustativas, cite o processo
mente, 200 botões gustatórios, que são responsáveis pelo qual a informação sensorial chega ao cérebro.
pelas sensações de doce, salgado, amargo e azedo.
Analise estes gráficos, em que está representada a
atividade de dois neurônios em um mesmo botão gus-
tativo, na presença de diferentes substâncias.
Atividade Neuronal

100

50
13. UFSC – Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), cerca de 1,1 bilhão de jovens em todo o mundo
0 correm o risco de sofrer perda auditiva devido à expo-
10 100 1000 Concentração relativa
sição a níveis sonoros prejudiciais causada por seus
Neurônio 1 das substâncias
hábitos diários, como o uso de fones de ouvido. Os
Legenda:
adolescentes e os jovens adultos, com idade entre 12
e 35 anos, estão expostos a riscos pelo uso excessivo
Atividade Neuronal

100 Substância salgada


Substância doce de dispositivos de áudio. O volume desses dispositivos
Substância azeda pode variar entre 75 e 136 decibéis no nível máximo.
50
Substância amarga O gráfico a seguir demonstra a relação entre o volume
máximo e o tempo de exposição ao som que a OMS
0 considera segura à saúde auditiva.
10 100 1000 Concentração relativa
Neurônio 2 das substâncias
110

105
a) Com base nos dados apresentados nesses gráficos,
indique se você é a favor de ou contra a teoria da 100
existência de uma região específica da língua respon-
Decibéis (dB)

sável pela percepção de determinado sabor – doce, 95


salgado, amargo e azedo. ( ) a favor ( ) contra.
Justifique sua resposta. 90

85

80
0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360 390 420 450 480

Tempo em minutos
Disponível em: <http://cultura.estadao.com.br/blogs/direto-da-fonte/adolescentes-poderao-ter-
surdez-precoce-diz-pesquisa/> e <http://www.who.int/pbd/deafness/activities/MLS_Brochure
_English_lowres_for_web.pdf?ua=1>. Acesso em 2 ago.2016.

Sobre os assuntos relacionados no texto e os dados


apresentados, é correto afirmar que:
01) O risco à saúde auditiva provocado pela intensidade
do som em relação ao tempo de exposição é o mes-
mo de alguém que ouve quinze minutos de música
b) A sensibilidade a sabores é considerada um fator de a 100 dB e de um operário que trabalha duas horas
proteção contra a ingestão de substâncias tóxicas, e trinta minutos a 85 dB.
que são comumente azedas ou amargas. 02) Sons de alta intensidade ou infecções podem causar
A partir das informações contidas nos dois gráficos, perda auditiva.
justifique essa afirmação. 04) A tuba auditiva é um canal que equilibra a diferença
entre a pressão atmosférica e a pressão no interior
da orelha média.
08) A surdez é um fenótipo resultante das interações
com o meio ambiente, não havendo casos de ori-
gem hereditária.
16) A orelha interna é constituída pela cóclea e por ca-

Material exclusivo para professores


nais semicirculares, estruturas responsáveis pela
percepção das ondas mecânicas do som.
32) A percepção dos sons ocorre na orelha interna,
sem a participação do nervo auditivo, pois a sua
localização próxima ao cérebro facilita a transmis-

conveniados ao Sistema de Ensino


são dos impulsos nervosos ao centro de audição
do córtex cerebral.

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338 364 – Material do Professor

14. UFG – Ao realizar exames oftalmológicos em um am- A heterocromatina facultativa, que, nos neurônios do
BIOLOGIA 3B

biente pouco iluminado, os jovens J1 e J2 descobri- olfato, também se concentra numa área central do
ram que o diâmetro do corpo vítreo de seus olhos é núcleo, compõe uma estrutura em forma de chapéu,
de 18 mm. Nesse exame, descobriu-se que, para J1, em torno da constitutiva. Assim, a organização das
as imagens dos objetos são formadas 13 mm após o heterocromatinas e da eucromatina pode ser diferente
cristalino, enquanto, para J2, o diagnóstico atestou que para cada tipo de célula, com um impacto importante
ele não visualiza nitidamente objetos a 25 cm do olho. na atividade genética.
Conforme o exposto, quais são, respectivamente, os
tipos de lentes corretivas que J1 e J2 devem utilizar Essas informações apontam para aspectos relacionados
e quais células responderam mais eficientemente ao à regulação dos odores. É correto afirmar, com base
estímulo luminoso? no texto, que
a) Divergente e convergente, e bastonetes na córnea. a) a forma tridimensional do material genético deter-
b) Divergente e divergente, e bastonetes na retina. mina, a cada ciclo celular de cada neurônio olfatório,
a formação de diferentes tipos de receptores para
c) Convergente e divergente, e cones na córnea. moléculas odorantes.
d) Divergente e divergente, e cones na retina. b) a inatividade da eucromatina e a atividade da he-
e) Divergente e convergente, e bastonetes na retina. terocromatina constitutiva determinam quais RNA
transportadores formarão as proteínas receptoras
15. IFSP – Assinale a alternativa que define corretamente específicas para cada neurônio olfatório.
as propriedades organolépticas da matéria. c) a organização da cromatina é responsável pela capa-
a) São definidas como organolépticas as propriedades cidade de cada neurônio olfatório produzir apenas um
nas quais o organismo não sofre um fenômeno quí- tipo de receptor para moléculas odorantes.
mico, ele pode ser dividido sem se alterar. d) cada neurônio olfatório tem, na superfície celular,
b) São propriedades dadas por dois organismos que não uma grande diversidade de receptores, capazes de
ocupam o mesmo lugar ao mesmo tempo. reconhecer moléculas em seu entorno e determina-
c) São um tipo de fenômeno químico que um dado dos pela grande compactação da heterocromatina
organismo específico sofre. facultativa dos autossomos.
d) Ocorrem quando os organismos tendem a se manter e) no núcleo dos neurônios olfatórios, os cromossomos
como estão (em repouso ou em movimento). metafásicos permitem o acesso à transcrição de um
e) São propriedades que impressionam pelo menos dos alelos, de forma aleatória, a cada formação de
um dos cinco sentidos (tato, visão, olfato, audição RNA mensageiros.
e paladar).
17. Udesc (adaptada) – Os Jogos Paralímpicos repre-
16. UPE (adaptada) – Leia o texto a seguir: sentam uma questão de superação de desafios e
preconceitos. Participam dessas competições atletas
Entre os mil genes, aproximadamente, que em camun-
com deficiências físicas congênitas, como síndromes,
dongos abrigam o código para receptores de odorantes
malformações ou lesões adquiridas de forma definitiva.
(são cerca de 400 em humanos), apenas um está ativo
Uma dessas deficiências é a visual, que pode surgir a
num determinado neurônio, e apenas uma das duas
partir do deslocamento da retina e do comprometimen-
cópias do gene ou alelos está ativa. Essa especiali-
to do cristalino (catarata que, em situações graves, leva
zação é essencial para o mapeamento dos odores no
à cegueira). Pergunta-se: Qual a função da retina e do
cérebro – todos os neurônios, que têm a sua superfície
cristalino na visão?
salpicada por um determinado tipo de receptor, man-
dam projeções para uma mesma região do cérebro, que
reconhecerá o aroma correspondente.
Para entender a regulação dos genes responsáveis
pela construção dos receptores para moléculas de
odor, é necessário analisar, no núcleo dos neurônios,
o local onde o material genético tem uma organização
espacial precisa, a cromatina, na qual se localizam as
duas cópias de cada gene. A heterocromatina cons-
titutiva, concentrada no miolo do núcleo, abriga, pelo
menos, um dos alelos em grande parte das células.

ESTUDO PARA O ENEM


18. Enem C4-H14 Em relação à visão, a degeneração desse tipo celular irá
A retina é um tecido sensível à luz, localizado na parte
posterior do olho, onde ocorre o processo de formação de a) comprometer a capacidade de visão em cores.

Material exclusivo para professores


imagem. Nesse tecido, encontram-se vários tipos celula- b) impedir a projeção dos raios luminosos na retina.
res específicos. Um desses tipos celulares são os cones, os c) provocar a formação de imagens invertidas na retina.
quais convertem os diferentes comprimentos de onda da
luz visível em sinais elétricos, que são transmitidos pelo d) causar dificuldade de visualização de objetos

conveniados ao Sistema de Ensino


nervo óptico até o cérebro. próximos.
Disponível em: <www.portaldaretina.com.br>. e) acarretar a perda da capacidade de alterar o diâmetro
Acesso em: 13 jun. 2012. (Adaptado) da pupila.

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365 – Material do Professor 339

19. Enem C5-H17 feitos toques com as duas pontas de um compasso em

BIOLOGIA 3B
Entre os anos de 1028 e 1038, Alhazen (Ibn al-Haytham: diversas partes do corpo dele e a diferentes distâncias,
965-1040 d.C.) escreveu sua principal obra, o Livro da visando à identificação das regiões e distâncias onde
Óptica, que, com base em experimentos, explicava o eram sentidos um ou dois toques. Os locais do corpo, a
funcionamento da visão e outros aspectos da óptica, quantidade de toques que foram sentidos e a distância
entre as duas pontas do compasso estão apresentados
por exemplo, o funcionamento da câmara escura. O li-
na tabela:
vro foi traduzido e incorporado aos conhecimentos cien-
tíficos ocidentais pelos europeus. Na figura a seguir,
retirada dessa obra, é representada a imagem invertida Distância 6 5 3,5 2,5 1 0,5 ,
de edificações em tecido utilizado como anteparo.
(cm) 0,5

ENEM
ENEM

Locais Número de toques


Costas 2 2 1 1 1 1 1
Panturrilha 2 1 1 1 1 1 1
Antebraço 2 2 1 1 1 1 1
Polegar 2 2 2 2 2 2 2
Indicador 2 2 2 2 2 2 2

DINIZ, C. W. P. Desvendando o corpo dos animais.


Belém: UFPA, 2004.

Zewall, A. H. Micrographia of twenty-first century: from camera As diferenças observadas entre as várias regiões do
obscura to 4D microscopy. Philosophical Transactions of the Royal corpo indicam que a densidade dos receptores
Society A, v. 368, 2010. (Adaptado) a) não é a mesma em todos os pontos, existindo re-
giões com maior capacidade de discriminação e sen-
Se fizermos uma analogia entre a ilustração e o olho
sibilidade, como o indicador e o polegar.
humano, o tecido corresponde ao(à)
b) apresenta pequena diferenciação entre os diversos
a) íris. pontos, existindo regiões com menor capacidade
b) retina. de discriminação e sensibilidade, como o indicador
c) pupila. e a panturrilha.
d) córnea. c) apresenta pequena diferenciação entre os diversos
pontos, diferenciando-se em regiões com maior ca-
e) cristalino. pacidade de discriminação e sensibilidade, como as
costas e o antebraço.
20. Enem C5-H17 d) não é a mesma em todos os pontos, existindo re-
O sistema somatossensorial nos informa o que ocorre giões com maior capacidade de discriminação e sen-
tanto na superfície do corpo como em seu interior, e sibilidade, como a panturrilha e as coxas.
processa muitas classes de diferentes estímulos, como e) é equivalente, existindo pontos que manifestam uma
pressão, temperatura, toque, posição. Em uma expe- menor sensibilidade e discriminação, como as costas
riência, após vendar os olhos de um indivíduo, foram e o antebraço.

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14
340 366 – Material do Professor

SISTEMA TEGUMENTAR
BIOLOGIA 3B

HUMANO

A pele é a primeira barreira de defesa do corpo humano e o primeiro órgão a


mostrar sinais visíveis do envelhecimento. Com o passar dos anos, é normal que a
• Pele pele perca elasticidade e apareçam linhas de expressão e rugas.
• Anexos tegumentares Rugas são linhas e depressões que se formam por movimentos repetidos e
• Tato contrações exageradas dos músculos, responsáveis pelas expressões faciais, pelo
ressecamento da pele, pela reabsorção óssea e perda de gordura subcutânea. Outros
HABILIDADES fatores como a exposição solar e a liberação de radicais livres, intensificados por
• Compreender os componen- alimentação inadequada, estresse e poluição, também contribuem para o apareci-
tes do sistema tegumentar mento das rugas.
humano, suas células e Embora seja inevitável o surgimento dessas marcas de expressão, visto que o
suas funções. envelhecimento é um processo biológico natural do ciclo de vida de todos os seres
• Entender o que são anexos vivos, é possível prevenir o aparecimento precoce das rugas seguindo um estilo de
tegumentares, sua estrutu- vida saudável, com ingestão adequada de água combinada com uma dieta balancea-
ra e sua importância. da. A redução do estresse também auxilia nesse processo preventivo. Além disso,
• Compreender a função tátil existem diversos cremes e tratamentos que atenuam essas marcas.
da pele. Mais do que uma preocupação estética, o cuidado com a pele é essencial para
• Reconhecer funções da a homeostase do corpo. Além de defender o organismo, a pele é a interface entre
pele, composição de suas os meios interno e externo. Por meio do tato, sentimos e podemos compreender
camadas e estruturas de modo mais apurado o ambiente ao nosso redor.
anexas.

DE VISU/SHUTTERSTOCK

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conveniados ao Sistema de Ensino
Ao longo dos anos, a pele sofre muitas mudanças e perde elasticidade, o que resulta em um aspecto mais frágil,
com marcas de expressão.

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367 – Material do Professor 341

O sistema tegumentar humano é formado pela pele A camada granulosa apresenta células achatadas,
e seus anexos: glândulas sebáceas, sudoríferas e mamá- repletas de grânulos contendo substâncias precursoras

BIOLOGIA 3B
rias, pelos e unhas. de queratina. A camada lúcida é formada por células
achatadas anucleadas e sem organelas citoplasmáticas,

PELE pois tais estruturas são digeridas por enzimas derivadas


dos lisossomos. O citoplasma dessas células contém
É formada pela epiderme (derivada do ectoderma) muitos filamentos de queratina compactados. O acú-
e pela derme (derivada do mesoderma). Além disso, é mulo de queratina e o achatamento continuam até as
constituída por colágeno, elastinas e outros elementos células se tornarem totalmente impermeáveis e mortas.
da matriz celular. A união da pele aos órgãos é feita pela A porção mais externa, a camada córnea, consti-
tela subcutânea, também chamada de fáscia subcutâ- tui-se de células mortas impregnadas com queratina
nea, formada pelos tecidos conectivos frouxo e adiposo. – proteína que confere impermeabilidade, evitando a
As principais funções da pele são: perda excessiva de água, além de resistência ao atrito.
• revestimento do corpo; Suas principais células são:
• proteção física contra lesões e contaminações; • queratinócitos: células mais abundantes da epi-
• percepção sensorial; derme. Formam as cinco camadas morfologica-
• termorregulação; mente distintas: germinativa (basal), espinhosa,
• síntese de vitamina D; granulosa, lúcida e córnea;
• excreção de íons, lipídios e leite. • células de Langerhans: também chamadas de
células dendríticas, originam-se da medula ós-
sea e são responsáveis por estimular o sistema
UNIVERSAL IMAGES GROUP NORTH AMERICA LLC/ALAMY STOCK PHOTO

imunológico contra agentes invasores da pele,


poros captando-os, processando-os e apresentando-os
pelo
às células imunitárias;
• células de Merkel: presentes em maior número na
epiderme palma das mãos e planta dos pés, áreas em que a
epiderme é mais espessa. São os mecanorrecepto-
res da epiderme responsáveis pela sensibilidade tátil;
glândula
• melanócitos: células especializadas na produção
sebácea
derme nervo
de melanina, proteína responsável pela pigmen-
tação e cor da pele e dos pelos. Desempenham
glândula
sudorífera vasos importante papel na absorção da radiação ultravio-
sanguíneos leta, neutralizando os radicais livres, prejudiciais à
gordura folículo pele. A quantidade de melanócitos é praticamente
piloso a mesma em todas as pessoas, independente-
mente da cor da pele. Apenas a quantidade de
melanina produzida varia. Tais células têm prolon-
Estruturas que compõem o sistema tegumentar humano. Elementos
gamentos que penetram nas diversas camadas
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia. da epiderme, inclusive nas células precursoras do
pelo, alterando a cor da pele e do pelo.

TTSZ/ISTOCKPHOTO.COM
EPIDERME camada
córnea
É formada por tecido epitelial estratificado pa-
vimentoso queratinizado e compõe a parte mais camada
lúcida
externa da pele. É constituída pelas camadas ger-
minativas espinhosa, granulosa, lúcida e córnea. camada
A camada mais basal, chamada de germinativa, é granular
formada por uma única camada de células cúbicas,
camada
morfologicamente ativas com citoplasma basófilo espinhosa
e um núcleo grande. É apoiada por uma membrana

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basal sob a derme, e sua renovação celular acon- camada
basal ou
tece principalmente no período noturno. Quando germinativa
novas células são formadas por mitose, as camadas
anteriores são direcionadas para a superfície, com-

conveniados ao Sistema de Ensino


pondo a próxima camada da epiderme, a camada
espinhosa. Esta é mais espessa e é responsável Anatomia das camadas da epiderme humana. Elementos representados
pela renovação dos queratinócitos. fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

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342 368 – Material do Professor

DERME gulação da temperatura corporal, resfriando o orga-


BIOLOGIA 3B

De origem mesodérmica e formada por tecido co- nismo quando a temperatura interna ou do ambiente
nectivo, a derme é rica em fibras elásticas, vasos linfá- está elevada. As glândulas sudoríferas também estão
ticos e nervos. É amplamente vascularizada por vasos relacionadas à secreção de substâncias inúteis ao
sanguíneos responsáveis pela nutrição da epiderme organismo, uma vez que se identifica a presença de
avascular e sobrejacente. O entrelaçamento entre a catabólicos no suor.
epiderme e a derme é chamado de rete apparatus. É
unida ao tecido celular subcutâneo, também denomi-
GLÂNDULAS SEBÁCEAS
nado tela subcutânea.
Estão associadas aos folículos pilosos, muito abun-
A derme é formada por duas camadas:
dantes no couro cabeludo. Situam-se na derme e são
• camada papilar – é a mais superficial, encaixa-
definidas como glândulas exócrinas alveolares ramifi-
-se nas saliências da epiderme e é formada por
cadas holócrinas. As glândulas sebáceas apresentam
tecido conectivo frouxo, que constitui as papilas
ducto curto, epitélio estratificado pavimentoso de ex-
dérmicas.
tremidade no folículo piloso ou diretamente na super-
• camada reticular – é mais espessa, formada por
tecido conectivo denso e apresenta estruturas fície da epiderme.
derivadas da epiderme, como glândulas sudo- Essas glândulas expelem sebo, secreção oleosa
ríferas, folículos pilosos e glândulas sebáceas. formada por ésteres de cera e ácidos graxos. Sua
principal função é lubrificar a superfície da pele e dos
pelos, protegendo-os e conferindo a essas estruturas
HIPODERME OU TELA SUBCUTÂNEA um caráter hidrofóbico.
Localiza-se logo abaixo da derme. É formada por A atividade secretora das glândulas sebáceas é
tecidos conectivos frouxo e adiposo e representa fortemente influenciada pelos hormônios sexuais.
entre 15% e 30% do peso corporal de um indivíduo
Até a puberdade, a secreção é mínima e passa a ser
adulto. Não é considerada uma camada da pele,
estimulada quando os hormônios sexuais se tornam
mesmo mantendo uma relação funcional com a der-
bastante ativos.
me. Portanto, sua nomenclatura mais adequada é
A acne é formada por obstruções nos folículos
tela subcutânea.
pilosos, o que impede a drenagem do sebo para fora
A principal função da tela subcutânea é atuar como
da pele. Normalmente essa obstrução é causada pela
reserva energética, uma vez que é rica em células adi-
produção excessiva de sebo associado às células mor-
posas. Além disso, participa da defesa contra choques
físicos e funciona como isolante térmico (regulação da tas da pele. Durante a puberdade, a produção de hor-
temperatura corporal) e como conector da derme com mônios sexuais cresce, o que estimula a produção de
os músculos e os ossos. sebo pelas glândulas sebáceas. Consequentemente,
há aumento da incidência de acne nesse período da
vida. Além dos hormônios, predisposição genética,
ANEXOS TEGUMENTARES bactérias, estresse, ambiente, medicamentos, ali-
São estruturas anexas que auxiliam nas atividades mentação e alguns cosméticos podem aumentar a
e funções da pele. A seguir, veremos cada uma delas. incidência da acne.

GLÂNDULAS SUDORÍFERAS OLEKSIY MAKSYMENKO PHOTOGRAPHY/ALAMY STOCK PHOTO


acne
Estão presentes em toda a pele. Nesse tipo de glândulas sebáceas
epiderme
glândula, há dois tipos de células secretoras: células
escuras (que contêm muitos grânulos de secreção
de glicoproteínas) e células claras (sem grânulos de
secreção).
As porções secretoras dessas glândulas estão glândulas
sudoríferas
localizadas na derme, na tela subcutânea e nos duc- derme
tos responsáveis por exteriorizarem as secreções
pelo
do tipo merócrina (sem perda de material celular).
Podem emergir diretamente na superfície da pele

Material exclusivo para professores


(glândulas écrinas) ou nos folículos pilosos (glân-
dulas apócrinas).
tela subcutânea folículo piloso
Associadas às células secretoras estão as células
mioepiteliais, cuja atividade contrátil auxilia na liberação

conveniados ao Sistema de Ensino


Na imagem observam-se as glândulas sebáceas e sudoríferas e a
das secreções. As glândulas sudoríferas produzem o formação da acne em virtude da obstrução dos folículos pilosos. Isso
suor, que é composto de água, sais, ureia, amônia, impede a eliminação do sebo presente na pele humana. Elementos
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
ácido úrico e outros componentes. O suor atua na re-

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369 – Material do Professor 343

PELOS

BIOLOGIA 3B
Os pelos são estruturas anexas do sistema tegumen-

TTSZ/ISTOCKPHOTO.COM
tar originados nos folículos pilosos, invaginações na epi-
derme, cuja estrutura filamentosa delgada é composta pelo músculo eretor
de queratina. Os pelos humanos atuam na recepção tátil, do pelo
diferentemente dos pelos animais, que também auxiliam nervo
medula
no isolamento térmico.
glândula córtex
Os pelos estão presentes em muitas áreas da su- sebácea
perfície corporal, mas ocorrem em grande densidade
raiz do
em regiões como axilas e nas proximidades dos órgãos pelo cutícula
genitais. Além disso, o padrão dos pelos pode estar bulbo
piloso
associado à atuação de hormônios, como os pelos da vasos
papila sanguíneos
face e da região pubiana, que estão sob a influência dos dérmica
hormônios esteroides.
Pelos em crescimento ativo apresentam em sua base
uma leve dilatação, o bulbo piloso, no interior do qual Ilustração da anatomia do pelo. Elementos representados fora da escala
se encontra uma papila dérmica. O crescimento do de tamanho. Cores fantasia.
pelo deriva da intensa síntese de queratina e da multi-
plicação, da morte e da compactação de células localizadas na porção mais basal
dos folículos.
A nutrição dessas células é realizada pelos vasos sanguíneos associados à
base do folículo. Músculos eretores dos pelos, dispostos obliquamente e inseri-
dos na região da papila dérmica e outras regiões, são capazes de se contrair e,
assim, tracionarem o pelo, que adota uma posição mais vertical, o que o torna
eriçado. Melanócitos, presentes entre a papila e o epitélio que reveste a raiz,
conferem coloração característica ao pelo, uma vez que essas células transferem
melanina às células do córtex (região externa) e da medula (região interna) do
pelo. Glândulas sebáceas conjugadas aos folículos pilosos secretam substâncias
cuja função é lubrificar os pelos.

TTSZ/ISTOCKPHOTO.COM
raiz da unha
UNHAS seio cutícula unha base da
unha
As unhas são placas de células queratinizadas e rígidas
localizadas na superfície das extremidades da falange, nas Derme
pontas dos dedos. Originam-se de dobras da epiderme
localizadas na ponta dos dedos. É nessa área que múlti-
plas células gradualmente se proliferam, diferenciam-se,
acumulam queratina, morrem e se compactam firmemen-
te, originando as unhas. A cutícula, derivada do estrato
córneo da epiderme, reveste as unhas externamente. gordura

Estruturas que compõem a unha e suas camadas. Elementos


representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
LEITURA COMPLEMENTAR
Vitiligo
Essa é uma doença caracterizada por lesões cutâneas de hipopigmentação, o que produz
manchas brancas de tamanho variável na pele. As lesões são formadas pela diminuição
ou pela ausência, nos locais afetados, de melanócitos, células responsáveis pela formação
da melanina e pigmentação que confere cor à pele.
A tatuagem não é aconselhável para pessoas com vitiligo, pois esse procedimento usa
agulhas para a injeção de tintas na derme e resulta em um processo inflamatório. Em
pessoas saudáveis, os macrófagos do sistema imune atacam e retiram a tinta injetada,

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de modo que a tinta que não é retirada por essas células é absorvida pelos fibroblastos e
permanece na pele. Em indivíduos com vitiligo, pode ocorrer um fenômeno conhecido
como Koebner, em que um trauma na região não afetada da pele gera o aparecimento
de novas lesões encontradas em outros locais do corpo.

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As causas do vitiligo ainda não estão claramente estabelecidas, mas alterações ou trau-
mas emocionais podem ser fatores que desencadeiam ou agravam a doença. O vitiligo

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344 370 – Material do Professor

não é contagioso e não traz prejuízos à saúde física. No entanto, as lesões provocadas
BIOLOGIA 3B

impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente. Nesses


casos, é recomendado um acompanhamento psicológico.
A maioria dos pacientes com vitiligo não manifesta qualquer sintoma até o surgimento
de manchas brancas na pele. Entretanto, em certos casos, alguns indivíduos relatam
sensibilidade e dor nas áreas afetadas. A maior preocupação dos dermatologistas são os
sintomas emocionais que os pacientes podem desenvolver em decorrência da doença.

ROB3000/DREAMSTIME.COM
ausência de melanina

melanina

melanócitos Desaparecimento dos melanócitos e interrupção


na produção de melanina

Ilustração da manifestação do vitiligo na mão humana, com detalhes em corte da pele. Elementos
representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Tato
A pele humana é o maior órgão sensorial em exten-

TTSZ/ISTOCKPHOTO.COM
são, com grande diversidade de receptores sensoriais
que indicam dor, sensação térmica e pressão. Alguns
desses receptores estão imersos em tecido conectivo
corpúsculo
e constituem mecanorreceptores que detectam, por de Krause
corpúsculos
exemplo, tato superficial (corpúsculos de Meissner) e
de Ruffini
pressão (corpúsculo de Pacini).
Os corpúsculos de Meissner, assim como as cé-
lulas de Merkel (que agem na percepção de toques
contínuos de objetos contra a pele), estão presentes plexo de terminações
em regiões muito sensíveis da pele, como pontas dos corpúsculo células
pelos nervosas
corpúsculos de de livres
dedos, palmas das mãos, mamilos e lábios. de Pacini Meissner Merkel
radiculares

Os receptores que detectam sensação térmica são Temperatura


Sensações de pressão Tato e dor
os corpúsculos de Krause (frio) e de Ruffini (calor).
Os receptores de dor são terminações nervosas livres Esquema dos mecanorreceptores envolvidos no tato. Elementos
dispersas por toda a pele. representados fora da escala. Cores fantasia.

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371 – Material do Professor 345

ROTEIRO DE AULA

BIOLOGIA 3B
SISTEMA TEGUMENTAR HUMANO

Pele
Anexos tegumentares

Epiderme

Tecido epitelial Glândulas sebáceas

Exócrina Secretam
Tecido conectivo

Derme Holócrina Sebo

Glândulas sudoríferas

Secretam Secreções do tipo Liberadas pelas glândulas

Suor Merócrina
Écrina Apócrina

Folículo piloso Pelos


Origem

Unhas
Epiderme Origem Células queratinizadas

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346 372 – Material do Professor

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
BIOLOGIA 3B

1. EBMSP-BA (adaptada) – O esquema representa uma d) O corpúsculo de Meissner, responsável pela capta-
porção da pele humana, mostrando seus componentes ção de estímulos de pressão e tração, é formado por
em um corte transversal. um conjunto de terminações nervosas com pontas
achatadas.
e) As glândulas sebáceas têm por função principal lu-
brificar a pele e os pelos, para manter a regulação
da temperatura corporal.
As células dendríticas de Langerhans atuam como elementos de
proteção, reconhecendo e destruindo agentes patogênicos que pe-
tecido
netram na pele.
epitelial
3. Udesc – Aparelhos ergonômicos exigem do designer
um conhecimento prévio acerca do funcionamento do
organismo humano. Dentre os vários sistemas que
compõem o homem, o sistema tegumentar desempe-
lâmina nha importantes funções. A respeito da sua estrutura
basal e de suas funções, resolva a questão abaixo.
a) A pele é formada por duas camadas: a epiderme e
tecido a derme. Indique qual a constituição da epiderme
conectivo e relacione com suas funções.
vaso
A constituição histológica da epiderme é um tecido epitelial estratifi-
sanguíneo

cado pavimentoso queratinizado. Um tecido estratificado tem função

A pele, juntamente com as glândulas sebáceas e sudo-


ríferas, unhas, pelos e cabelos, é um órgão integrante de revestimento e proteção ao atrito. Por sua vez, a queratina presen-
do sistema tegumentar do corpo.
te nesse tecido protege da desidratação.
Em relação à estrutura da pele, é correto afirmar:
a) A camada superficial da epiderme é formada por te-
cido epitelial morto e multiestratificado e a camada b) Cite três anexos do sistema tegumentar e descreva
mais interna possui as células vivas formadoras de suas funções.
tecido conjuntivo. Glândula sudorífera: produção de suor para o controle da temperatura.
b) As células da epiderme são originadas na camada
basal e se movem para cima, tornando-se mais ci- Glândulas sebáceas: produção de sebo que previne o ressecamento
líndricas à medida que ascendem.
c) A pele atua na relação do corpo com o meio externo dos pelos e a perda excessiva de água pela pele. Pelos e unhas prote-
pela presença de receptores sensoriais, que são os
precursores para a ação posterior do sistema ner- gem a pele em regiões em que a epiderme é muito delgada.
voso central.
d) Os vasos sanguíneos, presentes na derme, são
responsáveis pela nutrição e pelo fornecimento de 4. Sistema Dom Bosco – A epiderme, porção superficial
melanina e queratina para as células epiteliais da da pele, pode ser dividida em várias camadas. Iden-
epiderme.
tifique a alternativa em que está localizado o nome
e) A capacidade proliferativa das células da pele é li- da camada que possui células mortas, com grande
mitada devido à presença de células mortas quera- quantidade de queratina e que sofre descamação con-
tinizadas próximas à lâmina basal entre a epiderme tinuamente.
e a derme.
a) Camada lúcida. d) Camada germinativa.
O tecido conectivo tem origem embrionária mesodérmica. As b) Camada granulosa. e) Camada córnea.
células que ascendem ao tecido epitelial tornam-se achatadas. O
tecido epitelial produz as proteínas queratina e melanina. As cé- c) Camada espinhosa.
lulas queratinizadas da epiderme estão distintas da lâmina basal. A camada córnea constitui-se de células mortas impregnadas com
queratina, proteína que confere impermeabilidade (evita a perda ex-
cessiva de água) e resistência da pele ao atrito.
2. UFRN – A pele humana, constituída pela epiderme e
pela derme, desempenha diversas funções, tais como: 5. UEPG-PR – A pele humana é um órgão que contribui
proteção, sensibilidade tátil e manutenção da tempera- em grande parte para a adaptação do organismo ao
tura corporal. Acerca dos tecidos, anexos e receptores ambiente. Sobre as suas funcionalidades e constituição,
cutâneos da pele, é correto afirmar: assinale o que for correto.
a) As células de Langerhans são responsáveis pelo re- 01) A pele nos protege contra agentes mecânicos (atri-

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conhecimento e destruição de agentes estranhos tos e pressões), químicos (substâncias prejudiciais)
que penetram na pele. e biológicos (microrganismos patogênicos), além
b) A derme produz os melanócitos que são responsá- de evitar uma excessiva perda de água, o que é
veis pela produção e distribuição da melanina. importante para animais terrestres.

conveniados ao Sistema de Ensino


c) A epiderme possui quatro camadas, sendo a mais 02) Apenas a camada externa da pele, a epiderme, é
interna a espinhosa, que é a responsável pela pro- um epitélio, que recobre a derme. Esta última tem
dução de novas células. predominância de tecido conjuntivo, com capilares

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373 – Material do Professor 347

sanguíneos, nervos, corpúsculos sensoriais e fibras 6. Sistema Dom Bosco – A pele possui algumas estru-

BIOLOGIA 3B
musculares. turas especializadas que auxiliam em diversas funções
04) A camada córnea da pele tem em sua porção mais do corpo. Essas estruturas são os chamados anexos
externa células especiais, os melanócitos, produ- da pele e incluem pelos, unhas e glândulas sebáceas
tores de melanina, pigmento responsável pela cor e sudoríferas. Sobre as glândulas, marque a alternativa
da pele. correta:
08) A epiderme é um epitélio pavimentoso, de várias ca- a) A glândula sebácea produz o chamado sebo, subs-
madas celulares vivas, que repõe as células mortas tância que não apresenta função conhecida.
superficiais, ricas em colágeno, uma proteína que b) A glândula sebácea possui a função principal de lu-
dá à pele uma certa resistência e impermeabilidade. brificar pele e pelos.
16) Na região mais profunda da pele existe um tecido c) As glândulas sudoríferas são responsáveis por eli-
adiposo, que, além de reserva energética, é isolante minar o suor, que aumenta a temperatura do corpo.
térmico e protege contra choques mecânicos.
d) As glândulas sebácea e sudorífera são exemplos de
glândulas endócrinas, ou seja, que eliminam sua se-
01 + 02 + 16 = 19
creção na corrente sanguínea.
A afirmativa 04 está incorreta. Os melanócitos da pele situam-se
na região mais profunda da epiderme. A afirmativa 08 está incor- As glândulas sebáceas produzem uma substância conhecida popular-
reta. As células mortas superficiais da pele são impregnadas por mente como sebo, cuja função principal é lubrificar os pelos e a pele.
queratina, uma proteína protetora e impermeabilizante.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. FGV (adaptada) – O maior órgão do corpo humano é d) na camada superficial da epiderme, para que a tinta
constituído por dois tecidos, o tecido epitelial, a epi- afete o mínimo possível as estruturas inferiores da
derme, formado por células em constantes divisões, pele.
que empurram as mais velhas para as camadas supe- e) na tela subcutânea, para que a tinta seja assimilada
riores, e o tecido conectivo, a derme, rico em diversas pelas células adiposas, pois são células que não so-
estruturas, tais como vasos sanguíneos, terminações frem tantas alterações ao longo do tempo.
nervosas e glândulas. Logo abaixo, não fazendo parte
da pele, está a tela subcutânea, formada pelas células 8. Etec – A pele bronzeada tornou-se um símbolo de be-
adiposas responsáveis por armazenar gordura. leza e de aparência saudável. No entanto, para os der-
matologistas é preciso muito cuidado, pois o bronzeado
Pelos não tem, necessariamente, relação com saúde. Os der-
matologistas recomendam baixa exposição ao sol das
10 às 16 horas aproximadamente, quando a radiação
Folículo Poro
ultravioleta é mais intensa e o uso de filtros solares
piloso
se faz, portanto, essencial. Os raios ultravioleta UVA
e UVB, em doses excessivas, causam vermelhidão,
Epiderme
queimaduras, envelhecimento precoce e até podem
JANPEN CHAIYADEJ/DREAMSTIME.COM

acarretar a formação de tumores benignos e malignos


nos epitélios.
Derme Por outro lado, nosso organismo precisa das radiações
solares para ativar algumas reações como, por exemplo,
a produção de vitamina D, que evita o raquitismo.
Tela
subcutânea Sobre esse tema, assinale a alternativa correta.
Vaso
sanguíneo
a) Os filtros solares são classificados de acordo com
um número chamado Fator de Proteção Solar (FPS),
Glândula que varia de acordo com o tipo de pele. Assim, quan-
Células Músculo eretor sudorífera to mais sensível for a pele, menor será o fator de
adiposas do pelo proteção necessário.
b) Os raios ultravioleta inibem a produção de vitamina D
Tendo por base essas informações, pode-se dizer que, ao ao incidirem sobre a melanina, pigmento responsável
fazer uma tatuagem, a agulha injetora de tinta penetra: pela cor da pele, e provocam hemorragias.
a) na epiderme, para que a tinta não afete os vasos san- c) A exposição ao sol deve ocorrer no período de 10 e
guíneos, as glândulas e as terminações nervosas da 16 horas, pois nesse horário as radiações ultravioleta
derme, nem as células adiposas da tela subcutânea. são menos intensas e, portanto, mens prejudiciais

Material exclusivo para professores


b) na derme, pois, se realizada na epiderme, a tinta à pele.
injetada seria eliminada com as células queratiniza- d) A deficiência de vitamina D prejudica a fixação de
das mortas. cálcio nos ossos, provocando alterações ou defor-
c) na tela subcutânea, para que a tinta não seja elimina- midades no esqueleto humano.

conveniados ao Sistema de Ensino


da com as células queratinizadas mortas, nem afete e) O bronzeamento da pele ocorre quando os raios sola-
os vasos sanguíneos, as glândulas e as terminações res danificam as fibras colágenas e elásticas situadas
nervosas. na derme.

Dom Bosco
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348 374 – Material do Professor

9. Sistema Dom Bosco – Sabemos que a pele é formada b) Cite o tipo de célula presente em maior quanti-
BIOLOGIA 3B

por duas camadas principais: a epiderme e a derme. A dade na tela subcutânea e explique a importância
epiderme é dividida em cinco camadas, córnea, lúcida, dessa camada para a adaptação de animais ao
granulosa, espinhosa e germinativa. Marque a alter- clima frio.
nativa que indica corretamente a função da camada
germinativa.
a) A camada germinativa apresenta função de prote-
ção contra a penetração de patógenos e agentes
químicos.
b) A camada germinativa é o local onde estão mergu-
lhados os nervos.
c) A camada germinativa tem como principal função
dar resistência à pele.
d) A camada germinativa é responsável por formar to-
das as outras camadas da epiderme.

10. Uerj – A luz solar traz inúmeros benefícios para os seres 11. UFRGS – As glândulas sudoríferas contribuem para
vivos. Um de seus componentes, a radiação ultravio- a manutenção da temperatura corporal. Essas glân-
leta, UV, é responsável, no entanto, por alguns efeitos dulas são
indesejáveis. A ilustração adiante resume a atuação dos a) pluricelulares, apócrinas e endócrinas.
diferentes tipos de radiação UV sobre a pele humana.
b) pluricelulares, merócrinas e exócrinas.
c) pluricelulares, holócrinas e mistas.
UV C

d) unicelulares, apócrinas e exócrinas.


e) unicelulares, merócrinas e mistas.
UV B

12. PUC-RS (adaptada) – A proteção da superfície corporal


dos mamíferos contra os elementos físicos e químicos
UV A

do ambiente externo é feita pelo tecido _________, por


meio de ___________.
a) conectivo – osteoblastos e adipócitos.
DESIGNUA/DREAMSTIME.COM

b) conectivo fibroso – fibrócitos e mioblastos.


c) epitelial glandular – secreção exócrina e endócrina.
d) reticular denso – células endoteliais e de uma cama-
da de colágeno.
e) epitelial de revestimento – melanócitos e de uma
camada de queratina.

13. IFCE – O Demodex folliculorum é um ácaro que habita


UV A – Corresponde à maior parte do espectro da os folículos pilosos dos seres humanos, alimentando-
radiação ultravioleta, atingindo, inclusive, áreas mais -se de pele e sebo. Algumas pessoas podem ter rea-
profundas da pele e produzindo alterações que podem ções alérgicas a esse animal e desenvolver a acne.
levar ao fotoenvelhecimento e ao câncer. A bactéria Propionibacterium acnes é um ser vivo
oportunista e prolifera na pele, causando inflamação.
UV B – Penetra pouco na pele: responsável pela ver-
As glândulas envolvidas nesse processo infeccioso
melhidão e por queimaduras após a exposição ao sol,
são chamadas de
também pode causar o câncer de pele.
a) sebáceas e exócrinas.
UV C – É normalmente absorvida pela camada de ozônio
antes de chegar à Terra. b) sudoríferas e endócrinas.
a) Cite o tipo de radiação UV que tem maior efeito es- c) sebáceas e endócrinas.
timulante sobre a pigmentação da pele e justifique
sua resposta. d) sudoríferas e exócrinas.
e) mistas e exócrinas.

14. UFMG (adaptada) – O sistema tegumentar apresenta

Material exclusivo para professores


características bem definidas em diferentes grupos de
animais. Ao longo do tempo evolutivo, a barreira que
separa o meio interno e meio ambiente tornou-se mais
eficiente, principalmente com a evolução dos sistemas

conveniados ao Sistema de Ensino


respiratório e excretor. Além disso, o sistema tegumen-
tar é fundamental para a manutenção da temperatura
corporal dos animais.

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375 – Material do Professor 349

Observe as figuras, em que estão representadas duas amostras de diferentes siste-

BIOLOGIA 3B
mas tegumentares.

Pelo Glândula sebácea

Glândula Epiderme
mucosa
Derme

Hipoderme
(camada
subcutânea)

Vaso sanguíneo Derme


esponjosa
Glândula sudorífera
Derme compacta Vaso sanguíneo
Sistema tegumentar do sapo Sistema tegumentar humano

Com base nas informações contidas nessas figuras e em outros conhecimentos


sobre o assunto explique a importância da vascularização da pele na regulação da
temperatura na espécie humana.

15. UFCE – Em várias partes do mundo, a tatuagem é vista como moda e/ou livre ex-
pressão de pensamento e comportamento, especialmente pelo público jovem. Sobre
este assunto, observe a figura abaixo, que mostra a região da pele em que a tinta que
colore as tatuagens é injetada, e considere as assertivas que se seguem:
agulha

pigmento
TTSZ/ISTOCKPHOTO.COM

( ) O folheto germinativo que origina a camada da pele onde é fixada a tatuagem


é o mesmo que origina os vasos sanguíneos.
( ) Apesar da constante renovação celular da epiderme, a tinta das tatuagens per-
manece na pele por anos porque é injetada na derme.
( ) As tintas usadas nas tatuagens não são reconhecidas como “corpos estranhos”

Material exclusivo para professores


e, portanto, não são eliminadas devido à resposta imune do hospedeiro.
( ) A exposição da pele tatuada ao sol não é recomendada, pois estimula a produção
de melanina sobre a camada da pele onde é injetada a tinta, dificultando sua
visualização.

conveniados ao Sistema de Ensino


( ) Tatuagens não são recomendadas a pessoas com diabetes, devido aos proble-
mas de coagulação sanguínea, e a pessoas com o vírus HIV, devido ao risco de
infecções.

Dom Bosco
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350 376 – Material do Professor

16. Sistema Dom Bosco – A tatuagem é um adorno cor- hábitos comportamentais ou enfermidades que possam
BIOLOGIA 3B

poral tão antigo que data de mais 3 000 anos antes de representar risco aos receptores. As pessoas interes-
Cristo e consiste na aplicação de pigmentos na pele, sadas em doar sangue são submetidas, inicialmente,
criando desenhos definitivos. O pigmento no processo a uma entrevista e, posteriormente, têm seu sangue
a) é aplicado na epiderme, promove um processo coletado para realização de alguns testes. Nessa en-
inflamatório e é posteriormente degradado pelos trevista, pergunta-se, entre outras informações, se a
mastócitos. pessoa possui alguma tatuagem feita recentemente no
b) é aplicado e absorvido na epiderme e é posterior- corpo. Justifique a importância dessa pergunta.
mente fagocitado pelos histiócitos, tornando o de-
senho definitivo.
c) é aplicado na derme, promove um processo infla-
matório e é em parte fagocitado pelos macrófagos.
d) é aplicado na derme, absorvido pelas fibras colágenas
e forma uma nova camada sob a membrana basal.
e) é aplicado na derme e absorvido pela membrana
basal, tornando o desenho definitivo.

17. UFMG (adaptada) – A doação de sangue por adultos


é incentivada, exceto quando se trata de portadores de

ESTUDO PARA O ENEM


18. FGV C5-H17 b) os queratinócitos responsáveis pelo armazenamento
Nas prateleiras das farmácias e supermercados, encon- de melanina, células responsáveis pela pigmentação
tramos várias marcas de produtos antiperspirantes, os da pele.
quais restringem a quantidade de secreção das glân- c) os melanócitos responsáveis pela produção de quera-
dulas sudoríferas na zona onde foi aplicado. Portanto, tina, células responsáveis pela pigmentação da pele.
limitam a quantidade de suor na superfície da pele. d) os adipócitos responsáveis pela produção de sebo e
Gustavo, consumidor desse tipo de produto, procurava estimulação na produção de melanina, células res-
por algo que fizesse o mesmo em todo o seu corpo, e ponsáveis pela pigmentação da pele.
não apenas nas axilas. Afinal, considerava o suor algo e) os queratinócitos, responsáveis pela produção de
desnecessário e não higiênico. queratina, células responsáveis pela pigmentação
da pele.
Do ponto de vista fisiológico, pode-se dizer que o pro-
duto desejado por Gustavo não é aconselhável, pois
20. PUC-RJ C4-H13
sua consequência imediata seria
A água, por ter um alto calor específico, é um elemento
a) favorecer a morte das células superficiais da epider- importante para a regulação da temperatura corporal
me em razão do dessecamento decorrente da menor
em todos os chamados animais de sangue quente. A
quantidade de suor.
quantidade de água necessária para a manutenção da
b) comprometer a nutrição das células epiteliais, uma estabilidade da temperatura corporal varia, basicamen-
vez que estas se mantêm com os sais minerais pre- te, em função de dois processos: a sudorese e a produ-
sentes no suor. ção de urina. Assinale a opção que aponta corretamente
c) impedir a eliminação do excesso de água do tecido como funciona esse controle.
subcutâneo, sobrecarregando as funções dos rins.
a) Quando há aumento da temperatura ambiente o in-
d) comprometer a eliminação do calor e a consequente divíduo produz menor quantidade de suor e menor
manutenção da temperatura da pele. quantidade de urina.
e) favorecer o acúmulo das secreções das glândulas b) Quando há aumento da temperatura ambiente, o
sebáceas sobre a epiderme, comprometendo a res- indivíduo produz maior quantidade de suor e maior
piração das células desse tecido. quantidade de urina.
c) Quando há diminuição da temperatura ambiente, o
19. Sistema Dom Bosco C4-H13
indivíduo produz menor quantidade de suor e maior
O vitiligo é considerado uma doença autoimune por- quantidade de urina.
que o próprio sistema imunológico do indivíduo ataca d) Quando há diminuição da temperatura ambiente, o
suas células promovendo o surgimento de manchas indivíduo produz maior quantidade de suor e menor
brancas na pele. As células atacadas pelo sistema quantidade de urina.
imunológico são
e) Quando há diminuição da temperatura ambiente, o
a) os melanócitos responsáveis pela produção de mela- indivíduo produz maior quantidade de suor e maior
nina, células responsáveis pela pigmentação da pele. quantidade de urina.

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino
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377 – Material do Professor 351

BIOLOGIA 3B
SISTEMA DIGESTÓRIO

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente nove crianças


morrem no mundo a cada minuto em razão da falta de nutrientes essenciais em
suas dietas. A desnutrição se tornou a maior ameaça ao sistema de saúde pública • Nutrição
mundial. Há cerca de 178 milhões de crianças desnutridas no planeta. • Digestão comparada
No Brasil os índices de desnutrição têm • Sistema digestório humano
diminuído nos últimos anos. Segundo a Fun-
CHRIS STEELE-PERKINS/MAGNUM PHOTOS/LATINSTOCK

dação Abrinq, na Região Norte, por exemplo, HABILIDADES


18,8% das crianças apresentam peso muito • Reconhecer os nutrientes
abaixo do esperado para a idade em virtude disponíveis em alimentos e
da desnutrição. Este é o maior número entre sua classificação.
as cinco regiões brasileiras. • Caracterizar comparati-
Podemos considerar a desnutrição uma vamente a diversidade de
doença de ordem social, já que se enraíza sistemas digestórios dos
em situações de pobreza extrema. Quando animais.
crianças, no auge da fase de crescimento, so- • Identificar os componentes
frem privação dos nutrientes essenciais para do sistema digestório
o funcionamento adequado de seu metabolis- humano e suas funções.
mo e desenvolvimento, apresentam perda de
peso, anemia, falta de ar, sérias dificuldades
de concentração, irritabilidade, crescimento
atrofiado, inchaço, mudança na pigmentação
da pele e até problemas neurológicos.
Por ser uma doença multifatorial agravada
pela situação de pobreza extrema, a redução
desses índices envolve medidas de saúde pú-
blica. Por exemplo: promoção do aleitamento
materno exclusivo até os 6 meses e até 2
anos complementado por uma alimentação
saudável; suplementação de ferro e ácido
fólico para prevenção de deficiências especí-
ficas; acesso da população a alimentação de
Menina africana com desnutrição. qualidade e atendimento médico.

Nutrição
Diferentemente das plantas, que são seres autótrofos, todos os animais são
heterótrofos e necessitam obter energia e nutrientes dos alimentos para suprir a
demanda de seu metabolismo. Chamamos de nutrição o processo que envolve
desde a ingestão do alimento, sua digestão até a sua absorção pelo trato digestório.

NUTRIENTES

Material exclusivo para professores


Podem ser definidos como qualquer elemento ou composto químico necessário
para o metabolismo de um organismo. Os nutrientes são chamados essenciais
quando necessitam ser ingeridos na alimentação, porque os organismos não são

conveniados ao Sistema de Ensino


capazes de sintetizá-los a partir de precursores orgânicos mais simples. De acordo
com sua utilização pelo indivíduo, os nutrientes são classificados em três categorias:
energéticos, plásticos e reguladores.

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352 378 – Material do Professor

Os nutrientes energéticos são aqueles emprega- • herbívoros – Apresentam anatomia e fisiologia


BIOLOGIA 3B

dos preferencialmente como fontes de energia para adaptadas ao metabolismo de dietas essencial-
todas as atividades celulares. São eles os carboidra- mente compostas de plantas e algas;
tos (presentes em alimentos como doces, mel, açú- • onívoros – Têm anatomia e fisiologia adaptadas
car, massas) e os lipídios (presentes em alimentos ao metabolismo de dietas com todos os tipos
como manteiga, margarina, oleaginosas, carnes ricas de nutrientes.
em gorduras).
Os nutrientes plásticos, também chamados de
construtores, são componentes estruturais dos teci- Digestão comparada
dos, ou seja, o material de construção empregado no A complexidade digestiva dos animais está di-
crescimento e no reparo de partes lesadas do corpo. retamente relacionada às suas anatomias. A evolu-
Eles são as proteínas constituintes de músculos, en- ção da complexidade dessas estruturas possibilitou
zimas, anticorpos e alguns hormônios. Os principais que os animais se adaptassem a diferentes modos
alimentos representantes desse grupo são carnes, de alimentação.
ovos, leite, cogumelos e algumas sementes, como
soja e feijão. PARAZOÁRIOS
Os nutrientes reguladores são inorgânicos repre- São grupos mais simples que não apresentam tubo
sentados por vitaminas e minerais. Necessitamos digestório. Essa ausência de uma estrutura digestiva
deles em quantidades muito pequenas – alguns miligra- faz com que seu processo digestivo seja obrigatoria-
mas diários. Habitualmente, atuam como coenzimas, mente intracelular, realizado por vacúolos digestivos
auxiliando no funcionamento de determinadas enzi- no interior das células.
mas que participam do metabolismo. A maioria delas Os parazoários são representados fundamental-
tem papel importante nos processos de obtenção de mente pelos poríferos (ou esponjas), animais plurice-
energia (respiração celular) ou na produção de ácidos lulares aquáticos de organização anatômica limitada
nucleicos (material genético). a tecidos, sem a presença de órgãos ou sistemas. O
processo digestivo desses animais acontece no interior
de células chamadas coanócitos. Estas atuam fago-
citando as partículas alimentares e as digerindo. Após
TO

a digestão, os nutrientes são transferidos aos amebó-


HO
KP

citos, células encarregadas de distribuí-los às demais


C
TO

células do organismo.
YS
M
LA
/A
G
ON
KK

Ósculo

Poro por
onde entra
a água

Espongiocele

Composição da pirâmide alimentar. Nela está indicada a proporção ideal Epiderme


de consumo saudável de nutrientes em uma dieta equilibrada. Na base Núcleo
estão os carboidratos. Em seguida vêm vegetais e frutas, proteínas,
alimentos gordurosos e óleos.
Flagelo
Apesar de os animais terem em comum a neces-
sidade de se alimentar, suas dietas são bem distintas. Colarinho
Coanócito
Podemos classificá-los de acordo com sua necessidade Prolongamentos da

Material exclusivo para professores


alimentar em: membrana formando
microvilosidades
• carnívoros estritos – Apresentam anatomia e
fisiologia adaptadas ao metabolismo de dietas
exclusivamente proteicas; Ilustração do sistema digestório em esponjas. O fluxo de água entra

conveniados ao Sistema de Ensino


• carnívoros não estritos – Têm anatomia e fisio- pelos poros da epiderme do animal, estimulado pelo movimento flagelar
dos coanócitos, que formam o tecido. Uma vez filtrada por essas
logia adaptadas ao metabolismo de dietas essen- células, a água sai pelo ósculo. Eleme ntos representados fora da escala
cialmente proteicas; de tamanho. Cores fantasia.

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379 – Material do Professor 353

ENTEROZOÁRIOS INCOMPLETOS gação e o peristaltismo) e químicos (relacionados


à atividade das enzimas digestivas). A mastigação

BIOLOGIA 3B
São animais que apresentam sistema digestório
com apenas um orifício (sistema digestório incom- está associada à quebra mecânica realizada pelos
pleto). Por esse orifício único, os alimentos passam dentes. Isso resulta em partículas menores de ali-
para a cavidade digestória, e os restos da digestão mentos, as quais são misturadas à saliva. Inicia-se,
são eliminados. dessa forma, a digestão de algumas substâncias.
Os primeiros animais na escala zoológica a apresen- Esse processo continua no interior do tubo digestó-
tarem cavidade digestiva incompleta são os cnidários rio, por meio de movimentos peristálticos, os quais
e os platelmintos. consistem na contração da musculatura de região
Na cavidade digestória (cavidade gastrovascular) da que auxilia na digestão das partículas ingeridas. As
hidra, por exemplo, o alimento é parcialmente digerido, glândulas salivares, o fígado e o pâncreas produzem
e os fragmentos do alimento são englobados pelas uma secreção exócrina que é lançada ao tubo diges-
células que revestem a cavidade. No citoplasma des- tório. As glândulas mucosas da parede do estômago
sas células, a digestão se completa. Portanto, há uma e do intestino delgado (digestão química) também
associação de digestão extra e intracelular. fazem parte do sistema digestório.

RENDIXALEXTIAN/ISTOCK
Enzimas são secretadas por célu-
las que revestem internamente a Fígado
cavidade gastrovascular
Boca: entrada do alimento

Estômago

Vesícula biliar Pâncreas

Corte
transversal Absorção dos Duodeno
nutrientes por Junção
fagocitose jejunoduodenal
Cavidade gastrovascular Cólon
transverso
Ilustração de corte transversal de uma hidra (cnidário) que mostra sua
digestão extra e intracelular. Elementos representados fora da escala de
tamanho. Cores fantasia. Jejuno

Cólon
ENTEROZOÁRIOS COMPLETOS descendente
ceco
São os animais dotados de um tubo digestório com-
pleto, ou seja, que apresentam um orifício de entra-
da (a boca) e um de saída (o ânus). Nesses animais, Cólon sigmoide
Apêndice
a digestão é predominantemente extracelular e se
Reto
processa como numa linha de montagem industrial:
o alimento progride ao longo do tubo, e determinado
processo ocorre a cada setor. Na evolução dos grupos Canal anal
de animais, o ânus é uma adaptação que surge nos
vermes cilíndricos (nematelmintos) e que está presente Órgãos do sistema digestório humano e seus anexos apresentados
em detalhe. Elementos representados fora da escala de tamanho.
também em anelídeos, moluscos, artrópodes, equino- Cores fantasia.
dermos e cordados.

Sistema digestório humano BOCA


No assoalho da boca, encontra-se a língua, estrutura

Material exclusivo para professores


É formado por tubo digestório, boca, faringe, esô-
fago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e musculosa que contém papilas gustativas, as quais
reto (que se abre sobre o ânus). Também fazem parte apresentam receptores sensoriais para os sabores. A
desse sistema órgãos anexos como fígado, vesícula língua, além de estar relacionada à fonação, auxilia na

conveniados ao Sistema de Ensino


biliar, pâncreas e glândulas salivares. deglutição e realiza a insalivação, ou seja, o umedeci-
Dentro do tubo digestório, os alimentos são sub- mento dos alimentos ingeridos promovido pela mistura
metidos a processamentos físicos (como a masti- entre estes e a saliva.

Dom Bosco
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354 380 – Material do Professor

STOCKTREK IMAGES, INC. / ALAMY STOCK PHOTO


BIOLOGIA 3B

KOCAKAYAALI/FOTOSEARCH/LATINSTOCK
Esmalte
Dentina

Coroa
Polpa

Lábio
superior
Freio labial superior
Palato duro
e dobras Cemento
palatinas
transversas
Membrana
Palato

Raiz
periodontal
mole
Arco palatoglosso Úvula
Arco palatofaríngeo Parede
Tonsila palatina Aporte
posterior da faringe
Língua sanguíneo e
Orifícios dos ductos nervos
Freio lingual
salivares sublinguais
Dentes
Submandibular
Gengiva
Freio labial inferior
Lábio
inferior
Anatomia detalhada do dente humano. Elementos representados fora
da escala de tamanho. Cores fantasia.

Ilustração da cavidade oral humana. Elementos representados fora da A saliva é um fluido seromucoso composto de pro-
escala de tamanho. Cores fantasia.
teínas, glicoproteínas, enzimas, água e diversos sais
com atividade bactericida. Uma pessoa pode produzir
Na boca encontram-se os dentes, estruturas
diariamente um litro de saliva ou mais. As glândulas
responsáveis pela mastigação do alimento. Os hu-
salivares se arranjam aos pares e são classificadas em
manos têm 20 dentes na primeira dentição – os
parótidas, submandibulares e sublinguais.
chamados dentes decíduos ou de leite. Apenas os

SPL DC/LATINSTOCK
molares não são substituídos. Ao todo são 32 den-
tes na dentição permanente. Formados por tecido
mineralizado, são órgãos esbranquiçados, duros, Ducto da
implantados nos ossos maxilares em cavidades cha- parótida
madas alvéolos. Os dentes apresentam uma es-
trutura denominada coroa, que é a parte revestida Ducto
pelo esmalte (tecido mineralizado muito rígido) e submandibular
exposta para fora da gengiva. Existe ainda uma por-
ção abaixo da gengiva, também revestida por tecido Glândula Glândula
sublingual parótida
conectivo mineralizado – o cemento, cuja função é
unir os dentes aos alvéolos, denominados raízes.
Glândula
Subjacente ao esmalte e ao cemento, encontra-se submandibular Glândula
a dentina, outra camada de tecido mineralizado que submandibular
delimita internamente a polpa – uma cavidade de
tecido conjuntivo ricamente vascularizado e iner- Localização das glândulas salivares na cavidade bucal humana.
vado. O ponto de encontro da coroa com a raiz Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.
denomina-se colo.
Considerando o aspecto morfológico e a função,
FARINGE

Material exclusivo para professores


os dentes são classificados em:
É um canal que se interpõe entre a cavidade oral e o
• incisivos: são aqueles que cortam (cortadores);
esôfago e entre a cavidade nasal e a laringe. Portanto,
• caninos: os quais perfuram e rasgam (prende- essa estrutura é comum aos sistemas respiratório e

conveniados ao Sistema de Ensino


dores ou presas); digestório. É na região da faringe que ocorre o processo
• pré-molares: que servem para triturar (tritura- de deglutição. O bolo alimentar empurrado em direção
dores). ao esôfago sofre ação de um mecanismo reflexo para

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381 – Material do Professor 355

fechar a laringe, o que evita que o alimento penetre nas vias respiratórias. Os mús-
culos do pescoço elevam a laringe e fazem com que a glote (abertura que conduz

BIOLOGIA 3B
à traqueia) seja bloqueada por uma peça cartilaginosa, a epiglote. Após o alimento
passar para o esôfago, a laringe abaixa e abre novamente a glote.

UNIVERSAL IMAGES GROUP NORTH AMERICA LLC / ALAMY STOCK PHOTO


Amídala

Faringe nasal

Tonsila

Faringe oral

Epiglote

Faringe laríngea

Esôfago

Traqueia

Localização anatômica da faringe. Elementos representados fora da escala de tamanho.


Cores fantasia.

ESÔFAGO
Consiste em um tubo muscular com aproximadamente 25 cm de comprimento,
localizado atrás da traqueia e em frente à coluna vertebral. Por meio de movimentos
peristálticos, o esôfago exerce sua função de condução do alimento desde a cavidade
bucal até o estômago. Na parede do esôfago, estão presentes glândulas esofágicas
produtoras de muco, cuja secreção facilita a impulsão do alimento ao longo do tubo
e protege a mucosa esofágica contra a abrasão desses alimentos.
NUCLEUS MEDICAL MEDIA INC / ALAMY STOCK PHOTO

Esôfago

Estômago

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino
Localização do esôfago e do estômago no trato digestório humano. Elementos representados fora
da escala de tamanho. Cores fantasia.

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356 382 – Material do Professor

ESTÔMAGO
BIOLOGIA 3B

Trata-se de uma dilatação do tubo digestório, situada abaixo do diafragma e à


esquerda do fígado. O estômago tem forma variável em função do seu grau de
enchimento e de maior ou menor contração de suas fibras. Sua capacidade é de 1
litro a 1,5 litro de conteúdo. Comunica-se superiormente com o esôfago por meio da
cárdia e inferiormente com o intestino delgado e uma porção do duodeno, por meio
do piloso. Tanto a cárdia como o piloso têm ação valvular, o que possibilita a passa-
gem do alimento em apenas um sentido. Assim, não ocorre o retorno dos alimentos.
As paredes do estômago são protegidas por camadas de muco contra a ação do
suco gástrico. Isso é compensado pela regeneração frequente da mucosa estomacal.
No entanto, se a agressão à parede estomacal for muito intensa, o indivíduo pode
desenvolver gastrite ou úlcera gástrica.

STOCKTREK IMAGES, INC. / ALAMY STOCK PHOTO


Esôfago

Fundo
Cárdia

Camada
Curvatura
longitudinal
Esfíncter menor externa
pilórico Camada Três
circular camadas de
Orifício
Camada musculatura
pilórico circular lisa
externa
Corpo

Curvatura
maior

Dobras
Duodeno Piloro gástricas

Ilustração anatômica do estômago humano. Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

FÍGADO E VESÍCULA BILIAR


O fígado é uma estrutura anexa do sistema digestório localizado no lado direito
superior do abdome, sob o músculo diafragma. Constitui-se na maior glândula do
corpo, com peso de 1,5 kg em um indivíduo adulto.
Nesse órgão ocorre a produção da bile, secreção constituída por água, sais bi-
liares e um tipo de enzima digestiva, cujo pH varia de 8 a 9 em função da presença
do bicarbonato de sódio (NaHCO3).
A vesícula biliar, estrutura situada sob o fígado, armazena e concentra a bile
secretada. Ela também tem um canal chamado ducto cístico, que se une ao ducto
hepático para formar o ducto colédoco, que se abre no intestino delgado.
No fígado ocorrem: o armazenamento do excesso de glicose do sangue na forma
de glicogênio; a fabricação das proteínas albumina e fibrinogênio; a produção dos
aminoácidos não essenciais e da ureia para desintoxicar o organismo; a armazenagem
do íon de ferro e a destruição de hemácias velhas.

PÂNCREAS
Trata-se de outra glândula anexa do sistema digestório. Em indivíduos adultos,
o comprimento desse órgão varia entre 15 e 25 cm. O pâncreas está localizado no

Material exclusivo para professores


abdome e liga-se ao estômago e ao duodeno. Sua principal importância na digestão
é a produção do suco pancreático, uma secreção de pH básico em razão da presença
do bicarbonato de sódio, liberada no intestino delgado. O suco pancreático é cons-
tituído pelas enzimas amilase pancreática, tripsina e lipase pancreática.

conveniados ao Sistema de Ensino


A insulina e o glucagon são hormônios produzidos pela ilhota pancreática, grupo
de células endócrinas constituintes do pâncreas cuja função é metabolizar a glicose
por meio desses hormônios.

Dom Bosco
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383 – Material do Professor 357

Fígado, pâncreas, vesícula biliar e passagem da bile

BIOLOGIA 3B
ALILA MEDICAL MEDIA/SHUTTERSTOCK

Ductos hepáticos
Fígado direito e esquerdo

Vesícula biliar
Ducto cístico

Ducto hepático
comum

Ducto da bile

Ducto pancreático

Papila duodenal menor Cauda do pâncreas

Corpo do pâncreas
Papila duodenal maior

Duodeno Cabeça do pâncreas

Esquema anatômico do fígado e da vesícula biliar humana. Elementos representados fora da escala de tamanho.
Cores fantasia.

INTESTINO DELGADO

UNIVERSAL IMAGES GROUP NORTH AMERICA LLC / ALAMY STOCK PHOTO


É um longo tubo situado no abdome, dobra-
Esôfago Regiões do intestino delgado
do sobre si mesmo várias vezes, formando as
alças intestinais. O intestino delgado é dividido Intestino Duodeno
em três segmentos: duodeno, jejuno e íleo. grosso Estômago
O caminho do conteúdo alimentar dentro
desse órgão ocorre por meio dos movimentos Jejuno
peristálticos. As secreções presentes no apa-
relho digestório como suco pancreático, suco Íleo

entérico e bile são responsáveis por degradar


compostos grandes, convertendo-os em mo-
léculas menores que serão então absorvidas
no intestino.
O epitélio intestinal é formado por projeções Intestino
Placas circulares
delgado
conhecidas como vilosidades. Toda sua ex-
tensão atravessa o duodeno, o jejuno e o íleo.
Em sua membrana celular, formam-se alguns Serosa
prolongamentos digitiformes chamados de mi-
crovilosidades intestinais. Essas estruturas Lúmen
Camada muscular
aumentam a superfície das células intestinais, longitudinal

Material exclusivo para professores


o que melhora sua eficiência absortiva.
Outra característica comparativa do intesti- Camada muscular
no delgado é seu tamanho. Nos carnívoros, ele circular Mucosa
é menor que em herbívoros e seres humanos.

conveniados ao Sistema de Ensino


Submucosa
Pelo fato de os humanos apresentarem uma
alimentação mista, o intestino delgado mede Ilustração detalhada da anatomia do intestino delgado. Elementos representados
de 7 a 8 metros, com diâmetro de 2 a 3 cm. fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

Dom Bosco
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358 384 – Material do Professor

INTESTINO GROSSO, RETO E ÂNUS


BIOLOGIA 3B

O intestino grosso tem 1,5 m de comprimento e 5 cm de diâmetro. Estende-se


desde a válvula ileocecal até o reto e apresenta formato de U invertido. A última
porção do tubo digestório é o reto – tubo retilíneo que termina no ânus, orifício que
se abre para o ambiente externo.

Intestino grosso humano

PATTARAWIT CHOMPIPAT / ALAMY STOCK VECTOR


Cólon transverso

Cólon
descendente
Cólon
ascendente

Íleo

Válvula
do esfíncter
ileocecal

Ceco Reto
Apêndice vermiforme Canal anal

Ânus
Esquema do intestino grosso, do reto e do ânus em humanos. Elementos representados fora da escala de
tamanho. Cores fantasia.

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino
Dom Bosco
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385 – Material do Professor 359

ROTEIRO DE AULA

BIOLOGIA 3B
SISTEMA DIGESTÓRIO

Parazoários Enterozoários incompletos Enterozoários completos

Digestão interna e externa Digestão externa


Digestão interna

Nematelmintos, anelídeos, moluscos,


Poríferos Cnidários artrópodes, equinodermos e cordados

Coanócitos Ausência de ânus Sistema digestório completo

Boca Intestino delgado

Esôfago Intestino grosso

Estômago Ceco
Sistema
digestório
humano
Fígado Apêndice

Pâncreas Reto

Vesícula biliar Ânus

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino
Dom Bosco
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360 386 – Material do Professor

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
BIOLOGIA 3B

1. Uece – Os seres vivos incluídos no Filo Porífera não apresentam tecidos ou órgãos
definidos, mas possuem células que realizam diversas funções relacionadas à sua
sobrevivência no ambiente aquático. Com relação aos coanócitos, célula que compõe
o corpo dos poríferos, é correto afirmar que
a) são responsáveis pela distribuição de substâncias para todas as demais células do
corpo do animal, por meio de plasmodesmos.
b) transformam-se em espermatozoides, sendo, portanto, essenciais para a reprodução
sexuada nesses animais.
c) são células totipotentes que originam todos os outros tipos de células que compõem
os tecidos desses animais.
d) são células flageladas que promovem o fluxo contínuo de água, promovendo a
nutrição desses animais, pela circulação da água no átrio da esponja.
Os coanócitos (células flageladas exclusivas de espongiários) promovem o fluxo contínuo de água no interior
do animal, o que garante a oxigenação e a nutrição de seus tecidos. O fluxo hídrico também contribui para
a remoção de excretas e para a reprodução sexuada.

2. CPS-SP – Em uma confraternização entre amigos foi oferecido um almoço com um


cardápio, no qual constavam as seguintes opções: macarrão, arroz branco, feijão,
frango, salada de alface com tomate, batata frita e suco de melão.
Sobre esse almoço, é correto afirmar que
a) os lipídios, como os óleos e as gorduras, são abundantes em todos os componentes
desse cardápio.
b) a celulose, um tipo de glicídio encontrado na salada, é importante fonte de energia
para o organismo humano.
c) o amido, um importante nutriente energético, é encontrado exclusivamente no
macarrão e no arroz.
d) as vitaminas, nutrientes reguladores, não estão presentes nessa refeição.
e) as proteínas, nutrientes estruturais, são encontradas no frango e no feijão.
Os lipídios são abundantes na batata frita, presentes em menores quantidades e variáveis nos outros
componentes. A celulose (glicídio estrutural dos vegetais) não é fonte de energia, mas auxilia na digestão.
O amido é encontrado nos alimentos de origem vegetal. As vitaminas estão presentes nessa refeição. O
frango e o feijão apresentam quantidades consideráveis de proteínas.

3. Fuvest-SP (adaptada) – A figura abaixo mostra órgãos do sistema digestório humano.

F
LA GORDA/SHUTTERSTOCK

G
B

H
C

Material exclusivo para professores


I

conveniados ao Sistema de Ensino J

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387 – Material do Professor 361

Identifique com a letra correspondente, nomeando 5. IFSP – Um site de nutrição apresenta exemplos de boas

BIOLOGIA 3B
a) o órgão cuja secreção contém bicarbonato de sódio, refeições que podem ser feitas antes de competições
além de várias enzimas digestivas. esportivas:
b) o principal órgão responsável pela absorção de nu-
trientes. Café da manhã de cereais + leite magro + frutas frescas ou
c) o órgão em que se inicia a digestão de proteínas. em conserva
d) o órgão que produz substâncias que auxiliam a di-
gestão de gorduras, mas que não produz enzimas. Bolinhos + geleia ou mel

a) D = pâncreas (secretor de suco gástrico pancreático). Panquecas + mel


Tortas + feijão ou macarrão
b) E = intestino delgado.
Sanduíches com recheio de banana
c) H = estômago (secretor de suco gástrico).
Salada de frutas + iogurte magro
d) B = fígado (órgão que produz e secreta a bile – suco digestório que Massa + molho de tomate

não contém enzimas digestórias). Batata assada


Barras nutricionais desportivas ou barras de cereais + bebida
desportiva
Vitamina de frutas (com leite com baixo teor de gordura +
frutas + iogurte magro gelado)

Fonte: <www.alimentacaosaudavel.org/refeicoes-antes-desportos.
html>. Acesso em: 17/11/2013.
4. UEPG-PR – Comer bem não é comer muito, mas ter
uma dieta equilibrada, que atenda às necessidades Baseando-se nas opções de refeições apresentadas,
do corpo e ajude a manter a saúde, reduzindo o risco pode-se concluir que os atletas devem consumir, pre-
de várias doenças. Para uma pessoa obter todos os ferencialmente, alimentos ricos em
nutrientes, é necessária uma dieta variada, na qual a a) lipídios, que contribuirão para o aumento da massa
deficiência de um nutriente em certo tipo de alimento muscular.
seja compensada por sua presença em outro. Com re- b) proteínas, que servirão como importante fonte de
lação aos tipos de alimentos e a nutrição, orientações açúcares.
e problemas, assinale o que for correto. c) proteínas, que serão armazenadas no corpo como
01) O arroz malequizado ou parabolizado é tratado para um estoque de energia.
conservar as vitaminas do complexo B, que são d) carboidratos, que fornecerão os aminoácidos neces-
eliminadas dos cereais quando a película que cobre sários para o músculo.
os grãos é removida durante a industrialização.
e) carboidratos, que aumentarão a oferta de energia
02) Leite, iogurte e queijo são alguns exemplos de ali- disponível para o organismo.
mentos que fornecem cálcio, proteína, vitamina D,
Antes das competições esportivas, os atletas devem ingerir alimentos
gordura e sais minerais. O cálcio é importante na ricos em energia, como os carboidratos.
fase de crescimento para formar os ossos.
04) O consumo de fibras musculares (grupos das carnes 6. Udesc – O sistema digestivo dos vertebrados é com-
de boi, de ave, de peixe) é importante pois absorve pleto: com boca, faringe, esôfago, estômago, intestino
água e torna as fezes mais macias e mais fáceis de delgado, intestino grosso e ânus. Também existem im-
serem eliminadas. Estimulam as contrações peris- portantes glândulas anexas, ou órgãos anexos, associa-
tálticas prevenindo a constipação. das ao tubo digestivo de grande parte dos vertebrados,
08) Arroz, pão, massas, batata, mandioca etc. devem incluindo os mamíferos. Cite as glândulas anexas asso-
ser eliminados da dieta, pois não fornecem nenhu- ciadas ao tubo digestivo dos mamíferos.
ma vantagem ao organismo. As glândulas anexas ao tubo digestório dos mamíferos terrestres são
16) Quanto mais obesa for uma pessoa, maior é o risco
de ela ter problemas cardiovasculares e de sofrer
as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas.
ataques cardíacos, e também desenvolver diabete,
cálculos biliares, problemas nos rins, nas articula-
ções e até certos tipos de câncer.
01 + 02 + 16 = 19
(04) Incorreto. O consumo de fibras vegetais é importante, pois elas

Material exclusivo para professores


absorvem água e tornam as fezes mais macias e fáceis de serem elimi-
nadas. As fibras vegetais estimulam as contrações peristálticas, o que
previne a constipação e auxilia a eliminação do excesso de colesterol
do organismo.
(08) Incorreto. Os alimentos ricos em carboidratos (como arroz, pão,

conveniados ao Sistema de Ensino


massas e mandioca) são essenciais ao organismo, porque são fontes
de monossacarídeos energéticos, como a glicose.

Dom Bosco
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362 388 – Material do Professor

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
BIOLOGIA 3B

7. IFPE – O sistema digestório humano é produtor de Assinale a alternativa correta sobre esse sistema.
cinco tipos de sucos digestivos: o salivar, produzido a) Os alimentos que entram pela boca são levados pela
pelas glândulas salivares e responsáveis por metabolizar estrutura 1 devido à ação da gravidade.
parte do amido; o suco gástrico, elaborado no estôma-
b) O excesso de glicose no sangue é transformado em
go e atuante na digestão proteica; o suco pancreático,
amido e armazenado no órgão 2.
originário do pâncreas e atuante no duodeno, o qual
decompõe proteínas, ácidos nucleicos e alguns carboi- c) O órgão 3 é um tipo de glândula mista, pois produz
dratos; o suco biliar, produzido no fígado, armazenado hormônios e suco com várias enzimas digestivas.
na vesícula biliar e atuante no duodeno, onde, apesar de d) O órgão 4 produz enzimas digestivas que atuam na
ser desprovido de enzimas, auxilia as lipases (enzimas digestão de carboidratos.
que degradam lipídios) de outros sucos digestivos a e) O apêndice vermiforme é importante na digestão de
metabolizarem gorduras e óleos. E o suco entérico, pro- proteínas e no combate a micro-organismos.
vido de grande diversidade enzimática. Eventualmente
surgem problemas associados ao trato digestório como 9. UTFPR – O sistema digestório humano é formado por
a formação de cálculos biliares, caracterizados pela cris- um longo tubo de cerca de 9 m de comprimento e
talização de substâncias que compõem a bile ou o suco de glândulas anexas. São componentes do sistema
biliar. Como tratamento pode ser usado medicamentos digestório:
que dissolvem os cálculos ou cirurgia para remover a a) Boca, estômago e narinas.
vesícula biliar.
b) Pulmões, pâncreas e fígado.
LINHADES, S.; GEWANDSZNAJDDDER, F. Biologia Hoje: os seres
vivos- 2.ed. – São Paulo: Ática, 2013. 320p. c) Intestino grosso, intestino delgado e coração.
d) Faringe, esôfago e duodeno.
Baseado no texto, uma pessoa cuja vesícula biliar foi
removida, devido à formação de cálculos biliares, terá e) Estômago, laringe e boca.
restrição na dieta de lipídios. Quais, dentre os alimentos
abaixo citados, poderão ser parte dessa dieta? 10. UFSCar-SP – Considere os seguintes componentes do
sistema digestório humano, em ordem alfabética: ânus,
a) Batata frita, toucinho de porco e feijoada. boca, esôfago, estômago, fígado, glândulas salivares,
b) Rúcula, alface e laranja. intestino delgado, intestino grosso e pâncreas.
c) Rabada, picanha e hambúrguer. a) Durante seu trajeto pelo sistema digestório, o ali-
d) Frituras em geral, frango com pele e bisteca suína. mento passa pelo interior de quais desses compo-
nentes e em que sequência?
e) Pele de frango, bisteca de boi e coxinha de frango
com catupiry.

8. CPS-SP – A figura a seguir mostra a anatomia do sis-


tema digestório humano.
b) De que modo o fígado participa da digestão dos ali-
mentos?

1
LA GORDA/SHUTTERSTOCK

boca

4 11. FCMMG – O gráfico abaixo se refere à quantidade de


100 gramas de determinado alimento:

100%
2
vesícula 80%
biliar

60% 55,3%
3

intestino 40% 37,9%

Material exclusivo para professores


delgado

intestino 20%
grosso 6,8%

conveniados ao Sistema de Ensino


0%
apêndice vermiforme ânus Proteínas Lipídios Carboidratos

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389 – Material do Professor 363

Pelos valores fornecidos, podemos concluir que se b) Para que servem as vilosidades intestinais presentes

BIOLOGIA 3B
trata de no intestino delgado humano?
a) pão integral.
b) ovo de galinha.
c) pedaço de bacon.
d) barra de chocolate.

12. Fuvest-SP – Qual cirurgia comprometeria mais a função


do sistema digestório e por quê: a remoção dos vinte e
cinco centímetros iniciais do intestino delgado (duode-
no) ou a remoção de igual porção do intestino grosso? 
a) A remoção do duodeno seria mais drástica, pois nele
ocorre a maior parte da digestão intestinal. 
b) A remoção do duodeno seria mais drástica, pois nele
ocorre a maior parte da absorção de toda a água de
que o organismo necessita para sobreviver.  15. Uece – A maior parte dos alimentos ao ser ingerida
c) A remoção do intestino grosso seria mais drástica, encontra-se numa forma física ou química inadequada
pois nele ocorre a maior parte da absorção dos pro- para que seus nutrientes possam chegar às células
dutos do processo digestório.  do organismo. Dá-se o nome de digestão ao processo
pelo qual os alimentos são degradados para que pos-
d) A remoção do intestino grosso seria mais drástica,
sam atravessar a mucosa intestinal, atingir a corrente
pois nele ocorre a absorção de toda a água de que
sanguínea e alcançar as células. Qual dos conjuntos de
o organismo necessita para sobreviver. 
substâncias, listados abaixo, participa da digestão no
e) As duas porções seriam igualmente drásticas, pois, intestino delgado?
tanto no duodeno quanto no intestino grosso, ocor-
a) Bile, suco gástrico, suco pancreático.
rem digestão e absorção dos nutrientes e água.
b) Suco gástrico, suco entérico, saliva.
13. Colégio Naval-RJ – Durante as Olimpíadas no Rio de c) Saliva, suco entérico, bile.
Janeiro, os atletas, para atingirem melhores resultados, d) Suco pancreático, suco entérico, bile.
faziam uma dieta rigorosa com alguns alimentos espe-
cíficos como frango, ovos, banana e leite, pois possuem 16. Sistema Dom Bosco – O fígado humano é uma glân-
nutrientes que irão proporcionar ao ser humano força, dula que participa de processos de digestão e absorção
velocidade e resistência para a competição. de nutrientes, ao
Assinale a opção que indica a ordem correta dos órgãos a) produzir diversas enzimas hidrolíticas que atuam na
que esses alimentos percorrem desde a sua ingestão digestão de carboidratos.
até a eliminação do que não for necessário para o or- b) produzir secreção rica em enzimas que digerem as
ganismo. gorduras.
a) Boca faringe, estômago, intestino delgado, ânus. c) produzir a insulina e o glucagon, reguladores dos
níveis de glicose no sangue.
b) Boca, esôfago, faringe, estômago, intestino delgado,
intestino grosso e ânus. d) produzir secreção rica em sais que facilita a digestão
e a absorção de gorduras.
c) Boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado,
intestino grosso e ânus. e) absorver excretas nitrogenadas do sangue e trans-
formá-las em nutrientes proteicos.
d) Boca, esôfago, faringe, estômago, intestino grosso
e intestino delgado.
17. UFG – A cirrose hepática é uma séria enfermidade
e) Boca, esôfago, intestino delgado, estômago e ânus. que frequentemente surge do hábito de ingerir bebida
alcoólica. O álcool pode alterar várias estruturas do fí-
14. UFU-MG (adaptada) – Nos vertebrados, a digestão gado, como ductos biliares e as células produtoras de
é extracelular. Com base nessa afirmação, responda: bile, além de causar acúmulo de glóbulos de gordura.
a) No intestino delgado humano desembocam duas a) Qual a importância da bile para o processo de di-
glândulas importantes: o pâncreas e o fígado. O que gestão e em que parte do tubo digestório a bile é
as diferencia? Qual é a função do fígado? lançada?

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino
Dom Bosco
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364 390 – Material do Professor

b) Outra função realizada pelo fígado é a produção e


BIOLOGIA 3B

armazenamento de glicogênio. Espera-se que esse


processo ocorra depois de uma refeição ou após
um longo período de jejum? Qual a importância do
armazenamento de glicogênio?

ESTUDO PARA O ENEM


18. Enem C4-H13 Você deseja eliminar completamente todos os constituin-
As serpentes que habitam regiões de seca podem fi- tes dos envoltórios celulares presentes em ambos os tubos.
car em jejum por um longo período devido à escassez Para isso, dispõe de três enzimas digestivas diferentes:
de alimento. Assim, a sobrevivência desses predado-
C: digere carboidratos em geral.
res está relacionada ao aproveitamento máximo dos
nutrientes obtidos com a presa capturada. De acordo L: digere lipídios.
com essa situação, essas serpentes apresentam altera-
ções morfológicas e fisiológicas, como o aumento das P: digere proteínas.
vilosidades intestinais e a intensificação da irrigação Para atingir seu objetivo gastando o menor número
sanguínea na porção interna dessas estruturas. A fun- possível de enzimas, você deve adicionar a 1 e 2, res-
ção do aumento das vilosidades intestinais para essas
pectivamente:
serpentes é maximizar o(a)
a) 1 = C; 2 = P.
a) comprimento do trato gastrointestinal para caber
mais alimento. b) 1 = L; 2 = C.
b) área de contato com o conteúdo intestinal para ab- c) 1 = C e P; 2 = C e L.
sorção dos nutrientes. d) 1 = C e P; 2 = C, L e P.
c) liberação de calor via irrigação sanguínea para con- e) 1 = L e P; 2 = C, L e P.
trole térmico do sistema digestório.
d) secreção de enzimas digestivas para aumentar a 20. Enem C4-H13
degradação proteica no estômago.
A vesícula biliar é um órgão muscular onde a bile é
e) processo de digestão para diminuir o tempo de per-
armazenada. Os cálculos biliares que algumas vezes
manência do alimento no intestino.
se formam neste órgão devem ser removidos cirurgi-
19. Unifesp C4-H13 camente, dependendo da avaliação da gravidade das
complicações decorrentes da presença desses cálculos
No tubo 1 existe uma solução contendo células de fíga-
no indivíduo. Entretanto, apesar de algum prejuízo cau-
do de boi. Em 2, há uma solução de células extraídas
sado pela remoção da vesícula biliar, o indivíduo pode
de folhas de bananeira.
ter uma vida relativamente normal.
A remoção cirúrgica desse órgão retardará a
a) síntese de glicogênio.
b) produção de bile.
c) secreção de suco gástrico.
2 d) produção de enzimas digestivas.
1
e) digestão de gorduras.

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16
391 – Material do Professor 365

BIOLOGIA 3B
FISIOLOGIA DA DIGESTÃO

Às vésperas do simulado para o vestibular, Juliana começou a sentir fortes dores


no estômago e náusea. A sensação de queimação era tanta que a impressão era de
• Fisiologia da digestão
que havia um incêndio em seu estômago. Ao consultar o médico e fazer exames,
humana
teve o diagnóstico: tratava-se de uma dispepsia funcional, doença antigamente
chamada de gastrite nervosa. • Fisiologia comparada da
digestão de mamíferos
O médico explicou a ela que gastrite é uma inflamação da mucosa que reveste as
paredes internas do estômago, muito comum em jovens e adultos, principalmente
HABILIDADES
em situações de estresse. Quando associado à má alimentação, ao tabagismo e à
• Compreender o processo
ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, esse problema é agravado.
de digestão humana e
Pesquisadores da Federação Brasileira de Gastroenterologia descobriram que
seu controle pelo sistema
90% dos pacientes jovens apresentam dispepsia funcional. No entanto, nem todo nervoso e hormonal.
desconforto no estômago ou mal-estar digestivo está relacionado à doença. A azia,
• Caracterizar comparati-
por exemplo, pode ser sintoma do refluxo do ácido estomacal provocado por um
vamente a diversidade de
defeito no músculo que regula a passagem desse ácido do esôfago para o estômago. sistemas digestórios dos
Somente o exame de endoscopia pode comprovar a dispepsia funcional. mamíferos.

SELLWELL/SHUTTERSTOCK

Além de receber a indicação de medicação para o tratamento, Juliana foi orientada


a seguir algumas regras básicas, que ficam esquecidas por conta da correria do dia
a dia. A primeira é respeitar os horários das refeições e mastigar bem os alimentos,

Material exclusivo para professores


evitando os mais gordurosos e dando preferência a frutas, verduras e carnes ma-
gras. A segunda é fazer refeições mais leves à noite e deixar o café somente para a
manhã. Por fim, a última e mais difícil regra: apesar de ser um momento esgotante,
é preciso reduzir a ansiedade e o estresse. Um caminho para isso pode ser reser-

conveniados ao Sistema de Ensino


var algumas horas da semana para fazer uma atividade que dê prazer e possibilite
diversão. Afinal, sem saúde nenhum objetivo é atingido.

Dom Bosco
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366 392 – Material do Professor

Fisiologia da digestão gástrica também tem por função eliminar os micror-


BIOLOGIA 3B

ganismos provenientes do ambiente externo ingeridos


humana com os alimentos.
No estômago, as proteínas são digeridas pela pep-
Por meio do processo digestivo, o organismo é ca-
sina, enzima do suco gástrico produzida na sua forma
paz de quebrar os alimentos em moléculas menores
inativa, o pepsinogênio. Quando liberado no interior
– os nutrientes –, liberando energia para que possam
do estômago, o pepsinogênio entra em contato com
ser absorvidos e utilizados pelas células. A digestão é
o ácido clorídrico, transformando-se em uma enzima
iniciada no processo de mastigação, passa pelos pro-
ativa. Tal conversão é auxiliada pelas moléculas de pep-
cessos de deglutição e digestão química e é finalizada
sina já presentes no estômago.
com a absorção e eliminação de resíduos.
ácido clorídrico
DIGESTÃO MECÂNICA E QUÍMICA pepsina pepsinogênio

Trituração e mastigação Ativação da enzima pepsina na presença do ácido clorídrico no estômago.


Na boca, o alimento é triturado pelos dentes e mis-
turado com a saliva, produzida pelas glândulas salivares. A pepsina atua sobre as proteínas ingeridas na die-
A trituração aumenta a superfície total das partículas ta, reduzindo-as a oligopeptídeos, compostos formados
de alimento, ampliando a área de exposição deles às de poucos aminoácidos.
enzimas digestivas. A saliva, por sua vez, é uma secre-
ção de pH neutro (próximo de 7,0), ideal para a ação de pepsina
proteínas peptídeos
enzimas nela presentes, a ptialina ou amilase salivar
e a lipase lingual, produzidas nas glândulas salivares. A Ação da enzima pepsina sobre as proteínas no estômago e sua conversão
lipase lingual atua na digestão dos lipídios, mas, como os em peptídeo.
alimentos não permanecem tempo suficiente na boca,
Por meio das transformações ocorridas no estô-
sua atividade é mínima nessa região. A ptialina inicia a
mago, o bolo alimentar é convertido em quimo. Os
digestão química do amido, quebrando-o em moléculas
movimentos peristálticos continuam ao longo do tubo
de oligossacarídeos ou em dissacarídeo maltose.
digestório. No duodeno, porção proximal do intestino
ptialina delgado, o alimento sofre ação da bile, do suco pan-
amido maltose creático e do suco entérico.
A bile produzida no fígado e armazenada na vesí-
Ação da enzima ptialina na boca sobre o amido resulta na sua quebra em cula biliar é uma solução alcalina que não apresenta
moléculas de maltose.
nenhuma enzima digestiva, pois não provoca mudança
A secreção mucosa oral é proveniente de glândulas química no substrato no qual está agindo. Composta
que se abrem no epitélio de revestimento da cavidade de muitos sais biliares, de resíduos do metabolismo de
oral, protegendo a mucosa oral e a parede da faringe colesterol e da degradação de hemácias senescentes
de possíveis danos ocasionados pelo atrito do bolo e de bicarbonato, a bile tem função de emulsificar
alimentar a ser deglutido. as moléculas de gordura. As gotas de lipídio dos ali-
A deglutição, processo pelo qual o alimento que se mentos, ao chegarem ao intestino delgado, têm sua
encontra previamente mastigado e insalivado é levado tensão superficial diminuída por ação dos sais biliares,
até o estômago, inicia-se com movimentos da língua, transformando-se em gotículas, processo denominado
que impele o bolo alimentar ao esôfago através da como detergente, facilitando a ação das lipases.
faringe. Na passagem do alimento pelo esôfago, em O suco pancreático é uma solução aquosa e alca-
direção à válvula cárdia, ocorrem movimentos peris- lina produzida pelo pâncreas, rica em enzimas diges-
tálticos da musculatura lisa. tivas (tripsina, amilase pancreática, lipase pancreática,
entre outras) e íons bicarbonato (HCO23 ), que atuam
Digestão química diminuindo a acidez do quimo que chega do estômago,
O revestimento interno do estômago (mucosa gás- tornando-o básico ou alcalino (pH entre 7,8 e 8,2). O
trica) produz o suco gástrico, que tem ácido clorídrico suco pancreático é ainda responsável por inativar a pep-
em sua composição e pH bastante ácido (aproximada- sina do estômago, de modo que as enzimas possam
mente 2,0). A mudança de pH em relação ao da saliva atuar no intestino delgado. Além disso, age na digestão
faz com que a ptialina seja inativada. Cada enzima apre- de proteínas por meio de enzimas como a quimotripsi-

Material exclusivo para professores


senta atuação em uma faixa específica do pH, chamado na e a tripsina; na digestão de carboidratos, pela ação
de pH ótimo. da amilase pancreática; na digestão de triglicerídeos
O estômago é recoberto internamente por uma (gorduras neutras, ácidos graxos e glicerol), por meio

conveniados ao Sistema de Ensino


camada de mucina, que o protege da ação do próprio da ação da lipase pancreática. As nucleases agem so-
suco gástrico. O ácido clorídrico produzido e secre- bre os ácidos nucleicos (DNA e RNA), transformando-
tado pelas glândulas que desembocam na mucosa -os em nucleotídeos.

Dom Bosco
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393 – Material do Professor 367

BIOLOGIA 3B
tripsina e quimotripsina
proteínas peptídeos

carboidratos amilase pancreática maltose

lipase pancreática
gorduras ácidos graxos e glicerol

ácidos nucleicos nucleases nucleotídeos

O suco entérico é produzido por milhares de glândulas localizadas na parede do


intestino delgado e as principais enzimas nele contidas são:

peptidases
peptídeos aminoácidos

maltase
maltose glicose + glicose

sacarase
sacarose glicose + frutose

lactase
lactose glicose + galactose

ABSORÇÃO DE NUTRIENTES
Ao final da digestão química, os produtos resultantes atravessam a mucosa que
forra o intestino delgado, no jejuno e no íleo, e passam para os vasos sanguíneos e
linfáticos no processo de absorção.
Aminoácidos e monossacarídeos são absorvidos e recolhidos pela corrente san-
guínea; os ácidos graxos, pela circulação linfática. A água, os sais minerais e as
vitaminas são absorvidos sem sofrer nenhuma transformação prévia. No intestino
grosso acontece a absorção de água e a formação das fezes.

Boca, língua e faringe:


Glândulas salivares: mastigação e deglutição
solubilização, lubrificação,
início da digestão do
amido pela saliva

Fígado: Esôfago: condução dos


secreção da bile alimentos para o estômago,
Vesícula biliar: por meio de contrações
armazenamento e musculares (peristaltismo)
fornecimento da bile
Estômago: solubilização e
Intestino delgado: digestão pelas digestão pelas secreções
enzimas digestivas do pâncreas gástricas, formação de quimo
Duodeno
e do próprio intestino, absorção
Jejuno
no sangue e na linfa dos produtos
Íleo Pâncreas: secreção
finais da digestão, o quimo
do suco pancreático

Material exclusivo para professores


Intestino grosso:
absorção de água e sais, pro-
gressão do material não digerido
Intestino grosso (reto) e
ânus: defecação

conveniados ao Sistema de Ensino


apêndice
vermiforme
Ilustração dos componentes do sistema digestório humano e descrição de suas respectivas funções no
processo digestório. Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

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368 394 – Material do Professor

LEITURA COMPLEMENTAR -  alimentar-se em local tranquilo;


BIOLOGIA 3B

Dispepsia ou gastrite - comer devagar;


Dispepsia, geralmente designada por má digestão ou - evitar refeições volumosas;
gastrite, é um conjunto de sintomas que se manifestam no - dividir as refeições em 5 a 8 vezes ao dia;
estômago (região epigástrica). Engloba dois subgrupos:
- reduzir o consumo de alimentos gordurosos, condi-
por um lado, a sensação de dor ou queimação na região
mentados, ácidos, café, álcool e de qualquer outro ali-
epigástrica e, por outro, a ocorrência de dificuldade de
mento que provoque sintomas;
digestão, seja por saciedade precoce, seja por plenitude
pós-prandial. Por saciedade precoce entende-se a sen- - não fumar. 
sação de enchimento rápido do estômago após o início A dispepsia funcional é uma enfermidade crônica e re-
da refeição, desproporcional à quantidade de alimentos corrente. Os sintomas podem voltar a surgir, mas variam
ingeridos, impedindo a continuação da refeição. A pleni- de intensidade e frequência. Em muitos casos, isto não
tude pós-prandial corresponde à sensação desagradável torna necessária a realização de novos exames, poden-
de persistência prolongada dos alimentos no estômago. do ser repetido o tratamento que anteriormente havia
Náuseas, eructação e distensão do abdome superior es- resolvido o sintoma.
tão frequentemente associados. Paciente com doença do Adaptado de: Dispepsia. Federação Brasileira de Gastroenterologia. Dis-
ponível em: <http://www.fbg.org.br/Publicacoes/Noticia/detalhe/11>.
refluxo gastroesofágico e síndrome do intestino irritável
Acesso em: nov. 2018.
apresentam frequentemente dispepsia associada.
O aparecimento desses sintomas é um dos problemas

MAROCHKINA ANASTASIIA/SHUTTERSTOCK
clínicos mais frequentes, afetando mais de 15% da po-
pulação ocidental dependendo do país estudado. No
Brasil, estudos epidemiológicos mostraram que em normal gastrite
torno de 40% da população apresentam sintomas dis-
pépticos. Apesar de raramente tratar-se de uma enfer-
midade maligna, muitos pacientes apresentam sintomas
incomodativos que os motiva a procurar ajuda médica,
pois a dispepsia pode prejudicar significativamente a
qualidade de vida.
A de dispepsia pode resultar de diferentes doenças
inflamação da mucosa
digestivas, em particular doenças que afetam o estô- mucosa saudável

mago e duodeno (primeira porção do intestino). Uma


das situações mais representativas é a úlcera péptica A inflamação da mucosa que reveste a parede do estômago é
gástrica ou duodenal. Esta doença pode resultar do característica da gastrite. Elementos representados fora da escala
de tamanho. Cores fantasia.
uso de medicamentos, como os analgésicos e anti-
-inflamatórios. Porém, na maioria das vezes, é cau-
sada pela infecção do estômago por uma bactéria, o
Helicobacter pylori. Em alguns doentes, os sintomas po- CONTROLE DA ATIVIDADE DIGESTIVA
dem ter origem em outros órgãos, surgindo, por exem- As glândulas que produzem secreção digestiva
plo, em consequência de doença pancreática ou de cál- ocorrem de duas maneiras: pelo sistema nervoso
culos biliares (pedra na vesícula). É relativamente raro, autônomo e pela ação de hormônios.
especialmente em pessoas com idade inferior a 35 anos, O sistema nervoso autônomo tem duas divisões:
que dispepsia esteja relacionada com doenças malignas, sistema simpático, que inibe a produção de secreções
como o câncer gástrico. A maioria dos casos de dispepsia digestivas, e sistema parassimpático, que estimula sua
é decorrente de um distúrbio o qual pode surgir mesmo produção. O principal ramo visceral do sistema nervoso
sem doenças subjacentes. Esta enfermidade é chamada parassimpático é o nervo vago, que percorre o cami-
de dispepsia funcional. Porém, somente seu médico é nho do cérebro até o abdome. As glândulas salivares
capaz de diferenciar a dispepsia funcional (condição são reguladas pelo sistema nervoso. O odor e o sabor
sempre benigna) de uma doença orgânica (úlceras, tu- dos alimentos, bem como o contato do alimento com
mores, cálculos biliares etc.). a boca, estimulam terminações nervosas que levam

Material exclusivo para professores


Se os sintomas de dispepsia são persistentes, a avaliação impulsos ao centro da salivação, no bulbo. Lá, o es-
médica é necessária. Frequentemente não se justifica a tímulo é processado e interpretado e os sinais são
realização de exames complementares e prontamente o então enviados às glândulas salivares, estimulando a
paciente é orientado e medicado.  secreção de saliva.

conveniados ao Sistema de Ensino


O controle da atividade digestiva também é realiza-
As seguintes orientações devem ser sempre seguidas,
do por hormônios. Quatro hormônios estão envolvidos
pois é fundamental para o tratamento:
no controle de produção e liberação das secreções

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395 – Material do Professor 369

digestivas. As células da mucosa do estômago próximas ao piloro produzem o hor-


mônio gastrina, que é lançado na corrente sanguínea sempre que há contato com

BIOLOGIA 3B
o alimento e estimula a produção e secreção do suco gástrico durante o processo
digestivo.
A liberação de bicarbonato de sódio pelo pâncreas é estimulada pelo hormônio
secretina, produzido pela mucosa da primeira porção do intestino delgado – o duo-
deno – assim que o alimento entra nessa porção, vindo do estômago. No duodeno
também é produzido o hormônio colecistoquinina, que atua na vesícula biliar, pro-
vocando sua contração e a liberação da bile no intestino delgado. A colecistoquinina
também atua sobre o pâncreas, aumentando a secreção de enzimas digestivas. O
duodeno produz o hormônio enterogastrona, principalmente quando as moléculas
de lipídios chegam ao intestino, o que provoca o retardo do esvaziamento gástrico,
uma vez que inibe a produção de gastrina.

Efeitos dos principais hormônios reguladores do sistema digestório

tecido adiposo branco hipotálamo


UNIVERSAL IMAGES GROUP NORTH AMERICA LLC/ALAMY STOCK PHOTO

leptina controle da fome, gasto


energético e tempera-
tura corpórea
cérebro

estômago ácido clorídrico


trato gastrointestinal e pepsina
contração da região
gastrina
pilórica do estômago
estômago
aumenta a moti-
lidade para facilitar a
vesícula biliar digestão

colecistoquinina secreção de bile

intestino pâncreas

secretina secreção de água e


bicarbonato

pâncreas (ilhas pancreáticas) fígado


secreção de
glucagon
glicose no sangue
pâncreas

absorção de
insulina glicose do
sangue

ilhotas de
músculos
Langrhans

Esquema dos principais hormônios reguladores do sistema digestório humano. Elementos representados fora da
escala de tamanho. Cores fantasia.

Fisiologia comparada da digestão de


Material exclusivo para professores
mamíferos
Os mamíferos são animais homeotérmicos, portanto a manutenção da tempe-

conveniados ao Sistema de Ensino


ratura corpórea deles depende de uma dieta rica em nutrientes e equilibrada para
manter seu elevado custo metabólico. A diversidade dos hábitos nutricionais desses
animais está diretamente relacionada à sua anatomia e fisiologia digestiva.

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370 396 – Material do Professor

DIGESTÃO NOS MAMÍFEROS CARNÍVOROS


BIOLOGIA 3B

Os mamíferos estritamente carnívoros, como os felinos, têm trato digestório curto


– já que o alimento não precisa permanecer longos períodos no trato – e simples,
visto que proteínas, lipídios e sais minerais, abundantes nos tecidos musculares da
carne ingerida, não necessitam de digestão especializada.
Os cães são animais tidos como carnívoros oportunistas, pois seu trato diges-
tório está adaptado a diferentes tipos de dieta, de acordo com a disponibilidade
de alimento. Esses animais apresentam trato digestório mais longo e com maior
desenvolvimento dos intestinos e glândulas anexas, o que possibilita melhor apro-
veitamento nutricional de nutrientes além das proteínas, lipídios e sais minerais.

MATHAWEE SONGPRACONE/DREAMSTIME.COM
rins órgãos internos
reto estômago fígado
dos gatos

traqueia
intestino
pulmão

baço coração
estômago pulmão

baço

reto traqueia

coração

fígado
órgãos internos intestino
dos cachorros

Anatomia comparada do trato digestório de gatos (carnívoros estritos) e cães (carnívoros


oportunistas). Elementos representados fora da escala de tamanho. Cores fantasia.

DIGESTÃO NOS MAMÍFEROS HERBÍVOROS


Os animais herbívoros podem ser classificados, de acordo com a localização
dos microrganismos em seu sistema digestório, em monogástricos e ruminantes.
Nos herbívoros monogástricos, como cavalos, jumentos, zebras e coelhos, os
microrganismos que atuam na digestão da celulose são bactérias e estão presentes
no intestino, geralmente numa região chamada apêndice cecal.
EVELEEN007/DREAMSTIME.COM

esôfago

intestino ceco
delgado
reto

estômago

intestino

Material exclusivo para professores


grosso

conveniados ao Sistema de Ensino Ilustração da anatomia digestiva do cavalo. Elementos representados fora da escala de
tamanho. Cores fantasia.

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397 – Material do Professor 371

Já os herbívoros ruminantes, como boi, cabra, ovelha, girafa, camelo e veado,


são dotados de um grande estômago, dividido em compartimentos: rúmen (pança),

BIOLOGIA 3B
retículos (barrete), omaso (folhoso) e abomaso (coagulador). Ao deglutir o capim,
o ruminante o envia ao rúmen, no qual uma gigantesca flora constituída por proto-
zoários ciliados e procariotos digere parcialmente a celulose. O conteúdo do rúmen
passa ao retículo e daí volta para a boca, onde é novamente mastigado. Ao adquirir
uma consistência pastosa, o alimento deglutido dirige-se ao omaso, onde a maior
parte da água é absorvida, e posteriormente passa ao abomaso, considerado o
“estômago verdadeiro” dos ruminantes, pois é a porção do estômago que secreta
o suco gástrico. Do abomaso, o alimento segue para o intestino delgado, onde so-
fre ação das demais secreções digestivas (bile, suco pancreático e suco entérico).

MATHAWEE SONGPRACONE/DREAMSTIME.COM
reto pulmões esôfago
rúmen

ceco

coração

retículo

intestino abomaso fígado


omaso

Ilustração da anatomia digestiva da vaca, animal ruminante. Elementos representados fora da escala de tamanho.
Cores fantasia.

Material exclusivo para professores


conveniados ao Sistema de Ensino
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372 398 – Material do Professor

ROTEIRO DE AULA
BIOLOGIA 3B

DIGESTÃO HUMANA

Enzima Digestão de:

Boca Amilase salivar Carboidrato

Esôfago Musculatura lisa Movimentos peristálticos

Estômago Pepsina Proteína

Amilase pancreática Carboidratos

Tripsina e quimotripsina Proteínas


Intestino delgado

Lipase pancreática Gorduras

Nucleases pancreáticas Ácidos nucleicos

Intestino grosso Absorção

Material exclusivo para professores


Reto Eliminação de fezes

conveniados ao Sistema de Ensino


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399 – Material do Professor 373

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

BIOLOGIA 3B
1. PUC-RJ – Sobre a digestão humana, verifica-se que a(o) a) Descreva os processos físicos e químicos que ocor-
a) principal função do intestino grosso é a digestão rem na boca e no estômago, mencionando as enzi-
enzimática de lipídios. mas participantes, o pH em que atuam e os produtos
das reações que promovem.
b) ácido clorídrico (HCl) liberado no estômago inativa
todas as enzimas digestivas. Na boca, ocorre o processo físico da mastigação e o processo químico
c) digestão enzimática de carboidratos só ocorre na
boca, por meio da amilase salivar. da insalivação. Nesses processos, a enzima amilase salivar ou ptialina
d) bile é produzida pela vesícula biliar e atua na emul-
sificação de lipídios, facilitando a ação de lipases. (com pH 7,0) converte parte do amido presente no alimento em maltose.
e) superfície interna do jejuno-íleo apresenta dobras
(vilosidades) para facilitar a absorção de nutrientes. Após a deglutição, os movimentos peristálticos do esôfago levam o
A digestão de carboidratos começa na boca e termina no intestino
delgado. A bile é produzida pelo fígado e é armazenada na vesícula
biliar. A principal função do intestino grosso é a absorção de água e o alimento para o estômago. Lá ocorre a quimificação, que corresponde
armazenamento temporário de resíduos da digestão. O ácido clorídrico
ativa a enzima digestiva pepsina, que atua na digestão de proteínas.
à ação do suco gástrico sobre o bolo alimentar. Em pH ácido, a pepsina

2. UEM-PR – Durante uma refeição constituída de arroz,


feijão, carne assada com batatas e salada verde, um quebra as moléculas de proteínas em aminoácidos e peptonas.
vestibulando aproveitou para revisar o processo da di-
gestão em seu próprio organismo. Sobre o processo da
digestão, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) Após a mastigação e a ação da amilase salivar (ptia- b) Onde atuam a gastrina, a colecistoquinina, a secre-
lina), o alimento, sob a forma de bolo alimentar, é tina e a enterogastrona e que efeito causam nos
deglutido e transportado para o estômago. respectivos órgãos-alvo?
02) O nervo vago estimula a produção da enzima gas- A gastrina estimula a secreção de ácido clorídrico do suco gástrico, a
trina no estômago, a qual atuará na digestão da
proteína da carne.
motilidade do estômago e é fundamental para o crescimento da mucosa
04) A digestão se inicia na boca, onde a amilase salivar
(ptialina) desdobra o amido em moléculas menores.
gástrica e intestinal. É secretada por células da parede estomacal. A
08) Quando o quimo ácido chega ao estômago, ocorre a
secreção dos hormônios bilirrubina e colecistoquini-
na, que promovem a liberação da bile e da tripsina. colecistoquinina é secretada pelas células da parede duodenal. Estimula
16) Na última etapa da digestão, os aminoácidos, a gli-
cose, a frutose e a galactose são absorvidos pelos contrações da vesícula biliar e estimula o pâncreas a secretar enzimas
capilares sanguíneos, e os lipídios são lançados nos
vasos linfáticos. do suco pancreático. A secretina é expelida pelas células da parede
01 + 04 + 16 = 21
A alternativa 02 está incorreta. O nervo vago estimula a produção do
hormônio gastrina no estômago. Esse hormônio estimula a produção do duodenal. Pode-se dizer que a principal função da secretina é estimular
suco gástrico, que, por sua vez, atua na digestão da carne. A alternativa
08 está incorreta. Quando o quimo ácido chega ao duodeno, ocorre
secreção dos hormônios secretina e colecistoquinina, que promovem a secreção de bicarbonato de sódio no pâncreas. A enterogastrona é
a secreção pancreática e biliar, respectivamente.
3. Fepar-PR (adaptada) – Observe a seguir o esquema
secretada pelas células da parede duodenal; bloqueia a secreção de
do sistema digestório humano.
LA GORDA/SHUTTERSTOCK

suco gástrico por inibição da gastrina, a motilidade e o esvaziamen-

cavidade bucal to do estômago. No entanto, a pausa dos movimentos peristálticos


faringe
boca
estomacais também pode ocorrer pelos altos níveis de secretina e
esôfago
colecistoquinina, em um mecanismo de retroalimentação negativa.
fígado

estômago
4. IFPE – A digestão é um processo catabólico em que
macromoléculas sofrem hidrólises para que, uma vez
reduzidas a monômeros, possam ser conduzidas às

Material exclusivo para professores


vesícula biliar
cólon
inúmeras células, fornecendo a energia necessária à
duodeno manutenção da vida. Ao longo do tubo digestório, várias
pâncreas intestino delgado
enzimas, com suas respectivas especificidades, atuam
nos alimentos.

conveniados ao Sistema de Ensino


apêndice reto
Em qual das alternativas abaixo estão listadas enzimas
ânus que atuam exclusivamente na digestão do amido?

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374 400 – Material do Professor

a) Amilase salivar, tripsina. experimento. Para cada tubo, devem ser indicadas
BIOLOGIA 3B

b) Tripsina, quimotripsina. três condições:


c) Amilase salivar, quimotripsina. IV. adição de enzima ou água esterilizada;
d) Pepsina, anidrase carbônica. V. tipo de substrato (proteína, amido ou gordura);
e) Amilase pancreática, ptialina. VI. valor de pH.
As moléculas de amido são quebradas na boca pela amilase salivar
(ptialina) e, no intestino delgado, pela enzima amilase pancreática, pro-
duzida pelo pâncreas. Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 Tubo 4
5. PUC-RS – Sobre o pâncreas e sua função na digestão Enzima ou água Enzima Água Enzima Água
em humanos, é correto afirmar que ele auxilia na di-
gestão química, pois
Substrato Proteína Proteína Proteína Proteína

a) absorve, depois de digeridos, os aminoácidos, os Valor de pH 2,0 2,0 8,0 8,0


monossacarídeos e as bases nitrogenadas.
b) produz solução alcalina contendo bicarbonato e vá- b) Qual é o resultado esperado em cada tubo de ensaio,
rias enzimas. caso o frasco contenha apenas pepsina?
c) estimula os movimentos peristálticos através das No tubo 1 ocorrerá digestão, porque a pepsina hidrolisa proteínas em
enzimas que produz.
d) transforma suas enzimas em sais biliares. pH ácido (2,0). No tubo 2 não ocorre digestão pela ausência da enzima.
e) degrada as moléculas de celulose.
O pâncreas exócrino produz o suco pancreático, que contém bicarbonato Nos tubos 3 e 4 também não haverá hidrólise, porque a pepsina não
de sódio (NaHCO3) e diversas enzimas hidrolisantes, tais como: amilase,
tripsina, lipase, nucleases etc.
atua em pH alcalino (8,0).
6. Fuvest-SP – A atividade das enzimas é influenciada
pelo pH do meio. O gráfico abaixo mostra a velocida-
de de reação de duas enzimas que atuam na digestão
humana, pepsina e tripsina.
pepsina tripsina
velocidade de reação

c) Em que órgão(s) do sistema digestório humano


atuam a pepsina e a tripsina?
A pepsina atua no estômago, enquanto a tripsina age no intestino del-

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 gado (duodeno).
pH
Para identificar se um frasco rotulado “Enzima” con-
tém pepsina ou tripsina, foi planejado um experimento
com quatro tubos de ensaio: dois tubos-teste e dois
tubos-controle.
a) Complete o quadro adiante, indicando como deve
ser montado cada um dos quatro tubos de ensaio do

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
7. UFP-RS (adaptada) – O processo de digestão é con- Os hormônios I, II e III, que agem por (-) ou estimu-
trolado pelo sistema nervoso autônomo e por hormô- lação (+) diretamente nos seus órgãos-alvo, são,
nios. Sobre o controle hormonal do processo, analise respectivamente:
a figura abaixo. a) gastrina, secretina, colecistoquinina.
fígado b) estimulador gástrico, colecistoquinina, secretina.
LEGGER/DREAMSTIME.COM

ducto
c) estimulador gástrico, gastrina, secretina.
hepático
d) colecistoquinina, gastrina, secretina.
estômago
8. Famerp-SP – Para verificar a digestão de lipídios, fo-
ram colocados em cinco tubos de ensaio óleo de soja,
água e secreções digestivas, em diferentes valores de
pH, como indica a tabela. O volume de cada substância

Material exclusivo para professores


vesícula utilizada por tubo foi idêntico.
III
biliar
ducto da I
vesícula
pâncreas

conveniados ao Sistema de Ensino


ducto de
liberação II
biliar duodeno

Dom Bosco
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401 – Material do Professor 375

a) Explique de que forma a grande quantidade de íons


Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 Tubo 4 Tubo 5

BIOLOGIA 3B
bicarbonato presente na secreção pancreática con-
Óleo de Óleo de soja Óleo de Óleo de Óleo de tribui para a digestão dos nutrientes.
soja + soja soja soja
+ Água + + +
Água + Água Água Água
+ Lipases + + +
Bile pancreáticas Lipases Lipases Lipases
pancreá- pancreáti- pancreá-
ticas cas ticas b) Nomeie o hormônio que, assim como a secretina,
chega ao pâncreas pela circulação sanguínea e pro-
+ +
voca a secreção de enzimas digestivas pancreáticas.
Bile Bile

pH = 8 pH = 3 pH = 3 pH = 8 pH = 8

Unidades de ácidos graxos e de glicerol serão encon-


tradas nos tubos
a) 1 a 4, sendo que, no tubo 4, essas unidades serão
produzidas mais rapidamente.
b) 2 e 3, sendo que, no tubo 2, essas unidades serão
produzidas mais rapidamente. c) A enzima proteolítica mais abundante do suco pan-
creático é a tripsina, sintetizada nas células pancreá-
c) 3 e 5, sendo que, no tubo 3, essas unidades serão
ticas na forma inativa de tripsinogênio. Indique em
produzidas mais rapidamente.
que local do tubo digestório o tripsinogênio é ativado
d) 1 e 2, sendo que, no tubo 1, essas unidades serão e explique como ocorre essa ativação enzimática.
produzidas mais rapidamente.
e) 4 e 5, sendo que, no tubo 5, essas unidades serão
produzidas mais rapidamente.

9. IFSC – A digestão dos alimentos envolve processos


químicos e físicos. Dentre os processos químicos,
podemos citar a ação das enzimas que quebram as
moléculas para serem absorvidas e, dentre os proces-
sos físicos, a deglutição, a mastigação e as contrações 11. UEPG-PR – O sistema digestório humano é formado
dos órgãos. por um longo tubo com regiões especializadas e por
glândulas anexas (salivares, pâncreas, fígado). Em rela-
Quanto ao sistema digestório humano, analise
as afirmações abaixo e assinale V (verdadeiro) ou ção às características, funções e patologias do sistema
F (falso): digestório humano, assinale o que for correto.
01) No esôfago, os capilares sanguíneos captam os
I. ( ) A digestão começa na boca, a partir da mastiga-
aminoácidos, glicose, água e sais minerais, e os
ção e da ação de enzimas presentes na saliva.
capilares linfáticos recolhem água, ácidos graxos
II. ( ) O esôfago conduz os alimentos ao estômago e glicerol.
através de movimentos peristálticos.
02) A massa formada pelo alimento mastigado e insa-
III. ( ) O fígado armazena a bile, que é secretada pela livado é chamada de bolo alimentar.
vesícula biliar.
04) A gastrite é uma inflamação da mucosa gástrica.
IV. ( ) A digestão se encerra no intestino grosso, pela A inflamação pode ser apenas superficial ou em
ação do suco intestinal. casos mais graves provocar atrofia da mucosa
Assinale a alternativa que contém a sequência correta gástrica.
das respostas, de cima para baixo. 08) O processo de digestão envolve fenômenos físi-
a) V, F, F, V cos e químicos. Os fenômenos físicos envolvem
a trituração do alimento em partículas menores e
b) V, V, V, V seu transporte ao longo do tubo digestório. Os pro-
c) V, V, F, F cessos químicos permitem a transformação dos
d) F, V, V, F alimentos em seus constituintes químicos.
16) A transformação química que ocorre no estômago
10. FMP-RS – O pâncreas é uma grande glândula situada denomina-se qualificação. Nesta etapa, o bolo ali-
paralelamente ao estômago e abaixo dele. As enzimas mentar se transforma em outra massa, que é deno-
digestivas pancreáticas são secretadas pelos ácinos minada quilo, a qual está pronta para ser absorvida.

Material exclusivo para professores


pancreáticos, enquanto grande quantidade de bicar-
bonato de sódio é secretada pelos ductos pequenos e 12. Mackenzie-SP
maiores que se originam dos ácinos. Após a entrada do I. Início da digestão de amido.
quimo no intestino delgado, a secreção pancreática fica
II. Emulsificação de lipídios.

conveniados ao Sistema de Ensino


abundante, principalmente em resposta ao hormônio
secretina, secretado quando o quimo vindo do estôma- III. Absorção de água.
go penetra no duodeno. IV. Término da digestão de proteínas.

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376 402 – Material do Professor

Os eventos da digestão citados acima ocorrem, 15. Fuvest-SP – A ingestão de alimentos gordurosos esti-
BIOLOGIA 3B

respectivamente, mula a contração da vesícula biliar. A bile, liberada no


a) no esôfago, no fígado, no intestino grosso e no a) estômago, contém enzimas que digerem lipídios.
intestino delgado. b) estômago, contém ácidos que facilitam a digestão
b) na boca, no pâncreas, no duodeno e no estômago. dos lipídios.
c) na boca, no duodeno, no intestino grosso e no c) fígado, contém enzimas que facilitam a digestão dos
jejuno-íleo. lipídios.
d) no estômago, no fígado, no pâncreas e no intestino d) duodeno, contém enzimas que digerem lipídios.
grosso. e) duodeno, contém ácidos que facilitam a digestão
e) no esôfago, no estômago, no duodeno e no intestino dos lipídios.
grosso.
16. PUC-RS (adaptada) – A metade sul do Estado do Rio
13. IFPE – Ao se alimentar de um hambúrguer, um estu- Grande do Sul é caracterizada pelo bioma dos Campos
dante ingeriu pão, carne bovina e verduras. Os diversos Sulinos, onde as principais atividades econômicas são
componentes desse lanche serão digeridos ao longo a agricultura e a pecuária. Na pecuária, destaca-se a
do tubo digestório. Sobre a digestão desses alimentos, criação de gado bovino, o qual se alimenta de material
podemos afirmar corretamente que: de origem vegetal rico em celulose. Como estes her-
a) A carne, rica em proteínas, é digerida na boca pela bívoros ruminantes não produzem a celulase, enzima
ação de proteases da saliva e, no estômago, pela que hidrolisa a celulose, a digestão de seu alimento
ação do suco gástrico que contém pepsina. ocorre com o auxílio de microrganismos que vivem em
b) O pão, rico em amido, é digerido, na boca, pela ação seu sistema digestório. A figura abaixo mostra parte do
da amilase salivar e, no intestino delgado, pela ação aparelho digestório destes ruminantes.
da amilase pancreática.
c) As verduras, alimentos vegetais que contêm celulo- intestino delgado
esôfago
se, são digeridas no estômago e nos intestinos pela
ação da celulase secretada por eles. B A
d) Somente o estômago é responsável pela digestão C
desses alimentos, uma vez que os intestinos têm a D
função apenas de absorção de nutrientes.
A
e) O pão, a carne e os vegetais são digeridos tanto na
C
boca como no estômago e intestinos. duodeno

14. Uerj – Um laboratório analisou algumas reações ocorri-


das durante o processo de digestão do amido em seres
humanos. Para isso, foram utilizados quatro tubos de
D
ensaio, cada um contendo pequena concentração de B
amido, igual a 0,05 mg/mL, e excesso de enzima diges-
tiva em relação ao substrato. O experimento consistia
em adicionar uma gota de solução de iodo a cada um A absorção dos produtos da digestão ocorre no
dos tubos de ensaio. Observe, abaixo, as condições a) intestino delgado. d) abomaso.
experimentais empregadas:
b) esôfago. e) omaso.
1 2 3 4 c) retículo.

17. UFG – A cirrose hepática é uma séria enfermidade


que frequentemente surge do hábito de ingerir bebida
alcoólica. O álcool pode alterar várias estruturas do fí-
gado, como ductos biliares e as células produtoras de
bile, além de causar acúmulo de glóbulos de gordura.
temperatura → 37 ºC 100 ºC 21 ºC 0 ºC a) Qual a importância da bile para o processo de
pH → neutro neutro neutro 3 digestão e em que parte do tubo digestório a
bile é lançada?
Cite o nome de uma enzima, encontrada no tubo diges-
tório humano, que poderia ser utilizada no experimento
para hidrolisar o amido. Ao reagir com o iodo, o amido
assume coloração azulada. Identifique o único tubo de
ensaio que não apresentará tal coloração e justifique
sua resposta em função das duas condições experi-

Material exclusivo para professores


mentais empregadas.

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403 – Material do Professor 377

b) Outra função realizada pelo fígado é a produção e

BIOLOGIA 3B
armazenamento de glicogênio. Espera-se que esse
processo ocorra depois de uma refeição ou após
um longo período de jejum? Qual a importância do
armazenamento do glicogênio?

ESTUDO PARA O ENEM


18. Enem C4-H14 a) essas vitaminas, por serem mais energéticas que
Um pesquisador percebe que o rótulo de um dos vidros as demais, precisam de lipídios para sua absorção.
em que guarda um concentrado de enzimas digestivas b) a ausência dos lipídios torna a absorção dessas vita-
está ilegível. Ele não sabe qual enzima o vidro contém, minas desnecessária.
mas desconfia de que seja uma protease gástrica, que c) essas vitaminas reagem com o remédio, transfor-
age no estômago digerindo proteínas. Sabendo que a mando-se em outras vitaminas.
digestão no estômago é ácida e no intestino é básica, d) as lipases também desdobram as vitaminas para que
ele monta cinco tubos de ensaio com alimentos dife- essas sejam absorvidas.
rentes, adiciona o concentrado de enzimas em soluções
e) essas vitaminas se dissolvem nos lipídios e só são
com pH determinado e aguarda para ver se a enzima absorvidas junto com eles.
age em algum deles.
O tubo de ensaio em que a enzima deve agir para indicar 20. Enem C4-H14
que a hipótese do pesquisador está correta é aquele O metabolismo dos carboidratos é fundamental para
que contém o ser humano, pois a partir desses compostos orgâni-
a) cubo de batata em solução com pH=9. cos obtém-se grande parte da energia para as funções
vitais. Por outro lado, desequilíbrios nesse processo
b) pedaço de carne em solução com pH=5.
podem provocar hiperglicemia ou diabetes.
c) clara de ovo cozida em solução com pH=9.
d) porção de macarrão em solução com pH = 5. O caminho do açúcar no organismo inicia-se com a in-
gestão de carboidratos que, chegando ao intestino, so-
e) bolinha de manteiga em solução com pH = 9. frem a ação de enzimas, “quebrando-se” em moléculas
menores (glicose, por exemplo) que serão absorvidas.
19. Enem C4-H14 Insulina, hormônio produzido no pâncreas, é respon-
A obesidade, que nos países desenvolvidos já é trata- sável por facilitar a entrada da glicose nas células. Se
da como epidemia, começa a preocupar especialistas uma pessoa produz pouca insulina, ou se sua ação está
no Brasil. Os últimos dados da pesquisa de Orçamen- diminuída, dificilmente a glicose pode entrar na célula
tos Familiares, realizada entre 2002 e 2003 pelo IBGE, e ser consumida.
mostram que 40,6% da população brasileira estão aci-
ma do peso, ou seja, 38,8 milhões de adultos. Desse Com base nessas informações, pode-se concluir que
total, 10,5 milhões são considerados obesos. Várias a) o papel realizado pelas enzimas pode ser diretamen-
são as dietas e os remédios que prometem um ema- te substituído pelo hormônio insulina.
grecimento rápido e sem riscos. Há alguns anos foi b) a insulina produzida pelo pâncreas tem um papel
lançado no mercado brasileiro um remédio de ação enzimático sobre as moléculas de açúcar.
diferente dos demais, pois inibe a ação das lipases, c) o acúmulo de glicose no sangue é provocado pelo
enzimas que gorduras ingeridas são eliminadas com aumento da ação da insulina, levando o indivíduo a
as fezes. Como os lipídios são altamente energéti- um quadro clínico de hiperglicemia.
cos, a pessoa tende a emagrecer. No entanto, esse
d) a diminuição da insulina circulante provoca um acú-
remédio apresenta algumas contraindicações, pois a
mulo de glicose no sangue.
gordura não absorvida lubrifica o intestino, causando
desagradáveis diarreias. Além do mais, podem ocorrer e) o principal da insulina é manter o nível de glicose
casos de baixa absorção de vitaminas lipossolúveis, suficientemente alto, evitando, assim, um quadro
como as A, D, E e K, pois clínico de diabetes.

EXERCÍCIO INTERDISCIPLINAR
21. Unichristus-CE Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/05/
ciencia/1507203156_260793.html>. Acesso em: 8 mar. 2018.
O consumo de álcool provoca 250.000 mortes por câncer
Nos últimos anos, foi demonstrado que o consumo de ál- Qual o órgão humano responsável pela detoxificação

Material exclusivo para professores


do álcool do sangue?
cool aumenta o risco (ou a probabilidade) de contrair al-
guns tipos de câncer. Nem todo mundo que bebe álcool a) Coração.
vai desenvolver um tumor, mas estudos cada vez mais b) Pâncreas.
c) Apêndice.

conveniados ao Sistema de Ensino


conclusivos mostram que alguns tipos de câncer são mais
comuns nas pessoas que bebem álcool, mesmo com um d) Fígado.
consumo moderado. e) Estômago.

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I

MATERIAL DO PROFESSOR

Material do Professor
RESPOSTAS E COMENTÁRIOS

BIOLOGIA 1
O
HOT
P
TOCK

Material exclusivo para professores


MY SA
ES / AL

conveniados ao Sistema de Ensino


AG
BLEND IM

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II

APRESENTAÇÃO
BIOLOGIA 1A

BIOLOGIA
Em uma sociedade constantemente conectada e com acesso a informações sobre temas relacionados à ciência
e tecnologia, o ensino de Biologia contemporâneo encontra o desafio de desenvolver a habilidade de interpretação
dessas informações e aplicar o pensamento científico na resolução dos problemas.
A formação com base científica reconhece os fenômenos naturais do cotidiano descritos e apresentados nos
Material do Professor

meios de comunicação, bem como os temas referentes ao aquecimento global, biodiversidade, poluição, clonagem,
biotecnologia, alimentos geneticamente modificados, epidemias resultantes da impotência da área de saúde frente
à velocidade da globalização e, em contrapartida, os avanços da medicina.
A proposta do material de Biologia para o ensino pré-vestibular é gerar reflexão sobre as interações entre o saber
sistematizado e os fatos do cotidiano, o que exige estímulo à leitura crítica das interferências científicas e tecnológi-
cas na sociedade, sempre ressaltando a busca por melhor qualidade de vida, com base na relação entre saber adqui-
rido, valores e atitudes. A obra respeita a legislação vigente. A disposição das habilidades no início de cada unidade
facilita a análise dos objetivos do conteúdo, propiciando ampla visão da abrangência dessa área científica ao aluno.
O material contém informações e análises sobre diversos temas relacionados às exigências do Enem e dos
principais vestibulares do país. O emprego de linguagem clara e precisa favorece a compreensão e a aproximação
do tema. A estrutura e o projeto gráfico adequados aos objetivos pedagógicos contribui para deixar a leitura mais
agradável. A articulação entre os aspectos reais e culturais se faz presente em vários sentidos. Tudo converge para
facilitar o ensino e aprendizagem.
Os tópicos em sequência adequada, respeitando pré-requisitos para compreensão dos temas em estudo, iniciam
com características particulares e aumentam gradativamente o enfoque, em benefício do aprendizado, enriquecido
com análise de descobertas recentes, que desencadeiam o pensamento crítico direcionado ao desenvolvimento de
autonomia. A adequação das atividades às competências e habilidades norteia os objetivos e o trabalho do docente
em cada atividade. O embasamento teórico-prático faz frente a qualquer vestibular e ao Enem.
No final de cada segmento, as seções Comentários sobre o módulo e Para ir além indicam sugestões ao docente
que deseje ir além com seus alunos.

CONTEÚDO
BIOLOGIA 1
Volume Módulo Conteúdo
17 Respiração aeróbia
18 Respiração anaeróbia
19 Fotossíntese
20 Quimiossíntese e fatores limitantes da fotossíntese
2A
21 Núcleo celular
22 Cromossomos
23 Divisão celular: mitose
24 Divisão celular: meiose

25 Reprodução assexuada, sexuada e ciclos haplobiontes

26 Ciclo diplobionte e outros padrões reprodutivos

27 Fundamentos da genética

28 Genótipo, fenótipo e linhagens

Material exclusivo para professores


2B
29 Mutações gênicas

30 Mutações cromossômicas

conveniados ao Sistema de Ensino


31 Primeira lei de Mendel e noções de probabilidade

32 Heredogramas e gemelaridade

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III

BIOLOGIA 2

BIOLOGIA 1A
Volume Módulo Conteúdo
9 Briófitas: plantas avasculares
10 Pteridófitas: plantas vasculares
2A
11 Gmnospermas: plantas com sementes

Material do Professor
12 Angiospermas: plantas com flores e frutos
13 Histologia vegetal
14 Organologia vegetal
2B
15 Transpiração vegetal e condução de seivas
16 Hormônios vegetais

BIOLOGIA 3
Volume Módulo Conteúdo
9 Tecido muscular
10 Organização da fibra muscular e contração
2A
11 Tecido nervoso
12 Sistema nervoso
13 Sistema sensorial humano
14 Sistema tegumentar humano
2B
15 Sistema digestório
16 Fisiologia da digestão

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conveniados ao Sistema de Ensino
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IV

17 RESPIRAÇÃO AERÓBIA
BIOLOGIA 1A

Comentários sobre o módulo 9. D


Para funcionar, a célula deve regenerar o ATP que A afirmativa III está incorreta porque essas molé-
usa. A quebra de combustíveis orgânicos, como a culas são oxidadas, não reduzidas, uma vez que
glicose, é sempre exergônica e usa oxigênio. A res- doam elétrons ao liberar H2.
piração celular produz H2O, CO2 e energia na forma
Material do Professor

de ATP e calor. 10. A etapa 3 é denominada cadeia respiratória. Nela,


Para melhor compreensão, a teoria apresenta a as moléculas de NADH 2 e FADH 2 dispensam os
respiração aeróbia em três etapas principais e uma hidrogênios dentro das cristas mitocondriais, que
intermediária, porém alguns vestibulares consideram liberam elétrons excitados. Estes são transferidos
apenas as três principais etapas: glicólise, ciclo de através dos citocromos, produzindo energia para
Krebs e cadeia respiratória. Tradicionalmente os valores a síntese de ATP.
do rendimento energético total da respiração aeróbia
11. 01 1 04 = 05
são de 36 ou 38 ATP para cada molécula de glicose
A afirmativa 02 está incorreta porque a glicólise
degradada. No entanto, estudos recentes indicam que
ocorre em condições aeróbicas e anaeróbicas. A
eles podem não ser definitivos. Há estudos que de-
afirmativa 08 está incorreta porque esse processo
monstram que na oxidação são necessários 2 NADH
é denominado glicólise, não ciclo de Krebs.
para formar 5 ATP e 2 FADH2 para formar 3 ATP. Na
cadeia respiratória, o que dá apenas 2,5 ATP por NADH 12. A
e 1,5 ATP por FADH2. Nesse caso, o saldo energético
Para resolver essa questão, basta lembrar que
poderá ser de 32 ou 30 ATP.
quem doa elétrons é oxidado e quem recebe
Para ir além elétrons é reduzido. Como o citocromo C estará
Nesse estudo, pesquisadores brasileiros conside- inativo, o complexo 4 se manterá oxidado.
raram o consumo de oxigênio durante a respiração de
13. D
um roedor para entender melhor a ação dos ritmos
circadianos. Disponível em: O oxigênio é o aceptor final de elétrons, produ-
zindo moléculas de água na cadeia respiratória.
http://revistapesquisa.fapesp.br/2017/11/24/um-relogio-que-
Portanto, a substância análoga deverá atuar nessa
funciona-no-escuro/
mesma etapa.
Acesso em: set. 2018.
14. I – 2 ATPs; II – 3 ATPs; III – 2 vezes; IV – 4 ATPs;
Podcast da rádio USP aborda o tema oxidação ce- V – 38 ATPs.
lular relacionada à respiração celular. Disponível em:
15. A
https://jornal.usp.br/radio-usp/cientistas-localizam-enzima-que-
evita-oxidacao-celular/ O cianeto é capaz de combinar-se com os citocro-
mos da cadeia respiratória, inutilizando-os para o
Acesso em: set. 2018. transporte de elétrons, interrompendo o fluxo de
Exercícios propostos elétrons, não havendo assim liberação de energia,
o que leva à morte da célula.
7. C
A energia gerada pela transferência de elétrons 16. C
entre os citocromos é capturada por moléculas A alternativa A está incorreta porque o transporte
de ATP (fosforilação oxidativa) e o aceptor final de Q não está em equilíbrio em baixas concentra-
de elétrons é o oxigênio. ções de ATP. A alternativa B está incorreta porque
a inibição mitocondrial apresenta efeito em alto
8. D fluxo de Q também. A alternativa D está incorreta
A alternativa A está incorreta porque as mitocôn- porque é inversamente proporcional. A alterna-
drias não absorvem energia luminosa, mas sim os tiva E está incorreta porque Q não corresponde
cloroplastos. A alternativa B está incorreta porque à glicose.

Material exclusivo para professores


a energia é proveniente de substâncias orgâni-
cas. A alternativa C está incorreta porque não é 17. A quantidade total de energia produzida será de
a digestão de alimentos que produz ATPs, mas a 9 ATPs, porque são produzidas 2 moléculas de
quebra de macromoléculas em pedaços menores NADH2, 1 molécula de FADH2 e 1 molécula de ATP

conveniados ao Sistema de Ensino


dentro das células. A alternativa E está incorreta até a formação do fumarato. Como cada molécu-
porque a produção de ATP é realizada a partir da la de NADH2 tem energia suficiente para produzir
quebra de moléculas, não de suas sínteses. 3 moléculas de ATP e cada molécula de FADH2 tem

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V

energia suficiente para produzir duas moléculas de presentes ao longo das etapas da respiração ae-
ATP, temos a seguinte conta: (2 3 3) 1 (1 3 2) 1 róbia. Ao final do processo são gerados 38 ATPs

BIOLOGIA 1A
1 5 9. para cada molécula de glicose consumida.
Competência: Entender métodos e procedimen-
Estudo para o Enem
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
18. E diferentes contextos.

Material do Professor
O metabolismo aeróbico, por possuir maior rendi- Habilidade: Relacionar informações apresentadas
mento energético do que o fermentativo (anaeró- em diferentes formas de linguagem e representa-
bico), permite menor consumo de glicose para a ção usadas nas ciências físicas, químicas ou bio-
geração de uma mesma quantidade de ATP. lógicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas,
relações matemáticas ou linguagem simbólica.
Competência: Entender métodos e procedimen- 20. C
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em A glicólise ocorre no hialoplasma, ou seja, no inte-
diferentes contextos. rior da cidade. As outras etapas ocorrem, respecti-
vamente, na matriz mitocondrial e nas cristas mito-
Habilidade: Relacionar informações apresentadas condriais, isto é, na companhia elétrica da cidade.
em diferentes formas de linguagem e representação
usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, Competência: Entender métodos e procedimen-
como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
matemáticas ou linguagem simbólica. diferentes contextos.

19. A Habilidade: Relacionar informações apresentadas


O ATP é a principal molécula com grande quanti- em diferentes formas de linguagem e representa-
dade de energia, de fundamental importância no ção usadas nas ciências físicas, químicas ou bio-
metabolismo energético celular. Todas as outras lógicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas,
alternativas do exercício se referem às moléculas relações matemáticas ou linguagem simbólica.

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VI

18 RESPIRAÇÃO ANAERÓBIA
BIOLOGIA 1A

Comentários sobre o módulo culares, na falta de oxigênio suficiente. A alter-


O conceito de respiração anaeróbia foi aborda- nativa E está incorreta porque esse processo
do com ênfase nos processos bioenergéticos que o ocorre apenas nas células musculares, na falta
constituem, como a fermentação alcoólica e lática. de oxigênio.
Além disso, foram mencionadas as situações em que
Material do Professor

tais processos ocorrem e os organismos capazes de 9. C


realizá-los. Ainda, discorreu-se acerca da relevância Por meio da fermentação alcoólica, a glicose é
dos processos bioenergéticos para a manutenção do quebrada em álcool etílico, liberando CO2 e ATP.
metabolismo dos organismos, bem como da impor- O CO 2 será o responsável pelo crescimento da
tância industrial na produção de diversos alimentos, massa do pão, enquanto o álcool etílico é evapo-
bebidas e demais produtos utilizados. Vale lembrar rado ao assar.
que fermentação acética é pouco cobrada nos vesti-
bulares. No entanto, é ideal que o professor explique 10. As semelhanças entre a respiração aeróbia e a fer-
que, embora seja um processo de fermentação, não mentação são: a obtenção de energia sob a forma
se trata de um processo anaeróbio, em virtude do de ATP; ambas apresentam glicólise como fase
fato de a molécula de álcool etílico ser oxidada par- comum; são processos catabólicos com várias
cialmente por molécula de oxigênio, dando origem reações de oxirredução.
ao ácido acético.
11. A
Para ir além As células musculares, quando se encontram em
Texto do site da Embrapa que explica o processo atividade intensa e não têm suprimento suficien-
de obtenção do ácido acético (fermentação acética). te de oxigênio, transformam a glicose em ácido
Disponível em: lático por meio da fermentação lática.
https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/
Vinagre/SistemaProducaoVinagre/fermentacao.htm 12. D
Acesso em: out. 2018. A estufa é importante no processo de fabricação
do pão porque é necessário que o ambiente esteja
O vídeo da Univesp explica a fermentação por fechado, sem oxigênio, para que ocorra a fermen-
meio de um experimento na produção de pão. Dis- tação alcoólica e a liberação de moléculas de gás
ponível em: carbônico. Essas moléculas serão responsáveis
http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=1811 pelo crescimento da massa do pão.
Acesso em: out. 2018.
13. D
Exercícios propostos
A dor característica que aparece após um exer-
7. A cício físico prolongado decorre do acúmulo de
A adição de leveduras durante o processo de ácido lático nos músculos.
esmagamento das uvas faz com que ocorra o
14. O processo que origina a cerveja é chamado de
processo aeróbico, pois há oxigênio para a realiza-
fermentação alcoólica. Basicamente, a glicose
ção dessa atividade. O processo de fermentação
proveniente da cevada é quebrada por leveduras,
alcoólica só acontece quando há fechamento do
barril, pois ela se dá apenas em ambiente anaeró- produzindo o álcool etílico, duas moléculas de
bico. No primeiro processo, há liberação de CO2 e ATP e CO 2.
H2O. No processo anaeróbico, são gerados álcool
15. D
etílico e CO 2.
A afirmativa II está incorreta porque o fermento
8. B congelado teve sua viabilidade reduzida em razão
A alternativa A está incorreta porque a fermen- da baixa temperatura. Por conta disso, os pães

Material exclusivo para professores


tação não acontece apenas nas células muscu- não cresceram, uma vez que a fermentação não
lares. A alternativa C está incorreta porque a ocorreu com sucesso e não liberou CO 2 o sufi-
fermentação lática ocorre nos músculos apenas ciente. A afirmativa III está incorreta porque o
quando não há oxigênio suficiente disponibiliza- fermento químico não acelera o processo fermen-

conveniados ao Sistema de Ensino


do para estas células. A alternativa D está incor- tativo em altas temperaturas e não carameliza
reta porque, entre as células do nosso corpo, a qualquer tipo de substância. Entretanto, ele é tão
fermentação lática acontece apenas nas mus- viável quanto o fermento biológico.

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VII

16. B 19. A

BIOLOGIA 1A
A alternativa A está incorreta porque foi realizada A alternativa B está incorreta porque a fermenta-
a fermentação. A alternativa C está incorreta por- ção alcoólica produz apenas etanol. A alternativa
que não houve secreção de amilases e lipases, C está incorreta porque os organismos presentes
em virtude de a concentração de amidos e proteí- na fermentação alcoólica são as leveduras. A al-
nas não ter se alterado ao longo do tempo; caso ternativa D está incorreta porque a produção de
tivesse sido secretada, as concentrações cairiam. cerveja se dá por meio da quebra da glicose. A

Material do Professor
A alternativa D está incorreta porque houve se- alternativa E está incorreta porque a fermentação
creção de lipases, uma vez que a concentração alcoólica é um processo anaeróbio.
de lipídios foi reduzida.
Competência: Entender métodos e procedimen-
17. O processo realizado no músculo denomina-se fer-
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
mentação lática, no qual a glicose presente nas
diferentes contextos.
células musculares é quebrada, produzindo ácido
lático e duas moléculas de ATP. Esse processo ocor-
Habilidade: Relacionar informações apresenta-
re durante atividades físicas intensas, em que o
das em diferentes formas de linguagem e repre-
músculo não é suprido com a quantidade suficiente
sentação usadas nas ciências físicas, químicas
de oxigênio.
ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
tabelas, relações matemáticas ou linguagem
Estudo para o Enem simbólica.
18. B
20. D
A alternativa A está incorreta porque o processo é
denominado fermentação lática. A alternativa C está A hidrólise do milho corresponde à quebra do
incorreta porque o produto final é o ácido lático. A amido, um polissacarídeo, em monossacarídeos
alternativa D está incorreta porque são usadas as (por exemplo, glicose), utilizados pelas leveduras
bactérias do tipo bacilo. A alternativa E está incor- como reagentes da fermentação alcoólica, que
reta porque se trata de um processo anaeróbio. liberam etanol e CO 2.

Competência: Apropriar-se de conhecimentos da Competência: Apropriar-se de conhecimentos da


biologia para, em situações problema, interpre- biologia para, em situações problema, interpre-
tar, avaliar ou planejar intervenções científico- tar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas. -tecnológicas.

Habilidade: Interpretar experimentos ou técnicas Habilidade: Interpretar experimentos ou técnicas


que utilizam seres vivos, analisando implicações que utilizam seres vivos, analisando implicações
para o ambiente, a saúde, a produção de alimen- para o ambiente, a saúde, a produção de alimen-
tos, matérias-primas ou produtos industriais. tos, matérias-primas ou produtos industriais.

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VIII

19 FOTOSSÍNTESE
BIOLOGIA 1A

Comentários sobre o módulo toquímica. Sem oxigênio, boa parte dos organismos
A fotossíntese é o tema de estudo deste módulo, não sobreviveria.
que enfatiza sua importância para a manutenção da
vida na Terra. Em eucariotos autótrofos, a fotossínte- 11. B
se ocorre nos cloroplastos, em que a água é dividida A corresponde ao granum, isto é, uma pilha de
Material do Professor

em hidrogênio e oxigênio, incorporando os elétrons tilacoides, e B corresponde aos tilacoides. C cor-


do hidrogênio em moléculas de açúcar. As reações lu- responde ao estroma, matriz amorfa, rica em enzi-
minosas nos grana dos tilacoides liberam o oxigênio, mas solúveis, incluindo as enzimas responsáveis
produzem ATP e formam NADPH. O ciclo de Calvin no pelas reações da fase bioquímica da fotossíntese.
estroma forma açúcar a partir do CO2, utilizando ATP
como energia e NADPH como redutor. 12. B
A alternativa A está incorreta porque o CO2 é con-
Para ir além sumido na fotossíntese, o que justifica também
Vídeo do programa Fotossíntese, produzido pelo o fato de a alternativa E estar incorreta. A alter-
projeto Embrião da Universidade Estadual de Campinas nativa C está incorreta porque, na fotossíntese, o
(Unicamp). Disponível em: CO2 e a água são consumidos, produzindo glicose
https://www.youtube.com/watch?v=ayM1LHeLABs e oxigênio. A alternativa D está incorreta porque
plantas até podem produzir toxinas, mas não é o
Acesso em: out. 2018. suficiente para intoxicar seres humanos.
Artigo Agência Fapesp – Estudo ajuda a entender o 13. D
funcionamento da enzima antioxidante. Disponível em:
A clorofila é um pigmento fotossintetizante, respon-
http://agencia.fapesp.br/estudo-ajuda-a-entender-
sável por absorver a energia luminosa e transformá-
funcionamento-de-enzima-antioxidante/26800/
-la em energia química. A fotólise da água libera oxi-
Acesso em: out. 2018. gênio para o ambiente e os prótons H+ originados
nesse processo reduzem NADP+ a NADPH2. Além
Exercícios propostos disso, os elétrons liberados pelo fotossistema I na
7. B fosforilação acíclica perdem energia nos citocro-
O oxigênio é originado durante a fotólise da água, mos, dando origem a moléculas de ATP.
que ocorre na etapa fotoquímica ou fase clara, e é
14. Na fosforilação cíclica, os elétrons retornam à
liberado no ambiente.
clorofila de onde saíram; na fosforilação acíclica,
8. C eles não retornam. Além disso, na primeira, há
participação do fotossistema I; na segunda, há
As plantas CAM abrem seus estômatos à noite
participação do fotossistema I e do fotossistema
para que ocorra a captura de CO2. Durante o dia,
II. Por fim, na fosforilação cíclica, há formação de
os estômatos estão fechados para não haver perda
ATP; na fosforilação acíclica, há formação de ATP
de água e, portanto, é realizado o ciclo de Calvin
e NADPH2.
por meio do malato gerado como forma de estocar
o CO2 retirado do ambiente. Ao mesmo tempo, a 15. A
respiração celular acontece constantemente.
A luz verde (500 nm a 550 nm) é pouco absorvida
9. E pela planta, sendo verificada a sua reflexão. A luz
laranja-avermelhada (650 nm a 700 nm) é absor-
As afirmativas I e III referem-se às plantas C4,
vida pela planta, aumentando sua taxa fotossin-
visto que são as únicas em que ocorre a formação
tética e, portanto, não sendo visível aos olhos do
de malato por meio da enzima PEPcarboxilase. O
observador presente no quarto.
milho e a cana-de-açúcar são exemplos.

As afirmativas II e IV referem-se às plantas CAM, 16. D

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típicas de ambientes áridos como os cactos e As outras alternativas estão incorretas porque o
o abacaxi, que apresentam adaptações como a gás carbônico participa da etapa B e o isótopo
abertura dos estômatos somente à noite para evi- C-14 deve aparecer nessa etapa.
tar a perda de água.

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17. A adaptação das plantas C3 consiste no fe-
10. Por meio desse processo há produção de oxigênio, chamento dos estômatos em dias quentes e secos
oriundo da fotólise da água, que ocorre na fase fo- para não ocorrer a perda de água.

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IX

Quando os estômatos das plantas C4 estão aber- célula. Os cloroplastos usam essa energia lumino-

BIOLOGIA 1A
tos, há entrada de CO2. Por meio da enzima PEP sa para gerar energia na célula justamente em ra-
carboxilase, ocorre a formação do malato. Esse zão desse mecanismo da absorção de fótons.
composto é armazenado como reserva de CO2 nas
células do mesofilo foliar. O ciclo de Calvin ocorre Competência: Apropriar-se de conhecimentos da
nas células clorofiladas que se encontram em tor- física para, em situações-problema, interpretar,
no dos feixes vasculares, formando a nervura das avaliar ou planejar intervenções científico-tecno-

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folhas (ou seja, acontece em local diferente da for- lógicas.
mação do malato) e utiliza o CO2 proveniente desse
composto para iniciar o processo. Habilidade: Compreender fenômenos decorren-
tes da interação entre a radiação e a matéria em
18. A suas manifestações em processos naturais ou
O processo é semelhante à fotossíntese, pois é tecnológicos, ou em suas implicações biológicas,
o único processo que necessita de luz para que sociais, econômicas ou ambientais.
haja liberação de elétrons e, assim, possibilite a
ocorrência de reações químicas. 20. B
Para a geração de matéria orgânica por meio da
Competência: Identificar a presença e aplicar as fotossíntese, é necessária a presença de gás car-
tecnologias associadas às ciências naturais em bônico e água.
diferentes contextos.
Competência: Entender métodos e procedimen-
Habilidade: Dimensionar circuitos ou dispositivos tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
elétricos de uso cotidiano. diferentes contextos.

19. B Habilidade: Relacionar informações apresentadas


A energia luminosa, na forma de fóton, é absorvida em diferentes formas de linguagem e representa-
pelo átomo, excitando o elétron da camada mais ção usadas nas ciências físicas, químicas ou bioló-
externa. Quando o elétron volta ao seu estado nor- gicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, rela-
mal, emite energia, um fóton, que será usada pela ções matemáticas ou linguagem simbólica.

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X

20 QUIMIOSSÍNTESE E FATORES LIMITANTES DA FOTOSSÍNTESE


BIOLOGIA 1A

Comentários sobre o módulo 12. B


Foram abordados os principais fatores que podem Os tubos I e III são iluminados por luz amarela;
limitar a fotossíntese (internos e externos). Além dis- os tubos II e IV, por luz azul. De acordo com o
so, discutiu-se sobre ponto de compensação fótico gráfico de comprimentos de onda, a mais baixa
(PCF), tema de grande relevância nos vestibulares. taxa de fotossíntese para o único pigmento en-
Material do Professor

Também foi explicado o processo de quimiossíntese contrado nas algas utilizadas no experimento está
e sua importância, incluindo a relação dos principais associada à luz amarela, enquanto a mais alta
organismos capazes de realizá-lo. está associada à luz azul. Nos tubos I e III, portan-
to, a fotossíntese ocorre em uma taxa bastante
Para ir além baixa. No tubo I, há captação mais lenta do CO 2
Artigo sobre fotossíntese e aquecimento global. produzido pela respiração das algas. No tubo III,
Disponível em: ocorre acúmulo de CO2 apenas em consequência
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/ da respiração dos caramujos. No tubo II, com
doc/387686/1/OrientalDoc234.pdf taxa de fotossíntese mais alta, não há produção
de CO2 adicional por outros organismos além das
Acesso em: out. 2018.
algas. No tubo IV, também com taxa alta, mais
Exercícios propostos CO 2 é produzido, tanto pela respiração das algas
quanto pela dos caramujos. Como a solução indi-
7. A semelhança entre a fotossíntese e a quimios- cadora adquire coloração roxa em baixas concen-
síntese é que o objetivo de ambos os processos é trações de CO 2, o tubo em que essa mudança de
gerar carboidratos, que são essenciais para prover cor ocorre mais rapidamente é o II.
energia para os organismos heterótrofos. A dife-
rença é que na fotossíntese é necessário energia 13. C
luminosa, enquanto na quimiossíntese o processo
Esse evento apenas acontece no momento em
ocorre por meio da oxidação de matéria inorgânica
que se atinge o ponto de compensação fótico,
sem a necessidade de luz.
quando a intensidade luminosa é máxima.
8. B
14. Ao longo dos quatro meses seguintes, os perío-
As bactérias em questão são quimiossintetizan- dos com luz se tornaram progressivamente mais
tes e heterotróficas, por utilizarem matéria inor- curtos, o que contribuiu para a perda de eficiên-
gânica de animais mortos. cia fotossintética, gerando menor produção de
matéria orgânica.
9. a1) Quando a planta é mantida sob intensidade lumi-
nosa inferior a seu ponto de compensação fótico, a 15. 01 + 04 + 08 = 13.
taxa de respiração da planta supera a fotossíntese.
Dessa forma, o gás coletado será o CO2. A afirmativa 02 está incorreta, porque a glicose é
sintetizada com base em CO2 e H2O. A afirmativa 16
a2) Quando a planta é iluminada acima de seu pon- está incorreta, pois a respiração ocorre constante-
to de compensação fótico, a taxa de fotossíntese mente, na presença ou na ausência de luz. A afir-
supera a de respiração do vegetal. Assim, o gás mativa 32 está incorreta porque as plantas também
coletado será o O 2. realizam respiração aeróbia constantemente.

b) O fator em questão é a concentração de CO2. 16. D


O aumento dele faz o rendimento da fotossíntese A afirmativa I está incorreta porque o oxigênio
se elevar, o que possibilita maior produção de O2. produzido na fotossíntese é, em parte, consu-
mido na respiração; o restante é liberado para
10. C o ambiente. A afirmativa IV está incorreta, pois
A planta da espécie Y apresenta a mesma taxa a luz não influencia na fase escura, mas sim na
respiratória que a planta da espécie X a 25 °C, fase fotoquímica da fotossíntese. Assim, o au-

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mas tem uma taxa fotossintética menor que mento da temperatura vai parar todo o processo,
a de X. uma vez que promove desnaturação das enzimas
participantes.
11. A

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Organismos primitivos obtinham energia por 17. C
meio da oxidação de compostos inorgânicos, Plantas CAM separam a produção de malato e
como o ferro. o ciclo de Calvin temporalmente, de forma que

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XI

à noite há formação do malato; durante o dia, Competência: Entender métodos e procedimen-


ocorre fotossíntese. Assim, a respiração aconte-

BIOLOGIA 1A
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
ce constantemente e a fotossíntese, apenas no diferentes contextos.
período do dia.
Habilidade: Relacionar informações apresenta-
18. C das em diferentes formas de linguagem e repre-
O escurecimento da água impede a passagem sentação usadas nas ciências físicas, químicas

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dos raios solares. Com isso, as plantas não con- ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
seguem fazer fotossíntese, ou pelo menos não tabelas, relações matemáticas ou linguagem
de maneira ideal, uma vez que a iluminação solar simbólica.
é fundamental para o processo.
20. D
Competência: Associar intervenções que resul-
A produção de biomassa pelas algas caracteriza-
tam em degradação ou conservação ambiental a
-se pela absorção de resíduos nitrogenados pre-
processos produtivos e sociais e a instrumentos
sentes no meio aquático resultantes da excreção
ou ações científico-tecnológicos.
dos animais. Nesse processo, as algas realizam
Habilidade: Analisar perturbações ambientais, a fotossíntese liberando oxigênio para o meio
identificando fontes, transporte e(ou) destino dos ambiente.
poluentes ou prevendo efeitos em sistemas na-
turais, produtivos ou sociais. Competência: Entender métodos e procedimen-
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
19. C diferentes contextos.
O processo de fotossíntese captura a energia lu-
minosa e a transforma em matéria orgânica, que Habilidade: Relacionar informações apresenta-
será usada em outros processos, seja vegetais, das em diferentes formas de linguagem e repre-
seja animais. Sem essa transformação, a matéria sentação usadas nas ciências físicas, químicas
energética não seria facilmente reciclada. Com ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
base nisso, a vida na Terra depende da energia tabelas, relações matemáticas ou linguagem
solar (fotossíntese). simbólica.

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XII

21 NÚCLEO CELULAR
BIOLOGIA 1A

Comentários sobre o módulo 9. A


Foram discutidas a composição estrutural do nú- A transcrição ocorre no núcleo e a tradução, no
cleo celular e suas funções, incluindo a descrição de citoplasma. A membrana nuclear protege o DNA
cada compartimento dessa organela. Além disso, foi de choques mecânicos, com o nucleoplasma,
abordada a importância do núcleo nos principais pro- por ser composto de um gel de íons, proteínas,
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cessos que dependem dele, direta ou indiretamente. nucleosídeos e nucleotídeos. Além disso, há con-
Esse conteúdo pode ser utilizado para retomar os trole da troca entre as substâncias por meio dos
conceitos de citologia e de tradução e síntese de poros presentes na membrana nuclear.
proteínas estudados na unidade 1.
10. Sim. O nucléolo é responsável por armazenar RNA
Para ir além ribossômico, que será utilizado como molde na forma-
ção das subunidades do ribossomo. Este, por sua vez,
Uma conexão direta do núcleo com o microam-
é uma molécula fundamental na síntese de proteínas
biente da célula pode levar a novos entendimentos
(processo também denominado tradução), porque é
sobre as influências do meio externo no comporta-
responsável por ler os códons presentes no RNAm
mento celular. Pesquisadores desenvolveram um am-
e traduzi-los para aminoácidos, formando a proteína.
biente tridimensional que ajuda a observar estruturas
desconhecidas do núcleo. Disponível em: 11. D
http://revistapesquisa.fapesp.br/2017/04/19/os-jardins- Os nucléolos são o conjunto de RNA ribossômico.
suspensos-das-celulas/ A cromatina refere-se aos cromossomos, que
Acesso em: out. 2018. podem estar descompactados ou compactados.
Estes formam, respectivamente, eucromatina e
Um estudo brasileiro divulgado recentemente na heterocromatina. As proteínas histonas se encon-
revista Molecular Neuropsychiatry sugere que o ma- tram enoveladas em moléculas de DNA.
quinário celular de processamento do RNA mensageiro
presente no núcleo pode estar alterado em pacientes 12. 01 + 04 + 16 + 32 = 53.
com esquizofrenia. Disponível em: 02. Incorreta porque, durante a interfase, o nú-
http://agencia.fapesp.br/estudo-associa-esquizofrenia- cleo apresenta-se descompactado.
a-defeito-no-processamento-do-rna-mensageiro-na-
08. Incorreta, porque o cromossomo descompac-
celula/25832/
tado é denominado eucromatina.
Acesso em: out. 2018. 64. Incorreta, porque o nucléolo é composto de DNA.

Exercícios propostos 13. B


Se o DNA não pode ser desenrolado, automati-
7. D camente as proteínas responsáveis por ativar a
A afirmativa IV está incorreta porque o envoltório expressão de determinado gene não conseguem
nuclear protege o material genético contra molé- acessá-lo. As histonas são responsáveis por man-
culas nocivas e choques mecânicos. Ao mesmo ter o DNA compactado durante a divisão celular.
tempo, essa estrutura é responsável por controlar
o intercâmbio de moléculas ou substâncias que 14. A membrana nuclear é composta de dois folhetos
podem chegar ao DNA e vice-versa. de membrana sobrepostos, com diversos poros.
Suas funções são delimitar o núcleo e proteger os
8. C componentes nucleares internos. Os poros possi-
O envoltório nuclear é composto de duas ca- bilitam a troca de substâncias com o citoplasma.
madas lipoproteicas. Assim como a membrana
celular, é fluido. A cromatina presente no núcleo 15. A
está imersa no nucleoplasma. O retículo está Todas as afirmativas estão corretas. Como o núcleo

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presente nas células eucarióticas associadas à da células 5 foi transplantado para o fragmento do
parte externa do envoltório nuclear. A presença citoplasma sem núcleo, a célula 4 formada terá exa-
de núcleo é uma característica dos organismos tamente as mesmas características. É comum o
eucarióticos, de modo que bactérias são orga- uso de células musculares para a extração de DNA,

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nismos procariotos e não apresentam estrutura visto que apresentam a característica de serem
responsável por envolver e proteger o material multinucleadas. É graças ao núcleo que as carac-
genético. terísticas são transmitidas ao longo das gerações.

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XIII

16. B 19. E

BIOLOGIA 1A
Durante a divisão celular, os cromossomos encon- As cromatinas são cromossomos enovelados às
tram-se bastante compactados. Nessa fase, a cro- proteínas histonas. O nucléolo é o conjunto de
matina é denominada heterocromatina. O processo RNA ribossômico presente no núcleo. O núcleo
de divisão celular é essencial para a transmissão contém DNA, RNA, proteínas, íons, nucleotídeos
das características para as próximas gerações. e nucleosídeos. A entrada e a saída de substân-
cias ocorrem através dos poros da membrana

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17. O núcleo está diretamente envolvido na heredita- nuclear. O vírus escapa por exocitose.
riedade, pois é responsável por compartilhar ca-
racterísticas entre genitor e prole, o que garante Competência: Entender métodos e procedimen-
a continuidade das espécies. Para que as caracte- tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
rísticas sejam transmitidas às gerações futuras, as diferentes contextos.
células passam por divisão celular. Assim, o mate-
rial genético da célula genitora é passado para a Habilidade: Relacionar informações apresenta-
célula gerada. Esse processo é muito importante das em diferentes formas de linguagem e repre-
evolutivamente, uma vez que genes vantajosos sentação usadas nas ciências físicas, químicas
podem ser passados adiante, o que faz crescer a ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
probabilidade de sua frequência aumentar dentro tabelas, relações matemáticas ou linguagem
de uma população. simbólica.

Estudo para o Enem 20. A


Se a célula da retina contém dois núcleos, auto-
18. A maticamente haverá o dobro da quantidade de
As células eucariontes tiveram invaginações na DNA nela. Os núcleos armazenam principalmente
membrana plasmática que possibilitaram a forma- DNA, além de proteínas, RNAs, nucleosídeos,
ção de organelas membranosas, como o núcleo nucleotídeos e íons. As proteínas histonas es-
e os retículos endoplasmáticos. Para compensar tão relacionadas diretamente à condensação dos
a não compartimentalização, a célula procarion- cromossomos. A membrana nuclear delimita o
te apresenta tamanho menor. A relação nucleo- núcleo, protege toda a informação genética pre-
plasmática diminui conforme há aumento celular. sente na célula e controla a troca de substâncias
Procariontes não têm nucléolo. À medida que as com o citoplasma através dos poros. Os núcleos
dimensões celulares crescem, as superfícies ex- estão diretamente envolvidos na divisão celular,
ternas aumentam menos que o volume da célula. por conterem toda a informação genética do in-
divíduo, o que possibilita que as características
Competência: Compreender interações entre sejam passadas de geração em geração.
organismos e ambiente, em particular aquelas
relacionadas à saúde humana, relacionando co- Competência: Entender métodos e procedimen-
nhecimentos científicos, aspectos culturais e tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
características individuais. diferentes contextos.

Habilidade: Identificar padrões em fenômenos e Habilidade: Relacionar informações apresentadas


processos vitais dos organismos, como manuten- em diferentes formas de linguagem e representa-
ção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ção usadas nas ciências físicas, químicas ou bio-
ambiente, sexualidade, entre outros. lógicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas,
relações matemáticas ou linguagem simbólica.

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XIV

22 CROMOSSOMOS
BIOLOGIA 1A

Comentários sobre o módulo 9. D


Foram discutidas a definição de cromossomo bem A alternativa A está incorreta porque o cromos-
como sua composição, estrutura e importância. De somo é formado por duas cromátides-irmãs, de
forma clara e sucinta, foram abordados o conceito maneira que cada uma delas é unida uma à outra
de ploidia e o conceito de cariótipo, além de ter sido pelo centro (região do centrômero). A alternativa
Material do Professor

enfatizada sua relevância para o reconhecimento de B está incorreta porque os telômeros têm como
anomalias cromossômicas. Também foi apresenta- função estabilizar os cromossomos. Por fim, a
da a relação do telômero com o envelhecimento e alternativa C está incorreta porque a zona SAT é
a obesidade, evidenciada com base em pesquisas responsável pela formação do nucléolo.
científicas recentes. Esse tema é uma introdução para
outros que serão aprofundados nos próximos módu- 10. A
los, como a divisão celular e as alterações numéricas Como os gametas são haploides, os esperma-
e estruturais. tozoides e os ovócitos apresentam apenas 23
cromossomos. Já as células epidérmicas são so-
Para ir além máticas e, consequentemente, diploides, com 46
O vídeo do site Casa da Ciência, especializado em cromossomos.
conteúdos científicos, apresenta informações sobre
os cromossomos, onde estão localizados, o condensa- 11. C
mento da molécula de DNA e diferentes quantidades As células germinativas são representadas pelos
de cromossomos entre as espécies. Disponível em: gametas e transmitem as características dos pais
https://www.casadasciencias.org/cc/redindex. para a prole por meio da fecundação, originando
php?idart=303&gid=3747565 o feto. Essas células são haploides e possuem
apenas um cromossomo de cada tipo dentro de
Acesso em: out. 2018.
seu núcleo.
O texto “Por que não vivemos para sempre?” re-
fere-se aos mecanismos biológicos e evolutivos rela- 12. B
cionados à morte, incluindo brevemente a importância As células reprodutivas são haploides, isto é, te-
dos telômeros nesse processo. Disponível em: rão apenas metade do material encontrado nas
http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/por_que_nao_
células somáticas. Levando em conta que o nú-
vivemos_para_sempre_.html
mero de cromossomos dos seres humanos é 46,
então serão encontrados 23 cromossomos em
Acesso em: out. 2018. cada célula germinativa.
Exercícios propostos
13. B
7. C Como os indivíduos possuem dois cromossomos
A alternativa A está incorreta porque, se fosse X, um deles permanece condensado mesmo no
uma célula germinativa, sua representação seria núcleo interfásico, na forma de cromatina muito
n = 4, por serem células haploides. A alternativa B densa, chamado de corpúsculo de Barr ou croma-
está incorreta porque as extremidades são deno- tina sexual (característica presente também em
minadas telômeros. A alternativa D está incorreta células femininas normais).
porque se refere ao centrômero. A alternativa E
está incorreta porque a figura representa cromos- Os indivíduos com essa característica têm fenóti-
somos metacêntricos. po masculino, porém, por conta do cromossomo X
a mais, apresentam também características femi-
8. D ninas, como a formação de seios (ginecomastia).
Os cromossomos são a forma condensada da mo- Além disso, há baixo desenvolvimento da genitália
lécula de DNA, enovelando as proteínas histonas. masculina e das características sexuais secundá-
Os centrômeros são regiões dos cromossomos rias masculinas e estatura acima da média.

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que apresentam funções específicas. São for-
mados por dupla fita de DNA e, portanto, não há 14. a) O cariótipo é de um indívíduo do sexo masculino
moléculas de RNA na sua composição. Por fim, normal, pois todos os pares estão em número de
os ribossomos desempenham função na replica- dois e há cromossomo Y.

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ção do DNA e também não fazem parte da sua b) Os cromossomos 5 são submetacêntricos pelo
composição, sendo formados, então, por DNA fato de o centrômero estar um pouco deslocado
e proteínas. para uma das extremidades.

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XV

15. C ção usadas nas ciências físicas, químicas ou bio-


lógicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas,

BIOLOGIA 1A
O cromossomo dos procariotos é único e com
formato circular e encontra-se no citoplasma. A relações matemáticas ou linguagem simbólica.
alternativa D está incorreta porque o número de
19. D
cromossomos pode variar inclusive entre espé-
cies mais próximas evolutivamente. O número de cromossomos inclui cromosso-
mos sexuais na contagem. Haverá entre 36 e 38

Material do Professor
16. A cromossomos nas células somáticas. A repre-
Porcos domésticos produzirão filhotes com o mes- sentação nas células germinativas será, respec-
mo número cromossômico que eles, assim como tivamente, n = 18 e n = 19. Felinos possuem o
os javalis puros. A alternativa B está incorreta por- mesmo sistema cromossômico que os demais
que o número de cromossomos do javaporco pode- mamíferos, apresentando cromossomos XY para
rá ser entre 36 e 38 por serem espécies próximas e machos e XX para as fêmeas.
terem o número máximo de cromossomos variando
entre esses valores. A alternativa C está incorreta Competência: Entender métodos e procedimen-
porque não existe essa relação entre o sexo e o tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
número de cromossomos. As alternativas D e E diferentes contextos.
estão incorretas porque animais puros é a denomi-
nação de animais originados entre o cruzamento de Habilidade: Relacionar informações apresenta-
indivíduos da mesma espécie. das em diferentes formas de linguagem e repre-
sentação usadas nas ciências físicas, químicas
17. As células somáticas da nova planta terão 33 cro- ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
mossomos. Na planta híbrida, nem todos os cro- tabelas, relações matemáticas ou linguagem
mossomos serão homólogos. Portanto, haverá difi- simbólica.
culdade no pareamento, fenômeno característico da
meiose, que será prejudicada. Não serão formados 20. E
nem micrósporos, nem megásporos, e, consequen- A alternativa A está incorreta porque as cromáti-
temente, não serão formados grãos de pólen nem des-irmãs são representadas pelas pernas e pelos
óvulos. Dessa forma, não ocorrerá a produção de braços. A alternativa B está incorreta porque o
sementes. Mesmo assim, os ovários desenvolvem- telômero pode ser representado pelos pés e pe-
-se, graças à ação de hormônios, originando frutos las mãos. As alternativas C e D estão incorretas
de tamanho menor. porque a região abdominal, por ser central e re-
presentar o centrômero, faz com que as pessoas
18. C representem cromossomos metacêntricos.
Com base na produção na contagem e identifica-
ção dos cromossomos é possível obter o ideo- Competência: Entender métodos e procedimen-
grama, no qual pode-se verificar o número correto tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
de cromossomos, bem como suas formas. diferentes contextos.

Competência: Entender métodos e procedimen- Habilidade: Relacionar informações apresenta-


tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em das em diferentes formas de linguagem e repre-
diferentes contextos. sentação usadas nas ciências físicas, químicas
ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
Habilidade: Relacionar informações apresentadas tabelas, relações matemáticas ou linguagem
em diferentes formas de linguagem e representa- simbólica.

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XVI

23 DIVISÃO CELULAR: MITOSE


BIOLOGIA 1A

Comentários sobre o módulo 13. C


Foram estudados o processo de divisão celular, in- M refere-se ao processo de mitose e ocorre de
cluindo os estágios de interfase e mitose, a importância forma rápida. A duplicação do DNA ocorre na fase
desses processos para os seres vivos, além das dife- S. Em S, os cromossomos estão condensados.
renças cromossômicas ao longo de todas as etapas. Em G1 ocorrem diversos processos bioquímicos,
Material do Professor

Na reprodução assexuada, um único progenitor produz além da produção de proteínas, que atuam na
geneticamente uma prole de conteúdo genético idên- replicação do DNA.
tico ao seu por mitose.
14. A divisão celular tem grande importância para os
seres assexuados na reprodução, uma vez que,
Para ir além assim, eles são capazes de originar dois novos
O texto da revista Superinteressante indicado no indivíduos com base em apenas um.
link a seguir explica como a quimioterapia age nas fases
de divisão celular. Disponível em: 15. D
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-funciona-a- Considerando que N seja de uma célula haploide,
quimioterapia/ então a quantidade de cromossomos na figura 1
Acesso em: out. 2018. corresponde a uma célula diploide no início da
fase de divisão celular; logo, nessa fase encon-
Exercícios propostos tramos uma quantidade de 2N. Na segunda etapa,
o DNA da célula duplica-se; logo, a quantidade
7. D será de 4N. Na figura 3, apesar de ele já estar
separado, o núcleo ainda não está; com isso, o
D u rante a mitose, os cromossomos encontram-
núcleo apresenta ainda uma quantidade de 4N.
-se alinhados em um plano único, formando a
Na figura 4, o núcleo já se separou; logo, volta a
placa equatorial.
ter a quantidade inicial de 2N.
8. C
16. B
A carioteca (envoltório nuclear) é desintegrada
Por se tratar da metáfase da mitose, os cromos-
durante a mitose. Cromossomos homólogos
somos não se encontram pareados, como se
são aqueles que têm as mesmas informações
encontram na meiose. Portanto, as alternativas
genéticas.
C, D e E são incorretas. Na metáfase da mitose,
9. C em célula n 5 8, os cromossomos estarão distin-
tos, sendo cada um com duas cromátides, pois é
A alternativa A está incorreta porque esse pro-
o resultado da duplicação do DNA na interfase.
cesso ocorre em células tanto diploides quanto
Portanto, a alternativa b) é correta, já que a alter-
haploides. A alternativa B está incorreta porque
nativa a) não leva em conta a duplicação do DNA.
a mitose origina duas células com material ge-
nético idêntico ao da célula-mãe. A alternativa D 17. O fuso mitótico ocorre na prófase e basicamente
está incorreta porque a mitose é um processo é uma estrutura celular efêmera, constituída por
equacional, apenas. A alternativa E está incorreta microtúbulos que orientam os cromossomos para
porque se refere ao processo de meiose. que fiquem centralizados no equador da célula
durante a metáfase da mitose e se locomovam
10. A célula encontra-se em anáfase. Nessa fase, as
para os polos opostos da célula na anáfase.
cromátides-irmãs separam-se e movem-se para
os polos opostos do fuso.
Estudo para o Enem
11. B
As células musculares fazem mitose, isto é, uma 18. C
célula diploide origina duas células diploides. A metáfase é a fase do ciclo com a condensação

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máxima dos cromossomos; assim, a melhor a ser
12. A estudada é a de número 3.
O ciclo celular é formado pela interfase, que tem
as fases G1, S e G2. Ao passar por essas subfa- Competência: Entender métodos e procedimen-

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ses, o ciclo celular entra em sua segunda fase, tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
denominada mitose (M), ou divisão celular. diferentes contextos.

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XVII

Habilidade: Relacionar informações apresenta- ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,


das em diferentes formas de linguagem e repre- tabelas, relações matemáticas ou linguagem

BIOLOGIA 1A
sentação usadas nas ciências físicas, químicas simbólica.
ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
tabelas, relações matemáticas ou linguagem 20. A
simbólica. Na prófase, ocorre a formação do fuso mitótico,
originado por microtúbulos. Essas substâncias
19. E

Material do Professor
são formadas por tubulinas.
A célula encontra-se em anáfase, em que as
cromátides-irmãs se separam e migram para os Competência: Entender métodos e procedimen-
polos opostos. tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
diferentes contextos.
Competência: Entender métodos e procedimen-
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em Habilidade: Relacionar informações apresenta-
diferentes contextos. das em diferentes formas de linguagem e repre-
sentação usadas nas ciências físicas, químicas
Habilidade: Relacionar informações apresenta- ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
das em diferentes formas de linguagem e repre- tabelas, relações matemáticas ou linguagem
sentação usadas nas ciências físicas, químicas simbólica.

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XVIII

24 DIVISÃO CELULAR: MEIOSE


BIOLOGIA 1A

Comentários sobre o módulo 10. A mitose consiste em uma única divisão nuclear
Neste módulo, o conceito de meiose foi discu- e uma única divisão celular; já a meiose consiste
tido, bem como suas etapas, respectivas carac- em duas divisões nucleares e duas divisões ce-
terísticas e importância para a manutenção dos lulares. Na mitose, o número de cromossomos
seres vivos. Células somáticas humanas normais das células-filhas é igual ao da célula-mãe, en-
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são diploides e têm 46 cromossomos, formados quanto na meiose o número de cromossomos


por dois conjuntos de 23 – cada um deles de um das células-filhas é igual à metade do número
dos pais. Nas células diploides humanas, existem de cromossomos da célula-mãe. Dessa forma,
22 pares homólogos autossômicos, cada um com dizemos que a primeira divisão da meiose é
um homólogo materno e um paterno. O 23º- par, os reducional (representada por R!) e a segunda
cromossomos sexuais, determina se o indivíduo é divisão é equacional, igual à mitose. Por fim,
do sexo feminino (XX) ou masculino (XY). As duas a mitose produz duas células geneticamente
divisões da meiose produzem quatro células-filhas idênticas originárias de uma única célula, en-
haploides. O número de conjuntos de cromossomos quanto a meiose produz quatro células geneti-
é reduzido de dois (diploide) para um (haploide) du- camente diferentes.
rante a meiose I, que é reducional.
11. A
Para ir além No paquiteno, ocorre pareamento dos homó-
A revista Pesquisa Fapesp publicou uma matéria logos para que ocorra o crossing-over. Na dia-
que trata da relação entre células-mães e células-filhas cinese, as cromátides encontram-se soltas no
e mostra como isso influencia a continuidade das es- citoplasma, a carioteca (envoltório nuclear) des-
pécies. Disponível em: faz-se e inicia-se a formação do fuso. A prófase I
<http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/03/11/pesquisadores-
é uma fase longa em que há crossing-over, entre
revelam-a-relacao-entre-celulas-maes-e-filhas/>. outros eventos. No leptoteno, ocorre o início da
condensação dos cromossomos. As sinapses
Acesso em: out. 2018.
acontecem no zigoteno.
Exercícios propostos
12. A
7. E
Todas as afirmativas estão corretas.
O número de cromossomos nos espermatozoi-
des, por serem produzidos por meiose, é igual 13. E
à metade do número das células somáticas (36). Todas as afirmativas estão corretas.
O número de cromátides irmãs de uma célula
que está entrando em primeira divisão meiótica 14. A prófase I é uma etapa mais longa da meiose I, em
é o dobro do número de cromossomos (144), que ocorre o crossing-over, responsável pela varia-
pois o material genético se encontra duplicado bilidade genética dos seres vivos. Além disso, na
nessa fase. O número de cromátides irmãs na metáfase da meiose I, há pares de cromossomos
segunda divisão meiótica, quando os cromosso- homólogos pareados na placa equatorial, enquanto
mos homólogos já foram segregados, é a meta- na metáfase da meiose II, há cromossomos indi-
de do encontrado no início da primeira divisão viduais. Na anáfase da meiose I, os cromossomos
meiótica (72). homólogos separam-se, enquanto na anáfase da
meiose II são as cromátides irmãs que se separam.
8. E
A meiose pode ocorrer em diferentes momentos 15. C
do ciclo de vida: na formação de gametas (meio- A afirmativa II está incorreta porque as figuras 2
se gamética), na produção de esporos (meio- e 3 se referem, respectivamente, à telófase I da
se espórica) e logo após a formação do  zigo- meiose e metáfase I da meiose. A afirmativa III
to (meiose zigótica). está incorreta porque a carioteca se reconstitui.

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9. B
A multiplicação celular para a reparação de te-
cidos acontece por mitose (divisão equacional).
16. A
Todas as fases podem ocorrer na meiose, sendo
A – metáfase II, B – telófase II e C – metáfase I.

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Nesse processo, não ocorre emparelhamento
dos cromossomos homólogos nem permutação 17. O esquema A representa a anáfase I da meiose I, e
entre eles. o esquema B representa a anáfase II da meiose II.

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XIX

Estudo para o Enem Competência: entender métodos e procedimen-

BIOLOGIA 1A
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
18. A diferentes contextos.
O fármaco em questão interfere na função dos
microtúbulos. Estes têm a função de formar o Habilidade: Relacionar informações apresentadas
citoesqueleto e fazer o transporte intracelular. em diferentes formas de linguagem e representa-
Além disso, atuam principalmente no desloca- ção usadas nas ciências físicas, químicas ou bio-

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mento de cromossomos no processo de divisão lógicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas,
celular. Com a função inibida, a divisão celular relações matemáticas ou linguagem simbólica.
será afetada.
20. C
Competência: Entender métodos e procedimen- A troca de segmentos entre cromátides homólogas
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em (não irmãs) na meiose é determinante na recom-
diferentes contextos. binação genética durante a formação dos gametas
nos animais e na produção de esporos nos vegetais.
Habilidade: Relacionar informações apresenta-
das em diferentes formas de linguagem e repre- Competência: Entender métodos e procedimen-
sentação usadas nas ciências físicas, químicas tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, diferentes contextos.
tabelas, relações matemáticas ou linguagem
simbólica. Habilidade: Relacionar informações apresentadas
em diferentes formas de linguagem e representa-
19. C ção usadas nas ciências físicas, químicas ou bio-
A meiose produz quatro células diferentes e ori- lógicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas,
gina esporos e gametas. relações matemáticas ou linguagem simbólica.

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XX

25 REPRODUÇÃO ASSEXUADA, SEXUADA E CICLO HAPLOBIONTE


BIOLOGIA 1B

Comentários sobre o módulo 10. a) O ciclo é denominado ciclo haplobionte haplonte.


As formas de reprodução dos organismos discuti- b) A II refere-se à fecundação.
das nesse módulo são divididas em assexuada e se- c) Em I, ocorre a mitose e, em III, ocorre a meiose
xuada. Com relação à reprodução assexuada, foram pós-zigótica, característica desse ciclo.
discutidos os processos denominados divisão binária,
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esporulação e brotamento, identificando os principais 11. C


organismos capazes de realizá-los. No que se refere A afirmativa IV está incorreta porque o ficomiceto
à reprodução sexuada, foram apresentados os ciclos apresenta reprodução sexuada.
haplobiontes haplonte e diplonte e as diferenças entre
eles, quais organismos são capazes de fazê-los e as 12. B
principais vantagens evolutivas do processo sexuado O ciclo haplobionte haplonte refere-se a organis-
em relação à reprodução assexuada. No próximo mó- mos adultos haploides. Durante esse ciclo, o or-
dulo, o ciclo diplobionte será aprofundado, bem como ganismo sofre meiose denominada pós-zigótica,
outros padrões reprodutivos. isto é, o zigoto é diploide e sofre meiose para
formar indivíduo haploide.
Para ir além
O texto Os reais motivos pelos quais fazemos sexo 13. B
aborda as principais vantagens e desvantagens evoluti- A reprodução assexuada não garante a variabili-
vas dos modos de reprodução. Disponível em: dade genética, por isso, as indústrias e os pro-
<www.bbc.com/portuguese/vert-earth-37173711>. dutores usam isso para manter as características
econômicas que lhes interessam, como o plantio
Acesso em: out. 2018. de cana-de-açúcar com alta produtividade.
Artigo sobre o uso da estaquia no replantio de es- 14. Em detrimento da fecundação externa, as vanta-
pécies nativas. Disponível em: gens da interna são: a menor perda ou morte dos
<www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/992489/1/ gametas durante o processo e a independência do
v.11n.170001.pdf>. ambiente para que ocorra.
Acesso em: out. 2018.
15. C
A reprodução sexuada tem como principal van-
Exercícios propostos
tagem a recombinação gênica, o que gera varia-
7. B bilidade nos organismos e, consequentemente,
maior chance de eles se adaptarem a novos am-
As alternativas 1 e 3 estão corretas. A afirmativa 2
bientes, mas não significa certeza de adaptação,
está incorreta porque o crossing-over acontece na
em razão da possível presença de genes que
prófase I da meiose. A afirmativa 4 está incorreta
originam características não vantajosas para de-
porque pode haver fecundação externa.
terminados locais. A alternativa B está incorreta
8. B porque o número de prole pode variar muito. A
alternativa D está incorreta porque depende do
Bactérias dessa espécie são capazes de produzir
quão adaptado está o organismo a determinados
esporos quando o ambiente está desfavorável.
ambientes.
Assim, elas se tornam altamente resistentes,
pois, em razão dessa característica, quando o 16. E
ambiente volta a ser favorável, elas voltam a se
A enxertia é uma técnica de reprodução asse-
reproduzir normalmente.
xuada que leva apenas a alterações fenotípicas
da planta enxertada quando esta adquire a seiva
9. D
proveniente do porta-enxerto. Portanto, os frutos
Como se trata de uma espécie animal, o ciclo produzidos por essa técnica serão de pepinos

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reprodutivo é diplonte. Dessa forma, o organismo cujas sementes darão origem a exemplares de
adulto é diploide (2n) e gera gametas haploides (n) Cucumis sativus (pepino).
por meiose. Estes, por sua vez, fecundam e
geram uma célula zigótica diploide (2n) e, por 17. No ciclo haplobionte haplonte, os indivíduos adul-

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sucessões mitóticas, desenvolvem-se em um tos são haploides e ocorre meiose pós-zigótica, en-
organismo adulto também diploide (2n), reini- quanto no ciclo haplobionte diplonte, os organismos
ciando o ciclo. adultos são diploides e ocorre meiose gamética.

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XXI

Estudo para o Enem gera gametas (n) por meiose, e não por mitose,

BIOLOGIA 1B
e o zigoto (2n) sofre mitose, e não meiose. A
18. B
alternativa E está incorreta porque a fecundação
O plantio por estacas é feito ao se plantar partes de dois gametas (n) gera um zigoto (2n) e não
de um vegetal já adulto, como caule, raiz ou fo- um zigoto (n).
lhas, para gerar novos indivíduos. Esse processo
pode ser considerado um tipo de clonagem, já Competência: Entender métodos e procedimen-
que os novos indivíduos formados têm o mes-

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tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
mo material genético do vegetal que teve suas diferentes contextos.
estacas retiradas.
Habilidade: Relacionar informações apresenta-
Competência: Associar intervenções que resul-
das em diferentes formas de linguagem e repre-
tam em degradação ou conservação ambiental a
sentação usadas nas ciências físicas, químicas
processos produtivos e sociais e a instrumentos
ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
ou ações científico-tecnológicos.
tabelas, relações matemáticas ou linguagem
Habilidade: Reconhecer benefícios, limitações e simbólica.
aspectos éticos da biotecnologia, considerando
20. C
estruturas e processos biológicos envolvidos em
produtos biotecnológicos. O ciclo de vida do Aedes aegypti é haplobionte
diplonte, com meiose gamética.
19. C
A alternativa C é a única em que o organismo Competência: Entender métodos e procedimen-
adulto é (2n), gera gametas (n) por meiose e so- tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
fre fecundação de dois gametas (n), originando diferentes contextos.
um zigoto diploide (2n), o qual sofre sucessivas
mitoses e dá origem a um indivíduo adulto (2n). A Habilidade: Relacionar informações apresenta-
alternativa A está incorreta porque o ser humano das em diferentes formas de linguagem e repre-
não gera esporos. A alternativa B está incorreta sentação usadas nas ciências físicas, químicas
porque os gametas (n), quando fecundados, não ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
originam zigoto (n), mas sim um zigoto (2n). A tabelas, relações matemáticas ou linguagem
alternativa D está incorreta porque o ser humano simbólica.

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XXII

26 CICLO DIPLOBIONTE E OUTROS PADRÕES REPRODUTIVOS


BIOLOGIA 1B

Comentários sobre o módulo formação de gêmeos monozigóticos ou idênticos


O ciclo diplobionte é o principal tema deste módulo em nossa espécie.
e conclui o estudo dos ciclos de vida iniciado no módulo
anterior. É comum que haja confusão entre os termos 11. A
diplonte e diplobionte, por isso recomenda-se que eles A alternativa B está incorreta, porque os gametas
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sejam frisados e diferenciados sempre que possível. são haploides. A alternativa C está incorreta, pois os
Embora seja mais comum em algas pluricelulares e esporos são haploides. A alternativa D está incorre-
nos vegetais, o ciclo diplobionte também ocorre em ta, porque o gametófito produz gametas haploides.
alguns fungos e em alguns animais, a exemplo dos
poríferos e cnidários. Esse é um importante recurso 12. A
para a variabilidade genética. Complementando as re- A fecundação cruzada envolve cruzamento gênico
produções com base na divisão mitótica apresentadas que resulta em crossing-over de materiais genéti-
no módulo anterior, neste as diferentes estratégias cos diferentes para gerar um novo indivíduo. Esse
reprodutivas são abordadas e explicadas, tendo como processo aumenta a chance de ocorrerem combi-
foco as adaptações evolutivas que possibilitaram a nações gênicas que resultem em adaptações que
manutenção das diferentes espécies de seres vivos. favoreçam a sobrevivência da população.

13. D
Para ir além
Semelhante ao comportamento sexual observado 08 + 04 = 12
nas lagartas Aspidoscelis, as lagartas brasileiras dos
gêneros Leposoma e Cnemidophorus, que habitam a A afirmativa 01 está incorreta, porque os zangões
Caatinga, também realizam a partenogênese, sem de- são haploides. A afirmativa 02 está incorreta, pois
pender de lagartos machos. Sobre esse tema, acesse quem se alimenta da geleia real é a abelha-rainha
o material a seguir. Disponível em: enquanto larva.
<http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/07/16/a-flexibilidade- 14. E
sexual-das-femeas/>.
A forma infectante são as cercárias, que saem do
Acesso em: nov. 2018. caracol e entram na pele humana. Elas são forma-
das por meio da pedogênese. A afirmativa A está
O texto da BBC Brasil presente no link a seguir incorreta, porque as cercárias se reproduzem de
aborda as falhas da reprodução assexuada, pois os forma assexuada. A afirmativa B está incorreta,
indivíduos, ao se reproduzirem dessa forma, podem pois as cercárias são larvas produzidas por pe-
desaparecer porque seu genoma acumulará mutações dogênese. A afirmativa C está incorreta, porque
mortais ao longo do tempo. Disponível em:
o platelminto em questão se reproduz de forma
<https://www.bbc.com/portuguese/internacional-43062040>. sexuada. A afirmativa D está incorreta, pois não
Acesso em: nov. 2018. há alternância de gerações: ocorre reprodução
sexuada; a fêmea produz ovos que eclodem e
Exercícios propostos se transformam em miracídios. Eles penetram
no caramujo e se transformam em cercárias, que
7. C
são as formas infectantes.
O ciclo diplobionte também pode ser designado
como metagênico, ou seja, com alternância de 15. O ciclo em questão é o diplobionte com alternân-
gerações quanto à haploidia. cia de gerações metagênese. Plantas e algas são
capazes de realizá-lo. I, II e V são haploides, e III e
8. A IV são diploides.
A meiose produzirá gametas nos animais e espo-
ros nas plantas, ambos haploides. 16. D
Os ciclos são haplobionte haplonte, haplodiplo-

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9. B bionte e haplobionte diplonte, respectivamente.
O processo em questão é denominado neotenia.
17.
10. O processo em questão é denominado poliembrio- I. Efírias

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nia, no qual indivíduos adultos copulam e geram
II. Medusa
um embrião que vai originar novos embriões com
base em suas células. Pode ser exemplificado pela III. Larva plânula

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XXIII

IV. Pólipo Competência: Entender métodos e procedimen-

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V. Estróbilo tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
diferentes contextos.
Estudo para o Enem
Habilidade: Relacionar informações apresenta-
18. B das em diferentes formas de linguagem e repre-
A alternativa C está incorreta, porque esporófito sentação usadas nas ciências físicas, químicas

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sofre meiose, produzindo esporos haploides. A ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
alternativa D está incorreta, pois o ciclo de vida tabelas, relações matemáticas ou linguagem
é diplobionte. A estrutura referida na alternativa simbólica.
E é o gametófito, uma estrutura haploide.
20. C
Competência: Entender métodos e procedimen- Gêmeos monozigóticos são originados de um
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
óvulo que se divide posteriormente em dois.
diferentes contextos.
Competência: Entender métodos e procedimen-
Habilidade: Relacionar informações apresentadas
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
em diferentes formas de linguagem e representa-
ção usadas nas ciências físicas, químicas ou bio- diferentes contextos.
lógicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas,
relações matemáticas ou linguagem simbólica. Habilidade: Relacionar informações apresen-
tadas em diferentes formas de linguagem e
19. C representação usadas nas ciências físicas, quí-
A afirmativa II está incorreta, porque popula- micas ou biológicas, como texto discursivo,
ção que faz partenogênese continua realizando gráficos, tabelas, relações matemáticas ou lingua-
esse processo. gem simbólica.

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XXIV

27 FUNDAMENTOS DA GENÉTICA
BIOLOGIA 1B

Comentários sobre o módulo 11. E


Os estudos sobre o DNA e suas características Alelos são cópias variáveis de um mesmo gene. A
geram muitas elucidações às pesquisas na área da alternativa A está incorreta, porque os alelos são
Genética. Por essa razão, este módulo faz uma revi- a variação de determinado gene. A alternativa C
são dos principais conceitos relacionados ao DNA. Os está incorreta, pois se encontram nos mesmos
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conceitos fundamentais de Genética também foram loci quando procurados no cromossomo homó-
abordados, como genoma, gene, alelos, cromosso- logo. A alternativa D está incorreta, porque os
mos homólogos, locus, loci e formas de fecundação alelos são cópias mutadas dos genes.
dos organismos. Todo esse conteúdo será de suma
importância para os alunos compreenderem os assun- 12. B
tos trabalhados nos próximos módulos. Um gene é a região codificante do DNA, capaz de
produzir proteínas. A alternativa A está incorreta,
Para ir além porque um gene é uma parte do DNA. A alternativa
Artigo sobre a produção de cafés sem cafeína por C está incorreta, pois genes são regiões codifican-
meio de mutações realizadas propositalmente no ge- tes do DNA. A alternativa D está incorreta, porque
noma da planta. Esse é um excelente exemplo de en- o gene pode ter variações denominadas alelos, que
genharia genética no Brasil. Disponível em:
se encontram nos mesmos loci em cromossomos
<https://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/brasil- homólogos. A alternativa E está incorreta, pois
desenvolve-metodo-de-producao-para-pes-de-cafe- não está relacionado a estruturação da molécula
desprovidos-de-cafeina-2983882>. de DNA, mas à produção de proteínas.
Acesso em: nov. 2018.
13. C
Texto sobre o Projeto Genoma Humano, contendo
A alternativa A está incorreta, porque a variabili-
seus principais objetivos e possíveis resultados com
dade genética é promovida pela fecundação cru-
base no sequenciamento completo do material gené-
zada. A alternativa B está incorreta, pois a maioria
tico de nossa espécie. Disponível em:
das plantas é capaz de realizar essa forma de
<http://www.genoma.ib.usp.br/sites/default/files/projeto-
fecundação. A alternativa D está incorreta, porque
genoma-humano.pdf>.
se refere à fecundação cruzada.
Acesso em: nov. 2018.
14. Sim, porque estão vinculados ao mesmo locus gê-
Exercícios propostos nico, no mesmo par de cromossomos homólogos.
7. C
15. O DNA é mutável, originando diversidade na se-
As alternativas A, B, D e E estão incorretas, quência; é capaz de replicar-se e produzir novas
porque não são características relevantes para cópias; é traduzido em forma e função e origina
o estudo genético. Entretanto, replicação, ser proteínas; tem grande diversidade em sua estru-
traduzido e suscetibilidade à mutação são ca- tura, pelo fato de os nucleotídeos estarem rear-
racterísticas importantes para compreender as ranjados de forma bastante variada, produzindo
variações genéticas entre indivíduos e espécies. genes de tamanhos variáveis, o que consequen-
temente produz diversas proteínas diferentes.
8. D
Ervilhas amarelas apresentam duas cópias do 16. C
alelo A1, o que gera tal característica nelas. A sequência correta é I.-B, II.-C e III.-A. O genó-
tipo (I) é o conjunto total de genes de um orga-
9. A nismo, enquanto o fenótipo (II) são as caracterís-
A alternativa B está incorreta, porque ocorre no ticas geradas pelos genes que sofrem influência
mesmo gene e em cromossomos homólogos. A ambiental. Por fim, o gene é o segmento de DNA
alternativa C está incorreta, pois acontece em capaz de codificar proteínas.

Material exclusivo para professores


cromossomos homólogos. As alternativas D e E
estão incorretas, porque ocorre no mesmo gene, 17. E
não no genoma completo. Além disso, acontece A identidade de um tecido depende de mecanis-
em cromossomos homólogos. mos intrínsecos coordenados por genes, os quais

conveniados ao Sistema de Ensino


codificam proteínas específicas que caracterizam
10. O genoma é o conjunto de todos os genes de um tipo celular. Existem características únicas
uma espécie. com funções distintas, que resultam em células

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XXV

com função e característica muscular, por exem- Competência: Entender métodos e procedimen-
plo, e outras com função e característica nervosa.

BIOLOGIA 1B
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
diferentes contextos.
Estudo para o Enem
Habilidade: Relacionar informações apresentadas
18. C
em diferentes formas de linguagem e representa-
A alternativa A está incorreta, porque apenas 2% ção usadas nas ciências físicas, químicas ou bio-

Material do Professor
do genoma produzem proteínas. A alternativa B lógicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas,
está incorreta, pois, para produzir proteínas, é
relações matemáticas ou linguagem simbólica.
necessário ter um gene como referência. A al-
ternativa D está incorreta, porque o tamanho do
20. A
genoma não está relacionado à complexidade do
organismo. A alternativa E está incorreta, pois to- O genoma é a constituição de todo o DNA presen-
dos os organismos da tabela apresentam genoma te em um organismo. A alternativa B está incor-
com milhares de pares de bases. reta, porque o genoma é constituído por regiões
codificantes e não codificantes. A alternativa C
Competência: Entender métodos e procedimen- está incorreta, pois íntrons constituem um RNA,
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em e o genoma é todo o DNA do organismo. A al-
diferentes contextos. ternativa D está incorreta, porque os cromosso-
mos sexuais formam apenas parte do genoma de
Habilidade: Relacionar informações apresentadas
um organismo.
em diferentes formas de linguagem e representa-
ção usadas nas ciências físicas, químicas ou bio-
lógicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, Competência: Entender métodos e procedimen-
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
relações matemáticas ou linguagem simbólica.
diferentes contextos.
19. C
A exposição a raios X pode causar mutações celula- Habilidade: Relacionar informações apresenta-
res. Caso essas mutações ocorram em um gameta das em diferentes formas de linguagem e repre-
e este seja fecundado, as características mutan- sentação usadas nas ciências físicas, químicas
tes serão passadas aos descendentes. No caso da ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
questão, a filha da funcionária nasceu da fecunda- tabelas, relações matemáticas ou linguagem
ção de um ovócito que havia sofrido mutação. simbólica.

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XXVI

28 GENÓTIPO, FENÓTIPO E LINHAGENS


BIOLOGIA 1B

Comentários sobre o módulo informação de que a cor da pele é definida por di-
Foram abordados os conceitos de genótipo, fenóti- versos genes.
po e linhagem de forma bastante detalhada, incluindo
alguns exemplos de fenocópia. Tanto nas leituras com- 11. A
plementares quanto em parte dos exercícios, foram A alternativa B está incorreta porque ambos os
Material do Professor

abordadas pesquisas científicas recentes relacionadas genótipos são homozigotos recessivos. A alter-
ao conteúdo para que o aluno compreenda a importân- nativa C está incorreta porque o genótipo é he-
cia dos conceitos estudados neste módulo, além de terozigoto apenas para o sistema ABO (ab), pelo
serem estimulados diretamente a se interessar pelas fato de o Rh ser negativo e obrigatoriamente ter
mais diversas pesquisas relacionadas ao tema central. genótipo rr. A alternativa D está incorreta porque
o Rh é positivo, isto é, pode ter genótipo RR ou
Para ir além Rr. A alternativa E está incorreta porque, para ter
Texto da Revista Fapesp sobre a história de diversifi- sangue tipo O, o genótipo obrigatoriamente preci-
cação da linhagem dos quelônios tracajás, espécie que sa ser ii (homozigoto recessivo); além disso, para
vive na Amazônia, com base em estudos filogenéticos ser Rh positivo, o genótipo pode ser RR ou Rr.
comparativos. Disponível em:
12. A
<http://agencia.fapesp.br/historia-de-diversificacao-da-
As alternativas B e C estão incorretas porque
linhagem-dos-tracajas-e-desvendada/28137/>.
as vagens infladas da geração produzida podem
Acesso em: nov. 2018. ser homozigotas ou heterozigotas. A alternativa
D está incorreta porque a geração apresenta o
Artigo do Instituto de Ciências Biológicas que de- fenótipo oposto, indicando que vagens achatadas
monstra as variações genéticas e sua influência na são um fenótipo recessivo e, portanto, expresso
eficácia de determinados fármacos. Esse texto possi- por um gene recessivo.
bilita abordar a importância de conhecer a frequência
dos genótipos e fenótipos presentes nas populações. 13. B
Disponível em: A alternativa A está incorreta porque, como o ma-
<https://ufmg.br/comunicacao/noticias/variacoes-geneticas- cho é albino (aa) e a fêmea 1 é normal, com 100%
interferem-na-eficacia-de-medicamentos>. da prole normal, significa que ela tem genótipo
Acesso em: nov. 2018. AA. Portanto, os filhotes terão genótipo Aa, sen-
do heterozigotos. A alternativa C está incorreta
porque o macho albino tem genótipo aa, e metade
Exercícios propostos dos filhotes nasceu com a mesma característica.
Portanto, a fêmea 2 tem genótipo heterozigoto. A
7. D alternativa D está incorreta porque, para ser albi-
Linhagem híbrida é sempre heterozigota, enquan- no, obrigatoriamente o genótipo precisa ser aa.
to linhagem pura é sempre homozigota. Tanto
a linhagem híbrida quanto a linhagem pura têm 14. a) Simas representa uma linhagem híbrida, por ser
alelos relativos a um mesmo gene em um mes- filho de uma bruxa e de um trouxa. Draco represen-
mo locus. ta uma linhagem pura, pelo fato de todos os seus
parentes serem bruxos.
8. D
Há três classes fenotípicas (preta, chocolate b) Harry é tão bruxo quanto todos os outros cita-
e amarela) e nove classes genotípicas (BBEE, dos, porque, embora sua mãe seja filha de trou-
BbEE, BBEe, BbEe, bbEE, bbEe, BBee, Bbee, xas (tem genótipo heterozigoto), ele tem o alelo
bbee). responsável pela característica.

9. B 15. E

Material exclusivo para professores


As plantas originadas do cruzamento são uma Como pais normais podem ter filhos com a doença,
linhagem híbrida, e as plantas que foram cruzadas trata-se de um alelo recessivo e, para a doença ser ex-
representam uma linhagem pura. pressa, é necessário que ele esteja em homozigose.

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10. A afirmativa está correta porque o ambiente pode 16. C
infl uenciar a expressão do genótipo e alterar o A alternativa A está incorreta porque toda a
fenótipo. Além disso, o próprio enunciado traz a prole tem pelagem negra, por ser dominante em

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XXVII

relação à pelagem branca. A alternativa B está tem genótipo heterozigoto.


incorreta porque os indivíduos negros represen-

BIOLOGIA 1B
tam linhagem pura. A alternativa D está incorreta Competência: Entender métodos e procedimen-
porque a prole representa linhagem híbrida. tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
diferentes contextos.
17. O número de classes genotípicas é três, sendo elas
PP, Pp e pp. O número de classes fenotípicas é Habilidade: Relacionar informações apresenta-
três, sendo elas plumagem preta, plumagem azul das em diferentes formas de linguagem e repre-

Material do Professor
e plumagem branca. sentação usadas nas ciências físicas, químicas
ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
Estudo para o Enem tabelas, relações matemáticas ou linguagem
simbólica.
18. B
Os genótipos são os mesmos, mas o fenótipo alte- 20. A
rou entre eles em virtude dos fatores ambientais. A alternativa B está incorreta porque o gene
pode estar em homozigose ou heterozigose, por
Competência: Entender métodos e procedimen- apresentar supostamente herança dominante.
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em A alternativa C está incorreta porque a doença
diferentes contextos. está relacionada apenas à variante ApoE-4. A al-
ternativa D está incorreta porque supostamente
Habilidade: Relacionar informações apresenta- se trata de uma herança dominante: genótipos
das em diferentes formas de linguagem e repre- homozigotos ou heterozigotos podem apresentar
sentação usadas nas ciências físicas, químicas a doença. A alternativa E está incorreta porque
ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, apenas uma parte (metade) dos indivíduos apre-
tabelas, relações matemáticas ou linguagem sentará a doença.
simbólica.
Competência: Entender métodos e procedimen-
19. C tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
A alternativa A está incorreta porque o lado pa- diferentes contextos.
terno de Marina representa uma geração pura.
A alternativa B está incorreta porque parte dos Habilidade: Relacionar informações apresentadas
filhos também apresentará a doença. A alterna- em diferentes formas de linguagem e representa-
tiva D está incorreta porque a maioria dos seus ção usadas nas ciências físicas, químicas ou bio-
filhos terá a doença. A alternativa E está incorreta lógicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas,
porque Marina é fruto de um casal em que ambos relações matemáticas ou linguagem simbólica.
os indivíduos são de linhagem pura, portanto, ela

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XXVIII

29 MUTAÇÕES GÊNICAS
BIOLOGIA 1B

Comentários sobre o módulo 11. C


As mutações gênicas e seus principais mecanis- A afirmação III é incorreta porque as mutações
mos, bem como sua importância evolutiva e médi- são alterações no DNA causadas por uma replica-
ca, foram trabalhados neste módulo. É interessan- ção incorreta ou fatores externos, como radiação
te apresentar novas descobertas de mutações aos e exposição a produtos químicos.
Material do Professor

alunos, fazendo-os compreender que as mutações


gênicas não promovem apenas doenças. Além dis- 12. C
so, é válido estimular discussões em sala de aula Por conter uracila, trata-se de um RNAm. Após
sobre os tipos de mutação que os próprios alunos encontrar o códon de iniciação (AUG), basta con-
apresentam. tar quantas trincas (códons) há entre ele e o nu-
cleotídeo mutante, resultando em oito trincas,
Para ir além sem contar a trinca iniciadora.
A descoberta da mutação responsável por uma
13. C
doença rara que promove malformações na laringe e
na mandíbula é apresentada em uma reportagem da As células cerebrais são menos expostas à radiação
Agência Fapesp. Disponível em: por serem mielinizadas. Entretanto, o tempo de ex-
posição à radiação deve ser levado em consideração
<http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/02/12/uma-mutacao-
para se avaliar a possibilidade de uma mutação,
varios-defeitos/>.
pois, se a região ficar exposta por um longo período,
Acesso em: nov. 2018. podem ocorrer alterações genéticas.

14. Podem-se citar qualquer uma dessas doenças: ane-


O texto “A genética por trás dos X-Men” estabelece
mia falciforme, doença da hemoglobina H (HbH),
uma relação entre as mutações gênicas e suas conse-
hidroplasia fetal (Hb Barts), beta talassemia tipo 0
quências por meio de uma analogia aos super-heróis e beta talassemia.
dos X-Men. Disponível em:
<http://profissaobiotec.com.br/genetica-por-tras-dos-x-men/>. 15. E
Acesso em: nov. 2018. O códon codificava originalmente uma histidina. Com
a mutação, esse códon passa codificar uma leucina.
Exercícios propostos Dessa maneira, o número original de aminoácidos na
7. A cadeia peptídica e o número de códons no RNAm se
mantêm. Não se trata de uma mutação silenciosa.
Mutações originadas no gene que determina a
pigmentação dos olhos promoveram a não pro- 16. B
dução do pigmento, originando a coloração azul.
Alterações de um único nucleotídeo (mutações
8. B pontuais) podem alterar a sequência de aminoá-
cidos. É possível que as síndromes genéticas
Mutações silenciosas não alteram proteínas pelo
aconteçam por meio de mutações pontuais e cro-
fato de o código genético ser degenerado, isto mossômicas. Os genes não necessariamente se
é, haver mais de um códon correspondente ao expressam na pessoa, principalmente se forem
mesmo aminoácido. genes recessivos.
9. B 17. O termo mutação diz respeito às mudanças no ma-
Mutações geram características variáveis, van- terial genético, o que constitui a principal fonte de
tajosas ou não. variação genética. Por garantir variabilidade gené-
tica, ou seja, garantir que indivíduos apresentem
10. As mutações espontâneas são eventos aleatórios, DNA diferentes, as mutações são consideradas um
portanto, sua ocorrência é uma questão de proba- ponto importante para o processo de evolução dos

Material exclusivo para professores


bilidade. Elas acontecem principalmente durante a seres vivos.
replicação do DNA, podendo haver erro no parea-
mento de bases e adições ou subtrações de pares Estudo para o Enem
de bases, gerando mudança na sequência de DNA

conveniados ao Sistema de Ensino


que está sendo replicada. Exemplos de mutações 18. C
espontâneas são: desaminação, depurinação e oxi- A radiação promoveu mutações no gameta que
dação de bases nitrogenadas. foi fecundado, originando uma criança doente.

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XXIX

Competência: Compreender interações entre nhecimentos científicos, aspectos culturais e


características individuais.

BIOLOGIA 1B
organismos e ambiente, em particular aquelas
relacionadas à saúde humana, relacionando co-
nhecimentos científicos, aspectos culturais e Habilidade: Compreender o papel da evolução
características individuais. na produção de padrões, processos biológicos
ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Habilidade: Reconhecer mecanismos de trans-
20. B

Material do Professor
missão da vida, prevendo ou explicando a mani-
festação de características dos seres vivos. Mutações ocorrem por substituições, inserções
ou deleções de nucleotídeos, e isso pode se dar
19. A por fatores químicos, físicos ou biológicos. Muta-
ções só são herdáveis se os gametas sofrerem
As mutações não são herdáveis. Mutações promo-
mutações.
vem doenças e também características fenotípicas
diversas, não necessariamente desvantajosas. Ser Competência: Compreender interações entre
tolerante à lactose é benéfico, afinal, é possível beber organismos e ambiente, em particular aquelas
leite sem passar mal. A mutação originada no gene relacionadas à saúde humana, relacionando co-
em questão provavelmente foi originada ao acaso, nhecimentos científicos, aspectos culturais e
não é possível afirmar o que a provocou. características individuais.

Competência: Compreender interações entre Habilidade: Compreender o papel da evolução


organismos e ambiente, em particular aquelas na produção de padrões, processos biológicos
relacionadas à saúde humana, relacionando co- ou na organização taxonômica dos seres vivos.

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XXX

30 MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS
BIOLOGIA 1B

Comentários sobre o módulo 11. B


Foram abordadas as principiais formas de mutações Trata-se de uma duplicação do gene “e”.
cromossômicas, tanto estruturais quanto numéricas.
Além disso, foram citadas e explicadas as principais 12. C
síndromes relacionadas a cada um dos processos de
Material do Professor

É o cariótipo de uma pessoa com síndrome de


mutação, bem como sua importância médica, entre Klinefelter , caracterizada pela ocorrência de dois
elas: síndromes de Prader-Willi e de Williams (como cromossomos X e um Y.
exemplos de mutações estruturais) e as síndromes de
Turner, Klinefelter, Down, Triplo X, supermacho, Patau e 13. E
Edwards. Ainda foi apresentado um exemplo de poliploi- A translocação ocorre quando um trecho de um
dia, relacionando-o à evolução das espécies vegetais. cromossomo se une a outro cromossomo.

Para ir além 14. O tipo de mutação em questão refere-se a uma


No artigo “Poliploidia e seu impacto na origem e inversão cromossômica.
evolução das plantas silvestres e cultivadas”, as muta-
ções nas espécies botânicas são abordadas de forma 15. C
aprofundada. Disponível em: Na síndrome de Edwards, ocorre trissomia do
<https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/CAST/article/
cromossomo 18, podendo ser 47, XX +18 ou 47,
view/904/876>.
XY +18.

Acesso em: nov. 2018. 16. C


A deleção ocorre quando parte do cromossomo é
O link a seguir é de um artigo da Agência Fapesp excluído. A translocação ocorre quando um trecho
sobre variação cromossômica numérica em linhagens de um cromossomo se une a outro cromossomo.
de célula-tronco e seus desafios para o uso em tera- A duplicação ocorre quando parte do cromosso-
pias. Disponível em: mo é duplicado. A síndrome de Turner ocorre com
<http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/08/27/ a ausência de um cromossomo X, sendo, então,
n%C3%BAmero-de-cromossomos-varia-em-linhagens-de- uma mutação numérica.
c%C3%A9lulas-tronco/>.
17. Síndrome de Turner. Essa anomalia tem como ori-
Acesso em: nov. 2018.
gem a perda parcial ou total de um cromossomo X.
Exercícios propostos
7. D Estudo para o Enem
Há trissomia no cromossomo 13 por falta de dis- 18. E
junção na meiose. Trata-se de uma criança com a trissomia do cro-
mossomo 18, ou seja, síndrome de Edwards.
8. C
Trata-se de uma trissomia em cromossomos alos- Competência: Entender métodos e procedimen-
sômicos ou sexuais, que pode ter ocorrido por tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
erro na meiose, originando um gameta com um diferentes contextos.
X a mais.
Habilidade: Relacionar informações apresentadas
9. E em diferentes formas de linguagem e representa-
Os gametas 3, 4 e 5 são portadores de um cro- ção usadas nas ciências físicas, químicas ou bio-
mossomo a mais, sendo n+1. Ao fecundarem óvu- lógicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas,
los normais que contêm n cromossomos, darão relações matemáticas ou linguagem simbólica.
origem a organismos portadores de trissomia.
19. E

Material exclusivo para professores


Esses indivíduos apresentarão 47 cromossomos.
As síndromes mencionadas nessa alternativa são
10. a) Essa mutação é estrutural, porque um pedaço trissomias, portanto, o procedimento pode ser
de um cromossomo se uniu a outro cromossomo. útil para elas. Down tem cariótipo 47, XY+ 21 ou

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b) Essa mutação cromossômica é uma translo- 47, XX +21, sendo uma trissomia. O experimento
cação. A síndrome de Down pode ocorrer dessa não pode ser útil para monossomias, porque há
maneira. ausência de um dos cromossomos e, se desativá-

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XXXI

-lo, podem ocorrer sérios danos ao indivíduo. O B está incorreta porque pode ser passada para as
mesmo motivo se aplica à síndrome de Turner.

BIOLOGIA 1B
próximas gerações. A alternativa C está incorre-
ta porque obesidade pode provocar aumento da
Competência: Entender métodos e procedimen- predisposição para doenças cardiovasculares. A
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em alternativa D está incorreta porque é um tipo de
diferentes contextos. mutação estrutural, sendo, no caso, uma deleção.

Habilidade: Relacionar informações apresenta-

Material do Professor
Competência: Entender métodos e procedimen-
das em diferentes formas de linguagem e repre- tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
sentação usadas nas ciências físicas, químicas diferentes contextos.
ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
tabelas, relações matemáticas ou linguagem Habilidade: Relacionar informações apresenta-
simbólica. das em diferentes formas de linguagem e repre-
sentação usadas nas ciências físicas, químicas
20. E ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
A alternativa A está incorreta porque se refere à tabelas, relações matemáticas ou linguagem
deleção de parte do cromossomo 15. A alternativa simbólica.

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XXXII

31 PRIMEIRA LEI DE MENDEL E NOÇÕES DE PROBABILIDADE


BIOLOGIA 1B

Comentários sobre o módulo 14. A mulher está incorreta, porque a forma grave
A primeira lei de Mendel foi abordada detalhada- da doença é caracterizada pelo genótipo SS. Ela
mente, com enfoque no método científico, apresen- apresenta genótipo AS e seu marido, genótipo AA.
tando-se as dificuldades encontradas por Mendel (com Portanto, as possiblidades de filhos são: 50% nor-
base em suas hipóteses) e destacando-se sua relevân- mais (genótipo AA) e 50% com traço falciforme
Material do Professor

cia para a Genética. Os conceitos cruzamento-teste e (genótipo AS), ou seja, 0% afetados gravemente,
retrocruzamento também foram abordados, bem como por não haver a possiblidade de combinação ge-
sua importância para as pesquisas atuais. Por fim, fo- notípica SS.
ram apresentadas algumas noções de probabilidade
para que o aluno tenha maior facilidade na resolução 15. D
de exercícios que envolvam o conteúdo como um todo. A mãe é canhota, e o pai é destro, filho de mãe
canhota. Portanto, seus genótipos são cc e Cc,
Para ir além respectivamente. Desse cruzamento, 50% dos
No site Ponto Ciência está disponível o jogo Bingo descendentes serão canhotos e 50%, destros
mendeliano, que trabalha diversos conceitos de gené- heterozigotos (Cc.) A mãe tem visão normal, filha
tica. Disponível em: de daltônico, e o pai é daltônico. Os genótipos
<http://pontociencia.org.br/experimentos/visualizar/padrao-de- respectivos serão Dd e dd, o que resultará em
heranca-mendeliana/1190>. 50% dos descendentes daltônicos (dd) e 50%
normais heterozigotos (Dd). A probabilidade de
Acesso em: nov. 2018.
a criança ser uma menina é ½. Portanto, para a
Exercícios propostos criança ser menina e heterozigota para os dois
genes, basta multiplicar: 1/2 3 1/2 3 1/2 5 1/8.
7. D
Sendo os pais Bb, o cruzamento para gerar F2 se dará 16. B
por: Bb 3 Bb, originando 1/4 BB, 2/4 Bb e 1/4 bb.
Os genótipos da mulher para polidactilia e visão
8. E são, respectivamente, Pp e Mm, e os genótipos
Todos os filhos e filhas terão o alelo, uma vez que do homem são, respectivamente, pp e mm. Por-
o paciente terá o genótipo aa, por exemplo, e a tanto, os cruzamentos, tanto para polidactilia
doença é autossômica recessiva. quanto para miopia, resultarão em 1/2 normais
para cada uma dessas anomalias. Portanto, o filho
9. D terá 1/4 ou 25% de probabilidade de ser normal
Um homem heterozigoto terá os alelos A e a, sen- em relação a ambas as características. Basta mul-
do que metade deles produzirá espermatozoides tiplicar os valores: 1/2 3 1/2 5 1/4.
A e metade será a.
17. A probabilidade de uma criança ser obesa é 1/6.
10. Se o ovócito for originado de um indivíduo Aa e o Para isso, ela precisa ter o genótipo aa. Portanto,
espermatozoide for de um indivíduo aa, teremos: obrigatoriamente os pais precisam ser heterozi-
Aa 3 aa 5 1/2 Aa e 1/2 aa. Portanto, 50% serão Aa gotos (Aa), e a probabilidade de eles terem esse
dextrogiros, e 50% serão aa levogiros. genótipo é 2/3 cada um. As possiblidades de filhos
são duas: o filho 1 pode ser afetado e o filho 2 pode
11. A
ser normal, ou o filho 1 pode ser normal e o filho
O item II está incorreto porque o albinismo é uma 2 pode ser afetado. A probabilidade de o filho ser
anomalia autossômica recessiva, ou seja, o genó- normal é ¾, e a probabilidade de o filho ser afetado
tipo do afetado é homozigoto recessivo. O item III é ¼. Assim, a probabilidade para a possibilidade 1 é:
está incorreto porque os filhos do afetado serão
2/3 3 2/3 x 1/4 3 3/4 5 1/12.
albinos apenas se ele se casar com uma albina.

12. B E a probabilidade para a possibilidade inversa é:


O alelo 2 é dominante porque, na presença do

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alelo 1, ele ainda expressa seu fenótipo. 2/3 3 2/3 x 3/4 3 1/4 5 1/12.

13. E Como a probabilidade final pode ser a possibili-


A chance de ser uma menina é de 1/2 e a chan- dade 1 ou a possiblidade 2, somam-se os resul-

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ce de um indivíduo ser afetado é de 1/4. Sendo tados.
assim, para que seja menina e afetada a probabi-
lidade é 1/2 x 1/4 = 1/8, ou seja, 12,5%. 1/12 1 1/12 5 2/12 5 1/6.

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XXXIII

Estudo para o Enem Competência: Entender métodos e procedimen-


tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em

BIOLOGIA 1B
18. C diferentes contextos.
Como a mulher é portadora, significa que ela tem
genótipo Aa, assim como seu marido. Portanto, Habilidade: Relacionar informações apresenta-
o cruzamento será: Aa x Aa e resultará em 1/4 das em diferentes formas de linguagem e repre-
AA, 1/2 Aa e 1/4 aa. Para apresentar a doença, sentação usadas nas ciências físicas, químicas
por ser autossômica recessiva, ela necessita ter ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,

Material do Professor
genótipo aa, sendo, portanto, 25%. tabelas, relações matemáticas ou linguagem
simbólica.
Competência: Entender métodos e procedimen-
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em 20. A
diferentes contextos. Alelo f → fibrose cística; alelo F → pessoa normal.
João é Ff e Sofia é F_. A probabilidade de Sofia ser
Habilidade: Relacionar informações apresenta- heterozigota é 2/3, e a probabilidade de a criança
das em diferentes formas de linguagem e repre- ter a doença é 1/4. Portanto, a probabilidade de o
sentação usadas nas ciências físicas, químicas bebê ter a doença será 1 3 2/3 3 1/4 5 2/12 5 1/6.
ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
tabelas, relações matemáticas ou linguagem Competência: Entender métodos e procedimen-
simbólica. tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
diferentes contextos.
19. C
A probabilidade de o bebê ter a doença é de 50%, Habilidade: Relacionar informações apresentadas
pois a mãe tem genótipo Dd e o pai, dd. Ao rea- em diferentes formas de linguagem e representa-
lizarmos o cruzamento, teremos 50% Dd e 50% ção usadas nas ciências físicas, químicas ou bio-
dd, apresentando, respectivamente, fenótipos lógicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas,
doente e normal para cada genótipo. relações matemáticas ou linguagem simbólica.

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XXXIV

32 HEREDOGRAMAS E GEMELARIDADE
BIOLOGIA 1B

Comentários sobre o módulo 10. A fibrose cística é uma doença autossômica


Foi discutida a importância da compreensão dos recessiva. Portanto, os indivíduos III-2 e III-3 são
heredogramas no entendimento das heranças de de- obrigatoriamente heterozigotos. Assim, o indiví-
terminados fenótipos e doenças genéticas. Além disso, duo IV-2 pode ser AA, Aa ou Aa, sendo em duas
foram apresentadas as formas de identificar as he- dessas três possiblidades portador do alelo reces-
Material do Professor

ranças autossômicas dominantes e as recessivas nas sivo (Aa), que é responsável pela doença. Dessa
genealogias. Ademais, também foram abordados os forma, a probabilidade é 2/3.
processos capazes de produzir gêmeos monozigóticos
e dizigóticos, bem como suas diferenças genotípicas e 11. B
fenotípicas. Por fim, foi citado o conceito de epigenéti- A característica não pula gerações, e a maioria
ca, que se refere às interações gênicas com o ambiente dos indivíduos é afetada. Portanto, trata-se de
que são capazes de alterar o fenótipo do indivíduo sem uma herança dominante.
gerar mutações na molécula de DNA.
12. B
Para ir além Os genótipos são os mesmos, por se tratar de gê-
A reportagem da BBC Brasil aborda a probabi- meos univitelinos ou monozigóticos. Entretanto,
lidade de uma mãe ter gêmeos mais de uma vez. a exposição ao sol é diferente entre eles e faz a
Disponível em: produção da melanina se alterar em quantidade.
<https://www.bbc.com/portuguese/ 13. A
noticias/2013/06/130609_gemeos_chances_pai>.
Porque p (menino) 5 1/2, p (afetado para fibrose
Acesso em: nov. 2018. cística) 5 1/4 e p (afetado fenilcetonúria) 5 1/4.
Basta multiplicar: 1/2 3 1/4 3 1/4 5 1/32. A
O texto trata sobre as vantagens e desvantagens do alternativa B está incorreta porque a filha pode
aconselhamento genético na identificação de doenças ser homozigota dominante ou heterozigota para
genéticas. Disponível em: cada uma das doenças. A alternativa C está in-
<http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/05/ correta porque p (menina)5 1/2, p (afetada para
milhares-de-doencas-podem-ser-identificadas-por- fibrose cística) 5 1/4 e p (afetada fenilcetonú-
exames-de-dna.html>. ria) 5 1/4. Basta multiplicar: 1/2 3 1/4 3 1/4 5
Acesso em: nov. 2018. 5 1/32. A alternativa D está incorreta porque a
mãe precisa ser heterozigota para ambas, já que
Exercícios propostos tem um filho afetado para ambas as doenças.
7. A A alternativa E está incorreta porque a probabi-
lidade de ser duplo dominante (CC e FF) é de
O tipo de herança em questão se refere a indiví- 1/4 3 1/4 5 1/16.
duos heterozigotos, portanto, o símbolo escuro
representa os afetados. 14. Os gêmeos monozigóticos são originados da fe-
cundação de um único óvulo com um espermato-
8. B zoide. Durante o desenvolvimento embrionário, as
O grupo sanguíneo é determinado geneticamen- células se separam, formando dois indivíduos in-
te e não sofre alterações em razão de fatores dependentes e geneticamente iguais que compar-
ambientais. tilham a mesma placenta. Os gêmeos dizigóticos
são originados a partir da ovulação múltipla pela
9. D mãe, de forma que dois ou mais óvulos são pro-
Pela análise do heredograma, conclui-se que o duzidos e fecundados independentemente. Assim,
caráter em questão é condicionado por alelo do- gêmeos dizigóticos são geneticamente diferentes,
minante (observe que, do cruzamento de 12 3 13, podendo ter inclusive sexos diferentes, e originam
ambos afetados, surge uma menina normal; isso placentas independentes.

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significa que os pais possuem o alelo para norma-
lidade, mas o alelo não se manifesta neles porque 15. E
o alelo é recessivo). Então, todos os indivíduos Como Lucas é afetado e tem um irmão gêmeo,
claros (2, 3, 5, 6, 8, 9, 10, 11, 14) têm genótipo com certeza seu irmão deverá ser afetado pela

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aa, e nenhum dos indivíduos com símbolo escuro doença. Além disso, como seus pais são nor-
tem genótipo AA, pois de outra forma não teria mais, significa que eles são heterozigotos (Dd),
havido descendente(s) normal(is). e provavelmente um de seus avós tem a doença.

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XXXV

16. D Fenótipo: São as características internas ou ex-

BIOLOGIA 1B
A epigenética envolve características estáveis de ternas de um ser vivo, que são geneticamente
organismos ao longo de diversas divisões celu- determinadas.
lares que não sofrem alteração na sequência de
DNA e são passadas para os descendentes. Competência: Entender métodos e procedimen-
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
17. A herança é do tipo autossômica recessiva, por- diferentes contextos.

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que os filhos na família Alfa não apresentam essa
característica. A probabilidade de a menina 1 da Habilidade: Relacionar informações apresen-
família Alfa ter um filho de cabelos azuis com o filho tadas em diferentes formas de linguagem e
da família Beta é de 50%, pois obrigatoriamente a represent ação usadas nas ciências físicas,
menina 1 é heterozigota pelo fato de sua mãe apre- químicas ou biológicas, como texto discursi-
sentar característica recessiva, inclusive o menino
vo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou
da família Beta. Assim, o cruzamento é realizado
linguagem simbólica.
da seguinte forma: Aa 3 aa 5 50% Aa e 50% aa.
20. C
Estudo para o Enem
A alternativa A está incorreta porque ambos os
18. D indivíduos compartilham da mesma placenta. A
O heredograma se refere a uma doença autossô- alternativa B está incorreta por serem originados
mica recessiva, por pular gerações e apresentar de uma única fecundação. A alternativa D está
poucos afetados. O casal 7 e 8 são heterozigotos, incorreta porque apresentam o mesmo sexo. A
pelo fato de haver um afetado (indivíduo 11) entre alternativa E está incorreta porque quanto mais
os quatro filhos. Portanto, o indivíduo 10 possui velha for a mãe, maior será a probabilidade de
o genótipo dominante e, para ele ser portador do nascerem gêmeos.
gene recessivo, isto é, ser heterozigoto, a pro-
babilidade é de 2/3. (Aa 3 Aa5 1/4 AA, 2/4 Aa e Competência: Compreender interações entre
1/4 aa. Como sabemos que, das possibilidades, organismos e ambiente, em particular aquelas
ele já tem o A, então ele pode ser: AA, Aa ou relacionadas à saúde humana, relacionando co-
Aa, sendo das 3 possibilidades, 2 para carregar o nhecimentos científicos, aspectos culturais e
alelo recessivo. Assim, a resposta é 2/3 ou 67%.) características individuais.

Competência: Entender métodos e procedimen- Habilidade: Reconhecer mecanismos de trans-


tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em missão da vida, prevendo ou explicando a mani-
diferentes contextos.
festação de características dos seres vivo.
Habilidade: Relacionar informações apresentadas
em diferentes formas de linguagem e representa- Exercícios interdisciplinares
ção usadas nas ciências físicas, químicas ou bio-
21. a) A herança é provavelmente do tipo autossômica
lógicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas,
recessiva.
relações matemáticas ou linguagem simbólica.

19. B b) Seja P 5 Probabilidade, temos: Ptotal 5 Ppai


(Aa) “e” Pmãe (Aa) “e” Pfilho (aa) 5 2/3 3 2/3 3
Heredograma: É a montagem de um grupo fami-
1/4 5 1/9.
liar com o uso de símbolos, também conhecido
como genealogia, mapa familiar ou pedigree.
c) A afirmação tem fundamento, pois o casamen-
Gene: Cada segmento de DNA capaz de trans- to consanguíneo favorece o encontro de alelos
crever sua mensagem em uma molécula de RNA. deletérios, visto que pessoas que apresentam
relação de parentesco comum têm maior seme-
Genótipo: É a constituição genética de um lhança genética, fato que favorece a união de
organismo, ou seja, o conjunto de alelos que ele alelos recessivos em homozigose, relacionados

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herdou dos genitores. às doenças genéticas.

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I

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RESPOSTAS E COMENTÁRIOS

BIOLOGIA 2
TO
HO
KP
OC
/IST
GES
I MA
TY
GET

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II

9 BRIÓFITAS: PLANTAS AVASCULARES


BIOLOGIA 2A

Comentários sobre o módulo (plantas com estruturas reprodutoras evidentes)


Considera-se que uma linhagem ancestral de algas também compreendem as gimnospermas e as
verdes, similar às carófitas atuais, evoluiu e deu origem angiospermas. Gimnospermas e angiospermas
às plantas terrestres. Estas compreendem cerca de 290 não dependem de água para a reprodução em
000 espécies viventes, e seus primeiros representantes razão do surgimento de uma novidade evolutiva:
Material do Professor

começaram a ocupar o ambiente terrestre entre 470 e o tubo polínico (gametófito masculino).
450 milhões de anos atrás. As plantas terrestres tam-
bém são chamadas de embriófitas e têm ciclo de vida 9. A
denominado alternância de gerações (ou metagênese), O gametófito das briófitas, chamado de proto-
processo no qual se alternam duas gerações de organis- nema, é a fase autótrofa e fotossintetizante do
mos multicelulares distintos (gametófito e esporófito). ciclo de vida das briófitas. Estas têm o esporófito
Nas briófitas, a geração mais duradoura ou persistente reduzido, nutricionalmente dependente do game-
é a gametofítica (haploide). É importante diferenciar a tófito. Essa fase do ciclo de vida é diploide. Os
nomenclatura adotada para os gametas nos diferentes gametângios femininos e masculinos de briófitas
grupos de plantas. Em briófitas e pteridófitas, o gameta e pteridófitas são chamados, respectivamente,
feminino é chamado de oosfera e o masculino de ante- de arquegônio e anterídio.
rozoide. O termo óvulo é usado, em botânica, apenas
para os gamentas femininos de gimnospermas e angios- 10. a) O esporófito (diploide) é a fase do ciclo de vida
permas, grupos em que o gameta masculino é o pólen. das briófitas com duração mais curta e que depen-
de do gametófito (haploide) para sua nutrição.
Para ir além b) Dentro de um esporângio, células diploides cha-
Indique aos alunos o artigo publicado no site da madas esporócitos (ou células-mães de esporos)
BBC Brasil sobre a origem dos musgos no noroeste sofrem meiose e geram os esporos haploides.
da América do Norte. Disponível em: O gametângio masculino é chamado de anterídio
e origina os anterozoides (gametas masculinos fla-
<https://www.bbc.com/portuguese/ciencia/2011/
gelados) haploides. A divisão celular que origina os
01/110113_musgo_mv>
anterozoides é a mitose. O gametângio feminino é
Acesso em: out. 2018. chamado de arquegônio e origina a oosfera (gameta
feminino), haploide, por meio da mitose.
Outro artigo referente aos musgos, também publi-
cado no site da BBC Brasil, pode despertar o interesse
11. E
dos alunos. Disponível em:
No ciclo de vida das briófitas, após a fecundação do
<https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/03/140318_
gameta feminino pelo anterozoide (gameta masculi-
musgo_ressurge_pesquisa_fn>
no), forma-se o esporófito, que se desenvolve sobre
Acesso em: out. 2018. o gametófito feminino. O esporófito (diploide) corres-
Exercícios propostos ponde à fase do ciclo de vida das briófitas de curta
duração, que é dependente do gametófito (haploide)
7. B para sua nutrição. O esporófito produz esporos (n) por
Os musgos são briófitas, plantas com ciclo de meiose. A germinação dos esporos produz o protone-
vida haplodiplobionte. A fase haploide (n) é o ga- ma (gametófito), que cresce e origina a planta adulta,
metófito e corresponde ao vegetal verde, dura- autótrofa e fotossintetizante, a qual representa a fase
douro e persistente. O esporófito, fase diploide duradoura do ciclo de vida das briófitas. Completan-
(2n), depende do gametófito para sua nutrição. do o ciclo de vida, o gametófito forma gametas por
Não são conhecidas espécies marinhas de brió- mitose em gametângios microscópicos.
fitas. As briófitas não possuem tecidos especiali-
zados, como vasos condutores (xilema e floema) 12. B
e tecido de preenchimento. Embora existam espécies monoicas, a maioria das
briófitas é dioica, ou seja, há plantas com estrutu-

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8. B ras reprodutoras masculinas (anterídios) e plantas
Briófitas e pteridófitas são plantas dependen- com estruturas reprodutoras femininas (arquegô-
tes da água para a reprodução sexuada, porque nios). As alternativas A, C e D estão corretas. As
produzem gametas biflagelados (anterozoides) briófitas não possuem tecidos vasculares especia-

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que “nadam” até a oosfera. As espermatófitas lizados. O gametófito é chamado de protonema. O
compreendem as plantas com sementes (gim- termo briófitas se refere a um grupo parafilético,
nospermas e angiospermas); as fanerógamas portanto não possui valor taxonômico.

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III

13. E melhas que a algas pardas. Portanto, é esperado


que a característica (via bioquímica relacionada

BIOLOGIA 2A
(I) Incorreta. Muitas briófitas se reproduzem as-
sexuadamente por fragmentação, processo em ao etileno) encontrada nas algas vermelhas e nas
que pedaços de um indivíduo ou de uma colônia plantas terrestres também esteja presente nas
dão origem a novos gametófitos. algas verdes. Ou seja, é esperado que essa ca-
racterística já estivesse presente no ancestral
(II) Incorreta. Na geração esporofítica (2n), ocorre
comum dos três grupos (algas vermelhas, algas
a reprodução assexuada, em que há a produção

Material do Professor
verdes e plantas terrestres).
de esporos (n) por meiose (meiose espórica).
(III) Incorreta. Na geração gametofítica (n), ocorre Competência: Compreender interações entre
a reprodução sexuada, em que há a produção, por organismos e ambiente, em particular aquelas
mitose, dos gametas masculino (anterozoide) e relacionadas à saúde humana, relacionando co-
feminino (oosfera). nhecimentos científicos, aspectos culturais e
características individuais.
14. (I) Correta. Em todos os grupos vegetais, o es-
porófito é diploide (2n), enquanto o gametófito Habilidade: Compreender o papel da evolução
é haploide (n). na produção de padrões, processos biológicos
(II) Correta. Nas briófitas o gametófito (n) é mais ou na organização taxonômica dos seres vivos.
desenvolvido que o esporófito (2n). Nos demais
grupos de plantas, é o inverso, ou seja, o esporó- 19. E
fito é mais desenvolvido que o gametófito. Metagênese (ou alternância de gerações), game-
tas produzidos dentro de estruturas ou órgãos
(III) Correta. Uma das características das briófitas
chamados gametângios e embrião multicelu-
é a falta de tecidos condutores, motivo pelo qual
lar maciço (ou seja, sem cavidade interna) são
essas plantas apresentam tamanho reduzido.
novidades evolutivas compartilhadas por todas
(IV) Incorreta. Em todos os grupos vegetais (brió- as embriófitas (plantas terrestres).
fitas, pteridófitas, gimnospermas e angiosper-
mas), a meiose é espórica. Competência: Compreender interações entre
organismos e ambiente, em particular aquelas
15. C relacionadas à saúde humana, relacionando co-
Os fungos são organismos exclusivamente hetero- nhecimentos científicos, aspectos culturais e
tróficos por absorção e armazenamento de glico- características individuais.
gênio como fonte de reserva. Essas características
Habilidade: Compreender o papel da evolução
(heterotrofia e armazenamento de energia na forma
na produção de padrões, processos biológicos
de glicogênio) fornecem evidência de maior proxi-
ou na organização taxonômica dos seres vivos.
midade filogenética entre os fungos e os animais.
Já as plantas são seres autotróficos fotossintetizan-
20. C
tes, e sua reserva de energia é o amido.
Os musgos são plantas avasculares, isto é, des-
providas de tecidos condutores de seivas. Dessa
16. C
forma, por conta da condução célula a célula,
Briófitas e pteridófitas são chamadas de criptóga- por difusão, há uma restrição no tamanho que
mas. No entanto, enquanto a fase predominante essas plantas podem alcançar, sendo caracteri-
das briófitas é gametofítica, nas pteridófitas e zadas pelo pequeno porte. Alguns musgos têm
demais plantas vasculares, a fase predominante condução de seiva através de células modifica-
é a esporofítica (diploide). Nas briófitas a planta das, mas não apresentam tecidos especializados
adulta é o gametófito (haploide). (xilema e floema) encontrados nos demais grupos
de plantas terrestres.
17. Em todos os grupos, ocorre a alternância de gera-
ções, também chamada de metagênese. Ela con- Competência: Apropriar-se de conhecimentos da
siste em uma fase gametofítica haploide (n) seguida biologia para, em situações-problema, interpre-
por uma fase esporofítica diploide (2n). tar, avaliar ou planejar intervenções científico-

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-tecnológicas. 
Estudo para o Enem
Habilidade: Associar características adaptativas

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18. B dos organismos com seu modo de vida ou com
O cladograma mostra que as algas verdes são seus limites de distribuição em diferentes ambien-
mais aparentadas a plantas terrestres e algas ver- tes, em especial em ambientes brasileiros.

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IV

10 PTERIDÓFITAS: PLANTAS VASCULARES


BIOLOGIA 2A

Comentários sobre o módulo briões multicelulares de plantas não têm cavidades


Nas traqueófitas, surgiram os esporófilos, folhas internas. As plantas do reino Plantae (briófitas, pte-
modificadas que portam os esporângios – estruturas ridófitas, gimnospermas e angiospermas) que se
produtoras de esporos. Nas samambaias, os conjuntos reproduzem sexuadamente apresentam alternância
de esporângios estão contidos em estruturas chama- de ploidia, com uma geração haploide (n), repre-
Material do Professor

das soros. A maioria das pteridófitas são isosporadas, sentada pelo gametófito, seguida por uma geração
ou seja, produzem esporos de um único tipo. Porém, diploide (2n), representada pelo esporófito.
em algumas pteridófitas (espécies dos gêneros Selagi-
nella e Isoetes) e em todas as plantas com sementes, 10. a) O esporófito (diploide) é a fase mais duradoura
dois tipos de esporos são produzidos, sendo denomi- do ciclo de vida das pteridófifas e representa a
nadas plantas heterosporadas. planta adulta. Diferentemente das briófitas, nas
Assim como nas briófitas, o anterídio (gametân- pteridófitas (também nas gimnospermas e an-
gio masculino) e o arquegônio (gametângio feminino) giospermas), o esporófito é autótrofo e fotos-
produzem, por mitose, os gametas masculinos (an- sintetizante.
terozoides) e femininos (oosfera), respectivamente.
No interior dos esporângios, os esporócitos sofrem b) Dentro de um esporângio, células diploides cha-
meiose e originam os esporos (haploides). madas esporócitos (ou células-mães de esporos)
sofrem meiose e geram os esporos haploides. Nas
Para ir além pteridófitas, conjuntos de esporângios estão reuni-
O artigo do link a seguir apresenta e compara a dos dentro de estruturas chamadas soros.
composição florística de pteridófitas em três ambientes
da bacia dos rios Guamá, Belém e Pará. Além disso, Assim como nas briófitas, o gametângio masculi-
propõe estratégias de conservação para as espécies no é chamado de anterídio e origina os anterozoi-
consideradas vulneráveis. Disponível em: des (gametas masculinos flagelados) haploides.
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ A divisão celular que origina os anterozoides é a
arttext&pid=S0044-59672004000100005> mitose. Já o gametângio feminino é chamado de
Acesso em: out. 2018. arquegônio e origina a oosfera (gameta feminino),
haploide, por meio da mitose.
No texto presente no link abaixo, discorre-se até
que ponto samambaias e licófitas podem ser afetadas 11. B
pelas mudanças climáticas. Disponível em: No ciclo de vida das pteridófitas, após a fecunda-
<http://revistas.jardimbotanico.ibict.br/index.php/heringeriana/ ção do gameta feminino, forma-se o esporófito,
article/view/15/20> correspondente ao vegetal dominante (diploide),
Acesso em: out. 2018. autótrofo, que produz esporos (n) por meiose. A
Exercícios propostos germinação dos esporos produz o protalo (game-
tófito), planta transitória, haploide e autótrofa,
7. E que forma gametas por mitose em gametângios
Os rizoides são encontrados apenas em briófitas, microscópicos.
plantas que não têm raízes verdadeiras. Samam-
baias apresentam caule do tipo rizoma, raiz ad- 12. D
ventícia e folhas chamadas frondes (folhas largas (I) Correta. O grupo mais antigo de plantas é o
divididas em pinas). Pteridófitas, gimnospermas grupo das briófitas, no qual o gametófito haploide
e angiospermas têm raízes verdadeiras. é a fase desenvolvida e duradoura, enquanto o
esporófito é a fase menos duradoura.
8. C
(II) Correta. Samambaias (pteridófitas), pinheiros
São reconhecidos dois filos de pteridófitas: as pteró-
(gimnospermas) e plantas com flores (angiosper-
fitas (samambaias, cavalinhas e avencas) e as licófi-
mas) são traqueófitas e apresentam esporófito
tas (licopódios e selaginelas). Em muitos licopódios
diploide duradouro, além de possuírem raízes,

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e em espécies do gênero Selaginella, os esporófilos
caules e folhas verdadeiras.
estão agrupados e formam estruturas chamadas es-
tróbilos (nos quais os esporos são produzidos). (III) Incorreta. O grupo que apresenta raízes, cau-
les e folhas não verdadeiras são as briófitas. Os

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9. B grupos que apresentam gametófito e esporófi-
Nas pteridófitas, o esporófito (diploide) representa to com igual duração são as algas (organismos
o vegetal desenvolvido, verde e perene. Os em- protistas).

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V

13. 01 + 02 + 04 + 08 + 16 = 31 São características ou estruturas que podem ser

BIOLOGIA 2A
encontradas nas pteridófitas: protalo (gametó-
14. B fito das pteridófitas); soros, indúsio e báculo
Entre as opções apresentadas, pode-se identificar (pteridófitas); anterídio (briófitas e pteridófitas);
que as principais diferenças entre as criptógamas heterosporia (pteridófitas heterosporadas como
e as fanerógamas são a produção de grão de espécies de Selaginella e Isoetes; gimnospermas
pólen e de tubo polínico nas fanerógamas. As e angiospermas). Rizoides (briófitas), protonema

Material do Professor
plantas criptógamas (briófitas e pteridófitas) não (gametófito das briófitas) e sementes (gimnos-
produzem sementes. permas e angiospermas) não são características
ou estruturas observadas em pteridófitas.
15. B
As briófitas são plantas avasculares, de pequeno Competência: Apropriar-se de conhecimentos da
porte, que dependem da água para a reprodução biologia para, em situações problema, interpre-
sexuada. As angiospermas são plantas vascu- tar, avaliar ou planejar intervenções científico-
lares, que têm sementes abrigadas no interior -tecnológicas. 
de frutos e estruturas relacionadas à reprodu-
ção sexuada, que estão nas flores, tais como o Habilidade: Associar características adaptativas
androceu e o gineceu. Pteridófitas são plantas dos organismos com seu modo de vida ou com
vasculares (cuja fecundação depende da água) seus limites de distribuição em diferentes am-
e não formam sementes, flores ou frutos. Já as bientes, em especial em ambientes brasileiros.
gimnospermas são plantas vasculares, as quais
19. A
têm sementes, mas não formam frutos.
Na evolução das plantas terrestres, primeiro sur-
16. B giu o sistema vascular em pteridófitas. Poste-
A germinação dos esporos (n) – que precede a riormente, apareceu a semente nas gimnosper-
formação do gametófito (chamado de protalo) – mas. Por fim, ocorreu o surgimento da flor nas
ocorre por divisões mitóticas sucessivas. A plan- angiospermas.
ta em questão é uma samambaia (pteridófita) e
portanto, tem sistema vascular (xilema e floema). Competência: Compreender interações entre
O esporófito (diploide) é a fase dominante. Os es- organismos e ambiente, em particular aquelas
poros são formados por meiose, divisão celular em relacionadas à saúde humana, relacionando co-
nhecimentos científicos, aspectos culturais e ca-
que há a separação dos cromossomos homólogos.
racterísticas individuais.
17.
Habilidade: Compreender o papel da evolução
Número Processo biológico na produção de padrões, processos biológicos
ou na organização taxonômica dos seres vivos.
I Mitoses
20. 02 + 08 = 10
II Meiose espórica
(01) Incorreta. O ciclo de vida representado ocorre
III Mitoses em todas as plantas.
(04) Incorreta. Em I, II, II e IV ocorre mitose. A
IV Mitoses meiose ocorre em II.
V Fecundação (16) Incorreta. A fase A representa o esporófito,
presente em todas as plantas.
O zigoto passa por sucessivas mitoses (I) e ori- (32) Incorreta. No ciclo representado, a mitose
gina o esporófito. Por meio da meiose (II), os ocorre em I, III e IV.
esporos são produzidos (meiose espórica). Os
esporos, por meio de mitoses sucessivas (III), Competência: Compreender interações entre
originam a geração gametofítica. No gametófito, organismos e ambiente, em particular aquelas

Material exclusivo para professores


os gametas são formados por mitoses (IV). O ga- relacionadas à saúde humana, relacionando co-
meta masculino, ao fecundar o gameta feminino nhecimentos científicos, aspectos culturais e
(V), origina um novo zigoto. características individuais.

conveniados ao Sistema de Ensino


Habilidade: Compreender o papel da evolução
Estudo para o Enem
na produção de padrões, processos biológicos
18. B ou na organização taxonômica dos seres vivos.

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VI

11 GIMNOSPERMAS: PLANTAS COM SEMENTES


BIOLOGIA 2A

Comentários sobre o módulo A novidade evolutiva compartilhada por gimnos-


As gimnospermas são traqueófitas, fanerógamas e permas e angiospermas (caráter I) é a semente.
espermatófitas. Compreendem as plantas com as cha- A característica II, que é uma novidade evolutiva
madas sementes nuas. Não formam flores nem frutos. exclusiva das angiospermas, é a flor, mas tam-
São plantas predominantemente de regiões tempera- bém poderia ser o fruto.
Material do Professor

das, onde o clima, em geral, é mais frio. Esse grupo


está entre as primeiras plantas a apresentar sementes 9. 32
e grãos de pólen (com tubos polínicos), novidades evo- (01) Incorreta. O ciclo de vida esquematizado re-
lutivas que possibilitaram a colonização de ambientes presenta o ciclo de todas as plantas terrestres
mais secos, tornando as gimnospermas o grupo de (embriófitas).
plantas dominante no ambiente terrestre durante a Era
Mesozoica (250-65 milhões de anos atrás). Por esse (02) Incorreta. Em plantas avasculares (briófitas) e
motivo, o gameta feminino de plantas com sementes em plantas vasculares sem sementes (pteridófitas),
é denominado óvulo e o gamenta masculino pólen. Al- o anterozoide necessita de água para se locomover
gumas espécies de cicas conhecidas como saguzeiros, (“nadar”) em direção à oosfera, a fim de fecundá-la.
especialmente das espécies Metroxylon sagu e Cy-
(04) Incorreta. Em IV ocorre a mitose, originando os
cas revoluta, apresentam amido (fécula) na medula do
gametas. A meiose ocorre em II, gerando os esporos.
tronco, que é utilizado na fabricação do sagu, alimen-
to bastante consumido no Extremo Oriente. Resinas (08) Incorreta. Nas embriófitas, o esporófito é o
de coníferas, conhecidas por âmbar, são importantes organismo diploide (2n), enquanto o gametófito
reservatórios de insetos e de outros animais fossili- é o organismo haploide (n).
zados. Das gnetófitas do gênero Ephedra é extraído
um composto ativo, a efedrina, que é utilizada como (16) Incorreta. A fase “A” representa o esporófi-
descongestionante nasal. to, que é a fase duradoura das angiospermas (e
também das pteridófitas e gimnospermas).
Para ir além
Reportagem da Agência Fapesp sobre pesquisas (64) Incorreta. No ciclo representado, a meiose
multidisciplinares a respeito dos remanescentes da ocorre em II. A mitose ocorre em I, III e IV.
floresta de araucárias ameaçada de extinção no estado
10. a) 01 + 02 + 08 = 11
de São Paulo. Disponível em:
<http://agencia.fapesp.br/pesquisas-com-araucarias-em-sao- b) (04) Incorreta. As pteridófitas não produzem
paulo-sao-reunidas-em-livro/22021/> sementes. São conhecidas como plantas vascu-
lares sem sementes.
Acesso em: out. 2018.
(12) Incorreta. A maioria das pteridófitas, como
Texto da revista Galileu sobre o perigo da extinção de
as samambaias e as avencas, são isosporadas, ou
algumas espécies vegetais típicas da mata de Araucárias
seja, produzem um único tipo de esporo (fenôme-
e a respeito de como isso pode significar perda no car-
no de homosporia). A heterosporia (produção de
dápio de comidas típicas, como o pinhão. Disponível em:
dois tipos de esporo) ocorre em algumas pteridó-
<https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2015/02/pratos-
fitas (como as espécies do gênero Selaginella) e
tipicos-brasileiros-estao-em-risco-de-extincao.html>
nas gimnospermas e angiospermas.
Acesso em: out. 2018.
11. B

Exercícios propostos A polinização na maioria das gimnospermas é ane-


mófila, ou seja, é realizada pelo vento. Nas araucá-
7. B rias, o pólen é transportado dos estróbilos mascu-
Embriófitas são todas as plantas terrestres (pre- linos de uma árvore até os estróbilos femininos de
sença de embrião maciço sem cavidade interna). outra árvore. Contudo, nos pinheiros e na maioria

Material exclusivo para professores


As araucárias (pinheiros-do-paraná) são embrió- das gimnospermas, estróbilos masculinos e femi-
fitas (IV), traqueófitas (têm tecidos condutores ninos são formados na mesma planta (monoicas).
de seiva – xilema e floema) (I) e espermatófitas
12. C
(formam sementes) (III). As briófitas são talófitas

conveniados ao Sistema de Ensino


(I). As antófitas (II) se referem às angiospermas. Gimnospermas (pinheiro e cica) e angiospermas (mi-
lho e margarida) são plantas heterosporadas, esper-
8. B matófitas (formam sementes) e têm grão de pólen.

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VII

13. D Em razão da presença de flores atrativas com néc-

BIOLOGIA 2A
As sementes das gimnospermas, ao germinarem, tar, as angiospermas conseguem atrair animais
originam uma nova planta (sem flores ou frutos), como polinizadores. Além dos insetos, algumas
a qual formará novas sementes. Gimnospermas e aves e mamíferos também atuam nesse processo.
angiospermas são heterosporadas, ou seja, pro-
duzem dois tipos de esporo. Competência: Compreender interações entre
organismos e ambiente, em particular aquelas

Material do Professor
14. Ao longo da evolução das plantas, surgiram algu- relacionadas à saúde humana, relacionando co-
mas adaptações fundamentais aos ambientes ter- nhecimentos científicos, aspectos culturais e
restres. Nas embriófitas, apareceram embriões características individuais.
multicelulares maciços (sem cavidade interna).
Nas traqueófitas, surgiram vasos condutores de Habilidade: Compreender o papel da evolução
seivas (xilema e floema). Nas espermatófitas na produção de padrões, processos biológicos
(gimnospermas e angiospermas), apareceram ou na organização taxonômica dos seres vivos.
sementes e grãos de pólen. Nas angiospermas
(antófitas), surgiram flores e frutos. 19. C
A classificação de Woese (1990) se baseia, fun-
15. A damentalmente, nas relações filogenéticas entre
1 2 3 4 5 ESPÉCIES
os seres vivos, isto é, nas relações de parentesco
evolutivo, e reconhece, para a classificação taxo-
A B nômica dos seres vivos, apenas grupos monofi-
léticos (grupo que inclui o ancestral comum e to-
Com base no parentesco das espécies, o cladogra- dos seus descendentes). Woese e colaboradores
ma da alternativa A é o que representa corretamente demonstraram, em 1990, que os procariontes do
as relações filogenéticas. Na figura, (A) representa reino Monera (classificação de Whittaker, 1970)
o ancestral hipotético da família A que deu origem não formavam um grupo coeso do ponto de vis-
aos gêneros das espécies 1 e 2; (B) representa o ta evolutivo, ou seja, não formavam um grupo
ancestral hipotético da família B que gerou o gênero monofilético.
da espécie 3 e o gênero das espécies 4 e 5.
Competência: Compreender interações entre
16. A organismos e ambiente, em particular aquelas
relacionadas à saúde humana, relacionando co-
Araucaria angustifolia, também conhecida como nhecimentos científicos, aspectos culturais e
pinheiro-do-paraná ou pinheiro-brasileiro, é uma características individuais.
espécie de gimnosperma lenhosa, vascular e dioi-
ca (ou seja, os sexos são separados – estróbilos Habilidade: Compreender o papel da evolução
masculinos e estróbilos femininos em indivíduos na produção de padrões, processos biológicos
diferentes). ou na organização taxonômica dos seres vivos.

17. I. O endosperma é a reserva nutritiva encontrada 20. C


nas sementes das espermatófitas (gimnospermas Das estruturas adaptativas representadas no
e angiospermas). esquema, os grãos de pólen, ao garantirem a
II. O gametófito das samambaias é chamado de polinização cruzada, propiciam maior diversidade
prótalo. genética.

III. A maioria das gimnospermas tem estruturas Competência: Compreender interações entre
reprodutoras chamadas estróbilos. organismos e ambiente, em particular aquelas
IV. O grão de pólen origina os gametas mascu- relacionadas à saúde humana, relacionando co-
linos (núcleos gaméticos ou espermáticos) das nhecimentos científicos, aspectos culturais e
espermatófitas. características individuais.

Material exclusivo para professores


Habilidade: Compreender o papel da evolução
Estudo para o Enem
na produção de padrões, processos biológicos
18. E ou na organização taxonômica dos seres vivos.

conveniados ao Sistema de Ensino


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VIII

12 ANGIOSPERMAS: PLANTAS COM FLORES E FRUTOS


BIOLOGIA 2A

Comentários sobre o módulo (04) Incorreta. Os soros são estruturas encon-


Todas as angiospermas são classificadas em um tradas exclusivamente em algumas pteridófitas,
único grupo, o filo Anthophyta (antófitas). Os repre- como as samambaias.
sentantes viventes das angiospermas são classifi-
cados em três linhagens pequenas, que incluem: as 9. 01 + 02 + 04 + 16 = 23
Material do Professor

plantas mais antigas do grupo das angiospermas, (08) Incorreta. Nas angiospermas, o esporófito é a
informalmente chamadas de angiospermas basais planta propriamente dita, ou seja, a fase duradou-
(cerca de 100 espécies); o grupo das magnolídeas, ra. Assim, as angiospermas monocotiledôneas
que inclui as magnólias e o louro (cerca de 8 000 es- apresentam esporófito duradouro e, em seu ciclo
pécies); e dois grandes grupos: as monocotiledôneas reprodutivo, ocorre a dupla fecundação, assim
e as eudicotiledôneas. As monocotiledôenas podem como em todas as angiospermas.
ser distinguidas por terem um cotilédone, raízes em
cabeleira ou fasciculadas, folhas paralelinérveas e flo- 10. a) 01 + 04 + 16 = 21
res trímeras. São cerca de 70 000 espécies e incluem b) (02) Incorreta. O endosperma da semente tem a
as gramíneas (arroz, milho e trigo). Já as eudicoti- função de fornecer nutrientes para o embrião em ger-
ledôneas podem ser distinguidas por apresentarem minação. Somente depois de formar as primeiras fo-
dois cotilédones, raiz axial ou pivotante, folhas reti- lhas é que o processo fotossintético pode ser iniciado.
culinérveas e flores pentâmeras (ou tetrâmeras). São
cerca de 140 000 espécies e incluem os grupos das (08) Incorreta. As angiospermas são classificadas
asteráceas (margaridas e girassóis) e leguminosas em monocotiledôneas (quando o embrião apresenta,
(feijão, ervilha, jatobá e pau-brasil). entre outras características, somente um cotilédone,
raízes fasciculadas e folhas paralelinérveas) e eudi-
cotiledôneas (quando tem, entre outras característi-
Para ir além
cas, dois cotilédones, raiz axial e folhas reticuladas).
Roteiro básico e interativo do Jardim Botânico do
Existem ainda o grupo das angiospermas basais e
Rio de Janeiro que apresenta os nomes científico e
o grupo das magnolídeas (magnólias e louros). O
popular das espécies de plantas existentes no local.
cotilédone é uma folha modificada do embrião cuja
Disponível em:
função é absorver os nutrientes do endosperma e
<https://aplicacoes.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/conhecendo_ transferi-los para o embrião em desenvolvimento.
nosso_jardim_3.pdf>
Acesso em: out. 2018. 11. D
Texto sobre a importância dos polinizadores para a A família das gramíneas pertence ao grupo das
produção de alimentos. Disponível em: angiospermas monocotiledôneas, cujas espécies
se caracterizam pela presença de um cotilédone,
<http://agencia.fapesp.br/servicos-de-polinizacao-
raízes fasciculadas (sem uma raiz central ou princi-
representam-10-do-valor-da-producao-agricola-
pal), nervuras das folhas paralelas e flores trímeras.
mundial/18807/>
Acesso em: out. 2018. 12. D
Exercícios propostos Flores cuja polinização é do tipo anemófila, isto
é, realizada pelo vento, geralmente são despro-
7. 08
vidas de pétalas coloridas, não têm nectários e
As angiospermas eudicotiledôneas apresentam produzem grande quantidade de grãos de pólen,
sementes com dois cotilédones e folhas com os quais são pequenos e leves.
nervação reticulada. Alface, café e feijão são eudi-
cotiledôneas. O milho e o arroz são monocotiledô- 13. B
neas e têm sementes com um cotilédone e folhas A batata-inglesa é um caule subterrâneo do tipo
com nervuras paralelas. Na questão são citadas tubérculo. O grão do milho é um fruto de uma
cinco espécies, pertencentes a cinco gêneros. planta monocotiledônea. O pinhão é a semente

Material exclusivo para professores


da araucária (gimnosperma).
8. (01) e (04).
(01) Incorreta. O alimento ingerido é o tubérculo 14. O arroz é uma angiosperma monocotiledônea, e
de uma angiosperma, ou seja, um caule subter- o endosperma (ou albume) das angiospermas é

conveniados ao Sistema de Ensino


râneo (como a batata-inglesa), pois apresenta triploide (3n). Desse modo, as células do albume
gemas laterais e armazena materiais nutritivos. do arroz têm 36 cromossomos (3 conjuntos de
A cenoura é uma raiz tuberosa. cromossomos). As angiospermas têm dupla fe-

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IX

cundação, na qual um gameta masculino (núcleo por meio de especiação alopátrica). As sementes
espermático) fecunda a oosfera (gameta feminino) aladas também favorecem a dispersão, o que pode

BIOLOGIA 2A
e origina o embrião diploide (24 cromossomos, levar as sementes a grandes distâncias das plantas
no caso do arroz) e o outro núcleo espermático parentais. O mesmo ocorre com os frutos, que pos-
fecunda a célula central, que são os dois núcleos sibilitam a dispersão das espécies e o cruzamento
polares (ambos haploides). Forma-se, assim, o entre indivíduos de diferentes populações (o que
endosperma, que é um tecido triploide. aumenta a variação genética).

Material do Professor
Competência: Compreender interações entre
15. 01 + 32 = 33
organismos e ambiente, em particular aquelas
(02) Incorreta. A parte comestível da maioria dos relacionadas à saúde humana, relacionando co-
frutos é o mesocarpo. nhecimentos científicos, aspectos culturais e
(04) Incorreta. O cotilédone é uma folha especial, características individuais.
modificada, com função principal de transferir Habilidade: Compreender o papel da evolução
reservas nutritivas da semente para o embrião. na produção de padrões, processos biológicos
(08) Incorreta. Os frutos podem ser classificados ou na organização taxonômica dos seres vivos.
em partenocárpicos, pseudofrutos (simples, com-
postos ou múltiplos), frutos verdadeiros do tipo 19. E
carnoso (baga ou drupa) e frutos verdadeiros do (I) Incorreta. As angiospermas eudicotiledôneas
tipo seco (deiscentes ou indeiscentes). apresentam folhas com nervuras reticuladas, en-
(16) Incorreta. Pera e maçã são exemplos de pseu- quanto as monocotiledôneas têm nervuras paralelas.
dofrutos simples, nos quais a parte comestível Competência: Compreender interações entre
provém do receptáculo floral de uma única flor. organismos e ambiente, em particular aquelas
São exemplos de frutos carnosos: tomate, laranja, relacionadas à saúde humana, relacionando co-
mamão, melancia, ameixa, manga e pêssego. nhecimentos científicos, aspectos culturais e
características individuais.
16. E
Habilidade: Compreender o papel da evolução
As angiospermas monocotiledôneas (como trigo,
na produção de padrões, processos biológicos
milho e cevada) apresentam sementes com um co-
ou na organização taxonômica dos seres vivos.
tilédone, folhas com nervuras paralelas, flores com
peças florais organizadas em número de três ou 20. A
seus múltiplos (flores trímeras) e raízes fasciculadas.
A relação correta entre as estruturas da flor e
17. Ao longo da evolução das plantas terrestres ocorreu suas funções está na alternativa A. O gineceu é
uma redução progressiva no desenvolvimento da a estrutura reprodutora feminina da flor, formado
fase do gametófito (fase dominante no ciclo de vida por um ou mais carpelos, o estigma e o estilete.
das briófitas) e um aumento do desenvolvimento e As pétalas, em conjunto, compõem a corola, im-
da duração da fase de vida do esporófito (diploide), portante na atração de agentes polinizadores. O
que é a planta propriamente dita dos grupos das ovário é a estrutura que contém o óvulo e que, se
pteridófitas, gimnospermas e angiospermas. ocorrer a fecundação, se desenvolve e origina o
fruto. A antera é a dilatação na ponta do filete em
18. D que são produzidos os grãos de pólen. O estame
A polinização cruzada, favorecida pelo surgimento é formado pelo filete e pela antera. O conjunto
do grão de pólen e do tubo polínico, é uma fonte destes compõe o androceu.
importante de variabilidade genética. O surgimento Competência: Compreender interações entre
dos frutos, que propicia a dispersão de embriões organismos e ambiente, em particular aquelas
para distâncias maiores em relação às plantas relacionadas à saúde humana, relacionando co-
parentais, contribui para a dispersão das espécies nhecimentos científicos, aspectos culturais e
e o cruzamento entre indivíduos de diferentes po- características individuais.
pulações (o que aumenta a variação genética). Isso
pode inclusive levar ao isolamento geográfico de Habilidade: Compreender o papel da evolução
parte da população, sendo esse o principal mecanis- na produção de padrões, processos biológicos

Material exclusivo para professores


mo de especiação (surgimento de novas espécies, ou na organização taxonômica dos seres vivos.

conveniados ao Sistema de Ensino


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X

13 HISTOLOGIA VEGETAL
BIOLOGIA 2B

Comentários sobre o módulo A epiderme é um tecido de revestimento, sen-


A histologia vegetal estuda os tecidos que formam do substituída pela periderme nas plantas com
as diferentes estruturas e órgãos das plantas. Os meris- crescimento secundário; o esclerênquima é um
temas são tecidos formados por células indiferenciadas tecido de sustentação mecânica; e o xilema (le-
com grande capacidade de divisão celular. Suas células nho) é um tecido condutor (seiva bruta), e de
Material do Professor

são responsáveis pela formação dos demais tecidos e sustentação mecânica.


dividem-se em meristemas primários e secundários.
Os meristemas primários são responsáveis pelo 8. E
crescimento em comprimento da planta. Briófitas, Tricomas, estômatos e acúleos são células epi-
pteridófitas, gimnospermas e angiospermas apre- dérmicas especializadas; são estruturas anexas
sentam meristemas primários. Os meristemas se- da epiderme.
cundários são responsáveis pelo crescimento em
espessura de caules e raízes das gimnospermas, 9. D
da maioria das angiospermas eudicotiledôneas e de Os parênquimas são os tecidos mais abundantes
algumas monocotiledôneas. nos vegetais e realizam a maioria das funções
Os tecidos permanentes são formados por célu- metabólicas da planta. Entre as funções que de-
las especializadas e diferenciadas e originam-se dos sempenham estão: preenchimento de espaços
tecidos meristemáticos. Desempenham atividades (parênquima cortical); reserva de ar (parênquima
vitais para as plantas: revestimento (epiderme e es- aerífero); reserva de água (parênquima aquífero);
truturas anexas; súber); sustentação (colênquima, reserva de amido (parênquima amilífero); fotos-
esclerênquima e xilema); condução de seiva (xilema síntese (parênquima clorofiliano).
e floema); e preenchimento, reserva e fotossíntese
(parênquimas). 10. Os tecidos responsáveis pela sustentação mecâ-
nica das plantas são o xilema (lenho), o esclerên-
quima e o colênquima. A flexibilidade dos ramos
Para ir além
é fornecida pelo colênquima, que é um tecido
Confira o texto da British Broadcasting Corporation
formado por células vivas, cujas paredes celu-
(BBC) sobre os anéis de crescimento e a idade das
lares apresentam grandes reforços de celulose,
plantas mais antigas conhecidas. Disponível em:
principalmente para as partes jovens da parte
<https://www.bbc.com/portuguese/geral-40258768> aérea. O esclerênquima é um tecido formado
Acesso em: out. 2018. por células mortas, cujas paredes são impreg-
nadas por lignina. Está presente nas partes mais
Confira o texto sobre como o estudo dos anéis de velhas da planta, que pararam de crescer em
crescimento contam a história das mudanças climáti- comprimento; fornecem alta resistência e menor
cas. Disponível em: flexibilidade. Já o xilema é um tecido condutor,
<https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/04/130422_ formado por vários tipos de células. As células
temperaturas_estudo_cc> condutoras (elementos de vaso e traqueídeos)
são células mortas impregnadas por lignina e
Acesso em: out. 2018. têm formato tubular (tubos ocos). Têm como fun-
Confira o texto sobre como os anéis de crescimen- ções o transporte de seiva bruta e a sustentação
to podem auxiliar no estudo da evolução da poluição mecânica das traqueófitas. O xilema secundário
ambiental em regiões urbanas. Disponível em: constitui o cerne e o alburno das plantas com
crescimento secundário.
<http://agencia.fapesp.br/rvores-revelam-evolucao-da-
11. D
poluicao-ambiental-em-sao-paulo/28464/>
O procâmbio origina os tecidos condutores primá-
Acesso em: out. 2018. rios, xilema e floema. O meristema fundamental
forma os tecidos de preenchimento (parênqui-
Texto da Universidade do Porto, Portugal, sobre o
mas), e os tecidos de sustentação mecânica, co-
uso comercial da cortiça. Disponível em:

Material exclusivo para professores


lênquima e esclerênquima. A protoderme origina
<https://jpn.up.pt/2011/06/08/cortica-a-joia-da-economia- a epiderme.
portuguesa/>
Acesso em: out. 2018. 12. E

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A folha observada na ilustração é típica das an-
Exercícios propostos
giospermas do grupo das eudicotiledôneas, que
7. B apresentam folhas com nervuras ramificadas, ou

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XI

seja, reticulinérveas. Nas folhas são encontrados 17.

BIOLOGIA 2B
tecidos de sustentação, preenchimento, revesti-
mento e de condução. Os estômatos proporcionam Tecidos
a absorção de CO 2 para a realização da fotossín- 1. Parênquima
tese e a liberação de O 2. 2. Meristemas primários
3. Colênquima
13. B 4. Esclerênquima

Material do Professor
As raízes das plantas não estão relacionadas à
reprodução sexuada. As raízes são responsá- O parênquima é um tecido vivo, realiza fotossín-
veis pela fixação das plantas ao substrato e pela tese e é responsável principalmente pelo preen-
absorção de água e sais minerais, que ocorre chimento dos espaços internos. As primeiras cé-
principalmente através dos pelos absorventes lulas embrionárias da planta são os meristemas
presentes na zona pilífera da raiz. primários, células com grande capacidade de
divisão celular. O colênquima é um dos tecidos
14. a) 02 + 04 + 16 = 22 de sustentação da planta, juntamente com os
b) (01) Incorreta. Os primeiros tecidos a passa- vasos lenhosos e o esclerênquima. Apresentam
rem pelo processo de diferenciação celular são reforços de celulose e apresentam sustentação
os meristemas primários, também chamados principalmente dos tecidos das plantas jovens.
de meristemas apicais, por estarem localizados Os esclerênquimas são tecidos de sustentação
nas extremidades de caules e raízes. Os tecidos também, mas são constituídos de células mor-
meristemáticos primários são: protoderme, pro- tas em virtude da deposição de lignina, e estão
câmbio, meristema fundamental e caliptrogênio. presentes nas partes mais velhas das plantas.

(08) Incorreta. As angiospermas que não crescem Estudo para o Enem


em espessura não possuem os meristemas se-
cundários câmbio e felogênio; por isso não apre- 18. C
sentam um arranjo de tecidos conhecido como O número 3 identifica um estômato, estrutura epi-
estrutura secundária. dérmica formada pelo ostíolo (fenda) e por duas
células células-guarda ou estomáticas. É uma
15. 04 estrutura que permite a transpiração e as trocas
A epiderme geralmente é constituída por uma gasosas. A abertura do estômato é regulada pela
única camada de células. quantidade de água nas células-guarda; quando
as células estão túrgidas, os ostíolos se abrem;
(01) Incorreta. As células parenquimáticas não quando estão murchas, os ostíolos se fecham. Os
possuem lignina; apresentam a parede celular demais números identificam as seguintes estru-
fina, não impermeabilizada. turas: 1 (vasos condutores, xilema e floema); 2
(face inferior ou abaxial da epiderme); 4 (mesofi-
(02) Incorreta. Os tecidos de sustentação deriva- lo foliar, formado pelos parênquimas paliçádico,
dos dos tecidos fundamentais são o colênquima acima, e lacunoso, abaixo); e 5 (face superior ou
e o esclerênquima. adaxial da epiderme).

(08) Incorreta. O esclerênquima é um tecido de Competência: Apropriar-se de conhecimentos


sustentação mecânica formado por células mor- da Biologia para, em situações-problema, inter-
tas, cujas paredes celulares são impregnadas pretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
por lignina. co-tecnológicas. 

(16) Incorreta. Os elementos de vaso e as traqueí- Habilidade: Associar características adaptativas


des são as células condutoras que constituem os dos organismos com seu modo de vida ou com
vasos lenhosos, o xilema secundário; são forma- seus limites de distribuição em diferentes am-
dos por células mortas. bientes, em especial em ambientes brasileiros.

Material exclusivo para professores


16. 01 + 02 + 08 = 11
(04) Incorreta. Os tricomas, também chamados
de pelos, estão presentes nas duas faces da
19. C
Os anéis de crescimento são círculos con-
cêntricos constituídos pelo xilema secundá-

conveniados ao Sistema de Ensino


epiderme foliar. Podem apresentar diferentes rio e estão presentes em traqueófitas que
funções como proteção, reflexão da luz solar e possuem crescimento secundário (em es-
secreção de diferentes substâncias. pessura). O câmbio vascular forma células

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XII

do xilema secundário com características bientes, em especial em ambientes brasileiros.


BIOLOGIA 2B

diferentes, dependendo da estação do ano. Em


regiões de clima temperado, o xilema formado na 20. E.
primavera (xilema primaveril ou inicial) geralmen- O amido é um polissacarídeo armazenado no pa-
te é constituído por células com maior diâmetro, rênquima de reserva chamado de amilífero; as
e parede celular relativamente fina, enquanto no madeiras são formadas pelos vasos lenhosas lig-
inverno o xilema (xilema estival ou tardio) geral- nificados (xilema secundário); o súber ou cortiça
Material do Professor

mente é constituído por células com parede ce- é o tecido suberoso (impregnado por suberina) de
lular mais espessa (xilema estival) e menores. As
revestimento caulinar formado por células mor-
diferenças histológicas entre as células do xilema
tas; e o látex da coroa-de-cristo é produzido por
formadas nas diferentes estações de crescimento
um tecido secretor.
permitem identificar os anéis de crescimento em
caules e raízes cortados transversalmente.
Competência: Apropriar-se de conhecimentos da
Competência de área: Apropriar-se de conheci- Biologia para, em situações-problema, interpre-
mentos da Biologia para, em situações-problema, tar, avaliar ou planejar intervenções científico-
interpretar, avaliar ou planejar intervenções cien- -tecnológicas. 
tífico-tecnológicas. 
Habilidade: Associar características adaptativas
Habilidade: Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com
dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes am-
seus limites de distribuição em diferentes am- bientes, em especial em ambientes brasileiros.

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XIII

14 ORGANOLOGIA VEGETAL

BIOLOGIA 2B
Comentários sobre o módulo assexuadamente a partir dos nós de cada esto-
A raiz é organizada em colo, zona de ramificação, zona lão, que originam plantas-filhas. São exemplos o
pilífera, zona lisa e coifa. Tem funções de absorção, fixa- morangueiro e a melancia.
ção da planta, condução de seiva, armazenamento de nu-
trientes; classificadas em aérea, subterrânea e aquática. 9. 02 + 04 + 08 = 14

Material do Professor
O caule é organizado em nó, entrenó e gema ou (01) Incorreta. A cebola é um caule modificado
broto; possui as funções de condução de seiva, sus- subterrâneo do tipo bulbo. O gengibre é um caule
tentação de folhas, flores, frutos e armazenamento de subterrâneo do tipo rizoma.
nutrientes e água. É classificado igual à raiz.
As folhas são organizadas em limbo, pecíolo, estípu- (16) Incorreta. A cana-de-açúcar apresenta caule
la e bainha. Têm as funções de fotossíntese, respiração, do tipo colmo, com nós e entrenós bem visíveis.
transpiração e gutação.
10.
Para ir além Coluna A
Confira matéria da British Broadcasting Corporation 1. Raiz do tipo cintura encontrada em plantas epífitas
(BBC) sobre por que apenas 0,06% das espécies de como bromélias e orquídeas.
plantas comestíveis são efetivamente consumidas. 2. Raiz comum em plantas aquáticas, como a do aguapé.
Disponível em: 3. Caule aéreo do tipo haste; encontrado em
<https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150811_ eudicotiledôneas herbáceas como couve, feijoeiro,
plantas_consumo_fn> tomateiro e rosa.
4. Brácteas, que são folhas modificadas, geralmente
Acesso em: out. 2018.
coloridas, atraindo agentes polinizadores. Exemplos:
Confira matéria da Agência Fapesp sobre estudos antúrio e bico-de-papagaio.
recentes que sugerem que a mandioca consumida atual-
mente foi domesticada há cerca de 9 mil, em uma região 11. B
onde hoje é o estado de Rondônia. Disponível em: As raízes respiratórias, ou pneumatóforos, são
<http://agencia.fapesp.br/forma-mais-popular-da-mandioca-e-
raízes aéreas adaptadas à realização das trocas
consumida-ha-9-mil-anos/27608/>
gasosas, as quais ocorrem através de poros de-
nominados pneumatódios. São raízes comuns em
Acesso em: out. 2018. plantas de mangue.
Confira matéria da British Broadcasting Corporation 12. E
(BBC) sobre os perigos de certas plantas ornamentais
Antófilos são folhas modificadas que ocorrem nas
que possuem toxinas que podem ser letais para ani-
flores (exemplo, quaresmeira). A estípula é uma folha
mais de estimação. Disponível em:
modificada (um tipo de apêndice) que ocorre na base
<https://www.bbc.com/portuguese/geral-42654098> de algumas folhas. O cotilédone é uma folha em-
Acesso em: out. 2018. brionária presente nas sementes das angiospermas
que armazena as reservas nutritivas da semente,
transferindo-as para a planta em desenvolvimento.
Exercícios propostos
7. D 13. D
A cenoura é uma raiz subterrânea do tipo tube- O xilopódio é um caule subterrâneo do tipo tube-
rosa, que armazena reservas nutritivas. O cacto roso, capaz de armazenar água e substâncias de
é um caule aéreo do tipo cladódio, com função reserva. O xilopódio é encontrado tipicamente em
fotossintetizante e/ou de reserva de água. Suas plantas que habitam as regiões áridas e quentes
folhas são modificadas em espinhos, reduzindo como o bioma da Caatinga; também são encon-
a perda de água pela transpiração. tradas em plantas do Cerrado.

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8. C 14. Os hidatódios funcionam como um tipo de glân-
dula; são estruturas localizadas na margem das
O estolão, estolho ou estolhão é um caule aéreo
folhas. São responsáveis pelo fenômeno da gu-
rastejante, que cresce paralelo à superfície do
tação (ou sudação), que é a eliminação da água e

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solo. É dividido por nós, dos quais normalmen-
sais minerais em excesso pela folha. Geralmente
te saem raízes adventícias e ramos aéreos. Os
estão presentes em plantas pequenas de solo
estolões permitem que a planta se reproduza
úmido, associados ao processo de transporte

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XIV

ativo de seiva bruta. São formados pela bainha Estudo para o Enem
BIOLOGIA 2B

do feixe vascular, esclerênquima (traqueídeos),


epitema (parênquima de paredes finas), pela 18. C
câmara com água e seu poro epidérmico. Os As raízes aéreas ou pneumatóforos são comu-
poros são geralmente estômatos que perde- mente encontradas em espécies de plantas que
ram a capacidade de controle de sua abertura vivem no mangue e estão relacionadas à troca
e fechamento. gasosa (auxiliando na respiração).
Material do Professor

15. A Competência: Apropriar-se de conhecimentos da


(I) O caule do tipo volúvel é aéreo, delgado, cres- Biologia para, em situações-problema, interpretar,
cendo helicoidalmente em torno de um suporte. avaliar ou planejar intervenções científico-tecno-
lógicas. 
(II) O colmo é um caule aéreo, com nós e en-
trenós bem visíveis, encontrado no bambu e na Habilidade: Associar características adaptativas
cana-de-açúcar. dos organismos com seu modo de vida ou com
seus limites de distribuição em diferentes am-
(III) O rizoma é um caule subterrâneo que se de- bientes, em especial em ambientes brasileiros.
senvolve paralelamente à superfície do solo; é
19. D
encontrado na samambaia, bananeira e espada-
-de-são-jorge. A – Caule do tipo colmo (por exemplo, bambu
e cana-de-açúcar); B – rizoma (por exemplo, sa-
(V) O estipe é um caule sem ramos laterais, apre- mambaia, bananeira e espada-de-são-jorge); C –
sentando folhas apenas no ápice. É encontrado tubérculo (batata comum, Solanum tuberosum);
em coqueiros e palmeiras. D – caule do tipo volúvel.

16. A Competência: Apropriar-se de conhecimentos da


I - Raiz subterrânea do tipo tuberosa (mandioca, Biologia para, em situações-problema, interpre-
cenoura, batata-doce, nabo); II - raiz pivotante tar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas. 
ou axial, encontrada nas gimnospermas e em
muitas angiospermas eudicotiledôneas; III - raiz
Habilidade: Associar características adaptativas
aérea que pode matar a planta que usa de su-
dos organismos com seu modo de vida ou com
porte, mas não são plantas parasitas (cipó-ma-
seus limites de distribuição em diferentes am-
ta-pau); IV - raiz aérea, tipicamente encontrada
bientes, em especial em ambientes brasileiros.
em figueiras.
20. E
17.
As plantas dos manguezais apresentam adap-
a) 01 + 02 = 03
tações que permitem que sobrevivam em solo
b) encharcado de água salobra e pobre em oxigênio,
(04) Incorreta. O caule do tipo volúvel é aéreo, tais como: raízes respiratórias (pneumatóforos),
delgado, crescendo helicoidalmente em torno de as quais afloram do solo e absorvem o oxigênio
um suporte. diretamente do ar; e raízes escora ou suporte,
que auxiliam a fixação da planta no solo alagado.
(08) Incorreta. O rizóforo é um tipo de caule
ramificado na base. Os ramos crescem auxiliando Competência:Apropriar-se de conhecimentos da
a sustentação da planta em solos encharcados, Biologia para, em situações-problema, interpretar,
como nos mangues. avaliar ou planejar intervenções científico-tecno-
lógicas. 
(16) Incorreta. O rizoma é um caule subterrâ-
neo que se desenvolve paralelamente à super- Habilidade: Associar características adaptativas
fície do solo, podendo emitir ramos aéreos. É dos organismos com seu modo de vida ou com
típico de samambaias, bananeiras e espadas- seus limites de distribuição em diferentes am-

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-de-são-jorge. bientes, em especial em ambientes brasileiros.

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XV

15 TRANSPIRAÇÃO VEGETAL E CONDUÇÃO DE SEIVAS

BIOLOGIA 2B
Comentários sobre o módulo cipal mecanismo de eliminação de água pelas
Os diferentes mecanismos responsáveis pelo plantas, representando cerca de 90% da água
transporte de substâncias por distâncias curtas (po- perdida pela planta.
tencial hídrico) ou longas (fluxo de massa) nas plantas
é o tema central deste módulo. Também são temas: 10. A espécie B foi mantida no ambiente quente e úmi-

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a permeabilidade seletiva da membrana plasmática, do. Isso é evidenciado pela porcentagem de aber-
que controla o movimento de substâncias para dentro tura máxima dos estômatos mostrada no gráfico,
e para fora das células; os mecanismos de transporte que é maior em uma planta mantida sob condições
ativo e passivo; os dois compartimentos principais: o em que não há restrição hídrica.
apoplasto (externo às membranas plasmáticas das cé-
11. A
lulas) e o simplasto (o citosol e os plasmodesmos); os
processos fisiológicos que permitem a sobrevivência Muitas plantas que vivem em ambientes terres-
e a adaptação das plantas aos diferentes ambientes e tres áridos e submetidas a altas intensidades
a manutenção do equilíbrio interno. luminosas e temperaturas apresentam diversas
adaptações a essas condições ambientais, por
exemplo: folhas pequenas e número reduzido de
Para ir além
folhas; estômatos concentrados na epiderme da
Texto sobre a relação entre a vegetação e a quali-
face inferior das folhas; grande quantidade de
dade da água. Disponível em:
tricomas claros (refletem a luz solar); cutícula im-
<http://agencia.fapesp.br/desmatamento-eleva-em-100- permeável e epiderme pluriestratificada (evitam
vezes-o-custo-do-tratamento-da-agua/19036/>. a desidratação); e parênquima aquífero (permite
Acesso em: out. 2018. o armazenamento de água).

Texto sobre a relação entre desmatamento e mu- 12. D


danças climáticas. Disponível em:
(I). Incorreta. A água absorvida pelas raízes chega
<http://agencia.fapesp.br/equilibrio-indesejavel/9763/>. até o xilema através de duas vias diferentes; percor-
Acesso em: out. 2018. rendo os espaços intercelulares entre as paredes
celulares ou passando pelo interior das células.
Exercícios propostos
A maior parte da água absorvida pelas raízes das
7. 01 + 02 + 04 + 16 = 23 plantas é perdida nas folhas pela transpiração sob
(08). Incorreta. Os tricomas, estruturalmente simila- a forma de vapor. Portanto, apenas uma pequena
res a pelos, são células especializadas da epiderme fração da água absorvida (5-10%) é utilizada no
que geralmente ocorrem na superfície das folhas. metabolismo das plantas.
Podem desempenhar diferentes funções, como pro-
teção contra predadores, reflexão da luz solar (dimi- 13. B
nuindo a transpiração) e secreção de substâncias. Quando há disponibilidade adequada de água para
a planta, as células-guarda mantêm-se túrgidas;
8. D consequentemente, os estômatos ficam abertos.
A mudança da cor das pétalas é análoga à con-
dução da seiva bruta (água e sais minerais). A 14. O cobalto apresentará a coloração rósea mais rapida-
evapotranspiração da parte aérea do vegetal cria mente no recipiente 3. Como nessa condição, além
uma pressão hidrostática negativa no interior dos de a planta ter suprimento adequado de água, está
vasos lenhosos do xilema, o que ocasiona a su- exposta à luz do dia, os estômatos serão mantidos
bida da solução líquida com corante através do abertos (em razão da à água disponível) e haverá maior
xilema até as pétalas das flores. perda de água através da transpiração da planta nesse
recipiente (maior intensidade luminosa e temperatura
9. (01) e (02) durante o dia), fazendo com que o papel de cobalto
(01). Incorreta. Nas plantas de grande porte, a fique róseo mais rapidamente nessas condições.

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seiva bruta é transportada pelos vasos lenhosos
15. A
desde a raiz até as folhas, principalmente em
virtude da “força de sucção” gerada pela trans- O anel de Malpighi corresponde à retirada da peri-
derme (súber, felogênio e feloderme/parênquima)

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piração foliar da copa.
e do floema, que estão localizados na casca do
(02). Incorreta. A transpiração estomática é o prin- caule de gimnospermas e eudicotiledôneas (que

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XVI

têm crescimento secundário). O xilema é mais seus limites de distribuição em diferentes am-
BIOLOGIA 2B

interno e não é atingido pela prática. No entanto, bientes, em especial em ambientes brasileiros.
as raízes e as demais partes da planta abaixo do
corte deixam de receber a seiva orgânica (seiva 19. E
elaborada), o que levará à morte da planta em A absorção de água do solo é realizada principalmen-
virtude da falta de nutrição de suas raízes. te pela zona pilífera da raiz, região que contém os pe-
los absorventes, estruturas que absorvem a água do
16. E
Material do Professor

solo por osmose. A principal força ascendente que


Na condição 2, planta irrigada, os estômatos das fo- conduz a seiva bruta (água e sais minerais) da raiz
lhas permanecem abertos. Quando não há restrição até as partes superiores da planta é a transpiração
hídrica, eles permanecem assim em razão da entrada (teoria de Dixon, coesão-tensão-adesão). Em plantas
de água por osmose nas células-guarda, tornando-as de pequeno porte, a pressão da raiz ou impulso da
túrgidas. A entrada de água por osmose nas células- raiz, seiva bruta “empurrada” da raiz para as folhas,
-guarda é consequência do bombeamento de íons é considerada uma força particularmente importante
K+ para o interior das células-guarda, o que as torna para a ascensão da seiva bruta.
hipertônicas, fazendo com que absorvam água.
Competência: Apropriar-se de conhecimentos da Bio-
17. a) logia para, em situações-problema, interpretar, avaliar
ou planejar intervenções científico-tecnológicas.
Comportamento
Condição
dos estômatos
ambiental Habilidade: Associar características adaptativas
(aberto x fechado) dos organismos com seu modo de vida ou com
Intensidade alta aberto seus limites de distribuição em diferentes am-
luminosa baixa fechado bientes, em especial em ambientes brasileiros.

Suprimento alto aberto


20. C
de água baixo fechado Algumas plantas de ambientes áridos apresentam
Concentração alta fechado o chamado “metabolismo ácido das crassuláceas”
de CO2 baixa aberto (CAM), uma forma especializada de fotossíntese
que é uma adaptação fisiológica a ambientes secos.
b) Quando há disponibilidade adequada de água para Como essas plantas CAM captam o CO2 atmosfé-
a planta, a intensidade luminosa alta geralmente rico durante a noite (período em que mantêm seus
provoca a abertura estomática. O aumento da taxa estômatos abertos), durante o dia podem manter
de fotossíntese acarreta o aumento da produção seus estômatos fechados, evitando assim a perda
de glicose solúvel, o que eleva a pressão osmótica de água nesse período de temperaturas mais altas.
das células-guarda, fazendo com que estas células A respiração ocorre durante todo o dia, enquanto a
ganhem água. Com o aumento da turgescência das fotossíntese está restrita ao período diurno em razão
células-guarda, o ostíolo dos estômatos se abre. da dependência da luz solar para o processo ocorrer.

Competência: Apropriar-se de conhecimentos da Bio-


Estudo para o Enem
logia para, em situações-problema, interpretar, avaliar
18. A ou planejar intervenções científico-tecnológicas.
A imagem mostra dois estômatos, podendo ser
identificados o ostíolo (fenda) e as duas células- Habilidade: Associar características adaptativas
-guarda ou estomáticas de cada um deles. Os dos organismos com seu modo de vida ou com
estômatos são células epidérmicas modificadas, seus limites de distribuição em diferentes am-
encontradas principalmente nas folhas das plan- bientes, em especial em ambientes brasileiros.
tas. São responsáveis pelos processos de trans-
piração (por meio da eliminação de vapor-d’água) Referências bibliográficas
e de trocas gasosas (gás carbônico e oxigênio).
EVERT, R. F.; EICHHORN, S. Raven Biologia ve-
getal. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara

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Competência: Apropriar-se de conhecimentos
Koogan, 2014. p. 1344.1
da Biologia para, em situações-problema, inter-
pretar, avaliar ou planejar intervenções científi- REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed.
co-tecnológicas  Porto Alegre: Editora Artmed, 2015. p. 787.

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Habilidade: Associar características adaptativas
dos organismos com seu modo de vida ou com
UZUNIAN, A.; BIRNER, E. Biologia. 3. ed. São
Paulo: Editora Harbra, 2008.

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XVII

16 HORMÔNIOS VEGETAIS

BIOLOGIA 2B
Comentários sobre o módulo 8. C
Neste módulo foram abordados os conteúdos sobre O fotoperiodismo é a resposta das plantas a mu-
hormônios vegetais, que controlam e regulam vários danças sazonais no comprimento relativo do fo-
processos do metabolismo, agindo especificamente toperíodo (razão entre a duração do período claro
sobre células ou órgãos-alvos, bem como a natureza e do período escuro), o que promove mudanças

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química bem diversificada e de efeitos variados, de como a queda de folhas no outono e a floração
acordo com o local de ação e com a sua concentração. em plantas que são afetadas pelo fotoperíodo
Além disso, foram discutidas em que situações tais (plantas de dias curtos e plantas de dias longos).
processos ocorrem e como são realizados pelas plan-
tas. É importante que o professor explique detalhada- 9. B
mente cada etapa, por ser considerado um tema difícil. O enrolamento de gavinhas em um suporte carac-
Foi também trabalhado em detalhes o movimento das teriza o movimento denominado tigmotropismo,
plantas em resposta à ação de hormônios ou de fatores que é o crescimento helicoidal do órgão vegetal
ambientais, como substâncias químicas, luz solar ou em resposta ao estímulo mecânico (contato com
choques mecânicos. um suporte vertical, por exemplo).

Para ir além O crescimento diferencial de uma planta durante o


Texto sobre pesquisa chinesa com hormônios de fototropismo positivo ocorre em virtude da ação do
amadurecimento de frutos e defesa contra patógenos hormônio auxina, ou ácido indol-acético (AIA), que pro-
vegetais. Disponível em: move o crescimento por meio do alongamento celular.
<http://agencia.fapesp.br/hormonio-do-crescimento-de-
10. a) A auxina estimula o crescimento do caule (alon-
plantas-e-alvo-de-pesquisa-chinesa/18980/>.
gamento celular) das plantas. Quando a gema apical
Acesso em: nov. 2018. é removida, conhecida como poda, grande parte da
auxina deixa de ser produzida e, com isso, ocorre a
Estudo sobre como os hormônios vegetais aumen- diminuição na concentração desse hormônio. Assim,
tam o acúmulo de açúcar na cana. Disponível em: as gemas laterais saem do estado de dormência
<http://agencia.fapesp.br/estudo-desvenda-como-hormonio- e desenvolvem-se formando novos ramos laterais.
aumenta-o-acumulo-de-acucar-na-cana/25072/>. b) O etileno é um hormônio gasoso envolvido na
Acesso em: nov. 2018. resposta ao estresse mecânico e na abscisão foliar.
Além disso, e estimula o amadurecimento de frutos.
Tecidos tumorais em plantas causados por diversos
11. C
organismos. Disponível em:
A auxina é produzida no ápice do caule, na gema
<http://cienciahoje.org.br/coluna/cancer-em-plantas/>.
apical, sendo responsável pela dominância apical
Acesso em: nov. 2018. (inibição do desenvolvimento das gemas laterais).
Exercícios propostos Também é produzida nos coleóptilos das semen-
tes, folhas jovens, frutos e sementes. Entre seus
7. E principais efeitos, estão: crescimento por disten-
I. Auxina é importante na dominância apical e são (alongamento) das células e a formação de
no desenvolvimento de frutos e atua no foto- raízes laterais e adventícias.
tropismo e no geotropismo.
12. B
II. Giberelinas estimulam o crescimento de caule
O etileno é um hormônio gasoso que acelera o
e folhas, ativam a germinação das sementes
amadurecimento dos frutos. O amadurecimento
e quebram a dormência das gemas.
dos frutos pode ser retardado mantendo-se os
III. Citocininas estimulam divisões celulares e o frutos em locais com temperaturas mais baixas,
desenvolvimento de gemas laterais. o que inibe a síntese do etileno.

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IV. Ácido abscísico promove a dormência da se- 13. C
mente e o fechamento de estômatos, inibe o
O movimento de crescimento e curvatura do cau-
crescimento e promove a senescência foliar.
le da planta (1) em direção à luz é chamado de

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V. Etileno estimula o amadurecimento de frutos fototropismo positivo. O crescimento e a curva-
e é responsável pela abscisão foliar. tura dos caules contra a ação da gravidade (planta

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XVIII

2) é chamado de geotropismo (ou gravitropismo) seus limites de distribuição em diferentes am-


BIOLOGIA 2B

negativo. bientes, em especial em ambientes brasileiros.

14. a) A ação das auxinas está indicada pela seta 2, 19. B


que ilustra o crescimento celular que ocorre pelo A concentração de auxina (ou AIA) é maior no
alongamento da célula. lado I, que é o lado sombreado. Nesse local (lado
b) A auxina nos ramos (gemas) apicais inibe o I), a auxina acelera o crescimento celular, o que
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crescimento das gemas laterais (dominância api- resulta na curvatura do caule em direção à luz.
cal). Quando as gemas apicais são retiradas, o
crescimento das gemas laterais é estimulado por Competência: Apropriar-se de conhecimentos da
meio da produção de auxina e citocinina pelas biologia para, em situações-problema, interpre-
gemas laterais. Desse modo, os ramos laterais tar, avaliar ou planejar intervenções científico-
se desenvolvem em virtude da ação desses dois -tecnológicas. 
hormônios.
Habilidade: Associar características adaptativas
15. 01 + 16 = 17 dos organismos com seu modo de vida ou com
(02) Incorreta. O fotoperíodo das plantas é de- seus limites de distribuição em diferentes am-
pendente do pigmento foliar fitocromo. bientes, em especial em ambientes brasileiros.

(04) Incorreta. Os fitocromos localizados nas fo- 20. A


lhas influenciam as respostas fotoperiódicas das A poda periódica das extremidades das plantas
plantas. remove as gemas apicais, o que quebra a domi-
nância apical, possibilitando a produção de au-
(08) Incorreta. A floração das plantas neutras, ou xinas e citocininas pelas gemas laterais. Desse
indiferentes, não é influenciada pelo período lu- modo, os ramos laterais podem se desenvolver
minoso ao qual a planta é exposta. e crescer em virtude da ação desses dois hormô-
nios: multiplicação celular (citocininas) e alonga-
16. A mento celular (auxinas).
As auxinas não estão envolvidas sinergicamente
com as proteínas histonas (presentes nos cro- Competência: Apropriar-se de conhecimentos da
mossomos das células). O hormônio citocinina biologia para, em situações-problema, interpre-
é o responsável por regular a divisão celular em tar, avaliar ou planejar intervenções científico-
caules e raízes. -tecnológicas. 

17. a) O movimento é o nastismo, mais especificamen- Habilidade: Associar características adaptativas


te o fotonastismo, que é uma resposta das flores à dos organismos com seu modo de vida ou com
luz. Há flores que se abrem durante o dia (presença seus limites de distribuição em diferentes am-
de luz), fechando-se à noite (por exemplo, a planta bientes, em especial em ambientes brasileiros.
onze-horas); e flores que se abrem durante a noite,
como a planta dama-da-noite. 21. D
b) Coloração clara e a presença de glândulas odo- I. Correta. Estima-se que globalmente 450 bi-
ríferas bem desenvolvidas. lhões de toneladas de carbono orgânico este-
jam armazenadas como turfa. Portanto, esses
18. C reservatórios de carbono ajudaram a estabili-
O composto volátil 1-metilciclopropeno, ao com- zar as concentrações atmosféricas de CO2.
petir pelos sítios de ligação do hormônio vegetal
etileno nas células das maçãs, reduz o efeito do II. Incorreta. Musgos e hepáticas são briófitas,
etileno, ou seja, retarda o amadurecimento dos mas pertencem a filos diferentes. Os musgos
frutos. fazem parte do filo Bryophya; hepáticas, do filo
Hepatophyta.
Competência: Apropriar-se de conhecimentos da

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biologia para, em situações-problema, interpre- III. Correta. Acredita-se que a atual sobre-explo-
tar, avaliar ou planejar intervenções científico- ração de Sphagnum – inicialmente para uso
-tecnológicas.  em centrais elétricas alimentadas com turfa
– pode reduzir os efeitos ecológicos benéficos

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Habilidade: Associar características adaptativas da turfa e contribuir para o aquecimento global
dos organismos com seu modo de vida ou com pela liberação do CO 2 armazenado.

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I

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Material do Professor
RESPOSTAS E COMENTÁRIOS

BIOLOGIA 3

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CK
/ ISTO
ANDIC

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JOVANM

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II

9 TECIDO MUSCULAR
BIOLOGIA 3A

Comentários sobre o módulo lentas, rítmicas e sustentáveis. Por serem ricas


O estudo sobre o tecido muscular foi iniciado neste em mioglobina, com numerosos sarcossomas
momento com a caracterização e a classificação de seus e bem irrigadas, seu metabolismo energético é
três tipos com base na morfologia das fibras muscula- predominantemente aeróbico.
res que o compõem. Esse tema pode ser aprofundado
Material do Professor

relacionando-o com o tecido ósseo, anteriormente estu- 11. 01 + 02 +16 = 19


dado, a fim de apresentar ao aluno uma visão integrada 04) Incorreta. Cada fibra muscular estriada esquelé-
da relação estrutura-função, em que os músculos puxam tica é revestida pelo envoltório denominado endo-
os ossos e as articulações para produzir movimento. A mísio, película de tecido conectivo rico em fibras re-
contratilidade dos três tecidos também foi abordada. Já ticulares, capilares sanguíneos, linfáticos e nervos.
o estudo do mecanismo fisiológico da contração mus-
cular será aprofundado no próximo módulo. 08) Incorreta. Os músculos de cor avermelhada
são ricos em mioglobina, uma proteína capaz de
Para ir além armazenar o oxigênio nas fibras musculares.
A produção de mioblastos sintéticos já é possível
12. C
graças às técnicas de biotecnologia desenvolvidas por
cientistas da Universidade Touro, de Nova York. Dispo- Fibras de contração rápida apresentam poucas
nível em: sarcossomas e mioglobina e são chamadas de
brancas, podendo ser exigidas por curtos perío-
<https://super.abril.com.br/ciencia/carne-de-proveta/.>
dos de tempo. Por outro lado, fibras musculares
Acesso em: set. 2018. de contração lenta apresentam muitas mitocôn-
drias e mioglobinas, sendo chamadas de verme-
Uma pesquisa com fibras-tronco pode recuperar lhas e utilizadas de forma eficiente em esforços
um tecido muscular danificado em um acidente. Dis- prolongados. A carne da coxa do peru é mais
ponível em: escura que a carne do peito por ser construída
<http://celulastroncors.org.br/pesquisadores-desenvolvem- por miócitos ricos em mioglobina e sarcossomas.
matriz-molecular-que-leva-celulas-tronco-ao-tecido- Essas fibras musculares são predominantemente
lesionado/.> aeróbicas e apresentam contrações lentas, ade-
Acesso em: set. 2018. quadas ao esforço moderado e prolongado.

13. C
Exercícios propostos
As fibras musculares predominantes nas pernas dos
7. A atletas maratonistas são as do tipo I (vermelhas).
O tecido muscular estriado esquelético é forma- Essas fibras apresentam contração lenta, rítmica
do por feixes de fibras cilíndricas muito longas e e sustentável, por apresentarem alta irrigação
multinucleadas. sanguínea, ótima oxigenação e produzirem ATP
por meio da respiração celular aeróbica.
8. D
As fibras musculares cardíacas apresentam in- 14. a) Os tendões são os elementos que unem os
tenso consumo de oxigênio recebido pelo teci- músculos aos ossos. São constituídos por tecido
-do conectivo. conectivo denso e modulado.
b) O tecido muscular estriado esquelético apre-
9. A senta contração rápida e voluntária, coordenada
O maratonista apresenta maior número de fibras pelo sistema nervoso central.
do tipo I ou ST, porque as fibras musculares são
menores, contêm muitos sarcossomas para a oxi- 15. 01 + 08 + 16 = 25
dação da glicose em presença de oxigênio, com 02) Incorreta. A velocidade máxima do guepardo
concentrações maiores de mioglobina e uma irri- é maior que a velocidade do avestruz.

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gação sanguínea mais abundante, adaptadas para
uma contração lenta em longo tempo, gerando 04) Incorreta. O espaço percorrido pelo guepardo
maior resistência à fadiga. é maior que o espaço percorrido pelo avestruz,
na mesma unidade de tempo.

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10. Carlos compete na maratona, porque em sua
musculatura há predomínio de fibras musculares 16. a) A imagem representa o músculo estriado, com
do tipo I. Essas fibras apresentam contrações contração voluntária, controlada pelo sistema

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III

nervoso por meio de impulsos conduzidos por nhecimentos científicos, aspectos culturais e
características individuais.

BIOLOGIA 3A
nervos motores.

b) A mioglobina é uma proteína responsável Habilidade: Identificar padrões em fenômenos e


pelo transporte e armazenamento de oxigênio processos vitais dos organismos, como manuten-
nos músculos. ção do equilíbrio interno, defesa, relações com o
ambiente, sexualidade, entre outros.
17. D

Material do Professor
19. B
Os tendões são formados por tecido conectivo
denso modelado, e não por tecido conectivo frou- O gráfico B está de acordo com as informações
xo; na contração muscular, os filamentos delga- proposta no enunciado da questão.
dos de actina sobrepõem-se aos filamentos es-
pessos de miosina, e não o inverso; a contração Competência: Entender métodos e procedimen-
muscular estriada esquelética é dependente de tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
íons cálcio, e não sódio; o músculo estriado es- diferentes contextos. 
quelético é formado por tecido muscular estriado
Habilidade: Relacionar informações apresenta-
esquelético, revestido por aponeuroses, tecidos
das em diferentes formas de linguagem e repre-
conectivo fibrosos ricos em colágeno, além de
sentação usadas nas ciências físicas, químicas
apresentar intensa vascularização e inervação.
ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
tabelas, relações matemáticas ou linguagem
Estudo para o Enem simbólica.
18. B
20. C
A toxina botulínica, além de causar botulismo, é uti- A musculação é a atividade física mais indica-
lizada em tratamentos estéticos (conhecidos como da para pessoas com sarcopenia, pois acelera o
Botox®), ou no tratamento de problemas como o crescimento e a resistência muscular.
blefaroespasmo. O mecanismo de ação da toxina
impede a passagem de neurotransmissores mus- Competência: Compreender interações entre
culares na placa motora, causando uma paralisia organismos e ambiente, em particular aquelas
muscular. Nos tratamentos estéticos, a muscula- relacionadas à saúde humana, relacionando co-
tura rígida mantém a pele firme, reduzindo marcas nhecimentos científicos, aspectos culturais e
de expressão típicas de envelhecimento, e no tra- características individuais.
tamento de espasmos de contrações involuntárias.
Habilidade: Identificar padrões em fenômenos e
Competência: Compreender interações entre processos vitais dos organismos, como manuten-
organismos e ambiente, em particular aquelas ção do equilíbrio interno, defesa, relações com o
relacionadas à saúde humana, relacionando co- ambiente, sexualidade, entre outros.

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IV

10 ORGANIZAÇÃO DA FIBRA MUSCULAR E CONTRAÇÃO


BIOLOGIA 3A

Comentários sobre o módulo 11. a) Nos músculos do velocista, haverá maior quanti-
O estudo do tecido muscular iniciado no módulo dade de fibras do tipo II; nos do maratonista, fibras
anterior é aprofundado neste módulo, em que são do tipo I.
apresentados a organização da fibra muscular e o b) O maior número de sarcossomas deverá ser
processo de contração muscular. Para a melhor com- encontrado nas fibras tipo I, já que estas obtêm
Material do Professor

preensão dos alunos, indicamos abordar os tipos de a maior parte de sua energia por meio da respira-
fibra muscular encontrados na carne de frango, tor- ção aeróbia – processo que depende de enzimas
nando mais fácil visualizar as fibras brancas e verme- oxidativas em altas concentrações.
lhas, assunto cobrado com frequência nos exames de
vestibular mais recentes. 12. C
O ácido lático é tóxico para as fibras musculares,
não sendo convertido em aminoácidos.
Para ir além
Confira a reportagem da British Broadcasting Cor- 13. D
poration (BBC) sobre como o remédio contra fadiga O miômero é a unidade contrátil de um músculo
muscular pode ajudar cardíacos. Disponível em: esquelético. Cada um deles é feito de filamentos
<https://www.bbc.com/portuguese/reporterbbc/ sobrepostos de actina e miosina. Com a contração
story/2008/02/080212_exerciciofadigadrogas_ba.shtml>. dos músculos, os miômeros se encurtam. A con-
tração de uma fibra esquelética é desencadeada
Acesso em: out. 2018.
pela terminação nervosa de cada fibra muscular. O
Conheça o tratamento de distrofi as musculares estímulo nervoso propaga-se para o interior da fibra
com células-tronco. Disponível em: muscular. O estímulo nervoso propaga-se para o in-
terior da fibra muscular estriada através dos tubos
<http://tudosobrecelulastronco.com.br/tudo-sobre-celulas-
T e atinge o retículo sarcoplasmático, provocando a
tronco-e-distrofia-muscular/>.
liberação de íons de cálcio armazenados no interior
Acesso em: out. 2018. de suas bolsas. Os íons de cálcio espalham-se pelo
sarcoplasma e entram em contato direto com as
Exercícios propostos miofibrilas, provocando sua contração. Na presença
de íons de cálcio, moléculas de ATP, geradas pelos
7. 01 + 08 + 16 = 25 sarcossomas, reagem com as “cabeças” das molé-
Durante o repouso muscular, a concentração dos culas de miosina, transferindo-lhes sua energia. Com
íons de Ca 2+ no interior do retículo sarcoplasmá- isso, as extremidades dilatadas de miosina ligam-se
tico é maior que a concentração no sarcoplas- às moléculas de actina adjacentes e dobram-se com
mático. força e rapidez, deslocando os filamentos de actina
em direção ao centro do miômero.
8. 01 + 02 + 08 + 16 = 27
14. C
A alternativa 04 está incorreta porque o lactato
O maratonista e o nadador são os atletas olímpi-
não é filtrado nos rins, mas sim convertido em
cos que apresentam maior número de fibras len-
piruvato nas células hepáticas.
tas, já que os grupos musculares desenvolvidos
9. a) O neurotransmissor acetilcolina produz a redu- por estas atividades físicas são formados, em sua
ção da frequência e da potência das contrações maior parte, por este tipo de fibra.
das fibras musculares estriadas cardíacas, fenô-
15. E
meno denominado bradicardia.
Apesar de a alternativa V indicar de fato um miô-
b) O neurotransmissor noradrenalina causa o
mero, esta unidade é contrátil.
aumento da frequência e da potência das con-
trações das fibras musculares cardíacas. Isto é, 16. B
provoca a taquicardia.

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A diminuição da concentração de cálcio no san-
gue estimula a liberação do paratormônio, que
10. 01 + 02 + 04 + 16 = 23
estimula os osteoclastos a dissolver o osso e
A alternativa 08 está incorreta, pois o ácido láti- liberar o cálcio no sangue. O excesso do hormô-

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co produzido nos músculos é transportado pelo nio da paratireoide provoca uma descalcificação
sangue até o fígado, local onde é transformado exagerada do esqueleto e uma calcificação anor-
em ácido pirúvico. mal de diversas partes do organismo.

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V

17. 04 + 08 + 16 = 28 Como na mulher existem dois cromossomos

BIOLOGIA 3A
A principal causa da fadiga muscular, resultante X, se um deles tiver o gene defeituoso, o outro
de um esforço muscular intenso, é o acúmulo de garantirá o bom funcionamento dos músculos.
ácido lático, produzido durante a respiração celu- Assim, a mulher pode ser portadora do gene da
lar anaeróbia dos miócitos estriados esqueléticos. DMD e não ter a doença. Portanto, a DMD afeta
Para a regulação térmica do corpo, as células das apenas o sexo masculino, porque nesses indiví-
glândulas sudoríparas secretam água e íons para duos só há um cromossomo X.

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o ducto glandular e dele para a superfície da pele.
O transporte é passivo e ocorre por toda a área Competência: Compreender interações entre
das membranas das células glandulares. organismos e ambiente, em particular aquelas
relacionadas à saúde humana, relacionando co-
18. C nhecimentos científicos, aspectos culturais e
As placas motoras, também chamadas de junções características individuais.
mioneurais, são junções entre as terminações
nervosas e as fibras musculares; a contração é Habilidade: Reconhecer mecanismos de trans-
um processo ativo, dependente dos íons de cálcio missão da vida, prevendo ou explicando a mani-
e do sistema nervoso. festação de características dos seres vivos.

Competência: Compreender interações entre 20. C


organismos e ambiente, em particular aquelas Em um músculo em repouso, não há a interação
relacionadas à saúde humana, relacionando co- entre a actina e a miosina.
nhecimentos científicos, aspectos culturais e
características individuais. Competência: Compreender interações entre
organismos e ambiente, em particular aquelas
Habilidade: Identificar padrões em fenômenos e relacionadas à saúde humana, relacionando co-
processos vitais dos organismos, como manuten- nhecimentos científicos, aspectos culturais e
ção do equilíbrio interno, defesa, relações com o características individuais.
ambiente, sexualidade, entre outros.
Habilidade: Identificar padrões em fenômenos e
19. C processos vitais dos organismos, como manuten-
O gene da DMD está localizado no braço curto do ção do equilíbrio interno, defesa, relações com o
cromossomo X, numa região denominada Xp21. ambiente, sexualidade, entre outros.

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VI

11 TECIDO NERVOSO
BIOLOGIA 3A

Comentários sobre o módulo c) Os neurotransmissores são secretados pelas


O tecido nervoso teve uma abordagem anatômica, terminações dos axônios.
focando no neurônio e nos processos de propagação
do impulso. A informação é por ele processada em 11. C
três estágios: estímulo sensorial, integração e saída Os neurônios que conduzem estímulos dos re-
Material do Professor

motora em células efetoras. A maioria dos neurônicos ceptores para o sistema nervoso central são de-
tem dendritos muito ramificados, que recebem sinais nominados sensitivos. Os nervos óticos e acús-
de outros neurônios. Geralmente eles apresentam um ticos são exemplos.
único axônio, que transmite sinais para outras células
durante a sinapse. 12. A
O ato reflexo executado pela garota envolveu a
Para ir além atividade de neurônios sensoriais, interneurônios
Com o texto “Mistérios da mente”, da revista Carta da medula espinhal e neurônios motores respon-
Educação, é possível entender melhor a história das sáveis pela retirada do braço após a picada em
sinapses e aumentar os conhecimentos e curiosidades um acúleo da roseira.
sobre o cérebro humano. Disponível em:
13. C
<http://www.cartaeducacao.com.br/disciplinas/
O curare é um veneno que provoca flacidez mus-
os-misterios-da-mente/>
cular por impedir a ação do neurotransmissor ace-
Acesso em: out. 2018. tilcolina na junção neuromuscular (placa motora). A
Exercícios propostos interrupção da sinalização mediada pela acetilcolina
torna a musculatura incapaz de sofrer contrações.
7. F – F – V – V – F
“Os neurotransmissores são mensageiros quími- 14. a) X corresponde ao período em que o neurônio
cos lançados na circulação sanguínea para trans- está em repouso. Y é a fase de despolarização,
mitir informações a outras células.” Está errada, gerando o potencial de ação do impulso nervoso.
pois os neurotransmissores são lançados nas W é o período de repolarização da membrana e Z
sinapses, e não na circulação sanguínea. corresponde à ação das bombas de sódio.
b) A desmielinização dos axônios dos neurônios
“A mielina é uma característica essencial para o pode ocasionar a interrupção da passagem dos
funcionamento de todos os neurônios.” Está erra- impulsos nervosos ou a redução significativa da
da, pois há neurônios que funcionam sem mielina. velocidade de propagação do potencial de ação.
“Apresentar microvilosidades é uma característi- 15. E
ca das células do sistema nervoso.” Está errada,
Os impulsos nervosos sempre se propagam em
pois é uma característica do epitélio de revesti-
todos os tipos de neurônio no sentido dendrito-
mento do intestino.
-corpo celular–axônio.
8. C
16. B
O influxo de íons de sódio para o interior da célula
Os pesticidas interferem na sinalização nervosa
provoca a despolarização da membrana plasmáti-
eferente, isto é, na transmissão de potenciais de
ca e, consequentemente, desencadeia o impulso
ação originados no sistema nervoso central (SNC)
nervoso em um neurônio.
em direção aos órgãos viscerais e motores.
9. D
17. B
O axônio é o prolongamento do corpo celular do
III incorreta: a comunicação entre os neurônios
neurônio responsável pela condução do impulso
ocorre através de sinapses, e a passagem do im-
nervoso para outros neurônios e para os órgãos
pulso nervoso se dá por meio de neurotransmis-
do corpo. Os corpos celulares dos neurônios

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sores liberados na fenda sináptica.
estão situados no encéfalo, na medula espinhal
(raquidiana) e nos gânglios nervosos do sistema
nervoso periférico. Estudo para o Enem

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18. B
10. a) O sentido de propagação é de Y para X.
O interruptor funciona como um estímulo ambien-
b) A transmissão é feita por neurotransmissores. tal que promove a propagação de impulsos nervo-

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VII

sos de maneira unidirecional, sempre no sentido Habilidade: Identificar padrões em fenômenos e


dos dendritos, passando pelo corpo celular e pelos

BIOLOGIA 3A
processos vitais dos organismos, como manuten-
axônios. Já o fio encapado representa os axônios ção do equilíbrio interno, defesa, relações com o
mielinizados, isolados por uma camada gordurosa ambiente, sexualidade, entre outros.
chamada bainha de mielina, e a lâmpada acendendo
representa a resposta ao estímulo inicial. 20. A
Competência: Compreender interações entre Os nódulos de Ranvier são as partes sem mielina

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organismos e ambiente, em particular aquelas dos axônios, que fazem que seja possível a con-
relacionadas à saúde humana, relacionando co- dução saltatória do impulso nervoso e, com isso,
nhecimentos científicos, aspectos culturais e maior rapidez na condução, portanto a cultura
características individuais. A é a mais rápida. Em segundo lugar no quesi-
to rapidez está a cultura D, pela quantidade de
Habilidade: Identificar padrões em fenômenos e
processos vitais dos organismos, como manuten- mielinização e nódulos, mas principalmente pela
ção do equilíbrio interno, defesa, relações com o maior quantidade de energia disponível para o
ambiente, sexualidade, entre outros. processo. Em terceiro lugar está a cultura C, que,
mesmo tendo a presença de mielina e dos nódu-
19. E los, apresenta pouca energia disponível. E, em
O estímulo de um neurônio obedece à lei do tudo último lugar, há a cultura B, que não apresenta
ou nada. Isso significa que, ou o estímulo é sufi- nem mielina, nem nódulos.
ciente para excitar o neurônio, desencadeando o
potencial de ação, ou nada acontece. Não existe Competência: Compreender interações entre
potencial de ação mais forte ou mais fraco, é organismos e ambiente, em particular aquelas
sempre igual, independentemente do estímulo. relacionadas à saúde humana, relacionando co-
O menor estímulo capaz de gerar o potencial de nhecimentos científicos, aspectos culturais e
ação é chamado de limiar de excitação.
características individuais.
Competência: Compreender interações entre
organismos e ambiente, em particular aquelas Habilidade: Identificar padrões em fenômenos e
relacionadas à saúde humana, relacionando co- processos vitais dos organismos, como manuten-
nhecimentos científicos, aspectos culturais e ção do equilíbrio interno, defesa, relações com o
características individuais. ambiente, sexualidade, entre outros.

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VIII

12 SISTEMA NERVOSO
BIOLOGIA 3A

Comentários sobre o módulo 11. D


Neste módulo, foram comparados os diferentes sis- A acetilcolina é um neurotransmissor liberado no
temas nervosos animais, com enfoque voltado ao cará- sistema nervoso autônomo parassimpático, estimu-
ter evolutivo das respostas aos estímulos ambientais. lando principalmente atividades relaxantes, como
Foram apresentadas tanto a anatomia como a fisiologia a redução do ritmo cardíaco e da pressão arterial.
Material do Professor

do sistema de maneira detalhada. Sugerimos que o


educador dê atenção aos diferentes graus de complexi- 12. C
dade de resposta a estímulos entre os animais, quanto A coordenação motora é realizada pelo cerebelo.
ao funcionamento do sistema nervoso humano e ao A interpretação das informações visuais é exe-
impacto do uso de drogas e álcool no SNC. cutada pelo córtex cerebral. A bainha de mielina
aumenta a velocidade de condução dos impulsos
Para ir além nervosos ao longo dos axônios dos neurônios.
No texto “Como o sistema nervoso controla o
comportamento alimentar”, é estudado como o cére- 13. D
bro reconhece os nutrientes e como isso estimula o O líquido cefalorraquidiano é encontrado no in-
consumo do alimento. Disponível em: terior das meninges, da medula espinal e dos
<http://agencia.fapesp.br/como-o-sistema-nervoso-controla-o- ventrículos do cérebro.
comportamento-alimentar/26388/>
14. Cnidários − radialmente simétricos não apresen-
Acesso em: out. 2018.
tando cefalização − sistema nervoso formado
Exercícios propostos por uma rede difusa de neurônios sem qualquer
centralização − respondem de forma reflexa aos
7. B estímulos do meio em que vivem.
O neurotransmissor adrenalina, liberado pelas
terminações axônicas dos neurônios do siste- Platelmintos − bilateralmente simétricos que
ma ner voso autônomo, determina o aumen- apresentam cefalização − sistema nervoso gan-
to do ritmo e a constrição dos vasos sanguí- glionar centralizado na cabeça − percepção lumi-
neos periféricos. nosa, tátil e olfativa.

8. a) Neuróglia. Artrópodes − simetria bilateral − sistema nervoso


ganglionar muito desenvolvido – ampla capacida-
b) Adrenalina e acetilcolina.
de de interação com o ambiente.
9. D Vertebrados − simetria bilateral − sistema nervo-
O arco reflexo é um tipo de resposta do sistema so centralizado na cabeça e mais desenvolvido
nervoso sem que haja participação do cérebro. − permite grande capacidade de percepção sen-
A medula espinal tem participação essencial na sorial, integração, interpretação e elaboração de
resposta do arco reflexo, de modo que a infor- respostas adequadas às solicitações do ambiente
mação não precisa chegar ao cérebro. Mais de em que vivem.
um neurônio participa de uma resposta do arco
reflexo. O neurônio aferente é aquele capaz de 15. E
captar as informações do meio e levá-las ao sis- O álcool etílico é uma substância depressora da
tema nervoso central. São também chamados atividade mental. A cocaína é estimulante de ati-
de sensoriais. vidade do SNC e a maconha causa perturbações
da atividade encefálica.
10. a) O sistema nervoso autônomo é dividido em
simpático e parassimpático. O nervo preservado 16. D
no experimento de Loewi pertence ao sistema A medula espinal é um cordão cilíndrico dotado de
nervoso parassimpático. um canal interno preenchido pelo líquido cefalor-
b) O nervo parassimpático estimulado eliminou

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raquidiano. É revestida pelas membranas denomi-
na solução a acetilcolina, neurotransmissor que nadas meninges: pia-máter, a mais interna; arac-
age provocando a redução da frequência cardíaca. noide, a mediana; e dura-máter, a mais externa.

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c) Se a solução do coração estimulado fosse in- 17. a) O cerebelo é o órgão responsável pela função
jetada em uma fibra muscular esquelética, ocor- de movimento, equilíbrio e postura, recebendo
reriam contrações musculares. estímulos de articulações, músculos, tendões,

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IX

orelha interna, entre outros. O hipotálamo é o órgão as dores de cabeça provoca vasoconstrição dos
responsável pela regulação da temperatura corpo- vasos cerebrais, diminuindo os sintomas desse

BIOLOGIA 3A
ral, integrando impulsos térmicos dos tecidos. tipo de algesia (dor).
b) O CO 2 no sangue é importante para regular o
Competência: Compreender interações entre
equilíbrio ácido-base do sangue. Quando há ex-
organismos e ambiente, em particular aquelas
cesso de gás carbônico, o sangue fica ácido pelo
relacionadas à saúde humana, relacionando co-
aumento de H +, que ativa quimiorreceptores do
nhecimentos científicos, aspectos culturais e

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bulbo. Assim, aumenta a amplitude e os movi-
características individuais.
mentos respiratórios, eliminando maior quantida-
de de CO 2 e equilibrando o pH sanguíneo.
Habilidade: Reconhecer mecanismos de trans-
missão da vida, prevendo ou explicando a mani-
Estudo para o Enem festação de características dos seres vivos.

18. E 20. E
A diferenciação das células-tronco em neurônios Os receptores sensoriais presentes nas mãos
é estimulada em um meio de cultura que imita o do homem captam o estímulo e o convertem em
cérebro, além de conter vitaminas e sais minerais. impulso nervoso; o impulso segue pelo neurônio
sensorial até a substância cinzenta da medula
Competência: Entender métodos e procedimen- espinal, na qual ocorrem sinapses com neurônios
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em associativos e, em seguida, com os motores; os
diferentes contextos. neurônios motores levam o impulso nervoso ao
órgão efetor, neste caso, a musculatura flexora
Habilidade: Relacionar informações apresenta- do antebraço.
das em diferentes formas de linguagem e repre-
sentação usadas nas ciências físicas, químicas Competência: Compreender interações entre
ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, organismos e ambiente, em particular aquelas
tabelas, relações matemáticas ou linguagem relacionadas à saúde humana, relacionando co-
simbólica. nhecimentos científicos, aspectos culturais e
características individuais.
19. A
A dor de cabeça é uma condição associada à di- Habilidade: Reconhecer mecanismos de trans-
latação dos vasos sanguíneos cerebrais. A cafeí- missão da vida, prevendo ou explicando a mani-
na presente nos medicamentos que combatem festação de características dos seres vivos.

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X

13 SISTEMA SENSORIAL HUMANO


BIOLOGIA 3B

Comentários sobre o módulo 10. a) Os raios luminosos emitidos por um corpo atra-
Com base em estudos equivocados do século XIX, vessam, sucessivamente, a córnea, at pupila da
acreditava-se que cada gosto era sentido por uma re- íris, a lente do olho (cristalino) e o humor vítreo;
gião específica da língua. O fato ainda é pauta de pes- eles formam uma imagem invertida na retina. A luz
quisas e é recorrente em questões de vestibulares, estimula a formação de impulsos nervosos, que são
Material do Professor

por isso é importante destacar que qualquer região enviados para a área visual do cérebro, local onde
da língua humana apresenta papilas gustatórias que serão interpretados como imagens.
detectam todos os 5 tipos diferentes de gosto. O me- b) Os abalos na cabeça e a enxaqueca com aura
canismo básico da audição e como a orelha interna causam distúrbios visuais por alterarem a trans-
interfere no equilíbrio, além de como são formadas as missão e a interpretação dos estímulos nervosos
imagens no olho humano, também têm sido temas que chegam à área visual do cérebro.
recorrentes nos vestibulares.
11. B
Para ir além A cóclea é o componente da orelha interna re-
Como problemas de visão são diagnosticados em lacionado à audição. Trata-se de uma estrutura
bebês. Disponível em: enrolada helicoidalmente. A cóclea capta os sons
<https://super.abril.com.br/blog/oraculo/como-problemas-de- que se propagam por seu interior e os transforma
visao-sao-diagnosticados-em-bebes/>. em impulsos nervosos a ser conduzidos até a
Acesso em: out. 2018. área encefálica, onde os sons são interpretados.

Exercícios propostos 12. a) Contra. Os gráficos apontam que os neurônios


1 e 2 são sensíveis a todas as substâncias, depen-
7. B dendo apenas da concentração delas no alimento
Os cães detectam moléculas odoríferas atra- degustado.
vés de quimiorreceptores olfatórios. Os cães
possuem menos cones do que bastonetes na b) Os neurônios 1 e 2 são igualmente sensíveis
retina. Nos mamíferos, os mecanorreceptores às substâncias amargas e azedas. Eles entram
são células ciliadas responsáveis pela transfor- em atividade quando esses componentes alimen-
mação da energia sonora em impulsos nervosos; tares estão presentes em pequenas concentra-
eles se localizam no órgão de Corti e seus cílios ções.
encontram-se na membrana tectória; o sistema
vestibular do ouvido interno é o responsável pelo c) A informação sensorial gustativa atinge o cé-
equilíbrio. Nos mamíferos, os sons entram pelo rebro através de impulsos nervosos conduzidos
ouvido externo e são canalizados até o tímpano, pelos axônios dos neurônios sensitivos presentes
que vibra e movimenta os ossículos do ouvido em nervos cranianos mistos.
médio (martelo, bigorna e estribo), transmitindo
esses sons aos fluidos da cóclea, onde estão os 13. 02 + 04 = 06
mecanorreceptores; os corpúsculos de Pacini são 01) O risco à saúde auditiva de quem ouve música
receptores de pressão vibratória. durante quinze minutos a 100 dB é maior do que
o de um operário trabalhando duas horas a 85 dB.
8. C
A retina é formada por dois tipos de células fo- 08) Existe o fenótipo surdez hereditária, determi-
torreceptoras: os bastonetes sensíveis à luz e os nada geneticamente.
cones, os quais percebem as cores.
16) Os canais semicirculares determinam a per-
9. A cepção do equilíbrio corpóreo.
A retina humana contém dois tipos de fotorre-
ceptores: os cones e os bastonetes. Os cones 32) A percepção cerebral dos sons depende do

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contribuem pouco para a visão noturna por terem nervo auditivo.
menor sensibilidade à luz e serem mais sensíveis
aos comprimentos de ondas relativos às cores. 14. E
Os bastonetes são as células mais sensíveis à luz O olho do jovem J1 forma imagem antes da reti-

conveniados ao Sistema de Ensino


branca, que contém todos os comprimentos de na, uma vez que o formato do globo ocular é mais
onda correspondentes à luz visível pelos seres alongado, característico da visão míope. Sendo
humanos. assim, para corrigir essa anomalia, é necessá-

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XI

rio usar lentes divergentes. O olho do jovem J2 ção do equilíbrio interno, defesa, relações com o
forma imagem depois da retina, uma vez que o ambiente, sexualidade, entre outros.

BIOLOGIA 3B
formato do globo ocular é mais curto, caracterís-
tico da visão hipermetrope. Assim, é preciso usar 19. B
lentes convergentes. Além disso, as células da A estrutura do olho análoga à imagem invertida
retina que correspondem ao estímulo luminoso utilizada na figura é a retina. Quando a imagem
são os bastonetes. é formada na retina, ela é reduzida e invertida.

Material do Professor
Ao chegar ao córtex cerebral, ela é processada.
15. E
As propriedades organolépticas da matéria são Competência: Entender métodos e procedimen-
aquelas que podem ser percebidas por, pelo me- tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
nos, um dos cinco sentidos. diferentes contextos.

16. C Habilidade: Relacionar informações apresenta-


De acordo com o texto, a organização da croma- das em diferentes formas de linguagem e repre-
tina no estado ativado (eucromatina) ou inativo sentação usadas nas ciências físicas, químicas
(heterocromatina) determina que cada neurônio ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
olfatório produza apenas um tipo de receptor para tabelas, relações matemáticas ou linguagem
moléculas odoríferas. simbólica.

17. A retina é o local onde será formada a imagem. O 20. A


cristalino é a lente que vai focalizar a imagem na A tabela mostra que existem regiões do corpo hu-
retina. mano capazes de discriminar com maior precisão
os toques do compasso na pele, como o polegar
Estudo para o Enem e o indicador. Não importando a distância dos
toques, o homem consegue saber exatamente
18. A
o número de toques aplicados nessas regiões
A degeneração dos cones da retina irá compro- da mão.
meter a capacidade de visão em cores.
Competência: Entender métodos e procedimen-
Competência: Compreender interações entre tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
organismos e ambiente, em particular aquelas diferentes contextos.
relacionadas à saúde humana, relacionando co-
nhecimentos científicos, aspectos culturais e Habilidade: Relacionar informações apresentadas
características individuais. em diferentes formas de linguagem e representa-
ção usadas nas ciências físicas, químicas ou bio-
Habilidade: Identificar padrões em fenômenos e lógicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas,
processos vitais dos organismos, como manuten- relações matemáticas ou linguagem simbólica.

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XII

14 SISTEMA TEGUMENTAR HUMANO


BIOLOGIA 3B

Comentários sobre o módulo 11. B


Nesse módulo foram abordados em detalhes os As glândulas sudoríferas são pluricelulares e exó-
principais constituintes do sistema tegumentar, incluin- crinas. Ou seja, sua porção secretora está asso-
do sua anatomia, sua fisiologia e os principais anexos ciada a ductos que se abrem para fora do corpo.
da pele. Este é um conteúdo de grande relevância para São também classificadas como merócrinas, uma
Material do Professor

os vestibulares em virtude de sua recorrência nos últi- vez que, durante sua atuação, suas células têm
mos exames, pois envolve anatomia, enfermidades e os protoplasmas preservados.
principais funções da pele humana. É importante que
o professor aborde com cautela, sem qualquer tipo de 12. E
julgamento ou preconceito, temas contemporâneos A epiderme dos mamíferos é formada pelo tecido
como tatuagem, uso de protetor solar e procedimentos epitelial multiestratificado pavimentoso queratini-
usuais contra o envelhecimento. zado. A camada córnea formada de queratinócitos
mortos protege o organismo contra elementos
Para ir além físicos, químicos e biológicos do ambiente. A epi-
O texto presente no link a seguir aborda por que derme também contém os melanócitos, células
nosso corpo cria rugas conforme envelhecemos. Dis- produtoras do pigmento pardo melanina, que fun-
ponível em: ciona como um filtro solar natural, protegendo o
tegumento contra os danos causados pelo ex-
<https://www.bbc.com/portuguese/noticias/
cesso da radiação ultravioleta emanada pelo Sol.
2015/07/150712_rugas_tg>.

Acesso em: nov. 2018. 13. A


As glândulas sebáceas são exócrinas e se locali-
Por meio do conteúdo a seguir, saiba como os deso- zam junto aos folículos pilosos, nos quais lançam
dorantes atuam sobre o cheiro do suor. Disponível em: uma secreção oleosa cuja função é lubrificar a
<https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-funcionam- pele e os pelos, para evitar seu ressecamento.
os-desodorantes/>. Quando ocorre a inflamação de uma glândula se-
bácea, surge uma acne.
Acesso em: nov. 2018.
14. A endotermia humana é mantida por meios fisio-
7. B
lógicos, entre os quais a vasodilatação periférica,
A tinta das tatuagens é aplicada na derme. Se que dissipa o excesso de calor em ambientes
fosse aplicada na epiderme, ela seria eliminada quentes. Em ambientes frios, ocorre a vasocons-
pela constante descamação das células superfi- trição, que ajuda a conservar o calor nas regiões
ciais mortas e queratinizadas. mais internas do corpo humano.
8. D 15. V, V, F, V, V
A deficiência de vitamina D dificulta a absorção de O sistema imunológico humano reconhece as
cálcio e causa, dessa forma, problemas ósseos. tintas utilizadas nas tatuagens como corpos es-
tranhos. Com o passar do tempo, os pigmentos
9. D
são eliminados por fagócitos e pela renovação
A camada germinativa sofre frequentes mitoses natural dos componentes do tecido conectivo,
e produz, assim, diversas células que são empur- formados pela derme.
radas para as camadas mais externas.
16. C
10. a) UV A. Como as células produtoras de melanina, O pigmento da tatuagem é aplicado por meio de
denominadas melanócitos, estão localizadas na uma ou mais agulhas que perfuram a pele até
parte mais profunda da epiderme, elas serão mais 3 000 vezes por minuto. Cada picada da agulha é
estimuladas pela radiação UV A, que apresenta uma ferida que promove um processo inflamatório,
maior penetração.

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o qual envolve a atividade dos macrófagos, que
b) Células adiposas ou adipócitos. O maior de- tentam fagocitar essas substâncias estranhas ao
senvolvimento dessa camada em animais de cli- corpo. O excesso de pigmento que os macrófagos
ma frio resulta em melhor isolamento térmico e não conseguem combater é absorvido pelos fibro-

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maior acúmulo de reservas energéticas. blastos, o que torna os desenhos definitivos.

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XIII

17. As agulhas utilizadas em tatuagem atingem a ca- células responsáveis pela produção de melani-
mada dérmica da pele e provocam o sangramento

BIOLOGIA 3B
na. Os queratinócitos são células produtoras de
durante o procedimento. Essas agulhas podem queratina. As células produtoras de sebo são as
conter agentes contaminantes, como vírus, bac- glândulas sebáceas.
térias, protozoários e outros agentes patogênicos
causadores de doenças humanas. Competência: Compreender interações entre
organismos e ambiente, em particular aquelas
18. D

Material do Professor
relacionadas à saúde humana, relacionando co-
As glândulas sudoríferas e o suor não têm fun- nhecimentos científicos, aspectos culturais e
ção na hidratação da epiderme, na nutrição das características individuais.
células epiteliais, na eliminação de água em com-
plementação às funções dos rins, no favoreci- Habilidade: Reconhecer mecanismos de trans-
mento de acúmulo das secreções das glândulas missão da vida, prevendo ou explicando a mani-
sebáceas e no comprometimento da respiração festação de características dos seres vivos.
celular.
20. C
Competência: Entender métodos e procedimen- O suor é produzido em maior quantidade em dias
tos próprios das ciências naturais e aplicá-los em quentes. Quando a produção de suor é reduzida,
diferentes contextos. menos água é perdida. Consequentemente, mais
água é eliminada pela urina.
Habilidade: Relacionar informações apresenta-
das em diferentes formas de linguagem e repre- Competência: Compreender interações entre
sentação usadas nas ciências físicas, químicas organismos e ambiente, em particular aquelas
ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, relacionadas à saúde humana, relacionando co-
tabelas, relações matemáticas ou linguagem sim- nhecimentos científicos, aspectos culturais e
bólicas. características individuais.

19. A Habilidade: Reconhecer mecanismos de trans-


As células atacadas pelo sistema imunológico missão da vida, prevendo ou explicando a mani-
de pacientes com vitiligo são os melanócitos – festação de características dos seres vivos.

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XIV

15 SISTEMA DIGESTÓRIO
BIOLOGIA 3B

Comentários sobre o módulo ção, com porcentagem menor de lipídios e muito


O sistema digestório foi abordado comparativamen- menor de carboidratos. O pão integral apresenta
te, com enfoque na definição dos nutrientes envolvidos maior quantidade de carboidratos. O bacon e a bar-
no processo de digestão. Nos últimos vestibulares, co- ra de chocolate têm maior quantidade de lipídios.
mentou-se a importância evolutiva da presença do ânus,
Material do Professor

o que tornou possível o desenvolvimento de órgãos e 12. A


estruturas que deixaram o processo de absorção dos As duas partes têm grande importância para o
nutrientes mais eficiente. Ressaltamos a importância processo digestivo, entretanto é no intestino del-
de aproximar o conteúdo cobrado nas provas com as- gado que acontece a maior parte da digestão, em
suntos contemporâneos, como o tratamento cirúrgico virtude da ação dos sucos entérico, pancreático e
em alguns casos de obesidade, o que altera a anatomia biliar. No intestino grosso, ocorre principalmente
e a fisiologia do trato gastrointestinal. a absorção de água.

13. C
Para ir além
No texto “Cirurgia da obesidade – redução do es- O canal alimentar humano é formado, sequen-
tômago”, é possível explorar como as alterações feitas cialmente, por boca, faringe, esôfago, estômago,
por esse método atuam no sistema digestório. Dis- intestino delgado, intestino grosso e ânus.
ponível em:
14. a) O pâncreas secreta o suco digestório pancreático
<https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/cirurgia-da-
nesse órgão. O fígado produz e secreta bile no in-
obesidade-2/>.
testino delgado, a qual tem função de emulsificar as
Acesso em: nov. 2018. gorduras da dieta, o que facilita a ação das enzimas
Exercícios propostos lipases pancreáticas e entéricas.
b) As vilosidades intestinais presentes no intes-
7. C tino delgado humano aumentam a superfície de
Sem a vesícula biliar, a dieta desse indivíduo deve absorção alimentar.
se restringir ao consumo de carne, uma vez que
as proteínas desse tipo de alimento são digeridas 15. D
por enzimas no intestino delgado. A bile ajuda a No intestino delgado, o quimo sofre a ação do
emulsificar a gordura e auxilia no processo de suco pancreático (produzido no pâncreas), do
digestão de lipídios. suco entérico (fabricado no próprio intestino) e
da bile (que é produzida pelo fígado).
8. C
O órgão 3, denominado pâncreas, é uma glândula 16. D
mista (anfícrina), por apresentar funções exócrina O fígado produz a bile, secreção sem enzimas
(pois secreta o suco pancreático com muitas en- digestivas rica em sais biliares que emulsifica as
zimas no duodeno) e endócrina (porque secreta gorduras, o que facilita a quebra das gorduras.
os hormônios insulina e glucagon na corrente
sanguínea). 17. a) A bile contém sais que funcionam como um
“detergente” natural, emulsificando as gorduras.
9. D Os sais biliares quebram a tensão superficial das
Formam o sistema digestório: cavidade oral, lín- gotas de gordura e as reduzem a níveis microscó-
gua, faringe, esôfago, estômago, duodeno, intesti- picos. A bile é produzida pelo fígado e secretada
no delgado, intestino grosso, reto, ânus e glându- no duodeno.
las anexas (glândulas salivares, fígado e pâncreas). b) As células do fígado produzem e armazenam o
glicogênio após as refeições. O glicogênio hepáti-
10. a) Boca – esôfago – estômago – intestino delgado co se constitui em importante reserva energética
– intestino grosso – ânus. durante os períodos de jejum.
b) O fígado, por meio da produção da bile, promo-

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ve a emulsificação das gorduras, o que facilita a
ação das enzimas que digerem os lipídios.
Estudo para o Enem
18. B

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11. B O aumento das vilosidades intestinais amplia a
Entre os alimentos citados, o ovo de galinha tem área de contato com o conteúdo intestinal. Isso
maior quantidade de proteínas em sua composi- facilita a absorção de nutrientes.

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XV

Com petência: Compreender interações entre Habilidade: Reconhecer mecanismos de trans-


organismos e ambiente, em particular aquelas

BIOLOGIA 3B
missão da vida, prevendo ou explicando a mani-
relacionadas à saúde humana, relacionando co- festação de características dos seres vivos.
nhecimentos científicos, aspectos culturais e
características individuais. 20. E
A remoção cirúrgica da vesícula biliar retardará a
Habilidade: Reconhecer mecanismos de trans-
digestão de gorduras, porque no indivíduo opera-
missão da vida, prevendo ou explicando a mani-

Material do Professor
do ocorrerá uma redução na quantidade de bile a
festação de características dos seres vivos.
ser secretada no intestino. A bile contém sais e
19. E ácidos responsáveis pela emulsificação das gor-
duras, o que facilita a ação hidrolítica das enzimas
A membrana plasmática é constituída por fosfo-
lipídio, colesterol  e proteínas. A  parede celular, lipases pancreáticas e entéricas.
por sua vez, é composta de celulose (um tipo de
carboidrato). No tubo 1, são necessárias enzimas Competência: Compreender interações entre
do tipo L e P. No tubo 2, são necessárias as do organismos e ambiente, em particular aquelas
tipo L, P e C. relacionadas à saúde humana, relacionando co-
nhecimentos científicos, aspectos culturais e
Competência: Compreender interações entre características individuais.
organismos e ambiente, em particular aquelas
relacionadas à saúde humana, relacionando co- Habilidade: Reconhecer mecanismos de trans-
nhecimentos científicos, aspectos culturais e missão da vida, prevendo ou explicando a mani-
características individuais. festação de características dos seres vivos.

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XVI

16 FISIOLOGIA DA DIGESTÃO
BIOLOGIA 3B

Comentários sobre o módulo 9. C


O processo digestório desempenha papel-chave no O fígado produz a bile, que é secretada pelo pró-
balanço de massa no corpo. A maioria do material que prio fígado e pela vesícula biliar. A digestão dos
entra no sistema, pela boca ou por secreção, é absor- alimentos encerra-se no intestino delgado, pela
vida antes de alcançar o final do trato gastrointestinal. ação do suco intestinal (entérico).
Material do Professor

O controle da atividade digestiva é feito pela atuação


conjunta do sistema nervoso e endócrino, que atua 10. a) No intestino, a ação das enzimas na digestão
na motilidade muscular e na liberação de hormônios e dos nutrientes só ocorre em meio alcalino, propor-
sucos digestivos. cionado pela produção de bicarbonato de sódio no
Os processos digestórios diferem nos mamíferos, pâncreas.
que podem ser carnívoros, herbívoros monogástricos
b) O hormônio que estimula a secreção de enzi-
e ruminantes.
mas digestivas, assim como a secretina, é pan-
creozimina ou colecistoquinina.
Para ir além
A intolerância à lactose, também conhecida como c) O tripsinogênio é produzido nas células pan-
deficiência de lactase, é a incapacidade do corpo de creáticas, em sua forma inativa. É ativado pela
digerir lactose. Pesquisadores da Universidade Federal enzima enteroquinase, produzida pelo intestino
de São Paulo (Unifesp) constataram que pediatras e delgado, transformando-se em tripsina (forma
nutricionistas erram com frequência o diagnóstico des- ativa).
sa doença em crianças menores de dois anos. Veja no
11. 02 + 04 + 08 = 14
link a seguir um texto sobre o assunto. Disponível em:
No jejuno e íleo, segmento do intestino delgado,
<http://agencia.fapesp.br/erros-conceituais/8670/>.
ocorrerá a maior parte da absorção dos nutrientes
Acesso em: nov. 2018. pelos capilares sanguíneos. Os ácidos graxos são
absorvidos pelos capilares linfáticos. A transfor-
No endereço a seguir há um texto que explica como mação química que ocorre no estômago se deno-
o controle da fome auxilia nos processos de emagre- mina quimificação. Nessa fase, o bolo alimentar
cimento. Disponível em: é transformado em outra massa, o quimo, que
<https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160219_ será conduzido ao duodeno, o primeiro segmento
como_controlar_fome_rb_tg>. do intestino delgado.

Acesso em: nov. 2018. 12. C


A digestão do amido tem início por meio da
Exercícios propostos ação da amilase salivar, secretada na boca. No
7. D duodeno, porção proximal do intestino delga-
do, o alimento sofre ação da bile, responsável
A colecistoquinina estimula contrações da vesícu- por emulsificar as gorduras do bolo alimentar.
la biliar para liberação da bile e secreção de enzi- No jejuno-íleo, o bolo alimentar sofre ação de
mas digestivas pancreáticas. A secretina estimula enzimas (quimotripsina e tripsina) presentes no
o pâncreas na liberação de bicarbonato de sódio suco pancreático responsáveis pela digestão de
e inibe a secreção de suco gástrico. A gastrina proteínas. No intestino grosso é onde acontecem
estimula a secreção do suco gástrico. a absorção de água e a formação das fezes.
8. E 13. B
A digestão de lipídios ocorre no intestino delga- O polissacarídeo amido presente no pão é, inicial-
do, em pH alcalino, pela ação de enzimas produ- mente, hidrolisado na boca sob a ação da enzi-
zidas no pâncreas, as lipases pancreáticas, que ma amilase salivar. A enzima amilase pancreática
quebram os lipídios em ácidos graxos e glicerol. completa, no intestino delgado, a digestão do

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Essa quebra ocorrerá nos tubos 4 e 5, sendo amido não digerido na boca.
que, no tubo 5 a quebra será mais rápida, pois
apresenta também a bile, emulsificante produ- 14. Amilase salivar (ptialina). Tubo 1. Uma das possibili-
zido no fígado, armazenado na vesícula biliar e dades: a atividade ótima da enzima ocorre a 37 ºC

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lançado no intestino delgado, que aumenta a e em pH neutro. A enzima não degrada o amido em
área da superfície das gotículas de lipídios, fa- temperaturas muito altas ou muito baixas nem pH
cilitando a ação das enzimas. ácido.

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XVII

15. E 19. E

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A bile é produzida pelo fígado, armazenada na As vitaminas A, D, E e K são lipossolúveis, isto
vesícula biliar, liberada no duodeno e contém sais é, ocorrem dissolvidas em lipídios e somente
biliares, que facilitam a digestão dos lipídios. podem ser absorvidas pela mucosa do trato di-
gestório com eles.
16. A
Em ruminantes, o processo digestório acontece Competência: Compreender interações entre

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em quatro câmaras, nas quais a digestão quími- organismos e ambiente, em particular aquelas
ca ocorre no omaso. A absorção dos produtos relacionadas à saúde humana, relacionando co-
dessa digestão acontece no intestino delgado, nhecimentos científicos, aspectos culturais e
que tem vilosidades que possibilitam a absorção características individuais.
dos nutrientes.
Habilidade: Identificar padrões em fenômenos e
17.a) A bile contém sais que funcionam como um “de- processos vitais dos organismos, como manuten-
tergente” natural, emulsificando as gorduras. Os sais ção do equilíbrio interno, defesa, relações com o
biliares (taurocolato e glicolato de sódio) quebram ambiente, sexualidade, entre outros.
a tensão superficial das gotas de gordura, trans-
formando-as em gotículas microscópicas. A bile é 20. D
produzida pelo fígado e secretada no duodeno. A redução na produção de insulina ou a resistên-
b) As células do fígado produzem e armazenam o cia das células à sua ação provoca a hiperglice-
glicogênio após as refeições. O glicogênio hepáti- mia, típica das doenças conhecida como diabetes
co constitui-se em importante reserva energética melitus.
durante os períodos de jejum.
Competência: Compreender interações entre
Estudo para o Enem organismos e ambiente, em particular aquelas
relacionadas à saúde humana, relacionando co-
18. B nhecimentos científicos, aspectos culturais e
A protease presente no suco gástrico acelera a características individuais.
hidrólise de proteínas em meio ácido. A hipóte-
se do pesquisador será confirmada se a enzima Habilidade: Identificar padrões em fenômenos e
digerir a carne em pH = 5. processos vitais dos organismos, como manuten-
ção do equilíbrio interno, defesa, relações com o
Competência: Compreender interações entre ambiente, sexualidade, entre outros.
organismos e ambiente, em particular aquelas
relacionadas à saúde humana, relacionando co- Exercício interdisciplinar
nhecimentos científicos, aspectos culturais e
características individuais. 21. D
O fígado é responsável por uma série de funções,
Habilidade: Identificar padrões em fenômenos e dentre elas a detoxificação de substâncias como
processos vitais dos organismos, como manuten- o álcool. Nenhum dos outros órgãos citados nas
ção do equilíbrio interno, defesa, relações com o outras opções tem suas funções relacionadas à
ambiente, sexualidade, entre outros. metabolização de substâncias tóxicas.

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