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Análises Especiais

Aline Pereira1

Estamos vivendo em uma época marcada pela rapidez nas inovações


tecnológicas e na transmissão das informações. Muito ainda precisa ser aprimorado,
eliminado ou criado, e nessa tarefa, para qual nós professores contribuímos, é de
importância fundamental o conhecimento do passado, o saber histórico.

Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais,

‘’ Na Educação brasileira, o final do século XIX, foi marcado por embates


envolvendo reformulações curriculares. Projetos continuavam a defender
o currículo humanístico, com ênfase nas disciplinas literárias, tidas como
formadoras do espírito. Outros desejavam introduzir um currículo mais
científico, mais técnico e prático, adequado à modernização a que se
propunha ao país. Tanto no currículo humanístico como no científico a
História, entendida como disciplina escolar, mantinha sua importância
para a formação da nacionalidade “.2

A História como disciplina escolar, está envolvida também na formação de


cidadãos que exerçam papel fundamental na formação da sociedade em que vive.
Sendo que, o foco central dos profissionais de história, não é apenas um conhecimento
da evolução do homem, mas, sobretudo, um conhecimento maior de nós mesmos, de
nossas potencialidades para uma atuação social realmente transformadora.

1
Graduanda em História, Universidade Luterana do Brasil, Campus Canoas. 2005/2.
2
Caracterização da Área de História. In: Parâmetros Curriculares Nacionais: História/SEF. Brasília:
MEC/SEF, 1998. P. 20.
Segundo o professor Roberto Santos (2005),

‘’A existência de um professor de história não se dá em um limbo,


chamada sala de aula, mas sim na relação maior entre os outros
profissionais de educação e de outros recortes de conhecimento. Esse
universo estranho se chama Escola’’.3

O conhecimento é interdisciplinar e supõe o domínio de linguagens diferentes.


Nesses sentido, o estudo de História deve articular política, economia, relações sociais,
cultura, religião, geografia, ecologia, arte, matemática, biologia e outros campos do
saber.

Não podemos esquecer que a história pode ser considerada uma memória do
passado, sendo que, as fontes da história podem ser muito variadas, favorecendo uma
noção do que aconteceu, valorizando as coisas simples da vida cotidiana. O estudo do
passado deve estar articulado ao presente, ajudando-nos a refletir sobre as questões
contemporâneas.

Conforme Marcos Napolitano (2003),

‘’ O papel da história para a construção de uma consciência social e


política de feições críticas não é, necessariamente, o resultado do
sectarismo e da partidarização do estudo do passado. Mesmo que o
professor ou pesquisador se posicione e defenda princípios éticos e
políticos, é preciso evitar os anacronismos, ou seja, o julgamento das
ações e idéias do passado sem o cuidado de levar em conta os valores,
processos e configurações específicas do período e da sociedade
estudados.’’4

O professor de história se baseia no estudo do passado, trazendo seus


conhecimentos para o presente. Através dos estudos locais de uma determinada
sociedade, podemos exercer um papel fundamental para o ensino aprendizagem,
contribuindo para a conscientização dos futuros cidadãos em termos de preservação da
memória coletiva.

3
SANTOS, Roberto dos. Tempo , memória e divisão de conteúdos de história em turmas de 5ª série do
ensino fundamental. IN: LEHENBAUER,S.; PICAWY, M.; STEYER, V.; WANDSCHEER, M. (orgs). O
ensino fundamental no século XXI: questões desafios. Canoas: Edulbra, 2005. P. 220.
4
NAPOLITANO, Marcos. Pensando a estranha história sem fim. KARNAL, Leandro (org). História na sala
de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2003. P. 169.
Janice Theodoro, em seu texto Educação para um mundo em transformação
(2003), afirma:

‘’ A identificação é um momento importante no trabalho do professor.


Observar a arquitetura colonial, sua estrutura, dimensões, material,
localização, uso relacionando tudo no tempo e no espaço é tarefa difícil. O
aluno deve aprender a observar, olhar para um objeto.’’5

É nesse sentido, que o uso escolar do objeto ou do documento histórico deve


ser compreendido e utilizado, enquanto um suporte informativo que colabora para a
construção do saber histórico. O uso do objeto histórico em sala de aula exige
tratamento didático, oportunizando ao aluno dialogar com realidades do passado,
construindo o sentido de análise e contribuindo para o saber adquirido. Saber
interpretar criticamente um documento escrito ou uma fotografia, conseguir analisar um
gráfico ou um mapa, entender uma caricatura, relacionar datas e fatos em uma
cronologia, expor oralmente um assunto, criar um mural, produzir um texto, debater
sobre um tema são algumas das habilidades que podemos trabalhar enquanto
profissionais de educação.

A identificação deve ser considerada como o ponto de partida para o trabalho


do professor em interação com seus alunos. Por isso, depende da iniciativa e
habilidade docentes, de uma formação profissional culturalmente competente.

Como bem coloca Paulo Knauss (2002),

‘‘...O trabalho com os documentos históricos desde cedo pode ser


justamente uma fórmula para não adiarmos as tarefas que o mundo
contemporâneo exige da escola – que o aluno compreenda a lógica dos
meios de comunicação, especialmente os de massa, para não ser agente
passivo da manobra de informações, reconhecendo outras visões de
mundo, desabsolutizando-as e demarcando a sua identidade de sujeito
da própria existência.’’6

No caso da História, utilizar em sala de aula textos narrativos, testemunhos de


época, mapas, iconografia e as expressões artísticas em geral, muitas vezes não são

5
THEODORO, Janice. Educação para um mundo em transformação. IN:KARNAL, Leandro (org). História
na sala de aula:conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2003. P 53.
6
KNAUSS, Paulo. Sobre a norma e o óbvio: a sala de aula como lugar de pesquisa. IN: NIKITIUK, Sônia
(org). Repensando o ensino de história. São Paulo: Cortez, 2001. P 44.
suficientes. O aluno precisa ‘’tocar’’ coisas, ‘’ver’’ os objetos, ‘’ouvir’’ os sons, ‘’cheirar’’
as atmosferas, e é através do Museu, que passa a ser um mundo fantástico de
sensações, que o aluno poderá adquirir mais conhecimentos. O Museu se torna a
instituição que se freqüenta para reverenciar um ‘’certo saber’’, um lugar onde
aprendemos, onde reafirmamos nosso passado de glória, a nossa história e a nossa
memória.

O Museu é um memorial para celebrar a história, um centro de documentação


e de pesquisas, com atuação cultural e educacional que possibilite crianças e adultos a
entender a organização, o funcionamento e as mudanças de uma determinada
sociedade.

Na minha concepção, como acadêmica e recentemente como professora de


história, atuar na educação básica, com perspectiva na Educação Patrimonial, é uma
das possibilidades de contribuir para a criação da consciência preservacionista,
valorizando as realidades patrimoniais locais e regionais.

Sabemos que, muitas vezes, a história é vista como uma disciplina morta, sem
graça, cansativa e até mesmo ‘’chata’’, distante do nosso dia-a-dia. Mas a história fica
bem diferente quando descobrimos que ela pode nos responder algo que, de um modo
ou de outro, muitas pessoas já devem ter se perguntado, como por exemplo: ‘’De onde
veio a humanidade?’’.

Buscando compreender e refletir acerca de modelos alternativos, os


professores de história podem dirigir um olhar mais antigo aos sistemas simbólicos da
civilização onde encontramos a mitologia, um espaço diversificado que reúne arte,
literaturas, lendas, diários de viajantes, música, teatro, cinema, enfim, em todas as
formas de expressão humana. Através do avanço tecnológico, hoje em dia, podemos
utilizar em sala de aula qualquer recurso referente a isso. Existem vídeos educativos
sobre mitologia, sem falar nos seriados da tv, o que não deixará de gerar uma
discussão em aula com os alunos que assistem. Como relata em seu texto Paulina
Nólibos (2005),
‘’... Por isso devemos não só ensinar, mas pensar em aprender esses
conteúdos, mesmo que no moderno processo tenhamos de vivenciá-los
praticamente enquanto ensinamos. As vantagens de lidar com esses
modelos em que se encontram o arcaico e o mais contemporâneo é, no
mínimo, voltar a tornar interessantes matérias que correm o risco de
serem consideradas cansativas e sem graça.’’7

A mitologia antiga vem se transformando em novo modelo de organização


social e cultural no âmbito escolar, possibilitando que crianças e adultos tenham um
acesso temático às diversas formulações acerca de um determinado assunto por
diversas culturas. Desenvolvendo na sala de aula, um espaço de estranhamento, sobre
mundos diferentes, fantasias fictícias, histórias míticas, mas que podem auxiliar, e
muito, no processo de formação dos cidadãos.

7
NÓLIBOS, Paulina. Mitologia antiga: uma possibilidade para estudos transdisciplinares na escola. IN:
LEHENBAUER, S.; PICAWY, M.; STEYER, V.; WANDSCHEER, M. (org). O ensino fundamental no
século XXI: questões desafios. Canoas: Edulbra, 2005. P. 236.

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