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APRESENTAÇÃO
Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três
séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes rea-
lidades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que
melhor se encaixa à organização curricular de sua escola.
Gerente Editorial
Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)
(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)
1. Química. 2. Ensino médio – Currículos. I. Art, Jack. II. Gomes, Marcos. III. RJ
Lages . IV. Título.
CDU 373.33
Regra do @QUI808
octeto
@QUI808
Unidade 1: Termoquímica
Pólvora: fogo!
A pólvora mudou estratégias e criou a
demanda por exércitos mais organizados
[...] Desde que chegou ao Ocidente, no século XIII, ela aposentou o jeito medieval de guerrear, criou a
tática militar moderna, favoreceu a criação dos Estados Nacionais e tornou a coragem e a força qualidades
sem muita importância. Tem mais. Sem as armas de fogo carregadas com pólvora, seria muito mais difícil
para os turco-otomanos vencerem Constantinopla e espalharem-se pela Europa Oriental. E a conquista da
América pelos portugueses e espanhóis, provavelmente, não aconteceria.
© Wikipedia
Commons/Hustvedt
Descoberta por volta do século IX por alquimistas chine-
ses, a pólvora passou séculos como um material a ser evitado.
Manuais de alquimia chineses recomendavam aos iniciantes
não misturar salitre e enxofre – o lugar do experimento
poderia voar pelos ares. Só no século XII, os chineses
deram-se conta que a huo yao, “droga do fogo”, tinha
utilidades bélicas, e não eram só fogos de artifício. Em
pouco tempo, a invenção seria conhecida em outro continente. O
primeiro relato europeu sobre a pólvora é do monge franciscano
Roger Bacon, datado de 1242. Ele advertiu sobre o poder que ela
tinha a quem conhecesse “seu truque” – ou seja, a fórmula. Nos séculos
XIV e XV, os fogos de artifício eram febre em festas europeias – havia
duas escolas de arte renascentistas na Alemanha e outra na Itália que estudavam a arte da pirotecnia. “A
descoberta da pólvora não significou uma imediata invenção das armas de fogo”, afirma o historiador Hans
Delbrück, autor do livro The dawn of modern warfare (“O amanhecer da guerra moderna”, sem edição
brasileira). “Ainda demoraria para o poder de fogo da pólvora se transformar em poder de ataque.”
Até então, o barulho mais alto que as pes-
© Shutterstock/Alexander A. Kataytsev
soas ouviam era o de trovões. “A guerra era
relativamente quieta, com apenas tambores
tocando, gritos dos combatentes e batidas
das armas”, diz o historiador Jack Kelly no
livro Gunpowder: alchemy, bombards, and
pyrotechnics (“Pólvora: alquimia, bombas e
pirotecnia”). Antes da pólvora, valiam mais
a força e a destreza dos nobres guerreiros,
que treinavam a arte da cavalaria montada
durante toda a infância e, em combate, usavam
armaduras pesadas.
GUIA DO ESTUDANTE. Pólvora: fogo! Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/guerra/polvora-fogo-434831.shtml>.
Acesso em: 25 abr. 2011.
Desde a Pré-História, é constante o interesse do ser humano em conseguir controlar a energia. Inicialmente, aprendeu
a manipular o fogo, passando a cozinhar os seus alimentos e não mais temendo o frio. Mais tarde, passou a utilizar a
energia para moldar metais e também para construir armas, mudando a história das batalhas. Em tempos modernos,
a energia ainda o fascina, seja para uso industrial, em sistemas de transporte, ou em ambiente doméstico. Percebe-se
que a dependência do ser humano pelas várias formas existentes de energia é cada vez maior. Provavelmente, não seria
uma tarefa fácil se hoje fosse necessário abdicar de algumas das facilidades que o uso da energia traz para o cotidiano.
Calorímetro: dispositivo no qual o fluxo de calor é Com essa equação, é possível calcular os valores de ener-
monitorado pela observação nas mudanças de tempe- gia sob a forma de calor, liberado ou absorvido. Em função
ratura do sistema. da energia envolvida, as reações podem ser classificadas
Condutores
Termômetro
em exotérmicas e endotérmicas:
elétricos
Agitador Reações
Reação EXOtérmica: ocorre com a exotérmicas
+ – liberação de calor para o sistema. @QUI175
Água Dessa forma, a entalpia dos produ-
Marcos Gomes. 2011. Digital.
A quantidade de calor absorvida ou liberada medida pelo Graficamente, as entalpias armazenadas nas substâncias
calorímetro, simplificadamente, é a variação de energia em que reagem ou que são formadas podem ser representadas por
um processo físico ou químico. Essa quantidade é conhecida, meio de um diagrama que relaciona a posição entre as espécies
também, como calor de reação. envolvidas e a energia envolvida no processo. Para uma reação
O funcionamento do aparelho consiste no seguinte princípio: exotérmica, o diagrama geral é representado a seguir:
se a reação química libera calor para o meio, aquece a água; Entalpia (H)
A análise do gráfico demonstra que, nesse processo, a Graficamente, o diagrama geral de uma reação endotér-
entalpia dos produtos (HProdutos) é menor que a entalpia dos mica é apresentado a seguir:
reagentes (HReagentes), isto é, ocorre liberação de energia.
Entalpia (H)
Exemplo:
Reação de combustão do CO(g): Produto(s)
HP
CO(g) + ½ O2(g) → CO2(g)
DH = HP – HR HP > HR DH > 0
Reagente(s)
H (kJ) HR
CO(g) + ½ O2(g)
–110,53 Caminho da reação (tempo)
DH < 0
A análise do gráfico demonstra que, nesse processo, a
–393,51
CO2(g)
entalpia dos produtos (HProdutos) é maior que a entalpia dos
reagentes (HReagentes), isto é, ocorre absorção de energia.
CO(g) + ½ O2(g)
Representações: –110,53
CO(g) + ½ O2(g) → CO2(g) + 282,98 kJ
DH > 0
CO(g) + ½ O2(g) – 282,98 kJ → CO2(g)
CO(g) + ½ O2 (g) → CO2(g) ΔH = –282,98 kJ –393,51
CO2(g)
A queima completa
Thinkstock/Getty Images
de combustíveis
com carbono em sua HReagentes = –393,51 kJ
composição produz o HProdutos = –110,53 kJ
dióxido de carbono. ΔH = HProdutos – HReagentes
Mais conhecido
como gás carbônico, ΔH = –110,53 – (–393,51)
é um dos grandes
responsáveis pelo ΔH = +282,98 kJ ∴ há absorção de 282,98 kJ
efeito estufa
Representações:
CO2(g) + 282,98 kJ → CO(g) + ½ O2(g)
Reação ENDOtérmica: ocorre
com absorção de calor no sis- Reações CO2(g) → CO(g) + ½ O2(g) – 282,98 kJ
endotérmicas
tema. Dessa forma, a entalpia dos @QUI230 CO2(g) → CO(g) + ½ O2 (g) ΔH = + 282,98 kJ
produtos é maior que a dos reagen-
tes (HProdutos > HReagentes), ou seja, Os calores liberados ou absorvidos pelas reações são ex-
apresenta ΔH > 0 (positivo). pressos no Sistema Internacional de Unidades em joule (J). Em
A representação de uma reação endotérmica pode ser algumas situações, como em rótulos de alimentos, é também
feita de várias maneiras: expressa em caloria (cal). A equivalência entre a caloria e o
joule é:
Reagente(s) + calor → produto(s)
Reagente(s) → produto(s) – calor 1 cal = 4,18 J
Reagente(s) → produto(s) ΔH = +x calor
É comum expressar a quantidade de calor envolvida em
uma reação química em quilojoule (kJ) ou em quilocaloria (kcal).
Ensino Médio | Modular 7
Classifique
l f as transformações a seguir em endotér- ( )
micas (1) e exotérmicas (2):
( ) Fe2O3(s) + 3 C(s) + 492,61 kJ → 2 Fe(s) + 3 CO(g)
Equação termoquímica
Equações A informação da quantidade de energia liberada ou absorvida em reações químicas é de extrema
termoquímicas importância. Seu valor depende das condições nas quais a reação ocorre, como a temperatura, a
e variação de pressão, o estado de agregação e a quantidade em matéria das substâncias e, por isso, essa gran-
entalpia
@QUI742 deza é representada junto da equação a que se refere. Assim, numa equação termoquímica em que
é fornecida a variação de entalpia (ΔH), é fundamental descrever as condições do sistema reacional.
A equação termoquímica é a representação da reação química na qual devem constar as quan-
tidades em matéria, os estados físicos e os alotrópicos (caso existam), a temperatura, a pressão
e a quantidade de calor liberada ou absorvida da reação (ΔH).
Exemplos:
1 H2(g) + ½ O2(g) → 1 H2O(ℓ) ΔH = –285,83 kJ
2 H2(g) + 1 O2(g) → 2 H2O(ℓ) ΔH = –571,66 kJ
1 H2(g) + ½ O2(g) → 1 H2O(g) ΔH = –241,82 kJ
Condições- 1C(grafite) + O2(g) → CO2(g) ΔH = –393,51 kJ
-padrão: corres-
ponde à pressão 1C(diamante) + O2(g) → CO2(g) ΔH = –395,40 kJ
de 1 atm e
temperatura de
25˚C. Quando não for indicada a temperatura e a pressão em que a reação foi realizada, fica subentendido
que ocorreu nas condições-padrão.
8 Termoquímica; Cinética Química
QUÍMICA
Thinkstock/Getty Images
50 mL de água ca – utilizada
Béquer – para manipular
Bico de Bunsen frasco para objetos aque-
realizar expe- cidos
Uma cédula de papel (dinheiro) rimentos
Procedimentos
© Shutterstock/GGW 1962
1. Misture no béquer 50 mL de álcool isopropílico com 50 mL de água.
Bico de Bunsen –
2. Molhe, completamente, a cédula de papel na solução. utilizado para fazer
aquecimento de
3. Com o auxílio de uma pinça grande, segure a cédula e coloque fogo. amostras
4. Observe o ocorrido.
a) O experimento representa a reação de combustão total do álcool isopropílico (C3H7OH(ℓ)) em presença de oxigênio
(O2(g)), em que são produzidos gás carbônico (CO2(g)), água (H2O(g)) e 1 987 kJ de energia. Com essas informações,
indique a equação termoquímica balanceada e a variação de entalpia do sistema:
b) Considerando a informação de que toda queima é classificada como um processo exotérmico, pode-se dizer
que a energia dos reagentes é maior ou menor que a energia dos produtos?
c) Se a reação envolvida libera calor para o meio, por que o papel não queima?
As equações representam a mesma reação química. A única alteração ocorrida foi a mudança
na quantidade em matéria dos participantes da reação. Como consequência, houve alteração no
valor do ΔH.
Estado físico
Ao se compararem reações químicas em que as mesmas substâncias estão envolvidas no processo,
porém em estados físicos diferentes, verifica-se uma mudança na variação de entalpia da equação.
Exemplo:
H2(g) + ½ O2(g) → H2O(g) ΔH1 = –241,82 kJ
H2(g) + ½ O2(g) → H2O(ℓ) ΔH2 = –285,83 kJ
H2(g) + ½ O2(g) → H2O(s) ΔH3 = –292,72 kJ
Observa-se que o simples fato de a água formada se apresentar nos estados sólido, líquido ou
gasoso, modifica o valor do ΔH da reação. Graficamente, podem-se representar as mudanças de
estado da seguinte maneira:
Jack Art. 2011. Digital.
Por meio do diagrama, verifica-se que a entalpia da água, no estado de vapor, é a mais alta; no
estado líquido, intermediária; e, no estado sólido, a mais baixa. Dessa forma, como o líquido e o vapor
são estados mais energéticos que o sólido, a energia liberada para a formação da água no estado
sólido é maior que nos estados líquido e gasoso. Essa diferença energética ocorre devido ao grau de
agitação das moléculas que aumenta do estado sólido para o estado gasoso.
No gráfico, pode-se observar que as mudanças de estado físico de uma substância também envolvem
trocas de calor, isto é, ocorrem com absorção ou liberação de calor, conforme representado no esquema:
Transformações endotérmicas (com absorção de energia)
Fusão Vaporização
© Shutterstock/Straga
Jupiterimages/Getty Images
Thinkstock/Getty Images
Solidificação Liquefação ou condensação
Sublimação
Estado alotrópico
Estado Quando um mesmo elemento químico origina substâncias simples diferentes, tem-se uma variedade
alotrópico
alotrópica. Esse fenômeno, conhecido como alotropia, pode ocorrer devido às diferentes estruturas das
@QUI649
substâncias no estado sólido ou à diferença quanto ao número de átomos que compõem a molécula.
A mudança no estado alotrópico dos participantes de uma reação também é um fator que altera a
Alotropia: variação de entalpia (ΔH) do sistema.
do grego allos
(outro) e tropos Exemplo:
(maneira) foi C(grafite) + O2(g) → CO2(g) ΔH = –393,51 kJ
um nome criado
por Jöns Jacob C(diamante) + O2(g) → CO2(g) ΔH = –395,40 kJ
Berzelius (1779-
-1848). Apesar de serem bastante semelhantes, as equações termoquímicas diferem quanto à forma
alotrópica do elemento químico. Dessa forma, possuem diferentes valores de ΔH.
O estado alotrópico mais comum é considerado o mais estável, por isso apresenta valores mais
© Wikipedia Commons
baixos de entalpia.
Na natureza existem várias formas alotrópicas. As mais comuns ocorrem com os elementos carbono
e oxigênio.
Alótropos do carbono: atualmente, existem quatro formas alotrópicas do carbono (grafite, diamante,
buckminsterfulerenos e os nanotubos). Diferem entre si pela estrutura cristalina que apresentam.
As formas naturais são a grafite e o diamante, sendo a grafite a forma mais estável e comum do
elemento carbono. O diamante só pode ser obtido a elevadas pressões e temperaturas. É considerada
a substância natural mais dura de que se tem conhecimento.
JJeffrey Hamilton/Getty Images
Forma
alotrópica
do carbono:
diamante
@QUI665
Forma
alotrópica
do carbono:
Diferença no rearranjo molecular dos
grafite alótropos do carbono, grafite e diamante
@QUI545
Grafite Diamante
Ensino Médio | Modular 11
Os buckminsterfulerenos e os nanotubos de carbono são duas formas alotrópicas de carbono que
até hoje não tiveram suas propriedades totalmente elucidadas.
Os alótropos do carbono,
Divo. 2011. 3D.
buckminsterfulerenos e
Fulerenos e nanotubos, apresentam
nanotubos de diferentes simetrias
carbono
@QUI925
Buckminsterfulerenos Nanotubos
Ao contrário da grafite e do diamante, que possuem uma infinidade de átomos unidos constituindo
um retículo cristalino, o fulereno (buckminsterfulereno) e os nanotubos são formados por moléculas
contendo no mínimo 60 átomos de carbono (C60), diferindo apenas pela simetria.
LatinStock/SPL/Geoff Tompkinson
hexágonos e pentágonos.
Os fulerenos são uma terceira forma de carbono. As duas primeiras
são grafite e diamante.
Devido a sua estabilidade, esperava-se encontrar a molécula em
estrelas bem desenvolvidas, ricas em carbono. O elemento forneceria a
matéria-prima para a molécula, e sua estabilidade impediria sua quebra
pela radiação interestelar. Harold Kroto, físico-químico
Apesar da expectativa, ainda não haviam sido detectados fulerenos no britânico e ganhador do Prêmio
espaço. Agora, um grupo de pesquisas liderado por Jan Cami, da Univer- Nobel, foi um dos cientistas que,
em 1985, postulou pela primeira
sidade de Western Ontario, no Canadá, detectou as moléculas usando o vez a estrutura tridimensional
telescópio de infravermelho Spitzer da Nasa (agência espacial americana). dessas moléculas. Na foto, está
Em artigo publicado na revista Science, Cami e sua equipe descrevem sentado em meio aos modelos da
molécula de fulerenos, formadas
ter identificado a assinatura em infravermelho da molécula. por átomos de carbono, com
"[As moléculas] oscilam e vibram de várias maneiras e, ao fazerem formato de bola de futebol
isso, interagem com a luz infravermelha em comprimentos de onda bem
específicos", disse Cami à "BBC News". Quando o telescópio detectou emissões nesses comprimentos de
onda, Cami sabia que o sinal vinha de fulerenos.
Harry Kroto, professor da Universidade Estadual da Flórida e Nobel de Física em 1996 pela descoberta
dos fulerenos, comemorou a descoberta. "Esse avanço entusiasmante fornece provas convincentes de que os
fulerenos, como sempre suspeitei, existiram desde tempos imemoriais nos recantos escuros da nossa galáxia.”
O sinal originou-se em uma estrela de Ara, no hemisfério celestial sul, a 6 500 anos-luz de distância.
FOLHA DE S.PAULO. Molécula em forma de bola de futebol é encontrada no espaço. Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.
br/ciencia/771152-molecula-em-forma-de-bola-de-futebol-e-encontrada-no-espaco.shtml>. Acesso em: 28 abr. 2011.
© Shutterstock/Wavebreakmedia ltd
do elemento oxigênio são o gás oxigênio (O2) e o ozô-
© Shutterstock/MarcelClemens
nio (O3). A diferença entre esses alótropos está na
atomicidade da molécula, ou seja, no número de áto-
mos que forma a molécula. O oxigênio existente no
ar atmosférico é um gás indispensável à respiração.
O ozônio, gás que envolve a atmosfera terrestre, faz
a proteção contra os raios ultravioleta do Sol.
Uma substância está no estado-padrão quando se encontra no seu estado físico mais comum
ou na sua variedade alotrópica mais estável (menos energética), a 1 atm e a 25ºC.
Arbitrariamente, atribui-se o valor zero às substâncias simples que se encontram no estado-padrão.
Exemplos:
Elemento H O C S N F Cℓ Br I
o
Substância simples com H = 0 H2(g) O2(g) C(grafite) S(rômbico) N2(g) F2(g) Cℓ2(g) Br2(ℓ) I2(s)
Matematicamente,
ΔH = HP – HR
–285,83 = HH2O(ℓ) – zero
HH2O(ℓ) = –285,83 kJ/mol Ensino Médio | Modular 13
Comprova-se que a entalpia-padrão de formação de uma substância (ΔH°f) é numericamente igual à entalpia
de 1 mol dessa substância. Assim, os valores das entalpias de várias substâncias são registrados em uma tabela,
a qual é utilizada para determinar teoricamente os valores das variações de entalpias para diferentes reações.
A tabela apresenta valores de entalpia para algumas substâncias no estado-padrão:
Substância kJ/mol Substância kJ/mol
CH4(g) –74,81 NaCℓ(s) –411,15
C2H2(g) +226,73 NaOH(s) –425,61
C2H4(g) +52,26 NaOH(aq) –470,11
CO(g) –110,53 Ca(OH)2(s) –986,09
CO2(g) –393,51 Ca(OH)2(aq) –1 002,82
SO2(g) –296,83 Aℓ(OH)3(s) –1 276
H2S(g) –20,63 O3(g) +142,7
HF(g) –271,1 AgI(s) –61,84
HBr(g) –36,40 AgI(aq) +50,38
HCℓ(g) –92,31 CH3OH(ℓ) –238,86
H2O(g) –241,82 C2H5OH(ℓ) –277,69
H2O(ℓ) –285,83 CaO(s) –635,09
H2O(s) –292,72 CaCO3(s) –1 206,9
NH3(g) –46,11 HCN(g) +135,1
NO2(g) +33,18 HI(g) +26,48
Fonte: ATKINS, Peter; JONES, Loretta. Princípios de Química: questionando a vida moderna
e o meio ambiente. Porto Alegre: Bookman, 2006.
A tabela a seguir
segu apresenta as entalpias de com- 3. Qual deve ser a quantidade em matéria (mol)
bustão de diferentes substâncias, frequentemente de propano queimada para liberar 400 kJ?
utilizadas como combustíveis:
1. (UECE) O sal de cozinha, em contato com a água, O hidrogênio reage ao ar de acordo com a equação:
mesmo na forma de gelo, tende a se dissolver.
2 H2(g) + O2(g) → 2 H2O(g) ΔH = –483,6 kJ
Essa dissolução é um processo endotérmico, isto
é, exige uma quantidade de energia para se con- Considerando a equação, analise as afirmações:
cretizar. A temperatura da mistura pode chegar I. Como o valor de ΔH é negativo, o sistema
a –18ºC e, em 5 minutos, seu isopor será capaz libera calor para a vizinhança.
de fazer por uma latinha de cerveja o que o freezer
II. O valor da variação da entalpia permanece o
faria em 15 minutos. Assinale a opção que con-
mesmo, independente da quantidade de rea-
tém o gráfico que representa um processo endo-
gentes consumida no processo.
térmico, em uma reação química:
III. A entalpia dos reagentes é maior que a ental-
a) b)
pia dos produtos.
IV. A reação é endotérmica.
Estão corretas
a) apenas I e II.
b) apenas I e III.
c) d) c) apenas II e III.
d) apenas II e IV.
e) apenas I, III e IV.
3. (UESPI) O acetileno é um gás utilizado em ma-
çaricos para cortar e soldar metais. Ao queimar,
produz uma chama luminosa intensa, alcançan-
do uma temperatura ao redor de 3 000°C. Con-
2. (UFSM – RS) A queima do dirigível Hindenburg, sidere a equação termoquímica para a reação de
em Nova Jersey, no ano de 1937, marcou o fim decomposição do acetileno:
do uso de hidrogênio em dirigíveis, potenciali- C2H2(g) → 2 C(s) + H2(g) ΔH = –230 kJ . mol–1
zando o uso de aviões.
e analise as seguintes afirmativas:
(1) A reação é exotérmica, pois o calor é liberado. 6. (UFPE) Quando NH4Cℓ é dissolvido em um bé-
(2) A variação da entalpia da reação inversa é idên- quer contendo água, e dissocia-se de acordo
tica à da reação direta. com a equação:
(3) A entalpia dos produtos é menor que a ental- NH4Cℓ(s) + H2O(ℓ) → NH4+(aq) + Cℓ–(aq) ΔH = +14,8 kJ/mol
pia dos reagentes.
podemos concluir que:
Está(ão) correta(s)
a) o processo de dissolução é endotérmico;
a) 1 apenas. b) 2 apenas.
b) os íons aquosos contêm mais energia que o
c) 3 apenas. d) 1 e 3 apenas.
NH4Cℓ(s) e H2O(ℓ) isolados;
e) 1, 2 e 3.
c) 14,8 kJ serão liberados na dissolução de 1 mol
de NH4Cℓ(s);
4. (UFMG) Ao se preparar uma solução aquosa con-
centrada de sal de cozinha, NaCℓ, observou-se, du- d) a dissolução do NH4Cℓ(s) em H2O(ℓ) provoca o
rante a dissolução, um resfriamento do sistema. esfriamento do líquido;
Considerando-se a situação descrita e outros co- e) a temperatura do béquer permanecerá cons-
nhecimentos sobre o assunto, é correto afirmar tante.
que:
7. (FACULDADE EVANGÉLICA – PR) Na Terra é possí-
a) a dissolução do NaCℓ aumenta a energia ciné- vel encontrar água nos três estados físicos – sóli-
tica média das moléculas da água; do, líquido e gasoso. Cada um desses três estados
b) a quantidade de NaCℓ dissolvida determina o apresenta características próprias que podem ser
grau de resfriamento do sistema; alteradas pela variação de temperatura.
c) a quebra do retículo cristalino do NaCℓ é um
processo exotérmico;
d) a solução transfere energia, na forma de calor,
para a vizinhança.
Numa oficina onde são substituídos escapamen- 14. (FATEC – SP) Os carboidratos são uma importante
tos em automóveis, consumiram-se 650 g de fonte de energia em nossa dieta alimentar. Nas
acetileno, qual foi a energia liberada? células, as moléculas de monossacarídeos são me-
tabolizadas pelo organismo, num processo que li-
(Dados: Massas atômicas em g/mol: C = 12; H = 1)
bera energia, representado pela equação:
a) –31 375 kJ C6H12O6 + 6 O2 → 6 CO2 + 6 H2O + energia
b) –26 275 kJ Essa equação química corresponde ao processo
c) –15 020 kJ global popularmente denominado “queima da
d) –12 410 kJ glicose”. Cada grama desse açúcar metaboliza-
e) –25 525 kJ do libera cerca de 4 kcal de energia, usada para
movimentar músculos, fazer reparos nas células,
12. (UEA – AM) Um grupo de estudantes realiza pes- manter constante a temperatura corporal, etc.
quisa de campo em uma área próxima ao Rio A massa de oxigênio consumida, em gramas,
Unini, afluente do Rio Negro. Eles deverão per- quando a “queima” desse açúcar metabolizado
noitar no local e utilizarão etanol em gel, com- liberar 1 200 kcal é:
bustível utilizado em acampamentos. Que massa (Dados: massas molares (g/mol): H = 1; C = 12;
de etanol precisa ser queimada para fornecer O = 16)
300 kJ de calor?
a) 300 b) 320
Equação termoquímica:
c) 400 d) 800
C2H5OH(ℓ) + 3 O2(g) → 2 CO2(g) + 3 H2O(ℓ) ΔHo = –1 380 kJ e) 1 800
(Dados: C = 12 u; H = 1 u; O = 16 u)
15. (UFAC) O aumento da concentração de CO2 na
a) m = 10,0 g atmosfera, resultante da queima de combustíveis
b) m = 8,0 g orgânicos, contribui para a intensificação do efeito
estufa e o consequente aumento no aquecimento
c) m = 5,0 g
global do planeta. A 25ºC, a queima do etanol e do
d) m = 7,5 g metano libera 1 400 kJ/mol e 900 kJ/mol de ener-
e) m = 8,5 g gia, respectivamente. A razão entre a quantidade
de energia liberada por mol de CO2 emitido pela
13. (UERJ) Explosivos, em geral, são formados por combustão do etanol e do metano são, respectiva-
substâncias que, ao reagirem, liberam grande mente:
quantidade de energia. O nitrato de amônio,
a) 1 400 e 900 kJ/mol
um explosivo muito empregado em atividades
de mineração, se decompõe segundo a equação b) 700 e 900 kJ/mol
química: c) 700 e 450 kJ/mol
2 NH4NO3(s) → 2 N2(g) + O2(g) + 4 H2O(g) d) 200 e 900 kJ/mol
Em um teste, essa decomposição liberou 592,5 kJ e) 1 400 e 1 800 kJ/mol
de energia e produziu uma mistura de nitrogê-
16. (UPE) Uma mistura gasosa de massa total 132,0 g é
nio e oxigênio com volume de 168 L, medido nas
formada por igual número de mols de etano (C2H6)
CNTP.
e butano (C4H10). A combustão total dos gases
Nas mesmas condições, o teste com 1 mol de constituintes dessa mistura libera para o ambiente
nitrato de amônio libera, em quilojoules, a se-
(Dados: os calores de combustão dos gases etano
guinte quantidade de energia:
e butano, são, respectivamente, –1 428 kJ/mol e
a) 39,5 –2 658 kJ/mol; ma (C) = 12 u, ma (H) = 1 u)
b) 59,3
a) 4 897 kJ b) 8 172 kJ
c) 118,5
c) 3 372 kJ d) 4 086 kJ
d) 158,0
e) 6 129 kJ
Desafio
Desafio
18. (UFT – TO) Etanol é um dos mais importantes com-
20. (UNESP) A tabela apresenta informações sobre as
bustíveis renováveis do país. Com o progresso da
composições químicas e as entalpias de combus-
tecnologia dos automóveis flex-fuel houve um im-
tão para três diferentes combustíveis que podem
pulso na comercialização e utilização deste com-
ser utilizados em motores de combustão interna,
bustível. A entalpia-padrão de combustão do etanol
como o dos automóveis:
líquido é –1 367 kJ/mol e sua densidade é 0,80 g/mL.
ΔH combustão Massas molares
Na combustão de 1 L de etanol, é correto afirmar Combustível
kcal mol–1 g mol–1
que ocorre:
Gasolina (C8H18) –1 222,5 114,0
a) liberação de 23,77 kJ de energia;
Etanol (C2H5OH) –326,7 46,0
b) liberação de 1 367 kJ de energia;
Hidrogênio (H2) –68,3 2,0
c) liberação de 2,38 . 104 kJ de energia;
d) liberação de 238 kJ de energia.
Com base nas informações apresentadas e com-
parando esses três combustíveis, é correto afir-
Desafio mar que:
19. (UPE) Há muito que se conhece que o metanol e a) a gasolina é o que apresenta menor impacto
o etanol podem ser usados como combustíveis ambiental e vantagem energética;
de veículos automotores, pois queimam facil- b) o álcool é o que apresenta maior impacto am-
mente, no ar, liberando energia. Há previsões de biental e vantagem energética;
20 Termoquímica; Cinética Química
QUÍMICA
Entalpia de formação
Como a entalpia de uma substância não pode ser medida, foram definidos e determinados valores
relacionados às quantidades de energia das substâncias quando estão envolvidas numa reação quí-
mica. Os valores da entalpia-padrão de formação de uma substância (ΔHºf), predeterminados, foram
registrados em tabelas para que, com o auxílio destas, o ΔH teórico de outras reações seja calculado.
Com os valores das entalpias de formação dos participantes da reação, de modo geral, pode-se
calcular o ΔH da reação da seguinte maneira:
ΔH°Reação = [Σ Hformação dos produtos] – [Σ Hformação dos reagentes]
Observação: onde Σ significa somatório
O gás metano (CH4), principal componente do gás natural, tem sido a escolha de muitas indústrias
e proprietários de veículos, pois, quando comparado com outros combustíveis derivados do petró-
leo, produz grande quantidade de calor, por quilograma queimado, resultando em menor impacto
ambiental.
Dadas as entalpias de formação do CH4 = –74,81 kJ/mol, do CO2 = –393,51 kJ/mol e da H2O =
–285,83 kJ/mol, calcule a variação de entalpia, em kJ, para a reação abaixo, a 25°C e 1 atm:
CH4(g) + 2 O2(g) → CO2(g) + 2 H2O(ℓ)
Resolução:
Com as entalpias de formação dadas, coloca-se abaixo de cada substância envolvida o valor cor-
respondente, ou seja, se necessário, altera-se o valor da entalpia da substância para a quantidade
presente na equação fornecida:
CH4(g) + 2 O2(g) → CO2(g) + 2 H2O(ℓ)
–74,81 + 2 (zero) → –393,51 + 2 (–285,83)
–74,81 → –965,17
Σ Hformação dos reagentes → Σ Hformação dos produtos
ΔH°Reação = [Σ Hformação dos produtos] – [Σ Hformação dos reagentes]
ΔH°Reação = –965,17 – (–74,81)
ΔH°Reação = –890,36 kJ
O valor do ΔH de uma reação pode ser expresso em função da quantidade em matéria para qualquer
participante.
Ensino Médio | Modular 23
Lei de Hess
Estabelecida com base em resultados experimentais, a Lei de Hess foi enunciada em 1840 pelo
cientista suíço Germain Henri Hess (1802-1850), considerado um dos pioneiros da Físico-Química.
Resolução:
As equações dadas deverão ser organizadas de tal modo que a sua soma resulte na equação-
-problema: CH4(g) + 2 O2(g) → CO2(g) + 2 H2O(ℓ).
Dessa forma, buscam-se as substâncias participantes nas equações fornecidas e, algebricamente,
efetua-se a soma daquelas que forem utilizadas para a obtenção da equação na qual se deseja
determinar a variação de entalpia.
Para isso, deve-se:
 Inverter a equação III de modo a obter o CH4(g) como reagente.
III. C(graf) + 2 H2(g) → CH4(g) ΔH = –74,81 kJ (inverter a equação) ∴
 Finalmente, fazer a soma algébrica das equações utilizadas. Considera-se que a variação de
entalpia de uma reação é a soma das variações de entalpias das equações secundárias.
I. C(graf) + O2(g) → CO2(g) ΔH = –393,51 kJ
II. 2 H2(g) + O2(g) → 2 H2O(ℓ) ΔH = –571,66 kJ
III. CH4(g) → C(graf) + 2 H2(g) ΔH = +74,81 kJ
CH4(g) + 2 O2(g) → CO2(g) + 2 H2O(ℓ) ΔHReação = –890,36 kJ
Segundo a Lei de Hess, o ΔH de um processo é a soma das variações de entalpia das etapas que
ocorrem durante esse processo. Assim, é possível também determinar a variação de entalpia de uma
reação por meio de representação gráfica.
Energia de ligação
Numa reação química, as substâncias iniciais são consumidas para que novas substâncias sejam
formadas. Nesse processo, microscopicamente, ocorre um rearranjo entre os átomos presentes nos
reagentes para a obtenção de novas ligações entre esses átomos nos produtos. Portanto, algumas
ligações são quebradas e outras, formadas.
Para que ocorra a quebra de ligações nos reagentes, é necessário o fornecimento de energia,
portanto é um processo endotérmico. Para a formação de ligações nos produtos, há liberação de
energia, isto é, um processo exotérmico. A análise dessas energias envolvidas permite determinar
a variação de entalpia de uma reação química.
Para romper, por exemplo, um mol de ligações do gás hidrogênio e formar átomos de H(g), é neces-
sário fornecer 436 kJ. Diz-se que a energia de ligação H – H é 436 kJ.
H2(g) → 2 H(g) ΔH = 436 kJ/mol de ligação (simples)
ou
H – H → 2 H(g) ΔH = 436 kJ/mol de ligação
Graficamente,
H(gasoso) + H(gasoso)
DH = +436 kJ
H – H(gasoso)
Exemplos:
1. A indústria automobilística busca cada vez mais o desenvolvimento de motores que utilizam com-
bustíveis alternativos, como o H2. Apesar de ser considerado um combustível que não causa polui-
ção, apresenta baixa capacidade energética (mássica e volumétrica). Calcule a energia envolvida
na queima de um mol desse combustível:
H2(g) + ½ O2(g) → H2O(g)
Dadas as energias de ligação:
H–H ΔH = 436 kJ/mol
O=O ΔH = 496 kJ/mol
H–O ΔH = 463 kJ/mol
Resolução:
Primeiramente, representam-se as ligações de todas as substâncias envolvidas. Com os dados
apresentados, as ligações são substituídas pelos valores que correspondem à quebra de 1 mol de
ligação. Assim, se necessário, altera-se o valor da energia para a quantidade presente na equação.
H–H+ ½ O=O → H–O–H
Ligações rompidas → Ligações formadas
436 kJ + ½ · 496 kJ → 2 · 463 kJ
684 kJ 926 kJ
Energia absorvida para o Energia liberada para a
rompimento de ligações
< formação de ligações
(processo endotérmico) (processo exotérmico)
2. A hidrazina é um composto químico de fórmula N2H4, utilizado entre outras aplicações em prope-
lentes de satélites artificiais. Sabendo-se que a síntese da hidrazina pode ser representada pela
equação a seguir:
2 H2(g) + N2(g) → N2H4(g)
Ligação Energia (kJ/mol)
H–H 436
H–N 388
N–N 163
N≡N 944
Por meio dos valores das energias de ligação, na tabela apresentada, calcule a variação de entalpia
obtida na sua formação:
Resolução: 2H–H+N≡N → H–N–N–H
H H
Ligações rompidas → Ligações formadas
2 · 436 kJ + 944 kJ → 4 · 388 kJ + 163 kJ
1 816 kJ 1 715 kJ
Energia absorvida para o Energia liberada para a
rompimento de ligações
> formação de ligações
(processo endotérmico) (processo exotérmico)
O saldo resultante indica se a reação química ocorre com absorção ou liberação de energia. Na
realidade, há tanto a absorção de energia (nos reagentes) quanto a liberação de energia (nos produtos),
porém o saldo determina qual processo prevalece na reação química em questão.
18. (UFMS) Calcule a entalpia, ΔH, em kcal/mol, da rea- C(s) + O2(g) → CO2(g) –394
ção: H2(g) + ½ O2(g) → H2O(ℓ) –286
CO2(g) → C(s, grafite) + O2(g), nas condições ambien-
2 C(s) + 3 H2(g) + ½ O2(g) → C2H5OH(ℓ) –278
tes (25°C e 1 atm), sabendo-se que:
I. C2H6(g) + 7 2 O2(g) → 2 CO2(g) + 3 H2O(ℓ)
ΔH° = –372,7 kcal/mol
II. 2 C(s, grafite) + 3 H2(g) → C2H6(g)
ΔH° = –20,2 kcal/mol
III. H2(g) + ½ O2(g) → H2O(ℓ)
ΔH° = –68,3 kcal/mol
Desafio
28. (FGV – SP) É um pequeno passo para um ho-
mem, mas um gigantesco salto para a humani-
dade, disse Neil Armstrong, ao pisar na Lua há
40 anos, em julho de 1969. Para realizar essa fa-
çanha, o foguete utilizou, na época, oxigênio e
hidrogênio líquidos como combustíveis, que rea-
giam na câmara de combustão, produzindo um
gás que era expelido em alta pressão, lançando b) Baseado apenas nos valores de ΔH, qual das
a Apollo 11 rumo ao espaço. A reação química é reações é mais favorável? Por quê?
representada na equação:
H2(ℓ) + ½ O2(ℓ) → H2O(g)
Na tabela, são dados os valores de entalpia-pa-
drão de formação e de vaporização:
Ensino Médio | Modular 33
2 Cinética Química
© HURL/NOAA
4 265 anos e 2 742 anos, respectivamente. Estão, portanto, entre
os seres vivos mais antigos da Terra.
[...] A equipe liderada por Brendan Roark, da Universidade
Stanford, extraiu amostras de dois gêneros de coral, o Gerardia
(que pode ser visto na foto ao lado) e o Leiopathes, que podem
ser encontrados a profundidades que vão de 300 m a 500 m em
águas havaianas. Esses invertebrados usam protuberâncias do
solo marinho para se fixar e crescer.
Ao realizar datações por carbono-14, semelhantes às que
servem para estimar a idade de fósseis, os pesquisadores che-
garam às idades inacreditáveis citadas acima. Os corais são
organismos coloniais, ou seja, vários "indivíduos" se juntam
num só corpo e crescem juntos, dividindo funções como cap- O coral Gerardia, com idade estimada
de quase 2 700 anos
tura de alimento e excreção. Ao que parece, enquanto partes
desses superorganismos iam morrendo, outras cresciam no lugar, chegando a vários milênios de existência
contínua num único "corpo".
Segundo os pesquisadores, não é incomum que animais de regiões muito profundas tenham crescimento
lento e grande longevidade, mas o caso dos corais é fora de série. É praticamente certo que eles sejam os
organismos coloniais mais antigos da Terra. Como eles são explorados para fazer joias, os cientistas alertam
que isso pode levar ao extermínio das espécies, uma vez que elas crescem muitíssimo devagar.
LOPES, Reinaldo José. Cientistas descobrem corais que vivem mais de 4 000 anos. Disponível em: <http://g1.globo.com/Noticias/
Ciencia/0,,MUL1055013-5603,00-CIENTISTAS+DESCOBREM+CORAIS+QUE+VIVEM+MAIS+DE+ANOS.html>. Acesso em: 8
maio 2011.
1. Os recifes de corais formam um dos mais antigos e complexos ecossistemas marinhos do planeta.
Compostos por finas camadas de carbonato de cálcio, foram formados ao longo de milhares de anos por
colônias de pequenos animais chamados pólipos de corais. De acordo com o texto, como foi possível
estimar a idade dos corais dos gêneros Gerardia e Leiopathes?
2. Em diversos estados do Brasil, comunidades recifais se instalaram sobre bancos de arenito de praia, em
geral estreitos, alongados e situados adjacentes à praia. Pesquise três estados brasileiros que possuem
região litorânea privilegiada com recifes de corais.
3. Pesquise a qual filo pertencem os corais dos gêneros Gerardia e Leiopathes.
Química
QUÍMICA
A formação de grandes recifes de corais envolve uma série de reações químicas que levaram mi- 35
lhares de anos para ocorrer. De maneira semelhante, o petróleo foi formado por materiais orgânicos
que se decompuseram num longo período de tempo.
Além de reações lentas, como as citadas anteriormente, há fenômenos que ocorrem com uma
rapidez impressionante, como a queima de fogos de artifício, por exemplo. Algumas reações são tão
rápidas (instantâneas) que é praticamente impossível medir a sua velocidade.
Reações Como as velocidades das reações químicas podem variar por uma longa faixa de tempo, interferir
químicas
que ocorrem
na rapidez desses processos é um dos maiores interesses da sociedade. As indústrias podem obter
rapidamente benefícios ao produzir maior quantidade de produto em menor quantidade de tempo, o que garante
@QUI668 melhor relação custo/benefício.
Reações O conhecimento e o estudo da velocidade das reações tornam possível um controle sobre elas.
químicas Existem reações lentas que podem ser aceleradas, dependendo da necessidade para a qual se destinam,
que ocorrem
lentamente e existem reações rápidas, que podem ser retardadas pelo mesmo motivo.
@QUI712 Quantificar a rapidez de uma reação química e compreender quais fatores a influenciam fazem
parte do estudo da Cinética Química.
Se a orientação não for adequada ou não tiver a energia suficiente, há uma colisão não efetiva
e a reação não acontece.
Essa teoria que determina a ocorrência de uma reação química é conhecida como teoria das
colisões, e a quantidade mínima de energia necessária para que a colisão entre as moléculas dos
reagentes seja efetiva com orientação adequada é chamada de energia de ativação.
Quando ocorre o choque entre as moléculas dos reagentes com orientação adequada e com ener-
gia igual ou superior à energia de ativação, forma-se uma estrutura intermediária instável entre os
reagentes e produtos, o complexo ativado.
A
Energia de
ativação X
A X A X
@QUI699
B Y B Y
B
Y
Reagentes Produtos
Complexo ativado
(estrutura intermediária instável)
Ea = Energia de ativação
Ea = Energia de ativação
Produto(s)
Calor absorvido
Reagente(s) Reagente(s)
Calor liberado
Produto(s)
Com os diagramas, pode-se interpretar a energia de ativação como um obstáculo para a ocorrência
de uma reação química, seja exotérmica seja endotérmica. Assim, processos químicos que apresen-
tam baixa energia de ativação, ou seja, que não necessitam de valores elevados de energia para que
ocorram as colisões efetivas, indicam reações rápidas. As reações lentas, ao contrário, apresentam
elevados valores de energia de ativação, sendo necessário fornecer muita energia para que ocorram
as colisões efetivas.
Pode-se afirmar que a velocidade de uma reação depende da energia de ativação e da frequência
das colisões entre as moléculas dos reagentes.
Quanto maior a frequência existente entre as moléculas, maior será a probabilidade de que
as colisões sejam efetivas e, consequentemente, menor a energia de ativação, isto é, maior a
velocidade da reação.
É possível apresentar a velocidade média única de uma reação sem especificar a espécie. Nesse
caso, divide-se a velocidade média em relação a um componente pelo seu coeficiente estequiométrico:
ΔQReagente ΔQProduto
Δt Δt
Velocidade média de reação = − =
coeficiente coeficiente
1. (UFAC) Considerando o diagrama abaixo, qual das alternativas representa respectivamente o valor da
energia de ativação e da energia do complexo ativado? Como essa reação pode ser classificada conside-
rando as trocas de calor com o ambiente? A reação hipotética está indicada a seguir:
4 12
6 15
10 20
22 Ausência de luz
(10oC)
b) Pela estequiometria da reação acima, 4 mols 20
B
Ausência de luz
de nitroglicerina são capazes de gerar quase (25oC)
Volume de H2 (mL)
O gráfico a seguir representa a variação da con- 25
10
0
0 20 40 60 80
Tempo (s)
40,37 cm3
(Dados:
Vm = – Δ[reagentes]/Δt
Vm = Δ[produtos]/Δt)
De acordo com essas informações, assinale a al- Mg(s) 1 g + 50 cm3 de
ternativa correta. HCl 0,1 mol . L–1
Superfície de contato
Como o contato entre os reagentes é uma condição indispensável para que a reação ocorra, quanto
Efeito da maior for a superfície de contato entre as espécies participantes maior será a rapidez da reação. A
superfície
de contato
superfície de contato é a área de determinado reagente efetivamente exposta aos demais participan-
sobre a tes. Ocorre em reações das quais participam reagentes que se encontram em diferentes fases, sendo,
velocidade comumente, um no estado sólido.
de reação
@QUI1177
Quanto maior o grau de dispersão (subdivisão) do reagente, maior será a superfície de contato
entre os participantes da reação. Consequentemente, a probabilidade de colisões efetivas aumenta
e isso provoca aumento na velocidade da reação.
Materiais e reagentes
2 béqueres de 100 mL
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Almofariz e pistilo
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4. Observe.
Descarte
Os resíduos podem ser descartados diretamente na pia.
Fenômenos que ocorrem no cotidiano são exemplos de como a superfície de contato afeta a
rapidez de uma reação. Quando um combustível líquido, como a gasolina ou o etanol, pega fogo, o
fogo fica na superfície do líquido, pois há o contato com o oxigênio do ar. Por isso, ao ser pulverizado
no ar, a reação com o oxigênio é praticamente instantânea. É por esse motivo que não se deve fumar
em postos de gasolina, pois os vapores de combustível se inflamam com facilidade (maior área de
contato com o oxigênio).
Pelo mesmo motivo, em locais com suspeita de vazamento de gás de cozinha não se devem acender
lâmpadas.
Pressão (gases)
A pressão só influenciará, de maneira significativa, a velocidade das reações quando pelo menos
um dos reagentes estiver no estado gasoso. Isso ocorre porque o volume de um gás sofre grandes
Efeito da alterações quando há variação da pressão. Ao aumentar a pressão sobre um sistema que apresenta
pressão
sobre a pelo menos uma substância gasosa, ocorre diminuição do volume ocupado pelas moléculas de maneira
velocidade a aproximá-las. Isto garante aumento na frequência das colisões. Consequentemente, a existência de
da reação maior número de colisões efetivas aumenta a rapidez da reação.
@QUI2465
Jack Art. 2011. Vetor.
Quanto maior for a pressão exercida sobre um sistema em que há pelo menos uma substância no
estado gasoso, menor será o volume ocupado pelas suas moléculas. Com o aumento na frequência
das colisões, há aumento na velocidade da reação.
Temperatura
Armazenamento a frio
A refrigeração é o método de preservação mais conhecido. Provavelmente tudo começou com o
armazenamento de mantimentos em câmaras subterrâneas perto de uma correnteza fria ou do gelo. Sabia-
-se desde o século XVI que os sais diminuíam o ponto de congelamento da água; no século XVIII, os –33ºC
foram alcançados com o uso dessa tecnologia. O congelamento em grande escala surgiu por volta de 1880, e os
navios com câmaras frigoríficas fizeram furor em princípios do século XIX.
A ideia básica da refrigeração consiste em fazer com que tanto as bactérias como as enzimas funcionem menos
ativamente a baixas temperaturas. Apesar disso, a deterioração dos mantimentos continua. Por exemplo, uma
porção de frango que contenha 10 mil bactérias por centímetro quadrado, mantida seis dias a 4ºC, incrementará
sua população de bactérias 10 mil vezes.
O congelamento muda a situação de modo drástico, já que os processos biológicos dependentes da água
líquida desaparecem, embora algumas reações químicas – como a oxidação – continuem lentamente. Os russos
parecem acreditar cegamente nesse método, já que dizem ter comido a carne de um mamute de 20 mil anos
encontrada nas geleiras da Sibéria.
O que acontece durante o congelamento? Para poder entender o mecanismo, temos de lembrar pelo menos três
coisas. Quanto mais sal a água tiver, mais baixa será a temperatura em que se congelará. Outro fato importante é
que a concentração de sais é mais alta dentro da célula do que fora dela. Por último, o gelo é menos denso do que
a água, ou seja, quando a água líquida se transforma em gelo, este ocupa um volume maior.
À medida que a temperatura da carne atinge o ponto de congelamento, começam a se formar cristais de gelo
entre as células musculares, onde a concentração de sais é mais baixa. Esses pequenos cristais, que agora ocupam
mais lugar do que a água original, irrompem nas membranas das células, criando buracos pelos quais conseguem
expor as proteínas musculares (que estavam dentro das células) ao fluido externo. Agora os cristais podem crescer,
tomando água de dentro e de fora das células, produzindo danos celulares. É como se tivéssemos uma bolsa com
compartimentos internos cheios de água, que se rompem um a um e perdem o líquido.
Quando elevamos novamente a temperatura ao descongelar, a carne perde muito líquido, torna-se mais seca
e, portanto, mais dura do que deveria.
Qual é o truque, então? Para começar, convém que o congelamento seja feito o mais rapidamente possível,
já que, quanto mais rápido, menor será o tamanho dos cristais, o que reduzirá o dano potencial sobre a carne.
Ou seja, quanto mais frio for o freezer e mais fino o pedaço de carne (com maior superfície de exposição), mais
rápido ele irá congelar.
Outro efeito de freezer é que, após certo tempo de congelamento, a superfície da carne parece perder a cor.
Isso ocorre pela sublimação (passagem de uma substância do estado sólido para o gasoso; nesse caso, quando
o gelo passa a vapor) dos cristais de gelo da superfície: a concentração de água da carne é muito maior do que
no ar circundante do freezer, ou seja, a superfície da carne tenderá a secar. Isso pode ser facilmente evitado se
a carne for envolvida com um filme impermeável à água.
O último problema do congelamento é que ele promove a oxidação das gorduras. As gorduras podem ser
divididas em saturadas e não saturadas (conforme a quantidade de hidrogênio unido aos carbonos que fazem
parte da molécula); essas últimas são suscetíveis à oxidação porque é mais fácil que o oxigênio consiga atacá-las.
Pela mesma razão que o congelamento danifica as proteínas, ele também facilita a alteração das moléculas de
gordura, o que favorece os sabores rançosos. Tudo isso pode ser evitado em grande medida com os procedimentos
já mencionados, ou seja, congelar rapidamente e embrulhar tudo com filme impermeável à água. A carne bovina,
cujas gorduras estão saturadas e são estáveis, pode se manter congelada por anos. Em contrapartida, nas outras
carnes (porco, aves, peixes), as gorduras tendem a se oxidar e, por isso, elas sobrevivem apenas alguns meses
no freezer.
GOLEMBEK, Diego; SCHWARZBAUM, Pablo. O cozinheiro cientista. Tradução de Maria Alzira Brum. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2009. p. 97-99.
© Shutterstock/Sukiyaki
3 béqueres de 100 mL Água quente Béquer –
3 comprimidos efervescentes Água fria frasco para
realizar expe-
Procedimentos rimentos
1. Identifique os béqueres em 1, 2 e 3.
2. Coloque 50 mL de água à temperatura ambiente no béquer 1; 50 mL de água quente no béquer 2; e 50 mL de água
fria no béquer 3.
3. Adicione simultaneamente um comprimido efervescente em cada béquer.
4. Observe e registre, na tabela, a ordem em que se finalizam as reações:
Temperatura da água Ambiente Quente Fria
Ordem de término da reação
Descarte
Os resíduos podem ser descartados diretamente na pia.
Questões para discussão
a) Em qual dos béqueres a reação terminou primeiro?
Além de ser utilizado frequentemente para diminuir a velocidade das reações responsáveis pela
decomposição dos alimentos e conservar as suas características por mais tempo, conforme o texto
registra, o efeito da temperatura tem essencial importância na Medicina.
O corpo humano apresenta temperatura média de 37°C. Entretanto, algumas cirurgias do coração devem
ser realizadas com temperatura em torno de 15°C, de modo a diminuir a velocidade de reações metabólicas
e retardar as chances de ocorrerem lesões cerebrais causadas por deficiência no fornecimento de oxigênio.
44 Termoquímica; Cinética Química
QUÍMICA
Catalisador
Cat
Cuidados
Nenhum dos reagentes deve ter contato com a pele, boca e olhos.
Materiais e reagentes
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Spectral-Design
P. Imagens/Vimo-
Moacir Francisco
1 pipeta graduada
3 tubos de ensaio
Água oxigenada (H2O2(aq)) 10 volumes
Pipeta graduada – usada
Batata crua para medir e transferir peque- Tubo de ensaio – serve para
nos volumes de líquidos efetuar testes de reações
Procedimentos
1. Coloque 2 mL de água oxigenada em dois tubos de ensaio.
2. Corte a batata em uma fina fatia e coloque-a em um dos tubos de ensaio.
3. Observe atentamente os dois tubos (com e sem batata).
Descarte
Os resíduos podem ser descartados no lixo comum.
Questões para discussão
a) A solução de peróxido de hidrogênio, utilizada no experimento, ao ser exposta à luz, sofre uma reação de decompo-
sição conhecida como fotólise. Escreva a equação que representa esse fenômeno:
Enzimas: são catalisadores biológicos, formados Experimentalmente, observa-se que a água oxigenada espuma com mais
por longas cadeias de aminoácidos. Essas intensidade na presença de um pedaço de batata. Na realidade, esse fato se
proteínas especiais, encontradas nos seres vivos,
deve à enzima catalase, presente no tubérculo. Essa proteína tem a função de
são responsáveis pelo aumento da velocidade de
diversas reações que ocorrem no organismo. acelerar as reações químicas, sem ser efetivamente consumida na reação. O
mesmo acontece no caso de um ferimento exposto, em que a catalase, prove-
niente das células vermelhas do sangue, favorece a decomposição da solução
de peróxido de hidrogênio (H2O2(aq)).
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Energia
1
Ea = energia de ativação sem catalisador
2
DH = variação de entalpia
Ea
2
Ea
1
Reagentes
DH
Produtos
Caminho da reação
No gráfico, a curva com menor energia de ativação indica a reação na presença do catalisador. Confirma-se
que, na sua ausência, representada pela curva maior, o caminho necessário para que a reação ocorra é maior,
isto é, com mais energia para a formação do complexo ativado. Entretanto, para ambos os casos, a variação de
entalpia da reação (ΔH) tem o mesmo valor, o que confirma que o catalisador não interfere na formação do(s)
produto(s), mas apenas na velocidade para a ocorrência da reação.
Quando um catalisador é adicionado à reação, há um abaixamento na energia de ativação. Dessa
forma, a velocidade da reação aumenta sem que ocorra qualquer alteração, seja qualitativa seja
quantitativa, com o catalisador, durante todo o processo.
Utilizando seus conhecimentos adquiridos até en- e) A variação de entalpia da reação catalisada é a
tão, responda às questões: mesma que para a reação não catalisada? Jus-
a) Qual é a energia do complexo ativado com e tifique:
sem catalisador?
CO2
CO
N2
NOx
H2 O
C8H18
catalítico
CO ® CO2 ®
NO ® N2 ®
Conversores
catalíticos
Algumas das reações que ocorrem nesse processo podem ser representadas pelas equações:
@QUI733 Pt/Pd
2 CO(g) + O2(g) 2 CO2(g)
Pt/Pd
2 CO(g) + 2 NO(g) 2 CO2(g) + N2(g)
Pt/Pd
2 NO2(g) N2(g) + 2 O2(g)
Conversão de CO em CO2
A conversão do monóxido de carbono em dióxido de carbono não acontece em um único passo, como
se acreditava, mas em pelo menos duas etapas distintas. E, pelos experimentos iniciais, os pesquisadores
concluíram que essa segunda reação é muito mais eficiente do que a primeira. A descoberta deverá permitir
a fabricação de catalisadores melhores e mais eficientes.
Até hoje ninguém conhecia essa segunda reação química. Por causa disso, os químicos sabiam, por
exemplo, que um catalisador era bom e outro era ruim, mas não sabiam explicar por que isso acontecia.
A nova descoberta agora vai permitir que se determine com precisão a estrutura atômica que faz com que
o catalisador funcione de forma mais ou menos eficiente.
Camada de óxido
Considerava-se que a formação de uma finíssima camada de óxido sobre o catalisador atrapalhava a
catálise. O pesquisador Marcelo Ackermann descobriu como essa camada se forma e foi capaz de demons-
trar que ela na verdade melhora o funcionamento do catalisador.
No entendimento tradicional da reação química que acontece no interior dos catalisadores, o óxido de
carbono (CO) e uma molécula de oxigênio (O2) são adsorvidas (fenômeno de adsorção, com d mesmo)
sobre a superfície do catalisador, fazendo com que a molécula de oxigênio se quebre em dois átomos
separados. A seguir, O e CO se juntam na superfície, resultando na produção de CO2.
Ensino Médio | Modular 47
Oxidação direta
Mas o processo pode se dar também de uma forma inteiramente diferente – esta é a segunda reação, descoberta
por Ackermann. Neste caso, a superfície do catalisador primeiro forma uma camada de um átomo de espessura de
óxido de platina ou óxido de paládio. As moléculas de CO que entram em contato com essa camada de óxido ime-
diatamente se oxidam em CO2. Esse processo se dá somente se a pressão do O2 for alta em relação à pressão do CO.
Até mesmo o ganhador do Prêmio Nobel de Química deste ano, Gerhard Ertl, vinha interpretando incorreta-
mente o papel dessa camada de óxido em seus trabalhos, assumindo que ela seria desvantajosa para o processo
de catálise. Como os cientistas sempre trabalham em condições de laboratório cuidadosamente controladas,
estudando os catalisadores sob baixa pressão e baixa temperatura, essa segunda reação nunca ocorria.
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Catalisadores de automóveis funcionam de forma diferente do que se pensava. Disponível em: <http://
www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010170071122>. Acesso em: 31 maio 2011.
Por meio do texto, pode-se perceber o dinamismo da ciência e compreender que os conhecimentos científicos
não correspondem a verdades absolutas. É atributo dessa área e dos profissionais que trabalham com a ciên-
cia elucidar, da melhor forma possível, os processos que ocorrem cotidianamente, na busca por uma melhor
explicação dos fenômenos.
a) Grife o trecho do texto correspondente à afirmação acima.
b) Responda com suas palavras: de que forma os profissionais que trabalham com a ciência, como os pes-
quisadores, contribuem para a evolução dessa área?
Conforme apresentado anteriormente, os catalisadores desempenham um papel muito importante na luta contra
a poluição do ar. Mesmo com o desenvolvimento de motores com injeção eletrônica e com o aumento da qualidade
dos combustíveis, a ação dos conversores catalíticos (catalisadores automotivos) é necessária para reduzir a concen-
tração de poluentes a níveis aceitáveis, a fim de melhorar a qualidade do ar e, consequentemente, do meio ambiente.
Com base nas informações apresentadas no texto sobre catalisadores de automóveis, responda:
a) Como a nova descoberta tecnológica sobre o funcionamento de catalisadores automotivos vem ao encontro das
preocupações atuais com o meio ambiente?
b) O uso de conversores catalíticos passou a ser obrigatório em todos os carros fabricados a partir de 1997. Mesmo
com a utilização desses catalisadores, ainda há muita poluição gerada pelo excesso da frota de veículos que
circula nos grandes centros urbanos. De que maneira se pode contribuir para minimizar os efeitos ambientais
gerados pela utilização de carros?
Inibidor catalítico
O inibidor catalítico age de modo contrário ao catalisador, ou seja, sua função é diminuir a veloci-
dade de ocorrência de uma reação. Ao interagir com as moléculas dos reagentes, fornece um caminho
alternativo, que exige mais energia para que a reação se efetive. Com o aumento da energia de ativação
do sistema, a presença de um inibidor adequado diminui a velocidade da reação.
Há várias formas de atuação dos inibidores, que podem diminuir ou até mesmo destruir a ação do
catalisador. Uma espécie de inibição ocorre quando o veneno de catalisador, como também é conhecido,
se combina com o catalisador em potencial e torna-o inativo.
Os inibidores são frequentemente utilizados como conservantes, nas indústrias de alimentos,
medicamentos e cosméticos, para aumentar a vida útil dos produtos.
medic
Materiais e reagentes
3 béqueres de 50 mL
Solução de sulfato de cobre II (CuSO4) – 1 mol/L © Shutterstock/Sukiyaki
b) Com base na resposta do item anterior, que fator foi determinante para verificar a diferença na velocidade da reação?
Quanto maior a concentração do(s) reagente(s), mais próximas as moléculas se encontram. Isso
faz com que fique mais intensa a frequência de seus choques. Com mais colisões efetivas, maior
será a velocidade da reação.
rasqueira, quando
sentados, e explique como esse fator contribuiu abanado, fica mais
para aumentar ou diminuir a velocidade da rea- incandescente
ção:
a)
P. Imagens/Pith
c)
P. Imagens/Pith
Um pedaço de palha
de aço em cima da pia
enferruja mais rapida-
O cozimento dos alimentos numa panela de pressão é mente do que um prego
mais rápido do que numa panela comum com a mesma massa e
nas mesmas condições
50
QUÍMICA
Segundo essa lei, a velocidade instantânea de uma reação química em certa temperatura é pro-
Velocidade
instantânea: é porcional ao produto das concentrações em quantidade de matéria do(s) reagente(s) que influencia(m)
a velocidade em diretamente na sua rapidez.
cada instante de Genericamente, a expressão matemática que representa a lei da velocidade é dada por:
tempo.
v = k [Reagente(s)]x
v = velocidade instantânea da reação
k = constante de velocidade
[Reagente(s)] = concentração em quantidade de matéria do(s) reagente(s)
Ordem da reação: a ordem x = ordem da reação
corresponde ao número de
moléculas do(s) reagente(s)
que sofrem colisões efetivas Experimentalmente, foi verificado que, microscopicamente, quando uma reação
para que a reação ocorra. É ocorre em uma única etapa, conhecida como reação elementar, a lei da velocidade
obtida pela soma de todos os
expoentes que aparecem na
apresenta expoentes iguais aos coeficientes da reação balanceada.
expressão da lei da velocida- Exemplos:
de da reação. N2(g) + 3 H2(g) → 2 NH3(g) v = k ∙ [N2] ∙ [H2]3
Assim, genericamente:
H2(g) + I2(g) → 2 HI(g) v = k ∙ [H2] ∙ [I2]
aA+bB→cC+dD
v = k · [A]x · [B]y
x = ordem da reação em A maioria das reações, na prática, ocorre em mais de uma etapa, em que cada
relação a A uma apresenta a sua própria velocidade. Nesse caso, a reação é não elementar. As
y = ordem da reação em etapas de uma reação não elementar constituem um mecanismo, no qual a etapa
relação a B
x + y = ordem global da lenta é quem determina a expressão da lei da velocidade da reação.
reação
Exemplo:
N2(g) + 3 H2(g) → 2 NH3(g)
v = k · [N2] · [H2]3 A etapa determinante
Classificação: da velocidade da rea-
1ª. ordem para o N2 ção é aquela que pos-
3ª. ordem para o H2 sui a maior energia de
4ª. ordem para a reação ativação (etapa mais
lenta)
Quando forem fornecidos dados experimentais da(s) concentração(ões) do(s) reagente(s) e da ve-
locidade para cada experimento realizado, deve-se determinar experimentalmente a expressão da lei
da velocidade, para que seja possível verificar se a reação em estudo é elementar ou não elementar.
Exemplo:
Dada a reação genérica: A + B → PRODUTOS
Ao repetir esse experimento três vezes, variando a concentração dos reagentes e mantendo a
temperatura constante, foram obtidos os seguintes resultados:
Para determinar a ordem da reação em relação ao reagente A, é necessário analisar dois expe-
rimentos em que a concentração de B não influencia diretamente a velocidade da reação, isto é, a
concentração de B permanece constante.
Com os dados tabelados, isso ocorre nos experimentos 2 e 3.
Há situações em que um reagente não influencia na velocidade da reação. Nesse caso, diz-se que
apresenta ordem zero; não sendo representado na expressão da lei da velocidade. Assim, a velocidade
da reação não depende da concentração daquele reagente em específico.
52 Termoquímica; Cinética Química
QUÍMICA
1. (UNIFAP) A velocidade de uma reação é depen- 3. (PUCSP) As substâncias nitrato de chumbo (II) e
dente de vários fatores. Considere a reação do iodeto de potássio reagem entre si tanto no esta-
ferro com ácidos, conforme representado pela do sólido quanto em solução aquosa, formando
equação de reação abaixo: o iodeto de chumbo (II), sólido amarelo insolúvel
Fe(s) + 2 H+(aq) → Fe2+(aq) + H2(g) em água a temperatura ambiente.
Reação 1: Pb(NO3)2(s) + 2 KΙ(s) → PbΙ2(s) + 2 KNO3(s)
Baseado no exposto acima, faça o que se pede:
Reação 2: Pb(NO3)2(aq) + 2 KΙ(aq) → PbΙ2(s) + 2 KNO3(aq)
a) Compare a velocidade da reação quando se uti-
Sob determinadas condições, o carvão reage
liza 1,0 g de prego de ferro e quando se utiliza
em contato com o oxigênio. Nas churrasquei-
1,0 g de palha de aço. Justifique a sua resposta:
ras, pedaços de carvão são queimados, forne-
cendo calor suficiente para assar a carne. Em
minas de carvão, muitas vezes, o pó de carvão
disperso no ar entra em combustão, causando
acidentes.
b) Escreva a equação química balanceada que re-
presenta a reação do Fe(s) com o HCℓ(aq): Reação 3: C(pedaços) + O2(g) → CO2(g)
Reação 4: C(em pó) + O2(g) → CO2(g)
A síntese da amônia é um processo exotérmico,
2. (UNESP) Nas embalagens dos alimentos pere- realizado a partir da reação do gás nitrogênio e
cíveis, é comum encontrar a recomendação: do gás hidrogênio.
“manter sob refrigeração”. A carne vermelha, Em um reator foram realizadas duas sínteses, a pri-
por exemplo, mantém-se própria para o consu- meira a 300°C e a segunda a 500°C. A pressão no sis-
mo por poucas horas sob temperatura ambiente tema reacional foi a mesma nos dois experimentos.
(temperatura próxima de 25°C), por poucos dias
Reação 5: N2(g) + 3 H2(g) → 2 NH3(g) t = 300°C
quando armazenada numa geladeira domés-
tica (temperatura próxima de 5°C) e por cerca Reação 6: N2(g) + 3 H2(g) → 2 NH3(g) t = 500°C
de doze meses quando armazenada num free- Analisando os fatores envolvidos nos processos
zer (temperatura abaixo de –15°C). Dos gráficos acima que influenciam na rapidez das reações
apresentados a seguir, o que melhor representa descritas, pode-se afirmar sobre a velocidade (v)
a variação da velocidade das reações químicas de cada reação que:
responsáveis pela decomposição da carne, em a) v1 > v2, v3 > v4, v5 > v6.
função da temperatura de armazenamento, no b) v1 < v2, v3 > v4, v5 > v6.
intervalo entre –15°C e 25°C, é:
c) v1 < v2, v3 < v4, v5 < v6.
a) b)
d) v1 < v2, v3 > v4, v5 < v6.
e) v1 > v2, v3 < v4, v5 < v6.
8. (UPF – RS) A queima de gasolina e álcool etílico Que modificação deveria ser feita no procedi-
produz gases tóxicos, como, por exemplo, o CO(g), mento para obter resultados experimentais mais
especialmente em motores mal regulados, pois adequados ao objetivo proposto?
estes não fornecem uma adequada mistura de ar-
a) Manter as amostras à mesma temperatura em
-combustível, gerando combustões não completas.
todos os experimentos.
Os conversores catalíticos (ou catalisadores de au-
tomóveis) transformam os gases tóxicos em gases b) Manter iguais os tempos necessários para
não tóxicos/menos tóxicos. Assim, nesses conver- completar as transformações.
sores o CO(g) é transformado em CO2(g), conforme c) Usar a mesma massa de catalisador em todos
apresentado na equação química abaixo: os experimentos.
catalisador
CO + ½ O2(g) CO2(g) d) Aumentar a concentração dos reagentes A e B.
d) &DOFXOHRFDORUGHUHDomR¨+GHVVDUHDomR
15. (UFRJ) A figura a seguir apresenta a variação da (02) Um aumento de temperatura acarretaria
entalpia ao longo do caminho de uma reação: uma diminuição na velocidade da reação
acima representada.
(04) A presença de um catalisador reduzirá a
energia de ativação da reação.
(08) A entalpia de formação do NO2(g) é
68 kJ . molï.
(16) A curva II refere-se à reação catalisada e a
curva I refere-se à reação não catalisada.
(32) A reação representada pela curva II é mais
a) Determine o valor da entalpia dessa reação, rápida do que a representada pela curva I.
classificando-a como endotérmica ou exotér-
17. (UFTM – MG) A água oxigenada pode ser decom-
mica:
posta em condições ambiente por ação de cata-
lisadores, como, por exemplo, o óxido de cobre
(II), um sólido preto de elevado ponto de fusão.
Em um tubo de ensaio, que contém água oxige-
nada e CuO, ao final da reação de decomposi-
ção, observa-se um sólido:
a) marrom-avermelhado e uma solução incolor.
b) preto e uma solução azul.
c) azul-claro e uma solução incolor.
b) Explique qual o efeito de um catalisador sobre a d) preto e uma solução incolor.
energia de ativação e sobre a entalpia da reação: e) marrom-avermelhado e uma solução preta.
4
errada:
3 a) A reação global é representada pela equação
2
Temperatura I C++ 2 A4+ → C3++ 2 A3+.
b) B2+ é catalisador.
Temperatura II
c) B3+ e B4+ são intermediários da reação.
1
anos.
Reagentes
Ea DH
20. (UFRN) A camada de ozônio é considerada a ca-
2
23. (UNIT – SE) Ao estudar a reação A(g) + B(g) → C(g), verifica-se que a velocidade de formação de C quadru-
plica quando as concentrações de A e de B são dobradas. A expressão matemática da lei de velocidade
para essa reação é:
a) v = 2 k [A]2 [B]2
b) v = k [A]2 [B]
c) v = k 2 [A]2 [B]
d) v = k [A] [B]
e) v = k [A]1/2 [B]1/2
24. (UEL – PR) Os dados experimentais para a velocidade de reação, v, indicados no quadro a seguir, foram
obtidos a partir dos resultados em diferentes concentrações de reagentes iniciais para a combustão do
monóxido de carbono, em temperatura constante:
Experimento CO (mol/L) O2 (mol/L) v (mol/L s)
1 1,0 2,0 4 ∙ 10–5
2 2,0 2,0 8 ∙ 10–5
3 1,0 1,0 1 ∙ 10–5
A equação de velocidade para essa reação pode ser escrita como v = k . [CO]m [O2]n, onde m e n são,
respectivamente, as ordens de reação em relação aos componentes CO e O2. De acordo com os dados
experimentais, é correto afirmar que respectivamente os valores de m e n são:
a) 1 e 2
b) 2 e 1
c) 3 e 2
d) 0 e 1
e) 1 e 1
25. (UNESP) O gás cloreto de carbonila, COCℓ2 (fosgênio), extremamente tóxico, é usado na síntese de mui-
tos compostos orgânicos.
Conhecendo os seguintes dados coletados a uma dada temperatura:
Concentração inicial (mol L–1) Velocidade inicial
Experimento
CO(g) Cℓ2(g) (mol COCℓ2 L–1 . s–1)
1 0,12 0,20 0,09
2 0,24 0,20 0,18
3 0,24 0,40 0,72
a expressão da lei de velocidade e o valor da constante k de velocidade para a reação que produz o clo-
reto de carbonila, CO(g) + Cℓ2(g) → COCℓ2(g), são, respectivamente:
a) v = k [CO(g)]1 + [Cℓ2(g)]2; k = 0,56 L2 . mol–2 . s–1
Desafio
28. (UFCG – PB) A oxidação da amônia, conhecida como nitrificação, é um processo que produz energia
através de duas reações:
– a nitrosação: a oxidação da amônia dando nitrito (NO–2) através da seguinte equação química:
2 NH3 + 3 O2 → 2 NO–2 + 2 H+ + 2 H2O
– e a nitratação: oxidação do nitrito, formando nitrato (NO–2), segundo a equação química:
2 NO–2 + O2 → 2 NO–3
Considerando as informações dadas na tabela seguinte, é possível afirmar que:
2 NH3 + 3 O2 → 2 NO–2 + 2 H+ + 2 H2O 2 NO–2 + O2 → 2 NO–3
[NH3] (mol/L) [O2] / mol/L Velocidade (mol/L . s) [NO2] / mol/L [O2] / mol / L Velocidade (mol/L . s)
0,1 0,05 1,4 . 10–3 0,25 0,1 2,3 . 10–3
0,2 0,05 5,6 . 10–3 0,5 0,1 9,2 . 10–3
0,1 0,1 5,6 . 10–3 0,5 0,2 1,84 . 10–2
61
Termoquímica
Reagente(s) Produto(s)
HR HP
Produto(s) Reagente(s)
HP HR
Complexo ativado
Cinética Química
Energia
Ea = Energia de ativação
Colisão efetiva
Reagente(s) → <complexo ativado> → Produto(s)
A Produto(s)
X
A X A X
Reagente(s) Calor absorvido
B Y B Y
B
Y
Reagentes Produtos
Complexo ativado Caminho da reação
(estrutura intermediária instável)
Reação endotérmica
Representação do caminho energético de uma reação
Velocidade de uma reação
Complexo ativado
Velocidade média ΔQReagente ΔQProduto
Energia
Ea = Energia de ativação
(em relação a um =− =
componente) Δt Δt
ΔQReagente ΔQProduto
Velocidade média Δt Δt
=− =
de reação coeficiente coeficiente
Reagente(s)
Calor liberado
Produto(s) Lei da velocidade
v = k [Reagente(s)]x
Caminho da reação
v = velocidade instantânea da reação
Reação exotérmica k = constante de velocidade
[Reagente(s)] = concentração em quantidade de matéria
do(s) reagente(s)
x = ordem da reação
62 Termoquímica; Cinética Química
QUÍMICA
Anotações
64