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Ordenamento Urbano e Territorial da ZECP (parte)

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Ordenamento Urbano e
Territorial da ZECP (parte)

Boa Vista

Desenvolvido por:

Andressa Zerbinatti
Camila Colaço
Felipe Carvalho
Thaís Ferreira

Apresentação

Trabalho desenvolvido na cadeira de Ordenamento Urbano e Territorial, da Universidade Católica de Pernambuco, orientado pelas
professoras Amélia Reynaldo e Lea Cavalcanti, e visa o dignóstico do território da ZECP (parte), assim como o bairro da Boa Vista.
Após a análise, foram desenvolvidos objetivos, diretrizes e propostas, tanto para o território em estudo quanto para o bairro, abran-
gendo propostas físicas, sociais, funcionais e econômicas.
Sumário

Introdução

1 O Território
- Legislação
- Mobilidade Existente
- População

2 A Boa Vista
- Elementos Singulares da Paisagem
- Legislação
- Mobilidade Existente
- Fluxo de Pessoas
- Padrão Funcional
- Padrão Morfotipológico
- Vazios Urbanos

3 Objetivos, Diretrizes e Propostas


- Mix Social
- Funcionamento 24 horas
- Espaços Públicos de Qualidade
- Qualidade nos Deslocamentos
- Ocupar Vazios
- Dotar Equipamentos Públicos
- Articular a Trama Urbana com os Recursos Naturais
- Inserir Patrimônio
- Garantir a Permanência da população Existente

Conclusão
Referências Biliográficas
Introdução
A urbanização do Recife começou a partir da invasão holandesa e sua
ocupação pela denominada Ilha de Antônio Vaz, atual bairros de Santo
Antônio e São José. Com os anos, a população adentrou o continente
conquistando novas áreas, mas sem despovoar o centro. O advento do mo-
vimento moderno trouxe uma revolução para a arquitetura da época, con-
denando os sobrados, fazendo com que os seus moradores fossem para os
subúrbios, dando margem para atividades não residenciais se instalar
no centro da cidade. Assim, é dessa forma é caracterizado o Recife
atualmente, com o comércio e o serviço ocupando o centro e a população
vivendo ao redor dele.

Nesse sentido, fez-se necessária delimitar uma área para o centro do


Recife, surgindo assim a ZECP, Zona Especial de Centro Principal, que
corresponde a uma importante porção da cidade do Recife, contendo seu
sítio histórico e seu centro comercial. Contudo, esse território
possui problemáticas, que se tornam reflexos de toda a cidade.

Dessa forma, é estudada uma porção dessa zona, que abrange os bairros
da Boa Vista, Ilha do Leite, Coelhos, Paissandú, Santo Antônio, São
José, Ilha de Joana Bezerra e Cabanga, a fim de gerar propostas para
ordenar o funcionamento da região.

Para o desenvolvimento desse trabalho, foi estudado mais a fundo o


bairro da Boa Vista, gerando assim diretrizes e propostas para que
haja: uma melhoria na articulação com os outros bairros, principal-
mente os limítrofes; no funcionamento 24 horas do bairro; um mix
social.
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O
1. Zona Especial de Centro Principal
O território estudado corresponde ao Centro Antigo do Recife, delimitado pela
avenida perimetral Agamenon Magalhães, que a separa dos novos assentamentos
urbanos.

No século XVII, com a invasão holandesa, dá-se início ao processo de ocupação


da cidade do Recife, sendo o porto o seu centro. Previamente, já se encontrava
ali uma população de pescadores, originando o núcleo primário do que viria a
ser o bairro do Recife. Quanto aos bairros de Santo Antônio e São José, ergue-
ram-se sobre um território de mangue, onde na época havia apenas algumas
poucas residências, próximas aos armazéns que rodeavam o convento Santo Antô-
nio. A migração dos habitantes para estas ilhas foi intensificada a partir da
dificuldade de se fortificar a cidade de Olinda contra os invasores.

Com a movimentação gerada a partir do porto, a cidade do Recife floresce e a


ocupação holandesa se expande pelo traçado português, abraçando as construções
pré-existentes e ocupando terrenos vazios. Devido ao excesso populacional,
propõe-se a expansão à margem do rio, através da ampliação da península do
Recife e na ilha de Antônio Vaz como futuro centro do império holandês, poste-
riormente denominada Maurícia.

“ O reconhecimento do valor central da ilha de Antonio Vaz favorece a deci-


são que marca o início de sua configuração, dos bairros de Santo Antonio e São
José, como território político-administrativo e centro urbano da cidade do
Recife. (Gaete, 2017)

A primeira ponte surgiu com o crescimento urbano e conectou a área do porto


com Maurícia, gerando uma urbanização, e medidas que intencionam agilizar a
ocupação do território, a exemplo do aterro dos terrenos inundáveis. No entan-
to, a qualidade das habitações ao redor do porto era superior, e a ilha de An-
tônio Vaz atraiu a população mais pobre, resultando na estratificação social
do espaço, com a moradia, centro comercial e poder político separados em dife-
rentes zonas.

No século XX, o Recife recebe um grande número de imigrantes, pequenos produ-


tores locais, que com o processo da industrialização, perderam espaço em seus
próprios países. Esse fator gera um aumento populacional, que não correspondeu
à um aumento da oferta de bens e serviços públicos. A maior concentração loca-
lizava-se as margens do rio Capibaribe, e a cidade cresceu de forma rápida e
despreparada, com um número cada vez maior de avenidas e viadutos, enquanto
transformava grande parte das áreas verdes em espaço construído.

Dessa forma, o Recife partiu de um desenvolvimento radial, sendo o Centro


Antigo seu núcleo originário. Sua expansão se deu por desenvolvimento estrela-
-do-mar, a partir das grandes avenidas que cortam a malha da cidade e a sepa-
ram. O Território se articula com a zona sul, zona norte e zona oeste através
desses eixos viários, onde posteriormente novos assentamentos urbanos surgi-
ram. Apesar da recente dispersão habitacional pelas demais áreas do Recife, o
território de estudo ainda abriga o centro político-administrativo e um forte
potencial para o comércio.
1.
A ZECP corresponde a uma importante porção do território do Recife, abrangendo
seu sítio histórico como os bairros de Santo Antônio e São José e áreas de novas
ocupações como a ilha do Leite. O território corresponde a 4% da área do Recife
e apesar da sua pequena porcentagem, ela possui um grande valor para a cidade.

POPULAÇÃO
BAIRROS SUPERFÍCIE (ha) RESIDENTE (hab.)
DENSIDADE (hab./ha)

BOA VISTA 176 14,778 84.0


CABANGA 81 1,551 19.1
COELHOS 43 7,633 177.5
ILHA DO LEITE 26 1,007 38.7
ILHA JOANA BEZERRA 87 12,629 145.2
SANTO ANTÔNIO 81 285 3.5
SÃO JOSÉ 326 8,688 26.7
PAISSANDU 34 507 14.9
TOTAL 854 47,078 55.1
Tabela 1: Dados dos Bairros em Estudo

Imagem 1: Vista Aérea do Território


Fonte: Google Earth

O Território em estudo é cortado por um importante corpo d’água, o Rio Capiba-


ribe. Apesar de existir outros recursos naturais, ele é o que toma mais desta-
que, pois a vegetação existente é bastante escassa, tornando a ZECP uma área
bastante árida.

Os principais maciços de vegetação existentes são os manguezais nas margens do


rio, os IPAV’s, que são protegidos por lei e algumas ruas mais arborizadas.
Praças e parques não possuem tanta vegetação, que deveria ter, perdendo o sig-
nificado que eles possuem.
Território da ZECP(parte)

Soledade

Paissandú Boa Vista

Ilha do Leite

Santo Antônio
Coelhos

São José

Ilha de Joana Bezerra

Legenda
Mar
Cabanga Canal
Rio

Praças e Parques
Maciços Vegetais
Verdes Significativos - IPAV’s

Escala 1:5000
2. Mobilidade Existente
Por ser uma área central do Recife, onde possui comércio, serviço, um pólo de
saúde, entre outros usos, o território da ZECP (parte) é bastante articulado
a fim de se conectar às diversas partes da cidade, fazendo com que a população
consiga acessá-lo facilmente. Nesse sentido, foi desenvolvido um modelo radio-
concêntrico para tal conexão seja alcançada. Contudo, esse modelo não atende
mais à demanda de mobilidade que a cidade precisa, pois ele concentra a maior
parte das viagens para o centro, congestionando a cidade. Associado a esse fe-
nômeno, pode-se apontar o grande número de carros particulares e o déficit de
transporte público, intensificando o “travamento” da cidade.

Com a existência de terminais integrados no território, a possibilidade de ar-


ticulação com as demais partes do Recife se torna mais viável. Contudo, a
quantidade desses terminais que são encontrados não supre a demanda que é so-
licitada. Apesar da existência de uma linha de metrô, ela não abrange todo o
território, diminuindo a variedade de modos de transporte público e, conse-
quentimente, a população fica restrita ao ônibus, o qual há uma grande quanti-
dade de linhas para conectar todas as partes da cidade, embora existam pou-
quíssimos terminais de ônibus. Dessa forma, esse sistema fica sobrecarregado,
principalmente em horários de pico.

Transportes ativos e não poluentes, como as bicicletas, acabam sendo desvalo-


rizados e substituídos por outros meios de transporte, pela insegurança e o
desrespeito que os ciclistas sofrem. No território, são encontrados postos de
Bike PE, mas não há uma ciclofaixa ou uma ciclovia que permita os ciclistas
se deslocarem com segurança pelo Recife.

Portanto, com esse déficit de modos de transporte uma pessoa não consegue es-
colher aquele que o levaria ao seu destino de forma mais rápida e segura, fa-
zendo com que ela geralmente opte utilizar o transporte privado pra seus des-
locamentos.

Imagem 2: Mobilidade Existente


Fonte: Elaborada pelos Autores
Mobilidade Extistente na ZECP(parte)

Soledade

Boa Vista

Paissandú
Ilha do Leite

Santo Antônio
Coelhos

São José

Ilha de Joana Bezerra

Legenda
Artérias Principais
Cabanga Artérias Secundárias
Coletoras

Estações de Bike PE
Terminais de Ônibus
Terminais Integrados
Estações de Metrô

Escala 1:5000
3. Legislação
O território estudado da ZECP possui seu zoneamento definido pelo Plano Dire-
tor de 2008 (Lei Nº 17.511/2008), e nele percebe-se a predominância de duas
grandes manchas: a de renovação e a de preservação, sendo a primeira mais ex-
pressiva.

Tendo a maior porção do território e em uma ZAC-Moderada, a qual possui um


alto coeficiente de utilização, é encontrada uma verticalização excessiva,
principalmente nos bairros de Paissandu e Ilha do Leite. Na mancha considera-
da, existem ainda exemplares de arquitetura preservados, os IEP’s, onde só a
edificação isolada é mantida, enquanto seu entorno pode ser completamente
transformado. Por essa condição de preservação, podem ser encontradas pequenas
edificações em meio de grandes equipamentos completamente destoantes e muitas
vezes agressivos aos IEP’s.

A mancha de preservação encontra-se mais próxima do Rio Capibaribe e está re-


lacionada às primeiras ocupações urbanas ocorridas nessa região, devido ao
transporte da cana-de-açúcar, e por isso as edificações existentes nesses
locais possuem um grande valor histórico. Parte dessa área corresponde à
antiga Ilha de Antonio Vaz, e posteriormente à cidade Maurícia, onde se ini-
ciou efetivamente a urbanização da cidade do Recife. Atualmente esse territó-
rio abriga os bairros de Santo Antônio e São José, e também a memória edificada
deixada nessas épocas.
No zoneamento da ZECP (parte) encontram-se também Zonas de Interesse Social,
a ZEIS. Apesar de a legislação proteger duas grandes ocupações informais, a
ZEIS Coelhos e a ZEIS Joana Bezerra, há novos assentamentos que estão despro-
tegidos e alguns deles são passíveis de gentrificação, pois estão localizados
em uma ZAC-Moderada, onde o potencial construtivo é grande.

Por o território possuir contato direto com o Rio Capibaribe, existem áreas
onde há uma restrição na utilização do solo, as ZAN’s e as UCN’s, onde os parâ-
metros urbanísticos são mais restritivos, pois se houvesse sua livre ocupação,
o ecossistema existente nas margens do rio seria completamente destruído.

Devido à esse zoneamento que permite uma grande renovação, podem ser encontra-
das diversas cicatrizes no território, pois exemplares históricos foram demo-
lidos para dar lugar a grandes equipamentos, fazendo com que a paisagem
desses sítios fossem completamente alteradas e uma parte da memória da cidade
fosse apagada.

Imagem 3: Legislação Vigente


Fonte: Elaborada pelos Autores
Legislação na ZECP(parte)

Soledade

Boa Vista

Paissandú
Ilha do Leite

Coelhos

São José

Ilha de Joana Bezerra

Legenda
ZEPH - SPR ZAN - Orla
Cabanga ZEPH - SPA ZAN - Tejipió
IEP ZAC - Controlada I/ II
IPAV ZAC - Moderada
ZEIS ZAC - Restrita
Praças
Centro Principal
Centro Secundério
Unidade de Conservação da Natureza
ZAN - Beberibe
N
ZAN - Capibaribe

Escala 1:5000
4. População
Com o passar dos anos, o território da ZECP sofreu um esvaziamento, fazendo
com que a população se dirigisse para o subúrbio. Isso afetou também o padrão
funcional da ZECP, pois se tornou uma área de compercio, serviço e outros
usos, com um destaque no polo médico, na Ilha do Leite e Paissandu.

Na área de estudo, encontram-se bairros com características diversas e seme-


lhanças entre si. Em relação à população, pode-se perceber um paralelo entre
a densidade populacional e a renda dos moradores, pois os bairros com menor
renda costumam ter uma maior densidade, com mais moradores por habitação e
vice versa. Alguns dos bairros passaram por um processo de esvaziamento ao
longo dos anos, e hoje apresentam uma população muito pequena em comparação
com seu vasto território, como é o caso da Boa Vista.

Apesar de serem densamente construídos, a Joana Bezerra é mais populoso que


Paissandu, por ter ocupações de baixa renda; já Paissandu tem um padrão fun-
cional não residencial, predominantemente de saúde. A Boa Vista possui uma pe-
quena densidade, devido ao esvazioamento ocorrido do centro, para o subúrbio.

A população da Boa Vista é constituída por uma parcela majoritariamente


adulta, na faixa etária de 25 a 29 anos, que começa um processo de envelheci-
mento, e constitui, junto dos idosos, 70% dos moradores do bairro. A partir
desses números, é possível determinar medidas de ocupação do espaço com base
em um perfil específico de moradores que se deseja trazer.

Boa Vista

Joana Bezerra

São José

Coelhos

Soledade

Cabanga

Ilha do leite

Paissandu

Santo Antônio

População
Boa Vista

Joana Bezerra

São José

Coelhos

Soledade

Cabanga

Ilha do leite

Paissandu

Santo Antônio

Área Construída

Boa Vista

Joana Bezerra

São José

Coelhos

Soledade
Imagem: Comparação entre as densidades dos bairro
Cabanga Fonte: Google Earth
Ilha do leite

Paissandu

Santo Antônio

Habitantes por m²
População na ZECP(parte)

Soledade

Paissandú Boa Vista

Ilha do Leite

Santo Antônio
Coelhos

São José

Ilha de Joana Bezerra

Legenda
Cabanga
14.778 Habtantes
12.629 Habtantes
8.688 Habtantes
7.633 Habtantes
2.495 Habtantes
1.551 Habtantes
1.007 Habtantes
507 Habtantes
285 Habtantes
N

Escala 1:5000
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A

V
I
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A
1648

1906

1971

2018
Ocupação do
Bairro da Boa Vista
1. O bairro da Boa Vista
A Boa Vista caracteriza-se não apenas como um eixo patrimonial da memória da
cidade, mas também é palco de diversidade social e cultural. Em toda sua ex-
tensão, cabe a grande quantidade de comércios, a identidade e diversidade ar-
quitetônica moderna, o vai e vem dos transeuntes e as trocas de relações entre
os moradores. São cerca de 260 anos desde o início do aterramento que levaria
à construção da primeira parte da via, cujo formato atual foi desenhado há 70
anos. Anos de fervor, decadência e sobretudo mudanças, que culminaram em uma
Boa Vista de diversas faces.

No início era um bairro predominantimente residencial, mas com o movimento mo-


derno, ocrreu a expulsão de sua população, principalmente da camada de baixa
renda, pois viviam em locais que eram ditos insalubres. Assim foi dada margem
para a entrada de outros usos e padrões tipológicos, passando de uma área re-
sidencial mais horizontal, para uma área de comércio e serviço verticalizada.
Embora boa parte da sua população de baixa renda tenha saído do bairro, atual-
mente ela continua bem diversivicada.

A Conde da Boa Vista foi erguida em uma área de mangue em três etapas. A pri-
meira delas começou em 1840, recebendo o nome de Rua Formosa, ia do Rio Capiba-
ribe até a hoje Rua do Hospício. Foi no primeiro trecho onde se construiu o
primeiro prédio, o atual Recife Plaza Hotel. O segundo pedaço seguiu até a Rua
Gervásio Pires. O terceiro, concluído 59 anos depois do início, uma conexão
com a hoje Rua Dom Bosco, recebeu o nome de Caminho Novo. Diferentemente de
outros bairros, cujos prédios foram erguidos respeitando um padrão arquitetô-
nico, a Conde da Boa Vista tinha um caráter mais suburbano, com predominância
dos elementos do urbanismo moderno. Grandes idealizadores da arquitetura mo-
derna tiveram intensa contribuição no desenvolvimento do bairro, tais como:
Delfim Amorim e Acácio Gil Borsoi, uma vez que eles buscavam realizar uma ar-
quitetura que tivesse como objetivo, o reflexo da cidade.Entretanto, com o
passar dos anos e com as diversas modificações, a Boa Vista passou a ter um ca-
ráter mais comercial do que residencial. -

O bairro é detentor de grandes equipamentos, sejam eles públicos ou privados,


são locais de grande fervor, com intensas trocas sociais. Entretanto, a Boa
Vista também é marcada por uma setorização de usos específicos, como: o habi-
tacional, estudo, comercial e lazer, isso contribui para tornar determinados
pontos da região sem vida em horários específicos, como por exemplo: Rua do
Aragão, polo de venda de móveis da Boa Vista. Dessa forma, é necessário que
haja um mix de usos na localidade, com isso, o bairro torna-se mais inclusivo
e receptivo. Bem como, a segurança também é incentivada, uma vez que quanto
mais pessoas na rua, em diferentes horários, há uma maior vigilância social.

A Boa Vista é uma parte da articulação da cidade, com uma morfologia e tipolo-
gias diversificadas, em trechos específicos há a presença de edificações aban-
donadas e de uso comercial, sejam de pequeno, médio e grande porte. Depois,
possui edifícios altos e zonas especiais de preservação. É essa heterogeneida-
de que faz a Boa Vista ter esse caráter tão singular, mas ao mesmo tempo, ser
coeso e homogêneo como um todo.
Território da Boa Vista

Boa Vista

Soledade

Paissandu

Ilha do Leite

Legenda
Mar
Canal
Rio

Praças e Parques
Coelhos
Maciços Vegetais
Verdes Significativos - IPAV’s

Escala 1:5000
Elementos Singulares da
Paisagem na Boa Vista 1

1. Edifício Burle Marx 27. Teatro do Parque


2. Círculo Militar do Recife 28. Igreja de Nossa Senhora do
3. Assembléia Legislativa de Pernam- Rosário
buco - Anexo 2 29. Hotel Central

Boa Vista 4. Câmara Municipal de Recife -


Anexo 2
30. Edifício Texas
31. Casa de Clarice Lispector
5. Centro Universitário IBGM IBS 32. Igreja Matriz da Boa Vista
6. Igreja Batista da Capunga 33. Loja Maçônica Cavaleiros da Cruz
7. Colégio Americano Batista 34. Igreja e Largo de Santa Cruz
8. Edifício Duque de Bragança 35. Mercado da Boa Vista
9. Edifício Itauna 36. Capela Nossa Senhora das
10. Hospital Memorial São José Graças
11. Igreja Nossa Senhora do Rosário 37. Igreja de São Gonçalo
5
dos Homens Pretos 38. Convento Nossa Senhora da
s

12. Edifício Manuel Borba Glória


e

13. Colégio Salesiano 39. Centro Islâmico do Recife


al

6
14. Colégio de São José
ag
M

15. Fundação Altino Ventura A. Antiga Escola de Arquitetura


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16. Shopping Boa Vista B. EMLURB


en

17. Edifício União C. Centro Josué de Castro


m

18. Faculdade de Direito do Recife D. Edifício Barão de Rio Branco


ga
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19. FUNDARPE E. Escola Pinto Júnior


ov

7 20. Teatro Arraial Ariano Suassuna F. Faculdade de Direito do Recife


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21. Polícia Civil do Estado de Pernam- G. Antigo Colégio Marista


Av

buco H. Rua José de Alencar, 346


22. Museu de Arte Moderna Aluísio I. Rua José de Alencar, 367
Magalhçaes J. Rua José de Alencar, 404
23. Cinema São Luiz
24. Loja Maçônica Conciliação Nº
0130
25. Edifício Pirapama
26. Sinagoga Israelita do Recife

Soledade
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38

37

Ilha do Leite

Legenda
Edificados
IEP’s
Ruas
Praças

Coelhos Visadas

Escala 1:5000
1. Elementos Singulares da Paisagem
1. Edifícios

Faculdade de Direito Hotel Central Cinema São Luiz Edifício Barão de Rio Branco

2. Elementos Preservados

Rua José de Alencar, 467 Antigo Colégio Marista Igraja e Pátio de Santa Cruz Igreja de São Gonçalo

3. Ruas

Rua da Imperatriz Avenida Conde da Boa Vista

4. Vistas
2. Legislação
As legislações vigentes no bairro da Boa Vista são: o Plano Diretor (2008) e
a Lei da ZEPH Boa Vista (2014). Essas legislações dividem o território em duas
grandes manchas: a de renovação e a de preservação.

Preservação:

-Preservou a tipologia característica da Boa Vista;


-Manteve o contexto em que as edificações estavam inseridas;
-Se tornaram áreas multifuncionais;
-Possuem interfaces mais convidativas;
-Existem os IEP’s, que apesar de preservar a edificação, não preserva
o entorno.

Renovação:

-Permite um alto coeficiente de utilização e os novos projetos


tentam esgotá-lo; associado com os recúos é gerada a verticalização;
-As interfaces geradas por essas novas edificações, não são tão
convidadtivas quanto as do centro histórico da Boa Vista;
-Essa mancha demanda e permite uma grande quantidade de vagas,
ajudando assim a prejudicar a mobilidade no Recife, já que a oferta
de estacionamento é alta.

Devido à esse zoneamento que permite uma grande renovação, podem ser encontra-
das diversas cicatrizes no território, pois exemplares históricos foram demo-
lidos para dar lugar a grandes equipamentos, fazendo com que a paisagem
desses sítios fossem completamente alteradas e uma parte da memória da cidade
fosse apagada.

Imagem: Áreas de Renovaçãp


Fonte: Elaborada Pelos Autores

Imagem: Áreas de Preservação


Fonte: Elaborada Pelos Autores
Legislação na Boa Vista

Boa Vista

Soledade

Paissandu

Ilha do Leite

Legenda
ZEPH - SPR ZAN - Orla
ZEPH - SPA ZAN - Tejipió
IEP ZAC - Controlada I/ II
IPAV ZAC - Moderada
ZEIS ZAC - Restrita
Coelhos Praças
Centro Principal
Centro Secundério
Unidade de Conservação da Natureza
ZAN - Beberibe
N
ZAN - Capibaribe
Escala 1:5000
3. Mobilidade Existente
A mobilidade existente no bairro da Boa vista é reflexo da cidade do Recife.
Devido a sua grande extensão territorial possui vias que conectam cidades,
Recife e e Olinda, conhecidas como artérias principais e vias arterias secun-
dárias que ligam os bairros do entorno. Essas vias fazem parte do modelo ra-
dioconcêntrico, o qual a cidade foi concebida. Contudo, esse modelo não atende
mais à demanda de mobilidade que a cidade precisa, pois ele concentra a maior
parte das viagens para o centro, congestionando a cidade. Associado a esse fe-
nômeno, pode-se apontar o grande número de carros particulares e o déficit de
transporte público, intensificando o “travamento” da cidade.

O transporte público que circula pelo bairro se resume ao ônibus e ou BRT, que
apesar de não circular por todo território, complementa as linhas de transpor-
te público e é outra alternativa de modo de transporte. Os ônibus também não
passa por todo o território, apenas margenado ele e tendo poucas entradas,
sendo assim, há uma distância grande entre as residências e as paradas.

Transportes ativos e não poluentes, como as bicicletas, acabam sendo desvalo-


rizados e substituídos por outros meios de transporte, pela insegurança e o
desrespeito que os ciclistas sofrem. No território, são encontrados postos de
Bike PE, mas não há uma ciclofaixa ou uma ciclovia que permita os ciclistas
se deslocarem com segurança pelo Recife. Por ser tão extenso, deveriam existir
essas rotas exclusivas, que atualmente não são vistas no bairro, e os pontos
de BIKE PE, que são apenas 4, são insuficientes para a locomoção da população
que poderia ser feita dessa maneira.

Portanto, com esse déficit de modos de transporte uma pessoa não consegue es-
colher aquele que o levaria ao seu destino de forma mais rápida e segura, fa-
zendo com que ela geralmente opte utilizar o transporte privado pra seus des-
locamentos.
Mobilidade Extistente
na Boa Vista

Boa Vista

Soledade

Paissandu

Ilha do Leite

Legenda
Artérias Principais
Artérias Secundárias
Coletoras

Linhas de Ônibus
Coelhos Corredores de BRT

Estações de Bike PE
Terminais de Ônibus
Terminais Integrados N
Estações de Metrô
Escala 1:5000
4. Fluxo de Pessoas
Devido ao seu caráter não residencial, o bairro da Boa Vista recebe diariamen-
te um grande fluxo de pessoas, que visitam o bairro como trabalhadores ou usu-
ários do comércio e serviço disponível, sendo a a AV. Conde da Boa Vista o
principal corredor desess usos e apesar de ter poucos equipamentos que gere
movimento, os edificios de uso misto e sua interface, atrai bastante pessoas
a circularem na região.

Também devido a sua diversidade de usos, há naturalmente um mix social, pois


a população se dirigi para a Boa vista para realizar suas atividades diárias,
seja para estudar, trabalhar, ou pelo comércio e serviço. Contudo, essas pes-
soas circulam apenas durante o dia e fora do horário comercial, boa parte das
ruas perde sua vitalidade, e apenas alguns aglomerados residenciais sobrevivem
hoje no bairro.

É necessário tomar medidas para manter o funcionamento dos espaços públicos


também durante a noite, garantindo a permanência dos moradores atuais e possi-
bilitando a chegada de novos.

Áreas Verdes
Fluxo de Pedestres
Equipamentos
Fluxo de Pessoas na
Boa Vista

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M
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Boa Vista
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Ilha do Leite

Legenda
Equipamentos de Grande Porte
Ruas de maior fluxo de pessoas

Coelhos

Escala 1:5000
5. Padrão Morfotipológico
O bairro da Boa Vista é marcado por uma predominância de edificações horizon-
tais e entremedianeiras, devido às primeiras formas de urbanização do Recife.
Essa grande característica perdura até hoje por causa da legislação vigente
que preserva esse patrimônio – Lei nº 18.046/2014, ZEPH Boa Vista. Contudo,
essa legislação também preserva outro padrão marcante do bairro, as edifica-
ções modernas, devido ao período em que foram construídas e ao estilo arquite-
tônico marcante para a época.

Essas edificações possuem uma melhor interface arquitetônica, fazendo com que
o caminhar entre elas seja mais interessante e agradável. Sendo assim, as
machas que possuem construções modernas e entremedianeiras são mais movimenta-
das, trazendo vitalidade para o bairro.

Como resultado, também dessa urbanização, pode-se apontar a formação de qua-


dras grandes e irregulares, pois durante a ocupação não houve uma preocupação
com um desenho urbano da cidade. Isso gerou grandes descolamentos feitos pelos
pedestres.

Em contra partida, também é encontrado o padrão solto no lote e verticalizado,


localizados próximos à Av. Agamenon Magalhães, resultado do Plano Diretor de
2008. Esse padrão afeta negativamente o bairro, deixando as áreas onde são im-
plantados sem vida, pois a arquitetura se fecha para o lote, negando a cidade.

Com o déficit da tipologia galpão, principalmente aqueles destinados ao abas-


tecimento da cidade, pôde-se perceber que há um problema na logística de abas-
tecimento da cidade, auxiliando para que ocorram engarrafamentos e prejudican-
do, assim, a mobilidade do bairro e do Recife.

Horizontal ( 0-4 Pavs.)


Verticall (+ de 10 Pavs.)

Imagem: Exemplificação do Morfotipológico


Fonte: Elaborada pelos Autores
Padrão Morfotipológico na
Boa Vista

Boa Vista

Soledade

Paissandu

Ilha do Leite

Legenda
Até 4 pavimentos
5 - 10 pavimentos
Mais de 10 pavimentos
Soltos no Lote

Coelhos Entremedianeiras
Galpão

Escala 1:5000
6. Padrão Funcional
Com os anos, a Boa Vista se tornou um bairro predominantemente não residen-
cial, onde as pessoas o freqüentam pelos usos que são encontrados. Sendo
assim, esses eles acabam atraindo uma grande diversidade de pessoas, promoven-
do um mix social. Contudo, essa diversidade e fluxo são apenas diurnos, encer-
rando-se a noite, junto com o funcionamento das lojas, ou seja, a grande parte
das pessoas que circulam na Boa Vista não mora pelo entorno. Essas áreas não
residenciais são encontradas próximas aos principais corredores viários, fa-
cilitando o acesso a elas.

A população moradora do bairro defini-se pelos:


- Trabalhadores que exercem sua função na própria Boa Vista, pois estão próxi-
mos ao seu local de trabalho;
- Estudantes das faculdades existentes no bairro e próximos e ele;
- Pela população idosa, que vai morar no na Boa Vista no início da vida e per-
manece no local durante anos.
Isso demonstra como os moradores têm um sentimento de pertencimento ao local,
querendo ficar no mesmo bairro durante várias fases de sua vida.

Esses moradores estão diluídos no território sendo mais concentrados no sítio


histórico, onde o padrão morfotipológico é mais horizontal e entremedianeiras,
onde edificações já abrigam residências por muito tempo. Pode-se encontrar
também a parte residencial próximas às quadras perto da Av. Gov. Agamenon Ma-
galhães devido aos edifícios verticais, tipologia vem se destacando por abri-
gar o uso residencial.

Os grandes equipamentos existentes no bairro estão distribuídos por todo ele,


principalmente nos centros não residenciais, gerando assim um grande fluxo de
pessoas em seu entorno. Porém, devido aos seus horários de funcionamento, o
fluxo se encerra, deixando a Boa Vista sem vitalidade.

Uso não Residencial


Uso Residencial

Imagem: Exemplificação do Padrão Funcional


Fonte: Elaborada pelos Autores
Padrão Funcional
na Boa Vista

Boa Vista

Soledade

Paissandu

Ilha do Leite

Legenda
Áreas Não Residenciais
Áreas Residenciais
Grandes Equipamentos em área
Grandes Equipamentos em costrução

Coelhos

Escala 1:5000
7. Vazios Urbanos
Vazios urbanos são encontrados em diversas partes da cidade, e podem ser cata-
logados da seguinte forma:
- Vazios Construídos: Edificações abandonadas e sem uso
- Vazios Subutilizados: Áreas que não estão utilizando todo o seu potencial
- Vazios Abertos: Espaços públicos como praças e parques.
- Terrenos Baldios: Terrenos esquecidos, sujos

- Terrenos Vagos: Lotes vazios, mas pronto para receber uma nova edificação.
Na Boa Vista, a predominância são de áreas subutilizadas, áreas ocupadas por
predominantemente estacionamentos. Essas áreas acabam não cumprindo uma
função social para a cidade, apontada pelo Estatuto da Cidade. Os usos desses
vazios ainda prejudicam a mobilidade, pois favorece o uso de automóveis priva-
dos devido a oferta de estacionamento.

Ainda existem construções que de relevância para a cidade, como a casa de Cla-
risse Lispector, que atualmente está sem uso. Essas construções podem ser rea-
bilitadas de diversas maneiras, abrigando residências, comércio e usos cultu-
rais.

Vazios abertos não são encontrados em grande quantidade pelo bairro e os exis-
tentes não possuem o mesmo significado e a importância que se tinha antigamen-
te, encontrando-se defasados.

Vazio Subutilizado

Vazio Obsoleto
Vazios Urbanos na
Boa Vista

Boa Vista

Soledade

Paissandu

Ilha do Leite

Legenda
Terreno Baldio
Edifícios Vazios
Terreno Subutlizado
Terreno Vazio

Coelhos Vazios Abertos

Escala 1:5000
O
B
J
E
T
I
V
O
S
Mapa Geral da Boa Vista
1

1. Edifício Burle Marx 27. Teatro do Parque


2. Círculo Militar do Recife 28. Igreja de Nossa Senhora do
3. Assembléia Legislativa de Pernam- Rosário
buco - Anexo 2 29. Hotel Central

Boa Vista 4. Câmara Municipal de Recife -


Anexo 2
30. Edifício Texas
31. Casa de Clarice Lispector
5. Centro Universitário IBGM IBS 32. Igreja Matriz da Boa Vista
6. Igreja Batista da Capunga 33. Loja Maçônica Cavaleiros da Cruz
7. Colégio Americano Batista 34. Igreja e Largo de Santa Cruz
8. Edifício Duque de Bragança 35. Mercado da Boa Vista
9. Edifício Itauna 36. Capela Nossa Senhora das
10. Hospital Memorial São José Graças
11. Igreja Nossa Senhora do Rosário 37. Igreja de São Gonçalo
5
dos Homens Pretos 38. Convento Nossa Senhora da
s

12. Edifício Manuel Borba Glória


e

13. Colégio Salesiano 39. Centro Islâmico do Recife


al

6
14. Colégio de São José
ag
M

15. Fundação Altino Ventura A. Antiga Escola de Arquitetura


on

16. Shopping Boa Vista B. EMLURB


en

17. Edifício União C. Centro Josué de Castro


m

18. Faculdade de Direito do Recife D. Edifício Barão de Rio Branco


ga
.A

19. FUNDARPE E. Escola Pinto Júnior


ov

7 20. Teatro Arraial Ariano Suassuna F. Faculdade de Direito do Recife


5
.G

21. Polícia Civil do Estado de Pernam- G. Antigo Colégio Marista


Av

buco H. Rua José de Alencar, 346


22. Museu de Arte Moderna Aluísio I. Rua José de Alencar, 367
Magalhçaes J. Rua José de Alencar, 404
23. Cinema São Luiz
24. Loja Maçônica Conciliação Nº
0130
25. Edifício Pirapama
26. Sinagoga Israelita do Recife

Soledade
B

16
14 17 18
12

15
C

11
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10 19
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a
36 39 Ve 33
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a
38

37

Ilha do Leite

Legenda
Mar
Canal
Rio

Maciços Vegetais
Ruas de maior fluxo de pessoas
Coelhos
Visadas

Terreno Baldio
Edifícios Vazios
Terreno Subutlizado
Terreno Vazio
Vazios Abertos
Após o diagnístico do território em estudo, foram elaborados
objetivos que ao serem alcaçados, mudariam positivamente a
ZECP.

Objetivos:
1. Promover Mix Social
2. Funcionamento 24 Horas
3. Espaços Públicos de Qualidade
4. Qualidade nos Deslocamentos
5. Ocupar Vazios
6. Dotar a Área de Equipamentos Públicos
7. Articular a Trama urbana com Recursos
8. Inserir o Patrimônio
9. Grantir a Permanência da População

Os objetivos foram divididos e estudados pelos integrantes


dos grupo e está organizado da seguinte maneira:

Felipe Carvalho

Thaís Ferreira

Camila Colaço

Andressa Zerbinatti
1. Garantir Mix Social
OBJETIVO DIRETRIZ PROPOSTAS
Definir % por padrão social (nº de unidades
Criar padrões diferentes de habitacionais/ padrões diferentes de u.h/
habitação espacialização com comércio popular no térreo
Definir equipamentos públicos que atendam às
GARANTIR O
MIX Insira tabela resumo aqui
Criar equipamentos públicos necessidades dos indivíduos, e implanta-los
em ZEIS 2.
Circuito cultural ligando os principais equi-
Valorizar o patrimônio pamentos (patrimônio físico e imaterial),
aliada a uma programação noturna de eventos.
Tabela 1: Resumo das propostas para o Objetivo
Entende-se por Mix social a criação de espaços ajustados à realidade
humana, que promovam a interação entre a vida e a forma, e que estimulem rela-
ções saudáveis entre pessoas e cidades. Não obstante, podem ser espaços, edi-
ficados ou não, que proporcionem inclusão, acessibilidade, sustentabilidade
e o respeito para com os usuários. Analisando de forma mais criteriosa a
Boa Vista, percebe-se que ela é um eixo patrimonial da memória da cidade,
palco de diversidade social e cultural, onde cabe a grande quantidade comer-
cial, a identidade arquitetônica moderna, a correria dos estudantes e o saudo-
sismo dos moradores. Entretanto, o local também apresenta outra face constan-
temente presente no dia a dia da população, é possível identificar a diversi-
dade morfológica em estágio avançado de abandono, uma diversidade de trechos
com edificações abandonadas e áreas comerciais. Outrora, edifícios altos com
zonas de preservação, sendo passíveis, muitas vezes, de exclusão da população
residente.
Proposta 1: Definir % por padrão social - (nº de unidades ha-
bitacionais/ padrões diferentes de u.h/ espacialização com
comércio popular no térreo)
Dados Gerais
Área total da Boa Vista – 1.760.000m² (176 hectares)
Área construída total – 1.700.000m²
Habitantes – 14.778
Média de habitantes por domicílio – 2.4
Índice de envelhecimento – 151.9%
Entende-se que existe uma população de faixa etária elevada, e que aos
poucos vai envelhecendo. Portanto, buscam-se principalmente jovens e famílias
com crianças.

Cálculos domiciliares
A área habitacional (Apartamento + Casas) existente equivale a 40% da área
total construída. Não habitacional
7.700 unidades = 688.000m²
Proporção domicílios ocupados – 82.9% = 571.040 m² Habitacional Ocupada
Proporção domicílios não ocupados – 17.1% = 116.960 m² Habitacional Não Ocupada

As unidades habitacionais existentes têm em


média 74,16m², com 2,4 habitantes, equivalente a
30,9m² por habitante. Propondo habitações dentro
dessa mesma média, seria possível abrigar mais 3.785
habitantes.
Imagem 1: Área total construída
1. As habitações sobressalentes irão abrigar moradores que se subdividem em:

• Estudantes 40%
• População de baixa renda 40%
• Habitação de apoio para os hospitais 10%
• Público passageiro 10%

Estudantes + Baixa Renda (80%)

• 40m² unidade habitacional mínima, para 2 pessoas


• 20m² por habitante
• 93.568m²/20m² = 4.678 habitantes

Apoio + Passageiro (20%)

• 12m² quartos individuais ou casal e 20m² de área comum para 5 pessoas


• (12m² x 5) +20m² =80m²/5 = 16m² por pessoa
• 23.392m²/16m² = 1.462 habitantes

Total de novos moradores ou visitantes = 6140 habitantes


Total de habitantes previsto para a da Boa Vista = 20.918

Proposta 2: . Circuito cultural ligando os principais equipa-


mentos: patrimônio físico e imaterial, aliada a uma programa-
ção noturna de eventos.
O patrimônio histórico arquitetônico
pode ser qualquer edificação que represente
parte da história local de uma cidade ou mu-
nicípio. A primeira coisa que se destaca
quando se faz uma visita a algum lugar, são
os prédios históricos ou as construções que
de alguma forma representem ou trazem em
suas características pistas sobre a histó-
ria da localidade visitada e de seus habi-
tantes. Esses patrimônios despertam o inte-
resse, instigam a procura por mais informa-
ções sobre o lugar, representam a materiali-
zação da cultura de uma localidade, além de Imagem 2: Avenida Conde da Boa Vista
trazer em suas características e no estilo Fonte: Elaborada pelo autor
a história das pessoas que o construíram.

Imagem 3: Pátio de Santa Cruz Imagem 4: Igreja de Santa Cruz


Fonte: Google Earth Fonte: Google Earth
1.
Analisando de forma mais criteriosa, a Boa Vista é detentora não apenas
das grandes edificações modernas, mas também, é possuidora do patrimônio cultu-
ral imaterial. Entende-se por “patrimônio imaterial”, o conjunto de práticas,
expressões, conhecimentos e técnicas que as comunidades, grupos ou indivíduos
reconhecem como parte integrante de sua história. Transmitido de geração em ge-
ração, é constantemente recriado por seus detentores, estabelecendo assim, um
sentimento de pertencimento e zelo para com o local. A exemplo do patrimônio
imaterial, temos diversas agremiações carnavalescas de rua, que ajudam a contar
uma história sobre o lugar de origem, tal como: Clube Carnavalesco Misto dos
Lenhadores.
[...] No Recife, a partir de 1880, década em que foi abolida a escravidão e
proclamada a República no Brasil, multiplicou-se o número de agremiações carna-
valescas populares nas ruas, formadas por trabalhadores urbanos, artífices e
artesãos, operários, caixeiros, feirantes, domésticos. Quando se apresentavam
em público, arrastavam toda sorte de gente: desocupados, vadios, moleques de
rua, capoeiras. Dentre os clubes carnavalescos pedestres, predominavam aqueles
que se faziam acompanhar pelas bandas de música ou orquestras de metais que
executavam as vibrantes marchas carnavalescas, mais tarde conhecidas por mar-
chas pernambucanas e, finalmente, por frevo: Caiadores, Caninha Verde, Vassou-
rinhas, Pás, Lenhadores, Vasculhadores, Espanadores, Ciscadores, Ferreiros,
Empalhadores do Feitosa, Suineiros da Matinha, Engomadeiras, Parteiras de São
José, Cigarreiras Revoltosas, Verdureiros em Greve, em meio a tantos outros.
No vaivém dos clubes e troças, nasceram o frevo e o passo pernambucanos. No
início do século XXI, convencionou-se que o frevo nasceu em 1907, ano em que
foi encontrado o primeiro registro da palavra frevo em um jornal local, o
Jornal Pequeno, na edição de 9 de fevereiro de 1907. [...]

Rita de Cássia Barbosa de Araújo, Carnaval no Nordeste do Brasil, 2009.

Com o propósito de valorizar o patrimônio físico e imaterial no bairro da


Boa Vista, a proposta do circuito cultural visa, além da transmissão de conhe-
cimento por parte da história, tornar o ambiente mais movimentado em diferentes
horários, gerando uma maior vigilância social. Assim como, a atração de dife-
rentes tipos de público, tornando a região heterogênea e promovendo um mix
social. Além disso, o circuito cultural também se torna um eixo indutor de rea-
bilitação e inclusão social.

Imagem 5: Patrimônio Imaterial - Agremiações Carnavalescas Imagem 6: Patrimônio Imaterial - Maracatu Nação Pernambuco
Fonte: Fundação Joaquim Nabuco Fonte: Sons de Pernambuco
1.
Proposta 3: .Definir equipamentos públicos que atendam às ne-
cessidades dos indivíduos, e implanta-los em ZEIS 2.

A proposta visa a implantação de equi-


pamentos públicos de lazer e educacional em
áreas de ZEIS 2, que se constituem por áreas
vazias, não utilizadas ou subutilizadas,
adequadas a implantação de Habitação de Inte-
resse Social; focadas em atividades educati-
vas e lúdicas e, sobretudo, do encontro. Além
disso, são espaços de promoção e troca cultu-
ral e de fortalecimento das organizações so-
ciais locais, atraindo e gerando um constante
fluxo de pessoas. Não obstante, reabilitar
uma área antes degradada, é trazer novas
oportunidades e potencializar as comunidades
locais, trazendo boas condições de habitabi-
lidade. A exemplo dessa afirmativa, tem-se a
transformação social ocorrida em Medellín.
Imagem 7: Área classificada como ZEIS 2 - Rua Velha
Fonte: Google Earth

Transformação social e urbanística de Medellín

Imagem 8: Transformação Urbanística de Medellín Imagem 9: Transformação Urbanística de Medellín


Fonte : Medellín Colômbia, Transformação social e urbanística de Medellín,vi- Fonte : Medellín Colômbia, Transformação social e urbanística de
truvius. Medellín,vitruvius.
“O sistema de transporte público pode ser considerado o motor da transformação.
Resolvido de forma criativa, com objetivo além do específico de transportar e
integrar pessoas, mas também de estimular a cultura cidadã e a civilidade. A
atual combinação entre trens elevados, ônibus em sistema BRT e Metrocable (te-
leféricos) constitui uma solução original adaptada às circunstâncias geográfi-
cas, complementada com sistemas de micro-ônibus que acessam áreas mais remo-
tas, e um sistema de bondes em vias de implantação. O programa urbano de aces-
sibilidade inclui, naturalmente, o cuidado com as calçadas, um sistema inte-
grado de ciclovias e até escadas rolantes para a Comunidade San Javier. A ins-
talação de escadas rolantes para acesso às favelas surpreende pela originali-
dade e o poder de transformação social. ”
1.
Os Parques Bibliotecas
“Os Parque Bibliotecas são centros
culturais voltados ao desenvolvi-
mento social, que privilegiam ati-
vidades educativas e lúdicas e, so-
bretudo, o encontro. Além disso,
são espaços de promoção cultural e
de fortalecimento das organizações
sociais locais, implantadas em
áreas mais carentes da cidade.
Dessa forma, o projeto busca impul-
sionar melhorias nos bairros, regi-
ões e na própria cidade, trazendo
novas oportunidades e potenciali-
zando as comunidades locais. Em
termos espaciais, vale mencionar a
qualidade arquitetônica dos edifí- Imagem 10: Os Parques Bibliotecas de Medellín
cios, verdadeiros marcos na paisa- Fonte: Parque Bibliotecas de Medellín, Tapete URBANO
gem, construídos especificamente
para abrigar o programa.”

Imagem 11: Os Parques Bibliotecas de Medellín Imagem 12: Os Parques Bibliotecas de Medellín
Fonte: Parque Bibliotecas de Medellín, Tapete URBANO Fonte: Parque Bibliotecas de Medellín, Tapete URBANO
Diferença entre os Parques Bibliotecas e CEUs:

Equipamentos públicos multifuncionais construídos nas periferias urbanas,


ambos de vinculação educacional/ cultural, tidos como elementos potencializa-
dores de transformações locais. O principal salto de Medellín não está nas bi-
bliotecas, mas sim no acesso a elas: a reformulação do sistema de transportes,
com a inclusão dos metro cables como alternativa para acessar áreas de alta de-
clividade, somada à urbanização dos assentamentos precários, com alternativas
interessantíssimas para circulação e criação de espaços de permanência, possi-
bilitaram não só o acesso local aos equipamentos, como também a articulação
entre as diversas comunas, viabilizando um sistema de equipamentos públicos em
rede. Os CEUs, por sua vez, configuram-se como ilhas na cidade, dificilmente
acessadas por outros bairros e sequer conectadas às áreas centrais.

A partir da análise do bairro, foi possível identificar que as áreas de


ZEIS 2 localizam-se na área histórica da Boa Vista, a exemplo: Rua Velha e
Pátio de Santa Cruz. Dessa forma, os equipamentos de lazer e educação, foram
implantados ao redor de um eixo indutor de reabilitação e inclusão social.
Dessa forma, essa área está sujeita a uma grande transformabilidade, trazendo
novas oportunidades de moradia e trabalho para os moradores locais.
1.
Proposta 4: Gerar transporte coletivo público: sistemas de mi-
cro-ônibus que acessem áreas mais distantes.

Apesar de não pertencerem ao bairro da Boa Vista, algumas Instituições de


ensino superior e médio contribuem de forma significativa no fluxo diário do
local, tal como: Universidade Católica de Pernambuco, localizada no bairro de
Santo Amaro. Esse fluxo de pessoas, acaba por criar uma demanda específica de
transporte público, que muitas vezes não é suprida. Dessa forma, faz-se neces-
sário a criação de diferentes modos de deslocamento, a exemplo: micro-ônibus
que acessem áreas mais distantes, uma vez que a região detém de estudantes que
residem em locais do interior do estado.

Para justificar essa proposta, foram identificados no bairro, equipamen-


tos de ensino superior que atraem uma grande quantidade de estudantes. Inicial-
mente, a primeira metodologia a ser pensada, foi a conexão desses equipamentos
entre si, de modo a criar uma rota de transporte articulada. Entretanto, após
uma segunda avaliação, observou-se que não era de grande valia por nas ruas
mais um veículo de médio/grande porte. Assim, foram analisados lotes que tinham
um potencial para vir a ser um estacionamento coletivo, sendo escolhido um ter-
reno na Aurora, de onde esses ônibus viriam das suas localidades de origem e
do local de chegada, partiriam diferentes tipos de rotas para as instituições
de ensino, que poderiam ser realizadas a pé.

Imagem 13 : Terreno escolhido para o estacionamento Imagem 14 : Terreno escolhido para o estacionamento
coletivo - Rua da Aurora coletivo - Rua da Aurora
Fonte: Google Earth Fonte: Google Earth
Mapa de Rotas de estudantes e
Principais Equipamentos de Ensino da Boa Vista

LEGENDA
EQUIPAMENTOS
DE ENSINO NA BOA
VISTA

DIFERENTES TIPOS DE ROTAS


A PÉ
Alcançar funcionamento 24h
2. com diversidade social

Tabela 1: Resumo das propostas para o Objetivo

Proposta 1: Implantar usos que faltem na região, diurnos e


noturnos, para aumentar o fluxo de pedestres tornando a
região mais ativa e segura.

Ao longo dos anos o bairro da Boa Vista vem sofrendo com a partida da popula-
ção que lá estava habitando. Se tornando cada vez mais escassa, o bairro se
tornou um local apenas conhecido por seu comercio, e passagem de pessoas. A
falta de moradores é refletida nas ruas, na quantidade de prédio abandonados
e sendo pouco utilizados como lojas no térreo e os andares superiores que po-
deriam ser residenciais, são utilizados como depósitos (imagem 1).
Na busca de trazer mais moradores para a área, é preciso dar a eles toda a in-
fraestrutura necessária. Uma das coisas que precisa ser feita na Boa Vista
para chamar de volta esse público é diversificar os usos, deixando alguns co-
mércios existentes, mas incluindo padarias, farmácias, mercadinhos, ruas para
pedestres, lojas em geral que também funcionem no período noturno e deem su-
porte a esses antigos e aos novos moradores, gerando a tão buscada completude
de usos. Com isso, seria estimulada a caminhabilidade, que tráz as pessoas
para a rua, para passear, fazer compras e torna o bairro mais ativo e seguro.
Não longe daqui, e após 3 anos de aprovação do novo Plana Diretor de São
Paulo, os edifícios de uso misto estão apare-
cendo cada vez mais, a exemplo do Empreendi-
mento Urbanity, que tem no térreo uma praça
aberta a toda cidade, andares de salas
comercias e habitações.

“ O comércio no térreo de edifí-


cios ajuda a termos uma cidade mais
amistosa para as pessoas
(Frankel,2017) Imagem 1: Prédios subutilizados na Rua do Aragão
Fonte: Google Earth
2. “ Em áreas muito comerciais
alguns restaurantes só conse-
guem abrir durante o dia,
porque a noite não tem movimen-
to. Com o uso misto você melho-
ra o comércio, traz boas opções
e a segurança melhora
(Herman,2017) Imagem 2: Empreendimento Urbanity
Fonte: Site Folha de São Paulo

Proposta 2: Aumentar o número de transporte público para funcionarem no período


noturno

Por ser um polo de comercio muito conhecido e frequentado na cidade, o bairro


da Boa Vista tem um elevado número de pedestres circulando todos os dias, e
para suprir a necessidade de todas essas pessoas há um grande número de ônibus,
mas que nas horas de pico, já não são suficientes para a demanda (imagem 3).

“ Todos os dias pego meu bacurau depois de esperar um bocado.


É o único jeito da gente chegar em casa sem ser de táxi, o que
ficaria muito caro (Rosivaldo,2013)

Já no período noturno, as ruas do bairro ficam desertas, por não ter locais que
funcionam a noite nem moradores que circulem pela área, deixando o bairro se
tornar cada vez mais perigoso. A frota de ônibus noturno no Recife é de 3 mil,
que fazem 43 linhas e que levam em média 5.360 passageiros nos dias de semana,
mas nos fins de semana, a frota permanece a mesma e a quantidade de usuários
sobe para 17.000, um número que mostra que há demanda, e que é preciso mais
atenção a esse transporte. Não só os ônibus, mas o metro também deveria funcio-
nar com horário estendido nos fins de semana, para dividir essa população com
os ônibus. Assim, teria mais opção de transporte, mas gente circulando e mais
segurança na rua nas madrugadas.
Londres, preocupada com os acidentes de carro na madrugada, com motoristas bê-
bados, decidiu aumentar a frota de ônibus e metro, e com isso teve uma grande
redução desses acidentes. Esses ônibus funcionam com trajetos especiais, inte-
grado com o funcionamento do metrô que também teve seu horário estendido, e tem
frequência menor que as linhas do dia. Esses ônibus não param em todas as para-
das, apenas nas que são solicitadas paradas e subidas (imagem 4).

Imagem 3: Onibus noturno no Recife Imagem 4: Onibus noturno em Londres


Fonte: Site Diário de Pernambuco Fonte: Site Exame
2.
Proposta 3: Revitalizar os imóveis já construídos para abrigar os usos que
faltam na região.

No bairro da Boa Vista há uma quantidade infi-


nita de imóveis que estão abandonados, ou
sendo subutilizados. Por ser um bairro anti-
go, e ter construções antigas, muitas delas
estão deterioradas, e quando subutilizadas,
acabam ficando totalmente descaracterizadas.
Com esse abandono, o bairro sofre, com a falta
de habitantes que se apropriem e queiram cui-
dar do lugar(imagem 5).
Imagem 5: Casaris abandonados na Rua Velha
Fonte: Site Diário de Pernambuco
Esses imóveis poderiam ser revitalizados e abrigar os diversos usos que faltam
na região, como por exemplo mais habitações, usos noturnos como bares e boates,
ambiente de lazer e cultura, padarias, mercadinhos e café. Pois, na região há
muitas construções antigas que estão abandonadas ou sendo subutilizadas e que
poderiam abrigar os usos que faltam no entrono. Quando esses casarios forem re-
vitalizados podem se tornar moradias ou abrigar diversos tipos de uso, que tra-
riam mais vitalidade ao bairro, segurança e turistas. Uma forma de incentivar
as pessoas a revitalizarem e não apenas derrubar p construir um novo, é o go-
verno dando algum tipo de incentivo fiscal, algo como desconto no IPTU e isen-
ção de algumas taxas.

“ Desapropriar não é a solução para revitalizar esses tre-


chos da cidade. O prédio deve ter um uso. O desafio é promover
a revitalização econômica desses bairros” (Alexandre 2016)

Na cidade de Berlim, o bairro de Kreuzberg era conhecido como bairro dos imi-
grantes turcos, mas com a queda do valor no aluguel de imóveis, jovens e adul-
tos resolveram se mudar para lá. Com isso o bairro ganhou vida, bares e boates
foram instalados nos antigos prédios já construídos, e consequentemente, houve
uma revitalização de toda a área. Hoje, o bairro é conhecido pelo ambiente des-
contraído, o bairro doas artistas, onde os londrinos vão para se divertir. Isso
acabou atraindo turístas para a região, e o bairro está constatemente movimen-
tado.

Imagem 6: Bares no bairro de Kreuzberg Imagem 7: Prédio revitalizados em Kreuzberg


Fonte: Site Correio Brasiliense Fonte: Site Correio Brasiliense
3. Criar espaços públicos de qualidade

Tabela X: Resumo das propostas para o Objetivo

Proposta 1: Adequar os passeios e interfaces

Adequação dos passeios e interfaces, com sombreamento das calçadas e conti-


nuidade arbórea, acessibilidade e usos que estimulam o caminhar, promovendo
uma maior quantidade de deslocamentos a pé, que geram uma maior vitalidade
para os espaços públicos.

Imagem x: Passeio adequado


Fonte: Archdaily
3.

Proposta 2: Ocupação dos vazios urbanos, suprindo o déficit


de áreas de lazer

Como forma de criar novos espaços públicos adequados, a ocupação dos vazios ur-
banos com áreas de lazer, contemplação e uso cultural, traz ao bairro um com-
plemento importante, gerador de interações sociais e que visa atender às neces-
sidades dos moradores e visitantes.

Imagem x: Millenium Parque


Fonte: Architecture.org

Proposta 3: Recuperar o canal da Av. Gov. Agamenon Magalhães

Recuperação do canal da Av. Gov. Agamenon Magalhães, criando áreas de passagem


e permanência pensadas para o pedestre.
3. Vazios Urbanos

Vazios edificados
Vazios não edificados
4. Qualidade nos deslocamentos
Obje�vo Diretrizes Propostas
Ocupar miolo de quadras
Criar acessos ao interior das
Ampliar Permeabilidade quadras
Criar polí�cas públicas para
permear as quadras
Gerar uma rede de percursos
Qualidade nos
deslocamentos/ Insira tabela resumo aqui
Criar uma rede de fluxo de
pedestres
para pedestres, nas vias
existentes
Intermodalidade/
Adequar passeios
Priorização dos pedestres
Gerar novas cortas de
Configurar uma rede de transporte
diferentes modais de Reperfilar vias
transporte Garan�r melhoria do
transporte público
Tabela 1: Resumo das propostas para o Objetivo 4

Proposta 1: Ocupar Miolo de Quadras

A qualidade dos deslocamentos, no bairro em estudo, é um reflexo do que é en-


contrado na cidade: desrespeito para com o pedestre, calçadas estreitas,
priorização do transporte individual, baixa qualidade no transporte público
e a falta de diversidade de diferentes modos de transporte.

“ Caminhar é a forma mais democrática, saudável, econômica e susten


tável de se deslocar pelas cidades. Apesar disso, nas últimas décadas,
pouco foi feito para os pedestres no Brasil e seguimos sofrendo com as
condições precárias das nossas calçadas, passagens e travessias.
(Delaqua, 2017)

Com o processo de urbanização do bairro da Boa vista, foram gerados


vazios urbanos no interior das quadras, devido a implantação e a ocupa-
ção do solo pelas edificações e com o tempo, ele foi sendo esquecido.
Contudo, esses vazios possuem um enorme potencial de conectar ruas, di-
minuindo os deslocamentos realizados a pé, pela população. Além disso,
é possível criar nesses locais espaços ou equipamentos públicos atrain-
do pessoas a circularem na região. Sendo assim, com a reabilitação
desses vazios, seria possível diminuir os grandes deslocamentos ocasio-
nados pelo tamanho das quadras.

Esse mesmo fenômeno ocorreu em Barcelona, onde apesar do plano de ex-


pansão da cidade (Plano de Cerdá) orientar a forma de ocupação das qua-
dras, para que sempre houvesse uma permeabilidade, não houve o controle
dessa ocupação fazendo com que toda a quadra fosse ocupada. Anos
depois, o governo agiu para mudar essa situação, assim os miolos de
quadras foram convertidos em espaços abertos de lazer.
4.“ Para viabilizar as modificações pretendidas, são permitidos aumentos
na intensidade de ocupação do solo. Além disso, como um dos objetivos é
que as fachadas antigas sejam mantidas, em grande parte dos casos não há
acesso direto da rua.(Saboya, 2015)

Imagem 1:Torre de les Aigües antes da abertura da quadra Imagem 2:Torre de les Aigües após da abertura da quadra
Fonte: Pazos, 2014 Fonte: Pazos, 2015

Proposta 2: Criar acessos ao interior das quadras

Para ter acesso a esses miolos de quadras, é necessário que se consiga permear
pela densidade existente nas quadras. Assim, foram identificados três padrões
de gerar essa permeabilidade:

Padrão 1: Utilizar-se de um edi-


fício, seja atualmente com ou sem
uso, para realizar a conexa, onde o
térreo dará acesso a esse vazio. Com
edificações sem uso, pode-se reabi-
litá-las implantando um novo uso
nelas.

Padrão 2: Pode-se permear a


quadra através dos afastamentos la-
terais das edificações existentes,
onde haveria a reutilização desse
espaço remanescente. Para não haver
choque de fluxos, existiria um con-
trole nas entradas esses vazios. Em
troca dessa ação, haveria descontos
em taxas públicas, criando assim, um
benefício mútuo.

Padrão 3: Existem terrenos


vazios, sem uso, onde há uma conexão
para gerar a permeabilidade de qua-
dras, implantando novas edificações
(equipamentos públicos de preferên-
cia), onde o térreo seja de livre
circulação.
Mapa: Proposta de
Vazar Quadras Após o levantamento de quais quadras po-
deriam ser vazadas, foram definidos os
padrões para essa permeabilidade sendo

A) Padrão 1: Através da Reabilitação de


uma edificação sem uso;

B) Padrão 2: Através dos afastamentos


lateris das edificações;

C) Padrão 3: Através de terrenos vagos,


com uma nova edificação.

Dessa forma, houve a procupação de ser


escolher quadras a fim de gerar uma rede
contínua, sem que a proposta fosse um
elemnto isolado.

Boa Vista

Soledade

Paissandu

Ilha do Leite

Legenda
Padrão 1 de Permeabilidade
Padrão 2 de Permeabilidade
Padrão 3 de Permeabilidade

Coelhos

Escala 1:5000
4.
Proposta 3: Criar políticas públicas para permear as quadras

É necessário que o Plano Diretor, legislação que orienta o uso e ocupação do


solo, incorpore essas idéias de quadras permeáveis, pois são elas que tornarão
a cidade mais caminhável e sustentável. Assim, seriam estudadas formas de ocu-
pá-las para que não sejam criadas grandes quadras e as existentes, possam ser
definidos padrões, para poder encaixar cada caso neles.
Como forma de incentivo dessas ações, podem ser realizados descontos em tarifas
públicas entrando em acordo com essa prática. Assim, ambos os lados são favore-
cidos, o proprietário que terá economia no valor do projeto e a cidade, que se
tornará mais sustentável e viva.

Proposta 4: Gerar uma rede de percursos para pedestres, nas


vias existentes

Devido à diversidade de usos existentes na Boa Vista, o bairro atrai uma grande
quantidade de pessoas diariamente. Contudo, esse grande fluxo de pedestres
acaba competindo com os automóveis, que são priorizados, como em toda a cidade.

Para estimular as pessoas a caminharem pelo bairro, é proposto a pedestrializa-


ção de algumas áreas, onde apenas circulariam os pedestres, ciclistas e carros
de serviço. Nessas áreas, o transporte público e o carro privado circulariam
apenas nas suas bordas, deixando assim o interior mais ativo para pedestres.

“ A pedestrialização resulta em regiões mais saudáveis, vivas, seguras


e humanas.(Tanscheit, 2017)

Uma estratégia similar foi implantada em Barcelona, onde foram denomina-


das de Supermanzanas. A proposta agrupa 9 quadras da cidade e forma uma
única de 400x400 metros, devido ao seu traçado regulado. Nessas qua-
dras, foram realizadas mudanças nas calçadas, para garantir o acesso de
pessoas com deficiência. Como conseqüências do projeto, foram eliminados
estacionamentos, reduziu-se a velocidade de áreas próximas às superman-
zanas e o aumento dos deslocamentos a pé aumentou consideravelmente.

“ Deste modo, a cidade poderá aumentar a qualidade de vida através de


melhorias na acessibilidade, mais espaços para pedestres, menos contami-
nação atmosférica e incentiva do uso do espaço da rua por pedestres e ci-
clistas, não apenas para a circulação de automóveis.(Gaete, 2016)

Imagem 6: Ruas Compartilhadas Imagem 7: Ruas mais vivas com a pedestrialização


Fonte: Cidadeapé Fonte: Cidadeapé
4.

Imagem 8: Modelo Supermanzanas


Fonte: Governo de Barcelona

Imagem 9: Modelo Supermanzanas


Fonte: Governo de Barcelona
Mapa: Proposta de
Super-Quadras na Boa
As proposta de supermanzanas na Boa
Vista surgiu a partir da necessidade
de melhorar os delocametos a pé.
Assim para delimitá-las foram tomados
como base as rotas dos transporte pú-
blico existente as nas novas rotas
propostas.

Sobrepondo essas camada, foi acossia-


da ainda as abertura dos miolos de
quadra, pois com a bertura da quadra
e a pedestrialização de algumas rua
pode-se aumentar o fluxo de pedestres
circulando pela região, melhorando a
vitalidade do bairro e consequenti-
mente o comércio e o serviço.

Boa Vista

Soledade

Paissandu

Ilha do Leite

Legenda
Delimitação das Super-quadras propostas

Coelhos

Escala 1:5000
4.
Proposta 5: Adequar Passeios

Os deslocamentos realizados pelos pedestres no bairro em estudo são desagradá-


veis, pois acabam não sendo: contínuos; em bom estado de conservação e pouco
arborizado. Dessa forma, os transeuntes se sentem desestimulados a circularem
pela região e acabam optando por outro modo de locomoção, como o carro.

“ Calçadas espaçosas, bem cuidadas e com acessibilidade são uma raridade no


Recife.(Nascimento, 2015)

Portanto, para que as pessoas se sintam interessadas a circular pelo bairro, é


necessário que os padrões atuais dos passeios sejam alterados, melhorando as
condições de caminhabilidade.

“ Uma calçada adequada precisa seguir alguns critérios. Elas devem ser
largas e, quando possível, protegidas por arborização para dar conforto aos pe-
destres.(Nascimento, 2015)

Padrão de Adequação 1

Padrão de Adequação 2

Padrão de Adequação 3
4.
Proposta 6: Garantir melhoria do transporte público

Atualmente, é vivida uma cultura de priorização do veículo privado, onde o


transporte público é colocado em segundo plano. Assim, esse tipo de transporte
acaba sendo desvalorizado e de má qualidade, apesar de ser utilizado por uma
grande parcela da sociedade.

Portanto, é preciso que, durante a gestão, haja um maior enfoque sobre a melho-
ria dos modais de transporte públicos existentes para que eles sejam valoriza-
dos e se tornem a primeira opção da população.

Como melhorias podem-se citar uma maior freqüência, maior alcance, manutenção
dos veículos e a implementação de corredores exclusivos de transporte público,
como por exemplo as faixas azuis que, apesar de não estarem distribuídas em
todo Recife, diminuem o tempo das viagens, pois a velocidade média dos ônibus
é aumentada.

Imagem 12: Desrespeito na Faixa Azul Imagem 13: Faixa Azul - Av. Mascarenhas de Morais
Fonte: Jornal do Comércio Fonte: Diário de Pernambunco

Proposta 7: Reperfilamento das Vias

Devido a pouca variedade de modos de transporte, torna-se mais difícil se des-


locar com facilidade pela Boa Vista. Isso acarreta na sobrecarga no ônibus, fi-
cando lotado nos horários de pico. Essa falta de diversidade está atrelada
também a carga de transporte que a via recebe, pois há ruas que se podem abrigar
diferentes modais, mas todo o seu potencial não é aproveitado.

Assim, é proposto um reperfilamento das vias, para que haja a possibilidade de


aumentar a variedade de modos de transporte para a população, onde ela possa
escolher o melhor meio de locomoção pra o seu destino, sem que haja sobrecarga
dos mesmos.

Como estudo de caso pode ser apontado as Ruas Completas, em especial o próprio
Recife, que apesar de possuir um mau funcionamento do transporte público, está
procurando melhorá-lo. O conceito de Ruas Completas foi desenvolvido para in-
fluenciar o poder público a considerar outros aspectos para perfilar a rua. A
via se torna mais completa quando há uma melhor distribuição do espaço, pra
todos.
4.

Imagem 14: Matéria - Diário de Pernambuco sobre Ruas Completas


Fonte: Diário de Pernambuco

Imagem 15: VLT, Rio Grande do Sul


Fonte: Urbanicidades
4.

Padrão de Reperfilamento 1

Proposta com
várias alterna-
tivas de modos
de transporte

Proposta para
áreas comerciais
ou onde o trans-
porte público não
possa circurlar.
Padrão de Reperfilamento 2

Padrão de Reperfilamento 3

Proposta com diferentes


modais e transporte público
de menor porte atendendo
uma mais áreas

Proposta de pedestialização
de vias de menor fluxos,
com usos apenas de bicicle-
tas, veículos de serviço e
Padrão de Reperfilamento 4 carros dos moradores.

Proposta 8: Gerar novas rotas de transporte

O transporte público no bairro da Boa Vista é restrito aos corredores viários


principais e secundários, deixando de abranger outras partes do bairro, como o
centro comercial. Com o reperfilamento das vias, pode então assim criar novas
rotas por onde o transporte público pode circular. Contudo, esses transportes
seriam proporcionais ao contexto em que circulam, para que transportes de
grande porte não circulem em ruas estreitas.
Mapa: Padrões de
Vias

Boa Vista

Soledade

Paissandu

Ilha do Leite

Legenda
Padrão 1 de Via
Padrão 2 de Via
Padrão 3 de Via
Padrão 3 de Via

Coelhos

Escala 1:5000
Mapa: Padrões de
Vias
Com o reperfilamento das vias, foi
assim criada novas rotas de transpor-
te púlico, incluindo ônibus, BRT e
linhas complementares.

As linhas complementares ligariam o


próprio bairro diminuindo o desloca-
mento dos pedestres, encortando dis-
tanâncias.

Boa Vista

Soledade

Paissandu

Ilha do Leite

Legenda
Novas Rotas de Transporte Público

Coelhos

Escala 1:5000
5. Ocupar os vazios

Tabela X: Resumo das propostas para o Objetivo

Proposta 1: Ocupar os vazios edificados com habitação/usos do


bairro e uso cultural

O bairro da Boa Vista possui um potencial habitacional construído disponível,


que pode ser disponibilizado aos novos moradores. Quanto aos térreos, ou edi-
ficações de tipologias que não condizem com o uso residencial, podem ser ocu-
pados com uso cultural ou pequenos comércios e serviços necessários.

Proposta 2: Ocupar os vazios residuais nas bordas d’água e


nos miolos de quadra

Ocupar os vazios residuais nas bordas do rio com um tratamento adequado que
gere espaços públicos de qualidade, e possa receber eventos, sendo assim
utilizado não apenas pelos moradores do bairro da Boa Vista, mas dos bair-
ros vizinhos e mesmo dos mais distantes. Dessa forma, contribui para uma
maior vitalidade dos espaços antes esquecidos e ociosos, além de auxiliar
na integração da malha viária e dos recursos naturais e proporcionar um uso
destinado a diferentes perfis sociais.

Imagem x: Urbanização do Complexo Cantinho do Céu / Boldarini Arquitetura e Urbanismo


Fonte: Archdaily
5.

Imagem x: Bordas d’água


Fonte: Google Earth

Utilizar os vazios residuais nos miolos de quadra como parte dos percursos,
tornando as quadras mais permeáveis, encurtando as distâncias e tornando as
áreas livres mais bem aproveitadas.

Imagem x: MASP, uso do térreo


Fonte: Webluxo.com.br
6. Dotar a área de equipamentos
públicos/infraestrutura

Tabela X: Resumo das propostas para o Objetivo

Proposta 1: Garantir a eficiência, frequência e variedade


do TP

Garantir a eficiência e qualidade do transporte público, através da pontuali-


dade, frequência, alcance, acessibilidade, e manutenção dos veículos. Além
disso, devem-se garantir diferentes modais, criando diversas rotas de locomo-
ção pela cidade e integrando áreas mais distantes que não possam ou não sejam
viavelmente conectadas pelos meios tradicionais. Como exemplo, temos o caso
de Medellín, que faz o uso de micro-ônibus para alcançar áreas mais remotas.

Proposta 2: Reperfilar as vias

Reperfilamento das vias, para priorização dos pedestres e do transporte


ativo, permitindo maior liberdade de circulação dos mesmos pela cidade. Além
disso, privilegiar o transporte público ao individual, que atende a minoria
da população.
6.

Imagem x: Pirâmide dos espaços públicos


Fonte: Cortesia de ITDP Brasil
Imagem x: Rua ideal
Fonte: Thecityfixbrasil.com

Proposta 3: Transformar os galpões abandonados em pontos in-


termediários de carga e descarga ou coleta de lixo

Transformar alguns dos galpões


existentes e inutilizados da Rua
Dr. José Mariano em pontos interme-
diários de carga e descarga ou
coleta de lixo, diminuindo o fluxo
desnecessário desses serviços.

Proposta 4: Promover a
coleta e distribuição por
meio de veículos menores e
fora do horário de pico

Imagem x: R. Dr. José Mariano


Fonte: Google Earth

Proposta 5: Definir pontos de coleta menores, próximos às ha-


bitações

Definir pontos de coleta de lixo menores nas áreas residenciais, onde os pró-
prios moradores possam levar seu lixo até uma pequena distância, que depois
será recolhido pelo serviço de coleta de lixo.
6. Padrão Funcional

Predominantemente
residencial
Proposta 6: Promover intervenções provisórias nos espaços

6.
ociosos

Intervenções provi-
sórias nos espaços
ociosos, como os
parklets, espaços
de permanência e
convivência, utili-
zados para a colo
cação de mobiliário
urbano.

Imagem x: Parklet em São Paulo


Fonte: Thecityfixbrasil.com

Imagem x: Intervenção em rua com tinta e mobiliário


Fonte: Thecityfixbrasil.com

Proposta 5: Implementar Casas de Saúde e Casas de Reabilita-


ção, de acordo com a demanda da população

Promover Centros de Vida Saudável, espaços destinados à população idosa pré-


-existente e que tende a crescer. Os Centros são uma junção de usos, indo desde
espaços de lazer e convivência, até apoio clínico, visando melhorar a qualidade
de vida dessa população e consequentemente aumentar a sua expectativa de vida.

Implementar Centros de Reabilitação em edificações vazias, com o intuito de


disponibilizar auxilio às pessoas que buscam parar de usar substâncias ilíci-
tas.

Proposta 6: Revitalização do saneamento existente


Articular a Trama Urbana com os Recursos
7. Naturais

Obje�vo Diretrizes Propostas


Tornar o Rio Capibaribe
Inserir o Rio na dinâmica da navegável
cidade Criar espaços públicos nas
Ar�cular a trama urbana com bordas d’água
os recursos naturais U�lizar os vazios para
Criar uma rede de áreas proporcionar esses espaços
verdes Revitalizar as áreas verdes
existentes
Tabela 1: Resumo das propostas para o Objetivo 4

Proposta 1: Tornar o Rio Capibaribe navegável

Atualmente, é vivida uma cultura de priorização do veículo privado, onde o


transporte público é colocado em segundo plano. Assim, esse tipo de transporte
acaba sendo desvalorizado e de má qualidade, apesar de ser utilizado por uma
grande parcela da sociedade.

Com a proposta de tornar o rio navegável, é criado um novo modo de locomoção


no território, conectando bairros e diminuindo distâncias. O percurso realiza-
do conectaria bairros como Ilha do Leite, Santo Antônio e São José, Coelhos e
Afogados, por exemplo, pois todos possuem um contato direto com esse corpo
d’água facilitando seu acesso.

“ Ainda há benefícios indiretos: reduzir o trânsito de caminhões em


longas distâncias, diminuírem a emissão de poluentes, acarretar menos
acidentes de trânsito e melhorar conservação das rodovias. Uma só barca-
ça pode equivaler a 15 vagões de trem ou, ainda, 58 carretas.
(Gaete, 2017)

Dessa forma, pode-se estabelecer um terminal integrado, de embarque e


desembarque, nesses bairros para efetivar esse transporte. Nesses termi-
nais, haveria outros modais fazendo a ligação do território de forma
terrestre.
7.
Proposta 2: Criar espaços públicos nas bordas d’água

O Rio Capibaribe é um importante elemento no Recife, atravessando toda a


cidade. Contudo, ele foi esquecido ao longo dos anos, perdendo o seu destaque
e deixando suas margens sem vida, onde muitas vezes se tornam áreas de ocupa-
ções informais. Essas ocupações consequentimente destroem a vegetação nativa
fazendo com que o ecossistema natural seja extinto.

Assim, com a criação de um espaço público nas margens do rio, como um píer ou
um parque linear, e com a conexão entre elas, haveria uma revitalização das
bordas d’água, a ligação com os bairros limítrofes, pois o parque se estenderia
até eles e um consequente mix social, pois o projeto atrairia mais pessoas para
circular na Boa Vista.

Em Madri, foi realizado o processo de revitalização das margens do Rio Manzana-


res. Essas margens eram marcadas por rodovias as quais passavam 200 mil carros
diariamente, fazendo com que o rio não passasse de um mero detalhe. Com o pro-
jeto, foram priorizados outros modais, não motorizados e não poluentes; áreas
de recreação infantil, pistas de skate, quadras esportivas, pistas para corrida
e escalada, espaços para parada e convívio social e muita oferta de transporte
público, além de uma praia urbana no verão.

“ Um projeto que transformou uma área de rodovias em um dos maiores es-


paços de convivência da capital espanhola e reconectou a população, uns
com os outros. (Soares, 2017)

Imagem 1: Local do Parque linear e pontes para pedestre


Fonte: Elaborada Pelos Autores

Imagem 2: Transporte Pelo rio Senna Imagem 3: Transporte Pelo rio Senna
Fonte: Rafael Dantas Fonte: Rafael Dantas
7.
Proposta 3: Revitalizar Áreas verdes Existentes

Apesar do seu vasto território, a Boa Vista possui poucas áreas verdes ou maci-
ços vegetais, tornando-se um bairro bastante árido. Isso afeta na qualidade de
vida e nas condições de caminhabilidade, por exemplo. As áreas mais marcantes
são as margens do rio e os IPAV’s, sendo vegetações que não possuem um contado
direto com a população; já as praças, encontram-se esquecidas e mal cuidadas.

Dessa forma, com a implantação do parque linear às margens do rio a população


teria acesso a parte da vegetação aprisionada do bairro, e consequentimente
elas teriam maior zelo por esse patrimônio. Já com as praças, haveria um trata-
mento paisagístico para ocorrer a revitalização delas e assim, a população
poder usufruir desses espaços atualmente esquecidos. Com essa revitalização,
não só haveria melhoria na qualidade de vida, mas como também nas relações
entre os cidadãos.

“ Entre os prédios de uma cidade, há uma rede de espaços que criam e


fortalecem conexões em diferentes níveis de influência. Em um texto,
eles seriam as entrelinhas: o sentido implícito entre o concreto. Os es-
paços públicos, que preenchem com vida os hiatos urbanos, estão direta-
mente associados à construção do que chamamos de cidade e influenciam as
relações que se criam dentro delas. (Pacheco, 2017)

Imagem 5: Revitalização da borda d’água em Mdrid


Fonte: Archdaily

Proposta 4: Utilizar os vazios para proporcionar áreas verdes

Na Boa Vista há uma necessidade de áreas verdes acessíveis à população como


praças, parques e piers ao longo do rio. Contudo, existe um déficit muito
grande desses espaços sendo que os existentes encontram-se degradados. Por
outro lado, há um potencial de implementação dessas áreas, vazios urbanos,
principalmente os miolos de quadra.

Os outros vazios urbanos podem ser utilizados para a construção de equipamentos


públicos, mas os intraquadras, especialmente, trazem consigo o caráter de gerar
um local de convivência, um espaço aberto, já que equipamentos públicos atrapa-
lhariam a dinâmica das outras edificações.
Território da Boa Vista

4.

Boa Vista

Soledade

Paissandu

Ilha do Leite

Legenda
Mar
Canal
Rio

Praças e Parques
Coelhos
Maciços Vegetais
Verdes Significativos - IPAV’s
Mapa: Áreas Verdes a serem Reabilitadas
N

Escala 1:5000
Inserir o Patrimônio (material e
8. imaterial) no cotidiano da cidade

Tabela 1: Resumo das propostas para o Objetivo

Proposta 1: Promover palestras, oficinas e feiras nos edifí-


cios antigos, adequando e preservando.

A Boa Vista é um bairro com uma carga histórica muito grande para toda a
cidade, não falando apenas do patrimônio material, com os edifícios modernis-
ta e casarios antigos, mas também levando em consideração o patrimônio imate-
rial que seriam as expressões, os conhecimentos passados de geração para gera-
ção, as práticas e as técnicas reconhecidas como sendo parte da história de
um grupo ou indivíduos que como exemplo temos o Frevo, o Maracatu, as troças
e blocos de carnaval, as feiras de rua, e as festas das igrejas do bairro, as
lendas e os costumes.
Para gerar conhecimento na população e a curiosidade de descobrir mais sobre
o bairro, sugerimos promover palestras, sobre a história do local com suas
curiosidades e contos; oficinas de como cuidar desse patrimônio, como aulas
sobre preservação de azulejos e fachadas e ensinar o frevo, o maracatu e arte-
sanato. Promover também feiras para venda de artesanato, de comidas típicas,
e com demonstrações artísticas e culturais que foram aprendidas nas oficinas
oferecidas. Para isso, seriam utilizados prédios já existentes, que depois
revitalizados e adequados a esses novos usos, serviram perfeitamente, e já
preservariam a história do bairro.

“ Para conservar, é preciso usar.


É a utilização do imóvel que o
mantém vivo no inconsciente coleti-
vo, que preserva a relação entre a
sociedade e o objeto (Andrade,2017)

Imagem 1: Prédio da Fundação Carnavalesca de Pernambuco


Fonte: Google Earth
Ouro Preto, em Minas Gerais conheceu os

8. tempos áureos da Era do Ouro, teve seu de-


clínio com o fim dessa era, mas preservou
toda a sua história, e agora depois de re-
vitalizada tem como base econômica o turis-
mo. A cidade é conhecida mundialmente por
seus conjuntos arquitetônicos, formados por
casarões, igrejas e palácios, bem como o
maior conjunto barroco do mundo com as obras
de Alejadinho. Os casarões no centro, abri-
gam agora, restaurantes, lojas, cafés,
venda de artesanato local e novamente ser- Imagem 2: Cidade de Ouro Preto
vindo de residências. Fonte: Site IPEA

Proposta 2: Inserir rotas culturais temáticas e gerais, exposições.

Por estar cada vez mais vazio, o bairro está se deteriorando, sem cuidado e sem
incentivo para ser preservado. Na Boa Vista não existe equipamentos de lazer
de qualidade, praças bem cuidadas e algo que conte a história do lugar, nem os
próprios moradores se sentem bem em um bairro esquecido.

Para reverter esse abandono do bairro, é preciso que haja um circuito cultural,
para levar diferentes tipos de pessoas para o bairro, dar a elas conhecimentos
sobre a história, seus antigos moradores, acontecimentos, rotas de restauran-
tes, de bares, também exposições sobre a cultura local e festas religiosas e
comemorativas. Essas opções de lazer atrairiam mais pessoas, de diversas classe
sociais gerando um mix social, deixando a área mais movimentada, em todos os
horários, e assim, mas segura e viva.

“ Os moradores são o recurso mais importante dessas áreas,


que representam oportunidades para o Recife. A atividade pu-
jante é um recurso valioso (Reynaldo, 2017)
Um exemplo não distante, é a tão conhecida Rota do Cangaço, na divisa entre
Alagoas e Sergipe que deu nova vida a cidade de Piranhas. Lá, esse circuito
trouxe turistas que vão em busca de conhecer a cidade, os costumes, as histó-
rias e o artesanato local. As noites na cidade são regadas a forró, bares e res-
taurantes. Depois da inserção dessa rota, a cidade é valorizada, visitada e
teve a economia melhorada.

Imagem 3: Rua da Boa Vista abandonada e sem cuidado Imagem 4: Turistas na Rota do Cangaço
Fonte: Google Earth Fonte: Site Momondo
8.
Proposta 3: Buscar incentivos fiscais para quem preservar o patrimônio

Como sabemos, o bairro da Boa Vista apesar de


grande e histórico, não tem boa parte dos
seus imóveis históricos protegidos pela legis-
lação. Com isso, os proprietários não se pre-
ocupam em preservar, em utilizar as edificações
muito menos em manter as características dela.

Imagem 5: Casarão abandonado na Rua Velha


Fonte: Google Earth

Para incentivar os proprietários, a prefeitura e os órgãos responsáveis pode-


riam entrar em acordo e dar a esses proprietários, que preservam os imóveis,
descontos no IPTU, a possibilidade da transferência do direito de construir,
facilitação nos incentivos da lei Rouanet, e ajuda com convênios internacio-
nais, fundações com fins culturais e iniciativa privada.

“ A diferença é que, quando um patrimônio é preservado, ele


mantém sua fachada e o aspecto urbano, mas seu interior pode
ser transformado de uma maneira mais contundente
(Fajardo, 2017)

No Recife Antigo, com a chegada do Porto Digital, o bairro melhorou na questão


de frequentadores, com novos usos, empresas, bares, e restaurantes. No Apolo
235, sobrado com a fachada totalmente preservada, abriga atualmente, em um
único ambiente, as iniciativas de empreendedorismo, Economia Criativa e fabri-
cação digital com uma abordagem que estimula as conexões entre empreendimentos
e pessoas, gerando assim impacto no ecossistema local.

Imagem 6: Sobredo no Recife Antigo, antes e depois da reforma, restauro e preservação


Fonte: Site Por Aqui News
Garantir a permanência da população
9. moradora / Comércio local
OBJETIVO DIRETRIZ PROPOSTAS
Identificar áreas passíveis de serem
Criar instrumentos de garantia classificadas como ZEIS 2: Definir
GARANTIR A PERMA- da moradia da população local critérios de permanência
NÊNCIA DA POPULA-
ÇÃO MORADORA/ Criar subsídios de incentivo fiscal à moradia:
Promover o incentivo a descontos em moradia
COMÉRCIO LOCAL

Incentivar a economia local Inibir usos que matem o comércio local: Definição
de um padrão de lojas pequenas ou de médio porte.

Criar boas condições de caminhabilidade

Proposta 1. Identificar áreas passíveis de serem classifica-


das como ZEIS 2: Definir critérios de permanência

Com a análise macro do território, primeiramente fez-se necessário a


identificação e classificação de áreas vazias, não utilizadas ou subutiliza-
das, sendo passíveis de proteção, possibilitando uma melhoria do padrão das
edificações, mais precisamente, nos programas de Interesse Social, ZEIS 2.
Dessa forma, os indivíduos residentes tornam-se resguardados, independente se
a área apresentar uma valorização, evitando o processo de Gentrificação.

Placemaking x gentrificação: A ideia de qualificar um espaço público ao


melhorar ambientes que unam pessoas não deveria gerar não deveria ser algo
prejudicial para a cidade. Entretanto, quando há uma supervalorização de uma
determinada área, há a possibilidade do custo de vida aumentar muito, gerando
o processo de expulsão da população residente. Entende-se por Placemaking o
processo de planejar espaços públicos de qualidade que contribuem para o bem-
-estar da comunidade local. Diferente da gentrificação, o placemaking se
baseia nas reais necessidades dos indivíduos que residem na localidade. Toma-
das de decisões com a contribuição da comunidade e o reconhecimento de suas
necessidades e desejos é o que define o processo. As transformações devem ter
origem na própria comunidade que utiliza o espaço. Já a gentrificação é
guiada, com ou sem a influência do governo, por objetivos econômicos, envoltos
no processo de valorização e de desvalorização dos espaços urbanos ao longo
do tempo.
Proposta 2: Inibir usos que matem o
comércio local: Definição de um
padrão de lojas pequenas ou de médio
porte.
A atividade comercial tradicional nas cida-
des, tem o propósito importante de estrutura-
dor da vida urbana, por sua capacidade de po-
tencializar o desenvolvimento de outras ati-
vidades e pelo sentido de pertencimento que
gera. Dessa forma, as ruas tornam-se mais ha-
bitadas, criando uma maior movimentação e sen-
sação de segurança, através de sua permeabili-
dade visual elevada. Imagem 1: O papel das Ruas Comerciais
Fonte: O papel das ruas comerciais: Critérios e estratégias para
sua gestão, ArchDaily Brasil, 27 novembro, 2012
9.
”Os shoppings centers são, em essência, uma empresa privada que gerencia um
número de estabelecimentos comerciais a fim de obter o máximo benefício. E para
isso, aplica “estratégias de vendas” -algumas perversas, como uma circulação
tão labiríntica que dificulta a saída; a localização fixa de locais segundo
seus horários de abertura e de fechamento, de carga e descarga, tipos e quali-
dades de publicidade, estética geral, etc. existe uma gestão de negócios global
que garante uma boa qualidade do espaço comercial e ainda tem importante compo-
nente de marketing, que vende a marca do shopping mais do que os produtos que
ali são comercializados.”

“Utilizando os conceitos da “cidade vitrine”, o marketing se instala -nesses


processos de revitalização de centros comerciais- como uma ferramenta funda-
mental. Criar uma “marca” de centro comercial e programas de fidelização de
clientes são, sem dúvida, estratégias que atraem mais público, ao gerar uma
identidade e ao dar um perfil mais profissional ao conjunto comercial. Um dos
elementos de marketing de melhor impacto para o comércio local está relacionado
com o sentimento de pertencimento; e não existe nada mais enraizado no sentido
de identidade dos bairros que a cultura local e o esporte. É por esta razão que
é necessário que se estabeleçam acordos de cooperação mútua, acrescentando
agentes governamentais locais envolvidos nestas áreas, afim de se estabelecer
ações recorrentes, fazendo-as em benefício do centro comercial. ”

Fonte: O papel das ruas comerciais: Critérios e estratégias para sua gestão,
ArchDaily Brasil, 27 novembro, 2012
Equipamentos de grande porte encontrados na Boa Vista

Imagem 2: Atacado dos Presentes Imagem 3: Shopping Boa Vista


Fonte: Imagem do autor Fonte: Google

Comércio de Rua
Ambientes públicos devem ser planejados
para pequenos negócios que caracterizam
o bairro. Grandes empreendimentos (Ata-
cadão dos Presentes e Shopping Boa
Vista), contribuem para a economia
geral, mas tem pouca participação na
escala do bairro. Pequenos comércios e
empreendimentos tem efeitos significati-
vos a longo prazo, além de transpassarem
a personalidade e identidade do local,
acarretando também em dinâmicas sociais
e especificidades culturais da área,
levando uma identificação e sensação de
pertencimento com a região. Se um espaço
não refletir as demandas e desejos da
população local, não será utilizado nem Imagem 4: Rua do Hospício
mantido. Fonte: Google Earth
9. Perfil Longitudinal: Padrão das lojas, Rua do Hospício

Padrões de lojas de pequeno porte Padrões de lojas de médio porte

Proposta 3: Criar boas condições de caminhabilidade:

Boas condições de circulação a pé ou


de bicicleta leva também a facilidade de
acesso ao comércio local, mantendo vivas
as centralidades dos bairros, essenciais
para fortalecer a economia da região.
Além disso, a vitalidade das ruas, espe-
cificamente das calçadas, tem um grande
poder na garantia da segurança das pesso-
as, na medida em que fortalecia o convívio
social e enriquecia as possibilidades da
vida urbana.

Imagem 5: Esquema de uma rua caminhável


Fonte: Google
9.

Imagem 6: Esquema de uma rua caminhável Imagem 7: Esquema de uma rua caminhável
Fonte: O que impede os planejadores urbanos de criarem novos bairros Fonte: O que impede os planejadores urbanos de criarem novos bairros
caminháveis?, Archdaily Brasil, 6 Setembro, 2017 caminháveis?, Archdaily Brasil, 6 Setembro, 2017

O projeto de áreas térreas de edificações tem um impacto significativo na


questão da caminhabilidade, espaços de transição suaves, interfaces convidati-
vas, sinalizam as pessoas que a cidade é acolhedora. Desse modo, uma cidade
viva se torna uma cidade valorizada, consequentemente mais segura.

A situação da Boa Vista infelizmente não é diferente, em comparação aos


demais bairros do Recife, sua infraestrutura urbana prioriza deslocamentos em
automóvel privado. O transporte público coletivo em geral está sujeito à con-
gestão do tráfego motorizado, pois as faixas e corredores exclusivos não aten-
dem todo o itinerário realizado pelos ônibus intramunicipais e a rede metroviá-
ria não alcança a maior parte do território. Além disso tanto os veículos cole-
tivos quanto os pontos de espera do sistema (paradas de ônibus e metrô) não
oferecem conforto ao usuário. A chegada e difusão dos veículos particulares fi-
zeram com que espaços, antes destinados para as pessoas, fossem sendo segrega-
dos pouco a pouco e sendo relocados para a borda das vias, locais esses que
estão sendo cada vez mais comprimidos, gerando uma caminhabilidade longe da
aceitável, o que temos hoje é a predominância e valorização do automóvel sobre
o pedestre.

Esquema de repartilhamento de vias para


uma melhor caminhabilidade

Possibilidade 1 Possibilidade 2

Possibilidade 3 Possibilidade 4
9. Proposta 4: Criar subsídios de incentivo fiscal à moradia:
A proposta tem como objetivo romover o incentivo a descontos em moradia para
pessoas que trabalhem na área, como no IPTU e subsídios médios para reformas
em imóveis. Desse modo, gera-se um mix social, trazendo para a localidade di-
versos tipos de perfil de morador, como também, uma maior valorização do co-
mércio local. Uma vez que, quanto mais pessoas residirem na localidade, mais
será necessário a existência de comércios que supram as necessidades básicas
do dia a dia.
Conclusão
Após o diagnístico foram percebiadas camadas da Zona Especial de Centro Prin-
cipal, ZECP, antes não abordadas: a social, a funcional, a econômica e a cul-
tural. Percebeu-se, também, que os bairros o que compõem o terreitório da ZECP
estão desarticulados, onde não vivem em colaboração um com os outros, afetando
assim, todo o funcionamento do território.

A Boa Vista, assim como os outros bairros integrantes da ZECP, possui desafios
a semrem vencidos, mas possui naturalmente potenciais para que se atinja os
objetivos melhorando a qualidade de vida do bairro.

Assim, com elaboração das diretrizes e consequentimente das propostas espera-


-se atingir os objetos estabelecidos, a fim de solucionar problemas, valorizar
aspectos de relevância para o bairro e melhoriar os âmbitos sociais, funcio-
nais, econômicos e culturais.
Referências Bibliográficas
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- RECIFE, Município do . LEI Nº 16.284/97: DEFINE OS IMÓVEIS ESPECIAIS DE PRE-


SERVAÇÃO - IEP, SITUADOS NO MUNICÍPIO DO RECIFE, ESTABELECE AS CONDIÇÕES DE
PRESERVAÇÃO, ASSEGURA COMPENSAÇÕES E ESTÍMULOS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.. Dis-
ponível em: <https://leismunicipais.com.br/a1/pe/r/recife/lei-ordina-
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e-preservacao-iep-situados-no-municipio-do-r ecife-estabelece-as-condicoes-
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- RECIFE, Município do . LEI Nº 16.719 /2001: Cria a Área de Reestruturação


Urbana - ARU, composta pelos bairros Derby, Espinheiro, Graças, Aflitos, Ja-
queira, Parnamirim, Santana, Casa Forte, Poço da Panela, Monteiro, Apipucos e
parte do bairro Tamarineira, estabelece as condições de uso e ocupação do solo
nessa Área.. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA_K8AI/lei-
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menta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais
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