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Leia o texto a seguir e o discuta com seus colegas. Após a leitura, vocês farão uma
atividade, individual ou em duplas, sobre coesão textual.
A cadela da minha vizinha é muito nervosa. Ela mora numa casa bem pequena e gosta
de beber água de coco. Minha vizinha gosta de escutar musica bem alta. Portanto na
casa dela não tem água de coco e ela vive me pedindo a da minha casa emprestada.
Mas essa minha vizinha é bem folgada. Minha vizinha é muito esquisita.
Quem mora numa casa pequena: a cadela ou a vizinha? Qual das duas gosta de
beber água de coco? ______________________________________________
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Reescreva o texto fazendo com que fique mais claro e melhor organizado:
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Para conhecer melhor os recursos linguísticos que realizam a coesão textual, leia o
texto a seguir, atentando para os termos e símbolos em destaque. Trata-se de um
fragmento escrito por um estudante do Ensino Médio na redação do Exame
Nacional do Ensino Médio (ENEM) em 2011.
b) Ele explicita que “ninguém”, ou seja, “todo mundo” não escapa das redes
sociais (todo mundo: jovens, adultos e idosos);
c) E, por fim, omitindo o termo a que se refere (ø), ele afirma que as pessoas
(aquelas que, cada vez mais, estão criando perfis) permanecem conectadas (nas
redes sociais) durantes horas, todos os dias.
Sendo assim, podemos constatar que o aluno emprega, com habilidade, os elementos
linguísticos que promovem a referenciação e a coesão referencial. De acordo com a
pesquisadora Koch (1996), a coesão referencial é “(...) aquela em que um componente
da superfície textual faz remissão a outro(s) elemento(s) do universo textual” (p. 30). A
autora nomeia o termo principal (aquele ao qual se faz a remissão) de elemento de
referência ou referente textual, enquanto que o termo que faz referência é nomeado de
forma remissiva ou forma referencial.
Anáfora:
Paulo foi ao cinema. Ele não gostou do filme.
Catáfora:
Só desejo isto: que meus filhos fiquem bem.
Apresentamos, a seguir, um trecho de uma notícia. Leia-o com atenção:
É importante lembrar que a repetição do mesmo vocábulo faz-se necessária quando não
houver possibilidade de substituição por um pronome ou termo/expressão equivalente,
por uma elipse, ou mesmo quando produzir algum efeito de sentido interessante (como
a ênfase). É o que ocorre com frequência em textos literários.
Vejamos dois exemplos: No meio do caminho, do escrito modernista Carlos
Drummond de Andrade, e Nariz, nariz e nariz, do poeta português Bocage.
P
Leia, agora, o texto proposto a seguir, procurando reconhecer a ocorrência dos
elementos linguísticos responsáveis pela coesão. Observe como esses elementos
aparecem no texto e como contribuem para a construção de seus sentidos.
O PIOR DO JEITINHO
O conjunto de inépcias que emerge da investigação sobre a tragédia de Santa
Maria evidencia um dos grandes males do país, que é a burla rotineira de normas legais
e recomendações técnicas por pessoas interessadas em auferir vantagens. Ocorre em
todos os setores da sociedade, da administração pública à portaria do edifício. É o lado
sombra do famoso jeitinho brasileiro, já incorporado à identidade cultural do nosso
povo. Às vezes, nos orgulhamos desse artifício que expressa a nossa criatividade, a
nossa tolerância, a nossa cordialidade ou a nossa capacidade de improvisar. Mas, em
muitas situações, ele nos envergonha, pois é usado como cobertura para a malandragem,
para a corrupção e para a ruptura de normas sociais, que invariavelmente causam
prejuízos para terceiros.
Tais comportamentos, facilmente comprovados no cotidiano dos brasileiros, só
ganham dimensão e causam revolta quando geram consequências graves, como em
desastres que poderiam ser evitados se os agentes envolvidos tivessem cumprido suas
obrigações. Porém, quando não ocorre uma tragédia nem morre ninguém, nossa reação
costuma ser, invariavelmente, de tolerância e conformismo. Suportamos, quase sempre
sem reclamar, o despreparo do funcionário da loja ou do restaurante, o desleixo do
servidor público que deveria nos considerar seu patrão, a má qualidade dos produtos
adquiridos muitas vezes por preços exorbitantes, as deficiências dos serviços que nos
prestam e a carência de equipamentos públicos indispensáveis para nosso conforto e
para nossa segurança.
O país convive historicamente com a cultura da irresponsabilidade e,
infelizmente, a maioria de nós tem sido conivente com ela. Até costumamos denunciar e
cobrar irregularidades de governantes, políticos e agentes públicos, mas nem sempre
percebemos que a incúria e a inação espraiam-se pelos estratos mais básicos da
sociedade. O lixo fora da lixeira é um indicativo não apenas de que alguém descumpriu
uma regra de cidadania, mas também de que a tolerância vai estimular o delito e a
impunidade. O carro estacionado em local não permitido indica não apenas que um
condutor infringiu a lei, mas também que o agente público descumpriu a sua atribuição
de fiscalizar. A expressão “não dá nada”, que se ouve com extrema frequência no
cotidiano brasileiro, transformou-se em um verdadeiro atestado nacional de
permissividade.
Tem solução? Especialistas no comportamento do brasileiro, como o cientista
político Alberto Carlos Almeida, dizem que o país ainda levará muito tempo para
superar a cultura da improvisação e para vencer aquilo que o filósofo Eduardo Gianetti
da Fonseca chama de “zonas cinzentas da moralidade”. Mas, leve o tempo que levar, o
certo é que esta mudança precisa ocorrer primeiro no indivíduo, para que também
ocorra no Estado, nos governantes e no conjunto da sociedade.
Editorial disponível em: http://portosmercados.com.be/site/o-pior-do-jeitinho
Glossário:
Inépcias: falta absoluta de aptidão, grande falta de inteligência; idiotismo.
Emerge: o mesmo que emergir: sair de onde estava mergulhado; manifestar-se,
mostrar-se, patentear-se.
Burla: zombaria, escárnio, motejo.
Auferir: colher, obter, ter.
Artifício: recurso engenhoso; habilidade, perspicácia.
Conivente: que finge não ver ou encobre o mal praticado por outrem.
Incúria: falta de cuidado, desleixo, negligência.
Inação: falta de ação, inércia; indecisão.
❶ De acordo com a leitura apenas do título, que expectativa em relação ao texto (seu
conteúdo, por exemplo) você, como leitor, teve ao lê-lo?
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❷ Por que são citados nomes de especialistas no último parágrafo do texto?
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Pronomes pessoais: Eu, tu, ele, ela, me, te, os, as...
1- Você lerá o texto a seguir “Lei seca e dura”. De acordo com o título, qual tema
você acredita que será abordado no texto?
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2- A partir de sua resposta anterior, que sentidos podem ser atribuídos às palavras
que compõem o título “Lei seca e dura”?
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3- Olhando para o texto, onde você acha que ele foi veiculado? E a qual gênero
textual ele pertence?
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Gênero textual: São todas as produções, orais ou escritas, que seguem uma
estrutura padrão relativamente estável, e que desempenham diferentes
funções sociais. Exemplos: e-mail, receita culinária, resumo, SMS, tirinha,
carta, charge, notícia, palestra, entre outras.
Agora, leia o texto:
Um dos principais defeitos da chamada lei seca está prestes a ser corrigido pelo
Congresso Nacional.
Foi aprovado anteontem na Comissão de Constituição e Justiça do Senado um
projeto de lei que autoriza a utilização de qualquer meio de prova para atestar a
embriaguez do motorista ao volante, como testemunhos de policiais e exames clínicos --
que, hoje, não são aceitos pela Justiça.
Com a mudança, desaparece a necessidade de comprovar "concentração de
álcool por litro de sangue igual ou superior a seis decigramas". A ultrapassagem desse
limiar, decidiu o Superior Tribunal de Justiça em março, só pode ser aferida com o teste
do bafômetro ou um exame de sangue.
Ocorre que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Hoje, se um
motorista se recusa a soprar o bafômetro ou a ceder sangue, não há como comprovar
que ele transpôs o limite tolerado.
É necessário, pois, retirar a lei seca desse impasse, a fim de restaurar seu
louvável propósito: combater a trágica combinação de bebida com volante. Motoristas
embriagados respondem por parte considerável das cerca de 40 mil mortes anuais no
trânsito no país.
Segundo um estudo da Faculdade de Medicina da USP, com base em dados de
2005 do IML de São Paulo, 44% dos 3.042 condutores mortos no Estado haviam
ingerido álcool antes de dirigir. Especialistas estimam cifras até maiores.
Os legisladores agiram com a intenção correta, portanto, quando aprovaram a lei
seca em 2008. No ímpeto punitivo, porém, deixaram abertas brechas que, como se
previa há quatro anos, terminaram por dificultar a aplicação da lei.
Agora que se dispõem a corrigir aquele equívoco, os parlamentares poderiam
aproveitar para retirar da norma seu caráter draconiano. Prescrever detenção de seis
meses a três anos para o motorista que simplesmente dirigir embriagado é um exagero.
Punições desse tipo deveriam incidir somente em casos de acidentes com vítimas.
O endurecimento administrativo que os legisladores também propõem, por outro
lado, parece um caminho adequado --a multa passa de R$ 957,70 para R$ 1.915,40.
Embora nem todas as correções desejáveis tenham sido feitas, os parlamentares
ao menos facilitaram a aplicação da lei. O projeto, se aprovado no plenário do Senado,
irá à sanção presidencial. Não parece haver obstáculos para que isso ocorra na semana
que vem, a tempo de a nova norma regular o trânsito já nas festas de fim de ano.
Folha de S. Paulo, 14 de dezembro de 2012.
Glossário:
Draconiano: Excessivo, rigoroso, cruelmente severo.
Ímpeto: Impulso, pressa irrefletida, precipitação.
Sanção: Aprovação de uma lei pelo chefe de estado.
4- Pela leitura, você percebeu que este texto foi veiculado em um jornal (Folha de S.
Paulo), produzido no gênero editorial. Qual a finalidade desse gênero, ou seja,
com que propósito ele é escrito?
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6- Mesmo revelando o posicionamento crítico e defendendo uma ideia, por que este
texto foi escrito em terceira pessoa e não na primeira pessoa?
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c) “É necessário, pois, retirar a lei seca desse impasse, a fim de restaurar seu
louvável propósito: combater a trágica combinação de bebida com volante.
Motoristas embriagados respondem por parte considerável das cerca de 40
mil mortes anuais no trânsito no país.”
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Tipos de Argumento
CAUSAS E EFEITOS: Para dizer que algo é causa e o outro é efeito, é preciso que a
primeira preceda a segunda.
É necessário, pois, retirar a lei seca desse impasse, a fim de restaurar seu
louvável propósito: combater a trágica combinação de bebida com volante.
Motoristas embriagados respondem por parte considerável das cerca de 40 mil
mortes anuais no trânsito no país.
[...]
Agora que se dispõem a corrigir aquele equívoco, os parlamentares poderiam
aproveitar para retirar da norma seu caráter draconiano. Prescrever detenção de
seis meses a três anos para o motorista que simplesmente dirigir embriagado é
um exagero. Punições desse tipo deveriam incidir somente em casos de acidentes
com vítimas.
Como vimos nessa unidade, são vários os recursos linguísticos que podemos usar para
estabelecer a coesão de um texto: conectores, expressões nominais, tempos verbais, etc.
Tais elementos, portanto, são responsáveis por estabelecer relações de sentido entre as
partes do texto, isto é, eles estabelecem a coesão sequencial.