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SEQUÊNCIA DIDÁTICA: COESÃO TEXTUAL

Leia o texto a seguir e o discuta com seus colegas. Após a leitura, vocês farão uma
atividade, individual ou em duplas, sobre coesão textual.

A cadela da minha vizinha é muito nervosa. Ela mora numa casa bem pequena e gosta
de beber água de coco. Minha vizinha gosta de escutar musica bem alta. Portanto na
casa dela não tem água de coco e ela vive me pedindo a da minha casa emprestada.
Mas essa minha vizinha é bem folgada. Minha vizinha é muito esquisita.

 Você conseguiu entendê-lo? ______________________________________

 Quem mora numa casa pequena: a cadela ou a vizinha? Qual das duas gosta de
beber água de coco? ______________________________________________

_______________________________________________________________

 As palavras destacadas foram bem empregadas para deixar o texto


compreensível? __________________________________________________

 Você acha que o texto segue uma sequência? As ideias progridem?


_______________________________________________________________

 As palavras sublinhadas poderiam ser substituídas por outras, sem alterar o


sentido? ________________________________________________________

 Reescreva o texto fazendo com que fique mais claro e melhor organizado:

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Para conhecer melhor os recursos linguísticos que realizam a coesão textual, leia o
texto a seguir, atentando para os termos e símbolos em destaque. Trata-se de um
fragmento escrito por um estudante do Ensino Médio na redação do Exame
Nacional do Ensino Médio (ENEM) em 2011.

As redes sociais estão dominando a rede. Jovens, adultos e idosos: ninguém


escapa dessa explosão de tecnologia. As pessoas estão cada vez mais criando perfis,
principalmente no Facebook, e ø permanecem conectadas durante horas, todos os dias.
Não fazer parte das redes sociais é como não ter uma identidade.

Tente, agora, responder a estas perguntas:

a) De acordo com o trecho, qual é a explosão de tecnologia mencionada?


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
b) Quem não escapa dela?
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c) Quem permanece conectado por longos períodos de tempo?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

Podemos, deste modo, estabelecer as relações de referenciação presentes no


exemplo, ou seja, podem-se identificar as palavras, expressões ou demais termos que se
referem a outros, seja na frase, no parágrafo, ou no texto como um todo:
a) O estudante emprega o termo “explosão de tecnologia” para se referir (e
caracterizar, uma vez que, segundo a opinião dele, não se trata apenas de
tecnologia, e sim de uma explosão!) às “redes sociais”;

b) Ele explicita que “ninguém”, ou seja, “todo mundo” não escapa das redes
sociais (todo mundo: jovens, adultos e idosos);

c) E, por fim, omitindo o termo a que se refere (ø), ele afirma que as pessoas
(aquelas que, cada vez mais, estão criando perfis) permanecem conectadas (nas
redes sociais) durantes horas, todos os dias.
Sendo assim, podemos constatar que o aluno emprega, com habilidade, os elementos
linguísticos que promovem a referenciação e a coesão referencial. De acordo com a
pesquisadora Koch (1996), a coesão referencial é “(...) aquela em que um componente
da superfície textual faz remissão a outro(s) elemento(s) do universo textual” (p. 30). A
autora nomeia o termo principal (aquele ao qual se faz a remissão) de elemento de
referência ou referente textual, enquanto que o termo que faz referência é nomeado de
forma remissiva ou forma referencial.

As redes sociais estão dominando a rede. Jovens, adultos e idosos: ninguém


escapa dessa explosão de tecnologia.

Referente Textual Forma Referencial


Atenção:
denomina-se anáfora a remissão a um elemento textual que já apareceu na
superfície textual e catáfora a remissão a um elemento textual que ainda não
apareceu.

Anáfora:
Paulo foi ao cinema. Ele não gostou do filme.

Catáfora:
Só desejo isto: que meus filhos fiquem bem.
Apresentamos, a seguir, um trecho de uma notícia. Leia-o com atenção:

Presidente adia entrevista por causa de assédio de jornalistas


O presidente chegou cedo para a entrevista. Os repórteres cercaram o
presidente no saguão de entrada e fizeram inúmeras perguntas ao presidente. Os
seguranças do presidente foram chamados imediatamente porque o presidente
estava sendo sufocado pelos microfones e gravadores. O presidente mostrou-se
irritado; nem mesmo a esposa do presidente conseguiu sair ilesa de alguma
pergunta. Por fim, o presidente adiou a entrevista.

Certamente, a leitura do trecho deve ter causado um estranhamento, apesar de ser


possível atribuir sentidos a ele, ou seja, o texto é coerente. Entretanto, a repetição
excessiva da palavra presidente (nove vezes, considerando o título) quebra a harmonia
das ideias e a ligação entre elas, além de empobrecer esteticamente o texto. Sendo
assim, a coesão do texto (no caso, a referencial) fica prejudicada por repetições
desnecessárias e cansativas, bem como podemos observar nos destaques:

Presidente adia entrevista devido ao assédio de jornalistas


O presidente chegou cedo para a entrevista. Os repórteres cercaram o
presidente no saguão de entrada e fizeram inúmeras perguntas ao presidente. Os
seguranças do presidente foram chamados imediatamente porque o presidente
estava sendo sufocado pelos microfones e gravadores. O presidente mostrou-se
irritado; nem mesmo a esposa do presidente conseguiu sair ilesa de alguma
pergunta. Por fim, o presidente adiou a entrevista.

Veja, a seguir, uma sugestão de reescrita da notícia apresentada, com os elementos


alterados em destaque:
Presidente adia entrevista devido ao assédio de jornalistas
Lula chegou cedo para a entrevista. Os repórteres cercaram-no no saguão
de entrada e fizeram inúmeras perguntas a ele. Os seguranças do presidente foram
chamados imediatamente porque o chefe de estado estava sendo sufocado pelos
microfones e gravadores. Lula mostrou-se irritado; nem mesmo sua esposa [ou:
nem mesmo a primeira dama] conseguiu sair ilesa de alguma pergunta. Por fim, o
líder político do país adiou a entrevista.

É importante lembrar que a repetição do mesmo vocábulo faz-se necessária quando não
houver possibilidade de substituição por um pronome ou termo/expressão equivalente,
por uma elipse, ou mesmo quando produzir algum efeito de sentido interessante (como
a ênfase). É o que ocorre com frequência em textos literários.
Vejamos dois exemplos: No meio do caminho, do escrito modernista Carlos
Drummond de Andrade, e Nariz, nariz e nariz, do poeta português Bocage.

No meio do caminho tinha uma pedra Nariz, nariz, e nariz,


tinha uma pedra no meio do caminho Nariz, que nunca se acaba;
tinha uma pedra Nariz, que se ele desaba,
no meio do caminho tinha uma pedra. Fará o mundo infeliz;
Nariz, que Newton não quis
Nunca me esquecerei desse acontecimento Descrever-lhe a diagonal;
na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nariz de massa infernal,
Nunca me esquecerei que no meio do caminho Que, se o cálculo não erra,
tinha uma pedra Posto entre o Sol e a Terra,
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra. P Faria eclipse total!
Bocage
Carlos Drummond de Andrade Nariz, nariz e nariz
No meio do caminho

P
Leia, agora, o texto proposto a seguir, procurando reconhecer a ocorrência dos
elementos linguísticos responsáveis pela coesão. Observe como esses elementos
aparecem no texto e como contribuem para a construção de seus sentidos.

O PIOR DO JEITINHO
O conjunto de inépcias que emerge da investigação sobre a tragédia de Santa
Maria evidencia um dos grandes males do país, que é a burla rotineira de normas legais
e recomendações técnicas por pessoas interessadas em auferir vantagens. Ocorre em
todos os setores da sociedade, da administração pública à portaria do edifício. É o lado
sombra do famoso jeitinho brasileiro, já incorporado à identidade cultural do nosso
povo. Às vezes, nos orgulhamos desse artifício que expressa a nossa criatividade, a
nossa tolerância, a nossa cordialidade ou a nossa capacidade de improvisar. Mas, em
muitas situações, ele nos envergonha, pois é usado como cobertura para a malandragem,
para a corrupção e para a ruptura de normas sociais, que invariavelmente causam
prejuízos para terceiros.
Tais comportamentos, facilmente comprovados no cotidiano dos brasileiros, só
ganham dimensão e causam revolta quando geram consequências graves, como em
desastres que poderiam ser evitados se os agentes envolvidos tivessem cumprido suas
obrigações. Porém, quando não ocorre uma tragédia nem morre ninguém, nossa reação
costuma ser, invariavelmente, de tolerância e conformismo. Suportamos, quase sempre
sem reclamar, o despreparo do funcionário da loja ou do restaurante, o desleixo do
servidor público que deveria nos considerar seu patrão, a má qualidade dos produtos
adquiridos muitas vezes por preços exorbitantes, as deficiências dos serviços que nos
prestam e a carência de equipamentos públicos indispensáveis para nosso conforto e
para nossa segurança.
O país convive historicamente com a cultura da irresponsabilidade e,
infelizmente, a maioria de nós tem sido conivente com ela. Até costumamos denunciar e
cobrar irregularidades de governantes, políticos e agentes públicos, mas nem sempre
percebemos que a incúria e a inação espraiam-se pelos estratos mais básicos da
sociedade. O lixo fora da lixeira é um indicativo não apenas de que alguém descumpriu
uma regra de cidadania, mas também de que a tolerância vai estimular o delito e a
impunidade. O carro estacionado em local não permitido indica não apenas que um
condutor infringiu a lei, mas também que o agente público descumpriu a sua atribuição
de fiscalizar. A expressão “não dá nada”, que se ouve com extrema frequência no
cotidiano brasileiro, transformou-se em um verdadeiro atestado nacional de
permissividade.
Tem solução? Especialistas no comportamento do brasileiro, como o cientista
político Alberto Carlos Almeida, dizem que o país ainda levará muito tempo para
superar a cultura da improvisação e para vencer aquilo que o filósofo Eduardo Gianetti
da Fonseca chama de “zonas cinzentas da moralidade”. Mas, leve o tempo que levar, o
certo é que esta mudança precisa ocorrer primeiro no indivíduo, para que também
ocorra no Estado, nos governantes e no conjunto da sociedade.
Editorial disponível em: http://portosmercados.com.be/site/o-pior-do-jeitinho

Glossário:
Inépcias: falta absoluta de aptidão, grande falta de inteligência; idiotismo.
Emerge: o mesmo que emergir: sair de onde estava mergulhado; manifestar-se,
mostrar-se, patentear-se.
Burla: zombaria, escárnio, motejo.
Auferir: colher, obter, ter.
Artifício: recurso engenhoso; habilidade, perspicácia.
Conivente: que finge não ver ou encobre o mal praticado por outrem.
Incúria: falta de cuidado, desleixo, negligência.
Inação: falta de ação, inércia; indecisão.

Procure, agora, responder às seguintes perguntas

❶ De acordo com a leitura apenas do título, que expectativa em relação ao texto (seu
conteúdo, por exemplo) você, como leitor, teve ao lê-lo?
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❷ Por que são citados nomes de especialistas no último parágrafo do texto?
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O gênero do texto em questão é um editorial, bastante comum em jornais e


revistas. Os editoriais são textos que expressam a opinião da empresa, da direção
ou da equipe de redação, sem a obrigação de parecerem imparciais. Portanto, se
há a opinião de alguém sobre algo, certamente haverá argumentos para defendê-la.
No caso, são utilizados argumentos de autoridade.
Argumento de autoridade: é a citação de autores renomados, autoridades
em certo domínio do saber ou em uma área da atividade humana, com a finalidade
de apoiar ou confirmar uma tese, um ponto de vista. O uso de citações, por um
lado, cria a imagem de que o produtor do texto conhece bem o assunto que está
discutindo, porque já leu sobre ele e conhece o que pensam outros autores sobre
ele; por outro lado, torna os autores citados fiadores da veracidade de um dado
ponto de vista.

❸ Releia o trecho abaixo, extraído do primeiro parágrafo do texto:

“É o lado sombra do famoso jeitinho brasileiro, já incorporado à identidade cultural


do nosso povo. Às vezes, nos orgulhamos desse artifício que expressa a nossa
criatividade, a nossa tolerância, a nossa cordialidade ou a nossa capacidade de
improvisar.”

A expressão em destaque faz referência a qual informação presente no texto? O que se


pode entender pelo emprego da palavra artifício?
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______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

❹ Ainda no primeiro parágrafo, o pronome pessoal ele funciona como elemento


coesivo. Releia o trecho a seguir:
“Mas, em muitas situações, ele nos envergonha, pois é usado como cobertura para a
malandragem, para a corrupção e para a ruptura de normas sociais, que
invariavelmente causam prejuízos para terceiros.”

Qual palavra ou expressão o autor retoma através desse elemento?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Observe que a coesão referencial pode se realizar por meio de vários recursos
linguísticos, sendo o emprego de pronomes uma das ocorrências mais frequentes.
Vamos relembrá-los:

Pronomes pessoais: Eu, tu, ele, ela, me, te, os, as...

Pronomes possessivos: Meu, teu, seu, nosso...

Pronomes demonstrativos: Este, esse, aquele, aquilo...

Pronomes indefinidos: Algum, nenhum, todo...

Pronomes relativos: Que, qual, onde...

E ainda... advérbios de lugar: Aqui, aí, lá...

Outros elementos linguísticos que realizam a coesão referencial: expressões ou grupos


nominais definidos,

palavras ou expressões sinônimas, hiperônimos, dentre outros.

Deste modo, segue-se um exemplo. Repare nos termos em destaque:

A diretora de TV Gisela Matta, 36, morreu ontem (1) no Rio de Janeiro


após ser atropelada por um ônibus. De acordo com familiares da vítima, ela estava
de bicicleta na faixa de pedestres quando foi atingida.
(Folha de S. Paulo, 02/04/2013)

Os termos diretora de TV e Gisela Matta constituem o referente textual. O


pronome ela, por meio de processo anafórico, é uma das formas referenciais, assim
como a expressão a vítima, que foi empregada para fazer referência ao
atropelamento veiculado pela notícia, àquilo que provocou.
❺ No início do segundo parágrafo, a expressão tais comportamentos retoma uma
ideia expressa no primeiro parágrafo. Qual é essa ideia e de que maneira isso acontece?
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______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
ontram explícitas na super
❻ No terceiro parágrafo, o autor utiliza o pronome pessoal do caso reto ela para
afirmar que nós, brasileiros, estamos sendo coniventes com algo. Releia o respectivo
parágrafo e responda: o elemento ela refere-se a quê? Qual foi o processo utilizado?
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______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Professor: nesta primeira parte, apresentamos uma visão geral a respeito de


elementos linguísticos que promovem a
Coesão sequencial

Nesta unidade, mostraremos a importância dos recursos coesivos para garantir a


progressão e a coerência textuais. Será apresentado um editorial, gênero da ordem do
argumentar, que o auxiliará a compreender os elementos coesivos desse tipo de texto
para então saber utilizá-los em suas produções. Afinal, a habilidade na escrita de textos
argumentativos será cobrada em processos seletivos, como vestibulares e o ENEM.

ATIVIDADES ANTES DA LEITURA DO TEXTO

1- Você lerá o texto a seguir “Lei seca e dura”. De acordo com o título, qual tema
você acredita que será abordado no texto?
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2- A partir de sua resposta anterior, que sentidos podem ser atribuídos às palavras
que compõem o título “Lei seca e dura”?
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3- Olhando para o texto, onde você acha que ele foi veiculado? E a qual gênero
textual ele pertence?
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Gênero textual: São todas as produções, orais ou escritas, que seguem uma
estrutura padrão relativamente estável, e que desempenham diferentes
funções sociais. Exemplos: e-mail, receita culinária, resumo, SMS, tirinha,
carta, charge, notícia, palestra, entre outras.
Agora, leia o texto:

Lei seca e dura

Um dos principais defeitos da chamada lei seca está prestes a ser corrigido pelo
Congresso Nacional.
Foi aprovado anteontem na Comissão de Constituição e Justiça do Senado um
projeto de lei que autoriza a utilização de qualquer meio de prova para atestar a
embriaguez do motorista ao volante, como testemunhos de policiais e exames clínicos --
que, hoje, não são aceitos pela Justiça.
Com a mudança, desaparece a necessidade de comprovar "concentração de
álcool por litro de sangue igual ou superior a seis decigramas". A ultrapassagem desse
limiar, decidiu o Superior Tribunal de Justiça em março, só pode ser aferida com o teste
do bafômetro ou um exame de sangue.
Ocorre que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Hoje, se um
motorista se recusa a soprar o bafômetro ou a ceder sangue, não há como comprovar
que ele transpôs o limite tolerado.
É necessário, pois, retirar a lei seca desse impasse, a fim de restaurar seu
louvável propósito: combater a trágica combinação de bebida com volante. Motoristas
embriagados respondem por parte considerável das cerca de 40 mil mortes anuais no
trânsito no país.
Segundo um estudo da Faculdade de Medicina da USP, com base em dados de
2005 do IML de São Paulo, 44% dos 3.042 condutores mortos no Estado haviam
ingerido álcool antes de dirigir. Especialistas estimam cifras até maiores.
Os legisladores agiram com a intenção correta, portanto, quando aprovaram a lei
seca em 2008. No ímpeto punitivo, porém, deixaram abertas brechas que, como se
previa há quatro anos, terminaram por dificultar a aplicação da lei.
Agora que se dispõem a corrigir aquele equívoco, os parlamentares poderiam
aproveitar para retirar da norma seu caráter draconiano. Prescrever detenção de seis
meses a três anos para o motorista que simplesmente dirigir embriagado é um exagero.
Punições desse tipo deveriam incidir somente em casos de acidentes com vítimas.
O endurecimento administrativo que os legisladores também propõem, por outro
lado, parece um caminho adequado --a multa passa de R$ 957,70 para R$ 1.915,40.
Embora nem todas as correções desejáveis tenham sido feitas, os parlamentares
ao menos facilitaram a aplicação da lei. O projeto, se aprovado no plenário do Senado,
irá à sanção presidencial. Não parece haver obstáculos para que isso ocorra na semana
que vem, a tempo de a nova norma regular o trânsito já nas festas de fim de ano.
Folha de S. Paulo, 14 de dezembro de 2012.

Glossário:
Draconiano: Excessivo, rigoroso, cruelmente severo.
Ímpeto: Impulso, pressa irrefletida, precipitação.
Sanção: Aprovação de uma lei pelo chefe de estado.

4- Pela leitura, você percebeu que este texto foi veiculado em um jornal (Folha de S.
Paulo), produzido no gênero editorial. Qual a finalidade desse gênero, ou seja,
com que propósito ele é escrito?
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Observe o quadro abaixo para responder a próxima questão:

Tipologia textual: sequências linguísticas que têm uma função específica:


narrar, descrever, argumentar, explicar, orientar. No geral, um mesmo texto
apresenta mais de uma sequência linguística.

Tipologia textual Gêneros orais e escritos

Narração Conto, fábula, lenda, mito, biografia,


romance, novela,
piada, crônica, notícia, relato...

Descrição Laudo, guia de viagem, perfil em


comunidade virtual,
relatório, texto publicitário...
Argumentação Editorial, carta de leitor, assembleia,
debate, resenha,
ensaio, texto de opinião...

Exposição Artigo científico, seminário, palestra,


verbete, resumo, fichamento...

Injunção Manual de instruções, receita de bolo,


regulamento,
regras de jogo, receita médica...

5- Como você sabe, em um texto podem aparecer diferentes sequências textuais


(tipologias), como a narração, descrição e argumentação. Na sua opinião, qual
tipologia predomina nesse texto? Justifique.
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Características gerais de um texto argumentativo: predominam sequências


argumentativas, é escrito em 3ª pessoa, em geral apresenta uma estrutura organizada em
introdução, desenvolvimento e conclusão, tem a finalidade de apresentar/defender a
posição de alguém sobre algo.

6- Mesmo revelando o posicionamento crítico e defendendo uma ideia, por que este
texto foi escrito em terceira pessoa e não na primeira pessoa?
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7- Que trechos revelam de forma mais explícita o posicionamento do locutor do


texto?
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8- Observe as expressões grifadas em negrito e em itálico. Qual sua função no


texto? Há diferença entre elas? Justifique.
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9- Identifique as relações de sentido que as palavras destacadas produzem no texto


(oposição, finalidade, explicação etc.), levando em consideração o trecho em que
elas aparecem.

a) “[...] utilização de qualquer meio de prova para atestar a embriaguez do


motorista ao volante, como testemunhos de policiais [...]”.
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b) “Hoje, se um motorista se recusa a soprar o bafômetro ou a ceder sangue,


não há como comprovar que ele transpôs o limite tolerado.”

___________________________________________________________

c) “É necessário, pois, retirar a lei seca desse impasse, a fim de restaurar seu
louvável propósito: combater a trágica combinação de bebida com volante.
Motoristas embriagados respondem por parte considerável das cerca de 40
mil mortes anuais no trânsito no país.”
_____________________________________________________________

d) “Os legisladores agiram com a intenção correta, portanto, quando aprovaram


a lei seca em 2008. No ímpeto punitivo, porém, deixaram abertas brechas
que, como se previa há quatro anos, terminaram por dificultar a aplicação da
lei.”
_____________________________________________________________

e) “Embora nem todas as correções desejáveis tenham sido feitas, os


parlamentares ao menos facilitaram a aplicação da lei. O projeto, se
aprovado no plenário do Senado, irá à sanção presidencial. Não parece haver
obstáculos para que isso ocorra na semana que vem, a tempo de a nova
norma regular o trânsito já nas festas de fim de ano.”
____________________________________________________________

Para responder à próxima questão, conheça alguns tipos de argumento:

Tipos de Argumento

ARGUMENTO DE AUTORIDADE: Temos um argumento de autoridade quando


utilizamos as opiniões de uma ou mais fontes consideradas importantes, como
estudiosos, empresas, órgãos públicos, etc., que dão sustentação a um argumento.

POR ANALOGIA: Neste tipo de argumento, estabelece-se uma comparação entre


duas situações/ideias válidas para o desenvolvimento da argumentação do texto.

CAUSAS E EFEITOS: Para dizer que algo é causa e o outro é efeito, é preciso que a
primeira preceda a segunda.

COM EXEMPLOS: Neste tipo de argumento enumeram-se fatos, dados, diferentes


situações etc., para dar consistência à tese defendida.

10- Retire um fragmento do texto que contenha um argumento de autoridade.


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11- Para argumentar, o autor utiliza algumas palavras para deixar claro seu ponto de
vista e também para enfatizar seus argumentos, como podemos observar na
palavra em negrito do trecho: “Embora nem todas as correções desejáveis
tenham sido feitas, os parlamentares ao menos facilitaram a aplicação da lei.”.
Encontre e destaque nos parágrafos a seguir outros exemplos.

É necessário, pois, retirar a lei seca desse impasse, a fim de restaurar seu
louvável propósito: combater a trágica combinação de bebida com volante.
Motoristas embriagados respondem por parte considerável das cerca de 40 mil
mortes anuais no trânsito no país.
[...]
Agora que se dispõem a corrigir aquele equívoco, os parlamentares poderiam
aproveitar para retirar da norma seu caráter draconiano. Prescrever detenção de
seis meses a três anos para o motorista que simplesmente dirigir embriagado é
um exagero. Punições desse tipo deveriam incidir somente em casos de acidentes
com vítimas.

12- Após a leitura e estudo do texto, suas respostas para as questões 1 e 2 se


confirmaram? Trata-se, mesmo, de uma “lei seca e dura”?
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Como vimos nessa unidade, são vários os recursos linguísticos que podemos usar para
estabelecer a coesão de um texto: conectores, expressões nominais, tempos verbais, etc.
Tais elementos, portanto, são responsáveis por estabelecer relações de sentido entre as
partes do texto, isto é, eles estabelecem a coesão sequencial.

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