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ESTABILIDADE DA EMULSÃO
Belém – PA
2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - UFPA
INSTITUTO DE TECNOLOGIA - ITEC
FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS - FEA
BIOQUÍMICA DOS ALIMENTOS III – AULA EXPERIMENTAL
DISCENTE: JOÃO PAULO SILVA E SILVA - 10091000801
ESTABILIDADE DA EMULSÃO
Belém – PA
2012
1.INTRODUÇÃO
d2 (𝜌𝑑 − 𝜌𝑐 )𝑔
ⱳ= (1)
18µc
2.1.MATERIAL
2.1.1.Matéria-prima
Óleo de Soja;
Água destilada;
Emulsificante (lecitina de soja).
2.1.2.Reagente
Preto de Sudam;
Duodecil sulfato de sódio (SDS).
2.1.3.Materiais
Provetas;
Pipetas (20 ml);
Beckeres;
Tubos;
Lâmina;
Lamínula;
Cubetas;
Micropipetas.
2.1.4.Equipamentos
Liquidificador;
Banho termostatizado;
Termômetro;
Cronômetro;
Balança analítica;
Microscópio óptico;
Espectrofotômetro.
2.2.MÉTODOS
Foram preparadas duas amostras com tempos de agitação diferentes, 10s para a
primeira e 20s para a segunda. Para cada amostra adicionou-se 20% (40 ml) de óleo,
80%(160 ml) de água destilada e 0,1g de emulsificante (lecitina de soja). A mistura foi
agitada no liquidificador com velocidade 1.
Para analisar a estabilidade das emulsões por microscopia óptica foram feitas
três amostras sendo que elas possuíam a mesma quantidade de óleo (20%) e água (80%)
e diferenciavam na quantidade de emulsificante (lecitina de soja) e no tempo de
agitação como verificado na Tabela 1.
Amostras Óleo (ml) Água (ml) Emulsificante (g) Tempo de agitação (s)
1 40 160 0,05 30
2 40 160 0,1 30
3 40 160 0,05 15
Após as amostras serem agitadas no liquidificador com velocidade 1, de acordo
com o tempo estabelecido, foram colocados, com auxílio de uma pipeta, 20 ml da
emulsão em um tubo de ensaio e levado para o banho termostatizado à temperatura de
80ºC. O tempo foi cronometrado até a quebra da emulsão.
Em seguida foi retirada uma pequena quantidade (30 µL) da fase aquosa e fase
de emulsão das amostras e colocada (10µL de cada fase) em lâminas diferentes
adicionando o corante Preto de Sudan e posteriormente coberto com as lamínulas. Após
esse processo foi verificado o diâmetro maior e menor das partículas usando
microscópio óptico. Nesse processo contou-se o número de partículas maiores e
menores da extremidade, do campo de visualização do microscópio, até o centro do
raio.
Dp = R / n
Onde
Dp = diâmetro da partícula
R = raio da lente
A estabilidade das emulsões foram avaliadas pelos valores de turbidez das fases
decorrentes da quebra da emulsão em tempos de quebra e agitação determinados,
mostradas nas Tabelas 3.1 e 3.2. Os valores de turbidez foram encontrados de acordo
com a equação 3, onde relaciona a absorbância (Abs), a diluição (D) e o caminho óptico
da cubeta (L) em metros.
2,303 𝑋 𝐷 𝑋 𝐴𝑏𝑠
𝑇𝑢𝑟𝑏𝑖𝑑𝑒𝑧 (𝑁𝑇𝑈) = (3)
𝐿
60000
50000
Fase oleosa
40000
30000 Fase emulsão
10000
0
0 20 40 60 80 100
Tempo (min)
Figura 3.1: Representação da evolução da turbidez de cada fase pelo tempo de quebra
da emulsão, na batida de 10 segundos.
70000
60000
50000
Turbidez (NTU)
40000
Fase oleosa
30000
Fase emulsão
20000 Fase aquosa
10000
0
0 20 40 60 80 100
Tempo (min)
Figura 3.2: Representação da evolução da turbidez de cada fase pelo tempo de quebra
da emulsão, na batida de 20 segundos.
As Figuras 3.1 e 3.2, mostram o tempo de quebra das emulsões para diferentes
tempos de agitação influenciados pela temperatura (80°C), levando em consideração a
turbidez de cada fase. Na figura 3.1, observa-se a perda da estabilidade já no tempo
zero, evidenciado pela turbidez da fase oleosa que diminui gradativamente até o tempo
de 45 minutos e depois tem um pequeno aumento da turbidez que pode ser explicado
por possíveis erros de pipetagem dessa fase. A turbidez da fase oleosa diminui, pois
essa fase possui menos partículas dispersas na solução ocasionadas pela coalescência
das gotículas de óleo. No tempo de 20 minutos observa-se o aparecimento das fases de
emulsão e aquosa, onde a turbidez da fase de emulsão aumenta consideravelmente e a
turbidez da fase aquosa diminui aos poucos. Esse comportamento pode ser explicado
pelo fato da fase de emulsão possuir mais partículas de óleo dispersas na solução
agrupadas com a água e a lecitina de soja, e menos partículas de óleo dispersas na fase
aquosa.
3,5
Tamanho de quebra da fase oleosa
3
Proveta 1
2,5 M(lecitina) =
0,01g
2 Proveta 2
M(lecitina) =
(cm)
1,5 0,02g
Proveta 3
1 M(lecitina) =
0,04g
0,5
0
0 20 40 60
Tempo (min)
Figura 3.3: Tamanho de quebra fase oleosa (cm) variando concentração de lecitina de
soja com velocidade 1 de agitação.
3
Tamanho de quebra da fase oleosa
2,5
Proveta 1
2 M(lecitina) =
0,01g
(cm)
1,5 Proveta 2
M(lecitina) =
0,02g
1
Proveta 3
M(lecitina) =
0,5 0,04g
0
0 20 40 60
Tempo (min)
Figura 3.4: Tamanho de quebra fase oleosa (cm) variando concentração de lecitina de
soja com velocidade 2 de agitação.
Na figura 3.3, percebe-se que a fase oleosa proveta 1 (M lecitina = 0,01g)
apresentou maior instabilidade, pois apresentou um tamanho de quebra de 2cm no
tempo 0 min. e 2,9cm no tempo de 60 min. em relação as outras concentrações de
lecitina que obtiveram um tamanho de quebra inferior a proveta 1. Mas a proveta 2 (M
lecitina = 0,02g) apresentou maior estabilidade que a proveta 3 (M lecitina = 0,04g),
comportamento este que poder ser justificado por possíveis erros de analíticos na
execução dos experimentos.
40
Tempo de quebra emulsão (min)
35
30
25
20 Batida 30 seg
15 Batida 15 seg
10 Batida 30 seg
5
0
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12
Concentração de lecitina de soja (g)
Nesse caso tem-se que na separação das fases aquosa e de emulsão das amostras
1 e 3 apesar de possuírem a mesma quantidade de emulsificante adicionado estas
variaram no tempo de agitação, por esse motivo, como quanto maior a agitação mais
estável será a emulsão, portanto, a amostra 1 manteve-se mais estável que a amostra 3
logo demorando mais para sofrer a separação.
Em relação às amostras 1 e 2 apesar de sofrer o mesmo tempo de agitação, as
quantidades de lecitina adicionada (emulsificante) foram diferentes. Nesse caso a
amostra 2 manteve-se mais estável, pois possuía maior quantidade de emulsificante.
Na análise microscópica foi possível obter o número de partículas presentes em
cada fase analisada (Tabela 3.5).
Tabela 3.5: Número de partículas presentes em cada fase.
Fases
Amostras
Emulsão Aquosa
1 15 20
2 19 28
3 5 11
A partir dos resultados tem-se que o diâmetro das partículas encontradas na fase
de emulsão e fase aquosa, encontram-se na Tabela 3.6.
Tabela 3.6: diâmetro (mm) das partículas em cada fase.
Fases
Amostras
Emulsão Aquosa
1 0,060 0,045
2 0,047 0,032
3 0,180 0,081
A partir da Tabela 3.6, observa-se que o diâmetro das partículas nas fases
emulsão e aquosa das amostras 1 e 3 são diferentes, pois essas amostras apresentam a
mesma concentração de emulsificante, porém tempos de agitação distintos. A amostra 1
apresentou diâmetro menor das partículas nas fases emulsão e aquosa do que a amostra
3, comprovando que quanto maior o tempo de agitação maior será a quebra das
gotículas de óleo deixando-as menores e mais dispersas na solução, conseqüentemente
mais estáveis.
Em relação as amostras 1 e 2 (Tabela 3.6), pode-se perceber que a concentração
de agente emulsificante influencia bastante na estabilidade da emulsão, pois o diâmetro
das partículas tanto da fase emulsão e aquosa no tubo 2 (M lecitina=0,1g) são menores
que no tubo 1 (M lecitina=0,05g) para tempos de agitação iguais (t=30s).
Segundo a equação de Stokes, a velocidade de sedimentação é diretamente
proporcional ao tamanho das partículas na fase interna, portanto, a redução dos
tamanhos das gotículas é de grande importância para a manutenção da estabilidade
física do sistema emulsionado. Porém, nem sempre a redução das dimensões das
partículas resulta em maior estabilidade do sistema, sendo também importante a
uniformidade de distribuição do tamanho das partículas 9.
4.CONCLUSÃO