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AMBIENTE CONSTRUÍDO E COMPORTAMENTO HUMANO:

NECESSIDADE DE UMA METODOLOGIA.

KOWALTOWSKI Doris C. C. K., PRATA Alessandra R., PINA Silvia A. Mikami


G. e CAMARGO Renata Faccin de
UNICAMP - Fac. de Engenharia Civil, C P 6021, CEP 13083-970, Campinas, SP,
e-mail: doris@fec.unicamp.br

RESUMO

As pesquisas existentes na área de Avaliação Pós-Ocupação (APO) de edificações


concentram-se principalmente nas deficiências de projeto enquanto problemas de
dimensionamento, conforto, manutenção e sistemas construtivos. Aspectos da
psicologia ambiental e do comportamento humano são abordados mais na teoria do que
na prática. A complexidade do comportamento humano em relação ao ambiente que
ocupa dificulta tanto a avaliação das observações como a interpretação e transformação
de resultados viáveis para projetos arquitetônicos futuros. O desenvolvimento de
métodos que facilitem a interpretação das observações dos gestos e a análise de atitudes
de usuários de edificações, pode evitar interpretações errôneas na área profissional e
contribuir para a melhoria dos projetos desenvolvidos. O objetivo desta contribuição é a
análise de trabalhos na área APO que abordam a questão do comportamento humano.
Será avaliada a utilização de metodologias específicas e o conteúdo e forma dos
resultados para aplicação em projetos arquitetônicos futuros e progresso do
conhecimento científico.

ABSTRACT

Post-evaluation studies have concentrated on detecting design and construction failures


which affect human comfort and especially maintenance of buildings. The study of
behavioral factors is a more ilusive aspect of research, in that aplication of data to new
design projects and the accumulation of knowledge in the area is dificult. The difficulty
lies in the form of representation of data and the diveristy of design methods acting on
the creative process in arqchitecture. This paper analises local Brazilian POE studies,
the research methods used and form and adequacy of results for design aplication.

1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

A relação ambiente construído e comportamento humano está estreitamente ligada às


estruturas sociais e culturais e às tecnologias de uma época. As condições geradas no
ambiente alteram o modo de vida das pessoas renovando-se com as próprias
transformações, face às necessidades do homem usuário (ORNSTEIN, 1995).
O projeto arquitetônico deve responder através da criação das formas e o detalhamento
de uma edificação para abrigar a relação ambiente–comportamento humano e contribuir
com melhorias estéticas. É dentro deste universo que age a psicologia ambiental,
definida como interação entre indivíduos e as suas condições físicas (GIFFORD, 1996).
O conforto ambiental nos seus aspectos térmicos, acústicos, visual e de funcionalidade é
o elemento da arquitetura que mais influenciam o bem estar do homem. Os ambientes
também afetam seu comportamento, mas de maneira limitada. A arquitetura não pode
ser vista como um meio modificador do comportamento humano, a ponto de
transformar a personalidade de indivíduos, mas pode influenciar a percepção e cognição
de espaços e com isto proporciona a satisfação do uso. O ato de projetar busca criar
ambientes otimizados nos aspectos de conforto, funcionalidade, economia e estética,
aplicando os conhecimentos artísticos, científicos, técnicos e da psicologia ambiental.
As pesquisas em metodologias de projeto nos últimos trinta anos procuram estruturar a
introdução do conhecimento do comportamento humano no processo criativo em
arquitetura (BOADBENT, 1973). Recentes estudos no entanto mostram que uma
resistência dos profissionais ao enquadramento metodológico (ANAIS DO 4TH
DESIGN THINKING SYMPOSIUM, 1999).
Estudos do processo criativo identificam pelo menos cinco tipos de heurísticas aplicadas
na procura de soluções em projeto. As heurísticas são adotadas pelo projetista diante a
complexidade dos problemas de projeto e a sua natureza perversa que dificulta a lógica
na busca de soluções. Os projetistas procuram regras na criação da forma tais como as
analogias antropométricas. O corpo humano e os limites dimensionais são a base nesta
heurística. Esta metodologia leva ao desenvolvimento da teoria da modulação em
arquitetura e gramáticas de projeto que orientam e ordenam o ato criativo. Analogias
formais ou literalistas também são comum como partido de um projeto, tais como o uso
de elementos da natureza como inspiração da forma. Há ainda os projetistas
“ambientalistas” que aplicam com maior rigor princípios científicos ou empíricos da
relação homem-ambiente. Estes princípio podem ser o clima da região, tecnologias e
recursos, bem como conhecimento científico específico disponível. Tipologias
arquitetônicas e protótipos exercem também grande influência sobre o processo criativo
além das linguagens formais de estilos adotados por grupos ou escolas de projetistas
(ROWE, 1992).
As constatações de falhas nas construções especialmente no que diz respeito ao ajuste
da função à forma são freqüentes. O grande desafio nas pesquisas em arquitetura tem
sido, nos últimos anos, a introdução sistemática de conhecimento de fatores
comportamentais no processo criativo. Estabelecer regras com profundo conteúdo
humanista e científico dentro de uma metodologia de projeto demonstra importante
contribuição no enriquecimento conceitual do processo criativo. Estas contribuição
percorrem na história da arquitetura como nas obras de Vitruvius e Alberti e
recentemente Alexander (VITRUVIUS 27 a.C, ALBERTI, 1452 e ALEXANDER,
1977).
Existem tentativas na busca de métodos para o processo projetual e a garantia da
qualidade dos seus produtos. Uma vertente é a especialização da profissão para projetos
de tipologias específicas, tais como hospitais ou indústrias. As metodologias
participativas de projeto, cujo objetivo é amenizar o autoritarismo do projetista no
processo, são também contribuições positivas. Há ainda, a criação de profissões novas
como os programadores de necessidades que atuam na preparação de material para o ato
de projetar e na avaliação dos produtos com o intuito de criar um corpo de
conhecimento apropriado para direcionar e alimentar o processo criativo (SANOFF,
1992). Recentes experiências de ensino em arquitetura demonstram resultados mais
interessantes e positivos em projeto, através da modificação do conceito da criatividade
e integração de uma responsabilidade social (SALAMA, 1997).

2. OBJETIVO

Este trabalho procura contribuir na busca de metodologias de projeto arquitetônicos


mais eficazes para que o relacionamento entre o ambiente construído e comportamento
humano seja melhor representado e resolvido. São analisados trabalhos científicos da
área de avaliação pós-ocupação publicados nos últimos quatro anos no Brasil. São
avaliadas as contribuições destes trabalhos com possibilidade direta de aplicação no
processo criativo. Esta análise pretende mostrar também a necessidade do
desenvolvimento de instrumentos que colaborem na interpretação das relações humanas
com o ambiente construído e desenvolver uma consciência maior na área das pesquisas
em arquitetura, difundir as metodologias existentes apropriadas e desenvolver novas
“multidisciplinaridades”. As recomendações pretendem diminuir o descompasso da
aplicação de descobertas técnicas, além de estruturar os resultados das pesquisas em um
maior rigor científico, permitindo uma aplicabilidade ampliada.

3. METODOLOGIA

A metodologia deste trabalho consiste de duas etapas. Primeiramente, foram


identificadas metodologias adequadas para as pesquisas da relação ambiente construído
e comportamento humano. As metodologias foram analisadas quanto sua potencialidade
em de elucidar informações pertinentes ao processo criativo em arquitetura. Em
segundo lugar, foram analisadas trabalhos de relacionamento entre o ambiente
construído e comportamento humano publicados nos últimos quatro anos no Brasil.
Foram escolhidos os trabalhos com palavras-chave: comportamento humano, ambiente
físico ou construído e psicologia ambiental, publicados nos anais dos principais
encontros científicos da área, e livros da área. Foram incluídos ainda trabalhos
realizados em disciplina de pós-graduação. Tal disciplina tem como ementa o estudo da
relação ambiente físico-comportamento humano e como trabalho exigiu uma avaliação
de tipologia arquitetônica e um aspecto dessa relação. Todos os trabalhos foram
analisados de acordo com o seu objetivo, tipologia arquitetônica estudada, metodologias
aplicadas, tipologia e forma de apresentação de resultados e finalmente aplicabilidade
dos resultados para o processo criativo em arquitetura em geral e não apenas para o
“retro-fit” do estudo de caso em questão.

4. RESULTADOS
As metodologias apropriadas encontradas para as pesquisas da relação ambiente
construído e comportamento humano (ORNSTEIN, 1995; BECHTEL et al, 1990,
LANG et. al., 1974 e FACCIN, 1995), estão relacionadas a seguir:
1. Medições técnicas - verificação de conforto ambiental através de equipamentos
(temperatura, umidade, velocidade do ar, níveis acústicos e de iluminação);
2. Ficha técnica – avaliação de aspectos técnico/construtivo e/ou arranjo espacial com
medições;
3. “Checklist” de elementos;
4. avaliação através de escala de valores;
5. observações do desempenho físico - verificação de trincas, fissuras, goteiras,
vazamentos, recalques, umidade, bolor, etc;
6. observações do comportamento do usuário;
7. observações do comportamento com intervenção;
8. observações por série de tempo;
9. observações de indícios de uso;
10. entrevistas – apenas com pessoas chaves e/ou líderes comunitários, podem ser
abertas ou fechadas;
11. entrevista telefônica, correio e internet;
12. questionários–atitudes e informações de usuários e pessoas chave;
13. diário ou listas de atividades;
14. mapas comportamentais – identifica atividades e comportamentos padrão;
15. avaliação de diferencial semântica de usuários;
16. avaliação histórica de uso – “arqueologia” de arquivos e registros
17. behavior setting com escala K21 – método específico de identificar e registrar
atividades e comportamento desenvolvido na área da ecologia psicológica;
18. registros fotográficos – útil nas avaliações de desempenho físico e de
comportamento do morador;
19. registros em fita de vídeo– extremamente útil e versátil pois, permite a produção de
um banco de imagens para posterior análise das RACs (relação ambiente-
comportamento) e outros aspectos de desempenho físico;
20. percepção visual – dispositivos ou fotos que pretende-se avaliar;
21. jogos – simulações de situações e participação de usuários reais ou típicos;
22. simulações – modelagem e cálculos via computação, maquetes (virtuais ou reais) em
escala.
A avaliação dos trabalhos científicos está apresentada a seguir de acordo com a
tipologia arquitetônica abordada, as metodologias aplicadas e o detalhamento da
potencialidade das informações geradas como resultados.
Foram analisados 30 trabalhos no total, dos quais 12 analisam projetos de habitacionais,
8 instituições educacionais, 1 hospital, 2 restaurantes, 4 escritórios, 1 centro comercial
(shopping center), 2 centros urbanos. As metodologia utilizadas e a sua aplicação por
trabalho foram: 21 questionários, 11 entrevistas, 5 fichas técnicas, 6 observações gerais,
8 observações de comportamento, 3 observações por intervalo de tempo, 1 mapeamento
comportamental, 1 mapeamento cognitivo, 1 avaliação histórica de uso, 2 avaliações de
ficha de manutenção, 3 medições técnicas (índices de conforto), 5 registros fotográficos,
6 avaliações de desenhos técnicos, 1 registro de vídeo, 1 avaliação semântica de tipos de
usuários e 1 intervenção de elementos no ambiente com registro de reação
comportamental.
O conteúdo dos resultados divide-se em 9 tipologias, divulgados nos trabalhos
analisados da seguinte forma: 3 listas ou mapas de atividades, 10 avaliações gerais
individuais do pesquisador, 3 avaliações estatísticas, 7 descrições técnicas, 17
levantamento de satisfação de conforto pelo usuário, 5 levantamentos de alterações em
projeto, 6 listas de problemas técnicos, 2 listas de preferências e 3 dimensionamentos de
áreas.
O formato dos resultados foi apresentado da seguinte maneira: 30 textos gerais, 13
desenhos, 10 informações para “retro-fit”, 7 gráficos, 4 listas de recomendações, 3
fotos, 3 tabelas, 3 cálculos, 1 mapa, 1 vídeo, 1 informação de ergonometria e 1 software
de projeto automatizado.
A análise da aplicabilidade dos resultados pode ser resumida e demonstrada na lista de
diretrizes abaixo:
• gerais: rejeição e aprovação de técnicas construtivas específicas; uso de projeto
padrão necessita de instruções de implantação e uso; urbanização aumenta a
sensação de segurança; urbanização não afeta os hábitos de limpeza e manutenção
de espaços público e semi-públicos; implementar o código de acesso universal
(deficiente físico); importância dada à manutenção constante em edificações;
sociabilidade ampliada com integração visual de áreas de circulação e de lazer; áreas
com paisagismo e vegetação em geral são considerados positivas; maiores
problemas de conforto ambiental são a insolação excessiva sem controle e a
audibilidade de usuários vizinhos.
• edificações comerciais: preferência de projetos com potencial de adaptabilidade,
ampliar a variedade de comércio e de lazer em centros comerciais (shopping
centers), basear cálculo de número de vaga de estacionamento na duração da
permanência de usuário no estabelecimento.
• edificações escolares: evitar a orientação leste para sala de aula sem tratamento da
insolação; necessidade de aumentar o nível de iluminação de salas de aula; aumentar
a área das salas de aula (m2/aluno); vandalismo ocorre com mais freqüência em
salas de aula, pátio coberto e banheiros; lixeiras necessitam ser fixas; aluno de
conjunto habitacional de interesse social verticalizados necessita área livre escolar
maior; necessidade de aumentar o dimensionamento de área de depósito de material
(limpeza e didático); biblioteca: lugar preferido é próximo a janela e em mesa
individual.
• hospital: facilitar o controle individual para os pacientes da iluminação e ventilação
do quarto, ampliar o espaço de armazenamento de objetos pessoais dos pacientes;
• habitação: rejeição da casa geminada e do banheiro contendo apenas o vaso sanitário
e área de chuveiro com o lavatório instalado na ante-câmera do banheiro dentro do
espaço de circulação; exclusão de uso da escada tipo “Santos Dumond” como única
circulação vertical; transformações demonstram inadequação das área funcionais
dos projetos de conjuntos habitacionais de interesse social; condomínio fechado e
murado cria senso de segurança.

5. DISCUSSÃO

A introdução no processo criativo de projeto arquitetônico de dados vindos dos


resultados das pesquisa APO está intimamente ligado às características desse processo
descrito acima e das dificuldades em enquadrar o processo em estruturas metodológicas.
A pesquisa deste trabalho, no entanto, mostrou que a qualidade dos dados gerados das
pesquisas APO para uma aplicação direta ao processo criativo de forma universal
também está relacionada às metodologias usados nas pesquisas APO. A adequação e
abrangência das metodologias de avaliações Pós-Ocupação foram discutidas em vários
trabalhos (REIS e LAY, 1994; ORNSTEIN, 1995, ELALI, 1996 e REIS CABRITA e
COELHO, 1996).
Na pesquisa de Reis Cabrita e Coelho especialmente, encontra-se uma análise
estruturada do aspectos mais importantes das pesquisas APO com os fatores principais a
serem analisados no caso de projetos habitacionais: comunicabilidade entre espaços,
espaciosidade e quantidade dimensional dos espaços, capacidade da forma e das
dimensões de permitir a ocupação e sobreposição das funções, agradabilidade de
conforto ambiental no sentido mais amplo da fruição dos espaços e da sua atratividade,
durabilidade, segurança, privacidade, convivialidade, adaptabilidade, apropriabilidade
ou territorialidade, domesticidade que significa a adequação à cotidianeidade e ao
acolhimento da família e os seus visitantes e por fim a integração dos elementos
arquitetônicos na coerência de um conjunto habitacional. A aplicação destes conceitos
deve ser mais divulgado e usado como base principalmente na formação de novos
profissionais, dentro das disciplinas de projeto.
A análise deste trabalho mostra uma relação entre as metodologias usadas e
universalidade dos resultados ao processo projetual. A maioria dos trabalhos aplica o
questionário e as observações pessoais do pesquisador como meio de coleta de dados e
resiste em usar um universo mais amplo de metodologias disponíveis.
As técnicas que exigem medições com equipamento e aplicam métodos com rigor
estatístico bem como as metodologia consagradas tais como “behavior setting”,
demostram resultados mais consistentes para uma aplicação universal em projeto. Esta
análise não está relacionada à confiabilidade dos dados mas sim à sua potencialidade de
tradução à prática em arquitetura. A confiabilidade está presente também nos trabalhos
de estudo de caso onde dados de “retro-fit” são os resultados principais.
Recomenda-se uma divulgação mais consistente das metodologias com maior rigor
estrutural e estatístico, além das técnicas consagradas de pesquisas empíricas em
conforto ambiental que usam equipamentos de medições. Esta divulgação deverá conter
instruções detalhadas da prática da aplicação com o intuito de aumentar o uso dessas
metodologias de potencialidade de resultados mais adequados.
O formato dos resultados deve ser o segundo ponto de reflexão na direção de melhorar o
relação pesquisas APO e o processo criativo em arquitetura. O ato de projetar apóia-se
na sua comunicação principalmente em representações gráficas, mas a análise dos
trabalhos desta pesquisa mostraram que o desenho está presente apenas em um terço
destes e, em muitos casos, o conteúdo gráfico e técnico é pouco informativo para uma
aplicação universal ao processo criativo. A falta de informações visuais precisos pode
ser apontada com uma das causas principais do descompasso da aplicação de
descobertas técnicas aos projetos novos. O caso do detalhamento dos banheiros em
conjuntos habitacionais, acima descrito, é um exemplo claro desta falha. A insatisfação
é denunciada em casos individuais sem que esta informação seja transformada em dado
técnico universal para projetos futuras. Unidades residenciais de interesse social
continuam a apresentar estes detalhes negativos demonstrando que as informações de
falha de projeto necessitam uma divulgação mais eficiente e em formato mais
apropriado para a aplicação no processo projetual.
Vislumbra-se também que a demora na aplicação de conhecimentos novos pode ser
reduzida através de novos métodos de divulgação. Em primeiro lugar banco de dados
deverão ser criados e associados às ferramentas de projeto, os programas CAD. Um
importante acervo de informações poderá se extraído dessas pesquisas, quando
utilizadas com o objetivo de sistematização do processo projetual. Aplicação dos
levantamentos de dados sobre a relação homem e ambiente e seus resultados devem ser
disponibilizados para novos projetos arquitetônicos também no WWW (World Wide
Web) para um acesso mais ampliado. Uso da realidade virtual e das simulações de
ambientes com representação gráfica deve ser aplicado com mais freqüência, não
apenas no processo criativo e na divulgação ou comercialização de um projeto novo
mas também dentro do processo de avaliação e coleta de dados para criar um acervo de
percepções e pesquisar reações controladas de usuários reais ou potenciais.
Há ainda, o problema da interpretação dos resultados e a aplicação errônea de conceitos
divulgados nas pesquisas APO. Ambientes que possuem falhas construtivas e
edificações com estrutura administrativa rígido como as de uso institucional, podem
camuflar informações importantes de comportamento. A satisfação e o comportamento
dos usuários pode sofrer grande influência deste fatores. É preciso desenvolver
metodologias que filtrem informações adequadamente e que auxiliem na interpretação
de observações e na determinação real da satisfação de usuários. A introdução de novos
conhecimentos no processo de criação de um projeto arquitetônico também necessita de
testes posteriores para verificação de sua confiabilidade e adequação específica. O caso
de projetos para crianças, pode ser citado, onde os projetistas, muitas vezes, adotam
uma escala considerada adequada ao usuário de estatura menor. A expectativa de criar
um ambiente apropriado e específico para crianças não leva em consideração as
percepções mais amplas dos usuários. Neste caso, as crianças julgam a estatura dos
usuários adultos em relação ao dimensionamento físico reduzido do local como sendo
de altura exagerada, levando a uma percepção errônea e até mesmo criando problemas
psicológicos de dominação.

6. CONCLUSÃO

Atualmente as pesquisas em APO concentram-se nas falhas do ambiente físico pelas


suas próprias evidências, talvez pela maior familiaridade em lidar com fatores objetivos
do que com a complexidade de avaliação do comportamento humano. Há dificuldades
por parte dos técnicos na área de projeto para acessar e identificar resultados coerentes.
O formato e divulgação das análises e recomendações em geral não são compatíveis
com as ferramentas projetuais, dificultando a sua incorporação na elaboração de novos
projetos. O contexto das pesquisas na área demonstra a necessidade de apoio
metodológico compatível na concepção do projeto visando garantir nível adequado de
qualidade. Além disso, as informações presentes nas pesquisas devem ser
disponibilizadas de forma mais ampla possível, utilizando-se dos novos instrumentos
como a rede WWW, listas, hipertexto, que facilitem a difusão, a aplicação e a
participação.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA

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