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Ministério da Educação

Universidade Federal da Integração Latino-Americana


Instituto de Tecnologia, Infraestrutura e Território
Centro Interdisciplinar de Tecnologia e Infraestrutura

DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE PARA ANÁLISE


ESTRUTURAL E DIMENSIONAMENTO DE VIGAS DE CONCRETO
ARMADO SOB FLEXÃO SIMPLES

EDUARDO DE PADUA VIALI

Foz do Iguaçu, PR
Julho de 2020
Ministério da Educação
Universidade Federal da Integração Latino-Americana
Instituto de Tecnologia, Infraestrutura e Território
Centro Interdisciplinar de Tecnologia e Infraestrutura

DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE PARA ANÁLISE


ESTRUTURAL E DIMENSIONAMENTO DE VIGAS DE CONCRETO
ARMADO SOB FLEXÃO SIMPLES

EDUARDO DE PADUA VIALI

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a


Banca Examinadora do Curso de Engenharia Civil
de Infraestrutura da UNILA, como parte dos
requisitos para obtenção do Grau de Bacharel em
Engenharia Civil de Infraestrutura.

Orientador: Prof. Dr. AREF KALILO LIMA KZAM

Foz do Iguaçu, PR
Julho de 2020

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Desenvolvimento de Software Para Análise Estrutural e Dimensionamento de Vigas de
VIALI, E. P. Concreto Armado Sob Flexão Simples

VIALI, E. P. Desenvolvimento De Software Para Análise Estrutural E Dimensionamento


De Vigas De Concreto Armado Sob Flexão Simples. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Engenharia Civil de infraestrutura) – Universidade Federal da Integração
Latino-Americana, Foz do Iguaçu, 2020.

RESUMO

Com o intuito de reduzir o tempo dispensado na análise e dimensionamento de estruturas,


são desenvolvidas ferramentas computacionais com a função de automatizar os processos
de cálculos, propondo soluções com maior grau de confiabilidade e dimensionamentos mais
econômicos. Assim, o objetivo do presente estudo consistiu no desenvolvimento de um
software para análise de estrutural, através da aplicação do método dos elementos finitos e
dimensionamento de vigas de concreto armado, sob flexão simples. Para a implementação
do código fonte, foi utilizada a linguagem de programação Python em conjunto com suas
bibliotecas Numpy e Matplotlib, sendo a interface gráfica do programa concebida através do
software Qt Designer e da biblioteca PyQt. Visando validar a confiabilidade e aplicabilidade
do software, e ainda propor uma nova ferramenta para auxiliar na análise estrutural, modelos
foram definidos e simulados sendo posteriormente os resultados comparados com os obtidos
através de programas similares. Conforme apresentado, os resultados obtidos pelo software
desenvolvido neste estudo foram os mesmos obtidos ao simular os modelos em outro
programa, validando sua aplicação, garantindo a confiabilidade de seus resultados. Logo, o
programa desenvolvido é passivo de aplicação no estudo e análise das estruturas.

Palavras-chave: Análise estrutural; Dimensionamento de vigas; Concreto armado; Software.

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Universidade Federal da Integração Latino-Americana
Engenharia Civil de Infraestrutura

VIALI, E. P. Desenvolvimento De Software Para Análise Estrutural E Dimensionamento


De Vigas De Concreto Armado Sob Flexão Simples. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Engenharia Civil de infraestrutura) – Universidade Federal da Integração
Latino-Americana, Foz do Iguaçu, 2020.

ABSTRACT

In order to reduce the time spent on the analysis and design of structures, computational tools
are developed with the function of automating the calculation processes, proposing solutions
with a higher degree of reliability and more economical dimensioning. Thus, the objective of
the present study was to develop software for structural analysis, through the application of
the finite element method and design of reinforced concrete beams, under simple bending. For
the implementation of the source code, the Python programming language was used in
conjunction with its Numpy and Matplotlib libraries, the program's graphical interface being
designed using the Qt Designer software and the PyQt library. In order to validate the reliability
and applicability of the software, and also to propose a new tool to assist in the structural
analysis, models were defined and simulated and the results were subsequently compared
with those obtained through similar programs. As shown, the results obtained by the software
developed in this study were the same as those obtained when simulating the models in
another program, validating their application, ensuring the reliability of their results. Therefore,
the program developed is passive for application in the study and analysis of structures.

Keywords: Structural analysis; Beam dimensioning; Reinforced concrete; Software.

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Desenvolvimento de Software Livre Para Análise de Estruturas Planas e Dimensionamento
VIALI, E. P. de Vigas em Concreto Armado Sob Flexão Simples

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. INTERFACE GRÁFICA DO PROGRAMA FTOOL. ................................... 16


FIGURA 2. INTERFACE GRÁFICA DO PROGRAMA ACADFRAME BETA. .............. 17
FIGURA 3. INTERFACE GRÁFICA DO PROGRAMA TRAME 4.0. ............................ 17
FIGURA 4. INTERFACE GRÁFICA DO QT DESIGNER. ............................................ 19
FIGURA 5. NÍVEIS DE ABSTRAÇÃO DE UMA ESTRUTURA. .................................. 20
FIGURA 6. REPRESENTAÇÃO DOS MODELOS REAL E ESTRUTURAL. ............... 21
FIGURA 7. DESLOCAMENTOS E ROTAÇÕES NODAIS PARA UM ELEMENTO DE
PÓRTICO PLANO. ..................................................................................................... 22
FIGURA 8. SISTEMA DE EIXOS LOCAIS E ELÁSTICA DA BARRA. ........................ 23
FIGURA 9. ROTAÇÃO RELATIVA POR FLEXÃO DE UM ELEMENTO
INFINITESIMAL DE BARRA. ...................................................................................... 23
FIGURA 10. EQUILÍBRIO DO ELEMENTO INFINITESIMAL. ..................................... 25
FIGURA 11 TRANSFORMAÇÃO DO SISTEMA DE COORDENADAS – LOCAL VS
GLOBAL. .................................................................................................................... 28
FIGURA 12 (REAPRESENTAÇÃO DA FIGURA 7) - DESLOCAMENTOS E
ROTAÇÕES NODAIS PARA UM ELEMENTO DE PÓRTICO PLANO. ....................... 30
FIGURA 13 PÓRTICO PLANO MODELO PARA APRESENTAÇÃO DA OBTENÇÃO
DA MATRIZ DE RIGIDEZ GLOBAL DA ESTRUTURA. ............................................... 34
FIGURA 14 MATRIZES DE RIGIDEZ DOS ELEMENTOS DO MODELO. .................. 35
FIGURA 15 MATRIZES DE RIGIDEZ DOS ELEMENTOS DO MODELO DIVIDIDA EM
QUADRANTES. .......................................................................................................... 36
FIGURA 16 MATRIZES DE RIGIDEZ GLOBAL DA ESTRUTURA DIVIDIDA EM
QUADRANTES. .......................................................................................................... 36
FIGURA 17 APLICAÇÃO DA INCIDÊNCIA SOBRE A MATRIZ DE RIGIDEZ GLOBAL
DA ESTRUTURA. ....................................................................................................... 37
FIGURA 18 ELEMENTO INCLINADO COM SOB AÇÃO DE UM CARREGAMENTO
LINEARMENTE VARIÁVEL. ....................................................................................... 38
FIGURA 19 COMPORTAMENTO DO CONCRETO NA FLEXÃO PURA (ESTÁDIO I).
................................................................................................................................... 42
FIGURA 20 COMPORTAMENTO DO CONCRETO NA FLEXÃO PURA (ESTÁDIO II).
................................................................................................................................... 43
FIGURA 21 COMPORTAMENTO DO CONCRETO NA FLEXÃO PURA (ESTÁDIO III).
................................................................................................................................... 43
FIGURA 22 DIAGRAMA RETANGULAR – NBR 6118. ............................................... 44

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FIGURA 23 DIAGRAMAS TENSÃO X DEFORMAÇÃO DO CONCRETO E AÇO –


SEGUNDO A NBR 6118 (ABNT, 2014). ..................................................................... 45
FIGURA 24 DOMÍNIOS DE ESTADO-LIMITE ÚLTIMO DE UMA SEÇÃO
TRANSVERSAL. ........................................................................................................ 45
FIGURA 25 ELEMENTOS DA SEÇÃO RETANGULAR E DIAGRAMAS DE TENSÕES
E DEFORMAÇÕES. ................................................................................................... 47
FIGURA 26 EQUILÍBRIO DA SEÇÃO TRANSVERSAL PARA DIMENSIONAMENTO
COM ARMADURA SIMPLES. ..................................................................................... 47
FIGURA 27. FLUXO PARA INSERÇÃO DE DADOS E VISUALIZAÇÃO DOS
RESULTADOS. .......................................................................................................... 50
FIGURA 28 JANELA-1 - INTERFACE GRÁFICA DO PROGRAMA. ........................... 51
FIGURA 29 JANELA-2 - INSERÇÃO DOS NÓS DA ESTRUTURA. ........................... 52
FIGURA 30 JANELA-3 - INSERÇÃO DOS ELEMENTOS DA ESTRUTURA. ............. 52
FIGURA 31 JANELA-4 - INSERÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS
DOS ELEMENTOS DA ESTRUTURA. ....................................................................... 53
FIGURA 32 JANELA-5 - INSERÇÃO DAS RESTRIÇÕES NODAIS. .......................... 54
FIGURA 33 JANELA-6 - INSERÇÃO DAS CARGAS NODAIS. .................................. 54
FIGURA 34 JANELA-7 - INSERÇÃO DAS CARGAS DISTRIBUÍDAS. ....................... 55
FIGURA 35 JANELA-10 – DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS. ...................... 56
FIGURA 36. TRECHO DE CÓDIGO PARA INSERÇÃO E ARMAZENAMENTO DE
DADOS REFERENTES AOS NÓS DA ESTRUTURA................................................. 57
FIGURA 37. TRECHO DE CÓDIGO PARA INSERÇÃO E ARMAZENAMENTO DE
DADOS REFERENTES AOS ELEMENTOS DA ESTRUTURA. ................................. 58
FIGURA 38. TRECHO DE CÓDIGO PARA INSERÇÃO E ARMAZENAMENTO DAS
PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DOS ELEMENTOS DA ESTRUTURA.... 58
FIGURA 39. TRECHO DE CÓDIGO PARA INSERÇÃO E ARMAZENAMENTO DAS
RESTRIÇÕES NODAIS. ............................................................................................. 59
FIGURA 40. TRECHO DE CÓDIGO PARA INSERÇÃO E ARMAZENAMENTO DAS
CARGAS NODAIS. ..................................................................................................... 59
FIGURA 41. TRECHO DE CÓDIGO PARA INSERÇÃO E ARMAZENAMENTO DAS
CARGAS DISTRIBUÍDAS. .......................................................................................... 60
FIGURA 42 ELEMENTO DEFINIDO PELO USUÁRIO E ELEMENTOS GERADOS
PELO SISTEMA. ........................................................................................................ 60
FIGURA 43. TRECHO DE CÓDIGO PARA BUSCA DE DADOS PARA CÁLCULO.... 61
FIGURA 44. TRECHO DE CÓDIGO PARA GERAÇÃO DA MATRIZ DE
TRANSFORMAÇÃO DO SISTEMA DE COORDENADAS (LOCAL X GLOBAL). ....... 61

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FIGURA 45. TRECHO DE CÓDIGO PARA GERAÇÃO DA MATRIZ DE RIGIDEZ DO


ELEMENTO FINITO NO SISTEMA DE COORDENADAS LOCAL.............................. 62
FIGURA 46. TRECHO DE CÓDIGO PARA OBTENÇÃO DA MATRIZ DE RIGIDEZ DO
ELEMENTO FINITO NO SISTEMA DE COORDENADAS GLOBAL. .......................... 62
FIGURA 47. TRECHO DE CÓDIGO PARA GERAÇÃO DA MATRIZ DE RIGIDEZ
GLOBAL DA ESTRUTURA. ........................................................................................ 63
FIGURA 48. MODELO-01 – VIGA BIAPOIADA COM 2 METROS DE COMPRIMENTO.
................................................................................................................................... 64
FIGURA 49. MODELO-02 – PÓRTICO PLANO COM 4 METROS DE COMPRIMENTO
E 4 METROS DE ALTURA. ........................................................................................ 65
FIGURA 50. MODELO PARA VALIDAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO DA
ARMADURA LONGITUDINAL. ................................................................................... 65
FIGURA 51. JANELA DO PROGRAMA COM A INSERÇÃO DOS DADOS DEFINIDOS
NO EXEMPLO UTILIZADO PARA VALIDAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO............... 66
FIGURA 52. REAÇÕES NOS APOIOS CALCULADAS PELO SOFTWARE
DESENVOLVIDO – MODELO-01. .............................................................................. 67
FIGURA 53. REAÇÕES NOS APOIOS CALCULADAS PELO PROGRAMA FTOOL –
MODELO-01. .............................................................................................................. 67
FIGURA 54. ESFORÇOS CORTANTES CALCULADOS PELO SOFTWARE
DESENVOLVIDO – MODELO-01. .............................................................................. 68
FIGURA 55. ESFORÇOS CORTANTES CALCULADOS PELO PROGRAMA FTOOL –
MODELO-01. .............................................................................................................. 68
FIGURA 56. MOMENTOS FLETORES CALCULADOS PELO SOFTWARE
DESENVOLVIDO – MODELO-01. .............................................................................. 69
FIGURA 57. MOMENTOS FLETORES CALCULADOS PELO PROGRAMA FTOOL –
MODELO-01. .............................................................................................................. 69
FIGURA 58. VALORES DOS ESFORÇOS INTERNOS CALCULADOS PELO
SOFTWARE DESENVOLVIDO – MODELO-01. ......................................................... 70
FIGURA 59. VALORES DOS DESLOCAMENTOS CALCULADOS PELO SOFTWARE
DESENVOLVIDO – MODELO-01. .............................................................................. 71
FIGURA 60. DIAGRAMA DE DESLOCAMENTOS OBTIDO PELO SOFTWARE
DESENVOLVIDO – MODELO-01. .............................................................................. 72
FIGURA 61. DIAGRAMA DE DESLOCAMENTOS NO EIXO Y OBTIDO PELO
PROGRAMA FTOOL – MODELO-01. ......................................................................... 72
FIGURA 62. DIAGRAMA DE ROTAÇÕES OBTIDO PELO PROGRAMA FTOOL –
MODELO-01. .............................................................................................................. 72

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Engenharia Civil de Infraestrutura

FIGURA 63. REAÇÕES NOS APOIOS CALCULADAS PELO SOFTWARE


DESENVOLVIDO – MODELO-02. .............................................................................. 73
FIGURA 64. REAÇÕES NOS APOIOS CALCULADAS PELO PROGRAMA FTOOL –
MODELO-02. .............................................................................................................. 73
FIGURA 65. ESFORÇOS NORMAIS CALCULADOS PELO SOFTWARE
DESENVOLVIDO – MODELO-02. .............................................................................. 74
FIGURA 66. ESFORÇOS NORMAIS CALCULADOS PELO PROGRAMA FTOOL –
MODELO-02. .............................................................................................................. 74
FIGURA 67. ESFORÇOS CORTANTES CALCULADOS PELO SOFTWARE
DESENVOLVIDO – MODELO-02. .............................................................................. 75
FIGURA 68. ESFORÇOS CORTANTES CALCULADOS PELO PROGRAMA FTOOL –
MODELO-02. .............................................................................................................. 76
FIGURA 69. MOMENTOS FLETORES CALCULADOS PELO SOFTWARE
DESENVOLVIDO – MODELO-02. .............................................................................. 77
FIGURA 70. ESFORÇOS CORTANTES CALCULADOS PELO PROGRAMA FTOOL –
MODELO-02. .............................................................................................................. 77
FIGURA 71. VALORES DOS ESFORÇOS INTERNOS CALCULADOS PELO
SOFTWARE DESENVOLVIDO – MODELO-02. ......................................................... 78
FIGURA 72. VALORES DOS DESLOCAMENTOS CALCULADOS PELO SOFTWARE
DESENVOLVIDO – MODELO-02. .............................................................................. 79
FIGURA 73. DIAGRAMA DOS DESLOCAMENTOS OBTIDO PELO SOFTWARE
DESENVOLVIDO – MODELO-02. .............................................................................. 80
FIGURA 74. DIAGRAMA DE DESLOCAMENTOS OBTIDO PELO PROGRAMA
FTOOL – MODELO-02. .............................................................................................. 80
FIGURA 75. MODELO UTILIZADO PARA VALIDAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO DA
ARMADURA LONGITUDINAL. ................................................................................... 81
FIGURA 76. RESULTADOS DO DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA
LONGITUDINAL OBTIDO PELO PROGRAMA. .......................................................... 82

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VIALI, E. P. de Vigas em Concreto Armado Sob Flexão Simples

SUMÁRIO

RESUMO ..................................................................................................................... iii

ABSTRACT ................................................................................................................. iv

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... v

1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ......................................................................... 12

2. OBJETIVOS ........................................................................................................... 14

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 14

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 14

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 15

3.1 FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS ACADÊMICAS VOLTADAS À ANÁLISE


ESTRUTURAL ............................................................................................................ 15

3.1.1 Ftool................................................................................................................... 15

3.1.2 AcadFrame ........................................................................................................ 16

3.1.3 Trame. ............................................................................................................... 17

3.2 A LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO PYTHON .................................................. 18

3.2.1 Biblioteca NumPy............................................................................................... 18

3.2.2 Biblioteca Matplotlib ........................................................................................... 18

3.2.3 Biblioteca PyQt e Qt Designer............................................................................ 19

3.2.4 Qt Designer........................................................................................................ 19

3.3 ANÁLISE ESTRUTURAL ...................................................................................... 20

3.3.1 Modelo Estrutural ............................................................................................... 20

3.3.2 Teoria Elementar De Vigas ................................................................................ 22

3.3.3 Método Dos Elementos Finitos – MEF ............................................................... 27

3.3.4 Método De Galerkin – Resíduos Ponderados .................................................... 27

3.3.5 Transformação Do Sistema De Coordenadas –Local Vs Global ........................ 28

3.3.6 Funções Aproximadoras E De Forma ................................................................ 30

3.3.7 Matriz De Rigidez Do Elemento Finito ................................................................ 31

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3.3.8 Matriz De Rigidez Global Da Estrutura............................................................... 33

3.3.9 Vetor De Cargas Nodais Equivalentes ............................................................... 37

3.3.10 Esforços Nodais Atuantes No Elemento Finito ................................................. 39

3.4 DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL .................................................................. 40

3.4.1 Verificação Da Segurança ................................................................................. 40

3.4.2 Capacidade Resistente ...................................................................................... 41

3.4.2.1 Estádio I .......................................................................................................... 41

3.4.2.2 Estádio II ......................................................................................................... 42

3.4.2.3 Estádio III ........................................................................................................ 43

3.4.3 Hipóteses de dimensionamento ......................................................................... 44

3.4.4 Diagramas tensão deformação .......................................................................... 44

3.4.5 Domínios de deformação ................................................................................... 45

3.4.5.1 Domínio 2 ....................................................................................................... 46

3.4.5.2 Domínio 3 ....................................................................................................... 46

3.4.6 Dimensionamento da seção retangular com armadura simples ......................... 46

4. METODOLOGIA..................................................................................................... 50

4.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 50

4.2 APRESENTAÇÃO DA INTERFACE GRÁFICA DO PROGRAMA ......................... 50

4.3 ARMAZENAMENTO E FLUXO DE MANIPULAÇÃO DE DADOS ......................... 56

4.3.1 Inserção dos nós................................................................................................ 57

4.3.2 Inserção dos elementos ..................................................................................... 57

4.3.3 Inserção das propriedades físicas e mecânicas dos elementos ......................... 58

4.3.4 Inserção das condições de contorno .................................................................. 59

4.3.5 Inserção das cargas nodais ............................................................................... 59

4.3.6 Inserção das cargas distribuídas ........................................................................ 59

4.4 METODOLOGIA DE CÁLCULO DO SISTEMA ..................................................... 60

4.5 DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS LONGITUDINAIS .............................. 63

4.6 MODELOS PARA VALIDAÇÃO DO SOFTWARE ................................................. 64

4.6.1 Modelos para validação da análise estrutural .................................................... 64

x
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4.6.2 Modelo para validação do dimensionamento das armaduras longitudinais ........ 65

5. RESULTADOS ....................................................................................................... 67

5.1 ANÁLISE DO MODELO-01 ................................................................................... 67

5.1.1 Reações nos apoios da estrutura ....................................................................... 67

5.1.2 Esforços internos ............................................................................................... 67

5.1.2.1 Esforços normais ............................................................................................ 67

5.1.2.2 Esforços cortantes .......................................................................................... 68

5.1.2.3 Momentos fletores .......................................................................................... 69

5.1.3 Deslocamentos .................................................................................................. 71

5.2 ANÁLISE DO MODELO-02 ................................................................................... 73

5.2.1 Reações nos apoios da estrutura ....................................................................... 73

5.2.2 Esforços internos ............................................................................................... 74

5.2.2.1 Esforços normais ............................................................................................ 74

5.2.2.2 Esforços cortantes .......................................................................................... 75

5.2.2.3 Momentos fletores .......................................................................................... 77

5.2.3 Deslocamentos .................................................................................................. 79

5.3 ANÁLISE PARA VALIDAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS


LONGITUDINAIS ........................................................................................................ 81

6. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 84

APÊNDICE A – CÓDIGO DESENVOLVIDO PARA A CONCEPÇÃO DO PROGRAMA

................................................................................................................................... 87

xi
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1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

Conforme apresentado por Kim e Sankar (2011), de maneira geral, a solução de


problemas práticos (modelos) de engenharia apresenta um grau de complexidade que não
permite sua representação por expressões matemáticas simples, uma vez que, a maioria dos
casos resultam em equações algébricas, diferenciais e integrais, ou em suas combinações.
Logo, os modelos raramente podem ser resolvidos de forma fechada, o que remete à
aplicação de métodos numéricos para sua resolução. Salientam ainda que, o Método dos
Elementos Finitos (MEF) permite a geração de programas computacionais versáteis para a
resolução de problemas relacionados às estruturas, ressaltando a existência de sérios riscos
frente ao uso desses programas sem o adequado conhecimento da teoria que lhes serve de
alicerce.
Frente ao exposto, observa-se que o desenvolvimento de ferramentas computacionais
voltadas à análise estrutural vem se difundido crescentemente no meio acadêmico, seja pela
motivação e interesse na área de pesquisa, limitações e/ou restrições apresentadas por
softwares livres, ou mesmo devido aos altos investimentos necessários para aquisição de
licenças de softwares profissionais. Outros fatores relacionados devem-se ao fato de não se
ter conhecimento das considerações adotadas pelos desenvolvedores desses programas,
cujo uso acadêmico é livre, já que o acesso a tais informações é geralmente restrito. Assim,
desenvolver ferramentas em que tais considerações sejam abertas ao usuário, confere a este
maior confiança quanto aos resultados obtidos nas análises.
Segundo Piedade Neto et al (2011), em muitos centros de pesquisa o desenvolvimento
desse tipo de ferramenta tem sido realizado de maneira individual ou por pequenos grupos,
remetendo à elevada produção de conteúdo científico. No entanto, este mostra-se desconexo
perante as funcionalidades dos softwares desenvolvidos por outros grupos, uma vez que os
códigos que poderiam ser utilizados e aprimorados por outros pesquisadores tornam-se
ferramentas de pesquisa utilizadas por uma única pessoa ou grupo restrito.
Atualmente, existe um considerável número de softwares de uso livre desenvolvidos
para a área de estruturas, estando entre os principais: o Ftool, o Acadframe e o Trame,
entretanto, por se tratarem de softwares desenvolvidos com foco em estudos acadêmicos,
podem apresentar algumas limitações a outros usuários senão os desenvolvedores, posto
que foram criados para suprir necessidades específicas, seja em relação ao modelo estrutural
passivo de análise, ou em relação aos materiais que possam ser inseridos, a fim de
dimensioná-los ou verificar seus estados limites.
Considerando que os softwares citados estão entre os mais utilizados no meio
acadêmico, uma vez que apresentam confiabilidade em seus resultados, no entanto não

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contemplam o dimensionamento de vigas em concreto armado, o desenvolvimento de uma


ferramenta que permita tal procedimento contribui de forma significativa aos estudos
acadêmicos voltados à análise estrutural. Além disso, sendo o código do software
desenvolvido aberto, este pode ser otimizado, adaptado ou ainda ampliado com a inserção
de novos módulos, conforme as necessidades de seus usuários, obtendo desta forma um
programa com maiores recursos e funcionalidades.

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Desenvolvimento de software voltado à análise de estruturas planas através da


aplicação do método dos elementos finitos e ao dimensionamento da armadura longitudinal
de vigas de concreto armado sob flexão simples conforme as recomendações da NBR 6118
(ABNT, 2014).

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Diante do objetivo proposto, este estudo teve como objetivos específicos:


a) Implementar o código fonte do software, fazendo uso da linguagem de
programação Python;
b) Criar uma interface gráfica amigável ao usuário utilizando o programa Qt
Designer em conjunto com a biblioteca PyQt do Python;
c) Criar modelos para a validação do software por meio de análises comparativas
entre os resultados apresentados pelo programa e os obtidos em softwares
semelhantes (e.g. Ftool);
d) Dimensionar as armaduras longitudinais de vigas de concreto armado sob
flexão simples, com uso do software que será desenvolvido e validar os
resultados por meio da simulação de modelos propostos na literatura.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo aborda temas pertinentes ao desenvolvimento deste projeto. Inicialmente


são apresentadas algumas ferramentas computacionais desenvolvidas no meio acadêmico,
as quais são similares ao software desenvolvido neste trabalho. Em seguida faz-se uma breve
introdução sobre a linguagem de programação Python e as bibliotecas aqui aplicadas, já que
esta foi a linguagem selecionada para a implementação do código fonte do programa.
Apresenta-se ainda, a metodologia de abstração e concepção do modelo estrutural utilizado,
bem como a metodologia de cálculo aplicada.

3.1 FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS ACADÊMICAS VOLTADAS À ANÁLISE ESTRUTURAL

Com o intuito de reduzir o tempo dispensado na análise e dimensionamento de


estruturas, são desenvolvidas ferramentas computacionais com a função de automatizar o
processo de cálculos, propondo soluções com maior grau de confiabilidade e
dimensionamentos mais econômicos.
Conforme Piedade Neto et al (2011), tais ferramentas são implementadas por
profissionais de diversas áreas, como física e engenharia. Assim, essas ferramentas têm sido
desenvolvidas e utilizadas desde o surgimento dos computadores, dando suporte aos projetos
de engenharia.
Dentre as ferramentas de análise estrutural voltadas ao meio acadêmico, são
apresentadas aquelas que serviram como base a este estudo, as quais foram definidas como
referência por apresentarem similaridade ao programa desenvolvido neste trabalho.

3.1.1 Ftool

Criado com o objetivo de auxiliar os estudantes de engenharia estrutural na


compreensão do comportamento estrutural de pórticos planos, o Ftool (Two-dimensional
Frame Analysis tool) consiste em uma ferramenta de análise onde a resolução é dada por
meio do método da rigidez direta, no qual o usuário interage com o sistema através da
manipulação direta, fazendo uso de menus em cascata e botões, contidos no sistema de
janelas da interface gráfica do programa (KAEFER, 2000)
Segundo Martha (2015), idealizador e responsável pelo programa, o desenvolvimento
do Ftool teve início em 1991, tendo sua primeira versão lançada em 1995. Desde então, o
software vem sendo ampliado e aprimorado constantemente, estando atualmente em sua
versão 4.00.04, lançada em janeiro de 2018.

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Engenharia Civil de Infraestrutura

Embora o Ftool permita a análise do comportamento de estruturas planas (vigas,


pórticos e treliças), o programa não tem como objetivo o dimensionamento dos elementos
analisados, porém leva em consideração as propriedades do material atribuído à estrutura em
análise, bem como as dimensões da seção transversal definida pelo usuário. A interface
gráfica do programa (Figura 1), além de ser amigável ao usuário, é bastante interativa,
permitindo a rápida familiarização do usuário com o programa.

Figura 1. Interface gráfica do programa Ftool.

Fonte: Martha (2017).

3.1.2 AcadFrame

Desenvolvido com o intuito de oferecer uma ferramenta simples e eficiente para a


solução de problemas da engenharia estrutural, o AcadFrame teve sua primeira versão
concluída e disponibilizada, para a comunidade da Universidade de São Paulo, em agosto de
2006. Concebido por meio de pesquisas relacionadas à análise não linear geométrica de
estruturas, que resultou no chamado Elemento Finito Posicional, a ferramenta permite a
simulação de pórticos e treliças planas, incluindo nessa análise os efeitos da temperatura e a
combinação das ações externas (CODA e PACCOLA, 2009).
Ormond (2013) salienta que, a interface gráfica para definição da geometria e
lançamento dos carregamentos do AcadFrame é semelhante a do Ftool, porém apresenta
menos interatividade na modificação e visualização da estrutura, podendo dificultar trabalhos
em que a estrutura seja composta por elevado número de elementos de barras.
O ambiente de trabalho do AcadFrame é ilustrado na Figura 2, onde são destacados:
1) menu superior, 2) menu lateral, 3) área de trabalho e 4)barra de mensagens.

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Figura 2. Interface gráfica do programa AcadFrame Beta.

Fonte: Coda e Paccola (2009).

3.1.3 Trame.

Voltado para a análise do comportamento estrutural de treliças planas, o Trame


ganhou sua versão (proprietária) em novembro de 2004, sendo sua primeira versão gratuita
disponibilizada na internet em fevereiro de 2005. O programa, que é especialmente voltado a
projetos de treliças em madeira, faz uso do Método dos deslocamentos para a análise elástica
linear da estrutura (ORMONDE, 2013).

Figura 3. Interface gráfica do programa Trame 4.0.

Fonte: Ormond (2013).

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3.2 A LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO PYTHON

Criada em 1990, Python consiste em uma linguagem de programação de altíssimo


nível orientada a objetos, de tipagem dinâmica e forte, interpretada e interativa. Seu criador,
Guido Van Rossum, do Instituto Nacional de Pesquisa para Matemática e Ciência da
Computação da Holanda (CWI), tinha como foco usuários das áreas de física e engenharia,
fato que o remeteu a criação de uma linguagem de sintaxe clara e concisa, garantindo maior
produtividade aos usuários da plataforma, devido à legibilidade de seu código fonte
(BORGES, 2010).
Em constante crescimento, a linguagem vem sendo utilizada em diversas áreas da
computação, como inteligência artificial, bancos de dados, biotecnologia, animação 3D,
aplicativos para celulares, jogos, plataformas web entre outros. Essa crescente demanda
deve-se ao fato da linguagem Python ser completa, contando com inúmeras bibliotecas que
auxiliam no desenvolvimento de softwares de distintas áreas de estudo (MENEZES, 2014).
Conforme apresentado por Borges (2010), a linguagem de programação Python vem
sendo utilizada por empresas de alta tecnologia estando entre elas:
 Google (para aplicações web);
 Yahoo (para aplicações web);
 Microsoft (Iorn Python: Python para .NET);
 Nokia (linhas recentes de celulares e PDAs);
 Disney (animações 3D).

3.2.1 Biblioteca NumPy

Fundamental para computação científica, NumPy é uma biblioteca do Python que


fornece um objeto de matriz multidimensional, além de uma variedade de rotinas para
operações com matrizes, incluindo matemática, lógica, manipulação de formas, classificação,
seleção, transformadas discretas de Fourier, álgebra linear básica, operações estatísticas
básicas, simulação aleatória entre muitas outras funções (SCIPY, 2020).

3.2.2 Biblioteca Matplotlib

Consiste em uma biblioteca do Python voltada a plotagem de gráficos. Com ela é


possível a geração de histogramas, espectros, gráficos de barras, gráficos de erros, gráficos
de dispersão, dentre muitos outros, sendo seu conjunto de funções similares aquelas
utilizadas no MATLAB (SCIPY, 2020).

18
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VIALI, E. P. de Vigas em Concreto Armado Sob Flexão Simples

3.2.3 Biblioteca PyQt e Qt Designer

Segundo apresentado por Borges (2010), o PyQt é um conjunto de ferramentas que


pode ser utilizado por diversos programas além do Python. Embora seja mais utilizado para a
criação de Interfaces Gráficas com Usuário (Graphic User Interface - GUI), o PyQt possui
bibliotecas com outras funcionalidades, como acesso a banco de dados. Entre o conjunto de
módulos contido no PyQt, destacam-se como principais o QtGui, que define as rotinas de
interface, e o QtCore, que define estruturas essenciais para o funcionamento dos sinais
(eventos executados pelo usuário).

3.2.4 Qt Designer

Como complemento ao PyQt, é possível a utilização do Qt Designer (Figura 4), que


consiste em uma ferramenta para a construção da interface gráfica com o usuário na qual
após ser criada uma janela principal, são inseridos através do sistema drag-and-drop (arrastar
e soltar) os itens que irão compor a interface (botões, caixas de texto, etc.). Tal ferramenta
tem como objetivo facilitar a criação dessas interfaces, além de apresentar a possibilidade de
visualização do que está sendo criado pelo desenvolvedor em tempo real.

Figura 4. Interface gráfica do Qt Designer.

Fonte: Borges (2015).

Após a interface ter sido criada no Qt Designer, um arquivo XML é gerado (com a
extensão .ui). Este arquivo depois de convertido para um módulo Python (com extensão .py),
através do utilitário pyuic, pode então ser importado ao código fonte do software criado
(BORGES, 2010).

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3.3 ANÁLISE ESTRUTURAL

3.3.1 Modelo Estrutural

A análise estrutural consiste na previsão do comportamento de uma estrutura, com o


intuito de que esta atenda às condições de segurança e utilização para a qual foi projetada.
Esse comportamento pode, através dos estudos da mecânica, ser expresso por diversos
parâmetros como: campos de tensões, deformações e deslocamentos que ocorrem na
estrutura, sendo o principal objetivo desta análise a verificação dos esforços internos e
externos (carregamentos e reações de apoio), e de suas tensões correspondentes, além da
determinação dos deslocamentos e deformações dos elementos estruturais (MARTHA, 2010;
SUSSEKIND, 1981).
Conforme apresentado por Martha (2010), a análise estrutural moderna é composta
por quatro níveis de abstração (Figura 5) relacionados à estrutura que está sendo analisada.

Figura 5. Níveis de abstração de uma estrutura.

Fonte: Adaptado de Martha (2010) (b); DS Engenharia (2012) (a); Kim e Sankar (2011) (c).

O primeiro nível de abstração (Figura 5.a) trata da representação da estrutura no


mundo físico, ou seja, é o modelo real da estrutura como construída, estando presentes todas
as propriedades geométricas da estrutura.
Da idealização do modelo real, passa-se para o segundo nível de abstração onde é
obtido o modelo estrutural (Figura 5.b), que consiste na representação matemática (ou
analítica) da estrutura, onde estão incorporadas as teorias e hipóteses que descrevem o
comportamento da estrutura frente as solicitações as quais será submetida. Tais teorias e
hipóteses possuem como alicerce as leis físicas como o equilíbrio entre forças e tensões, a

20
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compatibilidade entre deslocamentos e deformações, além das leis constitutivas dos


materiais. Assim, os elementos estruturais passam representados por barras unifilares
(linhas), que representam os eixos dos elementos estruturais, estando o comportamento do
meio sólido contínuo contido no eixo das barras.
Com base em teorias físicas e em resultados experimentais e estatísticos, algumas
hipóteses simplificadoras podem ser adotadas na concepção do modelo estrutural:
 Hipóteses sobre a geometria do modelo;
 Hipóteses relacionadas às condições de suporte (ligações com o meio
externo);
 Hipóteses sobre o comportamento dos materiais;
 Hipóteses sobre as solicitações atuantes na estrutura.
A Figura 6 apresenta um dos pórticos de um galpão em modelo real e modelo
estrutural, neste último, os elementos estruturais de vigas e pilares são representados por
barras, ficando as informações tridimensionais dos elementos representadas por
propriedades globais de sua seção transversal, como a área e o momento de inércia.

Figura 6. Representação dos modelos real e estrutural.

Fonte: Martha (2010).

A passagem do segundo para o terceiro nível de abstração, é denominada como


discretização do modelo, que consiste na substituição do comportamento analítico do modelo
estrutural pelo comportamento discreto. No modelo discreto (Figura 5.c), as soluções
analíticas contínuas passam a ser representadas por um conjunto de variáveis ou parâmetros
discretos, definidos com base no método adotado para a análise estrutural (e.g. Método das
Forças, Método dos Deslocamentos e Método dos Elementos Finitos - MEF).
A Figura 7 apresenta a discretização de um elemento de pórtico plano utilizando o
método dos elementos finitos, onde os graus de liberdade do elemento estrutural são:
deflexões longitudinais (𝑢), deflexões transversais (𝑣) e rotações (𝜃).

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Figura 7. Deslocamentos e rotações nodais para um


elemento de pórtico plano.

Fonte: Autor (2020).

Após a discretização do modelo, o qual geralmente apresenta elevada complexidade


devido ao seu grau de hiperestaticidade, a análise estrutural pode então ser realizada por
meio de métodos computacionais, sendo neste estudo implementado o Método dos
Elementos Finitos.

3.3.2 Teoria Elementar De Vigas

Conforme abordado por Beer e Johnston (2015); Hibbeler (2013); Kim e Sankar (2011);
Martha (2010); Timoshenko e Gere (1983), a análise do comportamento de estruturas
reticuladas tem como base a teoria da viga de Navier (1785-1836), a qual é fundamentada em
duas hipóteses simplificadoras: a primeira, originalmente proposta por Jacob Bernoulli (1654-
1705), expressa o fato de que, as seções transversais de uma viga permanecem planas após
a viga ter sido deformada; a segunda consiste em desprezar as deformações geradas por
forças de cisalhamento. Assim, da união destas hipóteses tem-se que, estando a viga
deformada por flexão simples, suas seções transversais são mantidas planas e normais ao
eixo da viga. Além disso, segundo salientado por Martha (2010), uma vez que cada seção
transversal da viga permanece unida a suas adjacentes, existe a continuidade de
deslocamentos em todos os pontos interiores de uma viga que sofre flexão simples.
Frente ao fato de que a análise estrutural será realizada por meio da aplicação do
método dos elementos finitos, onde os graus de liberdade da estrutura são os deslocamentos
e as rotações da seção transversal, apresenta-se a formulação da equação diferencial da viga
de Navier.
Inicialmente serão determinadas as relações entre os deslocamentos e as
deformações em uma viga. Desta forma, define-se um sistema de coordenadas locais (ou
eixos locais) para uma barra conforme apresentado na figura Figura 8. Definido o sistema de
eixos locais, e tomando como modelo uma viga engastada em uma de suas extremidades,
traça-se a sua curva elástica onde podem ser representados os deslocamentos e rotações
que ocorrem na viga sob flexão.

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Figura 8. Sistema de eixos locais e elástica


da barra.

Fonte: Martha (2010).

Assim são definidos:


𝑢(𝑥): deslocamento axial na direção x;
𝑣(𝑥): deslocamento transversal na direção de y;
𝜃(𝑥): rotação da seção transversal por flexão em torno do eixo z.

Considerando que os deslocamentos são pequenos, a rotação da seção transversal


pode ser aproximada pela tangente da curva elástica (𝜃 ≈ tan 𝜃), podendo o deslocamento
transversal ser associado à rotação da seção transversal, sendo a equação resultante
considerada uma equação de compatibilidade (MARTHA, 2010).

𝑑𝑣
𝜃(𝑥) = [1]
𝑑𝑥

Considerando a rotação relativa por flexão (𝑑𝜃) de um elemento infinitesimal de barra


(𝑑𝑥) conforme ilustrado na Figura 9, verifica-se que a deformação por flexão é obtida pela
razão entre o encurtamento da fibra (𝛿) e seu comprimento inicial (𝑑𝑥).

Figura 9. Rotação relativa por flexão de um elemento


infinitesimal de barra.

Fonte: Martha. (2010).

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Sendo:

𝛿 ≈ 𝑑𝜃. 𝑦 [2]

A deformação normal na direção do eixo longitudinal é dada por:

𝑑𝜃
𝜀 = −𝑦 [3]
𝑑𝑥

𝜀 : deformação normal na direção de x devido a flexão.

Da relação:

𝑑𝑥 = 𝜌𝑑𝜃 [4]

Resulta:

1 𝑑𝜃
= [5]
𝜌 𝑑𝑥

𝑑𝜃: rotação relativa interna por flexão de um elemento infinitesimal;


𝜌: raio de curvatura da linha elástica transversal 𝑣(𝑥);
1/𝜌: curvatura da linha elástica transversal 𝑣(𝑥).

Aplicando a Equação 1 na Equação 3 e em seguida na Equação 5 é possível escrever


as relações:
𝑑²𝑣
𝜀 = −𝑦 [6]
𝑑𝑥²

1 𝑑²𝑣
= [7]
𝜌 𝑑𝑥²

Sendo o equilíbrio do elemento infinitesimal apresentado na Figura 10.

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Figura 10. Equilíbrio do elemento infinitesimal.

Fonte: Martha. (2010).

Podem ser escritas as equações:

𝑑𝑄
𝐹 =0→ = 𝑞(𝑥) [8]
𝑑𝑥

𝑑𝑀
𝑀 =0→ = 𝑄(𝑥) [9]
𝑑𝑥

Das quais obtêm-se a relação:

𝑑 𝑀
= 𝑞(𝑥) [10]
𝑑𝑥

Fazendo o equilíbrio entre o momento fletor (𝑀) e as tensões normais (𝜎) atuantes na
seção transversal.

𝑀=− 𝑦𝜎 𝑑𝐴 [11]

Aplicando a Lei de Hooke para escrever a relação entre as tensões e deformações:

𝜎 = 𝐸𝜀 [12]

Substituindo a Equação 3 na Equação 12:

𝑑𝜃
𝜎 = 𝐸 −𝑦 [13]
𝑑𝑥

Aplicando a Equação 13 na Equação 11 e reorganizando os termos tem-se:

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𝑑𝜃
𝑀=𝐸 𝑦 𝑑𝐴 [14]
𝑑𝑥

O momento de inércia da seção transversal é dado por:

𝐼= 𝑦²𝑑𝐴 [15]

Portanto, a Equação 14 torna-se:

𝑑𝜃
𝑀 = 𝐸𝐼 [16]
𝑑𝑥

Conforme apresentado na Equação 5, a relação representa a curvatura da linha

elástica 𝑣(𝑥), podendo a Equação 16 ser reescrita.

𝑑²𝑣
𝑀 = 𝐸𝐼 [17]
𝑑𝑥²

𝑀: momento fletor;
𝐸: módulo de Young – módulo de elasticidade;
𝐼: momento de inércia da seção transversal.

Igualando a Equação 10 com a Equação 17, é possível escrever:

𝑑 𝑑 𝑣
𝐸𝐼(𝑥) = 𝑞(𝑥) [18]
𝑑𝑥² 𝑑𝑥²

𝑑 𝑣 𝑞(𝑥)
= [19]
𝑑𝑥 𝐸𝐼

Sendo 𝑞(𝑥) a força atuante na barra


Desta forma, fica definida a equação diferencial da viga de Navier com momento de
inércia (𝐼) constante.

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3.3.3 Método Dos Elementos Finitos – MEF

Com origem na mecânica estrutural, o método dos elementos finitos (MEF) consiste
em uma poderosa ferramenta para a análise das estruturas, auxiliando na resolução de
equações diferenciais-parciais e equações integrais-diferenciais. Seu princípio é embasado
na discretização (divisão) do sistema estrutural analisado em elementos menores,
denominados elementos finitos. Para cada elemento são identificados os graus de liberdade
que descrevem seu comportamento, podendo assim, serem determinadas as equações que
apresentam seu comportamento e sua interação com os elementos vizinhos por meio dos nós
compartilhados, obtendo ao fim da análise a resposta global da estrutura com base nas
solicitações impostas (KIM e SANKAR, 2011).

3.3.4 Método De Galerkin – Resíduos Ponderados

Dada a complexidade apresentada pelos modelos matemáticos utilizados para a


análise estrutural, foram desenvolvidos métodos aproximados para a solução dos sistemas
de equações, sendo os métodos de Galerkin e de Rayleigh-Ritz os mais conhecidos, dos
quais originou-se o método dos elementos finitos (Assan, 2003). Para a aplicação do método
de Galerkin, não é necessária a existências de um funcional, pois o método utiliza diretamente
a equação diferencial (forma forte) que descreve o problema em análise. Assim, a resolução
do sistema de equações diferenciais dá-se substituindo na equação ou nas equações
diferenciais, funções aproximadoras que satisfaçam as condições de contorno.
Conforme salienta Assan (2003), uma vez que as funções aproximadoras não
remetem à solução exata, são gerados resíduos que devem ser ponderados por meio de
funções ponderadoras, devendo o produto entre a função residual e cada função ponderadora
ser assumido como nulo no domínio de integração, ficando definida a condição de
ortogonalidade.
Para um sistema de equações lineares dado por:

𝐿𝑣 = 𝑓 [20]

Onde 𝐿 é o operador e 𝑣 satisfaz as condições de contorno, admite-se uma função


aproximadora 𝑣̅ para 𝑣.

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𝑣̅ = 𝑎𝜙 [21]

Sendo 𝜙 funções ponderadoras (ou de forma) que satisfazem as condições de


contorno do problema.
Ao substituir 𝑣 por 𝑣̅ , a igualdade apresentada na Equação 20 não é mais verificada,
havendo um erro dado por:

𝜖 =L 𝑣̅ − 𝑓 [22]

Assim, o método de Galerkin exprime a condição de ortogonalidade entre a função 𝜖


e as funções ponderadoras 𝜙 resultando:

(𝐿𝑣̅ − 𝑓)𝜙 𝑑𝑉 = 0 , 𝑖 = 1, 2, … , 𝑛 [23]

Logo, os coeficientes 𝑎 podem ser obtidos pela solução do sistema de 𝑛 equações


representado na Equação 23, sendo estes coeficientes determinados de modo que os
resíduos se anulem em cada integração ponderada.

3.3.5 Transformação Do Sistema De Coordenadas –Local Vs Global

Figura 11 Transformação do sistema de coordenadas – Local vs Global.

Fonte: Autor (2020).

A Figura 11a apresenta um elemento finito de pórtico plano, rotacionado por um


ângulo 𝛼, com os seis graus de liberdade dispostos segundo um referencial local que está

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atrelado às direções do eixo da barra e ortogonal a ele. A Figura 11b ilustra o mesmo
elemento com seus graus de liberdade agora dispostos segundo um referencial global.

Com base no apresentado, é possível extrair as seguintes relações:

𝑢 = 𝑢 𝑐𝑜𝑠𝛼 − 𝑣 𝑠𝑒𝑛𝛼
𝑣 = 𝑢 𝑠𝑒𝑛𝛼 + 𝑣 𝑐𝑜𝑠𝛼 [24]
𝜃 =𝜃

Os subíndices 𝐺 e 𝐿 representam os sistemas de coordenadas global e local


respectivamente, sendo 𝑖 o índice do nó analisado.

Atribuindo as relações aos seis graus de liberdade do elemento finito e escrevendo na


forma matricial tem-se:

𝑢 𝑢
⎧ ⎫ cos 𝛼 − sin 𝛼 0 0 0 0 ⎧ ⎫
⎪ 𝑣 ⎪ ⎡ sin 𝛼 cos 𝛼 0 0 0 0⎤ ⎪ 𝑣 ⎪
⎪ ⎪ ⎢ ⎥ ⎪𝜃 ⎪
𝜃
=⎢ 0 0 1 0 0 0⎥ [25]
⎨𝑢 ⎬ ⎢ 0 0 0 cos 𝛼 − sin 𝛼 0⎥ ⎨𝑢 ⎬
⎪ ⎪ ⎢ 0 0 0 sin 𝛼 cos 𝛼 0⎥ ⎪𝑣 ⎪
⎪𝑣 ⎪ ⎣ 0 0 0 0 0 1⎦
⎪ ⎪
⎩𝜃 ⎭ ⎩𝜃 ⎭

Que pode ser escrita na forma compacta como:

{𝑉} = [𝑇]{v} [26]

Assim, o vetor {𝑉} contém os graus de liberdade no sistema global da estrutura, a


matriz [𝑇] representa a matriz de transformação entre o sistema de coordenadas locais
(relacionado ao elemento finto) e o sistema de coordenadas globais (relacionado à estrutura
como um todo) e o vetor {v} traz os graus de liberdade dos nós no sistema de coordenadas
local.

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3.3.6 Funções Aproximadoras E De Forma

É importante ressaltar que este trabalho não tem como objetivo esgotar o tema em
questão. Assim, a obtenção das funções aproximadoras e de forma é apresentada de maneira
sucinta, podendo maiores detalhes quanto ao desenvolvimento do tema serem obtidos na
literatura que embasou este subcapítulo (Método dos Elementos Finitos; Assan, 2003).
A fundamentação para obtenção das funções aproximadoras e das funções de forma
é dada como base na Figura 7.

Figura 12 (reapresentação da Figura 7) -


Deslocamentos e rotações nodais para um elemento de
pórtico plano.

Fonte: Autor (2020).

Conforme apresentado por Assan (2003), o elemento finito de pórtico plano possui
como incógnitas nodais duas translações 𝑢 e 𝑣, longitudinal e transversal respectivamente,
além de uma rotação 𝜃.
Admitindo que a deformação longitudinal 𝜀 seja constante ao longo do elemento finito,
tais deslocamentos podem ser representados por uma reta, sendo sua função aproximadora
dada por:

𝑢(𝑥) = 𝑎 + 𝑎 𝑥 [27]

Logo, os deslocamentos transversais devem ser representados por um polinômio do


terceiro grau na forma:

𝑣(𝑥) = 𝑎 + 𝑎 𝑥 + 𝑎 𝑥 + 𝑎 𝑥 [28]

Uma vez que é mais cômodo trabalhar com as funções aproximadoras explicitadas em
relação às incógnitas nodais, tem-se:

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𝑢 = (1 − 𝜉)𝑢 + 𝜉𝑢 [29]

𝑣 = (1 − 3𝜉 + 2𝜉 )𝑣 + (𝜉 − 2𝜉 + 𝜉 )𝑙𝜃 + (3𝜉 − 2𝜉 )𝑣 + (𝜉 − 𝜉 )𝑙𝜃 [30]

Sendo 𝜉 uma coordenada adimensional dada por 𝜉 = .

Assim, a matriz 𝜙 que contém as funções de forma é representada como segue.

1−𝜉 0 0 𝜉 0 0
𝜙= [31]
0 1 − 3𝜉 + 2𝜉 (𝜉 − 2𝜉 + 𝜉 )𝑙 0 3𝜉 − 2𝜉 (𝜉 − 𝜉 )𝑙

3.3.7 Matriz De Rigidez Do Elemento Finito

Uma vez que as tensões e deformações no elemento finito de pórtico plano são
compostas por uma parcela relativa ao esforço axial e outra devida ao momento fletor, tem-
se as relações entre esses esforços e os deslocamentos (Assan, 2003).

𝑑𝑢
𝑁 = 𝜎𝐴 = 𝐸𝜀𝐴 = 𝐸𝐴 [32]
𝑑𝑥

𝑑 𝑣
𝑀 = 𝐸𝐼𝜒 = −𝐸𝐼 [33]
𝑑𝑥

Sendo:
𝐸 o módulo de Young;
𝐴 a área da seção transversal do elemento;
𝐼 o momento de inércia da seção transversal em relação ao seu eixo neutro;
𝜀 a deformação longitudinal;
𝜒 a curvatura do eixo da barra no ponto analisado;
𝑁 os esforços normais; e
𝑀 os momentos fletores.

Representando as Equações 29 e 30 na forma matricial tem-se:

𝑁 𝐸𝐴 0 𝜀
= [34]
𝑀 0 𝐸𝐼 𝜒

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Que também pode ser escrita na forma:

𝜎 = D𝜀 [35]

Sendo D a matriz que contém os parâmetros elásticos que caracterizam o material.

As deformações associadas ao elemento finito são dadas por:

𝑑𝑢 1 𝑑𝑢 𝑑 𝑣 1𝑑 𝑣
𝜀= = 𝑒 𝜒=− =− [36]
𝑑𝑥 𝑙 𝑑𝜀 𝑑𝑥 𝑙 𝑑𝜀

Desta forma, derivando as Equações 29 e 30, é possível relacionar as deformações


às incógnitas nodais por meio da matriz B, que contém as funções de forma.

𝑢
⎧𝑣 ⎫
𝜀 −1/𝑙 0 0 1/𝑙 0 0 ⎪𝜃 ⎪
𝜒 = 0 [37]
(12𝜉 − 6)/𝑙 (6𝜉 − 4)/𝑙 0 (6 − 12𝜉)/𝑙 (6𝜉 − 2)/𝑙 ⎨𝑢 ⎬
⎪𝑣 ⎪
⎩𝜃 ⎭

Podendo a equação ser escrita como segue:

𝜖 = Bv [38]

Uma vez que as funções aproximadoras são escritas em função das incógnitas nodais,
a matriz de rigidez k do elemento finito de pórtico plano pode ser obtida por meio da equação:

B DB 𝑑𝑉 v = 𝜙 b𝑑𝑉 + 𝜙 p𝑑𝑆 [39]

Sendo v o vetor que contém as incógnitas nodais (graus de liberdade), b o vetor que
representa as ações volumétricas (nulo nesta análise), já que as cargas em questão são
inseridas como ações na estrutura, e p o vetor que contém as ações nodais atuantes.

32
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kv = r [40]

Assim:

k= B DB 𝑑𝑉 [41]

Logo a matriz de rigidez do elemento finito de pórtico é dada por:

𝐸𝐴 𝐸𝐴
⎡ 0 0 − 0 0 ⎤
⎢ 𝑙 𝑙 ⎥
⎢ 0 12𝐸𝐼 6𝐸𝐼 12𝐸𝐼 6𝐸𝐼 ⎥
0 −
⎢ 𝑙 𝑙 𝑙 𝑙 ⎥
⎢ 6𝐸𝐼 4𝐸𝐼 6𝐸𝐼 2𝐸𝐼 ⎥
⎢ 0 𝑙 𝑙
0 −
𝑙 𝑙 ⎥
k=⎢ ⎥ [42]
−𝐸𝐴 𝐸𝐴
⎢ 0 0 0 0 ⎥
⎢ 𝑙 𝑙 ⎥
⎢ 0 −12𝐸𝐼 6𝐸𝐼 12𝐸𝐼 6𝐸𝐼 ⎥
− 0 −
⎢ 𝑙 𝑙 𝑙 𝑙 ⎥
⎢ 6𝐸𝐼 2𝐸𝐼 6𝐸𝐼 4𝐸𝐼 ⎥
⎣ 0 𝑙 𝑙
0 −
𝑙 𝑙 ⎦

3.3.8 Matriz De Rigidez Global Da Estrutura

A obtenção da matriz de rigidez global da estrutura dá-se por meio incidência


cinemática das matrizes de rigidez de cada elemento sobre a matriz global.
De modo a apresentar a obtenção da matriz de rigidez global da estrutura, toma-se
como base uma adaptação do apresentado por Assan (2003).
Para apresentar a obtenção da matriz de rigidez global de uma estrutura, toma-se
como exemplo o pórtico plano apresentado na Figura 13.

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Figura 13 Pórtico plano modelo para apresentação da


obtenção da matriz de rigidez global da estrutura.

Fonte: Autor (2020).

A matriz de rigidez global da estrutura consiste em uma matriz quadrada de ordem


(𝑚, 𝑛), onde 𝑚 e 𝑛 são dados pelo produto entre a quantidade de nós presentes na estrutura
e a quantidade de graus de liberdade de cada nó (3 no caso do elemento de pórtico). Logo,
para a estrutura apresentada (Figura 13), tem-se uma matriz da ordem (12, 12), já que a
estrutura em questão possui quatro nós com três graus de liberdade cada.

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A Figura 14 apresenta as matrizes de rigidez de cada um dos elementos do modelo


utilizado.

Figura 14 Matrizes de rigidez dos elementos do modelo.

Fonte: Autor (2020).

Os valores de 𝑘 , 𝑘 , 𝑘 e 𝑘 , com 𝑖 e 𝑗 variando de 1 a 12, correspondem aos termos


das matrizes de rigidez dos elementos 1, 2, 3 e 4 respectivamente.
Com o intuito de tornar mais claro o entendimento, as matrizes dos elementos foram
divididas em quadrantes numerados conforme apresenta a Figura 15.

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Figura 15 Matrizes de rigidez dos elementos do modelo


dividida em quadrantes.

Fonte: Autor (2020).

Assim, termo a termo de cada quadrante deve incidir em seus respectivos quadrantes
na matriz de rigidez global da estrutura (Figura 16).

Figura 16 Matrizes de rigidez global da estrutura dividida


em quadrantes.

Fonte: Autor (2020).

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O fato dos quadrantes 12 e 21 estarem em branco na matriz de rigidez global, elucida


que na estrutura utilizada como modelo não há elemento ligando o nó 1 ao nó 2, sendo a
mesma observação válida para os quadrantes 23 e 32.
Com relação aos quadrantes 11, 33 e 44, que são comuns a mais de um elemento,
esses deverão serem somados termo a termo em sua respectiva posição dentro da matriz de
rigidez global conforme exemplificado na Figura 17 para os termos 𝑘 , e𝑘 , que ocorrem
dentro do quadrante 11, o qual se repete nas matrizes dos elementos 1 e 4 do modelo. Assim,
o termo 𝐾 , da matriz de rigidez global é dado pela soma 𝑘 , +𝑘 , .

Figura 17 Aplicação da incidência sobre a matriz de rigidez global da


estrutura.

Fonte: Autor (2020).

Uma vez aplicado o exposto para todos os elementos que compõe o modelo estrutural,
tem-se a matriz de rigidez global da estrutura.

3.3.9 Vetor De Cargas Nodais Equivalentes

No contexto desse estudo, as cargas atuantes na estrutura são consideradas


unicamente aplicadas sobre os nós do elemento finito. Desta forma, ao ser aplicado um
carregamento distribuído sobre o elemento, faz-se necessárias a conversão desse
carregamento em cargas nodais equivalentes que serão aplicadas aos nós do elemento.

37
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Com o intuito de determinar um vetor genérico das cargas nodais equivalentes, toma-
se um elemento finito inclinado de um ângulo 𝛼 com a direção horizontal, sendo esse elemento
submetido a ação de um carregamento vertical linearmente variável (Figura 18).

Figura 18 Elemento inclinado com sob ação de um carregamento


linearmente variável.

Fonte: Assan (2003).

Ao decompor o carregamento apresentado na Figura 18 a em uma carga


perpendicular ao elemento finito (Figura 18 b) e outra tangente ao mesmo (Figura 18 c),
obtém-se as relações:

𝑝 (𝜉) = −𝑝 (1 − 𝜉)𝑠𝑒𝑛𝛼𝑐𝑜𝑠𝛼 − 𝑝 𝜉𝑠𝑒𝑛𝛼𝑐𝑜𝑠𝛼 [43]

𝑝 (𝜉) = −𝑝 (1 − 𝜉)𝑐𝑜𝑠 𝛼 − 𝑝 𝜉 cos 𝛼 [44]

Nas equações acima, os sinais negativos indicam que 𝑝 (𝜉) e 𝑝 (𝜉) tem sentido
contrário aos sentido positivo dos eixos 𝜉 e 𝑦, respectivamente.
Escrevendo as equações na forma matricial, tem-se:

𝑝 (𝜉) −(1 − 𝜉)𝑠𝑒𝑛𝛼𝑐𝑜𝑠𝛼 −𝜉𝑠𝑒𝑛𝛼𝑐𝑜𝑠𝛼 𝑝


= 𝑝 [45]
𝑝 (𝜉) −(1 − 𝜉)𝑐𝑜𝑠 𝛼 −𝜉 cos 𝛼

Ou:

p=Fp [46]

Logo, o vetor das cargas nodais equivalentes pode ser calculado através da equação:

38
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r= 𝜙 p𝑑𝑆 [47]

Sendo a matriz 𝜙 que contém as funções de forma, apresentada na Equação 31.

Desta forma obtém-se:

1 1
⎧ 𝑝 + 𝑝 𝑙𝑠𝑒𝑛𝛼𝑐𝑜𝑠𝛼 ⎫
⎪ 3 2 ⎪
⎪ 1
(7𝑝 + 3𝑝 )𝑙𝑐𝑜𝑠 𝛼 ⎪
⎪ 20 ⎪
⎪ 1 1 1 ⎪
⎪ 𝑝 + 𝑝 𝑙 𝑐𝑜𝑠 𝛼 ⎪
r = − 10 2 3 [48]
⎨ 1 1
𝑝 + 𝑝 𝑙𝑠𝑒𝑛𝛼𝑐𝑜𝑠𝛼 ⎬
⎪ 3 2 ⎪
⎪ 1 ⎪
⎪ (3𝑝 + 7𝑝 )𝑙𝑐𝑜𝑠 𝛼 ⎪
⎪ 20 ⎪
⎪ 1 1 1 ⎪
⎩− 10 3 𝑝 + 2 𝑝 𝑙 𝑐𝑜𝑠 𝛼 ⎭

A este vetor devem ser somadas as cargas diretamente aplicadas sobre os nós (caso
existam) nas posições correspondentes aos graus de liberdade a que se relacionam e
considerando seus sinais corretos, obtendo assim o vetor de cargas nodais equivalentes total.

3.3.10 Esforços Nodais Atuantes No Elemento Finito

Definidas as matrizes de rigidez [𝑘] e de transformação do sistema de coordenadas


[𝑇], bem como o vetor das incógnitas nodais {v} e o vetor das cargas nodais equivalentes {𝑟},
sendo todos definidos no sistema de coordenas local, é possível determinar os esforços
atuantes nos nós dos elementos finitos através da equação.

{𝐹} = [𝑇] [𝑘][𝑇]{v} − {𝑟} [49]

39
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3.4 DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL

Este subcapítulo baseia-se nas recomendações propostas pela NBR 6118 e na


literatura citada, e não tem como objetivo esgotar o tema, uma vez que esse não é objetivo
deste estudo. Assim, apresenta-se o breve embasamento sobre o tema, de modo a garantir
o bom entendimento quanto as considerações adotadas no estudo.
Conforme apresentado por Carvalho e Figueiredo Filho (2015), o dimensionamento de
uma estrutura tem como finalidade impedir a ruína (falha) dessa estrutura ou de suas partes.
Assim, entende-se por ruína não somente o perigo de ruptura, como também as situações
nas quais a edificação não apresenta um perfeito estado para utilização, devido a
deformações excessivas, formação de fissuras, dentre outros. Logo, o dimensionamento deve
garantir a integridade tanto da estrutura, como de seus ocupantes durante sua execução e
utilização (vida útil), devendo a estrutura suportar todas as solicitações as quais estará
submetida.

3.4.1 Verificação Da Segurança

Segundo o item 12.5 da NBR 6118 (ABNT, 2014), para a verificação da segurança das
estruturas de concreto armado, devem ser atendidas além das condições construtivas as
condições analíticas de segurança.
Quanto às condições construtivas, devem ser atendidos as exigências estabelecidas:
 nos critérios de detalhamento previstos nas seções 18 e 20 da norma;
 nas normas de controle dos materiais, especialmente a ABNT NBR 12655;
 no controle de execução da obra, conforme ABNT NBR 14931 e Normas
Brasileiras específicas.
No que diz respeito às condições analíticas e de segurança, a NBR 6118 (ABNT, 2014)
estabelece que as resistências não devem ser menores que as solicitações e devem ser
verificadas em relação a todos os estados-limites e todos os carregamentos especificados
para o tipo de construção. Assim, em qualquer caso deve ser respeitada a condição:

𝑅 ≥𝑆 [50]

Onde 𝑅 são os valores de cálculo dos esforços resistentes e 𝑆 são os valores de


cálculo dos esforços solicitantes.

40
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Para a verificação do estado-limite último de perda de equilíbrio como corpo rígido, 𝑅


e 𝑆 devem assumir os valores de cálculo das ações estabilizantes e desestabilizantes
respectivamente.
Segundo Carvalho e Figueiredo Filho (2015), o método de cálculo semi-probabilístico
baseado na verificação dos estados limites, consiste em um processo simplificado para a
verificação da segurança, já que uma análise probabilística completa seria de grande
complexidade ou mesmo impossível. Logo, admite-se a segurança da estrutura quando
verificadas que as solicitações de cálculo forem menores que os valores passivos de serem
suportados pela estrutura, conforme apresentado na Equação 50.
Com o intuito de garantir a segurança da estrutura, a NBR 6118 (ABNT, 2014) prevê
coeficientes para ponderação das ações (item 11.7) e das resistências (item 12.4) que devem
ser utilizadas no dimensionamento da estrutura, sendo majoradas as ações e minoradas as
resistências, desta forma é possível cobrir maior parte das incertezas existentes na
metodologia de cálculo.

3.4.2 Capacidade Resistente

A capacidade resistente das vigas de concreto é determinada a partir do


comportamento das seções transversais em relação ao aumento do carregamento atuante
até que seja atingida a ruptura total ou parcial desse elemento.
No concreto, essa verificação é feita de acordo com o aumento da incidência de
fissuras na seção tracionada e do comportamento não linear da região comprimida. Assim,
classificam-se três fases distintas, denominadas estádios de dimensionamento. Estando entre
eles: estádio I, estádio II e estádio III (PINHEIRO et al., 2007).

3.4.2.1 Estádio I

Neste estádio (início do carregamento) as tensões normais são suficientemente baixas


de modo que o concreto seja capaz de resistir às tensões de tração. Assim, faz-se válida a
relação linear entre tensões x deformações, ou seja, é válida a lei de Hooke.
A Figura 19 ilustra as tensões e deformações atuantes na seção de concreto no
estádio I.

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Figura 19 Comportamento do concreto na flexão pura (Estádio I).

Fonte: Adaptado de Pinheiro et al. (2007).

Uma vez que a resistência do concreto à tração é significativamente baixa se


comparada a sua resistência à compressão, torna-se inviável a possibilidade de
dimensionamento neste estádio. Assim, no estádio I faz-se unicamente o cálculo do momento
de fissuração, que separa o estádio I do estádio II.
Conhecido o momento de fissuração, calcula-se a armadura mínima, de modo que
esta seja capaz de absorver, com adequada segurança, as tensões causadas por um
momento fletor de mesma intensidade. Logo, o estádio I termina ao ser iniciado o processo
de formação de fissuras (PINHEIRO et al., 2007).

3.4.2.2 Estádio II

Neste estádio, o concreto passa a não resistir a atuação das tensões de tração, sendo
sua contribuição resistente a esse tipo de esforço desprezada. Nesse momento, a região
tracionada do concreto inicia a fase de fissuração(Figura 20). Entretanto, a relação linear das
tensões ainda é válida para a parte do elemento sob compressão.
No estádio II, podem ser verificados os estados limites de serviço onde são verificados
os limites de aberturas de fissuras e deformações excessivas, podendo ou não ocorrer o
escoamento das armaduras (PINHEIRO et al., 2007).

42
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Figura 20 Comportamento do concreto na flexão pura (Estádio II).

Fonte: Adaptado de Pinheiro et al. (2007).

3.4.2.3 Estádio III

No estádio III, o concreto tracionado encontra-se totalmente fissurado, como mostra a


Figura 21. Na região comprimida, o concreto atinge a plastificação, estando essa região na
iminência de colapso. Nessa fase, admite-se o diagrama parabólico-retangular para a
representação da distribuição das tensões.

Figura 21 Comportamento do concreto na flexão pura (Estádio III).

Fonte: Adaptado de Pinheiro et al. (2007).

Em substituição a esse diagrama (e para efeito de cálculo), a NBR 6118/2014 permite


que se trabalhe com o diagrama retangular equivalente.

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Figura 22 Diagrama retangular – NBR 6118.

Fonte: Autor (2020).

3.4.3 Hipóteses de dimensionamento

No dimensionamento de vigas sob flexão normal simples, devem ser consideradas as


hipóteses:
a) As seções transversais permanecem planas e perpendiculares ao eixo longitudinal
da peça, seguindo a teoria clássica de Bernoulli-Euler. A configuração das
deformações é linear até a ruptura do elemento;
b) A ligação entre o concreto e as barras de aço é considerada perfeita, de forma que,
suas deformações sejam iguais na região solicitada;
c) As tensões de tração são obrigatoriamente desprezadas no concreto quando
dimensionadas no estado limite último;
d) Encurtamento convencional de 3,5‰, permitido para o concreto em ruptura;
e) Alongamento máximo de 10‰, para que não haja deformação plástica excessiva
da armadura tracionada;
f) As tensões de compressão no concreto para o diagrama retangular-simplificado e
para as seções retangulares, expressa por altura 𝑦 = 0,80𝑥 e tensão 𝜎 = 0,85𝑓 ,
em substituição ao modelo parabólico-retangular.

3.4.4 Diagramas tensão deformação

Conforme apresenta a NBR 6118 (ABNT, 2014), para o dimensionamento de


estruturas em concreto armado devem ser considerados os diagramas tensão deformação do
concreto em compressão (Figura 23.a) e o diagrama com região de escoamento do aço
(Figura 23.b).

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Figura 23 Diagramas tensão x deformação do concreto e aço – Segundo a NBR 6118


(ABNT, 2014).

Fonte: Adaptado NBR 6118 (2014).

3.4.5 Domínios de deformação

Conforme apresentado por Carvalho e Figueiredo Filho (2015), são definidos seis
domínios de deformação (Figura 24) com base no conjunto de deformações específicas do
concreto e do aço ao longo de uma seção transversal retangular com armadura simples
(apenas tracionada) submetida a ações normais.
A NBR 6118 (ABNT, 2014) apresenta os domínios de deformação correspondentes
aos limites de encurtamento do concreto à compressão simples ou do alongamento excessivo
do aço por deformação plástica excessiva à tração simples. O encurtamento último do
concreto para o caso de flexão simples é igual a 𝜀 = 3,5‰, enquanto, que para o aço o
alongamento último é 𝜀 = 10‰.
Uma vez que a NBR 6118 (ABNT, 2014) de modo a garantir boas condições de
ductilidade limita a posição da linha neutra (𝑥 ⁄𝑑 ≤ 0,45) para concretos de classe até C50,
tem-se que, para o dimensionamento de vigas sob flexão simples deve-se trabalhar em parte
do domínio 3, sendo aceitável o dimensionamento dentro do domínio 2.

Figura 24 Domínios de estado-limite último de uma seção transversal.

Fonte: Carvalho e Figueiredo Filho (2015).

45
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3.4.5.1 Domínio 2

No domínio 2 a ruína ocorre devido a deformação plástica excessiva do aço (𝜀 =


10‰) e a deformação do concreto varia no intervalo 0 ≤ 𝜀 ≤ 3,5‰. Desta forma, o concreto
não é aproveitado em sua capacidade máxima (PINHEIRO et al., 2007).

3.4.5.2 Domínio 3

Nesse domínio tanto o concreto quanto o aço trabalham com suas capacidades
máximas, a deformação do concreto comprimido varia até 𝜀 = 3,5‰, enquanto o
alongamento da armadura tracionada varia da deformação relativa ao escoamento e ao
alongamento máximo permitido (2,07 ≤ 𝜀 ≤ 10‰) para o aço CA-50 aplicado neste estudo.
Assim, o concreto encontra-se plastificado e o aço atinge sua tensão de escoamento 𝑓 , para
qualquer valor de deformação dentro do intervalo de 𝜀 . Logo, caso ocorra a ruptura, esta se
dará com aviso prévio, pois o concreto apresentará fissuras aparentes e flechas significativas
no momento em que a armadura entrar em sua fase de escoamento (PINHEIRO et al., 2007).

3.4.6 Dimensionamento da seção retangular com armadura simples

Neste subcapítulo apresenta-se o equacionamento para o dimensionamento para


seções sob flexão simples, considerando concretos de classe até C50 e aço CA-50, sendo a
viga armada com armadura simples.
As vigas com armaduras simples são projetadas de modo que as barras de aço
suportem apenas tensões de tração, sendo as tensões de compressão unicamente resistidas
pela seção de concreto.
De modo a atender os critérios de ductilidade adotados pela NBR 6118 (ABNT, 2014),
a Figura 25 apresenta a situação da seção retangular quando submetida a flexão simples,
com as deformações possíveis considerando concretos com classe até C50. Neste caso, 𝜀
corresponde ao valor de 𝑥 ⁄𝑑 = 0,45 imposta pela norma.

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Figura 25 Elementos da seção retangular e diagramas de tensões e deformações.

Fonte: Carvalho e Figueiredo Filho (2015).

A Figura 26 apresenta o modelo utilizado para a dedução das expressões para o


dimensionamento de elementos de seção retangular por meio do equilíbrio da seção
transversal.

Figura 26 Equilíbrio da seção transversal para dimensionamento com armadura simples.

Fonte: Autor (2020).

Sendo:
ℎ a altura da seção transversal;
𝑑 a altura útil da seção transversal;
𝑏 a largura da seção transversal;
𝑥 a profundidade da linha neutra;
𝑧 o braço de alavanca;
𝐴 a área de concreto comprimido;
𝜎 a tensão de compressão atuante no concreto;
𝑓 a resistência de cálculo do concreto;
𝐴 a área de aço resistente aos esforços de tração;
𝑓 a resistência de cálculo do aço;
𝐹 ação atuante no concreto;

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𝐹 ação atuante na armadura;


𝑀 Momento solicitante de cálculo;
𝑀 Momento resistente de cálculo.

Conforme apresentado por Carvalho e Figueiredo Filho (2015), para o


equacionamento para concretos de classe até C50 tem-se:

a) Equilíbrio da seção transversal:

Equilíbrio das forças normais atuantes na seção:

Σ𝐹 = 0 → 𝐹 − 𝐹 = 0 ∴ 𝐹 = 𝐹 [51]

Sendo:

𝐹 = 0,85 ⋅ 𝑓 ⋅ 𝑏 ⋅ 0,80 ⋅ 𝑥 ∴ 𝐹 = 0,68 ⋅ 𝑓 ⋅ 𝑏 ⋅ 𝑥 [52]

𝐹 =𝑓 ⋅𝐴 [53]

Com:

𝑓 𝑓
𝑓 = 𝑒 𝑓 = [54]
1,4 1,15

Onde 𝑓 é a resistência característica à compressão do concreto e 𝑓 a resistência


característica à tração do aço.

Equilíbrio dos momentos:

Σ𝑀 = 0 → 𝑀 −𝑀 =0∴𝑀 =𝑀 [55]

𝑀 =𝐹 ⋅𝑧 ∴𝑀 =𝐹 ⋅𝑧 [56]

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Uma vez que:

𝑧 = 𝑑 − 0,50 ⋅ 𝑦 , 𝑐𝑜𝑚 𝑦 = 0,80 ⋅ 𝑥 [57]

𝑧 = 𝑑 − 0,40 ⋅ 𝑥 [58]

Colocando 𝑧 e 𝐹 na Equação 56 obtém-se:

𝑀 = (0,68 ⋅ 𝑥 ⋅ 𝑑 − 0,272𝑥 ) ⋅ 𝑏 ⋅ 𝑓 [59]

b) Posição da linha neutra:

Resolvendo a Equação 59, é possível obter o valor de 𝑥 que define a posição da linha
neutra.

𝑀
0,68 ⋅ 𝑑 ± (0,68𝑑) − 4 ⋅ 0,272 ⋅
𝑏 ⋅𝑓 [60]
𝑥=
0,544

c) Cálculo da armadura longitudinal necessária:

Das Equações 53 e 56 tem-se:

𝑀
𝐴 = [61]
𝑧⋅𝑓

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4. METODOLOGIA
4.1 INTRODUÇÃO

O capítulo que segue apresenta a metodologia aplicada para a concepção do software.


Inicialmente será apresentada a interface gráfica desenvolvida para o programa. Na
sequência serão apresentados os métodos utilizados para o armazenamento e manipulação
dos dados inseridos pelo usuário, sendo posteriormente apresentadas as metodologias de
cálculo aplicadas pelo sistema tanto para a análise estrutural, como para o dimensionamento
das armaduras longitudinais das vigas.
Vale ressaltar que este trabalho não tem como objetivo aprofundar o leitor quanto à
linguagem de programação aqui utilizada, entretanto, o código desenvolvido para a
concepção do programa será disponibilizado na íntegra permitindo ao leitor maior
compreensão sobre o funcionamento do sistema.

4.2 APRESENTAÇÃO DA INTERFACE GRÁFICA DO PROGRAMA

Conforme discutido anteriormente, para a concepção da interface gráfica do sistema


fez-se uso do programa Qt Designer em conjunto com a biblioteca PyQt do Python.
Para a criação da interface, que conta com 14 janelas interativas com o usuário,
inicialmente foi definido o fluxo de trabalho a ser seguido (Figura 27), ou seja, o caminho que
o usuário irá percorrer desde a inserção dos dados, até a obtenção dos resultados.

Figura 27. Fluxo para inserção de dados e visualização dos resultados.

1 •Interface Principal do Programa


2 •Inserção dos nós da estrutura
3 •Inserção dos elementos
4 •Inserção das propriedades físicas e mecânicas dos elementos
5 •Inserção dos apoios da estrutura - Condições de contorno
6 •Inserção de cargas nodais
7 •Inseção de cargas distribuídas
8 •Visualização dos valores dos esforços internos
9 •Visualização do diagrama de esforços normais
10 •Visualização do diagrama de esforços cortantes
11 •Visualizaçao do diagrama de momentos fletores
12 •Visualizaçao dos valores dos deslocamentos
13 •Visualização do diagrama de deslocamentos
14 •Dimensionamento das armaduras longitudinais

Fonte: Autor. (2020).

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As 14 janelas que compõe o programa foram criadas em módulos distintos


(independentes), sendo posteriormente interligadas a janela principal (interface) do sistema,
possibilitando ao usuário o acompanhamento em tempo real das informações inseridas na
análise.
A seguir são apresentadas as telas que compõe a interface gráfica do software
desenvolvido neste trabalho.
A Figura 28 mostra a tela inicial do sistema, composta por uma área onde estão
dispostos os botões de acesso às telas de inserção de dados e visualização dos resultados,
contando ainda com uma área (canvas) para a visualização do modelo a ser analisado.

Figura 28 Janela-1 - Interface gráfica do programa.

Fonte: Autor (2020).

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Na Figura 29 é apresentada a tela na qual o usuário faz a inserção dos nós da


estrutura por meio da indicação das coordenadas (𝑥, 𝑦).

Figura 29 Janela-2 - Inserção dos nós da estrutura.

Fonte: Autor (2020).

Após inseridos os nós, o usuário pode então inserir os elementos da estrutura


utilizando os nós como referência (Figura 30).

Figura 30 Janela-3 - Inserção dos elementos da estrutura.

Fonte: Autor (2020).

52
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Posteriormente, o usuário pode inserir as propriedades físicas e mecânicas dos


elementos da estrutura conforme apresenta a Figura 31. Tais propriedades podem ser
inseridas igualmente a todos os elementos ou de maneira distinta para cada elemento,
conforme opção do usuário.

Figura 31 Janela-4 - Inserção das propriedades físicas e mecânicas dos elementos da


estrutura.

Fonte: Autor (2020).

Através da janela de inserção de apoios (restrições nodais) da estrutura, o usuário


pode selecionar os graus de liberdade que devem ser restringidos em um determinado nó,
que pode ser escolhido em uma lista onde constam os nós anteriormente inseridos.
A imagem que segue (Figura 32) apresenta a inserção de um apoio do tipo engastado
no nó 5.

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Figura 32 Janela-5 - Inserção das restrições nodais.

Fonte: Autor (2020).

As cargas nodais são inseridas através de uma janela na qual o usuário pode
selecionar o nó em que as cargas de valor definido irão atuar.
A Figura 33 apresenta o momento em que são inseridas cargas nodais no nó 4 do
modelo.

Figura 33 Janela-6 - Inserção das cargas nodais.

Fonte: Autor (2020).

54
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De maneira similar, são inseridas as cargas distribuídas, para tal, o usuário seleciona
o elemento onde a carga irá atuar, bem como a orientação (𝑥, 𝑦) e as cargas inicial (𝑤 ) e final
(𝑤 ) que atuarão respectivamente no nó inicial e final do elemento.
A Figura 34 apresenta o momento em que é inserida uma carga distribuída no
elemento 3 do modelo.

Figura 34 Janela-7 - Inserção das cargas distribuídas.

Fonte: Autor (2020).

Finalmente, a Figura 35 apresenta a janela onde pode ser dimensionada a armadura


longitudinal da viga sob flexão simples.
Nesta janela, o usuário poderá inserir os seguintes dados para o dimensionamento:

 Coeficiente de ponderação das resistências no Estado Limite Último (ELU);


 Classe de Agressividade Ambiental (CAA) a qual a estrutura estará exposta;
 Dimensão Máxima Característica (DMC) do agregado graúdo;
 Classe do aço;
 Resistência característica a compressão do concreto (𝐹 );
 Propriedades geométricas da seção transversa; e
 Momento fletor solicitante (𝑀 ).

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Figura 35 Janela-10 – Dimensionamento das armaduras.

Fonte: Autor (2020).

4.3 ARMAZENAMENTO E FLUXO DE MANIPULAÇÃO DE DADOS

Para o armazenamento e manipulação dos dados inseridos pelo usuário, foi criado um
módulo para servir como banco de dados do software, utilizando a funcionalidade dos
dicionários do Python. Tal funcionalidade permite a busca das propriedades dos nós e
elementos do modelo por meio da identidade dos mesmos, aqui definidas como 𝐼𝑑 ó e 𝐼𝑑
respectivamente.
Os dados inseridos pelo usuário são alocados dentro deste módulo e salvos em
arquivos de texto (arquivos do tipo .txt), podendo ser manipulados pelo sistema a qualquer
momento.

56
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4.3.1 Inserção dos nós

A Figura 36 apresenta um trecho do código onde é possível visualizar a função


responsável pela inserção e armazenamento de dados referentes aos nós da estrutura dentro
do banco de dados.

Figura 36. Trecho de código para inserção e armazenamento de dados referentes aos
nós da estrutura.

Fonte: Autor. (2020).

Inicialmente, ao serem inseridos os nós da estrutura, são armazenados somente os


dados referentes a identidade do nó (𝐼𝑑 ó ) e suas coordenadas (𝑥, 𝑦). Conforme o usuário
segue inserindo outros dados no sistema, como restrições de apoios e cargas, o programa
faz a busca do nó por meio de sua identidade para armazenar os dados que serão
posteriormente utilizados para efetuar os cálculos.

4.3.2 Inserção dos elementos

De maneira análoga, ocorre a inserção dos elementos. Conforme apresenta o trecho


do código que segue (Figura 37), para a inserção dos elementos o usuário deve informar os
nós (inicial e final) aos quais o elemento estará ligado, assim, o programa faz a busca das
informações referentes a esses nós para alimentar o banco de dados.

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Figura 37. Trecho de código para inserção e armazenamento de dados referentes aos
elementos da estrutura.

Fonte: Autor. (2020).

4.3.3 Inserção das propriedades físicas e mecânicas dos elementos

Inseridos os elementos, o usuário pode então definir suas propriedades físicas e


mecânicas. Para isso, basta selecionar o elemento ao qual devem ser aplicadas as
propriedades para que o sistema faça a busca do elemento através de sua identidade (𝐼𝑑 )
e alimente o banco de dados.
A Figura 38 apresenta o trecho do código responsável por esse processo.

Figura 38. Trecho de código para inserção e armazenamento das


propriedades físicas e mecânicas dos elementos da estrutura.

Fonte: Autor. (2020).

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4.3.4 Inserção das condições de contorno

A inserção das condições de contorno (apoios da estrutura), é feita por meio da


seleção do nó a ser restringido e definição das restrições a serem aplicadas ao nó. Assim, o
programa faz a busca do nó por meio de sua identidade alimentando o banco de dados.
O trecho do código referente a essa função é apresentado na Figura 39.

Figura 39. Trecho de código para inserção e armazenamento das restrições


nodais.

Fonte: Autor. (2020).

4.3.5 Inserção das cargas nodais

A Figura 40 apresenta parte do código responsável pela inserção e armazenamento


dos dados referentes às ações aplicadas aos nós. Esta etapa consiste na escolha do usuário
do nó e determinação das ações que a ele serão aplicadas.

Figura 40. Trecho de código para inserção e armazenamento das


cargas nodais.

Fonte: Autor. (2020).

4.3.6 Inserção das cargas distribuídas

A inserção das cargas distribuídas é dada por meio da seleção do elemento ao qual a
carga será aplicada, bem como sua orientação (𝑥, 𝑦) e intensidades inicial e final da carga,
respectivamente 𝑤 e 𝑤 .

59
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A Figura 41 apresenta o código desenvolvido para essa função.

Figura 41. Trecho de código para inserção e armazenamento das cargas distribuídas.

Fonte: Autor. (2020).

4.4 METODOLOGIA DE CÁLCULO DO SISTEMA

Além do banco de dados onde são armazenados os dados inseridos pelo usuário, foi
desenvolvido um segundo banco de dados similar onde são armazenadas as informações
que serão utilizadas para os cálculos a serem executados pelo sistema.
De modo a obter maior aproximação quanto aos resultados obtidos pelo programa, foi
desenvolvido um módulo responsável por subdividir cada elemento inserido pelo usuário em
10 novos elementos exatamente idênticos, conforme apresentado na Figura 42. Dessa forma,
9 novos nós são criados, sendo a análise realizada em um número maior de pontos da
estrutura, permitindo assim a representação gráfica mais precisa dos resultados.
Ressalta-se que havendo necessidade, a quantidade de elementos a serem gerados
pelo programa pode facilmente ser alterada dentro do código.

Figura 42 Elemento definido pelo usuário e elementos gerados pelo sistema.

Fonte: Autor (2020).

Gerados os novos elementos, aplica-se o método dos elementos finitos para a


obtenção da matriz de rigidez de cada elemento.
É importante ressaltar que o programa conta com uma função para o tratamento dos
carregamentos distribuídos sobre o elemento. Assim, ao ser subdividido um elemento inserido
pelo usuário, são calculadas pelo programa as cargas nodais equivalentes a serem aplicadas

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a cada novo nó gerado pelo sistema. Tais cargas são calculadas conforme demonstrado
anteriormente.
Passada esta etapa, o programa faz a incidência cinemática das matrizes de rigidez
dos novos elementos sobre a matriz de rigidez global da estrutura. Logo, são calculados os
esforços e deslocamentos atuantes para o sistema de coordenadas global da estrutura.
A seguir são apresentadas as funções criadas para o desenvolvimento dos cálculos
referentes a análise do modelo estrutural.
Inicialmente é feito o acesso ao banco de dados para a obtenção dos valores a serem
utilizados no procedimento dos cálculos (Figura 43).

Figura 43. Trecho de código para busca de dados para cálculo.

Fonte: Autor. (2020).

Em seguida é gerada a matriz de transformação do sistema de coordenadas (local x


global), conforme trecho de código apresentado na Figura 44.

Figura 44. Trecho de código para geração da matriz de transformação do sistema de


coordenadas (local x global).

Fonte: Autor. (2020).

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A Figura 45 apresenta o trecho do código responsável pela obtenção da matriz de


rigidez do elemento finito no sistema de coordenadas local.

Figura 45. Trecho de código para geração da matriz de rigidez do elemento finito no sistema
de coordenadas local.

Fonte: Autor. (2020).

A função para a obtenção da matriz de rigidez do elemento finito no sistema de


coordenadas global é apresentada na Figura 46.

Figura 46. Trecho de código para obtenção da matriz de rigidez do elemento finito no
sistema de coordenadas global.

Fonte: Autor. (2020).

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Finalmente, a Figura 47 apresenta o trecho do código responsável pela geração da


matriz de rigidez global da estrutura.

Figura 47. Trecho de código para geração da matriz de rigidez global da


estrutura.

Fonte: Autor. (2020).

Após a obtenção da matriz de rigidez global da estrutura, o programa aplica nesta


matriz as condições de contorno inseridas pelo usuário, e em seguida são calculados os
valores de interesse (reações nos apoios, deslocamentos e esforços internos), podendo o
usuário observar e analisar os resultados por meio de tabelas e gráficos apresentados pelo
programa.

4.5 DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS LONGITUDINAIS


Conforme apresentado anteriormente, o dimensionamento das armaduras
longitudinais segue as diretrizes impostas pela NBR 6118 (ABNT, 2014), sendo as equações
para os cálculos deduzidas com base no equilíbrio da seção transversal de uma viga de seção
retangular com armadura simples (resistente apenas a esforços de tração).
Para a análise do dimensionamento, o usuário conta com uma interface onde podem
ser inseridos os dados referentes as propriedades dos materiais, bem como as propriedades
geométricas do elemento em estudo, sendo posteriormente inserido o momento fletor atuante.

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Após o sistema ter sido alimentado, é realizado o cálculo da área de aço necessária
para conter os esforços de tração aos quais a peça está submetida, sendo os resultados
apresentados ao usuário.
Dada a extensão do código responsável pelos cálculos, o mesmo será apresentado
como apêndice a este trabalho.

4.6 MODELOS PARA VALIDAÇÃO DO SOFTWARE

4.6.1 Modelos para validação da análise estrutural

Visando validar os resultados obtidos pelo software quanto a análise estrutural, fez-se
uso de 2 modelos estruturais, os quais foram analisados pelo programa desenvolvido neste
estudo, sendo os resultados comparados com os aqueles obtidos fazendo uso do programa
ftool.
Para a validação do software foram definidos os modelos:

 Viga biapoiada;
 Pórtico plano.

Para os modelos definidos, foram consideradas as propriedades físicas e mecânicas:

 Elementos de concreto com seção retangular com 𝑏 = 15 𝑐𝑚 e ℎ = 30 𝑐𝑚;


 Área da seção transversal igual a 450 𝑐𝑚²;
 Inércia da seção transversal igual a 33.750 𝑐𝑚 ;
 Módulo de elasticidade igual a 25000𝑀𝑃𝑎.

A Figura 48 apresenta o Modelo-01, utilizado para validação do programa.

Figura 48. Modelo-01 – Viga biapoiada com 2 metros de comprimento.

Fonte: Autor. (2020).

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O Modelo-02, que consiste em um pórtico plano, com 4 metros de comprimento e 3


metros de altura, é apresentado na Figura 49.

Figura 49. Modelo-02 – Pórtico plano com 4 metros de


comprimento e 4 metros de altura.

Fonte: Autor. (2020).

4.6.2 Modelo para validação do dimensionamento das armaduras longitudinais

Para a validação do dimensionamento das armaduras longitudinais, tomou-se como


base o exemplo apresentado por Mesquita Filho (2015), apresentado na Figura 50.

Figura 50. Modelo para validação do dimensionamento da armadura longitudinal.

Fonte: Adaptado de Mesquita Filho. (2015).

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A Figura 51 apresenta a tela do programa com a inserção dos dados definidos no


exemplo utilizado como modelo. Ressalta-se que, de modo a atender ao disposto na NBR
6118 (ABNT, 2014), a classe do concreto foi alterada para 25 MPa. Entretanto, conforme será
apresentado, tal alteração não leva a discrepâncias significativas nos resultados.

Figura 51. Janela do programa com a inserção dos dados definidos no


exemplo utilizado para validação do dimensionamento.

Fonte: Autor (2020).

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5. RESULTADOS

5.1 ANÁLISE DO MODELO-01

5.1.1 Reações nos apoios da estrutura

Analisando as imagens que seguem, verifica-se que os valores calculados pelo


programa para as reações nos apoios (Figura 52), são as mesmas obtidas através do
programa ftool (Figura 53).

Figura 52. Reações nos apoios calculadas pelo software desenvolvido – Modelo-01.

Fonte: Autor (2020).

Figura 53. Reações nos apoios calculadas pelo programa ftool – Modelo-01.

Fonte: Autor – extraído do programa ftool (2020).

5.1.2 Esforços internos

5.1.2.1 Esforços normais

Para a estrutura definida neste modelo, faz-se dispensável a discussão dos resultados
referentes aos esforços normais, já que não existem ações normais atuantes na seção
transversal do elemento em estudo, tornando nulos esses esforços.

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5.1.2.2 Esforços cortantes

Conforme apresentado nas imagens que seguem (Figura 54 e Figura 55), os valores
dos esforços cortantes obtidos pelo programa desenvolvido são os mesmos apresentados
pelo programa ftool.

Figura 54. Esforços cortantes calculados pelo software desenvolvido –


Modelo-01.

Fonte: Autor (2020).

Figura 55. Esforços cortantes calculados pelo programa ftool – Modelo-01.

Fonte: Autor – extraído do programa ftool (2020).

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5.1.2.3 Momentos fletores

As imagens apresentadas a seguir (Figura 56 e Figura 57), elucidam a igualdade dos


valores dos momentos fletores calculados pelo programa frente aos resultados apresentados
pelo programa ftool.

Figura 56. Momentos fletores calculados pelo software desenvolvido –


Modelo-01.

Fonte: Autor (2020).

Figura 57. Momentos fletores calculados pelo programa ftool – Modelo-01.

Fonte: Autor – extraído do programa ftool (2020).

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Os valores calculados pelo programa também podem ser observados dispostos em


uma tabela conforme apresenta a Figura 58.

Figura 58. Valores dos esforços internos calculados pelo software


desenvolvido – Modelo-01.

Fonte: Autor (2020).

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5.1.3 Deslocamentos

Os deslocamentos calculados para este modelo são apresentados na Figura 59,


sendo o diagrama gerado pelo programa apresentado na Figura 60. Os resultados obtidos
pela ferramenta ftool são apresentados nas Figura 61 e Figura 62.

Figura 59. Valores dos deslocamentos calculados pelo software desenvolvido –


Modelo-01.

Fonte: Autor (2020).

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Figura 60. Diagrama de deslocamentos obtido pelo software desenvolvido –


Modelo-01.

Fonte: Autor (2020).

Figura 61. Diagrama de deslocamentos no eixo y obtido pelo programa ftool – Modelo-01.

Fonte: Autor – extraído do programa ftool (2020).

Figura 62. Diagrama de rotações obtido pelo programa ftool – Modelo-01.

Fonte: Autor – extraído do programa ftool (2020).

A estrutura em análise não apresenta deslocamentos na direção do eixo x.

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5.2 ANÁLISE DO MODELO-02


5.2.1 Reações nos apoios da estrutura
As imagens que seguem, apresentam a igualdade entre os valores calculados pelo
programa (Figura 63) e os obtidos através do programa ftool (Figura 64).

Figura 63. Reações nos apoios calculadas pelo


software desenvolvido – Modelo-02.

Fonte: Autor (2020).

Figura 64. Reações nos apoios calculadas pelo


programa ftool – Modelo-02.

Fonte: Autor – extraído do programa ftool (2020).

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5.2.2 Esforços internos


5.2.2.1 Esforços normais
As imagens que seguem (Figura 65 e Figura 66) apresentam respectivamente os
esforços normais calculados pelo programa e os resultados obtidos pelo ftool.

Figura 65. Esforços normais calculados pelo software desenvolvido


– Modelo-02.

Fonte: Autor (2020).

Figura 66. Esforços normais calculados pelo programa


ftool – Modelo-02.

Fonte: Autor – extraído do programa ftool (2020).

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5.2.2.2 Esforços cortantes

Conforme apresentado nas imagens que seguem (Figura 67 e Figura 68), os valores
dos esforços cortantes obtidos pelo programa desenvolvido são os mesmos apresentados
pelo programa ftool.

Figura 67. Esforços cortantes calculados pelo software desenvolvido – Modelo-02.

Fonte: Autor (2020).

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Figura 68. Esforços cortantes calculados pelo programa ftool – Modelo-02.

Fonte: Autor – extraído do programa ftool (2020).

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5.2.2.3 Momentos fletores


As imagens (Figura 69 e Figura 70), elucidam a igualdade dos valores dos momentos
fletores calculados pelo programa frente aos resultados apresentados pelo programa ftool.

Figura 69. Momentos fletores calculados pelo software


desenvolvido – Modelo-02.

Fonte: Autor (2020).

Figura 70. Esforços cortantes calculados pelo programa ftool –


Modelo-02.

Fonte: Autor – extraído do programa ftool (2020).

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Conforme apresentado anteriormente, o programa ainda conta com uma janela


(Figura 71) onde os valores calculados são dispostos em uma tabela para visualização e
análise pelo usuário.

Figura 71. Valores dos esforços internos calculados pelo software


desenvolvido – Modelo-02.

Fonte: Autor (2020).

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5.2.3 Deslocamentos

Os deslocamentos calculados para este modelo podem ser observados na Figura 72,
sendo o diagrama gerado pelo programa apresentado na Figura 73. O diagrama gerado pela
ferramenta ftool é apresentado na Figura 74.

Figura 72. Valores dos deslocamentos calculados pelo software desenvolvido –


Modelo-02.

Fonte: Autor (2020).

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Figura 73. Diagrama dos deslocamentos obtido pelo software desenvolvido


– Modelo-02.

Fonte: Autor (2020).

Figura 74. Diagrama de deslocamentos obtido pelo programa ftool –


Modelo-02.

Fonte: Autor – extraído do programa ftool (2020).

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5.3 ANÁLISE PARA VALIDAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS LONGITUDINAIS

Conforme apresentado anteriormente, para validação do dimensionamento das


armaduras longitudinais tomou-se como base o modelo apresentado na Figura 75, no qual a
área de aço calculada é igual a 4,32 cm².

Figura 75. Modelo utilizado para validação do dimensionamento da armadura


longitudinal.

Fonte: Adaptado de Mesquita Filho (2015).

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A imagem que segue (Figura 76esenta a tela do programa com os valores do modelo
inseridos para o dimensionamento das armaduras, bem como os resultados obtidos.
Nesta análise, fez-se a alteração da classe do concreto para C25 de modo a atender
a normativa vigente. Porém, como pode ser observado, a área de aço calculada pelo
programa foi de 4,30 cm², sendo a diferença entre os valores inferior a 0,5 %, sendo esta
diferença insignificativa.

Figura 76. Resultados do dimensionamento da armadura longitudinal obtido pelo


programa.

Fonte: Autor (2020).

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6. CONCLUSÕES

Frente a comparação dos resultados apresentados, fica verificado que, na análise


estrutural o programa desenvolvido neste trabalho apresentou valores calculados idênticos
aqueles obtidos através do uso do programa ftool, utilizado como base comparativa. Além
disso, o programa também apresentou diagramas fiéis aqueles apresentados pelo programa
ftool.
No que diz respeito ao dimensionamento das armaduras longitudinais, foi verificado
que o programa obteve resultados significativamente próximos aqueles obtidos nos cálculos
do exemplo apresentado. Ressaltando que, o programa desenvolvido segue rigorosamente a
normativa vigente.
Assim, conclui-se que o programa desenvolvido neste estudo, além de garantir ao
usuário a facilidade de iteração com o sistema por meio da simplicidade de sua interface,
dispõe a confiabilidade quanto aos resultados calculados, sendo o programa passivo de
aplicação nos estudos relacionados a análise estrutural.

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