O Licenciamento Ambiental é o procedimento administrativo destinado a
licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental conforme dito na Lei Complementar 140/2011.
A Resolução do CONAMA nº 237/97 define em seu artigo 1º, I, o que é
licenciamento ambiental e em seu inciso II, o que é licença ambiental, notando- se então que estas não são a mesma coisa, embora exista uma ligação visceral entre elas. O licenciamento é um processo complexo que possui várias fases, estas que encaminham o processo para um resultado, resultado este, chamado de licença ambiental. Nas palavras de Marcelo Abelha Rodrigues em seu livro Direito Ambiental Esquematizado, 3ª Edição, 2016:
Só se obtém uma licença ambiental após o desenvolvimento
válido e regular de uma sequência de atos administrativos em contraditório que culminam num ato final, que é a concessão ou denegação do pedido de licença ambiental. Esse ato final resultante desse processo é a licença ambiental. Já o processo ou procedimento em si mesmo, englobando todos os atos e a forma como se desenvolve, é o licenciamento ambiental.
Após conceituar a diferença entre elas, é necessário analisar as etapas
do procedimento de licenciamento ambiental, que são: definição pelo órgão ambiental competente dos documentos, projetos e estudos ambientais necessários ao início do processo; requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes; análise pelo órgão ambiental competente dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados; solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente; audiência pública, quando couber; solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, decorrentes de audiências públicas; emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico; deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade.
Ademais, há de se analisar a competência dos órgão administrativos para
processar o licenciamento ambiental, é um tema complexo pois é comum ocorrerem conflitos de competência entre União, Estados e Municípios, após muitos conflitos de competência, deu-se na mesma Resolução em seu artigo 7º que diz que “os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único nível de competência, conforme estabelecido nos artigos anteriores”. Tal preceito foi recepcionado pelo art. 13 da Lei Complementar n. 140/2011.
Não obstante há casos em que o licenciamento é interesse dos três entes
federativos, desta forma o Superior Tribunal de Justiça teve que manifestar-se preceituando o que deverá ser feito nestes casos, desta forma considerou o STJ que “tratando-se de obras e serviços realizados ou em execução em mais de um estado federativo ou quando os impactos ambientais da obra e/ou serviço ultrapassem os limites territoriais, somente o IBAMA é competente para expedir a respectiva e necessária licença ambiental”.
O licenciamento ambiental possui três tipos de licença, que são:
1) Licença Prévia prevista no artigo 8º, I da Resolução do CONAMA, que
prevê que a licença prévia é “concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação”. Possuindo validade de 5 anos, conforme o artigo 18, I da mesma resolução; 2) Licença de Instalação é precedida pela licença prévia, essa prevista no mesmo artigo em seu inciso II, que diz que a licença de autorização “autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condições da qual constituem motivo determinante”; A validade dessa licença não pode superar 6 anos, conforme o artigo 18, II da resolução; 3) Licença de Operação também conhecida como Licença de Funcionamento, essa que sucede a licença de instalação, tem como finalidade autorizar a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condições determinadas para a operação, conforme previsto no artigo 8º, III, da Resolução do CONAMA.